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  1. Dia 1 – Chegada ao Marajó Ida de Belém a Soure (capital do Marajó) via lancha da empresa Master Motors. Só saem dois horários de Belém, de segunda a Sábado. É importante comprar com antecedência, custa cerca de R$62 e aceitam apenas dinheiro ou débito. Confira os horários na página da empresa https://www.instagram.com/oficialmastermotors/. Achei confortável o trajeto, fui no modelo menor, chamado Campeão, com capacidade para 120 pessoas. Tem banheiro, lanchonete e espaço para colocar as malas. Depois de 2h de travessia cheguei a Soure. Na cidade usa-se muito mototáxi para a locomoção. Inclusive, é comum ir mais de 2 pessoas na moto. As 11h30 iniciei o passeio de 2h-2h30 na Fazenda São Jeronimo. R$ 250 (pode pagar no débito ou crédito). Mototáxi ida e volta (centro <>fazenda) R$25 Visita guiada com guia por: Trilha na mata + passeio de barco pelo manguezal + nadar com búfalos + caminhada na praia + ponte no manguezal. À noite, tinha desfile de Carnaval na 4ª Rua, com várias barracas de rua e lanchonetes abertas. Dia 2- Turú Descansei na pousada pela manhã. Fevereiro é a época do Inverno Amazônico, então é normal ter umas pancadas de chuva. A tarde, fui até a Praia da Barra Velha para a experiência do Turú. O turú é um molusco com o corpo comprido, gosmento e branco. É conhecido como o "cupim do mar", porque vive em troncos de árvores. Possui efeitos afrodisíacos. É uma iguaria da Ilha que basta retirar a cabeça e as vísceras, para consumir com limão e sal. Esta experiência tem duração de cerca de 2h e custou R$ 100 com Thiaguinho Marajó. Á noite comi filé de Búfalo no Restaurante Ilha Bela (fica perto do Terminal Hidroviário no centro de Soure). Os pratos executivos para 1 pessoa custam cerca de R$40. O forte do local são os sorvetes, palito por R$5 e casquinha 1 bola por R$15. Não deixe de provar os sabores locais como Bacuri, Castanha, Mangaba, Tucumã, Queijo de Búfala. Em frente ao restaurante tem o famoso Búfalo Alemão, que toma sorvete. Dia 3 – Tour em Salvaterra (9h-17h30) A balsa de Soure a Salvaterra funciona das 7h até as 17h. Fica depois do Terminal Hidroviário. Custo de R$9 por moto e a travessia dura uns 15 min. Neste dia estava com o guia Thiaguinho Marajó e fomos a: Praia Grande, Praia de Água Boa, Praia de Joanes, Ruinas Jesuítas, Igarapés. Ruinas Almoçamos na Peixaria do Jacaré na Praia de Joanes. O filé de peixe com o típico queijo marajoara para 2 pessoas custa em torno de R$ 100. O ponto alto do dia foi montar no búfalo. Um passeio privativo de mais de 1h pela mata e pela praia. Custou R$ 100. Voltamos de Salvaterra a Soure em lancha por R$11 e desembarca perto do posto Alê. Dura cerca de 10 min a travessia. A noite comi na Fazendinha Buba (uma cafeteria perto da Prefeitura) . O Sr. Francisco foi muito simpático. O cardápio inclui pão de queijo recheado (doce ou salgado), crepes recheados. Lanches. Café e sucos. Dia 4 – Tour em Soure (9h- 16h30) Neste dia estava com o guia Thiaguinho Marajó e fomos a: Praia do Pesqueiro, Praia do Céu, Praia do Cajú-uma. Para chegar a Praia do Céu precisa passar por uma propriedade particular (Fazenda Bom Jesus) e pagar uma taxa de R$10. Nesta área a paisagem é bonita, com campos abertos e búfalos circulando, também é possível nadar em igarapés. O ponto alto foi almoçar na casa do pescador antes de fazer o passeio de barco pelos Igarapés. (R$150). Comi pratiqueira frita e caranguejo, além da receptividade ter sido ótima, foi bom conhecer os costumes locais da família. os a Por fim, fomos a Sorveteria da Celi (a especialista em Big Brother), provar o sorvete de leite de búfala. À noite, comemos picanha de búfalo com queijo marajoara + acompanhamentos no Quiosque da Bolota. Para 2 por R$75. No dia seguinte as 5h30 da manhã, saiu a lancha Golfinho (180 passageiros) com destino a Belém. OBS Em Soure o deslocamento é feito por mototáxi e o principais comércios localizam-se perto do Hidriviário, na 3a e na 4a rua. Alguns passeios não consegui fazer, mas recomendo: Fazenda Mironga (produção de leite de búfala R$120 - precisa agendar). Conhecer a Cerâmica Marajoara e ir a uma roda de Carimbó. Para mais informações consulte o Guia Thiaguinho Marajó 91 – 8481-8803. A experiência com ele foi incrível. Ele entendeu bem o estilo de viajante que sou e me levou nos lugares que eu mais me identificaria como almoçar com uma família local.
  2. Viajei com minha esposa e uma amiga em setembro/2022, bem na época do Çairé - uma festividade que explico mais à frente. Dia 1. Decolamos de Belém para Santarém - STM e chegamos às 14h. Como queríamos comodidade no transporte de STM para Alter do Chão, alugamos um carro no aeroporto, na Localiza. Porém, existe também ônibus que fazem o trecho Alter - STM. Para quem se hospeda em Alter, não há necessidade de alugar carro, pois tudo é perto ou pode ser resolvido pegando um barco (apesar de que não é barato). Fizemos reserva do carro e foi ESSENCIAL, pois chegando lá não tinha mais nenhum para locação, a não ser o nosso. Reservando online saiu 30% mais barato. Do aeroporto para Alter do Chão foi algo perto de 40 minutos. Já no primeiro dia conhecemos a praça principal. Nela, existe uma escadaria que dá acesso ao rio. Atravessando o rio, encontra-se a ilha do amor. Para chegar nela, pegamos uma catraia, uma espécie de canoa que custou 10 reais a travessia, para no máximo 4 pessoas (desconhecidos podem ir junto para rachar o valor). Catraias Ilha do amor Pelo que entendemos, a ilha do amor é a única praia para se conhecer de fato em Alter do Chão. Todas as outras são em comunidades/distritos vizinhos, que precisam ser alcançadas de carro ou barco. De volta à escadaria da praça, reservamos nosso passeio para o rio Arapiuns por lá mesmo para o dia seguinte. De lá, fomos para STM com o carro, a aproximadamente 45 minutos de viagem. Nos hospedamos gratuitamente na casa de uma conhecida, em Santarém. Aproveitamos para conhecer a orla, que tem uma bonita vista para o rio e alguns estabelecimentos abertos com música ao vivo. Jantamos no Massabor Orla, que tem petiscos regionais e não é caro. Vale a pena comparar o preço das hospedagens de STM com as de Alter, levando em conta o valor do carro ou do ônibus. Por esses 4 dias, gastamos 700 reais com o carro (aluguel + combustível). Dia 2. Acordamos cedo para pegar o passeio na mesma praça de sempre. O passeio é dia dia inteiro, e foi de lancha, que cabia até 12 pessoas, porém fomos apenas 9. Conhecemos a Praia do Icuxi, a Praia da Ponta do Toronó, a Praia da Ponta Grande e comunidade Coroca, onde fizemos um passeio entre as tartarugas e uma área de produção de mel. Depois vimos o pôr-do-sol na ponta do Cururu. O ponto alto, para mim que já sou acostumado com as praias do Pará, foi a visita às tartarugas, que são dezenas. Dia 3.No terceiro dia, mos então conhecer a Floresta Nacional (FLONA) dos Tapajós. É um pouco afastada de Alter do Chão. A entrada para grupos maiores de 10 pessoas precisa de autorização do ICMBio. A entrada se dá pela Comunidade São Domingos. Pode ser acessado de barco (200 reais por pessoa) ou de carro gratuitamente. Fomos de carro, porém "erramos" o caminho. Isso é algo importante caso vá de carro: os mapas do Google mostram rotas intransitáveis, por exemplo de areia grossa (requer 4x4), áreas com mato alto, áreas enlameadas. Ou seja, o Google Maps mostra a rota mais curta, porém nem sempre é factível ir por ela. Várias vezes durante essa viagem nos vimos diante de um buraco gigante, ou um trecho com uma inclinação absurda, ou área com mato na altura da cintura, impossível de passar com um carro pequeno como o que tínhamos alugados, então tivemos que dar meia volta e pegar um caminho mais longo. Ou seja, é essencial sempre perguntar para as pessoas qual caminho seguir. Chegando na base São Domingos, colocamos nossos nomes e entramos de carro. Já dentro da FLONA, passamos por algumas comunidades até chegar a de Jamaraquá. Nessa é onde se encontra a Trilha do Piquiá: uma trilha de nível moderado de 11,5 km, com um Igarapé no km 6. Existe pouco ganho de altitude na trilha. A contratação de um guia das comunidades é obrigatório e custa 200 reais, podendo o grupo ser formado por até 5 pessoas, que foi o nosso caso, pois nós 3 nos juntamos com um casal que tinha chegado na mesma hora. Demos sorte de pegar um excelente guia, que sabia tudo sobre as árvores e nos deixou experimentar algumas frutas e até uma formiga, que tinha gosto de capim-limão. Foi talvez o melhor passeio da viagem. Conseguimos finalizar a trilha de 5:30h, em um ritmo lento, parando diversas vezes para explicações do guia sobre a fauna e sobre a flora. Em um ritmo normal/sem pausas, é possível fazer a trilha em 4 horas. Ao final da trilha, o guia nos convida à comprar da lojinha de artesanato da comunidade. Árvore Samaúma Foto de quando pegarmos um caminho péssimo para a FLONA e tivemos que voltar Dia 4. Fomos ao mercado de peixes de STM, para ver os Botos sendo alimentados pelos pescadores. Para ver bem os botos ainda com fome, é preciso chegar cedo, entre 7-8h da manhã. Após, conhecemos o Centro de Artesanato novamente na Massabor e outro centro de artesanato chamado Cristo Rei. Boto no Mercado dos Peixes VID_20220916_092944.mp4 Centro de Artesanato Cristo Rei Fomos então para a praia de Pajuçara de carro. Um pouco suja de cocô de cachorro, mas é uma praia bonita e com pouco movimento. Praia de Pajuçara. Após, conhecemos a Praia de Ponta de Pedras. Também uma praia bonita e com mais infraestrutura de barracas que a anterior. Por fim, fomos conhecer a Casa do Saulo, um restaurante super chique, de pratos caros e ambiente muito bom. O restaurante também dá acesso a uma praia, onde vimos o pôr do sol. Casa do Saulo. Ao final do dia, tomamos banho em STM e voltamos para Alter para conhecer o Festival Çairé. Esse festival é o evento mais importante do ano para Alter do Chão, e é uma festividade que existe há mais de 300. Com o passar dos anos, os simbolismos e os significados da festa mudaram muito. Hoje em dia, o que mais atrai turistas para o evento é a disputa entre o Boto Cor de Rosa e o Boto Tucuxi (cinza). Parece com um desfile de carnaval, com uma história sendo contada, carros alegóricos, dançarinos que representam personagens importantes etc. A entreda para apresentação do Cor de Rosa foi 50 reais, depois do qual teve show do da banda Babado Novo. VID_20220916_232104.mp4 Apresentação Boto Cor de Rosa A praça do Çairé enche de estandes de artesanato, de comida e de bebidas, o festival dura por quase 1 semana. Nesse dia, dormimos em Alter, em um redário chamado Surara. Custou 50 reais por pessoa, com direito apenas a uma rede e uso dos banheiros. Não inclui café da manhã. Dia 5. Como nossa decolagem estava programada para 15:30h e ainda teríamos que devolver o carro, fizemos passeios apenas manhã. Fizemos a trilha do Morro da Piroca. Tem esse nome porque seu cume é careca. Algumas placas estão escrito Piraoca, mas é um termo errado que inventaram para que não seja ofensivo para quem lê kkkk. Para chegar lá, precisamos pegar uma lancha a partir da escadaria da praça principal, perto da ilha do amor. A lancha nos deixou no início da trilha, que possui 2 km de nível leve, com uma subida de 20 minutos de nível difícil. Algumas pessoas desistem. Recomendo não fazer de sandálias nenhuma das duas trilhas que eu comentei aqui. Ida e volta, a partir do início da trilha, incluindo as fotos no cume, esse passeio foi feito em 1:40h. Quando voltamos à praia, tomamos um banho e estava passando uma lancha na mesma hora. Cada trecho custou 20 reais total, dividimos entre 5 pessoas. Impressões finais. Pelos 5 dias, gastamos em média 1.900 reais por pessoa, incluindo passagem aérea, alimentação, passeios e aluguel de carro, lembrando que a HOSPEDAGEM FOI GRATUITA por conhecermos uma pessoa de lá. Gostamos da viagem e recomendamos, mas não pretendemos voltar. O festival Çairé é interessante de se conhecer, porém apenas 1 dia, eu diria. Para quem está acostumado com praia de rio, as praias de Alter do Chão são um pouco mais do mesmo, porém ainda assim são bonitas, então valeu a pena conhecer. As trilhas e o passeio das tartarugas foram os que mais gostei.
  3. Nascido na década de 70 e com sorte em ter nascido em uma família de classe média, desfrutava de uma vasta biblioteca que havia na casa do avô, que era um excelente médico de família pediatra como era conhecido naquela época. Nesta biblioteca já viajava o mundo desde pequeno, passando pelas antigas civilizações, arqueologia, astronomia e muito mais... Crescendo e sonhando em conhecer aqueles lugares, as viagens foram acontecendo, até que cheguei a Manaus na Amazônia - Brasil.7 Em pleno mês de junho de 2022, durante uma das maiores cheias dos rios. Ao descer do avião começo minha aventura no MUSA - Jardim Botânico da Amazônia, após pegar um Uber do aeroporto até lá. Entre trilhas passo pelo borbolhetário, serpentário, estufas de bromélias, orquídeas e cogumelos, além de um aquário com os peixes da região amazônica e o lago das Vitórias Régias com direito a jacaré e tudo. Tendo como ponto forte, uma das tendas que apresentam os esqueletos de 3 espécies de dinossauros encontrados na Amazônia, um Parussaurus Brasilienses "crocodilo" de aproximadamente 10 metros de comprimento, a preguiça gigante de 6 metros de altura e 2 ossadas dos Amazonsaurus Maranhensis, surpreendente me pegou de surpresa em saber que temos um Dino Brasileiro e por fim chego a torre de observação que fica a 42 metros de altura a cima das copas das arvores, de onde podemos ver e ouvir as aves e apreciar a vasta floresta amazônica e como era final de tarde, um céu em tonalidades deslumbrantes ao pôr do sol. Saindo dali me dirigi ao centro de Manaus onde me hospedei e fui jantar um Tacaca prato típico da região em pleno Largo São Sebastião, onde fica o Teatro Amazonas, o Monumento à Abertura dos Portos e a Igreja Arquidiocese de São Sebastião. A noite a iluminação, dá aquele charme encantando ainda mais aquele lindo cenário. Pela manhã do dia seguinte, caminho até o píer amarelo de onde saem os barcos da associação de barqueiros de Manaus e ali na hora contratei o passeio de safari "all day" que promete ir ao flutuante dos botos, onde tenho a opção de pagar uma taxa extra e entrar na água para interagir com os animais soltos em pleno Rio Solimões, confesso que foi uma experiência inigualável e que deixou um gostinho de quero mais. Dali um passeio entre os igapós e igarapés até chegar no Flutuante da Pesca ao Pirarucu, confesso que achei que realmente ia jogar o anzol na água, mas não, o peixe "isca" é amarrado na ponta da corda, e com a vara de madeira você apoia no costado do flutuante e encosta a isca na águas, os pirarucus que estão dentro de uma espécie de tanque, sugam a isca com uma pressão para dentro da boca e aí começa a briga, para a pesca você paga uma taxa por 3 varas com isca. Achei uma experiência muito legal já que os animais não sofrem maus tratos e os turistas podem conhecer a força e o tamanho desses animais que podem chegar a 3 metros de comprimento. Ainda nesse flutuante é possível comprar e degustar o churrasco de pirarucu no espetinho. Já por volta da hora do almoço o barco vai até o restaurante flutuantes, onde encontramos um self-service já incluso na taxa do barco, com muitas opções incluindo os peixes da Amazônia. Ao final do almoço, caminhamos entre a floresta por uma estrutura elevada de madeira onde é possível interagir com os macacos tipo prego soltos ao meio ambiente, mas lembrem-se de segurar muito bem seus pertences, pois os atrevidos roubam tudo que podem pegar... e relato que ouvi e vi pelo menos duas pessoas do grupo reclamar que levou um arranhão na perna e que havia perdido o sorvete e outra que relatou que o macaco havia tentado pegar o celular dela. O final do caminho chegava a um lago com Vitória Régia. Nossa próxima parada foi direto numa tribo indígena que ali embaixo da loca, fizeram pinturas indígenas no rosto daqueles que desejavam e apresentaram as danças e músicas realizadas em seus rituais, ao final apresentaram as iguarias locais, como formigas, cupins e peixes defumados com degustação para aqueles aventureiros entusiasmados. E fecharam com a interação a fauna local para fotos com uma jiboia e uma sucuri que tinha uns 2.5 metros de comprimento, preguiça e araras. Por fim, partimos para ver o Encontro das Águas, fenômeno visual da água escura do Rio Negro com as águas barrentas do Rio Solimões que ao se encontrarem não se misturam devido às temperaturas, densidades e velocidades serem diferentes. De volta ao Píer fui conhecer os pontos turísticos que ficam próximo ao centro, passando pela Praça Matriz 15 de Novembro e Catedral Nossa Senhora da Conceição, Museu da Cidade de Manaus e Centro de Medicina Indígena que fica ao redor da Praça Don Pedro II, que nela contém um coreto e chafariz lindíssimo, idêntico aos da Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro - RJ. Retornando ao hostel parei para degustar alguns sorvetes de frutas da região como graviola, cupuaçu, taperebá e tapioca. No dia seguinte, parti destino praias fluviais, peguei um ônibus que me levou até a Praia de Ponta Negra. Pensa numa praia bonita, organizada, preparada para receber turista, então padrão internacional. Dali fui caminhando cerva de 2km até a Marina do Davi, de onde saem os barcos da associação de barqueiros para as comunidades ribeirinhas. Peguei o primeiro barco para o Museu do Seringal, onde pude conhecer um pouco da rotina de trabalho escravo do Seringueiro e da vida de rei do Seringalista no início do século passado. O segundo barco me levaria a Praia do Tupé mas como estava submersa fui para a Praia da Lua, uma grande praia que devido a alta do rio estava com cerca de 1 metro de areia por 5 metros de largura, ou seja totalmente alagada, com os bares e quiosques em baixo d'água. Por último retornei a Marina no fim do dia. Querendo aproveitar a terceira noite retornei ao Largo São Sebastião onde por surpresa estava tendo uma apresentação do boi-bumbá de Parintins, ali entrei no restaurante Tambaqui de Banda e pedi um Juquirá frito ao molho a campanha acompanhado da Soda Amazonense de Cupuaçu. Finalizando a noite e afim de colecionar mais um carimbo no meu passaporte, fui carimbar o selo da Amazônia (Manaus, Santarém e Belém) e aproveitei para degustar uma cerveja artesanal da Cervejaria Rio Negro estilo Amber Ale. Pela manhã do quarto dia, desci caminhando para conhecer o Mercado Feira Manaus Moderna onde é possível ver uma grande variedade de frutas, popas, farinhas, grãos, castanhas, pescados, carnes, aves, verduras e legumes. Mas fica a dica, as lanchonetes tem sucos deliciosos e baratíssimos além do Açaí natural no copo com farinha que eu vou confessar ter colocado açúcar, é bem terroso para o meu paladar. Dali parti para o mercado de peixes e carnes Adolpho Lisboa onde possui também um centro de artesanato local e lanchonetes. Na sequência subi a rua passando pelo Palácio da Justiça e fui fazer a visita guiada ao Teatro Amazonas e andar pelo Largo São Sebastião. Já cansado voltei ao hostel e descansei o resto do início da tarde até ir buscar o carro que Aluguei especialmente para ir a cidade de Presidente Figueiredo - AM. As 16h comecei a dirigir em direção a este tão falado município das cachoeiras por 120km. Antes de sair de Manaus encontrei o Supermercado Assai onde comprei alguns insumos para a viagem. Chegando lá por volta das sete da noite me desloquem para a pousada Berro D'água no Km11 de Balbina. Ao acordar me vi diante a uma joia em meio a natureza, a cachoeira Berro D'água faz um poço do tamanho de uma piscina sem olímpica com um escorregador natural em meio às pedras, dali fui para a cachoeira dos Pássaros km13 para fazer a tirolesa, mas infeliz como era dia de semana, o pessoal que trabalhava com as atividades não estavam no local. Parti para a terceira cachoeira chamada Mutum no km51, depois de sair da avenida principal anda uns 5km até chegar, local não tem estrutura nenhuma, bem selvagem, mas tem uma praia de areia e atrás da queda uma caverna escondida... basta se puxar pelo cabo guia já instalado lá para chegar atrás dela. Automaticamente já havia ganho meu dia, minha viagem... até ir para a quarta cachoeira do dia, a cachoeira da Pedra Furada no km57. Parei o carro no final da rua de acesso e andei uns 200 metros... desci uma escada em madeira e bum... lá estava uma das cenas mas lindas que a natureza pode nos apresentar... 2 buracos entre um teto de pedra vomitando muita água... literalmente vomitando um esguicho de água. Simplesmente linda de mais... fiquei por lá umas 2 horas. "2 horras depois" fui para a última cachoeira do dia, a cachoeira das Orquídeas, fica dentro de um Parque Municipal das Orquídeas dentro da cidade, tem uma caminhada de 1200 metros até chegar... bonita más, mau frequentada... deu até medo! 😱 E assim foi o primeiro dia finalizando com um sorvete de Muriti no centro de Presidente Figueiredo. No dia seguinte, parti para o km6 onde fica a entrada da Gruta da Judeia e Cachoeira Maraogá, cheguei às 8h e aguardei até as 10h quando chegou um pequeno grupo e me juntei a eles (ou aguardava um grupo para pagar a taxa mínima ou pagava o passei cheio). Aí caiu o mundo, e durante toda a trilha andamos ao meio da lama e da água. Primeiro chegamos a Cachoeira Maraogá que cai na frente da formação de uma gruta alagada, onde particularmente fiz lindas fotos, depois segue por dentro do Rio que ela forma até chegar na Gruta da Judeia que tb tem uma queda d'água e várias entradas de gruta, e as fotos ficam fantásticas. Saindo dali em meio ao dilúvio, peguei a estrada e fui para o Município de Balbina, após cerca de 70km cheguei ao Pórtico da Eletrobrás, me identifiquei e fui para o restaurante as margens do lago para almoçar e pegar umas informações. Existe um mapa com as informações de Balbina, porém ao chegar na cidade, essas informações são muito falhas, a população local não conhece e aí fiquei perdido... tentei ir na Gruta do Batismo, más quando cheguei no local, havia muito lixo e nenhuma placa e muito menos segurança. Abortei a missão é voltei para Presidente Figueiredo sentido Boa Vista. No km120 (da placa) no mapa km16 peguei o acesso para a Lagoa Azul Park - Sítio do Marcelo, devido a chuva a estrada estava muito ruim, mas estava com veneno nos olhos e fui... chegando lá fui recebido pela Dona Jose, mãe do Marcelo e encaminhando para a área da lagoa azul onde fica o restaurante. Marcelo me recebeu e me explicou tudo sobre a área e que naquela noite por ser dia dos namorados, teria um cinema hoot para barracas e um lual em volta da lagoa, pronto a noite foi mas do que agitada para os casais que ali estavam... e eu, sozinho estava sozinho fiquei e tomei uma gelada e fui dormir cedo. No dia seguinte, acordei cedo... todos dormindo ainda, fui tirar fotos do local e cair naquela agua linda. Por volta da hora do almoço, fui para a Lagoa Azul do Maranhão na intensão de passar o fim do dia lá e dormir, lá já é um complexo que possui o igarapé vermelho, cachoeira, Lagoa Azul de Argila e o Fervedouro (nascente cristalina). Tentei chegar a cachoeira e não consegui (fraca as sinalizações) a cor do rio vermelho é deslumbrante, fui para o fervedouro e fiquei uns 20 minutos lá curtindo, depois uns mergulhos na lagoa azul de argila e pronto já havia curtido de quase tudo um pouco, sendo que ainda eram 16h... e o q fazer? Ganhei estrada e fui parar na Fazenda Iracema, que dá acesso às cachoeiras da Iracema e das Araras, além das cavernas e Grutas da Onça e da Catedral, onde fiquei até o último horário do dia. Voltando sentido centro me hospedei na Fazenda Santa Marta no km6 onde fica as Corredeiras Santa Marta. Já no dia seguinte pela manhã desci até as corredoras, tirei umas fotos e já pensando em voltar sentido Manaus, resolvi parar na Cachoeira Asframa (lugar bonito, organizado, tipo balneário) e dali pegar estrada sentido a Cidade de Novo Airão - AM. Já na estrada, passei por Manaus, peguei a Ponte Rio Negro e fiz minha primeira parada 70km depois na cidade de Manacapuru (cidade do festival de Cirandas), rodei a cidade tirei umas fotos e continuei mais 120km até Novo Airão. Cheguei por volta das 16:30h, fui para a casa de um conhecido e passei a noite. Dia seguinte fui conhecer a Cervejaria Sarapó e seus estilos de cerveja artesanal, passei o resto do dia entre o Parque Nacional de Anavilhanas (2 maior arquipélago fluvial do mundo) e o flutuante do Boto Rosa e até conheci uma família de caboclos da cidade onde fui convidado a conhecer e almoçar na casa deles. Dormi mais uma noite, e retornei para Manaus, a fim de entregar o carro alugado no Shopping Plaza Manaus onde havia retirado e pegar o Navio que saia ao meio dia para descer o rio até a cidade de Santarém no Pará. Entreguei o carro peguei o Uber correndo e fui até o Porto de Manaus. Chegando às 11.30h o guichê de vendas de ticket já havia encerrado as vendas do dia, então tive que correr até o navio e comprar o bilhete no portão do barco. Já no interior do Navio muitas pessoas viajam de rede... e eu como estava de camping só tinha isolante térmico e saco de dormir... procurei a parte mas fresca e com menos pessoas... preparei meu canto e lá permaneci por cerca de 30h até chegar no porto de Santarém - PA. No Navio eles servem as 3 refeições vendidas a parte no restaurante e tem um bar que vende guloseimas e bebidas durante toda a viagem. Chegamos a Santarém no Pará as 16:30h, desci do navio e fui atrás da passagem de volta para Parintins a fim de curtir o Festival do Boi Bumba nos dias 24, 25 e 26 de junho, já agendei logo uma passagem para o dia 24 data que teria outro navio subindo para Manaus, daí peguei um moto taxi e fui para a pousada que havia reservado ainda no navio. Em poucos minutos cheguei na pousada que estava a uns 3.5km do terminal deixei minhas coisas, peguei umas informações e desci para a Orla de Santarém afim de ver o por do sol. Peguei um ônibus sentido Orla que desce bem pertinho. Já na Orla dei uma caminhada, verifiquei ali que a maioria dos barcos faziam viagens para as comunidades próximas, tirei umas fotos do por do sol que é bem bonito, dá estátua eu ❤️ Santarém e já parei ali mesmo no Terminal Fluvial para jantar um Pato no Tucupi e degustar uma Cerveja Artesanal da Cervejaria Sovalen, atravessei a rua e tomei um sorvete de jabuticaba, e voltei caminhando para a pousada. No dia seguinte, tomei um café na pousada e já desci de ônibus para a Orla para conhecer o Mercado 2000 depois andando fui até o Mercado Modelo, passando pelas Igrejas e praças que ficam pela Orla até chegar no mirante que fica próximo do Terminal Fluvial e ter uma vista mas aberta do Rio Tapajós. Já próximo da hora do almoço, fui provar o Guaraná Paranaense, que é um mix de pó de guaraná, amendoim, castanha do Pará, xarope de guaraná, água e gelo. Pensa numa bebida pesada... mas muito gostosa. Sai e fui atrás de uma rede, para continuar a viajem mas confortável e próximo do Mercado Modelo tem uma loja na esquina em frente a Orla que consegui um bom preço, e acabei fazendo amizade com o proprietário, que ali mesmo já pedimos uma quentinha de Baião de 2 com ovos e passamos bons minutos conversando. Peguei informações de como chegar no Mirante e fui caminhando até a praça Fortaleza dos Tapajós de onde é possível avistar boa parte do Rio Tapajós e da orla de Santarém. Já a tarde por volta das 15h parei numa padaria e comprei um refrigerante Jesus da Coca cola, diga de passagem sabor babaloo de morango, depois voltei de ônibus para a pousada e aproveitei para baixar fotos e vídeos no Instagram e descansar um pouco. Já a noite desci novamente para a Orla, afim de conhecer a Cervejaria Casarão BrewPub que fica na Orla, chegando lá o recepcionista não muito cordial e jogando no telefone, desprezou meu pedido de tentar falar com um dos responsáveis do local, afim de pegar informações para vocês, da história e de como funcionava o BrewPub. Confesso que irritado saí do local e nem quis saber mais informações. Daí como não poderia de dar errado, fui jantar novamente no Terminal Fluvial que é charmoso as margens do Rio Tapajós. Dessa vez, pedi um Combinado Parabéns com um suco de Muriti e de sobremesa sai em busca do Guaraná Amazônico que é a mistura de uns 10 ingredientes que nem sei mais explicar. Já eram umas 22h tentei pegar ônibus e não consegui um direto, (acho que a noite não tem muitas opções) peguei um que me deixou na metade da rua e no fim voltei andando para a pousada. No dia seguinte, acordei e tomei o café na pousada, como o clima é muito quente resolvi ficar no quarto mesmo, com o ar condicionado ligado e postar mais conteúdos para vocês no integram, Facebook e aqui no mochileiros. Por volta das 11h fiz o check-out e peguei o ônibus sentido Mercadão 2000, descendo lá, quase de frente ao mercadão, na orla fica o Mercado de peixe, onde é vendido peixes pelos pescadores das comunidades vizinhas e nos fundos das bancas de pescado fica o alambrado para o rio, nele é possível avistar os botos, chegando lá olhei, observei e nada... até que chegou um menino e me perguntou: "se o sr. quiser ver os botos, eu cobro 5 reais, com direito a 2 peixes, podemos chama-los e alimenta-los daí o sr. filma eles." Que beleza... algumas batidas com o peixe amarrado numa corda e lá vem eles... os botos rodopiam e se esticam para pegar as iscas... até que conseguem... mas o registro fotográfico foi garantido. Voltei ao Mercadão 2000 e fui até um dos boxes restaurantes e pedi uma Costela de Tambaqui na Brasa com um refrigerante Guaraná Tuchaua da coca cola que ainda não havia provado. Após o almoço sai e fui caminhando por uns 30 minutos até o Centro de Artesanato Cristo Rei que era minha última parada de Santarém. Descansei um pouco no galpão climatizado e bem organizado, cheio de artesanato locais e por volta às 15h fui para o ponto de ônibus na rua dos bancos, para pegar o ônibus que me levaria a cidade de Alter do Chão. Já no caminho para Alter do Chão, desci no meio da estrada para conhecer a Cervejaria Tapajós, uma linda cervejaria que garanto ser um presente para as duas cidades (Santarém e Alter do Chão), linda e com o seu bar aconchegante convida ali os viajantes que passam a provar os deliciosos estilos que a casa vende em suas 8 bicas de Chopp. Lá conheci pai e filho, responsáveis pela cervejaria e produção que me apresentou a fábrica e o bar, além da história da cervejaria e ai gravamos uma bate papo para colocar em nossas Redes sociais. Por volta das 17h peguei novamente o ônibus e parti para Alter do Chão. Em Alter do Chão, desci no ponto final e desci duas ruas até o Manauara camping/redário que fica na rua da praia onde eu iria ficar, chegando lá o dono voltou uma rua comigo e me hospedou no hostel dele, pois o camping/redário estava em manutenção. Deixei minhas coisas no quarto e parti para a praça onde fica a Igreja NS. da Saúde, e um mini mercado, como estava quente fui comprar uma cerveja e descobri a venda uma Stout da Cervejaria VagaMundos e aproveitei para degustar lá sentado aos pés da escadaria da igreja. Ao lado começava uma apresentação de Carimbó, levantei e fui lá homenagear. Após alguns minutos voltei no mercado e comprei insumos para levar para o hostel e fiz uma janta rápida e fui descansar. No dia seguinte, voltei no mercado, pois havia esquecido o café da manhã, fiz um sanduba e desci as 8h para a praça atrás de algum grupo para dividir os passeios. Fiquei lá por cerca de 1:30h e só consegui marcar o passeio para o dia seguinte com um casal que havia conhecido lá. Fui até a associação dos catraieiros e fechei a travessia para a Praia do Amor, a travessia é silenciosa e tranquila pois as Catraias não possuem motor, chegando na praia comecei a caminhada para a Serra da Piroca, levou cerva de 30 minutos até a base e 10 minutos de subida, mas pensa numa subida cansativa. Do alto da serra é possível avistar a Aldeia de Alter do Chão, o gigantesco Rio Tapajós, a Ponta do Curumim e uma Lagoa que não me recordo o nome. A descida da serra foi mais devagar pois as pedras são pequenas, soltas e escorregam bastante. Cheguei na praia sentei numa mesa dentro d'água pedi água com gás e dei aquele mergulho refrescante. Reencontrei o casal que me indicaram ir ao Passeio da Floresta Encantada de ônibus ou Uber, pois de barco era bem caro. Sai rapidamente da praia do Amor e fui até o ponto final do ônibus que já me aguardava para sair. Uns 3,5km desci em frente ao Restaurante Caranazal, atravessei a rua e entrei pela porteira, caminhei até o final e lá estava o restaurante e a associação de canoas da Floresta Encantada. Aguardei alguns minutos e dividi o barco com 2 meninas de Santarém que ali estavam pela primeira vez à conhecer seu quintal de casa. O canteiro veio ate o píer do restaurante onde entramos e começamos o passeio. Durante o percurso de 30 minutos foi nos falando sobre as árvores e plantas que ali existiam e até que o filme da Tainá Amazônia foi gravado lá. A retornamos ao píer, me despedi de todos e fui para a estrada pegar o ônibus de volta a Alter. Voltando ao hostel fui fazer um rango e descansar um pouco. A noite fui na loja indígena ver o artesanato de vários tribos que são comercializadas, dei uma caminhada pela praça e fui comer uma canoa de caranguejo com farofa e um suco de biriba, voltei e fui dormir. Dia seguinte, acordei tomei café e fui para o local combinado com o casal, para pegar a lancha, o passeio escolhido era um doa mais longes, uma caminhada de 11km em meio a floresta par ver uma das maiores árvores do mundo a "SUMAUMA" saímos da praia e fomos navegando por uns 40 minutos até uma comunidade chamada Jamaraquá, lá descemos e fomos até o centro de visitantes, onde paga se a taxa local, preenche a ficha do ibama e entra na trilha só com guia local. Nosso guia era um rapaz de 22 anos chamado Rosilvan e com ele entramos na mata e fomos passando pela floresta sedimentar onde haviam seringueiras utilizadas para a remoção do látex para a confecção artigos indígenas, formigas de cheiro, formigas repelentes, ninhos de cigarras, pássaro namorador até que entramos na floresta primária e chegamos nas grandes árvores "Piquiá" que são enormes. Mas alguns minutos caminhando e chegamos na Sumauma medida por 22 pessoas abraçando-a. Cara pensa numa árvore de 58 metros de altura ou seja um prédio de 10 andares...só estando lá aos pés dela para sentir aquele ambiente mágico. Subimos mais um pouco e fomos até o mirante de onde é possível avistar a Floresta amazônica e o Rio Tapajós e a distância que havíamos percorrido de aproximadamente 5.5km, descemos e fomos tomar banho num igarapé de água cristalina em meio a floresta, ficamos uns 30 minutos lá se deliciando da água gelada até que pegamos a trilha e voltamos para a comunidade. Na comunidade tem restaurante, pousada, loja de artesanato, campo de futebol, escola etc. Pegamos o barco e no caminho de volta fomos parando nas praias do Cajutuba, Pindobal e Muretá. No Final o barco deixou a gente na praia do Cajueiro no Centro pra finalizar o dia tomando uma da Cervejaria Paraense "CERVEJA TIJUCA" e assistindo o por do sol. Voltei ao hostel fiz um rango e fui descansar. Dia seguinte, como as postagens estavam muito atrasadas resolvi dedicar esse dia para trabalhar um mocado e fiquei pelo hostel. Fim de tarde desci até a Praia para ver o pôr do sol e degustei a cerveja Red Ale que ganhei da Cervejaria Sarapó de Novo Airão. Já no penúltimo dia, acordei e fiquei trabalhando até o almoço, fiz o rango, comi, ai saí e fui dar uma volta na cidade, parei na loja Araribá de artigos indígenas e comprei um pingente e pulseira de pedra azul para minha esposa e fui caminhando até o CAT - Centro de Atendimento ao Turista que é um lindo lugar com um píer em madeira lindo que fica de frente para o por do sol e que está deprimente e se acabando, em outras palavras abandonado. Caminhei pela praça, olhei umas sungas e voltei para o hostel. Trabalhei até finalizar as postagens e fui ver o último por do sol de Alter do Chão nessa viagem. Descendo a rua na esquina parei na loja Araribá de artigos indígenas e comprei uma lembrança também para o meu filho, na rua de baixo parei na sorveteria Boto Gelato e comprei uma casquinha de maracujá com sorvete treme treme (maracujá com pimenta e cupuaçu com jambú). Fui para a orla fotografei o pôr do sol e passei no camping/redário para efetuar o pagamento das 5 diárias que fiquei em Alter do Chão. Voltei para o hostel e fiquei curtindo a música ao vivo do bar em frente, sentado na varanda e mais tarde fui dormir. Levantei por volta das 7h, tomei um café e peguei o ônibus para Santarém, desci próximo a igreja, passei na banca do guaraná do jovem e comprei mais um copo do delicioso guaraná com castanha do Pará e amendoim e fui andando até o Porto da empresa Erlonav que fica na Orla de Santarém e peguei meu passe livre para pegar o barco Anna Carolina IV que sairia as 12h ao lado do Terminal Hidroviário de Santarém, como ainda eram cerca de 10:30h fui no Mercadão 2000 comprar frutas e castanhas e aproveitei já almocei logo uma bisteca suína no mesmo box da costela de tambaqui assada na Brasa do outro dia. Peguei o ônibus para o terminal ali mesmo e fui até a um Porto ao lado do terminal hidroviário para ter acesso ao barco e arrumar minhas coisas além de dependurar minha rede nova... crente que ia conseguir dormir nela a noite toda, kkk!. 1:30h deitei no chão Por volta das 13.30h o barco partiu, chamo de barco pois eram bem menor do que o navio que havia pego em Manaus. Durante a viagem para Parintins conheci um grupo do Caprichoso e um casal do Garantido que me garantiu ser da diretoria e que me arrumaria uma camisa para não ter que entrar na tal fila da comunidade afim de entrar no bumbódromo. #SQN Chegamos em Parintins por volta das 9h da manhã do dia seguinte "sexta-feira" e nos dividimos, pois cada um tinha um destino diferente para ficar na cidade. Eu como a ideia de ir ficar num redário por 100 pau a noite fui convidado por uma das meninas a ficar num outro barco 0800 que já estava aportado lá que era de um amigo. Bom, vamos nessa! No caminho busquei informações sobre o próximo barco que iria para Belém e como faria para pegar o passe livre e os vendedores malandramente usaram do recurso que durante o festival os deficientes não têm direito a cortesia na passagem. Andamos por toda a Orla de Parintins atrás do tal barco, até que por fim, mas fim mesmo o encontramos. O último barco ancorado numa busca de quase 2h caminhando com o peso da mochila e a barraca nas costas, em baixo de um sol de 36graus e uma sensação térmica de uns 42graus. Lá estava ele um gigantesco navio ferryboat de 3 andares, tratei logo de amarrar minha rede e garantir meu canto no ar condicionado, woh-magavilha... Saímos deixamos as coisas e fomos para um de vários palcos espalhados na cidade, esse ficava na praça ao lado do porto, e como já havia andado muito com peso resolvi pegar uma bicicleta taxi que me deixou lá na praça. Ficamos ali cerca de 3h enquanto via a praça encher de vagar... o resto do grupo da torcida azul é branca se encontrou e fomos almoçar e depois resolvemos conhecer o Curral do Caprichoso, chegando lá novamente de bicicleta taxi, conheci um lugar bonito e organizado, que vale muito a visita. Me encantei e naquele momento virei Caprichoso, mesmo não conhecendo a história dos 2 bois. Fomos andando em direção ao bumbódromo e no caminho passamos pelo Campo de Futebol do Parintins que estava todo preparado para os show que ocorreram durante os dias anteriores ao festival. Mas alguns metros passamos pela torcida do Caprichoso que estavam na fila, onde aproveitei para saber mais como era o processo de adentrar pela fila da comunidade e fomos tirar fotos do Monumental Bumbódromo, bonito durante o dia, lindo durante a noite com suas luzes acessas. Como o sol estava estorricante, saímos dali e fomos caminhando uns 300 metros até a Catedral, que para mim era o centro da festa, diga de passagem, que ao mesmo tempo que havia toda estrutura lá, estava o caos, pois os guardas não fecharam as ruas e no meio de toda aquela gente, passava todos os tipos de veículos... uma puta falta de segurança tanto para os que dirigiam, para os pedestres e centenas de ambulantes e suas barracas. Lá havia a linda Catedral de NS do Carmo com a sua enorme Torre de observação onde podia ver toda a cidade, os pavilhões com feira indígena, história do festival, venda de artesanato e o turistódromo onde busquei informações sobre gratuidade e me disseram que era inconstitucional e me passaram o contato da ARSEPAM (Agência reguladora de Serviços Públicos) caso eu precisa se de ajuda para entrar no barco poderia solicitar um fiscal. Achei foda isso mas não sei se funciona mesmo. Mandei mensagem para o casal do Garantido e so promessas, ai resolvi comprar a camisa do Caprichoso e fiquei ali bebendo até umas 23h, resolvi deixar o pessoal la e voltei ao barco para descansar pois o dia seguinte ficaria o dia todo na fila. No dia seguinte "sábado", acordei as 6:30h e fui caminhando até o bumbódromo, no caminho encontrei uma padaria e comprei meu café e já pensando que ficaria o dia todo na fila comprei besteiras para lanchar durante o dia. Cheguei na fila que já tinha uns 200 metros as 7:15h e ali fiquei até a hora da entrada no bumbódromo que foi por volta das 16:30h. Ainda cedo recebi uma mensagem do casal dizendo que tinha chego em cima da hora, que tinha sido corrido, mas que me ligava mas tarde para eu pegar a camisa do Garantido #SQNDENOVO. Por volta das 13h já embaixo da tenda de entrada, já organizei para guardar os lugares do grupo que chegaram lá pelas 15h. PS: ♿️ não precisa entrar na fila, é só ir direto na entrada e apresentar a carteira. Mas para mim já era tarde... já tinha passado a porra do dia todo no inferno... "calor da porra" salvo por um cidadão local que estava lá segurando vaga para vender e ganhar uma prata que arrumou umas caixas de madeira para a turma sentar. Embora a fila fosse exaustante fiz outras amizades ali e dei boas risadas. Em fim entramos e fomos para o meio da arquibancada que no setor da galera da comunidade era no meio de uma das laterais do bumbódromo. PS: indico ir mais para o canto do centro... para ver o espetáculo na diagonal. Logo após entrarmos, começou com o esquenta da bateria do Garantido, pois nesse segundo dia seria a Caprichoso a iniciar sua apresentação. O sol caiu e aí começou a festa, com as apresentações e agradecimentos e depois com o esquenta da galera do Caprichoso. Por volta das 20h o Caprichoso entrou e começou o maior espetáculo folclórica do mundo... gente só vindo pra ver! O que mais me impressionou foi a interação do público com o espetáculo. A galera sai do chão mesmo e veste a camisa. 20 minutos antes de acabar a apresentação da Caprichoso eu já não me aguentava em pé... sentei para descansar e a toda hora a turma em volta mandava levantar e cobrava a todos o máximo pois a escola ganha pontos com a interação. NÃO PODE DEIXAR A PETECA CAIR! #PQP finalizou a apresentação por volta das 22.30h eu já morto bati em retirada para o barco, enquanto o resto do grupo ficou para assistir a apresentação do Garantido. No domingo, levantei e voltei na padaria para comprar um café e descobri que lá eles faziam um pão manual que me relembrou a um pão (cassetinho) que eu comia quando viajava para a casa de praia do meu avô em Pedra de Guaratiba - RJ, ainda criança. Como era o último dia, não tinha onde ficar pois o barco iria retornar no final naquele dia para a cidade de Oriximiná e eu fui atrás de um albergue que me cobrou um absurdo pra ficar lá os 3 dias de barraca até eu pegar o navio para Belém, falei que voltaria no final do dia e fui embora, e como eu tinha que aproveitar para conhecer os outros pontos turísticos da cidade, fui até o Curral do Garantido, mas nem me liguei que estava com a camisa do Caprichoso, só reparei porque todos que ali estavam me olharam diferente, saí de fininho e fui rodar as praças e igrejas, mercado municipal e finalizei subindo a Torre da Catedral para ver a cidade. Por volta das 11:30h com quem eu esbarro? O casal sem graça já veio me falando que não deu etc, #blablabla (diz logo que não rola e pronto eu hem!) encontrei o grupo para almoçar e fomos de moto carreta taxi para um resort com piscina, que nos indicaram chamado kwait chegamos na entrada e a surpresa, era pago, 120 pau e faltava 3h pra acabar o show ao vivo e fechar a casa, saímos andando bolado e descobrimos que a 500 metros tinha um outro que você pode usar a estrutura e só paga a consumação "day use" chamado de Resort Amazon River. Já próximo ao final dia, e sem uma definição do meu próximo passo na viagem, entre ir para a cidade de Óbidos com uma parte do grupo ou ficar em Parintins, pois o próximo barco para Belém será na quinta feira, comecei a busca por um barco para Santarém afim de adiantar a viagem e pagar mas barato na estadia, rodei em todos os barcos até que, fui informado que o ferryboat regional (único disponível) sairia do outro lado da cidade, busquei informações de onde ele estaria e fui lá confirmar. Bom, deu tudo certo... andei de um lado da cidade ao outro 2 vezes, parei para comer um churrasquinho completo (arroz, vatapá, farofa, carne), peguei minha mochila e barraca (em Parintins não possui camping) e subi a bordo do Regional rumo à Santarém com saída programada para as 05h da manhã. O navio é gigante e estava cheio de espaço pois estava arrendado para o grupo que estava abordo dele para o festival. Já com a minha rede armada e de banho tomado deitei para dormir e cansado como estava acordei com o ligar dos motores... "primeira noite completa dormindo na rede" e o Navio lotou do nada! Zarpou as 5h como marcado e fomos rumo a cidade de Santarém com previsão de chegar às 17h. Acordei com nariz entupido acho eu que por causa do sol, tô bem queimado, e o ar condicionado do barco que estava um luxo ontem a noite. PS: aqui não existe COVID19! #SQN Já em Santarém, ao desembarcar soube que estaria saindo um outro Ferryboat para Belém chamado Amazônia IV, automaticamente pulei de navio, esse como não tinha verificado com a agência de venda de passagens o passe livre desenrolei direto com o gerente do barco, que me autorizou a viagem. Já abordo estiquei minha rede e minha saco de dormir no chão e fui ver algo para comer, pois estava roxo de fome, ao descer para o restaurante do navio, descobri que esse possuía um fogão de 2 bocas para uso coletivo, fiz um miojão com arroz e mandei para dentro. O barco partiria do porto de Santarém as 22h após receber a carga que iria levar para Belém, ainda eram 18h, o jeito foi se ajeitar e aguardar. No dia seguinte pela manhã acordei as 8h e desci para tomar café, e para o meu espanto o café era das 6h as 7:30h (OBS: tem que checar sempre os horários, cada barco segue sua própria rotina), o jeito foi aguardar o almoço. Viajamos por 2 dias até o Porto de Belém. Cheguei em Belém já a noite, de quarta feira, por volta às 19h. Desci no píer próprio do ferry que era cerca de 3.5km do centro, e o jeito foi pegar um Uber até o Hostel Amazônia que fica a poucas quadras das docas. Após fazer check-in e pegar minha cama e as informações do hostel, fui até o mini-mercado já comprar algo para comer e já deixar o café da manhã ajeitado, depois andei até a farmácia para comprar uns remédios para gripe, tudo em torno ao hostel. No dia seguinte, pela manhã após o café, fui andando até a docas que ainda estava fechado e continuei a caminhada sentido ver-o-peso, Praça do Relógio, Museu de Artes Sacras, Forte do Presépio, Casa das 11 Janelas, Catedral da Sé, retornando a pousada pelo mesmo caminho até chegar na docas, aí adentrei e percorri os 3 pavilhões que são tipo um shopping com lojas, restaurantes e a Cervejaria Amazon Beer. Passei o resto da tarde na pousada descansando e postando sobre a passada por Parintins. Na sexta acordei, tomei café, e fui caminhando até a Praça da República onde fica o Theatro da Paz, aguardei alguns minutos e fiz uma visita guiada pelo lindo e fascinante teatro de Belém. Rico em história e ostentação como no Teatro de Manaus. Dali desci até a Praça Santuário de Nazaré, onde fica também a Basílica Santuário NS de Nazaré. Como já havia andado um bom pedaço, resolvi pegar o ônibus e ir até o Parque Mangal das Garças, e me surpreendi com um espaço lindo, arborizado, com lagos, pontes, ilhas e chafarizes, além de centenas de aves soltas e até mesmo dentro do cercado que você pode visitar e chegar bem próximo delas. O borbolhetário lindo, cheio de borboletas em meio a cascatas e pequenos lagos com Vitória Régia. Subi a Torre de observação do parque que fica a uns 30 metros de altura, e é possível ver todo o parque assim como uma grande parte da cidade de Belém do Pará. Feliz, retornei andando cerca de 1km até o Mercado ver-o-peso e como ainda não havia almoçado fui provar os sucos de popa das frutas que ainda não lembrava de ter provado, e nessa foram 4 copos e muitos sabores (buriti, araçá, uxi, taperebá), de barriga cheia kkkk, procurei o amuleto da sorte do povo do Pará (Muiraquitã) voltei para a pousada para tomar um banho e postar mas novidades nas redes sociais. Sem muitas mais opções, resolvi tirar o sábado na praia, mas antes fui até o terminal hidroviário para saber o horário do barco para a Ilha de Marajó, no ponto em frente peguei um ônibus até o Trapiche de Icoraci, de lá peguei uma lancha para a Ilha de Cotijuba, chegando no píer da ilha desci e peguei o caminho da primeira praia que estava a 700 metros, caminhei cerca de 10 minutos chegando na Praia do Farol, praia bonita com alguns bares, vários salva vidas. Água barrenta e sem ondas, clima caribenho, joguei minhas coisas numa mesa, pedi um cerveja Devassa e fui dar um mergulho aparentemente gostoso, mas de água morna. Acabei a cerveja e vi no maps que ao lado havia outra praia, cerca de 300 metros chamada Praia do Amor, caminhei até lá e cheguei numa praia mas deserta e sem bares ou quiosques, tirei umas fotos e fui atrás da que todos falavam que prometia ser a The Best. Caminhei cerca de 1 hora (tinha opções de moto taxi e moto-charrete e bondinho) até que cheguei no lado da ilha mas badalado, com muitas opções de hospedagem, bares e restaurantes, desci na praia e lá estava a praia com muitas pessoas frequentando-a. Uma praia bonita, grande, com vários salva vidas mas para mim uma praia comum. Tomei uma água com gás e um choppe (sacolé), e após 1h curtindo o visual com direito a chuvada resolvi voltar de bonde para o píer. Em frente a parada do bonde em quanto aguardava a sua partida das 15.40h aproveitei para comer um bolo e tomar um suco de murici. O trajeto de retorno durou cerca de 30 minutos de bonde e que me poupou bastante as pernas. Chegando no Píer a Barca já aguardava a saída pelas 17h. Corri na bilheteria e consegui um passa livre que foi uma mão na roda, subi abordo e aguardei cerca de 25 minutos e durante a espera, um dilúvio caiu como em todas as tarde de Belém. Retornei ao píer de Icoraci, caminhei uns 500 metros e peguei um ônibus sentido ver-o-peso desci na Docas, passei no mercado e fui para o hostel, já nos hostel troquei uma ideia com o pessoal, fiz um rango postei mas coisas nas redes sociais. Domingão, último dia de Belém, acordei cedo e fui andando até o Museu das Gemas do Pará que fica numa antiga prisão desativada chamada de São José Liberto que para minha surpresa só abria as 10h. Em frente e ao lado existem duas praças, e ali fiquei até a abertura. Entrei e de cara na porta a direita uma Capela muito peculiar em meio às rochas de fortificação do muro da prisão, nela havia somente um cristo crucificado e uma tela não identificado. Já na porta a esquerda o Museu de Gemas do Pará e a porta para o pátio central, na entrada do museu havia um cristal de quartzo gigante, entrei no Museu de Gemas que hora havia taxa de entrada mas no momento em que entrei estava gratuito, lindas pedras preciosas e semi-preciosas, para quem gosta de pedras é bem interessante. Saindo dali e entrando no pátio central um lindo jardim com lago e mais cristais gigantesco. Rodando o pátio encontrei uma porta "Memória da Cela" onde existem vários itens feitos e usados pelos presidiários na época além de fotos e informações. Rodando ainda o pátio encontrei banheiros e várias lojas de joias, na última porta me levava a uma espécie de fábrica de joias com ourivesaria e lapidação, e em mais uma porta que nos leva a um grande espaço, creio que novo, pois havia lojas, lanchonete, espaço de lazer, etc. Saí dali e vi no maps que próximo ficava outro ponto turístico que se chama Portal da Amazônia, caminhei por uns 2km e cheguei a uma linda orla com quadras, ciclovia e para minha surpresa, caminhando para o lado direito sai atrás do Parque Mangal das Graças. Já eram cerca de 12h, peguei um Uber e fui até o aquário de Belém que se chama Museu Goeldi, onde possivelmente teria um peixe-boi. Cheguei em 15 minutos entrei na fila da entrada, peguei minha gratuidade e parti para o aquário crente crente... estava desativado! PQP... perguntei para um funcionário o pq estava desativado e não soube explicar, aí perguntei o que mais tinha de interessante no parque e ela me respondeu, macacos, jacaré e a Onça... opa! A Onça! Fui lá vê-la e cadê?, não estava na jaula... fala sério! Peguei um ônibus sentido a docas e fui conhecer as cervejarias e comer alguma coisa. Nas Docas existe a Cervejaria AmazonBeer, sentei pedi uns dadinhos de tapioca e uma IPA - Índia Pale Ale e fiquei ali filmando e fotografando por uma hora. Lá eles vendem tanto o chopp no restaurante quanto growlers para você levar. Sai e atravessei a rua, em direção a Praça dos Estivadores e na quina da praça tem a Cervejaria Cabôca, num Casarão em 3 andares sendo o último um mezanino incrivelmente lindo, com acesso a cadeirante nos 3 andares por elevador. Vô que eles trabalham com garrafas e growlers além do chopp no pub. Saindo dali fui caminhando cerca de 3,5km até a Cervejaria Flor de Lúpulo, mas quando cheguei estava fechada, uma balde de água fria para quem havia andado uns 40 minutos. Na volta, passei no Theatro da Paz e peguei um ingresso para assistir uma peça que começaria as 17h, e voltei ao hostel para me arrumar e comer algo já que eram 15:40. Tomei um banho coloquei uma beca, e peguei o casaco, pois sabia que estaria um frio daqueles dentro do teatro, fui no mercado rapidamente e comprei pão e salsichas para fazer um hot-dog americano, preparei o lanche e na hora que comecei a comer caiu aquela chuva... as 16:55h sai em meio aos chuviscos e fui para o Teatro que estava cerca de 10 minutos andando. Chegando ao teatro me exigiram o comprovante de vacinação, apresentei e me mostraram aonde era meu acento e lá assisti a uma peça infantil, realizada por uma escola de teatro da cidade, e as crianças com certeza se superarão. Voltei ao hostel, postei mas algumas coisas e fui descansar, pois segunda feira estava a chegar e eu iria a Ilha de Marajó. Acordei as 7h de segunda, fiz um café e postei mais fotos, por volta das 11h fiz o almoço, preparei a mochila, almocei e fui para o Terminal Hidroviário de Belém, as 12:30h peguei minha passagem para Marajó e aguardei a Barca que sairia as 14:30h. Peguei a Barca para a Ilha de Marajó e tratei de subir para o último andar, lá haviam poltronas e na parte de trás um suporte para pendurar a rede, atei a rede, coloquei a mochila no chão ao lado, tirei o boot e lá viajei por 3h até aportar no porto de Camuru. Desci da balsa e lá já aguardava a balsa dezenas de vans e ônibus. Rodei alguns pesquisando preço e consegui uma que me deixava na porta do camping que é na estrada mesmo, num valor um pouco menor. A Van levou cerca de 40 minutos até que eu desci e já fui direto na recepção anunciar a chegada e saber como eram as normas ali. Armei a barraca, guardei as coisas e fui caminhar pela Orla de Salvaterra que é linda, bem iluminada e com as esculturas do peixe, caranguejo e eu ❤️ Salvaterra. Já eram 20h e com fome fui atrás do Filé Marajoara (filé de búfalo coberto por queijo de Búfalo) e consegui um numa pousada ali da orla mesmo. Observação: tem que pedir o prato para 1 pessoa ou meia porção, pois no cardápio não tem essa opção. Sentado ali conheci um casal que acabava de vir de Soure e me contava de suas aventuras, ao mesmo tempo me passando o contato dos guias locais em Soure que eles haviam adorado. Voltei na orla tirei umas fotos e cansado retornei a barraca para descansar e programar o próximo dia, já fazendo contato com os guias indicados. Terça pela manhã, acordei e fui tomar café na Pousada Boto, peguei umas informações de onde visitar Salvaterra e fui andar pela cidade afim de conhecer. Durante o caminho já fui negociando com o guia local de Soure os passeios pela região de Soure e também Joanes, e Águas Boas que fazem parte de Salvaterra, mas ficam distante cerca de 15km. Andei pelas ruas do centro de Salvaterra e saí na praça onde fica a Igreja, ao lado esquerdo fica o cais de onde sai os barcos para Soure, dei a volta e sai na orla da Praia Grande, caminhei até o fim da orla e acessei a areia que me levou até a ponta da Praia Grande, cerca de uns 15 minutos caminhando, lá encontrei o pessoal que fazia o passeio de 1 hora de búfalo andando dentro d'água, por trilhas e igarapés. Voltei a praia até a Orla e fui em busca do almoço, queria comer algo com caranguejo, até que no restaurante Rosa de Saron em frente ao Caranguejo da Orla, achei um omelete de caranguejo e acompanhava arroz, feijão, vinagrete e farofa. Sai e fui andando novamente até o centro atrás de uma sorveteria, mas dei azar e estavam fechadas. Voltei ao camping, tomei uma banho e comecei a postar conteúdos nas redes socais, quando o mundo desabou, choveu forte por mais de 1 hora, quando estiou corri no mercadinho que era próximo e comprei um lanche, voltei e fiquei na barraca até a hora que peguei no sono. Na quarta, acordei 7h arrumei a mochila dobrei a barraca e fui tomar café na Pousada Boto, por volta das 8:45h fui caminhando até a praça de onde saia o barco para Soure, entrei no barco e aguardei até as 9:30h horário de sua saída, e atravessou o rio em torno de 20 minutos até o Píer de Soure. Lá encontrei o guia David da Agência David Marajó Tour @david_marajotour que me levou até sua casa para guardar a mochila e sair de moto para o tour em Soure guiado por ele. Saímos e passamos pela rua 3 e 4 que são as ruas do centro, depois fomos conhecer a loja de Curtume Arte e Couro do Marajó onde existe as cabeças dos 4 tipos diferentes de búfalos de Marajó e alguns artigos em couro fabricados por eles na lojinha a venda. Saímos e fomos até a Casa do Artesão Marajoara Nimbaraio onde se vende artesanatos locais, onde não consegui mais uma vez encontrar os Muiraquitã que tanto busco. Dali fomos em direção a Campos Naturais, no caminho paramos nas piscinas naturais, lindas de água cor azul ao esmeralda, que já me convidava ao mergulho. Dali entramos na Fazenda Bom Jesus e passamos pelos campos alagados onde os búfalos de Marajó se adaptaram e ao final da estrada encontramos a bifurcação que a esquerda me leva a Praia de Cajú-Una e a direita a Praia do Céu, que são em duas comunidades distintas. Voltamos e fomos em direção a Praia do Pesqueiro, a mas famosa da Ilha e mais estruturada. Chegando na praia já fui logo sentando no lombo do búfalo Baiano da raça Carabal e dando uma volta pelas areias da praia. Depois como já era de se esperar, sentamos eu e o David "Guia" e comemos um peixe File de Filhote Marajoara (filé de peixe com cobertura de queijo de búfalo). Pegamos a moto e fomos para a última praia do passeio que é mas próxima do centro, no final da rua 14 entramos na Fazenda Araruna e seguimos a estrada que vai dar na Praia da Barra Velha, de cara uma praia atraente cheio de sombras naturais e muito convidativa, adorei! Ficamos por uma hora nela, eu andei de um lado ao outro e tirei algumas fotos e resolvemos voltar passando pelo hostel lunar que eu havia agendado minha hospedagem em camping, sendo que era na área rural, mas pensa numa área rural longe e no meio do mato, me perdi só em tentar chegar lá, desisti e voltamos a cidade. Sai andando em direção a Orla de Souer, passei por um grande búfalo de cor mas clara, parei no eu ❤️ Soure para tirar aquela foto e fui em direção ao mercado modelo da cidade, passando pela praça da orla, Igreja do Menino Deus e chegando a rua 3 onde o Mercado Modelo. Aí tive a ideia de girino de andar até o Farol de Soure que fica na rua 10, mal eu sabia que a rua 10 não tinha fim...fui caminhando, passei pelo cruzeiro de Soure que fica ao lado de um campo de futebol e mais a frente entrei na rua 10, agora pense numa rua longa, andei andei andei e no final da rua eu precisava pegar um caminho pela praia de uns 300m até que cheguei no bendito farol. Em quanto isso as nuvens de chuva do fim do dia se aproximavam e o sol ia caindo no horizonte, no retorno passei pela homenagem ao campeão de UFC de Soure e pelo Bar Badalado Las Vegas, onde entrei para confirmar se havia alguma cerveja especial, mas infelizmente não, por sorte na volta peguei alguns pingos, mas cheguei seco a casa do Guia David que me ofereceu estadia por uma noite lá com ele. Cheguei tomei um banho e o guia me levou ao Restaurante Solar do Bola para comer o verdadeiro filé de búfalo com queijo de búfalo "Bife Marajoara" acompanhado de fritas e arroz cremoso ao leite de búfalo. Super indico este! Voltamos e fomos descansar. Dia seguinte, acordei arrumei a mochila, pois resolvi voltar para o camping de Salvaterra, pois só encontrei hospedagem em Soure mas cara que o dobro do que eu estava pagando em toda a viagem... e como íamos fazer o passeio guiado por Salvaterra já ia aproveitar para deixar a mochila lá no camping e no retorno para Souer, já descia por lá. Fomos no mercado modelo tomar café. Comi uma tapioca de queijo e um copo de café com leite de búfalo, tirei umas fotos do mercado modelo que estava aberto e fomos pegar o casal que também iria para o passeio em Salvaterra. Aguardamos a balsa sair uns 10 minutos e atravessamos o canal para salvaterra (carro paga $22 moto paga $8 bicicleta e pessoas é gratuito). O guia passou pela praça onde fica a Igreja Matriz de Salvaterra e parou no Salão Paroquial que é de venda de artesanato local, daí fomos até a ponta de Salvaterra de onde se vê uma ilhota entre Salvaterra e Soure e o farol de Soure. Fomos até a Praia Grande e apresentou a Orla para o casal que estava junto. Seguimos em direção a Água Boa, onde chegamos numa linda praia, banhada por um igarapé vermelho de água geladinha, atravessamos a ponte sob o igarapé e fomos até os quiosques na beira mar, sentamos e eu sai para dar uma caminhada até os cantos da praia, um havia a saída do igarapé que formava um lindo rio e do outro lado um canto de pedras encantador, ficamos cerca de 2h lá. Pegamos o carro e fomos para a famosa Praia de Joanes, que particularmente eu a achei uma praia comum, com vários quiosques que você pode parar o carro quase na areia. Vi muitas pessoas esticando a rede, ligando o som do carro e curtindo sua vibe. Por volta das 14h chegou um barco de pesca com 2 peixes de aproximadamente 50 e 85 quilos chamado de filhote, mas pensa num filhote de 1,5metro. Logo depois dos pescadores venderem seus peixes começou a chover e aí o guia achou melhor adiantamos, pois não iria parar a chuva. Saímos e passamos rapidamente nas ruínas dos jesuítas e na Igreja Matriz de Joanes, tiramos umas fotos em meio a chuva e voltamos em direção Soure. Desci no caminho, na Pousada Boto, pois não iria voltar para Soure devido ao preço das hospedagens. De volta ao camping do Boto, esperei a chuva dar uma estiada e corri no mercado, pois eram 15h e ainda não havia almoçado. Comprei uns insumos e fiz um rango, aproveitei que o dia estava instável e aproveitei para postar uns vídeos. Final do dia chegou um casal no redário, conversamos um pouco e fomos dormir. Dia seguinte, pensando em ir a Soure e alugar a moto do guia para dar mais uma volta em Soure, o tempo continuava instável, aí desisti e fiquei pelo Camping, mas por volta do meio dia, pra me sacanear, o céu abril e fez aquele calor... sai e fui atrás de outra iguaria da Ilha de Marajó, o doce de leite feito com leite de búfalo, aproveitei comprei um pedaço do queijo e aí já sabem! Deu mach! Como eram cerca de 400g de doce, dividi para 2 dias e guardei a metade para o dia seguinte. Fim de tarde, parti para a Orla, afim de curtir o local e o final do dia, mas uma hora depois, novamente entrou uma frente fria que veio em forma de rolo, e as nuvens com o vento forte chegaram rapidamente. Fugi da praia e voltei para o camping pensando que iria tomar aquele banho de chuva, mas quando cheguei a nuvem passou, caiu meia dúzia de pingo e nada mais! Acho que não era mesmo pra eu curtir a Orla de Salvaterra. Fiquei pelo camping mandando mais vídeos, quando chegou o casal Alex e Fernanda no redário, trocamos umas ideias, falei que o dia seguinte seria meu último dia na ilha e que eu iria em Soure para conhecer uns pontos que não tinha conhecido e eles me convidaram para ir com eles de carro, pois eles iriam também a Soure, ai eu fui descansar, pois eles iriam sair cedo. Sábado, acordamos eu comecei arrumar minha mochila, e fomos tomar o café da pousada, pedi na recepção para agendar a van, que me pegaria pra me levar ao porto de Camará, saímos pegamos o carro e fomos em direção a balsa para atravessar o carro para Soure, descemos da balsa e fomos ver os búfalos da polícia montada do Marajó na praça ao lado do mercado modelo, tiramos fotos e conversamos um pouco com os policiais. Saímos e fomos experimentar o sorvete especial da Q-Sorvete Marajó, são 3 tipos diferentes, eu fui no Marajó Pai D'água que é de doce de leite, queijo e leite do Marajó, e castanha do Pará. Pensa num sorvete gostoso! Me despedi do casal, pois já eram 11h e eu precisava voltar para Salvaterra, caminhei até o Trapiche e as 11:25h peguei o barco po-po-po para o centro de Salvaterra que chegou 11:45h na praça da Igreja Matriz, dali voltei rapidamente para o camping, pois tinha que acabar de desmontar a barraca e fechar a bolsa, e fazer um rango rápido para a viagem de retorno a Belém. 13:30h a Van passou e me pegou, a viajem até o Porto durou cerca de 30 minutos, aguardei o guichê abrir e peguei a passagem pela gratuidade. Ao entrar no navio ferry achei estranho pois era totalmente diferente do que eu havia ido, e foi aí que descobri que ele não iria para o Terminal Hidroviário de Belém e sim para o Porto de Icoraci, mesmo lugar onde peguei o barco para ir a Ilha de Cojituba. Em fim voltei a Belém pelo lugar errado e tive que pegar um ônibus para o centro, pois eu voltaria para o hostel Amazônia que havia ficado anteriormente. Chegando no hostel, fiz o check-in e voltei para a mesma cama do mesmo quarto que eu havia ficado antes, deixei as coisas no armário com cadeado e sai para comer alguma coisa, andei em direção ao Theatro da Paz e não encontrei nada aberto, voltei e parei em frente ao mercadinho, numa barraca de sanduíches, pedi um Hot-dog e voltei para o quarto, tomei banho e fui descansar. No domingo, levantei e fui no mercado ver-o-peso para tomar café e comprar umas lembranças, parei na barraca e tomei 3 sucos (Tropical que é de Açaí com Maracujá, outro de Muruci, e fechei com o bacuri). Dei uma volta pelo artesanato e comprei Muiraquitã em colar e chaveiro, depois parei na barraca do café, pedi um café com leite e tapioca de queijo, presunto e ovo. Atravessei a rua e entrei no Mercado Modelo que é todo em ferro estilo europeu e voltei para o hostel, caminhando por dentro das docas. Deitei e descansei até umas 14h quando levantei e resolvi almoçar no shopping, pois ali próximo ao hostel só havia açaí com peixe e farofa. Caminhei até o shopping por uns 15 minutos fui até o terceiro andar na praça de alimentação, pedi um strogonoff (ruim de mais) e uma cerveja. Fiquei por ali até que pensei em dar uma olhada no cinema, cheguei na bilheteria e perguntei qual seria o preço para deficiente e a moça do caixa me informou que era gratuito! HEM! Me vê um ingresso para o próximo filme então HaHaHa! Sem ter o que fazer no último dia de viajem bora gastar tempo no cinema... e sair daqui ainda vou ver se tem peça no theatro. Rss! Assisti o filme do Thor Amor e Trovão, desci as escadas e peguei a rua sentido a praça da república, pois o Thiago do Hostel Amazônia havia me dito que tinha um carrinho de sanduíches muito bom na rua atrás do Theatro da Paz. Achei o padrão em frente a conveniência Tem Tudo pedi um sanduba e mandei pra dentro. No retorno ao hostel o Bar da Praça ao lado do Theatro estava aberto e rolando uma música ao vivo, perguntei qual era o chopp que havia na casa e o garçon já veio com uma prova e disse que era da Cervejaria Cabôca. Sentei e pedi 2 rodadas tirei umas fotos, curti um som e voltei para o hostel. Dia seguinte, segunda feira, dia de pegar o avião para casa, acordei e fui tomar um café na padaria, diga de passagem que café... Sanduíche de queijo e peito de Peru mais do que caprichado. Voltei para o hostel arrumei a mochila, tomei um banho e me arrumei para ir cedo ao aeroporto, imaginando em tentar pegar um voo antecipado, #SQN. Cheguei meio dia no aeroporto e só saí de lá no horário do único voo da azul rumo a SP, para depois ir para o RJ. Algumas horas, no aeroporto ouvindo música, até que embarquei e cheguei a SP às 20:20h e já aguardei a conexão que já ia sair as 21:15h. Chegando ao Rio as 22:10h. Peguei o Uber e fui pra casa. Resumindo foram dias incríveis, locais maravilhosos, pessoas sensacionais que conheci e só tenho a agradecer, a Deus e a todos que conheci durante a viagem, além da minha família que estava aqui ansiosos me aguardando voltar. A próxima já está no destaque do instagram... segue lá... fui... Atualização final dia 11 de julho 2022 Mais fotos e vídeos: no Instagram @penaestradacervejeiro VEJA TAMBEM O ROTEIRO COM PREÇOS
  4. Pessoal, estou fazendo uma viagem, aproveitando as férias da namorada. Vamos primeiro para São Luiz (22 - 27/01), onde tentaremos aproveitar 5 dias dos lençóis, apesar da chuva e as lagoas provavelmente secas. No dia 27/01, iremos para Belém, tentar aproveitar um pouco do Pará, onde iremos focar na Ilha de Marajó. Ficamos em Belém até o dia 02/02. Estou sabendo que janeiro é bastante propício às chuvas. Gostaria de dicas e sugestões sobre o que fazer, apesar da pluviosidade elevada neste mês. O que sugerem? 3 dias na Ilha de Marajó e 2 em Belém? O que fazer em Belém? O que fazer na lha? Grato, pessoal!
  5. Fomos passar o Reveillon 2020/2021 em Salinas ou o Sal para os mais íntimos, aproveitamos para conhecer uma Praia que é bastante visitada, porém alguns de casa ainda não conhecem. Resolvi registrar... A travessia parte da Praça do Pescador, no início da Orla do Maçarico. Chegamos de carro no local onde estacionamos no acostamento (sem custos) e logo visível fica um trapiche da associação de barqueiros. O Ccusto foi de travessia foi de R$ 10,00 (dando direito a ida e volta por pessoa). Estacionamos sem custo e sem problemas com locais proibidos(fiscalização), muitas pessoas levam suas bebidas nas caixas térmicas, o bares no outro lado não geram problemas, para o consumo de comidas costumam cobrar os 10%, ficamos na primeira barraca onde tem umas casas de palhas recém construídas. O custo médio de um prato para 3 pessoas sai por R$ 75,00. O lugar é bem procurado por família e casais. Poucos carros aventuram-se a atravessar a extensa praia do Farol até essa ponta (final da praia do Farol). Os barcos atravessam de 4 até 15 pessoas, uma travessia de 5 minutos. o Local rende excelentes fotos! O Local conta com 3 barracas (bares), serve uma boa comida, não possui rede elétrica o que fica melhor por não ter som em grande volume. O local aceita pagamento em cartão ou transferência bancária. Não vimos pacotes divulgando o local nem outros tipos mas acreditamos que o local tenha outro atrativos turísticos, pois vimos muitos Guarás indo para seus locais de descanso. Em breve voltamo a explorar.
  6. Resumo: Itinerário: Tabatinga (AM) → Letícia (Colômbia)→ Tabatinga (AM) → Amaturá (AM) → Fonte Boa (AM) → Tefé (AM) → Manaus (AM) → Presidente Figueiredo (AM) → Balbina (AM) → Manaus (AM) → São Gabriel da Cachoeira (AM) → Manaus (AM) → Itacoatiara (AM) → Parintins (AM) → Santarém (PA) → Itaituba (PA) → São Luís do Tapajós (PA) → Parque Nacional da Amazônia (PA) → Flona de Tapajós (PA) → Santarém (PA) → Macapá (AP) → Curiaú (AP) → Macapá (AP) → Belém (PA) → Ilha de Marajó (PA) → Belém (PA). Período: 25/03/2002 a 13/05/2002 Ida: Voo de São Paulo a Tabatinga no Amazonas pela Varig, previsto para sair às 09h16. Volta: Voo de Belém do Pará a São Paulo pela Varig, previsto para sair às 16h. Considerações Gerais: Não pretendo aqui fazer um relato detalhado, mas apenas descrever a viagem com as informações que considerar mais relevantes para quem pretende fazer um roteiro semelhante, principalmente o trajeto, acomodações, meios de transporte e informações adicionais que eu achar relevantes. Nesta época eu ainda não registrava detalhadamente as informações, então albergues, pousadas, pensões, hotéis e meios de transporte poderão não ter informações detalhadas, mas procurarei citar as informações de que eu lembrar para tentar dar a melhor ideia possível a quem desejar repetir o trajeto e ter uma base para pesquisar detalhes. Depois de tanto tempo os preços que eu citar serão somente para referência e análise da relação entre eles, pois já devem ter mudado muito. Sobre os locais a visitar, só vou citar os de que mais gostei ou que estiverem fora dos roteiros tradicionais. Os outros pode-se ver facilmente nos roteiros disponíveis na internet. Os meus itens preferidos geralmente relacionam-se à Natureza e à Espiritualidade. Informações Gerais: Em toda a viagem houve bastante sol e bastante chuva 🌧️. Estava no período chuvoso, em uma região que já é naturalmente chuvosa. Tomei muitos banhos de chuva. Alguns anos depois, em 2005, haveria uma seca muito forte na região amazônica, com os rios diminuindo muito de volume. As temperaturas também estiveram altas, passando dos 30 C ao longo do dia, mas a chuva geralmente acabava atenuando o calor. A população de uma maneira geral foi muito cordial e gentil 👍. Impressionante como índios daquela região são gentis, em sua imensa maioria. Porém em algumas localidades pequenas, principalmente no Alto Solimões, acho que devido ao meu cabelo longo, ao fato de estar sozinho, tiveram algum tipo de xenofobia ou discriminação em relação a mim. Acho que pensaram que eu era gay e era algo com que não estavam acostumados e com que não lidavam bem. Conheci pessoas dos mais diferentes tipos, desde índios aculturados, índios mais afastados, missionários, militares, ambientalistas, garimpeiros, mateiros, ribeirinhos, comerciantes, barqueiros e outros. Falaram-me que em alguns locais como Atalaia do Norte ainda havia índios canibais e eu não fui lá 😀. Foram raros os idosos que encontrei, numa mostra que a vida na floresta não era fácil. Uma mulher aos 35 anos já costumava ser avó e considerada já com certa idade. Pessoas com mais e 40 e perto de 50 eram raras e tinham muitas vezes uma aparência bem desgastada. Numa viagem de barco, chamou-me atenção uma moça jovem, acho que de 24 anos ou menos, que já tinha 4 filhos. Acho que esta viagem mudou minha visão a respeito das forças armadas, especialmente do exército. Em muitas ocasiões encontrei militares e em algumas vezes pedi informações ou ajuda, e eles sempre foram extremamente prestativos e gentis. Tinha uma visão um pouco negativa, fundamentada no que sabia do período da ditadura militar, dos abusos de autoridade, intolerância, torturas e mortes. Mas teoricamente já imaginava, e agora comprovava na prática, que as patentes mais baixas não estão preocupadas com nenhum tipo de ideologia ou dominação. Geralmente estão dispostas a ajudar. Suas ações provavelmente vêm de toda a doutrinação que recebem e das ordens que lhes dão, ainda que se possa analisar cada caso específico. Vários índios pareceram-me não gostar muito da FUNAI. Numa ocasião um deles me disse “A FUNAI só faz besteira”. Pela primeira vez ouvi o termo “interior do município”. As cidades no meio da floresta eram muito pequenas e havia muitas comunidades bem distantes, algumas a dias de viagem de barco. Este era o interior do município. As paisagens ao longo da viagem agradaram-me muito, passando por áreas de florestas, rios, cachoeiras, campos, áreas alagadas, montanhas e outros . A viagem no geral foi tranquila. Houve muita imprecisão nas informações sobre horários e itinerários de barcos, principalmente no Alto Solimões. Uma viajante estrangeira que encontrei num barco inclusive me disse que tinha recebido uma informação sobre o destino do barco na cidade, outra diferente no porto e quando subiu no barco descobriu que as duas informações anteriores estavam erradas 😀. Eu demorei a me acostumar a dormir em redes, mas depois não houve problemas. Em viagens mais longas, dormi, tomei banho e fiz as refeições nos barcos. Tive um pequeno incidente numa negociação numa viagem de barco. Num dos trechos de barco (acho que foi a volta de São Gabriel da Cachoeira para Manaus), havia vários homens em volta da televisão assistindo a novela e 2 mulheres de uns 50 a 60 anos, bem mais longe, esticando o pescoço para conseguir ver a tela. Eu achei absurdo e perguntei para elas se não queriam chegar mais perto. Elas deram um leve sorriso e disseram "sim, vamos um pouco mais perto". Moveram suas cadeiras uns 10 cm para frente. Eu ri, mas não quis incentivá-las mais nem falar com os homens, pois achei que em vez de ajudá-las, poderia gerar algum constrangimento para elas. Boa parte dos habitantes locais moradores de cidades, mesmo que de origem indígena, pareciam não se importar muito com a questão ambiental naquela época. Várias vezes vi pessoas pegarem o copo de plástico para tomar água e depois, com o lixo ao lado, jogarem o copo no rio. Num dos trechos cruzamos com um enorme navio 🚢 já no Rio Amazonas. Fiquei surpreso com um navio daquele tamanho, que só havia visto no mar, estar em um rio. Mas conforme ele foi afastando-se, ficou minúsculo perto do tamanho do rio. Como usei repelente não tive grandes problemas com mosquitos, embora houvesse muitos. Certa vez parei na floresta para meditar e quando acabei, ao voltar a prestar atenção a meu redor, vi que toda a minha roupa estava coberta de mosquitos. Meus braços, que estavam com repelente, estavam sem nenhum mosquito 😀. Num dos trechos, dormi no andar inferior de um barco e acordei todo picado (talvez por carrapatos). Tive um incidente na Transamazônica possivelmente com uma onça. Fiquei um pouco preocupado em nadar em rios em que se dizia haver piranhas. Mas a viagem acabou sem danos relevantes. Eu era (e ainda sou) vegetariano. Foi um pouco difícil conseguir comida vegetariana. As pessoas não estavam acostumadas a este tipo de alimentação. Algumas nem sabiam como se chamava e achavam estranho. Quando fui visitar uma comunidade indígena, comi carne com eles para não ofendê-los. Meus dentes voltaram amarelos de tanto comer macaxeira. Adorei as frutas locais, como cupuaçu, taperebá (cajá) e açaí. Achei o guaraná industrializado amazônico bem mais forte do que aquele a que estava acostumado. Gostei bastante e experimentei algumas marcas locais. Alguns estabelecimentos comerciais aceitaram cartão de crédito (principalmente companhias de ônibus, mercados e agências de turismo), mas a maioria não aceitou. Pouquíssimos aceitaram vale-refeição que eu tinha. Não tive nenhum problema de segurança em relação a assaltos, mas já naquela época, achei as cidades maiores com aparência insegura. As pequenas pareciam tranquilas. A Viagem: Fui de SP a Tabatinga na 2.a feira 25/03/2002. Fiz escala em Manaus. A saída estava prevista para as 9h16. Acabaram pegando meu lugar na janela no voo entre Manaus e Tabatinga. Não quis exigir meu lugar, Deu para apreciar um pouco a paisagem, mas não foi o mesmo que estar na janela. Cheguei no meio da tarde (eram 2 horas a menos devido ao fuso horário). Fiquei hospedado num hotel razoavelmente perto do porto, numa travessa da avenida principal por R$ 15,00 a diária. Mas um dos donos não tinha troco, paguei R$ 20,00 e ele ficou de devolver o troco depois. Ele disse-me que ali a única diversão eram mulheres e cachaça, quando perguntei quais pontos de interesse a área tinha. Para as atrações de Tabatinga veja https://www.brasilturismo.com/am/tabatinga e https://www.tripadvisor.co/Tourism-g675026-Tabatinga_State_of_Amazonas-Vacations.html. Os pontos de que mais gostei foram a visita à comunidade indígena, o Rio Solimões, a visita a Letícia e a floresta. Achei a cidade com aspecto um pouco perigoso, já naquela época. Inicialmente fui dar uma volta pela cidade. Conversei com uma espécie de guia local, que tinha origem indígena e me deu informações sobre pontos a visitar. Ele me explicou sobre visita às comunidades indígenas, o ritual da pelação (entrada das meninas na idade adulta, em que têm seus cabelos cortados após beberem algo inebriante) e outros pontos da cidade. Depois da conversa fui até onde acabava a área urbana e começava a área rural. Interessante que logo começavam trechos de mata, que ia ficando maior. Achei o clima bem quente, mas nada intolerável. A terra era bem forte. No fim do dia, enquanto jantava, fiquei conversando com um menininho 👦 de uns 10 anos. Quando me despedi, ele perguntou se eu não iria voltar mais. Respondi que não pretendia. Ele fez uma cara de triste e perguntou se nunca mais mesmo. Aí eu percebi que ele parecia ter-me considerado um amigo (talvez sua mãe, que estava em outra mesa acompanhada de um possível namorado, já não desse tanta atenção para ele – pelo que entendi ela havia se separado do pai dele). Então disse que poderia voltar um dia, mas que era muito longe. De qualquer forma, estaria ali com ele espiritualmente. Achei as imediações do hotel um pouco problemáticas, com muitos bares, que aparentemente só vendiam bebidas alcoólicas. Na 3.a feira, 26/03, fui conhecer a comunidade indígena ticuna de Umariaçu. O guia do dia anterior já tinha explicado como era e como chegar. Fui em direção a um igarapé, onde havia uma índia bem pequena (parecia ter entre 5 e 10 anos) com uma canoa 🛶 proporcional para me atravessar. Subi na canoa, a canoa virou e eu me molhei. Fiz isso cerca de 3 vezes e a canoa virou todas as vezes 😀, até um passante, que estava dando risada junto com a indiazinha, dizer-me que a canoa era muito pequena para mim. Mudamos de canoa e ela me levou por alguns centavos (literalmente). Passeei pela comunidade, passei por uma sala de aula em que os indiozinhos me viram pela janela e deram risada da cena inesperada. Ouvi a professora, que não me viu, dando uma bronca neles por causa do barulho. Conversei com alguns índios. Enquanto passeava por um trecho com cabanas, vi um índio acordando e espreguiçando perto do meio-dia. Não pude deixar de me lembrar de Macunaíma. À parte quaisquer desequilíbrios e dificuldades que tenha visto, achei uma comunidade interessante. Voltei à tarde para a cidade. Num dos dias eu fui em direção à fronteira para ir conhecer Letícia, capital do departamento do Amazonas na Colômbia. Passei pela fronteira e nem percebi. Só notei quando comecei a ver placas em espanhol 😀. Aí voltei e havia uma pequena guarita indicando a fronteira. Perguntei para um guarda que estava ali perto e ele me disse que poderia ir até Letícia, sem necessidade de nenhum procedimento ou documento, mas que não fosse mais longe, pois aí poderia haver problemas com as FARC. Achei a cidade bonita, bem mais estruturada que Tabatinga, mas é necessário considerar que ela era a capital do departamento (situação equivalente à de Manaus). Gostei dos prédios e monumentos públicos. Não fui conhecer áreas naturais mais distantes. Os colombianos pareceram-me bem hospitaleiros. Na 4.a feira 27/03, fui a um igarapé pela manhã. Muito bom, água fresca naquele calor. Ouvi um rapaz que lá estava dizendo para um amigo que eu havia dito que era americano. Eu lhe disse que era tão brasileiro quanto ele. Perguntou-me se meu calçado velho era especial, com materiais avançados 😀. Ele achou que eu estava muito mole para subir o morro na volta. Perto do meio da tarde, fui fechar a conta e o atendente não tinha o troco que o outro atendente tinha ficado devendo. Esperei um pouco e deixei para lá, pois precisava pegar o barco. Já embarcado descobri que precisava de uma rede para ficar e dormir. Disseram-me que dava tempo e eu saí para comprar a mais barata que encontrei, por R$ 10,00. Perto de 16h o barco 🚢 saiu. Eu fui até Amaturá, uma cidadezinha no meio da floresta, às margens do Rio Solimões. Não me adaptei de início a dormir na rede. Achei incômodo e a circulação parecia não fluir bem. Sentia um pouco de dor nas pernas após longo período deitado. Achei o barco um pouco cheio (não tinha visto nada ainda 😀). Neste ou em outros trechos percorridos de barco, pude ver botos cinzas por várias vezes 🐬, aves 🦜 e paisagens espetaculares de pôr e nascer do sol 🌅, incluindo vários arco-íris 🌈 em cascata, ou seja, um dentro do outro. Para as atrações de Amaturá veja https://www.brasilturismo.com/am/amatura. Os pontos de que mais gostei foram a floresta, o rio e a população local, incluindo os índios. Na 5.a feira 28/03 à tarde cheguei a Amaturá. Lá paguei R$ 15,00 por um quarto. A cidade era bem pequena. Só tinha 2 veículos, o caminhão do lixo e uma caminhonete (estilo Saveiro). A área natural era magnífica. Fui dar um volta e conheci a igreja franciscana e o Frei Gino, que tinha missões em aldeias. Falou-me também que era da mesma linha da igreja ao lado do Extra da Avenida Brigadeiro Luís Antônio em São Paulo. Conversei com ele, que tinha nascido na Itália, sobre a vida ali. Ele contou muitas histórias. Falou que receberam ameaças em algumas situações. Disse que poderia me levar a uma aldeia indígena mais distante no sábado, se eu quisesse. Eu prontamente interessei-me e deixamos combinado. Era semana santa e eles estavam preparando os rituais. Conheci um homem de uns 50 anos que tinha uma casa ali e tinha várias atividades. Era também caçador. Contou-me de algumas caçadas de que havia participado. Mostrou-me uma cicatriz (acho que era de picada de cobra). Incentivou-me a nadar no Igarapé Preto e depois de eu nadar disse-me que eu não deveria nadar ali, pois poderiam aparecer piranhas, jacarés, cobras etc. Eu pensei comigo “Ele me incentiva e só agora me diz isso!” 😀. Perto do fim do dia ele disse que iria para casa, pois era a hora da malária. Como eu estava com cabelos compridos, vários jovens de lá acharam que eu era gay, algo que pareciam não aceitar bem, e começaram a fazer piadas, rindo. Ouvi também dizerem “Cada coisa que tem em São Paulo”. Fui dar uma volta pela floresta no entorno da cidade. Magnífica! Choveu 🌧️. Sujei os sapatos de barro. Conheci várias serrarias e semelhantes. Alguns até me explicaram como usavam a madeira e a serragem. Achei um cupuaçu verde, tentei comer, mas não deu muito certo. Havia um boi amarrado num poste perto da igreja 🐂. Tentei conversar com alguns índios que estavam de barco para ir conhecer suas aldeias. Mas eles não entenderam direito e acharam que eu era da FUNAI. Um deles até me disse: “O senhor diz que está querendo conhecer todas as aldeias na margem do rio e que não é da FUNAI. Acha que vamos acreditar nesta besteira” 😀. Estes mesmos estavam vendendo dois peixes de uns 3 kg cada por cerca de R$ 3,00. Fiquei bestificado com o preço baixo. Falei depois com um outro que estava de canoa e ele me disse que eram 7 dias remando para subir o igarapé até sua aldeia. Aí eu desisti 😀. No sábado 30/03 fui com o Frei Gino até a aldeia mais distante. Quando estava indo para embarcar, o boi quase deu uma chifrada no frei. Acho que ficou estimulado pela túnica marrom 😀. Quase virei a canoa voadeira 🛥️ quando subi, dada minha falta de costume 😀. Foram cerca de 30 minutos de voadeira rio abaixo. A comunidade recebeu-me muito bem. Gostavam muito do frei. Ali era um lugar afastado da cidade e bem mais próximo dos índios que costumamos imaginar. Levaram-me para dar uma volta, fomos até uma lagoa, passamos por outro igarapé. No fim fomos para o barracão contar histórias. Só foram os homens e adolescentes. Pediram-me para contar uma, inicialmente ia contar a do menino Jesus, mas aí percebi que eles já a conheciam de cor. Então contei a história do acidente de helicóptero que tinha acontecido recentemente com João Paulo Diniz, a modelo Fernanda Vogel que era sua namorada, o piloto Ribeiro e o copiloto Luís Roberto. História meio triste, mas achei que a dinâmica poderia mostrar-lhes um pouco de um mundo bem distante do a que estavam acostumados, além da plateia ser formada por homens adultos. No domingo 31/03 eu assisti algumas celebrações de Páscoa e aproveitei para contemplar um pouco a cidade, o ambiente natural e o rio. Vi um índio com a camisa do Corinthians e um boné do Palmeiras ou vice-versa e pensei comigo que aquela cena só era possível num local como aquele mesmo. Ele parecia bem velho e aparentemente estava indo viajar para tratamento de saúde. Parecia ter algum problema nos olhos. Chamou-me atenção, pois foram raros os idosos que encontrei na floresta. Como o barco não tinha um horário certo para sair, fui mais cedo para o porto para esperar. Peguei o barco no início da tarde e fui até Fonte Boa, onde cheguei na manhã do dia seguinte. Conheci um homem na viagem que era comerciante, tinha tido empresas e perdeu tudo, inclusive a mulher, devido ao álcool e às farras envolvidas quando estava sob seu efeito. Ele precisava ir em direção a Manaus, mas a imprevisibilidade do transporte naquela região era muito grande (tinham dito para ele chegar lá até o meio-dia, que muito provavelmente conseguiria embarcar até a manhã do dia seguinte 😀) e creio que ele ficou no pequeno terminal flutuante (isso mesmo uma plataforma móvel que ficava flutuando, presa à margem de modo flexível) que existia mais de um dia esperando por um barco, posto que não se sabia a hora exata em que passaria. O terminal marítimo flutuante era um pouco distante da cidade. Pegamos um pequeno ônibus, se bem me lembro, que um passageiro orientou-me que existia. Este mesmo passageiro comentou ao longo da viagem que o pai dele dizia que o certo era seguir a regra da maioria e deu como exemplo o corte de cabelo, que se a maioria cortava curto, parecia ser o certo. Acho que meu cabelo inspirou o exemplo 😀. Para as atrações de Fonte Boa veja https://www.guiadoturismobrasil.com/cidade/AM/242/fonte-boa e https://www.brasilturismo.com/am/fonte-boa. Os pontos de que mais gostei foram a floresta, o rio e as conversas com as pessoas simples do povo. Fiquei hospedado num hotel bem simples, mais parecia uma casa em que se alugava quartos. Passeei pelos arredores e novamente a floresta agradou-me bastante. Aqui também houve pessoas (trabalhadores braçais) achando que eu era gay, algo de que também pareciam não gostar. Fizeram piadas com isso. Conversei longamente com um homem, que estava deitado em sua rede, sobre a região e assuntos variados. Se bem lembro ele era professor. Explicou-me a origem do nome Fonte Boa, mudado devido ao Marquês de Pombal e sua política de consolidação da posse da região. Falou que tinham vindo para São Paulo (acho que fazer treinamento pelo Projeto de Alfabetização Solidária), ficado perto do Autódromo de Interlagos, mas que seus parentes ou conhecidos não os deixavam sair à noite, devido à possibilidade de violência na região. Num dos dias fui à prefeitura para pedir informações turísticas. Pediram-me para esperar e o prefeito recebeu-me. Levei um susto, pois não esperava. Ele perguntou se eu era da capital Manaus e disse que iria colocar um rapaz à minha disposição com uma canoa baleeira para conhecer a cidade. Eu agradeci, mas não aceitei, pois seria absurdo usar recursos públicos para minha viagem particular, agravado pelas carências locais. O dono do hotel falou-me de uma região de rio afluente do Solimões onde havia muita vida selvagem. Contou sua experiência de ida lá, em que tiveram que desligar o motor do barco para não matar pássaros, tal era sua quantidade. Mas eu não fui lá, devido à dificuldade logística e ao preço do aluguel exclusivo de uma voadeira. Além disso, o preço do combustível era bem maior do que em São Paulo. Na primeira noite fui a um pequeno bar e restaurante jantar. Quando expliquei para o dono que não queria nenhum tipo de carne, ele me perguntou “Como é o nome disso?”, pois provavelmente não conhecia outros vegetarianos 😀. Dadas as 2 horas de fuso com Brasília, eu jantava as 20h assistindo o fim da novela e o BBB-1. Foi a única vez em que vi o BBB. E assisti a final 😀. Numa das noites, 2 motoboys de uma mesa ao lado, aparentemente alcoolizados, acharam que eu estava rindo deles (eu rio muito sozinho). Um deles levantou e veio tirar satisfações comigo. Expliquei e disse que era de paz. Ele me disse que também era, o motoboy da paz. Logo depois o dono veio me perguntar se estavam me incomodando, ao que respondi que não. E tudo transcorreu bem. Conheci um rapaz que tinha prestado serviço militar e morava com a família por ali. Disse-me que Tefé era quase uma capital, elogiando o batalhão do exército. Falou que temia um pouco por ver seu filho pequeno brincando perto das margens dos rios, onde naquela época estava cheio de jacarés 🐊. Na 4.a feira 03/04 eu fui para o terminal flutuante no dia em que disseram que haveria um barco e fiquei esperando por toda a manhã e parte da tarde. O dono da “venda” local ofereceu-me almoço, disse que era peixe-boi (até onde eu sabia era um animal protegido, com risco de extinção), eu perguntei se havia salada e ele disse que não, que “tocaiava” os vendedores, mas ninguém lhe trazia. Não almocei. Já passado o meio da tarde, chegou um barco que não iria para Tefé, que eu tinha planejado como minha próxima parada. Desisti e voltei para a cidade, mas não havia mais vaga na casa onde eu havia ficado. Aí fui para outro hotel e passei lá uma noite. Na 5.a feira 04/04 eu passeei um pouco pela manhã e depois fui para o pequeno porto que ficava na própria cidade, só para barcos menores. Lá o rapaz que cuidava da pequena “venda” local achou que eu era representante comercial e comentou que no meu ramo não se podia perder tanto tempo assim 😀. Consegui embarcar num barco para Tefé. O barco estava cheio e disseram que estava quebrado. Mas a viagem acabou sendo possível e chegamos a Tefé no outro dia pela manhã. Após descer no porto, ainda foi necessário pegar uma moto até outro porto nas margens do Lago de Tefé. Fomos em 2 na garupa, pois havia outro passageiro. Caímos no meio da estrada, que estava toda enlameada pelas chuvas 😀. No barco, já meio arisco, perguntei se era possível nadar por ali, citando as piranhas, e uma mulher me disse que em geral não havia problemas, mas em lagos era bom ter cuidado com piranhas, portanto que eu tomasse cuidado no Lago de Tefé. Para as atrações de Tefé veja https://tefe.am.gov.br/pontos-turisticos. Os pontos de que mais gostei foram a floresta, o lago e as construções locais. Atravessamos o lago de canoa voadeira. Fiquei hospedado num hotel por R$ 20,00 a diária. Deixei minha pequena mala lá e fui explorar a cidade. Peguei uma estrada para andar pelo meio da floresta 🌳. Já um pouco distante, vi um radar de um tamanho que eu nunca tinha visto antes. Como era num local totalmente isolado, fiquei até preocupado, se não era zona de acesso restrito, talvez secreta. Havia um militar numa cabine ao lado. Ele me viu, eu fiz que não vi nada, olhei para o outro lado e fui adiante 😀. No final do dia descobri que sairia um barco para Manaus e, como havia prospectado que a exploração da área além do que eu havia feito não seria fácil, como os barcos por ali eram difíceis e como já estava bem satisfeito com a exploração das paisagens da floresta que tinha feito, resolvi pegá-lo. Fui negociar com a dona do hotel e ela me devolveu a metade do pago. Disse que eu tive sorte, pois ela havia depositado a metade, ao invés de tudo. O dono do barco me disse que o preço no andar de cima era R$ 30,00 e no andar de baixo era R$ 25,00 (ou R$ 5,00 a menos em baixo do que em cima). Perguntei se havia alguma diferença e ele disse que não, a não ser que no andar de baixo iria a carga junto. Achei que não havia problemas e decidi ir no andar de baixo. No dia seguinte acordei todo picado 🐛. Em princípio, achei que eram picadas pequenas, mas acabaram gerando grande incômodo ao longo da viagem. Cheguei em Manaus no sábado 06/04 pela manhã. Perguntei sobre hotéis e me disseram que perto do porto era mais barato, mas poderia ser um pouco perigoso. Mesmo assim fiquei num hotel naquela área, mas não tão próximo ao porto. Paguei R$ 10,00 ou R$ 15,00 a diária. Para as atrações de Manaus veja https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/manaus, https://www.feriasbrasil.com.br/am/manaus e https://guia.melhoresdestinos.com.br/passeios-manaus-99-949-p.html. Gostei muito de Manaus . Os pontos de que mais gostei foram o Teatro Amazonas, as construções, o zoológico do CIGS, os institutos e museus com flora e fauna típicas. Fiquei até a 6.a feira seguinte (12/04), o que deu razoável tempo para conhecer vários pontos. Fui numa excursão ao Encontro da Águas, em que também se visitava uma área de mata e trilhas pequenas. No caminho vieram nativos com animais para fotos, mas isso não costuma me agradar, pois creio que não é adequado aos animais. Fui visitar o local de ensaios da Festa do Boi Bumbá, que me disseram que eram feitos quase inteiramente em Manaus, só a apresentação final indo para Parintins. Visitei também alguns institutos ou museus (acho que foi o INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – e um outro que tinha alguma origem japonesa) Achei muito interessantes, inclusive com espécies locais, como o pirarucu, que me pareceu num aquário muito pequeno. Havia também exibição da vegetação local. Gostei muito do zoológico do CIGS (http://www.cigs.eb.mil.br/index.php/zoologico), principalmente das onças 🐯. As pintadas eram muito bonitas, mas a pantera me conquistou. Achei-a linda. Nunca havia visto onças tão grandes, tão ativas. Os outros animais também eram interessantes. Visitei também o Teatro Amazonas 🏛️, procedimento que era guiado. Achei bem interessante e bonito. Haveria 6.a feira 12/04 uma apresentação gratuita da Cavalgada das Valquírias na praça em frente a ele, mas devido aos horários restritos de barcos, decidi não esperar para ver. Fui também conhecer os outros pontos históricos e arquitetônicos da cidade, principalmente da região central. Como tinha ouvido falar das obras dos salesianos, fui conhecer seu centro principal de Manaus, que se bem me lembro chamava São Domingos. Fui conhecer seus projetos educacionais e de profissionalização de crianças, adolescentes e jovens. Tentei conversar com alguns grupos de índios sobre hospedagem na selva, mas tudo me pareceu muito artificial, precário e caro. Depois das experiências que já tinha tido, preferi não ir e esperar por oportunidades melhores. Adorei a Sorveteria Glacial (https://www.facebook.com/sorveteriaglacial/), com os seus sabores típicos da Amazônia, especialmente cupuaçu e taperebá. Como havia buffet, eu comia quase um prato cheio quando ia lá, com muitos sabores variados 😀. Num dos dias fiz uma viagem de ônibus a Presidente Figueiredo, cidade próxima. Foi uma das poucas viagens por via terrestre. Lá fiquei cerca de 2 dias. Inicialmente fui explorar a própria cidade e suas atrações naturais, principalmente cachoeiras, que achei muito boas. Fui andando por um caminho que chamavam de 7 Quedas, pois passava por várias cachoeiras (fui a 8, eu acho). Não tive tempo para conhecer a Cachoeira do Maroaga, que é perto de uma caverna e tem morcegos 🦇 no entorno. Aprendi que a palavra terçado significava facão, quando ao perguntar a um habitante local se havia problema em andar pela mata, ele me respondeu que sempre era bom ter um terçado. Para as atrações de Presidente Figueiredo veja https://www.tripadvisor.com.br/Attractions-g1759410-Activities-Presidente_Figueiredo_Amazon_River_State_of_Amazonas.html, http://www.turismo.gov.br/%C3%Baltimas-not%C3%Adcias/6379-presidente-figueiredo-o-para%C3%Adso-das-cachoeiras-do-amazonas.html, https://www.brasilturismo.com/am/presidente-figueiredo e https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/presidente-figueiredo/. Para as atrações de Balbina veja https://viagemeturismo.abril.com.br/atracao/vila-de-balbina/ e https://www.tripadvisor.com.br/Attractions-g2578159-Activities-Balbina_State_of_Amazonas.html. No dia seguinte fui até Balbina. Um motorista estava montando lotação para lá, para conhecer os pontos turísticos, mas eu preferi ir com transporte regular por conta própria. Arrependi-me 😒. Chegando a Balbina fui primeiramente conhecer o lago e sua usina, para depois ir aos atrativos naturais. Depois de andar um pouco pela margem e apreciar o lago, fui até o prédio administrativo da usina e acabei encontrando o engenheiro responsável. Quando lhe disse que era engenheiro de computação, ele me levou pessoalmente para conhecer a usina e me guiou de modo personalizado. Isso tornou a visita muito boa e detalhada, porém acabou sendo muito longa, e acabei não tendo tempo para as outras atrações naturais nem para apreciar melhor o lago. Fiquei impressionado com a quantidade de aparelhos analógicos (já naquela época existiam digitais há tempo, mas provavelmente não quando ela foi construída, e há a dificuldade burocrática e financeira de compras pelo Estado). Outro fato que me surpreendeu foi que ele era o único engenheiro da usina, responsável por tudo. O resto era automatizado ou feito por técnicos. E a usina não era pequena. Quando esperava a perua para voltar no fim da tarde, encontrei o motorista que me havia oferecido a viagem, com o carro lotado, que ao me ver, disse sorrindo “Você perdeu a oportunidade de ter se divertido muito” 😀. No dia seguinte voltei a Manaus de ônibus. Informei-me sobre como ir a cidades do Rio Negro e resolvi ir diretamente para São Gabriel da Cachoeira, pois o tempo de viagem e as poucas opções de barco (só uma vez por semana) me fizeram desistir de fazer várias paradas. Creio que o atendente do hotel ficou um pouco chateado comigo porque eu não fui à agência de turismo que ele me indicou e, portanto, não ganhou comissão. Ele me atendeu muito bem. Acho que eu deveria ter dado uma gratificação por conta própria para ele 🙂. Na 6.a feira 12/04 peguei o Barco Asa Branca para São Gabriel da Cachoeira. Como também havia outro barco, do Tanaka, resolvi tentar conseguir um pequeno desconto. Consegui, mas as consequências foram danosas. O dono do Asa Branca reduziu o preço de R$ 35 para R$ 32, se bem me lembro, quando argumentei que talvez pudesse voltar com ele. Saímos à noite. Tentei prestar atenção para ver se escutava sons vindos da praça, mas não me lembro de nada, apenas de grande iluminação vinda da área. Logo que saímos o barco da Polícia Federal veio atrás de nós, com os faróis e sirenes ligados. Levei um susto. Acho que queriam conferir documentação ou autorização. O dono do barco pulou para o barco da polícia e aparentemente resolveu tudo. A viagem durou 2 dias e meio. Chegamos na 2.a feira 15/04 perto da hora do almoço. Durante a viagem um dos trabalhadores do barco disse que iria arrumar uma namorada para mim. Perguntou a uma passageira se achava que eu iria conseguir uma namorada em São Gabriel da Cachoeira. Ela tirou os óculos escuros para ver melhor, passou os olhos do meu pé à minha cabeça e disse “Vai ser difícil hein!” 😀😀😀. Desmoralização completa. O funcionário ficou sem saber o que falar e eu caí na gargalhada. No meio da viagem houve um momento um pouco tenso, em que o barco precisava passar por um trecho com pedras e o dono reduziu a velocidade e foi com muito cuidado para não bater. Passamos também por um conjunto de montanhas (isso mesmo, montanhas na Amazônia) que chamavam de Bela Adormecida, pois parecia uma mulher deitada. Paramos em algumas cidades, mas muito menos do que na viagem no Rio Solimões, sendo as principais Novo Airão, Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro. Em algumas desci rapidamente para dar uma volta enquanto havia o embarque e desembarque. Conheci um homem no barco que estava voltando para Santa Isabel depois de muitos anos e não sabia como a família e os outros iriam recebê-lo. Passamos pela margem onde aparentemente morava isolada uma família e o dono do barco perguntou se tinham macaxeira (imagino que para vender), mas ele disse que ela ainda estava na roça e não fizeram negócio. Numa das paradas o dono do barco me pediu R$ 50,00 emprestados para fechar negócios. Eu achei muito estranho, que poderia ter relação com ele ter ficado insatisfeito com o desconto que me deu, mas emprestei. Nas paradas e dias seguintes sempre perguntei a ele sobre a devolução e ele me disse que ainda não tinha e por fim que eu fosse ao escritório dele em São Gabriel, que me devolveria lá. Chegando em São Gabriel fui hospedar-me num dos 2 (acho que eram só 2) hotéis da cidade naquela época. Fui muito bem atendido. O preço foi algo como R$ 20/dia, se bem me lembro com direito a café da manhã. Para as atrações de São Gabriel da Cachoeira veja https://www.feriasbrasil.com.br/am/saogabrieldacachoeira e https://www.brasilturismo.com/am/sao-gabriel-da-cachoeira. Gostei bastante desta cidade. Os pontos de que mais gostei foram a visita aos índios baniwas, a praia do Rio Negro, as paisagens naturais e as apresentações do Dia do Índio. Como era uma cidade com muita presença indígena, fui tentar me informar sobre como fazer visita a comunidades indígenas. Fui ao Instituto Socioambiental, onde conversei longamente com alguns membros. Um deles explicou-me sobre a realidade da região e disse que não era regulamentado turismo em área indígena. Disse que não seria uma boa ideia ir às comunidades mais distantes, posto que não seria fácil e que os seus membros estavam vindo para a cidade para as comemorações do Dia do Índio. Falou-me de uma comunidade baniwa que achava ser bem aberta a visitantes de fora, inclusive mencionado uma turista estrangeira que tinha ficado lá (acho que tinha até dormido) e tinha gostado muito. Falei também com missionários, que me deram suas impressões. Perguntei sobre ir até o Pico da Neblina, mas disseram-me que eram vários dias de viagem pela mata, passando em território ianomâmi, precisando de autorização. Aí eu desisti 😀. Fui até a loja de material de construção do dono do barco para tentar reaver o dinheiro. Mas já fui preparado para não conseguir e meio preocupado, pois achei que ele poderia ter alguma reação violenta e poderia estar armado. Mas ele me recebeu no balcão, sem problemas. Pegou a nota de R$ 50,00 e ficou olhando para ela, esticando-a, pensando e depois de algum tempo resolveu dá-la para mim, com o ar meio melancólico. A mulher dele, que estava ao lado, olhou com a fisionomia séria, como que não entendendo aquela cobrança que eu estava fazendo. Ele disse que voltariam no sábado, que eu não precisaria pegar o ônibus para ir ao barco, pois como seu barco era menor do que o outro, poderia ir até o porto da cidade, disse que seriam os primeiros a chegar no domingo em Manaus, logo no início da tarde. Depois de toda esta situação constrangedora e que me pareceu totalmente desnecessária, nem de longe me passou a ideia de voltar com ele. Interessante que se ele não tivesse feito nada disso e não tivesse me dado desconto, eu provavelmente teria ido e voltado com ele, pois realmente ele era a melhor opção. Fui dar uma volta pelos arredores da cidade. Achei muito belas as paisagens, com montanhas ao longe e, ainda assim, com bastante floresta. Indicaram-me um local em que havia uma cascata e eu fui até lá andando para apreciar a paisagem. Lá, aproveitei para usufruir do ambiente e da cascata. Havia uma mulher com seu filho. Ela estava deitada tomando sol e ele brincando. Conversei um pouco com ela, mas fiquei meio desconfiado da situação, ainda mais porque estava com documentos e todo o dinheiro que tinha. Ela percebeu e até me falou “Eu não vou te comer”, o que me fez achar que estava preocupado em demasia e ficar mais próximo para conversarmos. Fui também andar pela margem do Rio Negro, para ver as corredeiras. Disseram-me que não era possível tomar banho ali. Realmente parecia perigoso, pelas pedras e pela força da água. Um rapaz me disse que até aquele dia só havia visto índios fazerem isso. Achei bem interessante um rio daquele tamanho, com aquele volume de água, ter corredeiras como aquelas, com muitas pedras no seu leito. Disseram-me que o nome da cidade devia-se a elas. Fui também visitar os projetos sociais dos salesianos, onde não fui muito bem tratado. Perguntei se conheciam alguma comunidade indígena que poderia visitar, mas não foram nada receptivos. Depois o religioso indicou-me um assistido para me apresentar partes da obra. No final do dia eu costumava ir para uma área de banho que havia em frente ao hotel, onde algumas pessoas se banhavam. Era delicioso 👍. O clima era quente e a água morna, com remansos. O único ponto que me preocupou foi que aquelas picadas que eu tinha sofrido há cerca de 10 dias, na viagem para Manaus, tinham piorado e ficado um pouco sanguinolentas. Isso me preocupou muito em relação às piranhas, mas me disseram que daquele jeito não havia problemas. Durante a minha estadia, à noite, após jantar na barraca de churrasquinho sem comer carne, geralmente eu ia a um local de encontro do índios, acho que era a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro, onde estava havendo comemorações e palestras referentes ao Dia do Índio. Vi várias palestras sobre organização dos índios e espetáculos com danças de várias tribos. Achei muito interessante . Pareceu-me haver bastante elementos comuns nas danças. Na 6.a feira 19/04, Dia do Índio, meu último dia lá, fui visitar a comunidade baniwa, que haviam sugerido. Fui muito bem recebido. O índio Moisés, um jovem na faixa dos 20 anos, acompanhou-me para várias atividades na aldeia, fomos colher uma planta que eles usavam e me apresentou vários pontos em que faziam suas tarefas. Na volta do caminho para a colheita, vimos uma garça e eles comentaram que voltaria mais tarde para caçá-la. Tomei boa parte de um copo enorme de vinho de pupunha (acho que era isso). O cacique aposentado Luís riu e disse, "que bom, mas nós costumamos tomar tudo", pegou o copo e tomou o resto que eu deixei. Não era muito forte, mas parecia alcoólico. Ele me deu um livro feito por antropólogos que narrava as tradições religiosas dos baniwas. Fiquei algum tempo lendo, pois gosto de conhecer a visão espiritual dos povos. Pediram-me para tomar conhaque também. Fomos almoçar, fizeram pratos especialmente para mim, comi tudo que eles ofereceram, inclusive frango. Haviam-me dito que quando se recusa algo que os índios oferecem, eles se magoam e diminuem muito a empatia que têm com a pessoa. Mesmo sendo vegetariano, para não ofendê-los, resolvi comer. Depois do almoço, houve discursos em comemoração ao Dia do Índio. Após, eles começaram a tocar fizeram várias danças, das crianças, das mulheres, dos jovens e por fim, convidaram-me para a dança dos homens. Eu aceitei. Pediram-me para tomar um pouco de pinga 51 antes. Eu, que não costumo beber, depois de já ter bebido vinho e conhaque, tomei um pouco de pinga e fiquei com os reflexos bem mais lentos. Mas fui dançar com eles mesmo assim. Tome cuidado para não cair. Ouvi muitas risadas enquanto dançávamos com os braços entrelaçados. No fim aplaudiram. Um dos rapazes da equipe social (acho que da prefeitura) disse-me que eu tinha ido bem, pois como não sabia nada do contexto, tinha procurado adaptar-me. Luís começou a tocar uma música para mim, acho que por ter achado simpática minha posição ao longo da visita. O cacique atual (acho que era Antônio) veio falar comigo, falou sobre as dificuldades da vida deles, explicou que tinha se tornado cacique porque Luís tinha ficado velho para as obrigações da função. Antes de eu ir embora, pediram-me para fazer um discurso. Em princípio eu disse que não era necessário, mas como repetiram o pedido, resolvi atendê-los. Falei bem pouco, basicamente que não perdessem a sua bondade e simpatia, independentemente do que acontecesse no mundo. A sala ficou superlotada para ouvir. Acho que não estavam acostumados a visitantes totalmente de fora. Peguei o ônibus por volta de 16h e voltei para a cidade (acho que eram cerca de 10 km ou 15 km). Na sede da cidade tinham ocorrido competições em comemorações do Dia do Índio. No sábado 20/04 peguei o transporte até o porto mais distante e peguei o barco do Tanaka para Manaus. A viagem foi tranquila, sem entreveros. Conheci algumas pessoas que tinham ido até São Gabriel trabalhar com construção ou semelhante. Um deles me contou sobre a Festa de Parintins, de como havia gostado, como era cheia de gente e deu dicas de como ficar hospedado em barcos. Falou que havia bairros perigosos em Manaus, como Compensa, onde morava um dos outros, que confirmou que era um pouco perigoso mesmo. Falaram das comemorações do Dia do Índio, com certo ar de deboche comentaram que haviam visto índios velhos praticarem atividades esportivas. Conheci também outro homem nativo da região que me falou sobre a Amazônia e que achava que para conhecer mesmo como viviam tinha que ir de local em local, de bar em bar, e conversar com as pessoas. Perto da chegada, já no domingo 21/04, pegamos uma enorme tempestade 🌧️, como antes acho que eu tinha visto poucas vezes, ou nunca. Não houve raios, mas a quantidade de água e o vento, estando o barco no meio do rio, pareceu assustadora. Eu estranhei que todos desceram para o andar inferior do barco, mas quando ela se acentuou eu entendi. Eu abracei uma televisão de 29 polegadas. Estávamos fazendo uma associação simbiótica. Eu segurava a televisão para não voar e ela me segurava para eu não sair voando 😀. Chegamos em Manaus no meio da tarde. Fui direto ao ponto de saída do ônibus para Itacoatiara, meu próximo destino. Cheguei em Itacoatiara perto do pôr do sol. Foi outra das poucas viagens por via terrestre. Rapidamente consegui encontrar um hotel e me hospedei. Para as atrações de Itacoatiara veja http://www.amazonastur.am.gov.br/itacoatiara/ https://www.tripadvisor.com.br/Attractions-g2343328-Activities-Itacoatiara_State_of_Amazonas.html. Os pontos de que mais gostei foram o Rio Amazonas, o lago e as paisagens naturais, principalmente de floresta. Na 2.a feira 22/04 fui explorar a área. Primeiramente dei uma volta pela cidade. Depois fui em direção à floresta, que me agradou bastante. Fui andando por algumas estradas de terra e vi uma pequena entrada que parecia ir até o lago. Resolvi entrar. Imaginei que poderia ser alguma área privada, mas achei que poderia bater palmas e pedir para entrar. Mas, dada a história de conflitos fundiários na Amazônia, fui um pouco preocupado. Comecei a ouvir latidos de cachorros 🐶 e algum tempo depois chegou um homem com uma espingarda . Cumprimentei-o e perguntei se poderia conhecer o lago. Ele perguntou de onde eu era e disse que sim. Eu disse para ele “Sou de paz” e ele me respondeu “Ah, a espingarda é por causa do gavião que está atrás das galinhas”. Eu achei que esta explicação não era verdadeira e pensei comigo rindo “Prazer, aqui é o gavião” 😀. Fui até a beira do lago, que era muito bonito. Andei um pouco pelos arredores. Depois chegou seu filho de cerca de uns 20 anos e conversamos bastante. Ele era bem orientado às causas ambientas e bastante instruído, com grande cultura geral. Falou-me sobre a área, a vida ali, o clima, os raros surtos de frio, os problemas ambientais, a falta de consciência da população da cidade etc. Pedi para dar uma volta de barco a remo 🚣‍♂️ no lago e eles permitiram. Como nunca tinha remado muito, comecei a andar em círculos, até aprender que tinha que mudar de lado 😀. O pai foi até lá perto perguntando se eu precisava de ajuda, ao perceber minha completa inabilidade, mas eu tinha aprendido e disse que não precisava. Antes de entrar no barco, preferi deixar minha carteira com eles, pois se o barco virasse, todo o dinheiro e documentos estavam nela. Antes de sair conversamos um pouco ainda. Eles falaram que eu poderia voltar outro dia se desejasse conhecer mais a área, mencionando que aqueles pássaros que as câmeras mostravam bem de longe no Globo Repórter, eles podiam ver ali bem perto. E realmente eu vi muitos pássaros ali, inclusive pica-paus de vários tipos, que só tinha visto na televisão. Lembrei-me do desenho. Já perto do fim da tarde despedi-me e voltei pela estrada. Como de costume fui verificar minha carteira, para ver se estava tudo certo. Vi que tinha sido mexida. Fiquei preocupado. Verifiquei item a item e estava tudo lá. Não faltava nenhum documento, nenhum cartão e nenhum centavo. E olha que eu tinha perto de R$ 600,00 (equivalente a cerca de R$ 1.750,00 de 2020). Acho que fizeram isso para confirmar que a minha história era verdadeira, posto que para eles eu era um estranho. À noite fui ao porto para tentar pegar um barco que passaria para Parintins perto de meia-noite. Fiquei observando o embarque de mercadorias em um navio enquanto esperava. Chamaram-me atenção dois fatos: quem comandava todas as operações era um estrangeiro (pareceu-me alemão) e os enormes caminhões carregados de madeira, que quando estavam dentro do navio, ficavam minúsculos. Descobri que tinha que pegar uma voadeira para ir de encontro ao barco no meio do rio. O dono da voadeira chamou-me perto de meia-noite e disse que o barco já iria passar. Fomos, emparelhamos com o barco andando normalmente e ele me disse para subir. Na primeira tentativa não consegui, pois com a falta de experiência, não dei o impulso necessário e o peso da mala me puxou para trás. O dono da voadeira fez cara de quem pensou que eu era um completo deslocado naquela situação e me disse “Vou te deixar mais perto”. Quase abalroou o barco grande com sua pequena voadeira, aí eu estava mais preparado e dei maior impulso, e mesmo tendo sentido o tranco da mala, consegui pegar a escada e subi. Lembrou-me aquelas cenas de filmes de piratas 😀. Cheguei na 3.a feira 23/04 no meio da manhã. Hospedei-me na pousada de um idoso, num quarto sem luz no cômodo principal e bem antigo, por R$ 5,00 a diária. O dono não enxergava bem. Ele achava que meninos entravam na sua pousada para roubar coisas, o que poderia ser verdade, pois vi alguns por lá, ou poderia ser algum tipo de implicância. Para as atrações de Parintins veja https://www.tripadvisor.com.br/Attractions-g1074268-Activities-Parintins_State_of_Amazonas.html. Gostei bastante de Parintins. Os pontos de que mais gostei foram a Arena do Boi Bumbá, as sedes dois 2 bois, com seus ensaios abertos ao público, a paisagem do rio, a orla, a igreja e a região central da cidade. Parintins foi um dos poucos locais em que aceitaram os tickets refeição. Fiquei bastante tempo conhecendo pontos ligados ao festival. A arena pareceu-me bem grande e bonita, Achei interessante os símbolos da Coca-Cola e do Bradesco em azul, do lado do Caprichoso. As sedes também me pareceram muito interessantes, com exibição de itens ligados aos bois. Fiquei bastante tempo no ensaio na sede do Caprichoso, aproveitando para dançar um pouco, mesmo sem saber 😀. Havia muitos artesãos e costureiros ligados ao festival que se podia visitar também. Comprei um guaraná de marca típica da Amazônia, que achei uma delícia. Ofereci um pouco para o dono da pousada que não quis. Fui também conhecer a igreja central, que me pareceu muito bela e grande. Se não me engano, estava escrito que era o maior templo católico do norte do Brasil. Achei magnífica a vista do pôr do sol a partir da orla elevada do Rio Amazonas 🌅. Na 5.a feira 25/04 à tarde peguei um barco para Santarém, saindo do Amazonas e entrando no Pará. Depois de Manaus, as linhas de barcos eram bem mais confiáveis e com muito mais horários. Creio que neste trecho de barco ou em um próximo, a polícia federal parou o barco e pediu para revistar as bagagens dos passageiros. Quando me perguntaram quem eu era e o que estava fazendo, fizeram uma cara de decepção e perguntaram “Até quando você vai ficar na área?”. Perguntaram se poderiam abrir o fundo do meu sapato. Eu disse que sim, mas pedi que depois colocassem no lugar. Aí o policial analisou e desistiu, dizendo que achava não ser necessário. Cheguei a Santarém perto de meia-noite. Perto de desembarcar, perguntei a um passageiro do barco se seria seguro sair andando àquela hora e ele me disse que poderia ser perigoso. Então resolvi pegar um táxi dirigido por uma mulher até um hotel. Pedi a ela que me indicasse um barato e acho que razoavelmente ela cumpriu. Para as atrações de Santarém veja https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/santarem/ e https://www.tripadvisor.com.br/Attractions-g673261-Activities-Santarem_State_of_Para.html. Gostei bastante de Santarém. Os pontos de que mais gostei foram Alter do Chão, um parque de floresta preservada, a orla, o encontro das águas e as demais paisagens naturais. No hotel um dos hóspedes falou-me de alguns pontos a conhecer no local e da política paraense. Fui explorar a cidade, passeei pelo centro, apreciei a orla, que achei maravilhosa. O encontro das águas podia ser visto da orla, o que o tornava mais acessível do que o de Manaus. Como o Rio Tapajós tinha as águas mais claras do que o Amazonas, quase prateadas quando havia bastante sol, o contraste pareceu-me muito bonito. Caminhar na orla pareceu-me bastante agradável também, fato acentuado pela paisagem do Rio Amazonas. Fui visitar um parque um pouco mais afastado. A vegetação de floresta estava completamente preservada 🌳, exceto pelas trilhas abertas no meio. Achei muito interessante. Nesta visita caiu uma das muitas chuvas que me fizeram tomar banho durantes os programas. Fui também a Alter do Chão, de que gostei bastante . Quando cheguei havia bastante água e os bancos de areia do rio estavam separados das margens. Um dos barqueiros, provavelmente interessado em ganhar a passagem de travessia, disse-me para não ir nadando, pois havia jacarés 🐊. Fui perguntar a donos de comércios e me disseram que não havia. Então atravessei nadando o pequeno percurso. A vista da paisagem a partir de um banco de areia afastado da margem pareceu-me tornar a paisagem mais bonita ainda, acentuando a impressão de que se estava no meio da natureza. Havia poucas pessoas lá, o que tornou esta sensação mais real. Achei os banhos de rio deliciosos. Atravessei de volta e não tive nenhum problema com jacarés. O mesmo barqueiro repetiu em tom de gozação “Cuidado com o jacaré” depois que eu saí da água. No fim do dia do sábado 27/04 peguei um barco para descer o Rio Tapajós até Itaituba. A viagem durou toda a noite. As paisagens foram magníficas. O amanhecer visto do rio foi maravilhoso 🌅. Chegamos de manhã. Para as atrações de Itaituba veja https://www.guiadoturismobrasil.com/cidade/PA/582/itaituba e https://turismonotapajos.com.br/pt-itaituba. Os pontos de que mais gostei foram a Natureza e o Rio Tapajós. Dei um passeio geral na cidade, que realmente parecia atrelada ao garimpo, e depois fui explorar as áreas naturais no entorno. Como a margem do rio estava bem ocupada por casas, num terreno parcialmente aberto, em que havia pessoas trabalhando, perguntei ao dono se poderia tomar um banho de rio e ele disse que sim, sem problemas. Tomei alguns banhos, fiquei um pouco na margem, agradeci e prossegui. Em outros momentos fiquei apreciando a paisagem do Rio Tapajós, que me pareceu magnífico, sem a urbanização existente em Santarém, o que ressaltava seu aspecto natural. Fui procurar informações sobre visita ao Parque Nacional da Amazônia. Aqui ou em Santarém encontrei o supervisor que me deu orientações e me disse que não era aconselhável andar a pé por certas áreas. Contou a história de um rapaz, que disse que iria andando até Jacareacanga. Ele encontrou com o rapaz e explicou que no parque havia onças e ele não poderia fazer aquilo, mas o rapaz não o obedeceu e disse que iria assim mesmo. Dias depois ele encontrou o rapaz na cidade e perguntou o que havia acontecido. Ele disse que quando havia caído a noite começou a ouvir os esturros das onças e fez uma fogueira, o que as manteve afastadas. No dia seguinte voltou imediatamente para a cidade. Na segunda-feira 29/04 logo depois do almoço peguei um barco para São Luiz do Tapajós. O barco era bem lento e demorou cerca de 3 horas para chegar. Era um povoado bem pequeno, nem policiamento tinha. Para as atrações de São Luiz do Tapajós veja https://turismonotapajos.com.br/pt-itaituba/sao-luiz-do-tapajos/. Os pontos de que mais gostei foram a natureza quase intacta, a floresta, o Campo dos Perdidos, o rio e a pequena comunidade local. Assim que cheguei, já perto do fim da tarde, encontrei o líder comunitário local, que se chamava Chico Mendes (não sei se era seu nome mesmo ou era uma alusão ao líder seringueiro de Xapuri no Acre). Lá não havia hotéis nem similares. Perguntei a ele se poderia dormir na mesa de bilhar que havia e ele me respondeu “Nããão! Vai empenar a madeira” 😀. Ele me indicou um casal que poderia me hospedar em sua casa. A mulher se bem me lembro chamava-se Evilásia. Eles me disseram que poderiam me receber, porém eu dormiria numa rede na sala. Concordei. Perguntei se fariam jantar e disseram que sim. Perguntaram-me se comeria peixe e respondi que sim, pois era o alimento que costumavam consumir regularmente. “Peixe com arroz está bom”, eu disse. Fui rapidamente dar uma volta pelo povoado, para conhecê-lo melhor e quando voltei para a casa, vi Evilásia voltando do mercado com um pacote de arroz. Perguntei a ela “Mas você foi comprar arroz?” e ela me respondeu “Nós não costumamos comer arroz aqui”. Disse-me que a comida costumeira é peixe com macaxeira. Fiquei envergonhado de ter pedido o arroz 😳. Na 3.a feira 30/04 fui ao Campo dos Perdidos. Ensinaram-me o caminho com muitas referências naturais, como passar por plantação de maniva (mandioca), virar quando encontrasse um cajueiro etc. Obviamente, eu, um urbanoide, errei o caminho e me perdi. Mas ainda assim cheguei na beira do riacho em que precisava pedir para um índio me cruzar. Pedi e ele me cruzou de canoa. Continuei, perdi-me bastante, mas cheguei a campos, que depois pelas fotos, vi que era o Campo dos Perdidos. Fiquei lá bastante tempo, pois a área era grande e com muitas nuances, ora com vegetação quase rasteira, ora com partes da floresta. Voltei à tarde, o índio atravessou-me novamente e não me perdi no caminho. Num dos jantares, o dono da casa me disse que ele tinha sido operador de máquinas, mas que não o haviam aceito num dos trabalhos porque ele não tinha primeiro grau completo. Depois olhou para mim e disse “você certamente tem primeiro grau completo”. Falou também sobre tomar cuidado com a dengue e não beber água contaminada. Tentei explicar para ele que a dengue era transmitida pela picada do mosquito e não pela ingestão de água, embora água contaminada seja causa de muitos problemas de saúde. Nesta mesma noite ou na outra, após já estar deitado na rede, olhando o ambiente, resolvi ligar a lanterna, para ver o que havia em volta. Ao iluminar a parede perto da minha cabeça, vi uma aranha 🕷️, grande, mas fina. Chamei a Evilásia e ela disse que a aranha não fazia nada. Mas para eu ficar mais tranquilo, matou a aranha. Não deu tempo para eu falar para ela não matar, visto que não era venenosa. Ela disse que se fosse uma aranha “mão de mico” aí eu deveria tomar cuidado. Numa das noites eu estava sentado na porta da casa e alguns moradores locais vieram conversar e me conhecer. Um deles estava meio alcoolizado, perguntou meu nome completo, perguntou se tinha parentes ali e começou a levar a conversa para lados não muito amistosos. Eu resolvi me retirar. Um pouco mais tarde, já sem iluminação pública, ele voltou andando pela rua, bem mais alcoolizado, gritando que iria matar um. Eu já estava deitado, mas com a gritaria levantei e fui até o dono da casa para ver se ele estava bem. Ele disse para eu não me preocupar. A mulher dele estava preocupada com a possibilidade do raivoso estar com o facão. Mas a barulheira demorou pouco e nada de mais aconteceu. Na 4.a feira 01/05 dei um último passeio pelo povoado, fui ver com Chico Mendes como cruzar o rio, despedi-me de todos e peguei uma carona com os meninos que estavam indo pescar ou fazer algo. Antes de sair ainda encontrei o homem que estava alcoolizado em um dos dias, agora perfeitamente sóbrio, convidando o dono da casa para pescar. Falei para ele sorrindo “Bebe menos <nome dele>”. Pouco antes de sair, fui me despedir de Evilásia e ela me deu pedaços de mandioca que estava cozinhando. A mandioca, provavelmente colhida há pouco, foi a melhor de que me lembro na vida. Deliciosa 🙂. Despedi-me deles, vários moradores vieram até o barranco para acenar para mim em despedida. Peguei o barco com os meninos e atravessamos o rio. Pareceu-me bem complicada a travessia, num tipo de canoa daqueles, com aquelas corredeiras fortes e pedras. Mas os meninos sabiam dirigir muito bem. Paguei R$ 1,00 pela travessia, perguntei se eles queriam mais cerca de R$ 0,20 que eu tinha e eles aceitaram. Depois da travessia peguei uma pequena via de terra que me levaria até a Transamazônica. Quase não havia habitantes, mas pareciam ser propriedades privadas de fazendeiros. Cheguei à Transamazônica e rumei para o Parque Nacional da Amazônia. Depois de andar um pouco, cheguei a uma ponte que estava parcialmente caída, do lado aposto do rio à entrada do parque. Um particular havia posto um serviço de balsa para quem precisasse atravessar, majoritariamente garimpeiros, mas tinha desistido, devido a algum desentendimento na cobrança. Eu fui parcialmente pela ponte e joguei a minha mala para o outro lado, para o guarda parque pegar para mim. E atravessei o rio nadando 🏊‍♀️. Não era muito fundo na maior parte, mar era largo e com correnteza. Tinham me falado para tomar cuidado, pois o parque tinha onças. Já havia perguntado para vários e todos me disseram que era só depois do KM 80 e eu iria somente até o KM 63 aproximadamente. O guarda parque confirmou o que haviam dito. Fiquei um tempo banhando-me no rio e explorando os arredores da casa de guarita do guarda parque. Depois, não querendo correr o risco de pegar o caminho à noite, fui em direção à sede para hóspedes. Fui caminhando e agora havia muito pouco movimento, quase não havia mais propriedades privadas nem sinal de pessoas. Após ir-me afastando de uma obra, que acho que era de uma empreiteira, fui ouvindo cada vez mais baixo o motor do gerador a diesel e percebi a realidade. Estava só no meio da floresta, cercado por árvores enormes e mata de ambos os lados 😮. Neste momento fiquei preocupado. Já tinha pego um pedaço de pau e peguei mais um. Fui caminhando naquele sol, numa velocidade um pouco baixa, devido à mala, o saco de pão, a garrafa de água e os paus. Andei cerca de 4 km. Passei um pequeno curso de água e ouvi um ruído bem baixo, que parecia de um trovão, mas o céu estava totalmente limpo, algo raro nas tardes chuvosas da Amazônia naquela época do ano. Achei estranho, mas continuei. Estava com receio de não haver a casa de hóspedes e como o sol aparentava ser por volta de 16h, decidi que se fosse mais um pouco e não aparecesse a casa, eu voltaria, pois não poderia ficar à noite naquela floresta com risco de possíveis onças. Havia uma subida, fui até a primeira curva e achei que era hora de voltar. Se eu tivesse ido mais uns 200 metros até a próxima curva, provavelmente teria visto a casa. Comecei a voltar. Pouco depois avistei o pequeno curso de água. Lembrei do barulho de trovão e pensei comigo “Foi aqui o barulho daquele trovão”. Acho que menos de 1 segundo depois de eu ter pensado isso, ouvi um enorme esturro ao lado do mato . Aparentemente era uma onça 🐯. Saí correndo 🏃‍♂️. A vegetação lateral da estrada começou a se movimentar na minha direção. Continuei correndo e a vegetação continuou a vir em minha direção, tendo dado outros esturros. Creio que isso foi por uns 100 ou 200 metros. Aí, embora eu continuasse correndo, já cansado, o mato parou de se mover e os esturros começaram a ficar mais longe. Afastei-me ainda um pouco mais, para ficar numa distância mais segura e parei de correr, pois estava muito cansado. Passei a andar rápido. Eu estava tremendo do pé à cabeça. Nunca soube o que era suar frio 😰, que diziam nos desenhos e filmes da televisão. Descobri nesta situação. Voltei e cheguei à empreiteira. Lá fui procurar por alguém, pois precisava de um lugar para passar a noite. Veio Risadinha, o responsável. Disse-me para esperar, pois sua mulher tinha subido numa árvore, pois havia ouvido o esturro de onças. Eu perguntei a ele se onças não eram só depois do KM 80 (nós estávamos antes do KM 60). Ele me disse que não, que eu estava enganado, ali havia muitas onças. Um cachorro havia sumido um dia e depois haviam encontrado sua ossada. Perguntei se poderia então passar a noite ali e ele me disse que não tinham estrutura para isso, mas que ele poderia levar-me até a sede do parque. Eu perguntei se existia de fato e contei que tinha ido e não tinha encontrado. Ele disse que existia, descreveu o caminho e me disse que provavelmente eu tinha voltado da porta da casa. Já no caminhão, contei para ele da onça e ele me disse que eu tinha tido muito sorte de não ter sido comido. Realmente eu voltei a menos de 1 KM do parque e, se tivesse ido até a outra curva na subida, provavelmente teria visto a casa da sede. Chegando na sede, os dois funcionários vieram nos receber e perguntaram ao Risadinha se poderiam ter uma carona dois dias à frente. Ele nada garantiu. Pedi um copo de água e quando me deram, minha mão ainda tremia devido ao ocorrido. Contei a história e um deles me perguntou se não teria sido um macaco guariba. Quando fiz o barulho do esturro, deram risada e se convenceram de que era uma onça. Para informações sobre o Parque Nacional da Amazônia veja https://www.icmbio.gov.br/portal/visitacao1/unidades-abertas-a-visitacao/200-parque-nacional-da-amazonia. Fui conhecer um pouco dos arredores da sede, mas como já estava anoitecendo, vi pouco neste dia. Eles me mostraram o meu quarto e disseram que à noite haveria a semifinal da Copa do Brasil e eu poderia ver com eles se desejasse, pois eles ligariam o gerador a diesel. Não havia eletrificação na área. Disseram que poderiam cozinhar para mim, mediante pagamento, mas como eu tinha levado pão, preferi comê-lo. Na 5.a feira 02/05, fui explorar as trilhas. Perguntei sobre onças e me disseram para levar um facão emprestado. Se uma onça aparecesse eu poderia me defender. Eu levei o facão e fui num estado de extrema atenção. No começo parecia um soldado medieval em batalha 😀. Depois me dei conta do ridículo e da inutilidade e fui relaxando. A trilha na mata preservada era espetacular. Vi uma aranha toda negra 🕷️, com pontos azuis brilhantes, que achei maravilhosa. Sua teia estava no meio da trilha e eu desviei dela. Fui até um curso de água e fiquei admirando a paisagem. Passei toda a manhã lá. Depois de explorar alguns pequenos ramos da trilha, que parecia bem pouco usada, posto que a floresta já a estava retomando, resolvi voltar. Na volta, resolvi tirar a teia daquela aranha do meio da trilha, pois ela poderia ser perigosa para algum passante, poderia ser venenosa, e até desconhecida da Ciência, num lugar selvagem como aquele. Mas não pretendia matá-la, apenas quebrar a teia. Mas quando levantei o facão para cortá-la, a aranha ficou muito nervosa e começou a correr, Fiquei até preocupado de uma aranha daquelas pular e me picar. E por outro lado, fiquei com dor no coração de tê-la assustado. Parei o movimento com o facão e depois o repeti, mas agora bem mais devagar, afastando-o da aranha e pegando só a ponta da teia, que caiu e saiu da trilha. Pedi desculpas para ela. Já no início da tarde, como não havia mais trilhas abertas, a não ser na Transamazônica, em que eu tinha levado aquele susto, como um dos funcionários pretendia ir embora naquele dia, e como transporte ali era muito difícil de conseguir, resolvi voltar e seguir viagem. Ficamos esperando por uma carona, mas os raríssimos veículos que paravam, queriam cobrar preços altos. Enquanto esperávamos, ele me contou a história de um estrangeiro que saiu com uma câmera pela estrada e se defrontou com uma onça. O par da onça ou alguma outra, talvez filho, apareceu pelo outro lado. Por sorte dele, naquele exato momento, apareceu uma caminhonete lá longe na curva e teve um estouro de escapamento, que assustou as onças. Ele pegou carona com a caminhonete e foi embora. Contou sobre uma vez em que havia guiado uma família de argentinos e encontrado uma vara de porcos selvagens 🐷, dos quais conseguiram se distanciar, mas puderam apreciar. O argentino (pai da família) tinha problemas de locomoção e ele precisou carregá-lo em alguns pontos. Contou sobre uma vez que apareceu um veado 🦌 na estrada e ele o espantou para que não perdesse o medo de humanos e fosse presa fácil de caçadores. Ele me falou ainda de uma abordagem de pescadores ou caçadores ilegais que os cercaram certa vez e os ameaçaram de morte, por estarem fazendo seu trabalho. Depois de razoável tempo esperando, passou uma caminhonete antiga, que aceitou nos levar pelo preço que o funcionário disse que era o padrão, antes da ponte ter caído, quando havia bem mais tráfego. Fomos com ele. Mas no meio do caminho a caminhonete quebrou. Precisamos pagar por outro meio de transporte, posto que não davam carona. Disseram que eu precisava pagar a diferença, não achei muito adequado, mas paguei mesmo assim. Chegamos até a guarita, reencontrei o guarda parque, conversamos sobre o que tinha acontecido, e fomos atravessar a ponte. Meu tênis, já bem desgastado, escorregava na ponte, ainda mais com o peso da pequena mala que eu carregava. Os carregadores atrás de mim ficaram bastante irritados, mas acabei conseguindo chegar ao ponto de cruzar para o outro lado e liberei o fluxo de passagem para eles. Do outro lado havia transporte que nos levou a Itaituba. Chegamos no fim da tarde, se bem me lembro. Lá procurei um transporte para ir até Santarém de volta. Existia a possibilidade do barco e a da perua. Negociei com o dono da perua para incluir o preço do jantar na passagem (no barco era incluída) e decidi ir de perua, por achar que seria mais rápido e para variar um pouco. Fui para um dos últimos bancos. Paramos num restaurante e conversei com alguns dos passageiros durante o jantar. Um deles achou estranho meu estilo de vida, o fato de não ser casado nem ter filhos, de meus pais já terem uma certa idade (meu pai tinha 73 e minha mãe tinha 69 naquele momento). Outro disse que achava normal, era apenas um modo de viver. Eles quiseram pagar para mim e acabaram duplicando o pagamento do meu jantar, pois não havia dito a eles da minha negociação com o motorista para não gerar confusão. Seguimos viagem. Tirei meu sapato e minha meia molhada e cheia de terra provavelmente estava com um cheiro muito forte e desagradável, tanto que depois de algum tempo o motorista disse que estava uma catinga muito forte, que nem ele estava aguentando, e pediu para o responsável fazer algo. Eu disse que era devido a ter tirado o tênis e o recoloquei 😳. Provavelmente devido ao jantar, alguns dos passageiros tiveram problemas com gases e começou uma enorme brincadeira na perua. Eu não senti o odor, pois o foco era nos primeiros bancos. Num trecho da Transamazônica, em direção a Rurópolis, havia muitos caminhões parados (alguns eram carretas enormes) 🚚, atolados, há dias, alguns perdendo suas cargas perecíveis. Os motoristas e demais ocupantes estavam presos ali, dormindo e comendo no meio da estrada na floresta. Como os caminhoneiros sofrem ☹️! Nós tivemos grande dificuldade de passar, Várias vezes a perua patinou. Num trecho o motorista acelerou o máximo que podia e ela foi andando devagarinho até passar. Com isso, uma viagem que deveria levar menos de 2 horas, levou metade da noite (umas 6 horas aproximadamente). Chegando em Rurópolis, pegamos a Cuiabá-Santarém (BR-163), muito melhor que a Transamazônica, mas se bem me lembro, ainda não pavimentada naquele momento. Chegamos a Santarém no começo da manhã da 6.a feira 03/05, eu pedi desculpas pelo tênis. Como a viagem demorou muito, arrependi-me de ir ido de perua. O barco teria sido mais confortável e com paisagens mais belas. Deixaram-me em frente à sede do IBAMA ou ICMBIO para eu conseguir uma autorização para ir para a Floresta Nacional do Tapajós. No escritório, os funcionários deram-me a autorização, disseram-me que era gratuita e que precisaria conversar com a comunidade local para saber onde ficar. Peguei uma perua ou micro-ônibus e fui até lá. Se minha memória não falha era na região de Belterra. Cheguei perto de 15h. Procurei o líder local, que era o Almiro (ou Almino). Ele recebeu-me e disse que poderia visitar, mas que era obrigatório ter um guia, senão a comunidade local não permitiria a visita. O guia custava R$ 25,00. Fiquei surpreso, pois tinha entendido que poderia ir por conta própria e não haveria esta obrigatoriedade. Mas como já estava lá, resolvi aceitar. Ele disse que poderia ficar hospedado na casa dele e depois pagaria pelo serviço completo. Aceitei. Comentou de estrangeiros (acho que eram europeus) que estavam fazendo uma viagem pelo mundo e haviam deixado suas bicicletas ali enquanto tinham ido a outro local. Disse que aqueles sabiam exatamente como tratar os seus anfitriões. Fui dar uma volta pelas imediações, olhar o rio, conversei um pouco com sua mulher e depois fui tomar banho. Lá não havia chuveiro e o banho era num igarapé. No fim da tarde, horário em que fui, havia bastante gente. Perguntei aos outros se não se incomodavam ou prefeririam que eu voltasse para tomar banho depois e um deles me disse “Aqui não tem disso não. Pode tomar banho”. Todos tomavam banho vestidos como se estivessem na praia. À noite, durante o jantar, conversamos mais um pouco, conheci sua família e combinamos de fazer a visita no dia seguinte. Ele me falou de uma vez em que se perdeu na floresta por dias e ficou ouvindo os esturros das onças e de um companheiro seu de trabalho, negro, alto e forte, que foi morto por uma onça, que devorou seu coração e deixou o resto do corpo. Para as atrações da FLONA do Tapajós veja https://www.icmbio.gov.br/flonatapajos/. No sábado 04/05, após o café da manhã, saí com um dos filhos mais novos do Almiro para o passeio. Ele devia ter uns 16 a 18 anos aproximadamente. Fomos dar uma volta pela redondeza para explorar alguns pontos da FLONA. No começo do caminho ele parou para me mostrar uma aranha caranguejeira 🕷️ em seu meio natural. Abriu um fruto de castanha-do-pará recém caído da árvore. O gosto era delicioso 👍. Pensei que a castanha que tinha comido até ali era uma remota lembrança daquela, aberta logo após cair. Passamos por várias árvores. Ouvimos tiros. Eram de pessoas da comunidade caçando. Surpreendente para mim ver pessoas nos tempos atuais ainda vivendo da caça, sem serem índios ou totalmente isolados. Voltamos na hora do almoço. O rapaz foi bastante simpático e gentil e eu gostei do passeio. Depois do almoço fui dar uma volta na beira do rio e contemplar a paisagem. Aproveitei para descansar um pouco dos dias anteriores, que tinham sido duros. Conversei bastante com a mulher do Almiro, que tinha sido professora e falou bastante da região. Comentou de um homem que os filhos tinham pensado que tinha ficado louco, quando após diferentes tentativas de uso de suas terras, tinha decidido plantar castanheiros. Naquele momento da conversa, ele é quem estava melhor financeiramente da região. À noite, um outro filho de Almiro que morava em Macapá chegou para visitá-lo. Lá trabalhava como mototaxista. Falou como conseguia dinheiro facilmente trabalhando. Ele provavelmente disse "facilmente" porque estava comparando com a dura vida na roça, pois não me parece que mototaxista seja uma ocupação fácil. Comentou que ia trabalhando durante a noite e quando via estava com R$ 20,00 no bolso. Falou também que já tinha sido assaltado. Ao falarmos sobre ecoturismo, comentaram que havia um ninho de gavião ali perto e eles precisavam estabelecer a localização precisa, para poder mostrar a visitantes. À noite boa parte da comunidade foi até uma casa em que havia gerador de eletricidade a diesel e televisão para assistir a novela da Globo. No dia seguinte, domingo 05/05, fui dar uma volta na beira do rio. O pessoal tinha ido à missa de domingo. Lembrei de quando a minha mãe, que era de uma cidade pequena do interior de São Paulo, dizia que mesmo as pessoas mais pobres colocavam suas melhores roupas para ir aos eventos socialmente importantes. E ali a missa certamente era um dos pontos de encontro e referência da comunidade. Fiquei sabendo que passaria um barco para Santarém. Em vez de esperar o ônibus da tarde, que não era certeza que operasse no domingo e nem em qual horário sairia, resolvi esperar pelo barco na margem. Procurei pelo meu guia, esperei bastante, mas nada dele aparecer. Um pouco a contragosto, resolvi pagar para o Almiro. Preferiria ter pago diretamente a ele, mas estava ficando arriscado perder o barco. Paguei R$ 40,00 incluindo a estadia, refeições e o guia. Cerca de meia hora ou 1 hora depois de eu ter pago, o guia voltou. O barco demorou até o começo da tarde. Peguei-o e fui até Santarém. Cheguei em Santarém no meio da tarde e descobri que iria sair um barco para Macapá em algumas horas. Decidi ir para lá, antes de ir para Belém. Peguei o barco e a viagem durou um dia e meio. As paisagens foram espetaculares, tanto da floresta quanto do rio. Durante a viagem conheci um garimpeiro, que me contou de suas aventuras no garimpo. Tentei falar para ele dos problemas que o mercúrio poderia gerar, mas ele não pareceu muito receptivo. Conversando com os passageiros e tripulantes, disseram-me que se eu saísse do barco no horário em que iríamos chegar, provavelmente seria assaltado. Disseram-me “Vão tomar sua bolsa”. Conversamos também sobre o velejador Peter Blake, que havia sido assassinado poucos meses antes por piratas. Disseram-me que era em outro porto, a Fazendinha, onde não havia segurança. Pedi então ao dono do barco para passar a noite ali e ele permitiu, sem problemas. Chegamos no Porto de Santana em Macapá perto de meia-noite da 2.a feira para a 3.a feira. Na 3.a feira 07/05 de manhã, saí para procurar acomodação e ir conhecer a cidade. Fiquei num hotel perto do centro. Tinha comprado uma espécie de queijo manteiga e o deixei dentro da mala no quarto. O ambiente no entorno do porto pareceu-me um pouco sombrio. Talvez eu estivesse pré-condicionado. Fui me informar num órgão municipal (acho que era algum setor da prefeitura, se me lembro). As moças foram muito gentis e me falaram das atrações da cidade, comentando que as públicas eram todas gratuitas. Para as atrações de Macapá veja https://www.passagenspromo.com.br/blog/o-que-fazer-em-macapa/, https://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/macapa e https://www.tripadvisor.com.br/Attractions-g1015728-Activities-Macapa_State_of_Amapa.html. Os pontos de que mais gostei foram a fortaleza, o Marabaixo, os museus, a comunidade quilombola e o rio em Curiaú. Achei alguns pontos da periferia da cidade um pouco suspeitos em termos de segurança, mas acho que foi só a impressão por não estar acostumado com a cidade. Fui dar uma volta pela cidade e conhecer os museus, monumentos e espaços públicos. Achei interessante haver um monumento onde cruzava a linha do equador. No barco, um morador local havia dito para mim que o Zico, quando deu o pontapé inicial para inaugurar o estádio, cuja linha de meio de campo coincidia com a Linha do Equador, disse que ele seria o primeiro jogador a chutar de um hemisfério para o outro. Os habitantes locais pareciam muito amáveis e queriam que eu conhecesse as riquezas de sua cidade. Às vezes até exageravam de tanta cordialidade e tinham enorme expectativa com as impressões que eu estava tendo. Espero não tê-los decepcionado, se não dei tanta atenção em alguns momentos quanto esperavam. Numa das noites fui à casa onde ficava uma comunidade de origens africanas, em que faziam uma espécie de festejo típico, com música, dança e gengibirra (espécie de pinga de gengibre). Receberam-me muito bem. Havia pessoas brancas que faziam parte do grupo também. Uma delas estava aniversariando e falou, sorrindo, parecendo um pouco conformada, até alegre, que não tinha tido dinheiro para comprar um bolo, mas que tinha comprado uma garrafa de refrigerante de 2 litros para não deixar passar em branco. Na hora eu pensei em ir comprar um bolo para ela, mas sem conhecer bem o local e com os festejos já começando, acabei desistindo, pois não costumo agir por impulso, mas acho que nesta situação deveria ter aberto uma exceção. Já depois de ter anoitecido, soltaram fogos de artifício e o pessoal (incluindo os mais velhos) saiu como se fosse um bloco para dar uma volta no quarteirão. Eu fui um pouquinho e depois voltei e resolvi esperá-los. Se bem me lembro a música que a matriarca cantava era “Vamo vamo minha gente que uma noite não é nada, se não dormires agora, dormirás de madrugada! Lá lá ê”. Imaginei como os vizinhos que precisassem acordar cedo se sentiriam 😀. Na 4.a feira 08/05 fui a Curiaú. Fui conhecer a comunidade quilombola, suas exposições e o modo como viviam. Receberam-me muito bem. Achei interessantes as tradições antigas que procuravam preservar em seu museu. Depois fui ao Rio Curiaú. Havia uma espécie de piscina meio natural meio artificial, e volta da qual havia uma espécie de praça, com vendedores de alimentos e diversão. O rio passava ao lado ou no meio dela. Como gosto de nadar, resolvi entrar nela e fui em direção ao rio. Saí daquela área e comecei a descê-lo. A área ficou bem mais natural e o rio parecia tranquilo. Após uns 5 minutos descendo, vi que começava um pouco de vegetação aquática vindo das margens (eu estava bem no centro). Virei e resolvi voltar. Aí eu percebi como eu sou um completo sem noção 😀. Comecei a nadar 🏊‍♀️ de volta e percebi que não saía do lugar. Senti então a força da correnteza. Comecei a ficar preocupado, pois estava cansando e o meu progresso era muito pequeno. Comecei a variar de estilo, para não ter cãibra e isso acabou funcionando. Demorei cerca de 50 minutos para subir o que tinha descido em 5. Perto do fim, uns 10 minutos antes de chegar, começou uma tempestade 🌧️, ainda bem que sem raios. O rio começou a ficar meio agitado, mas nada que colocasse em risco a minha subida. Cheguei e saí da água, um pouco cansado, mas com a situação ainda sob controle. Após esperar um pouco pelo fim da chuva, ouvi o rapaz da barraca de açaí chamar-me. Eu tinha ido até lá antes de entrar na água para perguntar se ele aceitava ticket refeição e ele tinha dito que não. Agora, quando lá cheguei ofereceu-me de graça uma tigela de açaí. Agradeci, mas como tinha dinheiro, paguei-o. Enquanto comia, ele me disse que as pessoas ali quando me viram começar a descer o rio, comentaram que achavam que provavelmente eu não conseguiria voltar e iria morrer afogado. Fiquei surpreso e pensei comigo porque não haviam gritado para me avisar, mas imagino que como eu tinha aparência de não ser local, devem ter ficado com algum tipo de receio. Alguns rapazes confirmaram que acharam que eu poderia não conseguir voltar e depois, provavelmente devido a isso, ofereceram-me carona de volta para Macapá. À noite, assisti a primeira partida da final da Copa do Brasil entre Corinthians e Brasiliense, em que o Brasiliense foi prejudicado pela arbitragem. Um baiano, que assistiu parte comigo, fez gozação quando o Brasiliense empatou, pois achou que eu era corintiano. Mas ficou aborrecido com os erros da arbitragem. Na 5.a feira 09/05 de manhã peguei um navio 🛳️ (a primeira embarcação de aço de toda a viagem) para Belém. Cheguei lá na 6.a feira 10/05. O navio era bem maior do que os outros barcos que eu havia pego antes. Em Belém hospedei-me perto do centro, subindo uma avenida a partir do porto. O hotel era grande e no estilo antigo. Para as atrações de Belém veja https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/belem-2/ e https://belemdopara.com.br/2020/02/16/10-passeios-em-belem/. Os pontos de que mais gostei foram as áreas verdes, praças, os museus amazônicos, prédios históricos, igrejas, o coco e todo o ambiente natural. Fui explorar um pouco os arredores, aproveitando ainda o resto do dia. Explorei a área do porto, que tinha acabado de ser revitalizada e tinha lojas e restaurantes. Inclusive jantei lá num dos dias. No anoitecer fui até o terminal de passageiros dos barcos que iam até a Ilha de Marajó para me informar sobre preços e horários. Fiquei um pouco receoso do caminho deserto, principalmente depois que perguntei a um sorveteiro, que lá passava, sobre a segurança naquele horário e ele me disse “mais ou menos” e para eu andar pelo meio da avenida. Depois perguntei a um militar e ele me disse que ninguém iria mexer comigo e para eu ter fé em Deus. Mas não tive nenhum problema de segurança nem na 6.a feira nem no sábado. No sábado 11/05 fui conhecer a Ilha de Marajó. Peguei o barco cedo no porto de Belém e cheguei a um porto na ilha (acho que era o Porto de Camará). De lá creio que peguei um ônibus para Salvaterra. Para as atrações da Ilha de Marajó veja https://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/ilha-de-marajo/, https://manualdoturista.com.br/ilha-de-marajo/ e https://turismodenatureza.com.br/roteiro-na-ilha-de-marajo. Os pontos de que mais gostei foram os búfalos, a fábrica de couro, o rio, os guarás, a praia do Rio Amazonas e a vegetação. Chegando em Salvaterra perguntei a um habitante local o que ele recomendava para uma viagem de 1 dia, se é que era possível algo em tão pouco tempo. Ele me sugeriu conhecer a fábrica de couro, que fazia produtos vindos dos búfalos, dar um passeio pela vila local e depois ir até a praia do Rio Amazonas, apreciando a paisagem. E emendou dizendo que parecia um bom programa para 1 dia, com o que eu concordei totalmente. Dei então uma volta no povoado, depois fui até a fábrica de couro e vi a enormidade de produtos que eram feitos com o couro de búfalo, desde roupas até calçados. Embora eu já evitasse o uso de produtos que fossem feitos com a morte de animais, não deixou de ser interessante conhecer o processo produtivo e ver como era natural para os habitantes locais aquele tipo de atividade. Dali fui caminhando até a Praia do Rio Amazonas, que acho que já era no município de Soure. No caminho passei por área alagada, vi vários búfalos 🐃 e pássaros vermelhos 🐦, que acho que eram guarás, alguns nas costas dos búfalos 😀. A vegetação natural também pareceu-me muito bela. Havia fazendas mescladas com áreas de floresta. Gostei da praia, parecia de oceano, dada a imensidão do rio. A água não era completamente doce, mas bem menos salgada do que a do mar a que eu estava acostumado. Fiquei lá algum tempo sentado ou deitado na areia contemplando e nadando às vezes. Depois voltei pelo mesmo caminho. Não me recordo se tive que pegar um barco para atravessar um rio. Lembro-me de ter passado por área alagada novamente e os búfalos e guarás continuavam lá. Voltei no meio da tarde, pois já havia me informado sobre o horário de retorno do barco. Peguei novamente o ônibus, cheguei no porto e peguei o barco de volta. Já no fim da travessia conversei com um passageiro que havia entrado na cabine bem no começo da viagem, enquanto eu tinha ficado do lado de fora apreciando a paisagem. Ele disse que tinha ficado preocupado, pois passageiros habituados à travessia haviam dito que o barco estava “jogando” muito, devido à agitação do rio/mar 🌊. Chegamos ainda com luz do sol, eu voltei caminhando para o hotel, aproveitando para apreciar um pouco mais a cidade de Belém. No domingo 12/05, Dia das Mães, logo cedo liguei para minha mãe, para cumprimentá-la pelo dia. Ela tinha ficado bem tensa com a minha viagem e acho que gostou da ligação. Depois fui passear pela cidade para conhecê-la. À tarde passei pelo estádio do Paysandu, onde estava havendo jogo ⚽, e depois fui em direção ao Mangueirão, onde encerrei o dia. Jantei numa avenida com vários restaurantes. Nos dias em que visitei Belém, apreciei muito as praças arborizadas 🌳 da região central, fui ao Museu Emílio Goeldi (https://museu-goeldi.br/), de que gostei bastante, tanto da área interna de exposição, como da área externa, que tinha inclusive alguns animais amazônicos soltos. Uma ave até implicou com o calçado de um visitante, mas, nas palavras do visitante “eles se entenderam”, quando ele levantou o pé em posição de defesa e ela resolveu não bicá-lo. Andei bastante pela orla, na época bem menos urbanizada e turística do que atualmente, mas já revelando sua beleza natural. Passei por um parque e uma área anexa que estava em implantação ali perto, fui ao Mercado Ver o Peso, vi o enorme comércio de Açaí e de produtos amazônicos típicos, achei interessante a Casa das Onze Janelas e todos os prédios históricos 🏛️ da região portuária e central. Fui também à Igreja de Nossa Senhora de Nazaré ⛪, onde um segurança pediu para eu tirar o boné, algo que estranhei e até pedi confirmação, o que creio que fez com ele desconfiasse das minhas intenções e depois me acompanhasse discretamente ao longo da visita. Na 2.a feira 13/05, voltei a visitar a área central, mas desta vez numa parte que eu ainda não havia conhecido. Comprei 1 coco 🥥 por R$ 0,50 se bem me lembro, preço muito menor do que cobravam nas praças dos bairros residenciais de classe média e alta no domingo. Estava delicioso 👍. O vendedor escolheu um que tinha bastante massa e bastante água. No início da tarde voltei para o hotel para arrumar as coisas e ir ao aeroporto pegar o avião de volta. Lembro-me que durante o voo, quando a aeromoça perguntou e eu queria algo para beber eu perguntei se tinha suco de cupuaçu e ela riu, dizendo que não. O voo transcorreu tranquilamente e cheguei a São Paulo sem problemas.
  7. Fala mochileiros! Cheguei recentemente de um passeio no chamado "caribe brasileiro" (nome mais do que merecido, diga-se de passagem), ou Alter do Chão, para quem não conhece, e, como me surpreendi com a experiência que tive lá (principalmente em relação a gastos, uma vez que destinos exclusivamente turísticos acabam sendo por vezes temidos pelos custos de viagem), nada mais justo do que compartilhar. Então, partiu!!! Alter do chão lá de cima, com a ponta do cururu bem definida. Acreditem, caminhei boa parte disso aí de praia A época escolhida foi a segunda semana de novembro, logo após o agito derivado do tradicional Sírio de Nazaré em outubro. As passagens deram uma aliviada, e consegui pegar uma ida e volta de 400 mangos (com barco, de Manaus, você gasta quase esse mesmo valor de ida e volta, só com passagem, e fica de um dia e meio a quase três dias nos rios dos trechos, enquanto que o vôo dura nem uma hora). Fato rápido: as praias do norte costumam estar mais bonitas na segunda metade do ano em virtude da seca, mas, diferentemente do Amazonas, que seca demais e não fica tão bacana no ponto mais baixo, certos rios do Pará secam menos e mantêm sua beleza natural em virtude da proximidade geográfica com o oceano. E com o belo rio Tapajós não foi diferente. A propósito, Santarém tem seu próprio encontro das águas, assim como Manaus, só que é Tapajós e Amazonas, ao invés do Rio Negro e Solimões (não a dupla sertaneja) da minha terrinha Bando de copião, pegaram o encontro das águas amazonense e fizeram uma versão deles kkkkkkkkk é brincadeira, mas é igualmente impressionante e belo Estamos em um período de calor intenso, então acreditei que iria encontrar um sol de rachar cuca no Pará, mas como a vida é uma caixinha de surpresas, houve uma grande frente fria e transição de massas de ar e pressão atmosféricas (aqueles papos de previsão do tempo, não vou entrar em detalhes) que preencheu a maior parte do país com chuvas e temporais. Os cariocas sentiram isso na pele, infelizmente, e em outros estados o estrago foi menor. Mas exatamente nessa semana pegaria umas chuvas no Pará. Pois bem, vida que segue.... Cheguei no aeroporto de STR no domingo (4), após deixar Manaus embaixo de um toró, por sorte as nuvens de chuva estavam mais no Amazonas, e no Pará ainda tinha um pouco de sol. Mais perdido que cego em tiroteio, tratei de procurar um jeito de me deslocar para Alter. Tinha apenas 5 dias disponíveis para conhecer os lugares, uma estadia boa, a meu ver, para conhecer as principais atrações, mas dessa vez não fiz um roteiro rígido para ser seguido. Conhecia uns lugares e simplesmente iria na cara e na coragem pq acredito que as viagens ficam mais interessantes assim, e é bom você saber lidar com imprevistos. Levei apenas 500 bonoros para essa viagem, e acreditem, deu e sobrou. Fato do aeroporto de STR: os taxistas chegam em cima de você que nem urubus numa carcaça, e os preços deles não são muito convidativos (50 pila para ir ao centro de Santarém, 100 a 120 para ir para Alter). Mas fica a dica do tio: esperem passar o bus para Santarém, pois tem uma linha que faz essa integração, ou rachem o táxi com alguém, que com certeza vai ter gente afim. De santarém tem ônibus para alter, mega fácil de pegar, e barato, vale esperar um pouquinho. Mas como não sabia desse fato, resolvi rachar o táxi com uma família que iria direto para alter Pessoalmente acho massa ter uma ciclovia entre a cidade e a vila turística, em Manaus não temos isso O táxi rachado me custou apenas 34 reais, o que foi uma boiada e tanto! Desci perto da famosa ilha do amor, já na orla da vila. O "centro" é ali mesmo, e você não vai se afastar muito dali, a não ser para os passeios para os lugares distantes. Tem pousada pra dedéu, hotéis, e redários com camping, que era o que eu estava procurando (eu prefiro acampar e ter o desconforto e privacidade da minha barraquinha ). Não lembro de ter visto hostel, mas creio que tenha sim. Não andei muito e logo de frente pra ilha achei um camping com redário, rústico, bem localizado, além dos donos serem bem receptivos, e com um preço MEGA em conta, considerando a sua localização. Altas vibes naquele lugar (estilo roots, espere encontrar hippies e pessoal alternativo, se você tem algum preconceito com esse tipo de gente, não recomendo o camp, mas não achei nem um pouco ruim). Le acampamento base. Fui muito bem tratado aqui. Honestamente pensei que só ia chegar no domingo com tempo de achar um lugar para ficar, mas estava no meio da tarde, e não queria perder o dia, então conheci a dona, fechei as diárias, e tratei de dar um rolê pelo lugar. A vila até parece meio feinha com o rio seco, mas vai por mim, lá na frente é a coisa mais linda de se ver. Detalhe para a conhecida serra da piroca A vila é tranquila, mesmo nos fins de semana, confesso que achei bem vazia de gente, e desconheço a alta temporada de lá, apesar de ter chutado o mês de outubro. O lugar é cheio de moradores e visitantes latinos, no camp mesmo haviam argentinos e chilenas de passagem. O cajueiro parece ser o capim de lá, de tanto que tem, existem ruas onde você passa e sente o cheiro gostoso, de tanto caju (e cajuí) que tem no chão. Curiosamente não encontrei nenhuma bebida específica feita dele na vila. Se eu tivesse vontade de comer caju, era só olhar para uma árvore e colher. Caju hoje, caju amanhã, caju sempre Andando pela praia da ilha do amor (que na seca pode ter seu curso d'água atravessado a pé, só tomar cuidado pq dizem que tem arraia lá), decidi ir a pé para a conhecida ponta do cururu. Quando os rios secam, faixas de areia são descobertas pela água e ficam em contato com a parte mais funda e bonita do rio, em Alter há várias pontas, sendo as do cururu, pedras e muretá as mais conhecidas. Na cheia não dá para chegar nelas a pé, ou simplesmente nem dá pra acessar (por já não existirem!), sendo obrigatório pagar barqueiro para levar lá. Li que os valores não são dos melhores para quem está só, fora que eu não estava afim de fazer um passeio regrado com hora para ir e voltar, e como você deve ter visto na foto lá de cima, tinha uma mega praia formada em todas as margens da região, então resolvi botar as panturrilhas para trabalhar e ir a pé. Partiu ponta do Cururu A "andada" leva mais ou menos 1 hora e 20 minutos, de alter até chegar lá, e você fica com aquela ansiedade de estar vendo o horizonte, e não chegar perto dele, mas deu para me distrair com os achados da praia. Corais, peixes mortos e muitos mexilhões se faziam presentes na margem (de noite é possível achar caranguejos). Ah, nas praias também é possível achar MUITOS sapinhos, eles são um símbolo da vila, e representados na cultura local por esculturas e amuletos com o nome de muiraquitã (embora não seja o nome certo pro sapo em si, apesar de tentarem te convencer do oposto). Sapo na areia, embaixo de sol, durante o dia nunca tinha visto, isso me encantou. Eu desconheço o gênero e espécie, mas lá parece haver pelo menos 3 ou 4 espécies de diferentes cores e tamanhos, até sapinho de meio centímetro achei Chegando na ponta, senti na pele o porquê de chamarem aquele lugar de caribe brasileiro. Nossa, que praia sensacional!!!!! Água semelhante à do mar (transparente e azul-esverdeada), agitada, e areia branquinha. Agradeci à Deus e à minha mãe por estar naquele momento e naquele lugar tão únicos, e com o sentimento de conquista de mais um lugar paradisíaco de nosso Brasil Recadinho básico pra mandar pra patroa em casa É vontade de ficar aqui e não sair mais, difícil imaginar uma paisagem dessas que não é no litoral A minha foto favorita dessa viagem. Depois das altas fotos, um bom banho Engraçado que só eu tinha vindo a pé, todos os demais presentes estavam nos seus barcos de passeio ou particulares, fiquei pensando no quanto que devo ser louco para fazer essas proezas, mas sem crise!! Dizem que pôr do sol é perfeito nessa ponta, mas infelizmente, em virtude desse clima de nublado e chuvas, o céu não ficou legal para o crepúsculo em nenhum dia da minha estadia. Fica para a próxima. Uma história engraçada: não ajustei meu relógio para o fuso horário do Pará, e por isso saí bem tarde da praia, achando que ainda era uma hora mais cedo os demais barcos indo embora e eu sobrando na praia, e com mais de uma hora de caminhada no breu total. Mas como uma pessoa precavida vale por duas, tinha levado minha lanterna na bolsinha, então o "passeio noturno" foi mais divertido que frustrante. Adorei achar caranguejos na margem, nesse processo. Que que foi, maninho, tá olhando o q? Já me vu.... Apesar da caminhada ter sido ótima, andar na areia dá uma fadiga aos músculos do pé, batata da perna, calcanhar, etc., e cheguei em alter pedindo um torsilax para não amanhecer com as patas doendo. Armei a barraca, fui procurar o que jantar e depois, dormir. 2o. dia: Tsunamis aéreos e a tentativa de subir a careca A segunda iniciou com temporais, com direito a raios de minuto a minuto, e eu, desde a madrugada dormindo com aquele barulho gostoso de chuva batendo na barraquinha. Como a chuva estava forte durante a manhã toda, não tinha como procurar uma panificadora e comprar itens pro café, o povo do camp estava todo em off nas suas redes tbm então o jeito era me acomodar na barraca, e planejar o que fazer pro dia, caso o temporal não parasse mais. Teve uma hora que precisei sair para improvisar uma "vala" pra água acumulada vazar, ou minha casinha provisória seria inundada Depois de meio-dia, a chuva finalmente deu uma trégua, e estava na hora de andar na vila e procurar algo para comer. A falta de paciência para cozinhar algo na cozinha do camp me fez apelar para o bom e velho PF, que veio numa quantidade generosa, me fazendo dividir ela com o Robervaldo (um vendedor de arte e viajante que conheci lá, gente boa, inteligente e bom de papo, com esse deu pra conversar até sobre política sem haver atritos). Como o sol estava ainda tímido, mas querendo aparecer, achei que o melhor seria ir para algum lugar próximo da vila, então resolvi subir a piroca, literalmente March!!!!!! Esse lugar é diferenciado Sim, é isso que você leu. Um ponto conhecido de alter, que está em praticamente todas as fotos turísticas e artísticas é a chamada serra da piroca (que está mais para morro a meu ver, mas vai da sua interpretação). A etimologia do nome é justa: significa algo como "vegetação rala" ou "careca", que tem a ver com a vegetação do alto do morro e o nosso falo masculino A trilha é sussa, vc leva uns 40 minutos andando até chegar ao topo. Infelizmente, nesse dia, não deu pra chegar no topo, topo mesmo, por causa de insetos, não precisa ser biólogo(a) para saber que depois de grandes chuvas certos insetos como cupins e formigas saem para namorar aos montes na mata e no céu. Pois bem! Tinha uma espécie de "muquitinho" que resolveu fazer uma verdadeira suruba galáctica bem no alto da piroca (!), não é exagero amigos, o bicho é do tamanho de um mosquito, mas eram enxames de enxames, tantos, que dava pra ouvir alto e claro o barulho das asas deles da base do morro, e o céu escurecia um pouco lá no topo. Mosquito grudando no meu corpo suado, batendo nos olhos e ouvidos obviamente incomodava bastante, além de eu não saber se eram bichos nocivos de alguma forma, então me vi obrigado a descer. A trilha é super de boa e demarcada na subida, mas não recomendaria para pessoas de idade e com problemas cardíacos ou de locomoção O máximo que deu pra subir. Ahlá a vila, o lago verde e a ilha do amor no fundo Como ainda haviam umas três horas de luz do dia, resolvi ficar no lago verde de bubuia, curtindo o final da tarde. Ele é bem raso por tipo, um quarto de quilômetro na seca, então pra criança brincar é mais de boa, e a água é igualmente gostosa. Tem aluguel de caiaque também. Fiquei brincando de caiaque por uma hora, e depois apenas boiando na água Até aqui e ainda está bem raso Com tempo de sobra, em comparação com o dia anterior, resolvi andar e conhecer a vila de noite. Achei o lugar relativamente tranquilo e seguro (apesar de não ter visto policiamento, o que sugere que não é bom ficar dando sopa nas ruas até tarde da noite). Além da orla para passear existe a praça central, onde tem wifi gratuito (quando está pegando), várias lojas de lembrancinhas e uma praça de alimentação. Em algumas ruas próximas há restaurantes, lanches e moradores que fazem refeições prontas a um valor ok. Particularmente não sou um "gourmet", então não fiz questão de provar as especiarias locais (até pq já provei a maniçoba num festival paraense de Manaus, uma vez, e não gostei muito, fiquei com receio de gastar muito num prato que não me agradasse), então comprar um prato do bom e velho vatapá já estava de bom tamanho 😀 10 pila num pratão desse vale cada mordida!!! 3o. Dia: Ponta do Muretá e mais caminhadas na praia Segundo dia consecutivo em que amanhece com as altas tempestades, não tinha muito a ser feito a não ser aguardar na barraquinha a chuva passar, e dormir ao som da chuva. De madrugada, um visitante inesperado no meu quartinho: Mas ein??????? Bom, tinha conhecido a ponta do cururu, a ilha do amor, morro da piroca e lago verde, hoje poderia ser uma nova atração. Como tinha visto anteriormente no "gugrou maps", a ponta do muretá fica próxima da vila (em termos pq é mais uma hora de caminhada na praia), então não vi o motivo de não fazer essa atividade. Estava decidido. Dessa vez o povo do camp se juntou pra fazer um frango guisado MA-RA-VI-LHO-SO (Parabéns ao Robervaldo, nível master chef já ). De tarde dei mais um rolê na vila, a procura de lembrancinhas para levar para casa, e após isso segui rumo à ponta. Não é complicado, só seguir a margem do rio pela cidade, não pela ilha do amor. A ponta do Muretá é curiosa pq ela tem um lago atrás que tem um formato triangular, assim como a ponta. Fonte: google maps, 2018 A caminhada foi sussa, tirando o esforço óbvio nas pernas e pés por andar na areia, mas o segredo é ficar mais perto da água onde a areia é mais firme. A ponta do Muretá também é linda!!!! Com ondas batendo o tempo todo, e dessa vez, sem sinal de vida, salvo pelos barcos de passeio que passavam (mas não paravam) e botos que brincavam perto da praia (sim, vi botos na superfície, mas era difícil registrar os danados). A praia era só para mim naquela tarde 🤩 Por essa tarde, declaro a ponta do Muretá território Stanlístico! Detalhe: no horizonte é a serra da piroca e mais à direita da imagem fica a ponta do cururu Praise the Sun! O pôr do sol também ficou impedido pelas nuvens, mas foi melhor do que no cururu. Lindo demais, uma pena que tinha que voltar logo para a vila antes que anoitecesse. Só a nível de curiosidade, os gastos foram mínimos nesses dias: tirando as diárias do camping, só gastei um pouco com comida, leite-achocolatado-pão-queijo-presunto-ovo para café + lanche, e as lembrancinhas nesse dia, estava bem alimentado e com um espaço seguro para acampar, que pra mim era o principal. Poderia ter gastado mais, poderia, se eu quisesse fazer os passeios, mas optei por não fazer, pelo medo de chover e o passeio não valer a pena (fora que sempre gosto de fazer as coisas de forma mais independente). 4o. Dia: despedida de Alter do chão Esse seria meu último dia na vila, até porque queria conhecer Santarém um pouquinho. Me recomendaram ficar em Alter pq valia mais a pena e tal, mas acabei seguindo meu coração das cartas. O dia seria para visitar lugares previamente visitados. Sei muito bem que deixei de visitar a ponta das pedras, que meio mundo diz ser o lugar mais bonito da região. Os valores dos barcos não estavam justos, a meu ver (prefiro não informar), e a praia infelizmente é bem isolada, sendo necessário um transporte próprio para chegar lá, se não for contratando barqueiro. A pé, pelas praias, até é possível, mas levaria o dia inteiro, fora o cansaço, então penso que essa atração serviria para me motivar mais ainda a retornar (pensando seriamente em trazer a mãe aqui em 2020). Esse foi o primeiro dia em que não amanheceu chovendo, pelo contrário, fez até um solzinho forte que duraria o dia todo, então com esse tempo bonito, imaginei que daria para chegar ao topo do morro sem me deparar com os insetinhos (descobri que as chilenas que estavam acampando foram lá de noite, e chegaram no topo sem problemas, me arrependo de não ter pensado em fazer essa trilha noturna ) Tomei um café reforçado, pois só iria retornar no meio da tarde à vila, então comecei o dia na trilha do morro. E dessa vez deu tudo certo, apesar de lá haver um outro inseto chatinho (que lembra uma abelha sem ferrão), deu para ficar lá em cima por um bom tempo, e tirar altas fotos para matar os amigos de inveja. Melhor vista. Reconhece aquela ponta ali? Agora posso dizer pra família e amigos: subi a piroca, minha gente!!! Após terminada essa trilha, como eu tinha gostado bastante da ponta do cururu, e como eu tinha chegado lá no final da tarde de domingo, imaginei como estaria bonita em plena quarta ensolarada. E acertei em cheio! As águas estavam bem agitadas, e com uma cor maravilhosa aquele local digno de cartão-postal havaiano. E a melhor parte: novamente estava com a ponta só para mim Que água transparente é essa, cara? O calor não faz muito bem pros anuros, então o jeito é procurar uma sombrinha, ne Ah, o paraíso Perfeição base montada, passei umas horinhas brincando na areia, nadando, ou simplesmente boiando nas ondas, e era uma felicidade sem fim! Um cabra de quase 30 com a alma de 10 brincando na praia, mas como alegria de pobre dura pouco, a fome estava batendo, e precisava retornar para a vila. Umas 13:00 me despedi daquele cantinho do céu e tratei de retornar. Recadinho para o povo que iria assistir o pôr do sol, antes de ir embora 🤭🤭🤭 Almoço devorado, era hora de enfim me despedir do pessoal do camp., agradecer à anfitriã pela hospitalidade, e pegar o rumo à Santarém. Existe uma única linha que faz a integração Santarém-Alter, que passa pelas paradas de ônibus sinalizadas nas ruas. Então é só ir, comprar um chopão geladinho (vc sabe o que é chopão?), e esperar, pq se não me engano é de meia em meia hora que passa. Ah o Rober na breja se depedindo de mim. Obrigado a todos presentes nesses dias! Cheguei em Santarém no final da tarde, no centro, e fiquei perambulando pela famosa orla, procurando possíveis lugares para pernoitar (enfim, dormir numa cama!! 😭😭😭), até que encontrei o hotel alvorada. Uma casa no melhor estilo do início do século passado,um pouco rústica, comparando com o padrão de hotel e pousada atual, porém receptiva e com um ótimo custo-benefício (paguei nem 100 reais por duas diárias, isso com café e wifi incluso), com vista pro rio, e ainda localizada no centro da cidade. Definitivamente acertei em cheio e recomendo, se você está numa estadia em Santarém, e não faz questão de muito luxo, ou quer uma experiência de vivência do homem do norte autêntica, e uma ótima localização. Le orla com a área recreativa A cultura do sapo presente também em STR. Com isso, só restava arrumar as coisas, tomar um banho merecido, e dormir. 5o. Dia: conhecendo um pouquinho de Santarém O dia foi resumido a simplesmente conhecer alguns dos principais pontos da cidade. A mãe estava sempre mandando mensagens para eu tomar cuidado com isso e aquilo, mas confesso que dificilmente me senti inseguro em alter e STR. A cidade é razoavelmente policiada, e a impressão que tive é de que a criminalidade lá é pequena, comparando com Belém e outras regiões do estado. Além do mais, a cidade tem vários pontos em comum com Manaus, então, de certa forma me senti familiarizado ao andar por ali Alguns pontos que você precisa saber se quiser conhecer a cidade: * Santarém, como já disse, tem um centro comercial colado com a orla, onde a maioria dos ônibus passa (incluindo o ônibus para alter). Se você se hospedar no centro, tem um retorno garantido. * No centro, a melhor referência de parada de ônibus é a praça Barão de Santarém (também chamada de praça São Sebastião). Lá tem museu e uma catedral, também. * O encontro das águas pode ser visto do início da Orla, nessa data que fui estava em reforma, mas, diferente de Manaus, onde você precisa pegar uma balsa ou um barco particular para ver a atração, o encontro dos Rios Amazonas e Tapajós é mais de boa para ver e registrar. * Uber não existe lá. Mas particularmente não vi como um problema, uma vez que a cultura de mototáxi é forte, e passam muitos ônibus nas avenidas principais da cidade. * A orla é bem movimentada de noite, porque tem uma parte da praia que é destinada para o lazer, atividades físicas, fora o calçadão, onde as pessoas comem e fazem caminhada. Super de boa. * Há um zoológico legal para visitar, mas que é de difícil acesso, é altamente recomendado você ter transporte próprio para chegar nele. * Há Wifi gratuito nas principais praças da cidade, é só se registrar e usar, se estiver disponível. Pela tranquilidade das pessoas usando, deu a entender que o receio de assaltos era mínimo. * O parque da cidade fica próximo do centro, dá para ir até a pé, mas vai de cada um. * O melhor horário para visitar a Orla, a meu ver, é do fim da tarde até umas 21 ou 22 horas, pelo fluxo de pessoas. Na área do conhecido bar do mascotinho tem uns restaurantes, pizzarias e bares bacanas. * Existem umas praias bacanas próximas do aeroporto de STR, mas que necessitam de transporte próprio (ou money para o taxi) para chegar lá, numa delas fica a badalada casa do Saulo, pela correria e ausência de transporte, acabei não indo também para esses lugares. O primeiro ponto que fui conhecer foi o parque municipal, gosto de espaços naturais para o convívio e prática de exercícios e ações sociais, fui me orientando pelo localizador + google maps, vi que dava para ir andando, e logo cheguei ali. A pista de cross para quem curte uma bike marota. Uma coisa que achei muito legal do parque é a preocupação com a educação, ali existem inúmeros avisos de conscientização, e uma pegada forte para o cuidado com o meio ambiente, com foco no reaproveitamento de pneus, os mesmos foram utilizados para a trilha de mountain bike, e confecção de animais e plantas de pneus. Simplesmente show de bola! Viveiro de quelônios, de plantas, e até um minhocário foram pontos interessantes de se ver. O parque pega pesado (num bom sentido) na pegada ecológica, além de ser bem arrumado. Parabéns! Idéias que viram inciativas que embelezam o lugar Espaço saúde para caminhadas e trilhas Depois do passeio, o próximo ponto de interesse era o Zoológico da UNAMA. Este fica praticamente na zona rural da cidade, foi meio tenso o mototáxi me deixando numa rua de terra e me dando as direções mas o maps estava indicando que era ali mesmo, e os moradores confirmaram a direção. O zoológico estava passando por uma reforma e ampliação, nessa semana em que estava indo, mas deu pra curtir. É cobrado um valor simbólico de entrada, e um valor adicional para visitar o "berçário" dos peixes-boi, segundo o rapaz que estava me atendendo era uma taxa para ajudar na compra de material para fazer o leite "manipulado" dos filhotes, pessoalmente pagar os R$ 3,00 de entrada mais os R$ 3,00 de manutenção dos viveiros dos peixes-boi vale MUITO a pena, pelo prazer de colaborar para o desenvolvimento de um espaço de lazer e conhecimento. Que gutyyyyy 🤩 As araras-vermelhas estavam livres no espaço, eu não sei se podia fazer algo além de tirar foto com elas (até porque uma delas quase rouba minha bandana e belisca minha orelha ), mas achei isso legal, pois promove uma interação maior com os visitantes, além de dar uma liberdade maior para os animais (só as araras, no caso). De resto, haviam algumas gaiolas com espécies nativas, algumas vistas no Pará e não no Amazonas, acho sempre válido conhecer elementos da nossa fauna. Infelizmente não haviam tantos animais, comparando com outros zoológicos que visitei, mas gostei bastante do espaço (trilha no meio da mata), e como já disse, o zoo está em expansão, então provavelmente no ano que vem já existirão mais espécies em exibição. Era o animal mais próximo dessa visita Saí do Zoo na hora do almoço, então peguei dois ônibus em direção ao Shopping da cidade (acho que o único), mas não cheguei a ver nenhum restaurante bacana, então fiquei por pouco tempo lá. Creio que era melhor ter ido de tarde, até para assistir um filminho, mas sem crise!!! Retornei para a pousada no meio da tarde, descansei um pouco, e de noite, fui dar mais uma volta na orla, para beliscar uma besteira ou outra, e curtir a vibe noturna da cidade. No dia seguinte seria apenas para dar uma voltinha no centro comercial, ver se tinha algo que valia a pena comprar, e pegar o vôo para Manaus, então não entrarei em detalhes. Então é isso. A viagem foi extremamente prazerosa, feita na base dos improvisos, em alguns aspectos, mas valeu cada segundo aproveitado. E ao contrário do que um ou outro pode achar ou pregar, não é um destino caro. Alter é um lugar para todos os bolsos, penso que se a pessoa consegue fazer contatos, ou se dedica um pouquinho a pesquisar sobre os lugares, ela se programa tranquilamente, e honestamente, isso nem é necessário. A corrente da boa vibe do lugar por si só te carrega sem maiores problemas. Só seguir a onda =D Agora às informações básicas, como de praxe em meus relatos: Melhor época para ir: semelhante ao Amazonas, Pará possui um período de cheia (que é mais evidente nos primeiros meses do ano e vai até o mês de Junho, mais ou menos, as águas estarão mais cheias, chuvas se farão mais frequentes), e um período de seca (de junho a novembro, onde chove bem menos e os rios dão uma secada, mas como disse, as praias ficam melhores nesse período, peguei chuva nessa semana por puro azar mesmo). Acredito que entre Agosto e novembro seja a melhor época, se você quiser evitar o movimento do final de ano. Em alter existe a famosa festa do Çairé, um grande e importante festival da região, que vale a visitada pela importância cultural. custos: cara, levei R$ 500,00 e gastei aproximadamente R$ 390,00, e pude ficar super de boa lá. Tomava café, almoçava, lanchava, jantava e/ou comia besteira quase todo dia, acampei em 3 dias e fiquei hospedado em um quarto próprio de hotel em 2, pude comprar lembrancinhas, e se quisesse teria comprado mais. O que realmente dói no bolso do visitante são os passeios de barco ou o transporte alugado, pois muitas atrações são de difícil acesso por terra, ou estão um pouco longe, ou mesmo em outras vilas. Penso que você vai gastar mais em alter mesmo. O que fazer lá: Só a vila de alter por si só possui a ilha do amor e as praias próximas como referência (atrações 0800), a trilha para a serra da piroca, o lago verde e suas adjacências. As pontas, como mostrei, podem ser acessadas por terra, mas somente durante a seca, e exige um esforcinho, então o melhor jeito de chegar nelas é de barco. Há passeios com preços variados. Existem atrações ainda mais distantes como a FLONA (que pessoalmente não me interessa por eu já ter muito contato com a floresta amazônica), a tal cidade das casinhas dos americanos, etc. Em Santerém também tem muitos lugares interessantes, mas que vão exigir pesquisa e um transporte próprio. De principal, o centro, o parque, o zoológico e algumas praias que ficam lá nas proximidades do aeroporto. Dinheiro ou cartão: leve ambos, porque há sinal de cartão em alter, e alguns bancos. Como me senti seguro andando na vila e na cidade, para mim bastou levar o dinheiro muito bem escondido e uma parte na carteira, de uso imediato. O cartão de crédito sequer foi utilizado. Transporte: recapitulando, em Santarém existem ônibus que circulam pela cidade quase toda, uma linha que vai para o aeroporto, e uma linha comum que vai para alter. A menos que você realmente não goste de ônibus, existem pontos de táxi e mototáxi em alguns lugares da cidade. O mototaxi é mais frequente. Em alter não vi taxi de nenhum tipo, então basicamente você se desloca por barco para certos lugares. Hospedagem: Tanto em Alter quanto em Santarém, lugar para ficar não falta, e tem para todos os bolsos. Pessoalmente não gostei dos preços dos estabelecimentos ofertados pelo booking, então penso que vale a pena andar um pouco e encontrar um lugarzinho bom e barato. Sejam felizes, e curtam bastante a vibe paraense! =D
  8. Caros amigos mochileiros, tudo bem? Estou indo para Belém para um fim de semana, porém meus horários são bem apertados, chego no dia 05/09 (12:00pm) e meu voo de volta é no dia 07/09 (16:00pm). Gostaria de saber se da pra eu aproveitar um bate-volta no mesmo dia (06/09) até a Ilha de Marajó? Se sim, vocês poderiam me dar dicas? Será minha primeira viagem sozinho e estou com muita vontade de conhecer essa ilha cheia de encantos!!! Um abraço!!!
  9. O Parque Estadual de Monte Alegre - PEMA pode ser facilmente incluído em uma viagem por Santarém e Alter do Chão. Para chegar no município de Monte Alegre, é necessário pegar uma balsa no porto do DER em Santarém, com saídas diárias conforme a escala abaixo (desconsiderem a frase e a seta indicativa hehehe) e duração de aproximadamente 2h de viagem até Santana do Tapará, de onde saem carros (transporte alternativo) ou ônibus regulares com destino a Monte Alegre (R$30, 1h15 de viagem). O parque se situa a cerca de 35km do centro de Monte Alegre. Criado em 2001, abrange uma área de 3.678 ha com vegetação de Cerrado, formações geológicas super interessantes, grutas e ainda pinturas rupestres com cerca de 12 mil anos de idade. Vale a pena reparar na paisagem ao longo do caminho entre a cidade e o parque, na qual se verá os campos de Monte Alegre: formações de campo sujo em que o capim natural parece que foi roçado por alguém. Para conhecer o parque é recomendável ir com carro traçado, pois há alguns trechos com areia fofa e alta. O guia atualmente é obrigatório. Fomos com o agente de turismo Natio (NW Transfer - 92-991810506) e com o guia Ilivaldo, ambos super atenciosos e com muito conhecimento sobre a região. As paisagens de Cerrado imersas na Amazônia são maravilhosas! E digo isso como um "calango do Cerrado do Planalto Central". 😂 O PEMA é um campo cheio para quem curte pinturas rupestres e de viajar na imaginação sobre os povos originários. Logo na entrada do Parque, nos deparamos com a Serra da Lua, um paredão com pinturas de 11.200 - 12.000 anos que se estendem por mais de 200 m. Entre as figuras, alusões ao sol e lua, figuras zoomórficas, outras antropológicas, outras que cada um pode interpretar da maneira mais conveniente para si, deixando a imaginação fluir. Interessante ver como algumas pinturas foram feitas em locais mais altos. Será que usavam escadas, andaimes ou em alguns locais subiam uns nos outros, como os pichadores dos nossos dias? Ainda não se sabe a resposta e provavelmente nunca saberemos exatamente. Do alto da Serra, é possível ver melhor o design do centro de visitantes/complexo de musealização, que foi construído inspirado nas pinturas rupestres e tem banheiro e espaço para loja, lanchonete, museu e biblioteca, mas que por enquanto ainda não está em pleno funcionamento. Ô, Governo do Pará, vamos dar mais atenção para este lugar incrível! Seguindo pela estrada, chegamos à Pedra do Mirante. O nome por si só já define o local. Um dos melhores pontos para se ter uma vista em 360° da paisagem e se deslumbrar com o rio Tapajós ao longe, encontrando uma faixa de floresta amazônica que depois se entremeia na vegetação de Cerrado. VID_20191208_101547.mp4 Mais adiante na estrada, chegamos à Gruta de Itatupaoca, com 56m de comprimento e uma bela entrada de cerca de 9,5m de altura. Dentro da gruta, infelizmente há traços de vandalismo de um pastor doido (segundo o guia) que pendurou uma garrafa de plástico no teto e escreveu uma frase em referência a Deus no teto da entrada. Seguindo o caminho, chegamos à Pedra do Cogumelo, uma formação bem interessante, que fica isolada, bem no meio do Cerrado. E um pouco mais adiante, avistamos a Pedra da Tartaruga, que fica na parte alta da serra. De longe parece mais um pato pra mim (hahaha!), mas olhando melhor se vê a tartaruga em cima da base de rocha. Mais adiante no parque, encontramos o Painel do Calendário, com mais figuras de animais, outras geométricas abstratas e as que motivam o seu nome que consistem quadradinhos marcados, como se indicassem a contagem de dias. Ou seria de pessoas, de animais ou de qualquer outra coisa?! A partir do Painel iniciamos uma caminhada um pouquinho cansativa de cerca de 20 min até a Pedra do Pilão. Com cerca de 8m de altura e uma bela visão da paisagem, é um dos atrativos de maior destaque no parque. No nosso percurso acabamos não visitando a Gruta do Pilão (caverna da Pedra Pintada), a qual tem mais mais algumas pinturas rupestres, pois estava fechada por conta de infestação de marimbondos (ou "cabás" em bom paraense hehehe). Realmente valeu muito a pena incluir Monte Alegre na viagem pela região de Santarém e Alter do Chão. Se quiser ver algumas dicas de Alter do Chão, acesse o meu Instagram de viagem: https://www.instagram.com/viajadon_/ Outras informações: - O nosso condutor Natio levou frutas, água, suco e biscoitos no passeio, então não tivemos que nos preocupar com comida e água previamente. - O passeio tem uma duração total de 5h30, 6h com saída às 7h30 da sua hospedagem. - Ficamos no Hostel Itatupaoca. O local é uma grande casa com posição e vista privilegiadas. O preço era bom, o café da manhã simples, mas bastante satisfatório, porém ficamos decepcionados com a limpeza do local e com o conforto das camas. Para reservar hospedagens, acesse o link https://join.booking.com/r/d/8065942d?lang=pt-pt&p=4
  10. Alô galera. Este é o meu breve relato fotográfica da viagem que fiz entre os dias 12 e 14 à ilha do Marajó. Saí de Belém às 08:15hs na lancha rápida( 02 horas ) que vai direto para Soure. Chegando lá, o moto-taxista Thiaguinho( que durante os três dias seguintes foi meu guia e condutor ) já estava me aguardando. Abro aqui aqui um parêntese para citar essa figura quase folclórica da ilha. Trata-se de um jovem pai de família que ganha a vida como moto-táxi e que é muito respeitado por todos pela maneira correta como trabalha. Cheguei a conhecer, por acaso, pessoas da comunidade que se recusavam a pegar outro moto-taxista. De minha parte, fico a vontade para indicá-lo a quem, como eu, for viajar só e queira ter um panorama completo da parte mais popular da ilha( Soure, Salvaterra e Joanes ) em pouco tempo e de modo econômico. O face dele é Thiago Souza e seu contato é (91) 98481-8803. Quem me indicou ele foi o Sérgio, outra figura fantástica, dono do Hostel Tucupi( super alto astral ), onde fiquei hospedado e fiz grandes amizades. Mas, voltando ao relato, o primeiro lugar que conheci foi a praia e vila do pesqueiro. O guia me levou para a casa de um nativo chamado Seu Catita, local onde terminei almoçado e tive a oportunidade de ministrar uma rápida palestra de primeiros socorros para as pessoas da família. Depois disso, embarquei na canoa de S. Catita na travessia Praia do pesqueiro x Praia do céu. Nessa travessia, tive a oportunidade de presenciar e registrar a revoada dos patos mergulhões. Eis a praia do céu. Segui caminhado até a praia de Caju una, onde moram algumas família que não tive tempo de conhecer. Ao chegar chegar na barraca restaurante( que estava fechado ) de Caju-Una, o guia já estava aguardando para me conduzir até a Fazenda Bom Jesus, onde fiz o passeio até o final da tarde( agendamos na fazenda saída para 15:30hs ). Olha como é lindo o trecho que liga a praia de Caju-una a Fazenda bom Jesus: O passeio da Fazenda Bom Jesus custa R$80,00( sem transporte ) ou R$100,00( com transporte ), tem duração de 3h e inclui um saboroso lanche no final. Essa fazenda é muito estilo pantanal. Chegamos a ver preguiça, capivara, colhereiros, gaviões diversos... Ao término do passeio já era quase noite, que chegou com um dilúvio que pensei que não fosse parar. Nessa o guia ainda me levou para conhecer o trabalho do artista indígena Ricardo Amaral( cerâmica marajoara ): No segundo dia, pela manhã fizemos o passeio da fazenda São Jerônimo( R$ 150/pessoa, duração 02h30min ). Essa fazenda inclui passeio de canoa pelo igarapé, caminhadas pela praia do goiabal e por uma passarela suspensa sobre o mangue e passeio de búfalo. À tarde fomos conhecer a praia da barra velha. No caminho, conseguimos visualizar e fotografar bem de perto muitos guarás: A praia da Barra velha é simplesmente fantástica, porém... Porém muito perigosa para banho. Na mesma tarde em que estive lá, um recruta( aluno soldado da PM ) foi levado pela correnteza e morreu afogado. Segundo os nativos, não se trata de um caso isolado. Outras pessoas( especialmente turistas ) já morreram nas mesmas circunstâncias nessa mesma praia. Portanto, visitem, mas tomem muito cuidado. No último dia fomos conhecer Salvaterra e Joanes antes de embarcar de volta para Belém. Bem, este foi o nosso breve e singelo relato fotográfico da aventura na ilha do Marajó. Espero ter contribuído na montagem do roteiro de vocês. Abraços.
  11. Olá, pessoal! Em outubro irei passar 14 dias no Amazonas com meu marido, dos quais, 5 dias em Presidente Figueiredo. Estaremos com um carro alugado e gostaria de estender até o Pará ou Roraima, já que não são tão distantes. Alguma dica do que posso fazer em algum desses lugares? Dá pra chegar de carro até lá, alguém já se aventurou?? Obrigada!
  12. Estou devendo esse relato há quase um ano. Mas agora, talvez possa ajudar quem está procurando um destino pra passar o ano novo: Ilha do Marajó! Lindas praias, belas paisagens, búfalos, guarás, uma rede na varanda e sossego. voo direto SP-Belém hospedagem Soure: Hostel Tucupi hospedagem Belém: Galeria Hostel (está fechado agora) Belém-Marajó: navio (ida) barco rápido (volta) Decidi a viagem na quinta-feira a noite, e na sexta a noite já fui pro aeroporto. Era 28 de dezembro de 2017. Paguei caro. Mas valeu cada centavo. Não deu tempo de pesquisar muito, também não achei informação com facilidade. Mas o norte estava me chamando e eu fui. E adorei! Peguei um voo direto de SP a Belém, na madrugada do sábado 30 de dezembro. Cheguei a Belém umas 3h da manhã e fiquei lá no aeroporto esperando amanhecer. Por volta das 6h, fui de Uber para o Terminal Hidroviário, em busca de uma passagem pra Marajó, pois não consegui comprar nada nem informações pela internet. Missão impossível: a fila ocupava o terminal inteiro, e muito antes de chegar perto de mim, o barco das 7h encheu. O próximo barco era o "navio" (a versão mais lenta de travessia), só às 14h e me deixaria no porto de Camará, mais longe, onde ainda teria que pegar um ônibus até Soure. na minha breve pesquisa antes da viagem, li em algum lugar "COMPRE O VIP, VOCÊ NÃO VAI SE ARREPENDER". E eu me lembrei disso e comprei o vip. Custou R$ 37, era uma poltrona, em ala separada, com ar condicionado.
  13. Como aproveitar um super feriado? Daquelas coisas que só acontecem no Brasil, de tantos em tantos anos: um feriado de 6 dias! Por que não ir para Belém e aproveitar pra conhecer o acolhedor litoral paraense? Destino: Ilha do Algodoal! veja mais fotos em instagram: @viagensdaleticia curta a página no Facebook: @viagensdaleticia e acesse http://viagensdaleticia.tumblr.com voo direto SP-Belém; uma noite em Belém (Grand Hostel Belém: bem localizado; instações medianas); ônibus para Marudá; barco para Algodoal Já havia estado em Belém no início do ano, então só tinha alguns passeios gastronômicos pendentes, pra fazer bem de boa. Aproveitei pra saborear uma comidinha orgânica e deliciosa no Iacitatá, depois tomar umas cervejas de bacuri e taperebá na Amazon Beer e tomar aquele sorvete maravilhoso da Cairu, apreciando um fim de tarde na Estação das Docas. A noite acabei conhecendo uma hamburgueria Geek, que também foi uma experiência interessante e, no dia seguinte, muito cedo, parti pra saga de Algodoal. COMO CHEGAR Pra chegar a ilha do Algodoal (que eu conhecia das músicas de carimbó), é necessário pegar um barco em Marudá, cidade a uns 170Km de Belém. Há vans e ônibus saindo de Belém pra lá, e leva mais de 4 horas. Peguei o ônibus da viação Princesa Morena na rodoviária de Belém (R$ 39 pela internet) às 6h da manhã, e cheguei a rodoviária de Marudá por volta das 10h. Lá peguei um táxi (R$ 10) até o porto, de onde peguei o barco para Algodoal na sequência (R$ 10). A travessia leva uns 40 minutos. Não basta levar dinheiro em espécie, tenha dinheiro trocado. Eu não tinha. Chegando a Algodoal (ilha Maiandeua, mais conhecida como Algodoal: uma APA, onde não tem veículos motorizados), você pode pegar uma charrete até a sua hospedagem, ou caminhar. Como eu só tinha nota de 100, não consegui pegar uma charrete e fui andando pela praia. Nada muito terrível, minha mochila estava só com 8Kg e naquele momento o sol estava escondido. Mas caminhar na areia nunca é tão fácil, mesmo que por 20 minutos. Porém, rapidamente achei o rumo da minha hospedagem.
  14. Estive em Belém em maio de 2015 (relato dessa viagem na assinatura) e gostei tanto da cidade que decidi voltar, dessa vez para presenciar o Círio de Nazaré. Theia, uma amiga minha, tinha o sonho de ver de perto o Círio, então fui acompanhado... Fiz tudo com extrema antecedência, pois os preços de hospedagem e aéreo para Belém nessa época ficam exorbitantes. Os passeios básicos de Belém são de relativamente fácil acesso, só precisa ficar atento ao horário de funcionamento das atrações, pois inexplicavelmente os pontos turísticos tem funcionamento reduzido aos finais de semana. Belém é uma cidade muito simpática, e nessa época do ano espere ouvir “feliz círio” de vários belenenses, é como se fosse uma espécie de Natal só deles. Aéreo LATAM (comprado em janeiro de 2016 por 308 reais ida e volta) GRU/BEL 06OUT 10:55/14:32 BEL/GRU 11OUT 06:20/10:00 Hospedagem Vera’s Apart Hotel – Custou 90 reais (quarto com uma cama de solteiro e outra de casal) a diária e ficamos apenas um dia pois a LATAM mudou nosso vôo para um dia anterior ao que tínhamos comprado, então arrumamos esse local às pressas e com bom preço. Hotel Vitória-Régia – Também custou 90 reais a diária, uma cama de solteiro e outra de casal no quarto. Ficamos 4 dias aqui. A localização é matadora, em cinco minutos de caminhada chega-se ao Ver-O-Peso ou à Estação das Docas. Mas tivemos alguns contratempos. Por exemplo, o controle do ar condicionado não fica disponível para os clientes e a temperatura fica sempre configurada em 24 graus. Um absurdo isso, naquele calor de Belém. No primeiro dia reclamamos, um funcionário ficou empurrando para outro sem que ninguém resolvesse. Na segunda noite resolveram mudar a gente de quarto diante da ameaça de uma barraco Nesse outro quarto o ar condicionado era antigo e barulhento mas pelo menos gelava e conseguimos dormir decentemente 1° dia (quinta-feira, 06/10) Saímos do aeroporto Val de Cans por volta de 15hs. Por mim eu iria de ônibus (dá pra pegar o 638 que passa no Praça da República e nas imediações do Ver-O-Peso), mas minha amiga quis táxi. Há duas cooperativas de táxi no aeroporto, uma oferece preços fixos de acordo com o bairro e outra vai pelo taxímetro. Pegamos um táxi de preço fixo, 45 reais até o bairro Reduto. Após o checkin na pousada descansamos um pouco no potente ar condicionado do Vera’s (grazadeus!) pois o calor de Belém é de matar, e seguimos para a Estação das Docas. Demos uma voltinha por ali, enquanto apreciávamos a vista do vasto rio que se estendia à nossa frente. Passamos no Veropa e comprei uma camiseta muito bacana (estampa falava de açaí) por um precinho camarada de 20 reais. De lá, com uma caminhada de uns 30 minutos chegamos ao Theatro da Paz, ver se ainda havia ingressos para o show da Fafá de Belém que ocorreria ali à noite. Ingressos disponíveis até que tinha, mas fomos impedidos pelo dress code: não pode entrar no teatro de bermuda, e eu não tinha levado nenhuma calça (Belém, 40 graus todo dia, etc...) e a minha amiga Theia também não ia conseguir entrar porque só levou blusinhas sem manga... ela ficou bem chateada com isso. Bem, chateada é eufemismo, ela ficou foi é puta da vida mesmo Pegamos um táxi para voltar ao hotel, e como o trânsito tava meio parado, fomos batendo um papo com o motorista e tocamos no assunto de comida. Ele falou que tinha uma barraquinha de rua que vendia as comidas típicas do Pará e se quiséssemos ele podia deixar a gente lá. Aceitamos. Uma barraquinha com dois funcionários simpáticos, limpeza impecável e ótima comida. Pedi um vatapá (que é bem diferente do vatapá baiano), que vinha com arroz e jambu, a famosa erva amazônica que deixa a boca dormente. A Theia por sua vez pediu o tacacá, mas não curtiu muito. Acabei tendo que fazer o “sacrifício” de terminar de comer haha Uns vinte minutos depois o taxista voltou para nos levar embora. Eu deveria ter perguntado a ele o nome daquele local para poder recomendar, mas esqueci. Só sei que se tratava de um lugar que normalmente turistas não vão. Talvez até meio barra pesada. Voltamos para o hotel para dormir. 2° dia (sexta-feira, 07/10) Já tínhamos decidido previamente que a sexta-feira seria o dia de conhecer os pontos turísticos mais famosos de Belém. Saímos do Vera’s e tomamos um táxi para o Vitória-Régia Hotel, que tinha permitido o checkin antecipado. Bem na rua do hotel tem a Igreja das Mercês, de estilo barroca e construída em 1680, foi por ali que começamos o role turístico. Fica em frente à Estação das Docas, então seguimos para lá onde apresentei à minha amiga os famosos sorvetes Cairu e ficamos ali aproveitando o delicioso gelado enquanto víamos as barraquinhas de artesanato e presentes que ficam por ali. Seguimos para o Ver-O-Peso, e minha amiga que é fotógrafa se esbaldava em cliques, enquanto eu meio que ficava de “segurança” para que não roubassem a câmera. O Veropa é um verdadeiro caos organizado. Mesmo no meio daquele intenso ir e vir de pessoas é muito fácil se localizar, pois o mercado é dividido por setores: mercearia, camarões, refeições, frutas, polpas congeladas, ervas e poções, farinha, castanhas, roupas. Por falar em roupa, novamente fui na barraquinha das camisetas e comprei aquela famosa que é a bandeira do Pará. Custou 30 reais após um choro, pois o vendedor pedia 35. No Ver-O-Peso praticamente tudo tem o valor negociável, portanto pechinche! Seguimos para o Complexo Feliz Luzitânia, que fica bem pertinho dali. Existem diversas atrações naquele entorno, entramos primeiro no Museu do Círio pra tentar entender o espetáculo que veríamos nos dias seguintes. Apesar de pequeno, o espaço é muito bem montado e emocionante. O museu aborda não só a parte religiosa da coisa e é um bom mergulho na cultura do povo belenense. A entrada custa R$ 4 com direito a meia entrada para estudantes. Por causa do Círio, o museu estava oferecendo gratuitamente maniçoba aos visitantes. A maniçoba é conhecida como a feijoada amazônica, com maniva (folhas do pé de mandioca) no lugar do feijão preto. Atravessamos a rua e fomos à Catedral da Sé (ou Catedral Metropolitana), que é onde ocorre a missa do Círio no domingo de manhã. A parte externa tem aquela arquitetura colonial característica e a parte interna da igreja é muito bonita. Admiramos aquela beleza por um tempo, fizemos um pedido e saímos. Fomos para a Casa das Onze Janelas (R$ 4 inteira, com direito a meia entrada), mas acabamos não visitando-a por ora: atrás do museu tem uma corveta-museu da Marinha brasileira que estava quase no horário de fechar, então fomos direto lá. Custa R$ 4 mas não pagamos porque o caixa já havia fechado É bem interessante conhecer o local, saber como viviam os marinheiros naquele espaço. Ainda rende altas fotos, sobretudo manuseando as armas que ficam no convés. Fomos à Casa das Onze Janelas, mas não perdemos muito tempo ali, pois arte contemporânea não é o meu forte. Falando em forte, dali seguimos para o Forte do Presépio, uma construção datada dos primórdios da cidade. Tem uma parte muito interessante dentro dele, o Museu do Encontro, onde são mostrados itens encontrados em escavações no local, entre eles muitos artefatos indígenas. No seu pátio interno pode-se visualizar canhões originais do século XIX e uma bela vista da baía do Guajará e do Mercado de Ferro (aquele azul) do Ver-O-Peso ao longe. Só faltava o Museu de Arte Sacra pra fechar todos os locais do complexo Feliz Luzitânia, mas este estava fechado. Seguimos de volta então à Estação das Docas, onde comemos no Marujos. Por questões de orçamento eu preferiria comer no Veropa, mas minha companhia não estava muito a fim de encarar aquela muvuca. As coisas nas Docas não são baratas. Se o seu orçamento estiver nível Viaje na Viagem, vá na estação das Docas. Já se a sua grana estiver meio Mochileiros.com, vá no Ver-O-Peso Na hora da conta, o susto! As comidas até que não estavam com preços tão exorbitantes, mas uma long neck lá custa 12 paus! Tomamos 5, só aí já deu 60 paus. Mais 12 paus de couvert artístico, mais 10% de serviço... Lição aprendida, quando voltar lá beber só coca cola. Devidamente forrados, decidimos ir à Basílica de Nazaré tirar algumas fotos. Fomos de táxi (nunca andei tanto de táxi na minha vida, nas minhas viagens resolvo tudo a pé e de ônibus mesmo). Chegando lá estava tendo uma missa, então não quisemos entrar pra atrapalhar só por causa de fotos. Um parquinho estava montado na praça em frente à basílica então fomos lá ver a diversão do povo na montanha-russa, roda gigante, carrinho de bate-bate... aproveitamos também pra r na lojinha da Basílica e depois seguimos pro hotel (também de táxi) e pedimos pro taxista parar em frente a uma estátua iluminada da Nossa Senhora de Nazaré, pra batermos umas fotos. Depois dali, banho e cama. 3° dia (08/10, sábado) Acordamos cedo com o objetivo de bater fotos da procissão fluvial do Círio. A imagem sai de Icoaraci e é recebida na Escadinha, dentro da Estação das Docas. Minha amiga ficou posicionada perto da escadinha, pra tentar fotos da imagem de perto, enquanto eu ficaria em outra parte da Estação das Docas para tirar fotos dos barcos, todo decorados, que participam da romaria. Um bom plano, sem dúvida. Se não fosse pela emoção que tomou conta da Theia no momento da passagem da imagem e a mesma nem se deu conta de que a máquina dela estava com zoom e acabou não fazendo nenhuma foto decente, pois a imagem passou muito rápido no local onde ela estava Por minha vez, consegui captar boas imagens dos barcos passando em festa pelo rio. Ao final da passagem da santa, uma muvuca gigantesca,tanto que foi difícil nos encontrarmos. Decidimos abortar a missão de tentar fotografar o início da motoromaria. Partimos para o Ver-O-Peso para comer, mas novamente estava muito cheio, nenhum lugar dava pra sentar, ainda mais com a animação de algumas bandas de carimbó fazendo um som por lá. Voltamos para as Docas, e encontramos mais duas amigas (uma de São Paulo e outra que mora em Belém). Elas estavam na Amazon Beer, então nos juntamos lá. Também não é lá tão barato, mas pelo menos um chopp artesanal (a partir de R$ 6,80) da melhor qualidade pode sair até quase a metade do preço de uma long neck no Marujos. E não cobra couvert. Aqui eu me lembrei de anotar os preços: uma porção de isca de peixe custou 37 cabrais, enquanto que um delicioso palmito de metro saiu por 44 mangos. As outras meninas pediram porção de pastel de tacacá com 20 (diminutas) unidades. Ficamos um bom tempo bebericando por ali, afinal o ambiente é muito agradável. De lá fomos ao Mangal das Garças, amplo espaço que alia natureza e história. Possui orquidário, borboletário, um museu de navegação amazônica, restaurantes, uma torre panorâmica, viveiros de aves... não paga pra entrar no Mangal, mas algumas atrações são pagas a parte, como o viveiro das aningas e a torre panorâmica, que custam R$ 5 cada. Ficamos descansando preguiçosamente num grande deck de madeira com vista para o rio por um bom tempo. Depois tomamos umas coca colas e saímos. Pelo planejamento, deveríamos em direção à Basílica de Nazaré e presenciar a Trasladação, ou procissão noturna do Círio, que sai de um colégio perto da Basílica até a Catedral da Sé. Lotado de gente até a tampa, isso porque participam muito menos pessoas do que na procissão do Círio propriamente dita. Estávamos no meio daquela multidão, minha amiga fotografando e tentando segurar a emoção (afinal estava a trabalho). A procissão passando, aquele empurra-empurra, quando me dei conta a CORDA da procissão estava a uns 40 cm do meu alcance. Tentei tocar nela, mas é missão quase impossível. A fé dos devotos faz eles brigarem pela corda como se fossem gladiadores romanos diante dos leões no Coliseu. Não deu. Mas valeu a pena, é uma experiência emocionante. Não acompanhamos a procissão até a catedral, quando ela passou da Basílica saímos dela e as meninas foram brincar de roda gigante e tomar sorvete depois Voltamos à Basílica, agora sem nenhuma missa acontecendo e conseguimos fazer as fotos tão desejadas. Ao sair compramos umas fitinhas e amarramos nos portões da igreja, uma tradição do local. Muitos romeiros, pagadores de promessa por ali. Até uma mini aparelhagem animava parte dos pessoal. > Ao fim de tudo isso, táxi, hotel e cama porque o dia seguinte começaria muito cedo. 4° dia (09/10, domingo) Acordamos cedíssimo para acompanhar a missa do Círio na Catedral, que começou às 5 da matina. Ficamos relativamente perto do palco montado para a celebração. Muita gente pagando promessa, carregando cruzes, andando de joelhos. Havíamos combinado que nós não íamos participar da procissão em si, iríamos voltar ao hotel depois da missa, pegar nossas coisas e ir para o Terminal Hidroviário tentar ir para a Ilha de Marajó. Assim fizemos, ao fim da missa voltamos ao hotel, tomamos um banho rapidão e pegamos nossas coisas pra sair. Descemos a rua do hotel em direção à estação das Docas e tinha uma multidão por ali. Pensamos ser pessoas que assistiram a missa e estavam voltando pra casa, pois na nossa cabeça a procissão seguiria em direção oposta ao que estávamos hospedados. Não poderíamos estar mais enganados! O trajeto do Círio é bem pelo lado que deveríamos ir, então de repente vimos as pessoas com as mãos levantadas em saudação... era ela! A imagem de Nossa Senhora de Nazaré vindo em nossa direção.Minha amiga já sacou a câmera e começou a fotografar loucamente, compensando o vacilo do dia anterior de não ter conseguido imagens da santa. Passado esse impulso inicial tivemos aquele estalo: não conseguiríamos passar para o outro lado da avenida, para conseguir chegar no terminal hidroviário. Então tracei uma rota na cabeça e fomos por um caminho alternativo tentar chegar na frente da procissão. Sem chance, todas as ruas e vielas no entorno estavam lotadas de fiéis, e quando chegamos à avenida principal, a Presidente Vargas, fomos simplesmente tragados pra dentro daquela loucura. Gente chorando, rezando, agradecendo. Uma das cenas mais comuns são as pessoas que tiveram seus pedidos atendidos carregando alguma simbologia na cabeça. As pessoas que conseguiram a casa própria vêm com uma casinha na cabeça, quem passou no vestibular vêm com livros... vimos uma pessoa com uma maquete de presídio na cabeça, então presumimos que algum parente tenha sido libertado... dessa vez não havia a mínima possibilidade de chegar perto da corda. Vimos de longe as pessoas tentando de qualquer forma tentar encostar nela nem que fosse por um mísero segundo. Simplesmente não havia como sair daquela multidão, eu já havia me conformado que não teria como ir para Marajó, então fiquei admirando aquela fé imensa do povo. Conseguimos andar um pouquinho contra a maré (aos gritos de “to passando mal” ) e chegamos numa praça entre a estação das Docas e a Av Presidente Vargas. O fluxo de gente neste local estava mais sossegado, ficamos por ali um bom tempo (não havia como sair mesmo) e naquele ponto começou a queima de fogos que durou bastante tempo. Conhecemos uma família que estava com o mesmo dilema que a gente: chegar do outro lado. Combinamos de ir todos juntos de mãos dadas. E não é que conseguimos? Então fomos andando diretamente pro terminal, mas chegamos atrasados: o barco saíra há 5 minutos. A Theia ficou desolada, queria muito ir para Marajó, eu fiquei feliz por termos pegado o Círio em sua plenitude (que Deus permita que ela não leia esse relato, mas eu não estava a fim de ir para Marajó pra ficar só um pouquinho, então levei na boa ). Basicamente fomos atropelados pelo Círio de Nazaré, sem a mínima possibilidade de anotarmos a placa Voltamos ao hotel, estávamos muito cansados. Dormimos. Acordei umas 13hs e fui encontrar as outras meninas que estavam na Feliz Luzitânia. A Theia ainda estava de bode pelo acontecido e ficou no quarto. Ali pela complexo estava rolando a Feira do Miriti, com produtores de artigos artesanais de Abaetetuba. Comprei um licor de bacuri, as meninas compraram brinquedos típicos. Tinha bastante coisa interessante, principalmente de decoração. Acompanhados delas estavam um casal de paraenses, sendo um deles guia turístico que nos explicava várias coisas interessantes sobre a fundação e primórdios da cidade. A Theia resolveu sair do quarto, e as meninas decidiram ir pro Portal da Amazônia. O Portal é uma espécie de parque linear que acompanha a Baía do Guajará. Tem quiosques, brinquedos para as crianças, espaço para shows. Ficamos numa barraquinha bebendo cerveja e tomando sorvetes de frutas típicas (taperebá ). Possui um belo por do sol também, onde tiramos várias fotos. Um bom programa pro fim de tarde. As meninas seguiram pra uma festa de carimbó, eu e a Theia fomos novamente ao Marujos comer. Camarão, batata frita, peixe frito e três dígitos na comanda depois , seguimos para o hotel descansar e dormir. 5° dia (10/10, segunda) Acordamos e fomos direto ao Ver-O-Peso comprar as lembranças de amigos e parentes. Também comprei bastante castanha e biscoitos. Um quilo de castanha sai por R$ 30, uma pechincha. Deixamos as coisas no hotel e encontramos Ana Clara e Andrize: como havia dito, uma turista como nós e uma moradora da cidade. Íamos de carro para a Ilha de Mosqueiro, aproximadamente 80 km do centro de Belém. Trânsito na estrada, chegamos lá na hora do almoço e cheios de fome. Lá em Mosqueiro ficamos na praia de Paraíso. Escolhemos o restaurante Paraíso Nika. Um espírito de gordice se abateu sobre nós e pedimos de tudo um pouco: salada, patas de caranguejo, anéis de cebola, batata frita, vinagrete, filhote frito e filhote na chapa (essa comilança de uns 80 reais pra cada, já com a breja e os 10%). Filhote é um peixe maravilhoso que só tem por aquelas bandas. Não é muito barato mas vale demais a pena, é delicioso. Na chapa é mais gostoso do que frito. Entre a comilança várias brejas, e depois descemos à praia. É uma praia de rio, mas nem parece, pois o mesmo é tão grande que você não enxerga a outra margem, como se fosse mar. Na ponta esquerda da praia quase não há ondas, como se fosse uma piscininha, perfeito pra quem não sabe nadar como eu. Ficamos um bocado de tempo morgando ali naquela água morninha e calma. Decidimos não esperar o por do sol. Na volta ainda compramos cajus de uma vendedora na beira da estrada (uma sacola gigante por 10 reais). Chegando à Belém, fomos no bar Meu Garoto, famoso por seu dono ter inventado a cachaça de jambu, aquela que “faz a boca tremer”. Lembrando que o jambu é aquela erva que dá dormência na boca. Provamos umas doses, a boca tremeu, e compramos algumas pra levar. O Meu Garoto tem duas unidades na mesma rua, um é um boteco tradicional e outro é uma loja com uma variedade incrível de cachaças. Comprei uma garrafinha da cachaça de jambu 60 ml por 12 reais (aquelas pequinininhas que mais parecem um enfeite) e uma garrafa de 275ml por 25 reais. Saindo de lá, as meninas nos deixaram de carona no hotel, onde aprontamos nossas coisas. Nosso vôo partiria 06:20 da manhã então fomos dormir cedo. O hotel providenciou um taxista, que cobrou R$ 50 para nos levar ao aeroporto. Até logo Belém. Espero que todos tenham tido um feliz Círio e ano que vem estamos de volta para desbravar a Ilha de Marajó.
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