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Olá, amigos do fórum. Entre os dias 22 e 29 de abril, fiz uma viagem de uma semana em Ushuaia, na Tierra del Fuego. Obtive muitas dicas importantes na internet sobre esta viagem e muitas delas eu consegui aqui, no mochileiros.com Por tanto, quero deixar uma pequena contribuição, que na verdade são apenas mais dicas e um relatinho sem vergonha, mas com algumas informações que eu não consegui encontrar sobre “Campings”. Sim, talvez, estas pequenas dicas sejam mais úteis para quem quer fazer uma trip mais “roots”, onde possa otimizar o maximo de custos possíveis. As fotos ainda não foram editadas. Estão totalmente "crus", então não se importem com a exposição, enquadramento e etc. Bom, vamos lá. Mas antes: É possível acampar em Ushuaia e fazer uma viagem com pouca grana? Sim. Explico na última dica, então se vc só está interessado nessa informação, pule tudo e vá direto até o último tópico. ________________________//___________________________ 1° Dica: Câmbio Leve sua grana em Dollar. A cotação do dólar para Pesos está mais atrativa do que a do Real, e em todos os relatos que li, mesmo nos mais antigos, diziam a mesma coisa. Eu paguei R$2,39 no dólar, em São Paulo, antes da Viagem. Onde fiz câmbio: Em um Cassino chamado Cassino Status. Ele fica em uma rua chamada Cômod. Augusto Lassere. Não me lembro o número, mas é uma travessa da San Martín (como quase todas as ruas da cidade), subindo. Você deve entrar no hall do cassino e dizer que quer fazer câmbio. Eles vão pedir para você entrar dentro do salao e seguir até o final, onde você encontrará dois caixas, e será acompanhado de uma mulher com cara coronel e de poucos amigos. Real: 4 Pesos para cada 1 real. Dólar: 10, 50 Pesos para cada 1 dólar. (*_*) Maravilhoso! Não achei nenhum lugar com estes valores. A maioria, inclusive o taxista cobravam 8 Pesos para 1 dólar. ___________________//______________________ 2° Dica: Hospedagem Na minha pesquisa, eu queria muito saber sobre campings. Não apenas porque é mais barato, mas porque eu realmente queria ficar acampado em Ushuaia, pelo menos metade dos dias em que estive lá. 1° para testar minha barraca. 2° para passar um friozinho e testar minhas roupas e meu saco de dormir. 3° porque me parecia ser animal acampar no fim do mundo. No final das contas, desisti, porque minha mochila estava pesada e eu estava levando quase 4 kg de equipamento, sem ter a certeza se na cidade eu conseguira um lugar para ficar acampado. Optei por um hostel. É a segunda opção mais barata. Escolhi o Antártica Hostel, depois de descobrir que este era o que mais parecia ser adepto a ideia de colocar as pessoas para se falarem dentro do Hostel. Lá existe uma área comum, com sofás onde você troca ideia com outras pessoas que estão hospedadas e acaba descolando alguns amigos, ou um romance, se esta for sua intenção. Onde fiquei: http://www.antarticahostel.com Diária: 140 Pesos (Café da manhã incluso – Ovos, Pães, Geléia, Doce de Leite, Manteiga, Suco, Café, Leite, Cereais), Toalhas para banho inclusas. Internet em um PC e Wi-Fi incluso. *Se você considerar que a diária está saindo por R$35,00 na nossa cotação, vale realmente a pena pensar se você quer mesmo acampar. Isto porque este café da manhã (se você for monstro como eu), elimina a necessidade do almoço, que pode ser simplesmente trocado por um lanche simples e alguma outra bobeira. *Além do café comum, eu incluía nessa refeição 3 ovos mexidos, fritos na manteiga, o que tornava meu café-da-manhã literalmente um “pequeno-almoço”. Isso me dava sustento para fazer os meus passeios durante todo o dia, comendo alguma coisa pra enganar até que eu chegasse no Hostel novamente no fim da tarde e preparasse meu jantar. Observações sobre o Hostel: Na minha opinião, vale muito a pena, mas considere o seguinte: - Não espere uma cozinha com utensílios novos e totalmente livres de gordura, mas no geral é limpo. - Você compartilhará duas geladeiras com outras pessoas. Apenas deixe suas coisas em um saco plástico em um cantinho e ninguém vai mexer. - Os banheiros são como um vestiário. Os chuveiros são quentes. As vezes BEM quentes. Você controla a saída de água fria e quente ao mesmo tempo, mas as vezes ele tem uns surtos e ferve mais do que deveria. Então, quando tiver conseguido o “ponto”, relaxe e goze (mas não literalmente, porque existe o pequeno problema de que sua cabine será inundada alguns minutos após o início do seu banho (acho que os ralos devem ter pouca vazão ou serem entupidos de cabelo) e você ficará com os pés cobertos de água. (Só de pensar nessa possibilidade, eu tenho vontade de por meus pés de molho em um balde com cândida) - Você precisará passar por uma área aberta, ao sair do chuveiro ou se quiser levantar a noite para fazer um Pip`s feroz. Isso porque os banheiros ficam na parte de baixo e os quartos na parte de cima. A cozinha dá acesso a uma porta que dá em uma varanda que é aberta e te leva aos três ou quatro quartos que há no andar de cima. Isso realmente não foi um problema pra mim, já que fiquei no primeiro quarto e o tempo de exposição ao frio eram só 3 segundos - As camas são beliches (3 em cada quarto) e não fazem nenhum barulho quando você se mexe. - Os quartos possuem calefação e você não passa o mínimo frio lá dentro. Dá até pra dormir de cueca. Mas eu estava indeciso se a Argentina que estava na cama da frente iria gostar disso, então resolvi não arriscar. - Acho que o preço de R$35 Dilmas e todos os pontos positivos desse Hostel, incluindo a atenção bacana que o pessoal, inclusive o Gabriel, o dono, realmente compensam todos os pontos negativos. ___________________//______________________ 3° Dica: Comida Acho que não contei que comprei minhas passagens com milhas acumuladas no meu cartão de crédito e que estava sem grana e que planejei uma viagem qualquer muito rápido, apenas porque meus pontos iriam vencer e eu perderia 3 anos de acúmulo. Então, eu sinceramente não estava preparado para essa viagem e não tinha dinheiro suficiente para fazê-la. Por tanto, a possibilidade de comer todos os dias fora estava totalmente fora de cogitação. Por isso, eu fui com uma missão: sobreviver uma semana de miojo, já que eu nunca tinha cozinhado na minha vida e tão pouco criado interesse de aprender nos dias antecedentes à viagem. Eu pensei, de verdade, que eu poderia me garantir no Miojão maroto e naquele arroz semi-pronto e temperado, que você só precisa botar para cozinhar (tipo Arroz-Tio-João) ou qualquer coisa assim que eu já tinha visto por aqui. O problema foi chegar lá e descobrir que não havia nem miojo, nem arroz semi-pronto no supermercado. Maluco do céu, bateu um desespero e por um segundo e eu me arrependi amargamente de nunca ter visto minha mãe cozinhar um macarrão. Mas eu não sou tão idiota quanto pensei, e numa mescla de coragem e determinação, comprei algumas coisas pra tentar cozinhar uma gororoba qualquer pra não morrer de inanição em Ushuaia, confiando no querido Google para me ensinar a preparar os alimentos. Onde comprei: Supermercado La Anonima *Fica no quarteirão de cima da rua do Antártica. 4 minutos de caminhada. O que comprei (Que eu me lembre / em duas visitas ao supermercado) 1 kg de arroz 1 pacote de macarrão 3 bifes de carne de vaca (não sei dizer que parte do boi era aquela carne, mas era bem saborosa.) 1 caixa com 4 ou 6 ovos (dispense, tem no hostel – basta esconder alguns no seu canto da geladeira, após o café da manhã) Uns 8 litros de Água entre garrafa grande e pequenas 2 caixas de suco 1 Água tônica 2 Cervejas de 500 ml 1 tempero para carne 1 tempero para arroz 1 Sal (dispense, obviamente tem no hostel, assim como óleo e etc) 1 Desodorante e um sabonete (Fui só com um mochilão dentro do avião, então jogaram meu sabonete líquido e meu aerossol fora, porque o imbecil aqui se esqueceu de que isso não podia embarcar, sem ser despachado) Preço: Não tenho certeza, mas tudo custou mais ou menos uns 200 Pesos (R$50) Bom, eu sou totalmente sem noção de cozinha, então minha comida ficou horrível. O arroz duro e o macarrão sem sal. Haha Mas eu sou bem despreendido e não me importei em seguir as receitas ou tentar incrementar minhas refeições com coisas tipo salada, ou temperos diferentes e blá blá blá. Eu chegava morto no hostel, jogava o arroz na panela, tacava sal, o temperinho que comprei, fritava um bife e mandava ver. Ficou tudo “engolível”, por assim dizer e eu não passei fome, pelo menos. Reservei 2 dias para comer fora. Queria experimentar dois pratos típicos da região. O cordeiro patagônico e a Centolla (o famoso Caranguejo gigante). Acabei provando apenas o cordeiro. Muito gostoso, mas a carne de boi estava melhor (eu dividi com uma mexicana que conheci e decidimos pedir cada um, um prato e comer metade do outro). Acho que custou uns 140 Pesos, o meu prato, em uma das dezenas de opções na San Martín ou na Maipú. A Centolla, acabei não comendo. A mexicana foi embora e eu pensei que ir sozinho ao restaurante seria chato, então resolvi comer no hostel mesmo, já que era meu último dia. Este prato custava mais ou menos uns 200 Pesos na maioria dos lugares onde olhei. Observação: *Não deixe de experimentar as empanadas. Não achei o tal do dieguito (sim, você vai ouvir o pessoal falando sobre a tal empanada do Dieguito), mas sendo bem sincero, eu nem procurei direito. Comprei as minhas no El Vagon ($9 e $11, dependendo do sabor), um restaurante que parece um vagão do trem que levava os prisioneiros da cidade para trabalhar no parque nacional. Peça a de presunto e queijo (não me lembro como se chama, mas no final está escrito “queso”) Elas explodem um sabor delicioso na boca. Uhmmm, delícia! ___________________//______________________ 4° Dica: Transporte e Passeios. Sobre o taxi, do aeroporto até o centro, você vai gastar mais ou menos $60 Pesos, ou $5 Dólares. Não aconselho a ir a pé, mochileiro selvagem. Isso vai te custar tempo e pernas. Sobre os passeios, eu resolvi que faria os seguinte: 1° Dia Conhecer a Cidade Tirei esse dia para conhecer a cidade, decidi o que eu ia fazer, ir ao mercado, e dar uma andada a pé. /// 2° Dia Canal de Beagle. Onde comprei o tícket: Ushuaia Extreme Travel (http://www.ushuaiaextremotravel.com) Fica na San Martín. Preço: $450 (ui) Pesos (Valor praticamente tabelado para todas as agências) Duração: 2,5 h mais ou menos Você vai falar com a Janaína. Ela, o marido e um cachorro se mudaram para a cidade a três meses e têm uma página no Facebook chamada “Brasileiros em Ushuaia” (https://www.facebook.com/BrasileirosemUshuaia?fref=ts) Pode fazer perguntas a vontade pra eles, que são super gentis, te respondem e te auxiliam em tudo. Quando você realmente estiver pronto para ir, eles poderão te recepcionar, te buscar no aeroporto, fechar passeios e etc. Trabalham em parceria com essa agência Extreme. Recomendo que você feche tudo com eles, até para dar uma força porque eles realmente merecem só pela simpatia. Não conheci o Mario pessoalmente, mas a Jana é super gente boa e trocamos uma boa ideia durante um bom tempo. Foi engraçado, quando cheguei no aeroporto e vi um cara pegando dois brasileiros e conversando com eles, no caminho até o carro. Eu imaginei que fosse o Mário, mas só descobri que realmente era depois, ao perguntar para sua esposa. Por tanto, vale a pena você trocar ideia com eles, se quer ter um auxílio no seu planejamento e chegada na cidade. Observação sobre o passeio: O passeio para andar com os pinguins não estava disponível, porque em abril eles já se foram fugindo do frio, então eu decidi ir no tal do barco Catamarã e paguei. Poxa, cara, foi legal, mas não sei se faria de novo. Eu estava sozinho, então acho que isso influencia um pouco porque você vê um monte de velhinhos e de casais e talvez não curta vibe do rolê realmente. Eles te levam bem perto de uma ilha com lobos marinhos, e outra com comorones, que são pássaros que se parecem com pinguins. Além, é claro, do farol Les Eclaireurs, que não, não é o último farol do continente, ou o farol do fim do mundo, ou farol do livro do Júlio Verne e etc. e tal., como você descobrirá em suas pesquisas. As paradas são bem rápidas, por tanto, a maior parte do tempo você passa navegando. Ah, você também desce em uma ilha, para caminhar durante uns 10 minutos. O ponto mais positivo foi que lá, eu conheci a Mexicana, que também estava sozinha . Nota: *Agasalhe-se bem. Faz frio pra caramba, na parte de fora do catamarã. *A ilha dos lobos e dos comorones tem um cheiro horrível de coco. *Você ganhará uma cópia bem infantil de um certificado de que navegou pelo canal de Beagle. (ooooohhhh) e ganhará um vale brinde para ir em uma loja de artigos para presentes pegar um mapa da Terra do Fogo. Isso é realmente legal. /// 3° Dia Glaciar Martial Tome um taxi e peça para ele te levar até o Glaciar. Custa em torno de $60 Pesos. Também sugiro que você não suba a pé, porque a subida é bruta. Leve um lanche e um suco. Observações sobre o passeio. *Show de Bola. A visão lá de cima é animal! * Os teleféricos não estavam funcionando. *A subida é puxadinha, mas mesmo que você seja gordo ou velho, você conseguirá chegar até o final, devagarzinho. * Esqueci de tomar o chá que todo mundo fala pra você tomar, na hora que você desce (nem ligo), porque desci discutindo a política do brasil com um casal muito gente boa de argentinos, e como eram professores e estavam na pindaíba que nem eu, decidimos rachar o taxi para descermos juntos até o centro novamente. Por isso, nem tive tempo de lembrar do tal chá. * Não quis me arriscar pela neve lá no topo. Dizem que você pode subir durante mais 1 hora, eu acho. Não foi por falta de coragem, foi por preguiça mesmo. Estava cansado. Mas se tiver disposto e se sentir seguro, vá! /// 4° Dia Laguna Esmeralda - A entrada fica na única estrada que liga Ushuaia ao resto do mundo. - Você pode ir de Taxi, o que te custará bem caro (O preço oficial da cooperativa dos taxistas é tabelado $300 Pesos, e você poderá negociar), ou pegar um transfer por $110 ida e volta (com direito a uma rosca recheada e um copo de chá bem quentinho). Você pode solicitar no seu hostel, ou ir até a av. Maipú, não me lembro ao certo onde, mas você com certeza verá o ponto dos Transfers, andando por esta avenida. Eles ficam todos no mesmo lugar. A Laguna está localizada ao final de um trilha que começa no Vale do Lobos. Existe a possibilidade de você começar uns 200 mts antes do parque, por uma trilha em que você não precisará pagar os $20 Pesos, que é a taxa para passar pela propriedade, que também conta com um lugarzinho aconchegante para você comer e tomar um chocolate. Você receberá um pequeno mapa e algumas dicas sobre a trilha. Verá também os cães que no inverno puxam o trenó naquele mesmo vale. Coitados. Ficam presos. Observações sobre o passeio. *Indispensável. Obrigatório para todos que vão a Ushuaia. *O caminho não é fácil. Sugiro um pouco de preparo ou pelo menos força de vontade. O terreno, em alguns lugares, é um charco de terra molhada, onde você com certeza, em algum momento, afundará seus pés e talvez canelas. Por isso, sugiro uma bota ipermeável para não sofrer tanto. Contudo, acrescento que vi pessoas fazendo com tênis comum. É claro que não estavam se importando com a maneira como terminariam aquele passeio, com relação a sujeira e pés molhados. *Dê a volta do lago e veja a vista do outro lado. É lindo! /// 5° Dia Aluguei uma Bike. Nesse dia, eu acabei acordando mais tarde do que planejei e estava em dúvida se iria para o Parque Nacional e dormiria no abrigo que tem lá, ou se apenas iria e voltaria para retornar no dia seguinte. Fiquei procurando na cidade barraca para camping e saco de dormir para alugar. O saco de dormir eu encontrei, mas a barraca não encontrei, então resolvi pegar uma bike e ir até lá para ver como era. Aluguei a bike na mesma agência em que fechei o Canal de Beagle, a Extreme Travel Ushuaia. $140 Pesos meio dia ou $200 Pesos 24 horas. Acabei conseguindo negociar para ficar mais horas do que metade do dia. Fui até a entrada do Parque Nacional Terra do Fogo, para ver as paisagens até lá. O caminho é basicamente por uma estrada em sua maior parte de terra. Então localize-se, pergunte o caminho e depois é só seguir em frente. Você verá coisas incríveis e poderá fazer um desvio para ir até a estação do fim do mundo, de onde fazem o passeio pelo parque de trem. Tomei um chocolate por lá. Bem caro! Mochileiros, não invente de fazer o passeio de trem. Totalmente fora de cogitação pra quem quer economizar. Sem contar, que não faz sentido você ir a um parque daqueles pra andar de trem. Na volta, dei uma andada nos arredores da cidade, passando por lagos, praças e etc. /// 6° Parque Nacional Terra do Fogo No domingo, fui conhecer o Parque Nacional. Acordei bem cedo e pedi para Staff solicitar que o Transfer me pegasse antes das 9h, porque queria ir na primeira partida (Eles partem, de onde saem os Transfers na av. Maipú de 1 em 1h). Paguei meu ticket em aproximadamente 30 minutos estávamos na entrada do parque. Para minha deliciosa surpresa, o primeiro transfer aos domingos entra de graça. Então, essa é mais uma dica pra você economizar $100 Pesos, organizando este passeio para esse dia. Você receberá um mapa com as trilhas que pode fazer dentro do parque. Eu não fiz todas (não é possível fazer muitas em um só dia, porque os transfers estão voltando com a última van as 17h, então se você ficar lá depois desse horário, vai ter que dar uma boa caminhada de volta, ou pedir uma carona. Escolhi fazer a Senda Costeira, que é a maior trilha do parque, com duração aproximada de 4h. Você andará boa parte da trilha margeando o Canal Beagle. Observações sobre o passeio: *Trilha bem demarcada. Você poderá se perder, mas nada grave. É só retornar um pouco e reencontrar seu caminho, seguindo as estacas amarelas. A dificuldade é média. A paisagem é show! *Leve Água É no início desta trilha que você pega o tão famoso carimbo do fim do mundo no seu passaporte (você lerá todo mundo mandando você não esquecer disso). Por tanto, não faça como eu, que levou o passaporte e esqueceu de passar na pequena agência de correios da argentina e pedir o tal do carimbo. Para quem se esquecer, existe uma agência de correios na av. San Martín que também dão o maldito carimbo de graça (uffa!! Quase vim sem meu carimbo.) Quando terminar esta trilha, você sairá na estrada por onde circulam os carros, transfers, bicicletas, motos e etc. É a única estrada que corta todo o parque. Na verdade, esta é o final da rota 3. A famosa estrada que corta a Argentina e liga o fim do mundo à Rota Panamericana, aquela que vai até o Alaska por toda a América. Por isso, você verá vários cicloturistas nessa estrada em sua peregrinação até o fim do mundo, já que o fim da rota 3 em Ushuaia é onde está a Baía Lapataia, onde fica aquela placa Marrom que todo mundo tira foto (inclusive eu, veja aí embaixo). - Ao sair da trilha Costeira, continue pela estrada ou siga seu mapinha de trilhas para continuar parte do caminho por outras trilhas menores que desviam o caminho da estrada principal e passam por mais um pouco de mato (achei desnecessário. Não havia nada demais, e em dado momento precisei escalar um pequeno paredão de rocha para voltar para trilha. Então talvez, os mais preguiçosos não curtam. - Não deixe de fazer o pequeno desvio para ver a Laguna Negra. É realmente show de bola! Foi ao continuar na estrada que conheci a pessoa que mudou todo meu conceito sobre viagem roots (não que eu tinha um). Conheci a Marion, uma francesa maluca que está viajando por toda a América do Sul de carona e andando. Ela estava vindo desde São Francisco nos EUA, assim. Ela viaja com duas mochilas pesadas e acampa todo tempo. Foi assim que eu descobri que poderia ter acampado facilmente no parque. Existem pontos para camping independente (encontrei a Marion em um desses) e outros organizados, onde você provavelmente paga uma taxa para ter acesso a luxos como chuveiro, pia e etc. Não cheguei a ver, mas com certeza é barato. Um funcionário me disse que para dormir em um abrigo, custava cerca de $100 Pesos, então imaginei que o camping fosse bem mais barato. A Marion estava desarmando suas coisas por volta das 13h, quando eu acenei para ela e ela acenou de volta. Fui até ela e começamos a conversar (eu me amarro em mochileiros! Imagina em MOCHILEIRAS!!! ). Ela me contou sobre sua viagem. Eu dei meu últimos 200 ml de água para ela e ela me agradeceu com um abraço apertado e muito sincero. Assim, ficamos amigos, ajudei ela a montar seu acampamento e continuamos juntos até a Baía Lapataia. Eu levei sua mochila (Não sei como uma menina daquele tamanho leva um chumbo daqueles por tanto tempo.) Ela me deu várias dicas de como fazer uma viagem assim, sem gastar muito ou quase nada, já que eu tenho um desejo reprimido de viajar pela América de mochilão nas costas, pouca grana no bolso e muito pé na estrada. Fomos até a Baia Lapataia e ficamos de bobeira trocando ideia e dando muitas risadas. Conversamos sobre várias coisas lindas. Eram umas 16h e eu teria que esperar meu transfer até as 17h, pois lá seria um dos pontos onde ele passaria para pegar quem quisesse voltar para a cidade. A Marion cogitou a possibilidade de pular a cerca que delimitava o fim da área onde se podia ir e continuar por uma trilha que ia baía a dentro. Um motorista disse que era possível, mas que aquela trilha, mesmo estando no mapa, estava fechada e que se algo acontecesse com ela por lá, ninguém a iria encontrar. (Uouuuuu!!!) Mas para a surpresa do motorista, a francesa abriu um sorriso e disse que mesmo assim iria, porque seria uma aventura e tanto (*_* Que menina legal!!!) O motorista do outro transfer deu 2 litros de água fechados para ela. Vocês não imaginam a festa que a garota fez. Eu me cocei para ir com ela. Queria muito ter tido mais tempo para conversar com a Marion e fazer uma bela amizade com ela, mas infelizmente eu enão teria como voltar a tempo para o transfer. Ela disse que eu poderia dividir a barraca, mas ela temia porque não caberíamos os dois em um só saco de dormir e que o frio era terrível a noite... (Que figura, aquela garota!!!) Eu sabia disso obviamente e desde o início sabia que não daria pra mim. Ajudei ela a colocar o protetor de chuva nas duas mochilas (começou a chuviscar), coloquei o Mochilão em suas costas. Tirei meu alfajor e um chocolate (minhas últimas comidas) e dei pra ela (mais um longo abraço de agradecimento) e antes de nos despedirmos, me lembrei que não havia pago os $100 Pesos de entrada no parque e quis retribuir aquela benção, abençoando a garota com uma graninha para ajudar na viagem. Ela quis recusar, porque insistiu que era muito dinheiro e etc. Hahaha Eu insisti que ela deveria pegar, porque eu tinha planejado gastar aquela grana então pra mim não faria diferença alguma. Ela finalmente aceitou. Nos despedimos com um longo abraço e trocamos nossos contatos. Fiquei observando aquela garota incrível ir sumindo da minha vista e entrando na natureza, com toda aquela força e coragem exibida em duas mochilas. Ela olhava para trás de quando em quando para acenar mais uma vez e gritar: “Adeus Thiago!”. E assim, ela sumiu das minhas vistas, e eu me virei, com uma mistura de nostalgia e alegria por ter conhecido uma pessoa tão incrível com ideias tão incríveis sobre a vida, para caminhar até o transfer que já tinha chegado. Por todo o restante da viagem eu lembraria da garota e pensaria seriamente em chegar em Sampa, vender meu carro, e partir para talvez me tornar alguém tão interessante quanto a Marion. Voltei para meu Hostel e fui descansar. O outro dia era livre e eu pretendia ir aos Museus. Acabei desistindo, e só fui até a entrada olhar como era a Base Naval, já que ficava do lado do Antártica hostel. Acabei me arrependendo depois. Apesar de não ser um mega passeio, eu gostaria de ter visto alguma história de cidade e visto informações interessantes no Museu do Presídio, principalmente. Bom este dia foi meio perdido. Fiquei mofando o dia todo no sofá do hostel conversando com alguns amigos que conheci lá, depois só saí para dar uma volta, comprar umas empanadas e passar na loja de lembrancinhas. Prepare-se. São bem caras, as coisinhas. No outro dia bem cedo, pedi um taxi para o Staff, paguei minha conta, tomei um café e fui para o Aeroporto esperar o horário do meu voo que era as 9h. ___________________//______________________ 5° Dica: Reconsidere seus passeios Existem muitas coisas para se fazer em Ushuaia, que você não vê todo mundo falando. Geralmente, todos te indicam o mesmo passeio. Se você, ao contrário de mim, está com uma grana sobrando para esta viagem, considere pesquisar sobre outros glaciares, sobre ir de ônibus até a cidadezinha de Tolhuin, outra cidade da província, e passar uma noite lá, sobrevor de avião a cidade (isso com certeza, custará mais de $2000 Pesos) e até mesmo de mergulhar em Ushuaia (http://www.ushuaiadivers.com.ar). Também não é barato, mas deve ser massa! ___________________//______________________ 6° Dica: Como gastar menos e fazer uma viagem realmente “Roots”, no estilo Marion, a francesa (entenda, lendo o tópico 4) Bom, baseado nas minhas próprias percepções e no que a Marion me contou, aí vão algumas dicas. Acampe: (Isto, claro, considerando que você não viaje no inverno) • Você pode ficar acampado no Camping Andino. O único camping com estrutura na cidade, que eu consegui achar. O dono é um cara chamado Fernando. O problema é que esse cara não responde email e nem sei nada sobre o lugar, já que fica um pouco afastado do centro e eu estava sem coragem de ir lá perguntar. • Fique acampado quando for até a Laguna Esmeralda. Eu teria ficado. Teria sido muito bom! O lugar é simplesmente incrível! Arme sua barraca um pouco mais a dentro da floresta e seja feliz. • Acampe no Parque Nacional. Sobre tudo, porque você vai economizar a segunda ida ao lugar. Aliás, fique pelo menos dois dias no parque para aproveitá-lo bem. • Acampe em qualquer lugar. Sério. Se você se afastar um pouco mais da cidade, você poderá acampar em qualquer lugar. O mundo lá fora, não é todo como o Brasil. Ninguém vai te fazer nenhum mal, mesmo porque a percepção do pessoal sobre esse tipo de coisa é totalmente diferente da nossa. Na área mais rural, eu vi realmente vários lugares onde eu poderia chegar e montar minha barraca, se eu quisesse, sem que ninguém me incomodasse por isso. É claro que em seu planejamento, você precisa considerar em seu roteiro, alternativas para intercalar entre campings com estrutura e campings sem, se não você vai se dar mal. Você também pode intercalar com alguns dias no hostel. É realmente barato e considerando isso, acampar só é necessidade para quem quer curtir uma trip com essa vibe, especificamente. Economize: • Não use taxi de jeito nenhum. Para a maioria do lugares dá pra ir de Transfer (vãs com itinerários fixos), então não caia na bobeira de pegar um taxi e ser estuprado pelo taxista. Para o parque e para a Laguna Esmeralda, eu enxerguei a possibilidade de ir de carona. Carona em países como Argentina, Chile e Uruguai são bem mais comuns do que por aqui. Pelo menos é isso que tenho ouvido de pessoas que andam de carona por lá. Além disso, a estrada que liga Ushuaia ao Parque Nacional, é uma só. O mesmo acontece com a Laguna, então, todos que passarem por você, a partir do momento que você estiver na estrada, passarão pelo seu lugar de destino. Isso aumenta significativamente sua chance de conseguir uma carona. • No trajeto do aeroporto até o centro, tente dividir o taxi com alguém que esteja indo para lá. Eu fiz isso e economizei uma merreca. Se você estiver realmente disposto, vá andando, mas dá uns 4 km. • Não leve fogareiro. Você corre o risco de não encontrar o combustível correto para seu modelo por lá, já que você não vai poder levar daqui, se for apenas com uma mochila e não estiver a fim de despachar no avião e correr o risco de perder suas coisas no meio da viagem e chegar lá sem nada. Esse foi meu medo. Aprenda a fazer um fogareiro, utilizando apenas álcool, na internet. A Marion fazia seu rango e fervia água com um desses. • Programe-se para entrar no Parque Nacional no domingo, no primeiro Transfer. Você vai economizar $100 Pesos. • Não faça passeios como o Bus Tour, por exemplo. Você não precisa pagar para conhecer os principais pontos de Ushuaia. Uma busca no google e algumas pernadas vão te garantir isso, sem gastar um tostão. • Considere se realmente quer fazer o passeio pelo Canal Beagle. Acho um pouco caro demais pelo que é, para quem não está a fim de gastar tanta grana. Existem outros passeios que eu acho que seriam mais interessante, pelo menos pra mim, e custariam bem menos ou quase nada. A Marion, por exemplo, chegou em Ushuaia sem roteiro algum. Ela não planeja seus destinos. Simplesmente chega, e decide o que conhecerá. Ela gostou muito da ideia de navegar pelo Beagle. Mas quando ouviu o preço, na hora descartou a possibilidade. Já sobre a Laguna Esmeralda, adorou saber que era grátis e que podia chegar até a trilha andando ou de carona. Então, invoque esse espírito Marion e se desprenda dos custos. • Não coma fora. Isso é de lei. Se você quer economizar, não tenha esse luxo. Não é tão necessário assim. Você vai economizar uma boa grana fazendo teu próprio rango. Bom amigos, acho que é isto. Acabou ficando mais extenso do que eu imaginei. É que você começa a escrever e aí, acaba perdendo a noção do tamanho do texto.. Espero que sirva para alguém. No que eu puder ajudar, me coloco a disposição de todos. Um grande abraço e boas trips!!!
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