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  1. Gostaria de saber se existe algum grupo que faça trilhas lá no Pico dos Marins. Acho que assim também baratearia a contratação de um guia.
  2. Esse relato é dividido em duas partes: A primeira foram mais de 900 kms (da página 1 até a 6), trechos de picos, travessias e alguns trechos no entorno de cidades; A segunda parte, mais de 300kms, só teve uma travessia e muitos picos, começa na página n° 7. Vários amigos e familiares nos indagavam sobre nossas travessias, segundo eles, tudo era muito repetitivo(as fotos eram parecidas, repetimos várias vezes os mesmos caminhos, até pela falta de outros. Até tem, mas caminho particular, não faremos mais). De certa forma eles têm razão, visto que a visão do picos e montanhas não tem comparação com fotos de estradas e, tem um detalhe mais importante: as principais atrações das cidades(tirando algumas) não estão dentro delas, mas nos arredores (cachoeiras, picos, morros. ..). Nesses 2 meses, caminhamos mais de 900 quilômetros é quase 10.000 kms de carro. Conhecemos pessoas maravilhosas por onde passamos, experimentamos emoções que nunca tivemos, comidas deliciosas, não tivemos nenhum problema mais sério, tudo muito tranquilo. O BRASIL É SIMPLESMENTE SENSACIONAL! E mais bonito visto de cima. Diante disso e, até para comemorar meus 60 anos de vida (ingressei na melhor idade), neste verão resolvemos fazer algo um pouco diferente : fomos conhecer e rever alguns parques nacionais /estaduais /municipais e privados, subir alguns picos/montanhas e alguns circuitos desses locais, região de cachoeiras, e Brumadinho(Inhotim), poderíamos estar no dia do rompimento da barragem, para nossa sorte desistimos em cima da hora. LOCAIS VISITADOS: Extrema - Mg (subida as base dos pico do lopo e do lobo) Munhoz - Mg(subida ao pico da antenas, caminhos) São Bento do Sapucaí - Sp(pedra do baú e roteiro) Marmelopolis -Mg(subida ao morro do careca, mirantes, pedra montada, roteiros e subida ao pico Marinzinho) Aiuruoca - Mg(subida ao pico do papagaio, matutu, cachoeiras) Visconde de Mauá-Rj - (subida a Pedra Selada) PN Ibitipoca - Mg (Janela do céu, pico, circuito das águas e grutas) São Tomé das Letras - Mg (cachoeiras e roteiros) Carrancas - Mg(cachoeiras e circuito serra de carrancas) Ouro Preto - Mg (centro histórico e subida ao pico do Itacolomi) Mariana-Mg: Bento Rodrigues, local destruído por outro rompimento de barragem da Vale. Serra do Cipó - Mg(todos circuitos dentro do parque e travessão) Conceição do Mato Dentro - Mg: cachoeira do Tabuleiro (base e mirante) Lapinha da Serra - Mg(subida aos picos da Lapinha e Breu, cachoeira Bicame e Lajeado, parte travessia Lapinha x Tabuleiro) Brumadinho - Mg(Inhotim) PN de Itatiaia - parte alta - Mg(base do pico das agulhas Negras e prateleiras, cachoeira Aiuruoca, circuito 5 lagos, subida ao pico do couto) Piquete - Sp(subida ao pico dos Marins) Infelizmente, por excesso de chuvas, não fizemos os picos do Itaguaré e da Mina( motivação da viagem). Entrou uma frente fria na semana que antecedeu o carnaval, tivemos que abortar por questão de segurança, pois não utilizamos guias e fazemos somente Bate/volta - fica para a próxima. As surpresas da viagem: Inhotim, Lapinha da Serra e Serra do Cipó. Pois não conhecia nenhuma delas. Algumas fotos Subida ao pico dos Marins - SP Pico do Itacolomi - Ouro Preto - Mg Cachoeira Bigame - Lapinha da Serra-Mg Subida para pico do Breu e Lapinha - Lapinha da Serra-Mg Vista desde o pico da Lapinha Cachoeira do espelho - travessão - Serra do Cipó -Mg A incrível JANELA DO CÉU flora exuberante Cachoeira do Tabuleiro - Mg Pico da Bandeira - ES Pedra do Altar - Mg
  3. Há tempos venho tentando organizar uma viagem para o RJ, para conhecer as maravilhosas trilhas e paisagens da cidade. A intenção inicial era ir para a Pedra da Gávea, mas após inúmeras desistências e contratempos, acabei indo para o Pico dos Marins. Lugar que eu já tinha na minha lista há um bom tempo mas que pretendia ir um pouco mais pra frente. O Marins fica entre Piquete e Cruzeiro, sendo que o acesso mais fácil para quem vem de São Paulo ou RJ seria a Dutra, pegando a saída 51 que cai na Rod Lorena-Itajuba, a partir de lá as placas facilitarão o trajeto. No site oficial dos Marins podemos ver o mapa mais detalhado do caminho. http://www.marinzeiro.com/como_chegar.html O roteiro deste caminho é o seguinte: Pela Rodovia Presidente Dutra (BR 116) saída 51, seguir pela BR 459, passar por Piquete e logo em seguida (800 metros) virar à direita para a Estrada Viscinal José Rodrigues Ferreira que dá acesso à Vila dos Marins. Quando chegar ao fim do asfalto, que é na saída da Vila dos Marins, suba à esquerda até o final da serra, passe o portal do município de Marmelópolis na divisa SP-MG, entre à direita e logo em seguida você chegará ao Acampamento Base Marins. Veja o mapa: As distâncias aproximadas deste roteiro são as seguintes: • Distância total: 40 km • Rodovia Pres. Dutra (saída 51) - Estrada Vicinal do Bairro dos Marins: 19 km • Estrada Vicinal do Bairro dos Marins: 20 km • Portal de entrada de Marmelópolis - Acampamento Base Marins: 1 km Ainda para quem vem de São Paulo ou Rio de Janeiro outro roteiro de estrada é pela Rodovia Presidente Dutra (BR 116) saída 51, seguir pela BR 459 até a divisa entre São Paulo e Minas Gerais. Passar pelo posto da barreira fiscal e pelo trevo de Venceslau Brás, seguir mais 1.500 metros e entrar na estrada de terra atrás do ponto de ônibus do lado direito da estrada (há uma placa indicando a Fazenda Saiqui). Seguir por cerca de 14 Km na estrada e entrar no pequeno trevo indicando Pico dos Marins/Montanha. Veja o mapa: As distâncias aproximadas deste roteiro são as seguintes: • Distância total: 53 km • Rodovia Pres. Dutra (saída 51) - Saída para a estrada da Fazenda Saiqui: 38 km • Estrada para a Fazenda Saiqui - Trevo indicando Pico dos Marins/Montanha: 14 km • Trevo indicando Pico dos Marins/Montanha - Acampamento Base Marins: 1 km Vale ressaltar que já próximo do Acampamento Base Marins, você ira pegar mais ou menos uns 4km de estrada de terra, e o caminho lá não é dos melhores, você irá achar relatos de pessoas que sobem com os mais diversos veículos, mas a chance de parar na estrada é real. Sendo que apesar de engraçado, não será nada agradável se você estiver indo de madrugada e num grupo pequeno. Após as tentativas e fracassos na viagem para o RJ, escolhi Domingo dia 23/07 para fazer a subida aos Marins, com a idéia de acampar no Cume e fazer a descida na segunda-feira 24/07. Fomos em dois amigos, amigo esse que me garantiu que estaria pronto para fazer a trilha, isso veríamos kkk. Combinamos de sair de São Paulo em torno de 07 horas da manhã, porém com alguns “pequenos” atrasos às 10:00 estávamos pegando a estrada. O caminho é bem tranqüilo e saindo de São Paulo são exatamente 4 pedágios, totalizando R$ 26,00 ( 3,40 / 3,40/ 6,10/ 13,80) e um pouco antes à saída 51 (para quem vem de São Paulo) existe um GRAAL que é uma ótimo opção para abastecer e fazer a refeição antes de por o pé na trilha. Continuamos nosso caminho e como falei eu temia mais a serra dos Marins do que a montanha hehe, e como a Lei de Murphy nunca falha, já próximos ao Acampamento Base atolamos. Já imaginei que ficaríamos um bom tempo ali, pois não aparecia ninguém, porém demos sorte e logo um carro descia com 4 rapazes que disseram que no dia anterior atolaram exatamente no mesmo ponto. E assim com muito esforço conseguimos tirar o carro de lá e trilha que segue. Hehehe. Chegamos ao Acampamento Base em torno das 14:00 horas, chegando la conversei com o rapaz que é encarregado do lugar, e não é mais o Milton como vocês devem ter visto em outros relatos por aqui. No acampamento é possível comer e comprar ainda algumas bebidas para levar para a trilha, aproveitamos para comprar algumas águas extras e antes de subir ainda fomos informados pelo novo dono que eles oferecem o serviço de resgate para quem vai fazer a Travessia Marins x Itagaré, tudo pode ser combinado assim que você chegar ao acampamento base. A diária para o estacionamento do acampamento é de R$ 20,00. Iniciamos a subida e com 10 minutos de caminhada meu amigo já queria parar para descansar Na verdade quando mandei os vídeos, fotos e relatos da trilha, ele não olhou nada e estava achando que uma trilha tranqüila, mesmo eu tendo o alertado diversas vezes. Ok, já entendi naquele momento que não seria mais possível acampar no cume, não tínhamos mais o tempo hábil para subir, muito menos naquele ritmo. Mas mesmo assim ele não quis voltar e disse que iria até o final, então decidimos ir até onde desse, acamparíamos e terminaríamos a subida no dia seguinte. O primeiro ponto no tracklog é o morro do careca, leva-se em torno de 40 minutos para chegar, e partindo dali começa oficialmente a trilha para o Pico dos Marins. No começo não tem segredo e a trilha é bem marcada, com alguns pequenos trechos de escalaminhada. A partir da metade da trilha que inicia a subida em pedra que passa a ficar um pouco mais técnico, porém nada que seja impossível ou demasiadamente difícil. Obviamente que não chegamos ao pico com a luz do sol e quando deu 18:00 horas escureceu. Porém mesmo não estando no topo é possível ver toda a beleza que existe nesse lugar. Durante praticamente toda a caminhada é possível ter o vislumbre de vistas e paisagens incríveis. Daquelas que realmente ficam guardadas na memória. E porque não tentar guardar num registro fotográfico também ! Rs !! Após escurecer andamos por mais 2 horas, porém a navegação no Marins, não é das mais simples a partir da metade do caminho, e no escuro ainda com uma lanterna fica bem complicado de prosseguir. Levem sempre mais de uma lanterna e com bateria reserva. Por fim achamos uma área onde era possível acampar e por lá ficamos. Nesse momento em torno de 21 horas, não estava ventando muito, porém ao longo da noite os ventos aumentaram muito, mas a barraca resistiu bem e não passamos muito pouco frio. ( Se serve de indicação a barraca ARPENAZ 2 da QUECHUA vale muito o custo beneficio na minha opinião. Para quem não quer investir uma grana muito alta em barraca esse modelo da Quechua atende muito bem as necessidades !! ) Dormimos bastante e no dia seguinte com um vento bem gelado prosseguimos em nosso caminho. Nesse segundo dia já começamos no trecho onde se inicia alguns trechos por pelo capim elefante. Em uma primeira vez realmente se tem um pouco de dificuldade em navegar pelo caminho, porém a impressão que tive é que não existe um caminho certo quando se sobe o Marins, em alguns trechos você tem a indicação de setas e totens, mas pelo que percebi você pode ir de diversas maneiras. Não estou aconselhando a abrir novas rotas e nem demarcá-las, porém, você verá que não esta preso, e você consegue subir pelo tracklog, ou indo 20 metros para La ou para Ca. Caso você tenha se perdido pode usar o tracklog como uma referência mesmo que um pouco longe da trilha. Mas assim que você localizar as setas novamente nesse trecho de pedras, não tem erro. Dificilmente se perderá. O trecho final do Marins requer um pouco mais de cuidado e atenção, alguns pedaços de pura escalaminhada, subir em 4 apoios, escolha um bom calçado para não ter nenhum imprevisto, esse ultimo trecho é muito gostoso de ser feito e a recompensa fica logo a vista. Passados alguns minutos estávamos lá, chegamos ao cume !!! Mesmo não tendo a oportunidade de ver o por do sol ou o nascer do sol, ficamos sem palavras, e explicar o que é aquela vista, aquela sensação é até difícil !!! O céu estava totalmente aberto, sem nenhuma nuvem, e de La é possível ver todas as principais cidades da região da Mantiqueira, é realmente indescritível. Ficamos algum tempo apreciando tudo aquilo e fazendo o máximo de fotos que conseguimos RS. Mesmo no pico existe diversos pontos para visitar, apreciar e fazer lindas fotos. É possível avistar a travessia de Serra Fina, Pedra redonda, entre outros... Depois de explorar bastante, resolvemos descer, apesar de ser mais simples agora que tínhamos idéia do caminho, não foi tão mais rápida a nossa descida, e em torno de umas 16:00 horas estavamos de volta no acampamento base. Fomos de domingo para segunda, encontramos muitas pessoas descendo que haviam ficado La no sábado, porém domingo fomos os únicos a subir, para quem vai aproveitar um final de semana para fazer essa aventura, inicie a trilha cedo, para que consiga pegar um bom lugar para acampar, caso esteja indo dentro da semana, ou domingo não precisa se preocupar muito com isso. O tempo que se leva para subir é muito relativo, depende da sua condição física, do seu costume de fazer esse tipo de trilha, da sua mochila, então não vou falar em tempo pois muda muito de pessoa para pessoa. Por fim, a visita ao Marins não só valeu muito a pena como me deixou com vontade de mais, e pretendo logo estar voltando para fazer a travessia, e aproveitando a oportunidade para acampar no cume. A quem ainda não foi e tem vontade o único conselho que tenho é que vá, aproveite cada segundo da trilha e de tudo que essa maravilhosa montanha tem para oferecer, com certeza ficarão tão apaixonados por ela quanto eu. OBS: provavelmente quando forem verão pelo caminho uma cachorrinha que fica no acampamento base, ela parece uma raposa, deve ser algum espírito reencarnado sei La..kkk, enquanto estávamos lá, ela subiu e desceu a montanha 3 vezes, ela é a guia oficial pode-se dizer, mostra o caminho de verdade, e tem um pique maior que todos os viajantes juntos hehe, quando estávamos no final da trilha a encontramos novamente e resolvi retribuir o favor levando ela no colo, até que a danada dormiu, hahaha. Boa sorte a todos, e boas aventuras !!
  4. Pessoal, Estive novamente nos Marins e queria deixar aqui um alerta para o pessoal que vai encarar essa "escalaminhada". Infelizmente um cidadão passou pelo Marins algumas semanas atrás e teve a idéia de marcar a trilha com "totens" de tinta florescente amarela... Deixando aquelas pixações na montanha. E para piorar mais ainda a situação, existem marcações erradas levando quem não tem experiência na trilha a se perder. Marcações: Foto por: Bruno SJC Encontramos tanto na subida como na descida muita gente perdida, mais muita mesmo, então fica aqui o alerta. Quem não conhece bem a trilha, contrate um guia e evite o esforço desnecessário e perigo de se perder. É isso ai pessoal, para quer for ao Marins muito cuidado e curta a aventura! Grande Abraço,
  5. Depois de muitos anos usando o mochileiros, finalmente consegui escrever meu primeiro relato. O relato é da travessia que apelidamos de M&M (Milton/ Maeda), realizada em Abril deste ano. O trajeto foi o seguinte: Milton (Base do Marins) - Pico do Marins - Marinzinho – Maeda Data: 03 e 04 de Abril de 2015. Tempo do trajeto: 5h50 ida e 8h volta. Preparação A travessia Marins-Itaguaré já está há dois anos na minha lista de pretensões. Ainda não a arrisquei por um pouco de receio em relação à navegação e preparo físico. Resolvi então começar devagar e conhecer primeiro uma parte da trilha, o Pico dos Marins. A ideia era chegar na noite de véspera e dormir no acampamento base para iniciar a trilha bem cedo no dia seguinte, dormir no Cume do Marins e voltar ao acampamento base no dia seguinte. Porém, após ler relatos recentes descobri que o Milton que cuidava do acampamento base já não estava mais lá e que o local estava desativado, existindo inclusive relatos de roubos no estacionamento. Pensando nisso procurei lugares alternativos de pernoite e descobri o Camping e Pousada do seu Maeda. Imaginei que fosse próximo do acampamento base e assim decidimos pernoitar lá. Posteriormente descobrimos que o Maeda não fica assim tão perto do inicio da trilha, o que nos fez adaptar o roteiro. Decidimos então que subiríamos o Pico dos Marins e dormiríamos no cume e, no dia seguinte, já que o carro estaria no Maeda, desceríamos do Marinzinho pela trilha do Maeda. No fim foi a melhor opção, pois assim conhecemos mais uma parte do percurso da travessia. Percurso definido, agora era só arrumar as cargueiras e esperar o grande dia. De São Paulo até o Cume do Marins Saímos de São Paulo por volta das 18h. Combinamos de encontrar os outros integrantes do grupo no ultimo posto de gasolina da Carvalho Pinto, onde fizemos uma parada de uns 40 minutos e seguimos sentido Lorena. A estrada Lorena-Itajubá começa tranquila, mas logo fica sinuosa. Como não tem lugar para ultrapassar, acabamos ficando um bom tempo presos atrás de dois caminhões enormes que andavam muito devagar. Saindo em Delfin Moreira a estrada fica ainda mais sinuosa, e depois de Marmelópolis há um grande trecho em estrada de terra. Acabamos chegando à Pousada por volta da meia noite. Apesar de ter muitas curvas e um trecho sem asfalto a estrada está em muito bom estado. O senhor Maeda nos recebeu muito bem, já nos esperava com pinhões e chá para nos aquecer. Nos falou sobre as trilhas, nos contou de quando abriu a travessia Marins-Itaguaré e também a Serra Fina. Este senhor é uma atração a parte e vale muito a pena conhecê-lo. Eu achava que a pousada dele ficava bem próxima ao acampamento base, mas me enganei. Ele está a 8km de lá, a estrada não é grande coisa para se percorrer com carros baixos e por isso acabamos fechando uns transfer até lá. Ele cobrou 35 por pessoa e as 8h partimos da pousada rumo ao acampamento base. Saímos do acampamento base as 8:40, a trilha começa no final do estacionamento à esquerda e segue com algumas subidas fortes até o primeiro ponto de referência que é o Morro do Careca, que fica há aproximadamente 1h30 do início da trilha. Pra chegar aqui foi sofrido, muito tempo sem fazer trilha com cargueira, meu corpo ainda estava lembrando de como era. Passando o Morro do Careca há uma bifurcação, à esquerda chega-se ao único ponto de água potável da travessia e à direita a trilha continua por mata fechada sentido Pico dos Marins. No início deste trecho há uma placa com indicação dos picos e mirantes e suas respectivas altitudes e após uns 10 minutos de caminhada a trilha se torna mais aberta em meio a arbustos e rochas. Até a base do Marins há dois maciços a serem superados. Logo na chegada do primeiro há uma rocha que chamam de Grande Totém (ela realmente lembra um totem gigante), neste momento deve-se seguir a esquerda em direção à Pedra da Andorinha (ou Golfinho) e seguir fazendo o seu contorno sempre pela esquerda. Finalizando esta volta haverá uma pedra grande e quadra que alguns costumam chamar de Dado, o nome é alto explicativo. Resolvemos parar aqui para comer e repor as energias. Neste ponto meu corpo já tinha entrado no ritmo e tudo parecia mais fácil! A paisagem durante todo esse trajeto é sensacional. De um lado fica as montanhas de Minas Gerais e em frente as formações rochosas. Esse complexo do Marins me lembra bastante o do Itatiaia, mas mesmo sendo parecido não deixei de me surpreender e me encantar. Continuamos antes que o corpo pudesse esfriar. A pedra que lembra um Dado marca o início da volta no segundo maciço, que também deve ser contornado pela esquerda. No entanto é necessário subi-lo quase até o topo e um pouco antes da crista pegar a trilha que seguirá à esquerda. Neste trecho não se avista mais o Pico dos Marins e a referência passa a ser o Marinzinho que ficará à esquerda. Depois desta volta a trilha continua pelo alto do maciço e é possível se orientar por totens e setas marcadas nas rochas. Como a vegetação é baixa não há uma trilha bem definida, mas sim uma série de caminhos possíveis desde que seguindo os pontos de orientação. Ao final deste maciço já é possível ver o Pico dos Marins mais a Direita (quase em frente) e o Marinzinho ficará ainda mais a esquerda com uma pequena montanha (o platô) a sua frente. Aqui será necessário cruzar a nascente do Ribeirão Passa Quatro e seguir até a base do Marins. Há uma placa indicando que esta água do Ribeirão é contaminada, portanto só a utilizem em extrema necessidade e com o uso de cloro. Após cruzar a água a trilha sobe a direita seguindo os totens e finalmente chega ao paredão que dá acesso ao cume. Pra esse paredão não há alternativa, tenha fé na sua bota e suba. Faltando uns 5 metros do cume dei uma bobeira, minha bota escorregou numa fenda e ralei meus dois antebraços. Ossos do ofício. Rs Chegamos ao Cume as 14:30 e fomos logo buscar um local pra montar as barracas, pois já tinha bastante gente lá em cima. Por sorte conseguimos montá-las todas próximas. Na hora seguinte muitos grupos chegaram e alguns deles tiveram que voltar à base por falta de lugar. Ficamos lá apreciando a paisagem que e no final da tarde fomos agraciados com um Pôr do Sol sensacional de um lado a Lua quase cheia que nascia do outro. Com a noite o frio e o vento tomaram conta. Nos vestimos jantamos, apreciamos um pouco mais a lua e fomos dormir. Do Cume do Marins até o seu Maeda. Acordamos as 5:30 para assistir ao nascer do Sol e essa foi uma das decisões mais acertadas que tivemos. O cenário foi inverso ao que aconteceu no final da tarde anterior. Mas tínhamos de novo as duas atrações, de um lado a Lua quase cor de rosa se punha e do outro o Sol vermelho e imponente nascia. Depois desse espetáculo, tomamos nosso café da manhã dentro da barraca já que o frio estava de rachar, e logo arrumamos as coisas para iniciar a pernada que neste dia começou as 8 horas. Do Pico do Marins descemos o paredão em um ritmo bem lento, contrariando o ditado que diz que pra baixo todo santo ajuda. Fomos até a placa de água contaminada, cruzamos o Ribeirão Passa Quatro e seguimos a direita sentido a montanha mais baixa que leva ao platô que antecede o Marinzinho. No início da subida desta pequena montanha há a esquerda um aglomerado de mata um pouco mais alta e no meio dela, em algumas épocas do ano, é possível encontrar uma fonte de água potável. A trilha continua até o platô e de lá há uma pequena descida a esquerda até um charco que deve ser atravessado. Passando o charco a trilha continua com uma subida forte pela rocha em direção à crista. Havia aqui uma trilha que de início estava bem demarcada e parecia uma boa alternativa, pois dava a impressão de que chegava ao cume pelos arbustos, mas logo a trilha fica menos nítida deixando claro que a subida pela rocha é a opção correta, mas a rocha onde parece que essa trilha acaba é um paredão intransponível. Tínhamos dois tracklogs, um indicava o caminho pelo arbusto, o outro sugeria que deveríamos subir o paredão. Resolvemos tentar o paredão. Conseguimos passar por um primeiro patamar, quase nos arriscamos a escalar pra mais um segundo patamar, mas depois de refletirmos sobre as alternativas e os riscos sugeri ao grupo que voltássemos um pouco nessa trilha, pois estava perigoso, podíamos não conseguir descer novamente e eu tinha a impressão de ter visto um caminho mais acessível um pouco mais pra trás do ponto em que estávamos. Decisão certeira, ao voltarmos conseguimos ver alguns toténs que antes nos passaram despercebidos. Tirei a cargueira e subi mais um pouco para ter certeza e constatei que era mesmo o caminho correto. Aqui a trilha é sempre pra cima até o cume do Marinzinho, onde há uma placa e uma sinalização na rocha escrita em tinta amarela indicando a trilha do Maeda. Demoramos quase quatro horas até o cume do Marinzinho e em geral o tempo previsto é de duas horas, ou seja, se fossemos fazer a travessia para o Itaguaré creio que já estaríamos em apuros. Resolvermos parar no cume para um lanche e repor as energias. A trilha do Maeda é exageradamente demarcada, com muitas pedras sinalizadas com setas amarelas. As primeiras duas horas são de descida bem íngreme pelas pedras, tendo inclusive uma passagem que exige o auxilio de uma corda fixa deixada lá pelo seu Maeda. Depois deste trecho por rocha há uma subidinha até o Mirante Sto. Antônio e então a descida segue menos técnica, porém constante, até a estradinha que dá acesso à Pousada do Maeda. Desta trilha é possível pegar uma bifurcação que levará até a Pedra Montada e mais a frente uma outra que leva até a cachoeira. Nós ainda voltaríamos pra São Paulo neste dia e por isso optamos por não passar por estes pontos! Demoramos 4 horas do cume do Marinzinho até o Maeda chegando lá por volta das 16h. Tomamos um bom banho (ele cobra R$10,00), contamos os causos da trilha, comemos alguns pinhões e voltamos esgotados e felizes para São Paulo. Algumas fotos pra deixar o pessoal com vontate!!
  6. Travessia feita entre os dias 27 a 29/09/2013. Album completo com todas as fotos da travessia no link abaixo: https://photos.app.goo.gl/X6M4hGU39KwJ3uxF7 1º Dia Já passavam das 5:00h qdo lá estava eu, saltando do metrô com destino a area de embarque/desembarque do terminal rodoviário do Tietê, onde encontrei o Clovis e o Idolo já a minha espera. As 5:25h nos vemos ganhando a Ayrton Senna em uma viagem que levaria cerca de 4 horas até o acampamento Base Marins, local onde deixaríamos o carro e onde se inicia a trilha que sobe o pico dos Marins. Após uma viagem tranquila, chegamos em Piquete por volta das 7:30, onde fizemos uma rápida parada para um café da manhã reforçado e tb encontramos o Michel, conforme combinado previamente. Ele iria vir no carro do David e nos encontraria direto na base do Marins, mas que por conta de imprevistos de última hora, o David abortou a travessia e o Michel teve que vir de ônibus até Cruzeiro e depois pegar outro até Piquete. Para a sorte dele, havia uma vaga sobrando no carro do Clovis... Feitas as devidas apresentações e após degustar nosso desejum, partimos serra acima, em meio de uma manhã fria e totamente encoberta de 11ºC com uma leve garoa, que dava a impressão que o tempo não iria abrir. Lero engano. Bastou terminar a sinuosa subida da serra em direção a Delfim Moreira que as nuvens e a garoa rapidamente deram lugar a um belo céu azul com o astro-rei brilhando com força total, para a alegria de todos. Na verdade, as nuvens haviam ficado embaixo. Porém, como nem tudo é flores, fomos parados numa blitz policial, onde nos revistaram da cabeça aos pés como se fossemos suspeitos, pegaram os documentos do Clovis e eu tive a leve impressão que pareciam estar procurando algum motivo para nos enquadrar. Porém, bastou o clovis entregar seu documento da OAB junto com a CNH, que os policiais rodoviários logo mudaram o tom da abordagem, nem pediram para abrir as cargueiras (eu achava que iriam querer abrir as cargueiras, ai iria levar mto tempo para arrumar tudo depois), mas felizmente não o fizeram e logo fomos liberados. Vantagem de estar acompanhados de um advogado, rs Sem perder tempo, saimos rasgando dali e num piscar dos olhos, adentramos a estrada de terra que leva a fazenda saiqui. Passamos por um mata-burro e tocamos em frente em direção ao acampamento base Marins. E após chacoalhar por quase 50 minutos, chegamos ao acampamento base as 8:55h, onde o Marco já nos aguardava. Curiosamente, não havia ninguém no acampamento base, só nós. Nem o Milton estava lá. Após ajeitarmos as cargueiras, alongar aqui, ali e acolá, pusemos pé na trilha pontualmente as 10:00. Pessoal no acampamento base Marins A subida até o morro do careca foi rápida, eu e o Marco chegamos lá por volta das 10:28h e os demais chegaram logo depois. No pit stop, nos presenteamos com a bela visão do colchão de nuvens no vale do Paraíba a qual deixamos para trás e após vários cliques, iniciamos a dura subida em direção ao chapadão, que fica na base do Pico dos Marins, local onde fariamos nosso 1º pernoite. No morro do careca Alguns minutos de caminhada do morro do careca, se chega a um descampado onde se encontra uma placa que indica as altitudes e que ali é o inicio "oficial" da trilha para o pico dos marins. Água está localizado seguindo por uma bifurcação a esquerda ao lado da placa e é a única de toda a subida. O ideal é pegar pelo menos de 2 a 3 litros, dependendo do consumo de cada um. Na placa que indica o inicio oficial da trilha para o Marins e a travessia. É, a caminhada até aqui era só um leve aquecimento, a trilha começa para valer mesmo a partir dessa placa.... Cantis carregados e mochilas nas costas, passamos a placa e iniciamos "oficialmente" a trilha. Após passarmos por um curto trecho no frescor da mata fechada, logo emergimos definitivamente nos campos de altitude, onde o sol passou a nos cozinhar. É a partir dai que a moleza acaba e inicia-se a primeira longa subida rumo ao pico, que eu considero o trecho mais puxado de toda o trajeto até a base do Marins, principalmente por conta da trilha ser mto erodita ali. A subida é ardua, o sol já estava castigando, e só de olhar a pirambeira ingreme logo a frente, cansava até a vista. Subida em direção ao 1ºmaciço trecho de escalaminhada e trepa-pedra Embora tenha bem piores, como o Corcovado e a Pedra da mina (sem contar as subidas fortes da travessia da serra fina), a subida do Marins pode parecer uma subidinha de morro qualquer, mas mesmo assim, debaixo de sol forte não é brinquedo não.... Com ritmos diferentes, o pessoal foi aos poucos, se distanciando uns dos outros. O Marco disparou na frente e eu estava logo atrás dele, enquanto os demais iam ficando para trás. Clovis trouxe 1 par de Walk-talks para nos comunicarmos, e disse que eu poderia seguir em frente e que não era preciso parar para esperar ele e os demais, se não quiser. Mas por conta de alguns trechos confusos como o labirinto, optei por fazer paradas mais longas para esperar e guiar o pessoal até passarmos pelo trecho onde a navegação é confusa e mais complicada, pois de todos, apenas eu e o Michel já haviamos subido o pico dos Marins antes. Nisso, o Marco já havia me avisado que continuaria seguindo na frente e foi questão de 20 minutos de paradas para aguardar os demais, que eu o vi bem distante, já lá em cima, virando a esquerda no trecho do 2º maciço em direção ao "funil". Depois de muita escalaminhada e subidão desgastante, as 14:35 finalmente cheguei ao trecho do chapadão, onde montei barraca numa area de acampamento na 1º base do Marins (e também referência para a bifurcação para a travessia) para o então merecido descanço. Nesse tempo, vi o Marco subindo em direção ao cume do Marins já de ataque, pois havia chegado lá meia hora antes de mim. Após montar minha barraca e forrar o estomago com um belo almoço regrado a arroz, feijão, purê de batata e atum, me limitei a permanecer ali descançando e aguardando os demais, que só chegaram bem depois, por volta das 16:20. No final do dia, só eu e o Clovis fomos ver o por-do-sol em um morro próximo a area de acampamento. Após todos estarem mais descançados, ficamos apreciando a bela noite estrelada e contemplando o prazer de donos absolutos do lugar, já que não havia mais ninguém ali e eramos os únicos acampados no local. Após as 21:00hs, todos se recolheram as suas respectivas barracas e logo capotaram, afinal, descançar era preciso, pois o dia seguinte seria bem mais puxado. A noite foi tranquila com frio ameno em torno de 04ºC e assim como os outros, logo peguei no sono. 2ºDia O Sábado amanheceu com céu azul e livre de qualquer vestígio de nuvens, o que indicava que o dia seria igualmente aproveitavel com visão total de todo o entorno e do trecho da travessia. Com o cansaço do dia anterior, ninguém levantou para ir ver o nascer do sol no cume dos marins. Após um belo café da manhã, barracas desmontadas e mochilas nas costas, iniciamos a travessia para o Itaguaré as 7:55h. Pelo roteiro, tinhamos que sair da base do Marins até no máximo 8:00hs, por conta do tempo de percurso até o Itaguaré levar cerca de 7 a 8 horas em um ritmo relativamente forte e a ausência de pontos de água em todo o percurso. Aproveitamos para recarregar nossos cantis com a água na nascente que fica do lado do inicio da subida para o Marinzinho (no chamado "morro da baleia"). E novamente 3 litros são mais do que suficiente para todo o trecho. O trecho inicial da travessia sobe por esse morro em formato de "baleia". Iniciamos a subida do morro da baleia nos orientando por diversos totens pelo caminho até chegarmos a um trecho plano para então iniciar uma curta descida até uma area de "charco" em um pequeno vale, onde a trilha reaparece. Após passarmos pelo charco, iniciamos a ingreme subida do paredão do Marinzinho pela sua encosta esquerda nos guiando pelos totens. A trilha cruza obrigatóriamente pelo topo do Marinzinho . Durante a subida, vestígios de trilha vão aparecendo pelo caminho e fazendo um certo zig-zag para contornar os enormes rochedos que compõe o maciço do marinzinho até chegar ao primeiro cocoruto. De lá, se tem a 1ºvista do topo do marinzinho e ao chegar no topo, somos presenteados com a belissima visão do entorno e todo o trecho da travessia a percorrer até o Itaguaré. Subida do Marinzinho Area de "charco" na subida do Marinzinho Pico do Marinzinho a esquerda, Pedra redonda mais abaixo no centro e Itaguaré bem ao fundo Esse trecho não apresenta maiores dificuldades de navegação e após passarmos por uma area de acampamento (para cerca de 3 barracas) na base do Marinzinho, as 8:40 chegamos ao cume do ponto mais alto de toda a travessia, o Pico do Marinzinho na cota dos 2.432 metros de altitude. Ao chegarmos lá, aproveitamos para fazer nosso 1º pit stop para mastigar umas barras de cereais, molhar a goela e obviamente, cliques e apreciação da belissima vista de 360 graus e também do Marins visto de outro ângulo, que são de tirar o fôlego. Base do Marins vista da subida do morro da baleia (trecho inicial da subida do Marinzinho) Area de acampamento na base do Marinzinho Cume do Marinzinho O Pico do Marinzinho é o 1º pico da travessia sentido Itaguaré que se cruza e o último para quem vem no sentido contrário. No topo, há 2 placas indicando os caminhos e também a bifurcação para a pousada do Maeda. Se tiver problemas durante a travessia, pode abortar descendo por ali, que é uma rota de fuga. Após o pit stop, retomamos a pernada agora caminhando pela crista do cume do marinzinho, que é composto por enormes rochedos. Pouco antes de iniciar a descida em direção a pedra redonda, a trilha se enfia no meio de 2 enormes rochedos, o que nos obriga a passar engatinhando por baixo deles. Em meio de outras 2 rochas, há um local plano onde é possivel bivacar. Uma das belas vistas do topo do Marinzinho Pedra redonda em destaque, visto do cume do Marinzinho Trilha se enfia por baixo dessas 2 enormes rochas e continua do outro lado.... Placa no cume do Marinzinho Após iniciar a descida, chegamos a borda leste do marinzinho, onde visualizamos o enorme vale que iremos descer e logo em seguida a subida e o trecho da crista até a Pedra redonda na sequencia, que parece estar perto, mas está a cerca de 2 horas de caminhada ainda. Continuamos a descida e ao chegarmos numa area de paredão, encontramos cordas estratégicamente instaladas p/ auxílio na descida. Há cerca de 4 cordas postas ali, a de cor vermelha é a mais nova. Dei uma testada nelas para ver se estavam bem firmes e ai comecei a descer. Vencido esse trecho, temos uma descida forte até o fundo do vale entre o Marinzinho e a Pedra redonda, que são de lascar. É que a partir desse ponto, os bambuzinhos aparecem e começam a enroscar na mochila, portanto, se estiver carregando isolante e barraca pelo lado de fora, tente coloca-los para dentro da mochila ou proteja-os de outra forma, senão os bambuzinhos e o capim elefante irão acabar com eles. Vista do enorme vale entre o Marinzinho e a Pedra redonda As cordas fixas para auxilio na descida do marinzinho Pico dos Marins visto do topo do Marinzinho Após atravessar o pequeno vale, iniciamos a subida em direção a crista da Pedra redonda. Porém, percebi que um dos membros do grupo estava em um ritmo mto menor que os demais, o que me deixou preocupado qto ao tempo que iriamos levar até o Itaguaré. Eu e o Marco estavamos na frente, enquanto outros 2 do grupo, ficaram acompanhando 1 dos rapazes que estava mais lento. Assim como no dia anterior, o grupo foi se distanciando uns dos outros, por conta do ritmo variado. Marco para variar, disparou e dessa vez, permaneci logo atrás dele, e após a subida do vale, as 11:40 já estavamos na crista, bem próximos da pedra redonda que já era visivel logo a frente. Descidão nervoso do Marinzinho.... Caminhada na crista da pedra redonda com o marinzinho ficando para trás.... Seguindo pela crista em direção a Pedra redonda Enfim, chegando a pedra redonda, que representa a metade do caminho... As 12:06 finalmente cheguei a Pedra redonda, só para constatar que na verdade, a pedra redonda não é redonda e sim uma enorme pedra rochosa em cima de outra maior com uma rachadura que parecem estar se equilibrando no topo a meio caminho. Fiquei mais tempo do que normalmente ficaria ali para aguardar um dos rapazes que estava mais lento e mesmo após 30 minutos ali, nada dele aparecer. Pelo roteiro, teriamos que chegar até a Pedra redonda com no máximo 3 horas e meia de caminhada a partir da base do Marins. Enquanto isso, encontramos com um grupo que estava fazendo a travessia só de mochila de ataque e haviam iniciado a subida as 7 da manhã no milton e pretendiam fazer a travessia no modo "light and fast", ou seja, de uma vez só, chegando no acampamento base Itaguaré no final do dia. Aproveitamos para trocar idéias com eles, enquanto descançavamos. Jararaca tomando sol na trilha Pico dos Marins visto da Pedra Redonda O papo estava bom, mas o tempo estava passando, o relógio já marcava 12:45 e com o tempo estourado em quase 1 hora, eu e o Marco conversamos e decidimos que seguiríamos em ritmo forte na frente porque vimos que só tinhamos água suficiente para chegarmos ao Itaguaré. Eu estava com pouco mais de 1 litro de agua + 500 ml de gatorade e o Marco com menos de 1 litro apenas. Avisamos os demais e seguimos em frente, mas tivemos que apertar muito o passo para recuperar o tempo perdido. A partir da pedra redonda, se inicia um longo trecho de descida em meio a enormes tufos de capim elefante. Tivemos alguns perdidos em alguns trechos da descida, pois em alguns pontos, a trilha torna-se invisivel e é preciso abrir caminho no meio dos tufos para visualizar a picada e assim, continuar seguindo em frente. Deixando a pedra redonda O trecho a percorrer visto da pedra redonda Nesse trecho o gps do Marco ajudou bastante, mas foi o farejo de trilha que mais fez diferença, pois quase não precisamos recorrer ao gps, o que nos economizou um tempo precioso. Eram 12:56 e a nossa frente viamos o Itaguaré e o pico das grutas parecendo estar próximos, mas ainda havia uma longa caminhada com 2 descidas e subidas de vales que nos separavam deles. Terminado a descida da pedra redonda e passado o trecho onde o capim é mais alto, a trilha fica mais visivel novamente o que tornou a navegação mais tranquila. Após subirmos um leve morrinho e passarmos por um trecho plano, a trilha fica mais demarcada e passa a seguir pela crista a esquerda, mas ainda com uma discreta descida (quase plana) em direção a base da Pedra redonda. Caminhando pela crista em direção ao Itaguaré Após chegarmos na base, passarmos pelo primeiro descampado para umas 3 barracas. A partir desse ponto, o terreno nivela de vez e a caminhada fica mais tranquila. A trilha segue em frente, porém com alguns trechos um pouco confusos, por conta de algumas bifurcações que não levam a nada. Caso entre em alguma dessas bifurcações, basta retornar e pegar o outro caminho. Uma das areas de acampamento na base da Pedra redonda Com o tempo bom e a maior parte da navegação no visual, eu e o marco fomos seguindo em frente a passos fortes até que as 13:50, passamos por outra area de acampamento desde a pedra redonda, essa bem maior que a anterior, que deve caber pelo menos umas 6 ou 7 barracas. Nesse ponto, era possivel ver todo o trecho de descida percorrido desde a Pedra redonda. o "pontinho" da Pedra redonda no alto (a esquerda) ficando para trás.... Em alguns instantes, parava para olhar para trás para ver se conseguia ver os demais descendo pela encosta da pedra redonda, mas não conseguia ver, o que me fez supor que ainda estavam lá no topo aguardando... 1 hora desde a Pedra redonda, passamos por outro descampado menor, para cerca de 4 barracas, porém com o problema de ser um pouco exposto aos ventos e como os demais, não ter água próxima. Após passarmos por esse último descampado, visualizamos logo a frente, os 2 vales que teriamos que vencer para alcançarmos o pico das grutas com o Itaguaré bem imponente a frente parecendo que estava "logo alí", mas ainda havia muito chão pela frente. Chegando na primeira descida de 2 grandes vales, que só de olhar, impressiona... Chegamos ao inicio da descida do 1º dos 2 vales e pensei: num creio, qdo olhamos do alto do Marins ou do Itaguaré, a gente não vê esses 2 vales e imagina que todo o caminho é feito pela crista com poucos trechos de subida e descida. Bem, a 1ºvez a gente sempre se surpreende mesmo. A vista dos 2 vales é muito bonito, mas o buracão é de impressionar ao mesmo tempo que só de olhar as 2 subidonas logo a frente cansava até a vista. Mas como as aparências enganam, tão logo iniciamos a ingreme descida do 1ºvale, a mesma não durou mto e já nos vemos subindo o outro lado. Após ter subido o primeiro dos 2 vales maiores entre a Pedra redonda e as grutas A subida, embora curta, era íngreme, com alguns lances de escalaminhada e alguns trepa-pedra, o que me fez parar algumas vezes para recuperar o folego. Em compensação, a trilha é bem demarcada nesse trecho e por isso, nosso avanço foi mais rápido. Nesses poucos minutos entre as 2 paradas, o marco disparou na frente e eu tive um outro perdido na subida do 1º vale, pois deixei passar uma bifurcação a esquerda que era a continuação da trilha. A que eu estava virou a direita e terminou em um enorme paredão sem continuação, o que me fez perder um certo tempo até me dar conta que deveria ter passado alguma bifurcação que era a continuação da trilha. Procura aqui, ali, acolá e nada....Na hora pensei: como uma trilha bem demarcada termina no nada assim? Provavelmente a bifurcação é discreta, por isso passou batido. E ainda um pouco preocupado por conta do horário e o cansaço da subida, joguei a cargueira no chão e resolvi descer um pouco a trilha para procurar melhor a bifurcação, com mais calma e sem o incomodo do peso nas costas. As pernas estavam um pouco bambas por conta de termos andado com relativa pressa afim de otimizarmos tempo, mas bastou um breve descanço e reencontrar o caminho para logo retomar a caminhada afim de alcançar o marco. Após a subida do primeiro vale, a trilha segue bem demarcada pela lateral esquerda de um cocoruto, onde vou contornando pelos rochedos evitando ganhar altitude. O trecho plano é curto e logo iniciei a descida do 2º vale, onde vi de longe o Marco terminando a subida. Durante a descida, tive outro perdido. A trilha vira para a direita e termina no nada, mas uma outra discreta bifurcação a esquerda sugere que o caminho é por ali, em curtos zig-zags. Por isso, se estiver sem gps, é importante ficar bem atento. Nos vales, o capim elefante e bambuzinhos, se misturam com vegetação mais típica de mata atlantica, o que me proporciona um alivio temporário no frescor da sombra da mata, antes de retornar ao alto da crista. A subida do 2º vale embora curta, não dura muito e logo me vejo emergindo de dentro da mata para o sol voltar a cozinhar minha testa novamente. As 14:55, estou novamente na crista já próximo da base do pico das grutas, no trecho final antes do Itaguaré. A partir dali, a caminhada fica mais leve e tranquila, pois as subidas e descidas de vales finalmente acabaram. Do alto, tive a bela visão dos 2 vales vencidos e da crista percorrida desde a Pedra redonda. E para meu alivio, visualizo o pico das grutas bem a minha frente e o Marco me aguardando sentado em uma enorme rocha junto com a galera que tava só de mochila pequena de ataque. Fiquei sabendo depois que ele os alcançou e ainda ultrapassou eles. Agora sim, Pico das grutas a vista e Itaguaré bem próximo.... Pico das grutas e olha lá o Marco de boa me esperando (quem manda ser mais lento e ainda perder a trilha lá atrás? rsrs) Com o terreno nivelado e trilha demarcada, voltei a apertar o passo e as 15:18, passo por mais uma area de acampamento para cerca de 5 a 6 barracas na base do Pico das grutas, mas sem água próxima. Nisso, aproveito para tirar algumas fotos das enormes rochas que compõe o cume das grutas, e agora mais próximo do Itaguaré, reduzo o ritmo, pois sei que estou bem perto do final e pelo horário, havia recuperado o tempo perdido na primeira metade da caminhada até o Pico da pedra redonda. Do descampado, se tem uma bela visão do Itaguaré bem a frente, agora sim, bem perto, o que acabou dando um folego extra. Mais 10 minutos e alcanço as primeiras rochas do cume das grutas, onde reencontro o Marco, que já estava ali a quase 30 minutos me aguardando. Ah, se não fosse aquele maldito perdido lá atrás.....:quilpish:: Clareira na base do pico das grutas Do pico das grutas até o acampamento na base do Itaguaré leva em torno de 50 minutos, então não me preocupo e resolvo fazer um pit stop mais longo para molhar a goela e apreciar a bela vista de todo o trecho percorrido com a Pedra redonda em destaque e o Marinzinho logo acima, com o Marins a esquerda bem distante. O pico das grutas é um cume composto por várias e enormes rochas que parecem que foram empilhadas umas nas outras. Em alguns trechos, tivemos que saltar de uma rocha a outra por conta de alguns buracos, mas nada demais. As 16:20 nos vemos descendo o último e curto vale em direção a base do Itaguaré e ainda teriamos um trecho chato da travessia para vencer. Enfim, chegando a base do Itaguaré Na última subida antes de chegar a area de acampamento do Itaguaré, chegamos a um trecho entre enormes rochedos, onde foi necessário tirar as mochilas e se arrastar junto com elas por dentro das fendas até o outro lado. Algumas setas indicam o caminho e ali lembra um pouco a bat caverna. Após emergimos do outro lado, continuamos a subida e chegamos a outro trecho onde agora a bola da vez foi içar as mochilas por cima das rochas e novamente se arrastar por baixo delas até o outro lado. Nessa parte, o Marco literalmente trepou a enorme rocha e conseguiu alcançar a parte de cima sem precisar se arrastar por debaixo delas. Eu não me arrisquei e optei por ir por baixo mesmo. Passado esse último trecho e mais 10 minutos, finalmente chegamos a bifurcação onde a direita sobe para o cume do Itaguaré, e a esquerda, desce até as areas de acampamento na base. Na bifurcação, existe uma seta apontando a direita indicando "Marins". Nesse ponto, já se avista as areas de acampamento e o pequeno valezinho logo abaixo, onde está o tão desejado e precioso líquido. O marco estava um pouco a frente e como não conhecia o caminho, pegou uma bifurcação errada e acabou subindo um pouco o morro, enquanto eu peguei a correta por já conhecer o local e logo me vi descendo rapidamente o vale. Vi ele lá em cima e dei um grito para orienta-lo qto ao caminho correto, pois as trilhas se confundem nesse trecho (se ele continuasse a direita, iria parar em um precipício) Passando pela bifurcação com a seta indicando "Marins" Então, as 16:50 alcanço o riachinho do Itaguaré e aproveito para recarregar meu cantil que estava quase vazio (só tinha cerca de 400 ml de água apenas). Marco chega logo em seguida e após nos fartamos do precioso líquido (a dele inclusive já havia acabado), retomamos o caminho e finalmente as 17:05 com 8 horas cravados de travessia desde a base do Marins, chegamos ao enorme area de acampamento na base do Itaguaré para literalmente, desabarmos ali. E para a nossa alegria, não havia ninguém acampado no local. Com isso, fomos donos absolutos do lugar. Nem precisamos dizer que comemoramos o sucesso da empreitada, afinal, mesmo com o tempo estourado, conseguimos chegar ao Itaguaré no horário limite previsto e ainda com sol. Pelo roteiro, nosso objetivo era chegar entre 16:00 e 17:00h, para ter tempo de montar as barracas com calma e ainda ir ver o por-do-sol. Enfim, no discreto riacho na base do Itaguaré, coletando o precioso liquido E finalmente, Marco e eu na base do Itaguaré para o merecido descanço O duro ali foi montar as barracas, pois as rajadas de vento estavam muito fortes naquele fim de tarde, o que de certa forma, já era o prenuncio de que o tempo iria virar naquela noite. Com isso, deu um certo trabalho para montar as barracas, mas sem grandes problemas. Os últimos raios do dia coloriam o alto do Itaguarezinho e o frio de altitude já se fazia presente, me obrigando a colocar uma blusa de moleton. Barracas montadas, marco literalmente desabou dentro da dele e nem foi ver o por-do-sol no cume do Itaguaré. Se bem que nem eu fui tb, estava exausto e como já havia visto em outras 2 ocasiões que ali estive, só pensei em comer algo. Mas mesmo assim, subi um morro do lado para ver se conseguia ver o pessoal vindo pelo alto do pico das grutas, mas nem sinal algum deles. Meia hora depois, começou a escurecer e imaginei que eles haviam decidido acampar em alguma das areas de acampamento entre a base da Pedra redonda e o das grutas. Só fiquei imaginando em qual deles. Então, desencanei e resolvi ir até o cume do Itaguarezinho para curtir o visual das cidades do vale do paraíba e também para ver se havia alguém acampado por lá, mas também não havia ninguém. Já mais descançado, fiquei só curtindo o céu estrelado e as luzes das cidades lá embaixo, no vale do paraíba. Já havia passado das 20:00hs e nisso, vi alguns relampagos bem distantes, o que era um prenuncio que estava vindo um temporal daqueles. E nessa hora eu só dava graças a deus por já estar no Itaguaré. Depois de curtir o local, desci até a base, preparei minha janta e fiquei fazendo hora dentro da barraca, enquanto a comida esquentava. Marco já havia capotado, os fortes ventos haviam cessado e o silêncio havia tomado conta de vez daquele belissimo vale na cota dos 2.260 metros de altitude. Mas nem tudo foi calmaria: Ao retirar alguns doces da mochila para pegar o feijão, arroz e a salada de atum, um camundongo (ratinho de altitude) veio fazer sua refeição. Pegou um pedaço de bolo que eu havia deixado de lado de fora e nisso, acabo sendo obrigado a joga-lo fora. Outro camundongo apareceu na sequencia com o mesmo objetivo e eu dei uma rasteira na grama, afim de assusta-los, o que deu certo, pois fugiram para dentro da mata e não voltaram mais, mas percebi que estavam na moita. Depois desse incidente, tomei alguns cuidados e guardei todos os alimentos bem embalados e dentro da mochila que estava dentro da barraca, fechando o ziper logo em seguida. Com isso, não tive mais nenhum incidente desde então. Após uma janta farta com direito a arroz, feijão, salada de atum, ervilha e batada com um belo sucão e alguns doces como sobremesa, entro na barraca, me enfio dentro do saco de dormir e logo pego no sono, mas que infelizmente dura pouco tempo, pois por volta das 22:30h, acordo com o barulho de trovões próximos e ao enfiar a cabeça para fora a barraca, vejo tudo encoberto e a visão totalmente prejudicada, com os primeiros pingos de chuva começando a cair. Então, volto para dentro do saco de dormir e em 10 minutos, a chuva veio forte, mas como já estava dentro da barraca, estou bem protegido e nem me preocupo, apenas fico aguardando os trovões pararem para então voltar a dormir. A chuva foi rápida e com o afastamento dos trovões, o silêncio logo voltou e ai então consegui pegar no sono novamente, imaginando que o resto da noite prometia ser tranquila. A maior parte até foi, mas no final da madrugada a calmaria foi quebrada por uma nova pancada de chuva, que veio mais forte que a anterior e me acordou de vez. Mas ainda assim, consegui dormir mais um pouco, pois ainda estava muito cansado do dia anterior e só queria ficar deitado. 3º dia O Domingo amanheceu totalmente encoberto e chuvoso, ventava bastante e eu tive que ficar atento para possiveis infiltrações no interior da barraca com a chuva que havia começado as 4:30 e não havia parado até então. Eram 6:30 e a chuva estava mais fraca, mas ainda constante. Para os ventos, havia colocado rochas enormes em cima das estacas, afim de dar um reforço extra as mesmas. Como a previsão do tempo indicava, o tempo realmente virou no sábado para o domingo, então resolvi tomar meu café da manhã dentro da barraca mesmo, e já ir arrumando as coisas, afim de iniciar a descida tão logo desmontasse a barraca. Após tudo pronto, fiquei de boa dentro da barraca só com o isolante e até dei uma rapida cochilada, qdo o marco me chamou dizendo que a chuva havia parado, mas perguntando se eu iria descer agora ou se esperaria os demais chegarem. Isso porque, só nós estavamos acampados lá. Face oposta do Itaguaré A imponente serra fina vista do alto do cume do Itaguarezinho Acampamento na base do Itaguaré visto do alto do Itaguarezinho A chuva havia dado uma trégua, as nuvens estavam bem mais acima e por isso, não tivemos a visão prejudicada pela neblina. Mesmo sem o sol, pudemos nos fartar de fotos com direito até a subir o Itaguarezinho, afim de observar a bela vista do vale do paraíba com outras nuvens mais abaixo de nós, cobrindo boa parte das cidades. Eram nuvens em cima e embaixo, visão única e diferenciada. Descemos até o vale e resolvemos fazer um pouco de hora ali, para esperar os demais. Subi parte do Itaguaré, para ver se conseguia avistar o pessoal vindo. E após algum tempo, os vi bem distantes, emergindo na crista antes da base do Pico das grutas. Gritei para sinalizar e eles responderam. Mas ainda estavam muito longe, a cerca de 2 horas de caminhada de onde eu estava. Vale do Paraíba visto do alto do cume do Itaguarezinho O amplo cume do Itaguarezinho, um dos 2 picos menores que compõem a base do Itaguaré A esquerda, Itaguarezinho, a direita vista do vale do Paraiba sentido Rio Desci e avisei o marco que avistei o pessoal, mas que estavam muito longes ainda. Como já havia passado das 10:00h e havia combinado com o resgate para nos esperar entre 12:00 e 14:00h, aliado ao fato de que estava começando a chover de novo, resolvemos descer na frente. Para esse trecho final da travessia, 1 litro de água é o suficiente (e que já havia pego no dia anterior), então nem me preocupei, pois sei que lá embaixo, há 3 pontos de água potavel. Trecho final da travessia visto da base do Itaguaré. Destaque para o Pico das grutas a direita No inicio da caminhada ainda pela crista, o vento voltou a ficar forte o que dificultou bastante a caminhada, ainda mais com chuva fraca, mas assim que desescalaminhamos a enorme pirambeira da rocha que compõe o pico menor, logo mergulhamos na floresta, onde os campos de altitude deram lugar a mata atlantica e a descida passou a ser feita por trilha bem larga e batida em meio a mata fechada. Nisso, a chuva parou e a descida pela trilha até o acampamento base foi bem tranquila. As 11:00h, fizemos um pit stop debaixo de um enorme rochedo para um lanche rapido (no local há 2 locais ótimos para acampar, bicavar e até se proteger da chuva). Após o lanche, descemos rapidamente e as 12:15 alcançamos o acampamento base Itaguaré, onde nosso resgate já nos aguardava. No acampamento base Itaguaré Depois de comemorar o fim da travessia e batermos algumas fotos na placa que indica o fim, logo adentramos na Kombi e voltamos até o ponto de partida, o acampamento base marins, onde chegamos as 13:20. Depois voltamos na caminhonete do Marco para buscar os demais que já estavam nos aguardando assim que chegamos. Com todos reunidos novamente no acampamento base marins, e após nos despedirmos do Marco e do Michel, eu, Idolo e o Clovis estacionamos em um restaurante em Piquete e mandamos ver um belo de um PF com uma coca geladona afim de comemorarmos o sucesso da empreitada. De estomago forrado e revigorados, retomamos a viagem de volta a SP, onde chegamos por volta das 22:30h, cansados, mas felizes. ---------------------------------------------- Como chegar ao Pico dos Marins - Pra quem vem de SP ou Rio, via Dutra: Pela Rodovia Presidente Dutra (BR 116) saída 51, seguir pela BR 459, passar por Piquete e logo em seguida (800 metros) virar à direita para a Estrada Viscinal José Rodrigues Ferreira que dá acesso à Vila dos Marins. Quando chegar ao fim do asfalto, que é na saída da Vila dos Marins, suba à esquerda até o final da serra, passe o portal do município de Marmelópolis na divisa SP-MG, entre à direita e logo em seguida você chegará ao Acampamento Base Marins. Outros detalhes e maiores informações aqui: http://www.marinzeiro.com/como_chegar.html#sprj -> Água se encontra no acampamento base e no morro do careca (a cerca de 50 minutos de caminhada do acampamento em uma bifurcação a esquerda ao lado da placa que indica o inicio da trilha). Depois só no topo, em uma nascente afluente do riacho passa quatro no trecho de chapadão. A nascente está escondida e fica praticamente do lado do inicio da subida do pico do marinzinho, bem a leste. -> Se for fazer a travessia para o Itaguaré, saia da base do Marins até no máximo 7:30. Em um ritmo relativamente forte, leva-se entre 7 a 8 horas da base do Marins até a base do Itaguaré já incluindo as paradas para descanço pelo caminho e também nos picos da Pedra redonda e Grutas. Então, se quiser chegar no Itaguaré ainda de dia para poder montar a barraca com calma e ainda curtir o por do sol, esteja subindo o pico do Marinzinho antes das 8:00. Com isso, você estará chegando na base do Itaguaré entre 16:00 e 17:00hs. -> Na descida do pico do Marinzinho em direção a pedra redonda, há algumas cordas fixas para auxilio da descida. A corda mais recente que colocaram lá é a vermelha. Teste ela e as demais para ver se está bem firme antes de utiliza-la. Use as demais para prender e descer a cargueira, se for o caso. No geral, dá para descer tranquilamente ali, mas em caso de ventos fortes, mta atenção ali, pois o vento pode te desequilibrar. No horário que passei ali, o vento estava mto forte e o equilibrio ficou prejudicado, por isso optamos por tirar as cargueiras e desce-las utilizando uma das cordas, por medida de segurança. -> Procure chegar na Pedra redonda em um tempo máximo de 3 horas e meia desde a base do Marins. Se levou mais tempo que isso, terá que apertar o passo, exceto se acampou na base do Marinzinho ou iniciou a travessia bem cedo mesmo (antes das 6:30h). Ainda assim, fique atento ao tempo de caminhada, se não quiser chegar ao Itaguaré no escuro. A trilha entre o pico das grutas e a base do Itaguaré tem trechos confusos e onde é necessário saltar de uma pedra a outra. Há um trecho inclusive que é necessário tirar as mochilas para passar por uma fenda e uma outra que precisará tirar novamente a mochila e iça-la por cima das rochas, para então ter que se arrastar por baixo delas até o outro lado. Se não quiser ter que passar por tudo isso a noite, mantenha um ritmo bom ou acampe em uma das clareiras na base da Pedra redonda ou grutas, terminando a travessia no dia seguinte. -> Não há água em todo o trecho da travessia, só no sopé do morro da baleia (inicio da subida do Marinzinho) e na base do Itaguaré. Atente-se a isso. O riacho da base do Marins (que fica mais a direita e é caminho para quem sobe até o cume do Marins, não é confiável e está poluída, portanto não recomendo beber dessa água nem com clorin) Eu levei 2 litros + 1 de gatorade para a travessia da base marins até o Itaguaré. Na subida do Marins, pode-se economizar no peso subindo com 2 litros e e deixar para recarregar nos poções da pequena nascente que fica a poucos metros do inicio da subida do morro da baleia, esse que compõe a subida em direção ao Pico do Marinzinho. Essa nascente é afluente daquele riacho na base do Marins que está poluído, mas nesse trecho ele está bem acima e a água é de boa qualidade. No 1º pernoite, se for utilizar essa água para lavar as mãos, panelas e etc, colete a agua necessária e lave as panelas ou as mãos longe da fonte, para não contaminar a nascente. -> Não se preocupe em procurar o local onde fica a água na base do Itaguaré. A trilha passa obrigatóriamente pelo vale onde fica a nascente. E a mesma fica próxima da area de acampamento, então não tem erro. -> No cume do Itaguarezinho (morro que fica a direita para quem vem da travessia), há vários locais de acampamento protegidas e é um ótimo lugar para acampar e ver o nascer do sol logo pela manhã. Há uma trilha bem aberta que sai da principal entre a area de acampamento e o riachinho que leva diretamente até o cume. Em menos de 10 minutos, se atinge o cume. -> No cume do Itaguaré não há areas de acampamento e a trilha da travessia não passa por ali. Apenas há uma bifurcação que sobe até o cume e interliga com a da travessia, que vem bordejando a encosta direita do Pico. -> Combine previamente com o responsável no acampamento base Marins como será feito o resgate na base do Itaguaré, se optar por ir de carro e deixar lá.Caso optem por ir de onibus ou queiram voltar por Passa quatro/Cruzeiro, acrescente mais 4 a 5 horas de pernada pela estrada de terra até a rodovia, onde há linhas de ônibus regulares para essas cidades.
  7. [t1]E ela quaaaase chegou no cume do Marins... Sem Limites Trip[/t1] Algumas pessoas guardam na memória paisagens que completam ricas lembranças da sua vida. As minhas paisagens prediletas remetem diversas vezes há um caminho muito percorrido, rumo as chamadas Terras Altas da Mantiqueira. Sempre que pegava a Rod. Pres. Dutra, pra visitar os avós e tios durante a infância, e ainda hoje pra visitar os pais também, que se bandearam há alguns anos pro lado de lá da serra, quando a rodovia se aproximava da cidades de Lorena e Cachoeira Paulista, não havia outra coisa mais interessante no mundo pra mim do que olhar aqueles enormes maciços rochosos, como se a serra inteira resolvesse mostrar o quanto podia ser tão mais grandiosa só apartir daquele ponto. Quando criança, eu não tinha a mínima ideia de que picos poderiam ser aqueles, mas já pensava como seria poder andar lá por cima. E há alguns anos, descobri, maravilhada, que aquelas montanhas eram nada mais nada menos que os maciços do Marins, do Itaguaré e toda a Serra Fina... Bem, Pico do Marins não é nenhum lugar inédito, relatos sobre ele é o que não faltam, então o que eu posso dizer sobre o que sera "minha primeira montanha de verdade"? Já tinha declinado outros convites de conhecer essa montanha, na duvida se ia ou não aguentar a parada. Mas depois de subir o Corcovado de Ubatuba na boa, eu não tinha mais duvida que subiria qualquer montanha que viesse pela frente. E porque então não começar por aquele "morrinho" tão familiar de vista e tão desejado desde a infância? Bruno, Carla, Well, Daysa, Carol e minha mínima figura no acampamento base Há umas três semanas atrás, eu havia lançado um convite aos Sem Limites que estivessem livres esse final de semana para uma pernada qualquer. A idéia de destino, no primeiro momento, era outra, mas conversa vai, conversa vem, acabamos fechando em ir para o Marins. Previsão de tempo maravilhosa, uma senhora de uma lua cheia prometendo espetáculo para o fim de semana. Um declina daqui, outro aceita dali e fechamos o grupo: eu, o "08" Well Bericat e sua valente "frô" Daysa/Deise, o BrunoSJC e sua esposa, Carla. De ultima hora, apareceu a Carol, caindo de paraquedas no meio do grupo. Alias, grupinho interessante: aquela região é praticamente quintal do Bruno e da Carla, o Well também já conhece o Marins de tras pra frente e três "marinzeiras de primeira viagem" pra contrabalancear, sendo esse o primeiro trekking que a Carol iria fazer. As 04h50 do sábado toca o interfone do meu predio. Lá embaixo, no carro, me esperavam o Well e a Daysa. Passamos pelo metrô pra esperar a chegada da Carol e dalí toca infinatamente pela Dutra, em meio a neblina matutina e vendo - não sem uma pontinha de ansiedade - o pasto a beira da rodovia todo coberto de geada. Ansiedade porque só quando estávamos quase chegando lá descobrimos que a Carol estava sem isolante térmico e a noite prometia ser bem gelada. Pausa para o café da manhã num posto qualquer e apressamos o rumo, visto que o Bruno já estava lá. Seguimos a estrada Piquete-Itajubá, já maravilhada com a enormidade do Marins ao fundo, com um belo sábado de sol sem nuvens. Na subida para o acampamento base, encontramos um verdadeiro congestionamento... de vacas! O boiadeiro que ia tocando o rebanho apenas se limitou a dizer calmamente pro Well "vai apertando que eles abrem passagem!", mas havia ali no meio um sem numero de bezerrinhos teimosos que insistiam em bloquear o caminho por mais que o Well ameaçasse passar por cima deles. Depois de perder um tempão em meio a esse caos, o ultimo bezerro se convenceu a sair do caminho e chegamos ao Acampamento base do Marins, onde encontramos o Bruno e a Carla e deixamos o carro apos bater um papo com o Milton. A quantidade de carros estacionada ali já indicava que muita gente teve a mesma ideia de aproveitar o fim de semana de sol pra encarar a montanha tambem. Mochilas ajustadas, agua abastecida e lá fomos, as 9h50 nós tranquilamente subindo a estradinha até o Morro do Careca, batendo papo e tirando um mundo de fotos. Estávamos dando risada porque tanto a Carla como a Daysa levavam (abarrotadas) mochilas de 22l, enquanto o grosso ia nas cargueiras do Bruno e do Well, coisa que eu e a Carol achamos uma "puta falta de sacanagem", já que estávamos desprovidas de namorado ou marido pra dar uma de sherpa por nós...Dor de cotovelo é triste...rs Marins visto do Morro do Careca - Mode "Panoramica de Pobre" [[on]] Dali já víamos o primeiro cocuruto a ser vencido - não que olhar pros quase trezentos metros de subida ingreme fosse animador, mas a paisagem é o que tirava o fôlego de verdade! A imensidão do mar de morros, formado pelos contrafortes da serra , que ia se abrindo quanto mais a gente subia de um lado e os paredoes rochosos do Marins do outro são de embasbacar! E toca a subir, e subir e subir, com o vento forte e gelado aliviando o calor do sol. Com um km de lingua pra fora, lá iamos nós terminando a segunda etapa da subida. A proxima etapa era subir e cotornar o próximo maciço e encarar os primeiros trechos de escalaminhada. Pedra da Andorinha...ou , a prova cabal que Deus tem um puta senso de humor...hehe Naquele ponto, a Carol dava sinais de esgotamento. A mochila dela tambem nao ajudava muito, um modelo bem simples de cargueira com uma barriqueira que nao cumpria sua função e estava presa apenas por um nó - ou seja, o peso todo da mochila descarregava em seus ombros e a desequilibrava. Isso somado a um pouco de medo de altura e ela sentia dificuldades ao encarar os trechos de escalaminhada, então nosso ritmo ficou mais lento para dar uma ajuda e apoio moral pra ela. Era cerca de 2h da tarde quando terminamos de contornar o maciço, avistando além do cume, o Marinzinho e o vale da nascente do Ribeirão Passa Quatro. Apesar de todo mundo ter beliscado uma coisinha ou outra enquanto caminhava, resolvemos que era melhor não pararmos para comer "de verdade", até porque ali o vento resolveu mostrar o quanto estava gelado e poucos minutos parados já nos causava frio e lábios rachados. "Minas não tem mar. Lá, quem quiser navegar tem de aprender que o mar de Minas é em outro lugar." O plano geral, quando resolvemos ir pro Marins, era acampar no cume, mas naquele ponto sabíamos que a Carla tinha medo de altura e travaria só de pensar no trepa-pedra final e Carol possivelmente nao aguentaria a subida. Além disso, a galera que voltava do bate e volta ao pico nos informava que lá em cima estava parecendo a 25 de Março, não restava mais lugares planos ou mesmo abrigados pra montar as barracas. Sendo assim, ficaríamos no platô logo abaixo do cume. Faltava só atravessar aquele vale, praticamente "nadando" em meio ao capim e subir a encosta do platô. Well e Daysa dispararam na frente, o Bruno e a Carla iam logo depois e eu acompanhava a Carol no fim da fila. As 16h10 chegamosas duas, por último, no platô, onde armamos nossas barracas e atacamos vorazmente nossos sanduiches. "Vamo, Cris... nada de moleza numa uma ladeirinha de nada dessas!" A temperatura nao estava tão baixa, o sol ainda estava lá mas o vento era inclemente. Depois de nos enfiarmos em todas as nossas roupas, fomos assistir o sol, que se escondia rapidamente no horizonte, seus ultimos raios iluminando, sentido leste, todo o caminho da travessia para o Itaguaré, com a Serra Fina ao fundo fechando o cenário ao nordeste. Eu estava olhando, em linha contínua, para meus próximos objetivos e, perdão pela pieguice, mas a emoção era grande. Bebericamos um pouco de vinho, batendo um papo animado e cheio de gargalhadas, mas tremendo de frio. Eu havia esquecido minhas luvas em meio a correria; acabei sendo salva pelo Bruno que desentocou da mochila um par de luvas a mais e uma touca com uma faixinha que cobria a boca e nariz. A preocupação agora era a Carol, que estava sem o isolante, e novamente a "mochila do Gato Félix" do Bruno veio para sua salvação: ele sacou um plastico grosso e uma manta de fleece de lá de dentro. Daí bastou ela ajeitar o plástico, mochila e tudo mais que pudesse no meio para conseguir ter uma noite menos desconfortável. Ei, Marketing da Nautica, já tem uma foto dos SL num video e outra no Facebook da Trilhas&Rumos...Vai rolar um patrocínio ou vamos ter que mudar de barracas???kkk Algum tempo depois, eu, Well e Carol observávamos algo brilhando, como um conjunto de luzinhas piscantes, surgindo atras da encosta do cume, e nos perguntando o que estava fazendo um doido qualquer com um estrobo no meio da subida do cume (não sem antes cogitar se era um disco voador...). Resultado: três idiotas de queixo caído ao nos darmos conta que aquela coisa brilhante que vinha surgindo era a lua, e a sensação de luzinhas é porque estávamos vendo através do capim chacoalhado pelo vento! A Daysa, dentro da barraca quase se mata de tanto rir da nossa cara! Mas devo dizer, em nossa defesa, que nao era "qualquer lua", era um verdadeiro escandalo luminoso. E o pior é que nem tinhamos tomado tanto vinho assim que justificasse começar a ver "coisas"!! Para fugir da ventania, preparamos nosso rango abrigado no sobreteto das barracas e em poucos minutos estávamos mais aquecidos e com as barriguinhas cheias de arroz, feijoada e uma deliciosa (porém gelada!) salada. Depois de comer, acabou a coragem pra ficar do lado de fora; todo mundo se entocando em suas barracas por volta das 21h, com aquele luar "holofótico" sobre nossas barracas. Para nossa sorte, não fez tanto frio quanto temíamos, mas não acredito que tenha sido lá uma noite muito agradável pra Carol, considerando-se que alem do frio, ela dormia ao lado de um urso roncante que se tratava da minha pessoa... Eu havia simplesmente "morrido" dentro do meu saco de dormir, só ressuscitei muito depois do nascer do sol. Reza a lenda que as 05h00 o Well tentou me acordar, sem sucesso, para fazermos o ataque ao cume e ver o nascer do sol lá de cima. Disse ele que a unica resposta que ele recebeu foi um ronco. Acabaram indo apenas ele e a Daysa, e eu desconfio que ele resolveu testar mesmo os nervos dela: ao invés de ir pelo caminho comum, tomaram uma vertente "pouco usual" fazendo uma verdadeira e radical escalada, iluminados mais pela lua do que pela headlamp e em meio a uma tremenda ventania. E a moça valente passou no teste com louvor, voltando para o Platô mais radiante que o sol. Eu ainda estava morta na barraca, mas diserram que são o Well e Dona Daysa descendo do Cume.. Dai me vi num dilema: O Well e a Daysa já estavam voltando; a Carla, estava numa briga entre a vontade e o medo de altura - o medo ganhou; o Bruno se declarou com uma preguiça monstro e a Carol também não tinha planos de atacar o cume. Olhei pro cume pensando "subir sozinha, eu subo de boa... mas e se eu travo pra descer dessa joça? Faço o que!?" Ainda bem que apesar de Sem Limite, pelo menos juizo eu tenho. Morrendo de arrependimento por ter acordado tão tarde e não ter subido junto com a dupla dinâmica, respirei fundo e deixei pra próxima. Porque agora virou questão de honra já que o Well ficou me zuando por ter pipocado no fim da missão! Marinzinho, Pedra Redonda, Itaguaré e a Serra Fina lá no fundo... e quem disse que eu sussego enquanto nao atravesasr isso tudo? Tomamos nosso café, arrumamos as tralhas em meio a um vento ainda mais congelante que o da noite, contando um sem numero de grupos descendo do cume e algumas figuras "interessantes" subindo para o ataque. Entre elas, um imbecil de posse de uma daquelas malditas vuvuzelas , fazendo o maior estardalhaço possivel. Começamos a descer por volta das 10h30 e pouco tempo depois percebemos que a Carol estava sofrendo com a caminhada. Acredito que a somatória de uma caminhada no dia anterior que, por causa da mochila, acabou sendo extenuante para ela, mais uma noite gélida e mal dormida tinham acabado com suas forças. O cansaço causou inchaço em seus pés e tornozelos, e como sua pisada nao tinha mais firmeza, acabou pisando de mal jeito e sentiu o tornozelo para completar. Uma coisa eu preciso dizer sobre essa menina: sem sombra de duvida, ela foi corajosa. Cada passo, curto e meio vacilante, era acompanhado por uma careta de dor, e mesmo indo muito lentamente, ela não parou. Eram cerca de 13h30 quando estávamos começando a descer o ultimo morro antes do Careca. O Bruno e a Carla foram descendo na frente, o sol já estava fritando e o Well estava explodindo de dor de cabeça por conta disso. Como a Carol não aguentava caminhar num ritmo normal e não aceitou quando ele se ofereceu para levar a mochila dela, ele e a Daysa desceram para poder se abrigar um pouco na sombra e nós duas continuamos descendo no passo da lesma, auxiliada pelo meu bastão. Acho que a Carol já devia estar de saco cheio de tanto que eu dizia pra ela "Coragem! Falta pouco pra terminar!". Como os pés dela estavam latejando de tão inchados, ela tirou o tenis e colocou meu "crocs", o que já deu um pequeno alívio na caminhada. Mesmo assim ainda demoramos quase 45 minutos para encontrar a Daysa, quase no final da descida, que havia voltado pra buscar a mochila da Carol. Com isso, ela conseguiu caminhar num ritmo melhor e em pouco tempo encontramos o Well junto a placa no inicio da trilha com uma garrafa de água fresquinha que ele havia buscado numa biquinha (pegando uma trilhazinha que começa do lado oposto da que vai para o Marins). Alias, quando ele e a Daysa chegaram ali encontraram um grupo que tinha deixado pra trás a maior zona de lixo e uma fogueira acesa, que o Well prontamente apagou. Um pouco de descanço, água fresca e o fim do terreno inclinado foram o suficiente pra dar uma renovada na Carol, e dali seguimos num bom ritmo de volta até o acampamento base, com a Daysa levando a mochila da Carol e o Well com sua cargueira e a da Daysa. Bruno e a Carla já tinham zarpado, não sem antes nos deixar um bilhete e um recado para nós com o Milton. Brindamos o fim da trip com uma breja gelada enquanto a Carol recebia nossos mais sinceros cumprimentos por ter "sobrevivido" bravamente a jornada. Hora de zarpar para a casa, não sem antes uma parada no Mc Donalds do posto Arco-Iris, em Roseira, já que a mais leve sugestão de um milk-shake por parte da Daysa atiçou nossas lombrigas... Que dizer dessa trip, no final das contas? Que caminhar na companhia do Well é sempre óoootemo, e com a Daysa então, fechou o pacote (mas arranja outra musica porque nunca mais eu quero ouvir "Alejandro" por culpa sua kkk)! Que foi um imenso prazer conhecer Carla e Bruno, o animadissimo "Casal 15". E que a Carol, sofreu mas já foi picada pelo mosquitinho da montanha, como o Well costuma dizer, e já saiu perguntando quando rola a proxima. Sinta-se bem vinda! E que o Marins é simplesmente mágico. A caminhada em si, os trechos de escalaminhada e o visual alucinante do interminável mar de morros do sul de Minas. Somo a tudo, isso poder contemplar, de um angulo novo, todos os picos que fazem parte de um dos mais ricos cenários da minha vida tornam aquele lugar único. E mesmo que eu não sentisse que fiquei me devendo o cume, pretendo voltar lá tantas vezes quanto a vida me permitir! (E que o Marins é suave perto da subida do Corcovado!) Cris SL04 (mais fotos no http://negrabela.multiply.com ... assim que eu terminar de carregar tudo kkk)
  8. Fiz esta viagem já faz algum tempo, em outubro de 2008, mas acabei não postando aqui. O Pico dos Marins é o mais alto que fica inteiramente dentro do Estado de São Paulo. Ele perde para o Pico da Mina, por exemplo, que fica entre SP e Minas Gerais. O Pico tem 2420 metros de altura, e fica no município de Piquete. O acesso até o início da trilha é fácil e pode ser feito por qualquer carro. Para chegar de São Paulo até o Pico dos Marins: Dutra - Saída 51 BR 459 - Passar por Piquete e logo depois (menos de 1km) pegar a estrada José Rodrigues Ferreira à direita, para chegar à Vila do Marins. Passando o portal de Marmelópolis, logo a direita é o acampamento base. Já no acampamento base, deixe seu carro, negocie o preço com o Milton, e bata um papo com ele para conhecer melhor o que você terá pela frente. Apesar de eu ter levado o GPS para essa viagem, tinha comprado ele há menos de 1 semana, e mal sabia usar. Resultado: praticamente não usei, e o caminho tortuoso, demarcado por rochas empilhadas ou marcações bem toscas nas pedras, facilitou que nós 3 errassemos o caminho duas vezes na ida, e mais uma na volta. Recomendo levar um GPS com uma track bem feita (que não é o caso da minha), ou subir com um guia. A subida é realmente linda! A paisagem da mantiqueira vista cada vez mais do alto é de tirar o fôlego! Subimos em um dia muito quente e com muita bagagem (barraca, fogareiro, pratos e talheres, comida, água, etc..) o que dificultou muito nossa velocidade. Depois de aproximadamente 4 horas de subida e um erro, já estávamos bem cansados, e estávamos chegando nas subidas mais íngremes da aproximação do cume. Na quinta ou sexta hora, erramos o caminho novamente, em um grande charco que fica próximo ao ataque ao cume. Neste local o tempo fechou e começou a chover de leve, o que provocou um misto de calor e suor fortes sob o anorak, com muito cansaço e exaustão com o erro do caminho, que nos fez saltar de pedra em pedra no meio do charco, atolando o pé em lamas, com vegetação da nossa altura. A sensação foi de esgotamento geral. Neste ponto, tão perto do Marins, desistimos de continuar subindo e procuramos o local mais próximo para acampar: uma pedra mais plana e ampla, que cabia bem nossa barraca. O caminho tem essa peculiaridade. Quando você erra, ele é complicado de se caminhar. A vegetação entre as pedras é muito alta, por mais que não pareça, e quando você não consegue passar de uma pedra a outra, tem que entrar nessa vegetação, e passar um bom perrengue pra sair em algum lugar correto! Paramos no vale que antecede o cume, montamos a barraca e o fogareiro, arrebentados de cansados, e começamos a fazer nosso macarrão. Problema: água. Onde estacionamos não tinha água limpa. Tinham algumas passagens de água pouco corrente sobre as pedras, que tivemos que pegar com muito custo para pode fazer o macarrão, fervendo antes, para não ter muito problema. No dia seguinte viríamos descobrir um ponto de água próximo, mas com nosso erro não encontramos. Dormimos ali mesmo, no vale a beira do Marins, em uma noite incrível, com nuvens cobrindo a lua como se fosse o sol, criando sombras estranhas, depois limpava, e num instante uma massa de névoa vinha em nossa direção e cobria tudo, como se estivessemos em meio à serra na neblina. Demais! Algumas pessoas que desistiram pouco antes de nós passaram um belo perrengue nesta mesma noite. Eles estavam na área elevada, antes de nosso vale, e a noite foi de um completo vendaval, que fazia a barraca deles encostar em seus narizes durante a noite! Fica a dica: acampe no vale. Apagamos e no dia seguinte acordamos nos perguntando se deveríamos atacar o cume ou voltar, afinal, era domingo. Achamos que poderíamos levar muito tempo para subir e resolvemos não arriscar. Descemos em metade do tempo da subida, o que nos deu certo arrependimento de não ter deixado a bagagem e subido leve até o cume. Valeria a pena! Sim, voltamos sem alcançar o cume, mas com a promessa de voltar! Veja as fotos, e acesse o GPS Track com nossos erros no meu blog: http://tripsetracks.blogspot.com/2009/12/pico-dos-marins-sao-paulo.html - lá estou colocando todos os relatos de minhas viagens.
  9. Passei uma semana louca correndo atrás de uma cargueirinha de 30-35l.. enfiei na cabeça que precisava de uma mochila melnor para encarar trips de fds sem o peso extra da minha Air Contact 55+15 (que aliás nunca ficou cheia). Como boa brasileira que sou, acabei deixando pra escolher no último momento: sexta feira, 5 da tarde e eu saio correndo do trabalho. Peregrinação por SP: saí da Vila Olímpia, fui até a Arco e Flecha na Lapa comprar o saco de dormir, depois Pé na Trilha comprar a mochila no Paraíso, Decathlon do Morumbi para uma lanterninha de cabeça mais básica e finalmente pra casa tomar banho e enfiar tudo na mochila. Resultado: 11 da noite eu saindo de casa sem arrumar nada para encontrar meu amigo Cristiano na casa dele. Chegando lá começamos a arrumar as mochilas.. e percebo que esqueci meu camelback. Sabendo da reputação do Marins decido voltar em casa, a 1:30 da manha pra pegar meu camelback.. péssima decisão. Acabei dormindo só 1 hora, as 4:30 o Cris me acorda para irmos buscar o Douglas e sua noiva. Claro que dormi todo o caminho até Piquete... mas ainda acordei em tempo de ver a imponente montanha crescendo à medida que nos aproximávamos. Realmente exuberante, com suas encostas escarpadas e picos rochosos. estávamos em um grupo de 17 pessoas comemorando os 10 anos da lista T&T. Rapidamente nos arrumamos e colocamos o pé na estrada.. Ah, detalhe: depois de perder quase a noite toda pra ir buscar meu camelback, esqueci a tampa dele na casa do Cris e acabei subindo sem o dito-cujo. Que saco viu! Não tive problemas com a subida .. até ver a tradicional placa indicando início da subida ao Marins depois do morro do careca. Uma hora depois e só agora que a subida iria começar? Mal sabia eu o que me esperava.... Quase morri. A subida até o último platô antes do cume exigiu toda minha energia e concentração. Tive cãimbras de cair no chão gritando de dor! Minhas pernas tremiam que nem vara verde rssss.. Cheguei lá bastante tempo depois do pessoal, mas não tenho nem idéia de quanto tempo levei. Imagino que pelo menos umas 6 horas. Estava completamente exausta. A turma seguiu para o cume e ficamos eu, Cris, Douglas e Gi neste platô. Rapidamente arrumamos o acompamento, jantamos e fomos dormir. Acordamos com o astro-rei aquecendo nossas barracas depois de uma noite bastante fria como é normal no Marins. Cris, Douglas e Gi fizeram o ataque ao cume enquanto eu preguicosamente reclamava de ter que acordar. Comecei a arrumar as coisas enquanto eles desciam e logo nos reunimos ao restante da turma e iniciamos a descida. Eu me sentia super bem, nem parecia ter sofrido o que sofri no dia anterior. Algumas horas depois...percebi o quanto perdi de condicionamento. Minhas pernas nao aguentavam meu peso. Mas acompanhei bem o pessoa até o último pardeão na descida quando já se consegue ver o morro do careca. Ali fiquei pra trás, tinha que para a cada 10 passos de tanto dor que sentia nas pernas. E um enjôo danado.. e a água acabando... Acho que levei uma hora pra descer os últimos 150 metros. Quando cheguei no morro do careca me sentia tão mal, mas tão mal, que o Ronald até se ofereceu pra carregar minha mochila, o que foi prontamente aceito. Logo depois dele descer não aguentei e coloquei todo meu almoço e a água que bebera na descida pra fora. Assustei seriamente dois ciclistas que tinham acabdo de chegar... mas por incrível que pareça, isso me renovou. Me senti forte o suficiente para continuar a descida. E assim seguimos pela estradinha de terra até chegar na ranchonete, onde todos nos esperavam. Exausta mas satisfeita, não me fiz de rogada e emplaquei um pratão na churrascaria onde paramos para comer. Vai entender.. apesare de todos os pesarem, foi uma empreitada bem sucedida. Entre mortos e feridos todos se salvaram E como miséria pouca é bobagem, já estou programando o próximo perreungue no feriado de junho! Mas abaixo dos 2 mil metros de altitude Fotos de Rodrigo
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