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  1. Estava montando meu relato sobre Dientes de Navarino (daqui a pouco sai!), quando achei que só a parte da viagem de Punta Arenas a Puerto Williams talvez desse um roteiro à parte. Vejamos.... Para ir até Isla Navarino, resolvi ir (e voltar) via marítima. O serviço é feito pela TABSA - Transbordadora Austral Broom S.A. (http://www.tabsa.cl/portal/index.php/en/), a bordo do ferry Yaghan 2-3 vezes por semana. O preço é salgado: por volta de CLP 106.000 (R$512) a poltrona semileito e CLP 148.000 (R$714) o leito. O preço é por trecho, convertido em 15/02/2017. Considerando que a passagem aérea ida e volta deve custar só uma ida de leito, sai bem caro. Mas pra quem tem tempo, não quer ficar arriscando excesso de bagagem, quer curtir um ar fresco (afinal, já foram tantas horas na janelinha do avião) e tem mais coisa junto (tipo bicicleta), é uma opção. Resolvi embarcar, já que estava levando mais de 25kg nas costas. Além disso, já fazia parte do meu planejamento desde o início. O Ferry foi construído em 2011 e possui capacidade para 184 passageiros e 70 automóveis. As poltronas semileito normalmente são reservadas prioritariamente para os moradores locais até 24h antes do embarque, então espere pagar pelo menos a tarifa leito. A diferença de conforto não é tão grande, é tipo o ônibus interestadual executivo e leito. Atenção: Leve tudo que for usar a bordo consigo, pois uma vez colocada a mala (no meu caso, a mochilona) no compartimento de carga, ela só poderá ser retirada no destino! Poltrona leito: Zarpando de Punta Arenas: É uma viagem espetacular de 30h (sim, TRINTA horas), passando por entre os tortuosos canais e ilhotas chilenas e dá pra ver focas e golfinhos acompanhando o navio esporadicamente, uma vez que acesso ao convés é livre a qualquer hora. Recomendo pelo menos o trajeto de ida, na volta você vai passar pelas geleiras tarde da noite e não vai ver muita coisa. Recebi uma relação de pontos de interesse quando retirei minha passagem em Punta Arenas, com o horário estimado de passagem por eles. O barco parou no Ventisquero Italia por uns 15 minutos, deu pra tirar muitas fotos que não fazem jus à imponência e a beleza da massa de gelo: O encontro das águas da geleira, cheia de minerais (esquerda) com a água do mar (direita): Ventisquero Italia: São fornecidas quatro refeições: jantar, café da manhã, almoço e segundo jantar, mas coisa bem simples. Café (nescafé) e chá estão disponíveis (quase) sempre. Não há venda de comida a bordo, então se quiser comer ou beber mais alguma coisa, traga consigo - lembrando que é expressamente proibido o consumo de bebidas alcoólicas a bordo. É possível, na hora da reserva, fazer alguma observação especial sobre a dieta - para diabéticos e vegetarianos. Mas não espere grandes soluções, pelo que eu vi ali pra um dos passageiros eles só tiraram a carne e completaram com mais arroz.. Há tomadas em vários pontos e dois banheiros e dois chuveiros para cada classe.São oferecidos cobertores para dormir e o navio tem calefação, então ninguém passa frio dentro. Tem até entretenimento a bordo, fica passando uns filmes na tv (acho que assisti 2012 umas 3 vezes ãã2::'> ). Muita gente levou laptops e ipods, eu como não tinha nada disso, fiquei zanzando pelo convés, fazendo palavras cruzadas e fazendo anotações no meu diário de bordo Café da manhã: 2 mini muffins, um pacote de cookies, um misto frio e suco Almoço: Arroz, frango ensopado, sopa, pão, laranja e suco Jantar: Empanadas, pão, sopa, iogurte e suco No começo do Canal Beagle, o ferry faz uma escala rápida em Yendegaia, que virou um parque nacional recentemente. Só desceram meia dúzia de militares ali. Na leitura do Transpatagônia, o Guilherme Cavallari não conseguiu ir muito além por causa do clima que não ajudou, então não faço ideia se é possível descer e explorar a região. Parece mais um entreposto militar montado pelo Chile pra defender a fronteira próxima... DICA 1: O ferry chega perto da meia-noite, tanto em Puerto Williams como Punta Arenas. Pra quem quiser economizar uma diária de hostel, há a opção de dormir à bordo e sair de manhã cedo. A moça do guichê quando fui pagar os bilhetes disse que não há possibilidade de dormir na volta, mas bastante gente ficou a bordo. Como tinha feito reserva pelo Booking e ia acabar pagando de qualquer jeito, desci DICA 2: No último fim de semana do mês, depois de descarregar em Puerto Williams, o navio segue para Puerto Toro para abastecer a vila e volta. Infelizmente só descobri isso quando cheguei lá, mas é um passeio gratuito que pode ser reservado junto com a passagem. Deve ser curioso visitar a última vila do planeta antes do continente gelado, uma localidade remota com seus 30 e poucos habitantes… Bônus: Pôr do sol no canal Beagle (às 22:30! )
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