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O mapinha e ilustrativo, não serve para navegaçã. Paranapiacaba, em tupi, lugar de onde se pode avistar o mar. Para mim sempre foi: Lugar onde se pode ser assaltado. Os vários relatos de crimes no pequeno vilarejo com características inglesas, sempre me manteve afastado daquelas bandas, ainda mais por sempre associar o local com muita muvuca e mochileiros maloqueiros. Talvez fosse mesmo certo preconceito, mas com tanta coisa para fazer e tanta trilha para caminhar, nunca achei que valesse a pena explorar a região. Houve um tempo que o trem ia até o vilarejo, o que acabou tornando Paranapiacaba mais famosa ainda. Na década de 90 até cheguei a fazer uma visita, nos tempos em que me aventurava sobre duas rodas juntamente com meus primos paulistanos. Desci até o poço da Pedra Lisa em uma tarde de muita neblina em que nada vi ao visitar também o Mirante. Nos últimos meses começou a pipocar na minha caixa de e-mail, relatos de aventureiros experientes que contavam maravilhas de explorações por lá realizadas. Isso acabou aguçando a minha curiosidade. Foi aí então que no feriado da Páscoa resolvi botar minha mochila nas costas e juntamente com meus amigos Dema e João Paulo, partimos na quinta-feira a noite da rodoviária de Campinas para a capital paulista. Partimos às 20 horas e surpreendentemente às 10 horas da noite já estávamos em São Paulo, sem atrasos, coisa rara em véspera de feriado. Desembarcamos no Terminal Rodoviário do Tietê e logo em seguida pegamos o metrô para estação da Luz. O metrô estava apinhado de gente e o vagão havia se transformado em um verdadeiro hospício. Uns caras batiam em uns tambores e uma centena de pessoas cantava e rebolava. Ficamos paralisados diante daquela cena. Era um tal de “Quica, quica, quica na latinha”. Pra nossa sorte logo chegamos à estação da Luz, onde se juntou a nós o outro integrante da trip. Meu primo Lindolfo mora na capital, se deslocou lá da zona leste para nos encontrar. Desde a Volta da Ilha Grande não caminhamos juntos, já imagino logo: Vai ser uma travessia divertida. Da Luz partimos para Rio Grande da Serra e logo nos dirigimos para o ponto de ônibus de onde sai o transporte para Paranapiacaba. Na tentativa de conseguirmos informações, acabamos puxando conversa com uma guia ambiental, que trabalha no vilarejo inglês. Ela nos disse que todos os caminhos partindo de Paranapiacaba estava fechado a muito tempo pelos órgãos ambientais. Ninguém poderia passar, nem os guias estavam podendo trabalhar lá. Fecharam as trilhas para recuperação e a fiscalização estava pegando pesado. Pronto, agora ferrou, pensei logo! A informação que haviam me passado que seria possível passar a noite sem levantar suspeita, agora parecia que não estava mais valendo. Ela ainda nos disse que a Trilha do Rio Mogi havia desabado e passar a noite por lá seria muito ariscado. Paciência, já estávamos a caminho e só nos restava ver no que iria dar. Menos de meia hora depois saltamos no vilarejo de Paranapiacaba, bem junto da sua igreja principal. Meio perdidos e sem saber o que fazer, pois já passava da uma da madrugada, ao vermos um grupo estacionado em um carro ao lado da igreja fomos tentar obter alguma informação. Quando nos aproximamos levamos um baita susto. Todos os cinco elementos estavam com uniforme do exercito. Putzzz, fomos tentar pegar informação logo com o pessoal da fiscalização, que azar dos infernos!!! Pra nossa sorte não era a fiscalização, era só alguns soldados se preparando para ir até um mirante, também iriam tentar burlar a fiscalização. Convidaram-nos para seguir com eles e nos deram a dica de a partir do Mirante, descer a trilha que vai ao Poço das moças, que ficava no Rio Quilombo.A priori a nossa intenção era descer pelo vale do Rio Mogi e Subir pelo Vale do Rio Quilombo, mas diante da situação, resolvemos acompanhar os soldados, já que moravam na região e conheciam os atalhos para fugir da fiscalização. Tudo acertado, descemos a ladeira que leva até a grande ponte e cruzamos a linha do trem, de onde se avista o relógio parecido com o Big Bem Londrino. Passamos pela lanchonete da Zilda e logo acima estacionamos em um boteco aberto pára comer alguma coisa. Foi nesse pequeno bar que conhecemos o Ronaldo, uma figura totalmente estereotipada, uma mistura de Baden Pawer,o fundador do esoterismo , com o Indiana Jones. Como um amigo depois me disse era o tio do Indiana Jones em pessoa.Um cara extremamente prestativo, que nos deu várias dicas sobre a trilha para o Poço das Moças. Então seguimos todos juntos: Nós, os soldados, o tio do Indiana e seu fiel escudeiro. Passamos em total silêncio enfrente da base da polícia militar e alguns minutos à frente pegamos a estrada-trilha calçada, passamos pela base da fiscalização, que pra nossa sorte estava fechada e vazia. Eu estava morrendo de medo de sermos pegos, mas 10 minutos depois veio a notícia que não havia mais perigo, havíamos passado, o caminho estava livre, minha dor de barriga passou. Paramos logo acima para nos abastecer em uma bica. Logo veio a lua e iluminou todo o caminho. A noite estava linda. Passamos pelo grande paredão rochoso e mais a frente na bifurcação, pegamos á direita e em poucos minutos atingimos o topo do Mirante. De cima do mirante é possível avistar as luzes de Cubatão e suas fábricas e usinas. Já passava da três da madrugada e enquanto a galera ficou tomando vinho com os soldados, eu que não sou dado ao álcool, fiquei batendo papo com o Ronaldo, que acendeu uma tocha feita de bambu e óleo diesel. Ele me contou uma história ou lenda sobre o cara que acionava o gerador que havia ali no topo para iluminar uma antena sinalizadora para aviões. Disse que naquela noite o funcionário que ficava la encima foi morto por uma onça e não pode ligar o gerador e por causa disso um avião de pequeno porte se chocou contra a montanha. Acho que foi o único caso em que uma onça derrubou um avião. Bom, papo vai papo vem, mas já estava ficando tarde. O Tio do Indiana ia descer a trilha a noite,os soldadinhos foram até o pico só para tomar cachaça e fumar um cigarrinho do capeta e já se preparavam para voltar à Paranapiacaba e nós iríamos acampar por ali mesmo. Como a noite estava espetacular resolvemos somente bivacar, sem montar barraca alguma. Estendemos nossos sacos de dormir no concreto que servia de base para as antigas antenas e caímos no sono, mas não demorou muito uma nuvem safada resolveu pingar encima de nós. Então pegamos nossas coisas e fomos dormir embaixo de uma laje destruída, que abrigava os antigos geradores, que por sinal ainda protege as carcaças do dito cujo. O lugar é escuro, sombrio, parece uma toca de ratos, mas estava seco e abrigado do vento e foi lá que passamos a noite, embaixo de uma laje de dois palmos de altura. O dia amanheceu lindo, sem nenhuma nuvem no céu. Logo cedo meu primo, que tá parecendo o tio do Rambo (rsrsrsrsrsr), nos acordou e ficou enchendo o saco para a gente levantar. Sem muita vontade e caindo de sono, antes das sete da manhã saímos da toca do rato, tomamos um café, batemos uma foto do mirante e partimos serra abaixo em direção ao Poço das Moças, no Rio Quilombo. A trilha não tem segredo, vai sempre descendo e quase todas as bifurcações vão sempre sair no mesmo lugar. Seguimos de vagar. Eu e o Dema à frente e o Lindolfo e o João Paulo atrás. Quando aparecia alguma trilha duvidosa, eu informava meu primo pelo rádio e lhe indicava qual o caminho a seguir. Pegamos sempre os caminhos da esquerda e não tivemos nenhum problema até que pouco mais de uma hora depois tropeçamos no Poço da Pedra Lisa. Para ir até o poço é necessário deixar a trilha por um instante e cruzar por cima da pequena cachoeirinha, coisa de 20metros e não mais que isso. O poço não é muito grande, mas deve ter uns 2 metros de profundidade. A água é cristalina e um pouco gelada, mas como estava fazendo um calor insuportável, tiramos a roupa e nos “pinchamos” pra dentro daquele paraíso e ficamos lá um bom tempo descansando e jogando conversa fora. A trilha que estamos fazendo muito provavelmente deve ser a tal trilha do zigue- zague, que hoje está interditada e totalmente proibida, o que acabou até sendo uma boa, pois da última vez que estive lá na década de 90 era uma farofada só e hoje somos donos absolutos do lugar. Deixando o poço, voltamos de novo para a trilha, que desce alguns metros até o cabo de aço que da proteção para que ninguém despenque da Pedra Lisa. Cruzamos então por cima da pedra, atravessando o riacho que vem do poço que havíamos tomado banho e entramos logo na mata. A trilha continua descendo e com uma grande inclinação, onde de vez enquando um dos integrantes é obrigado a usar sua área de laser como freio, não eu é claro, porque minha área de laser é outra (rsrsrsrsrsrs). Sempre descendo, eu e o Dema nos adiantamos muito e então resolvemos dar uma parada para esperar os outros dois. Assim que eles chegaram partimos novamente e não andamos nem 50 metros, tivemos que fazer uma parada obrigatória. Uma peçonhenta havia estacionado no meio da trilha e ficou lá nos olhando com seu olhar venenoso, pronto para nos enfrentar. O Dema foi quem deu o alarme. Nesse momento fiquei feliz de estar portando minha perneira ante cobra tabajara. Sabe como é né, quem já foi picado de cobra, tem medo até de cipó. Quando me aproximei para tentar fotografá-la, ela deu no pé, melhor assim. Novamente nos pomos a caminhar, sempre em um ritmo devagar para não perdermos muito de vista o João e meu primo, que caminhavam em passos de lesma tetraplégica. Mas como nenhum caminho é tão longo que nunca chegue ao seu fim, às 13horas chegamos finalmente ao famoso Poço das Moças. O Poço das Moças, no Rio Quilombo, é daqueles lugares que valem o esforço de qualquer caminhada, vale todo o suor derramado e todo o esforço desprendido. Todo caminhante, excursionista, trekking, deveria se sentir honrado de conhecer um lugar como aquele. Principalmente nós que moramos em cidades cada vez mais poluídas, onde a oportunidade de encontrar águas com aquela qualidade é cada vez mais rara. É um gigantesco poção de quase 10 metros de profundidade com águas totalmente potável. Antes de cair no poço a água que passa sobre a imensa laje, serve de verdadeiro parque de diversões. Tem uma piscina profunda, tem um escorregador que te leva para dentro de um buraco que depois te cospe para cima, tem um grande balanço pendurado em uma árvore, de onde você salta e se joga no vazio até cair no poço profundo. Enquanto a galera se divertia, fui cuidar de preparar o almoço. O sol estava muito quente e vez ou outra eu largava meus afazeres e me jogava na água. Dei muita risada e zoei muito o João Paulo, que tentava sem sucesso saltar do balanço. Ele só pulou porque eu e o Dema encarnamos na alma dele, já o Lindolfo nem se meteu a besta porque esse negócio de água profunda não é com ele,já que o único estilo que ele nada é o machado sem cabo(rsrsrsrsrsr).Pronto o almoço , nos reunimos todos na laje e ficamos comentando como tudo estava dando certo até ali, até agora tudo estava perfeito. Com a barriga cheia, alguns foram tirar uma soneca, eu e o Dema fomos tomar banho no poço que engole e depois de um descanso merecido, jogamos as mochilas às costas e partimos para outras paragens. Atravessamos o rio por onde a água escorre do poção e reencontramos a trilha do outro lado. Ela segue em nível, atravessa um córrego de águas cristalinas e em 20 minutos demos de cara com a barragem, que alguns também chamam de Poço do Quilombo. O Poço do Quilombo é outro lugar irresistível, não dá para passar por ele e não se jogar na água. Estávamos lá dando altos pulos, quando vimos um helicóptero da Policia Militar começar a dar rasantes por cima de nós. Voltamos a ficar tensos e apreensivos, poderia ser a fiscalização atrás de intrusos na área do Parque Estadual da Serra do Mar, ou seja, nós. O bicho ficou feio quando o pássaro de aço resolveu pousar junto ao poço. Ficou a uns 10 metros do chão e de dentro do helicóptero desceu 2 homens armados até os dentes. Aquela minha dor de barriga, voltou com tudo. Pensei: ”Agora a gente não escapa”. Logo vimos um grupo de resgate que veio por terra e passou a passos rápidos por nós e então ficamos sabendo que eles estavam atrás de uma pessoa que havia se perdido junto à Pedra Lisa e havia feito contato por celular. Voltamos a ficar aliviados. Pegamos nossas coisas e voltamos para a caminhada. Atravessamos o poço, beirando o lado esquerdo e então saímos já na rua de terra, onde várias viaturas e uma ambulância estavam estacionadas. Uns soldados da polícia militar nos fitavam com cara de poucos amigos, até que um deles, o mais mal encarado de todos me intimou a dar esclarecimentos. “Porra” logo eu! Queria saber de onde víamos, para onde íamos. Hesitei por um momento. Falo a verdade ou conto uma lorota? Não consegui mentir, estava hirto de tanto medo. O policial me olhou com cara de reprovação, mas queria saber se não tínhamos visto o tal sujeito perdido na trilha. Depois dos devidos esclarecimentos, eu queria era sair dali o mais rápido possível e então voltamos a caminhar naquela estradinha tão estreita como uma trilha. Poucos minutos à frente damos de cara de novo com o Rio Quilombo e sua gigantesca ponte pêncil, onde também é possível passar de carro por dentro do rio, já que uma grande laje de concreto foi construída por lá. Foi neste local que reencontramos nosso amigo Ronaldo, que mantém escondido no meio do mato, em algum lugar secreto, uma área de acampamento onde ele vai desfrutar das belezas deste lugar com sua família e seus amigos. Fiquei curioso para conhecer a família do tio do Indiana, um cara de uma gentileza do tamanho do mundo. Encontrar com estas figuras na trilha faz qualquer viagem valer a pena. Ficamos lá por um bom tempo batendo papo com o Ronaldo, quando chegou o pessoal da REDE GLOBO LITORAL. Conversaram com a gente, perguntaram se sabíamos de alguma coisa, se estávamos a par do acontecido. Foi então que de repente a linda repórter e o feio cinegrafista, perguntaram se a gente não poderia conceder uma entrevista para eles. Até agora não sei quem foi o filho da puta que disse que eu era o cara que deveria falar (rsrsrsrsr).Fui respondendo as coisas que a repórter ia me perguntando, que por incrível que pareça não tinha nada a ver com o caso do sujeito perdido na trilha. Ela queria saber como era aquele negócio de um monte de homens largarem a civilização e sair a caminhar no mato, se a gente fazia isso há muito tempo, se não era perigoso e essa balela toda que a imprensa burra e desinformada gosta de explorar. Demos adeus aos nossos minutos de fama, nos despedimos do nosso amigo Ronaldo e partimos novamente para caminhada, que já sabíamos que seria muito longa, até chegarmos à Piaçaguera-Guarujá, coisa de mais de 10 km, mas a sorte bateu a nossa porta novamente. Uma caminhonete do Corpo de Bombeiros, que estava voltando do local do resgate, parou e nos ofereceu uma carona. Pulamos para cima do veículo e passamos mais de 10 km rindo dos acontecimentos. O bombeiro nos deixou enfrente a um bar, a 1 km da Piaçaguera. Resolvemos entrar no boteco para tomar um refrigerante e comer alguma coisa. O nosso próximo objetivo era tentar conseguir uma maneira de chegar até a entrada da trilha do Rio Mogi, sem ter que passar pelas dependências da Cosipa (companhia siderúrgica paulista), porque já haviam me avisado que sair até que é fácil, mais entrar por lá era impossível. Um dos soldadinhos havia me avisado que daria para acessar o Rio Mogi, sem passar pela Cosipa. Nós deveríamos passar por baixo do viaduto em curva e caminhar paralelo a linha de trem e de lá achar uma maneira de acessar o Rio. É muito fácil falar para quem já conhece um pouco o local, mas nós não tínhamos a menor idéia do que ele estava falando. Foi aí que ao perguntar para um senhor no boteco sobre a tal possibilidade, ele me fez uma proposta: “Coloca aí uns 10” conto “ de gasolina e eu levo vocês lá”.Não deixamos nem o homem respirar, antes que ele desistisse,pegamos nosso refrigerante e nossas mochilas, jogamos tudo no porta malas do carro e também nos jogamos para dentro do veículo. Alguns minutos depois já havíamos ganhado a Rodovia Piaçaguera-Guarujá e o veículo foi cruzando por um monte de pontes e aí fomos vendo que jamais encontraríamos o tal caminho sem a ajuda de alguém. O veículo fez um retorno e voltou por cima e depois por baixo de algumas pontes, que sinceramente não tenho nem como dar informações. Só sei que ele passou por baixo de mais uma ponte e começou a rodar ao lado de uma linha férrea e depois de alguns quilômetros ele a atravessou e então paramos quase no final da estradinha de terra, a uns 150 metros da Oficina de Concertos da rede ferroviária, acho que era a antiga Estação Raízes da Serra, bem no local onde as composições começam a subir pela cremalheira, uma espécie de linha com dentes e engrenagens. Bom, sabíamos que o Rio Mogi estava ali em algum lugar a nossa esquerda e que a Cosipa já havia ficado para trás, mas ainda havia um problema a ser solucionado: Como passar pela Companhia Ferroviária e não ser parado? Quando o carro chegou à guarita não teve jeito, tive que descer e me informar. Lá estava ela, de novo a me importunar, a dor de barriga e o frio na espinha. Pensei logo: Não vão nos deixar passar de jeito nenhum, vamos ser barrados. Na guarita um guardinha com um rádio me pergunta o que eu quero. Sem titubear vou logo dizendo: O chefia como eu faço para acessar o Rio Mogi? Ele olhou na minha cara, me examinou de cima em baixo e disse: “Atravessa a linha na torre que lá tem uma corda que da para descer até o Rio Mogi. Suspirei aliviado e voltei para o carro e pedi para o motorista avançar mais uns 50 metros para nós podermos descer as mochilas sem chamar muita a atenção. Despedimos-nos do dono do carro e cruzamos aceleradamente pela linha sem ao menos olhar para trás. Eu queria chegar ao Rio o mais rápido possível. Estávamos parecendo tartaruguinhas recém saídas do ninho correndo a toda velocidade para a água. Chegamos à tal torre e nada de achar a tal corda. Eu já tava a fim de me meter na capoeira e abrir o mato no peito de tanto medo de sermos pegos.Fomos seguindo a linha do trem até a cremalheira, que fica enfrente á estação velha. Foi lá que vimos uma trilha bem larga , quase uma estradinha saindo á esquerda e o mais rapidamente pegamos aquele caminho e saímos de vez das vistas do pessoal da Oficina de maquinas. Andamos uns cinco minutos na trilha larga. O Dema ia a frente e foi ele quem deu o alarme:”fodeu Divanei , tem um guarda aí na frente e ele já nos viu”. De novo minhas pernas tremeram.Faltava tão pouco e os cara foram nos pegar justo aqui.Mas não era um guarda,era só um morador de um casebre que roçava o terreno com um facão e estava com um uniforme. Perguntamos pelo Rio e o gentil “Seu Severino “ nos guiou até ele,abrindo a picada com o facão. Finalmente estávamos no famoso Rio Mogi. Já passava das cinco da tarde e a noite não tardava em cair. Despedimos-nos do seu Severino e começamos a subir o rio, que tinha águas limpas, mas não cristalinas por causa de um tributário próximo que trazia um pouco de sedimentos. Esta parte do rio é extremamente rasa, mas não há trilhas em sua margem, é preciso ir cruzando de uma margem a outra e escolhendo o melhor caminho para seguir. O dia já se foi e a nossa preocupação era arrumar um local para acampar. Foi quando chegamos a uma praia de areias claras e eu e o Dema batemos o olho e decidimos que o melhor local era ali mesmo. O tempo estava muito bom e não parecia que iria chover e então decidimos por não montarmos as barracas, iríamos bivacar mais uma vez. Acendemos o lampião de velas e enquanto alguns tomavam um banho outros cuidavam do jantar. Na areia da praia espalhamos um grande plástico e esticamos nossos sacos de dormir e isolantes. A lua chegou, mas não era uma lua qualquer, era uma lua cheia, esplendorosa, transformou a noite em dia e isso nos fez ficar conversando sobre a vida até altas horas da noite. Eu e o Dema confessamos a nossa apreensão. Tudo havia dado tão certo até agora que não descartávamos a hipótese de algo muito ruim nos acontecer daqui para frente. Era muita sorte para uma caminhada só, tudo estava parecendo um roteiro de filme. Fomos para a cama muito tarde, mas mesmo assim eu não conseguia pegar no sono, eu estava muito excitado com os acontecimentos. Fiquei olhando para lua cheia e pensando de como a vida pode ser extremamente simples e de como o ser humano precisa de tão pouco para sobreviver e ser feliz. Estávamos ali, quatro amigos perdidos no meio de um vale, a beira de um rio, dormindo ao relento e felizes da vida. Vai entender a cabeça dessa gente trilheira que encontra prazer nas maiores dificuldades, que dá risada do perigo, que vibra na hora que o bicho ta pegando feio, que se realiza em lugares onde a maioria das pessoas detesta e abomina. É, nós não somos mesmo deste planeta!!!!!! Apesar de estarmos no outono, o dia já amanhece extremamente quente e antes das 07 horas já estamos de pé. Estamos no sábado de aleluia, não temos nenhum Judas para espancar, mas temos pela frente um longo dia de caminhada, que nos promete trazer muita aventura e satisfação. Arrumamos tudo e partimos após o café. O caminho é sempre por dentro da água, vez ou outra alguém pisa em uma pedra lisa e vai beijar algum poçinho com mochila e tudo e aí acaba a frescura de tentar não molhar as botas. Um escorregão me fez dar uma boa ralada nos joelhos, sinal que experiência não garante coisa alguma, são as pedra que escolhem suas vítimas. Fomos subindo e em menos de uma hora de caminhada estacionamos na confluência do Rio Mogi com o Rio da Onça, onde se pode acessar o Vale da Morte e a tal Garganta do Diabo. Como estávamos super avançados no nosso roteiro por causa das caronas do dia anterior, resolvemos explorar um pedaço do vale, que estava a nossa esquerda. O Rio da Onça começa rasinho, mas alguns minutos depois já começa a aparecer os obstáculos. Os cânions começam a surgir e já é preciso passar com a água pelo pescoço. Foi aí que decidimos esconder as mochilas no mato e seguir de mãos vazias, apenas com uma corda e as máquinas fotográficas e o Lindolfo levou seu colete salva vidas, só para garantir. Fomos escalando os paredões e subindo por onde dava, algumas vezes era preciso mesmo se jogar com roupa e tudo dentro dos poços profundos e nadar. E nadar de roupa, bota e perneira e ao mesmo tempo segurar a máquina fotográfica para não molhar, era terrível. A água estava com uma temperatura super agradável, a adrenalina estava super alta, nunca sabíamos o que encontraríamos pela frente. Aquilo sim era aventura e das boas. Encontramos com um pequeno grupo que havia descido todo o Vale e aproveitamos a corda deles para subir em um paredão. Subimos o cânion por umas duas horas e voltamos. A volta foi super rápida, deixamos as frescuras de lado e voltamos por dentro da água mesmo, pois já conhecíamos os perigos. Chegávamos à beira dos poços e saltávamos e já saíamos nadando, pura diversão. Voltamos, portanto, novamente ao Rio Mogi e daí para cima o rio deixa de receber os sedimentos do Rio da Onça e suas águas são as mais cristalinas e pura que os olhos humanos podem ver. Coisa linda a cor daquelas águas. O único lugar que vi águas tão fascinantes foi ás margens do Rio Aiuruoca, quando acampei na travessia da Serra Negra,no Parque Nacional de Itatiaia. A grande diferença era que em Itatiaia a água era tão fria, que era impossível de tomar banho e no Rio Mogi não. A temperatura da água estava maravilhosa e no primeiro poço de mais de um metro de profundidade paramos para um banho de roupa e tudo e para fazer um lanche. Ficamos mesmo encantados com tanta beleza, mas o tempo passa depressa e era preciso voltar para a caminhada. De 100 em 100 metros aparecia um poço diferente e lá estávamos de novo imersos na água e inventando um adjetivo novo para descrever cada um dos poços e foi neste ritmo que ás 15h30min da tarde, chegamos ao Poço do pulo, onde encontramos um pequeno grupo desmontando seu acampamento. Nossa intenção era seguir até a famosa Prainha do Rio Mogi, uma meia hora á cima, mas como os garotos disseram que já havia um grupo acampando na área, decidimos ficar por lá mesmo, ainda mais quando vimos a qualidade do poço que passaríamos o resto da tarde. Poço de águas verdes, com uma enorme pedra para mergulho. Jogamos nossas mochilas no chão e demos por encerrado nosso segundo dia de caminhada e assim que o grupo partiu, montamos nossas barracas e fomos cuidar do almoço. Nossa comida já estava no fim e a única coisa que sobraria para o dia seguinte seria dois pacotes de miojo e uma caixinha de feijão pronta. Então o nosso almoço também seria a nossa janta. Almoçamos muito bem e passamos o resto da tarde nadando e conversando na Pedra do Pulo, até que caímos no sono lá pela cinco da tarde. Faltando pouco para as 06: horas o Dema me chamou para irmos conhecer a prainha. Topei o desafio e não gastamos mais de 20 minutos para chegar lá, o João e o Lindolfo continuaram no acampamento, descansando. Ao chegar à prainha encontramos três caras acampados por lá. Batemos um papo, tomamos um café e ainda descolamos um valioso pacote de macarrão. A Prainha do Rio Mogi é igualmente linda, mas como já estava escurecendo ,deixamos o banho para o dia seguinte e voltamos rasgando antes que a noite nos pegasse pelo caminho. De volta ao acampamento fomos tomar o último banho do dia e depois ficamos na pedra do pulo apreciando a majestosa lua cheia, batendo altos papos e tomando balde e mais baldes de café e de cappuccino. Então lá para 08h00min da noite resolvemos preparar os dois pacotes de macarrão instantâneo com feijão, já que agora tínhamos mais um pacotão de macarrão, que havíamos ganhado na Prainha do Mogi. Comemos ali mesmo na Pedra do Pulo, onde ficamos celebrando a vida e a amizade, até que resolvi me atirar para dentro da barraca, enquanto o Dema e o Lindolfo preferiram bivacar encima da Pedra do Pulo, nessa hora o João já havia morrido na barraca dele. No domingo de páscoa, acordamos preguiçosamente, sem muito compromisso com nada, apenas curtindo o bom e velho ócio, que é a arte de fazer coisa alguma. Vagarosamente, desmontamos as barracas. Tomamos café, demos mais uns pulos no paraíso de águas verdes e partimos. Subimos por uns 10 minutos, onde passamos pelo poço do sonrizal, que chamei por esse nome porque uma pequena queda fazia sair de dentro do poço milhares de bolhas, como se ele estivesse em ebulição. Outros 20 minutos foram gastos para alcançarmos a Prainha o Rio Mogi. Os três rapazes ainda estavam lá e já se preparavam para ir embora. Essa prainha é muito famosa na região de Paranapiacaba, porque é possível alcançá-la por uma trilha de não mais de 3 horas de descida, mas como tudo que desce um dia tem que ser subido ela acaba sendo uma trilha para ser realizada em um dia inteiro e intenso, dessa maneira não é muita gente que se aventura por aqui, ainda mais agora que a trilha esta fechada e vigiada pela fiscalização. Tanto que em dois dias de travessia pelo Vale do Mogi, só encontramos apenas dois pequenos grupos. O poço da prainha também tem uma coloração esverdeada, onde existe uma pedra que serve de trampolim natural. Passamos mais ou menos uma hora nos refrescando e então demos ás costas para o Rio Mogi e partimos para a derradeira subida. A trilha entra na mata pelo lado esquerdo de quem está subindo o rio e vai quase que subindo paralela ao próprio rio, vai cruzando vários riachos e em alguns pontos está tão fechada que é preciso procurá-la no meio da vegetação, sinal que está sendo pouco usada. Eu e o Dema vamos sempre à frente e hora ou outra paramos para esperar o meu primo e o João. È uma trilha longa, mas não de muita inclinação, mas o João e o Lindolfo já começam dar sinal de esgotamento. O Lindolfo não reclama, parece já estar resignado com o sofrimento que está por vir, mas o João não se faz de rogado. Reclama do aclive da trilha, da falta de comida, da falta de água, reclama da cor das borboletas e dos formatos das pedras. Passamos pelo último riacho, encho meu cantil e sigo. Ninguém mais se preocupou em pegar água. A caminhada foi se estendendo, a fome e a sede foi apertando, o João reclamando e dizendo que já estava para desmaiar. Quando vi que a coisa estava feia chamei o Dema em um canto e falei para ele assumir o cuidado com o João e o Lindolfo, que eu iria acelerar na frente até o ponto em que havia água e fazer o nosso rango. Tomei à dianteira e com um pé na frente do outro foi ganhando terreno sem parar nem para descansar. Em certo ponto da trilha me lembrei da água que eu havia guardado para uma emergência. Tomei um pequeno gole, fiz um totem com três pedras e deixei o meu cantil no meio da trilha na esperança de que ele pudesse salvar a vida dos que vinham atrás, pelo menos dos mais despreparados. Logo á frente encontrei os meninos que estavam acampados na prainha. Estavam parados embaixo de uma das torres de alta tensão que serve de acampamento. Perguntei sobre o ponto para pegar água e eles me disseram que eu deveria subir mais umas duas torres. Subi a mil por hora, feito um mamute arrebentando tudo que era mato no peito, até que encontrei a fonte de água cruzando a trilha. Bebi o quanto agüentei, peguei uma panela, acendi o fogareiro e coloquei o macarrão para cozinhar. À uma hora de distância de onde eu estava, o Lindolfo e o João lutavam para não desistir. O Dema dava o apoio psicológico. Disseram-me que o João teve que comer uns torrões de açúcar para conseguir seguir enfrente. De vez enquanto parava e deitava no meio da trilha e ficava lá feito uma barata tonta, com as pernas para cima (desculpa caro amigo eu jurei que não iria zoar, mas foi mais forte que eu, kkkkkk). Enquanto o macarrão cozinhava, passou por mim a galera do acampamento da prainha e me ofereceram uma panela de comida pronta e mais um pacote de molho de tomate. Agora sim o banquete estava completo. Logo apareceu o Dema e o Lindolfo e a notícia não era nada boa: “O João está puto com você”. Disse o Dema. Fazer o que, eu havia errado na quantidade de comida por causa da correria que foi na véspera do feriado. Sempre carregamos comida demais e dessa vez faltou. Meu erro quase fez um amigo sucumbir de inanição. Já era quase 3 horas da tarde e os caras não haviam comido nada, mas agora ali estava uma super panela de macarrão com arroz e legumes e um super suco de jabuticaba, espero que eles me perdoem. O João apareceu na curva da trilha. Era o demônio em pessoa, seus olhos arregalados me deram medo, pensei em fugir correndo mata adentro (rsrsrsrsr). O cara me esculhambou legal,foi difícil fazê-lo aceitar as minhas desculpas. Enchi um super prato de comida e dei nas mãos dele. O menino comeu feito um refugiado africano. Para reparar o meu erro, nem almocei, dei toda a minha comida para ele, afinal o erro havia sido meu, eu que pagasse pela minha falta de planejamento. Todos alimentados, as energias revitalizadas,o humor de volta, seguimos trilha acima até chegarmos ao mirante perto de uma das torres. Lá encontramos uma galera que estava indo ao poço Formoso. Já estávamos preocupados com a fiscalização na entrada da trilha, pois estávamos a menos de quarenta minutos de Paranapiacaba. A galera nos deu uma dica de uma trilha alternativa, que sai a direita antes de chegarmos onde estaria a fiscalização, mas acabamos não encontrando o tal bambuzal que eles haviam relatado e de supetão demos de cara com o carro da fiscalização. Pensamos em voltar, mas os caras já haviam nos vistos. Não havia mais nada o que fazer, era enfrentar aquilo de que havíamos corrido durante três dias. Fomos pegos e agora teríamos que enfrentar nossos pesadelos de frente, com a cabeça erguida, como homens que somos. Realizamos uma travessia perfeita, uma caminhada para entrar para nossa história de excursionistas. Uma caminhada para guardar para sempre na memória, uma caminhada de dias de aventuras intensas, de amizades e companheirismo. Erguemos a cabeça, estufamos o peito e olhamos direto nos olhos daquele que seriam os nossos algozes. KKKKKKKKK, eram dois tiozinhos jogando baralho dentro da vam do meio ambiente: “ Oceis num sabia que é proibido caminhar por essa trilha e que ela ta fechada pra recuperação”. Não senhor, nós não sabíamos, estamos vindo do litoral e não existe nenhuma placa indicando qualquer proibição,disse eu.” Pois é, agora ceis tão sabendo ! Nos despedimos dos dois “guardas” e ganhamos o estacionamento, passamos enfrente ao cemitério e estacionamos nossos corpos cansados e extremamente felizes enfrente a Igreja principal, exatamente onde tudo havia começado a três dias atrás. Na igreja de Paranapiacaba, tentei persuadir os meus amigos a descer até a grande ponte, mas os caras não queriam mais saber de dar mais nenhum passo. Então peguei minha mochila e fui dar uma volta na vila histórica. De cima da grande ponte, de frente para a réplica do Big Bem, fico imaginando e relembrando parte da minha infância, quando viajávamos de trem de Campinas para São Paulo para visitar meus avós. Isso acontecia todo final de ano. Eu e meus irmãos esperávamos o ano inteiro por isso. O meu país só tinha dinheiro para viajar de trem, eram tempos difíceis. Hoje o trem já não existe mais, meus avós já morreram, mas ainda me restam as lembranças. Lembranças que levo deste lugar maravilhoso, que por muito tempo reneguei ao esquecimento e ao desdenho, mas agora que o descobri, prometo voltar muitas vezes, para descobrir novos paraísos, para fazer novos amigos e para continuar celebrando a vida e a amizade com os velhos amigos, porque é isso que faz valer a pena continuar vivo, porque é isso que faz valer a pena continuar seguindo enfrente. Obrigado meus amigos, vocês foram demais........... DIVANEI GOES DE PAULA- ABRIL/2012
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Olá pessoal, todos bem? primeira vez aqui no mochileiros.com. Gostaria de fazer uma trilha leve em Paranapiacaba no inicio da semana. Alguma dica de trilha gratuita? Contatos? É necessário agendar ?
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Eae gente, deixa eu perguntar, alguém que acampou recentemente em Paranapiacaba ou conhece algum camping lá? Li umas matérias na internet que falaram que estava proibido, porém são matérias muito antigas, alguém sabe me dizer como está a situação lá? Valeu ! ^^
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Diferente do que aparenta ser, e do que muitos pensam, o Vale da Morte não tem esse nome por ter acabado com a vida de muitos que se aventuraram por suas fendas estreitas e perigosas. O nome, como um estigma, vem sido mencionado com veemência desde a década de 80, quando o Pioneirismo do Polo Industrial chegou no Brasil e se instalou na parte baixa da Serra do Mar, mais precisamente em Cubatão, produzindo fumaças tóxicas, colorindo e aromatizando o ar com uma névoa permanente, densa e venenosa, pairando naquele lugar. Com isso, a fauna e flora local ia sendo trucidada pelo desmatamento desenfreado, que abriu uma gigantesca clareira na floresta, para posteriormente, fincarem raiz na Baixada. Com tanta poluição, não demoraria muito a aparição das doenças que, quando começaram a aparecer, causaram espanto com a gravidade do problema: "em seis meses, no período de Outubro de 1981 à Abril de 82, nasceram 1868 crianças: 37 estavam mortas; outras cinco apresentavam um terrível quadro de desenvolvimento defeituoso do sistema nervoso; três nasceram com anencefalia (ausência de cérebro) e duas tinham um bloqueio na estrutura das células nervosas que ligam o cérebro ao resto do corpo através da espinhal dorsal (fechamento do tubo neural)." Dentre tudo isso, e outros agravantes, a ONU deu à Cubatão o título de cidade mais poluída do mundo. E com essa repercussão mundial passou a ser chamada de Vale da Morte. Pois havia ali uma mortandade horrenda do meio ambiente. Travessia pelo Vale da Morte (Rio da Onça) Confesso que sempre tive muita vontade de fazer esse roteiro. Coragem, respeito e admiração não faltavam da minha parte, mas por diversos motivos tive que adiar essa travessia por dois anos. Quando eu queria, não encontrava companhia disponível, ou corajosa o bastante para tal feito, quando aparecia alguém indo, e me convidava, era eu quem estava enrolado com as datas e acabava não podendo ir. Isso me dava nos nervos. Teve vezes de chegar a arrumar meus aparatos na mochila e querer encarar o desafio sozinho, mas quando chegava a hora, eu via que o mais sensato era eu admitir que não tinha peito para ir sozinho, e que o certo era esparar minha vez chegar e ir acompanhado, pois estar num lugar como aqueles e não ter alguém que te socorra de imediato, caso precise, pode ser fatal. O Vale da Morte não admite erros. Vinte e dois de Janeiro de 2016 foi a data de início que, por algum motivo, fui escolhido para atravessar a "Rainha da Serra." Para meu espanto, eu estava calmo, sem anseios, sem medos e sem aquela vontade louca de estar lá (diferente das vezes que não pude ir). Creio que estar indo com pessoas experientes, que já haviam percorrido o Vale mais de duas vezes, me passava confiança. Mas quando deu 21h do mesmo dia, e eu chegava na estação Brás da CPTM, junto ao Paulo, percebi que teríamos uma tarefa árdua pela frente. Eu pensava que seríamos um grupo de 8 pessoas, no máximo, mas quando chegaram todos, fechamos ali um grupo de 11 aventureiros e seguimos até a Estação de Rio Grande da Serra, onde encontramos o Prince, e completamos nosso clã com 12 membros. Dentre todos, eu conhecia apenas o Loures e o Paulo, mas como não sou antissocial, logo estaria entrosado com todos. Já na estação de RGS, esperamos o ônibus que leva à Paranapiacaba por muito tempo. Tempo suficiente para irmos atrás de táxis para para nos levar até o ponto de partida da caminhada. Conseguimos 3 carros, e rapidinho já dávamos os primeiros passos na Estrada do Gasoduto, e pouco depois entrávamos na picada à esquerda. Trilha que leva ao Lago Cristal. Seguimos entre prosa e risos, escorregando, tropeçando e atolando os pés no lamaçal que é aquela via. Mas não era coisa de outro mundo. Pra mim, só tive problemas com 30 minutos de caminhada, que foi quando minha lanterna de cabeça falhou, foi à óbito e nunca mais voltou, rs. Conclusão: tive que seguir na rabeira de quem tinha luz o suficiente, já que a lanterna reserva que eu tinha na mochila também falhava Deu 01:30 a.m. Foi quando pisamos nossos pés no entorno do Lago Cristal à procura de um lugar para o primeiro pernoite. Coisa que não foi difícil, pois todas as áreas de acampamento dali estavam vazias. O que é um caso raríssimo (mais raro do que a lua de sangue). Nos dividimos em duas áreas diferentes, pois a que comportava todas as redes e barracas estava dominada por muita lama. Assim encerramos a primeira etapa. Sábado, 23 de Janeiro, de 2016 Aos gritos de Booom diaaa, do Vinicius, levantamos e preparamos o café da manhã, ajeitamos as tralhas e demos início a caminhada do dia às 9h. Descemos sem novidades, sem dificuldades a parte do Rio Solvay até a Cachoeira Escondida, mas quase não houve pausa para fotos, só a olhamos de longe, demos bom dia e seguimos rs. A parte do trepa pedra sempre é ruim de se avançar, tem que ter cautela pra que ninguém se machuque, e com um grupo numeroso, esse tempo se estende. Chegamos local que o Portal do Vale se apresenta de forma única, linda e sem igual, da mesma forma de sempre: entre a neblina e o céu cinzento de todas as manhãs da Serra. O peso que vinha nas mochilas, junto ao esforço físico, ia fazendo as energias minarem, e a fome não tardou a aparecer. Quando chegamos na junção tríplice dos Rios Solvay, Vermelho e Areias, passamos com calma pela Cachoeira do Portal, e em sua base, onde começa o Rio da Onça, paramos para um lanchinho, um descanso, fotos e tibuns para alguns. Quando decidimos continuar, levamos pouco mais de uma hora até o ponto mais conhecido do Vale da Morte: A Garganta do Diabo, onde o rio se estreita dentre dois paredões de aproximadamente 10 metros de altura, o que transforma o lugar num cenário sem igual, e até recreativo. Pois é da parte mais alta desses paredões que os mais corajosos saltam, fazendo um mergulho recheado de adrenalina a flor da pele. Essa era a vontade de alguns do grupo, mas como estávamos com um pouquinho de atraso, foi melhor não arriscar, rs. Antes de chegar ali, outro grupo nos alcançou, e nas honrarias e cumprimentos, perguntaram o que faríamos, explicamos que desceríamos até Cubatão, completando a Travessia. Se espantaram, e até perguntaram: As meninas também vão? Sim, elas também vão - foi a resposta. O Espanto e admiração se estampou e imediato no rosto deles. "Corajosas, hein. Eu estudo esse trajeto a muito tempo, e estou vendo a melhor hora para fazer isso. Parabéns aí, e bom rolê pra vocês" - disse um deles. Depois disso nos separamos, e eles seguiram num ritmo mais rápido. Foi nessa hora que algumas das meninas começavam a entender a dimensão do que estavam prestes a realizar ali. Com isso veio a preocupação, mas aquelas meninas não estavam nem um pouco dispostas a desistir. Cada rosto trazia o desejo pela aventura.Isso era claro. Quando chegamos na "Goela do Tinhoso," foi avisado que a partir dali, começaríamos a ter maior dificuldade para transpor cada obstáculo. E isso foi confirmado no ponto de escalaminhada que o lado direito do rio oferece como meio de passagem àqueles que pretendem seguir em frente. Os "caras" que estavam na frente, subiram assim que chegamos. E isso foi bom, pois sem a jogada tática de ter alguns homens na parte de cima, puxando as meninas através das mãos e cordas, e o restante dos homens na parte de baixo, dando sustentação aos pés e pernas para que as meninas pudessem subir, não haveria progresso. Mesmo assim, houve situações em que duas das meninas, por se estabilizarem com as pernas entre abertas nas rochas se colocavam, sem querer, como pêndulos a balançar de um lado para o outro, prestes a cair, mas saíram intactas daquela "prova de fogo". Aliás, teve um dos momentos em que, ao agarrar a mão do Loures na tentativa de subir, a Kelly jogou todo o peso de seu corpo para trás e quase despenca piramba abaixo. O que causaria um estrago e tanto, pois eu estava logo abaixo fazendo apoio à ela. Fizemos um novo tempo de parada para descanso, contemplação e fotos, e continuamos. Até então, tudo estava indo de vento em popa, a felicidade era dominante entre todos, e os mais experientes sabiam que a partir dali começaria a brincadeira de gente grande. Começava, ali, a maior prova dinâmica que poderíamos passar, e saber se estávamos aptos a superar a nós mesmos e contribuir com solidariedade e companheirismo uns aos outros, agindo no coletivo e deixando o individualismo de lado. Até me lembro de ter dito: "quem quiser desistir, esse é o momento! Por que agora o bicho pega." E foi isso que aconteceu! O bicho pegou a partir desse ponto. O Loures, em comentário discreto, me pediu para que eu tivesse paciência, e que seria uma das travessias mais difíceis que teríamos. Não pela grandiosidade, quantidade e dificuldade dos obstáculos, mas, sim, pelo caminhar da alcateia, que teria que ser a mais tática possível, caso quiséssemos sair vivos dali. Saímos com o "peito aberto à balas," seguindo o último vestígio de trilha que há naquele trecho do vale. Passamos pela via que trás de volta quem pula na Garganta do Diabo e sai da correnteza antes dela formar a próxima queda dágua: a Cachoeira do Anúbis. Descemos um pouco mais, varando mato pela direita. Vendo o quanto nos adiantamos, questionei se não passaríamos na Cachoeira do Anúbis, que fica logo na sequência da Garganta, o Prince afirmou, respondendo que não. Então seguimos os passos do Loures, que liderava a aventura abrindo o caminho com fortes golpes de facão, que só pelo tamanho e peso não fazia muito esforço para tal finalidade. rs. Mais dificuldades apareciam pelo caminho, sorrisos se extinguiam como chama de vela acesa sob o vento forte soprando ao ar livre, o suor escorria pela testa, se fazia nascente nas costas, encharcando camisetas e eliminando as energias que teimavam em sustentar o peso daquela árdua atividade. Um poção aqui, outro poção acu lá, nos afastávamos do rio, e voltávamos a acompanhá-lo. Um detalhe que, vez ou outra, martelava minha cabeça era o fato de estarmos em desacordo com os ponteiros. As vezes eu perguntava, á quem já fez aquela travessia, se tinha como terminar em tempo com o combinado, e a resposta era sempre a mesma: sim. Chegamos no topo da Cachoeira do Poção, a mais bonita da travessia (minha opinião), nem tão cansados, mas paramos por um tempo suficiente para que todos tirassem fotos na quantidade que quisessem, se alimentassem, e se renovassem para a nova etapa, que sem sabermos, que iria judiar de quem estivesse menos preparados. A única coisa que ouvi dizer, foi: a subida que contorna a cachoeira, e te coloca de volta no rio, é íngreme. Mas não imaginava tanto. Devido ao grande número de "trilheiros" que ali passam, agora já há um caminho certo a seguir. Noutrora, quando o Loures esteve por lá com outros amigos, tiveram que meter os peitos morro acima. Aliás, voltando à subida íngreme, que morro é aquele? Meu Deus. Deviria se chamar: Morro do quase morro. rsrs. Enquanto subíamos, vagarosamente em direção à crista, atentos com as armadilhas naturais, e quase colocando a língua no queixo por conta do esforço feito, a enorme cachoeira que desce a escarpa direita do Poção ia ficando lá embaixo, cada vez mais longe, parecendo uma pequena queda, diferente do que realmente é. Grande e grandiosa, charmosa. O ritmo foi o mais lento possível, pois as cargueiras começavam a cobrar um preço alto por terem sido preenchidas com tantos trambolhos. As meninas sofriam cada vez mais, o pedido de ajuda era evidente no olhar de cada uma, que mesmo sem forças, não fugiriam à luta. Nem todos tem a mesma paciência de Jó, e aos poucos notava-se que o excesso de gentileza, que passaria mais segurança à elas e manteria o psicológico mais resistente, ia sendo deixado de lado por alguns homens do grupo. Quando chegamos na parte mais alta da crista, quase 1h depois, os cinco minutinhos de descanso se estenderam por 15 min, mais ou menos. Era hora de se preparar, já que depois de uma grande subida existe uma descida infernal, onde santos não ajudam, e diabos te empurram, seria tenso e demorado o avanço por lá. Começamos a descer num ritmo mais lento do que se possa imaginar. Nos separando em três grupos em alguns momentos, pois as meninas tem aquela dificuldade de "tacar o foda-se," e se jogar sem medo nos obstáculos mais fáceis (pelo menos pra nós "H") que aparecem. Em determinado momento, vendo que o atraso era enorme, e que não sairia disso, paramos, Loures, Luciana e Eu, para esperar o povo de não aparecia, e solicitamos que seguissem em frente, Potenza, Natan e o Adriano (o Primo), na tentativa de sondar terreno e ver se haveria local com espaço suficiente para que pudéssemos passar a noite, razoavelmente bem. Já que o próximo ponto de acampamento seria na base da Cachoeira do Pé de Limão. Eles continuaram a descer pelo caminho de água (agora seco) que estávamos, se desvencilhando de cipós, driblando os espinhos e formigueiros, e atentos com pedras soltas até encontrar o Rio novamente. Mas no meio de tanta destreza, num grupo numérico, dificilmente alguém sairia ileso de alguma armadilha. E nesse caso, foi eu. Não sei se parado a esperar, ou esbarrando na vegetação, formigas tocandira subiram em mim, sem que eu nem percebesse. E como se fosse um comando sincronizado, começaram a picar meu pescoço e minhas costas. De imediato já fui jogando a mochila no chão, tirei a camiseta e comecei a bater com ela por toda parte do corpo. Acabei sendo "picado" 5 vezes (4 nas costas e 1 no pescoço). Fiquei com calombos beeem salientes no alvo das mordidas, e uma ardência, uma dor insuportável no local. O Potenza sabe que não sou de chorumelas, frescuras e afins. Só olhou meu rosto transtornado de dor e já fazia ideia do quanto eu estava sofrendo. Passados uns 40 minutos, e a gente ainda esperando o povo, volta o Primo, respondendo aos meus silvos de apito e vindo de encontro até a gente. Afirmou que não havia local para acamparmos, e subiu direto até onde estavam as menias para ver no quê poderia ajudar. Acabou trazendo mochilas. A procura de abrigo Com todos na margem esquerda do Rio, ao pé de uma linda cachoeira com a queda separada por uma rocha, os mais experientes já sabiam que teríamos uma noite de cão. Não havia mais tempo hábil para avançar e encontrar algum lugar que comportasse o grupo, muito menos faríamos essa busca durante a noite. Como um bom líder de grupo faz, Loures saiu com o facão na mão, e eu o acompanhando, a procura por algo que fosse menos horrível para nós. Rodamos todo o entorno, dos dois lados do rio, e o que encontrávamos erma apenas pirambas atrás de pirambas, impossível de estabelecer uma estada noturna. Quando voltamos, a rapaziada já estava a "abrir/limpar" uma espécie de clareira pra que pudéssemos armar acampamento por ali, mesmo sendo difícil. Na insistência de achar algo melhor, seguimos uns 80 metros rio acima, Prince e Eu, até esbarrar com a Cach do Pé de Limão, onde consegui ver uma área plana e mais aberta na margem oposta, apontei ao Prince, e enquanto ele foi averiguar, eu continuei escalaminhado as rochas inclinadas e escorregadias um pouco mais acima, mas nada encontrei. Na verdade, encontrei um sarna pra me coçar. Quando fui tentar descer, não achei fendas para apoiar os pés e as mãos. Desci escorregando sem parar, com um medo da "preula" de me arrebentar no patamar abaixo. Por isso, enquanto eu descia igual um caminhão sem freio, assobiava igual um louco, na intenção de que o Prince visse onde eu iria cair, e se algo acontecesse, ele saberia saberia onde me encontrar. Menos mal que só foi um susto (o menor da travessia). Quando voltamos de junto ao grupo, mencionamos o achado, e julgamos que não compensaria retroceder com toda galera para lá, já que isso nos tomaria mais de uma hora. Com toda aquela situação de perrengue, ao lembrar dos perrengues que passou sozinho nessa mesma travessia, um dos nossos não conteve o choro compulsivo. Assim diz o Potenza - que me contou com surpresa. Com boa parte do espaço já aberto, começamos a armar as redes e dividir os "cantos" para quem iria bivacar. A ideia foi a seguinte: como as meninas estavam bem debilitadas, com esgotamento batendo às portas, preferimos deixá-las descansar/dormir, nas redes, com o máximo de conforto que poderíamos arranjar naquela noite, enquanto os homens se ajeitariam no chão mesmo, onde desse. Foram armadas 5 redes, 3 espaços no chão foram o suficiente para acomodar o restante do pessoal. Não foi fácil. A Kelly jurava de pés juntos que não dormiria numa rede daquelas, que seria inseguro, que iria cair, coisa e tal. Ficou de pé um tempão, passando frio, se distraindo com o "conversê" entre as meninas, e na hora que decidiu deitar, a profecia se cumpriu. Vira daqui, mexe dali... ploft! Kelly ao chão. Levou um tombo de cima da rede e quase sai rolando ladeira abaixo rsrs. Sorte a dela, que Prince pernoitou numa rede que estava "vaga," fez chazinhos e afins para esquentá-la enquanto tremia de frio. O que se sucedeu depois disso eu não sei dizer, pois o corpo precisava descansar, já tínhamos terminado o jantar, então me acomodei num cantinho, "plano", duma rocha, de onde o Loures rolou duas vezes durante a madrugada, e Eu tive que segurá-lo para não sair rolando na piramba. Na outra extremidade das redes se acomodaram o Primo e o Natan. Já o Potenza, que ficou batendo cabeça de um lado pro outro, acabou sendo largado a passar a noite numa parte que a primeira vista era um tanto que escrota, mas na hora H se mostrou com um solo bem fofo, e por sorte, ele fez seu bivak ali mesmo. Onde jura ter escutado uma cobra passando do lado do seu rosto, fazendo aquele característico barulho com a língua, e a viu um pouco distante quando acendeu a luz da lanterna. Na manhã seguinte todos acordaram sãos e salvos. Demoramos demaaais para tomar café, recolher acampamento e darmos partida na caminhada do dia. Era mais de nove horas quando atravessamos o rio até a outra margem, pois continuaríamos pela mata, onde já se notava que o aquele domingo não seria fácil! Obstáculos de monte, encostas a subir na base da unha, pouco espaço para que um ajudasse o outro a prosseguir. Tava F***. Em um determinado momento tivemos que ganhar altitude para contornar duas rochas, altas, que afunilavam o rio e não nos dava passagem. A solução foi tocar pra cima. E isso trouxe problemas. O grupo seguia alinhado, com o Potenza na frente, num terreno extremamente íngreme e sem firmamento algum. "Degraus" não existiam, achar qualquer espaço plano que coubesse o pé era como ganhar na loteria, a vegetação era escassa, raízes expostas também, à nossa esquerda o morro descia escarpado até encontrar a marginal rochosa que acompanha o barulhento rio. Qualquer queda dali poderia dar merda. E quase deu. Cada curto espaço do terreno inclinado que passava um membro do grupo ia sendo rapidamente desgastado pelo pisoteio, deixando pequenos apoios quase inexistentes, insustentáveis. Numa parte elevada a isso tudo, eu estava oferecendo ajuda, entrelaçando as mãos e punhos, puxando quem precisava. E foi nessa hora, antes de se firmar na minha mão, ao tentar puxar uma fina raiz fincada na terra, e impulsionar o pé direito em um pequeno apoio gasto, a Thays despencou rápido, ralando toda parte frontal do corpo no barranco, tentando se prender, se agarrar em algo firme, mas não tinha, e o peso do corpo somado com o peso da mochila fazia ela descer mais rápido ainda. Por sorte, ela se lembrou de manter as pernas abertas, e foi aí que ela conseguiu parar, presa numa árvore. Eu, não sei como (por instinto), de imediato, desci a ribanceira correndo quase no mesmo tempo que ela, e quando ela parou, eu travei seu pé com o meu, dando apoio para que ela não descesse mais. Foi um susto e tanto. Enquanto a gente aguardava ajuda para nos tirarem de lá, alguns tentavam subir ainda mais, e com tanta agitação, foi inevitável começar a rolar pedras em nossa direção, ora passando perto, as vezes mais afastadas, mas teve uma que foi certeira no meu joelho. A pancada trouxe uma dor dor cara***, e fez com que me debruçasse sobre a Thays, mas num flash de consciência, me lembrei que eu estava ali para dar apoio a uma mulher que rolou precipício abaixo. Então eu tive que me mante forte. Recobrei minhas forças até o Loures e o Prince chegarem lá embaixo para ajudar removê-la. Mas, antes disso o rebuliço continuava lá encima, e outra pedra rolou, porém, bem maior e mais veloz. Nossa sorte foi que ela quicou e passou sobre nós, por que se acertasse na cabeça de um dos dois, se não matasse, com certeza deixaria desacordado. Aí sim a merda estaria feita. Passado o susto, O Loures retomou a liderança da jornada e decidiu que teríamos que nos afastar mais do rio para fugir do perigo eminente, e subir a crista até o topo pra depois voltar a descer numa parte onde pudéssemos estar mais seguros. Subimos, subimos e subimos, passando por mais um caminho enfestado de espinhos, até dar no topo do morro. Era evidente que o peso da travessia estava sendo cobrado a cada passo dado, pois algumas meninas estavam esgotadas. Paramos naquele topo, onde havia uma área plana que serviu para alguém, ou algum grupo num passado não tão distante. Roupas abandonadas foram o rastro deixados para trás. Começamos outra descida fervorosa em direção a um afluente que, visivelmente, era detentor de algumas grandes quedas. Tivemos que buscar os meios mais favoráveis para seguir, mas parecia que algo conspirava contra o nosso grupo. Em determinado momento, ao vencer um simples barranco, um patamar baixo, tivemos que fazer corrente humana (Adriano, Loures e Eu) para que os últimos pudessem passar em um lugar que oferecia uma queda de uns 3 mts de altura. Nada fatalmente tão perigoso, apenas o suficiente para causar uma situação nada fácil de ser superada. Passado por isso, atingimos outra descida forte, com caminho mais vantajoso de ser traçado, e fomos seguindo por ali. Hora caindo, hora nos divertindo com as palhaçadas, mas sem andando em um ritmo vagaroso. Grandes pausas eram feitas para reagrupar o povo. Quando atingimos o rio novamente, aproveitamos para fazer um merecido almoço, em uma parte ampla e plana do rio da onça. Ali o tempo foi gasto à vontade, muitos de nós achando que o pior já havia ficado para trás. Particularmente, eu só me preocupava cem findar a travessia no mesmo dia, e de preferência, no início da noite (no máximo). Tanto é que eu sempre perguntava para quem já havia feito o percurso, e a confirmação era satisfatória. TENSÃO Continuamos a pular pedra sobre pedra, sem serpenteando pelas poucas curvas que surgiam. A alegria vinha a tona, pois os "poções" da reta final da travessia se aproximavam, e "neles" teríamos umas das partes mais esperadas de todo o trajeto: cada um ser levado pela leve correnteza que transita por aqueles poções. Alguns estreavam suas bolsas, e sacos, estanque, doidinhos para boiar, poucos se arriscariam a ir nadando, e os demais usavam colete salva vidas. Me lembro dos que foram na frente: Natan, Adriano, Potenza, Vinícius e Prince. O restante, inclusive eu, se preparando e criando coragem, ficaram para trás. A Thays Marques foi uma das primeiras (se não a primeira)mulheres a pular. Ela disse que sabia nadar muito bem, e na confiança soltou a mochila estanque. Só que o poção fazia uma divisão de águas. Uma parte corria em direção favorável, dando continuidade ao rio, já a outra parte, mais forte, fazia um refluxo (tipo um redemoinho) levando água com muita força ao canto do piscinão. E foi nesse canto que o refluxo encurralou a Thays. Ela lutava tentando sair de lá, dava muitas braçadas, mas não saia do mesmo lugar. Até que, de repente, ela perdeu as forças, sentiu cãibras, e afundou. Quando emergiu novamente, já cuspindo água, conseguiu gritar o nome do Natan (que nada muito bem). De imediato ele pulou para prestar socorro, e enquanto ele tentava segurá-la de uma maneira firme para tirá-la de lá, o desespero ia ganhando a cena, ela afundava e puxava ele junto. E o risco da tragédia só aumentava. Foi aí, nesse momento que pulou o Loures para dar um suporte e afastar o risco dos dois se afogarem. Mas, como tinha tudo para dar errado, o Loures também começou a ter cãibras, teve que se afastar dos dois para não agravar a situação. A Kelly entrou em estado de choque (paralisou), não conseguia se mover para nada, e Eu só enxergava o colete que estava no corpo dela. Eu puxava, tentava arrancar, aos gritos: dá o colete, dá o colete. E ela, travada, com o olhar fixo no nada só conseguia perguntar: vai precisar? E Eu gritava de novo:dá o colete. No final do Poção o pessoal do outro grupo não conseguia ver o que estava acontecendo, pois havia uma rocha lhes tapando a visão. E sem entender muito bem, quando eu gritava, assobiava, e sinalizava chamando eles com urgência, vinham devagar. Sem presa nenhuma. Enquanto isso a Thays já tinha afundado três vezes, engoliu bastante água, estava pálida, lábios roxo, e quase sem forças. Quando o Prince chegou por cima da rocha e viu o que acontecia, pulo de cabeça na água, e por baixo, já foi por trás da Thays, a segurou e ergueu com um braço, fazendo ela respirar melhor. Eu, sem saber nadar, não tinha condições de mergulhar em auxilio à nossa colega, só pude chegar até a beira do piscinão e dar a mão ao Loures, e depois ao Prince, junto com a Thays, para saírem daquele pesadelo. Uffaa, essa foi por pouco, e foi um susto e tanto. Demorou para o grupo se restabelecer psicologicamente. Era nítido que o risco de morte foi grande, e que isso havia desestruturado alguns dos nossos. Mas, como era pra ser, seguimos. E muita coisa ainda estava por vir, sem que ninguém esperasse. Prosseguimos, analisando a prova de fogo que tínhamos passado, e dando graças a Deus por nada de pior ter acontecido. Pois a dona Morte deferiu seus golpes de foice, mas todos foram em vão. Ainda bem. A SEPARAÇÃO "A batalha pela vida" nos tomou um tempo enorme. Alguns ainda tinham esperança de finalizar a travessia no mesmo dia. Eu já estava entregando os pontos em relação a isso. Era óbvio que não conseguiríamos. Ao chegar numa última cachoeira (a pedra em nossos sapatos), já eram quase 20h, do horário de verão, e faltava muito chão pela frente. O Prince desceu essa cachoeira para analisar a situação e ver se seri uma boa ideia passar com o grupo pelo mesmo caminho (e não era). Mas não tinha como o Prince voltar, muito menos submeter o grupo a tal proeza em meio ao crepúsculo. O Potenza tentou seguir por esse mesmo caminho, mas, não conseguia avançar, nem retroceder. Teve de ser resgatado pelo Vinícius, por que estava correndo perigo. Por conta da dificuldade do obstáculo, ficou decido que o Prince continuaria pelo rio, e todo o restante do grupo iria varar mato até nos encontrarmos mais adiante. Foi um erro. Enfrentamos uma dificuldade descomunal para ganhar altitude sobre uma rocha, toda molhada, que nos servia como o único caminho existente daquele lado do rio. Sobe um, puxa o outro, sobe outro, puxa o próximo, e assim por diante. Estávamos crentes de que a perda de tempo era grande ali, mas não sabíamos que perderíamos muito mais tempo nas próximas dezenas de metros. O caminho estava muito fechado, e quem estava indo na frente (Loures), teve que trabalhar feito gente grande. E ele se mostrava incansável, devastando o que tinha pelo caminho, com a gana de querer nos tirar dali o quanto antes. Mas o trecho era perigoso, beira de penhasco, com valas terminavam no fundo do vale. Metade do grupo não tinha lanterna, umas pifaram, outros não trouxeram. E isso só atrapalhava no progresso. Pois precisávamos Jogar luz nas árvores para que o Prince acompanhasse a altitude e a direção em que estávamos. Entre toda dificuldade que tínhamos, gastamos exatas 3 horas para cruzar um trecho que, talvez, não tivesse 300 metros. E ao chegar no rio novamente... Cadê o Prince??? Começava ali uma preocupação que castigava. No ponto mais aberto do rio, amplo e apropriado para estarmos todos juntos novamente, nosso amigo não estava lá. Um trio dos nossos subiu, às escuras, por um tempo o contra fluxo do rio, mas retornaram sem boas notícias. Ele havia fica mais atrás de nós. Por se tratar de um cara que é bastante experiente, conhecedor da região, e de técnicas que lhe manteriam vivo até a luz do dia seguinte chegar, optamos por dar continuidade ao plano de irmos até a Estação Raiz da Serra, e passarmos a noite por lá. Já que não havia a menor possibilidade de terminar o que faltava, quase 5km, naquela mesma noite. Já eram 22h20. Já em terreno mais aberto, e próximo da baixada, conseguimos sinal de celular para avisar os familiares que estávamos todos bem, e que por motivo de atraso teríamos que passar mais uma noite na mata. Nos vimos rumo ao glorioso final dessa travessia quando, no início da madrugada, arrastávamos nos carcaças pelo tortuoso do Rio Mogi em seu trecho final. Aquela parte, cheia de pedras arredondadas, e soltas, que quando são pisadas fazem o favor de te desequilibrar. Isso se não for ao chão. Esse foi um das partes mais cansativas. Já tínhamos um acumulo de desgastes e situações vindas dos dois dias que se passaram. A cada 10 minutos caminhados, um dos nossos deitava nalguma ilhota do rio, com mochila nas costas mesmo, e desabava para poder descansar. A Kelly, alem de estar com a maior parte dos ombros queimados, estava fazendo tudo isso usando tênis sem meias. Resultado? A constante umidade nos pés, e o atrito entre dedos e as pontas do interior dos calçados, lhe causou um problemão: a perca de duas unhas dos dedos dos pés. Isso lhe incomodava tanto, trazia uma dor incessante, que a garota não aguentava mais. Andava com o braço dado ao meu, se apoiando para não cair, e a cada 10 minutos ela perguntava se estávamos chegando. A resposta, claro, era uma tentativa animadora de afagar seu sofrimento. Mas tudo que lhe dissessem seria em vão. Em determinado momento, em um surto de fraqueza psicológica, ela começou a gritar, chorando e dizendo que estávamos enganando ela, e que ela já não aguentava mais, coisa e tal. Foi difícil. Se não fossemos, o Loures e Eu, conversar com calma, acalentar com toda paciência do mundo, seria mais penoso continuar. Demos graças à Deus quando vimos que a água do rio já não cobria apenas nossos tornozelos, e sim as nossas cinturas. Um sinal de que já era hora de abandonar o leito penetrando a mata da margem esquerda e chegar na antiga, e abandonada, Estação Raiz da Serra. Um lugar sujo, depredado e fedorento que nos veio como um palácio para passarmos a noite. Pronto, estávamos satisfeitos! Ops, nem tanto... Cadê o Prince??? O certo, seria encontrá-lo por lá. Já que estava sozinho, e em terreno aparentemente mais transitável que o nosso, teria uma vantagem sobre nós. A não ser que algum empecilho pudesse ter atrasado ele pelo caminho. Lógico que a preocupação reinou sobre todos. Onde será que estava aquele cara??? Mesmo estando preparado para enfrentar e aguentar uma noite a mais, coisas acontecem. Né? O tempo foi passando, e nada do Prince aparecer. O cansaço dominou geral, e todos foram sendo derrotados pelo sono, largados no chão, ou, pendurados em suas redes. A esperança derradeira era que ele tivesse avançado, alem dali, seguido até a rodoviária de Cubatão para passar a noite por lá. Às 03h30 da madruga, ouço passos quebrarem os azulejos soltos pelo chão. Era a Thays perambulando pra lá e pra cá. Ao levantar para ver o que causava aquele barulhão, ela me perguntou: - Vgn, você vai embora que horas ? - o quanto antes. - respondi. - nós, Kelly e Eu, estamos indo embora agora. Não quer vir com a gente ? - vou sim! só me deem um tempinho para recolher minhas coisas, e nós já vamos. Foi uma das melhores coisas que eu poderia fazer naquele momento. Além de ter compromissos inadiáveis na segunda feira, as duas estavam dispostas a saírem dali, ainda na madrugada, sem saber o caminho. E ainda faltavam uns 3 km’s até o ponto de ônibus. Poderia dar merda. Já com minhas coisas arrumadas na mochila, acordei o Loures, que roncava feito um Javali, e avisei que estaria acompanhando as meninas. Ele fez sinal afirmativo e achou bom que as duas não fossem sozinhas. Pisamos nossos pés para fora daquele casebre bem na hora que descia um trem pelo sistema CREMALHEIRA. Nos escondemos por trás de outra casinha trancada com correntes e cadeados, esperamos por uns 15 minutos até acabar o vai e vem de alguns funcionários da empresa, e saímos assim que a “barra estava limpa.” Claro que foi um caminho que parecia não ter fim. Andar entre os trilhos, tropeçando nos dormentes e pedras, não é nada animador. Chegamos no ponto de ônibus já com a luz do dia, embarcamos sem demora, e em poucos minutos já estávamos desembarcando no Terminal Rodoviário de Cubatão. E enquanto esperávamos nosso coletivo chegar, chegam umas mensagens do Prince, afirmando que estava bem, e já havia chegado em casa. O Prince passou um dos piores perrengues quando nos separamos... ...enquanto seguíamos varando mato morro acima, Ele tentava seguir pela água, mas tinha muita dificuldade. Estava sem facão, sem corda e sem lanterna, tinha em mãos apenas o celular com a bateria em 4% (que esgotou rápido), e uma faca de punho. Por pouco tempo ele conseguiu nos acompanhar, olhando os fachos de luz que jogávamos no fundo do vale. Mas quando se deparou com poções e gargantas intransponíveis, ainda mais em período noturno, teve que varar mato, escalar a ribanceira e tentar seguir nosso rastro. Como não conseguiu, traçou seu próprio caminho, e acabou indo além de onde estávamos. Passou por áreas pantanosas, com capins que cobriam sua altura, terrenos encharcados, o risco de dar de frente com algum animal peçonhento ou de grande porte. Mas, entre toda essa situação, ele acabou por sair da mata e entrar na empresa de Container’s que fica ao lado direito do Rio Mogi, e foi o mais sorrateiro possível para que os guardas não o vissem circulando lá dentro. Saiu o mais rápido que pode, e seguiu direto para Cubatão. Pernoitou nos bancos da Rodoviária e conseguiu pegar o primeiro ônibus que deu partida com direção á São Paulo. Só depois de toda essa explicação (que foi compartilhada entre os demais, via SMS), todos puderam respirar mais aliviados e seguir com a consciência em paz, agradecendo a Deus por terem saído “sãos e salvos.” Participantes: Thays Marques, Thais Santana, Kelly Almeida, Vanessa Traceur, Luciana Lopes, Eduardo Loures, Vinicius MZK, Marcos Piccoli Prince, Silvester Natan, Adriano, Paulo Potenza, e Eu (Vgn Vagner)
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Salve salve mochileiros! Segue o relato com algumas dicas para fazer uma bela trilha onde irão encontrar algumas maravilhosas cachoeiras, belas paisagens e uma natureza fantástica bem perto da cidade de São Paulo e de baixíssimo custo. Ida - 10/09/18 - 05h00min - São Paulo x Rio Grande da Serra x Paranapiacaba - Metrô e Trem R$4,00 - Ônibus R$6,90 Partindo de São Paulo do bairro Perdizes Zona Oeste, peguei o Metrô na estação Vila Madalena (linha verde) até a estação Paraíso (linha Verde x Azul) para baldear para a linha vermelha seguindo até a estação Sé (linha Azul x Vermelha) onde peguei para a estação Brás (linha Vermelha), para finalmente pegar o Trem da CPTM sentido Rio Grande da Serra que foi nossa primeira parada. O trajeto todo até a primeira parada teve uma duração de aproximadamente 1h30min . Chegando na estação de Rio Grande da Serra, após sair pelas catracas atravessamos a linha do trem e viramos para a direita na rua e depois viramos na primeira rua a esquerda onde tem um ponto de ônibus que leva tanto para a vila de Paranapiacaba quanto para a entrada da trilha que fica a poucos quilômetros de Rio Grande da Serra. O ônibus é do transporte público então é só esperar alguns minutos que logo encosta um. Mas antes de pegar o busão nós aproveitamos e fizemos umas comprinhas nos mercados e padarias que encontramos por ali ao lado do ponto de ônibus, nada de mais, somente alguns pães, água, presunto, queijo e chocolates, pois nossas mochilas não poderiam ficar pesadas para fazer a trilha. Comprados nossos alimentos seguimos para o ponto e em alguns minutos o ônibus chegou. Conversei com motorista antes e pedi para o que nos deixasse na entrada da trilha da Cachoeira da Fumaça e minutos depois la estávamos na entrada da trilha. Na entrada existe uma porteira de madeira, é só dar a volta e atravessar e seguir reto por esta estrada passando por baixo dos fios das torres de energia elétrica onde existe um barulho da energia correndo pelos fios bem sinistro mas sem perigo nenhum. Passando esses fios ai sim inicia a trilha com muita lama em alguns trechos então o cuidado tem que ser maior para não acontecer possíveis quedas. O inicio da trilha é de nível fácil, a única dificuldade mesmo é a lama intensa, mas aconselho a retirarem os sapatos e irem descalços, assim você não os suja para a volta e ainda sente a incrível energia que a natureza irá colocar nos seu corpo entrando pelos seus pés. É fantástico! A primeira parada na trilha foi em uma prainha de água cristalina com uma pequena queda de água, um ótimo lugar para se refrescar e tomar um pouco de sol, ficamos por alguns minutos ali vendo vários girinos e peixinhos nadando naquela água cristalina. Depois de contemplar aquele primeiro paraíso seguimos a diante. A trilha começa a ficar bem fechada mata a dentro, em alguns trechos ela irá cruzar o rio tendo que continuar a trilha do outro lado. Após andar pouco mais de 20 minutos chegamos em um ponto muito legal, a segunda parada da trilha foi em um ponto onde se consegue ver cidades litorâneas como Cubatão, Santos, São Vicente. Um lugar de uma imensidão grandiosa da natureza contrastando a mata e a cidade, ótimo lugar para tirar belas fotos. Seguindo a trilha mais a frente por alguns minutos já começamos a ouvir o barulho de água caindo, chegando perto do rio nos deparamos com uma grande queda de água, uma cachoeira linda, com um grande volume de água caindo. Ficamos algumas horas nesse local perplexos com a grandeza de detalhes que a natureza estava nos proporcionando. O banho de cachoeira é quase obrigatório e é de lavar a alma! Fizemos nossa terceira parada e nosso café da manha ali naquele paraíso. Seguindo o curso do rio encontramos a trilha novamente, andamos mais alguns minutos pela mata, mas sempre do lado do rio, foi quando um clareira se abriu na nossa frente nos mostrando aquela imensidão grandiosa da natureza novamente e o rio que estávamos seguindo se transformando em uma queda fantástica, a Cachoeira da Fumaça. Estava ali o nosso destino, uma cachoeira majestosa com uma delicada e ao mesmo tempo brusca queda de água que deixava o lugar com uma sonoridade única. Ficamos horas nesse lugar e ainda demos a sorte de não encontrar muitas pessoas, pois fomos logo depois do feriado de 7 de Setembro numa segundona braba hehehehe. Vantagens de quem tem folga na segunda rs. Foi um momento muito lindo ver aquela enorme cachoeira, aquelas montanhas rodeadas de matas verdes por todo canto e ainda contrastando com o mar ao fundo, sinceramente não estava nos nossos humildes planos toda aquela beleza de uma vez só! Mas a natureza ainda nos proporcionou uma ótima visão desta mesma cachoeira só que de frente. Encontramos alguns caras que estavam acampando por ali perto que nos indicou o caminho. Descemos pelo lado esquerdo da cachoeira por uma trilha bem escorregadia e medonha que levava de frente da cachoeira. Levamos alguns bons minutos descendo essa trilha pois foi de nível médio para difícil. A trilha estava muito escorregadia e de altura considerável então foi meio tenso a descida com as mochilas, mas conseguimos descer depois de alguns minutos e todo o esforço valeu muito a pena. A vista da Cachoeira da Fumaça de frente é de uma beleza ímpar. Algumas horas se passaram com a gente ali paralisados com tanta beleza, contemplamos aquela maravilha até o último momento, foi quando uma névoa cobriu todo lugar deixando a visibilidade muito ruim. Decidimos ir em embora pois estava ficando sem visibilidade por causa da neblina e não gostaríamos de pegar a trilha escura. Por volta das 16:30 arrumamos nossas mochilas e partimos para o retorno. Fizemos exatamente a trilha que viemos e foi bem rápido e tranquila. Volta - 10/09/18 - 16h30min - Paranapiacaba x Rio Grande da Serra x São Paulo - Ônibus R$6,90 - Metrô e Trem R$4,00 Chegando na rodovia do lado direito tem um ponto de ônibus, então é só caminhar até ele e aguardar pelo ônibus que em alguns minutos irá passar, e foi o que aconteceu, em menos de 20 minutos pegamos o ônibus de volta pra Rio Grande da Serra e finalizamos mais uma fantástica trilha bate e volta com cachoeiras e paisagens maravilhosas bem pertinho de São Paulo. Gratidão! Espero ter ajudado em algumas dicas e fico a disposição para qualquer dúvida. Vlw Instagram: https://www.instagram.com/tadeuasp/ Facebook: https://www.facebook.com/tadeuasp
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Travessia realizada em 17/08/2019. Todas as fotos da travessia estão em: https://photos.app.goo.gl/iALbK8QSahnj7Lku6 - Introdução - Fazia algum tempo que não batia perna na região de Paranapiacaba, ainda mais por conta da proibição e o aperto da fiscalização nas tradicionais trilhas do entorno da vila, como a da Fumaça e Cristal. Então, para evitar problemas, tenho optado por ir para outros lugares, como na Serra do Mursa, Itapety e Mogi, entre outros. Já tendo feito um batevolta na pouco conhecida Pedra Grande do Quatinga em 2013, es que me surge a ideia de retornar a mesma, mas não mais como um simples batevolta, mas sim, como travessia com 1 pernoite. Chamei várias pessoas, mas dado a logística e ter que acampar, apenas 5 toparam ir comigo na empreitada. Passava das 9:00 da manhã qdo saltei do metrô da linha 2 (verde) na estação de Tamanduateí, local previamente marcado com parte da turma. Lá encontrei o Marcio, Janaína e a Suzana que já me aguardavam no local. Sem perder tempo, logo embarcamos no trem da linha 10 da CPTM sentido Rio Grande da Serra, onde encontraríamos a 5º integrante da trupe, a Monike que é do ABC e que iria nos encontrar diretamente lá. Na Estação de Rio Grande da Serra esperando a ultima integrante da trupe, a Monike. Com toda a trupe reunida e após um breve café da manhã reforçado, embarcamos no latão rumo a Paranapiacaba que por sorte, estava com problemas na catraca e por isso, não houve cobrança da passagem, para a alegria de todos. 1º Dia - Da Vila de Paranapiacaba ao Topo da Pedra Grande do Quatinga. Desembarcamos do ônibus em uma Paranapiacaba incrivelmente ensolarada e de céu estupidamente azul, coisa rara e que poucas vezes se vê por lá, com a ausência total do famoso "Fog" tradicional da vila inglesa. Para quem não sabe, o tradicional nevoeiro e os dias sem visual algum faz parte da vila inglesa, construída no Século XIX. O Relógio marcava pouco depois das 11:30 e precisaríamos apertar o passo afim de chegarmos até o topo da Pedra Grande a tempo de ver o por-do-sol. Após alguns clicks de praxe da vila inglesa e a tradicional foto clássica da trupe em frente a igreja, iniciamos a caminhada descendo a ladeira que liga a parte alta a baixa da vila. A turma na tradicional foto antes de começar a caminhada. Durante a caminhada na vila de Paranapiacaba, notei que muita coisa mudou desde a ultima vez que lá estive, anos atrás: O Bar da Zilda parecia um bar de balada, os quiosques do lado da passarela já não existiam mais e por fim o baixo movimento da vila para um Sábado ensolarado, reflexo da decadência que se tornou o local, que teve inicio após a proibição abusiva de acesso ao que foi um dos principais atrativos da vila: As trilhas que levam a várias cachoeiras da região. Pelo menos restauraram o velha replica do big ben de Londres da vila. Percebi tb que os moradores tiveram que ser criativos para atrair novos turistas para a região, que estavam espalhados pela vila, mas de nada lembrava a epoca boa de quando aquilo lá bombava. Acredito que, o que deve estar mantendo a vila de Paranapicaba em pé são os artesanatos, os vários festivais que são realizados ao longo do ano e que atraem centenas de milhares de turistas, como o tradicional festival de inverno. O novo "Big Ben" restaurado Com pouco tempo disponível, nem tiramos muitas fotos, pois tinhamos pela frente, vários quilômetros de caminhada até a Pedra Grande. As 12:15, deixamos Paranapiacaba e adentramos a pacata e tranquila estrada de terra do Taquarussu, palco inicial de várias outras trilhas feitas anteriormente. Essa estrada também liga o Bairro de Mogi a vila de Paranapiacaba. O trajeto começa logo de cara com uma subida que parecia assustar, mas como estavamos em um pequeno vale, esse trecho inicial de subida não foi um problema, pois aqui há enormes árvores que nos brindaram com uma refrescante sombra, o que foi um alívio para todos. Passamos por uma portaria e uma placa indicando que ali pertence ao parque natural nascentes de Paranapiacaba e que o acesso as trilhas requer a contratação de um guia, o que ignoramos é claro. Afinal, nosso destino estava bem distante dali, numa trilha em outro municipio. Algumas placas pelo caminho sugerem que essa mesma estradinha também faz parte do conhecido "caminho do sal". 30 minutos de caminhada desde a vila de Paranapiacaba, passamos pela conhecida entrada da trilha que leva a cachoeira da Agua fria, onde havia um pessoal parado na beira da estrada e que parece ter ido a cachoeira. Minha vontade de adentrar na trilha para rever a cachoeira foi reprimida pela obrigatoriedade de acompanhamento de um monitor, já que a trilha faz parte do pseudo parque natural de Paranapiacaba. Então, passamos batido por ela. Mais 15 minutos e passamos pelo marco divisor que divide os municipios de Sto André e Mogi das Cruzes, localizado no ponto mais alto da estradinha. A partir dai, inicia-se uma grande descida até o pitoresco vale do Taquarussu, pequeno vilarejo com meia duzia de casinhas simples. O Marco divisor fica do lado dessa placa, fincado da terra. Durante a descida, cruzamos com vários bikers e chegamos na pitoresca vila de Taquarussu as 13:20hs, mas nos limitamos a apenas algumas fotos, já que ainda tinhamos muito chão pela frente. Deixamos Taquarussu por volta das 13:30h e a partir dai, iniciamos um trecho pela mesma estrada de terra ainda mais deserta e em meio a um enorme vale. Aqui, as árvores são mais espaçadas e o sol passou a nos cozinhar, literalmente. 2 horas de caminhada desde a vila de Paranapiacaba, resolvemos fazer um pit-stop para forrar o estomago e molhar a goela seca em um pequeno descampado ao lado da estrada. A Pitoresca Vila do Taquarussu, por ser uma propriedade particular, agora é toda cercada e fechada Descansados e saciados, voltamos a caminhada e as 14:20hs, chegamos a uma bifurcação, com uma placa indicando o camping simplão de tudo a direita, mas o caminho correto a seguir é a esquerda, em linha reta em direção ao pesqueiro trutas pedrinhas. Mais 10 minutos e chegamos em uma trifurcação, sendo que a esquerda vai para o Bairro de Quatinga sem passar pela Pedra Grande e a direita segue para o camping simplão de tudo. Mas o caminho correto é seguir em frente, em linha reta. Chegando nesse ponto, siga em frente ignorando os caminhos a esquerda e a direita Depois da trifurcação, passamos pelo 2º ponto de água, um enorme poção de água potavel que em um dia de calor de verão poderia ser a deixa para um convidativo tchibum. Aproveitamos para pegar água para o restante do dia e o seguinte. Como não lembrava de mais nenhum novo ponto confiável de agua a frente, sugeri a turma que coletasse toda a agua que fosse precisar a partir dali. O Poção e 2ºponto de água. O primeiro ponto é no acesso a cachoeira da Agua Fria, antes da vila de Taquarussu Recarregados com o precioso líquido, continuamos a caminhada e as 15:00hs, finalmente alcançamos o tal pesqueiro trutas pedrinhas. Mais uns 100 metros após o pesqueiro, chegamos a uma bifurcação, onde o caminho a seguir é para a direita. A partir desse ponto, passamos a caminhar por uma estrada mais estreita e precária, com a visão da face oeste da Pedra Grande agora visivel a maior parte do tempo. Passamos por alguns sitios e um lago a direita, enquanto a estradinha vai dando voltas pelo vale em direção a base da Pedra Grande e após passarmos por um grande vale, inicia-se uma sequencia de pequenas subidas. Pouco depois do pesqueiro, vire a direita. A Estrada correta vai levar diretamente a base da Pedra Grande, esse pico com a face careca logo acima na foto Face oeste da Pedra Grande visivel a maior parte do tempo Em uma curva a esquerda, já quase na base da Pedra Grande, uma trilha a direita serve de atalho e nela, havia uma placa indicando que ali é a continuação do conhecido "caminhos do sal." Adentramos a trilha e começamos uma das primeiras subidas em direção ao topo em uma trilha cheio de erosões e bem escorregadia, devido a constante passagem de motos. Muito cuidado nesse trecho. Durante a subida, passamos por mais um ponto de água, o último antes de chegar a base. Pegue toda a agua que for precisar desse ponto, que é o último. No topo e durante o restante da subida, não encontramos mais nenhum outro ponto de água. O acesso da trilha atalho: notem a placa no tronco indicando que ali é o caminhos do sal Trilha enlamenada, erodita e escorregadia por conta da passagem constante de motos Enfim, finalmente chegamos a entrada da trilha as 15:50hs. No meio das arvores ao lado da trilha, era possível ver o topo da Pedra Grande com seu topo bem visível dali. Agora iria começar a parte mais puxada desse primeiro dia, depois de quase 4 horas e 14 km de caminhada, que é subir até o topo, ainda mais com cargueira nas costas. A trilha é bem aberta e seu trecho inicial é composto por uma leve subida, sem grandes dificuldades. Caminhamos por cerca de 350 metros e chegamos a uma bifurcação, onde o caminho correto a seguir é para a esquerda, marcada por uma fita vermelha presa no tronco de uma árvore. Trecho inicial da trilha A partir desse ponto, a moleza acaba e a trilha inicia uma das várias subidas fortes em direção ao topo. Como acontece nos picos em geral, a medida que avançavamos, a subida ia ficando mais ingreme e o auxílio das mãos passou a ser constantemente necessários para impulso nos troncos, rochas e pedras. A subida é ardua, e com o peso da cargueira e o cansaço da longa caminhada até aqui, vou parando algumas vezes para retomar o fôlego. A Janaína e a Monike esboçavam sinais de estarem nas últimas e foram subindo em ritmo de tartaruga manca com muletas, mas não tinham escolha, pois subir era preciso! Felizmente, os trechos mais íngremes não duram muito tempo e logo adentramos a um trecho de ombro, com a subida mais forte dando uma trégua. 20 minutos desde a estradinha lá embaixo, eu e a Suzana emergimos da mata fechada e passamos a subir na parte descampada do topo, que era o trecho final da subida, mas que voltou a ficar bem íngreme e dessa vez com o sol forte na cachola. Finalmente, com pouco mais de 30 minutos de subida desde o inicio da trilha lá embaixo, chegamos ao topo dos 1.155 metros de altitude da Pedra Granda do Quatinga as 16:32hs, encerrando a caminhada desse 1ºdia de travessia. Não havia ninguém no topo e é claro que fomos donos absolutos do lugar, para a alegria da Suzana que passou a se fartar de fotos do topo. O cume tem um visual de 360 graus e lá do topo, consegue-se visualizar todas as cidades do entorno, como Mogi das Cruzes, Suzano e até Mauá bem distante. Sem perder tempo, fui logo procurando um lugar plano e protegido para montar a barraca. Qdo estava montando a barraca, Marcio, Janaina e a Monike chegaram ao topo, uns 15 minutos depois. Com a trupe reunida novamente, montamos rapidamente as barracas e ficamos só de boa só aguardando o Astro-rei repousar no horizonte que mais uma vez, foi um espetáculo a parte. A noite, a bola da vez foi as luzes das cidades do entorno todas iluminadas. Depois cada um foi preparar a sua janta e ficamos só jogando conversa fora e vendo as estrelas com um plus a mais: O nascer da lua as 19:20hs toda avermelhada que foi um espetáculo único a parte. Mas com o vento frio e o sono vindo, nem fiquei muito tempo fora da barraca e fui dormir por volta das 21:30hs. 2º Dia - Do Topo da Pedra Grande ao Bairro do Quatinga em Mogi Nascer do Sol O domingo amanheceu sem vestígio de nuvem alguma e apenas uma leve nevoa nos vales. Como de praxe, todos ficamos aguardando o surgimento do Astro-rei e após os clicks, fomos preparar o café da manhã. O meu foi com pão e um café bem quentinho para espantar o frio da manhã. Barraca desmontada e mochila nas costas, iniciamos a descida por volta das 8:30 com o belo visual da cadeia de morros e vales do alto da Serra do mar bem a nossa frente ainda encoberto por uma fina camada de névoa, o que foi mais um atrativo a parte. Descemos por uma trilha alternativa que faz algumas curvas para diminuir o desnível de quem sobe, evitando a pirambeira que sobe direto. Mas no restante da trilha, e as meninas sofreram um pouco, principalmente a Janaina que estava só com uma mochila comum carregando a barraca e isolante térmico nas mãos (que coragem). Vales tomados pela nevoa Com a descida muito íngreme, os escorregões dela foram inevitáveis, o que me deixou um pouco preocupado, dado o fato que poderia se machucar gravemente e ter que chamar o resgate. Mas felizmente o Marcio deu um auxilio nos trechos mais pirambeiros e a descida foi tranquila. Pouco depois das 9:00hs já estavamos todos de volta ao inicio da trilha e a partir dai, passamos a seguir pela continuação da estrada de terra da trilha atalho em que viemos no primeiro dia. 20 minutos após sair da trilha da Pedra Grande, a estrada começa uma longa, mas sinuosa descida até um grande vale, para depois virar a direira, subir um pouco e novamente descer. As 9:32, chegamos ao primeiro ponto de água desse trecho, que é um riozinho que corre paralelo a estrada e depois cruza ela um pouco a frente. A turma aproveitou para recarregar seus cantis pq segundo infos, seria o unico ponto de agua limpa e confiavel de todo o trecho. Como eu tinha 1 litro de suco e 500ml de agua de coco que eram mais que suficientes para mim para o trecho final, nem me preocupei. Após o trecho do rio, a estrada de terra passa a ficar mais movimentada, aparecem os primeiros sitios e casas e junto com eles, os carros, que nos fazem comer poeira. Mais 1 hora de caminhada tediosa pela estradinha, passamos por uma bifurcação com uma placa indicando que a esquerda, segue para o sítio Itaguassu e aproveitamos para fazer um rapido pit-stop nesse ponto para um lanche e molhar a goela seca. E enfim, após 2 horas desde o topo da Pedra Grande, alcançamos o bairro de Quatinga bem a tempo do próximo ônibus para Mogi . Após uma viagem de quase 1 hora, saltamos na estação central de Mogi das cruzes, onde pegamos o trem de volta para SP, chegando em casa por volta das 14:30h, cansado, mas feliz. Dicas: --> Durante toda a travessia, existem poucos pontos de água, mas bem distribuidos, não sendo necessário sair carregado de agua da vila ou de casa. O 1º ponto está na base da cachoeira da agua fria, após a trifurcação no poção e no inicio da trilha atalho. No segundo dia, o unico ponto de agua está bem na metade do caminho. --> Se for acampar, pegue toda a agua que precisar no ultimo ponto, pois na trilha e no topo não há água. Eu carreguei comigo 1 litro de agua e outro de suco que foram mais do que suficientes pra mim. --> No topo não há areas protegidas dos ventos, somente adentrando na trilha a esquerda que parte na direção sul. Lá há uns pequenos descampados para 1 ou 2 barracas em cada trecho e que são uma boa opção de area protegida. É só descer uns minutos pela trilha para achar os pequenos descampados planos e protegidos no meio da mata. --> As linhas de ônibus para o terminal Central de Mogi são: C192 Quatinga via Tomoki hiramoto e C193 Quatinga via Barroso. A Linha C192 tem poucos horários, mas a C193 tem vários horários, mesmo aos domingos. Ambos as linhas são municipais e a tarifa é de R$ 4,50 (Ref.Agosto/19) Maiores informações podem ser obtidas no site www2.transportes.pmmc.com.br ou pelo telefone 0800-195755.
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- pedra grande do quatinga
- mogi das cruzes
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Após muito ouvir sobre esse destino épico entre os trilheiros roots do Brasil, decidi vivenciar a tão famigerada Trilha Funicular de Paranapiacaba/Cubatão. Acompanhado de mais seis colegas, que encontrei aqui no Mochileiros.com, embarcamos nessa aventura no último dia 20 de junho de 2015 (sábado), com pernoite no local e retorno no domingo (21). De posse de uma filmadora hd, uma GoPro Hero Black 3, uma câmera fotográfica compacta e até mesmo o celular, quando todas as baterias acabaram, e fiz alguns takes e comentários nos moldes de videorreportagem amadora. Depois editei e decidi compartilhar com os amigos, em forma de contribuição àqueles que pretendem enfrentar este desafio! Talvez tenha ficado um tanto quanto extensa e a edição 'meia boca', mas para quem se interessa pelo destino o tempo e a qualidade da edição do vídeo é o que menos vai importar. Espero que gostem!! Funicular: Perigo no Ar Altitude, instabilidade, ausência e precariedade de apoio, alto risco e presença de animais peçonhentos fazem desta trilha, que tem uma extensão aproximada de 15 quilômetros, ser uma das mais perigosas do país. Com nível hard de travessia, a Funicular de Paranapiacaba proporciona, àqueles que se atrevem a transpor suas antigas e deterioradas pontes, algumas com mais de 70 metros de altura, dois dias de muita adrenalina diante o perigo de morte evidente e a vivência histórica e cultural da mais antiga estrada de ferro do Estado, construída há 148 anos para escoar a produção cafeeira do país. A funicular de Paranapiacaba está para os trilheiros roots do Brasil, assim como o Everest está para os principais alpinistas do planeta. Esta foi mais uma vitória a ser comemorada e compartilhada com os colegas do Mochileiros.com.
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Salve salve trilheiros e trilheiras! Segue o relato com algumas dicas para fazer uma bela trilha onde irão encontrar maravilhosas cachoeiras, belas paisagens e uma natureza fantástica bem perto da cidade de São Paulo e de baixíssimo custo. Ida - 25/01/2020 - 07h00min - São Paulo x Rio Grande da Serra x Paranapiacaba - Metrô e Trem R$4,40 - Ônibus R$6,90 - Uber R$5,00 Partindo de São Paulo do bairro Perdizes Zona Oeste, peguei o Metrô na estação Vila Madalena (linha verde) até a estação Paraíso (linha Verde x Azul) para baldear para a linha vermelha seguindo até a estação Sé (linha Azul x Vermelha) onde peguei para a estação Brás (linha Vermelha), para finalmente pegar o Trem da CPTM sentido Rio Grande da Serra que foi nossa primeira parada. O trajeto todo até a primeira parada teve uma duração de aproximadamente 1h30min . Chegando na estação de Rio Grande da Serra, após sair pelas catracas atravessamos a linha do trem e viramos para a direita na rua e depois viramos na primeira rua a esquerda onde tem um ponto de ônibus que leva tanto para a vila de Paranapiacaba quanto para a entrada da trilha que fica a poucos quilômetros de Rio Grande da Serra. O ônibus é do transporte público então é só esperar alguns minutos que logo encosta um e o valor é de R$6,90. Mas antes de pegar o busão nós aproveitamos e fizemos umas comprinhas no mercados que encontramos bem em frente da linha do trem. Compramos pouca coisa, nada de mais, somente alguns pães, água, presunto, queijo e chocolates, pois nossas mochilas não poderiam ficar pesadas para fazer a trilha. Comprados nossos alimentos, logo na saída do mercado notamos que haviam diversas pessoas oferecendo o mesmo serviço dos ônibus para o começo da trilha, porém o trecho é feito de carro e com o valor mais baixo, por apenas R$5,00 Reais. Como estávamos em 4 pessoas, fechamos um carro e 15 minutos depois fomos deixados no começo da trilha. Mais rápido e prático. (Estação Brás - CPTM) (Nóis) (Entrada da trilha) Na entrada existe uma porteira de madeira indicando o começo da trilha. Então é só atravessar e seguir reto por uma estrada que neste dia estava alagada com alguns centímetros de água, mas nada que impedia de passar. Passamos por baixo dos fios das torres de energia elétrica onde existe um barulho da energia correndo pelos fios bem sinistro mas sem perigo nenhum. Passando esses fios ai sim inicia a trilha com muita lama, pois tinha chovido muito no dia anterior dificultando em alguns trechos, então o cuidado tem que ser maior para não acontecer possíveis quedas. O inicio da trilha é de nível fácil, a única dificuldade mesmo é a lama intensa, mas aconselho a retirarem os sapatos e irem descalços, assim você não os suja para a volta e ainda sente a incrível energia que a natureza irá colocar nos seu corpo entrando pelos seus pés. É fantástico! A primeira parada na trilha foi em uma prainha de água cristalina com uma pequena queda de água, um ótimo lugar para se refrescar e tomar um pouco de sol. Após este trecho a trilha começa a ficar um pouco mais fechada mata a dentro e em alguns trechos cruzara o rio tendo que continuar a trilha do outro lado. Normalmente o rio é bem raso não oferecendo perigo algum na travessia. (Prainha) Após andar pouco mais de 20 minutos chegamos no mirante que existe no meio da trilha, seria a segunda parada da trilha onde se consegue ver cidades litorâneas como Cubatão, Santos, São Vicente. Um lugar de uma imensidão grandiosa da natureza contrastando a mata e as cidades, ótimo lugar para contemplar e tirar belas fotos. (Mirante) Seguindo a trilha mais a frente por alguns minutos já começamos a ouvir o barulho de água caindo, chegando perto do rio nos deparamos com uma grande queda de água, uma cachoeira linda chamada de Fumacinha com um volume de água muito bom caindo. O banho de cachoeira é quase obrigatório e é de lavar a alma, mas seguimos em frente pois ainda haviam alguns minutos para chegarmos ao ponto de camping. (Cachoeira da Fumacinha) Caminhando mais alguns minuto chegamos em uma bifurcação do rio. Para a esquerda fica a grandiosa cachoeira da Fumaça com vista para o mar e para a direita ficam as áreas de camping e a Cachoeira da Tartaruga. Seguimos para a direita e alguns minutos depois chegamos nas suas lindas quedas. Fizemos nossa terceira parada e nosso café da manha ali mesmo ao som das águas da cachoeira. Fizemos a trilha toda até a Cachoeira da Tartaruga em 2:00 horas, esse tempo foi por causa da lama que dificultou muito na trilha. Em dias sem chuva se faz a mesma trilha num tempo um pouco menor. (Cachoeira da Tartaruga) Bem de frente com a cachoeira existe uma área de camping que cabem aproximadamente umas 4 barracas de porte pequeno. O terreno é um pouco irregular mas te da um vista fantástica da cachoeira vista de frente. Já na parte de cima da Cachoeira da Tartaruga onde se chega fazendo uma trilha ao lado, existem outras áreas maiores para camping para grupos maiores de pessoas. Vi muito lixo neste local, então galera vai um apelo aqui Leve seu lixo de volta com você! Aproveitamos que o sol tinha dado as caras e fomos na Cachoeira da Fumaça. Retornamos a trilha até a bifurcação dos rios e seguimos por dentro do rio mesmo até chegar em poucos metros na Cachoeira da Fumaça com uma vista sensacional. (Cachoeira da Fumaça - Vista de cima) (Cachoeira da Fumaça - Vista de baixo) Volta - 25/01/2020 - 17h00min - Paranapiacaba x Rio Grande da Serra x São Paulo - Uber R$5,00 - Metrô e Trem R$4,40 Ficamos por um tempo contemplando o lindo visual que se tem de cima da cachoeira com vista para o litoral de São Paulo. Logo retornamos para a Cachoeira da Tartaruga para despedir de dois do nosso grupo que iriam acampar por ali mesmo na base da Cachoeira da Tartaruga. Partimos por volta das 17:00 horas e fizemos a trilha em aproximadamente uma hora e meia. Ao chegarmos na porteira não foi preciso esperar pelo ônibus para retornar a Rio Grande da Serra no ponto que fica a direita na rodovia. Pelo fato de terem muitas pessoas na trilha, já haviam diversos carros aguardando as pessoas para o retorno a Rio Grande da Serra. Então foi só tirar um pouco da lama nos pés embarcamos por R$5,00 cada um e em 15 minutos estávamos na estação para pegar o trem de volta a São Paulo e finalizar mais uma trilha com sucesso! Gratidão!!! Facebook: https://www.facebook.com/tadeuasp Instagram: https://www.instagram.com/tadeuasp/
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Trilha Funicular: Travessia Paranapiacaba x Cubatão
rafacarvalho33 postou um tópico em Trilhas em São Paulo
Antes de começar o relato, gostaria de salientar que ocorre uma discussão a respeito dessa trilha, se ela deve ser feita ou não e vou tentar explicar o porque desse debate. A trilha de fato é ilegal, ela fica dentro de uma propriedade privada (a empresa MRS Logística) e a Sub prefeitura de Paranapiacaba não reconhece a trilha como oficial, além desses dois importantes fatores, não é anormal que ocorram a fiscalização para pegar os infratores na entrada da trilha, podendo gerar uma multa (que varia dos R$300 a R$500) e ate detenção por invasão a propriedade privada. Por outro lado, a trilha se dá ate Cubatão, passando pela Serra do Mar, com paisagens exuberantes, com fauna e flora muito rica e diversificada, além das cachoeiras pelo caminho, há também toda a importância histórica e cultural do trajeto, juntando esses fatores com o fato de Paranapiacaba estar próximo a cidade de São Paulo, é comum que dezenas de pessoas durante os finais de semana se arrisquem e realizem a travessia, ou pelo menos, parte dela. Paranapiacaba recebe centenas de turistas nos finais de semana. Por muitos anos, me recusei a fazer essa trilha, porque além de ela ser ilegal, ela também é perigosa, mas esse ano conheci duas pessoas que já fizeram esse trajeto mais de 05 vezes cada um, sendo conhecedores do local de olhos fechados, assim me senti mais seguro. Antes de mais nada, na minha opinião, acredito que a melhor solução para esse assunto seria a empresa cobrar uma taxa de entrada, e com esse dinheiro, aplicar na manutenção da trilha, deixando ela mais segura para os amantes de aventura, assim, todos ganhariam, a empresa, nós e Paranapiacaba, que assim, poderia receber mais turistas. O fato de proibir por proibir sabendo que existem pessoas que ate acampam no local, da a sensação que as autoridades junto com a empresa tem preguiça de lidar com a situação, pois ao mesmo tempo o acessos a trilha e a saída dele são fáceis de identificar, se de fato quisessem proibir, não seria difícil fazer isso, ao meu ver parece que eles apenas buscam fugir da responsabilidade caso alguma coisa aconteça. Vagão de trem abandonado logo no começo da trilha Bom, dito tudo isso, vamos falar um pouco mais sobre a Trilha Funicular, a travessia até Cubatão tem 15 km, passando por 16 pontes e 13 túneis, as pontes estão a 50/60 metros de altura do chão, a trilha muitas vezes passa por mata fechada, tendo muitos espinhos, aranhas e até cobras, por isso é recomendável usar camisa manga longa e calça larga, e caso veja uma cobra pelo caminho, só precisa ter calma e deixar ela seguir seu trajeto em paz, recomendo o uso de lanterna para ajudar a atravessar os túneis. A trilha é plana e tranquila de se fazer, não requer muito esforço físico, agora as partes que atravessam a ponte, essas não são tão simples, primeiro porque sempre dá aquele medo, então é comum muitas pessoas travarem na hora e não conseguirem, segundo, as pontes estão bem danificadas, já que elas foram construídas e postas em operação no ano de 1867 e foi desativada entre 1970 a 1980, então a conservação da ponte esta comprometida, a parte de madeira esta podre e em alguns locais, o ferro que da a sustentação, esta bem gasto. A situação das pontes não são das melhores. No caminho, atravessamos por 05 pontes na ida, a primeira foi a mais cansativa, por ter todos esses problemas que citei acima, mas conforme você vai fazendo, você vai pegando confiança e segurança, na quarta e quinta ponte já fazia em pé, sem precisar me apoiar em nenhum lugar. A nossa volta, passamos por duas pontes e cortamos caminho para chegar ao novo sistema funicular, dando a oportunidade de ter a visão das pontes de longe. Além das pontes e trilhas, no caminho tem estruturas diversas, como as Casas das Máquinas, esses lugares geralmente são para as pessoas que querem acampar a noite, fazer alguma comida ou dar aquela descansada. Começamos a trilha as 09:00h da manhã e voltamos a cidade as 15:30h da tarde, já que estava ameaçando chover, nosso trajeto foi até a segunda casa das máquinas, que fica depois da quinta ponte, lá tem um ótimo lugar para tirar fotos e apreciar a Serra do Mar, chegando a ver Cubatão ao fundo, muitos vão até a terceira ponte, onde tem a primeira casa das máquinas e um ótimo lugar para tirar fotos também, os mais corajosos vão ate Cubatão. Dando aquela pausa na segunda casa das máquinas. A imponente Serra do Mar ao fundo Recomendo que caso você tenha interesse em realizar a travessia ou parte dela, que busque algum guia local ou pessoas que já fizeram e que possam ter ajudar durante a trilha, é de extrema importância ter um apoio, se eu fizesse ela sozinho, sem ter ao meu lado duas pessoas experientes, a situação seria muito mais complicada do que foi. Espero que tenham gostado do relato, para qualquer dúvida só mandar mensagem pelas minhas rede sociais, estou presente no Instagram no rafacarvalho33 e no Facebook no Follow The Portuga. **** Aos amigos do blog que vão viajar e reservar sua hospedagem, peço para usarem minha caixa de pesquisa na página inicial do site, assim o Booking repassa uma parte da comissão para mim, ajudando eu a seguir com o trabalho aqui no blog, isso não gera nenhum custo adicional para você. Valeu =] **** Follow me -
Um grupo de aventureiros fazia a travessia do Vale da Morte, considerada uma das mais perigosas do país, quando a corda que fazia a ancoragem de um dos integrantes se partiu. O trilheiro fazia um dos perigosos trechos pelos cannyons alagados formados no leito do rio quando aconteceu o acidente. Adriano Malospirito, que estava com o suporte da corda caiu em uma vala alagada e sofreu escoriações leves. Vale a pena ressaltar que, para a realização de qualquer atividade de risco é extremamente importante a utilização de equipamentos de segurança. Esta é uma prévia do vídeo completo, que será postado em breve. Participaram da aventura: Luka Izzo (Itupeva) William Roberto Gomes (São Paulo) Kenji de Moraes (São Paulo) Adriano Malospirito (São Paulo)
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Video - O que fazer em Paranapiacaba? Vou comentar sobre "O que fazer em Paranapiacaba". Os pontos que visitei nesse passeio. Como vocês sabem essa vila inglesa, nasceu como acampamento e chegou a abrigar 5.000 operários envolvidos na construção da estrada de ferro Santos-Jundiaí. Teve o nome alterado de estação Alto da Serra para Paranapiacaba, em 15 de julho de 1945. Paranapiacaba, segundo a língua Tupi, significa lugar da visão do mar ou lugar de se ver o mar. Digamos que o local foi moradia dos engenheiros e trabalhadores que enfrentaram o desafio de vencer as quase intransponíveis escarpas da Serra do Mar, para instalar sistema de transporte capaz de levar ao Porto de Santos o café produzido no interior de São Paulo. No vídeo anterior, mencionei as formas de se visitar esta cidade. Se você optou pela segunda opção, após descer do ônibus, deverá seguir por esta rua. Ao caminhar um pouco mais, terá a visão da passarela que dá acesso à Paranapiacaba. Aproveite para tirar boas fotos. Logo que chegar na cidade, verá muitos restaurantes, mas conforme você for entrar um pouco mais para o interior, os preços ficarão um pouco mais barato. Em média a refeição por pessoa está em torno de R$ 15,00 a 25,00, sendo comida à vontade, com bebida. É lógico que existem opções mais caras, que seriam os estabelecimentos próximos à passarela. Vale a pena passar no Antigo Mercado para comprar iguarias feitas com o Cambuci, um fruto típico da vila, que também está fortemente presente na culinária dos restaurantes locais. No local vendem cachaça, licor, geleia, bolo, doces e sorvetes derivados do Cambuci. que possui um sabor ácido e, ao mesmo tempo, refrescante. Ótimo para comer uma boa sobremesa. Experimente principalmente o sorvete de Cambuci. Aprecie a paisagem local, as antigas construções e a arquitura local. No topo, que está escondido pelas árvores está o Museu Castelo, em que a entrada está custando R$ 3,00. Mas quando eu fui, ele estava em reforma, sem previsão de quando vai abrir novamente. Visite o Clube União Lyra Serrano, a entrada foi gratuita. O local doi a sede de dois clubes da época, a Sociedade Recreativa da Lyra e o Serrano Football Club, unificados em 1936. Aqui temos o hall com a sala de troféus. Na Casa Fox, cobra-se a entrada de R$ 3,00 podendo observar os traços da arquitetura do século 19. A estação Trem Turística seria o local onde vão desembarcar, aqueles que escolheram a opção 1, via Expresso Turístico. Vale a pena visitar o local. Uma breve explicaçao do Locobreque, e ao fundo um trem antigo todo enferrujado, como o qual valeu a pena ter tirado as fotos. Foi muito legal. Esqueci de mencionar que existem opções de trilhas, com 6 passeios, variando em diferentes dificuldades entre fácil, médio e difícil. O tempo pode ser de 1 a até 5 horas, dependendo da trilha. Importante destacar que os trajetos só podem ser feitos com acompanhamento de monitores credenciados e custa a partir de R$ 25,00 por pessoa. Altamente recomendado para não se perder na trilha, é uma questão de segurança. Em frente temos o acesso ao Museo Funicular, a entrada custa R$ 5,00. Lá retrata a história da ferrovia, interessante visitar. Na hora de voltar, ao sair da passarela, vire a direita e vá para um outro caminho. É possível ver a torre do relógio de perto, que é uma réplica do Big Ben de Londres. Tem 20 metros de altura. Assim termina o passeio. Espero gostem as informações, curta o vídeo e inscreva-se no canal. Valeu!!
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Como ir à Paranapiacaba? Super fácil!
VoandoAltoFH postou um tópico em São Paulo - Relatos de Viagem
Video - Como ir à Paranapiacaba? Passo a passo Como ir à Paranapiacaba? Opção Nutella ou Raiz? Vou comentar sobre as 2 formas de se visitar Paranapiacaba. A primeira, é a opção mais cara, confortável, mas limitada. Que vou expor daqui a pouco. A segunda, é mais barata, um pouco trabalhosa, mas com uma flexibilidade de horários. Vamos então para a primeira opção: * Opção 1: Expresso Turístico. A vantagem é que você pega ela na estação Luz e vai direto até Paranapiacaba, assim é bem mais prático e rápido. A desvantagem é que funciona só de Domingos. O preço da passagem é caro, atualmente o preço da passagem (ida e volta) está em torno de R$ 50,00. Há desconto se for 2 ou mais acompanhantes, mesmo assim acho que ela está cara. A outra desvantagem é que existem horários fixos de ida e de volta. A ida ocorre às 08:30 da manhã, na estação Luz. O retorno ocorre às 16:30. Então você meio que fica preso a esses horários pré-estabelecidos. * Opção 2: Via transporte público (Metrô/Trem/Ônibus). A vantagem é que é mais barata, aproximadamente uns R$ 18,00 (ida e volta). Você tem uma flexibilidade maior de horários, bem como pode ir e voltar quando quiser. Inclusive dias de semana, Sábados ou feriados. A desvantagem é que demora um pouco mais e é mais trabalhosa. Pois você tem que utilizar o Metrô, alternar para o trem da CPTM e depois pegar um ônibus. Conforme mostrei anteriormente, você deve chegar na estação Sé do metrô. Pegar a linha 3 vermelha, sentido Corinthians-Itaquera e descer na estação Brás. Na estação Brás, deve fazer a interligaçao do Metrô com a CPTM para a Linha 10 Turquesa, sentido Rio Grande da Serra, que é a última estação. No vídeo aparece que deve ir para a plataforma 2. Se não me engano, o trajeto do trem leva em torno de 1 hora. Então aproveite a viagem. Interessante perceber a mudança da paisagem urbana, na medida que se chega ao interior. As estações vão ficando menores e bem simples, você começa a ver mais área verde, de matas e florestas. Chegando no ponto final, na estação Rio Grande da Serra, aproveite o banheiro disponível, senão será só em Paranapiacaba. Saindo da catraca, vire à esquerda e atravesse a linha férrea. Após atravessar, vire à direita e siga a rua, até encontrar o ponto de ônibus, é bem pertinho. O número do ônibus ou da linha é 424 e sai de hora em hora, o trajeto leva em torno de 25 a 30 minutos. O valor da passagem é de R$ 4,55. Eles não aceitam o bilhete único, somente o cartão BOM ou dinheiro. A retorno é só voltar ao mesmo lugar, é bem simples. As informações detalhadas estão na descrição. Curtam o vídeo e inscrevam-se no canal! Valeu! * Links https://www.cptm.sp.gov.br/sua-viagem/ExpressoTuristico/Pages/Tarifas.aspx https://www.cptm.sp.gov.br/sua-viagem/ExpressoTuristico/Trajetos/Paginas/Trem-Expresso-Paranapiacaba.aspx http://www.emtu.sp.gov.br/sistemas/linha/resultado1.htm?pag=buscadenominacao.htm&numlinha=19080 http://www.metro.sp.gov.br/pdf/mapa-da-rede-metro.pdf-
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Trilha feita em 03/04/2015. Álbum com todas as fotos estão em: https://picasaweb.google.com/110430413978813571480/ParanapiacabaCircuitoDasCachoeirasDoValeDaMorte?authuser=0&feat=directlink Eram 10:15 de uma bela manhã de outono qdo lá estava eu, saltando do trem na Estação de Rio Grande da Serra para mais uma pernada, dessa vez não exploratória, mas sim para fins de ter registros fotográficos digitais de algumas cachoeiras que eu já estivera 11 anos atrás, mais precisamente em 2004. Naquela época, a máquina que dispunha ainda era daquelas analógicas. A logística inicial era chegar aqui 2 horas antes, mas infelizmente o despertador falhou e eu só fui acordar 2 horas depois, saindo de casa por volta das 9h00, qdo o programado era sair até as 7h00. Tinha planejado fazer essas cachoeiras desde Fevereiro desse ano. Para essa trilha, convidei algumas pessoas com algumas semanas de antecedência, mas como nenhuma delas mostrou interesse em me acompanhar (inclusive não dando resposta alguma), acabei deixando para lá e optei por ir solo mesmo, infelizmente.... Chegando ao tradicional ponto do busão para Paranapiacaba, es que encontro a mesma cheio de gente, mas felizmente a maioria estava indo para a vila inglesa de Paranapiacaba. As 10:45 salto em frente ao inicio da trilha para a tradicional cachoeira da fumaça, trilha essa que já foi palco de várias outras pernadas exploratórias nos últimos 10 anos e que outrora já foi uma larga estrada de terra, mas que ficou reduzido a uma reles trilha estreita. Após ajeitar a mochila e fazer os alongamentos básicos de praxe, dou inicio a pernada propriamente dito as 10:50, logo de cara tendo que meter os pés no mini-lago permanente que existe bem no começo da trilha, por conta da mesma estar em um vale e por passar um córrego ali. Por isso nem calço as botas e vou de chinelo mesmo, calçando as botas mais para frente. Enquanto terminava de ajeitar a mochila, um grupo grande (de cerca de 12 pessoas que desceram junto comigo) passaram por mim e eu logo vi que iriam me atrasar. Dito e feito, os alcancei num piscar de olhos, mas tive que seguir no ritmo deles até chegar à uma enorme área de charco (o tal pântano), para só então conseguir ultrapassa-los. Isso porque, estavam em ritmo de tartaruga manca com muletas. Assim que cheguei, passei rapidamente na frente deles e disparei na frente, enquanto dava boas risadas por conta das meninas gritando por terem mergulhado seus tênis na lama, literalmente.... Trecho erodito da trilha A medida que ia me distanciando deles, o silêncio da mata voltou a ser a minha cia, nessa pernada que realizei totalmente solo. Após passar pelo Pântano, a trilha logo mergulha no frescor da mata me livrando do sol forte. Após passar por um grande trecho erodito da trilha, chego ao primeiro riacho, afluente do rio principal, onde quase dou adeus ao conforto da bota seca, se não tivesse visto um banco de areia a esquerda que tornou possível saltar de um lado para o outro sem molhar as botas. Ufa, ainda bem! Após o trecho de travessia de rio, a trilha passa por uma bifurcação em "T" (onde o caminho a seguir é para a direita), mais uma área de charco e depois passa a acompanhar o rio à direita até chegar ao mirante. Passo por uma mega piscina natural do rio e um descampado que cabe pelo menos umas 3 barracas. Água não é problema nessa trilha, pois a trilha passa por vários bicas e pequenos afluentes do rio e como estava com 1 litro de gatorade + 1 de suco natural na mochila, nem paro para coletar água. Mega piscina natural, onde tb há descampados Como não tem chovido nos últimos dias, a trilha estava bem menos enlameada e com isso pude desenvolver um bom ritmo, principalmente para recuperar um pouco o atraso lá do começo por conta do grupo grande. Uns 30 minutos desde a rodovia, chego ao 1º mirante, onde faço uma rápida parada para beber algo e também para ver o incêndio nos tanques lá em Santos. Dali era possível ver de longe as labaredas e a imensa cortina preta de fumaça poluindo o já poluído céu de Cubatão. Sempre achei um absurdo esses tanques de gasolina do lado de um ambiente natural e selvagem, como a serra do mar. Vista de Cubatão As 11:30, após atravessar o rio, passo por um descampado plano para 3 ou 4 barracas e ao lado da 1ºqueda significativa do Rio, uma bela cachoeira com uma piscina natural, onde havia um grupo de 4 pessoas curtindo o local e que cumprimento cordialmente. Por ter perdido cerca de 20 minutos lá atrás, nem paro na cachoeira e continuo em frente, aproveitando alguns rabichos de trilha que cortam caminho e que me livram do tédio de ter que caminhar entre as pedras do rio. 1ºCachoeira 10 minutos desde a mirante, vejo uma entrada de uma trilha bem demarcada a direita, que não existira até meados de 3 anos atrás. Antigamente, assim que se passava pela 1º cachoeira, o restante da pernada era pelo leito do rio até chegar ao topo da cachoeira da fumaça. Alto da Cachoeira dos Grampos, com o morro do careca em destaque, a frente Piscina natural do Rio vermelho, que se encontra com o rio da cachoeira da fumaça próximo ao portal Vou seguindo pela trilha bem demarcada que segue margeando o rio a direita e que termina bem próximo ao topo da cachoeira, o que ajudou a acelerar bastante os passos do que ir pelo rio. As 11:50, com cerca de 1 hora de caminhada desde a rodovia (meu normal sem atrasos é de 40 a 50 minutos), finalmente chego a famosa cachoeira da fumaça, onde para minha surpresa (ainda mais pelo horário -quase meio dia e feriado sem chuva) só havia meia duzia de gato pingado na cachoeira. Imaginei que por ser feriadão e com sol, estaria lotado. Mirante da cachoeira da Fumaça, detalhe para o incêndio nos tanques de gasolina em Cubatão Topo da Cachu da fumaça, vista do alto de um morro Descampado próximo a cachoeira da fumaça Como meu objetivo não era ali (e por conta dessa cachoeira já ter sido palco de várias outras pernadas que fiz na região nos últimos 10 anos), nem paro e logo pego uma trilha a esquerda do topo dela e inicio a íngreme descida serra abaixo pela sua encosta esquerda em direção ao conhecido vale da Morte, onde se encontram as cachoeiras da Garganta do Diabo e várias outras. A descida nesse trecho inicial é bem tranquila e 15 minutos depois já estava na base da cachoeira da fumaça, que foi merecedora de alguns cliques, é claro. Vale a pena descer até sua base para contempla-la. Descendo pela trilha Vista lateral da Cachu da fumaça Após os cliques, atravesso o rio e pego a continuação da trilha em direção as outras quedas do rio, como as cachus do funil, Poço da fumaça, Portal e Garganta do Diabo. Já havia passado do meio-dia e não poderia perder muito tempo, para não comprometer o retorno e ter que voltar no escuro, embora tenha trazido lanternas para isso.Do outro lado do rio, encontro a continuação da trilha que dá acesso as outras cachoeiras em patamares inferiores a da fumaça. Vista de uma das 2 grandes quedas da cachu A cachoeira, vista por baixo São quedas menores em relação a fumaça, mas que são compensadas por belas poções naturais. As 12:05, chego a uma nova queda do rio, que por não saber o nome, batizei de cachoeira poço da fumaça. É uma bela cachoeira com cerca de 10 metros de queda. Mas chegar ali não foi fácil, pois depois que saí da base da cachu da fumaça, a trilha vira uma pirambeira daquelas, onde qualquer descuido, significaria despencar morro abaixo até o rio. Nos trechos mais complicados, existe cordas que se mostraram extremamente útil, principalmente se você estiver passando por aqui com mochila cargueira ou voltando de noite, por exemplo (antigamente não tinha). Cachoeira poço da fumaça Piscina natural da cachu Um outro grupo que estava na base da fumaça (no momento que passei por lá) tb estavam descendo, mas pareciam não saber o onde estava a continuação da trilha e estavam descendo pelo rio a esquerda, enquanto eu atravessei em linha reta até a outra margem e desci pela trilha que segue a direita. Cheguei na base da cachoeira e eles ainda estavam lá em cima procurando o caminho. Dei uns gritos e apontei para onde estava a trilha que desce. Já na poço da fumaça havia um casal e mais um carinha apenas. Parei rapidamente para tirar fotos e logo retomei a pernada em direção da segunda queda, a cachoeira do Funil. Rio da Cachoeira do vale Trecho pirambeiro com uma corda E da-lhe pirambeira dos infernos novamente, essa eu tive que descer na base da desescalaminhada, literalmente. Assim como a outra, também havia uma corda instalada que novamente foi bem útil. Mesmo assim, tive que tirar a mochila das costas em alguns trechos, por cautela. Mesmo com as cordas, foi um pouco tenso descer ali, pois a trilha estava um pouco escorregadia e os poucos pontos de apoio não eram confiáveis. Passado esses trechos, chego na base da 2ºcachoeira, onde não havia ninguém. Dono absoluto do lugar, fiz uma parada para um lanche e relaxar os músculos, que estavam meio trêmulos devido aos trechos tensos que exigiu bastante dos músculos da perna de tão ruim que estava. Só se salvou o fato da trilha ser bem demarcada, não ter bifurcações e agora ter cordas fixas que ajudaram bastante nos trechos mais pirambeiros. Cachoeira do Funil Os 2 trechos são curtos, mas perde-se muito tempo ali. Claro que tudo isso pode ser facilmente evitado pegando uma trilha-atalho que sai lá do topo da cachoeira da fumaça e desce direto por dentro da mata e cai quase ao lado do Portal. Ela corta um belo caminho, evitando todos esses perrengues. Em cerca de 15 a 30 minutos vc chega ao Portal. A outra trilha que desce até a base da cachoeira da fumaça e vai pela margem do rio é só para quem quer ver a cachoeira da fumaça por baixo e quiser passar pelas outras cachoeiras do rio. Por isso, se quiser chegar mais rápido ao Portal e as cachoeiras do Vale da Morte a partir do topo da cachu da fumaça, desça pela trilha atalho que sai dos descampados lá do topo da cachoeira. Ela é bem fácil de achar. Assim, economiza-se pelo menos 40 minutos de caminhada e a descida é bem mais tranquila. Fica a sua escolha! Após o breve descanço, retomo a pernada, agora em direção ao Portal, onde os 3 grandes rios da cachoeira do vale, grampos e fumaça, se encontram. Depois da 2º cachoeira, há mais um trecho complicado de descida, onde encontro mais uma corda fixa amarrada, dessa vez sobre uma grande rocha. Como estava sozinho, os cuidados tem que ser em dobro para evitar acidentes, pois um resgate num lugar desses é bem complicado e em meio de vales, sinal de celular praticamente inexiste. Fim da descida do rio da cachoeira da fumaça, detalhe para a corda no rochedo Bifurcação onde os rios vermelho (da cachoeira dos grampos) e da fumaça se encontram). É exatamente nesse ponto que as 2 trilhas-atalho terminam Pouco antes de chegar ao portal, encontro com 3 trilheiros que estavam fazendo a travessia da ferradura, vindos do Poço de Cristal e cachoeira do vale e que perguntaram da trilha que sobe até a cachu da fumaça. Indiquei as 2 opções de trilhas à eles. A trilha atalho que vai direto ou a trilha que passa pelas cachoeiras, mais bonita, porém mais demorada e com trechos ruins. Eles optaram pela trilha atalho e após mostrar onde estava a entrada, me despeço deles e retomo minha caminhada. No portal, além do encontro dos 3 grandes rios, há tb uma cachoeira conhecida como a Cachoeira do Portal, onde chego as 13:00hs. Cachu do Portal A partir de agora, os 3 grandes rios viram um só e a partir desse ponto, inicia-se o Rio da Onça, rio esse que desce furiosamente, formando várias outras cachoeiras serra abaixo. Ali é praticamente o coração do Vale da morte. Um vale que fica na base do Morro do careca e encravado em meio a vários outros morros. Após contornar os enormes rochedos, passando por pequenas grutas em meio dos rochedos, inicio a descida do Rio da Onça. A partir dali são cerca de 30 a 40 minutos de caminhada até a Cachoeira da Garganta do Diabo. Inicio do Rio da Onça No Rio da Onça (trecho entre o Portal e a Garganta do Diabo) Vou descendo o rio sem grandes dificuldades, já que o trecho mais íngreme entre a cachu da fumaça e o Portal ficou para trás. E depois de pular pedra aqui, ali, acolá, finalmente chego à cachoeira da Garganta do Diabo as 13:43, com exatas 3 horas de caminhada desde a rodovia para o merecido descanço. Mas não sem antes contemplar a bela cachoeira, que realmente parece uma garganta de tão estreita e profunda que é. O rio afunila e despenca em meio a um enorme paredão estreito que é de impressionar. Cachoeira garganta do Diabo visto por cima De frente Descampado ao lado da cachu Ao lado da cachoeira, há descampados protegidos e planos no meio da mata para cerca de 4 a 5 barracas do tipo "iglu" e que havia vestígios de acampamento recente, inclusive. Como não havia nínguem, fui dono absoluto do lugar. Depois da contemplação da cachu, almocei e fiquei cerca de 40 minutos a toa ali. Até pensei em seguir mais para frente, mas com o horário avançado (Já havia passado das 14h30 e o céu estava com cara de chuva), resolvi abortar o resto da caminhada até a cachoeira do Tobogan e do Poção. A garganta Bem profundo As 14:40 dou adeus a cachoeira e inicio a caminhada de volta que transcorreu sem grandes problemas. Ao contrário da ida, na volta optei por subir pelo atalho que vai direto até o topo da cachu da fumaça. A ideia era essa até notar uma trilha nova que começa exatamente no cruzamento entre 2 rios (da fumaça e dos grampos), que me despertou a curiosidade em explora-la e ver aonde iria dar. Então, abandono a trilha principal em favor dessa trilha nova. As 15:20, inicio a subida da mesma que logo de cara se mostrou uma pirambeira daquelas, com vários lances de escalaminhada, onde o auxílio das mãos foram constantemente necessários para impulso nos troncos e pedras. Cachoeira do rio vermelho Mesma foto, com zoom A subida é árdua, o que me fez parar algumas vezes para recuperar o fôlego. E da-lhe escalaminhada, mesmo sabendo que é curta, parecia não ter fim. 25 minutos desde o portal, a trilha nivela e logo chego a bifurcação onde a trilha nova encontra com a antiga bem no final dela, terminando nos descampados do alto da cachu da fumaça. Ambas as trilhas sobem o mesmo morro em caminhos diferentes. Trecho pirambeiro da trilha nova com uma corda A antiga achei melhor por estar mais larga e batida, embora tenha alguns trechos de trepa-pedra, onde é necessário até tirar a mochila e jogar para cima, para facilitar a escalada por alguns trechos eroditos, estreitos e de pedras. Na trilha nova, não encontrei nenhum trecho assim e em alguns trechos havia até cordas para auxílio, porém ela é um pouco mais estreita que a outra. De volta ao topo da cachu da fumaça, dou um tempo ali para relaxar os músculos das pernas e aproveito para comer algo e molhar a goela seca. As 16:30 inicio o caminho de volta, chegando a rodovia por volta das 17:25 a tempo de pegar o busão das 17:30 de volta para a estação de trem e depois o trem de volta para Sampa, chegando em casa pouco depois das 19:00h, cansado, mas feliz. Mesmo 12 anos depois de ter posto os pés pela primeira vez nessa região e de ter explorado trilha por trilha cada fim de semana nessa parte fora da vila de Paranapiacaba, ainda me surpreendo como essa região da serra ainda reserva tantos lugares e cachus escondidas, prontos para serem descobertos. Tudo isso a menos de 50 km duma das maiores cidades da América do sul. As melhores e mais bonitas cachoeiras e belezas naturais de mata virgem e selvagem você só encontra nas entranhas da serra do mar. ---------- Algumas infos, principalmente para os iniciantes em trilhas na serra do mar: -> A cachoeira da Garganta do Diabo está a mais ou menos 3 a 4 horas de caminhada a partir da Rodovia, contando com algumas paradas para descanço e lanche, dependendo do seu ritmo ou do grupo. A trilha até a cachoeira da Fumaça é bem tranquila, mas a partir do Portal, não há mais trilha e a caminhada é feita pelo leito do rio. Você só reencontrará a trilha na Garganta do Diabo. Já a Cachoeira da Fumaça leva-se em torno de 1 hora em ritmo médio da rodovia até lá. A maioria das pessoas costuma ir somente até a Fumaça. -> Se não quiser passar pela base da cachoeira da fumaça, além das outras 2 cachoeiras logo abaixo dela, desça pela trilha atalho que sai dos descampados do topo da cachoeira da fumaça a direita. Ela desce direto e termina próximo ao Portal. De lá, segue-se por mais ou menos 40 minutos até a Garganta do Diabo. Muito cuidado no trecho de rio, pois há várias fendas entre as rochas. Utilize calçados adequados, como bota de trilha por exemplo. -> No trecho entre o Portal e a Garganta do Diabo, há 2 descampados que cabem apenas 1 barraca do tipo "iglu" que podem ser utilizados em caso de emergência ou para o caso de você ter começado tarde a trilha e estar chegando ali a noite. Uma delas está localizado em uma gruta do lado esquerdo do Rio e a outra um pouco mais abaixo, do lado direito do rio. -> Também é possível chegar na Garganta e em outras cachoeiras mais abaixo a partir da trilha da Cachoeira do Vale e Poço de Cristal. Porém, a distancia até lá é maior. O caminho mais rápido é pela trilha da cachoeira da fumaça. A partir da Garganta do Diabo não me recordo se há descampados planos para montar barraca. Por ser relativamente perto, eu montaria acampamento na Garganta e desceria o resto só de mochila de ataque, se livrando do peso da cargueira. -> Se for fazer apenas batevolta, comece a trilha no máximo até as 9h00, afim de chegar na Garganta por volta do meio dia e ainda ter tempo para ir as outras 2 cachoeiras logo abaixo que são relativamente próximas a da Garganta (não dá nem 1 hora de caminhada, dependendo do seu ritmo) -> Se for acampar, traga o seu lixo de volta, mantenha o local limpo, seja consciente para que o local não seja fechado, como ocorreu nas trilhas de Paranapiacaba. Ali, segundo fiquei sabendo, os motivos eram porque tinha gente se perdendo e a quantidade enorme de lixo que muitos deixavam nas areas de acampamento, assim como nas cachoeiras também. -> Não faça fogueiras em hipótese alguma, pois um descuido e você pode começar um incêndio de grandes proporções na mata. Se for esquentar comida, utilize fogareiros. -> Se não tiver experiência suficiente em caminhadas por trechos de rios e nem farejo de trilha, vá com alguém mais experiente e ganhe conhecimento com essa pessoa. -> Repelente e protetor solar são itens indispensáveis, principalmente o repelente, pois na Serra do mar há muitos borrachudos que picam até por dentro da roupa, se encontrarem qualquer abertura. -> Mesmo se não for acampar, leve sempre lanternas com pilhas reserva para não correr o risco de ser pego pelo cair da noite antes de chegar no final. Na Floresta, escurece mais cedo do que na cidade. Atente-se a esses detalhes.
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- paranapiacaba
- travessia do vale da morte
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Estava vendo esta página da Veja e gostaria de saber se alguém recentemente foi a Paranapiacaba e se recomenda. Será que há alguma interdição do parque por causa da febre amarela? O que gostei deste destino foi o fato de ser de fácil acesso para quem é de São Paulo (só pega metrô, trem e um ônibus).
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Data: 17/12/2011 – Local: Rio Grande da Serra – Cachoeira da Fumaça. Integrantes: Bárbara – Jefferson – Leliane– Renata–Patrícia – Valéria. Mês de Dezembro, o clima natalino toma conta dos lares, o espírito de união fica mais forte e a única coisa que aumenta neste mero mortal é na sede por aventura e perrengues, que natal o quê? Eu quero é aventura!. A trip da Cachoeira da Fumaça não é digamos “um perrengue”, podemos chama lá de uma trip light, ‘’para iniciantes’’. Porém o visu é um dos mais fantásticos da Serra do Mar e vale a pena a qualquer aventureiro, trekking , trilheiro, ou termo q preferir, a dar uma chegada até este pico. A trilha se inicia um pouco antes do ponto após a Empresa Solvay, sentido Paranapiacaba. Após descer no ponto pós Solvay, basta andar alguns metros de volta (Sentido R.G da Serra) até a visualização de uma picada à esquerda. Pois bem, após a entrar na picada mencionada, é só seguir em frente. A trilha em seu início tem trechos de lamaçal, e brejo, alguns locais podem cobrir o seu pé facilmente , em épocas de chuva, passar por esta região será uma árdua tarefa, seu pé ficará encharcado logo no princípio da trip, comprometendo seus pés (cuidado onde pisa!). Depois de transpassar o trecho mais crítico e alagado, a mata começa a se fechar e o puro clima da mata atlântica da o ar de paz e harmonia. A trilha se fecha um pouco e há uma parte onde é uma “vala”, causada pela erosão e constantes chuvas na região, esta vala faz parte de boa parte da trilha e é preferível q a pessoa esteja com um calçado apropriado, a não ser que queira levar vários escorregões. Trecho da trilha que requer atenção, para não torcer o pé, ou cair. Após a travessia de tal trecho, notamos uma bifurcação “a única” que eu notei nesta trilha, devido a informações já levantadas anteriormente, seguimos á picada p/ direita q logo nos levou a um grande “lago”, que estava todo barrento devido ao pessoal que estava nadando no local e se divertia em meio ao calor escaldante de nosso verão, fazendo com que a terra por baixo do lago, tornasse a água turva e barrenta, de qualquer maneira, é um belo lugar, inclusive com pontos p/ acampamento! Lago sentido Cachoeira da Fumaça. Para continuar a trilha que leva a Fumaça, basta seguir a trilha localizada na parte esquerda e que margeia o rio no sentido em que o mesmo corre. Seguindo a trilha, haverá descidas, subidas, tudo muito fácil. Até a chegada no mirante que se localizada em uma picada à esquerda com vista p/ Cubatão e direi por passagem que a vista é fantástica!!! Retornando à trilha logo após o mirante, trombamos de frente a uma descida brusca com certa de uns 30 mts, terreno escorregadio que requer atenção aos menos experientes. Descida concluída e é só atravessar o rio e seguir a trilha que margeia o rio sentido litoral e a menos de 20 mts surge uma cachoeira q facilmente é transpassada. Alguns metros á frente e logo podemos ver um pequeno riacho que se encontra ao rio principal, se seguir por este riacho poderá apreciar a cachoeira “escondida” da fumaça, sendo que a outra “cachoeira escondida” pertence à trilha do “Lago de Cristal”. Mirante p/ Cubatão. Primeira Cachoeira. Cachoeira escondida vista do topo para baixo (escalada fácil até o topo). Cachoeira escondida localizada, e bora continuar descendo o rio sentido ao ponto alto de nossa tranquila caminhada, daí p/ frente é só descer pelo próprio rio e ir pisando nas pedras,local lindo para várias fotos. O rio faz uma leve curva à esquerda e foi neste ponto que notei uma trilha pela encosta oposta (margem esquerda do rio sentido litoral), Logo imaginei q seria um mirante, e estava certo! Subi rapidamente a encosta junto as minhas parceiras de trilha e podemos ver a bela cachoeira da fumaça por cima e com uma galera considerável que se banhava no laguinho enquanto outros desciam a cachoeira de rapel e ainda outros que faziam seus lanches! Trecho final sentido Cachoeira da Fumaça. Cachoeira da Fumaça vista por cima. Descemos rapidamente do mirante e em minutos estávamos fazendo amizades e conhecendo o lugar. Logo quando chegamos fomos nos enturmando com a galera que lá estava, até o momento em que um novo amigo nos convidou p/ rapelar na fumaça, eu e a Renatinha não pensamos duas vezes. Sensação indescritível!!! O Chiquinho é a pessoa responsável por dar aulas de rapel em Mauá, senhor simpático e cheio de energia, disposto a nos ensinar de bom grado as técnicas que ele conhece. Rapel. Enfim, escalada, banho no lago, novas amizades, rapel e risadas tornaram o nosso Sábado de Dezembro perfeito! Pena que no domingão estava exausto e não tive pique para encarar o perrengue junto aos nossos amigos Gabriel, Massa e Soto que também aproveitaram demais em sua trip. Oportunidades de novas empreitadas não faltarão tenho certeza! No mais, é isso ai pessoal, forte abraço a todos. Trekking forever!
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Bom dia a todos, Estou para realizar a trilha da Cachoeira da Fumaça em Paranapiacaba passando pela Garganta do Diabo e o Lago Cristal. Lendo vários relatos me deparei com grande quantia de comentários a respeito de assaltos na trilha, e muita gente frequentando-a sem preocupações com seus lixos e fazendo baderna (Farofeiros). Gostaria de informações atualizadas sobre esta situação e também sobre a situação do local e das trilhas. Outra coisa que me chamou a atenção foi referente a proibição da realização das trilhas e da permanência no local estando sujeito a multa. Gostaria de saber se esta informação ainda procede e se existe algum risco referente a isso e entre outros quando for realizar a trilha. OBS: Nunca realizei essa trilha antes! (Abaixo imagem sobre comentário referente a proibição) Agradeço a todos desde já!
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Travessia Raiz da Serra (Paranapiacaba X Cubatão)
Trilhas e Mares postou um tópico em Trilhas em São Paulo
Informações relevantes de extrema impotancia atualizadas e detalhadas para fazer suas Trilhas e Travessias na região de Paranapiacaba. Não se baseie em informações antigas para fazer suas aventuras. Consulte previsão do tempo....mesmo sendo local propenso a mudança de clima. E se prepare pois se está ruim, pode piorar caso não tenha as habilidades necessárias... Essas informações a seguir servem apenas para ressaltar alguns pontos importantes que devem ser levados em consideração. Apesar de conter informações atualizadas e precisas não o considere como um guia oficial. Travessia Raiz da Serra Paranapiacaba ate Cubatão Não se arrisque caso não tenha experiência....o risco é real...não é como acampar no quintal da vovó.... Já fizemos diversas investidas na região de Paranapiacaba e arredores......trilhas, travessias.....Até alguns circuitos que atravessa o vale todo, ja descemos pirambeiras e subimos no mesmo dia isso entrando na trilha logo ao amanhecer....pausas em lugares fantásticos....Não consegui colocar fotos nesse primeiro momento pelo celular não carregou......estarei colocando fotos e detalhando... Devido aos deslizamentos e outras erosões as trilhas estão em níveis acima do moderado....pesado de dificuldade superior mesmo com falta de chuva... Vivendo e aprendendo....estamos aqui para trocar experiências e aberto a aprender sempre..... Trilha Poço Formoso Acesso restrito, está em condições acima do moderado..... Um amigo e eu descemos ao Poço na sexta-feira 28/07/2017 decidimos descer um pouco mais tarde e a trilha está ruim bastante esburacada, pedras soltas, troncos e locais com certo perigo devido aos deslizamentos e erosões mas possível a descida... Em certo ponto ja tem até uma trilha opcional para cortar um ponto de deslizamento....Até da pra passar ainda mas com cuidado para não cair..... A vista e sensacional grande vista geral de grande parte do Vale, da pra ver algumas pontes e túneis do antigo e desativado sistema funicular......em certos pontos abertos e possível ver torres de transmissão que seguem vale abaixo.... Em um ponto da trilha tem um buraco com deslizamento onde o Matheus Camaleão caiu na volta do Poço...por fim a dor veio só depois pq estava com sangue quente mas sem novidades.....nada mais grave por sorte ele se segurou e não caiu barranco abaixo.... Percebemos que o Poço Formoso esta com fluxo muito abaixo do nivel de agua....inclusive no meio da trilha existe pontos de passagem de água....o primeiro ainda tem água descendo.....porém o segundo está seco só nas rochas.... Certo ponto da trilha tambem tem bastante água descendo... Praticamente dentro da trilha na Mata fechada meu irmão o Nê ligou achei muito estranho ter sinal e o celular tocar......Mas não consegui atender e retornei a ligação via vídeo.... Para nossa surpresa funcionou e começamos a descer a trilha por uns 300 metros ou mais ate a segunda torre onde perdemos o contato após a tentativa de mostrar o trem subindo a serra.....porém qualidade e movimentos não ajudaram muito..... Seguindo trilha abaixo....... Na chegada ao Poço Formoso encontramos um tipo de roedor de tamanho razoável na Mata a direita, mas acabou se afastando...na volta sentimos um cheiro forte provavelmente de algum animal muito próximo e tratamos de andar logo nesse ponto..... Chegamos no final do dia tranquilo e prontos para próxima.... Vamos ver se nas próximas o Luis Nê e o Caio Jacaré tomam coragem e participam da aventura...ou vai virar lenda!?!?! O meu primo Renato Gordo e o Bruno Supla talvez entrarão nas próximas barcas...De repente o João irmão do Jacaré também topa a trekking...Não queria falar no pezinho do Jacaré que está com uma torção duvidosa......mas tudo bem!!!!!ele ate comentou depois de fazer uma travessia ate o litoral....!!!! ------------------------------------------------------------------ obs...essa parte abaixo inseri depois 13 de agosto. Infelizmente muitas trilhas e tal na regiao que não tem fiscalização e muito menos segurança alguma aos trilheiros..... Muitos vao na sorte e risco.....e outra a prefeitura de Santo André que deve ser responsável pela região não investe....Local muito abandonado principalmente em dias de semana.....mesmo indo algumas excursões......tipo alguns poucos ônibus....tem uns que dizem "MORAR" na região e aparenta índole e perfil duvidoso devido vícios em drogas e postura não apropriada.....Não digo pessoas humildes de baixo poder aquisitivo e roupas mais usadas..Mas tb....em que lugar não tem??.......por outro lado existe sim pessoas trabalhadoras e corretas que merecem tudo respeito....Não se pode generalizar por causa de meia dúzia..... (o paraíso pode virar um inverno) Digo...pode ser que pela condiçao do tempo....por se perder na mata ou até pior ser assaltado....Até o pior pode acontecer....se é que me entende....em qualquer lugar estamos sujeitos a tudo......então não dá pra dar bombeira.......Até pq já fiquei sabendo de assaltos na região de Cubatão na trilha para lagoa azul.....Um local que tenho vontade de visitar........vai saber um monte de doido por aí.....ouvi dizer ate história de um cara que mora na região que bateu na mãe.....imagina vc encontrar um desse.....pensa ae o cara bate na mãe.....o que ele pode fazer com "alguém" que ele não conhece? NÃO ESTOU FALANDO DENTRO DA VILA DE PARANAPIACABA E SIM DE SUAS MATAS AOS ARREDORES QUE PODE SER PERIGOSO.......ISSO DEVIDO ALGUMAS VEZES QUE ME METI NA MATA NA MAIORIA DAS VEZES SOZINHO....Ate porque adoro ir à Vila e ficar de bombeira andando por todo lado e conhecendo cada vez mais..a culinária não é das melhores...mas encontra coisa boa......é um lugar que vale muito a pena ir.....Estou direito na região e conheço bastante.....recomendo visita no museu ferroviário e até passeio de trem...fique atento nos detalhes......Bom passeio.... Não aconteceu nada comigo e só um desabafo.....Um desconforto....que bateu.......uma maneira de ver as coisas......Pode ser que depois eu vejo por outro ângulo e edito....escrevo mais ou até apago tudo isso....... ------------------------------------------------------------------ Falando um pouco sobre outras trilhas na região.... A Trilha para cachoeira escondida está boa em nível moderado....mes passado fizemos 2 vezes lembro também que na segunda vez choveu no dia e estava tendo convenção das bruxas e magos....porém trilha com acesso restrito... Pedra Lisa acesso proibido...nem é bom ir. Local de perigo...As pessoas têm escorregado da pedra e aí já era porque é muito alto não tem como sobreviver.... Poço das Moças acesso proibido... Cachoeira da fumaça acesso proibido..não tenho certeza de como está a situação. Cachoeira da barragem.... Pedra Furada... Acesso restrito não significa proibido.... Ainda assim alguns aventureiros não autorizados fazem essas trilhas atualmente proibidas tornando-se um passeio clandestino... Para chegar em algumas trilhas é preciso passar por guaritas sendo mais restrito o acesso. Por outro lado existem trilhas opcionais que podem ser percorridas tranquilamente.. Semana Passada fomos ao festival de inverno.....o estacionamento estava em um espaço a 5 km da entrada da vila na parte de cima.....o valor do estacionamento estava em 40 reais e você descia de ônibus tipo fretado....Mais a fila era grande tipo mais 800 pessoas em fila única.....Na volta do festival mais uma vez o Camaleão e eu não tivemos coragem de esperar e fomos na pernada até o estacionamento.....5 km pra fechar até o estacionamento.....sorte que sempre estou preparado e usamos as lanternas de cabeça.....Mas valeu a pena a aventura...Não tem jeito ou vai e racha....ou senta e chora!!! E é isso!!!! Agradeço ao Camaleão pela coragem, disposição e bravura em nossa expedição!!! Preparação/ equipamentos.....autorização de acesso em locais restritos e melhores épocas... o que levar na mochila? Mochila adequada (carqueira ou mochila estanque impermeável) Documentos de identidade Barraca/ saco de dormir/ abrigo Manta térmica... Cantil de água. (2 litros por pessoa...mesmo sendo possível encher o cantil.....recomendado clorin para purificação da água coletada) Pederneira/ fósforo/ isqueiro facão/ canivete suíço inox (pode ser muito útil) GPS/ rádio comunicador/ celular. Bússola (sabe usa-la?) Repelente de insetos/ Protetor solar. Alimentos Roupas reservas e bota impermeável Sacos plásticos extras Capa de chuva Lanternas bastão e de cabeça (pilhas reserva e extras) Equipamento de rapel Remédios de uso particular Kit de primeiros socorros Claro que vai depender da dimensão da sua aventura. Lembre-se de fazer o descarte consciente do lixo produzido em local apropriado. Muitas vezes recolhemos o lixo dos outros em preservação do meio ambiente....pense nisso e ajude a preservar a natureza..... Será ressaltado e abordados assuntos relacionados. O intuito é orientar para não entrar em furada...Até pq ninguém quer dormir no meio da mata atlântica sem prévio aviso e passar a noite perdido despreparado sem equipamentos apropriados.. o que levar no kit de primeiros socorros? descritivo do kit...e seus níveis...- 4 respostas
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Salve galera!! Aqui vai a minha edição de como foi a trilha para a Cachoeira Anubis em Paranapiacaba. O ideal é acordar bem cedo, pois a trilha é longa e não muito trivial. Não há muitas demarcações na descida pelo rio, portanto é fácil de se perder. Há alguns trechos de escalaminhada também. Na sequência mostrarei o Lago Azul e Cachoeira Paraiso em Cubatão. Realmente é um paraíso, é muito bonito. O acesso é pelos dutos que se avista pela Rodovia Anchieta. Por último a Cachoeira Porteira Preta em Salesópolis, um lugar bem simples, mas de fácil acesso. Segue o link do youtube abaixo:
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Após o meu retorno para São Paulo e me acostumando com a vida rotineira de casa-trabalho-casa e vendo prédios para todos os lados, resolvi com mais 04 amigos fazer a trilha da Ferradura, na cidade de Paranapiacaba, que fica a 50 km do centro de São Paulo. Uma das cachoeiras da trilha A trilha tem um grau de dificuldade que poderia falar que é difícil, o caminho não tem nenhuma conservação e pela quantidade de pessoas que frequentam o lugar nos finais de semana a situação acaba ficando bem precária, em boa parte do tempo a trilha fica nas pedras, isso acaba gerando um cansaço maior por ter que ficar subindo e descendo em lugares escorregadios, tem que tomar cuidado para não escorregar e se machucar, é tanta gente fazendo que nem precisa de guia, é praticamente seguir o fluxo, infelizmente o lugar acaba traindo pessoas que não conseguem entender a importância de respeitar a natureza, é normal ver lixo pelo caminho, pessoas fazendo churrasco e som ligado em volume alto, isso tira um pouco da magia do lugar, a sugestão que eu dou é seguindo em frente, quanto mais longe do começo das cachoeiras, melhor. Começo do trilha Para quem vai no meio de semana, da para fazer sozinho sem guia, nas arvores a fitas amarelas indicando o caminho correto, e recomendo usar o google maps, ele consegue te ajudar e muito, abaixo vou colocar uma foto da trilha. Vamos agora a um simples relato para tirar suas dúvidas: - Como chegar? Bom, acabamos decidindo ir de carro e coloquei no google maps para ir ate um lugar chamado Cefelqui, que me parece que é um pesqueiro hehehe, ali na frente tem um bom gramado onde você poderá deixar o carro de graça, a trilha começa a menos de 500 metros dali, pela Rodovia Deputado Antonio Adib Chammas, posteriormente descobri que o local tem estacionamento no valor de R$15,00 a diária, porem como chegamos antes das 08h, ainda não estava aberto. A outra forma para chegar em Paranapiacaba, que um amigo nosso fez, foi ir de transporte público, ele pegou a Linha Turquesa da CPTM, ate a estação de trens Rio Grande da Serra, ali na frente da estação, sai o ônibus para Santo André (Paranapiacaba), ai só pedir para o motorista para te deixar no começo da trilha, não tem erro. Como fomos em um domingo, eram dezenas de pessoas fazendo esse trajeto, na volta é só retornar no sentido oposto do qual você veio e esperar passar o ônibus para Rio Grande da Serra. Mapa da trilha da ferradura. - Onde comer? Essa não tem erro, em nenhum lugar hehehe, a trilha não possui nenhuma infraestrutura, esteja preparado, leve água suficiente para um dia, comida, frutas, só cuidado para não exagerar e ficar com uma mochila muito pesada, ne?! hehe - Consigo acampar? Sim, é possível acampar durante a trilha, caso queira isso, é recomendado ir na sexta feira a noite, assim você terá mais espaço para escolher, mas se você procura sossego e um contato maior com a natureza, o lugar não é para você, a quantidade de pessoas, o barulho das músicas, churrascos e bebedeiras quebram um pouco do encanto do lugar. A trilha vai descendo entre as montanhas por essas pedras lisas e escorregadias. Cuidado! - O lugar é perigoso? Olha, confesso que nunca fui fã de trilhas próximos a grandes cidades, você acaba escutando muitos relatos de assaltos e coisas parecidas, como a trilha é totalmente largada, não há nenhum controle e presença por parte do Governo, então é meio que normal muitas pessoas irem com facões na cintura ou mochila para caso seja necessário, mas como fomos em um Domingo e tinha tanta gente que era difícil de acontecer algo, mas é bom tomar um pouco de precaução. Uma das cachoeiras da trilha Qual o grau de dificuldade da trilha? Olha, eu já fiz bastante trilha na minha vida, nessa eu achei de moderado para difícil, mais pro difícil do que moderado hahaha. A questão como falei antes é que por não ter nenhum tipo de preservação, algumas partes são bem difíceis de avançar, exigindo um esforço maior, e boa parte da trilha é por pedras lisas, então é normal ter que descer e subir nelas, isso gera um esforço e cuidado maior. Começamos a trilha por volta das 08 horas da manhã e só fomos termina-la as 17:30h, claro que paramos para entrar na água, tirar fotos e comer. Acredito que andamos em torno de 15/17 km. Já que erramos em algumas partes. Bom, acho que essas dicas acima já irão te ajudar a chegar lá, não se esqueçam de levar outra troca de roupa, uma meia e chinelo, pois provavelmente terão que passar por poças de água, tente evitar o máximo possível, pé molhado em trilha nunca é agradável, eu consegui ate o finalzinho, ate que chegou em uma parte que não teve jeito, tive que afundar meu pé na água hehehe. Espero que vocês tenham gostado e qualquer dúvida estou a disposição. E sigam meu instagram @followtheportuga com muitas fotos das minhas viagens e meu facebook Follow the Portuga. Leve sacolas plásticas para guardar seu lixo, respeite a natureza. Follow me
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O título do tópico já diz tudo o que vocês precisam saber. É um vídeo antigo, pois eu fiz a viagem em 01/01/2017, mas só fui descobrir hoje que há um subfórum para vídeos no Mochileiros.com. Eu ouvi falar da Funicular de Paranapiacaba pela primeira vez em 2013, mas nunca tive a chance de ir com amigos. Na virada deste ano, peguei quatro dias seguidos de folga (uma bênção para quem trabalha numa loja) e percebi que, embora não fosse tempo o bastante para uma viagem longa de bicicleta (meu tipo favorito de viagem), seria a oportunidade ideal para conhecer a famosa e, supostamente, perigosa Funicular de Paranapiacaba. Decidi ir sozinho porque, de uns anos para cá, eu adquiri um gosto muito forte por viajar em paz. Eis o vídeo (recomendo que ativem as legendas para ler meus comentários cheios de sabedoria... SQN): Infelizmente, tanto o celular quanto a câmera estavam cheios/sem bateria na reta final da trilha, portanto, há um timeskip para o dia seguinte no final do vídeo, quando eu já havia caminhado todo o trajeto de Cubatão até Diadema através da Rodovia dos Imigrantes. A caminhada de 18 horas seguidas no 1º dia de subida foi uma das melhores experiências que eu tive (eu gosto muito de andar e a Serra do Mar tem algumas das paisagens mais fantásticas que tive o prazer de ver), mas as bolhas nos meus pés me atrasaram um pouco e eu manquei mais do que um cachorro perneta.
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Bom dia, mochileiros! Como todos mochileiros e não mochileiros paulistas conhecem ou já ouviram falar sobre Paranapiacaba, vou limitar somente a uma duvida, eu e meus amigos tinhamos costume de trilhar em Paranapiacaba, mas isso em 2014, depois disso paramos de nos falar e agora estamos querendo trilhar lá, qualquer trilhazinha pequena só para ter o contato com a natureza, porém ouvi falar que agora é necessário de monitores para entrar em qualquer trilhar, alguns de vocês podem me dizer se confere essa informação? Desculpe alongar haha. Se mais alguém quiser ir, estamos dispostos a novas pessoas no grupo, porque sempre alguém desiste...
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Alguém sabe me dizer como é acampar em Paranapiacaba, se tá tranquilo de fiscalização ambiental ou assalto? Queria arrumar um pico bem lá pra cima da Serra
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Travessia: Paranapiacaba x Cubatão (pelo Vale do Rio Mogi)
Vgn Vagner postou um tópico em Trilhas em São Paulo
Participantes: Diego Lopes e Vgn Vagner Introdução Após termos completado o Circuito Ferradura Da Fumaça (Trilha Das 7 Cachoeiras), no trem de volta pra casa o Diego já me mostrava fotos da "prainha" do Rio Mogi. Não tem como ficar indiferente a um cenário tão magnifico quanto aquele, a vontade de estar presente a beleza impar do lugar floresceu instantâneamente, e ali mesmo no trem foi marcado para o dia 01/05/2013, uma investida ao Rio Mogi. Para tal feito resolvemos chamar dois de nossos Brother's de trilha (Gleison e Abimael). Horário e local de encontro marcados... lá vamos nós. O relato Como por prevenção decidimos burlar a possível fiscalização ali presente a partir das 08:00h. Então combinamos de pegar cada um, o primeiro trem em funcionamento na CPTM às 04:00 AM. Eu segui meu itinerário depois de ter ligado pro Diego, confirmando estar acordado. Tudo seguiu tranquilo até a Estação Rio Grande da Serra, onde cheguei às 05:40am e Diego no trem seguinte. Já fizemos então os contatos com nossos brother's, e para nossa surpresa: OS MANO TAVAM DURMINDO...KKKK (ou seja, perderam o rolê). Dai então fomos ao ponto de ônibus que vai até Paranapiacaba, aguardamos um bom tempo e já com o dia rescem clareado, o motorista fazia valer a espera. Entremos na trilha exatamente às 06:50am sem dificuldades. A única mística seria para os supersticiosos, um gato morto em início de decompisição aos primeiros 5 metros de trilha (sem problemas, avançamos). Logo no começo da pernada se tem um vista ótima para admiradores: As montanhas em forte declive formando o vale que corre o Rio Mogi e seus afluentes. Torres elétricas e o Sistema Funicular junto a baixa neblina e o barulho dos trens da Cremalheira compõem a vista que se tem do Mirante. A investida se dá sempre em descida. Após uns 15min. encontramos um CARA sozinho refletindo e curtindo o lugar. Conversas a parte, seguimos nosso rumo e ele o dele, dizendo que ficaria n a 1° quedinha com um poço ali perto. Continuamos, e após passar por 2 riozinhos que desciam da encosta e uma bifurcação à esquerda, percebemos que estávamos no rumo errado, pois avistei uma fita amarrada na arvore (trilha das fitas). Voltando, vimos que já haviam se passado 4 arvores com as fitas. O certo seria pegar a primeira a esquerda, quase um entroncamento no sentido oposto. Dai pra frente sempre seguindo na direção da descida visualizando as torres de alta tensão. No contato direto são duas torres. Na primeira, só pega a esquerda se quiser ir ao POÇO FORMOSO. Caso contrario siga a trilha até encontrar a 2° torre e passar por baixo dela como se estivesse voltando, que logo uma curva acentuada te coloca sentido Cubatão novamente. Andando em trilha semi aberta, hora muito fechada com mato até o ombro e deslizamentos cobrindo o caminho. Com um bom tempo de percurso chegamos ao barulho de um rio que corre forte a nossa direita, onde está a 1° PEDRA DO PULO, com um lago de água cristalina e seus aproximados 2mts de profundidade. Fizemos uma merecida pausa para lanches, descanso e tibuns. Em meio as rochas encontrei um caranguejo de uns 10cm tomando conta do lugar..rs obs.: POÇO TEM APROXIMADAMENTE 2mts DE PROFUNDIDADE E SOLO DE AREIA QUE NÃO É FIRME. CUIDADO! Sessão de fotos, ok e energias recarregadas demos continuidade por trilha localizada à uns 30mts do outrolado do rio, fazendo com que ele corresse a nossa esquerda a partir dali. Essa trilha margeia a encosta nos deixando claro que, qualquer descuido toma róla. A caminhada se distancia várias vezes deixando o som das águas longe, e quando ficamos no mesmo nível que o rio e ele bem próximo de nós uns 40 minutos depois, foi só olhar a esquerda e se deslumbrar com o espetáculo principal da travessia: A PRAINHA. Lugar que me deixa sem palavras pra explicar tamanha beleza. A Prainha... ...uma area onde o Rio Mogi dá uma pausa, formando um poço com 2mts e água esverdeada abraçando uma rocha de cortes diagonal que parecem ser talhados a mão. Quando se mergulha nessa água e abre os olhos, você consegue avistar cada detalhe submerso. *uma das melhores sensações que já tive, foi estar naquele lugar. Pra continuar após 1h de curtição seguimos. Daí por diante não há trilha, então iniciasse a pressão psicológica, por estarmos cansados, com mochila, a maior parte pela frente e tendo que escolher onde pisar dentro d'água. O cenário continua maravilhoso, com vários poços de cor esverdiada e as montanhas da Serra enclinando em nossa direção formando o vale da morte. Eu passei a entender nesse passeio, o por quê do nome do Rio da Onça (várias e várias pegadas dos felinos nas margens do rio). Tinhamos que ziguezaguear o rio para poder atravessar algumas piscinas naturais, e quando deixamos a 2° PEDRA DO PULO para trás, já podiamos ver bem longe uma das empresas Petroquimicas de Cubatão e o Pátio de Container's. Ao andar por esse percurso, passamos por pequenas ilhas que dividiam o encontro dos rios e uma galeria fluvial á esquerda. Logo aparecia do mesmo lado uma area como uma grama baixa e de um verde bem vivo (ali foi nossa saida), sendo que não tinha como seguir pelo rio, pq o mesmo já se torna visivelmente fundo e bem largo. Atravessamos esse gramado, pulamos cerca de arame farpado, varamos um pouco de mato e por fim chegamos a uma linha de trens desativada com vários vagões sendo consumidos pela ferrugem. Prosseguimos (tiramos fotos), até chegarmos na Casa das bombas do Rio Mogi, ver lá de cima da ponte que corre os trilhos uma linda queda d'água formada pela represa da casa das bombas e avistar de longe 2 homens vindo do mato em nossa direção. Imediatamente Diego sacou o facão da mochila pra nos os assegurar de maiores problemas, e para cômica surpresa, os 2 estavam bêbados e com uniformes de uma empresa...rsrs Mesmo assim rolou uma conversa, perguntamos sobre o ônibus que nos levaria a rodoviária de Cubatão. Antes do fim da conversa, um dos dois, o mias embreagado tentou dar um bote na mão do Diego, dizendo que queria ver o facão melhor. Diego já estava arisco, e com o "pulo do gato" se esquivou fácil fácilm deixando o manguaça no vácuo..kkk. Seguimos a rua de paralelepípedo até o ponto (bom tempo de espera). A rodoviária de Cubatão é pequena e aparenta estar largada ao descaso. Fomos ao banheiro nos trocar, depois compramos as passagens pra 1h mais tarde com destino a Jabaquara-SP. Aproveitamos pra tomar um cafezinho (parecia ter sido feito a uns três dias atrás) com leite no único MUKIFO que tinha ali, e ao fazer o pedido a balconista solta: NÃO ACREDITO, VOU TER QUE ESQUENTAR LEITE DE NOVO. Aff, essa foi a pior! Enquanto ela tagarelava com as amigas clientes, pedimos duas vezes (sem resposta) um pão com manteiga, mais desistimos. Fim de rolê!!! Seguimos pra Sampa, descansando no Bus e depois Metro. *cada um pra sua casa matutando o próximo rolê. Qq dúvida, estarei à disposição. Abraço. -
Prezados, esse é resumo de quem seguiu os restos da antiga Funicular até chegar em Cubatão! Surgiu o convite em um grupo do whattsapp e como já estava na intenção de fazer essa trip em 2015 não pensei duas vezes. Não conhecia ninguém do grupo, mas algo me dizia que era só gente boa. Afinal quem não gosta de trilha ou é ruim da cabeça ou doente do pé! Nos encontramos na estação Brás da CPTM e pegamos o trem sentido a Rio Grande da Serra e lá um ônibus para Paranapiacaba! Nosso grupo era composto por 10 pessoas 3 mulheres e 7 homens, todos com muito entusiasmo e curiosidade aguçada para realizar essa trilha tão famosa! Essa trilha dá uma sensação de estar em um filme do Indiana Jones, tudo virou ruína e está tomado pela vegetação nativa da Serra do Mar. Duração: 26 horas aproximadamente (entramos sexta pela manhã e saímos sábado a tarde) Sentido: Cubatão Pontes que passei em pé: 02 - primeira e a segunda Pontes que passei agachado: 02 - terceira e quarta (A primeira ponte a transpor é uma das mais conservadas, ainda se tem um falsa sensação de segurança, mas tendencia é piorar conforme se aproxima do litoral. Eu não senti confiança em passar mais pontes, mas alguns mais corajosos no grupo preferiam transpor as pontes a tentar os desvios, as vezes por cima outras por baixo). A grande maioria está bem degrada e avançado estado de corrosão, uma hora ela vai desmanchar e pode ser na sua vez portanto não se arrisque! Fauna e flora: Avistamos muitas cobras, mas felizmente antes de pisarmos ou incomoda-las de alguma maneira. Aparentemente pelo pouco que conheço não eram peçonhentas, mas evitar o contato com esses animais é o mais correto a se fazer. Aranhas de vários tamanhos e cores bem no meio da trilha fique atento para não enroscar o rosto em uma teia grande! Em uma situação todos abaixaram para não destruir uma teia enorme no meio da trilha com uma aranha das grandes! Encontramos goiabas, limão bravo e abacate na trilha todos em perfeito estado para consumo, mas se você não tem conhecimento de alimentos silvestres não coma nada! Em 50% do trajeto a trilha é bem fechada com muitos galhos e espinhos, calça e camisa de manga comprida são os mais adequados. Repelente também é essencial! Clima: Fomos no outono portanto durante o dia o clima é agradável a mata é fechada e o sol não castiga tanto, mas boné ou bandana e protetor solar são importantes! Na Serra do mar é muito fácil o clima mudar repentinamente e chover a qualquer momento, felizmente não choveu, mas levar capa de chuva e manter sua troca de roupas seca são importantes! Pontos de água: Há vários pontos de água pelo caminho, mas já adentre a trilha abastecido, o clima úmido desidrata bastante, eu transpiro muito e acabo consumindo muita água. Pontos para pernoitar: Existem vários túneis durante o trajeto, perfeitos para pernoitar, atente a direção da corrente de ar para colocar a entrada da sua barraca. Fogueira: Fizemos uma fogueira dentro do túnel para pernoitar só verifique a direção da corrente de ar para posicionar a entrada das barracas para não entrar muita fumaça. Porque a fogueira? O fato de que ter uma fogueira acesa por perto lhe dará uma sensação de conforto e segurança, sempre após deixar o local verificar se o fogo está 100% apagado! O que levar para pernoitar: - Barraca - Saco de dormir - Isolante térmico - Lanterna (de mão ou de cabeça) - Cantil ou reservatório de água (Tipo Camelback) - Squeeze - Facão (Pelo menos duas pessoas com facão (não vá batendo o facão em todo o trajeto, apenas nas áreas em que o mato fechou muito, além de preservar o ambiente você não se desgasta tanto fisicamente) - Clorin (Pastilhas que purificam a água exitem vários pontos para pegar água no caminho, mas alguns são de origem duvidosa) - Fogareiro (Não precisa cada um levar seu fogareiro, combinem entre os amigos para dividir quem leva o que) - Panela pequena - Talher e utensílios de camping - Canivete - Caneca plastica ou de alumínio - Capa de chuva - Luvas podem ser importantes - Bandana ou boné (Na mata fechada ajuda a não ficar com um ninho de aranhas preso no cabelo ou um monte de formigas) - Repelente - Lenço umedecido - Papel higiênico - Fósforos - Alimento de preparo rápido: macarrão instantâneo/enlatados/frutas secas/barras de cerais/paio/café solúvel/sopas rápidas/pão etc. (lanche/almoço/lanche/jantar/desjejum/lanche) - Calça de tecido leve e secagem rápida/camiseta manga curta ou comprida/blusa de frio leve/uma muda de roupa/meias - Um mini kit primeiros socorros e remédios que você use - Não tem sinal de celular em grande parte do trajeto um HT é um item de segurança! - Óculos escuros (opcional) - Sacola plástica para o lixo - Barbante ou alguma cordinha fina e resistente de nylon Obs. Essa lista é apenas uma sugestão, você pode aperfeiçoa-la ou retirar itens que não considere essencial para sua trip de 24 horas! Cuidados: Não encontramos com ninguém suspeito no trajeto, mas na quarta ponte uma dupla (dois homens) passaram por nós, eram mochileiros também. Já vi caçadores em Paranapiacaba e já me relataram a presença dos mesmo além de marginais na região, portanto se manter alerta é muito importante! Obs: Alugamos um Van para levar a gente até uma estação de metrô em sampa saiu R$40,00 por pessoa! Espero ter contribuído com algum detalhe importante, existem vários relatos muito mais completos, mas fiz questão de compartilhar com vocês! Agradecimento a todos amigos que fiz nessa trip fantástica: Hugo, Ingrid, Peter, Alemão, Francisco, Kaue, Leonardo, Lhais, Amanda! Imagens: Hugo
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Sobre o antigo sistema Funicular Funicular significa "sistema de transporte em que a tração do veículo é proporcionada por cabos acionados por motor estacionário, e frequentemente se utiliza para vencer uma grande diferença de nível". A SPR (São Paulo Railway), foi a empresa que construiu e operou todo o primeiro sistema, composto por 5 casas de máquinas, 11 túneis e 16 pontes. Inaugurado em 16 de Fevereiro de 1867, teve funcionamento centenário. Tendo que ser desativada em 1982, após um incêndio datado de 14 de Janeiro de 1981, sendo sucedida por outras empresas até 1994. Inicialmente o sistema era para transporte de café entre as cidades de Jundiaí e o porto de Santos. Hoje o primeiro sistema já não opera mais, fazendo parte do Museu Tecnológico Ferroviário do Funicular, mantida pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária. Há uma linha paralela atualmente ativa, que opera com um sistema mais avançado, chamado Cremalheira-aderência, inaugurada em 1.974 sob o comando da concessionária MRS Logística S.A. Relato No início de quando me interessei por trilhas, mergulhei de cabeça nessa história de me envolver com os grupos, ler relatos, me aventurar, coisa e tal. Procurava companhia já fazia meses, e nada de encontrar. Mais continuava entretido no fórum, lendo, e foi em um desses relatos que me empolguei com toda aquela narrativa que excita qualquer novato. Eu lía e re-lía várias vezes a ponto de ficar afiado pra encarar esse desafio quando surgisse a oportunidade, ela demorou a chegar, coisa de um ano depois. Time escalado, e lá vamos nós ao "ataque inverso". Por que inverso? Porque os relatos que se tem por aqui, ditam que há uma necessidade de (acampar num dos túneis) pernoitar uma noite para essa travessia, e que é preferêncialmente entrar pela Vila de Paranapiacaba durante a noite para não ser vistos pelos guardas e ter que dar meia volta. Nós fizemos o oposto: entramos por Cubatão, na Rod. Conego Domênico Rangoni às 09:00h, sem nos preocupar com guardas e realizamos a travessia em 1 dia (8h entre pernadas e pausas). obs.: só fizemos em 1 dia porque era isso que tinhamos como tempo disponível e um dos integrantes do grupo já havia feito o mesmo trajeto. Lembrando que, se não calcular o tempo certo, pode-se correr o risco de ficar pelo caminho no escuro da mata e atravessar os trilhos nas alturas sem visibilidade, aumentando o risco de vida. Atenção hein! Pois a neblina baixa cedo em Paranapiacaba. Pegamos a Van na estação do Metro Jabaquara por volta de 07:45h sentido Cubatão, no valor de R$25,00 por pessoa, e a danada demorou para sair. Bom para o Thiago, que foi conhecer o Habbib's da região...kkk. O trânsito na Rodovia dos Imigrantes estava livre, e logo chegamos ao viaduto da Rod. Conego Domênico, também conhecida como Piaçaguera-Guaruja. Uma referência da trilha que leva aos trilhos da Funicular. Alí já está o término da travessia para quem desce da Vila e chega ao pátio de manobras dos trens da MRS Logística S.A. Sendo aquele local, área privada e tombada como patrimônio, não demoramos muito por ali, há um certo aglomerado de casas nos arredores, e a fama de Cubatão não é das melhores quando o assunto é segurança. Pegamos logo a trilha, que de início achei meia confusa de se "navegar" , por haver várias picadas para todas as direções. Mais bastou achar os cabos de aço estirados no chão e segui-los. Pois esse é o caminho. O cenário aguça a imaginação logo no começo da caminhada, onde a serra foi rasgada para se ter o "planalto" onde subiram e desceram vários trens construindo parte da história do Brasil, e que hoje, resta apenas uma linha férrea abandonada por décadas. E a tanto tempo inativo, todo o sistema ganhou ornamentação natural, deixando tudo o que vemos com uma imagem histórica e/ou envelhecida. A ponte que foi ao chão, ainda tem sua metade suspensa e é tomada pela vegetação, tem lá sua beleza individual e acesso restrito. Nos primeiros km's passamos por lugares sensacionais, contornanos a primeira ponte e alguns túneis que oferecem a escuridão como desafio mesmo sob a luz do dia. O incerto te rodeia a todo instante, pois se não tens uma lanterna em mãos, não se sabe onde vai pisar, pode ser em um buraco, como pode ser em uma cobra. O negócio fica tenso. Eu já estava ficando intediado de tanto desviar de pontes e varar túneis sem adição de alguma emoção por menor que fosse. O que mais me instigava a estar alí, seria o desafio das pontes, que até então não me surpreendiam vistas ao longe. Mais não tardou muito, e na 4° ponte eu tive minha coragem posta à prova. A ponte mais extensa de todo o percurso, conhecida como Ponte Mãe, tem sua estrutura bem, mais beeeem comprometida mesmo, e é parcialmente tomada pela vegetação, só dificultar o caminho. A cena que se vê não é das mais animadoras, pois faz você temer cada passo que será dado em cima daqueles trilhos comidos pela ferrugem, e as madeiras (dormentes) podres esfarelando abaixo de você. A cena assusta hehehe. E quem disse que deu coragem de encarar tranquilamente? ainda mais indo de pé. Deu um medo da porraaa kkk, e olha que eu não tenho medo de altura hein. Em ordem e com espaço de um para o outro, seguiram: Diego e Rene (atravessando em pê), Eu, Thiago, Diogo e Terry (com medo, engatinhando nos trilhos como quem não sabe ficar de pé kkk). Tudo muito tenso e cansativo, pois estávamos expostos ao sol forte, mais na verdade, era a adrenalina que fazia o suor escorrer pelo rosto a cada metro avançando. Não é tarefa fácil, você seguir nas alturas, sem segurança, e ainda ficar vendo alguns trilhos balançando e os dormentes (madeiras), que te suportam caírem enquanto você. E pra dar mais emoção, Diego logo anuncia: tem uma cobra aqui (na metada da travessia), mais na verdade eram três cobras enroladas nos ferros. Eu me aprecei pra ver e consegui visualizar apenas duas delas descendo lentamente as barras de ferro sem obstruir nosso caminho. Ainda bem rsrs. Pois seria complicado se estivessem no mesmo nível que a gente, tão alto... aff. Superamos o 1° desafio creio que uns 20 minutos, porém com segurança e do jeito que cada um se sentiu melhor. Sem pressa, na calma. Novos km's percorridos sob o sol forte, calor de rachar. Nossa água (1L cada), acabou rápido. O bom é que temos pontos dágua pelo caminho, que dizem não ser confiáveis devido a contaminação de alguns rios locais, só que não dava para continuar sem se refrescar. Então tomamos da água corrente de alguns desses pontos assim mesmo. Eu já estava satisfeito com a superação inicial, até me arrisquei a seguir em pé sobre os trilhos da próxima ponte em diante. E assim foi também com Diogo, menos para Terry e Thiago que realizaram todas as travessias engatinhando nos trilhos. Dou meus parabéns a eles por encararem isso, mesmo tendo medo de altura. Conforme subiamos o declive da Serra do Mar, conversavamos sobre toda a engenharia ali empregada, as dificuldades para a construção dos túneis em uma época que não havia tantas "máquinas que fazem tudo" como hoje em dia, e como seria assistir tudo isso em funcionamento. "em 1.861 foi instalado um acampamento no alto da Serra do mar, que chegou a abrigar 5.000 homens para realizar a construção de toda a linha com seus 11 túneis e 16 pontes". Próximo ao meio de todo o trajeto já avistamos as primeiras caixas dágua que abasteciam as casas das máquinas, a primeira e segunda de cinco delas, estão inacessíveis devido ao mato ter tomado conta, engolindo quase que por completo esses patamares. O 3° Patamar já é maior, mais visível, porém tem "armadilhas" no solo dificultando o acesso. São valas profundas onde se fazia algum tipo de manutenção nos trens, então é complicado se arriscar e cair num buraco desses. Andando um bom tempo depois dali, alcançamos a "cereja do bolo" desse rolê: o 4° Patamar. eita lugar fantástico. E eu pensando que já teria visto tudo o que queria ver nessa aventura (coitado). O 4° Patamar é a principal e maior casa de máquinas, com grandes engrenagens, turbinas, painéis e alavancas que geravam toda força para catracar as composições cargueiras entra o planalto de Paranapiacaba e a Baixada Santista. Localizada abaixo da ponte mais alta e bem conservada de todas (Grota funda), e que termina invadindo o morro por um túnel, o patamar merece admiração em todos os detalhes, pois o lugar te leva a outro plano, outra realidade, como se você estive estrelando em filme que retrata a antiguidade férrea de algum faroeste americano. O enorme morro a nossa direita é muito íngrime e antecede o Vale do Rio Quilombo, e tem sua vegetação seca e rasteira com rochas em destaque, que fazem lembrar de paisagens internacionais (tipo: Texas, Yugoslávia, Islováquia né Diego? kkkkkkk). E abaixo de nós, um afluente de pequenas quedas que deságuam no vale do lindo Rio Mogi. Foi naquela paisagem rica em história que registramos as melhores e mais ousadas fotos. Ainda bem que deu tempo, por que assim que decidimos prosseguir, caiu um forte neblina permitindo enxergar apenas uns 15 mts a nossa frente, no máximo. Faltava pouco mais de 1h entre as poucas pontes e túneis que restam pra alcançarmos o quinto e último patamar e finalizar nosso passeio. O frio já abraçava a Vila quando saimos da trilha. Então fomos tomar aquele cafézinho e chocolate quente para aquecer antes de pegar o Bus para Rio Gde da Serra e seguir rumo a house...rs. Na Van, indo embora, ouvindo that's my way - Edi Rock part. Seu Jorge, a emoção me abraçou forte, mais tão forte, me trazendo um misto de alegria, satisfação, superação e gratidão pelas companhias e a presença divina, que não resisti, e chorei, chorei bastante enquanto eu recordava de tudo que vive naquele (01/09/2013), domingo abençoado. Só tenho a agradecer. that's my way and I go esse é meu caminho e nele eu vou! eu gosto de pensar que a luz do sol vai iluminar o meu amanhecer, mais se no manhã, o sol não surgir, por trás da nuvem cinza tudo vai mudar, chuva passará e o tempo vai abrir. A luz de um novo dia sempre vai estar Pra clarear você, pra iluminar você Pra proteger, pra inspirar e alimentar você. fim. obs.: com muita calma, realizamos em quase 8h de pernada. Se interessou em ir pra lá? estude bem seus medos e as dificuldades que é estar lá, pois é proibido (lei Federal) transitar em linha férrea. Colha o que puder de infos antes de ir e dê preferência de ir com quem já visitou antes. itens indispensáveis: 1 _ confiança em Deus; 2 _ não ter medo de altura; 3 _ luvas (evita ferimentos e Tétano); 4 _ lanternas (túneis escuros); 5 _ lanche rápido; 6 _ 2L de água; 7 _ boas companhias, rsrs. boa sorte! Agradeço a Deus pela minha proteção e de meus companheiros. valeu a pena!! abraço.