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  1. Olá! Eu sou o Daniel, de São Paulo, vim contar pra vocês minha experiência na Chapada das Mesas em Outubro de 2021, decidi contar o relato pra vocês porque não encontrei em nenhum lugar algum relato que falasse de uma viagem para alguém que iria da forma mais simples e querendo gastar o menos possível. Então busquei as informações perguntando antes para pessoas no Instagram, Whatsapp até fechar um roteiro esquematizado. Seu destino será a cidade de Carolina, onde fica a maior parte das atrações turísticas da Chapada das Mesas, para chegar até lá a forma mais barata de se ir é por ônibus saindo da cidade de Imperatriz, também no Maranhão. Eu fiz a viagem em 7 dias, sai em um domingo e voltei em outro, é o tempo mais que ideal para se fazer a viagem, você consegue ver todas as principais atrações disponíveis (existem outras que estão sendo abertas pela secretária de turismo e o ICMBIO), só não fará passeios em um dia que é para chegar até Carolina. A cidade de Carolina não tem nenhum preparo para receber turistas em termos de estrutura, não existem ônibus que levam as atrações, ficando reservados a quem faz passeios com guias ou está com um carro 4x4, a cidade em si não tem nenhuma atração, apesar do grande fluxo de turistas, a maioria só faz passeios e pouco mudou a cidade, a vida local pouco mudou para se adaptar e receber o turista, então vocês não verão quase nenhum lugar voltado para o turista, ou seja, você não encontrara nenhuma loja de lembranças na cidade, nem qualquer estrutura pensada para você. Os passeios são muito tranquilos, exigem pouco ou quase nenhum esforço, tirando as trilhas, claro, dos passeios que estavam disponíveis quando fui. Recomendaria para quem quer fazer passeios sem precisar fazer trilhas ou ter um esforço físico grande, realmente tudo é bem acessível nos pontos turísticos, com construções que facilitam (e muito) o acesso de quem quiser ir. Se você é mais aventureiro e gosta de tudo meio roots, gosta de fazer trilhas e ter muito esforço pra chegar em algum ponto turístico, talvez esse não seja o lugar ideal para você, mas de verdade, vale muito a pena, porque é muito bonito e pouco conhecido ainda, então, apesar de toda estrutura e facilidade, os lugares são bem conservados e bonitos. Aliás outro ponto é que todos os passeios são pagos, quase nenhum deles é de graça, são todos propriedades privadas, eles cobram uma taxa que varia de 20 a 100 reais, dependendo do lugar, então além de guia, você terá gastos com os passeios também. Vou detalhar cada dia explicando o que fiz, preços e minhas impressões de cada passeio, vou separar e detalhar a parte de transporte e hospedagem que é o que deve interessar a maioria de vocês. Transporte Fui de ônibus saindo de Imperatriz até Carolina, a única viação que faz esse trajeto é a JR4000 (https://www.jr4000.com.br/ ou Whatsapp 9999344000) a passagem custava 30 reais, é a forma mais barata de se chegar lá, alguns guias ou companhias fazem transfer de Carolina até Imperatriz, mas era um custo muito elevado, se não me engano era algo em torno de R$1.000,00 ida e volta, rachando em 5-6 pessoas talvez não fique tão caro assim, porém estava sozinho então a melhor opção foi e é o ônibus. O ônibus sai da nova rodoviária, você consegue embarcar lá ou na velha rodoviária onde fica o guichê da JR4000, eu peguei o ônibus na velha rodoviária e foi bem complicado, você não tem nenhuma indicação se o ônibus está atrasado ou não, porque é um horário estimado e o destino do ônibus na verdade é Balsas, ele para em Carolina, porém também não sabia disso, porque não encontrei em nenhum lugar essa informação. Entrei no ônibus e perguntei para os passageiros se o ônibus pararia em Carolina, não souberam responder, então perguntei ao motorista que me confirmou que sim. A viagem dura cerca de 4hrs, o ônibus da JR4000 é extremamente confortável, ar condicionado funcionado bem, com bom espaço, tive sorte de ir sozinho, então tinha o assento do lado livre. Eu peguei o ônibus das 18:00 que chegaria em Carolina as 22:00, há outras opções de horário, as 6 da manhã e às 10. Na viagem você passa pela cidade de Estreito, onde há a única parada antes de Carolina, lá você pode comer algo ou ir no banheiro (caso queira pagar pra ir no banheiro, eu usei o do ônibus mesmo). Eu não dormi na viagem, porque o motorista não avisa que chegou na cidade ou algo do tipo, ele abre a porta e você sai, então fiquei olhando no mapa a cada meia hora para se ver se estava próximo, quando vi a placa de Carolina, já arrumei de pegar minhas coisas e descer. Aliás se você der a sorte que eu dei, consegue ver a Chapada das Mesas de noite, vi em um dia de céu aberto todo estrelado, com a luz da lua, coisa linda de se ver, eu fiquei na janela e fiquei animado para o que veria nos dias seguintes. Na cidade de Carolina em si não há nenhum ônibus, é uma cidade pouco estruturada, por ser pequena, as pessoas fazem tudo a pé ou de bicicleta/moto. Então caso você vá de ônibus, a rodoviária fica na entrada da cidade, longe de todos os hotéis e do hostel da cidade, o meu ficava 20 minutos andando, peça para seu guia te levar até o hostel, o Silvio (meu guia) se ofereceu para fazer isso sem eu pedir, acho que eles já sabem que é difícil para quem vai de ônibus e já ajudam desde o início. Hospedagem A cidade de Carolina só tem um Hostel, é o Hostel da Cris (https://www.booking.com/hotel/br/pousada-dos-amigos-carolina.pt-br.html ou 66 81153913), fica perto do centro da cidade, bem localizado, tem um supermercado na rua de trás, opções de restaurantes e perto do Rio Tocantins, onde há um passeio de barco também. Eu paguei R$ 45 a diária no hostel em um quarto compartilhado, você ainda tem direito a um café da manhã, com pão, ovos, suco e café, bem simples, mas de super valia numa viagem. O hostel também é uma cacharia, então você pode aproveitar as cachaças que a Cris faz e vende. A estrutura do hostel é muito boa, você tem um bom espaço aberto, os quartos são bem limpos, todos tem ar condicionado (para aguentar o calor maranhense), banheiros limpos e uma cozinha com o suficiente para você se virar e cozinhar, caso queira. É um lugar muito agradável, fiquei muito feliz pela recepção, pessoas e pelo local. Há outras opções, todas mais caras, de hotel ou pousada, caso esteja fazendo uma viagem de mochileiro como eu, escolheria o hostel da Cris, Ela é muito prestativa e foi graças a ela que encontrei meu guia na viagem e consegui baratear os custos dos passeios, já que na internet só tinha visto duas opções que são a Cia do Cerrado e o Vale da Lua, que são as principais, porém mais caras agências, na próxima seção explico bem pra vocês a parte dos guias, da necessidade ou não em alguns casos. Guia O meu guia foi o simpático e ultra prestativo Silvio (https://www.instagram.com/tripchapadadasmesas/?hl=en ou 9981981860), ele é um "cabra" local, um cara muito gente boa e extremamente prestativo, é de Carolina mesmo. Ele fez o melhor preço e conseguia fazer todos os passeios que queria, fiz 6 dias de passeio, que foram R$960,00 no total. Eles são todos unidos e caso não consigam te atender, recomendam um amigo que também é guia para fazer os passeios com você. Eu recomendo o Sílvio, porque ele é uma pessoa de um grande coração e quer que você tenha a melhor experiência possível, ele não tem medo de se molhar, é um guia que vai entrar com você nas cachoeiras e, aliás, ele tem uma futura carreira como fotografo, porque tira umas fotos incríveis. Silvio se lembrará de mim como o japonês fofoqueiro que queria fazer trilhas e ele ficou achando que era um grande atleta hahaha Fechei o roteiro com o Silvio por Whatsapp, foram 6 dias de passeios do dia 25 ao 30 de Outubro, ele me buscou e deixou no hostel todo dia, além dele ter me buscado e levado até a rodoviária quando cheguei e quando estava para voltar para Imperatriz, todos os guias tem um 4x4, que é realmente necessário para chegar em alguns dos passeios, explico cada dia com mais detalhes nas seções abaixo, os passeios foram: 📍1 dia 25- Trilha do bananal + cachoeira da mansinha 📍2 dia 26 - Cachoeiras de São Romão e Prata. 📍3 dia 27 - Morro do Chapéu e cachoeira gêmeas do Itapecuru. 📍4 dia 28- Poço Azul e encanto azul 📍5 dia 29 - Complexo de pedra caída. 📍6 dia 30- Aldeia do Leão e cachoeira do talho e dodo Caso você viaje sozinho(a) e tenha um tempo limitado de viagem, sugiro que faça inteiramente com os guias, todos os lugares se recomenda ter guias e são de difícil acesso, porque a cidade de Carolina não tem nenhum transporte que te leve nos passeios ou perto deles, por isso você vai com os guias, caso esteja só ou com mais uma pessoa, ou caso vá com mais gente (ou seja extremamente rico(a)), alugue um carro no aeroporto, você conseguiria acessar boa parte dos passeios tendo um carro, porém muitos deles você ainda precisaria de um guia. Dia 1 Imperatriz (domingo) Vamos lá, eu peguei um vôo de São Paulo até a cidade de Imperatriz (cidade da fadinha do skate, Rayssa Leal), a viagem demora em torno de 3hrs, foi super tranquilo, saí de Cumbica as 8:20 e pouco antes das 11:30 já estava saindo do aeroporto de Imperatriz, fui em um domingo. Se você procurar coisas pra fazer em Imperatriz, vai ver que a cidade não oferece muitas opções pra quem vai passar manhã/tarde. Eu optei por usar um 99, estava com bons descontos e descobri que os motoristas de aplicativo usam muito a 99, há opções de moto taxi também. Como falei, não há tanto para fazer em Imperatriz, definitivamente não é uma cidade turística, o roteiro que sugiro é um almoço no beira rio, com alguns restaurantes na margem do Rio Tocantins, o lugar é lindo, se você for em épocas de mais seca, se forma uma praia de água doce. Todos os restaurantes são caros para uma pessoa apenas, eles cobram em média R$60 num almoço simples para uma pessoa, achei caro e perguntei para o garçom de um desses lugares onde conseguiria almoçar barato, tem um trailer de comida no fim da rua com um almoço honesto e bom, paguei R$20,00 e tomei uma cerveja, porque faz um calor que nunca senti na vida lá. Conversei com o dono do lugar e ele disse que nos finais de semana tudo fica fechado, só o shopping fica aberto, então naquele período que estava não encontraria nada aberto, o que percebi pela falta de movimento das ruas e lojas. Eu não fiz o passeio até o Tocantins de barco, mas algumas pessoas do Hostel que fiquei em Carolina fizeram e recomendaram, é um passeio que custa em torno de R$50, pelas fotos que me mostraram e vi por aí, me parece valer a pena. Imperatriz neste horário de manhã e tarde pode ser bem perigoso, tome cuidado, como disse, tudo estava fechado, por recomendação do dono do restaurante, andei com um local pelo beira rio (porque queria ver como era), então ninguém tentou me assaltar/roubar, porém vi que antes disso tinha um cara me seguindo, além disso falaram para tomar cuidado com grupos de homens que andam juntos e fazem arrastões (vi um grupo deste andando), depois de andar todo o beira rio, fui no único lugar aberto na cidade, já que nenhum outro ponto turístico estava aberto, então fui ao shopping e assisti um filme lá no cinema, comprei comida para levar no ônibus e jantar. Fiquei perto do ponto de embarque bebendo uma cerveja em um boteco de rua até a hora do embarque. Como disse na seção de transporte, foram 4 hrs de viagem, chegando em Carolina, mandei uma mensagem para o Silvio que me levou até o Hostel, já tinha jantado, então chegando lá tomei um banho e dormi. Dia 2 (Trilha do bananal + cachoeira da mansinha) Já fui fazer uma trilha logo no primeiro dia, é a trilha mais legal que fiz em termos de vista, é bom ter um preparo físico mínimo, se você pratica esportes não deve sofrer muito, caso não, pode ser um pouco difícil, pois ela é descampada em um trecho e também é uma subida. Fizemos a trilha com 40 graus, estava um sol muito forte, o próprio Silvio disse que estava com muito calor e nunca tinha feito a trilha nessas condições. A trilha em si não exige tanto, mas como disse o calor é o que torna difícil, leve muito protetor e bastante água, não existem pontos de água lá, recomendo usar aquelas camisas longas de UV também. Há 7 mirantes nessa trilha conforme você vai subindo, consegue ver algumas formações e também o Morro do Chapéu, ponto mais alto das Chapadas, é realmente de tirar o fôlego. A trilha em si não é longa, fizemos em cerca de 3 hrs ida e volta, parando para tirar fotos, descansar. A trilha é de graça, portanto se você quiser ir conseguiria ir sem pagar nada, porém a trilha é muito mal sinalizada e o trecho do bananal (sim, tem um bananal na parte de cima do morro, onde a terra é mais fértil) é quase impossível de se localizar, mesmo usando um wikiloc da vida, o bananal muda o tempo todo, Silvio contou que ja foi buscar umas pessoas que se perderam lá e imagino que realmente possa acontecer, não é nada fácil de se localizar lá. Depois de irmos em todos os mirantes, descemos até o portal das chapadas (você já deve ter visto pelas fotos, é uma formação de arenito com um buraco no meio onde as pessoas tiram fotos), descemos por lá então pagamos 20 reais na porteira do mirante da chapada. Saímos de lá e fomos almoçar na Ivone, que serve uma comida muito saborosa, com opções de galinha caipira, peixe frito ou carne de sol, todas são ótimas, além dela preparar um suco de goiaba incrível. Se vocês forem com o Sílvio, com certeza algum dia ele irá comer lá com vocês, vale super a pena, se não engano um PF é 30 reais, você sairá feliz e satisfeito (a). Fotos de algum dos mirantes e do mirante da chapada das mesas Pegamos o carro e fomos até a cachoeira da mansinha, também para entrar é R$20, é uma cachoeira bem pequena, mas super boa de ficar banhando tranquilamente, vale a pena de ir. Aliás as águas das cachoeiras do Maranhão não são frias, são super boas de entrar e ficar lá tranquilamente. Não tirei fotos, mas é uma cachoeira pequena, não tem uma queda acentuada, é realmente boa se você tiver com pouca gente e quiser se banhar e aproveitar uma tarde. Voltei para o hostel e comi em um lugar na mesma rua do hostel, é o churrasco do Picolé, você paga R$25,00 (aceitam cartão, dinheiro ou pix) e come um PF com arroz, feijão, vinagrete, farinha e uma carne de sua escolha, nesse dia comi o de carne, mas em outros dias comi de coração de gado (boi) e de lingua que estavam muito bons, também eles tem suco de cajá e de cupuaçu. E o espeto é muito grande, vem muita comida, muita carne, nem se compara aos espetinhos que conheço aqui de SP. Dia 3 Cachoeiras de São Romão e Prata. Esse é o passeio que você definitivamente precisa de um guia para fazer, o acesso é muito difícil, sendo necessário um 4x4, você entra por dentro do parque, faz uma viagem de cerca de 2hrs de carro para chegar até as atrações, a primeira que fui é a Cachoeira da Prata que é bem bonita e imponente, são duas quedas d`água, você consegue ver as duas de frente, tem um ponto de banho onde você consegue ficar tranquilo, pode ir nadando até uma outra parte para ver a outra queda, tem uma corda que você pode ir segurando caso não saiba nadar, é bem tranquilo, um lugar super bonito. A taxa para ir na Cachoeira da prata é de 30 reais, vale super a pena porque é realmente legal, a água não estava tão clara, porque tinha chovido uns dias antes de eu ir. Almoçamos la no restaurante da cachoeira da Prata e também foi 30 reais, com opções de peixe, galinha caipira ou carne de sol. Depois disso fomos para a Cachoeira de São Romão, uma das mais legais da Chapada, também é 30 reais para entrar e você verá uma bela cachoeira com uma queda imponente, dá pra ficar banhando nas margens, é possível alugar um caiaque por 20 reais, que foi o que fiz, você consegue chegar bem proximo a queda, é bem legal e vale super a pena. Também é possível tirar fotos atrás da queda da cachoeira, o que é uma experiência de tirar o fôlego, na época que fui as andorinhas ficavam atrás da cachoeira e estava cheia de cocô, então tome cuidado para não escorregar caso vá nessa época. Dia 4 - Morro do Chapéu e cachoeira gêmeas do Itapecuru. Depois de um dia só de cachoeiras para se recuperar da trilha do primeiro dia, fizemos a trilha mais conhecida, a do Morro do Chapéu, é o lugar mais alto do parque, o acesso é feito por uma estrada de terra, o Silvio nos deu luvas, porque em um trecho íngrime era necessário usá-las para segurar uma corda e subir. A trilha em si foi tranquila, fizemos em cerca de 40 minutos até o topo, porém já que é só subida, pode ser difícil caso não tenha um preparo físico. A história do Morro do Chapéu é interessante, houve um confronto entre os indígenas locais (os Timbira) e a Coluna Prestes no Morro do Chapéu, depois o povo Timbira fugiu e se separou em alguns outros povos, o que você terá contato é o povo Krahô, que você terá contato na Aldeia do Leão, a história deles, eu aprendi toda lá e com uma turista que estava nos passeios das cachoeiras da Prata e São Romão, ela era uma pesquisadora da Federal que fica em Imperatriz, estudava a história dos Krahôs e a relação com a Chapada das Mesas, então tive essa sorte, ela me passou um material que li na volta então aprendi mais sobre as histórias deles, vocês conseguem achar um pouco da história deles na internet lendo algum artigo científico. A vista do Morro do Chapéu não é tão incrível como o da trilha do Bananal, porque no bananal você vê o morro do chapéu que é o ponto mais alto, já do Morro do Chapéu você está no ponto mais alto, vê em volta um pasto e do outro lado algumas outras formações, porém é um lugar cheio de história que você precisa ir. Depois fomos novamente na Ivone almoçar, saímos para as cachoeiras gêmeas do Itapecuru, lugar onde havia uma hidrelétrica antes, a cachoeira em si é bem legal, porém todo o entorno dela é decepcionante, fizeram um complexo com um prédio ao lado, é todo cimentado, até a parte de entrar na água, se você gosta mais da natureza em sua forma mais bruta possível, com certeza irá se decepcionar com esse passeio, a entrada é 25 reais, você tem um serviço de restaurante, podendo pedir porções e bebidas lá. De novo, a noite a cidade não oferece muitas coisas, há sorveterias que você pode provar sabores do Cerrado, há alguns botecos e restaurantes também, as pessoas se reunem no centro da cidade, na praça. Então é bem tranquilo, não espere agitação ou coisas do tipo. Dia 4 - Poço Azul e encanto azul Depois da trilha, novamente fomos em passeios de água, esses dois lugares do dia são mais caros, você irá gastar 100 reais nos dois passeios, porém são dois lugares lindos, com uma água azul que nunca tinha visto antes na minha vida. As duas atrações ficam na direção de Riachão (Sentido contrário de Imperatriz), primeiro fomos no Encanto Azul, passamos a parte da manhã lá, saindo do hostel umas 8, o encanto azul é realmente muito bonito, você tem um período que entra luz e faz com que a água tenha um azul incrível, porém esse sol é das 11 às 12, é tranquilo de nadar, caso você saiba, se não há opções de alugar coletes também. É um lugar que dependendo da época que você for estará cheio de turistas, fui fora de época (época de chuvas) então estava mais vazio, além de ter mais dias disponíveis para passeio, evitei de fazer os passeios deste dia, assim como o do dia seguinte em finais de semana quando ficam lotados. O Poço Azul é um complexo muito bem estruturado, fica a uns 20-30 minutos do Encanto Azul, almoçamos lá e não foi uma boa experiência, a comida demorou 1h para chegar e não era barata, então perdemos um bom tempo nisso, minha sugestão é comprar um lanche numa lanchonete que tem no complexo, já falar com seu guia que você quer descer para o Poço, se você tiver em um grupo tente levar um lanche e comam no carro, combine com seu guia dele te levar até o poço, então você consegue aproveitar mais e talvez pegar o poço mais vazio ainda. O Poço também tem a mesma água que o Encanto Azul, um azul turquesa, além dele, tem uma cachoeira enorme, a maior do passeio, a Cachoeira de Santa Bárbara, ela tem uma grande queda, é difícil de nadar, mas realmente impressiona, porém não é a maior da Chapada, na Chapada existe uma cachoeira que os guias de Carolina não vão, fica em Riachão e é a cachoeira mais alta do Maranhão, a Cachoeira do Macapá, porém me parece que é perigosa, parece que há muitas arraias e é de difícil acesso. Porém caso você tenha mais tempo, dá pra ir até Riachão e tentar fazer o passeio com algum guia lá, com certeza existem opções e pelo que vi vale realmente a pena, porque é muito bonita. Dia 5 - Complexo de pedra caída. Esse foi o dia de conhecer o complexo da Pedra Caída, se você conversar com os locais vai saber a história de um sujeito chamado Pipes, é o dono de Carolina, ele é o dono de todas as balsas da cidade, além de outros locais, é um idoso extremamente rico, ele manda e desmanda na cidade, é o dono desse complexo ecoturístico, também é dono de vários estabelecimentos na cidade de Carolina. É uma figura que anda com trajes simples, você irá vê-lo andando por aí de bobeira, é um cara excêntrico com uma história pouco contada. Esse e o dia anterior foram os dias que mais gastei dinheiro, também gastei mais de 100 reais aqui, se paga para entrar e se paga para entrar em cada passeio, absolutamente tudo é pago, você irá gastar em média uns 120-150 reais comendo e fazendo pelo menos dois passeios, sendo o único que você precisa ir de fato é a Cachoeira do Santuário, a cachoeira mais bonita que vi na vida. Você consegue ir de carro, caso esteja de carro, dá pra pagar menos, você pode só comprar o passeio para o Santuário, ir e voltar, pagando 70 reais. Em todos esses passeios fica alguém do Complexo controlando o tempo, então não espere ficar o tempo que quiser, porém é o tempo necessário para você aproveitar bem. Fomos na Cachoeira da Capela e da Fumacinha primeiro, não tem nada demais, depois de ver algumas cachoeiras você começa a se impressionar menos. E ai fomos para a cachoeira que realmente me impressionou, sem dúvidas é a mais bonita que vi na vida, é uma cachoeira dentro de uma caverna, antes você passa por um cânion, é de cair o queixo, você sai de lá impressionado, porque é uma das coisas mais bonitas que vai ver na vida, impressiona demais. Você consegue se apoiar nas cordas e ver mais de perto a cachoeira, é uma queda grande dentro de uma caverna, nunca vi algo assim, infelizmente não tenho fotos do lugar porque não tem como tirar foto, a luz é muito ruim e pela quantidade de água dentro da caverna fica difícil tirar uma foto que faça jus a tudo que vi, vocês ficarão sem fotos desse dia, mas te garanto que vocês precisam ir na Cachoeira do Santuário. Almoçamos no Self Service e o Silvio deixou a gente livre pra fazer o que quisessemos a tarde, por pagar a entrada ao parque, você tem direito a usar a piscina, porém eu não fui viajar pra ficar em piscina, então fiquei descansando nas redes, já que ficamos mais tempo lá na Cachoeira do Santuário, acabei almoçando quase às 15. Tem um teleférico que leva em uma pirâmide de vidro em um morro que faz parte do complexo, não fiz esse passeio porque estava ventando muito, dá pra fazer esse mesmo caminho de trilha, porém não daria tempo. É o lugar com melhor estrutura no geral, os lugares em si tão bem preservados, porém todo o entorno é extremamente moderno. A noite comi no famoso Crepe, se você for viajar, com certeza alguém te falará do crepe, é realmente muito bom, eles fazem uma massa de crepe fina e tem diversos recheios, servem em um formato de wrap de cone, é muito saboroso, vale muito a pena ir lá, fui duas vezes, nesse dia e no dia seguinte também. Dia 6 - Aldeia do Leão e cachoeira do talho e dodo Esse era meu último dia, já que no mesmo dia teria o ônibus às 20 de volta para Imperatriz, no dia seguinte tinha o vôo as 10:30 para SP. As opções eram fazer o passeio de barco no Rio Tocantins, que custava 120 reais ou fazer mais cachoeiras e também a Aldeia do Leão. A Aldeia do Leão tem uma cachoeira pequena, porém o mais rico é você conversar com a dona, descendente Krahô, que preserva a história do seu povo e conta um pouco dela para os turistas. Para mim foi essencial ter ido lá para entender melhor da história do local, de como era a relação daquele povo com a terra e conhecer um pouco de história e costume, parte do que é a Chapada hoje, se você não se interessa tanto por isso e é mais voltado aos passeios em si, talvez não seja o lugar pra você. Depois fomos as cachoeiras do Talho e Dodo, que foram 40 reais, eu recomendaria você fazer esses dois passeios nos primeiros dias, são cachoeiras menores, legais também, mas depois que você viu lugares como São Romão, os poços azuis e a Cachoeira do Santuário, sua régua estará muito alta para cachoeiras e pouco te impressionará. Se você fizer antes e terminar no último dia indo em alguma dessas que falei, com certeza vai valer a pena. Cheguei umas 18 no hostel, já tinha preparado minhas coisas, tomei um banho, me troquei, fui até o crepe comer minha última janta em Carolina e chamei o Silvio para que ele me levasse até a Rodoviária, que fica na entrada da cidade, longe de tudo, já que não existe ônibus, ou você vai com seu guia ou vai a pé. A meia noite ja estava em Imperatriz, lá eu pensei em dormir no aeroporto, porém descobri que aos domingos o aeroporto fica fechado (segundo o google), não quis arriscar, então fiquei em um hotel barato, o Hotel Resende, chegando na rodoviária chamei um 99 e cheguei lá em 10 minutos, já que era muito tarde não quis ir a pé. Dia 7 Nesse dia eu usei só para voltar, como meu vôo era as 10:20, o hotel era 70 reais e tinha café da manhã, então acordei por volta das 8:30, tomei um banho e um café, que tinha muitas opções de comida, muito bem servido mesmo, deu para comer bem, achei que no fim valeu a pena, apesar do preço um pouco mais alto. Depois fui direto ao aeroporto, peguei meu vôo e cheguei às 13 em SP. Resumo A Chapada das Mesas é um lugar muito bonito e ainda pouco explorado, a cidade não tem preparo algum para receber o turista, talvez isso mude daqui uns anos, dependendo de quando você estiver lendo esse relato algumas coisas podem ter mudado já. É um lugar que os acessos são feitos quase exclusivamente de carros, seja você alugando ou estando com um guia, então acaba saindo um pouco caro para quem está acostumado a viagens que utilizam mais ônibus. Além disso, todos os passeios são pagos, é uma coisa brasileira de privatizar espaços naturais protegidos, então o título de Parque Nacional da Chapada das Mesas pode enganar se você pensar que é um Parque único que você paga um valor e tem acesso a tudo, sei que muitos parques são assim, mas para atender as expectativas é essa a situação. Se você não quer fazer muito esforço físico, é um lugar muito acessível, em que você pode ter nenhum trabalho para acessar os locais do passeio. Se você é um viajante mais roots que curte trilhas longas, não é o lugar que encontrará isso, porém é um lugar que vale a visita de qualquer forma. Caso vá sozinho(a), faça tudo com um guia, vai te facilitar muito a vida, se você estiver com mais de uma pessoa, faça as contas e veja se vale a pena alugar um carro, mesmo que ainda tenha que ter um guia em muitos dos passeios, isso com certeza barateia alguns custos que você vai ter. O período ideal para se viajar para lá é no período de seca, nos meses de inverno, onde você não corre o risco de pegar chuvas que podem deixar as águas turvas ou inviabilizar alguns passeios (como trilhas), se você quiser fazer todas as atrações o ideal é ficar no mínimo 6 dias em Carolina. A única mudança que eu faria é trocar a cachoeira de Itapecuru ou da Mansinha pelo passeio no Tocantins, de resto os passeios valem a pena, mudando a ordem para que sua viagem seja uma crescente nas atrações ou já tenha a expectativa das coisas que irá ver, para não ser menos interessante. Um fator que deixou a viagem mais legal ainda é o povo maranhense, todo lugar que fui me senti muito bem recepcionado, independente de onde fosse, é um povo muito alegre, que leva as coisas no bom humor e com um senso de ajuda muito grande, com certeza isso deixou a experiência ainda mais legal. Foi minha primeira viagem sozinho, então ela está marcada para sempre em minha vida, espero que vocês aproveitem e gostem de lá o tanto quanto eu curti. Me contem nos comentários o que acharam de lá e depois batemos um papo por lá do que acharam! Abraços e boa viagem!
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