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  1. Laguna Chica Esta é a primeira parte da travessia Parque Tricahue - Reserva Altos de Lircay - Reserva Radal Siete Tazas que durou no total cinco dias. A segunda parte está em https://www.mochileiros.com/topic/74549-travessia-reserva-altos-de-lircay-reserva-radal-siete-tazas-chile-abr2018. Os três parques citados situam-se na região de Maule, no Chile, próximos às cidades de Molina e Talca, cerca de 215km e 270km ao sul de Santiago respectivamente. Eles não chegam a ter área contígua mas a proximidade é tão grande que me inspirou a querer cruzar os três num único trekking. 31/03/18 - CONHECENDO O PARQUE NATURAL TRICAHUE Circuito Tricahue (El Motor - Los Picudos) Início e final: portaria do Parque Tricahue setor Armerillo Duração: 3h ida até a cachoeira, 3h45 volta Distância: 8,9km ida, 8,7km volta Maior altitude: 1230m Menor altitude: 490m Dificuldade: média (muita subida e pouca água) O Parque Natural Tricahue é uma reserva particular, diferentemente dos outros dois parques que são administrados pela Conaf, órgão florestal oficial do Chile. Tricahue é o nome de uma espécie de papagaio que habita essa região. O Parque Tricahue tem dois setores (Armerillo e Tricahue) e teoricamente duas portarias. Digo teoricamente pois no setor Tricahue encontrei apenas uma porteira de arame aberta e ninguém para me receber ou cobrar a entrada. Nele há algumas cabanas de aluguel. Já no setor Armerillo há uma família residente que cobra o ingresso e o pernoite em cabana ou barraca. Nesse setor estão as trilhas mais procuradas (El Tata e El Motor). Tomei no terminal rodoviário de Talca o micro-ônibus para o povoado de Armerillo às 7h30 (ver horários abaixo em Informações Adicionais). Ainda era noite, em abril só começa a amanhecer depois das 7h40. A viagem durou 1h18min. Pedi ao motorista que me deixasse no Parque Tricahue e ele erroneamente me deixou no Refúgio Tricahue, que fica entre os dois setores/portarias do parque. Voltei 1,2km a pé até a placa do parque (setor Armerillo) e bati na casa às 9h08. Todos dormiam. No Chile é costume das pessoas acordarem bem tarde. O homem que me atendeu me deu informações sobre as duas trilhas principais e quando falei que queria cruzar à Reserva Altos de Lircay ele desaconselhou e enfatizou que se eu fosse seria minha inteira responsabilidade. O caminho não estava bom, pouca gente fazia aquilo. Altitude de 490m. Montei a barraca, dei uma olhada rápida no museu com amostras da flora local e parti às 11h17 para o Circuito Tricahue (El Motor - Los Picudos), o mais difícil dos dois. Inicilmente é a mesma trilha do Tata, ao chegar ao anfiteatro ao ar livre há uma bifurcação: Motor à direita e Tata às esquerda. Altitude de 601m. Tomei a direita às 11h43 e daí em diante foi uma subida incessante até o Mirador Los Volcanes, a 1107m de altitude, de onde se divisam os vulcões Descabezado Grande e Quizapú/Cerro Azul. Felizmente a subida se dá pela sombra da mata. O caminho é largo, uma estrada abandonada. Após o mirante a trilha nivela um pouco e se torna bem mais fácil. Mas apesar da mata o terreno é seco, o dia estava bem quente e a única fonte de água estaria só mais à frente. Cascada El Chucao Às 13h52 tomei a esquerda na bifurcação sinalizada como "Cruze Bajada Tricahue". À direita será o caminho que pegarei na volta. Pouco antes dessa bifurcação alcancei o ponto mais alto da caminhada: 1230m. Com mais 7 minutos cheguei ao tal Motor, uma máquina a vapor arrastada até aquele lugar por bois numa época em que funcionava ali uma serraria. Mais à frente a trilha desce por um caminho de pedras e passa finalmente por uma fonte de água, 255m antes do Refúgio El Ciprés, onde se pode acampar também (não é permitido usar o interior do refúgio). Mais 480m e a trilha termina na Cascada El Chucao, aonde cheguei às 14h20. Altitude de 1134m. Apesar do feriado de Semana Santa só mais três pessoas chegaram à cachoeira. Lá no camping havia só mais uma barraca (aliás de um casal muito simpático). Certamente escolhi o lugar ideal para ter paz e sossego em pleno feriadão. Iniciei o retorno às 15h10 pelo mesmo caminho até a bifurcação Cruze Bajada Tricahue. Tomei a esquerda e de cara já deu pra notar a trilha estreita, bem diferente do caminho largo por onde subi. Essa trilha tinha sinalização de setas brancas e vermelhas somente em alguns pontos e é tão pouco pisada que chega a gerar algumas dúvidas. A descida se dá pela encosta e é preciso algum cuidado com a inclinação forte e com alguns locais onde uma queda seria desastrosa. Impressiona a quantidade da planta chagual, um tipo de bromélia, já com as flores secas nessa época. Se a trilha não é tão fácil quanto a outra (a que usei para subir) a paisagem compensa. Aos poucos os vales do rios Los Picudos e Los Tricahues se abrem à esquerda formando um belíssimo cenário. E bem no alto as montanhas chamadas Los Picudos. Só não se deve distrair com o panorama e não prestar atenção onde pisa. Cuidado! Num certo momento cruzei com uma aranha grande (caranguejeira ou parecida), bicho não muito fácil de se ver nas trilhas aqui do sudeste do Brasil. Depois entrei num bosque denso e essa descida não terminava nunca. A trilha desembocou num caminho largo em que fui para a direita. Me aproximei do leito do Estero Los Tricahues (única fonte de água fácil em toda essa descida) e às 17h48 uma placa causou mais confusão do que informação. A placa no chão apontava para a frente e dizia "Sendero Rojo" (trilha vermelha), enquanto uma trilha à esquerda vinha do rio. Segui em frente, para onde a placa apontava (mas depois vi que deveria ter entrado nessa trilha à esquerda e cruzado o rio para não passar por propriedades particulares). Segui em frente, cruzei uma cerca de troncos, depois uma cerca de arame farpado e percebi que não devia estar mais na área do parque. Mas continuei. Peguei uma estradinha mais ou menos paralela à estrada principal do vilarejo Armerillo que deu num portão alto (aberto) e um galpão. Cruzei essa propriedade sem ver ninguém e cheguei enfim à estrada principal, porém com um portão de ferro alto e trancado. Encontrei um ponto mais fácil de pular a cerca de arame farpado com alambrado e ganhei a estrada finalmente. Mais 180m à direita e estava de volta ao camping às 18h55, faltando 46 minutos para o pôr-do-sol. Vale do Estero Los Tricahues 01/04/18 - 1º DIA DA TRAVESSIA - Trilha El Tata e Travessia Parque Tricahue - Reserva Altos de Lircay (1ª parte) Circuito Trilha El Tata Início e final: portaria do Parque Tricahue setor Armerillo Duração: 2h35 Distância: 5km Maior altitude: 765m Menor altitude: 490m Dificuldade: fácil Travessia Parque Tricahue - Reserva Altos de Lircay (1ª parte) Início: portaria do Parque Tricahue setor Tricahue Final: cota dos 1174m Duração: 5h Distância: 8km Maior altitude: 1174m Menor altitude: 543m Dificuldade: esta 1ª parte foi fácil Saí às 8h57 e fui percorrer a Trilha El Tata. Esse é o nome de um exemplar de 526 anos de um coigüe (ou coihue). Tata em espanhol significa avô. Inicialmente a mesma trilha do Motor até a chegada ao anfiteatro. Ali tomei a bifurcação da esquerda. Subida rápida até o primeiro mirante, Mirador Armerillo, porém a neblina da manhã impedia a visão do largo vale e montanhas ao fundo. Ali a trilha inicia um circuito e o sentido sugerido é o anti-horário. Porém, como a neblina ia me tirar a visão nos mirantes seguintes, fiz o circuito ao contrário, descendo logo ao vale do Estero Armerillo, no sentido horário. Às 9h53 pude pegar água nesse estero (rio) e 6 minutos depois fotografei a bonita Cascata El Pozón. Às 10h09 cheguei ao velho coigüe. Um painel faz uma cronologia de acontecimentos relevantes no Chile ao longo da vida dessa incrível árvore de cinco séculos. Curioso é que o tronco tem uma parte oca tão grande que um adulto consegue entrar. Ali se pode pegar água facilmente do rio para um lanche e há até banheiros! Às 10h28 continuei o circuito para retornar ao camping, passando por dois outros mirantes, agora com céu aberto e sem neblina. Passei pelo anfiteatro e cheguei ao camping às 11h32. Almocei, desmontei a barraca, arrumei a mochila, conversei mais um pouco com meus simpáticos vizinhos e às 14h22 parti para a aventura não recomendada pelo dono do camping, a travessia para a Reserva Altos de Lircay. Pozón Eu tinha dois caminhos gravados no gps: um seria a partir do Motor, numa trilha quase apagada que explorei no dia anterior; o outro seria a partir da Entrada Tricahue do parque, distante 2,6km dali pela estrada principal do vilarejo. A primeira opção me pareceu talvez menos usada que a segunda e com a agravante de chegar à Reserva Altos de Lircay pela portaria, enquanto a segunda chegava pela Laguna del Alto, o que já me colocava a caminho do terceiro parque, o Radal Siete Tazas. Caminhei os 2,6km até a Entrada Tricahue e se não fosse o gps teria passado direto pois não há nenhuma placa indicando que aquela porteira de arame (aberta) é a entrada de um parque. Para chegar ali caminhei 2km a partir do camping pela estrada principal (de rípio) do vilarejo e entrei na rua à esquerda quando há uma curva de 90º para a direita e uma ponte. Há uma placa na curva indicando a entrada do Parque Tricahue a 400m. Cruzei por uma ponte de concreto o pedregoso Estero Los Tricahues e encontrei numa curva a porteira de arame aberta com uma placa dizendo "se arrienda cabaña". Era ali mesmo. Entrei às 14h58 e fui para a esquerda, passei pelas cabanas e encontrei um caminho largo que se dirigia ao rio, num local onde há várias caixas de abelha. Uma plaquinha com uma seta e a figura de um caminhante me confirmaram o caminho. Vi algumas pessoas que deviam estar hospedadas nas cabanas mas ninguém para cobrar a entrada ou dar orientações. Altitude de 543m. Segui por esse caminho largo no sentido norte, passei por uma placa "Al Pozón", numa bifurcação fui para a esquerda e às 15h53 cheguei a uma clareira à esquerda. A proximidade com o Estero Los Tricahues me fez ir buscar água e por acaso descobri o tal Pozón. Havia vários sinais de acampamento por ali e realmente é um lugar bem agradável para ficar, mas eu tinha um trajeto muito incerto pela frente e tinha que continuar. Saí do Pozón às 16h30 e a trilha estreitou por algum tempo, mas depois voltou a alargar, como uma estrada abandonada. Em determinado momento não notei um totem de pedras e uma seta azul celeste na árvore apontando para a direita e segui em frente. Cheguei a um desmoronamento e não era possível seguir. Até pensei que ali seria o fim da minha aventura mas no retorno vi a plaquinha e entrei na trilha bem marcada à esquerda. Ali começava uma subida que duraria o restante do dia e todo o dia seguinte, com todas as dificuldades que ainda vou contar. A direção geral da caminhada nessa hora muda de norte para nordeste pelo vale do Estero Los Tricahues. Às 18h12 a trilha alcança uma grande clareira gramada com pés de amora silvestre por todos os lados, um surpreendente espaço para acampamento onde caberiam muitas barracas, porém sem água próximo. A trilha volta a penetrar a mata ao final da clareira, à direita. Dali em diante, ao mesmo tempo que as amoreiras dão frutos doces para a gente se fartar, dificultam a passagem com seus muitos espinhos. Às 18h32, apesar de uma seta azul celeste na árvore apontar para a esquerda, continuei pela trilha principal em frente e só depois de quase 300m percebi que estava na direção errada, indo para sudeste, quando deveria sempre continuar para nordeste. Voltei e só então vi uma trilha bem apagada indo para a direita (esquerda na vinda). Quando passou das 19h comecei a procurar um lugar para a barraca, mas não estava fácil achar. Nessa procura me deparei com outra caranguejeira, essa bem maior que a do dia anterior. Por fim às 20h, 20 minutos após o pôr-do-sol, encontrei um espaço onde caberia a barraca e com bem pouca inclinação. Mas o que me fez ficar com a pulga atrás da orelha é que não encontrei a continuação da trilha, que já estava cada vez mais apagada. Altitude de 1174m. Vulcão Descabezado Grande 02/04/18 - 2º DIA - Travessia Parque Tricahue - Reserva Altos de Lircay (2ª parte) com muitas dificuldades de percurso Travessia Parque Tricahue - Reserva Altos de Lircay (2ª parte) Início: cota dos 1174m Final: próximo à Laguna Chica na Reserva Altos de Lircay Duração: 10h Distância: 7,5km Maior altitude: 2110m Menor altitude: 1146m Dificuldade: muito alta por não haver trilha definida Comecei o dia na expectativa de encontrar a continuação da trilha, que parecia morrer ali onde acampei. Depois de muito sobe-desce e vai-volta encontrei, e assim comecei a caminhar efetivamente às 9h56. Com 7 minutos encontrei uma ótima fonte de água. E com mais 5 minutos um excelente lugar para duas barracas com o rio ao lado. Pena que não consegui chegar a esse local no dia anterior. Havia sinais mesmo de acampamento (fogueira, mesinha e banco de troncos) e uma lata de tinta azul celeste usada na marcação da trilha. Mais à frente duas singelas quedinhas d'água seriam a última fonte de líquido até o final do dia. A trilha sobe para um bonito mirante e finalmente avisto o panorama acima das árvores, tanto para norte (meu destino) quanto para sul (de onde vim). Alguns totens continuam a aparecer, mas à medida que subo a trilha vai sumindo de vez. Logo estava procurando a trilha em meio a arbustos e touceiras de capim e bambuzinhos. As dificuldades começavam. E com o calor aumentando o cansaço não ia demorar a chegar. Segui nessa procura até que me deparei com uma matinha e nada de trilha para entrar nela. Ou seja, não havia mais caminho aberto. Nem sabia se estava na altura certa da encosta ou deveria procurar mais acima ou mais abaixo. Eram 12h23 e parei para um lanche e descanso. Em 3h procurando a trilha havia avançado apenas 2km. Temia pelo que viria pela frente num lugar como aquele em que ninguém passa mais, porém era cedo para pensar em desistir. Povoado de Armerillo já bem distante Descansei por quase uma hora. Depois entrei na mata sem a mochila e no vai-e-volta encontrei uma árvore pintada. Pelo menos estava no lugar onde um dia existiu uma trilha... Passei pela matinha (que felizmente era curta), subi um pouco e encontrei um rastro de trilha para continuar. Até que uma vala enorme me obrigou a subir a encosta de uma vez, tomando a direção sudeste por algum tempo. Alcancei o alto já sem trilha novamente e andei por uma crista, voltando ao meu sentido nordeste. Mas outra erosão enorme me deteve às 14h57 e tive que subir forte de novo para a direita (sudeste). Lá no alto voltei a encontrar uma seta azul celeste e pedras pintadas dessa cor. E com uma frequência que me fez tirar um pouco os olhos do gps e caminhar algum tempo orientado por essas marcações. Mas a alegria não durou muito pois cresceram moitas de ñirre exatamente onde passava a trilha. Esses arbustos são duros e era preciso abri-los para encontrar possíveis marcações. A essa altura me assombrava a idéia de encontrar algum impedimento no caminho e ter de voltar tudo aquilo que caminhei, com toda a dificuldade que já havia passado... Após o cinturão de ñirres e outras matinhas, o caminho se abriu e agora só tinha vegetação baixa e pedras pela frente. Parece que o pior havia passado. Cheguei enfim à crista dessa encosta e pude visualizar os vulcões Descabezado Grande e Quizapú/Cerro Azul a leste, além de uma paisagem incrível para todos os lados. Essa crista ainda ascendia bastante mas meu caminho (sem trilha) seria pela encosta mesmo, subindo suavemente. Aos poucos fui me aproximando de conjuntos de grandes blocos de pedra e me preocupava não conseguir passar por eles. Mas não houve grande dificuldade e finalmente às 18h46 alcancei um selado que me abriu visão para a Reserva Altos de Lircay! Estava entrando em sua área. Terminou a saga? Não, faltava chegar a alguma laguna para ter água para acampar... doce ilusão. Altitude de 2102m nesse mirante. Poucos metros antes o gps havia registrado a maior altitude do dia: 2110m, ou seja, desnível de 964m com todas as dificuldades de percurso. Continuei exatamente no rumo norte descendo por uma outra encosta. Passei por um novo cinturão de ñirres duros, pulei muitos blocos de pedra, mais ñirres, uma ladeira de pedras e do alto avistei a primeira laguna do parque, a Laguna Chica... totalmente cercada por ñirres!!! E a noite já ia chegar... Tentei o caminho mais direto mas os ñirres eram muito difíceis e havia uma vala funda no meio. Pensei em contornar todo o cinturão mas já caía a noite. Atravessei uma faixa de ñirres mais fácil e por sorte encontrei um lugar plano para a barraca às 19h50. Ouvi barulho de água mais abaixo e desci só com a garrafa e a lanterna para procurar. Encontrei o precioso líquido escorrendo numa grotinha... ufa! Subi de volta à mochila e voltei ao lugar plano já no escuro. A noite foi de lua cheia mas estreladíssima. Altitude de 1986m. Laguna del Alto 03/04/18 - 3º DIA - Travessia Parque Tricahue - Reserva Altos de Lircay (3ª parte) - como é bom voltar a caminhar por uma trilha! Travessia Parque Tricahue - Reserva Altos de Lircay (3ª parte) Início: próximo à Laguna Chica na Reserva Altos de Lircay Final: 4km além do acampamento 6 da Reserva Altos de Lircay Duração: 10h Distância: 20,3km Maior altitude: 2233m Menor altitude: 1657m Dificuldade: fácil A temperatura mínima da noite foi de 6,3ºC. A dificuldade desse dia no máximo seria chegar à Laguna del Alto pois dali em diante tinha certeza de que haveria trilha consolidada pois é um dos atrativos mais procurados da Reserva Altos de Lircay. Levantei acampamento às 9h32 e de cara tinha que procurar uma forma de contornar o cinturão de ñirres e alcançar a Laguna Chica. O caminho mostrado no gps era muito ruim. Desci então até o local onde peguei água e um pouco abaixo cruzei o riacho sem dificuldade. Na outra margem escalaminhei a encosta bem íngreme. Dali em diante chegar à margem da laguna foi moleza. E encontrei pegadas de cavalo, o que me guiou rapidamente à Laguna del Alto, maior e ainda mais bonita que a primeira, cercada por montanhas de pedra, com destaque para o Cerro Peine. Ali sim respirei aliviado pois sabia que a primeira etapa da travessia estava conquistada. De agora em diante não teria mais perrengue pois a ligação entre os parques Altos de Lircay e Radal Siete Tazas já está bem consolidada (pelo menos era a informação que me deram). Cruzei o riacho que é vertedouro da Laguna del Alto às 11h05 e por trilha bem marcada iniciei o caminho ao Enladrillado, outro grande atrativo desse parque. De cara uma longa subida (com água) e no alto fui à direita na bifurcação sinalizada (à esquerda desceria à administração). Caminhei pela borda de um imenso vale cuja vertente oposta foi meu ponto de chegada ao parque no dia anterior. Depois baixei a um amplo vale chamado de Vega El Arriero nos mapas e subi pelo lado oposto (havia muito pouca água ali). Após um percurso pela crista na qual alcancei a maior altitude do dia (2233m), já visualizando o vale do Rio Lircay bem abaixo à esquerda (norte), cheguei às 13h54 ao Enladrillado. Trata-se de um platô em que as rochas "cortadas" naturalmente em formatos regulares se dispõem de tal maneira que parecem ladrilhos. Não bastasse essa forma curiosa o platô está à beira do precipício que cai para o imenso vale do Rio Claro, sendo por isso um mirante espetacular para esse vale e as montanhas a perder de vista, com destaque para os vulcões Descabezado Grande e Quizapú/Cerro Azul. Altitude de 2182m. Enladrillado Saí de lá às 14h33 e imediatamente comecei a descida em direção ao Rio Lircay e ao acampamento da Reserva Altos de Lircay. A parte inicial da ladeira é um convite irresistível a um belo tombo pois é inclinada e repleta de pedrinhas soltas. A visão para esse quadrante norte também é bastante ampla e bonita. Às 15h43 entrei na mata e 7 minutos depois devia ter ido à direita numa bifurcação para chegar mais rápido ao acampamento. Fui para a esquerda seguindo a seta e caminhei bem mais. Foi distração... Às 16h08 passei direto pelo acampamento 6 da Reserva Altos de Lircay pois queria adiantar o máximo possível a travessia para a Reserva Radal Siete Tazas. Vi apenas 3 ou 4 barracas montadas. Não vi nenhum guardaparque e ninguém me questionou nada. Cruzei a ponte e continuei à esquerda na bifurcação da Vega Los Treiles. Mas havia tempo para conhecer o Mirador del Valle del Venado antes de prosseguir na travessia. Parei na bifurcação sinalizada desse mirante, escondi a cargueira na mata próxima e segui à direita na bifurcação às 16h25. Pensei em ir e voltar rapidamente sem mochila mas o caminho em grande parte é de pedras soltas, por isso levei mais tempo do que pensava (32min ida) e me cansei mais também. Cheguei ao mirante às 16h57 e fiquei até 17h24. A paisagem é parecida com a do Enladrillado porém de um ponto mais baixo. Do mirante desce a trilha para o próprio Valle del Venado e para o grande Circuito del Cóndor, de vários dias de duração e que também termina na Reserva Radal Siete Tazas. Às 17h57 peguei a mochila e tomei a esquerda na mesma bifurcação (a placa não informa nada sobre essa trilha da esquerda). Ao chegar à primeira mata há uma bifurcação sutil em que a trilha mais marcada vai para a esquerda, mas eu tomei o lado da direita, bem menos marcado. Nesse ponto e daí em diante não há mais sinalização alguma. Já estou fora da área do parque nacional segundo o gps. Só para informação, essa trilha da esquerda, a mais pisada, é a trilha Sillabur que leva ao acampamento Antahuara. Ao cruzar o riacho seguinte atenção de novo. Há trilha saindo para a direita e para a esquerda, mas deve-se ir para a esquerda. Havia vacas nas imediações mas peguei água limpa nesse riacho. Nele a menor altitude do dia: 1657m. Subi, cruzei um descampado, subi um pouco mais e ao visualizar a baixada seguinte já sabia que teria que acampar por ali pelo adiantado da hora. Cruzei a baixada e tentei encontrar mais adiante algum local plano e sem pedrinhas para montar a barraca, mas encontrava cada vez mais pedras. Voltei um pouco e acampei na baixada mesmo, às 19h40. No dia seguinte encontrei a poucos metros dali grandes gramados perfeitos para acampar e com água limpa bem ao lado. Fica a dica! Dessa maneira, consegui adiantar uma hora da caminhada do dia seguinte, o que foi importante. Altitude de 1725m. Vale do Rio Claro DADOS DA TRAVESSIA COMPLETA Travessia Parque Tricahue - Reserva Altos de Lircay - Reserva Radal Siete Tazas Início: portaria do Parque Tricahue setor Tricahue Final: povoado de Radal Duração: 5 dias Distância: 70,5km Maior altitude: 2233m Menor altitude: 490m Dificuldade: muito alta por não haver trilha definida no 2º dia Informações adicionais: Ônibus de Talca a Armerillo (a passagem custa CLP 1500 (R$8) e a viagem leva cerca de 1h20min): Talca-Armerillo: seg a dom e feriado: 7h30, 10h, 13h30, 16h30, 20h30 Armerillo-Talca: seg a dom e feriado: 7h10, 9h30, 13h25, 17h, 18h30, Ônibus de Talca a Vilches (para quem for diretamente à Reserva Altos de Lircay): Talca-Vilches: seg a dom e feriado: 7h15, 12h, 16h50 Vilches-Talca: seg a sáb: 7h15, 9h15, 17h10 dom e feriado: 9h15, 14h, 17h10 A entrada no setor Armerillo custa CLP 2000 (R$10,70) para quem vai só passar o dia. O camping custa CLP 3500 (R$18,70) por pessoa por noite e dá direito a percorrer todas as trilhas sem custo adicional. Há banheiros e ducha quente (a água só saía quente no banheiro feminino quando estive lá). Acampa-se entre patos, galinhas, gansos e perus, uma verdadeira sinfonia. O grau de dificuldade que coloco nos relatos é uma avaliação pessoal e considera que o trilheiro esteja acostumado a caminhadas de vários dias com mochila cargueira. Para um iniciante considere todas as trilhas como difíceis. Para um iniciante que não esteja em boa forma física é melhor procurar trilhas fáceis de um dia para ganhar experiência e condicionamento. Rafael Santiago abril/2018 https://trekkingnamontanha.blogspot.com.br Mirador Valle El Venado
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