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http://jorgebeer.multiply.com/photos/album/230/Pedra_da_Jamanta PEDRA DA JAMANTA: NO TOPO DA JOATINGA Apesar de próxima dos dois maiores centros urbanos do pais, algumas das melhores paisagens da famosa Peninsula da Joatinga ainda permanecem pouco conhecidas àqueles q percorrem sua tradicional travessia – ou suas variações pelo Saco do Mamanguá – ambas já cantadas em verso e prosa por trocentos aventureiros. Famosa por suas praias paradisíacas, rios límpidos e cachoeiras escondidas, a Joatinga ainda possui respeitáveis montanhas à beira mar das quais a Pedra da Jamanta se destaca por ser a maior de todas. Com exatos 1098m de altitude, o cume desta impressionante formação rochosa é passível de ser alcançado mediante árdua, confusa e íngreme caminhada de 5hrs inipterruptas. Contudo, o esforço desta longa pernada vale a pena e se traduz numa paisagem deslumbrante de td península de uma perspectiva reservada de fato pra poucos: do alto. Com feriado quase batendo à porta, sem nada em vista devido à correria do dia-dia e mto menos c/ tempo p/ planejar algo previamente, desta vez cabei embarcando no vácuo duma trip proposta pelo simpático casal pau-pra-td-obra, Vivizita & Fábio “Dilíça”. Logicamente q foi uma forma emergencial de matar dois coelhos duma cajadada só: me isentar de td responsa em programar logística q fosse; e pernar na cia de amigos numa região q já tencionava bisbilhotar já a algum tempo - quase sempre renegada à “última opção” - isto é, as montanhas da Joatinga. E a Pedra da Jamanta caiu como uma luva tendo em vista a péssima previsão alentada pela meteorologia pro feriado de 4 dias, especialmente pros dois últimos; mas por ser um programa q demandava no máximo um fds, a idéia era alcançar o cume já logo de cara e depois o q viesse seria lucro. Tanto q pros dias restantes a idéia era visitar algum outro recanto isolado da regiao, no caso, a Cachu do Saco Bravo. Ou retornar antecipadamente pra evitar o trânsito infernal, algo praxe naquela região. Portanto fica desde já o agradecimento ao Nando & Thunder – q perscrutaram a região anteriormente em duas ocasiões – pois a trip so foi possível pelas infos prévias por eles gentilmente cedidas quase em cima da hora. Pois bem, sendo assim zarpamos de madru da “Terra de Garoa” pra chegar no minúsculo – porém agitada - vilarejo caiçara do Oratório, ao lado da elegante marina de Laranjeiras, as 11hrs daquela manhã acizentada de sábado. O quinteto da vez era composto por este q vos aqui fala (ou seria redije?), Vivizita, Fabio, André e Débora, tds cheio de disposição e cientes de q o feriado poderia ser abreviado se as condições climáticas apertasse nos finalmentes. Jogando a mochila nos ombros e pusemo-nos a caminhar logo na sequencia, após deixar o veiculo a cargo de um dos vários jovens “flanelinhas” de plantão praquele feriado prolongado. “Podexá, mermão! Aqui tá seguro!”, disse ele com indefectível sotaque carioca. Juntamente com outra meia dúzia de mochileiros de ocasião, adentramos na tradicional picada pra Praia do Sono e já na sua rampa principal pude constatar as diferenças da ultima ocasião em q lá estive; o chão de terra erodida agora estava td ancorado por toras de madeira formando “escadinhas”, além de corrimãos nas encostas mais estreitas, medidas providenciais q garantem mais segurança aos andarilhos, principalmente nos dias chuvosos onde não raramente tombos eram inevitáveis. O mormaço daquela manhã imediatamente encharca nossos rostos com farto suor durante a subida, mas qdo a trilha vira pra leste e passa a bordejar a encosta em nível a brisa suave penetrando pela mata alivia de forma agradável este trecho inicial da pernada. O som reinante é a nossa animada conversa pontuada pelo estrondo do mar se chocando com as rochas nalgum lugar próximo bem do lado, à nossa direita. Mas o tempo de contemplação desta vereda é pouco pq não demora pra ela começar a descer de vez. Uma breve fresta na mata expande os horizontes e nos agracia com uma magnífica vista da extensa faixa dourada de areia contrastando com o mar azul escuro, td isso emoldurado por montanhas forradas de verde q quase despencam no oceano. Enfim, chegamos à cênica e sombreada Comunidade da Praia do Sono, situada na Área de Proteção Ambiental do Cairuçu, onde uma lacônica placa nos dá as boas vindas. E é apenas meio-dia. Em tempo, um detalhe q não atentamos neste trecho foi ter relevado o fato das bicas aqui estarem relativamente secas, algo q deveríamos ter considerado como sinal. A Praia do Sono é o destino de quase tds os mochileiros e ripongas q encontramos no caminho, q terminam acampados na metade oeste da praia. Curiosidade é reparar como a extensa faixa de areia se estende no sentido leste-oeste; de manhã o sol tarda a nascer e à tarde logo se põe, por isso dizem q seus moradores dispõem de “mais horas de sono”. O lugar é um recanto belo e agradável, q dispõe de alguma infra e quiosques simpáticos q servem refeições bem salgadas. Além de venderem o tal “sacolé”, q nada mais é o “geladinho” paulista. Mas esta bucólica comunidade é apenas pto de passagem de nossa jornada. Ao invés de seguir pela areia fofa da praia, nossa marcha prossegue pela terra dura e firme paralela à dita cuja, atrás das casas e campings q se estendem por td sua extensão. Após andar um tempão, já quase na metade, viramos pra esquerda após passar por uma igreja da Assembléia de Deus. Dali em diante nossa rota azimuta pra nordeste, passando pelo meio dos últimos casebres dispostos no meio da mata, saltar por cima das pedras o Rio do Sono (embora na carta seja referido como Córrego do Jamanta) e passar a acompanhá-lo pela direita, à distancia. Após atravessar as ultimas casas do vilarejo, seguir por detrás de um galinheiro feito de pau-a-pique e tropeçar com algumas plantações, a picada “carpida” mergulha de vez na mata, inicialmente um interminável túnel de bambus. Um breve descampado envolto de um samabaial seco q arranha ao menos contato oferece um breve vislumbre da montanha almejada, infelizmente coberta de nuvens. Somos privados então do arrebatador perfil do Jamanta, uma enorme parede rochosa q se projeta acima da encosta verde da serra. Vale salientar q até aqui passamos por inúmeras bifurcações, mas a rota correta foi sempre bem norteada pelo hábil Fabio, corrigindo cada passo dado em falso. Mergulhando novamente na mata, desta vez em definitivo, a vereda passa a subir suave e imperceptivelmente, tornando o caminhar agradavel e proveitoso. Mesmo assim, o calor é sufocante e qual a nossa alegria qdo interceptamos o borbulhante Rio do Sono, as 13hrs, q já vínhamos ouvindo faz um tempão. Claro q nos presenteamos com um breve tchibum num pequeno piscinão cercado de pedras q os locais (seriam “sonianos”?) chamam de “Poço do Jacaré”, situado na cota dos 100m de altitude, banho refrescante q somente não foi partilhado por uma escaldada Vivi. “Ah, tá muito gelada!”, desculpava-se ela. Gelada ou não, so sei q esse tchibum veio em boa hora àquela altura do campeonato, além do precioso liquido abastecer nossos cantis. A partir daqui a picada sugere cruzar o rio pra sua margem esquerda mas não, deve-se sempre seguir pela direita afastando-se aos poucos do mesmo. Mas é aqui q a subida aperta e o suor volta a escorrer pela pta do nariz, e é em meio a um enorme bambuzal seco q a vereda se perde e é preciso ter bom senso e farejo pra saber q rumo tomar, já na cota dos 200m. Na verdade este é um processo dificultado tb pela gde quatidade de mata caída no caminho, q obriga a prestar mta atenção as rastros da picada atrás de cada arvore, pedra ou arbusto. Na falta dela o vara-mato é inevitável e é assim q vamos ganhando altitude, mudando de direção a td hora, conforme o Fábio vai ditando sem tirar o olhar do seu brinquedinho da Garmin. Minha função desta vez resumiu-se apenas a abrir caminho pelo mato ou de farejar a possível continuidade da trilha. Na cota dos 400m ganhamos um selado e a rota muda brevemente pra leste, subindo uma nova encosta sem trilha alguma, onde vamos prestando atenção às marcas de facão deixadas no caminho, q garantem estarmos na rota correta, ou seja, a menos difícil. Mas a ralação dura pouco qdo finalmente atingimos a íngreme crista ascendente principal, onde uma óbvia e evidente trilha não deixa sombra de dúvidas qto o sentido a tomar. De agora em diante o sentido ate o final é via de regra sempre nordeste, não tem erro algum. Por volta dos 500m o canto metálico de uma araponga anuncia nossa breve pausa pra descanso e lanche, as 14:30hrs. Retomamos na sequencia a marcha no mesmo compasso anterior, ou seja, subida forte e íngreme, mas na cota dos 600m atingimos um ombro serrano, onde a ascenção pela crista é mais suave e nos oferece o trecho mais agradável da pernada. O destaque deste trecho foi o canto onipresente de uma ave q apelidamos de “pássaro-morteiro”, já q o som por ele emitido lembrava uma bomba sendo lançada; e a de uma bela e pequena bromélia q ornava a beirada da trilha com uma bela flor alaranjada. Após descer um fundo selado desta longa e extensa crista abaulada, a pernada se mantem no mesmo ritmo anterior, eventualmente com trechos mais íngremes q demandavam tanto as mãos qto os pés. O suor, claro, voltou a correr farto pelo rosto, e sem nenhuma brisa pra amenizar o calor abafado á nossa volta. A Vivi q o diga, pois alébm de beber quase td seu cantil tb foi tomando o da Débora, q gentilmente cedeu á amiga necessitada e sedenta. Contudo, ao atingir os 750m a picada aparenta suavizar, ao mesmo tempo em q atingimos o nível das nuves e uma fantasmagórica nevoa toma conta de td á nossa volta. Uma última pausa de descanso na cota dos 850m marca as 16:30hrs da tarde, agora num trecho onde a vegetação tem seu tamanho reduzido e as bromélias de altitude começam a dominar na vegetação em volta, servindo tb de vasos ornamentais. É tb a partir daqui q o avanço é dificultado por mta mata caindo sobre a trilha, principalmente bambuzinhos chatos, cipozinhos finos e capim-navalha q simplesmente procuramos afastar com as mãos, isto qdo não teimam em se agarrar em qq saliência da mochila, pra nosso sufoco. Se serve de consolo, ao menos a declividade aqui não é tanta o q reduz significativamente o desconforto no geral. As 17:20hrs ganhamos finalmente os 1000m num lugar apelidado de “platô”, embora não passe de uma pequena clareira plana onde cabem perfeitamente duas barracas confortavelmente. Mas o lugar é representativo pois é daqui q partem duas trilhas significativas atraves de cristas q dali derivam: a q desce pra Ponta Negra, a leste, e a q leva à Pedra da Jamanta propriamente dita, a noroeste. Pois bem, foi aqui q as meninas ficaram aguardando enqto os marmanjos foram atrás de água pra completar o consumido durante a ascenção. Em tempo, pelas infos plotadas havia um pto “próximo” q supostamente nos garantiria do precioso liquido. E lá fomos nós, avançando e enxugando a umidade acumulada no mato da trilha da Pta Negra apenas pra constatar q a mesma estava pra lá de fechada, pra depois sair dela e descer a íngreme encosta no vara-mato por quase 100m abaixo e ter uma triste constatação: o tal pto de água - na verdade a pequena vala de um córrego - estava totalmente seco! Era de se esperar: se as bicas ate o Sono já estavam relativametne secas imagina então as localizadas em suas nascentes, no alto das montanhas. Pois é, vacilo nosso. Voltamos de encontro as meninas apenas pra dar as “boas novas” e de q seriamos obrigados a racionar o pouco q já dispúnhamos. Na clareira, não poupamos nem a água suja acumulada numa garrafa velha, q ao menos poderia servir pra cozinhar a comida. Na sequencia nos embrenhamos atraves da picada q percorre a curta crista de ligação em direção à Jamanta, isto é, à da esquerda. Descendo um pouco, logo nos vemos percorrendo uma estreita crista pra depois descer mais um pouco e bordejar seu topo, evitando assim as voçorocas de taquarinhas q dominam o mesmo. Mas não demora pra vereda dar sua embicada final, onde mediante alguma escalaminhada vencemos enfim o ultimo trecho – tomado por bambuzinhos e capim-navalha - até nosso destino daquele dia. Emergimos finalmente no alto dos 1098m do topo da Jamanta as 18:20hrs envoltos por um espesso e úmido nevoeiro, sem nenhum visu, infelizmente. “Bem, se não temos belo pôr-do-sol hj, ainda resta a esperança de uma espetacular alvorada, amanhã cedinho!”, pensei. O cume é estreito, pequeno e curiosamente árido, com duas pedras abauladas dividindo espaço num solo arenoso, contrastando com os verdejantes vales em volta. É nesse exíguo espaço q somos forçados em espremer 3 barracas, relativamente expostas, mas não sem roçar algum mato pra evitar os onipresentes formigueiros q aqui existem. Existe à frente uma formação mais alta e recoberta de vegetação, mas não é visitada por não ter visu algum. Ao lado, há um selado seguido de uma elevação, q separa o Jamanta do Cairuçu - do qual é maior em apenas 30m – permitindo q este seja visto apenas parcialmente. Pois bem, montado o acampamento imediatamente nos enfiamos á nossas respectivas tendas, bem no exato momento em q a escuridão toma conta da Peninsula da Joatinga. Como é praxe, mastiguei rapidamente minha marmita e desfaleci num piscar de olhos no meu saco-de-dormir, auxiliado pelo relaxante vinho chileno (“Los Perros”) q a Vivi levou pra ocasião. O resto do povo ainda se deu o luxo de uma breve social no tradicional ritual de preparação da janta, mas pelo q depois soube igualmente caiu no sono na sequencia, sonados de cansaço. De noite choveu um pouco mas td não passou de uma breve e súbita pancada, pq depois o tempo limitou-se a apenas a lançar pequenas rajadas de vento q remexiam a frágil estrutura da barraca q a Débora tava estreando na minha cia. Durante a madrugada aproveitei minha tradicional “regada de moita” noturna pra espiar o visu lá fora, e constato o firmamento parcialmente limpo e generosamente iluminado tanto por trocentas estrelas como por uma lua cheia difusa, encoberta por fino nevoeiro. Olhando pro nível do litoral, as únicas luzes maculando este incrível breu noturno são algumas q cintilam no Sono, Laranjeiras e Trindade. E após dois econômicos goles de água do meu cantil tornei a dormir novamente por quase 10hrs inipterruptas. A manhã sgte irrompe ligeiramente nublada, mas com um predomínio de nuvens altas somos brindados com uma vista espetacular q não deve em nada à do Corcovado de Ubatuba, Pico de São Sebastião ou à Pedra do Frade. Um exame apurado consegue identificar os recortes de td topografia desta generosa panorâmica: à sudoeste temos uma vista q abrange desde a Praia do Cepilho, em Trindade, a marina de Laranjeiras, a longa faixa de areia clara do Sono e, com algum esforço, avistamos até o Corcovado de Ubatuba destacando-se na silhueta recortada no horizonte; ao sul, o pequeno arco da Ponta Negra; à leste, os cumes forrados de mata do Cairuçu e do Pico Sem Nome omitem qq visu além deste quadrante; e à oeste temos um pequeno quinhão do fundo plano e misterioso do Saco do Mamanguá. Sem pressa alguma, desarmamos nossas barracas mas não sem antes enxugar td água e umidade nelas depositada, dada a escassez do precioso liquido em nossos cantis. Enxugavamos as lonas com um pano pra depois torcê-lo sobre a caneca do nosso café-da-manhã. O André espremeu até sua blusa molhada pra depois levá-la á boca, pra se ter idéia da nossa situação de racionamento. É, o bicho tava pegando mesmo, tanto ate q raspamos o fundo do tacho de algumas pets deixadas sob a pedra, juntamente com alguns talheres escondidos. Mas otimistas do jeito q somos, prevíamos alcançar Pta Negra ainda naquela manhã e, claro, água em abundância. Comecamos a pernada daquele domingo pontualmente as 8:30hrs, retrocedendo sem mta pressa td percurso feito ate o “platô”, onde chegamos em menos de meia hora. Como nossa intenção era não voltar pro Sono e sim descer por outra crista paralela q dava na Ponta Negra, tomamos a mesma picada pela qual tínhamos ido buscar agua (sem sucesso) o dia anterior, ou seja, a da direita. E la fomos nos, andarilhando pela larga crista florestada q em tese nos levaria ao morrote q nos levaria ao nosso destino. Mas pra nossa surpresa, não deu nem 10min de caminhada pra sermos surpreendidos pela trilha totalmente fechada e tomada por espessas voçorocas de bambuzinhos. Bem q tentamos avançar na raça, sem sucesso. Daí deduzimos q havia q desviar dos mesmos pela encosta à esquerda, o q mostrou-se realmente o mais sensato, descendo ate um pequeno vale pra depois ganhar a crista novamente. Mas eis q nos deparamos outra vez com uma muralha densa e intransponível destes malditos bambuzinhos obstruindo a nossa rota, cercados num mar de bromélias cujas folhas afiadas cortavam as canelas ao menor contato. Bem, não q isso fosse intransponível, mas q requeria mto mais q disposição. Na verdade até dava pra encarar uma ralação desde q munidos de um bom facão, algo q não dispúnhamos. Avançar no peito? Podia ate ser, mas claramente essa ingrata e hercúlea tarefa recairia apenas sob ombros masculinos. Mas era aquela coisa: era se jogar no mato constantemente pra avançar quase nada, ou seja, era como “cavar um túnel á luz do dia”, e sabe-se lá qdo chegaríamos ao nosso destino. Contudo, o agravante maior era q td esse esforço fazia com q nossos corpos pedissem mais e mais água, algo q tb não dispúnhamos de sobra. Resumindo: tivemos a sensatez de dar meia-volta e optar retornar pelo mesmo caminho q viéramos. Depois soube atraves de um amigo q conhece bem aquela regiao q de fato a trilha a partir da Ponta Negra anda em desuso, e q principalmente esta crista de ligação encontra-se totalmente fechada. Pois é, essa foi a primeira gde decisão tomada nessa trip. Quem sabe noutra ocasião a gente encara essa ralação com determinação? Mas munidos de facão e mta água, claro. Voltamos ao “platô”, onde descansamos um pouco, pra ai sim começar a descer em definitivo pro Sono. A passos apressados fomos perdendo altitude num piscar de olhos, claro. Não sei se era por aquela máxima q diz q “td santo ajuda”, mas acredito q a rapidez e agilidade era mesmo em alcançar o Rio do Sono pra então beber td sua água! Meu cantil não tinha mais q 200ml do precioso liquido e acredito q a situação dos demais não fosse mto diferente. Enfim, após um breve descanso no selado da cota dos 500m (e onde esvaziei meu cantil de vez) e mais alguns perdidos sussas com vara-mato no trecho inicial, eis q as 13hrs chegamos ao refrescante Poço do Jacaré, onde além do merecido tchibum nos fartamos do precioso liquido ate não poder mais. Com excessão da Vivi, q novamente não se deu o luxo de encarar um banho revigorante. O resto do caminho até o Sono foi so alegria. E fora o susto tomado com um enorme teiú se pirulitando na trilha, o destaque apenas pruma curiosa plantação mocada estrategicamente à esquerda, cujos pés de cinco folhas quase serrilhadas devem prover a “matéria prima” pros mais variados estados de consciência dos turistas mochilados do Sono. “My precious!!”, diz uma extasiada Vivi, com os zóio esbugalhado e quase abraçando sua lisérgica descoberta. Chegamos na Praia do Sono pontualmente as 14:30hrs e imediatamente encostamos num rustico barzinho a beira-mar onde ficamos quase a tarde td, só curtindo. La mandamos ver brejas, um delicioso PF de peixe e entornamos o outro vinho tinto q trazia a tiracolo. E pensando q aquela hora era pra estarmos varando-mato lá no alto, sem água alguma... Até parece, ne? Pois bem, com o tempo passando rapidamente e nenhuma vontade de desembolsar pros preços salgados q os campings ali cobravam, as 17hrs partimos dali - trançando as pernas - ate o extremo leste da praia. Cruzamos o raso córrego q desemboca a beira-mar e subimos a íngreme piramba carpida pra depois de um tanto cairmos na pequena e deserta Praia de Antigos, local de nosso segundo pernoite. Claro q aqui em tese é proibido acampar, mas sacumé, era uma medida econômica-emergencial-provisoria. Pra isto ficamos a toa na areia sem dar muita bandeira, ate sua meia dúzia de turistas ir embora, e qual nossa surpresa q entre estes turistas estava a Luzita, q tb estava na península num esquema mais light, acampada no Sono. Eita, mundo pequeno! Armamos acampamento antes de escurecer no areial meio moçado no mato, no extremo oeste da praia ao lado de enormes rochedos e um correguinho de agua doce. Fabio, Vi e André armam suas barracas; Débora monta sua rede no arvoredo; e eu me limito apenas a estender o isolante e saco-de-dormir na areia, sob a proteção de uma pedra ligeiramente inclinada servindo de toca. Jantamos e na sequencia caímos nos Braços de Morpheus sem mta dificuldade, mesmerizados pelo marulhar constante do mar arrebentando bem aos nossos pés. Aquela noite, diferentemente da anterior, choveu e ventou horrores confirmando a triunfal entrada da frente fria anunciada pela meteorologia, e o q me salvou foi a rocha providencial q me servira de abrigo. Contudo, isso não bastou pra q tivesse dificuldade em pegar no sono assim q acordava de madru. Motivo: borrachudos noturnos! FDPs!! Não podia ficar com rosto exposto q em mais de uma ocasião ele empolou de picadas constantes, o q me obrigou a enfiar completamente a cabeça dentro do saco-de-dormir e procurar dormir dessa desconfortável maneira. Mas cansado do jeito q tava, consegui dormir alguma coisa. A segunda feira amanhaceu terrivelmente nublada e envolta em fina garoa, o q não era bom sinal, já q um medonho negrume aproximava-se do oceano e não tardaria em nos alcançar. Levantamos rapidamente o acampamento, desistindo de nossa idéia de visitar naquela manhã a Cachu do Saco Bravo, programa de 3hrs de pernada partindo da Ponta Negra. Não valia mesmo a pena naquelas condições. Fica pra próxima. E assim, mais uma descisão foi tomada em comum acordo: retornaríamos aquele dia pra casa afim de não pegar transito, mas não sem antes dar uma estacionada nos barzinhos do Sono, claro. Ironicamente, foram decisões mais q sensatas norteadas sempre pela água: a primeira foi pela sua escassez; e agora era em função do seu excesso. Retornamos à Praia do Sono lá pelas 8hrs já com o aguaceiro desabando sobre a gente, nos obrigando a ficar num barzinho por quase td manhã. Não q isso fosse ruim, mas é q chega uma hora q após tantas latas ce quer sair e dar uma volta, mas não naquelas condições. O tempo passou, passou e passou. E nada do tempo melhorar. É, a previsão acertara em cheio. Sendo assim e sem nada mais pra fazer senão ir embora, voltamos td caminho feito ate ali sob chuva intensa, pra estar novamente no carro em Laranjeiras ao meio-dia. Trocamos as roupas, tomamos mais umas biritas e finalmente nos despedimos da Joatinga afim de encarar o longo asfalto da volta. Sem transito algum, felizmente. A trinca de picos (Cairuçu, Jamanta e Sem Nome) q se eleva acima dos contrafortes da Joatinga tem vários acessos além do mencionado neste relato. Além da picada saindo da Ponta Negra, há outra vereda menos conhecida q parte do meio do Saco do Mamanguá, q se não tiver barco engatilhado obriga uma travessia de mangue q não recomendo, com lama até o pescoço. Desta forma, esta rede de trilhas permite circuitos árduos e interessantes q demandam sim um pouco de determinação extra e, principalmente, mto esforço. Isto pq boa parte dessas trilhas além de bem confusas e quase nada freqüentadas, encontram-se tomada pelo mato. Não q isso seja problema, pois bem equipado (com facão e água) e com um objetivo em vista, isso deve render uma aventurinha pauleira q já por si vale a pena. Mas independente de rota q for, galgar qq destas montanhas forradas de Mata Atlântica nesta ponta selvagem situada entre Parati e Ubatuba já é gratificante por uma única razão: a Joatinga fica muito mais bonita qdo vista de cima, em td sua plenitude. Mesmo com tempo parcialmente enevoado.