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  1. Estive semana passada no Parna Caparaó. Após subir o Bandeira e o Cristal no ano passado, o objetivo era subir os picos adicionais entre os maiores do Brasil (Cruz do Negro, Pedra Roxa, Tesouro e Tesourinho). Dia 1: Tronqueira -> Terreirão Cheguei em Alto Caparaó na 3ª-feira, por volta de 13:00, almocei e parti direto para o parque. Na entrada, os funcionários só perguntaram se eu já conhecia o parque (não perguntaram o destino, então não precisei omitir nada). Paguei a entrada e escrevi meus dados em uma folhinha. Fui de carro até o acampamento Tronqueira, a estrada pode ser percorrida por carros de passeio sem dificuldade. O caminho entre os acampamentos de Tronqueira e Terreirão é percorrido à pé. A trilha é bem marcada e simples (H: 3710 m, A: 458 m, D: 27 m ) ao lado de um riacho. Uma Araucária marca a metade do caminho. Cheguei no Terreirão (vazio!) um pouco antes das 16:00. Montei a barraca e fiquei tirando fotos por lá. A área é muito grande, deve ser engraçado nos finais de semana em que o lugar fica com mais de 50 barracas. A estrutura é boa: terra fofa e plana, banheiro e água. Fiquei passeando por perto até o por-do-sol, tentando me aproximar de um casal de aves e tirando fotos da região. Após comer alguma coisa, fiquei lendo na barraca e peguei rapidamente no sono. Era bom descansar o máximo, pois o dia seguinte seria o grande desafio... Dia 2: Terreirão -> Tesouro -> Terreirão Acordei cedo (5:30), com a barraca congelada pelo lado de fora . Com o frio, demorei pra tomar café, preparar a mochila de ataque, arrumar e trancar os equipamentos. Saí do Terreirão por volta de 6:30. Percebi depois que deveria ter saído mais cedo – a caminhada (ida e volta do Tesouro) é longa e exige todo o tempo disponível com luz do dia. Primeiro destino: Morro da Cruz do Negro (12º do Brasil, 2658m). A trilha começa pela trilha comum de acesso ao Pico de Bandeira. Após caminhar 20 min, a trilha chega em uma laje, onde se deve desviar para o norte, seguindo uma crista que começa na direção noroeste, depois norte. Em mais 35 minutos eu estava no cume da Cruz do Negro. O cume oferece uma vista muito legal, dos arredores, das montanhas ao sul (Bandeira, Pedra Roxa e Cristal) e do resto do caminho rumo ao Tesouro. Apesar do nome, o cume não tem uma cruz. A navegação até aqui foi tranquila. Mesmo sem trilha definida, há alguns totens, a trilha ocorre pela crista e o terreno não oferece obstáculos. Nenhum ponto de escalaminhada. Segundo destino: Pico do Tesourinho (21º do Brasil, 2584m). A trilha prossegue no sentido nor-noroeste. Após descer 90 m, sobe-se um pouco em um ombro da Cruz do Negro, onde finalmente se encontra uma cruz. A descida continua e a vegetação fica mais densa. Quando estava por volta de 2380 m, estava sem trilha definida, sem visão (nuvens atrapalhando a visão) e a vegetação densa prejudicava a evolução. Acabei me atrapalhando na hora de passar por uma cerca. O saldo foi um baita rasgo na calça e os dois pés dentro de uma poça . Pelo que percebi na volta, havia totens 40 metros à oeste de onde eu passei, em um caminho mais limpo. A partir da parte mais baixa, a trilha continua pro norte, subindo primeiro um ombro do tesourinho, depois o próprio pico. Cheguei no cume aproximadamente 2h depois do cume do morro da Cruz do Negro. A navegação entre a Cruz do Negro e o Tesourinho é mais complicada, principalmente no vão entre os dois picos. A falta de trilha bem definida fez com que eu errasse o caminho tanto na ida quanto na volta. Na ida, cruzei a cerca à leste do que deveria. Na volta, comecei a subir a Cruz do Negro à oeste do melhor caminho. Terceiro destino: Pico do Tesouro (14º do Brasil, 2620m). Desci o Tesourinho em direção a uma pequena elevação, sentido Nordeste. A partir dali, a trilha segue na direção Noroeste, contornando a parte íngreme de rocha pela esquerda. Apesar de não haver uma trilha bem demarcada, há totens no caminho (marquei 26 totens no GPS). De qualque modo, nem sempre há um totem visível a partir do próximo. Com isso, a navegação apresenta alguns problemas, principalmente na hora de subir o pico principal e na presença de nuvens (abundantes no dia). Acabei tentando subir por um caminho muito íngreme e tive que voltar no meio, passando um baita aperto (nessa hora bateu um medo por estar sozinho em uma trilha raramente usada). Um ponto importante é que não há qualquer trecho de escalaminhada pesada em todo o percurso, se você estiver subindo/descendo algo muito íngreme, não está indo pelo caminho correto. Após uma longa subida, chega-se ao primeiro cume. A caminhada termina em direção ao Norte, onde chega-se ao ponto mais alto (e existe uma placa de metal desgastada jogada num canto). A caminhada durou 2:30 a partir do Tesourinho, sendo que 20 minutos foram desperdiçados tentando subir no ponto errado e consertando a rota... O almoço no cume do Tesouro foi um típico momento de “mixed feelings”. Por um lado, eu estava feliz em ter chegado até o pico de mais difícil acesso do parque, aproveitando o visual entre as nuvens. Por outro lado, estava preocupado com o desgaste causado pela bota molhada, pelo tempo que seria necessário p/ voltar antes do sol se por e com eventuais novas dificuldades de navegação. Pensei tb nos 30 minutos de luz do sol que perdi ao sair “tarde” do acampamento. A volta começou por volta de 12:40. No geral, tive menos dificuldade para achar o melhor caminho, apesar de estar bem cansado e de pior visibilidade. Acabei errando o caminho entre o Tesourinho e a Cruz do Negro. Achei alguns totens que havia deixado de ver na ida (bem na parte baixa, onde errei o caminho e molhei as botas). Os totens acabaram me levando a começar a subida (do ombro que precede o Morro da Cruz do Negro, não o principal) em um ponto ruim. Acabei tendo que corrigir indo para Leste. Cheguei no cume do Morro da Cruz do Negro às 17:30, com o sol prestes a se por. O visual foi fantástico: o vento parou e a combinação de nuvens com as luzes criadas pelo por do sol foi mágica. Mesmo cansado, e preocupado pela navegação durante a noite, parei p/ apreciar a vista e tirar algumas fotos, que nem de perto retratam a beleza do momento. O resto da caminhada foi sem maiores problemas, mesmo no escuro. Fiz o mesmo caminho até o Terreirão (acho que dá pra ir por outra crista, sem passar pela trilha ao Bandeira). Cheguei no acampamento as 18:20, quase 12 horas depois de ter partido, completamente exausto. Ir e voltar do Tesouro envolve um esforço grande para um dia (H: 14140m, A 1241m, D: 1241m). Uma boa comparação é com subir e descer o Pico Paraná em um dia. Mesmo com menos trechos de escalaminhada e distancias menores, a ida e volta ao Tesouro é mais desgastante. Em primeiro lugar, a trilha do Pico Paraná tem um começo fácil, com trilha bem marcada e pouca inclinação, o que não ocorre na ida ao Tesouro. Além disso, eventuais caminhadas por trechos sem trilha desgastam mais do que as partes “corrida de obstáculos” na trilha do PP. Havia outros dois caras acampando solo no Terreirão e deu pra bater um papo, enquanto me preparava p/ dormir. Estava muito cansado e foi a melhor noite de sono que já tive em uma barraca. Dia 3 – Terreirão -> Bandeira -> Terreirão -> Tronqueira No dia seguinte, acordei com muitas dores nos pés (bolhas) e nos músculos. Pra piorar, o tempo estava completamente fechado. Apesar disso, fui em direção ao Pico da Bandeira, visando chegar até a Pedra Roxa. Não estava decidido entre tentar contornar o Bandeira por baixo ou avançar a partir da crista em seu cume. Ao longo da trilha, tentei achar algum caminho lateral que fosse adequado, mas a falta de visibilidade prejudicou qualquer avaliação. Acabei subindo até o cume do Bandeira, que estava em condições hostis - sem visibilidade alguma e fortes ventos. Como não conseguia ver a Pedra Roxa, fiquei na dúvida se a crista disponível ao lado do “Cristo” era a que levava à sela entre as montanhas. Esperei uns 30 minutos abrigado do vento para que as condições melhorassem, mas o tempo continuava muito ruim. Com as rochas molhadas, desgastado e sem visibilidade acabei desistindo de ir até a Pedra Roxa. Ia ter que voltar ao Caparaó uma 3ª vez para completar os 6 picos (o Calçado não conta...). Aceitando o clima desfavorável, me arrastei até o Terreirão, e dali até o acampamento Tronqueira. O curioso é que o clima estava ótimo abaixo de 2400 m de altitude... quente, seco e sem vento. O problema só aparecia acima de 2600 m. O saldo de subir/descer o Bandeira, incluindo algumas tentativas de achar uma trilha lateral, mais a volta ao Terreirão e a descida ao Tronqueira foi H: 11210m, A: 719m, D: 1151m. Teria sido um dia fácil não fosse o desgaste do dia anterior.
  2. Travessia Extreme Parque Nacional do Caparaó *ES x MG 11,3 Km *MG x ES 11,3 Km *VALE ENCANTADO 2 Km Total de 26 km 3 dias efetivos. 20 a 24 Agosto de 2018 1º Dia-20 Agosto Saída de Vitória as 07:00 hs, chegando em Pedra Menina as 12:00 hs. Existem 2 maneiras de se chegar no Parque Saindo de Vitória. Pela BR -262, Iúna, Ibitirama, Santa Martha, Patrimônio da Penha, Pedra Menina. E Por Cachoeiro do Itapemirim, Alegre, Guaçuí, Dores do Rio Preto e Pedra Menina, neste caso fui Pelo Lado do ES. As 13:00 hs chegada ao Parque Nacional do Caparaó. Fiz o Chek-in na portaria e logo decidi subir para Casa Queimada, Local onde ia acampar a Primeira Noite, já que no outro dia iria iniciar efetivamente a Travessia. Da portaria até a Casa Queimada são 9,5 Km de estrada boa e íngreme. Existem 2 Campings pelo Lado do ES, *Macieira 4,5 km da Portaria *Casa Queimada 9,0 km da Portaria. Me instalei e armei barraca, pois o tempo além de estar bom, logo começa o frio da noite. 2º Dia-21 Agosto Neste dia acordei cedo e logo me preparei para o Inicio da travessia. Sai as 09:00 hs, passando pelas Duas Irmãs, ponto de água, Pico do calçado, avistando o Pico do Cristal e logo acima atingindo o Pico da Bandeira, são 4,5 Km até o topo pelo lado do ES. Como o tempo estava meio ruim, fechando e abrindo não subi o topo e decidi ir logo para o meu Camping, neste caso o Terreirão, que fica 3,5 km descendo pelo lado de MG. Cheguei as 16:00 hs e logo montei a Barraca, pois quando cai a noite esfria muito. Cuidado ao acampar no terreirão, pois os quatis entram nas barracas e também sobem em mesas atrás de comidas, kkkkk. Logo caiu a noite e com ela o frio chegou. A noite a lua Estava Linda. 3º Dia-22 Agosto Acordei e logo tratei de tomar um bom café, pois o dia seria hard. Iniciei a descida até a Tronqueira, loca onde se chega de carro pelo Lado de MG. Desci até o Rancho dos Cabritos, passando pela entrada do Vale Encantado, local onde na volta iria conhecer. Logo abaixo está a Tronqueira, Local de Camping, com estrutura de banheiro, casa dos guarda parques etc. Após um almoço iniciei a Subida, pois o tempo estava fechado. Atingi o Vale Encantado, local de beleza ímpar, pois tem uns poços com água clara e de beleza exuberante, vale a pena conhecer. Voltei para trila Principal e de novo Rancho dos Cabritos e Terreirão. Jantei e dormi. 4º Dia-23 Agosto Ao acordar tive um Surpresa, tinha geado durante a madrugada e a barraca estava com uma camada de Gelo. Impressionante. Tomei café e iniciei a subida as 09:00 hs, atingindo o Mirante da Trilha de MG, e logo acima parei para lanchar algo. Em seguida atingi o Topo, agora sim fui e me deslumbrei de toda a Beleza que é o Pico da bandeira na sua plenitude. Lugar impar e está entre os 10 Picos mais altos do Brasil. Desci e atingi a Casa Queimada as 15:30 hs. Tomei banho e aguardei a noite chegar. 5º Dia-24 Agosto Acordei as 05:40 hs e logo tratei de tomar aquele café para aquecer, pois estava muito frio. Arrumei as coisas e logo tratei de descer até a portaria, pois precisava chegar em Vitória cedo rsrsrsrsr. Desci até a Macieira e logo até a Portaria, fiz o Chek out e parti em direção a casa. Cheguei em Vitória as 13:00 hs, finalizando assim a travessia. Pontos de Interesse: Lado ES: -Pera Menina -Macieira -Casa Queimada -Pedra Duas Irmãs -Pico do Calçado -Pico do Cristal -Pico da Bandeira Lado MG -Terreirão -Vale Encantado -Tronqueira 20180822_130308.mp4
  3. Em minha terceira visita à Serra do Caparaó, queria chegar ao cume da Pedra Roxa (13º ponto culminante do Brasil com 2.649 mt segundo o IBGE) e conhecer a trilha ao Pico da Bandeira pelo lado Capixaba. Nas visitas anteriores, entrei pelo lado mineiro e conheci os demais cumes oficiais do parque (Bandeira, Cristal, Morro de Cruz do Negro, Tesouro e Tesourinho). Os locais se referem a um ombro do Bandeira como “pico do calçado”, mas acho que não faz sentido contabilizá-lo como um cume separado. Apesar de ser muito longe de SP, o Caparaó fornece visuais fantásticos e experiências diferentes das serras mais próximas, de modo que vale uma ou mais visitas. Por experiências diferentes me refiro ao tipo de terreno/montanha quanto o tipo de trilha. No terreno, há longos trechos de terrenos rochosos que podem ser percorridos sem trilha específica (e praticamente sem necessidade de escalaminhada) e o formato atípico do Pico do Cristal. Há trilhas muito demarcadas e utilizadas (todos os acessos ao pico da Bandeira), trilhas antigas e pouco usadas (o acesso ao Tesouro) e cumes sem trilha específica (caso da Pedra Roxa). Ida Saí de carro de Sampa na 4ª-feira à noite (24/jun), pernoitei em Volta Redonda e cheguei na entrada capixaba do parque, portaria de Pedra Menina, por volta das 14:00 do dia seguinte. Havia reservado uma vaga no acampamento Casa Queimada, mas fora dos finais de semana e feriados não é necessário. Em todas as vezes que visitei o parque em jun/jul fora do fds, havia no máximo 30 pessoas e dessa vez eu era o único visitante do lado capixaba. Os funcionários do parque passam algumas recomendações e entregam uma folha com regras/dicas. Parece menos restritivo do que o controle do Itatiaia: você assina o registro de entrada e segue em frente, sem ter que declarar explicitamente o destino (embora fique implícito que vc vai visitar apenas as atrações “normais” do parque, sem acessar os picos “esquecidos”). O lado capixaba Uma coisa interessante do lado capixaba é que os dois acampamentos podem ser acessados com carro de passeio. O primeiro acampamento é o Macieira, de onde saem trilhas curtas para duas cachoeiras (Sete Pilões – 200 m e Aurélio – 1km). Cuidado ao estacionar para não quebrar as tocas dos tatus que ficam na entrada do acampamento. Seguindo a estrada, há mais uma cachoeira (200 mt de trilha) um pouco à frente. Avançando, há um mirante um pouco antes do acampamento Casa Queimada. A estrada termina no acampamento Casa Queimada, que dispõe de bom espaço para barracas, banheiros completos e mesas. Há uma casa, mas não sei quais as regras para utilização. Passado o por do sol, li um pouco, jantei e fui dormir, sem mais ninguém no acampamento e MUITO frio . A subida ao Pico da Bandeira Acordei as 3:30 da manhã, disposto a pegar o nascer do sol no Pico do Calçado (já havia visto do Bandeira e queria um ângulo diferente). Com o frio, demorei mais do que o normal para tomar o desjejum e guardar o equipamento. Desta vez, optei por organizar tudo (exceto a barraca) e guardar no carro, o que me tomou tempo. Nas últimas visitas ao parque, deixei a mochila dentro da barraca, mas preferi não arriscar. Deixando a barraca, queria poupar tempo e deixa-la secando com o sol da manhã (ledo engano, como descrito mais pra frente...). Com a mochila de ataque e bem agasalhado, iniciei a subida as 4:25. O caminho pelo lado capixaba é maior do que o pelo Bandeira a partir do Terreirão, O ganho de altitude é 707 m vs 490 m do lado mineiro. Contudo, o visual é melhor. A caminhada é mais aberta, permitindo a observação das cidades na parte baixa e do Pico do Cristal. Um pouco antes do Pico do Calçado, é possível ver o Bandeira de um dos melhores ângulos e o Cristal. Do lado mineiro, vc sobe sem uma visualização clara do Bandeira e com pouca vista de fora da Serra. O tempo aberto deixou o visual fantástico. O céu começou a clarear um pouco antes de eu atingir o ponto em que podia visualizar o Bandeira (+ seus 4 ombros) e o Cristal. O sol nasceu as 6:21, quando eu estava no Calçado (quem quiser chegar ao Bandeira precisa andar rápido ou sair mais cedo do acampamento). A partir dali, a caminha ao cume do Bandeira é tranquila (+ uns 15/20 minutos). Cheguei as 6:47, o céu estava aberto e conheci um pessoal que havia subido durante a noite pelo lado mineiro. Distancia Casa Queimada - Bandeira – (um sentido): h: 4.39 km, a/p: 707m -142m Subindo a Pedra Roxa A Pedra Roxa é um pico que fica “escondido” pelo Bandeira ao longo das trilhas de acesso... podendo ser observado em alguns pontos da trilha pelo lado mineiro. Está a pouco mais de 1 km à Leste do cume, sendo o pico reconhecido pelo IBGE mais próximo do Bandeira. Pelo que entendo, há dois acessos. O mais fácil (acesso principal) é a partir do cume do Bandeira, descendo a crista à leste da Cruz. Outro caminho (alternativo) é circulando o Bandeira pelo norte no acesso mineiro. Dado o grau de declividade que existe entre a trilha capixaba e a Pedra Roxa, não acho que exista uma rota viável pelo outro lado... No ano passado, eu procurei o tal acesso alternativo circulando o Bandeira por cima, saindo do acesso mineiro, e só vi vara-mato... dessa vez queria garantia de sucesso e fui pelo acesso mais simples. Achei várias descrições dessa rota na internet, mas nenhum tracklog. Apesar de não ter trilha demarcada, o acesso principal é simples, sem escalaminhada ou vara-mato pesado. Isto gera uma boa dica de orientação, se a escalaminhada/desescalaminhada está íngreme ou se o vara mato está muito pesado, é hora de reavaliar a rota... Partindo do cume, a descida pela crista leva ao colo entre as montanhas (altitude 2530 mt). A partir dali, basta subir até o cume, preferencialmente circulando no sentido horário. Se subir em linha reta (a partir de um eixo imaginário entre os dois cumes) a subida fica muito inclinada. Saí do cume do Bandeira as 7:05, chegando no colo as 8:30 e no cume as 8:55. Enfim, eu havia conquistado a última das seis montanhas “oficiais” do Caparaó O cume é marcado por um conjunto de pedras e não possui livro de registros (algo comum a todas as montanhas do Caparaó). Eu estava ansioso para visualizar e fotografar o resto da serra a partir da Pedra Roxa, que é “deslocada” à leste de um eixo Norte – Sul que liga as demais montanhas (de cima pra Baixo: Tesouro, Tesourinho, Cruz do Negro, Bandeira e Cristal). Mas a natureza foi caprichosa e trouxe nuvens bem no momento em que eu atingi o cume. Após 30 minutos percebi que o período de céu aberto havia acabado e havia chegado de começar a caminhada de volta pro acampamento... Distancia Bandeira – Pedra Roxa (ida): h: 1.56 km, a/p: +130 -306m A volta Como normalmente ocorre nos trechos sem trilhas, a rota da volta entre a Pedra Roxa e o Bandeira foi bem melhor do que a da ida. Quem quiser o tracklog, pode entrar em contato. Uma coisa legal do colo entre as montanhas é o visual do Bandeira. Acho que é o melhor ângulo para observar a magnitude da 3ª maior montanha do Brasil (a maior 100% em território brasileiro). De resto, voltei pelo mesmo caminho, chegando no acampamento as 13:35. Fui surpreendido por uma forte chuva nos últimos 4 km. A trilha é tranquila e a chuva exige apenas um cuidado extra, sem oferecer dificuldades sérias. Distância percorrida (bate e volta completo): h: 12.24 km a/p: +1339 m -1339 m Em suma, a Serra do Caparaó oferece diversas oportunidades de hiking e trekking para diferentes tipos de preparo físico e experiência. Certamente vale a(s) visita(s).
  4. Parque Nacional do Caparaó Subida ao Pico da Bandeira pela Portaria do Lado Capixaba 12 Principais Dúvidas Com Respostas 1° Pergunta: Porque a escolha pelo lado Capixaba do Parque? Resposta: O visual da trilha até o Pico da Bandeira pelo lado Capixaba é esplêndido, bem mais atrativo que pelo lado Mineiro, além de melhor infraestrutura de camping e menor número de visitantes. 2° Pregunta: Qual o nível de dificuldade da trilha pelo lado Capixaba do Parque? Resposta: O nível é considerado moderado para pesado, é necessário preparo físico, bom equipamento e muita força de vontade. O percurso é basicamente em subida sobre pedras, sendo em alguns pontos extremamente exaustivo. 3° Pergunta: É possível fazer a trilha até o Pico da Bandeira sem guia. Resposta: É possível sim, o parque não possui uma excelente marcação, mais a que existe serve para se orientar, logicamente, requer do mochileiro uma experiência positiva em navegação, bom senso de orientação, observação dos mapas anteriormente, e contar com o bom tempo. 4° Pergunta: Qual a condição das estradas dentro do Parque? Resposta: As estradas são boas, contudo em sua grande parte, muito íngremes, até o Camping Macieira, é tranquila a subida, carro 1.0 lotado chega, da Macieira até a Casa Queimada, a coisa aperta, as subidas se tornam muito íngremes, com trechos de subida não calçados, carros 1.0 com muito peso podem ter dificuldade, retomadas são “impossíveis”, você deve manter a rotação, ir devagar e sempre, observar sempre o nível da água, ter uma boa habilidade na direção, se a intenção for se deslocar direto até a Casa Queimada em um carro 1.0 lotado, indico duas viagens dividindo equipamentos e pessoal a partir da Macieira. 5° Pergunta: Qual horário para iniciar a trilha até o Pico da Bandeira? Resposta: Um bom horário saindo da Casa Queimada é às 02h00min, esse é um bom tempo para um grupo de nível médio, grupos com maior dificuldade em locomoção devem sair antes, grupos mais bem preparados conseguem sair 03h00min. 6° Pergunta: Faz muito frio? Resposta: Durante o dia, as temperaturas são bem moderadas, sendo agradável caminhar com roupas leves, até mesmo para os corajosos um banho de cachoeira, contudo, pela noite, o clima muda radicalmente, a temperatura começa a cair, ventos frios dificultam ainda mais as coisas, é fácil que chegue a temperaturas perto de zero grau ou até mesmo negativas. 7° Pergunta: O que devo levar? Resposta: Equipamentos básicos de camping: Mochila, Barraca, Esteira, Saco de Dormir, Bastão de Caminhada, Cantil, Fogareiro, Gás, Lanterna, Pilhas Extras, Capa de Chuva, Copo, Prato, Panela, Bota/Botina/Calçado, Roupas (gorro, luva, meias, casaco pesado, etc), Material de Higiene, Comida, 1° Socorros, Sacos Plásticos (lixo, roupas sujas, etc). 8° Pergunta: O que devo comprar de comida? Resposta: Vou passar a minha dica pessoal: Café da manhã (pão/bisnaguinha, salame fatiado/queijo, café solúvel, fruta), Lanche da manhã (biscoitos, barra de cereal, suco em envelope, chocolate), Almoço (enlatado/prato pronto, suco em envelope, chocolate), Lanche da tarde (biscoitos, barra de cereal, suco em envelope, chocolate) e Jantar (Miojo, Caldo, Salame, suco em envelope, chocolate). 9° Pergunta: É fácil chegar até o Parque? Resposta: As estradas estão em ótimas condições, sendo fácil a navegação para os companheiros que vão de carro, lembrando que a portaria do parque pelo lado do ES fica em Pedra Menina, para companheiros que vão de ônibus, a logística também é bem simples, os que saem de MG, RJ, SP, vão para Espera Feliz, de lá para Pedra Menina em um ônibus de linha, depois arrumam condução (táxi/frete) até o Parque, quem sai do ES, vai direto para Dores do Rio Preto, de lá para Pedra Menina e depois arruma condução (táxi/frete) até o parque. 10° Pergunta: É possível fazer o Pico em um final de semana? Resposta: Sim, é possível fazer em um final de semana. 11° Pergunta: Como é a estrutura dos Campings? Resposta: O Camping Macieira, conta com total infraestrutura, como ducha aquecida a gás, luz elétrica, churrasqueiras, outros, o Camping Casa Queimada, conta apenas sanitários e área de camping. 12° Pergunta: Onde consigo contatos de guias, condução até as áreas de camping, clima, etc? Resposta: A portaria do parque tem todas essas informações para vocês companheiros, quem sãos os guias cadastrados, transporte, previsão do tempo, pousadas, etc. Qualquer outra duvida, estou à disposição para sanar, basta entrar em contato. Atenciosamente, Rafael Freitas.
  5. E aí Rogério. Se vc for somente subir o Pico da Bandeira, a subida nao é tao dificil. Nem há a necessidade de guia. É uma trilha muito fácil. Certa vez subi o pico p/ ver o Por-do-Sol e só retornei a noite. Nao tinha lanterna e mesmo assim nem tive problemas na trilha. Em época de Lua Cheia muita gente sobe durante a noite p/ o Pico p/ ver o nascer do Sol, que é um outro espetaculo, além do por-do-sol. Se vc for na caminhada, passando pela Portaria do Parque são uns 6 Km (+ - 4 hrs) por uma estrada de terra bem chata e bastante íngreme até a Tronqueira (1.970 m de altitude e onde vc pode deixar seu carro). Nesse lugar há uma infra-estrutura boa p/ camping. Desse ponto inicia-se uma trilha bem demarcada até o Terreirao (2.450 m de altitude e outro bom lugar p/ camping). Dá p/ ser feito em umas 3 horas. Do Terreirao até o topo do Pico são mais 3 horas pela trilha que está bem demarcada e com marcações de setas amarelas nas rochas em todo o trecho de subida. O Parque tem uma infra-estrutura de camping das melhores. Na Portaria vc irá receber o croqui do Parque que mostra os principais pontos que vale a pena visitar. São varios. Se puder visite boa parte deles, pelo menos os que estao proximos da trilha em direção ao Pico. No topo faz um frio do caramba. Vá bem agasalhado. Se vc for ficar em Pousada, recomendo a do Rui (cara muito gente fina), que fica quase ao lado da Igreja Matriz. O tel: (0xx32) 3747-2691. Já se vc pretende acampar dentro do Parque, ligue p/ eles c/ antecedencia. Os telefones sao: (0xx32) 3747-2555 e (0xx32) 3747-2565. Eles cobram 6,00 Reais por dia de camping mais a taxa do Parque que é de 3,00 Reais. Espero que tenha ajudado. Abcs.
  6. Dicas importantes: Viação que faz o Percurso SP (Rodoviária do Tietê) X MG (Rodoviária de Espera Feliz) é a vição "Itapemirim". Valor das passagens: Ida R$ 110,50 - Quintas-Feira às 18:00hs. Retorno R$ 114,00 - Domingo às 18:00hs. Viação que faz o Percurso Espera Feliz X Dores do Rio Preto é a viação "Nossa Senhora de Fátima." Valor das passagens: Ida R$ 4,50 - Diáriamente, consultar horários. Retorno R$ 4,50 - Diáriamente, consultar horários. Contatos para agendamento no Pq. Nacional do Caparaó. Tel.: 32 3747-2086/2943 E-mail.: parnacaparao@gmail.com Valor da visitação R$ 11,00. Valor de cada pernoite no acampamento R$ 6,00. Obs. Indicado fazer esta trip no inverno, devido as chuvas constantes no verão. Introdução aos locais visitados. Pico da Bandeira: O Pico da Bandeira é, de longe, o principal atrativo da Rota do Caparaó Capixaba. Subir até o seu cume, a 2.890 metros de altitude, é o objetivo de 10 entre 10 turistas que visitam a região. E não é pra menos. Todo mundo quer ver com os próprios olhos o que se vê de cima do ponto mais alto do país. (extraído do site: http://www.rotascapixabas.com/2012/01/20/a-subida-ao-pico-da-bandeira-pelo-espirito-santo/). Pico do Calçado: O Pico do Calçado (ou da Calçada) faz parte dos picos da Serra do Caparaó, localizado no Parque Nacional do Caparaó, na divisa dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais. É o quarto maior pico desta serra, e também a quarta maior montanha brasileira, com 2.849 metros de altitude. (extraído do site: http://360graus.terra.com.br/montanhismo/default.asp?did=27417&action=geral) Pico do Cristal: O Pico do Cristal é a sétima maior montanha nacional, e o terceiro maior pico da Serra do Caparaó. Possui 2.769,76 metros de altitude e está localizado no Parque Nacional do Caparaó (divisa de Minas Gerais e Espírito Santo), na mesma região do Pico da Bandeira e do Pico do Calçado. (extraído do site: http://360graus.terra.com.br/montanhismo/default.asp?did=27417&action=geral) Cachoeira da Farofa: Integrantes da trupe: Jefferson Filho, Rafael Cavalleri e Renan Prado. O RELATO - A CONQUISTA DO MAR DE MINAS (PICO DA BANDEIRA). Dia 07/09/2012. Após uma noite de sono mal dormida, acordei por volta das 07hs, os raios solares adentravam a janela e esquentava meu rosto, a paisagem linda me hipnotizou até as 09hs quando o ônibus finalmente encostou-se à rodoviária de Espera Feliz – MG. Na pacata cidade de Espera Feliz teríamos que pegar outro ônibus que nos levaria até a cidade de Dores do Rio Preto – ES, mais precisamente no município de Pedra da Menina (divisa entre os dois estados). A viação que faz o trajeto de aproximadamente 10 km é a viação Nossa Senhora de Fátima – Linha: Paraíso, valor R$ 4,50. O primeiro coletivo sai as 08hs, como chegamos as 09hs tivemos que esperar o segundo veículo que saiu às 11hs. Após paradas e mais paradas finalmente chegamos ao local que devíamos descer (Dica: informar ao cobrador que quer descer no início da estrada que leva ao PQ. Nacional do Caparaó). Logo no início da estrada que sobe em direção ao parque existe uma placa informativa referente à distância a ser percorrida até o Pico da Bandeira. O início. Ajeitamos as cargueiras, olhamos o início da subida e iniciamos a caminhada de 08 km até a entrada do parque. Subida íngreme, pesada, chata, mas com um visual lindo. Depois de uma hora subindo escutamos um riacho e fomos conferiar a pequena queda de água, que para nós foi um prato cheio para nos refrescarmos, o que acabou nos atrasando um pouco a subida, mas quer saber? Pouco nos importávamos, à sensação de se aproveitar cada momento em cada lugar é única, e jamais desperdiçaríamos o banho naquele riacho gelado e lindo! Cachoeira gelada. Novamente equipados com as cargueiras, continuamos a subir, subir e subir, até encontrarmos um senhor que ofereceu o “frete” até a entrada do parque no valor de R$ 20,00, neste momento confesso que se não fosse pela insistência de nosso amigo Renan que falava apenas em concluir a conquista do cume a pé, na raça, eu teria aceitado, só havíamos andado 2 km e já estávamos cansados de tão íngreme que é subida! Eu e o Rafa enfim concordamos com o Renan, neste momento lembrei-me de uma citação do filme Na natureza selvagem, que diz “(...) não necessariamente ser forte, mas sim sentir-se forte...” Continuamos! Chegamos à entrada do parque às 15hs, após 08 km de subida pesada, nos apresentamos na portaria, à reserva para a visitação já havia sido agendada de São Paulo (importante não se esquecer de agendar com antecedência a entrada no parque. Tel.: 32 3747-2086/2943/ E-mail.: parnacaparao@gmail.com). Por sermos os únicos a pé no local, pois, a grande maioria segue de carro até o acampamento base “Casa Queimada”, tivemos a nossa entrada liberada com facilidade, burocracia mesmo só para quem seguia de carro, ou seja, todos além de nós. Entrada do Pq. Nacional do Caparaó. Após o pagamento das devidas taxas (R$ 11,00 de visitação e mais R$ 6,00 para cada pernoite), entramos. Conseguimos alcançar a entrada do parque com cansaço, mas com certa facilidade, por assim ser, concluímos que o trecho de 09 km até o acampamento da Casa Queimada seria superado da mesma maneira. Engano nosso! A subida era duas vezes mais íngreme, as cargueiras pesavam o dobro, diversos carros passavam, buzinavam, acenavam, éramos conquistadores, vencedores, mesmo que quase mortos a cada buzinada o ânimo voltava. Não podíamos desistir, tínhamos que encarar o monstro, o monstro neste caso era a subida infinita que nos levaria ao céu, literalmente até o céu. Um Gol branco parou, um rapaz capixaba e muito gente boa ofereceu uma carona para as cargueiras até a Casa Queimada, o carro estava lotado de equipamento de camping no banco traseiro, no passageiro ia o novo colega Alessandro Chakal. Aceitamos a ajuda, e continuamos, porém, MUITO mais leves. Nos primeiros 500 MT, sentia-me como o ''superman'', poderia voar de tão leve, porém, não sei se pelo cansaço, pela drástica elevação na subida que ficava mais íngreme a cada metro, ou pelo fato de estar com saudade da minha cargueira, só sei que estava exausto, corpo pesado, passos lentos, confesso que se nosso novo colega Capixaba não tivesse nos dado a grande ajuda de levar as cargueiras até o acampamento base, eu acamparia na subida mesmo. A paisagem linda engava o casaço. Após muita superação, cansaço ao extremo, amizade e união, chegamos ao quilometro oito, o sol se escondia por entre as colinas, o silencio pairava no ar gélido do Espírito Santo que era quebrado apenas pelo canto de passáros que nos acompanhavam. Reta final, acampamento à vista, uma emoção misturada com euforia, chegamos! KM 08. Sol de pondo entre as colinas. Diversas pessoas nos cumprimentavam, senti-me orgulhos, feliz, mas não com a sensação de dever cumprido, o objetivo agora estava diante de nossos olhos, e conquistar aquela montanha me motivava mais ainda a continuar, mas não naquele momento. Após a chegada no acampamento. Com a temperatura em 3ºC montamos acampamento, fomos informados que as placas solares que forneciam energia ao camping estavam em manutenção, então nada de banho quente. Como em uma sala de tortura escutávamos os gritos de quem se atrevia a entrar no chuveiro, eu fui um deles. A água parecia uma série de agulhas que penetravam meu corpo, o banho de gato valeu a pena, relaxou o corpo a mente e me deu condições para me preparar para a conquista final. Preparamos o jantar, arroz a grega com frango desfiado, uma delícia! Arroz a grega feito no acampamento. Finalmente fomos dormir às 20hs, pois, teríamos que acordar às 01hs para atacar o cume se quisesse ver o espetáculo mais fantástico no Pico da Bandeira, o nascer do sol. Deitei para dormir, cochilei, apenas cochilei. Dia 08/09/2012. Após o breve cochilo de três horinhas o despertador quebra o silêncio da madrugada, acordei o Renan na barraca ao lado e segui em direção ao Rafa que não conseguiu dormir devido a gritaria que alguns trekkers mais dispostos faziam noite adentro. Café da manhã rápido, conversas com a galera do acampamento e pronto, nos preparamos para a subida. Todos os grupos iam com umas dez pessoas, ou mais. O nosso ia apenas eu, Renan e Rafa. Concluímos antes da subida que levaríamos apenas a cargueira do Renan com alguns suprimentos e para guardar as blusas caso esquentasse, o Rafa seguiria com a dele levando seu equipamento básico. Não estávamos com mochila de ataque então seguimos assim mesmo, eu e o Renan dividiríamos na subida, cada um levando um pouco da mochila em cada trecho. Iniciamos a subida por volta das 02hs, muitos grupos já haviam saído, subíamos incorporados por grandes montanhistas, não sentíamos a subida, gradativamente grupo a grupo foi deixado para trás, agora a nossa frente restava apenas à vegetação rasteira da região, o frio que cortava o rosto mesmo de balaclava. A subida castigava agora, uma escalaminhada não técnica, porém pesada, seguíamos rumo ao topo, estávamos quase chegando, mãos dadas para a conquista em conjunto, porém quando íamos finalmente festejar a conquista, eis que em meio à névoa escura surge um vulto negro que aparecia lentamente com a iluminação da Lua, ao mesmo tempo em que nos causou espanto, nos trouxe admiração, estávamos no Pico do Calçado, o Bandeira zombava de nós logo à frente, imponente e magnífico. Faltava pouco! Continuamos rápidos, não parávamos mais para nada, um incentivava o outro quando notava cansaço, a trupe estava em sintonia total, escalaminhando em direção à conquista final. Víamos dezenas de lanternas nos seguindo, olhamos para o lado esquerdo no entroncamento das trilhas da Casa Queimada (ES) com Terreirão (MG) vimos mais lanternas, na frente apenas eu, Renan e Rafa, o Cruzeiro já estava visível, a adrenalina aumentará, agora é pra valer, agora é real, última subida, a cargueira desta vez estava em minhas costas, à subida castigava, o frio castigava, a ansiedade castigava. O cruzeiro estava próximo, metros à frente, a ordem era “vamos tocá-lo juntos, nós três”, tocamos simultaneamente a grande cruz que está cravada no topo da terceira maior montanha de nossa terra verde e amarela, nesse momento eu senti que todo o esforço valerá a pena, as horas sem dormir, as subidas intermináveis, o frio, tudo! Nada mais importava, só sabia que em meio a experientes trekkers de todo o Brasil, três jovens de São Paulo poderiam gritar, e assim o fizeram “o topo é nosso”. O topo é nosso! Rapidamente após alguns cliques, começamos a preparar as coisas para o segundo café da manhã, eram 04:40hs e logo o sol nasceria, levamos massa de pastel, frango desfiado e queijo. Só acreditou quem viu, no alto do Bandeira, muito pastel no café da manhã. Pastel nas alturas. ''Aos poucos o pico lotou, havia umas cem pessoas em seu cume para assistir o espetáculo natural, e o show valeu a pena. O nascer do sol foi maravilhoso, o mar de nuvens, o mar do Espírito Santo, o mar de Minas, o mar do Bandeira e finalmente o mar de nossa conquista, é assim que me recordo.'' "o mar de nuvens, o mar do Espírito Santo, o mar de Minas, o mar do Bandeira e finalmente o mar de nossa conquista I" "o mar de nuvens, o mar do Espírito Santo, o mar de Minas, o mar do Bandeira e finalmente o mar de nossa conquista II" "o mar de nuvens, o mar do Espírito Santo, o mar de Minas, o mar do Bandeira e finalmente o mar de nossa conquista III" Já umas 08hs éramos os últimos ainda ali no pico, resolvemos conhecer o Pico de Cristal, retornando pelo Pico do Calçado. A trilha até o Cristal é muito fácil, após descer o Calçado, já em sua base, ao invés de descer pela trilha que retorna a Casa Queimada, basta seguir adiante, pedras sobrepostas indicam o caminho, basta segui-las. A escalaminhada até o cume do Cristal é fácil e rápida, e ir ao Parque do Caparaó e perder este pico é inaceitável, pois, ao menos no meu ponto de vista o Cristal é o pico mais imponente da região. Pico de Cristal. O relógio apontava 13hs, hora de descer, o Renan seguiu na frente enquanto eu e o Rafa resolvemos cadenciar a decida para tirar mais fotos. Chegamos à Casa Queimada, mais uma vez a tortura no banho gelado, águas que vinham diretamente do mar de Bering congelava até a alma de quem se atrevia a entrar no banho. Logo começamos os preparativos para o almoço, o prato do dia seria Yakissoba, e foi! Yakissoba selvagem! Já de noite, bebemos capuchino e filosofamos sobre a vida, a existência e sobre muitas outras coisas, o céu estava como nunca havia presenciado antes, estrelas cadentes passavam a todo o momento, o espaço é um lugar incrível. Era 22:30hs o papo estava excelente, a noite linda e fria, porém, o dia foi cansativo e muito por sinal, era hora de dormir. Noite fria. Dia 09/09/2012. Após uma noite tranqüila, o relógio despertou, após um prato de sucrilhos com tapioca no café da manhã, rapidamente desmontamos o acampamento. Mochila nas costas, a saudade já batia, nos despedimos da Casa Queimada após um último clique. Tapioca selvagem. Adeus Casa Queimada! O retorno foi fácil, muito fácil po sinal. Mesmo com o joelho sendo forçado com o impacto da mochila na descida. A velocidade era mais que o dobro da subida, estávamos quase correndo, e logo chegamos a Cachoeira da Farofa, trilha de apenas três minutos, facílimo acesso, e um local surreal. Água verde esmeralda encantam os olhos, porém, é muito gelada, diga-se de passagem, que foi o banho mais gelado de cachoeira que já tomei. Cachoeira da Farofa por cima. Cachoeira da Farofa por baixo. Continuamos o retorno, rapidamente já estávamos na entrada do parque, devolvemos uma credencial de entrada que é entregue assim que você entra no parque e descemos, e descemos e descemos. Para o almoço, dessa vez rolou uma macarronada com molho quatro queijos e molho bolonhesa, salada de pepino com seleta e muita batata frita. Último almoço! De volta para a descida o relógio apontava 14:20hs horário que o ônibus passaria no ponto retornando a rodoviária de Espera Feliz, apertamos o passo com medo de perdê-lo, ouço a voz do Renan que seguia adiantado pedindo para corrermos, corremos, e corremos mesmo de cargueira. Foram cerca de 400 metros de corrida, o ônibus estava parado e o motorista pasmo vendo a situação, lembrei-me rapidamente de São Paulo, onde ônibus não se pega, se conquista devido ao caos em nosso transporte público. Rodoviária de Espera Feliz - MG. Conquistamos, aliás, entramos no ônibus, cansados, queimados de sol e felizes, a trip estava concluída, uma trip para ser lembrada para o resto da vida. O retorno para São Paulo foi tranqüilo, apenas um pouco de trânsito na Dultra devido ao término do feriado, chegamos à rodoviária no Tietê as 09hs fui para casa, tomei um banho e entrei no trampo bem atrasado, às 12hs, mas foi por uma causa nobre e justa. Terminei a trip com uma frase que criei e sempre a cito quando tenho oportunidade; “Essa não foi a melhor trip, a melhor será a próxima, sempre a próxima”. FOTOS ADICIONAIS: Pico da Bandeira visto do Pico do Calçado. Rafa no cume do Pico do Cristal. O segredo do Cristal. Pico de Cristal. Manolaaaaaa! THE END!
  7. Salve Galera, compartilho aqui com vocês meu primeiro relato no Mochileiros.com de uma trip que para mim é uma das melhors que já fiz. Para quem está afim de pernoitar no parque, deve-se primeiramente entrar em contato com a administração das portarias do parque por telefone ou pelo link “Reservas” no site do parque http://www.icmbio.gov.br/parnacaparao/. O parque dispõe de quatro áreas para acampamento, sendo assim: - portaria Alto Caparáo em MG (Tronqueira e Terreirão) Tel: (32) 3747-2086 - portaria Pedra Menina em ES ( Macieira e Casa Queimada) Tel: (28) 3559-3096 Vale lembrar que a reserva deve ser feita com antecedência pois nestas épocas de Inverno a procura é grande por parte dos visitantes do parque. Já fazia um tempo que estava afinzão de conhecer o 3° maior pico do Brasil, o Pico da Bandeira com seus 2.892m de altitude além de do Pico Calçado e Pico do Cristal que junto a outros picos do PARNA Caparaó compõe algumas das montanhas com mais de 2.000m de altitude. Assim, a primeira etapa foi decidir junto ao meu Brother Sioney qual seria a melhor data para encarar essa aventura. Trocando ideias sobre qual data seria melhor para ambos decidimos reservar duas noites para acampamento (4 e 5/07/2014). Assim entrei em contato por email com a Admnistração do parque solicitando as reservas para o camping Terreirão (MG). Após 2 dias recebo a notificação que as mesmas foram efetuadas com sucesso. A próxima etapa seria decidir se iriamos de carro ou busão. Decidimos ir de Buso e como era nossa primeira ida ao Bandeira pesquisei como chegar ao Município de Alto Caparáo. Verificamos que deveriamos comprar as passagens para Manhumirim-MG e chegando lá, embarcar em um outro ônibus com sentido a Alto Caparaó. Foi o que fizemos. Saimos de Sampa/Tietê em um Buso da Viação Itapemirim às 19:05 do dia 03/07. Após 13 horas de viagem chegamos no Terminal Rodoviário de Manhumirim por volta das 07:20 do dia 04/07. Lá mesmo, no Terminal rodoviário, compramos as passagens com destino a Alto Caparaó (Viação Rio Doce). Esperamos e embarcamos às 08:30. Durante o caminho observamos várias plantações de café. Chegamos em Alto Caparaó às 09:20. Paramos em um barzinho para tomar um café até que um senhor nos perguntou se iriamos subir ao Pico. Respondemos que sim e o mesmo soltou: “ué e não vão ver o jogo do Brasil?” (Brasil x Chile pela Copa Do Mundo/2014). Depois dessa o mesmo comentou: “ vão passar um frio brabo lá em cima heim!”. Com já havia pesquisado bem sobre as temperaturas, principalmente durante a noite, já fomos preparados. Até em relação a comida. Dividimos bem o rango para os três dias e as duas noites que iriamos passar na montanha. Fome e frio não iriamos passar. Chegamos na Portaria do parque às 10:00, efetuamos o pagamento da entrada e das pernoites, ajeitamos as botas e mochilas e perna para cima da montanha. Nota: encaramos desde o inicio a pé. Assim, após 6km de uma subida forte de estrada chegamos ao camping Tronqueira por volta das 12:30. Chegando lá paramos um pouco para descansar, tomar um pouco de água e comer algo para repor as energias. Como não havia ninguém a vista, resolvemos dar uma vistoriada onde se monta as barracas e encontramos o Lelio e se filho Vitor. Coincidência a parte o Sioney reconheceu o Lelio lá de Mogi das Cruzes. Trocamos umas ideias e decidimos continuar caminho por mais 3,7km até o camping Terreirão. Essa parte da caminhada é bem sinalizada. Subida forte em terreno desnivelado mesclando entre partes planas e subidas. No meio do caminho entre o Tronqueira e o Terreirão avistamos uma Araucária que é referência do caminho certo. Chegamos no Terreirão às 15:40. Para nossa surpresa não havia nenhuma barraca. Fomos os primeiros a chegar na parada. Cumprimentamos os brigadistas que ficam por lá e largamos as mochilas em umas das mesas que há no camping. Enquanto o Brother Sioney capotou em um dos bancos para descansar um pouco, resolvi vistoriar o acampamento. Fui em um mirante de onde ó possível avistar o Pico do cristal, entrei na casa de Pedra, onde a noite a galera prepara um rango dahora e quente. O sol já estava se pondo, então resolvemos montar a barraca em um canto bacana para proteger dos ventos fortes. Neste momento começa a chegar mais galera, chegando também o Lelio com seu filho. Apanhamos um pouco para montar a barraca. Arrumamos as tralhas dentro da barraca, colocamos mais roupas para nos protegermos do frio e junto ao Lelio esquentamos um pouco de água para preparar um capuccino dahora. Comemos e lá por volta das 20:00 resolvemos dormir, pois iriamos acordar às 02:30 da matina para seguir com a caminhada, ainda de madrugada, em direção ao Pico da Bandeira. Acordamos às 02:30, comemos um lanche reforçado e às 03:30 partimos em direção ao Pico da Bandeira. O céu limpo se mostrava lindamente todo estrelado e os ventos fortes faziam com que as temperaturas caissem ainda mais. Um frio du karaka. A subida do Terreirão ao Pico da Bandeira consiste em 3,2km de distância. Bem sinalizada, porém como subimos a noite, caminhamos com utilização de lanternas e prestando bastante atenção para não deixar passar batido nenhuma sinalização. No meio do caminho, como estavamos em um ritmo forte, passamos à frente de uma galera que tinha saído antes de nós. Durante a caminhada, dava para observar as luzes das lanternas da galera que seguiam a frente. Quando chegamos na placa que indica 500 metros para o Pico, nos deparamos com uma galera que vinha pelo lado de Espírito Santo. Chegamos no Pico por volta das 05:20. Fazia um frio brabo. Os dedos das mãos, mesmo com luvas doiam pra karaka. Procuramos um lugar para nos abrigarmos do frio (sem sucesso rsrs) e sentamos atrás de uma pedra esperando o Nascer do Sol (segundo um brother lá, a temperatura estava em torno de -3,7°C). Lá pelas 06:15 o Sol começa a dar o ar de sua graça. Um espetáculo, magnifico. Registramos alguns momentos do sol nascer e ficamos observando o mesmo subir no horizonte. Ventava muito, mas mesmo assim resolvemos ficar até às 08:00, quando iriamos partir rumo ao Pico do Calçado (2.849m) e depois Pico do Cristal (2.770m). A caminhada até o Pico do Calçado segue-se pelo caminho de volta ao camping Casa Queimada – ES (obrigatório passar por ele) onde também é bem sinalizado. Caminhamos mais alguns metros a frente do calçado e chegamos em uma rocha sinalizada com uma Cruz. Decidimos que a partir dali seguiriamos para o Pico do Cristal. Este caminho não é sinalizado como os outros, há alguns totens e passagens por lages. Com o Pico do Cristal a frente de nós, era só seguir em frente. Após uma caminhada de mais ou menos uma hora e meia chegamos na base do pico. Subida mais ingrime e mais técnica (escalaminhada). Aqui digo, se não tiver confiança não suba, pois vai ter que descer de volta. Chegamos ao Pico do Cristal, sentamos ao lado do marco do cume, comemos uma barras de cereais e registramos alguns momentos. Para voltar era só seguir o caminho de volta, porém como avistamos o terreirão lá de cima, decidimos seguir pela crista oposta, descer até a base da montanha e seguir em direção ao Terreirão. Pagamos um preço alto por essa decisão. Ao chegar lá embaixo na base, não avistamos um caminho demarcado e subir de volta pela crista do Cristal não estava em nossos planos, então resolvemos seguir em linha reta por entre a vegetação de bambus e arbustos até um rio que cortava o vale (caminho difícil). Chegando no rio, abastecemos nossas garrafas, descansamos e após atravessar esse rio, demos de cara com uma pequena trilha (coberta pela vegetação mas visível). Decidimos seguir por ela, pois a mesma seguia em direção ao Terreirão. As vezes ela sumia entre a vegetação e tinhamos que varar mato para achar de volta, até que depois de umas duas hora de caminhada chegamos ao mirante do terreirão (por volta das 15:30). Largamos as mochilas ao lado da barraca e resolvemos comer uns lanches. Um cara que estava por lá, passou perto de nós e iria jogar fora metade de um Saco de pão Pullman e uma lata de atum. Comentei que era “mó desperdício”, aí o cara deixou conosco (caiu bem esse pão heim!). Nós, muito cansados, resolvemos descansar dentro da barraca. Enquanto estavamos dentro da barraca escutavamos chegar mais galera. Um grupo se instalou ao lado de nós. Aí o tempo virou, começou cair um garoa fina, mas que não parava. Aí resolvemos não sair da barraca. Decidimos dormir. Ao longo da noite foi chegando mais galera e lá por volta das 02:30 escutava a galera saindo em direção ao pico. Lá por volta das 03:30 resolvi encarar o frio e ver o que rolava lá fora. Um céu lindo estrelado, havia parado de chover. Fiquei contente pois a galera que estava subindo iria presenciar um belo nascer do sol. Porém, engano meu, logo às 6:30 descia uma galera comentando que, mal o Sol começou a surgir no horizonte, as nuvens tomaram conta de tudo e não se enxergava mais nada. Logo mais as nuvens tomaram conta do camping. Com já haviamos decididos de desmontar acampamento e partir às 08:00 do Domingo, nos despedimos da galera que ainda estavam por ali e seguimos em direção ao Tronqueira em ritmo forte. Levamos uns 40 minutos. Comemos a última bolacha e continuamos a descida até a portaria. Levamos mais ou menos uma hora e vinte minutos. Durante a descida do Tronqueira e a portaria, um brother Chamado Anderson também nos cumprimentou. Esse brother deu várias dicas bacanas para mim ante da ida ao Bandeira. Porém lá no Parque não nos encontramos. Mas esse breve momento deu para agradecer as dicas do brother. Demos baixa na saída do parque às 11:00 e seguimos em direção à Cidade. Como já haviamos comprado a Passagem de Volta a Sampa e o Buso só iria chegar em Manhumirim às 17:40, resolvemos almoçar em Alto Caparáo. Após o almoço resolvemos ir até o portal da Cidade para registrar algumas fotografias. Durante a descida pela Av. Pico da Bandeira, eis que um maluko dentro de um carro (acho que era um Monza), pergunta para eu e o Sioney onde estava acontecendo um encontro de comunidades chamada “ENCA” (acho que era assim). Quando me abaixo para responder, “ o maluko” era nada mais, nada menos que o Ventania (o mesmo dos “cogumelos azuis” e “só para loucos” rsrsrsrs). Como não sabiamos de encontro nenhuma, não soubemos responder a ele onde era essa parada de encontro de “ENCA”. Acho que por causa de estarmos de mochilas e barracas o Maluko nos parou para perguntar. Comentei a ele que eramos de Sampa e estavamos dua noites na montanha. O mesmo perguntou: “vocês acamparam aí de noite?”. Respondi que sim e o mesmo falou: “que loko mano”, “que doidera”. Foi muito loko essa breve trocação de ideias. Não pedi para tirar foto com o maluko, pois o mesmo estava dentro do carro e não quis ficar perturbando com tietagem. Nos despedimos, cumprimentei, meu Brother Sioney também e seguimos nosso caminho. Devido a essa brincadeira perdemos o buso que seguiria de Alto Caparaó a Manhumirim, mas ainda estava em tempo. Embarcamos às 14:00. Chegamos em Manhumirim às 15:00 e ficamos esperando até às 17:40 quando embarcamos sentido à São Paulo. Durante toda viagem de volta só dormimos, e quando acordavamos, trocavamos algumas ideias reflectivas sobre esse rolê sensacional. Obs: um fato que me deixou um pouco chateado é o fato de enquanto subia ou descia a montanha, recolhia alguns lixos deixados pelo caminho. Gente que não respeita a montanha não deve voltar nunca mais.
  8. Pico da Bandeira já tava na minha lista fazia um tempinho. Cheguei a ir pra rodoviária com a mochila pronta e não conseguir passagem (acabei indo pra travessia Petrópolis X Teresópolis). Todo mundo sabe que a temporada de montanhismo é muito curta e não dá pra gente aproveitar como a gente realmente deseja, mas graças a Deus tenho amigo mais retardados que eu e topam as mesmas loucuras! Meu coração vive numa num desassossego que nem sei se consigo explicar a euforia maluca que sinto, mas vamos lá! Eu vou fazer algumas observações para vocês entenderem a formação do grupo Samuel e Pamela já conheço um certo tempo. Vivian e Elcio são amigos de trilhas (como por exemplo travessia Lapinha X Tabuleiro), Roberto, Paulinha e Kazu e conheci na hora. o Roberto mora em Fortaleza. No meio do ano tava tentando ir pra lá e a hospedagem estava extremamente cara, resolvi jogar um post no face, lá no grupo mochileiros "Alguém pode me ceder o quintal por dois dias pra estacar minha barraca?". Eis que surge Roberto e gentilmente me ofereceu abrigo. Acabei indo pro Peru Aproveitei uma passagem de última hora e Fiz a trilha de Salkantay, mas o convite dele permaneceu de pé "Se precisar, será bem vinda!". Um fofo, né?! Mantivemos o contato pelo face e qdo surgiu a trilha pro Pico da Bandeira, mandei o convite: Eu: Rô, tô indo pro Pico da bandeira. Tá afim de ir? ele: quando? eu: Feriado do dia 15 de novembro. Vamos na quinta a noite e voltamos domingo chegando em sp de manhã. Dia seguinte recebo a msg : "passagens compradas!" gosto assim ... de gente que não pensa muito! hahahahahahaha Ele chamou a Paulinha. Trocamos algumas msg pelo face e viramos "amigas de infância!" Bom... Corremos pra comprar as passagens. O Samu jogou a ideia de fazermos a travessia. eu confesso que dei trabalho pra ele pq nunca tinha escutado falar sobre Travessia no Pq Nacional do Alto Caparaó. Olha.... até entender.... por pouco o Samuel não me desconvidou! A previsão do tempo tava linda! Tempo aberto e céu limpo. Na semana da viagem mudou completamente. Tava marcando MIN: perrengue brabo e MAX: de filho chora e mãe não vê! Nem pensei duas vezes. Comecei a "sensualizar" pra São Pedro pra ver se ele colaborava um pouquinho! A travessia de Lapinha X Tabuleiro foi traumática.... maaaaaas nós não iamos desistir! Saimos de SP (rodoviária tietê) as 19h05 rumo a Carangola (12horas de estrada + trânsito) . Na rodoviária pegamos um ônibus até Espera Feliz (1hora aprox). Em Espera Feliz deveríamos pegar um transporte até Pedra Menina. Samuel... todo ligeiro conseguiu descolar um taxi. Na realidade foram dois táxis que nos levaram até o Parque. Detalheeeeeeeeeeeee: Roberto trouxe de Fortaleza tapioca! Dá pra acreditar? Gente!!!! como pode??? Esse Roberto é fofo demais!!!!! Comi feito uma doida e parecia uma farofeira dentro do ônibus! com o pote cheio de tapioca e levando pra galerinha que tava viajando comigo! http://www.icmbio.gov.br/parnacaparao/ Eles nos deixaram no camping Casa Queimada (acho que foi mais 1 hora de estrada de terra). Essa hora eu já tava quadrada, com estômago embrulhado e não querendo mais nem olhar pro mato! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Estacamos as barracas e decidimos conhecer a Cachoeira da Farofa. Na boa... eu tava com muito frio... a Cachoeira é linda... ela lá e eu aqui! eu via o pessoal entrando e dando aqueles pulinhos, sabe?! Com a respiração ofegante? Nossa! melhor coisa que eu fiz foi não entrar! Voltamos e no caminho encontramos um "amiguinho" tão fofo, mas tãooooooooooo fofo que quase levamos pra casa! E pra pegar o rumo do camping? Bateu aquele arrependimento louco pq toda aquela estradinha de terra medonha tava me fazendo gastar toda a energia que eu não tinha... se a gente andasse mais um pouco, chegaríamos em são paulo novamente! hahaha Começaram aqueles pingos, sabe?! Aqueles pingos que eu não queria e tinha falado pra São Pedro... enfim.... Chegamos no Camping e inventamos de tomar banho. Detalhe: NÃO TEM ELETRICIDADE, logo.... gritei mais que pobre na chuva: "Mundo injusto e cruel!!! PQ meu Deus??? Pq existe banho frio???" Eu tava bem despreocupada pq só tinha a gente no camping. Qdo eu sai os meninos até tiraram um barato com a minha cara, mas até aí... nem fiquei vermelha! todo mundo de banho tomado e embodocado nas barracas. Acabamos dormindo... caiu um toró! mas um toró!!!! Confesso que ali fiquei preocupada! Lá pras 19h alguém gritou "Vamos fazer a comida no banheiro?" Cara... meu estômago tava roncando tanto que nem liguei "Bora!" Pegamos as coisas e saimos correndo pra lá! Um com o fogareiro, outro com o gás, outro com as panelas. Ah!!! Dica importante para os vegetarianos de plantão. Aprendi um esquema bacanudo com um senhor muito gente boa numa travessia anterior. Fiz uma soja gostosinha em casa (ja temperada e tudo) e guardei dentro de um saquinho plastico. CONGELEI. Depois enrolei num jornal e em outro saquinho plástico. Cara!!! ficou bom a beça! LIOFOODS NUNCA MAIS! Todo mundo de bucho cheio... #partiubarraca Eu acho que na madruga chegou a zero. Fez frio! Não vou falar que tava com todas as roupas do mundo, mas a segunda pele não foi o suficiente. O combinado pro dia seguinte era levantar as 8h. Comecei a escutar um povo falando as 5h e pouca da manhã... eu com sono sou uma desgraça. Briguei com o relogio, cobri minha cabeça, voltei pro lado e dormi de novo. Qdo deu lá pras 7h já não aguentava tava bem. Levantei e sai da barraca pra dar uma olhada, né?! Tô lá me espreguiçando e vejo um ponto verde neon parecendo uma ervilha descendo correndo no meio do mato. SAMUEL! só podia!!!! Samuel subiu correndo antes do sol nascer lá pras duas irmãs e voltou correndo pra acordar a gente. o dia tava tãooooooooooooooooooo lindo que nem pensei duas vezes. comecei a bater na barraca de todo mundo "BUENOS DIAS CHICOS!!!!" Fiz a maior zona e deixei o pessoal um pouco bravo! hauahauhauhauahauhauahauha Bora levantar acampamento e começar a Travessia, né?! Vi em algum canto perdido no buraco negro dos meus favoritos que a subida pelo lado capixaba era bem mais pesado que o lado mineiro, daí o Samu solta "lembra a Isabeloca da travessia PetroXterê?" Eu: "lembro sim!" Ele: "pois é! se prepara!" Bom... já tava lá, né?! Tomamos o café da manhã beeeem reforçado... Arrumamos nossas coisas... E nos alongamos ... Só que não! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Só a Paulinha fez isso aí! eu sou toda dura! Só botei a cargueira nas costas e fui embora! Bom... foto, né?! Esperei a galera se posicionar e fooooooto!!! #partiupico Andamos, andamos, andamos! Em um determinado trecho paramos para deixar as cargueiras e atacar as Duas Irmãs! O lugar é lindo! O tempo começou a fechar do nada e voltamos pra seguir pra travessia! Andamos, andamos e andamos... eu ja tava escutando de novo aquela musiquinha na cabeça : "350km. 350km. para um pouquinho. descansa um pouquinho 350km." Eu ja tava "Morta com farofa". Não aguentava mais andar! Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!! esqueci de comentar... Qdo estavamos arrumando nossas coisas, uma família parou o carro lá no camping Casa queimada pra atacar o Pico da Bandeira. tô lá arrumando as minhas coisas e vejo uma menina liiiiiiiiiiiiiinda com um bastão na mão. Toda concentrada e andando sem falar com ninguém. Perguntei pra mãe dela qtos anos ela tinha e ela respondeu que ia fazer 3 anos agora em dezembro. Tá bom! Daí lá no meio do mato... todo mundo morto de cansaço... quem tá descendo? O pai da menininha com ela nas costas... toda entretida com uma maçã. coisa mais linda gente!!!! Daí descobrimos que o nome dela é Vitória. E fará 3 anos dia 29 de dezembro. quase junto comigo pq farei aniversário dia 30...kkkkkkkkk o Pai dela falou que ela é tava toda animada pra subir "a Montanha gelada". A Vitória e o pai seguiram o caminho deles e na sequencia desceu a mãe com o restante do pessoal!kkk e nós seguimos nosso caminho também. Depois de andar 90985778243 mil horas chegamos no PICO DO CALÇADO - QUARTO MAIS ALTO DO BRASIL! Pico do Calçado a gente passa que nem sente! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Mas não deixa de ser uma vitória pq o trajeto não é pra qq um! Depois da pausa-descanso, pegamos nossa cargueira novamente e seguimos o nosso caminho rumo ao camping Terreirão. Nesse trecho conhecemos o Pedro. Gente boa pra caramba. Ele até me deu o face dele pra trocarmos as fotos depois... mas gente... quem disse que acho ? Pedrãoooooooooooooooo... se vc ler esse relato... me caça no face, mermão!!!!!!!! Bom... A ideia inicial era deixar a cargueira encostada em algum lugar e atacar o Pico do Cristal, mas o tempo fechou e decidimos seguir direto pro terreirão e fazer Bandeira e cristal no mesmo dia. Pegada louca do macaco sem rabo, mas era o que a gente tinha de opção pro momento! kkkkk Samuel e Kazu seguiram pro Pico da Bandeira pra ver o sol se por. o restante desceu pro terreirão. tava todo mundo destruído! E o Pedro ajudou a gente a descer com as barracas que estavam na mochila do kazu e do samuel. Nós saímos da Casa Queimada as 9h40 e não lembro o horario certo que chegamos no terreirão. Não lembro se chegamos as 16h40 ou 17h40. Mas foi algo assim. Quase certeza que chegamos as 17h40. O camping é uma graça. Limpinho que só e tem muito mais gente. Uma farofada animal! kkkkkkkkkk O que o camping de casa queimada tinha de limpo o do terreirão tinha de bagunçado. Não por causa da ADM do Parque, mas por causa da galera porquinha que vai pra lá. a gente encontra papel de bala, tampinha de iogurte, plastico de biscoito. Esse lixinho "miúdo" espalhado por todo canto. E ainda tenho que agradecer ao Pedrão pq não choveu depois. o banheiro tava limpo, mas a gente não ia conseguir cozinhar lá nem na base da reza braba. por falar em banheiro... depois de estacar as barracas fomos tomar banho... eu lá "mundo injusto e cruel!!!! pq Deus??? Pq o senhor criou o banho gelado???" Daí entra a Paulinha no banheiro chorando de rir "Carol. o pessoal lá fora tá tudo dando risada pq estão escutando sua choradeira aí!" Paciência, né?! Sei lá... Acho que São pedro merece um beijo na boca! Não choveu a noite, gente! Fez frio! ok!!!! Mas não choveu! SENSACIONAL!!! Nem pensei duas vezes, estiquei minha bandeira do Brasil lá no "Condomínio residencial do perrengueiros sem noção", ligamos o fogareiro e começamos a bagunça! O combinado era levantar as 2h da matina. Terminei de jantar, tomei meu "coquetel molotov" de dorflex e BERÇO! Tava toda bêbada dormindo feliz e contente quando escuto uma galera batendo papo (detalhe 1h da manhã) Ahhhhhhhhh!!! eu não sou fina, tão pouco educada : "Ow! fala mais baixo pq tem gente dormindo!" Daí fizeram silêncio. Daí o retardado-chefe da gangue começou a fazer a maior zona de novo. nem pensei duas vezes: "@#$%*&!$ FALA MAIS BAIXO $@@$%$@ AINDA TÔ DORMINDO %$#@##$%¨#$" só escutei um "DESCULPA" mas essa hora eu tava tão brava que nem falei mais nada. FAROFADA!!!!! Daí mais alguns minutos o meu despertador tocou. Levantei azeda que não aguentava nem comigo mesma! Um frio.... mas um friiiiiiio Reza a lenda que tava marcando 6graus no camping! Fui lá chamar o Pedro e o amigo dele. E o Samu falou pra começarmos pq o restante do pessoal ainda tava terminando de se arrumar. Eu, Pedro, Gabriel (amigo do Pedro) e o Kazu seguimos na frente! Os meninos iam na pegada louca... subiam empolgados batendo papo e de vez em quando eu só escutava "Carol?" Dai eu falava que tava bem e eles ficavam lá parados me esperando. E eles seguiam... dali mais um pouco eu escutava "Carol?" E assim a gente foi. Começamos a trilha as 2h30. Foi uma experiência única pra mim! Era lua cheia. Ela tava tão próxima! tão linda! tão grande! tão intensa! sei lá... eu tava muito feliz! Eu fiquei preocupada em fazer trilha a noite, mas não tava com medo. Tava tranquila. Seguia meu ritmo, não tava com relógio. tava ali... só comigo! De vez em quando não escutava nada além da minha respiração e de vez em quando escutava outras vozes de outros grupos! Eu olhava pra cima e via a lua, olhava pra baixo e via as lanternas do pessoal subindo. Foi mágico!!! Encontrei um grupo de Vitória. A menina tava falando que tava enjoada. Daí eu vi que não era só comigo que tava rolando um embrulho no estômago. Eu não tinha comido nada e eles até me oferecem alguma coisa pra comer. Essas coisas que a gente só vê em trilha, sabe?! teve uma hora que fiquei preocupada com o Samuel e a Pamela pq eles estavam subindo sozinhos com o Roberto e a Paulinha e os dois são novatos. Vi quatro lanternas subindo e comecei a chamar pelo Samu: "tá tudo bem?!" ele: "tá tudo bem!" e continuei mais despreocupada. Daí quando a gente vai chegando lá em cima, vai juntando com a galera que vai subindo do lado de Espírito Santo. Todo mundo feliz, todo mundo gritando, agradecendo a Deus por aquele momento incrível! Lembrando que estamos em novembro, a probabilidade de ocorrer chuva é muito grande e tava tudo tão bom! tudo tão perfeito! Aquele céu limpinho!! São pedroooooooooo... TE AMO, MERMÃO!!!! A gente chega no pico molhados, né?! Tem um cantinho que "venta menos". Daí a galera encosta, troca a blusa, tenta se secar um pouco antes de subir os últimos metros! Chegamos praticamente juntos! Eu gritava e abraçava tanto a Paulinha e o Roberto. Tava feliz por eles!!! Eu queria que eles (apesar de todo sacrifício) sentissem a mesma alegria quando subi pela primeira vez uma montanha! Eu queria que eles sentissem o coração acelerado e aquela sensação de felicidade plena!!! Subimos o restante e esperamos o espetáculo! PICO DA BANDEIRA - TERCEIRO MAIS ALTO DO BRASIL e de repente.... ele.... cara! que alegria!!!! Eu tava tãooooooooooooo feliz!!! Tão tudo... não consigo nem explicar ou arrumar uma palavra que defina tudo o que senti naquele momento! Eu agradecia a Deus por tudo! Agradecia por estar ali! Agradecia por ter dado tudo tão certo. O "batizado" do Roberto e da Paulinha foi sensacional! Tava feliz demais! Aquele momento poderia ser eternizado.. de verdade... não sei explicar esse "ziriguidum" doido! Tava em paz comigo mesma! Depois que o sol nasceu e tiremos as nossas fotos, descemos pra seguir pro Pico do Cristal. Paulinha e Roberto seguiram pro Camping. Elcio e a Vivian não subiram. Então... eu, Samu, Pamela e Kazu seguimos. Rapá.... andei mais que notícia ruim! eu tava um bagaço. e olhava pro Pico do Cristal ... tão distante... eu só pensava "cara! não vou chegar nunca!" Tava exausta e não conseguia acompanhar o ritmo do pessoal direito. quando chegamos no pézinho do pico, dei de cara com um paredão. Escalada a "La Homem Aranha". Vi o Samu subindo, sem nenhum trecho com pedras pra poder fincar a mão ... comecei a ficar nervosa. Kazu subiu, Samu subiu, Pamela subiu... olhei pra cima... meu olho encheu dágua. Samu olhou: "Carol! Tranquilo! no seu tempo. Respira e sobe quando estiver bem" Eu parei de pensar, respirei fundo e segui no "passinho do homem aranha" Eu sempre falo que aprendi a respeitar meus limites e só ir até onde posso. Sempre respeitar o limite do meu corpo. Mas eu preciso também mostrar pro meu medo que a minha coragem e a minha vontade é muito maior que ele! Eu preciso respeitar meus limites e meu medo precisa respeitar minhas vontades! Subi na pegada louca! Dose dupla e sem gelo! Lá em cima... Apaixonei! Tava feliz demais! exausta, mas tava muito feliz! muito grata! PICO DO CRISTAL - SÉTIMO MAIS ALTO DO BRASIL fizemos um lanchinho rápido e descemos. Eu confesso que tava bem tensa pra descer: "Tô preocupada com aquele paredão!" Pamela : "Carol, curta uma rocha de cada vez. Curta essa aqui e depois vc curte o paredão!" Essa Pamelita é uma linda!!!! Eu tava esgotada! Acho que seria capaz de descer a trilha de olhos fechados... Acho que nunca fiquei tão cansada como dessa vez. os joelhos coitados, já estavam abrindo o bico! Kazu desceu mais acelerado na frente pra tentar arrumar as coisas. eu e a Pamela tentamos descer o mais rápido possível, mas tinha hora que não dava mais! Samu tava bem cansado também. Era nítido pq ele é sempre tão ligadão e de repente tava lá... quietinho na dele. Quando chegamos no terreirão ... nossa! foi um alívio! SÓ QUE NÃO! kkkkkkkkkkk Chegamos no terreirão as 14h e tinhamos combinado resgate no camping Tronqueira (quase 3km de terra batida) e estávamos sem sinal de celular. e o desespero? Arrumamos tudo correndo, enfiamos tudo na cargueira de qq jeito. Vivian e Elcio como não foram pro pico, curtiram o vale encantado e a outra cachoeira que tem mais pra baixo (disseram que é incrível). Samu, Kazu e Pamela desceram na frente. Samu desceu correndo e fez o caminho em 35min. Eu, Roberto e Paulinha descemos DAQUELE JEITO! tava quase chorando de cansaço.....kkkkkkkkkkkkkk Fizemos o percurso em 1h10. Nunca corri tanto com a cargueira! kkk Detalhe... TEM COBRA LÁ NO PARQUE SIIIIIM. Cobra pretinha, fininha e pequenininha e muuuuuito danadinha! e pra passar? e o medo dela dar o bote? kkkkkkkkkkkk a Paulinha já tava toda "a guerreira do caparaó" e deu um chega pra lá na cobra! hahaha mas isso foi na parte baixa do parque. Cheguei a ler em alguns relatos que rolava uma invasão da Gangue dos quatis. Se roubaram alguma coisa minha, nem percebi... aliás.,... ainda tô desmontando minha mochila e tentando lavar minhas roupas! hauahauhauhuhauahauhauahauh Chegamos no Tronqueira e o pessoal do resgate ja tava lá. esperando a gente um tempãooooo. ele falou que rolava um banho de 5min. Fiquei feliz a beça quando falaram que lá tinha banho quente. corri pro banheiro, arranquei a roupa correndo e quando entrei no chuveiro ... GELADO!!!! nossa! que raiva! falei mais que pobre na chuva - parte 3! tem que esperar a agua esquentar pq lá é a gás. e todo mundo foi tomar banho ao mesmo tempo. Os meninos tomaram banho quente. Eu ... com a pressa que tava,.... tomei banho gritando mesmo.. mais um , menos um... tava todo mundo acostumado com meus gritos mesmo! hauahuahauhauahauha Deixamos Tronqueira e seguimos para Alto Caparaó. Eles nos deixaram no ponto de ônibus pra voltar pra Manhumirim. Bem do ladinho do ponto de ônibus tinha um restaurante "come a vontade". JESUS!!! parecíamos mortos de fome! hauahauhauhauahauha saladinha fresquinha, arroz, feijão caseiro.. aquele monte de coisa gostosa. eu não aguentava mais comer e mesmo assim ainda comia! hahahahahaha Samu pediu suco de laranja e a moça fez uma jarra imensa de suco fresquinho! QUE FELICIDADE!!!!!!!!!!!!! Corremos pra pegar o ônibus rumo a Manhumirim. Os bilhetes podem ser emitidos na rodoviária da cidade, mas é tudo muuuuuuuuuuito demorado...kkk Enquanto o pessoal se virava lá, eu, Elcio e Vivian fomos pra uma sorveteria que tem bem pertinho. Me diverti horrores! haha Pegamos o ônibus as 17h40 e a previsão de chegada na rodoviária do tietê era as 5h40. Chegamos pra lá das 8h da matina. Fui correndo pro trabalho. eu tinha planejado ir pra casa, tomar banho, trocar de roupa ... SÓ QUE NÃO, né?! Fui catinguenta parecendo uma mendiga! Acho que os seguranças só me deixaram entrar porque tava com o crachá da empresa. EU NUNCA CARREGO O CRACHÁ .. foi Deus! só pode! hauahuahauhauahauhauahuahauhauahauhauahauh se não... não entrava. certezaaaaaaaaaaaaaa!!! Eu sei que falo demais, escrevo demais e tem muita foto aí... mas foi tudo tão intenso, tão bacana, tudo tão bom que eu queria compartilhar cada momento! Contagiar todo mundo e incentivar o montanhismo... mas quero deixar bem claro que tenho horror a FAROFADA, hein?! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Eu tô feliz demais! REALIZADA e não canso de repetir isso! Quero agradecer demais ao Samu e a Pamela mais uma vez por essa pegada louca que vou levar comigo pra sempre! Quero agradecer ao Kazu por me abrigar em sua barraca e me aturar pq falo dormindo. Mas acho que nem tirei ele muito do sério pq ele também fala dormindo (pensa?kkkkk) Quero agradecer a Vivi lindaaaaaaaaaaaaaaa pelo carinho de sempre! sabe aquela pessoa fofa que a gente gosta de graça? Quero agradecer ao Elcio pelo ombro amigo! Pelo carinho! Pelo apoio! pelas brincadeiras!!! quero agradecer imensamente ao Roberto e a Paulinha linda por aceitarem o convite! Espero que eles tenham gostado e curtido tanto quanto eu curti! Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh Rô!!! eu peguei as suas fotos Eu separei todas bonitinhas pra colocar os créditos, mas eu me empolguei escrevendo e depois que ja tinha colocado mais de 40 fotos que lembrei! Então gente... confesso... roubei na caruda! metade das fotos são minhas e metade das fotos são do Roberto Vieira (as com efeito de olho de peixe). quem quiser ver o álbum completo quem quiser seguir as "atrapalhadas" https://www.facebook.com/CarolDeMochila tem o blog tb que faço atualização http://www.caroldemochila.blogspot.com.br/ se eu puder dar um conselho : PICO DA BANDEIRA!!! Aquele lugar é mágico!!! vejam esse video que o Samuel editou! Está INCRÍVEL! vocês vão entender um pouquinho dessa euforia toda...rsrsrs beijos a todos!!!!!!!!!!
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