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  1. Bom Galera, Esse acampamento aconteceu em agosto de 2010, mas por pura falta de tempo, não consegui postar o relato antes aqui. Mas ai vai!! Um amigo meu havia me falado sobre essa Cachoeira, que fica em Poxoréu, no interior de Mato Grosso. Como moro em Cuiabá, tentei procurar algumas informações no Google, mas nada encontrei sobre a cachoeira, a não ser algumas fotos. Mas como chegar, onde fica, e informações importantes, como por exemplo, se tem onça no lugar, não consegui achar. Então, catei minhas coisinhas, juntei uma turma e me mandei daqui. Poxoréo fica há uns 200 km de Cuiabá. Se você pegar a BR 163/164 e depois a MT 260, chegará lá em 2 horinhas. E foi isso que fizemos. Sabia da existência do lugar, pra mim bastava. Saímos cedinho de casa, umas 8 mais ou menos, e pegamos a estrada. Dois amigos meus nos encontrariam na Cachoeira, pois um deles ainda estava enrolado dando aulas no sábado de manhã. Quando chegamos em Poxoréo, paramos pra abastecer e bingo! Pra nossa sorte, a ponte que ligava a cidade às fazendas (Cachoeira do Lucas fica dentro de uma) havia caído com um caminhão de areia que foi passar. O que fazer? Caminho alternativo. Andamos mais um pouco, sentido Primavera do Leste, e por lá havia outra estrada que pudéssemos pegar e chegar na bendita cachoeira. O frentista do posto “Você segue sentido Primavera, e entra em uma placa que vende uva”. Mas meu cunhado é um cara muito bacana, um cara que, meu, muito legal, resolveu pegar um “atalho”. E vamos que vamos. Nos perdemos. Entramos em uma estrada cheia de cascalho, pedreira total. Informação vai, informação vem, passamos por meio de uma aldeia que não tinha índio, por um monte de lugar cheio de areia, ninguém sabia onde era e onde estávamos. Ah, antes que perguntem, GPS lá não funcionava!!! Pelo menos o que minha irmã levou.. Mas... GPS pra quê? Seguimos nosso instinto... rsrsrs Depois de passar por umas 40 e 10 fazendas, encontramos um monte de boi. O que vem junto com boi? Peões!!!! Sim, fomos pedir informações, pois estávamos P-E-R-D-I-D-O-S!!! Depois de muito blá blá blá, descobrimos que estávamos no caminho certo (mesmo depois de andar quase por 2 horas sem saber onde estávamos). Mas a parte engraçada, é que andei de mula. Sim, mula. Já tinha andado a cavalo, mas mula, não. De mula mesmo, só conhecia meu cunhado. Coitado, ele é gene boa... rsrsrs . Coloquei minha cara de pau, dizendo que fazia tempo que eu não andava a cavalo, e o peão disse que não era cavalo, que era uma mula. Sim, mula era eu de não saber aquilo (mas também, ninguém nasce sabendo das coisas, ué!!!) e disse que nunca tinha andado. Ele, na maior boa vontade, me deixou montar na mula. Mula... humpf. Ela empacou, não queria sair do lugar. Mula mesmo. Mas enfim, seguimos viagem. Atolamos. GPS sem funcionar. Sim, atolamos na areia. Todo mundo parecia tatu tentando tirar a areia debaixo do pneu do carro. Eu claro, dirigindo. Mas comi areia quando meu cunhado pegou a direção e deu ré. Eu estava trás do carro e... bem, vocês devem imaginar. Lá pelas 4 da tarde (ainda nem sinal da Cachoeira), achamos uma casa. Muito engraçada, mas tinha teto e ao mesmo tempo não tinha nada... rsrsrs Sem ninguém. Vazia. Só uma bicicleta parada na porta. Se nada pra canto nenhum. Quer saber? Desistimos. Decidimos acampar na Cachoeira da Martinha, em Chapada, que não fica em Chapada, mas em Campo Verde. Um rolo danado. Meia volta e eis que avistamos uma pampa bege (ou seria branca e ela estava suja?) com uns 5 em cima. Eram os donos da casa muito engraçada. Eles eram os caseiros da fazenda. E adivinhem? Era a fazenda que tinha a cachoeira. Mas pra poder chegar até ela, tínhamos que passar por um areião danado, e claro, o carro ia atolar de novo. Só que o areião era tão grande, mas tão grande que o carro ficaria ali e só sairia com guincho. Achamos que não compensava o sacrifício, mas o caseiro, tadinho quis nos ajudar. Ofereceu nos levar até a cachoeira com sua pampa. Carregamos as coisas, subimos na bichinha e vamo que vamo. Pimba!!! Não, não atolamos, mas a correia dentada da pampa foi pro buraco. O cara quis arrumar, o carro quase caiu na cabeça dele quando ele estava embaixo, e nós ali, na cara da cachoeira, sujos, com fome, com sede, sem poder fazer nada. Enquanto o filho do senhorzinho bonzinho tentava consertar o carro, perguntamos se ali tinha onça. Ele disse que tinha, mas ela não atacava ninguém. Era só não fazer churrasco, senão ela vinha com o cheiro da carne. E adivinhem qual era nosso jantar? Carne assada!!! Meu cunhado se enfezou. Pegou o carro, vazio nessas alturas, e desceu aquele areião correndo!! Carregamos as coisas de volta pro carro e descemos o resto da pirambeira. Isso já passava das 6 da tarde. Mas quando chegamos na Cachoeira, todo o sufoco que passamos durante o dia, valeu a pena. O carro vai até quase dentro da Cachoeira e é muito comum acamparem no lugar. Naquele fim de semana, havia só nós no local. Armamos as barracas, fizemos uma fogueira, e fomos tomar banho. A água é bem gelada, mas nada que atrapalhe qualquer diversão. Depois de uns 20 minutos, meus dois amigos chegaram. Detalhe: eles saíram de Cuiabá às 2 da tarde e chegaram lá às 6. Mas eles foram pelo caminho certo, não pelo caminho doido que meu cunhado fez. Mas duvido que eles se divertiram tanto quanto nós no caminho!! Bem, no dia seguinte fomos visitar o resto das Cachoeiras. São ao todo 7, uma pertinho da outra. Com belezas e alturas bem diferentes, a última é quase impossível de chegar, pois só dá pra ver de cima. Pra descer, vai um dia inteiro. Mas quem quiser conferir, basta seguir até Poxoréu e pegar a estrada que liga às fazendas. Não há placas de sinalização da Cachoeira, pois fica dentro de uma propriedade particular, mas o dono deixa acampar sem problemas nenhum. E vale à pena, todas as cachoeiras depois desta são lindas, mas o acesso é somente a pé. Obs.: ninguém dormiu a noite com medo da onça, que nem sinal deu. Por fim, achamos que o filho do caseiro queria apenas nos assustar. Não foi nesse acampamento que corremos de uma.. rsrsrsrs
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