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ATENÇÃO: Esse relato é apenas parte de uma grande travessia que ainda está em estudos para ser implementada no Parque Nacional e como ainda não é aberta ao público, os 2 primeiros dias foram retirados e só será incluído quando for oficial, mas fica aí a dica para quem deseja percorrer esse trecho, porque é perfeitamente possível conseguir as devidas autorizações no site do Parque. A gente mal começou a montar nossas barracas e uma chuvinha traiçoeira achou de nos pregar uma peça, mas não durou nem 15 minutos e o sol voltou a nos fazer companhia nesse finalzinho de tarde, deixando à mostra uma parte do espigão que nos levaria no outro dia até o cume do Pico Serra Negra. Enquanto cozinhávamos, presenciei os meninos conversando sobre acordarem umas 4 horas da manhã para subir o pico, coisa que eu sinceramente não estava a fim de fazer. No último dia eu vinha sofrendo com um desconforto abdominal, causado certamente pelo clorin que acabamos botando na água, coisa que eu já sabia que poderia desandar, então eu estava preferindo descansar bem aquela noite para poder seguir firme no outro dia, então havia decidido que se fosse para acordar com os galos, ficaria na barraca. TERCEIRO DIA O dia amanheceu sem chuvas, mas ainda tomado pela neblina. Os meninos abortaram a saída de madrugada, porque acabou sendo uma noite um pouco molhada e quando levantamos, já passava das sete da manhã. Decidimos deixar as barracas montadas e subirmos o pico juntos e é engraçado, que quase 15 anos atrás, quando cruzei pela Travessia da Serra Negra, partindo lá do Vilarejo de Maromba, eu mal sabia onde ficava esse pico e na ocasião não dei muita importância. Jogamos alguns equipamentos básicos e de segurança numas mochilas, pulamos um brejo metros abaixo do acampamento e já interceptamos uma trilha larga, que em 100 metros nos levou até uma bica, junto a um arremedo de porteira e mais uns 10 metros à frente, abandonamos essa trilha para a esquerda em favor de outra, justamente a trilha oficial que vai nos levar ao pico. No início, é uma trilha larga que vai ganhando pouca altitude, indo em direção ao sul, adentrando em florestas espaçadas, mas não demora muito e temos que curvar para leste, numa trilha que pegamos subindo para esquerda que agora sim, vai começar a subir pra valer até tropeçarmos no cocuruto de um cume rochoso de onde é possível avistarmos nossas barracas montadas no gramado. A continuação é para a direita, cruzando por cima do rochoso sem trilhas, mas somente por alguns metros, porque depois disso, temos quase uma avenida pela frente, muito porque, nos pareceu que foi roçado recentemente, onde instalaram umas ripas de madeira para demarcar o caminho, até que atingimos os amontoados de rochas, o estirão final até o cume, nos valendo de escalaminhada e sempre seguindo alguns totens que vieram bem a calhar por causa da neblina que ainda pairava sobre a conquista final. Agora a escalaminhada ganha ares de escalada, uns trepa-pedras de respeito até atingirmos o cume final. Viramos um pouco para a direita e subirmos uma grande rocha que marca o ponto mais alto da SERRA NEGRA ou para alguns o PICO DA PEDRA PRETA com seus 2.572 METROS de altitude, a sexta mais alta do Parque Nacional de Itatiaia. Apesar do tempo ainda um pouco encoberto, com as nuvens se dissipando lentamente, estou extremamente surpreso com a vista que nos foi apresentada lá de cima e fico envergonhado de ter subestimado esse pico, chegando a cogitar nem perder meu tempo para subi-lo, mas me equivoquei e por sorte tomei a decisão certa. É uma vista soberba, um grande rochoso, com um excelente topo para montar uma barraquinha, caso as regras do parque permitisse. Lá de cima, vemos rios que despencam na direção do maciço das Agulhas Negras, dentre eles, o Vale do Rio Aiuruoca, nosso caminho natural dessa travessia. Até o cume da Serra Negra, gastamos pouco mais de 01:40 e levaremos para descer, com uma passada ainda no pico mais abaixo, cerca de 01:30. E foi providencial perdermos um tempinho nesse cocuruto intermediário, para podermos apreciar o fantástico SAPO FLAMENGUINHO, uma espécie endêmica do parque, que mesmo eu tendo estado várias vezes no Itatiaia, não tinha tido a oportunidade de conhece-lo, talvez por visitar sempre no inverno. E foi mesmo uma grande sorte e um prazer poder ver dezenas deles nadando nas poças de topo de cume, com suas barrigas avermelhadas, um privilégio, inclusive, o sapinho é o símbolo do Parque Nacional. Antes do meio dia estávamos de volta às nossas barracas e enquanto nos mantínhamos ocupados na missão de desmontá-las e guardar tudo, fomos fazendo nosso almoço e antes das 13 horas, partimos. É preciso dizer que na Travessia completa do Parque Nacional, no roteiro não constava a subida ao Pico da Serra Negra, então, com um esforço um pouco descomunal, poderíamos simplesmente ao invés de acampar aqui no sopé da Serra Negra, ter seguido nos arrastando no SEGUNDO DIA e nos adiantarmos por mais umas 2 horas, duas horas e meia até as Cabanas do Aiuruoca e acamparmos lá, talvez aí, diminuindo essa travessia para 5 dias os invés dos 6 que prevíamos , mas tínhamos tempo e disposição, então subir a Pedra Preta, foi um premio. Nosso caminho vai seguir novamente pela trilha larga e desimpedida, o mesmo caminho que pegamos pela manhã para ir ao topo da Serra Negra, mas é claro, vamos percorrê-la por 100 metros até a bica e ignorar a saída a esquerda. Daqui para frente não terá mais erros, vamos descer até encostarmos no Vale do Rio Aiuruoca, distante ainda umas 2 horas. O sol nessa tarde do terceiro dia vai queimando tudo e mesmo sendo cedo ainda, nos apressamos na tentativa de poder aproveitar os poços transparentes no próximo acampamento. Em menos de meia hora chegamos à BIFURCAÇÃO DA POSADA SERRA NEGRA, a direita na trilha. Essa é somente uma referência, porque me parece que existem outras hospedagens e provavelmente, será de lá que o montanhista deverá partir caso queira subir o Pico da Serra Negra e talvez fazer parte dessa travessia, que é a parte aberta pelo Parque Nacional, então basta solicitar as devidas autorizações para além de subir esse pico incrível, poder cruzar pelo coração de um dos mais bonitos parques do mundo. Nossa jornada é quase sempre descendo e pouco antes de interceptarmos outro cominho vindo da direita, já na calha do Aiuruoca, uma grande formação rochosa nos chama a atenção, um grande domo de pedra se sobressai na serra a nossa frente, e é engraçado, que dá outra vez que estive cruzando pela Travessia da Serra Negra, não me lembrava dessa formação rochosa que nos pareceu ser, olhando no mapa, a PEDRA GRANDE. Interceptando agora o caminho principal, cruzamos por um riacho mais largo, um afluente do grande rio e tomamos a direção sul, agora acompanhado o próprio rio, mesmo que ainda um pouco distante dessa trilha, que agora quase virou uma estrada. Passamos por um sítio e vamos ziguezagueando, as vezes sob a sombra de eucaliptos gigantes, até que umas duas horas e meia depois de partirmos do acampamento, tropeçamos nas CABANAS DO AIURUOCA. Quase 15 anos atrás, aqui acampei, vindo pela famosa Travessia da Serra Negra, que parte lá do vilarejo de Maromba, mas quando por aqui passei, não haviam cercas ao redor dos 2 ranchos de madeiras, que hoje se resumi a apenas um, porque do outro só sobrou o telhado. O parque nos recomendou que acampássemos aqui, mas com certas ressalvas por ser um abrigo particular, mesmo estando em área do Parque Nacional, talvez por questões ainda mal resolvidas com os antigos donos ou talvez não, talvez haja uma convivência pacifica entre a comunidade e o parque, então aqui foi só uma especulação minha. Mas o certo é que é meio constrangedor ter que pular a cerca para acampar com uma placa indicando não ser permitido a entrada, muito porque, o próprio rancho se encontra totalmente fechado. EDITANDO: depois nos disseram que é possível alugar o espaço entrando no site do Parque Nacional. Montamos as barracas, mesmo ainda estando no meio da tarde e fomos tomar banho no SENSACIONAL RIO AIURUOCA. E é uma satisfação enorme poder rever toda essa paisagem depois que tantos anos se passaram. À nossa frente, uma parede gigante, quase uma fortaleza donde o sol ilumina, não só ela, mas o poço de águas cristalinas e geladas.1 Mais de uma década atrás, quando a travessia da Serra Negra não era legalizada ainda, era comum que montanhistas cruzassem o rio bem no poço e interceptasse uma estradinha do outro lado, que iria subir pra valer e nos deixar na estrada que vai à portaria do Parque Nacional (Posto Marcão), bem ao lado do antigo Hotel Alsene e foi justamente isso que eu fiz, mas agora eu teria a oportunidade de cruzar essa travessia pelo seu trajeto mais deslumbrante, mas isso, só no dia seguinte. Ficamos a tarde toda de bobeira, descansando, comendo e as vezes tirando uma soneca e quando a noite chegou, tratamos logo de fazer um banquete e comermos até não aguentar mais e quando cansamos de comer, cada qual tomou seu rumo e foi dormir profundamente, porque apesar de chegarmos cedo para acampar, esse foi um dia intenso e o próximo dia prometia muito mais. QUARTO DIA Antes das 8:00 da manhã, já estávamos de pé e com tudo já desmontado, só tomamos café e partimos. Primeiro é preciso voltar a pular a porteira principal da entrada da propriedade, atravessar a ruazinha e interceptar a trilha larga e desimpedida, que vai margear o Rio Aiuruoca pela esquerda de quem sobe, até que mais à frente, em cerca de 30 minutos, vamos cruzá-lo para o outro lado e em mais meia hora, tropeçamos no RANCHO DO VALE DA INVERNADA. Mais que coisa linda !!! Que lugar deslumbrante. Por estarmos já quase no verão, a CACHOEIRA DO MANÉ EMÍDIO está sensacional e do abrigo é possível avistá-la em todo seu esplendor, despencando à nossa frente no próprio Rio Aiuruoca, que daqui para frente começa a correr nas escarpas. O Rancho ainda resiste, se mantém de pé. Mesmo que um tanto abandonado, ainda é guardado por uma araucária lindona. Dentro, está preenchido por coisas inúteis, mas ainda serviria muito bem como abrigo depois de uma boa arrumação, mesmo que não fosse para dormir em seu interior, já que é possível montar as barracas ao seu redor. E aqui, eu deixo minha visão, minha opinião e minha sugestão para que um dia o Parque Nacional possa recuperar esse rancho e transformar esse lugar em ponto de apoio para essa nova travessia, ao invés de termos que nos sujeitar a acampar numa área onde poderemos ser enxotados pelos seus donos, caso nos peguem acampando lá sem autorização. E estou falando das Cabanas do Aiuruoca, que mesmo sendo um lugar lindíssimo também, nos constrange ter que ficar lá como clandestinos. E como as normas do Parque Nacional obriga todo mundo a carregar SHIT TUBE, uma espécie de involucro para carregar todos os nossos dejetos, não há nem a preocupação de ter que construir banheiros no local, ou seja, praticamente está pronto, já que água temos em abundancia por estarmos a poucos metros das margens do rio.( OBSERVAÇÃO IMPORTANTE : Depois ficamos sabendo que é possível agendar a hospedagem nas cabanas do airuruoca quando se faz a reserva para a Travessia da Serra Negra, mesmo assim, continuo com a minha opinião de um dia o parque Nacional transformar o RANCHO DA INVERNADA em acampamento OFICIAL.) E acampando no terceiro dia no Vale da Invernada, ainda seria possível gastar toda a tarde para ir conhecer a grande Cachoeira do Mané Emídio, o que seria uma opção incrível. Mas, infelizmente não foi isso que fizemos, então resolvemos tentar ver se achávamos alguma trilha que nos levasse até ela, tentando não comprometer nosso roteiro, que tinha como objetivo chegar até a sede da Parte Alta do Parque (Portaria do Marcão) ou até mesmo no Abrigo Rebouças. Deixamos para trás o Abrigo da Invernada e fomos desfilando pelo vale, tendo a nossa esquerda o Rio Aiuruoca e a nossa frente a grande cachoeira. Alguns minutos e já fomos tentando encontrar uma passagem em meio ao capim alto na intenção de encostarmos no rio, mas acabamos não encontrando nada e retornamos para a trilha principal. Um pouco mais à frete, uma trilha nos levou a adentrarmos novamente em direção ao rio, onde tivemos que passar rastejando, mas ao chegarmos num local onde o caminho se abriu numa clareira com um brejo, parte do grupo não quis seguir. Na verdade, o Vinícius se recusou a enfrentar o brejo e o mato alto que nos levaria aos pés da Cachoeira do Mané Emídio, mas o Flórido parecia disposto a seguir de qualquer jeito, então se instalou um impasse. Bom, eu e o Bruno não demos muitas opiniões, para a gente qualquer posição que fosse tomada, estaria de bom tamanho. Verdade mesmo, que conhecendo tanto o Vinícius, quanto o Flórido e sabendo que tanto um quanto o outro são turrões quando se trata de seguir um roteiro, ficamos assistindo de camarote a queda de braço entre os dois, o que estava fora de cogitação era separar o grupo. Não houve uma discussão, propriamente um embate, mas a retirada rápida do Vinícius acabou por arrastar o Bruno, e eu e o Flórido, acabamos seguindo atrás, mas fui tranquilo, coisa que não aconteceu com o Flórido que acabou não aceitando muito a derrota e subiu bufando o restante da trilha, até que ela saiu da mata e adentrou em campo aberto, nessa hora já havíamos esquecido a tal cachoeira, porque o cenário à nossa frente começou a mudar maravilhosamente. Passados exatamente uns 3 km desde que saímos do acampamento pela manhã, andando quase sempre para leste, a nossa trilha vira bruscamente para o sul e vai começar a ganhar um morrote, então vamos subir quase 100 metros de desnível e nos posicionar novamente diante do VALE DA CACHOEIRA DO AIRUOCA, onde a paisagem se abre em monumentos rochosos e diante de um mirante de tirar o fôlego, fomos obrigados a parar imediatamente, tomar nossos assentos e aplaudir aquela paisagem colossal. Mal passava das onze da manhã. Ainda era cedo e mesmo que não tenhamos calculado bem a distância que ainda nos faltaria para o próximo acampamento, enfiamos o relógio no bolso, como se tivéssemos todo tempo do mundo e nos entregamos ao ócio, hipnotizados pela paisagem que nos arrebatou e não interessa quantas vezes se vai ao Itatiaia, sempre me pareceu ser como da primeira vez e agora, ainda mais fascinante porque eu jamais estivera vendo o parque daquele ângulo, já que o mais longe que havia chegado nessa parte, foi até os pés da grande cachoeira. Quando resolvemos partir, fizemos de modo lento, quase nos arrastando pela trilha quase plana que nos levaria para a própria cachoeira e o Flórido, simplesmente se negou a deixar aquele mirante e por lá ficou e então combinamos de espera-lo na queda d’agua, onde pretendíamos fazer outra parada demorada para um lanche. Uma hora depois, nos aproximamos da CACHOEIRA DO AIRURUOCA, simplesmente a cachoeira localizada numa das maiores altitudes do país, não sei se ela é realmente e oficialmente a queda em maior altitude como alardeiam por aí, mas que está entre as com a água mais fria, isso eu não tenho dúvidas. Bom, enfim, chegamos no topo da cachoeira, largamos as mochilas num degrau mais abaixo e fomos bater uma foto. Ninguém se animou a dar um mergulho, mesmo estando as vésperas do verão, ainda mais porque uma névoa resolveu dar um escondida no sol e eu mesmo já havia tido um trauma na década de 90, quando aqui estive pela primeira vez, ainda um jovem inconsequente, resolvi me ariscar e pulei no poço em pleno inverno rigoroso, quase não saí de lá, ficando paralisado por causa da temperatura. Quando o Flórido chegou, já estávamos lanchando, então ele desceu rapidamente até a cachoeira e subiu , engoliu um lanche e partimos. E nos próximos 2 km é preciso ficar de olhos bem abertos. Não para localizar o caminho, que é bem demarcado e óbvio, mas uns minutos à frente, vamos cruzar com outra trilha, do qual pegaremos levemente para a direita, porque a da esquerda indo para leste e que logo vai passar ao lado dos impressionantes OVOS DE GALINHA, talvez seja simplesmente uma das mais tradicionais trilhas do país, a clássica TRAVESSIA REBOUÇAS X MAUÁ, que por muitos anos ficou fechada pelo Parque Nacional. Quem é das antigas sabe da importância dessa travessia para o montanhismo nacional e é engraçado que hoje se chame essa travessia de Rancho caído, coisa que nunca ouvimos nos tempos antigos, mesmo que tenha existido um rancho no meio do caminho, coisa que não encontrei uma década atrás, quando a travessia voltou a ser autorizada. Pegando, portanto, levemente para a direita, mas ainda na direção sul, vamos começar a ganhar altitude para deixarmos o Vale dos Ecos, como chamávamos no passado. Do nosso lado esquerdo, o maciço das Agulha já vai nos acompanhando, até que depois de percorrermos os referidos 2 km desde a Cachoeira do Aiuruoca, chegamos à BIFURCAÇÃO, onde placas providenciais nos indicam dois caminhos, hora de jogarmos novamente as mochilas ao chão para uma breve reflexão. Nessa nova travessia que o Parque Nacional estuda a implementação, o roteiro pensado por eles e o que deveríamos seguir, era pegando para a direita, conhecida como a TRAVESSIA DOS 5 LAGOS, que em 2 km nos levaria direto para a Portaria da Parte Alta (Posto Marcão) onde deveríamos acampar na nova área de camping e no outro dia deveríamos continuar seguindo pela TRAVESSIA COUTO X PRATELEIRA , mas infelizmente o ACAMPAMENTO ainda não estava pronto, então não fomos autorizados a ficar junto ao Posto Marcão e nos sobraria ter que andar pela estrada do parque por mais uma meia hora até podermos finalizar no Abrigo Rebouças. A outra opção que nos restava era pegar para a esquerda, passar raspando na Pedra do Altar e adentrar no vale que corre nos pés do maciço das Agulhas. E foi essa a nossa decisão, já que alguns ali não conheciam essa parte do Parque Nacional. E foi realmente uma decisão acertadíssima, uma caminhada recheada de deslumbramentos. Eu já havia citado o quanto eu estava satisfeito em caminhar pelo parque em plena primavera, mas esse pedaço, com a trilha florida e os campos verdes foi simplesmente sensacional. Não me lembrava o quanto aquelas pedras, montanhas, formações rochosas eram espetaculares. Quando cheguei ao parque pela primeira vez na década de 90, levei um susto, perdi todas as referências. Era um dia extremamente frio de inverno, eu ainda jovem, pilotando uma SAARA 350, acampei com um amigo nas cercanias do parque e na madrugada, quase sucumbimos de tanto frio. Os campos cobertos de geada e a nossa frente, um amontoado de pedras que fez a gente parecer que estávamos visitando a LUA. Na ocasião, ainda sem muita experiência em montanhismo, nem sei como, sem usar nem um metro de corda, subimos ao cume falso do Agulhas Negras, nos guiando pelo rumo, escalando pedras na unha e agora, nessa nova travessia, mesmo que eu já tenha estado outras vezes no Itatiaia, minha alegria e satisfação acabara de me devolver a década de 90. Agora caminhamos rumo ao sudeste, justamente parecendo que vamos nos dirigir para à fantástica ASA DE HERMES ( 2641 m ), uma formação rochosa que por incrível que pareça, recebe menos gente do que deveria, porque a grande maioria que aqui chega, busca subir o Agulhas Negras em detrimento a dezenas de outas montanhas tão incríveis quando o cume do Parque Nacional. Passamos pela bifurcação que poderia nos levar ao cume da PEDRA DO ALTAR ( 2.665 m) e logo vamos curvando como se fossemos em direção ao sul e esse é o momento que encostamos e andaremos paralelos as Agulhas, até que estacionamos em um mirante onde à nossa frente desponta outro ícone do Itatiaia, num dos mais belos cenários do parque. Ficamos ali, sentados, boquiabertos, admirando o conjunto da PEDRA DAS PRATELEIRAS ( 2551 m )e toda a extensão. A sequência é uma descida íngreme e em ziguezague, até que cruzamos com a própria trilha principal que a esquerda poderia nos levar ao cume de um dos maiores ícones do montanhismo nacional. Essa travessia em si, não comporta a subida ao cume do PICO DAS AGULHAS NEGRAS( 2.791 m), mas é claro, com mais tempo não impediria que se reservasse mais um dia para ir ao cume, mas como existem tantos picos incríveis, o certo seria ir ao parque apenas para essas escaladas clássicas. Como não vamos ao cume do Agulhas e nem tempo daria, já que a tarde já vai pela metade, viramos à direita e logo à frente atravessamos a PONTE PENSIL sob o Córrego das Agulhas Negras. Atravessando a ponte pênsil, mais uns 15 minutos de pernadas nos leva até um reservatório de água, onde passamos por uma pontinha e ganhamos a área do LENDÁRIO ABRIGO REBOUÇAS. Hoje o abrigo e o camping foram entregues a iniciativa privada e as instalações estão muito boas, com banheiros limpos e cozinha, mas a área de camping em si, deixa muito a desejar. Até tentaram fazer um aterro e elevar os locais onde se pode botar as barracas, evitando assim que em tempos chuvosos, a agua entre nas barracas, mas o local é ainda bem sofrível, talvez o plantio de grama possa melhorar muito, mas mesmo assim, pra gente que está acostumado em acampar até em pé, é sempre melhor que nada. O certo é que não havia ninguém no Abrigo Rebouças e muito menos no Camping. Era um domingo, dia da ELEIÇÃO DO SEGUNDO TURNO e nem guarda parques encontramos, nada, nenhuma viva alma e como já chegamos muito cansados e sairíamos cedo, resolvemos apenas bivacar numa área nos fundos do abrigo, onde estenderíamos nossos sacos de dormir e por lá ficaríamos, abrigados da chuvinha que não parava de cair. Por sorte, mesmo o Rebouças fechado, o wi-fi estava ligado e funcionando muito bem e como era aberto e sem senha, aproveitamos para sabermos das notícias do mundo, já que há 4 dias estávamos isolados da civilização. As notícias que vinham do mundo dos homens nos davam contas de que a extrema direita acabara de ser derrota e seus apoiadores, não acetando o resultado, ameaçavam tocar fogo no pais, mais um motivo para a gente prolongar nossa estadia no Parque Nacional e ficarmos de fora dessa balburdia toda que vinha tomando conta do Brasil nesses últimos meses. QUINTO DIA DA TRAVESSIA O dia amanheceu nevoeirento, mal enxergávamos o Pico dos Agulhas Negras, sinal de que poderíamos ter chuvas a tarde. Jogamos as mochilas às costas e partirmos às oito da manhã e assim que ganhamos a estrada do parque, aliás, essa é simplesmente a BR mais alta de todo país, chegando a impressionantes 2.400 metros, interceptamos a trilha que sobe o espigão que liga o PICO DO COUTO ( 2.680 m ) à PEDRA DAS PRATELEIRAS, justamente a travessia que deveríamos ter pego, se caso tivéssemos acampados no Posto do Marcão. Eu já conhecia o Pico do Couto numa investida com minha filha uns 10 anos atrás, quando pegamos uma temperatura de nove negativos, mas a travessia para as Prateleiras nunca tinha feito, então retomar esse plano novamente, era algo que eu ainda tinha em mente e havia chegado a hora. No início é uma subida bem íngreme, mas como estamos no início, as energias ainda estão transbordando. Existem placas e totens que vão nos guiando, mas por causa do nevoeiro a navegação fica um pouco conturbada e é preciso ficar atento o tempo todo, até que interceptamos de vez a trilha que vem do Pico do Couto, viramos para a esquerda e caminharemos agora mais em nível, porque o grande desnível já foi vencido. A névoa e o vento varreram tudo e enxergar alguma coisa já não era mais possível. Quarenta minutos desde que partimos do Abrigo Rebouças, esbarramos na TOCA DO ÍNDIO, uma gruta sensacional, formada por grandes matacões e que serviria muito bem para um abrigo de emergência. Atravessamos por dentro dela, para reencontrar a continuação da trilha. Ignoramos logo à frente uma placa indicando uma saída para um MIRANTE, que em dias abertos deveria nos dar uma visão gigantesca do maciço das Agulhas e 20minutos depois passamos por uma PEDRA EQUILIBRADA, onde eu fiz questão de escalar e tirar uma foto lá encima. Outros vinte minutos nos leva até outra formação rochosa com uma cavidade excelente para um breve descanso, podendo ser possível nos deitarmos de maneira confortável, que chamei de PEDRA DO SOFÁ, mas que parece mais com uma grande mão. Essa trilha é mesmo bem bonita e em mais dez minutos já vamos nos dirigindo para a surpreendente PEDRA DAS PRATELEIRAS, ainda um pouco escondidas atrás da serração e logo desembocamos na GRANDE BIFURCAÇÃO, onde escondemos nossas mochilas atrás de uma rocha, porque ao invés de viramos à esquerda, como quem vai em direção ao maciço das Agulhas, vamos virar à direita em direção à Pedra da Maça e Pedra Assentada, mas como teremos que retornar, resolvemos deixar as mochilas e seguirmos leves. Poderíamos a partir daqui, seguirmos para a Pedra das Prateleiras e subirmos até o seu cume. É perfeitamente possível escalar sem equipamentos, mas há uma passagem bem exposta e por isso mesmo, nas regras do Parque Nacional, você é obrigado a portar alguns equipos básicos para sua segurança. Eu já havia subido lá uma década atrás, mas dessa vez não vamos ao cume, mesmo porque seria uma subida inútil já que não conseguiríamos enxergar nada mesmo. Então pegamos a trilha e logo mais à frente, uma nova saída para a esquerda, até que ela desemboca no lago de altitude de onde já podemos avistar a Pedra da Tartaruga e a Pedra da Maça, 2 monólitos que dão um charme todo especial para o lugar, que agora, por causa das chuvas de primavera, estão rodeadas de pequenos laguinhos onde os sapos flamenguinhos fazem a festa, se acasalando por toda parte. O Cenário composto pelo LAGO DE ALTITUDE, juntamente com a Pedra da Maça e a Pedra da Tartaruga, é daquelas paisagens que a gente poderia ficar olhando pra sempre, ainda mais quanto as juntamos com as Prateleiras ao fundo. O nevoeiro vai e vem, numa dança de esconde –esconde, mas surpreendentemente não chega a fazer frio e logo a gente abandona tudo e segue a passos largos em direção à Pedra Assentada, que até então nenhum de nós sabe exatamente do que se trata, pensando ser somente mais uma pedra equilibrada à beira do caminho. A trilha vai cruzando alguns brejos, se enfiando em meio a uma vegetação de altitude, cruzando por algumas formações rochosas, até que percebemos que teremos que escalar um amontoado de grandes rochas para alcançar o cume onde provavelmente estaria a tal pedra. Quando a trilha acaba, alguns totens parece nos indicar o caminho, mas logo, sem nenhuma sinalização, somos obrigados a usar nossa intuição para ganhar altitude e logo o que nos pareceu ser uma brincadeira de trepa pedras, acaba por nos levar quase a termos que usar técnicas de escalada para continuar seguindo em frente. Claro que deve haver uma rota onde se possa chegar ao cume sem muita exposição, mas ao perdermos a rota original, não tínhamos mais como voltar e a cada passo, a escalada ficava mais técnica e exigia da gente uma concentração para não escorregarmos e sermos lançados no vazio. Foi nessa hora que o Flórido e o Bruno nos avisou que pra eles já não dava mais para continuar seguindo e mesmo que eu tenha insistido, eles recuaram. E fizeram muito bem, porque dali pra frente só fez foi piorar e eu e o Vinicius passamos um perrengue, tendo que ficarmos bem atentos até batemos no cume ou no pé de uma grande PEDRA EQUILIBRADA ou PEDRA ASSENTADA ( 2.453 m) É possível chegar onde está assentada a grande rocha, inclusive tem algumas chapeletas instaladas, mas com muito cuidado, conseguiríamos subir até sem cordas, mas seria um risco desnecessário, então apenas batemos uma foto e voltamos desescalando com o mesmo cuidado que ali chegamos, reencontramos os meninos e em menos de uma hora estávamos de volta às nossas mochilas, junto à bifurcação. Nossa sequencia volta para o norte e vamos seguindo como se fossemos subir o Pico das Agulhas Negras, mas 700 metros depois, alcançamos o final da estradinha do Parque Nacional, que agora não passa de uma trilha. Nosso rumo nessa nova bifurcação agora é para a direita, perdendo pouca altitude e já mirando um morrote a nossa direita, onde a trilha volta a virar para a direita e toma novamente o sentido sul/sudeste. Iremos cruzar algumas pontinhas de madeira sobre pequenos riachos e algumas bifurcações a direita são ignoradas e pouco mais de três quilômetros e meio depois, desde que saímos do final da estrada do parque, pouco mais de uma hora de caminhada, desembocamos finalmente no sensacional ABRIGO MASSENAS, um ícone sobrevivente desse incrível parque, hora de fazer uma longa parada, preparar um lanche/almoço e dar uma esticada nas pernas. Passados quase uma década, eis me aqui novamente nesse abrigo lendário, que apesar do descaso do poder público, teima em se manter em pé, mesmo que só a sala da lareira tenha resistido ao tempo. O telhado agora se encontra todo furado, mas a estrutura de pedra ainda resiste. A construção é da década de 50 e já foi chamado de Abrigo dos Excursionistas, um bom nome para expressar a grandeza e a importância dessa construção para o montanhismo nacional. Acampar nesse lugar é o encontro do homem com o isolamento, com o silêncio absoluto no coração das montanhas e eu espero que essa nova gestão do parque possa achar forças para manter esse patrimônio em pé e transformá-lo novamente num lugar habitável, porque o parque e os montanhistas do Brasil merecem. A tarde chegou e o tempo continua mais que embaçado e a chuva ameaça cair a qualquer momento. Partimos pouco depois da uma da tarde na direção leste, mas logo em seguida, uma plaquinha nos fez desviar para a esquerde e acabei ficando perdido, não me lembrava daquele caminho, mas logo notei que esse era um novo caminho para fugir do grande brejo e pouco mais de 800 metros de desvio, a trilha voltou para o seu caminho original e pouco mais de 1 km depois, já seguindo na direção sul, passamos por uma bica d’água. O Vinícius e o Bruno aceleraram o passo e eu e o Flórido ficamos um pouco para trás, e a chuva que ameaçava cair, despencou em uma tempestade de raios, ventos e granizo. O Temporal varreu tudo que tinha pela frente e não deu tempo nem da gente se organizar para botar as capas de chuva. O frio era tanto que a gente quase que se arrastava pela trilha enlameada e quanto o relógio bateu umas 3 da tarde, demos de cara com o ABRIGO MACIEIRA. Construído em 1926, dizem que esse é o mais antigo abrigo do Parque Nacional e se o Abrigo Massenas está em estado lastimável, o Macieiras está muito pior e está interditado porque corre o risco de desabar. Em 2009, quando o parque reabriu a TRAVESSIA RUI BRAGA, que é como é chamada essa trilha que liga a parte alta com a parte baixa do parque, eu fui um dos primeiros montanhista a percorrê-la, inclusive a trilha estava toda interditada pela vegetação e era preciso se rastejar e abrir mato no peito. Acampei sozinho no Macieira, era uma época da minha vida que eu havia decidido me aventurar solo e nessa noite, na escuridão total ,eu desafiei meus demônios interiores e de lá pra cá, nunca mais nada tirou minha paz nas florestas e montanhas do Brasil. A visita ao abrigo durou alguns minutos, já que não estávamos autorizados nem a acampar fora dele. Então tínhamos 2 caminhos a tomar : Ou seguíamos descendo até a sede do Parque ou alguns metros à frente, virávamos à direita numa estradinha e íamos acampar em outro abrigo. Ouvimos falar que o ABRIGO AGUA BRANCA era um abrigo totalmente preservado e em condições de dormir lá confortavelmente, então decidimos que seria melhor enfrentar mais 2,5 km de caminhada e podermos ter uma noite tranquila, ao invés de caminharmos noite à dentro até a sede do parque e não termos como voltar para a civilização, além do mais, seria um grande prazer conhecer esse outro abrigo. A estradinha segue sempre em nível, muito porque é perfeitamente transitável e deve receber os carros oficiais do parque. A chuva diminuiu, mas não cessou por completo e a gente ainda sofria com o frio porque a temperatura despencou. O Flórido e o Vinícius seguiram à frente e quase uma hora depois, quando eu próprio cheguei no Água Branca, encontrei o Flórido totalmente desolado por ter encontrado nosso hotel de montanha trancado com 2 cadeados gigantes com senha. Nossa, foi um balde de água fria em todo mundo, eu mal conseguia falar de tanto frio, mas sinceramente imaginava que era um abrigo aberto como todos os outros. Ao lado do Abrigo AGUA BRANCA existe um pequeno galpão onde possivelmente se guardam ferramentas e acessórios para manutenção e logo atrás dele, um pequeno quartinho de 2 x 2 e felizmente estava aberto e vazio. Eu ainda estava paralisado pelo frio, mas os meninos ainda estavam desolados por causa do abrigo fechado e como a chuva não parava, o gramado onde daria para montar as barracas, estava completamente alagado. Foi aí que o Flórido resolveu tentar um contato com o gestor do Parque Nacional, já que conseguimos pegar um sinal de internet. Eu não estava muito de acordo com essa ligação, imaginei que se ele não nos disse que o abrigo estaria fechado, já estava claro que não era para a gente usar, mas já aproveitamos pelo menos para angariar uma autorização para dormir no quartinho vazio, melhor do que montar barraca no brejo. Claro, o gestor não passou as senhas do cadeado, como era de se esperar, mas nos deu autorização para acamparmos no quartinho, que ele nem sabia que existia. Eu e o Flórido nos mudamos para lá e o Vinícius e o Bruno, acamparam numa área abrigada na porta do abrigo. Agora com roupas secas e aproveitando que no finalzinho da tarde as chuvas cessaram, aproveitamos para subir na laje e acompanhar um espetacular pôr do sol sobre a extensão da Mantiqueira que abriga a Serra Fina, talvez o único motivo para se sair do caminho tradicional e vir até aqui, lindo de mais. SEXTO DIA – FINALIZANDO O último dia dessa travessia incrível, amanheceu com pequenos chuviscos e por causa disso, aproveitamos para descansar até mais tarde e só partimos depois das nove da manhã. Os 2,5 km voltando até a trilha principal, perto do Abrigo Macieiras, foram feitos de forma vagarosa, mas ainda assim nos pareceu muito mais rápido do que na ida. Reencontrando a trilha, que na verdade passou a ser uma estrada, o jeito foi meter o pé e deixar o tempo ir passando, já que nesse trecho final não há muita coisa para se ver, além da paisagem de sempre, sem muito visual. Somente uma hora depois talvez um pouco mais, é que nosso ritmo foi quebrado pela aparição de uma vara de QUEIXADAS atravessando nosso caminho. O Flórido ficou para trás e a minha frente se posicionou o Bruno e o Vinícius, que ao avistarem os porcos selvagens, trataram de meter marcha e sair dali rapidamente. Eu tentei entrar na mata na expectativa de conseguir uma boa foto, mas os bichinhos sumiram na mesma velocidade em que apareceram. Ao chegarmos na única bifurcação desse final de caminhada, viramos à esquerda e antes das 13:00, desembocamos em definitivo na GUARITA DO POÇO DO MAROMBA, bem a tempo de descobrir que não alcançaríamos mais o ônibus para Itatiaia, então, sem ter muito o que fazer, descemos ao poço de águas esverdeadas para uma ultima foto. A caminhada final até o centro de visitantes do Parque Nacional, vai nos tomar outra hora de andanças. Fomos muito bem recebidos lá, inclusive, aproveitamos para nos lavarmos e colocarmos uma roupa descente, enquanto aguardávamos o uber para nos levar até Itatiaia ( a cidade), mas acabamos pedindo para que o motorista nos deixasse direto na Rodoviária de Resende, onde descobrimos que, por causa da derrota de um dos candidatos na eleição de domingo, seus apoiadores resolveram não aceitar o resultado e desencadearam manifestações por todo o país, fechando rodovias e paralisando o Brasil. Em Resende, tivemos que encontrar uma hospedagem para ficarmos, na expectativa de que no outro dia a coisa pudesse se resolver, mas não foi isso que aconteceu. Mesmo assim, conseguimos embarcar num ônibus que tentaria chegar à capital e aos trancos e barrancos, entre bloqueios que abriam e fechavam, finalmente conseguimos voltar para casa. Só para constar, os manifestantes , já que esse movimento acabou por fazer parte da história, passaram mais de 2 meses ocupando ruas e quarteis de todo o país e no dia 8 de janeiro de 2023, tentaram um GOLPE DE ESTADO , que acabou fracassando e milhares acabaram presos, depois de quase destruírem as sedes dos três poderes e hoje, quase 3 meses depois, centenas ainda se encontram presos , sendo processados pelos atos antidemocráticos. Essa NOVA TRAVESSIA, que vem sendo planejada pelo Parque Nacional de Itatiaia, vem justamente em boa hora, num tempo em que outras travessias na Serra da Mantiqueira, acabaram por ganhar donos, que a enxergaram apenas como uma mina para se ganhar dinheiro e estou falando da Travessia Serra Fina, claro, onde o montanhismo raiz, acabou por ser renegado a segundo plano e priorizou-se o lucro. É dever do Estado fomentar o encontro do homem com a natureza, devolvê-los as suas origens, porque nós precisamos disso e é da natureza humana poder e querer se desafiar, poder ir ao encontro do desconhecido, pelo menos para ele, é do seu instinto querer vagar pelo mundo selvagem e vencer, mas vencer a sí mesmo e no final, se arrastar para casa, às vezes com o corpo estraçalhado, mas com a alma mais viva do que nunca e se sentir feliz, realizado por saber que sua vida está sendo bem aproveitada. Divanei Goes de Paula
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