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  1. Após uma semana no Peru (Cusco – Puno – Arequipa - Cusco) partimos para o tão esperado momento da viagem: a travessia Salkantay rumo ao Machu Picchu. Antes de irmos pra Puno já havíamos reservado pessoalmente o trekking com a agência Chaski Trek (numa daquelas portinhas duvidosas) que fica na Plaza de Armas e pagamos US$180,00 incluindo o trekking, entrada para MachuPicchu+montanha MachuPicchu, transfer para voltar de hidrelétrica para Cusco, todo o trekking e hostel em Águas Calientes. Também, nos primeiros dias em Cusco eu já passei mal por causa da altitude, já tinha ido a Puno e Ilha Amantani (mais de 4 mil metros de altitude) e portanto estava habituada com a altitude (ou pelo menos eu pensava). Chegado o grande dia, às 5 da manhã o guia foi nos buscar à pé mesmo no hostel e fomos passando por outros hotéis e hostels buscando outros integrantes do grupo até que chegamos no ônibus que estava estacionado na Plaza San Francisco. Estávamos em um ônibus e uma van (um total de três grupos diferentes) rumo a Mollepata, onde tomamos café da manhã ($10 soles) e pesaram nossa bagagem que seria transportada pelos cavalos (até 5kg por pessoa). Entramos novamente no ônibus que subiu bastante, por uma estradinha, nos deixando no início da trilha. Neste primeiro dia subimos até o primeiro acampamento, por uma trilha muito bonita, passando por cânions, pela colina de CH´ALLACANCHA, sendo sempre acompanhados por um riozinho canalizado. Lá pelas 3 horas da tarde chegamos a Soraypampa, onde acampamos a primeira noite. Nos acomodamos nas barracas, tomamos um chazinho e o pessoal que ia pra Laguna Humantay que fica no pé da montanha com o mesmo nome começou a subir uma ladeira pra chegar até a lagoa. Eu confesso que não consegui ir... estava muito cansada e com medo de não conseguir acompanhar o ritmo porque afinal de contas, era apenas o primeiro dia... Queria muito ir mas preferi descansar pros dias seguintes e também, fica um atrativo pra eu voltar pra lá um dia. Depois que o pessoal voltou da lagoa jantamos, e o guia deu o briefing pro dia seguinte, contando o que faríamos e dando a opção pra quem quisesse, subir até o pé da Salkantay a cavalo no dia seguinte. Ele botou uma pressão e colocou um pouco de medo em todo mundo, contando do quão difícil era e bla bla bla... Dá um medinho de não aguentar e a oferta do cavalo é tentadora mas afinal, eu tinha ido até lá pra isso né... Fomos dormir cedo (a noite mais fria de todas) e acordamos no segundo dia com um chá de coca na barraca (como todos os dias seguintes). Nos arrumamos, tomamos café e as 6:30 começamos a caminhada rumo a Abra Salkantay. A partir deste segundo dia, dividimos a trilha com os cavalos que levam as pessoas até o ponto mais alto bem como nossas barracas e comidas. Realmente, a subida não é fácil, tem horas que dá vontade de ficar por ali mesmo, seja pelo cansaço, seja pelo visual maravilhoso que faz tudo valer a pena. Mas com muito esforço e várias paradas para recuperar o fôlego, conseguimos chegar nos 4.630 metros de altitude no local chamado Abra Salkantay. Lá paramos por um tempo pra tirar fotos, apreciar tudo aquilo que conquistamos, ouvir as explicações do guia sobre a região, a história e cultura local. INESQUECÍVEL! Depois disso, neste segundo dia, começa a descida eterna, passando por mais lugares lindos, vimos um condor sobrevoando o local onde estávamos passando, rios de degelo, enfim, paisagens muito bonitas. No meio do caminho paramos para almoçar em Huayracmachay e após um pequeno intervalo voltamos a descer pela trilha. O guia havia dito que seria o dia mais longo das nossas vidas e realmente, foi bem cansativo mas ao mesmo tempo passamos por lugares com paisagens muito diferentes umas das outras, assim como o clima e a vegetação. No fim do dia chegamos ao local do nosso segundo acampamento em Colpapampa onde pudemos tomar banho (geladíssimo pois o gás tinha acabado L). Novamente, jantamos e fomo dormir cedo pra recuperar forças e os pés pro dia seguinte. Acredito que esse seja o dia mais cansativo por conta da grande subida e de mais de metade do dia descendo, que maltrata muito os joelhos e tornozelos. No terceiro dia, colocamos o pé na estrada novamente antes das 7 da manhã rumo a La Playa. Neste dia passamos por algumas pontes, trilha à beira de precipícios, mata fechada (santo repelente), muitas árvores frutíferas, vimos orquídeas, bromélias e toda a vegetação local. (quando forem, não deixem de comer o maracujá doce deles – granadilla. Almoçamos em La Playa e de lá pegamos um ônibus rumo a Santa Tereza. Pensa num ônibus lotado... Agora coloca mais umas 10 pessoas dentro... e assim pegamos aquela estrada estreita, cheia de curvas, com montanha do lado esquerdo e precipício do lado direito, passando por rios que corriam sobre a estrada (eu fiquei imaginando aquilo na época de chuva - MEDO). Enfim chegamos em Santa Tereza, deixamos nossas mochilas no camping e fomos aproveitar as águas termais. Ainda bem que tinha levado repelente porque ao sair da água todos eram atacados por mosquitos, muitos mosquitos mesmo! À noite, de volta ao camping, jantamos e fizeram uma fogueira pra aproveitarmos uma festinha em nossa última noite de acampamento. Muita música brasileira... Como os europeus gostam do ritmo! Hahaha Na manhã seguinte, fomos fazer a tiroleza, único problema que deu com a nossa agencia pois eles não tinha reservado para nós e tivemos que pagar mais $100 soles ou $30 dolares pra essa atração. Como queríamos muito ir, pagamos novamente. Super recomendo essa atração. Lá tem umas 3 empresas que tem a tiroleza e fomos na melhorzinha (cabos maiores e que passa mais credibilidade) a Vertikal zipline. Recomendo. Quem não faz a tiroleza tem que andar aproximadamente 11km até a hidrelétrica. Após a tiroleza encontramos o pessoal que foi a pé num restaurante em Hidrelétrica que é onde começa o trilho do trem rumo a Águas Calientes. Após o almoço começamos a caminhada de 11 km até Águas Calientes. O visual dessa parte também é lindo mas tava muito quente e também tinha muitos mosquitos e confesso que já estava bem cansada dos dias anteriores e neste dia minha canela parecia que ia quebrar no meio (valeu canelite!). Cheguei no hostel de Águas Calientes morrendo, super cansada e com muita dor da canelite. Fiquei com uma dúvida muito cruel entre escolher passar mais dor no dia seguinte pra subir pra Machu Picchu a pé ou pegar o ônibus pra subir e poder aproveitar melhor por lá... Até que nos últimos minutos antes de fechar a barraquinha onde vende o ticket pro ônibus eu resolvi pegar o tal do ônibus. Triste por não conseguir fazer tudo o que tinha me proposto mas decidi assim pra não piorar ainda mais meu estado físico. As 4 da manhã do dia seguinte, acordamos pra ir pra fila do ônibus enquanto o pessoal que ia subir a pé partiu rumo às escadinhas... Machu Picchu é lindo, lugar único mas esse trekking pra chegar até lá é maravilhoso!
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