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Dizem que “o caminho de Lengerke” é a primeira estrada construída, na Colômbia, com a finalidade de unir as diversas cidades do departamento (para nós Estado) de Santander. Todo feito com pedras, se estendeu depois até Medellin, passando por Bogotá, ao sul. Ao norte, ia até Cartagena e, a oeste, entrava dentro do território da Venezuela. Mas passar pelos trechos ainda conservados do camiño real e conhecer diversos “pueblitos” santanderianos acabam não sendo a única atração desse trekking. Para mim, o melhor foi descer 1700 metros por uma das paredes do Cânion del Chicamocha até a cidade de Jórdan, ao nível do mar, para depois subir 1300 metros até Los Santos. Fiz todo o trecho sozinho. Parti de Barichara, passando por Guané, até Vilanueva, de onde voltei a San Gil. Dois dia depois soube que havia deixado de fazer a parte mais bonita, que vai de Vilanueva até Los Santos, e retomei o trekking. Tradicionalmente, dorme-se na cidade de Vilanueva. O local é muito árido e não há fontes de água potável no caminho. O gasto médio do trekking, dormindo em Vilanueva, sem comida e água, é de COP 41.600 (Passagem San Gil – Barichara = COP 3.600; Hotel Vilanueva = COP 20.000; Passagem Los Santos – Los Curos = 5.000; Passagem Los Curos – San Gil = COP 13.000). Caso alguém se interessar mesmo por fazer, pode clicar em https://apenomundo.com/2016/08/24/trekking-caminho-real/e ter algumas informações adicionais, como mapa e mais fotos. 1º dia – de Barichara a Vilanueva São doze quilômetros de caminhada. O primeiro trecho, de Barichara a Guane, é percorrido em cerca de uma hora e meia. Tanto Barichara quanto Guane são antigas cidades coloniais, com calçamento e casas preservadas. Vale muito a pena parar algum tempo para caminhar pela cidade e conhecer as igrejas, miradores e provar a Chicha de Maiz ou o Masato de Arroz, que eram fabricados pelos índios da região, os Guanes, praticamente extintos após cinquenta anos de colonização espanhola. Guane fica num ponto mais baixo que Barichara, mas nem por isso a caminhada é fácil. O clima é super árido e o calor chegar aos 40º entre às 10h e às 15h, por isso lembre-se de levar muita água. Basta seguir os muros e ficar dentro da antiga rua de pedra, que por duas vezes vai atravessar uma estrada de asfalto. No meio do caminho, há uma fazenda que às vezes está aberta e pode-se comprar água, cerveja, refrigerante. Vale a pena a parada, atrás a um mirador para o Vale e, com tempo bom, é possível ver Barichara, no topo de uma das montanhas. De Guane a Vilanueva começa a parte “casca”. São sete quilômetros, com mais de 600 metros de aclive. O trecho está sinalizado com marcas amarelas, porém preste atenção, pois buscam marcar o caminho contrário, para quem faz o trekking desde Los Santos. Em média, as pessoas demoram três horas e meia para fazer o trecho, que se eleva para cima das montanhas até onde a estrada termina, levando para dentro de uma trilha em mata. A trilha de mata desemboca em outra estrada que, que leva até Vilanueva. Daqui, o trecho é todo baixando até a cidade. Tive “sorte” de cair uma bruta chuva na subida. Embarrou um pouco o caminho, mas deu uma amenizada no calor que me fez demorar quase duas horas para completar o trecho Barichara – Guane. Caso se perder, não exite em perguntar para algum morador local o caminho para onde quer ir. O povo da região é muito amigável. Diferente de Barichara e Guane, Vilanueva é uma cidade maior e não há muita coisa para se fazer. A dica seria dormir para retomar a caminhada muito cedo no outro dia. Caso a decisão seja voltar para San Gil, o ônibus demora cerca de 20 minutos. 2º dia – De Vilanueva a Los Santos Saia cedo de Vilanueva. Os 17 quilômetros desse dia devem ser percorridos até às 15 horas. Lembrando que é preciso baixar dos 1700 metros até o nível do mar, e depois subir 1300. Perdi o primeiro ônibus que saía de San Gil (6 horas) e acabei pegando o segundo, às 6h20. Às 6h45 comecei a caminhar e cheguei a Jórdan às 11h, sempre com um passo muito rápido. A partir das 10h, o sol saiu com intensidade e começou a ficar bem difícil a caminhada. Essa parte não há sinalização, então pergunte aos moradores a direção para pegar o caminho à Jórdan – basta pegar uma estrada a uma quadra da igreja e segui-la sempre. Antes de descer pelo cânion, havia uma fazenda que vedia água, porém estava fechada. Nesse trecho pode-se ver e ouvir muitas cabras pelos desfiladeiros e é, sem dúvida, o ponto mais bonito do caminho. Jórdan é uma pequena cidade com 30 casas. Pode ser uma boa dormir aí: há inclusive um hostel no vilarejo, com habitações a partir de COP 30.000 (pouco mais de R$ 30). Comecei a subida pelas 11h30 e cheguei em Los Santos pelas 14h. Meus dois litros de água não foram o suficiente para fazer toda a subida. Cheguei sem uma gota em Los Santos, suado e morrendo de sede. Se quer voltar a San Gil no mesmo dia, é preciso chegar antes das 15h30 em Los Santos, horário que sai o último ônibus para Los Curos. Peça ao motorista para parar na estrada que leva a San Gil (cerca de duas horas de estrada) para pegar a condução a cidade (mais duas horas e meia). Outra opção é seguir para Bucaramanga, o que deixa a brincadeira uns COP 15.000 mais cara.