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Neste relato vou contar como foi fazer a Ruta de los Siete Lagos na Argentina, no chamado jardim da Patagônia. Um roteiro de incríveis paisagens e com muito suporte para o cicloturista. Chegando ao ponto de início O início deste roteiro é na cidade de Bariloche, pegamos um voo de São Paulo até Buenos Aires com conexão até Bariloche. Levamos as bikes no avião embaladas em saco bolha com pedaços de papelão para proteger as partes sensíveis. Primeiro dia Ao chegar pela tarde, pegamos as bikes no desembarque de bagagens e usamos o próprio espaço do aeroporto para preparar tudo e montar os alforges. Não tivemos problema com os seguranças, mas recomendo usar um espaço que não atrapalhe a passagem e evite fazer muita bagunça espalhando muita coisa pelo chão. Começamos a pedalada dali mesmo em direção à cidade para achar um local para jantar e algum camping para passar a noite. Fomos recebidos com cara de chuva e algumas gotas, mas até que tivemos muita sorte e quase não pegamos chuva nos dias seguintes. A cidade de Bariloche é muito bonita, mas por ser bastante turística é um pouco cara para quem busca economizar, então sempre que puder use os campings para cozinhar. Como chegamos um pouco cansados da viagem, acabamos jantando na cidade mesmo. O camping da nossa primeira noite fica no final da cidade, chamado Camping Petunia. Ele é bem grande e tem uma ótima estrutura, como churrasqueiras, salas de jogos e etc. Também conta com hostel para quem desejar, nesta opção você pode utilizar a cozinha. Montamos rapidamente o acampamento para descansar, no próximo dia deveríamos pedalar em direção ao Puerto Pañuelo. Segundo dia Uma parte do trajeto deste dia é feita de barco, então nosso primeiro destino é o Porto Pañuelo onde vamos nevegar até o Bosque Arrayanes. Recomendo cautela neste trajeto, a estrada é um pouco estreita e os carros não respeitam muito. Há um acostamento de barro ao lado, não é muito confortável mas é mais seguro. Começamos do Camping Petunia na saída de Bariloche e pedalamos até o Porto Pañuelo. Você pode ficar nos restaurantes próximos enquanto aguarda o horário de partida. Este barco percorre o Lago Nahuel Huapi em direção ao Bosque Arrayanes em mais ou menos uma hora. Uma curiosidade interessante é que o barco Modesta Victoria é de 1937, foi construído em Amsterdan e trazida de trem até Bariloche. Deste então leva milhares de turistas e teve como passageiros Che Guevara, o Xá Mohammad Reza Pahlavi e Bill Clinton. Bosque Arrayanes Antes de iniciar a trilha que se percorre de bicicleta, você pode visitar a trilha de madeira do Bosque Arrayanes, o percurso dura mais ou menos meia hora. Durante a caminhada você verá o famoso cartão postal deste lugar, onde é possível ver o porto e o Lago Nahuel Huapi de cima. Depois de terminar a trilha de madeira, retornamos para as bikes e atravessamos o parque pela trilha. É uma das poucas partes do roteiro onde se pedala na terra. Durante o percurso podemos ver vários Arrayán, esta espécie só existe aqui e possuem aproximadamente 300 anos. O Arrayán chama atenção pelo seu tamanho, curvatura e a canela em sua tonalidade. Uma curiosidade é que você pode nevegar por toda a trilha pelo Google Maps caso queira ver como é. A trilha termina no Puerto Angostura, entrada da Vila Angostura, primeira cidade depois de Bariloche. Esta cidade é uma versão mais calma de Bariloche, uma cidade muito bonita e que nos surpreendeu com o suporte ao ciclista. Andando pela cidade você encontra grandes bicicletarias. Para acampar, escolhemos o camping Ojo Mayor, adminstrado por um senhor que morava lá mesmo. Nele montamos o acampamento e finalizamos mais um dia do roteiro. Terceiro dia Partimos da Vila Angostura pedalando pela Ruta 40, a rodovia mais extensa da Argentina. É uma rota com um acostamento bem confortável para pedalar, dando bastante segurança ao ciclista. Pouco tempo pedalado, já fomos surpreendidos com o Lago Correntoso, a grande área verde e a água azulada nos oferece um cenário incrível. Logo atrás você pode ver também a Puente Peatonal. Ruta 40 O interessante é que este trecho fica bem próximo da divisa com o Chile, até cogitamos atravessar a fronteira de bike, mas não tivemos tempo. Alguns minutos adiante encontramos Lago Espejo, este local é uma praia que também permite camping selvagem. Pensamos em acampar aqui porém estava muito frio e o local ventava muito. Ficamos com receio de passar muito frio pela noite, então decidimos seguir. Tenho que concordar que neve é legal, mas fazer este circuito na primavera nos proporcionou cenários incríveis nas estradas. Um pouco a frente encontramos a outra ponta do gigante lago correntoso. Foi um dia um pouco difícil, perdemos algumas horas com imprevistos e também foi um dia com bastante subida. A noite caiu rápido e ainda estávamos na estrada, mas a lua nos presenteou com esta incrível vista para o Lago Villariano. Chegamos ao Camping Falkner e estava tudo bem escuro, não estávamos esperando mas o camping foi desativado, tivemos que fazer camping selvagem. Chegamos bem tarde e cansados, montamos o acampamento rápido, preparamos algo para jantar e fomos descansar para o próximo dia. Quarto dia Acampar no Camping Falker foi uma das melhores experiência de camping que já tive. O lugar fica em frente ao Lago Falker com muito verde e montanhas. Foi bem bacana acordar e tomar café com toda aquela beleza. Lago Falkner Por estar esperando encontrar um camping com alguma estrutura, não tínhamos água o suficiente. Optamos por pegar água do rio e ferver para ter uma reserva de emergência até chegar em algum ponto com água. Tentamos consumir o mínimo possível pois a região é cercada por vulcões, e a água poderia estar contaminada com enxofre. Continuamos seguindo pelas longa Ruta 40, a próxima parada seria o Lago Hermoso. Neste dia, acampamos em uma fazenda de uma simpática família onde a entrada fica bem na beira da estrada. Quinto dia Depois de dormir junto aos cavalos e galinhas, recomeçamos nossa pedalada para o último destino, a cidade de San Martin de los Andes. Após uma boa pedalada e uma última grande subida, já era possível ver o Lago Lacar e a cidade. A cidade de San Martin de los Andes é aqueles lugares que dá vontade de morar. Um autêntico vilarejo de montanha. Aproveite para conhecer as lojas onde vendem alfajores e chocolates, encha o alforge deles heheheh. No inverno é a opção de muitas pessoas para esquiar. Nas proximidades há muitas opções de hiking e lugares naturais para visitar. Nos dias seguintes fizemos o Cerro Campanario a pé, a trilha para Islita de bicicleta. Custos Esta é uma viagem que da pra economizar muito! Os campings custam entre R$ 30 e R$ 40. O ônibus que volta para Bariloche custa mais ou menos R$ 70. Se você não quiser pedalar de Bariloche até o Aeroporto, nas três cidades você encontra transfer por mais ou menos R$ 150 A alimentação você pode levar snacks para comer durante o dia e preparar uma refeição quente durante a noite, nas cidades tem bastante opção de mercado e os preços são ok. Se quiser comer em restaurantes pode apertar um pouco, por serem cidades um pouco turísticas as opções mais baratas que encontramos estava a partir de R$ 30. Tracklog https://pt.wikiloc.com/trilhas-cicloturismo/ruta-de-los-7-lagos-23087618 Link do artigo no meu blog http://www.trilhei.com.br/ruta-de-los-siete-lagos/