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  1. Olá, pessoal! Estou aqui para compartilhar mais um relato com vocês. Bem, meu marido e eu nos mudamos para a Nova Zelândia no começo de fevereiro. Viemos para estudar (ele, pós e eu, inglês) e ficaremos em terras maoris até o começo de agosto. A verdade é que, antes de vir, tivemos muita dificuldade para encontrar relatos nas comunidades brasileiras. Encontramos o do Brunner e alguns sites (Vida Cigana; Viajoteca), nada muito além disso. Estamos morando em Invercargill, a principal cidade de Southland (mas que na verdade é um ovinho! ). Invercargill é uma cidade com cerca de 50 mil habitantes, espalhada, plana e sem grandes movimentações. As coisas por aqui (e ouvi dizer que em outras cidades da NZ também) são tranquilas e depois do horário comercial (que aqui é das 9am-17pm) você praticamente só encontra supermercado aberto. Embora pequena, Invercargill tem vários parques e o principal deles, o Queens Park é impressionantemente bonito. Tem alguns (2? Hahaha! ) pubs na cidade, mas por enquanto fomos em um só: cerveja boa, preço justo (quando chegamos parecia que estávamos em um encontro da terceira idade: várias senhorinhas e senhorzinhos sentados em uma enorme mesa comprida. Taí, quero ser desses! ). Ah, e meia noite já estava todo mundo se preparando para ir embora e o pub, para fechar. Bom, o fato é que aos finais de semana não temos muito além disso para fazer por aqui. Quinzenalmente, aos sábados, a universidade disponibiliza um ônibus para alguma cidade vizinha por $2 ida e volta, o que é ridiculamente barato e, embora seja concorrido, conseguimos nos inscrever em todos até o momento. Os destinos alternam entre Queenstown e Dunedin. Como levamos em torno de 2h30 a 3h de estrada e o ônibus volta no mesmo dia, não temos mais que 4-5h pra explorar as cidades, então a cada vez elegemos um foco. Mais pra frente farei um relato sobre elas! Esse relato é de nossa primeira road trip por aqui, em um final de semana. Pesquisamos sobre a região de Catlins (as primeiras atrações estão a pouco mais de 1h de distância de Invercargill) e alugamos um carro por $69 a diária. Como a agência não funciona aos domingos e abre tarde no sábado, negociamos de pegar o carro na sexta à tarde e devolver na segunda de manhã pagando apenas 2 diárias. Catlins tem diversos pontos de interesse e a idéia inicial era ficar o final de semana todo por lá. Tínhamos um folheto sobre a região (que você pode pegar em qualquer I-Site por aqui. O I-Site é um local de informação para turista e praticamente toda cidade tem um. Nele você encontra folhetos de toda a NZ, mapa gratuito da região, recebe todas as informações que precisar e ainda tem banheiro público. Geralmente eles têm site também.) e uma reserva no Thoma’s Catlins Lodge, em Owaka ($ 69 no quarto privativo, banheiro compartilhado). Saímos no sábado pouco antes das 8am. O primeiro grande desafio (pro Diego, no caso!) começou na tarde anterior, quando pegamos o carro: aqui é mão inglesa, ou seja, o motorista fica do lado direito e você precisa reprogramar seu cérebro (inclusive para atravessar a rua, o que era extremamente arriscado nos primeiros dias! Rsrs ). Mas ele se saiu muitíssimo bem e na manhã de sábado eu já nem precisava mais lembrar de que lado ele tinha que ficar! Como iríamos descobrir depois, as estradas, embora estreitas, são conservadas e tranquilas – mesmo as estradas de terra (“de chão”, de acordo com os mineiros ou “ground road”, por aqui). Com o sol nascendo, fomos para nosso primeiro ponto de interesse: Slope Point. Chegamos antes das 9am. Lá, você estaciona o carro e atravessa um campo cheio (cheio mesmo) de ovelhas (e cocô de ovelhas ). Aliás, aquele lance que você escuta antes de vir pra NZ de que aqui tem mais ovelhas do que pessoas é ABSOLUTAMENTE verdade. Tem ovelhas em todos os lugares. Muitas. Mesmo. Após passar por elas havia uma opção para a esquerda (para um farol), mas a paisagem da direita era lindíssima e foi pra lá que escolhemos ir (também havia trilha). Foi nosso primeiro “uau!” da viagem (spoiler: vieram muitos outros depois). Várias fotos depois, pegamos novamente a estrada com destino a Curio Bay. Pelo que ouvi, Curio Bay é o principal point do pessoal de Southland e junto à praia tem toda uma estrutura para camping. O lugar é conhecido pela facilidade de se encontrar golfinhos (a menor espécie deles, Hector’s dolphins, endêmica da NZ), porém não vimos nenhum. Outra famosa atração por lá é a Fossil Forest, uma floresta petrificada da era Jurássica. Lá também foi nosso primeiro encontro com um leão marinho (que mais parecia uma foca!). Seguindo viagem, deixamos a costa e fomos para McLeans Falls, uma cachoeira com queda de 22m e que você acessa por um caminho bem bonito em meio a um bosque. O acesso até a base é tranquilo, com uma subidinha de leve no final. Se você quiser, dá pra subir depois pelas pedras até a quedra principal, o que fizemos. Pelo mapa, nossa próxima parada seria Cathedral Caves, uma caverna na beira da praia que só pode ser acessada na maré baixa (os portões abrem 2h antes e fecham 1h após; você pode consultar o horário nesse site aqui). Como ainda teríamos que esperar cerca de 1 hora para visitá-la, seguimos direto para o Florence Hill Lookout, um mirante na beira da estrada com vista para Tautuku Bay e Tautuku Peninsula. Aproveitamos para comer nosso lanche por lá, mas o tempo tinha mudado desde o começo da manhã (o que é bem comum por aqui) e o vento fez com que fosse desconfortável fazer hora por lá. Demos meia-volta sentido Cathedral Cave e, como ainda tínhamos uns 20 minutos, paramos no Lake Wilkie. O mapa dizia ser um bonito lago espelhado, mas na verdade… era só um lago . Nada imperdível, mas como você não leva nem 20 minutos para ir e voltar, ok. Cathedral Caves foi o único lugar em Catlins que tivemos que pagar para visitar ($5/pessoa). Como tem a restrição de horário, foi o lugar mais cheio também. Você faz uma trilhazinha em meio a um bosque para chegar em Waipati Beach (na ida sóóóó descida, portanto já sabe como será a volta! Heheh ) e depois caminha pela areia até a ponta esquerda da praia. É uma experiência e tanto caminhar dentro da caverna, virar para trás e dar de cara com o mar. Como a caverna é inundada na maré alta, dentro você encontra várias algas e conchas pelas paredes de pedras. Vale a visita! De lá seguimos para Purakaunui Falls. A distância entre esses dois lugares é mais longa que entre os lugares anteriores, já a trilha para acessar a cachoeira é curtíssima. Purakaunui é conhecida como sendo a cachoeira mais fotografada da Nova Zelândia. A McLeans era muito bonita e se essa era ainda mais famosa, estávamos esperando algo incrível. Ouso dizer que foi a única decepção da viagem . Ela é baixinha e não tinha tanta água assim… Não sei dizer se costuma ser diferente disso. Pé (ou melhor, carro) na estrada outra vez, o destino seguinte foi Surat Bay. O destaque do lugar é você andar pela areia da praia e procurar por leões marinhos (NZ Sea Lions/whakahao). Chegando lá, a primeira coisa que vimos na areia, na realidade, foi uma mulher vestida de noiva, o noivo e meia dúzia de pessoas tirando fotos . Em seguida, vimos duas pedras… que não eram pedras! Embora sejam selvagens e em todos os lugares você encontre orientações para não se aproximar deles, nossa impressão foi a de que os leões marinhos são grandes corpos roliços esparramados na areia e imóveis, enquanto voce fica lá esperando por algum sinal de que eles estão vivos (sim, eles se mexem um pouco e confirmam isso). Andamos quase toda a praia, vimos uns 5 leões marinhos-pedras pelo caminho e, na volta, finalmente vimos dois deles se levantarem. Êêê! Eram quase 17h30 e o dia tinha rendido muito mais do que havíamos imaginado. Dos pontos que gostaríamos de visitar faltava apenas o Nugget Point, a uns 30 minutos de distância de Surat Bay. Como por aqui, neste período, o sol se põe entre 20h e 20h30, decidimos esticar até lá, matar Catlins em um dia e repensar nosso roteiro à noite no hostel. Nugget Point é simplesmente o lugar mais bonito de Catlins. O farol é famoso e aparece em diversas fotos de viajantes na NZ e não é para menos! Do estacionamento até o farol você caminha uns 10 minutos e conforme vai chegando perto, tudo vai ficando cada vez mais incrível. Os primeiros nuggets, o efeito do caminho levando até o farol e o que você encontra quando chega na ponta… tudo é absolutamente lindo. Vale cada km rodado. Na volta, ainda claro, paramos no Roaring Bay, uma reserva que é habitat do pinguim da espécie yellow-eyed/hoiho, também endêmico da NZ. O lugar é do ladinho do Nugget Point e você caminha até uma espécie de abrigo de onde você pode tentar a sorte de ver algum deles. Se não vimos nem os golfinhos que são comuns em Curio Bay, que dirá os pinguins. Hahaha. Parece que a probabilidade de vê-los é maior a noite, horário em que geralmente eles voltam do mar. Finalizando nosso primeiro dia de viagem, voltamos para Owaka. O hostel que reservamos era bem legal: o quarto era pequeno, mas confortável e limpo. O banheiro compartilhado foi o mais bem estruturado que vi até hoje e a cozinha ampla, equipadíssima e com todos os utensílios possíveis e imagináveis. Depois de um macarrão esperto e de um vinho, decidimos que no dia seguinte esticaríamos até a Otago Peninsula, perto de Dunedin. Saímos no domingo pouco antes das 8h e seguimos direto para Tunnel Beach, em Dunedin. É um lugar fácil de chegar, sem Ground Road, e depois de estacionar você deeeeeeeesce por um caminhozinho por uns 15 minutos (mais uma vez você já sabe como vai ser a volta… considere o dobro do tempo para voltar ). Lá de cima a vista já é incrível, mas quando você chega é indescritível. Sem dúvidas é um dos meus lugares favoritos da NZ até o momento. Não importa o lado que você olhe, é bonito. Muito. Você pode ver os penhascos, as pedras, o mar turquesa, subir na pedra maior, ver o túnel de perto, ver as ondas quebrando dentro dele… e você não vai saber o que dá mais vontade de ficar olhando. E quando você achar que você já viu tudo por ali, procure bem direitinho que você vai achar um túnel em uma das pedras, que te leva até uma praiazinha. É muito, muito legal! De lá seguimos para a praia ao lado, St. Clair, que é um point para surf. O bairro por ali é um charme e tem um calçadão beirando a praia (que por ali, não tem areia. Você desce do calçadão, pelas escadas, direto nas pedras e no mar). A água, como em todos os outros lugares, cristalina. A península de Otago tem dois caminhos possíveis: pela costa externa, você faz o caminho por cima pela Highcliff Road; pela costa interna, você tem a Low Road margeando a baía. Fomos pela primeira, até pegar a saída para Sandfly Bay (que já é uma atração a parte). Chegando lá, você caminha até o lookout e tem a opção de continuar descendo para a praia. Como a viagem de volta (Dunedin-Invercargill) seria mais longa, decidimos fazer as coisas de modo mais tranquilo e não descemos até a orla. A próxima parada foi Sandymount (que você consegue avistar do lookout de Sandfly Bay). Acho que a estradinha até lá foi a mais chatinha da viagem toda, mas nada que atrapalhe. Do estacionamento você tem indicação de duas trilhas: para o Lovers Leap (principal atração) e para um Viewpoint, mais perto. Resolvemos fazer esse primeiro e, definitivamente, não façam o mesmo que nós! Você tem uma vista incrível da Península de Otago de qualquer parte da trilha, menos do mirante. Para chegar lá são mais ou menos 500m, mas bem íngreme, e você encontra plantas maiores que você que não te deixam ver nada. De lá, pegamos um caminho alternativo para o Lovers Leap, um pouco mais distante que a trilha principal, mas pelo menos foi só descida (e na areia, para alegria do joelho e diversão dos pés). Mais uma vez o lugar é beeeem bonito. E não só a atração principal, em si: voltamos pela trilha principal e o caminho em meio às montanhas e com vista para a península também é incrível! De volta à estrada, tocamos em frente até a pontinha da península: Taiaroa Head. Esse era o lugar que sabíamos menos a respeito, mas eu tinha visto uma foto e coloquei ele no roteiro. Lá fica o Royal Albatross Centre (o Centro de Visitantes para quem quiser fazer o passeio de barco que te leva a uma colônia de albratrozes. Como é caro, nem cogitamos fazer). Mas além disso, tem um farol e uma vista líndissima do Pacífico. Dali, no lado oposto, também é possível descer até o nível do mar e ver uma colônia de leões marinhos. Renderam belas fotos! Península completa, era hora de encarar as 3h30 de volta para casa. Lembrando: *Todos os lugares são sinalizados e estão no Google Maps. A previsão de chegada do Maps em todos eles foi impecável! *Todos os valores aqui estão em NZD. Desde que chegamos a média de câmbio tem variado em torno de 1 NZD = 2,45 BRL (via Transferwise! Por casa de câmbio a cotação é pior!). *Para a viagem toda, gastamos $90 de combustível. *Ah, além de só poder ser acessada no horário da maré baixa, Cathedral Caves pode ter acesso limitado entre Maio e Outubro. *Larnach Castle é outra atração bastante famosa de Otago Peninsula, por ser considerado o único castelo da NZ. Mas como você não consegue ver absolutamente nadinha dele sem pagar, ele ficou de fora de nossa lista.
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