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  1. Parque Nacional de Pacaás Novos / Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, natureza preservada no coração de Rondônia. Parque Nacional de Pacaás Novos (Instagram @pacaasnovos) . Jupaú - Associação do Povo Indígena Uru-Eu-Wau-Wau (https://www.jupau.com.br/) Arara-canindé ( Ara ararauna ) na sede do Parque Nacional de Pacaás Novos em Campo Novo de Rondônia. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Paredão da Serra de Pacaás Novos. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Conforme cita Ricardo Florêncio, analista ambiental do ICMBio. "Este paredão é a marca visual do Parque Nacional de Pacaás Novos. Basta vê-lo que se reconhece imediatamente o parque. E com essa floresta verde e densa ao seu redor fica mais bonito ainda" Ariana Cella Ribeiro, analista ambiental do ICMBio, com doutorado e especialista em peixes da bacia do rio Madeira destaca a grandiosidade de Pacaás Novos. "O Parque Nacional de Pacaás Novos integra um importante mosaico de unidades de conservação no estado de Rondônia, com grande relevância para a conservação pela diversidade dos ecossistemas que abriga (floresta amazônica, cerrado e chapadas)." O Parque Nacional de Pacaás Novos foi criado em 21 de setembro de 1979. A Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau foi declarada de posse permanente dos indígenas em 1985, mas desde pelo menos o início do século XX, os Uru-Eu-Wau-Wau lutaram contra as frentes expansionistas que foram invadindo a região. Então eles são os guardiões dessa imensa floresta, eles são os responsáveis por preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado. Assim faço uma homenagem através da Tejubi Uru Eu Wau Wau (@tejubi_uru_eu_wau_wau), eleita em 2023 a primeira mulher na história presidenta da Associação do Povo Indígena – Jupaú. Logística: Chegando no aeroporto de Porto Velho pega-se um táxi ou algum transporte de aplicativo até a rodoviária. De Porto Velho até Ariquemes pega-se um ônibus da viação Eucatur.( https://www.eucatur.com.br/ ), existe fartura de horários, inclusive durante toda a noite. Eu comprei a passagem antecipadamente pela Internet. Na rodoviária de Ariquemes procure os taxistas, eles tem um grupo de Whatsapp entre eles e organizam uma lotação com algumas pessoas até Campo Novo, pois assim fica mais barato para cada um. Não existe linha de ônibus para Campo Novo de Rondônia. Campo Novo de Rondônia Em Campo Novo de Rondônia eu já tive uma amostra da fartura da fauna que encontraria em Pacaás Novos. Tatu-galinha ( Dasypus novemcinctus ). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Anu-branco ( Guira guira ) predando um sapo do gênero Adenomera. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Iguana filhote ( Iguana iguana iguana ) Foto : Hilton Monteiro Cristovão Choca-barrada ( Thamnophilus doliatus ). Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Gavião-de-anta ( Daptrius ater ). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Periquitão ( Psittacara leucophthalmus ) - Foto : Hilton Monteiro Cristovão Parque Nacional de Pacaás Novos - Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau Abaixo os mapas georreferenciados dos trajetos e trilhas. Mapa 1 - Mapa do trajeto de Campo Novo de Rondônia à Base do Jaci no parque. O rio Jaci Paraná é carinhosamente abreviado para rio Jaci. Mapa 2 - Mapa das trilhas na Base do Jaci. Durante o caminho para Pacaás Novos eu já pude ir tendo mais uma pitada do que encontraria no parque. Mergulhão-pequeno (Tachybaptus dominicus). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Castanheira colossal e ao fundo o paredão da Serra de Pacaás Novos. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Chegamos em Pacaás Novos no fim de tarde, foi o tempo de arrumar o acampamento, fazer uma foto ao lado da placa e se preparar para a chegada da noite. Damião, analista do ICMBio e Hilton. Foto : Hilton Monteiro Cristovão E chega a hora do sol ir embora em Pacaás Novos… Pôr do sol em Pacaás Novos. Foto : Hilton Monteiro Cristovão E a noite toma conta da floresta…. Alojamento da Base do Jaci ilhado na escuridão total da floresta. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Os bichos que estavam acordados de dia caem num sono profundo….. Cateto (Pecari tajacu) dormindo. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Mas se engana quem pensa que a floresta dorme, ela respira 24 horas e entram novas turmas que se revezam mantendo a floresta de Pacaás Novos acordada e muito viva. E assim o jacaretinga (Caiman crocodilus) que passou o dia dormindo escondido no igarapé Belmonte acorda e passa a noite na espreita esperando pela janta…. Numa noite eu cheguei a ver 5 jacaretingas ao mesmo tempo perto da ponte. Jacaretinga (Caiman crocodilus) na escuridão do igarapé Belmonte. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Os sapos e pererecas saem de seus esconderijos e sua cantoria inunda o silêncio da floresta. Perereca quarenta-e-três (Boana raniceps). Foto : Hilton Monteiro Cristovão O sapo (Rhaebo guttatus) também se posiciona e fica na espreita se fartando dos insetos que passam na sua frente. Apesar de sua cara de bobo, ele é capaz de se defender de predadores. Ao contrário dos outros sapos venenosos, o sapo amazônico Rhaebo guttatus ao se sentir ameaçado ativa um mecanismo que esguicha seu veneno voluntariamente através de movimentações de seu corpo causando a compressão de suas glândulas paratóides. Este comportamento foi descoberto por cientistas do Instituto Butantan liderados pelo pesquisador Carlos Jared em 2011. O sapo esguicha o veneno a uma altura de quase dois metros. Esse fato explicaria o folclore de que as pessoas tinham que tomar cuidado com os sapos, porque eles soltariam jatos nos olhos. Sapo (Rhaebo guttatus) que esguicha jato de veneno a quase 2 metros. Foto : Hilton Monteiro Cristovão As mariposas também aparecem com a chegada da noite. As mariposas da família Sphingidae conhecidas como mariposas esfinges, também são importantes polinizadoras, ou seja, são cruciais para a sobrevivência da floresta de Pacaás Novos. Mariposas esfinges. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Pacaás Novos é muito imponente, então nada mais justo que hospede também a maior mariposa do mundo, a mariposa-imperador (Thysania agrippina). Mariposa-imperador (Thysania agrippina), a maior mariposa do mundo. Foto : Hilton Monteiro Cristovão A aranha-pescadora, também conhecida como aranha-da-cachoeira se aproveita da noite em Pacaás Novos e fica nas margens do igarapé Belmonte na espera de sua janta. Aranha-pescadora (Trechalea sp.) com quase 30 cm no igarapé Belmonte. Foto : Hilton Monteiro Cristovão O besouro rinoceronte só tem tamanho, apesar de enorme, é muito dócil e marca presença na noite de Pacaás Novos. Besouro rinoceronte fêmea (Enema pan). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Existe um mito que atribui ao bacurau o aparecimento da noite, abaixo narrado pelo cacique Djurip Uru-Eu-Wau-Wau e extraído do documentário https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Uru-Eu-Wau-Wau . "O Bacurau falou para a onça abrir a boca, para ele ver o dente da onça. Ela abriu, ele cagou na sua boca, e ela vomitou e quase morreu. Ele voou e foi embora; aí a amiga da onça apareceu e falou: "O que foi?". A onça contou. Sua amiga foi na maloca e queimou todas as espécies de milho, enquanto a onça continuava vomitando. Quando se encostou ao milho preto para queimar, a noite apareceu. A onça ficou sem saber o que fazer; esperou aparecer o dia; tentou acender o fogo mas não pegava. A noite durou uns três dias, a partir daí surgiu um dia e uma noite sempre atrás da outra. A onça, que de tanto vomitar tinha morrido, voltou a viver de novo." Bacurau jovem (Nyctidromus albicollis) . Foto : Hilton Monteiro Cristovão E a noite termina em Pacaás Novos com o nascimento do sol, assim entram em ação novas turmas do revezamento que mantém a floresta acordada 24 horas…. Nascer do sol em Pacaás Novos. Foto : Hilton Monteiro Cristovão O sol ilumina e assim começa o espetáculo das cores da floresta de Pacaás Novos com bandos de aves passando na alvorada. Arara-vermelha (Ara chloropterus). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Arara-canindé (Ara ararauna). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Eu estive em Pacaás Novos em setembro e assim pude admirar também a florada dos ipês, como este amarelo abaixo, mas Pacaás Novos tem cores o ano inteiro. Espectro de cores em Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão A diversidade de insetos em Pacaás Novos é impressionante, a todo momento uma surpresa. Louva-a-deus (Stagmatoptera binotata). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Pacaás Novos é um paraíso da biodiversidade com muitos espécimes raros, como essa jequitiranaboia (Fulgora lampetis) que é raríssima. A jequitiranaboia comum é a Fulgora laternaria. Neste artigo de revisão na figura 4 tem uma prancha comparativa mostrando a diferença entre as espécies. (https://revistas.unitru.edu.pe/index.php/REVSAGAS/article/view/4410/4827). Jequitiranaboia (Fulgora lampetis). Foto : Hilton Monteiro Cristovão O benedito-de-testa-vermelha aproveita o tronco seco para fazer seu ninho. Benedito-de-testa-vermelha (Melanerpes cruentatus). Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Pacaás Novos hospeda muitos primatas. Macaco-prego (Sapajus apella). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Pacaás Novos, por ser um ambiente equilibrado e com fartura de comida, tem uma infinidade de rapinantes. Segundo informações dos brigadistas do ICMBio que me acompanharam, esse gavião-azul faz ninho todos os anos perto da ponte sobre o igarapé Belmonte. Inclusive eu registrei a cópula do casal. Gavião-azul (Buteogallus schistaceus). Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Muita fartura de cogumelos em Pacaás Novos, isto é característica de uma floresta tropical úmida. Cogumelo (Heimiomyces tenuipes). Foto : Hilton Monteiro Cristovão A riqueza de borboletas em Pacaás Novos é impressionante e pelo fato de ficar próximo à Bolívia, tem várias espécies que habitam a Bolívia e atravessam a fronteira (lembrando que bicho não sabe o que é fronteira entre países, limite que foi definido pelos humanos). Borboletas de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Borboletas de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Borboletas de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Acordar de manhã ouvindo o som alto e estridente dos psitacídeos em Pacaás Novos é muito bom. Os Uru-eu-wau-wau tem forte relação com os psitacídeos, a seguir alguns termos: periquito (Kykykyia); curica (Karainha); papagaio (Airuia Airuua). Psitacídeos de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Aves de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Trilha do Barreiro No mapa 2 temos a Trilha do Barreiro que tem aproximadamente 1600 m. Cana-de-macaco (Costus scaber). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Pacaás Novos é literalmente um paraíso da fotografia da vida selvagem, quem for lá eu recomendo veementemente que não economize no click, fotografe com intensidade total e deixe para identificar na volta. Por exemplo, esta espécie de borboleta tem raríssimos registros no Brasil, sendo mais comum na Amazônia de nossos vizinhos Bolívia, Peru, Equador e Colômbia.. Borboleta coração (Adelpha cytherea cytherea). Foto : Hilton Monteiro Cristovão A paxiubinha (Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl.), também conhecida como paxiúba ou sete pernas, é uma palmeira de grande porte com ampla distribuição na Amazônia brasileira. Seu habitat característico são florestas periodicamente inundadas ou florestas de terra firme próximas de rios e córregos. Paxiubinha ou palmeiras sete pernas (Socratea exorrhiza). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Cateto (Pecari tajacu). O filhote do cateto é chamado pelos Uru-Eu-Wau-Wau (Jupaú) de Taitetua . Cateto (Pecari tajacu). Este da foto está sujo de lama, por isso a faixa branca que o caracteriza não está visível. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Mais um ótimo exemplo de borboleta raríssima no Brasil que fotografei em Pacaás Novos e que ocorre na vizinha Bolívia. Borboleta (Thestius meridionalis). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Essa árvore (seringueira) é a responsável por grandes transformações na Amazônia, inclusive a lendária estrada de ferro Madeira-Mamoré, uma obra de engenharia que tanto nos orgulha e foi criada por causa do ciclo da borracha. Árvore seringueira (Hevea brasiliensis). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Eu não me canso de escrever, Pacaás Novos é um paraíso de espécimes raras. Abaixo mais uma borboleta raríssima. Borboleta (Neruda metharme metharme). Foto : Hilton Monteiro Cristovão O pau d´alho tem como característica marcante o cheiro de alho. Árvore pau d´alho. Foto : Hilton Monteiro Cristovão A floresta de Pacaás Novos por ser tropical e muito úmida, tem abundância de cogumelos e fungos. O ouriço é o fruto da castanheira, ele é do tamanho de um abacate e chega a pesar 2 kg. Além de ser muito pesado, é também muito duro, tanto é que não se aconselha ficar debaixo de uma castanheira, pois se cair na cabeça é fatal. Os animais que conseguem abrir o ouriço para comer as castanhas são a cotia e o macaco prego, assim eles são os dispersores da castanheira. Mas existe um estudo feito pelos pesquisadores Bill Balée e Darrell Posey do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) que indicam que os maiores dispersores foram os indígenas que habitam a floresta Amazônica há milhares de anos. Ouriços fechados da castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Ouriço aberto e uma castanha descascada (Bertholletia excelsa). Foto : Hilton Monteiro Cristovão O gigantismo das árvores de Pacaás Novos é algo que impressiona e esta samaúma é apenas uma entre milhões. Árvore samaúma. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Igarapé perene que secou na estiagem de setembro. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Este é o barreiro, fim dessa trilha, local de grande concentração de animais que ficam cavando e lambendo o solo para extrair o sal que existe em maior concentração. Os amazonenses dão a esses locais o nome de barreiros e os indígenas denominam de Itiwawa. No tempo da seca (Kuaripé), os indígenas encontram a caça mais fácil perto desses barreiros.. Uma frase que jamais esquecerei me foi dita pelo Ricardo Florêncio, analista ambiental do ICMBio e coordenador dos brigadistas de Pacaás Novos. “Não dê chance ao azar. A floresta amazônica é muito bonita, mas também inóspita. Portanto, não caminhe sozinho pelas trilhas, pelo menos em dois, mas o ideal são três pessoas." Ao chegarmos no Barreiro, nos deparamos com um bando de queixadas e num comportamento totalmente natural eles vieram prá cima de nós (eu, Ademir e Damião). Saímos correndo, o Ademir achou uma árvore e me ajudou a subir e em seguida eles também subiram em árvores. Ou seja, se eu estivesse sozinho talvez não conseguisse subir na árvore, por isso a importância de estar em grupo dentro da floresta. Após subirmos em árvores, o bando foi embora. Barreiro em que os animais lambem o solo para extrair sal. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Trilha da Copaíba No mapa 2 temos a Trilha da Copaíba que tem aproximadamente 700 m. Babaçu (Attalea speciosa). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Gongo é uma larva de formato arredondado e bastante gordinha. Mesmo com aparência meio repugnante, é comestível, pois se alimenta principalmente das polpas dos cocos, e tem alto teor de proteína sendo usado no meio da floresta como alimento. Gongo - larva no coco do babaçu. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Cogumelo aproveitando a umidade da floresta tropical de Pacaás Novos. Cogumelo (Marasmiellus candidus). Foto : Hilton Monteiro Cristovão A planta joão-brandim (Piper callosum) também conhecida como elixir paregórico, é usada na medicina natural, ela pode também ser usada para mascarar a sede dentro da floresta, pois ao mastigá-la provoca dormência e salivação na boca. Fartura de aves na Trilha da Copaíba. Damiâo Valdemor de Oliveira, analista ambiental do ICMBio, com mestrado em aves cita que “Pacaás Novos abriga uma grande riqueza e diversidade de aves, tanto de ambiente de floresta Amazônica quanto de ambiente de transição entre Amazônia e Cerrado, e por ser uma região pouco estudada é um paraíso para pesquisadores desbravadores dispostos a descobrirem novas espécies. É um refúgio para várias espécies ameaçadas e uma barreira contra o desmatamento mais ao sul.” Pica-pau-de-barriga-vermelha fêmea (Campephilus rubricollis olallae). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Desta árvore se extrai o óleo da copaíba que também é conhecido como antibiótico da mata devido as suas propriedades medicinais. Copaíba (Copaifera langsdorffii). Foto : Hilton Monteiro Cristovão A Trilha da Copaíba margeia o rio Jaci Paraná, abreviado para rio Jaci. Rio Jaci, nasce na Serra de Pacaás Novos e deságua no rio Madeira. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Peixes no rio Jaci. Ariana Cella Ribeiro, analista ambiental do ICMBio, com doutorado e especialista em peixes da bacia do rio Madeira destaca "O parque se destaca pela riqueza de recursos hídricos, protegendo milhares de nascentes das principais bacias hidrográficas do estado de Rondônia, com pelo menos 12 importantes rios do estado dependendo desse território para conservação. Muitos desses rios fazem parte da bacia hidrográfica do rio Madeira, já reconhecido pela enorme diversidade de peixes, já foram catalogadas mais de 1000 espécies nessa bacia hidrográfica, com dezenas de espécies novas que ainda precisam ser publicadas pelos cientistas. E aqui no parque de Pacaás Novos, com essa riqueza de relevo e ambientes, provavelmente existem muitas outras espécies novas ainda a serem registradas". Uma excelente fonte de consulta dos peixes de parte da bacia hidrográfica do rio Madeira é um inventário produzido pela empresa Santo Antônio Energia em que a Ariana é uma das autoras, disponibilizado gratuitamente neste link. https://santoantonioenergia.com.br/peixes-do-rio-madeira Peixes no rio Jaci - Ordem Characiformes. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Este é final da Trilha da Copaíba mostrando como é feita a extração do óleo da copaíba, um método que mantém a árvore viva. Copaíba caninho (Copaifera langsdorffii). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Igarapé Belmonte. Igarapé Belmonte desaguando no rio Jaci Paraná. O igarapé Belmonte nasce na Serra de Pacaás Novos e deságua no rio Jaci, que também nasce na serra. Apesar deles nascerem na mesma serra, Belmonte tem a água gelada e Jaci a água mais quente. A confluência entre estes dois rios marca o limite noroeste do parque. (Fonte de consulta : Plano de Manejo do Parque - https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-conservacao/unidades-de-biomas/amazonia/lista-de-ucs/parna-de-pacaas-novos/arquivos/parna_pacaas_novo.pdf ) À esquerda o igarapé Belmonte que desagua à direita no rio Jaci. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Nesta região ocorrem várias espécies, tanto na areia quanto nas árvores do entorno. Casal de pica-pau-de-topete-vermelho - macho esquerda e fêmea direita (Campephilus melanoleucos). Foto : Hilton Monteiro Cristovão O maçarico-pintado aproveita para procurar alimentos na confluência dos rios. Maçarico-pintado (Actitis macularius). Foto : Hilton Monteiro Cristovão O chora-chuva-preto aproveita para almoçar os insetos que moram na confluência dos rios. Chora-chuva-preto (Monasa nigrifrons). Foto : Hilton Monteiro Cristovão As borboletas aproveitam a areia do igarapé Belmonte para extrair sais minerais. Borboleta fogo-de-rabo (Marpesia petreus petreus). Foto: Hilton Monteiro Cristovão O martim-pescador-verde pesca na confluência dos rios. Martim-pescador-verde (Chloroceryle americana). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Peitoril, a andorinha amazônica também marca presença na confluência dos rios. Peitoril (Atticora fasciata). Foto : Hilton Monteiro Cristovão A maria-da-praia é mais um passarinho amazônico que adora ambientes aquáticos e frequenta as margens da confluência dos rios em Pacaás Novos. Maria-da-praia (Ochthornis littoralis). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Nos campos ao redor habita a cigarrinha-do-campo. Cigarrinha-do-campo (Ammodramus aurifrons). Foto : Hilton Monteiro Cristovão Ir a Pacaás Novos e não tomar banho de igarapé é a mesma coisa que ir a Roma e não ver o Papa. Risos… Eu nadei no igarapé Belmonte e também no rio Jaci, a água estava refrescante e recomendo muito. Faço uma homenagem aos colegas de natação da Acqua Club (@clubacqua). Pacaás Novos é cheio de espécimes a serem descobertas e descritas pela Ciência, é literalmente um paraíso para pesquisadores. Por exemplo, eu não consegui identificar essas ninfas abaixo. Ninfas não identificadas de algum inseto. Foto : Hilton Monteiro Cristovão As árvores de Pacaás Novos nascem e sabem que precisam crescer o máximo que puderem para que sua copa alcance um lugar ao sol, então árvores muito altas é o normal. Eu estive em Rondônia no mês de setembro, historicamente é o mês mais quente, estava tão quente que fotografei vários passarinhos com o bico aberto respirando, pois a respiração pelas narinas não estava sendo suficiente. É o mesmo que acontece com nós humanos, quando a respiração está difícil pelo nariz, respiramos pela boca. Também flagrei vários deles se banhando em poças de água. Passarinhos respirando com o bico aberto e se banhando. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Sobre o fato que muitas pessoas falam que estão acostumadas a não beber água, o Ricardo Florêncio da Silva, analista ambiental com larga experiência nas florestas de Rondônia alerta : "Você pode até achar que não está com sede, mas o seu corpo, principalmente as suas células não acham isso. Beba água, pois um corpo desidratado é porta de entrada fácil para doenças." Faço um agradecimento aos profissionais do ICMBio que me apoiaram antes, durante e depois da expedição, sem a ajuda e assessoria deles, nada teria acontecido. Samuel dos Santos Nienow, analista ambiental e chefe do Parque Nacional de Pacaás Novos Ariana Cella Ribeiro, analista ambiental, com doutorado e especialista em peixes da bacia do rio Madeira. Ricardo Florêncio da Silva, analista ambiental com larga experiência nas florestas de Rondônia. Damiâo Valdemor de Oliveira, analista ambiental, com mestrado em aves e demais integrantes da equipe, principalmente os brigadistas que sempre estavam atentos e prontos para me estender a mão para subir ribanceiras, atravessar igarapés e transpor troncos que travavam a passagem e a funcionária Raquel sempre atenciosa que preparou umas comidas sensacionais. A gloriosa Bandeira do Nosso Querido Brasil sempre me acompanha. Eu sou o último da direita com boné verde do clube Avis Vigilanti de fotógrafos naturalistas que participo. Foto: Hilton Monteiro Cristovão A gloriosa Bandeira do Nosso Querido Brasil sempre me acompanha. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Campo Novo de Rondônia Campo Novo é uma cidade pequena, bucólica e muito agradável. Uma das coisas que me impressionaram nas ruas foi a largura, todas as ruas e avenidas são muito largas e também as calçadas. Eu medi a largura de uma calçada na rua da sede do parque e deu 6 metros de largura. A população é muito educada, em todos os dias que passei por lá eu não vi um único papel de bala no chão e a prefeitura investe numa campanha mantendo sempre as lixeiras bonitas e atrativas. Avenidas e calçadas largas e limpas, e as lixeiras muito bonitas. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Campo Novo de Rondônia nasceu do garimpo, e assim existe um monumento na praça, um garimpeiro segurando a bateia. Garimpeiro segurando a bateia. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Nessa praça também existem diversas opções de quiosques, bares e restaurantes. Tapioca com carne seca, catupiry e creme de maionese com alho. Foto : Hilton Monteiro Cristovão A Feira do Produtor Rural de Campo Novo de Rondônia ocorre toda sexta-feira a partir das 10h, vale muito a pena visitá-la. São produtos artesanais produzidos no município. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Porto Velho Porto Velho é uma capital agradável com uma boa rede hoteleira. Existem diversas opções, eu me hospedei na Pousada Nossas Raízes, pois fica exatamente ao lado de um dos mirantes de observação do Rio Madeira. Pousada Nossas Raízes - http://pousadanossasraizes.com/ - Foto : Hilton Monteiro Cristovão Uma das principais belezas em Porto Velho é o pôr do sol no Rio Madeira. Existem vários mirantes para essa finalidade. Pôr do sol no Rio Madeira - Mirante Madeira - Foto : Hilton Monteiro Cristovão Eu como filho de uma paraense, adoro tacacá. Assim estive no Mirante Izaura, que fica perto da Pousada Nossas Raízes e tomei um tacacá, recomendo. Tacacá no Mirante Izaura com vista para o Rio Madeira. Foto : Hilton Monteiro Cristovão Finalizando essa fantástica expedição a Pacaás Novos, estive na bonita Catedral Sagrado Coração de Jesus, onde agradeci pela proteção divina que tive dentro da floresta. Catedral Sagrado Coração de Jesus - Foto : Hilton Monteiro Cristovão O governo de Rondônia implantou a Operação Verde Amazônia que tem como objetivo a prevenção de queimadas e existe uma campanha forte nesse sentido, inclusive com placas de conscientização nas estradas. Queimadas que infelizmente enchem o ar de fuligem. Foto: Hilton Monteiro Cristovão Faço uma homenagem às forças de combate e defesa que protegem os rios e florestas e fiscalizam o intenso tráfego de embarcações no Rio Madeira proporcionando uma navegação segura. Rio Madeira no dia 26/09/2023 - Fotos : Hilton Monteiro Cristovão O Rio Madeira é a energia pulsante, dele sai a energia elétrica gerada pelas hidrelétricas, ele funciona como via fluvial para o transporte de mercadorias e pessoas. Enfim, ele é o coração. Rio Madeira em 26/09/2023 no Barracão do Jair. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão Todos os rios e igarapés que nascem em Pacaás Novos tem como destino final o Rio Madeira, que é o maior afluente do Rio Amazonas. Então termino esse documentário fazendo uma homenagem ao Rio Madeira. Fiz essas fotos a partir do Barracão do Jair, um conjunto de restaurantes e entretenimento que recomendo. Um pescador solitário, sua canoa e a Usina Hidrelétrica Santo Antônio. Foto : Hilton Monteiro Cristovão As antigas Cachoeiras Teotônio eram um divisor de duas espécies de botos-cor-de-rosa. Construíram a Usina Hidrelétrica Santo Antônio que continua dividindo, assim abaixo temos a espécie Inia geoffrensis e acima a Inia boliviensis. Casal de boto-côr-de-rosa ( Inia geoffrensis ) namorando no Rio Madeira. O macho é rosa e a fêmea é acinzentada. Barracão do Jair - Foto : Hilton Monteiro Cristovão Dicas de proteção dentro da floresta de Pacaás Novos: bota, perneira, calça comprida, camisa de manga comprida UV e refrescante, boné, protetor solar, repelente e um alimento que recomendo muito que protege contra doenças tropicais é inhame, eu como regularmente, talvez seja por isso que nunca peguei nada em todas as minhas andanças pela floresta Amazônica. Os indígenas tem o hábito de comer inhame, eles cultivam inhame. Para dormir : rede e não se esqueça do mosquiteiro. Agradecimentos adicionais. - João Alberto Ribeiro e Vitoria Gonçalves da Rosa, ex-gestor e ex-funcionária do parque que me abriram expectativa de visitar o parque. - Ao meu colega de engenharia no ITA, que por ser nascido e criado em Rondônia, me convidou para conhecer seu estado natal, o Major-Brigadeiro Engenheiro, Eliezer de Freitas Cabral. - Herpetólogos Paulo Sérgio Berbarde ( @paulosergiobernarde ), Fabrício Oda (@fabricio.oda), Bruno Becacici Loureiro (@bio.especies) e a turma do coletivo Herpeto Capixaba (@herpetocapixaba) pela ajuda nas identificações. - Colegas dos clubes Avis Vigilanti (@avisvigilanti), OBSERVAVES (@observavesdf_oficial), Borboletas e Mariposas, BioAnimáticos e AMOAVES (@amoavesdm) por diversas ajudas em identificações e dicas sobre a floresta Amazônica. - Turma de botânicos do Herbário VIES (@herbariovies). - Biólogo Diogo Barbalho Hungria (@diogobhungria) pelas dicas sobre a hidrografia e a ictiofauna do parque. - Ao guia de aves e biólogo Kenny Uéslei (@kkennybio) pelas dicas de transporte em Rondônia e algumas identificações. - Ao médico veterinário Marcos Oliveira (@marcos.oliveira.22) e sua esposa que conheci no aeroporto e me ajudaram muito em Porto Velho e também me deram uma brilhante aula sobre a geografia e a história de Rondônia. - A Ilcilene Cassiano que conheci no Mirante Madeira em Porto Velho e me indicou o Barracão do Jair (@barracao_jair) como ótimo ponto de fotografia do rio Madeira onde consegui fotografar o boto-cor-de-rosa e diversas aves. Para entrar no parque precisa de autorização do ICMBio e da FUNAI. Quando eu solicitei a autorização, eu sabia que estaria entrando num lugar mágico, uma floresta preservada, pouco explorada e perto da Bolívia, eu entraria num paraíso e foi o que aconteceu, fui ao meu limite físico fotografando, acordava todos os dias às 4 horas da madrugada e ia dormir por volta de 01h. Almoçava por volta do meio-dia e descansava até umas 14h, pois nesse período o calor é tão intenso que os bichos se recolhem e não se consegue fazer muitas fotos. Uma viagem a Pacaás Novos é inesquecível, ficará para sempre em minha memória, recomendo muito. Saudações capixabas para todos. Hilton Monteiro Cristovão - (Instagram @hilton.monteiro.cristovao) Vitória - ES
  2. Salve salve galera😃, quero mais uma vez, como forma de agradecimento por todas as informações aqui encontradas, contar a história da minha viagem pelo Maranhão e Acre, sim o Acre tem muita coisa pra se ver e lá não tem dinossauros, infelizmente! hahaha Bem vamos pelo começo então… Um amigo queria muito conhecer o Maranhão e me convidou a ir com ele, logo partimos para as pesquisas e o mochileiros.com como sempre foi uma fonte muito importante, nossa ideia sempre foi conhecer os Lençóis Maranhenses o resto era lucro! Por fim marcamos a viagem para Dezembro, abaixo deixo um roteiro da viagem. Devo confessar que o Maranhão foi uma surpresa, nunca pensei muito neste Estado como destino, mesmo sendo o berço da Mágica Chapada das mesas Parque onde se encontram três Biomas, Cerrado, Caatinga e Amazônia, enfim, muita coisa no Maranhão… Nosso roteiro Curitiba - São Luís São Luís - Chapadinha (a ideia era Jeri, mas não deu) Chapadinha - Tutoia Tutoia - Barreirinhas Barreirinhas - São Luís São Luís - Curitiba (depois decidi ir para o Acre) Meu amigo Das #aventurasdocelinho voltou para Curitiba e eu segui para o meu encontro com a floresta🤩 São Luís - Rio Branco - Capixaba Capixaba - Bujari Região Metropolitana de RB Rio Branco - Porto Velho Porto Velho - Curitiba Gastos Maranhão Voo CWB - SLZ 455,27 Hostel Tanan: 40,00 a diária Ônibus de São Luiz para Chapadinha: 37,50 Chapadinha - Tutóia: 31,50 Chalé em Tutóia: 70,00 Tutóia - Barreirinhas: 15,00 Hostel Barreirinhas:45,00 Passeio Lagoa Bonita:80,00 Passeio Caburé:85,00 Passeio Lençóis Maranhenses:80,00 Gastos Acre e Rondônia SLZ - RBR 450,10 Táxi de Rio Branco para Capixaba: 80,00 deu este valor porque dividimos em 3 12 dias na Comunidade Fortaleza: 350,00, incluso 4 refeições e banho Almoço em Rio Branco: 2,50 no mercadão perto do terminal Gastos Gerais em Rio B.:50,00 Rio B. - P.V: 2,50 com ID Jovem Porto Velho, Hospedagem: 20,00 a diária Almoço: 5,00 Porto Velho - SP:370,00 meia com ID SP - Curitiba:90,00 No Maranhão: Chegamos na capital no dia 19/12/18 e ficamos no Tanan Hostel durante 3 dias para conhecer a única cidade brasileira fundada por franceses, São Luís tem muita história e coisa pra se conhecer, uma pena os governos não cuidarem tanto do seu patrimônio, o Centro histórico é tombado como patrimônio cultural da Humanidade pela UNESCO. Lá conhecemos a casa do Tambor de Crioula cultura maranhense preservada pelo seu povo tão guerreiro, conhecemos o centro histórico e realmente tem muita coisa pra se ver e viver, depois nossa viagem seguiu para chapadinha, no início era pra ser jeri porém a grana curta nos fez mudar o roteiro enfim fomos para chapadinha no dia 24/12, chegamos na cidade quase a noite por sorte encontramos um lugar em conta para ficar, véspera de Natal e dois loucos saem a procura de comida, só esquecemos de um detalhe véspera de feriado e estava tudo fechado o povo queria estar com a família, no fim das contas um motoboy super gente fina me levou numa casa de frango assado único lugar aberto… Resultado, nossa ceia foi Frango assado com pão francês e cerveja 😛Que delicia!!!!!! hahahahahaha No Natal saímos conhecer a cidade e para a nossa surpresa encontramos o bar universidade do Chopp foi muita emoção! Chegamos e com o calor tomamos muitas beras até conhecer a famigerada cachaça feita de mandioca era a Tiquira 🤪 tem o vídeo no Canal #aventurasdocelinho melhor cachaça que já tomei, resultado antes do almoço já estávamos trançando as pernas... neste mesmo dia ficamos sabendo das quebradeiras de coco babaçu uma cultura muito rica representada por mulheres que através deste trabalho conseguem seu sustento e sua independência, lá tivemos o prazer de conhecer a dona Maricota e sua família, Dona Maricota junto com seu esposo o sr Antonio Miranda criaram seus filhos graças ao seu trabalho e a Palmeira Do coco Babaçu como eles aprendemos o multiuso que tem o coco e sua importância para as famílias da região, foi realmente um presente de natal incrível, conhecer toda aquela cultura e ser recepcionado pela família foi um momento único nossa gratidão eterna a essa maravilhosa família que compartilhou conosco o seu dia de natal, saímos de Chapadinha rumo a Tutoia encantados com o seu povo, já em Tutoia ficamos hospedados em uma pousadinha, ali foi tenso, o lugar era na beira da praia localização ótima o duro foi o quarto, logo de cara fiquei desconfiado decidi que seria melhor dormir na rede, estiquei a rede e ficou muito alta, logo pensei, vou arrastar a cama para baixo da rede que seu eu cair a noite não me quebro, arrastei a cama e surprise!!! o quarto que já não parecia limpo ficou ainda pior, era preservativo embaixo da cama, sujeira e foi, só sabia rir mesmo, por isso a moça deixou tão barato🤔! hahahahahah Tutoia nos presenteou com um dos nascer do sol mais lindos que já tive o prazer de presenciar no delta do Parnaíba o astro rei se apresentou em uma imagem digna de pintura, que presente! Ficamos apenas um dia em Tutoia e partimos para Barreirinhas, a cidade é totalmente voltada ao turista, tem boa infraestrutura e tudo o que precisar, ficamos no Hostel da Julia bem na Beira Rio, ótima localização com barzinhos e saída de passeio dali mesmo, os passeio em Barreirinhas não chegam a ser absurdos mas para dois viajantes foi até que salgadinho, optamos por não fazer passeio todos os dias então pegamos dois passeios de meio dia para o Parque e outro passeio que durou quase o dia todo para Caburé, os dois passeios pelo parque foram ótimos nosso sonho era realizado chegamos ao deserto com as lagoas azuis e demos muita sorte porque não era nem pra ter água nessa época, Maranhão sempre nos agraciando, a tarde fomos para a lagoa Bonita onde tivemos um pôr do sol muito bonito, de fato foi o melhor passeio, Caburé foi bem triste, a divulgação era que seria um passeio com vivência e interação com a população mas na verdade era só tirar grana de gringo, tudo caro e de pouca qualidade, no entanto muito do passeio somos nós mesmos que fazemos e escolhemos aproveitar o que já estava pago, ao contrário da outra dona que só reclamava, fizemos amizade com uns gringos italianos muito gente fina no final a mimica ajudava bastante hahahaah, nossa estadia em Barreirinhas foi muito boa, mesmo sendo uma cidade bem turística é possível encontrar comida boa e barata ali mesmo na Beira Rio, comemos todos os dias no mesmo barzinho, tinha uma costelinha de porco com barbecue divina, na última noite foi só alegria conhecemos uma galera de Chapadinha que ficaram com a gente, além de um casal Paraense muito massa foi muita surpresa boa! Saímos de Barreirinhas para aguardar 2019 em São Luís até porque dia 01 já era nosso voo a chegada de 2019 foi regada ao som de Raça Negra, mano Raça Negra de GRAÇA!!! foi muito melhor do que eu esperava. Dia 01 deixamos o Maranhão e nosso caminhos se separaram, meu amigo voltou para Curitiba e eu fui realizar o sonho de conhecer a Floresta. Essa é uma história longa… Depois do convite para o Maranhão senti que essa era a chance de conhecer a Amazônia afinal eu estava tão perto… e assim foi, Maranhão fechado fiz uma rifa para conseguir a grana para ir ao Acre, depois de fazer rifa e juntar mais uma grana cheguei nessa terra tão rica em cultura e história, realmente o Acre é para poucos, para os merecedores, me considero muito privilegiado pelo tempo que estive na floresta, cheguei e fui direto para Capixaba participar do Encontro para o Novo Horizonte na comunidade Daimista fundada pelo Mestre conselheiro Luiz Mendes lá fui recebido como se fosse da família e no final era isso mesmo todos uma só família o que eu vivi no Acre não tem nem como explicar, mas vou tentar passar um pouco do que foi esses 15 dias por lá… Bom fiquei no evento durante 10 dias o evento que é idealizado com o intuito de reunir pessoas do mundo todo, o evento acontece a 18 anos, conheci pessoas incríveis e tive experiências únicas, lá tivemos vivência com as sagradas medicinas e convivemos com os índios Huni Kuin. Depois que o evento acabou peguei carona para Rio Branco e na metade do caminho fui convidado a ficar no Bujari Cidade vizinha, no Bujari fui recebido pela mesma família do Sr Luiz Mendes, junto com um grupo de 5 chilenos e 1 Catarinense tivemos uma casa a nossa disponibilidade onde ficamos hospedados tranquilamente, nesta mesma estadia por lá visitamos a casa de um membro da tribo Huni Kuin que nos convidou para uma seção com Nixi Pae a Bebida sagrada por eles consagrada, foi uma noite única com cantos e ritos ancestrais, a magia da floresta nos agraciou com muita coisa boa que sou eternamente grato, foi acima de tudo uma viagem ao encontro de mim mesmo que jamais será esquecido. Depois de toda essa magia vivida neste período segui para Porto Velho por apenas 2,50 isso mesmo, o programa ID Jovem do Governo Federal nos proporciona isso. Cheguei em Porto Velho depois de atravessar o lendário Rio Madeira. Porto Velho - O final da Viagem estava próximo, Na verdade não pretendia ficar em P.V. a ideia era ir para Brasília, mas como viagens sempre são surpresas lá fiquei… Porto Velho foi mais uma surpresa boa, final de viagem e a grana no último, cheguei na Rodo e não consegui o bus para Brasília, não tinha jeito a opção era pegar carona ou pegar o bus para SP e ficar 4 dias ali, a grana acabando e eu não tinha lugar pra ficar, desespero batendo até que encontro uma amazonense gente fina que me indica acampar no posto de gasolina, foi o que eu fiz, cheguei e pedi pra armar a barraca no posto, ainda ganhei banho de brinde! hahahaha depois do Camping no posto fui procurar um lugar pra ficar… encontrei por 20 reais a diária eu tinha café da manhã, wifi e um quarto pra descansar ainda chorei um pouco e ganhei um desconto na última diária que ficou por 15, viva!!! Em Porto Velho busquei conhecer alguns lugares, infelizmente o complexo Madeira-Mamoré está fechado para reforma, importante ponto histórico da Capital ainda não está liberado ao público, passando por ali conheci as 3 caixas d'água considerado como marco inicial da cidade é referência histórica por ter sido o ponto de abastecimento para os primeiros colonos às margens do Madeira, descobri também que tem uma viagem de barco que parte de Porto Velho em direção a Manaus, fiquei com muita vontade de fazer essa viagem, só de pensar em ficar 5 dias no rio em meio a floresta já me encanta, infelizmente tive que deixar para outra oportunidade, outra coisa muito boa de Porto Velho foi que encontrei PF por 5,00 reais, sim meus amigos, e comida boa!!! Pelo menos não tive nenhum problema estomacal, hahahaha… Algumas fotos abaixo: Por do Sol no Delta do Parnaíba em Tutoia Visita no Parque Nacional Dos Lençóis Maranhenses Novos Amigos em Barreirinhas, Parana, Santa Catarina, Maranhão e Pará reunidos Novos amigos do Acre, outro super presente. Chile, SC, SP, MT, PR e CE reunidos.
  3. Resumo: Itinerário: Porto Velho (RO) → Rio Branco (AC) → Xapuri (AC) → Sena Madureira (AC) → Ji-Paraná (RO) → Comodoro (MT) → Cuiabá (MT) → Chapada dos Guimarães (MT) → Poconé (MT) → Campo Grande (MS) → Aquidauana (MS) → Miranda (MS) → Passo do Lontra (MS) → Corumbá (MS) → Bonito (MS) Período: 03/01/2006 a 06/02/2006 Ida: Voo de São Paulo (Congonhas) a Porto Velho em Rondônia. Acho que a companhia era a TAM e a passagem foi paga com pontos. Volta: Ônibus da Viação Cruzeiro do Sul de Bonito a Campo Grande no Mato Grosso do Sul e da Viação Motta, saindo de Campo Grande e indo até São Paulo Considerações Gerais: Não pretendo aqui fazer um relato detalhado, mas apenas descrever a viagem com as informações que considerar mais relevantes para quem pretende fazer um roteiro semelhante, principalmente o trajeto, acomodações, meios de transporte e informações adicionais que eu achar relevantes. Nesta época eu ainda não registrava detalhadamente as informações, então albergues, pousadas, pensões, hotéis e meios de transporte poderão não ter informações detalhadas, mas procurarei citar as informações de que eu lembrar para tentar dar a melhor ideia possível a quem desejar repetir o trajeto e ter uma base para pesquisar detalhes. Depois de tanto tempo os preços que eu citar serão somente para referência e análise da relação entre eles, pois já devem ter mudado muito. Sobre os locais a visitar, só vou citar os de que mais gostei ou que estiverem fora dos roteiros tradicionais. Os outros pode-se ver facilmente nos roteiros disponíveis na internet. Os meus itens preferidos geralmente relacionam-se à Natureza e à Espiritualidade. Informações Gerais: Em toda a viagem houve bastante sol. Estava no período chuvoso, mas houve pouca chuva. Em 2005 tinha havido uma seca muito forte na região amazônica, mas os rios já estavam com seu volume recuperado. As temperaturas também estiveram altas, chegando a mais de 35 C ao longo do dia, principalmente em Cuiabá e no Pantanal. A população de uma maneira geral foi muito cordial e gentil 👍. As paisagens ao longo da viagem agradaram-me muito, passando por áreas de florestas, rios, cachoeiras, chapadas, áreas alagadas, montanhas e outros . Roubaram meu passaporte, provavelmente em Porto Velho 😧. Eu o deixei numa área visível dentro da mochila, não percebendo o valor que poderia ter para outros. Eu o havia levado para o caso de ir até a Bolívia na fronteira. Num dos trajetos de ônibus, pessoas que provavelmente estavam contrabandeando produtos, colocaram algo (acho que era um eletrônico) acima do assento em que estava. Mas pouco depois tiraram e desceram. Logo a seguir a polícia federal parou o ônibus, mas nada encontrou 😞. A viagem no geral foi tranquila. Houve duas companhias de ônibus que quiseram cobrar um pouco mais do que declarado na passagem, o que não me agradou e me fez fazer algumas reclamações a elas e a ANTT 😠. Alguns estabelecimentos comerciais aceitaram cartão de crédito (principalmente companhias de ônibus, mercados e agências de turismo), mas a maioria não aceitou. Fui de SP a Porto Velho (acho que era pela TAM), com pontos de milhagem. Iria até Rio Branco ou Cruzeiro do Sul, mas a companhia não tinha voos para lá. Voltei de ônibus de Bonito até Campo Grande pela Viação Cruzeiro do Sul e depois de Campo Grande até São Paulo pela Viação Motta. A Viagem: Esta foi minha primeira viagem após a morte do meu pai. Eu havia tido algum tipo de mal estar (queda abrupta de pressão e taquicardia) em São Paulo cerca de 1 mês antes e a última médica que me atendeu disse que poderia ser síndrome do pânico. Assim sendo, eu viajei um pouco preocupado que o quadro pudesse se repetir durante a viagem em locais que poderiam apresentar algum risco e em que eu poderia estar sozinho. Fui de SP (Congonhas) a Porto Velho em 03/01/2006 (acho que era pela TAM - http://www.tam.com.br), com pontos de milhagem. A saída estava prevista para às 8:30. Iria até Rio Branco ou Cruzeiro do Sul, mas a companhia não tinha voos para lá. Voltei de ônibus de Bonito até Campo Grande pela Viação Cruzeiro do Sul (https://www.cruzeirodosultransportes.com.br) e depois de Campo Grande até São Paulo pela Viação Motta (http://www.motta.com.br). Em Porto Velho fiquei hospedado perto da rodoviária. É bem provável que meu passaporte tenha sido roubado nele 😧. Para as atrações de Porto Velho veja https://www.guiaviajarmelhor.com.br/lugares-para-conhecer-em-porto-velho e https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/porto-velho. Os pontos de que eu mais gostei foram o Rio Madeira e o Museu Ferroviário, que incluía parte da história da construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, ponto emblemático da história do Brasil. No Rio Madeira perguntei a um homem que parecia trabalhar em algo referente a barcos se era seguro nadar e ele me disse que nunca é bom nadar em rios, pois sempre pode haver peixes que podem atacar. Ao perguntar a uma vendedora ambulante, ela me disse que qualquer lugar em Porto Velho a qualquer hora era perigoso em relação a assaltos. Eu não achei. Talvez a criminalidade estivesse crescendo e eles estivessem assustados por isso. Mas naquela época parecia bem mais tranquila do que São Paulo. Achei a cidade com características equatoriais, desde o clima até a aparência da terra. Fiz um passeio de barco pelo rio e fui a um povoado chamado Candeias, em que havia uma praia de rio. Fiquei lá até 5 feira 05/01 pela manhã, quando peguei um ônibus para Rio Branco pela Viação Jerontur (que nem sei se ainda existe). Paguei R$ 52,50 com cartão de crédito. A viagem durou boa parte do dia. Saí no início da manhã e cheguei do meio para o fim da tarde. Tivemos que fazer uma travessia de balsa em Abunã, em que se podia ver um braço de terra com a bandeira da Bolívia, mostrando que estávamos na fronteira. Conversei bastante com o ajudante do motorista ao longo da viagem. Em Rio Branco também não fiquei hospedado muito longe da rodoviária. Gostei bastante da cidade . Fiquei nela até domingo 08/01. Para as atrações de Rio Branco veja https://www.guiaviajarmelhor.com.br/lugares-para-conhecer-em-rio-branco e https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/rio-branco-2. Os pontos de que mais gostei foram a orla do rio, os parques e os museus, com a história da região e com histórias de pessoas simples, como a da mulher cuja avó (ou bisavó) denunciou que a máfia havia matado seu marido em Nova Iorque no início do século passado (se não me falha a memória), fugiu para São Paulo e foi aconselhada por parentes ou conhecidos a ir mais para o interior, pois disseram que São Paulo era muito perto de Nova Iorque. Foi a única que vez que experimentei o Daime. Achei bastante interessante 👍, mas deixei a mente voar muito e acho que perdi a oportunidade de uma experiência espiritual mais profunda. De qualquer forma gostei da experiência, que se usada buscando expansão de consciência, pareceu-me ser um bom veículo para espiritualidade, embora sempre ache substâncias desnecessárias. Se bem me lembro isso ocorreu na Igreja São José, que disseram ser a sede e ser conhecida em outros lugares por quem segue aquela religião. No final fui até o líder da celebração dizer-lhe que me pareceu que eles eram do Bem. No domingo 08/01 fui para Xapuri, terra em que viveu Chico Mendes, Fui logo de manhã de ônibus pela Viação Jerontur, pagando R$ 18,20 com cartão de crédito. Cheguei pouco antes do almoço. Para as atrações de Xapuri veja https://viagemturismoaventura.blogspot.com/2017/12/xapuri-acre-segundo-organizacao-mundial.html. Os pontos de que mais gostei foram os rios, os seringais, a floresta, a Casa com a história de Chico Mendes, onde ele foi assassinado e a Intendência Boliviana, importante na época da disputa da região entre Brasil e Bolívia. Gostei também das oficinas de madeira, que produziam os mais diferentes objetos com a madeira extraída da floresta. Achei interessante a foto em que apareciam Lula, então Presidente da República e Márcio Tomás Bastos, então seu ministro da Justiça, com semblante sério e pensativo olhando para seu túmulo. Pareceu-me que Lula estava pensando que aquele poderia ter sido seu destino. Conversei com a cunhada (se bem me lembro era a cunhada) de Chico Mendes sobre o assassinato, o que aconteceu depois e a vida por lá. Ela me falou que os assassinos já estavam livres após cumprir pena, um deles havia se transformado em pastor e estavam bem de vida. Pareceu-me um pouco indignada com esta situação. Uma outra mulher que havia trabalhado com Chico Mendes falou-me de como ele era, de suas previsões para o futuro (como a falta de chuvas), de sua simplicidade de usar chinelos mesmo nas ocasiões mais solenes, de como Lula o ajudou na organização sindical e de como após sua morte foram criadas as reservas extrativistas e a situação dos trabalhadores rurais havia melhorado muito na região. Isso vários outros trabalhadores me confirmaram. Como já faz 13 anos, não sei se esta situação se mantém até hoje. Passeei pelas áreas naturais, florestais, seringais, atravessei o Rio Acre a nado para ir conhecer o outro lado 👍. Fui bastante picado por mosquitos durante o tempo que estive andando por lá (cerca de 2 horas), porque fui só de calção. Na volta, já um pouco escuro, iria atravessar a nado também, mas pessoas me sugeriram para não fazer, pois poderia haver cobras ou peixes que poderiam me atacar. Não achei uma possibilidade muito grande, mas como já era quase noite, achei melhor pagar alguns centavos pela travessia de barco. Antes fiquei um bom tempo tirando areia dos olhos devido à travessia de ida. No dia seguinte, 2.a feira 09/01, fui para Sena Madureira. Queria ir até Cruzeiro do Sul, mas a estrada estava intransitável nesta época, devido às chuvas, que nem estavam sendo tão intensas. A passagem aérea achei muito cara. Então voltei para Rio Branco pela manhã e logo a seguir peguei um ônibus para Sena Madureira por R$ 17,20 com cartão de crédito pela empresa Real Norte. Na viagem, já escurecendo, o motorista passou do ponto em que uma mulher havia pedido para descer e deu marchar ré na estrada por razoável distância, numa manobra que me pareceu temerária. Depois ouvi o motorista conversando com outros funcionários da empresa e me pareceu que riram bastante do episódio. Na 3.a feira 10/01, fui até a prefeitura de Sena Madureira, onde duas jovens atendentes informaram-me sobre os pontos a visitar. Riram bastante das minhas perguntas sobre poder nadar em rios e visitar comunidades indígenas 😃. Para as atrações de Sena Madureira veja http://mochileiro.tur.br/sena-madureira.htm e https://www.guiadoturismobrasil.com/cidade/AC/221/sena-madureira. Os pontos de que eu mais gostei foram o rio e a floresta. Fiquei um pouco decepcionado por não ter visitado tribos indígenas. Numa ocasião, em Xapuri ou Sena Madureira (acho que era Xapuri) eu estava andando pela mata e começou a chover. Isso criou barro e meu calçado ficou cheio de barro. Aí eu vi uma capela rural em que eu achei interessante entrar para conhecer. Estava trancada e eu pedi para a responsável abrir para mim. Ela abriu a porta e a capela estava limpíssima. Como estava com o calçado inteiro cheio de barro, ajoelhei, levantei os pés, numa posição quase acrobática, para não sujar o chão e fui caminhando ajoelhado até o altar 😃. A mulher disse repetidas vezes que eu não precisava fazer aquilo, mas eu teria considerado um enorme desrespeito meu sujar aquele chão tão limpo. Na 4.a feira 11/01 voltei de ônibus para Rio Branco, almocei, conversei com uma comerciante sobre o clima da região e depois peguei um ônibus da empresa Real Norte para Ji-Paraná. Paguei R$ 90,00 com cartão de crédito. Desta vez atravessei a balsa à noite. Fiquei surpreso com a quantidade de cidades razoavelmente grandes existentes em Rondônia. Não tinha esta noção. Pareciam cidades médias do interior de São Paulo. Cheguei a Ji-Paraná no dia seguinte à tarde (5.a feira 12/01). Acho que foi neste trecho que houve o incidente com o possível contrabando e a polícia federal. Acomodei-me num hotel perto da rodoviária. No entardecer ainda fui dar uma volta pela cidade nas proximidades do hotel. Passei pela região central e por um museu, mas logo escureceu. Para as atrações de Ji-Paraná veja http://www.ji-parana.ro.gov.br/turismo.php e https://ecoviagem.com.br/brasil/rondonia/ji-parana. Os pontos de que mais gostei foram a história de Rondon e das comunicações na colonização inicial amazônica, a floresta, os rios e toda a vegetação. Ela fica dentro ou próxima da Chapada dos Parecis. Na 6.a feira 13/01 fui conhecer a parte histórica, principalmente referente ao Marechal Rondon e partes naturais relacionadas à floresta. Ao explorar uma área ao lado de um rio, passei por um ninho de marimbondos, que foram atrás de mim. Quando percebi saí correndo rapidamente e pulei no rio, de roupa e tudo 😃. Meu cabelo estava comprido e alguns ficaram grudados nele, mas os outros foram embora quando mergulhei. Levei só algumas poucas picadas. No fim do dia peguei um ônibus da Viação Andorinha (http://www.andorinha.com) para Comodoro no Mato Grosso, por R$ 48,85 com cartão de crédito. Cheguei no dia seguinte, sábado 14/01, no começo da manhã. Para as informações sobre Comodoro veja https://pt.wikipedia.org/wiki/Comodoro_(Mato_Grosso) e http://www.coisasdematogrosso.com.br/cidades/cidade.asp?id=150&cidade=Comodoro. Os pontos de que mais gostei foram as áreas naturais. Acho que foi meu passeio mais autêntico na Chapada dos Parecis. Após acomodar-me num hotel fui visitar a área. Perguntando para um morador sobre o horário, percebi que ainda havia confusão devida ao horário de verão. Fui caminhando pela estrada e, após perguntar a habitantes locais, entrei numa área rural, meio pantanosa, cheia de buritizais, para conhecer melhor a região. Andei por terrenos pantanosos, por campos, por mata (não fechada) e por alguns morros não muito altos, mas que proporcionaram boa vista. Isso tomou o dia inteiro e me deu uma boa impressão de como era aquele local. Gostei muito . À noite jantei na praça em meio a som de bares. No domingo 15/01, logo de manhã peguei um ônibus para Cuiabá pela Viação Andorinha. Paguei R$ 60,00 no cartão, mas na passagem veio impresso R$ 57,70 e não me foi dado nenhum comprovante de taxa de embarque (nem existia rodoviária). Quando perguntei, o representante em Comodoro me disse sorrindo que era daquele jeito mesmo e estava correto. Posteriormente fiz uma reclamação sobre o fato para a Viação Andorinha, que me devolveu a diferença prontamente, e notifiquei a ANTT. Chamaram-me atenção as plantações laterais às rodovias durante as viagens de ônibus, principalmente no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Cheguei a Cuiabá no fim da tarde. Hospedei-me no centro, perto da rodoviária. Algumas pessoas disseram-me que era uma área perigosa à noite e nos fins de semana e eu fiquei preocupado. O dono do hotel disse que era tranquilo. Depois de andar um pouco por ali, percebi que para os meus padrões de paulistano do que era uma área perigosa, ali até que era bem tranquilo. Para as atrações de Cuiabá veja https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/cuiaba, https://www.guiadoturismobrasil.com/cidade/MT/970/cuiaba e https://www.brasilturismo.com/mt/cuiaba. Os pontos de que mais gostei foram as igrejas, os rios, as áreas verdes e as características regionais. Visitei também seus monumentos e construções. Na 2.a feira 16/01 fui conhecer Cuiabá. Gostei da cidade 👍, mas achei muito quente 😓. Talvez uma das cidades que eu conheci mais quentes do Brasil. Foi necessário bastante água ao longo do dia. Aproveitei para passar também por Várzea Grande, uma cidade também bastante grande, que ficava ao lado de Cuiabá. Na 3.a feira 17/01 de manhã fui para Chapada dos Guimarães de ônibus. Cheguei lá ainda pela manhã e me acomodei num hotel no centro. Fui pesquisar como fazer passeios e me convenci de que precisava de uma agência de turismo para alguns deles, em especial para a Caverna e Lagoa Aroe Jari. Escolhi a Agência Chapada dos Guimarães (http://www.chapadadosguimaraes.com), que ficava na praça central. Falei-lhes do meu interesse na Caverna Aroe Jari, caso conseguissem um grupo. No dia seguinte falaram que haveria a escalada do Morro São Jerônimo e eu disse que provavelmente iria. Para as atrações da Chapada dos Guimarães veja http://chapadadosguimaraes.tur.br, https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/chapada-dos-guimaraes, https://www.feriasbrasil.com.br/mt/chapadadosguimaraes e http://www.chapadadosguimaraes.com. Os pontos de que mais gostei foram as cachoeiras, as estruturas de pedra, a vegetação, as montanhas e o mirante do centro geodésico. Foi um dos locais de que mais gostei da viagem . Aproveitei a tarde para passear pela cidade, passei e nadei numa espécie de balneário público (disseram-me que como a água era corrente não havia risco de doenças) e depois fui a pé até o Mirante do Centro Geodésico da América do Sul (centro geográfico da América do Sul), que alguns exotéricos dizem ter um caminho direto para Machu Picchu. Não procurei nem me preocupei com isso. Eram cerca de 7 km de distância a partir da cidade. Achei a paisagem muito bela . Aproveitei e fiquei um bom tempo contemplando e fazendo meditação. À noite fui a um restaurante de espetos, mas como não como carne, fiquei só nos complementos. Perguntei ao dono se isso não lhe daria prejuízo e ele disse que não e me receberia nos outros dias sem problemas. Na 4.a feira 18/01 fui para a agência para fazer o passeio ao Morro São Jerônimo. Paguei R$ 45,00 com cartão de crédito pelo passeio. Ao chegar lá sem uma garrafa de água, o dono me falou que eu iria entrar na água dos outros durante o passeio e que precisaria ir comprar uma garrafa antes de partirmos. Disse a ele que achava que não precisaria, mas ele não concordou. Fui então rapidamente comprar uma. Se bem me lembro, o grupo que iria para o passeio era formado pelo guia Aílton, um casal de brasileiros com etnia japonesa, dois amigos alemães, um casal com um carioca e sua namorada, o filho do dono da agência, uma mulher de uns 50 anos e seu neto (ou sobrinho ou algo semelhante) adolescente. Andamos bastante sob um sol forte. O guia me pareceu muito bom, embora eu prefira fazer meus passeios sem guia. Mas naquele caso teria sido muito difícil achar a trilha. Paramos em algumas quedas de água e pudemos aproveitar para nos banhar nelas e eu aproveitei para beber um pouco de água. Vimos araras. Apreciamos a paisagem natural. O guia ajudou-nos nas escolhas dos melhores modos de subir na trilha que já se encontrava na montanha. No alto fez questão de me dar alguns amendoins para comer, mesmo após eu recusar, porque achou que eu poderia não aguentar a descida se não me alimentasse (talvez devido a algum problema de baixa de glicemia). Eu comi dada a ênfase com que me deu. No geral, gostei bastante . Voltamos no fim da tarde. Dei minha garrafa de água sem abrir para o filho do dono 😃. Na 5.a feira 19/01 voltei à agência para fazer o passeio pela Cidade de Pedra e alguns outros pontos da chapada. Paguei R$ 40,00 com cartão de crédito por ele. O dono disse-me que havia visto seu filho com minha garrafa na volta e me perguntou se eu seguia a forma de ser dos camelos, tomava muita água antes de sair e depois não precisava de água ao longo do passeio 😃. Eu disse que sim e que tinha avisado. Neste dia fizemos o passeio de carro, pois as distâncias eram maiores. No grupo estavam novamente o mesmo guia Aílton e o casal com etnia japonesa, além de mim. Os outros não estavam, mas juntou-se a nós uma britânica (acho que era do País de Gales). Os paredões pareceram-me espetaculares . Gostei também das cachoeiras e das paisagens. Este passeio foi mais curto, pois de carro os deslocamentos, apesar de maiores, foram mais rápidos. No início da tarde já estávamos de volta e eu aproveitei para ir novamente ao Mirante do Centro Geodésico da América do Sul. Passei depois por algumas agências procurando por grupos para a Caverna e Lagoa Aroe Jari, mas não encontrei nenhum. Para ir só, se bem me lembro, o preço mais baixo que encontrei era de cerca de R$ 360,00. Ainda fui à pousada do casal de etnia japonesa para ver se queriam ir no dia seguinte ao parque para conhecer o circuito das cachoeiras por conta própria. Mas ficou no ar e acabamos indo separados. Na 6.a feira 20/01 fui conhecer as cachoeiras do parque (http://www.icmbio.gov.br/parnaguimaraes). Naquela época era possível ir sem guia. A sinalização era precária, mas era possível encontrar as trilhas. Eu me perdi um pouco em alguns locais, mas acabei conseguindo fazer o circuito completo. Cheguei perto da hora do almoço e encontrei o casal de etnia japonesa terminando o passeio. Disseram-me que haviam gostado e que provavelmente eu gostaria, pelo que tinham visto eu apreciar nos dias anteriores. Mas ressaltaram que acharam o parque muito mal sinalizado. Gostei bastante , cada uma de um jeito, mas todas possíveis de serem aproveitadas e apreciadas. Para ir à última, já perto do fim da tarde, tive um pouco de dificuldade de achar a descida, mas acabei conseguindo. Após sair dela, peguei uma trilha errada e fui sair fora do caminho principal. Mas depois orientei-me pela paisagem e consegui voltar ao caminho principal e retornar à portaria, ainda dentro do horário de visitação, quase no pôr do sol. Aílton falou-me de um barqueiro que fazia a travessia de Porto Jofre, no fim da Rodovia Transpantaneira, até Corumbá, cruzando o Rio Paraguai. Ele me deu o número de telefone. Eu liguei, mas sua mulher falou que ele estava em Corumbá e demoraria vários dias para voltar. Então eu desisti de ir com ele, mas fiquei com a ideia de poder fazer esta travessia com algum outro barqueiro. No sábado 21/01, voltei à agência para ver se existia algum grupo para a Caverna e Lagoa Aroe Jari. Em todos os dias eu perguntei e em nenhum houve nenhum grupo interessado 😞. Aí eu desisti, agradeci e peguei um ônibus para Cuiabá para começar minha visita ao Pantanal. Em Cuiabá peguei um ônibus para Poconé pela Tut Transportes (http://www.tut.com.br) por R$ 15,85 com cartão de crédito. Poconé ficava na borda norte do Pantanal e dava acesso à Rodovia Transpantaneira. Cheguei em Poconé no início da tarde e me hospedei no Hotel Tuiuiú (https://www.tripadvisor.com/Hotel_Review-g1191961-d2657293-Reviews-Hotel_Tuiuiu-Pocone_State_of_Mato_Grosso.html). Depois fui procurar por uma bicicleta para alugar no dia seguinte e ir pedalando até a Transpantaneira. Mas não consegui 😞. Não fazia parte da cultura das pessoas e elas até aceitavam alugar, porém o preço que pediam era de venda da bicicleta. Como a bicicletaria estava fechada, não tive sucesso. Mas obtive bastante informações sobre o passeio a fazer, com os moradores locais e com o rapaz do hotel. Algumas pessoas disseram-me para não ir a pé até Porto Jofre, que era no fim da Transpantaneira, às margens do Rio Paraguai, pois poderia haver onças no caminho depois de um determinado ponto. Falaram-me que um rapaz havia ido atravessar o Rio Paraguai de carona em troca de trabalho com um barqueiro mascate desconhecido e foi morto. Disseram-me também que não sabiam se seria possível achar uma acomodação em Porto Jofre com valores baixos para pernoitar. À noite fui a uma festa na praça e conversei com um vendedor de itens infantis estrangeiro de origem hispânica sobre a região. Explicou-me sobre a cidade e as pessoas. Falou de como havia gostado das mulheres de lá. Porém quando perguntei sobre o Pantanal, disse que lá no meio do mato não conhecia e poderia ser perigoso. No domingo 22/01 fui fazer um passeio na Transpantaneira. Fui sem a mochila, o que significava que tinha decidido não fazer a travessia do Rio Paraguai. Saí de manhã até um ponto no início da estrada que ia para lá e fiquei esperando carona com alguém que fosse. Após cerca de meia hora passou o dono de uma pousada e me deu carona. No caminho conversamos sobre hospedagem e ele me disse que R$ 100 a R$ 150 eram valores normais para aquela área e que eu tinha visto o mais caro que era o Hotel Porto Jofre, por mais de R$ 300. Mas mesmo R$ 100 era mais do que o triplo do que eu estava pagando em média. De qualquer modo ele me falou do pagamento pelo uso de um dia, se eu estivesse interessado, que saía por um preço próximo a R$ 20 e que seus empregados levavam os turistas para ver vários pontos, incluindo a “cobra”. Disse que se eu tinha ido até ali e não iria fazer este tipo de passeio era como se tivesse ficado em casa e visse um documentário. Deu-me um folheto da sua pousada, que eu peguei, mas após o dia que passei resolvi não visitar, pois achei desnecessário. Após eu perguntar sobre perigos, ele me falou para ter cuidado com abelhas na margem da estrada. Chegamos, eu agradeci e me despedi. Comecei a caminhada até o ponto mais distante que eu conseguisse, imaginando voltar ainda com claridade. Logo no início passei pelo pórtico de entrada da Transpantaneira e pouco à frente por uma estátua de São Francisco. Ao perguntar a pessoas que estavam se banhando como fazia para encontrá-la, indicaram-me e depois eu os ouvi comentando “Pode ser alguém fazendo promessa” 😃. Tentei algumas caronas para ir até um ponto mais distante, mas não tive sucesso. Vi muitos jacarés pequenos. Até avisei os banhistas para tomarem cuidado, mas eles disseram gargalhando que sua carne era ruim 😃, e portanto os jacarés não iriam gostar. Eu não entrei na água. Havia também araras, tuiuius e outras aves. A planície pantaneira pareceu-me muito bela . Pedi informações em vários estabelecimentos e me surpreendi com o número de estrangeiros nas pousadas. Passou um caminhão indo para Porto Jofre. Lamentei pois tinha decidido não ir para lá e uma possível carona até um ponto mais à frente já não era relevante. Perto do ponto de retorno, pois pelos meus cálculos se fosse além iria pegar parte do caminho na escuridão, o que poderia ser muito perigoso devido às onças, vi um cervo do pantanal bem perto da estrada. Ele não me viu e eu pude contemplá-lo bastante . Pena que depois de algum tempo em que eu estava parado, como eu estava suando muito, os mosquitos começaram a me atacar e eu tirei o boné para espantá-los, o que assustou o cervo e o fez correr para longe. Ainda assim deu para admirá-lo mais um pouco. Satisfeito após este avistamento retornei pelo mesmo caminho. Num determinado ponto parei para descansar um pouco e dois rapazes que estavam por ali me ofereceram cerveja. Educadamente eu recusei e começamos a conversar. Perguntaram se São Paulo, com todo seu asfalto, não era mais quente do que ali, ao que eu respondi decididamente que não (pelo menos até aquele ano). Disseram-me para voltar mais tarde, na época da cheia, pois teria maiores chances de ver animais. Despedi-me e continuei voltando. Perto já do ponto de fim, pouco antes do pórtico, vi árvores dormitório . Como estava anoitecendo, a vista dos pássaros na árvore pareceu mais bela ainda. Ali perto numa área alagada, um cavaleiro estava laçando um boi, numa cena típica da região. Parei para acompanhar, principalmente quando entraram na água . Ao chegar ao portal, fiquei esperando por carona, mas tive dificuldades de conseguir. Então, o guarda da guarita disse que iria pedir a um caminhão (ou caminhonete) que vinha com muitas pessoas para me levarem e que não teriam como recusar. Pediu e realmente concordaram. O pequeno e antigo caminhão estava lotado. Acho que era um passeio de vizinhos. Num determinado ponto o caminhão parou. Ficou sem combustível. Aí o motorista foi pegar na carroceria. Uma das integrantes disse gargalhando “Vamos aproveitar para fumar maconha”. O motorista, com um cigarro aceso numa das mãos, pegou o galão de gasolina com a outra. Ele não estava enxergando bem devido à escuridão e aproximou o galão e o cigarro do rosto 😲. Eu saí de perto, pois estava vendo o desastre acontecer, mas não quis falar nada, pois achei que não seria entendido, posto que ele parecia um pouco fora do estado de alerta. Ele conseguiu colocar o combustível. Continuamos um pouco mais, eu saltei (até um pouco antes do que pretendia), agradeci e voltei para o hotel. Contei ao rapaz do hotel que não tinha conseguido alugar a bicicleta e sobre os animais que tinha visto. No jantar contei ao dono do restaurante como tinha sido o dia e como tinha conseguido a carona para ir. Na 2.a feira 23/01 peguei um ônibus de manhã para Cuiabá. Lá estava um dos integrantes do caminhão do dia anterior, que me reconheceu e me cumprimentou. Eu sorri e achei interessante ele, que fazia parte daquela turma do dia anterior que parecia não se preocupar com o amanhã, estar no ônibus tão cedo, provavelmente para ir trabalhar ou estudar. De Cuiabá peguei um ônibus para Campo Grande (MS) pela Viação Medianeira por R$ 72,00 com cartão de crédito. Somando a passagem e a taxa de embarque deram-me comprovante de R$ 71,85. Em Campo Grande, mais pelo desaforo do que pelo dinheiro, reclamei no guichê, já que estava na rodoviária mesmo, e recebi a diferença. Cheguei no fim do dia e fiquei hospedado numa pousada ou pensão perto da rodoviária. Para as atrações de Campo Grande veja https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/campo-grande-2/ e http://campogrande.net/turismo. Os pontos de que mais gostei foram os parques, as áreas verdes, os museus da região, principalmente referentes a índios, o artesanato e as mangas. Na 3.a feira 24/01 e 4.a feira dia 25/01 fui conhecer a cidade. Já tinha estado nela em 1994 e 1995 a trabalho, mas não tinha tido oportunidade de conhecer tudo que queria. Desta vez pude ir ao vários parques, praças, centros de artesanato e museus temáticos, principalmente regionais e indígenas. Até repeti alguns museus e locais que já conhecia e de que havia gostado quando das viagens a trabalho. Num dos parques havia uma mangueira carregada e fiquei um bom tempo comendo mangas. O sabor natural, sem aditivos artificais, pareceu-me sem igual, muito melhor do que as frutas que eu conhecia das feiras e supermercados 😋. Passeei também pela área urbana, incluindo a região central e algumas áreas periféricas. Chamaram-me atenção a terra vermelha de cor forte, o grande espaço existente e as áreas verdes. Na 5.a feira 26/01 fui para Aquidauana, no início do Pantanal do Mato Grosso do Sul pela empresa Expresso Mato Grosso, pagando R$ 21,00 com cartão de crédito. Saí de manhã e cheguei lá na hora do almoço. Após me instalar fui procurar informações sobre como conhecer o Pantanal. Um homem de uma agência me disse que naquela região eu teria dificuldade em encontrar atrações naturais a preços baixos. Porém existia uma vila de pescadores chamada Passo do Lontra, na Estrada Parque, que era local de mochileiros, em que eu poderia encontrar hospedagem barata e ter acesso às áreas naturais por conta própria. Disse que existia inclusive um hotel barato lá em que eu poderia ficar. Guardei estas informações, que se revelaram utilíssimas 👍. Referente a Aquidauana então, fiquei um pouco decepcionado com as perspectivas, mas me preparei para caminhar por estradas rurais e tentar ver o que conseguisse. Neste dia ainda caminhei um pouco pela cidade para conhecer seus atrativos e resolver algumas questões burocráticas (se bem me lembro era algum pagamento). Na 6.a feira 27/01 saí cedo e peguei uma estrada rural que me indicaram. Novamente vi a vegetação pantaneira, tuiuius, garças, outras aves e jacarés, porém sem a exuberância que havia visto na Transpantaneira. Não consegui carona para poder chegar até um ponto mais distante e ter a chance de ver mais. Perto do meu ponto de retorno, vi um veado mateiro pequeno 👍, que não tinha visto ainda na viagem. Muito belo, porém bem menor que o cervo visto na Transpantaneira. Esta área me pareceu menos selvagem que a da Transpantaneira, mais ocupada pelo ser humano. Talvez por isso a vista de animais foi menor, mas mesmo assim houve vários. Não me lembro se foi aqui ou em Miranda, no começo do meu caminhar pela estrada rural cruzei com uma enorme boiada, que tomava a estrada toda. Fui para o canto para poder passar. Como parei por algum tempo, os mosquitos começaram a me atacar. Aí tirei o boné para espantá-los. No primeiro movimento brusco que fiz os bois se assustaram e começaram a querer correr. parei imediatamente. Os peões se assustaram e logo foram para cima dos bois para acalmá-los. Quase estourei a boiada sem querer 😲. Lamento pelo ocorrido. Ao passar a boiada levantou muita poeira e até me fez cantar a música da Ivete Sangalo (poeira, poeira, levantou poeira) 😃 No sábado 28/01 fui de manhã para Miranda. Fui pela mesma empresa Expresso Mato Grosso, pagando R$ 7,00 com cartão de crédito. Após me acomodar em Miranda fui me informar sobre como conhecer o Pantanal naquela área. Entrei numa agência de turismo procurando por um mapa, atenderam-me muito bem, mas como acho que não estavam acostumados a mochileiros, não conheciam detalhes de baixo custo. As informações acabaram sendo imprecisas. As do homem de Aquidauana foram mais fiéis à realidade. A dona disse que estava acostumada, mesmo nas viagens de ônibus, a observar animais pela janela. Falou-me que para a exuberância maior, realmente precisaria ir a fazendas ou pousadas que eram caras. Sugeriu-me pegar estradas de terra e observar a paisagem, as aves e tudo, como eu havia feito antes e lhe dito. Foi o que fiz ao sair dali, porém como já estava no meio da tarde, resolvi pegar um caminho pela estrada principal de asfalto e deixar a caminhada por estradas rurais mais longas para o dia seguinte. Após já ter andado um pouco, senti que não tinha me hidratado bem e estava começando a sentir um pouco de mal estar pela falta de água, quando caiu repentinamente uma chuva 🌧️, que usei para me hidratar, bebendo diretamente um pouco da sua água. Pude ver bastante garças e tuiuius e peguei um pouco mais de chuva na volta. No domingo dia 29/01 fui caminhar por uma estrada rural. Se bem me lembro, desta vez consegui carona mas já depois de haver andado bastante, o que aumentou um pouco a distância até onde pude ir. Vi novamente bastante aves, tuiuius, garças e jacarés (provavelmente caimans). A área parecia menos tomada pelo homem que Aquidauana, mas menos selvagem que a Transpantaneira. Foi um passeio agradável, mas esperava poder ver mais tipos diferentes de animais. Na 2.a feira 30/01 resolvi ir até onde o homem da agência de Aquidauana havia recomendado. Já perto do almoço, devido às restrições de horário, peguei um ônibus para o Buraco das Piranhas, que era o ponto da estrada em que se descia para ir até o Passo do Lontra. Chegando lá, ao dizer para o policial do posto de guarda que eu era de São Paulo, ele me perguntou se eu estava ali para fugir de algo 😮. Eu me surpreendi e disse que não, só tinha vindo conhecer as atrações naturais. Ele me perguntou se iria fazer um safári e logo completou “fotográfico” e eu disse que não tinha câmera e iria guardar tudo na memória. Falou-me para tomar cuidado com alguns animais e me mostrou um ferimento de jaguatirica que tinha sofrido na mão. Esperei um pouco por transporte e depois resolvi ir a pé os cerca de 8 km. O chão de terra estava meio pesado, provavelmente devido a alguma chuva anterior. Com isso, num dado ponto minha calça de moletom rasgou. Não dava para trocar ali no meio da estrada e fui com ela até a vila. Após chegar fui procurar um local para ficar e o caseiro de uma cabana de pescadores me disse que o preço era R$ 20,00 (ou R$ 15,00), mas que para mim faria por R$ 15,00 (ou R$ 10,00). Acho que isso foi devido ao estado em que cheguei, com barro e com a calça daquele jeito 😃. Após estar estabelecido procurei uma costureira que me emprestasse linha e agulha para consertá-la e consegui. Dei uma pequena volta pelos arredores, conheci o hotel que lá havia, que realmente tinha quartos não tão caros (acho que eram cerca de R$ 40,00) comparados aos outros e me informei sobre as refeições que serviam. A mulher do caseiro disse que o patrão só lhes dava dinheiro para a comida deles, então não poderia vender-me refeições. Informei-me sobre o caminho a seguir no dia seguinte para andar pela Estrada Parque. Na 3.a feira 31/01, após café da manhã no hotel e encher 2 garrafas de 1,5 litros de água saí caminhando pela estrada Parque em direção à Pousada Arara Azul, que me pareceu ser o ponto viável de retorno. Após caminhar um pouco, encontrei alguns habitantes locais que me disseram que as pegadas que víamos na estrada eram de onça e estavam frescas, talvez fossem do amanhecer. Pouco à frente consegui uma carona de uns 20 km, o que aumentou minha autonomia para ir mais longe. Acabei passando pela Pousada Arara Azul e fui quase até a Curva do Leque. Estava muito calor 😓. Pude ver muitos animais. Junto com a Transpantaneira, este foi o melhor trecho do Pantanal . Vi muitas aves, tuiuius, garças, araras e outras, vi uma comunidade de quatis, entocada em uma árvore. Pude chegar bem perto, mas procurei ficar pouco tempo muito perto (a menos de 1 metro de distância) para não assustá-los. Uma família de capivaras cruzou a minha frente na estrada. Não me viram e eu me aproximei vagarosamente. Quando o líder me viu eu já estava bem perto e ele começou a emitir sons e todos saíram correndo em fila para a área alagada. Tentei assustá-los o mínimo possível. Já perto da chegada, passou um homem com um pequeno caminhão e me falou "Olha a hora da onça!". Eu fiquei um pouco alarmado, mas como já estava perto da vila não me preocupei muito. Quando cheguei de volta, ouvi a mulher do caseiro falar, provavelmente para o marido, que eu estava chegando e parecia muito cansado. Realmente estava, pelo chão pesado e principalmente pelo calor. Ao chegar perto da cabana, um policial federal, pensando que eu era habitante local, perguntou-me se ele poderia estacionar seu carro ali. Aparentemente estava perseguindo alguém (talvez um contrabandista) que conseguiu escapar. Falou sarcasticamente que esperava que a onça o comesse. Disseram-me que havia um jacaré grande na lagoa do outro lado. Apesar de muito cansado eu fui ver. E valeu a pena. Talvez fosse um jacaré-açu ou um caiman enorme . Foi o único jacaré selvagem daquele tamanho que eu vi na viagem inteira. Ele estava do outro lado da lagoa e percebeu que eu tinha chegado. Só revirou o olho levemente na minha direção como quem diz “Mantenha distância”. Eu respondi para ele telepaticamente “Não precisava nem ter dito Seu Jacaré. Eu não atravesso esta lagoa por dinheiro nenhum” 😃. Depois retornei, fui jantar, admirar o céu estrelado e dormir. Lá não havia iluminação artificial nas ruas. Num dos dias à noite, ao sair para jantar, vi algo brilhante no chão refletindo a luz da minha lanterna. Ao iluminar melhor percebi que era uma cobra e desviei . Ainda bem que a vi, pois senão teria pisado nela e poderia ter ocorrido um acidente. Num dos dias, após o entardecer, já em boa parte no escuro, tomei banho no Rio Miranda. Antes perguntei a um morador local se não havia piranhas ou outros peixes que atacassem e ele me disse que não. Adorei a água 👍. Na 4.a feira 01/02, saí rumo a Corumbá. Antes tomei café da manhã no hotel, despedi-me e agradeci o casal de caseiros e fui procurar alguém para quem dar uma rede de deitar, que havia comprado em 2002 na minha primeira viagem pela Amazônia, e que levei por achar que iria precisar no Pantanal também, o que não aconteceu. Fui até a casa da mulher que havia me emprestado a linha e a agulha para a costura e lhe dei. Ela agradeceu e seu marido, que havia me indicado a casa dela quando eu tinha chegado procurando pela linha e agulha 2 dias antes, desejou-me boa viagem e me disse para ir com a Virgem Maria e todos os anjos ou santos. Fiquei impressionado como uma simples rede tinha impactado aquela gente tão simples e generosa 😊. Novamente caminhei pela estrada e fui até o Buraco das Piranhas pegar o ônibus para Corumbá. Não reencontrei o mesmo policial para falar das aventuras. Peguei o ônibus, cheguei em Corumbá, hospedei-me e ainda pude passear pela cidade. Para as atrações de Corumbá veja http://www.corumba.com.br/turismo/tur_ponto.htm, https://www.guiadoturismobrasil.com/cidade/MS/444/corumba e https://www.feriasbrasil.com.br/ms/corumba/. Os pontos de que mais gostei foram o Rio Paraguai, a história, os marcos e as ilustrações da Guerra do Paraguai. Num dos dias fui até a zona de comércio de Puerto Suarez na Bolívia para tentar comprar um tênis. Não precisei de passaporte. Após escolher um bem barato, antes de comprar pedi para experimentar. Quando experimentei vi que ficava muito apertado, embora o número fosse maior do que costumo calçar. Disse então que não iria levar e a dona da loja ficou muito brava. Como a cidade ficava a cerca de 6 km de distância e eu não tinha notícia de nenhuma atração de antemão, decidi não ir até lá. Um dos pontos de que mais gostei de Corumbá foram azulejos ou muros em ruas que ilustravam a Guerra do Paraguai. Havia várias cenas retratando a época e o conflito. Alguns detalhes específicos da guerra como violência contra mulheres eu não conhecia . A vista do Rio Paraguai, principalmente na ida e volta da Bolívia, pois se passava por uma via elevada, pareceu-me muito bela . O rio parecia grandioso e ainda relativamente mantendo suas características naturais, apesar do ambiente urbano próximo. Fiquei em Corumbá 5.a feira 02/02 e na 6.a feira 03/02 fui para Bonito. Antes ainda dei mais um pequeno passeio pela cidade, fui ao galpão regulamentado do comércio de ambulantes e comprei o tênis que queria. Peguei o ônibus perto da hora do almoço e cheguei em Bonito após o meio da tarde. Chegando em Bonito procurei informar-me sobre as atrações. Quase todos os pontos a visitar eram pagos. Boa parte exigiam guias. A maioria era distante e precisava de transporte. Não era exatamente o tipo de local que eu prefiro. Para as atrações de Bonito veja http://www.turismo.bonito.ms.gov.br/bonito/atrativos-turisticos e https://www.bonitour.com.br/bonito?lang=pt-br. No sábado 04/02 aluguei uma bicicleta e fui até o Parque das Cachoeiras conhecer as 7 quedas. Como fazia tempo que não pedalava, sofri um pouco para chegar lá, principalmente porque havia estradas de terra com pedrinhas que dificultavam a situação. Mas cheguei após algum tempo. Havia contratado o passeio sem almoço e cheguei já perto da hora do início. Gostei das cachoeiras . Fomos num grupo de várias pessoas que me pareceu animado, principalmente porque várias pessoas pareciam ser familiares ou amigos. Na tirolesa, após saltar, senti o impacto na água, mas ficou tudo bem. Uma menina chorou após cair 😢, pois acho que não estava preparada para o impacto. Na volta, duas moças que haviam ido sem carro pegaram carona com os outros participantes. Como eu estava de bicicleta, voltei pedalando. No meio do caminho parou um carro com algumas pessoas do grupo, onde estavam as moças de carona, e me deram um certificado por ter feito o passeio. Nunca tinha recebido algo assim e fiquei surpreso 😮. Voltei e devolvi a bicicleta. No domingo 05/02 novamente aluguei a bicicleta 🚲 e fui até a Gruta do Lago Azul. Gostei bastante da gruta . Compensou a que não conheci na Chapada dos Guimarães. Só achei que o guia ficou muito tempo dando instruções, o que reduziu o tempo de passeio e contemplação efetivos. O grupo era bem grande, muito maior do que o do dia anterior. O passeio durou bem menos também. Não se podia entrar na água para não se causar impactos. O aspecto da lagoa pareceu-me lindo. Após voltar de bicicleta à cidade ainda fui ao balneário municipal, onde pude nadar, mergulhar, ver peixes, principalmente dourados, contemplar a paisagem e descansar 👍. Não quis fazer mais passeios em Bonito porque pareceram-me caros 💰 e eu já havia visto quase tudo o que era oferecido lá ao longo da viagem de graça. Só a lagoa que realmente foi única. Na 2.a feira 06/02 de manhã peguei um ônibus para Campo Grande pela Viação Cruzeiro do Sul (https://www.cruzeirodosultransportes.com.br), pagando R$ 42,00 com cartão de crédito. Em uma parada na viagem ainda ajudei um grupo de estrangeiros que estava com dificuldades de se comunicar com os empregados da empresa de ônibus. De Campo Grande peguei outro ônibus para São Paulo pela Viação Motta (http://www.motta.com.br) por R$ 118,00 pago com cartão de crédito. A viagem foi pelo oeste paulista, chegando em São Paulo no início da manhã do dia seguinte.
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