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Olá mochileirxs!!! Vim relatar de forma sintética duas viagens pra Mantiqueira que fiz durante a pandemia, com foco em duas cidades: a paulista São Bento do Sapucaí e a mineira Gonçalves. Na verdade vai ser um compilado das duas viagens, cada uma delas hospedada em uma das cidades. De Ubatuba onde moro a São Bento do Sapucaí são cerca de 3 horas de viagem. No caminho está Santo Antonio do Pinhal, onde vale muito a visita o Pico Agudo, onde há uma plataforma para saltos de paraglider e uma vista linda da serra e da Pedra do Baú, grande atrativo de São Bento. Em SBS nos hospedamos em um airbnb no bairro Serrano, um pouco afastado do centro. Principais passeios em SBS são a olivícola Oliq, a meia hora do centro, no bairro Cantagalo, onde se faz visita e degustação dos azeites e azeites de abacate produzidos ali. A fazenda é linda, tem um restaurante, lojinha pra compra de produtos e a degustação, que hoje custa R$ 59. Necessita reserva. Para quem gosta de vinho, há 2 vinícolas em SBS: a Portal da Luz e a Santa Maria. Em ambas é possível visitar e caminhar entre os parreirais, sendo que a Portal da Luz tem vista da pedra do Baú e degustar os vinhos, ao preço de R$120 a Portal da Luz e R$100 a Santa Maria. A degustação dessa última é excelente, muito bem servida, vinhos muito bons, e ela tem também um restaurante super bem avaliado. As duas são bem próximas, e podem ser feitas no mesmo dia (cada uma em meio período, mas necessitam reserva). A grande estrela de SBS é a Pedra do Baú, em torno da qual há uma unidade de conservação estadual. As opções de trilhas/caminhadas por ali são a trilha do Bauzinho , de cerca de 1,5 km, valor da entrada R$18; a trilha da Pedra do Baú, uma caminhada de 1 hora e mais via ferrata de mais uma hora, com degraus de ferro presos as rochas e trechos curtos de trilha, aconselhável ir com guia e obrigatório uso de equipamento de proteção; e a Ana Chata, uma hora de caminhada e depois algumas transições de pedra e escadas metálicas, somando 1,5 hora de trajeto, também aconselhável ir com guia. A trilha Ana Chata é acessada pelo estacionamento Chico Bento e não pela entrada do Bauzinho. Por fim, a cidade conta com diversas cachoeiras de entrada livre, praticamente sem trilha, um centrinho bucólico bem de cidade do interior, as capelinhas de mosaico, a cervejaria Bauzera e um movimento de cafés especiais e pães de fermentação natural deliciosos, destaco o Café Moagem. Gonçalves está a 30 minutos de SBS e parece uma cidadezinha cenográfica, pequenininha e mais movimentada nos finais de semana. Tem um centrinho com cafés, indico o Café da Frida, sorveterias e restaurantes, e bem perto do centro a cervejaria tres orelhas, no bairro de mesmo nome, com ótimas cervejas e uma vista maravilhosa. Ficamos num airbnb bem perto do centrinho, mas já num bairro rural com vista linda. Em Gonçalves a grande atração é a Pedra do Forno, com trilha de 1 hora subindo por dentro da mata e alguns degraus de ferro na pedra no final. Possui vista 360 graus da região. Próximo da trilha está o restaurante Ao pé da Pedra, com comida caseira a vontade, verduras e legumes cultivados no local, R$55 por pessoa. Ali do lado tem a Pedra Chanfrada, com trilha um pouco mais curta mas vista menos ampla também. Para fechar o roteirinho, visitamos também a Cachoeira do Cruzeiro, com entrada paga, é uma propriedade privada, mas que acessa algumas cachoeiras por trilhas bem cuidadas. Esses foram os programas que fizemos na região. Por perto também tem uma rota de café, na cidade de Santa Rita do Sapucaí, a 1 hora de Gonçalves, com visita as fazendas e degustação de cafés especiais. Excelente programa pra um feriado prolongado. Se alguém quiser, posso passar os links dos airbnbs que ficamos.
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No dia 14 de Junho de 2019 foi inaugurado o Caminho de Nhá Chica, inspirado no Caminho de Santiago de Compostela e no Caminho da Fé, a rota se inicia na cidade de Inconfidentes/MG e vai até o Santuário de Nhá Chica em Baependi/MG, são cerca de 260 km cruzando as belíssimas paisagens montanhosas da Serra da Mantiqueira, é todo sinalizado com setas e placas, para mais informações há um grupo no Face com o nome "Caminho de Nhá Chica" ou visite o site: www.caminhodenhachica.com 1° Dia: Inconfidentes/Borda da Mata (21 km). Eu percorri em Setembro de 2019, o 1° trecho, entre Inconfidentes e Borda da Mata, é o mesmo do Caminho da Fé, após Borda os caminhos se separam, o da Fé vai pra Tocos do Moji e o de Nhá Chica vai para Congonhal... 2° Dia: Borda da Mata/Congonhal (25 km). Trecho muito bonito após uma fazenda com um haras, muito pitoresco, na metade do trecho há uma torneira ao lado da Igrejinha no bairro das Almas, o topo da Serra das Almas e Cachoeira das Almas são os destaques desse trecho... 3° Dia: Congonhal/Espírito Santo do Dourado (26km). Trecho magnífico, logo de cara tem que superar a Serra de São Domingos, ainda na Serra, no km 07 tem fonte de água potável e mais uns 7 km depois tem o Santuário da Obediência, com estrutura de água e lanchonete, a paisagem é linda, com lindas araucárias e várias plantações de brócolis e morango, um dos trechos mais bonitos do caminho... 4° Dia: Espírito Santo do Dourado/Silvianópolis (20 km). Trecho muito bonito e ermo até a rodovia MG-179, chegando nessa rodovia, a uns 100 mts tem uma barraca de frutas e doces mineiros onde adquiri bananas e doces, os últimos 3 quilômetros são em asfalto até Silvianópolis... 5° Dia: Silvianópolis/Careaçu (20 km). Trecho plano e tranquilo perto dos anteriores, na saída de Silvianópolis há um belo lago chamado Lago dos Bandeirantes, próximo a Careaçu o caminho coincide com o Caminho de Aparecida até a cidade, paramos no bar da ponte para beber alguma coisa e seguimos para a belíssima Pousada Castelo... 6° Dia: Careaçu/Heliodora (24km). Saindo de Careaçu por baixo da Fernão Dias, chegasse na Comunidade Rainha do Brasil, ali o monge Bernardo ofereceu café e batemos um papo, deixando o local passa-se por umas 3 porteiras e uma pequena trilha até pegar a estrada de terra novamente, a partir dali caminha-se por lugares muito ermos e bonitos até o km 16, ali há um comércio para abastecer e depois seguir pelos 8km finais pelo asfalto visualizando lindas montanhas... 7° Dia: Heliodora/Natércia/Conceição das Pedras (24km). Entre Heliodora e Natércia há uma grande inclinação a ser vencida, ou seja; vai ter que subir muito e descer tudo até Natércia, lá de cima tem uma bela vista de ambas cidades, em Natércia me abasteci com víveres e segui rumo a Conceição das Pedras em meio a belíssimas paisagens, o destaque nesse trecho é a bela Cachoeira da Usina, eu aconselho a ficar em Natércia pois a pousada lá é muito boa e serve janta e a de Conceição das Pedras fica atrás de posto de gasolina, sem janta... 8° Dia: C. das Pedras/Cristina (36km). Mais um dia com uma serra a ser vencida, talvez a maior inclinação do trecho, porém esse trecho é o mais belo do caminho, passa por mata nativa, pelo bairro Sertãozinho e Vargem Alegre onde há muitas plantações de banana e café, em Vargem Alegre (km18) há uma pousada, seguindo adiante, o caminho até Cristina revela-se magnífico com suas belas paisagens, Cristina é uma cidade turística e charmosa, a mais bela do caminho... 9° Dia: Cristina/Carmo de Minas Carmo de Minas (20km)/ Soledade de Minas (16km). Pretendia fazer os 36km mas entre Cristina e Carmo de Minas é por uma rodovia movimentada e sem acostamento, portanto peguei uma carona até Carmo e de lá iniciei os 16 km até Soledade, o trecho é por terra e plano, não tem a beleza dos trechos anteriores mas é bonito, ali já estamos caminhando pela famosa Estrada Real, Soledade de Minas é uma cidade bem pequena, há um trem turístico que vem de São Lourenço até lá... 10° Dia: Soledade de Minas/Caxambu/Baependi (30km). Pra sair de Soledade é necessário subir uns 4 km de asfalto (trecho movimentado) até a estrada de terra que leva a Caxambu, alguns km depois encontra a Estrada Real e segue até a cidade por trechos tranquilos, com matas preservadas, consegui ver alguns saguizinhos nas árvores, ao chegar em Caxambu segue pela rua de cima da rodoviária rumo a Baependi, terra de Nhá Chica, devido a proximidade das cidades, os 7 km finais não tem muita beleza, com alguns lixos no meio da estrada mas ali o importa é chegar ao Santuário de Nhá Chica e agradecer pela jornada perfeita, conhecer o local, comprar lembranças, carimbar e pegar o certificado, foi o que fiz depois segui para um hotel p/ descansar e voltar pra casa no dia seguinte... POUSADAS QUE PERNOITEI: Preços em 2019... Santa Varanda: Inconfidentes: $50 Tem janta 👍 Nossa Senhora de Fátima: Borda da Mata: $60 Tem janta 👍 Hotel Silva: Congonhal: $50🙁 sem janta (é melhor ficar no JS). Pousada do Adão: Espírito Santo do Dourado: $50🙁sem janta (Na verdade é ponto apoio onde vc pousa, não tem outra opção por enqto). Hotel Luciana: Silvianópolis: $50👍 Tem janta no comércio embaixo do hotel. Pousada Castelo: Careaçu: $50👍 Tem janta na praça da Matriz. Hotel Vilarejo: Heliodora: $50😒 (Única opção na cidade, tem o suficiente, conseguimos janta mas não sei se é sempre que consegue). Natércia: Pousada do Juliano: $?👍Tem janta, eu não fiquei lá mas vi que é bonita. Conceição das Pedras: Pousada da Dona Fininha ☹️ $50 sem janta, fica atrás de um posto de gas. Bairro rural Vargem Alegre: Zé Toco $?( Por ser casa de família, provavelmente serve janta, eu não fiquei lá). Cristina: Pousada Casarão: 👍🤑$100 (belíssima pousada mas é cara e não oferece janta, é melhor ficar na Pousada Real, do Célio, $50 + janta). Carmo de Minas: Hotel São Lucas:👍$? (Não fiquei mas vi que o hotel é muito bom). Soledade: Solar das Montanhas: 👍$60(boa mas não serve janta). Caxambu: Hotel São Francisco 👍$80 não oferece janta. Baependi: Pousada Instituto Nhá Chica: 👍$? (não fiquei, não sei se serve janta, a pousada é bonita). Se quiserem um relato bem detalhado visite o site abaixo: http://www.oswaldobuzzo.com.br/Home/caminho-de-nha-chica
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Marmelópolis é um município que está situado na Serra da Mantiqueira, sul das Minas Gerais. Fica bem próximo da região de Itajubá. Lá eu acampei no Camping e Pousada do Maeda, que, assim com toda a paisagem do local, é uma pessoa incrível, com vasta história no Montanhismo. Aqui vou relatar um pouco de como foi esses quatro dias de viagem, sempre me locomovendo de ônibus ou a pé, passando por lugares magníficos, vivenciando aventuras na mata atlântica, cachoeiras, picos e trilhas! Essa região por bem dizer era um sonho a ser realizado, na verdade a intenção foi sempre o Pico dos Marins (2420m), mas por uma questão de logística e de reconhecimento do local, preferi fazer o Pico do Marinzinho (2432m) e lá de cima poder avistar o Pico dos Marins bem ao lado. Sim, já o fitando pra uma futura caminhada... (Foto: Do Marinzinho avistando Pico dos Marins) "O que vocês diriam dessa coisa Que não dá mais pé? O que vocês fariam pra sair desta maré? O que era sonho vira terra Quem vai ser o primeiro a me responder? Sair desta cidade ter a vida onde ela é Subir novas montanhas diamantes procurar No fim da estrada e da poeira Um rio com seus frutos me alimentar" Dia 1: Ônibus, esperas, ônibus, "Seu Maeda, vê se me escuta"... Antes de mais nada, vale frisar que a citação da letra 'Saídas e Bandeiras' foi entendido por mim não como uma reverência aos bandeirantes, mas ao contrario, pois ao invés de entrada é saída. Não tenho a intenção de fazer o mesmo que a história "oficial" diz, que fica a cultuar e honrar esses bandidos assassinos. Era um domingo de abril e embarquei as 07h00 sentido Itajubá, num ônibus da empresa Santa Cruz, que nesse horário tinha apenas o executivo. O custo foi de R$60,00. Esse busão deu um rolê considerável, fez umas três paradas, só vi a primeira que foi em Bragança Paulista. Nas outras paradas eu estava capotado no sono. Deu meio dia, e cheguei na rodoviária de Itajubá, de lá era a vez de embarcar num ônibus pra Marmelópolis. No site dizia que de domingo só teria as 17h30 pela empresa São José, sendo que nos outros dias tinha o das 15h30. Mas foi isso mesmo, tive que esperar até as 17h30, mas sem erro, faz parte. Era sinal que eu teria mais tempo pra almoçar, ler um livro e por que não tomar umas brejas? Assim o tempo passou rápido. Sei que as 19h00 eu estava no centro de Marmelópolis, foi hora de estender o mapa e seguir rumo ao Maeda, no breu, uma escuridão na estrada. Lá fui eu. Da igreja matriz, segui à direita passando pela pousada das flores. Com a lanterna do celular acessa, segui o caminho que começou com uma subida. O trajeto do centro de Marmelópolis até a pousada do Maeda tem em torno de 7km, estava um friozinho, mas logo tive que abandonar a blusa na mochila e secar o suor que escorria no rosto. O caminho que fiz vou deixar evidenciado na foto (27), quem tiver de carro tem placas indicativas desde o centro colocadas pelo seu Maeda. Na real, tudo que está sinalizado de pontos turísticos no Município foi ele quem fez, mostrando quem realmente promove o turismo na cidade. Deu vinte minutos de caminhada e um susto! Em meio ao escuro fiz o gesto de olhar pra cima. Fiquei 'espantado' com a quantidade de estrelas que avistei no céu. Tinha muita estrela, não chegava a iluminar a estrada de terra, mas com certeza não daria pra contar de jeito nenhum. Estrela demais, uma baita noite linda. As 20h20, cheguei na pousada do Maeda e me deparei com as luzes apagadas. Tinha apenas uma luz ao fundo acessa e por isso me fez chamar e gritar por uns 40 minutos e nada. "Boa noite!!!", "É o Carlos que vai acampar", "Olha o portão, boa noite", "Seu Maeda vê se me escuta"... Gritava e nada. Nesse momento eu percebi a bateria do celular acabando, desliguei por um momento e o escuro tomou conta, não dava pra ver nada. Eu já logo pensei, "Pronto, tô começando bem". Mas quando se está numa viagem, imprevistos podem acontecer e é necessário improvisar as vezes. Passei na pousada do Dijalma, que fica ao lado, mas parece que não tinha ninguém. O improviso foi a de montar a barraca por ali mesmo e dormir. Não dava pra acampar na frente do portão do Maeda, pois tinha muita formiga, que inclusive subiram nas minhas pernas e só fui perceber depois das dores. Então, para aproveitar o restante da bateria do celular, tirei as coisas da mochila e montei a barraca mais a frente... Foi aí que uma luz acendeu. Sim, era o seu Hideki Maeda no portão, "Esta hora, Carlos?" Dei risada e expliquei o horário do busão, que até então no nosso contato por telefone pensávamos que sairia as 15h30 e então eu chegaria mais cedo. Como foi anoitecendo, ele pensou que era algum tipo de trote. Uma pessoa ir sozinha, na caminhada, e num domingo, realmente não é muito comum. O importante é que deu tudo certo nesse dia, ainda jantei e pude ser muito bem recepcionado pelos Maeda. Quem diria que um vizinho pudesse ligar pro Maeda avisando que tinha gente gritando. Ufa, salvou! Dia 2: Pico do Marinzinho, bate-volta e autoguiado Acordei bem cedo, um friozinho ainda pairava dentro da barraca, que estava bastante úmida na parte interna. O café da manhã estava marcado pras 07:00 horas e foi enquanto eu me alimentava que o seu Maeda deu as últimas informações, contou algumas de suas histórias no montanhismo, e disse que seria uma subida tranquila. Me entregou um mapa e uma capa de chuva, item que eu havia esquecido de levar. Mostrei meu roteiro e os mapas que eu tinha em mãos e também alguns relatos sobre o Marinzinho e sua pousada. Ele leu tudo se mostrando bastante curioso ao que se tem disponível sobre sua pousada na internet. (Foto: Barraca e jardim do Maeda) (Foto: Araucárias e os picos) As 07h45, eu já estava com o pé na estrada, pronto pra um bate-volta 'Pico do Marinzinho x Camping Maeda'. A intenção era subir direto e na volta passar pela Pedra Montada. Em 35 minutos, cheguei na cerca que delimitava a reserva particular (RPPN Terra da Pedra Montada), e a partir desse ponto não se passa carro nem moto. A trilha continuou ainda bem larga, mostrando que ali fora uma estrada, estrada essa criada a mando de um prefeito jipeiro pra chegar até a Pedra Montada. Hoje em dia está em desuso e tem trechos bem erodidos, mas parece que tem um projeto de asfaltar essa parte no sentido de facilitar o turismo local. Por ora, quem alimenta a estrutura turística daquela região é o seu Maeda. E uma dica que dou: quem não tem muita experiência consegue fazer essa trilha. É só estar com a segurança básica, ter vontade e um certo condicionamento pra chegar no topo. De resto tá tudo muito bem sinalizado, sendo uma subida autoguiada. Tem trecho com cerca de arame farpado pra ninguém se perder, e as placas características e com o 'selo Maeda', estão por todo lado onde se é necessário informar a direção. Peguei um tempo excelente, e isso fez com que a minha caminhada passasse voando. Não tem nada de andança monótona, foi tudo sempre com um visual esplendido à minha direita e na esquerda, depois de um tempo, eu conseguia avistar o meu destino do dia. Depois que passei pelo trecho da Pedra Montada a trilha foi se fechando na mata, tudo estava bem demarcado, mas vira e mexe eu tinha que me agachar pra passar. Após menos de 2 horas cheguei no mirante São Pedro, quem tem 2135 metros de altitude. Ali fiz uma parada pra comer algo, beber água e recompor as energias. Dali pro Marinzinho faltava 1 hora, sendo que o estilo da trilha mudaria um pouco, seria mais rocha e tendo que fazer escalaminhada. A partir de então começou a ficar mais puxado, sorte que minha mochila tava leve, o que pesava mais eram os 4 litros de água que eu tava carregando. Com um clima agradável a caminhada ficava sussa, apenas tive que prestar bastante atenção em cada passo, assim diminuí o risco de qualquer tipo de acidente. No geral, o silêncio da mata imperava, quando os pássaros voavam, dava pra escutar o barulho das asas de muitos deles que passavam bem perto. Era uma segunda-feira e não encontrei um ser humano sequer na trilha, e nem quando eu estava já no topo do Marinzinho e admirando o Pico dos Marins, não vi ninguém subindo. Faltando pouco pra chegar no topo, o tempo fechou e todo o visual que eu tinha, nesse momento só via nuvens. Isso não atrapalhou minha navegação, pois as marcações eram constantes e também tinha cordas amarradas pra ajudar na escalaminhada em trechos mais difíceis. E foi por volta das 11h35 que estacionei no topo do Marinzinho. Todo o esforço compensado, o tempo abria aos poucos e formava uma paisagem impressionante. O cenário mudava tão rapidamente que ficava até difícil captar tudo. Depois de uns vinte minutos, a situação se estabilizou e por sorte minha com uma visão aberta pra diversas cidades, o Pico do Itaguaré, o Pico dos Marins e outras montanhas mais ao fundo. Show! Coloquei a blusa, pois ventava muito. Comi meu lanche e descansei um pouco. Lógico que tirei várias fotos, mas para além disso fiquei contemplando bastante a natureza para que eu pudesse carregar memórias assim como nas fotos... Pra descer foi tranquilo, tive um escorregão que me deixou mais atento e não baixar a guarda na segurança. Exigiu mais dos joelhos, mas foi de boa. Passei na Pedra Montada e foi onde vi o ponto de Água, que me pareceu ser o único da trilha. Lembrando que esse trecho da água também estava sinalizado. Percebi que o ideal é subir pra ver o pôr e o nascer do sol, mas seria necessário acampar lá em cima. Então, que fique pra uma próxima rs. Já na pousada do Maeda, caiu a ficha do rolê que eu fiz, fiquei bastante contente, tinha dado tudo certo até então, e parti direto pro banho. Deitei um pouco na barraca e as 19h00 era hora da janta. Pensa numa janta farta, comida bem diversa, uma mistura de mineira com chinesa e japonesa. Foi cobrado o valor de R$30,00, já com refrigerante incluso, salada e frutas. O valor do camping com café R$40,00; sem o café é R$30,00 a diária. Para informações sobre o Camping segue Contatos: https://pt-br.facebook.com/marmelopolispousadamaeda/ http://pousadaecampingmaedasuldeminas.blogspot.com.br/ Os dias 3 e 4 da viagem deixarei pra próxima postagem. Aguardem... Até mais! Fotos: (Foto: Portal RPPN - Pedra Montada ) (foto: após passar pedra montada, o pico) (Foto: outro angulo do pico ) (Foto: Mirante São Pedro (2135m)) (Foto: pronto pra subir) (Foto: na escalaminhada e olhei pra trás) (Foto: agora vai, o ataque) (Foto: cheguei no topo, sem visual) (Foto: vento e o tempo se abrindo ) (Foto: muito vento) (Foto: nuvens que se foram e tbem ficaram) (Foto: bem loko ) (Foto: o zoom na cidade ) (Foto: o tempo abriu pra ver o Itaguaré) (Foto: depois da mudança de tempo) (Foto: as nuvens se dispersando) (Foto: tempo abriu pra ver o Marins) (Foto: Marins, nuvens e sombra) (Foto: Selfie e Itaguaré desfocado no fundo) (Foto: Marcações e a corda pra ajudar) (Foto:Descendo na volta e o Visual Itaguaré ) (Foto: Flora local) (Foto: Na volta passei na Pedra Montada) (Foto: Do Centro pra Pousada)
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Olá Mochileiros, como vão? Espero que bem, aqui estou eu novamente escrevendo meu segundo relato do ano de 2018. Ano passado fizemos a travessia da Serra Fina em 17h, se quiserem ler o relato segue o link: O propósito para esse ano seria fazê-la em 2 dias para podermos aproveitar mais a montanha e o companheirismo da turma. Como de costume, o Nandão plantou a ideia de fazer a travessia em 2 dias e nós aceitamos de cara. Nosso parceiro Breno deu ideia de fazermos a travessia ao contrário, pois assim passaríamos no Vale do Ruah à tarde e não de madrugada. Escolhemos uma data que fosse melhor para todos e reunimos a turma. Aquele medo de fazer a Serra fina já não era tão grande como foi da primeira vez, o medo agora era de tentar terminá-la com o peso da mochila. Como sabíamos da dificuldade da travessia, treinamos por vários meses e, depois de adiarmos o passeio por 2 vezes por conta do tempo, nos dias 18 e 19 deu tudo certo. Confesso que torci para chover novamente porque estava com muito medo de fazer a Serra fina, ainda mais no sentido inverso, mas como eu havia prometido aos meus amigos que eu iria, eu fui. Estávamos em 5 pessoas: Samuel (eu), Nandão, Breno, Zé Renato (Fotógrafo oficial) e Jonas (primeira vez na SF). Saímos da Cidade de Santa Rita do Sapucaí-MG às 23h com o nosso motorista oficial Edson, chegamos até a entrada do Sítio do Pierre às 2:20 da manhã, fizemos uma oração e partimos rumo ao nosso objetivo. Passamos pela trilha, chegamos no primeiro ponto de água e já atacamos o Alto dos Ivos. Chegamos lá por volta de 7h14min, onde esperamos nosso companheiro Jonas que demorou cerca de 1h para chegar. Enquanto isso, deu pra fazer um café para dar uma aquecida - o café saiu sem açúcar porque nosso companheiro Breno esqueceu de trazer...hehe, mas faz parte. Saindo do Alto dos Ivos fomos direto para o Pico dos Três Estados. Até antes de chegar nesse pico eu estava animado e pensei “Até que o meu treino fez efeito, estou me sentindo muito bem”. Doce ilusão, mal sabia que a subida dos 3 Estados era difícil e ao contrario mais difícil ainda. Subindo aquela montanha enorme pensei em abortar a travessia, mas segui firme até o pico. Zé Renato e Nandão como sempre subiram primeiro, esses dois sem sombra de dúvidas são de outro planeta. Quando eu e o Breno chegamos os dois já estavam dormindo e nós aproveitamos para também tirar um cochilo e esperar o Jonas (esse cochilo rendeu viu?!). Chegada nos 3 Estados 10h21 Saindo dos 3 Estados, fomos para o Cupim do Boi. Lá tiramos algumas fotos, paramos para fazer um lanche e esperar o Jonas...rsrs. Nesse momento, nosso amigo Zé Renato deu a Ideia de criarmos uma #cadeojonas...hehe, e não é que pegou?! Logo depois disso, partimos para o Vale do Ruah. Chegada no Cupim do Boi 12h58. O caminho até o Vale do Ruah é relativamente mais tranquilo, a única coisa que enche o saco são os Capins Elefantes que seguram, dificultando a caminhada. Lá pegamos água, molhamos os pés e fomos atacar a Pedra da Mina. Chegada no Vale do Ruah 14h51 A subida da Pedra da Mina é muito cansativa, quando eu a vi lá debaixo bateu um desanimo, é muito alta. Quem já fez a travessia ao contrário sabe do que eu estou falando, é uma subida que não tem fim. Eu várias vezes sentei e comentei com o Breno que queria chorar e abortar a travessia. Sentamos umas 3 vezes para descansar e toda vez que sentávamos cochilávamos por um tempo. Quanto mais a gente subia, mais cansado a gente ficava e nunca chegava, sinceramente, nesse momento eu queria ter um amigo rico, mais bem rico com um helicóptero pra eu poder ligar e ele vir me buscar..rsrs Depois de todo o sofrimento, chegamos no topo. Ufa! Pensei que não chegaríamos. Montamos nossa barraca, fizemos aquela feijoada ao som de Sorriso Maroto e Thiaguinho (créditos ao Nandão), comemos e fomos dormir. Dentro da barraca eu tive vontade de chorar, pensei que no outro dia não daria conta, mas dormimos. Na madrugada fez -4°C, nossa barraca congelou. gelo.MP4 No outro dia levantamos para ver o sol nascer - que espetáculo gente! Coisa linda demais. É um espetáculo da natureza ver o sol subir por cima do Agulhas Negras. Vejam as imagens: Depois do espetáculo, arrumamos as coisas, assinamos o livro e partimos com o objetivo de terminar a travessia. Nosso ânimo estava renovado e, apesar da noite mal dormida, estávamos todos bem, nesse momento esquecemos dos problemas do dia a dia e demos várias risadas pelo caminho. Isso me fez lembrar de uma frase que o grande Maximo Kausch (Gente de Montanha) disse na entrevista com o Danilo Gentili “Quando a gente está na cidade a gente segura uma máscara tentando ser outra pessoa e quando estamos na montanha, longe do conforto do dia a dia, você realmente vê quem é quem”. Eu particularmente gostei dessa frase e ela retrata muito bem os amigos que eu fiz na montanha, eles são demais. Descemos a Pedra da Mina e paramos no primeiro ponto para pegarmos água. O Sol estava bem quente e teve um parceiro nosso que queria ir de cueca, pois já não aguentava mais. Pedimos pelo amor de Deus para que ele não fizesse isso, por fim, todos reabastecidos, fomos rumo ao Camping Maracanã. Camping Maracanã às 09h44. Passamos rapidamente pelo Camping e paramos um pouco acima para comermos. tirar umas fotos e esperar o Jonas. #cadeojonas Descemos um pouco mais e logo depois avistamos o Pico do Capim Amarelo - o último pico dessa travessia. Que felicidade gente! Nem acreditava que não teríamos que subir outra montanha. Apertamos o passo, chegamos lá em cima às 12h43min e Zé Renato fez um time lapse animal lá de cima. time capim.mp4 A subida até o Capim Amarelo é pesada. subida capim.MP4 Nesse momento ligamos para a pessoa que iria nos resgatar e a mesma disse que iria nos buscar às 17h30min da tarde, pois estava saindo para fazer outro resgate, detalhe que nós havíamos conversado com ela anteriormente e cantamos a pedra que chegaríamos na Toca do Lobo por volta de 15h30min – 16h. Nesse momento lembrei do Sr. Edinho (uma ótima pessoa que todos que fazem a travessia já devem ter ouvido falar dele) e na mesma hora ele disse que iria nos resgatar, isso foi um alívio. Esperamos o #cadeojonas chegar e descemos às 13h30min do Capim Amarelo, rumo à Toca do Lobo. Estávamos ansiosos para passar no Caminho dos Anjos, pois na primeira vez que fizemos a travessia, não deu para tirarmos fotos, pois estava de madrugada ainda. Chegamos lá e as fotos ficaram incríveis (Creditos José Renato). Gostaria aqui de fazer uma pausa no relato e falar de uma pessoa que realmente é nota 10: José Renato Ribeiro - ele é uma pessoa que não mede esforços para tirar uma fotografia. Além de ser um ótimo profissional e humilde, ele é feliz fazendo o que gosta. Carregando a mochila pesada, cheia de acessórios, ele é capaz de ir na frente da turma e parar em um certo lugar só pra tirar fotografias da galera e das belas paisagens. Sinto-me privilegiado de conhecer essa grande pessoa e ser seu amigo. Além disso, agradeço ao Nandão por ter nos apresentado a ele. Obrigado por tudo Zé. Os créditos pelas fotos desse relato é seu. Chegamos na Toca do Lobo às 16h, tiramos mais algumas fotos, tomamos um meio banho na cachoeira pra tirar o cheiro de urso e fomos ao encontro do Sr. Edinho. Considerações finais: a travessia da Serra Fina no sentido normal já é bruta, no sentido inverso ela fica mais bruta ainda. Pensei em desistir várias vezes, mas a vontade de terminar, o encorajamento dos amigos e o desejo de não desistir falaram mais alto e isso me fez criar forças para concluir essa travessia tão linda e ao mesmo tempo tão dificultosa. É difícil colocar em palavras o quão difícil é subir uma montanha. Às vezes as pessoas acham que estamos exagerando e que não é tão difícil assim, pra essas pessoas eu digo e sempre vou dizer: vá lá e veja como é. A briga com o psicológico é constante, mas com um jeitinho e incentivo de todos a gente chega lá, lembrando que quando eu digo “eu”, eu me refiro ao grupo todo. Gostaria de agradecer de coração aos que foram nessa mega aventura - Nandão, Breno, Zé Renato, Edson (nosso motorista oficial, que todo ano está com a gente e dessa vez não foi diferente), Jonas (mesmo sofrendo para andar e acompanhar a turma, concluiu a travessia e foi até o final #cadeojonas). Muito obrigado a todos, espero que ano que vem nós possamos fazer outras travessias. Apesar de difícil ela se tornou extremamente divertida por conta de vocês. Estava lendo um blog um tempo atrás e vi uma frase que não sei se é da blogueira, mas eu achei que essa frase faria todo o sentido para terminar esse relato, que ficará marcado nas nossas memórias por um bom tempo. “E então é o seguinte: Não desista. Não deixe que um sentimento de incapacidade cresça e tome conta de você. O melhor impulso para a falta de coragem é meter a cara e sair do lugar mesmo! Porque sempre há uma chance da gente tropeçar em algo maravilhoso. E é impossível tropeçar em algo enquanto estamos sempre sentados no mesmo lugar.” Até a próxima. 1º dia: 18,2km Ganho de elevação: 1.972m Tempo: 14h21m 2º dia: 11,6km Ganho de elevação: 531m Tempo: 8h 5m Elevação maxima: 2798m Dados do Strava.
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Fizemos a maioria dos caminhos que passam pela Serra da Mantiqueira(Estrada Real, Caminho da Fé, Crer....), alguns mais de 1 vez. É quase unanimidade entre os caminhantes que, indiscutivelmente, a Serra da Mantiqueira têm as mais bonitas paisagens e, nós concordamos integralmente. São caminhos que proporcionam lindas fotos, clima agradabilíssimo, povo acolhedor e simpático, ingredientes que definiram esse roteiro. Foram quase 50 dias e mais de 1.100 quilômetros de muitas alegrias, felicidade e paz, poucas tristezas e decepções. Começamos e terminamos na MAGNÍFICA cidade de Campos do Jordão-SP, depois de rever vários lugares (passei alguns invernos nesta bela cidade, quando eu era "bacana"). A cidade se transformou, criaram vários roteiros turísticos, belas e caras casas dos novos e velhos "bacanas", ótimos restaurantes, atrações mil, pousadas e hotéis de todo tipo e preço, tem até o refúgio do peregrino, comércio bom, povo hospitaleiro, clima perfeito e, ainda por cima fomos no verão, baixa temporada, onde com facilidade encontramos boa hospedagem com preços menores que muitas hospedagem em cidades pequenas. Outra coisa que pesou em escolher fazer essa travessia é que a região se assemelha muito com um projeto que temos em mente, que é a travessia entre Punta Arenas x Arica no Chile, então serviu como treinamento.
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TRAVESSIA PINDAMONHANGABA X CAMPOS DO JORDÃO Já passava das cinco da tarde, quando joguei minha mochila às costas e sai quase sorrateiramente sem que minha filha percebesse, provavelmente teria que escutar seu choro querendo ir junto, e eu teria o maior prazer em levá-la comigo, se tivesse mais idade. Quando desembarco em Campinas neste quinze de julho, apesar de não ser feriado, não encontro mais passagem para Pindamonhangaba, e nem para qualquer outra cidade do vale do Paraíba, a solução foi ir para capital, onde consegui com muito custo uma passagem até Taubaté. Já é meia noite quando finalmente o ônibus da Pássaro Marrom encosta na rodoviária nova da cidade de Taubaté . Desço do ônibus feito cachorro que acabou de cair da mudança, sem saber para onde ir, pois transporte para Pinda só ás cinco e meia da manhã. Resolvo achar um pulgueiro para dormir, coisa que fiz com extrema competência, pois lugar pior do que aquele em que eu dormi, duvido que exista. Depois de uma péssima noite de sono, lá estava eu, correndo feito um doido para chegar até o terminal tentando pegar o ônibus para Pindamonhangaba. Chegando à Pinda, o objetivo era encontrar com uns primos meus que estavam acampados no bairro de Ribeirão Grande, junto a uma fazenda que é a sede nacional da filosofia Hare Krishina. A nossa intenção era realizar uma travessia de montanha, que se iniciaria em um bairro chamado “Bairro do Pinga”, passaria pelo morro de mesmo nome, subiria até o pico do Itapeva, já em Campos do Jordão, e desceria a Serra da Mantiqueira até a fazenda Hare Krishina. Portanto as sete da manhã embarco no ônibus, que em pouco mais de 40 minutos me deixa a 2 km da fazenda Hare Krishina. Jogo a mochila nas costas e ponho-me a marchar neste trecho final. Logo alcanço duas pessoas com quem puxo conversa. Descubro que um deles pertence à fazenda Hare, e enquanto eu tento, sem sucesso, arrancar alguma informação que poderia me ser útil, o indivíduo cantarola um mantra, do qual não consigo entender nenhuma palavra. Finalmente depois de meia hora encontro com os meus primos, e sem perder muito tempo, arrumamos nossas mochilas para o início da travessia, ou melhor, eu arrumo a minha mochila, porque meu primo fez o favor de esquecer a dele, e eu tive que carregar a bagagem praticamente sozinho. Tudo certo e resolvido, a mulher do meu primo nos levou até o início da trilha, a uns 30 km da fazenda. Despedimo-nos dela e prometemos nos encontrar no dia seguinte, na própria fazenda. Nossa caminhada começa na estradinha rural, que vai adentrando o Vale do Pinga, cada vez mais encostando nos paredões gigantescos da Serra da Mantiqueira. Depois de alguns minutos, após cruzarmos um pequeno riacho, tropeçamos em uma porteira preta, que não estava prevista no roteiro. Voltamos um pouco para nos informarmos em uma casa próxima. As palavras da gentil moradora não foram muito animadoras. Ela nos disse, que a trilha que procurávamos, deixou de existir ha muito tempo. Por falta de uso, o mato tinha tomado de volta o que lhe pertencia, e a muito tempo ninguém conseguia fazer mais esta travessia, inclusive alguns escoteiros tentaram subir a montanha, mas não tinham alcançado nenhum sucesso. Alertou-nos ainda para tomarmos cuidado com as onças, que estavam atacando muito os animais da região. Quanto a isto não me preocupei, histórias de onças eu já ouvira em quase todos os lugares, essa era só mais uma. Mas o caso da trilha que desapareceu, isso sim me deixou preocupado. O roteiro que eu seguia, já tinha mais de dez anos e não era muito claro. Resolvemos arriscar, afinal de contas não tínhamos nada a perder, só a nos perder. Voltamos a porteira preta, e depois de uma análise, descobrimos que ela havia sido pintada, e que sua cor original era azul, justamente a porteira que constava em nosso mapa. A estradinha agora subia para valer e depois de passar por uma bica d’ água, entrou na mata, até finalmente terminar em uma porteira, e em mais cinco minutos de caminhada, chegamos a um degrau na montanha, onde pudemos ter a nossa primeira grande visão de todo o Vale do Paraíba e de todo o vale que havíamos bordejado. Aqui há uma casa, que foi reformada a pouco tempo, sua construção data da década de 50, e o proprietário, o sr Luís Reis, nos recebeu muito bem. Enquanto batíamos um bom papo, um esquilo exibido brincava em um mourão de cerca. O seu Luís também disse que alguns rapazes haviam passado por ali na semana passada portando um GPS, mas não conseguiram chegar a lugar algum. Contrariando mais uma vez os prognósticos negativos, seguimos nosso caminho. A pequena estrada, agora deu lugar a uma estreita trilha, que em mais alguns minutos nos levou a uma enorme casa de caboclos feita de madeira e barro. Esta construção muito antiga, hoje simboliza a decadência desta região. Nela mora apenas um indivíduo, que teima em tentar sobreviver neste pedaço de terra tão hostil. Aqui não há energia elétrica ou qualquer outro indício de progresso e até a casa não tarda em desmoronar. Continuamos subindo a trilha, até que depois de quinze minutos tropeçamos em duas casas em ruína. uma delas totalmente destruída e a outra ainda se segurava em pé, mas servia somente como moradia para dezenas de morcegos. Foi nesta decrépita habitação que recolhemos em um pequeno riacho a última água disponível que teríamos para o resto da travessia. Daqui para frente começava o nosso pesadelo. Procuramos, mas não encontramos trilha alguma que nos levasse ao alto da serra, como estava descrito no roteiro. Tentamos todas as direções, mas não obtivemos sucesso em nenhuma delas. Calculo que perdemos a trilha um pouco abaixo das casas em ruína. Resolvemos então enfrentar o mato no peito, guiando-nos apenas pela bússola. Prefiro subir por uma canaleta de água, aonde havia algumas bananeiras plantadas. O caminhar é lento e dificultoso, os cipós insistem em agarrar-se nas nossas mochilas. De repente ouço um barulho de algo correndo no mato. Meu primo mata logo a minha curiosidade, dá um pulo pra cima e grita: “É um tatu, um tatu galinha” . Eu não sabia que o cara era especialista em tatus. Finalmente emergimos da mata no topo desta serra. Que prazer estar aqui, sentir o vento no rosto e poder observar toda a beleza da Serra da Mantiqueira, com seus paredões gigantescos, seus vales profundos recobertos com a mais bela mata, que o olho de um ser humano pode apreciar.. Daqui já avistamos o Pico do Itapeva, que será alcançado só no dia seguinte. Também já avistamos daqui o Morro do Pinga, nosso próximo objetivo a ser alcançado. Depois de um bom descanso, retomamos a trilha que se metia no meio de enormes samambaias, na direção noroeste. Em alguns minutos a trilha simplesmente desapareceu e tivemos que seguir nossa intuição. Seguíamos bordejando o Vale do Bonfim a nossa direita e de repente estávamos travados em uma parede rochosa sem ter para onde ir, tentando adivinhar para que direção o diabo desta trilha havia seguido. Parados ali feito lagartixa na pedra, resolvemos tentar achar a trilha mais abaixo, mas para isso seria preciso tentar descer da parede. Foi quando meu primo com uma atitude totalmente desastrada e até meio irresponsável resolveu pular da pedra na vegetação logo abaixo. Resultado, o chão estava mais longe do que ele pensava, e o cara caiu feito uma jaca madura e por pouco não bateu a cabeça em uma enorme rocha que estava logo abaixo de nós. Passado o susto, descemos ao selado logo abaixo e reencontramos a trilha procurada. Estávamos agora com a encosta do Morro do Pinga subindo a nossa esquerda, mas nossa trilha não ia até o topo, continuava seguindo para nordeste até chegar de novo à floresta. Entramos na mata, mas sem nenhuma explicação, a trilha, que já não era clara, subitamente desapareceu. A incerteza começava a tomar conta de nós. Havíamos chegado até ali na raça, mas as coisas agora estavam muito complicadas. Tentei achar a trilha no meio da floresta, infelizmente sem sucesso. Saímos da mata para tentar achar outra solução, e depois de muito procurar achamos um rabo de trilha meio apagada. A trilha não era lá grande coisa, mas pelo menos serviu par nos dar alguma noção de direção. Tínhamos que tentar achar agora, uma cerca, que nos faria mudar radicalmente de direção. Claro que não encontramos cerca alguma, mas depois de meia hora de caminhada conseguimos localizar o tal selado que teríamos que atravessar. Chegando lá achei uma trilha mais nítida, que se iniciava depois de uma porteira de arame farpado. No começo a trilha até era bem aberta, mas depois de algum tempo, ela também desapareceu, e mais uma vez toca a gente ter que rasgar o mato no peito. Nesta briga incansável com a vegetação, acabei caindo em um buraco, que engoliu a minha perna, que acabei não quebrando por pura sorte. Logo a mata acabou e vimos surgir diante de nós, dois gigantescos vales, um a direita e outro a esquerda. O da esquerda nos deixava ver ao longe, algumas casinhas, que indicava ser ali o tal bairro de Piracuama(bairro das Oliveiras ?) descrito no nosso mapa, já o da direita, nos proporcionava uma linda visão de suas matas verdes e preservadas. Percebemos depois de algum tempo que a única maneira de cruzarmos os dois vales, seria pelo selado logo à baixo. Mas como chegar até lá, Se trilha alguma conseguimos encontrar? Ora, do mesmo jeito que chegamos até aqui, abrindo trilha no peito. A vegetação agora não era mais composta de árvores, mas sim de samambaias de mais de dois metros de altura. Que sufoco!! Prosseguíamos lentamente, vencendo a vegetação centímetro por centímetro, até esbarrarmos em algumas árvores isoladas, a meio caminho do selado. Paramos para descansar um pouco. O sol já ameaçava se jogar atrás da serra, e nós ali parados no meio de lugar algum, sem um centímetro plano e limpo para acampar. Escalei uma das árvores para melhor avaliar nossa posição. Estava cansado e com algumas dores pelo corpo, e dali de onde estava a melhor solução seria mesmo continuar seguindo em frente, até tentar alcançar a mata logo abaixo, pelo menos lá teríamos como achar algum lugar que desse para montar uma barraca. A decisão que tomamos se mostrou logo acertada e em menos de meia hora estávamos caminhando dentro da mata, até que avistamos ao longe o que parecia ser o telhado de alguma habitação perdida por estas paragens. Chegando ao local vimos que se tratava apenas de caixas para apicultura. E em mais um minuto desembocamos no que deveria ser no passado, uma estradinha, que hoje não passava de uma mera trilha um pouco mais larga. O local era perfeito para acampamento. Gramado, plano e seco. O único problema é que não tínhamos mais água, e não era ali que acharíamos o precioso líquido, pois estávamos muito longe dos vales, onde provavelmente algum riacho cristalino e gelado pudesse nos abastecer. Do final desta estradinha, onde pretendíamos acampar, encontramos uma trilha bem batida, com sinal de que era bem utilizada pelo pessoal da região. Mas de onde vinha? Para onde iria? Enquanto meu primo se recompunha e descansava no nosso futuro acampamento, fui investigar. Subi pela trilha durante uns dez minutos. A trilha serpenteava montanha acima e talvez nos fosse útil no dia seguinte. Mas foi nesta trilha que encontrei, para nossa sorte, dois pés de laranjas lima carregados. Posso dizer que foi a destruição da lavoura. Colhi o tanto de laranjas que uma pessoa magrela de 58 kg podia carregar. Voltei ao acampamento, e enquanto meu primo montava a barraca, fui investigar a parte da trilha que descia ao vale, para ver se achava água. O sol já acabará de se recolher a oeste e reinava sobre o vale apenas a penumbra, que dava ao local um ar de mistério e fascínio e, enquanto eu caminhava pela trilha, ouvia apenas o barulho do vento e do riacho, que provavelmente corria a centenas de metros abaixo. Caminhava a passos largos, quase correndo, foi quando de repente cai e bati o joelho em uma pedra. A dor era tanta que fiquei ali caído, uivando para o vale, feito lobo. Levantei-me e recuperado da dor e do susto, continuei descendo e percebendo que nada encontraria, resolvi voltar. Temos que agradecer muito, a sorte e a nossa competência de termos conseguido chegar até aqui neste fim de dia, como é bom poder tirar nossas botas e apreciarmos uma janta quentinha, mesmo que nossa comida não passe de uma mera lata de feijões, enriquecida com uma lata de sardinha e um pouco de queijo ralado. Se tivéssemos encontrado água podíamos nos dar ao luxo de cozinhar um bocado de arroz, mas não podemos reclamar. A lua está clara, não há nenhuma probabilidade de chuva. Já são quase sete horas da noite e antes mesmo que eu me recolha para dentro do meu saco de dormir, meu primo já havia apagado. Foi um dia longo e cansativo e novas aventuras nos espera no dia seguinte. Antes das 06 da manhã já estávamos de pé. Desmontamos acampamento e sem mesmo tomar café, por motivos óbvios, nos pusemos a caminhar. O nosso mapa dizia que deveríamos seguir para o oeste, até encontrarmos a trilha principal, que subia do vilarejo de Piracuama. Mas a trilha de conecção a esta trilha principal, não mais existia e então resolvemos ariscar a subir pela trilha batida que havíamos encontrado no dia anterior, acreditando que ela se encontraria com a trilha principal, já quase no meio da montanha. Caminhávamos com muito vigor e a passos largos, aproveitando a temperatura fresca da manhã. Conforme avançávamos na trilha, atrás de nós iam surgindo vistas de montanhas e vales mais distantes, sinal que ganhávamos altura com grande rapidez. Em pouco tempo a trilha entrou na mata e virou de vez para oeste, confirmando a nossa suspeita. E em quarenta minutos a dita cuja surgiu em nossa frente, sem aviso prévio e nos fez comemorar este golpe de sorte, ou de competência. Esta nova trilha deve ser muito antiga, pois se apresenta larga e bem consolidada. Provavelmente é usada por tropeiros e viajantes, que procuram encurtar o caminho entre o Vale do Paraíba e o sul de minas, claro, passando primeiro por Campos do Jordão. Por ela é possível até, com muita perícia e habilidade, subir de moto. Subíamos de vagar, aproveitando para apreciar as casinhas de Piracuama , quando a mata fechada abria uma janela, quilômetros abaixo de nós. A caminhada era gostosa e desimpedida. Sobre nós passavam as frondosas copas das enormes árvores, nos oferecendo sombra que ajudava a arrefecer o calor. Andávamos no ritmo de um pé à frente do outro, quase sem conversar, apenas ouvindo o som do mato, a batida do coração e o ar de nossos pulmões. Eu à frente, o Lindolfo atrás, às vezes desviávamos dos profundos sulcos que iam aparecendo na trilha, causados provavelmente pelas patas dos cavalos que eventualmente frequentam estas paragens. Foi quando em uma curva da trilha, de repente, sem que eu esperasse, surgiu à minha frente, algo que eu jamais esperaria encontrar nesta trilha. Algo que eu já vinha sonhando ver nestes quase quinze anos de caminhada em lugares remotos. Caminhadas em florestas e montanhas, em vales e cavernas, em serrado e planícies. Lugares desertos em que passei dias sem ver viva alma. E agora ali estava, e eu não estava sonhando, era real. Ali na minha frente se encontrava o maior carnívoro das nossas matas, o mais temido, o mais lendário, o mais folclórico, aquele que não perdoa ninguém, aquele que come bicho, come gente. Aquele que mete pânico nas pessoas da cidade e do campo. O bicho? A famosa e espetacular ONÇA. Isso mesmo, uma onça. Uma onça adulta. Uma ONÇA PARDA. Uma Suçuarana. E agora eu estava ali, frente a frente com a “comedora de homens” frente a frente a cinco metros de distância. Ela caminhava em minha direção, com a cabeça baixa, caminhava como um enorme gato. Tem um ditado que diz que você nunca estará certo de sua coragem, antes que se encontre com o perigo. Acreditem, medo algum eu tive. Se tivesse tido, diria sem problema algum. Não quero aqui me fazer de grande corajoso, pois não o sou, apenas estou passando o que senti ao ficar cara a cara com a “fera”. Esperei tanto por este momento, que a única coisa que consegui sentir, foi uma emoção e um prazer imenso de estar ali. Não fiquei mudo, pelo contrário, soltei um grito para denunciar ao meu primo a presença do bicho. “Uma onça, uma onça, olha Lindolfo, uma onça” . Nesta hora o maravilhoso animal levantou a cabeça, me olhou nos olhos, deu meia volta e entrou no mato. No mesmo instante, pudemos ouvir um miado que parecia ser de seu filhote. Sim, ela estava acompanhada. Ouvimos também os passos da onça na mata, ao nosso redor, parecia que ela não queria se distanciar de sua cria. Subimos os próximos metros da trilha com todo cuidado, não queríamos que o animal se sentisse acuado. Caminhei os próximos minutos na trilha, quase sem sentir os pés tocar o chão, estava inebriado, não sabia se ria ou se chorava. Ri e chorei, chorei copiosamente, escondendo as lágrimas atrás dos meus olhos de acrílico. Em menos de uma hora, cruzamos uma porteira e a trilha nos cuspiu para fora da mata e nos lançou a um degrau na montanha. Ventava tanto que era quase impossível ficarmos em pé. A vista era com certeza a mais bonita da caminhada até agora. Dali já avistávamos o Pico do Itapeva e toda a extensão da Serra da Mantiqueira com seus enormes picos beirando os 2800 metros. Depois de um breve descanso, adentramos em um reflorestamento e logo depois já caminhávamos com a ilustre presença das araucárias. Finalmente chegamos a uma rústica habitação e pudemos enfim nos afogar de tanto beber água, cedida gentilmente por um caboclo habitante desta região. Ele também nos serviu um revigorante café e algumas bananas. Despedimo-nos deste novo amigo e em vinte minutos já estávamos com a rampa de acesso ao Pico do Itapeva sob os nossos pés. Quem vem a turística Campos do Jordão, dificilmente deixa de vir ao Pico do Itapeva. Ponto obrigatório, o Itapeva talvez seja o pico mais turístico do Brasil. Chega-se aqui por uma estrada asfaltada, e bem conservada. Nesta época de inverno toda a nata da sociedade, principalmente paulistana, vêm desfilar com seus carrões importados e suas roupas de grife. Se como formação rochosa o pico não é grande coisa, em contra partida a vista que ele proporciona é fabulosa. Subimos a rampa de concreto, deixando para trás as lojinhas que vendem roupas de lã e outras inutilidades mais. Enquanto caminhávamos em direção ao topo, os ricos nos fulminavam com olhar de reprovação. Possivelmente nossas roupas destoavam da maioria. Parece que na visão deles éramos viajantes do tempo, talvez do tempo das cavernas. Estendemos nossa bandeira no topo, tiramos algumas fotos, brindamos com refrigerante gelado, mandamos os burgueses a merda e seguimos nosso caminho. Por mais três quilômetros, caminhamos por uma estradinha de terra, sempre com o Vale do Paraíba a nossa direita e em quarenta minutos, numa curva da estrada, encontramos a trilha que nos levaria de volta ao vale. No começo a trilha é praticamente uma estrada, que serpenteia entre o reflorestamento de pinus. O caminhar é bem agradável, e por todo tempo a sombra é nossa companheira. Não demora muito e a trilha propriamente dita aparece. É uma trilha batida, larga e de fácil caminhar. Nos surpreende o esplendor desta floresta, com suas árvores de grande porte. De dentro da mata não se avista muita coisa. A caminhada de resume em pôr um pé na frente do outro, com o cuidado para não se esborrachar nos desníveis que vão surgindo à nossa frente. Com pouco mais de uma hora de caminhada chegamos a um platô na montanha, um ótimo lugar para acampar, com vistas desimpedidas para quase todos os lados. Que lugar lindo!! Quem me dera se tivesse tempo para ficar a tarde toda apreciando o mundo daqui de cima. Não é à toa que três grandes religiões escolheram este lugar para construir seus templos. O templo Hare Krishina, uma religião indiana, o Santo Daime, uma religião criada nos confins da Amazônia e o templo da religião católica, representada pela Basílica de Aparecida. Mas o tempo é curto e após um breve descanso, nos lançamos novamente montanha abaixo. Perdíamos altura rapidamente e eu ia à frente com o passo acelerado, tão acelerado que acabei deixando meu primo para trás e ele meio desatento, acabou pegando um desvio errado na trilha e foi parar do outro lado do vale. E foi só através de seus gritos que consegui localiza-lo, e traze-lo de volta à trilha principal. Falando em perder a trilha, não sei onde foi que deixamos escapar a trilha de conexão que nos levaria direto para o templo Hare, acabamos passando batidos e fomos parar a uns três quilômetros a direita de onde deveríamos ter saído. Toca enfiarmos a cara de novo na mata e nos guiarmos apenas pela intuição na direção do templo. Às vezes avistávamos apenas as torres do templo, dando-nos a sensação de estarmos caminhando em direção aos templos perdidos na selva do Camboja. Finalmente chegamos à fazenda Nova Gokula, que em sânscrito, significa lugar onde as vacas são protegidas. Passamos pela Vila Védica, vila construída para que os devotos pudessem levar uma vida de extrema simplicidade. Adentrar na área do templo é se sentir como se estivéssemos na própria Índia. Do seu topo soa uma música que acalma a alma. As mulheres, com suas roupas extremamente coloridas e com suas pintas de argila na testa, simbolizando os chacras, faz esquecermos por alguns instantes que estamos no Brasil. Enquanto meu primo corre para avisar sua família que chegou vivo. Fico sentado por alguns instantes nas escadarias do templo, admirando aquelas pessoas totalmente estranhas a minha cultura. Como já passava das duas da tarde, aproveitamos para experimentar a deliciosa comida vegetariana, que aqui eles chamam de ¨prachada¨ (todo alimento oferecido a Krishina, deus). Antes de pegarmos o caminho de volta para casa, ainda vimos dezenas de vacas sagradas tentarem enfiar seus chifres bentos em um pobre porquinho. A situação foi muito cômica, menos para o porco, é claro. Se há pessoas que cultuam a vaca como um verdadeiro santo, mesmo sendo um animal totalmente sem graça e sem poesia. Posso garantir que nesse final de semana ao me deparar com a onça, me encontrei com ¨deus¨. É isso mesmo, foi um privilégio que muito pouca gente já teve, quantos passam à vida toda morando no Pantanal e na Floresta Amazônica sem nunca ter avistado uma onça. Talvez agora eu faça parte do pequeno grupo dos iluminados, dos escolhidos. A única certeza que tenho é que ao me encontrar com este deus de nossas matas, descobri ser este um deus do bem, e que de assassino nunca teve nada. Ao ficarmos frente a frente, nos olhamos e nos respeitamos. Cada um seguiu seu caminho: Ela floresta a dentro e nós, montanha acima. Divanei Goes de Paula / julho de 2005. Nota importante : Talvez essa travessia hoje esteja interditada, mas pelo que fiquei sabendo, seria possível subir pelo proprio vale do Bonfim e interceptar a trilha onde vimos a onça. Antes que alguém me pergunte da foto da onça, lamento informar que naquela época as maquinas eram obsoletas e eu tinha uma com filme de 36 poses que trazia comigo guardada na mochila, portanto impossível de ter tirado uma foto diante da situação, na verdade, foram poucas as fotos que se salvaram. Passado todos esses anos, explorei lugares selvagens, alguns onde ninguém nunca esteve antes e infelizmente a unica coisa que vi foram pegadas e nunca mais consegui ver outra onça .
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Essa é o tipo de travessia que todo montanhista gosta de ter no currículo, a Travessia Marins x Itaguaré é uma das travessias mais técnicas da Serra da Mantiqueira, com diversos obstáculos naturais que dão um toque especial ao caminhar pelas belas paisagens da Serra que chora. Características Dificuldade: Alta Distância: 17,78 km Altitude Máxima: 2.432 m Circular: Não Como Chegar Piquete fica localizada nas encostas da Serra da Mantiqueira na região do Vale Histórico ou Fundo do vale e fica praticamente no centro do eixo Rio-SP, estando a 243 km do Rio de Janeiro e 240 km de São Paulo. Para chegar até Piquete o acesso é feito pela Rodovia Presidente Dutra até a cidade de Lorena/sp no Km 51 e de lá através da BR – 459, Rodovia que liga Lorena/SP a Itajubá/MG, passando a cidade de Piquete segue-se em direção a serra e após 2 km se inicia a subida para a base do pico. As condições da estrada vicinal são muito boas, com asfalto até a Vila dos Marins, depois de passar a vila a estrada passa ser de bloquetes e alguns trechos de terra, recomenda-se um carro 4×4 para pegar esse caminho. Outra alternativa é passar a cidade de Piquete sentido a Marmelópolis/MG e pegar a entrada para a estrada do Saequi, uma estrada de terra muito bem conservada que chega até o acampamento base do Marins. A Travessia Fizemos a travessia no feriado da páscoa, de 3 a 5 de abril de 2015. Essa travessia já estava planejada desde o ano passado e faz parte de um projeto nosso de fazer 4 travessias famosas no Brasil esse ano. O Luan que sempre me acompanha nas trilhas não pode ir devido ao trabalho, então ficou de apoio na logística nos levando até Piquete e depois fazendo o resgate em Passa Quatro, dessa forma quem me acompanhou nessa aventura foi meu pai Mario. Antes mesmo de entrarmos na trilha já tivemos a primeira aventura, contratamos um cara para nos levar de Piquete até o acampamento base do Marins pelo Bairro dos Marins, combinamos tudo e estava tudo certo, porém, ao chegar no trecho ruim da estrada o carro não subia e nada que fazíamos convencia ele a tentar subir, nisso chegou mais um carro com três chineses super gente boa que também parou no mesmo lugar da estrada. Arrumamos a estrada colocando umas pedras, madeiras e mato para o carro deles subir e depois ajudamos a empurrar no fim da subida até o carro sair do atoleiro, vendo nosso problema eles nos ofereceram carona até o acampamento base. Adoro esse espirito de companheirismo do montanhismo. Bom graças a ajuda chegamos ao acampamento base, pegamos água e começamos a subida, o plano para o primeiro dia era acampar no cume do marins. O inicio do trajeto é bem tranquilo por dentro da mata em uma trilha bem definida, depois de 15 minutos já começa uma bela subida em direção ao Morro do careca já sem proteção de arvores, bem exposta. O Morro do Careca esta a 1.608m de altitude e é realmente o inicio da trilha do Pico dos Marins. Desse ponto em diante a vegetação se transforma, deixando para trás o aspecto de mata atlântica, passando para pedra, muita pedra, vegetação rasteira, capim elefante e algumas flores como o Ypê Astro. Vale lembrar que não existe ponto de água potável no caminho até o cume, então tenha água suficiente para a subida. A trilha inicial é bem nítida e vai acompanhando a crista do morro de forma bem acentuada. Ao longo da subida a alguns mirantes e após alguns minutos já é possível avistar o morro do careca novamente. Boa parte da navegação é feita através de totens e alguns desenhos no chão(se for seguir as setas, siga as amarelas), o ponto de referencia para continuar até o primeiro maciço é o Grande Totem, uma enorme pedra que se equilibra sobre outra. O caminho é passando por ela e seguindo em direção a Pedra da Andorinha. Passando esse ponto, o topo do Pico do Marins deixará de ser avistado, do lado direito ficarão os paredões e outros maciços e do lado esquerdo as montanhas de Minas Gerais. Sempre siga os totens ou seu GPS, principalmente nas bifurcações para evitar entrar em locais de difícil navegação ou áreas de risco como as bordas dos maciços. Para quem é montanhista não precisa nem falar, mas nunca destrua os totens ou crie novos totens em qualquer lugar, isso atrapalha a navegação dos demais. Você deve sempre observar que o Pico dos Maris estará a sua direita praticamente a trilha toda e você irá contornar os outros picos menores pela esquerda, qualquer coisa diferente disso vocês esta no caminho errado . Chegando ao segundo pico os trechos de escalaminhada se intensificam e o primeiro desafio é “escalar” uma rocha, de aproximadamente 4 metros de altura, por uma fenda. Logo após contornar este segundo pico a trilha segue em direção ao cume do Pico dos Marins e você irá passar pelo vale dos cristais. A trilha que vai para o Marins e o caminho da travessia é o mesmo até pouco depois do vale dos cristais, a travessia em si não vai até o cume do Marins, ela segue direto sentido Marinzinho. A bifurcação fica marcada em uma “parede” inclinada de pedra com tinta amarela, mas não é muito fácil de se visualizar, o ponto de referencia se você for fazer o caminho direto para a travessia é a área de camping que existe assim que se chega à base do Pico dos Marins e que fica antes da nascente do Ribeirão Passa Quatro, ali você deve ir para a esquerda. Nós seguimos a direita sentido ao Marins e descemos no dia seguinte. Passando o acampamento ande para a direita e você já verá a descida para a nascente com um escorrega, não beba essa água, ela esta contaminada, mais para frente explico onde tem água potável(ou pelo menos bebível já que estamos vivos rsrsrs) para você seguir a travessia. Passando a nascente já esta próximo, agora basta seguir os totens e tocar para cima. Devido ao feriado a montanha estava muito cheia, o cume do Marins estava com mais ou menos 24 barracas, então decidimos que não iriamos dormir no cume e montamos acampamento em um plato a cerca de 10 minutos do cume. Ali ficamos acampados sozinhos no maior sossego , bem de frente com os dois últimos paredões, com uma vista privilegiada para o Pico do Itaguaré de onde surgiu a lua cheia e para as serras do Vale do Paraíba onde o sol se pôs. Nós saímos do acampamento base as 10:30h e por volta das 16:00h já estávamos com a barraca montada, o jeito foi deitar um pouco para descansar e ir mostrando o caminho até o cume para quem passava por nós e claro ir preparando tudo para curtir e fotografar o pôr do sol. O pôr do sol ali é uma visão incrível, ele clareia o Pico do Itaguaré com raios por trás do Pico do Marinzinho o que deixa uma faixa espetacular no Itaguaré com varias tonalidades incríveis, deixando o Pico ainda mais belo e a visão do vale também é de tirar o folego. A lua cheia também foi um belo espetáculo surgindo bem ao lado do Itaguaré e clareando tudo, fizemos comida praticamente sem lanternas graças ao brilho dela. Com a lua cheia também veio o frio, ficamos mais um tempo tentando tirar algumas fotos das estrelas mas o frio estava demais, jantamos e fomos dormir cedo para estar descansado para o que viria no dia seguinte. O frio estava demais, meu saco de dormir aguenta até 10º e não foi uma boa escolha a temperatura devia estar muito abaixo disso, coloquei segunda pele, blusa, meia, toca e deu para dormir rsrsrsrs No sábado acordamos as 6:30h e ainda estava bem frio, começamos a arrumar o café da manhã e desmontar as coisas, as nuvens no vale estavam incríveis, um lindo visual para começar o dia. Barraca desmontada, mochilas prontas, era hora de descer o Marins e seguir para o Itaguaré. Em todos os relatos que lemos sempre falavam que não existia água potável durante a travessia e devido a isso já subimos o Marins carregados com 4l cada um imaginando que essa água teríamos que guardar até chegar no Itaguaré. Porém no fim de tarde da sexta encontramos o Guto Guia, ele já guia o pessoal lá a um bom tempo e ele nos informou que antes do platô sentido Marinzinho havia uma grota com água e que ele já bebia essa água a 20 anos, isso nos animou e desanimou ao mesmo tempo, se soubéssemos dela antes o peso da subia até o Marins seria bem menor, mas tudo bem. Descendo o Marins quando você passar a nascente do rio Passa Quatro que é contaminada, você vai virar a direita sentido a área de camping e seguir reto em direção ao plato antes do Marinzinho, antes de começar essa subida, na esquerda você verá bastante árvores que se destacam da vegetação na travessia, a água esta ali, entre na trilhazinha por entre as árvores e você vai chegar no riacho, entre nele pisando nas pedras até uma pequena queda d’agua e pode pegar água ali, ela é uma água amarelada mas o Guto já havia dito que sempre consumia e nós também consumimos sem nenhum problema, foi bom para trocar por uma água mais gelada. Voltando para a trilha, o caminho é subir o maciço em direção ao Marinzinho, até esse trecho sem erro basta subir seguindo os totens e ai começa a jornada de sobe e desce até o Itaguaré. Ao chegar no topo desse maciço, o caminho é descendo pela esquerda e passar no meio do capim elefante até a lateral do Marinzinho, cuidado com os pés, o terreno estava encharcado, tivemos que andar apoiando no capim para não afundar a bota inteira. A subida até o cume do Marinzinho(que na verdade é mais alto que o Marins) é muito técnica, ela é feita pela lateral esquerda do pico, com muito, mas muito trepa pedra, se você tem medo de altura, esquece, chegou a hora de desistir, em varios trechos é preciso subir nas pedras na “beira do abismo”. Chegando ao cume do Marinzinho, a trilha passa sob algumas rochas grandes e inicia uma forte descida em direção ao vale que separa o Pico do Marinzinho da crista que segue para a Pedra Redonda, tenha em mente que seu ponto de referencia é a pedra redonda, você precisa chegar até ela. Passando esse ponto vem uma das partes mais tensas ou mais divertidas, depende do seu estado emocional. Existe uma descida quase vertical de cerca de 5m que é feita com a ajuda de cordas, não sabemos quando elas foram instaladas, mas são três cordas diferentes e em diferentes estados de conservação, é bom dar uma testada na corda antes de descer. Após a descida da corda, a trilha é íngreme terreno abaixo até chegar no fundo do vale, e logo em seguida uma pesada subida também íngreme em direção a crista que vai chegar na pedra redonda. Terminando a subida existe um ponto bom para descansar já praticamente de frente para a famosa pedra redonda, dali até ela são menos de 10 minutos. O caminho até ela segue o mesmo esquema, desce o pico e sobe o pico, chegando na pedra redonda você fica inconformado, a pedra não tem nada de redonda rsrsrs Dependendo do seu cansaço existe um ponto de camping em um pequeno vale atrás da pedra, nada muito grande, devem caber umas 5 barracas e um pouco mais para frente, cerca de 350m existe outro espaço para umas 3 barracas. Descendo a pedra redonda, passa por um vale e depois começa um caminho incrivelmente chato por entre bambus que fecham e criam um túnel, mantenha tudo muito bem preso na mochila, não deixa nada além da linha da mochila pois vai enroscar nos bambus e te atrapalhar. Passando os trechos de bambu se inicia uma nova subida de onde já é possível avistar a crista em direção ao Itaguaré, nós nos perdemos um pouco nesse trecho devido a altura do capim que tampou a trilha e enquanto estávamos procurando o caminho para iniciar a descida, encontramos um grupo de 4 pessoas que também estavam perdidos, encontramos a descida e o grupo se juntou a nós no caminho até o Itaguaré, ali é uma longa descida até chegar ao fundo do primeiro dos últimos 3 vales que se tem que atravessar, nesses trechos os totens ajudam bastante e da para confiar neles, como são menos pessoas que passam por esses trechos e não existem tantos caminhos a seguir, o número de totens também fica reduzido. Como agora estávamos em maior número, já tínhamos nos perdido uma vez e o caminho era só subida e descida, o ritmo foi menor e ao final do terceiro vale qual a surpresa? para continuar a trilha é necessário tirar as mochilas das costas e passar no meio das pedras carregando(ou arrastando elas), o que nesse trecho da trilha depois de tanta subida e descida faz a mochila pesar uns 15kg a mais. Depois dessa ainda chegamos em um ponto onde a seta indicava que o caminho era por cima de uma pedra muito alta e do lado dela havia um buraco(uma mini caverna), como estava complicado subir na pedra que a seta indicava, eu entrei no buraco e andei de coque pela esquerda até achar um buraco no teto entre as pedras, subi nele, voltei por cima das pedras em direção a onde a seta indicava, peguei a mochila de todos e ai sem peso nas costas uns subiram a pedra direto e outros foram pelo mesmo caminho. Passando essa pedra falta pouco, mas como em todo caminho, falta uma subida bem ingrime, vá seguindo os totens que não tem erro, essa é a subida final até a base do Itaguaré. Ao final dessa subida, a direita você vai sentido cume do Itaguaré e a esquerda, contornando uma grande pedra redonda pela esquerda você vai sentido a vários platos que são as áreas de camping e a nascente de um rio. Chegamos nesse ponto as 18:30h, já escuro, esfriando e uma chuva ameaçando cair, tudo o que eu queria era pegar água nova, montar a barraca e dormir. O primeiro camping era pequeno e antes do rio, então decidimos continuar com a mochila cargueira até o rio e ver como estavam as outras áreas de camping, o grupo que encontramos decidiu parar por ali mesmo, então fomos só meu pai e eu. Para entrar no rio você segue uma trilha pela direita que forma um túnel e vai caminhando por ela em direção a esquerda sempre seguindo o que deve ser um rio em época de muita chuva. Pegamos só um pouco de água ali pois ainda tínhamos um pouco e fomos em direção ao camping subindo por entre as pedras no escuro só com o headlamp o que não é tão legal assim. Para nosso alivio havia um pequeno espaço nessa área para uma barraca, já havia uma galera acampada lá. Assim que chegamos já comecei a montar a barraca e o pessoal que já estava acampado nos ofereceu um macarrão que eles tinham acabado de fazer, como tudo que eu queria era realmente deitar, só meu pai foi comer. Tudo arrumado, comi só um atum e cama. Essa noite foi bem menos fria que a noite no Marins, mas os ventos foram bem fortes durante a madrugada. Nosso plano era acordar cedo, subir até o cume do Itaguaré e ai ir embora até o ponto de resgate, porém, ao acordamos tudo estava nublado, com ventos fortes, sem visibilidade nenhuma e ai nosso ataque ao cume do Itaguaré já era. Desmontamos tudo então e ai vem a duvida, sem conhecer o caminho, seria uma boa partir por entre as pedras no meio daquela neblina até o ponto de resgate? Nessa o pessoal que estava acampado ali antes já estavam indo embora e perguntaram se queríamos ir com eles pois já conheciam o caminho. Nem precisaram perguntar duas vezes, já colocamos as mochilas rapidinho e os seguimos. Esse primeiro trecho saindo da área de camping é muito ruim, são descidas por pedras grandes e lisas, tinha trecho que era mirar em alguma coisa e descer escorregando e a ajuda deles foi muito bem vinda devido a baixa visibilidade. Como eu disse no outro post, adoro esse espirito do montanhismo de ajuda e por isso nunca negue ajuda a alguém que precisa se estiver ao seu alcance, logo na frente pode ser você a precisar. Após passar as pedras a trilha entra na mata e a descida fica muito bem demarcada, mais ou menos em 2 horas em ritmo tranquilo e estávamos no descampado onde é a área de regaste, já praticamente no fim da descida existem três riachos para pegar água caso necessário. Como chegamos muito cedo, por volta das 10:00h e nosso resgate só deveria chegar lá pelo meio dia ficamos lá conversando com o pessoal que nos ajudou na descida, troca telefone, troca facebook e ai quem sabe novas companhias para outras trips, depois ainda chegou um grupo grande do Rio de Janeiro que também conhecemos na trilha. Em resumo a travessia é espetacular, bem pesada, não recomendo para qualquer pessoa, existem muitos trechos bem técnicos e se for a primeira vez vá com alguém que conheça a região ou contrate um guia. Mesmo não subindo até o cume do Itaguaré valeu muito a pena, tivemos um pôr do sol e uma lua cheia de tirar o folego, fora as belas paisagens que só a Serra da Mantiqueira proporciona e já estava passando da hora de ter essa travessia no currículo. Dicas Planeje bem como será a logística da travessia, quem irá levar e quem irá resgatar se não quiser caminhar bastante em estradas de terra, mais abaixo vou deixar alguns contatos para ajudar nesse planejamento. Leve protetor solar, existem raros pontos com sombra. Sempre caminhe de calça e se possível vá de luva, o capim elefante corta bastante e subir as rochas com a luva ajudam um pouco. Mesmo com os pontos de água indicado, se for fazer a travessia em época de seca leve um pouco de água reserva, melhor sobrar do que faltar. É uma travessia pesada, só leve o que realmente for usar para evitar peso extra. Contatos Carlos Moura: E-mail: mantiqueiraexpedicoes@gmail.com Telefones:(12) 98109.3292 Facebook: carlos.moura.3998 Milton: E-mail: basemarins@yahoo.com.br Telefones:(11) 99770.1991 / (11) 98214.1992 Facebook: milton.gouveafranco Guto Guia: Telefones:(35) 3371.3355 / (35) 9169.9878 Facebook: guto.guia Paulo e Marcia(Novos donos do acampamento Base do Marins): Telefones:(12) 3152.4077 / (12) 3152.4977 / (12) 99606.2531 Facebook: alojamento.marins
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Travessia feita entre os dias 27 a 29/09/2013. Album completo com todas as fotos da travessia no link abaixo: https://photos.app.goo.gl/X6M4hGU39KwJ3uxF7 1º Dia Já passavam das 5:00h qdo lá estava eu, saltando do metrô com destino a area de embarque/desembarque do terminal rodoviário do Tietê, onde encontrei o Clovis e o Idolo já a minha espera. As 5:25h nos vemos ganhando a Ayrton Senna em uma viagem que levaria cerca de 4 horas até o acampamento Base Marins, local onde deixaríamos o carro e onde se inicia a trilha que sobe o pico dos Marins. Após uma viagem tranquila, chegamos em Piquete por volta das 7:30, onde fizemos uma rápida parada para um café da manhã reforçado e tb encontramos o Michel, conforme combinado previamente. Ele iria vir no carro do David e nos encontraria direto na base do Marins, mas que por conta de imprevistos de última hora, o David abortou a travessia e o Michel teve que vir de ônibus até Cruzeiro e depois pegar outro até Piquete. Para a sorte dele, havia uma vaga sobrando no carro do Clovis... Feitas as devidas apresentações e após degustar nosso desejum, partimos serra acima, em meio de uma manhã fria e totamente encoberta de 11ºC com uma leve garoa, que dava a impressão que o tempo não iria abrir. Lero engano. Bastou terminar a sinuosa subida da serra em direção a Delfim Moreira que as nuvens e a garoa rapidamente deram lugar a um belo céu azul com o astro-rei brilhando com força total, para a alegria de todos. Na verdade, as nuvens haviam ficado embaixo. Porém, como nem tudo é flores, fomos parados numa blitz policial, onde nos revistaram da cabeça aos pés como se fossemos suspeitos, pegaram os documentos do Clovis e eu tive a leve impressão que pareciam estar procurando algum motivo para nos enquadrar. Porém, bastou o clovis entregar seu documento da OAB junto com a CNH, que os policiais rodoviários logo mudaram o tom da abordagem, nem pediram para abrir as cargueiras (eu achava que iriam querer abrir as cargueiras, ai iria levar mto tempo para arrumar tudo depois), mas felizmente não o fizeram e logo fomos liberados. Vantagem de estar acompanhados de um advogado, rs Sem perder tempo, saimos rasgando dali e num piscar dos olhos, adentramos a estrada de terra que leva a fazenda saiqui. Passamos por um mata-burro e tocamos em frente em direção ao acampamento base Marins. E após chacoalhar por quase 50 minutos, chegamos ao acampamento base as 8:55h, onde o Marco já nos aguardava. Curiosamente, não havia ninguém no acampamento base, só nós. Nem o Milton estava lá. Após ajeitarmos as cargueiras, alongar aqui, ali e acolá, pusemos pé na trilha pontualmente as 10:00. Pessoal no acampamento base Marins A subida até o morro do careca foi rápida, eu e o Marco chegamos lá por volta das 10:28h e os demais chegaram logo depois. No pit stop, nos presenteamos com a bela visão do colchão de nuvens no vale do Paraíba a qual deixamos para trás e após vários cliques, iniciamos a dura subida em direção ao chapadão, que fica na base do Pico dos Marins, local onde fariamos nosso 1º pernoite. No morro do careca Alguns minutos de caminhada do morro do careca, se chega a um descampado onde se encontra uma placa que indica as altitudes e que ali é o inicio "oficial" da trilha para o pico dos marins. Água está localizado seguindo por uma bifurcação a esquerda ao lado da placa e é a única de toda a subida. O ideal é pegar pelo menos de 2 a 3 litros, dependendo do consumo de cada um. Na placa que indica o inicio oficial da trilha para o Marins e a travessia. É, a caminhada até aqui era só um leve aquecimento, a trilha começa para valer mesmo a partir dessa placa.... Cantis carregados e mochilas nas costas, passamos a placa e iniciamos "oficialmente" a trilha. Após passarmos por um curto trecho no frescor da mata fechada, logo emergimos definitivamente nos campos de altitude, onde o sol passou a nos cozinhar. É a partir dai que a moleza acaba e inicia-se a primeira longa subida rumo ao pico, que eu considero o trecho mais puxado de toda o trajeto até a base do Marins, principalmente por conta da trilha ser mto erodita ali. A subida é ardua, o sol já estava castigando, e só de olhar a pirambeira ingreme logo a frente, cansava até a vista. Subida em direção ao 1ºmaciço trecho de escalaminhada e trepa-pedra Embora tenha bem piores, como o Corcovado e a Pedra da mina (sem contar as subidas fortes da travessia da serra fina), a subida do Marins pode parecer uma subidinha de morro qualquer, mas mesmo assim, debaixo de sol forte não é brinquedo não.... Com ritmos diferentes, o pessoal foi aos poucos, se distanciando uns dos outros. O Marco disparou na frente e eu estava logo atrás dele, enquanto os demais iam ficando para trás. Clovis trouxe 1 par de Walk-talks para nos comunicarmos, e disse que eu poderia seguir em frente e que não era preciso parar para esperar ele e os demais, se não quiser. Mas por conta de alguns trechos confusos como o labirinto, optei por fazer paradas mais longas para esperar e guiar o pessoal até passarmos pelo trecho onde a navegação é confusa e mais complicada, pois de todos, apenas eu e o Michel já haviamos subido o pico dos Marins antes. Nisso, o Marco já havia me avisado que continuaria seguindo na frente e foi questão de 20 minutos de paradas para aguardar os demais, que eu o vi bem distante, já lá em cima, virando a esquerda no trecho do 2º maciço em direção ao "funil". Depois de muita escalaminhada e subidão desgastante, as 14:35 finalmente cheguei ao trecho do chapadão, onde montei barraca numa area de acampamento na 1º base do Marins (e também referência para a bifurcação para a travessia) para o então merecido descanço. Nesse tempo, vi o Marco subindo em direção ao cume do Marins já de ataque, pois havia chegado lá meia hora antes de mim. Após montar minha barraca e forrar o estomago com um belo almoço regrado a arroz, feijão, purê de batata e atum, me limitei a permanecer ali descançando e aguardando os demais, que só chegaram bem depois, por volta das 16:20. No final do dia, só eu e o Clovis fomos ver o por-do-sol em um morro próximo a area de acampamento. Após todos estarem mais descançados, ficamos apreciando a bela noite estrelada e contemplando o prazer de donos absolutos do lugar, já que não havia mais ninguém ali e eramos os únicos acampados no local. Após as 21:00hs, todos se recolheram as suas respectivas barracas e logo capotaram, afinal, descançar era preciso, pois o dia seguinte seria bem mais puxado. A noite foi tranquila com frio ameno em torno de 04ºC e assim como os outros, logo peguei no sono. 2ºDia O Sábado amanheceu com céu azul e livre de qualquer vestígio de nuvens, o que indicava que o dia seria igualmente aproveitavel com visão total de todo o entorno e do trecho da travessia. Com o cansaço do dia anterior, ninguém levantou para ir ver o nascer do sol no cume dos marins. Após um belo café da manhã, barracas desmontadas e mochilas nas costas, iniciamos a travessia para o Itaguaré as 7:55h. Pelo roteiro, tinhamos que sair da base do Marins até no máximo 8:00hs, por conta do tempo de percurso até o Itaguaré levar cerca de 7 a 8 horas em um ritmo relativamente forte e a ausência de pontos de água em todo o percurso. Aproveitamos para recarregar nossos cantis com a água na nascente que fica do lado do inicio da subida para o Marinzinho (no chamado "morro da baleia"). E novamente 3 litros são mais do que suficiente para todo o trecho. O trecho inicial da travessia sobe por esse morro em formato de "baleia". Iniciamos a subida do morro da baleia nos orientando por diversos totens pelo caminho até chegarmos a um trecho plano para então iniciar uma curta descida até uma area de "charco" em um pequeno vale, onde a trilha reaparece. Após passarmos pelo charco, iniciamos a ingreme subida do paredão do Marinzinho pela sua encosta esquerda nos guiando pelos totens. A trilha cruza obrigatóriamente pelo topo do Marinzinho . Durante a subida, vestígios de trilha vão aparecendo pelo caminho e fazendo um certo zig-zag para contornar os enormes rochedos que compõe o maciço do marinzinho até chegar ao primeiro cocoruto. De lá, se tem a 1ºvista do topo do marinzinho e ao chegar no topo, somos presenteados com a belissima visão do entorno e todo o trecho da travessia a percorrer até o Itaguaré. Subida do Marinzinho Area de "charco" na subida do Marinzinho Pico do Marinzinho a esquerda, Pedra redonda mais abaixo no centro e Itaguaré bem ao fundo Esse trecho não apresenta maiores dificuldades de navegação e após passarmos por uma area de acampamento (para cerca de 3 barracas) na base do Marinzinho, as 8:40 chegamos ao cume do ponto mais alto de toda a travessia, o Pico do Marinzinho na cota dos 2.432 metros de altitude. Ao chegarmos lá, aproveitamos para fazer nosso 1º pit stop para mastigar umas barras de cereais, molhar a goela e obviamente, cliques e apreciação da belissima vista de 360 graus e também do Marins visto de outro ângulo, que são de tirar o fôlego. Base do Marins vista da subida do morro da baleia (trecho inicial da subida do Marinzinho) Area de acampamento na base do Marinzinho Cume do Marinzinho O Pico do Marinzinho é o 1º pico da travessia sentido Itaguaré que se cruza e o último para quem vem no sentido contrário. No topo, há 2 placas indicando os caminhos e também a bifurcação para a pousada do Maeda. Se tiver problemas durante a travessia, pode abortar descendo por ali, que é uma rota de fuga. Após o pit stop, retomamos a pernada agora caminhando pela crista do cume do marinzinho, que é composto por enormes rochedos. Pouco antes de iniciar a descida em direção a pedra redonda, a trilha se enfia no meio de 2 enormes rochedos, o que nos obriga a passar engatinhando por baixo deles. Em meio de outras 2 rochas, há um local plano onde é possivel bivacar. Uma das belas vistas do topo do Marinzinho Pedra redonda em destaque, visto do cume do Marinzinho Trilha se enfia por baixo dessas 2 enormes rochas e continua do outro lado.... Placa no cume do Marinzinho Após iniciar a descida, chegamos a borda leste do marinzinho, onde visualizamos o enorme vale que iremos descer e logo em seguida a subida e o trecho da crista até a Pedra redonda na sequencia, que parece estar perto, mas está a cerca de 2 horas de caminhada ainda. Continuamos a descida e ao chegarmos numa area de paredão, encontramos cordas estratégicamente instaladas p/ auxílio na descida. Há cerca de 4 cordas postas ali, a de cor vermelha é a mais nova. Dei uma testada nelas para ver se estavam bem firmes e ai comecei a descer. Vencido esse trecho, temos uma descida forte até o fundo do vale entre o Marinzinho e a Pedra redonda, que são de lascar. É que a partir desse ponto, os bambuzinhos aparecem e começam a enroscar na mochila, portanto, se estiver carregando isolante e barraca pelo lado de fora, tente coloca-los para dentro da mochila ou proteja-os de outra forma, senão os bambuzinhos e o capim elefante irão acabar com eles. Vista do enorme vale entre o Marinzinho e a Pedra redonda As cordas fixas para auxilio na descida do marinzinho Pico dos Marins visto do topo do Marinzinho Após atravessar o pequeno vale, iniciamos a subida em direção a crista da Pedra redonda. Porém, percebi que um dos membros do grupo estava em um ritmo mto menor que os demais, o que me deixou preocupado qto ao tempo que iriamos levar até o Itaguaré. Eu e o Marco estavamos na frente, enquanto outros 2 do grupo, ficaram acompanhando 1 dos rapazes que estava mais lento. Assim como no dia anterior, o grupo foi se distanciando uns dos outros, por conta do ritmo variado. Marco para variar, disparou e dessa vez, permaneci logo atrás dele, e após a subida do vale, as 11:40 já estavamos na crista, bem próximos da pedra redonda que já era visivel logo a frente. Descidão nervoso do Marinzinho.... Caminhada na crista da pedra redonda com o marinzinho ficando para trás.... Seguindo pela crista em direção a Pedra redonda Enfim, chegando a pedra redonda, que representa a metade do caminho... As 12:06 finalmente cheguei a Pedra redonda, só para constatar que na verdade, a pedra redonda não é redonda e sim uma enorme pedra rochosa em cima de outra maior com uma rachadura que parecem estar se equilibrando no topo a meio caminho. Fiquei mais tempo do que normalmente ficaria ali para aguardar um dos rapazes que estava mais lento e mesmo após 30 minutos ali, nada dele aparecer. Pelo roteiro, teriamos que chegar até a Pedra redonda com no máximo 3 horas e meia de caminhada a partir da base do Marins. Enquanto isso, encontramos com um grupo que estava fazendo a travessia só de mochila de ataque e haviam iniciado a subida as 7 da manhã no milton e pretendiam fazer a travessia no modo "light and fast", ou seja, de uma vez só, chegando no acampamento base Itaguaré no final do dia. Aproveitamos para trocar idéias com eles, enquanto descançavamos. Jararaca tomando sol na trilha Pico dos Marins visto da Pedra Redonda O papo estava bom, mas o tempo estava passando, o relógio já marcava 12:45 e com o tempo estourado em quase 1 hora, eu e o Marco conversamos e decidimos que seguiríamos em ritmo forte na frente porque vimos que só tinhamos água suficiente para chegarmos ao Itaguaré. Eu estava com pouco mais de 1 litro de agua + 500 ml de gatorade e o Marco com menos de 1 litro apenas. Avisamos os demais e seguimos em frente, mas tivemos que apertar muito o passo para recuperar o tempo perdido. A partir da pedra redonda, se inicia um longo trecho de descida em meio a enormes tufos de capim elefante. Tivemos alguns perdidos em alguns trechos da descida, pois em alguns pontos, a trilha torna-se invisivel e é preciso abrir caminho no meio dos tufos para visualizar a picada e assim, continuar seguindo em frente. Deixando a pedra redonda O trecho a percorrer visto da pedra redonda Nesse trecho o gps do Marco ajudou bastante, mas foi o farejo de trilha que mais fez diferença, pois quase não precisamos recorrer ao gps, o que nos economizou um tempo precioso. Eram 12:56 e a nossa frente viamos o Itaguaré e o pico das grutas parecendo estar próximos, mas ainda havia uma longa caminhada com 2 descidas e subidas de vales que nos separavam deles. Terminado a descida da pedra redonda e passado o trecho onde o capim é mais alto, a trilha fica mais visivel novamente o que tornou a navegação mais tranquila. Após subirmos um leve morrinho e passarmos por um trecho plano, a trilha fica mais demarcada e passa a seguir pela crista a esquerda, mas ainda com uma discreta descida (quase plana) em direção a base da Pedra redonda. Caminhando pela crista em direção ao Itaguaré Após chegarmos na base, passarmos pelo primeiro descampado para umas 3 barracas. A partir desse ponto, o terreno nivela de vez e a caminhada fica mais tranquila. A trilha segue em frente, porém com alguns trechos um pouco confusos, por conta de algumas bifurcações que não levam a nada. Caso entre em alguma dessas bifurcações, basta retornar e pegar o outro caminho. Uma das areas de acampamento na base da Pedra redonda Com o tempo bom e a maior parte da navegação no visual, eu e o marco fomos seguindo em frente a passos fortes até que as 13:50, passamos por outra area de acampamento desde a pedra redonda, essa bem maior que a anterior, que deve caber pelo menos umas 6 ou 7 barracas. Nesse ponto, era possivel ver todo o trecho de descida percorrido desde a Pedra redonda. o "pontinho" da Pedra redonda no alto (a esquerda) ficando para trás.... Em alguns instantes, parava para olhar para trás para ver se conseguia ver os demais descendo pela encosta da pedra redonda, mas não conseguia ver, o que me fez supor que ainda estavam lá no topo aguardando... 1 hora desde a Pedra redonda, passamos por outro descampado menor, para cerca de 4 barracas, porém com o problema de ser um pouco exposto aos ventos e como os demais, não ter água próxima. Após passarmos por esse último descampado, visualizamos logo a frente, os 2 vales que teriamos que vencer para alcançarmos o pico das grutas com o Itaguaré bem imponente a frente parecendo que estava "logo alí", mas ainda havia muito chão pela frente. Chegando na primeira descida de 2 grandes vales, que só de olhar, impressiona... Chegamos ao inicio da descida do 1º dos 2 vales e pensei: num creio, qdo olhamos do alto do Marins ou do Itaguaré, a gente não vê esses 2 vales e imagina que todo o caminho é feito pela crista com poucos trechos de subida e descida. Bem, a 1ºvez a gente sempre se surpreende mesmo. A vista dos 2 vales é muito bonito, mas o buracão é de impressionar ao mesmo tempo que só de olhar as 2 subidonas logo a frente cansava até a vista. Mas como as aparências enganam, tão logo iniciamos a ingreme descida do 1ºvale, a mesma não durou mto e já nos vemos subindo o outro lado. Após ter subido o primeiro dos 2 vales maiores entre a Pedra redonda e as grutas A subida, embora curta, era íngreme, com alguns lances de escalaminhada e alguns trepa-pedra, o que me fez parar algumas vezes para recuperar o folego. Em compensação, a trilha é bem demarcada nesse trecho e por isso, nosso avanço foi mais rápido. Nesses poucos minutos entre as 2 paradas, o marco disparou na frente e eu tive um outro perdido na subida do 1º vale, pois deixei passar uma bifurcação a esquerda que era a continuação da trilha. A que eu estava virou a direita e terminou em um enorme paredão sem continuação, o que me fez perder um certo tempo até me dar conta que deveria ter passado alguma bifurcação que era a continuação da trilha. Procura aqui, ali, acolá e nada....Na hora pensei: como uma trilha bem demarcada termina no nada assim? Provavelmente a bifurcação é discreta, por isso passou batido. E ainda um pouco preocupado por conta do horário e o cansaço da subida, joguei a cargueira no chão e resolvi descer um pouco a trilha para procurar melhor a bifurcação, com mais calma e sem o incomodo do peso nas costas. As pernas estavam um pouco bambas por conta de termos andado com relativa pressa afim de otimizarmos tempo, mas bastou um breve descanço e reencontrar o caminho para logo retomar a caminhada afim de alcançar o marco. Após a subida do primeiro vale, a trilha segue bem demarcada pela lateral esquerda de um cocoruto, onde vou contornando pelos rochedos evitando ganhar altitude. O trecho plano é curto e logo iniciei a descida do 2º vale, onde vi de longe o Marco terminando a subida. Durante a descida, tive outro perdido. A trilha vira para a direita e termina no nada, mas uma outra discreta bifurcação a esquerda sugere que o caminho é por ali, em curtos zig-zags. Por isso, se estiver sem gps, é importante ficar bem atento. Nos vales, o capim elefante e bambuzinhos, se misturam com vegetação mais típica de mata atlantica, o que me proporciona um alivio temporário no frescor da sombra da mata, antes de retornar ao alto da crista. A subida do 2º vale embora curta, não dura muito e logo me vejo emergindo de dentro da mata para o sol voltar a cozinhar minha testa novamente. As 14:55, estou novamente na crista já próximo da base do pico das grutas, no trecho final antes do Itaguaré. A partir dali, a caminhada fica mais leve e tranquila, pois as subidas e descidas de vales finalmente acabaram. Do alto, tive a bela visão dos 2 vales vencidos e da crista percorrida desde a Pedra redonda. E para meu alivio, visualizo o pico das grutas bem a minha frente e o Marco me aguardando sentado em uma enorme rocha junto com a galera que tava só de mochila pequena de ataque. Fiquei sabendo depois que ele os alcançou e ainda ultrapassou eles. Agora sim, Pico das grutas a vista e Itaguaré bem próximo.... Pico das grutas e olha lá o Marco de boa me esperando (quem manda ser mais lento e ainda perder a trilha lá atrás? rsrs) Com o terreno nivelado e trilha demarcada, voltei a apertar o passo e as 15:18, passo por mais uma area de acampamento para cerca de 5 a 6 barracas na base do Pico das grutas, mas sem água próxima. Nisso, aproveito para tirar algumas fotos das enormes rochas que compõe o cume das grutas, e agora mais próximo do Itaguaré, reduzo o ritmo, pois sei que estou bem perto do final e pelo horário, havia recuperado o tempo perdido na primeira metade da caminhada até o Pico da pedra redonda. Do descampado, se tem uma bela visão do Itaguaré bem a frente, agora sim, bem perto, o que acabou dando um folego extra. Mais 10 minutos e alcanço as primeiras rochas do cume das grutas, onde reencontro o Marco, que já estava ali a quase 30 minutos me aguardando. Ah, se não fosse aquele maldito perdido lá atrás.....:quilpish:: Clareira na base do pico das grutas Do pico das grutas até o acampamento na base do Itaguaré leva em torno de 50 minutos, então não me preocupo e resolvo fazer um pit stop mais longo para molhar a goela e apreciar a bela vista de todo o trecho percorrido com a Pedra redonda em destaque e o Marinzinho logo acima, com o Marins a esquerda bem distante. O pico das grutas é um cume composto por várias e enormes rochas que parecem que foram empilhadas umas nas outras. Em alguns trechos, tivemos que saltar de uma rocha a outra por conta de alguns buracos, mas nada demais. As 16:20 nos vemos descendo o último e curto vale em direção a base do Itaguaré e ainda teriamos um trecho chato da travessia para vencer. Enfim, chegando a base do Itaguaré Na última subida antes de chegar a area de acampamento do Itaguaré, chegamos a um trecho entre enormes rochedos, onde foi necessário tirar as mochilas e se arrastar junto com elas por dentro das fendas até o outro lado. Algumas setas indicam o caminho e ali lembra um pouco a bat caverna. Após emergimos do outro lado, continuamos a subida e chegamos a outro trecho onde agora a bola da vez foi içar as mochilas por cima das rochas e novamente se arrastar por baixo delas até o outro lado. Nessa parte, o Marco literalmente trepou a enorme rocha e conseguiu alcançar a parte de cima sem precisar se arrastar por debaixo delas. Eu não me arrisquei e optei por ir por baixo mesmo. Passado esse último trecho e mais 10 minutos, finalmente chegamos a bifurcação onde a direita sobe para o cume do Itaguaré, e a esquerda, desce até as areas de acampamento na base. Na bifurcação, existe uma seta apontando a direita indicando "Marins". Nesse ponto, já se avista as areas de acampamento e o pequeno valezinho logo abaixo, onde está o tão desejado e precioso líquido. O marco estava um pouco a frente e como não conhecia o caminho, pegou uma bifurcação errada e acabou subindo um pouco o morro, enquanto eu peguei a correta por já conhecer o local e logo me vi descendo rapidamente o vale. Vi ele lá em cima e dei um grito para orienta-lo qto ao caminho correto, pois as trilhas se confundem nesse trecho (se ele continuasse a direita, iria parar em um precipício) Passando pela bifurcação com a seta indicando "Marins" Então, as 16:50 alcanço o riachinho do Itaguaré e aproveito para recarregar meu cantil que estava quase vazio (só tinha cerca de 400 ml de água apenas). Marco chega logo em seguida e após nos fartamos do precioso líquido (a dele inclusive já havia acabado), retomamos o caminho e finalmente as 17:05 com 8 horas cravados de travessia desde a base do Marins, chegamos ao enorme area de acampamento na base do Itaguaré para literalmente, desabarmos ali. E para a nossa alegria, não havia ninguém acampado no local. Com isso, fomos donos absolutos do lugar. Nem precisamos dizer que comemoramos o sucesso da empreitada, afinal, mesmo com o tempo estourado, conseguimos chegar ao Itaguaré no horário limite previsto e ainda com sol. Pelo roteiro, nosso objetivo era chegar entre 16:00 e 17:00h, para ter tempo de montar as barracas com calma e ainda ir ver o por-do-sol. Enfim, no discreto riacho na base do Itaguaré, coletando o precioso liquido E finalmente, Marco e eu na base do Itaguaré para o merecido descanço O duro ali foi montar as barracas, pois as rajadas de vento estavam muito fortes naquele fim de tarde, o que de certa forma, já era o prenuncio de que o tempo iria virar naquela noite. Com isso, deu um certo trabalho para montar as barracas, mas sem grandes problemas. Os últimos raios do dia coloriam o alto do Itaguarezinho e o frio de altitude já se fazia presente, me obrigando a colocar uma blusa de moleton. Barracas montadas, marco literalmente desabou dentro da dele e nem foi ver o por-do-sol no cume do Itaguaré. Se bem que nem eu fui tb, estava exausto e como já havia visto em outras 2 ocasiões que ali estive, só pensei em comer algo. Mas mesmo assim, subi um morro do lado para ver se conseguia ver o pessoal vindo pelo alto do pico das grutas, mas nem sinal algum deles. Meia hora depois, começou a escurecer e imaginei que eles haviam decidido acampar em alguma das areas de acampamento entre a base da Pedra redonda e o das grutas. Só fiquei imaginando em qual deles. Então, desencanei e resolvi ir até o cume do Itaguarezinho para curtir o visual das cidades do vale do paraíba e também para ver se havia alguém acampado por lá, mas também não havia ninguém. Já mais descançado, fiquei só curtindo o céu estrelado e as luzes das cidades lá embaixo, no vale do paraíba. Já havia passado das 20:00hs e nisso, vi alguns relampagos bem distantes, o que era um prenuncio que estava vindo um temporal daqueles. E nessa hora eu só dava graças a deus por já estar no Itaguaré. Depois de curtir o local, desci até a base, preparei minha janta e fiquei fazendo hora dentro da barraca, enquanto a comida esquentava. Marco já havia capotado, os fortes ventos haviam cessado e o silêncio havia tomado conta de vez daquele belissimo vale na cota dos 2.260 metros de altitude. Mas nem tudo foi calmaria: Ao retirar alguns doces da mochila para pegar o feijão, arroz e a salada de atum, um camundongo (ratinho de altitude) veio fazer sua refeição. Pegou um pedaço de bolo que eu havia deixado de lado de fora e nisso, acabo sendo obrigado a joga-lo fora. Outro camundongo apareceu na sequencia com o mesmo objetivo e eu dei uma rasteira na grama, afim de assusta-los, o que deu certo, pois fugiram para dentro da mata e não voltaram mais, mas percebi que estavam na moita. Depois desse incidente, tomei alguns cuidados e guardei todos os alimentos bem embalados e dentro da mochila que estava dentro da barraca, fechando o ziper logo em seguida. Com isso, não tive mais nenhum incidente desde então. Após uma janta farta com direito a arroz, feijão, salada de atum, ervilha e batada com um belo sucão e alguns doces como sobremesa, entro na barraca, me enfio dentro do saco de dormir e logo pego no sono, mas que infelizmente dura pouco tempo, pois por volta das 22:30h, acordo com o barulho de trovões próximos e ao enfiar a cabeça para fora a barraca, vejo tudo encoberto e a visão totalmente prejudicada, com os primeiros pingos de chuva começando a cair. Então, volto para dentro do saco de dormir e em 10 minutos, a chuva veio forte, mas como já estava dentro da barraca, estou bem protegido e nem me preocupo, apenas fico aguardando os trovões pararem para então voltar a dormir. A chuva foi rápida e com o afastamento dos trovões, o silêncio logo voltou e ai então consegui pegar no sono novamente, imaginando que o resto da noite prometia ser tranquila. A maior parte até foi, mas no final da madrugada a calmaria foi quebrada por uma nova pancada de chuva, que veio mais forte que a anterior e me acordou de vez. Mas ainda assim, consegui dormir mais um pouco, pois ainda estava muito cansado do dia anterior e só queria ficar deitado. 3º dia O Domingo amanheceu totalmente encoberto e chuvoso, ventava bastante e eu tive que ficar atento para possiveis infiltrações no interior da barraca com a chuva que havia começado as 4:30 e não havia parado até então. Eram 6:30 e a chuva estava mais fraca, mas ainda constante. Para os ventos, havia colocado rochas enormes em cima das estacas, afim de dar um reforço extra as mesmas. Como a previsão do tempo indicava, o tempo realmente virou no sábado para o domingo, então resolvi tomar meu café da manhã dentro da barraca mesmo, e já ir arrumando as coisas, afim de iniciar a descida tão logo desmontasse a barraca. Após tudo pronto, fiquei de boa dentro da barraca só com o isolante e até dei uma rapida cochilada, qdo o marco me chamou dizendo que a chuva havia parado, mas perguntando se eu iria descer agora ou se esperaria os demais chegarem. Isso porque, só nós estavamos acampados lá. Face oposta do Itaguaré A imponente serra fina vista do alto do cume do Itaguarezinho Acampamento na base do Itaguaré visto do alto do Itaguarezinho A chuva havia dado uma trégua, as nuvens estavam bem mais acima e por isso, não tivemos a visão prejudicada pela neblina. Mesmo sem o sol, pudemos nos fartar de fotos com direito até a subir o Itaguarezinho, afim de observar a bela vista do vale do paraíba com outras nuvens mais abaixo de nós, cobrindo boa parte das cidades. Eram nuvens em cima e embaixo, visão única e diferenciada. Descemos até o vale e resolvemos fazer um pouco de hora ali, para esperar os demais. Subi parte do Itaguaré, para ver se conseguia avistar o pessoal vindo. E após algum tempo, os vi bem distantes, emergindo na crista antes da base do Pico das grutas. Gritei para sinalizar e eles responderam. Mas ainda estavam muito longe, a cerca de 2 horas de caminhada de onde eu estava. Vale do Paraíba visto do alto do cume do Itaguarezinho O amplo cume do Itaguarezinho, um dos 2 picos menores que compõem a base do Itaguaré A esquerda, Itaguarezinho, a direita vista do vale do Paraiba sentido Rio Desci e avisei o marco que avistei o pessoal, mas que estavam muito longes ainda. Como já havia passado das 10:00h e havia combinado com o resgate para nos esperar entre 12:00 e 14:00h, aliado ao fato de que estava começando a chover de novo, resolvemos descer na frente. Para esse trecho final da travessia, 1 litro de água é o suficiente (e que já havia pego no dia anterior), então nem me preocupei, pois sei que lá embaixo, há 3 pontos de água potavel. Trecho final da travessia visto da base do Itaguaré. Destaque para o Pico das grutas a direita No inicio da caminhada ainda pela crista, o vento voltou a ficar forte o que dificultou bastante a caminhada, ainda mais com chuva fraca, mas assim que desescalaminhamos a enorme pirambeira da rocha que compõe o pico menor, logo mergulhamos na floresta, onde os campos de altitude deram lugar a mata atlantica e a descida passou a ser feita por trilha bem larga e batida em meio a mata fechada. Nisso, a chuva parou e a descida pela trilha até o acampamento base foi bem tranquila. As 11:00h, fizemos um pit stop debaixo de um enorme rochedo para um lanche rapido (no local há 2 locais ótimos para acampar, bicavar e até se proteger da chuva). Após o lanche, descemos rapidamente e as 12:15 alcançamos o acampamento base Itaguaré, onde nosso resgate já nos aguardava. No acampamento base Itaguaré Depois de comemorar o fim da travessia e batermos algumas fotos na placa que indica o fim, logo adentramos na Kombi e voltamos até o ponto de partida, o acampamento base marins, onde chegamos as 13:20. Depois voltamos na caminhonete do Marco para buscar os demais que já estavam nos aguardando assim que chegamos. Com todos reunidos novamente no acampamento base marins, e após nos despedirmos do Marco e do Michel, eu, Idolo e o Clovis estacionamos em um restaurante em Piquete e mandamos ver um belo de um PF com uma coca geladona afim de comemorarmos o sucesso da empreitada. De estomago forrado e revigorados, retomamos a viagem de volta a SP, onde chegamos por volta das 22:30h, cansados, mas felizes. ---------------------------------------------- Como chegar ao Pico dos Marins - Pra quem vem de SP ou Rio, via Dutra: Pela Rodovia Presidente Dutra (BR 116) saída 51, seguir pela BR 459, passar por Piquete e logo em seguida (800 metros) virar à direita para a Estrada Viscinal José Rodrigues Ferreira que dá acesso à Vila dos Marins. Quando chegar ao fim do asfalto, que é na saída da Vila dos Marins, suba à esquerda até o final da serra, passe o portal do município de Marmelópolis na divisa SP-MG, entre à direita e logo em seguida você chegará ao Acampamento Base Marins. Outros detalhes e maiores informações aqui: http://www.marinzeiro.com/como_chegar.html#sprj -> Água se encontra no acampamento base e no morro do careca (a cerca de 50 minutos de caminhada do acampamento em uma bifurcação a esquerda ao lado da placa que indica o inicio da trilha). Depois só no topo, em uma nascente afluente do riacho passa quatro no trecho de chapadão. A nascente está escondida e fica praticamente do lado do inicio da subida do pico do marinzinho, bem a leste. -> Se for fazer a travessia para o Itaguaré, saia da base do Marins até no máximo 7:30. Em um ritmo relativamente forte, leva-se entre 7 a 8 horas da base do Marins até a base do Itaguaré já incluindo as paradas para descanço pelo caminho e também nos picos da Pedra redonda e Grutas. Então, se quiser chegar no Itaguaré ainda de dia para poder montar a barraca com calma e ainda curtir o por do sol, esteja subindo o pico do Marinzinho antes das 8:00. Com isso, você estará chegando na base do Itaguaré entre 16:00 e 17:00hs. -> Na descida do pico do Marinzinho em direção a pedra redonda, há algumas cordas fixas para auxilio da descida. A corda mais recente que colocaram lá é a vermelha. Teste ela e as demais para ver se está bem firme antes de utiliza-la. Use as demais para prender e descer a cargueira, se for o caso. No geral, dá para descer tranquilamente ali, mas em caso de ventos fortes, mta atenção ali, pois o vento pode te desequilibrar. No horário que passei ali, o vento estava mto forte e o equilibrio ficou prejudicado, por isso optamos por tirar as cargueiras e desce-las utilizando uma das cordas, por medida de segurança. -> Procure chegar na Pedra redonda em um tempo máximo de 3 horas e meia desde a base do Marins. Se levou mais tempo que isso, terá que apertar o passo, exceto se acampou na base do Marinzinho ou iniciou a travessia bem cedo mesmo (antes das 6:30h). Ainda assim, fique atento ao tempo de caminhada, se não quiser chegar ao Itaguaré no escuro. A trilha entre o pico das grutas e a base do Itaguaré tem trechos confusos e onde é necessário saltar de uma pedra a outra. Há um trecho inclusive que é necessário tirar as mochilas para passar por uma fenda e uma outra que precisará tirar novamente a mochila e iça-la por cima das rochas, para então ter que se arrastar por baixo delas até o outro lado. Se não quiser ter que passar por tudo isso a noite, mantenha um ritmo bom ou acampe em uma das clareiras na base da Pedra redonda ou grutas, terminando a travessia no dia seguinte. -> Não há água em todo o trecho da travessia, só no sopé do morro da baleia (inicio da subida do Marinzinho) e na base do Itaguaré. Atente-se a isso. O riacho da base do Marins (que fica mais a direita e é caminho para quem sobe até o cume do Marins, não é confiável e está poluída, portanto não recomendo beber dessa água nem com clorin) Eu levei 2 litros + 1 de gatorade para a travessia da base marins até o Itaguaré. Na subida do Marins, pode-se economizar no peso subindo com 2 litros e e deixar para recarregar nos poções da pequena nascente que fica a poucos metros do inicio da subida do morro da baleia, esse que compõe a subida em direção ao Pico do Marinzinho. Essa nascente é afluente daquele riacho na base do Marins que está poluído, mas nesse trecho ele está bem acima e a água é de boa qualidade. No 1º pernoite, se for utilizar essa água para lavar as mãos, panelas e etc, colete a agua necessária e lave as panelas ou as mãos longe da fonte, para não contaminar a nascente. -> Não se preocupe em procurar o local onde fica a água na base do Itaguaré. A trilha passa obrigatóriamente pelo vale onde fica a nascente. E a mesma fica próxima da area de acampamento, então não tem erro. -> No cume do Itaguarezinho (morro que fica a direita para quem vem da travessia), há vários locais de acampamento protegidas e é um ótimo lugar para acampar e ver o nascer do sol logo pela manhã. Há uma trilha bem aberta que sai da principal entre a area de acampamento e o riachinho que leva diretamente até o cume. Em menos de 10 minutos, se atinge o cume. -> No cume do Itaguaré não há areas de acampamento e a trilha da travessia não passa por ali. Apenas há uma bifurcação que sobe até o cume e interliga com a da travessia, que vem bordejando a encosta direita do Pico. -> Combine previamente com o responsável no acampamento base Marins como será feito o resgate na base do Itaguaré, se optar por ir de carro e deixar lá.Caso optem por ir de onibus ou queiram voltar por Passa quatro/Cruzeiro, acrescente mais 4 a 5 horas de pernada pela estrada de terra até a rodovia, onde há linhas de ônibus regulares para essas cidades.
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