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  1. Viagem feita por um casal, no período de 28 a 30 de dezembro de 2015, em um carro pequeno. Algumas dicas: - Procure fazer as trilhas de calça e tênis com bom solado. Em geral elas são pouco marcadas e apresentam vegetação alta em vários pontos; - As trilhas em geral têm trechos de mato alto onde o uso de camisas de manga comprida podem prevenir arranhões indesejados; - É bom levar um saco estanque, caso a sua câmera não seja à prova d’água; - A estrada de Brasília até São João D’Aliança está em ótimo estado de conservação. Já a estrada de chão para a Cachoeira do Label está muito acidentada e requer bastante atenção do motorista; e - Se você não sabe nadar, você DEVE levar uma boia ou um colete salva-vidas para poder ter uma experiência mais completa na Bocaina do Farias. São João D’Aliança São João D’Aliança é o primeiro município da Chapada dos Veadeiros a partir de Brasília, ficando a pouco mais de 150 km desta cidade. Apesar de possuir belos atrativos e grande potencial turístico, São João D’Aliança costuma ser apenas uma cidade de passagem dos turistas com destino às outras cidades da Chapada: Alto Paraíso, São Jorge e Cavalcante. O turismo com base no município ainda é incipiente e pouco estruturado, apesar de no passado ter havido iniciativas para a sua indução, como a formação de guias. Curiosos que vão à cidade para conhecer os seus atrativos, muitas vezes têm problemas para obter informações, mas a busca é recompensada com belezas incomparáveis. Alimentação Na cidade há alguns restaurantes self-service e a la carte e lanchonetes que abrem durante o horário do almoço e do jantar. Hospedagem Na cidade há três hotéis junto à rodovia que liga Brasília aos municípios da Chapada: um na entrada da cidade e outros dois na saída (para quem vem de Brasília). Descobrimos ainda uma outra opção de hospedagem onde acabamos nos hospedando: a Chácara Rebendoleng. A chácara pertence ao Geraldo e a sua família. É super agradável, bem arborizada e possui duas opções de hospedagem: em chalés rústicos e charmosos (suítes) construídos com técnicas de bioconstrução pelo próprio Geraldo ou em sua própria barraca que pode ser armada em uma boa sombra. Observação para quem pretende acampar: o banheiro compartilhado é um banheiro seco (ótimo para o meio ambiente e para o florestamento da propriedade!). Na chácara há opção de refeições deliciosas (almoço, jantar e café da manhã com pão caseiro) feitas pela Marlene, esposa do Geraldo. Como chegar à chácara: entre à direita na rua imediatamente antes do posto de gasolina Ipiranga, na entrada da cidade; vire à direita na primeira rua (rua com duas faixas em cada sentido); siga por 3,4 km sempre em frente, sem entrar em nenhuma rua; depois de passar a ponte na estrada de chão, a chácara é a terceira a sua direita. Contato de telefone: (62) 9669-4729 - Geraldo Lugares visitados O guia Geraldo (sim, além de permacultor e dono da Rebemdoleng, ele também guia) nos acompanhou em todos os passeios. Se não fosse por ele, acho que não chegaríamos a lugar algum pois as cachoeiras ficam em áreas privadas e sem sinalização de como chegar. Sem contar que foi graças à habilidade dele no volante, que conseguimos subir uma parte da estrada de chão na volta da Cachoeira do Label embaixo de chuva. 1º dia) Cachoeiras no Vale do São Pedro: Cachoeira do Buracão e Cachoeira do Fundão As cachoeiras ficam próximas à cidade, com acesso pela estrada de chão, seguindo à rua dupla interna, paralela à rodovia, no sentido de Brasília. Saímos da chácara Rebendolemg depois do almoço, já um pouco depois das 14h. Para agilizarmos a nossa ida e encurtar um pouco o caminho usamos o nosso carro para percorrer pouco mais de 3 km de estrada. Paramos o carro próximo a uma lavoura de soja e depois pegamos uma trilha atravessando por quase uma hora com bela vista para a Serra Geral do Paranã, até a a Cachoeira do Buracão. Esse trecho da caminhada é tranquilo, mas um pouco cansativo na volta, devido à inclinação do terreno. A trilha passa por formações de cerrado mais aberto (antropizado) e de matas. Há várias marcações de trilhas no caminho e assim é muito fácil se perder e sair do caminho certo. A Cachoeira do Buracão é uma queda d’água de uns 8 m de altura, que escorre pelas rochas até despencar em um poço pequeno, mas bom para banho, cercado pelas paredes de rocha. Depois de um bom banho, seguimos por cerca de 50 min, descendo o rio até chegar à linda Cachoeira do Fundão. Boa parte da caminhada é feita na calha do rio, saltando de pedra em pedra (cuidado com as pedras soltas e escorregadias!). Mais próximo à cachoeira, é preciso fazer uma parte da caminhada por uma trilha pela mata em um terreno meio acidentado e bastante inclinado (muita atenção nessa parte!). A Cachoeira do Fundão é uma linda cascata em que a água cai do rio e depois desce por um “tobogã” de rochas, fazendo duas curvas e depois desembocando no poço ótimo para banho. Tempo total de trilha: 1h50min - 2h (só ida ou volta). Nível de dificuldade: médio, com alguns trechos difíceis devido à inclinação do terreno. 2º dia) Cachoeira do Label Percorremos de carro aprox. 25 km de estrada de chão com belas vistas de vales e morros da Serra do Paranã, mas bastante acidentada e com alguns trechos muito inclinados (toda atenção no volante é pouca!). [Detalhe: na volta da cachoeira estava chovendo e o carro só subiu uma pirambeira na estrada porque o Geraldo assumiu a direção do carro. hehehe] Estacionamos o carro dentro de uma chácara e seguimos caminho a pé por cerca de 1h15min até chegar à cachoeira. A trilha está bem mal marcada em vários trechos. Uma boa parte do caminho é feita na calha do córrego Extrema, saltando entre várias rochas de grande porte. A cachoeira, encravada em um paredão côncavo, desponta por trás de rochas e árvores com todo o seu esplendor e grandeza (aprox. 120 m de altura!) Aproximando-se, saltando pelas pedras, chega-se a um grande poço, formado pela cachoeira, de água esverdeada e ótimo para tomar banho. Filmagem em 360º na cachoeira: Tempo total de trilha: 1h15min - 1h30min (só ida ou volta). Nível de dificuldade: médio 3º dia) Bocaina do Farias Bocaina é um termo em tupi cujo significado é depressão numa serra. No caso da Bocaina do Farias é uma espécie de cânion estreito que abriga um rio e cujas paredes de aproximadamente 30 metros de altura se abrem e se fecham alternadamente, formando um belo caminho com jogo de luz e sombra no seu interior. Saindo de São João D’Aliança no sentido de Alto Paraíso, percorremos 32 km de asfalto na GO-118 e depois, entrando à direita, percorremos mais 24 km em uma estrada de chão em bom estado de conservação. Estacionamos o carro, pois em frente a estrada ficaria muito íngreme e ruim para um carro pequeno e seguimos caminhando pela estrada de chão, por cerca de 20 min até a casinha na sede da chácara. [Observação: quem vai em um 4x4 pode parar próximo à essa casa e evitar uma caminhada bastante cansativa na volta.] Em seguida a trilha passa por algumas áreas com capim alto e segue em frente descendo através de uma mata com vários trechos bastante inclinados e vegetação fechada. No caminho, há uma charmosa cachoeira. A descida termina no leito do rio que corta a Bocaina do Farias. Breve parada para um lanche. Depois seguimos rio acima, margeando-o até a entrada do cânion. Atravessar a bocaina é uma experiência fantástica. A caminhada dentro do cânion leva pouco mais de 10 min se você não fizer nenhuma parada. Entretanto, são tantas mudanças na paisagem ao longo do cânion, tantos detalhes incríveis, que é fácil perder o tempo contemplando cada transformação. O caminho é percorrido ao longo do rio que é raso (ou pelo menos estava raso) até um ponto em que as paredes se estreitam mais e se forma um poço fundo. A partir daí, segue-se a nado em um poço fundo por uns 15 m até um banco de pedras, que delimita uma piscina de cor verde abaixo de uma cachoeirinha. Nem preciso dizer que vale muito a pena cada braçada. hehehe Sem dúvidas, a Bocaina do Farias é um dos lugares mais bonitos em que já estive e talvez seja o lugar mais incrível de toda a Chapada dos Veadeiros! Vídeo da chegada na cachoeira no interior da Bocaina do Farias: Se você acha que o nosso passeio terminou após a experiência no cânion, está enganado(a). Ainda seguimos por uma trilha curta, mas difícil, rio abaixo até chegar em um boa piscina para banho com vista para duas cachoeiras rio acima. Depois do banho, finalizamos o nosso percurso no vale da Bocaina, subindo até a base das cachoeiras, com direito a hidromassagem na cachoeira. Depois de tudo, fizemos a trilha de volta com um grande sorriso no rosto! Tempo de caminhada: 2h (ida até a entrada da bocaina) / 2h15min (volta [canseira na subida na estrada]) Nível de dificuldade: médio/difícil, devido à inclinação do terreno Voltamos à chácara, jantamos uma refeição deliciosa feita pela Marlene, terminamos de desmontar o acampamento e pegamos a estrada de volta a Brasília já meio tarde na noite, muito satisfeitos com todas as nossas experiências em São João D’Aliança. Valeu, Geraldo! Ficaram para uma próxima viagem: Cachoeira do Cantinho, Cachoeiras São Pedro e Cachoeiras São Cristóvão
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