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Tudo começou quando confirmei que ia a um evento científico em Juazeiro e Petrolina. Como não posso perder uma oportunidade pra viajar, ainda mais quando alguém ia pagar minhas passagens de avião pra ir pra um lugar assim tão longe do Rio Grande do Sul como o sertão nordestino, decidi que ia ficar pelo menos uma semana a mais pra conhecer algum outro lugar próximo. Olhei no mapa pra ver as opções. Pensei bem brevemente em Salvador e Recife, mas as duas são litorâneas e eu tava louca pra viajar na caatinga. Nisso encontrei a Chapada Diamantina, indo pro sul, e a Serra da Capivara, indo pro oeste. Considerando que a Bahia é bem mais viável de visitar pensando na logística de voos e possibilidades, achei que sim ou sim tinha que ser pro Piaui, era esse o rolê que eu queria planejar. Me juntei com um querido que conheci pelo instagram, a partir de projetos comuns e esses contatos acadêmicos, fui com ele e a galera da facu dele pra Petrolina e Juazeiro e depois disso íamos fazer nosso rolê por São Raimundo Nonato. Durante os dias do evento, ficávamos tentando combinar as coisas, desenrolar transportes, hospedagens e guias, eu tava mais nervosa e querendo resolver tudo antes de ir, enquanto ele, pelo contrário, dizia pra gente ir e a partir de lá conseguiríamos desenrolar tudo. A Serra da Capivara é um rolê que idealmente precisa ser planejado. Fica longe, num pico bem isolado com o centro urbano maior mais próximo sendo Petrolina, a uns 300km de distância. Precisa de carro, precisa contratar guia pra entrar no parque, precisa ter um grupo pra visitar junto caso tu não queira pagar toda a grana do guia e do carro sozinho. E a gente não queria planejar muito, mas também não queria gastar muito. Queríamos, no nosso jeito meio hippie, que as coisas fluíssem naturalmente. Ficamos pesquisando tudo durante a semana que passamos no São Francisco, pra decidir ir pra lá e ver o que rolava com a certeza de que íamos visitar o parque pelo menos um dia, de algum jeito. O parque é alucinante, eu amei demais, é um pico que com certeza vale muito a pena a viagem, mas que enfim pra quem quer gastar pouco e não costuma se planejar com antecedência, acaba sendo complicado embora possível. Fomos bem na sorte, botando fé que tudo ia dar certo e no fim deu, mas também poderia não ter dado. Tivemos a oportunidade de ir três dias no parque, mas decidimos ir só dois por causa da grana e porque também estávamos bem cansados em um dos dias. Nos juntamos com duas mulheres que conhecemos no museu, elas tinham carro e tinham guia, aceitaram nossa companhia e nos grudamos. Um pouco mais objetivamente antes de começar o relato, alguns pontos importantes são: 1. como disse, o centro mais próximo é Petrolina. Pra chegar em São Raimundo Nonato (SRN) tu pode ou alugar um carro em Petrolina (em SRN é bem difícil encontrar), ou pegar uma van. Acabei perdendo o contato do Seu Francisco da van, mas a localização de onde saem essas viagens é essa: https://maps.app.goo.gl/2M1dj2CEfzwBLViPA só chegar lá e perguntar que vão saber informar. Sai três vezes por semana, tanto a ida quanto a volta, em dias e horários mais ou menos fixos. Nos saiu 80 reais por pessoa cada viagem. 2. pra entrar no parque é necessário ter um guia contratado, que pode levar até 8 pessoas. A diária geral dos guias é de 300 reais e a lista deles pode ser encontrada aqui: www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-conservacao/unidades-de-biomas/caatinga/lista-de-ucs/parna-da-serra-da-capivara/informacoes-sobre-visitacao-2013-parna-da-serra-da-capivara/arquivos/Lista_dos_condutores_05.02.24.pdf Acabei perdendo o contato do nosso guia e não encontrei ele na lista, então não vou poder indicar. O parque em si não cobra entrada, então o único gasto desse tipo é direto com o guia contratado. 3. é bom estar em grupo pra poder dividir os custos, a não ser que tu esteja bem da grana e possa gastar. Achei que 4 pessoas foi o ideal, assim cabe todo mundo em um único carro e todos ficam junto do guia nos transportes, além de não ter gente demais durante os trajetos a pé. Os guias não fazem a função de juntar grupos, pelo menos não os que eu contatei. 4. no geral os guias já planejam as paradas de almoço. Valor base de 50 reais por refeição na cerâmica e no restaurante trilha da capivara (os dois que fomos), mas tu também pode combinar com o guia de levar teu próprio lanche caso prefira. A gente até preferiria, mas como estávamos com duas senhoras desconhecidas, concordamos que o melhor seria seguir o roteiro delas. 5. talvez meio desnecessário avisar, considerando que quem vai pra lá sabe que tá se metendo no semi-árido brasileiro, mas bem importante estar bem vestido, com roupas confortáveis e de preferência mangas compridas e calçado pra trilha, chapéu, pouco peso de carga pra não se cansar muito, bastante água e algum lanchinho. O problema de ter deixado passar mais de meio ano entre a viagem e o relato é que coisas se perdem nesse caminho, como os contatos, os valores, detalhes tipo os nomes dos trajetos que fizemos, enfim, essas coisas. Mas melhor escrever com o que me é possível do que deixar de lado as histórias desse pico tão maravilhoso. Dia 0: Pré-Piauí, Petrolina e Juazeiro (8 a 12/07/2024) Dia 1: viagem Petrolina - SRN, instalação e noite na cidade (13/07/2024) Dia 2: Museu do Homem Americano e Museu da Natureza (14/07/2024) Dia 3: Circuito Desfiladeiro da Capivara (15/07/2024) Dia 4: descanso e visita à feira do produtor (16/07/2024) Dia 5: Circuito Pedra Furada, feira outra vez e Sítio João Pimenta (17/07/2024) Dia 6: viagem SRN - Petrolina e volta ao "RS" (ou seja, Florianópolis) (18/07/2024)
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O Parque Nacional da Serra da Capivara é o maior museu a céu aberto de pinturas rupestres do mundo. Com cerca de 130 mil ha de área, localizado no sudeste do Piauí, o PNSC possui mais de 1200 sítios arqueológicos com diversas pinturas rupestres pré-históricas que datam de 5.000 a.C até 60.000 a.C. Criado por decreto em 1979, o PNSC somente foi aberto ao público p/ visitação a partir de 1992. E tudo isto somente aconteceu graças ao trabalho da arqueóloga Niède Guidon, que realizou um trabalho intenso de exploração e catalogação dos achados desde o início dos anos 70. Logística Localizado a cerca de 35km do município de São Raimundo Nonato/PI (SRN) e 7km de Cel José Dias/PI (CJD), para se chegar ao parque o viajante tem que ter disposição para planejar sua logística. Até a data da viagem (Dez/21), não existiam voos comerciais para o aeroporto mais próximo que fica em SRN, restando ao turista de outros estados desembarcar nos aeroportos de Petrolina/PE (Dist: 300km) ou Teresina/PI (Dist: 520km). Antes da viagem, pesquisei na internet se havia linhas de ônibus disponíveis entre Petrolina e SRN e evitar o uso de carro próprio/alugado. A única empresa que oferece é a Gontijo e, mesmo assim, apenas 2 vezes na semana (Domingo/Quinta). Além disso, mesmo para quem chega em SRN sem veículo, a oferta de vans de passeio para a Serra da Capivara é limitada (lembre-se distante 35km do centro de SRN). Portanto, restou-me como única alternativa alugar um carro em Petrolina (Localiza/Movida) e dirigir até o parque. O aluguel de veículo médio (Gol/Sandero 1.6) com Km livre com seguro custa cerca de R$ 150/dia. Para quem estender a viagem pelo nordeste e devolver em outra cidade, a locadora poderá cobrar entre R$ 800-1.000 adicionais de serviço de devolução. Embora encareça a viagem, a vantagem de alugar ou usar carro próprio é a liberdade de se deslocar entre cidade e traçar seu próprio roteiro. Além de poder transportar água, comida e equipamentos para sua trilha. Em relação ao combustível, em Dez/21 o preço da gasolina estava cerca de R$ 7,05/litro (Petrolina/PE) e entre R$ 7,10-7,35 (Remanso/BA e SRN/PI). Alguns postos oferecem desconto se pagar com dinheiro ou se completar o tanque do veículo. Não encontrei muita diferença de preços da gasolina entre SRN e Remanso e optei por abastecer o veículo em SRN. Situação das Estradas Para quem vem de Petrolina, existem duas formas de se chegar ao Parque Nacional da Serra da Capivara: via BR-235/BR-324/BR-020 por Remanso/BA (335km) ou via BR407 por Afranio (370km). Optei por dirigir via Remanso que costeia o Rio São Francisco, conforme recomendação do gerente da Pousada. Sobre as estradas (todas pista simples e sem pedágios), a qualidade do asfalto é boa exceto pelo trecho entre Petrolina e Casa Nova (BR-235) que apresenta muitos buracos na pista. A sinalização ainda é precária. Faltam placas indicando quebra-molas, olhos-de-gato refletivas e em diversos trechos a faixa amarela para separar as duas pistas. Dica importante: JAMAIS DIRIJA APÓS O ESCURECER. A menos que você tenha como hobby trocar pneus, consertar rodas quebradas, substituir amortecedores ou remover animais de seu parabrisa, dirigir a noite em trechos mal sinalizados aumenta o risco de acidentes e danos ao seu veículo. Por outro lado, a BR-020 que margeia a Serra da Capivara é excelente. O asfalto é de primeira, sinalização excelente e com poucos veículos circulando. Pousadas/Hoteis O serviço de hospedaria na região é feito por pousadas e albergues próximos de CJD e do Povoado do Sitio Mocó e poucos hoteis de categoria simples em SRN. Não há luxo nestas hospedarias, mas os quartos e banheiros são limpos. Preferi ficar próximo do parque para evitar o ir/vir (70km ida/volta) entre SRN e as entradas do parque. Hospedei-me no Albergue Serra da Capivara (Diárias de R$ 280/3pax em quarto triplo com café da manhã), que é uma pousada instalada ao lado da Fabrica de Cerâmica. Oferece almoço e jantar em buffet livre por R$ 32. Serviço de Guias de Turismo As normas do parque exigem que o visitante contrate um guia para acompanhar durante as caminhadas aos sítios arqueológicos. O ICMBIO que atualmente faz o serviço de zeladoria e controle das entradas, disponibilizou em seu site uma lista de guias credenciados (https://tinyurl.com/3czcvhwc). Os guias cobram R$ 200/dia pelo serviço (se o turista ficar mais de um dia, pode-se negociar um desconto). Por recomendação de alguns amigos que já tinham visitado o parque, optei pelo Mario Paes Landim ("Marinho") que é um dos guias mais antigos, morador do povoado e conhecedor da fauna, flora e sítios arqueológicos. Nosso guia preparou um roteiro de 04 dias com passeios que passariam pelos circuitos da Trilha do Hombu, Serra Branca, Boqueirão da Pedra Furada e Desfiladeiro da Capivara. E ao término de alguns dos passeios, paramos para conhecer o Museu do Homem Americano (inteira: R$ 20, meia: R$ 10) e o Museu da Natureza (inteira: R$ 30, meia: R$ 15). Grau de Dificuldade das Trilhas Os circuitos que fiz não apresentaram dificuldades, pois as trilhas são de curta a média distância. Não exigem experiência em escaladas, montanhismo etc. Foram feitas para o público geral. Conforme o período do ano, o visitante poderá enxergar duas vegetações completamente distintas: (i) caatinga na seca (Abr-Out), que é típica dos livros com arbustos secos e desfolhados e (ii) caatinga na chuva (Nov-Mar), que se confunde com cerrado e até com mata atlântica conforme o tamanho das árvores que encontrar. Visitei o PNSC no período úmido e a paisagem estava completamente verde. O que levar nos circuitos: água, boné, protetor solar e um lanche leve. Seguem algumas fotos das paisagens. Circuito Trilha do Hombu Museu da Natureza Circuito Serra Branca/Baixão das Andorinhas Circuito Baixão da Pedra Furada Museu do Homem Americano Desfiladeiro da Capivara Fábrica de Cerâmica na Serra da Capivara
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