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Quando se fala em Porto Jofre, as respostas que aparecem são sempre as mesmas: 1) que o destino é caro, voltado para gringos, 2) que a melhor época para o avistamentos de onças é na seca, entre os meses de julho a setembro e 3) que é impossível atravessar a Transpantaneira com carro comum na época de cheia. Ligando o mode “ver para crer”, orçamento apertado e apenas alguns dias de fevereiro a disposição, resolvemos arriscar. 😅 Compramos uma passagem aérea da Azul de São Paulo a Cuiabá, por R$400,00 por pessoa (ida e volta) para o mês de fevereiro/25, para 2 adultos e 1 criança de três anos. Depois de muitos vídeos e textos, entramos em contato com o Juca (Instagram @jucadopantanal telefone +55 65 99943-4468 ) um típico pantaneiro e piloteiro de barcos com vasto conhecimento da região (participante de inúmeros documentários sobre o Pantanal), que adaptou um quarto da casa, no melhor estilo ribeirinho, para fazer um $$ extra recebendo turistas. A experiência é totalmente imersiva no dia a dia do pantaneiro, em uma casa muitoooo simples mas também muitoooo acolhedora, ele alertou no meu primeiro contato e tivemos a oportunidade de confirmar. Para a estadia de 4 noites com as refeições inclusas e 3 dias de passeio pagamos R$4800,00. Sim, o preço é salgado, especialmente quando pensamos no tipo de acomodação, mas tenha em mente que somente para o passeio é cobrado normalmente R$1600,00 (para até 4 pessoas). Antes de fechar com o Juca cheguei a cotar em alguns lugares e achei o valor de R$8.000 para 3 noites, com 2 dias de passeio. Então você realmente precisa escolher: conforto ou economia. De Cuiabá, alugamos um carro KWIDE 1.0 por R$800,00 incluso o seguro (tenho o hábito de me prevenir) e partimos para a transpantaneira. Confesso que estava com bastante receio de ficar atolada, mas o Juca disse umas mil vezes que poderia ser um carro mais simples, que passava. E passou. De Cuiabá a Poconé e aproximadamente 1hora, com uma estrada ok, sem pedágios. Já na chegada de Pocone, avistamos os primeiros Tuiuiús, um espetáculo. Paramos para completar o tanque no primeiro posto (atenção, complete o tanque. Não existe posto em Porto Jofre), almoçamos em um self service ali pertinho e já passamos no Mercado para levar uma cesta básica, Bebidas e algumas outras coisas para a casa do Juca, mais adaptadas ao dia a dia do nosso pequeno e também para contribuir com o nosso anfitrião. Recomendo levar bastante água. Faz muitoooo calor, além dos inseparáveis protetor solar e repelente. Chegou a hora: Entramos na Transpantaneira com Nosso carrinho 1.0 e o trajeto foi um espetáculo à parte. Vimos tuiuiús, gaviões, lobinho, pássaros de várias espécies, lebre, Cotia, prea, jacarés e outros. Tinha chovido em Pocone, então haviam algumas áreas escorregadias, mas grande parte do trajeto é cascalhado e foi bem tranquilo. As 120 e tantas pontes estão em boas condições. Não vimos nenhuma tábua quebrada ou solta e notamos que estão promovendo a troca da maioria para pontes de cimento. Chegamos na casa do Juca, no final da Transpantaneira, por volta de 17:30h, depois de mais de 3:30h de estrada de terra. Ele Estava voltando de um passeio, onde tinha avistado uma onça (haviam sido avistadas nos 3 dias anteriores a nossa chegada). Ficamos animados. Fomos literalmente recebidos por um papagaio falante (que no último dia me atacou depois de gritar “morreu”) e por um arroz carreteiro com carne de búfalo no jantar. No outro dia pela manhã, tomamos um cafezinho e fomos para o nosso primeiro passeio de barco. Neste dia, vimos jacarés, macacos, iguana e muitos pássaros. Não preciso nem contar que são 1000 pernilongos por pessoa né?! Repelente, como já dito, é muito recomendado. Os piloteiros se comunicam por rádio, para informar o avistamento de onça. Neste dia, apenas um barco viu uma onça atravessando o rio, mas estávamos muito longe. Ficamos só na vontade. Levamos uns lanchinhos para poder curtir mais o passeio e aproveitamos para pescar uns peixes (pacu) para o nosso almoço-janta. Voltamos para casa umas 14/15h porque o sol estava escaldante e lá foi o Juca fazer o peixe frito na hora com arroz. Uma delícia. A noite, basta sair no quintal com uma lanterna para ver vários olhinhos de jacarés refletindo. No segundo dia de passeio avistamos Ariranha, jacarés, macacos, araras azuis e outros pássaros. O almoço foi no Rio com A comidinha preparada pelo Juca. Nenhum barco teve sorte no avistamento de onça, mas vimos uma carcaça arrastada, o que indicava que ela estava se alimentando. Na volta ele pegou umas mandiocas para fazer o nosso jantar: caribel. Um ensopado de mandioca com carne. No terceiro e último dia, já tínhamos um alvo certo: a onça na carcaça e uns peixinhos para o almoço. No deslocamento pra lá, encontramos um ribeirinho que avisou que ela realmente estava lá, com dois filhotes. Acredito que a perdemos por cerca de 5 minutos. Lá fomos nos colocar a paciência em dia. Paramos o barco na margem oposta à carcaça e ficamos esperando por 3 horas. Enquanto aguardávamos, o Juca pescava o nosso almoço no melhor estilo “um olho no peixe e outro no gato”, que no caso era a onça mesmo. Levamos um binóculo que ajudou bastante, mas nada dela aparecer. Subimos para o Rio Piquiri que na nossa opinião é o mais bonito, mas por lá também não tivemos sorte. Ficamos mais 2 horas em frente à carcaça, ouvimos o esturro do “bichano” mas ela decidiu que não era nossa hora. Rsrs Voltamos para a casa do Juca, começamos a preparar o almoco e voltamos pro rio para dar mais uma “conferida”. Nada. Realmente não era a nossa vez. Aproveitamos pra curtir o pôr do sol e, com o anoitecer, visualizar os animais, especialmente os jacarés. Ninguém pode dizer que o Juca não tentou nos mostrar uma onça não é mesmo?! Chegamos a conclusão que o avistamento depende mais de sorte do que da própria época. No outro dia de manhã partimos em direção a Pocone e a Transpantaneira nos surpreendeu mais uma vez: dezenas de jacarés, vários casais de Tuiuiús, Cervo do Pantanal, Búfalo selvagem, e uma dezena de aves nos guiaram até a saída. Magnífico. Ficamos com aquele gostinho de “quero mais” pela falta da visualização da onça e certamente voltaremos em uma outra oportunidade. Sobre a viagem na cheia, só tenho a dizer que o Pantanal é exuberante, emocionante… Vale cada centavinho gasto, independente da época escolhida. No mais, não se esqueça nunca de levar repelente, protetor solar, roupas de proteção UV, sapato confortável, muita água, um dispositivo para registrar suas imagens e vídeos, lanterna e um power Bank (a energia cai bastante). Ps. Esqueci escova de dentes e desodorante, tive que comprar em um mercado barco pela bagatela de R$65,00. Como dica extra, tenho a observar que vários hotéis (tipo o sesc) e pousadas estão instalados no início da Transpantaneira, sem acesso aos Rios. Uma furada se o seu objetivo é fazer o safári para avistar a onça. Prefira locais que estejam já na Transpantaneira e com acesso facilitado a um dos rios que corta a região, para evitar longos deslocamentos de carro. Caso você não anime ficar na casa do Juca, no modo roots, existe uma pousada vizinha a sua casa a POUSADA DONA ONCA ( +55 65 99977-4121 Instagram @pousadadonaonca) que é bem bonitinha e não parece ser das mais caras. Você ainda pode aproveitar e fechar os passeios com o Juca, tipo um combo. Sensacional.
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