Ir para conteúdo

Pesquisar na Comunidade

Mostrando resultados para as tags ''méxico''.

  • Pesquisar por Tags

    Digite tags separadas por vírgulas
  • Pesquisar por Autor

Tipo de Conteúdo


Fóruns

  • Faça perguntas
    • Perguntas Rápidas
    • Perguntas e Respostas & Roteiros
  • Envie e leia Relatos de Viagem
    • Relatos de Viagem
  • Compartilhe dicas de Roteiros Gastronômicos
    • Roteiros gastronômicos
  • Encontre Companhia para Viajar
    • Companhia para Viajar
  • Encontre companhia, faça perguntas e relate experiências em Trilhas
    • Trilhas
  • Tire dúvidas e avalie Equipamentos
    • Equipamentos
  • Outros Fóruns
    • Demais Fóruns
    • Saúde do Viajante
    • Notícias e Eventos
  • Serviços com Desconto
    • Seguro Viagem
    • Reservar Hospedagem
    • Cupom de Desconto

Encontrar resultados em...

Encontrar resultados que contenham...


Data de Criação

  • Início

    FIM


Data de Atualização

  • Início

    FIM


Filtrar pelo número de...

Data de Registro

  • Início

    FIM


Grupo


Sobre mim


Ocupação


Próximo Destino

  1. Fala pessoal, Vou deixar aqui o link para um relato de uma viagem que eu fiz para Guatemala e México, com um stopover no Panamá, que aconteceu em fevereiro de 2022. Obs: eu deveria ter colocado criado esse tópico no subtópico "America Central, Caribe e México", mas acabei criando o tópico no subforum só da Guatemala, por isso segue o link para o relato. ⚠️ Essa viagem é um capítulo de um livro / ebook que eu escrevi. Os capítulos de cada continente ficaram parecidos com esse, quem quiser mais detalhes dessa viagem e muitas outras, pode conferir no meu ebook Destino Vulcões, no amazon.com.br (link https://a.co/d/5x3B7BM). O livro está gratuito para o kindle unlimited, e no menor preço possível no site (5,99R$). Instagram: www.instagram.com/destinovulcoes Youtube: www.youtube.com/@destinovulcoes
  2. Fala pessoal, Vou deixar aqui um relato de uma viagem que eu fiz para Guatemala e México, com um stopover no Panamá, que aconteceu em fevereiro de 2022. ⚠️ Essa viagem é parte de um livro / ebook que eu escrevi, quem quiser mais detalhes dessa viagem e muitas outras, pode conferir no meu ebook Destino Vulcões, no amazon.com.br (link: https://a.co/d/5x3B7BM). O livro está gratuito para o amazon unlimited, e no menor preço possível no site (5,99R$). Instagram: www.instagram.com/destinovulcoes Youtube: www.youtube.com/@destinovulcoes Guatemala, México, Panamá e os melhores vulcões das Américas do Norte e Central Introdução – Como tudo começou Em meados de 2020, durante a pandemia, preso em casa e com saudades de viajar, encontrei na internet duas comunidades de amantes de vulcões que compartilham fotos e notícias sobre vulcões ao redor do mundo no Facebook, Instagram e sites (Ref. 4 e Ref. 5). Também comprei meu livro de vulcões (Ref. 1). Ficou bem mais fácil conseguir informação sobre as atividades dos vulcões, pesquisar mais sobre os vulcões mais incríveis em atividade do mundo. Foi aí que surgiu um sonho distante: e se um dia, quem sabe, eu escrevesse um livro sobre isso? Mas minha vontade de conhecer a Guatemala começou antes disso, em 2019, quando ouvi falar do Vulcão Fuego. Conversando com um amigo no trabalho sobre minhas férias na África, ele me mostrou o Instagram e Youtube de um casal viajante chamado Viajante honesto (Ref. 19). Eles estavam dando uma volta ao mundo, e um vídeo específico me chamou a atenção: um trekking no vulcão inativo Acatenango, na Guatemala, para ver as erupções do vulcão ativo ao lado, o Fuego. Foi a primeira vez que vi vídeos de um vulcão com erupções estrombolianas parecidas com as de Vanuatu! Sim, havia outro vulcão com atividade parecida ao Monte Yasur, explodindo lava algumas vezes por hora. Sabe-se se lá por quanto tempo esse vulcão ia permanecer em atividade, e eu não poderia perder essa oportunidade. Pesquisando informações atualizadas sobre a atividade dos vulcões nas comunidades, confirmei que o Vulcão Fuego tinha que estar no topo da minha lista pós-pandemia. Descobri também que a Guatemala tem mais dois vulcões bastante ativos e bem próximos ao Fuego: o Pacaya e o Santiaguito, que costumam ter alguma lava aparente! Atualmente, o trekking pelo Acatenango e Fuego é muito famoso na Guatemala, provavelmente disputando com Tikal o título de tour mais famoso de país. Criadores de conteúdos, como o Richard do Vida de Mochila (Ref. 27), e o Vazonde (Ref. 29), já fizeram relatos e vídeos inspiradores de lá. Mais recentemente, o Mundi360 (Ref. 28) fez o tour do Fuego, e acompanhar os stories no Instagram foi como vivenciar o passeio “ao vivo”. Não são poucas as pessoas que saem impressionadas após conhecer o Vulcão Fuego, então, “bora” para Guatemala! Em fevereiro de 2022, consegui apenas 14 dias para fazer essa viagem sozinho. Meu objetivo principal era conhecer os vulcões da Guatemala, Fuego, Pacaya, Santiaguito, e mais algum vulcão “por perto”. Pela logística/tempo/$, acabei escolhendo conhecer o vulcão Popocatepetl, no México. Consegui a volta MEX-GRU por uma quantidade de milhas razoável, um voo barato de ida para Guatemala pela Copa, com stopover no Panamá e outro voo barato da Guatemala pro México. Eu tenho muita vontade de passear por toda a América Central, especialmente Nicarágua, mas vai ficar para uma próxima. Era hora conhecer os vulcões mais ativos da América Central e do Norte, e, já dando spoiler, o vulcão mais incrível de todas as Américas! Resumo do Roteiro Figura VI‑1: Roteiro Guatemala, México e Panamá O roteiro escolhido foi: Dia 1 -> Cidade do Panamá Dia 2 -> Antígua e Vulcão Pacaya Dia 3 -> Acatenango e Fuego Dia 4 -> Acatenango e Fuego Dia 5 -> Lago Atitlan - Panajachel Dia 6 -> Lago Atitlan - Maximon Dia 7 -> Tikal Dia 8 -> Flores -> Lanquin Dia 9 -> Semuc Champey Dia 10 -> Lanquin -> Cidade da Guatemala -> Cidade do México Dia 11 -> Cidade do México Dia 12 -> Teotihuacán e Basílica Dia 13 -> Popocatepetl Dia 14 -> Cidade do México -> São Paulo Relato dia a dia Dia 1 -> Cidade do Panamá A Copa Airlines oferece frequentemente stopover gratuitos de alguns dias no Panamá, uma excelente oportunidade para conhecer o país. Sempre quis conhecer as ilhas de San Blas, mas, devido a minha falta de tempo nessa viagem, só pude conhecer a Cidade do Panamá. Lá eu queria conhecer a Amador Causeway, o centrinho chamado Casco Antiguo e, claro, o Canal do Panamá. Algumas horas seriam suficientes para conhecer tudo, mas os horários das passagens aéreas baratas eram meio ingratos. Saí de casa tarde da noite para o aeroporto de Guarulhos, peguei um voo às 3h e cheguei ao Panamá às 8h da manhã. Só consegui dar aquela “dormidela” de avião antes de sair para conhecer a cidade, bastante cansativo. No aeroporto, há várias ofertas de city tours para quem está em conexão/stopover, saindo e voltando para o aeroporto, por uns 100 $USD. Como eu estava muito cansado para alugar carro e ver transporte público, fui ver se algum taxista faria uma volta pelos meus pontos de interesse por um preço menor. Logo descobri que o centro de visitantes do Canal do Panamá (Eclusa Miraflores) estava fechado às segundas por causa da pandemia. Caramba, meu principal ponto de interesse no Panamá, já era! Pelo menos descobri outra eclusa para visitar, Pedro Miguel, que pode ser vista da beira da estrada, segundo os taxistas. Acabei fechando um passeio de 4h por 80 $USD, para a eclusa, aos outros locais que eu queria conhecer, e mais algumas sugestões do taxista. Após o passeio, ele me levaria para almoçar e me traria de volta para o aeroporto. Então, partiu conhecer o Panamá! Antes de seguirmos para a Eclusa Pedro Miguel, fizemos uma primeira parada rápida para foto na parte moderna da cidade, próximo ao prédio mais icônico, o “The Screw”, com sua arquitetura retorcida e muito interessante. Após passar por esta parte rica da cidade, passamos por uma parte bem mais pobre, com favelas no centro – um lembrete da desigualdade social que, infelizmente, é uma das marcas da América Latina. A Eclusa Pedro Miguel, diferente da Eclusa de Miraflores, não tem um centro turístico. Mas da estrada já era possível ver a eclusa e os barcos passando por lá. Tivemos um pouco de sorte porque, naquele momento, tinha um navio bem grande passando lá. Salvei o vídeo Cap VI‑1 no canal do livro (youtube.com/@destinovulcoes). Depois fomos conhecer um lugar bacana chamado Amador Causeway. Durante a construção do Canal do Panamá, aterrou-se um trecho do mar e criaram a Avenida Amador Causeway, conectando a cidade a algumas ilhas próximas. É um lugar agradável, com ciclovias, marinas, restaurantes e museus, além de uma vista da cidade. De um lado, o Canal do Panamá e a bela Ponte De Las Américas; do outro, o skyline da parte moderna da Cidade do Panamá. Figura VI‑2: Navio gigante na Eclusa Pedro Miguel, parece que não vai passar.... Figura VI‑3: Apertadinhho, mas passou.... Figura VI‑4: Skyline, “The Screw” se destaca Figura VI‑5: Ponte de Las Américas Depois seguimos para o Casco Antiguo, o centrinho da Cidade do Panamá. Para mim, é a parte mais interessante. A primeira parada foi em uma igreja com um bonito interior, Igreja de São José, com o altar todo de ouro. Depois seguimos para a Catedral Basílica Metropolitana de Santa Maria la Antígua do Panamá (nome grande, né!), também conhecida como Catedral Metropolitana do Panamá. O motorista parou na frente da catedral, me disse para eu dar uma voltinha em um quarteirão e voltar lá para depois sairmos para almoçar.... Vi que o cara estava com pressa, mas me fiz de desentendido e dei uma volta bem maior, já que não era esse o combinado, queria conhecer melhor o Casco Antiguo. O motorista me explicou que o governo estava reformando o Casco Antiguo, trocaram todo o calçamento das ruas e calçadas, comprando imóveis antigos para restaurá-los e transformá-los em locais mais turísticos como restaurantes, lojinhas de souvenir e museus. Para falar a verdade, achei o centrinho com uma aparência meio artificial. Tudo estava novo demais para um centro colonial antigo, a pintura das casas, as calçadas, calçamento das ruas.... Parecia mais um estúdio cenográfico, não sei explicar direito. Diferente do pelourinho, em Salvador, que, mesmo após restaurações, manteve o charme autêntico de centro histórico. Talvez, com o tempo, à medida que as ruas e calçadas fiquem mais desgastadas, o Casco Antiguo ganhe uma aparência mais colonial. De qualquer forma, no Casco Antiguo tem construções bonitas, incluindo as principais igrejas, o palácio do governo, algumas ruínas antigas e alguns prédios bonitos. É um lugar bem bacana, ainda que não tenha o brilho de outros centrinhos coloniais. Entre suas muitas praças, destacam-se a Praça de La Independencia, em frente à catedral (coloquei no canal um vídeo de lá, Cap VI‑2), e a Praça Simon Bolivar, com um belo monumento a Bolivar, considerado o libertador de vários países da América Latina, inclusive o Panamá. Esta praça fica próxima de belos prédios, como o Teatro nacional, e a bonita Igreja de São Francisco. Algo que me surpreendeu é que não há praias para nadar na Cidade do Panamá. Segundo o motorista, a praia para banho mais perto do centro fica a uma hora de carro. A orla é repleta de prédios modernos, estilo “Dubai wannabe”, e a Cinta Costeira (avenida à beira-mar) é, de um modo geral, agradável, mas não dá para aproveitar o mar. Com uma ressalva: parte da Cinta Costeira foi construída no meio do mar, circulando o belo Casco Antiguo, teoricamente para desafogar o trânsito. Mas, na minha opinião, essa avenidona no mar circundando o Casco Antiguo ficou horrível... Figura VI‑6: Catedral Metropolitana do Panamá Figura VI‑7: Altar da Igreja de São José Figura VI‑8: Casas coloniais e calçamento “novinhos” no Casco Antiguo Figura VI‑9: Parte horrível da Cinta Costeira ao redor do Casco Antíguo Terminei o passeio, voltei para van e perguntei para o motorista sobre o almoço. Visivelmente apressadinho, ele me pediu para entrar na van enquanto perguntava que tipo de comida eu queria. Respondi que queria algo bom e barato, e depois de alguns minutos, ele disse: “ah, então vou te levar para um lugar que fica do lado de fora do aeroporto, onde os funcionários comem, não os restaurantes turísticos....” Espertinho, querendo terminar logo o passeio. Seria bom ter mais tempo para explorar o Casco Antiguo sem pressa, mas, como iria dar mais ou menos as 4h combinadas, OK. No geral, o passeio foi legal, embora um pouco caro, pois, cansado, acabei pagando mais pela conveniência. A parte ruim é que acabei voltando muito cedo para o aeroporto, umas 13h, e meu último voo saía 19h. Depois de almoçar, fiquei com 5h livres sem nada para fazer no aeroporto. Como eu estava de bobeira mesmo, fiquei procurando wi-fi grátis (o irritante aeroporto só oferecia 30 minutos grátis) e um bebedouro para encher minha garrafinha, já que não queria pagar 4 $USD por uma água! Nesses “rolês”, passei por umas salas vips e lembrei que o meu cartão novo tinha 2 acessos gratuitos por ano. Nunca tinha ido nessas coisas chiques, fui em uma chamada Lounge Key. O local era pequeno e, para comer, só tinha macarrão com molho de tomate e almôndega. A única coisa que parecia bem servida era bebida alcoólica, mas eu estava muito cansado e sem pique para beber. Me perguntei como alguém pagaria 32 $USD para usar aquela porcaria, só fui porque era de graça! Pelo menos o wi-fi era bom e, uma hora antes do voo, mesmo sem fome, comi mais um pratão de macarrão para não ter que jantar depois. Já dizia o Jô Soares, pobre é uma desgraça 🤣🤣🤣 . Finalmente, embarquei rumo à Cidade da Guatemala. A Cidade da Guatemala fica a mais o menos 1h de Antígua, meu destino final. Como meu voo chegou tarde, o jeito foi ir de táxi mesmo. Cheguei em Antígua depois das 22h, horário local (3h de diferença pro horário de Brasília). Foram 27h rodando para chegar até aqui, estava exausto, agora era só tomar um banho e desmaiar. Mas foi um dia bacana, gostei de conhecer a Cidade do Panamá, especialmente Casco Antiguo, pena que o centro de visitantes do canal estava fechado. Cidade do Panamá: #valeapena Dia 2 -> Antígua e Vulcão Pacaya O principal motivo da minha viagem era fazer o tour do vulcão Acatenango, para conhecer o Vulcão Fuego. Os dois vulcões ficam lado a lado: o Acatenango, inativo, e o Fuego, bastante ativo! O tour começa com um trekking puxado até o acampamento no Vulcão Acatenango, com vista privilegiada do Vulcão Fuego. Passamos a noite no acampamento e retornamos no dia seguinte. A maior incerteza desse tour é climática. O Vulcão Fuego tem 3.763 metros de altitude, o Acatenango, 3.973 metros, e os acampamentos ficam entre 3500-3700 metros de altitude. Depois de encarar um longo trekking, o maior medo é chegar no topo e estar tudo coberto por nuvens (ou com muita chuva) e não conseguir enxergar nada. Por isso, o ideal é ir na estação mais seca de lá, entre dezembro e maio. Eu escolhi fevereiro e fiquei acompanhando as previsões de curto prazo no mountain-forecast (Ref. 30) para definir o dia exato do trekking. Por causa dessas incertezas, eu só reservei com antecedência a primeira noite em Antígua, e deixei resto do itinerário na Guatemala livre, caso pegasse mau tempo em algum momento da viagem. A única certeza era o dia da passagem aérea para o México. Chegando perto da viagem, felizmente a previsão estava “boazinha” no início da viagem. Não estava lá essas coisas para esse primeiro dia, mas estava perfeita para a tarde do dia seguinte: segundo o mountain-forecast, o cume estaria sem uma nuvem sequer! Assim, decidi conhecer Antígua primeiro, eventualmente conhecer o Vulcão Pacaya, e deixar o tour do Acatenango para o dia seguinte. Antígua é uma cidade colonial bem bonitinha, seu centro foi declarado patrimônio mundial da UNESCO por causa da sua arquitetura de influência barroca espanhola e igrejas coloniais do século XVI. Fundada em 1542, já foi a capital da Guatemala, fica aos pés do vulcão inativo Água e próxima aos vulcões Acatenango, Fuego e Pacaya, sendo uma região com bastante atividade sísmica. A cidade já enfrentou vários desastres desde sua fundação, houve alguns terremotos grandes, uma enchente devastadora e até um incêndio provocado pela população indígena em 1527. Mas a população nunca abandonou a cidade, que foi se reconstruindo depois de cada desastre natural. Depois do último terremoto gigante, em 1773, a capital do país foi transferida para Cidade da Guatemala, a 45 km de Antígua. Caminhando pelo centro, é possível ver muitas ruínas causadas pelos terremotos, especialmente o de 1773. Depois de tomar o café da manhã, comecei a explorar as ruas de paralelepípedos do centro de Antígua. Logo cheguei à Igreja de São Francisco, uma das poucas que resistiu a todos os terremotos da cidade, ainda que tenha uns sinais de desabamento no lado direito da própria fachada da igreja. Bonita igreja. Aliás, não faltam bonitas igrejas no centro de Antígua. De uma forma geral, os guatemaltecos são bastante religiosos, dizem que as celebrações da Páscoa na Guatemala, especialmente em Antígua, são muito bonitas! Depois fui seguindo por uma praça com uma fonte, chamado Tanque La Union e, no final, outra igreja amarela do apóstolo São Pedro. Figura VI‑10: Igreja de São Francisco Figura VI‑11: Igreja de São Pedro E logo cheguei na Praça Central de Antígua, o coração da cidade. A praça não é tão grande, tem um belo chafariz no centro e é rodeada de lindos edifícios. De um lado, o palácio municipal, prédio bonito com muitos arcos. Do outro, o Palácio Real dos Capitães Gerais, com ainda mais arcos. Do outro lado, a Catedral San José. Ela é talvez o melhor lugar para testemunhar o estrago que o terremoto de 1773 fez na cidade. Uma parte dela foi reconstruída, a parte cuja fachada está de frente para praça central. Ao lado, ficam as ruínas que não foram restauradas depois do terremoto. A entrada para a parte restaurada da catedral é grátis, mas, para conhecer a parte das ruínas, é cobrada entrada. Também voltei para a praça central à noite, para conferir a linda iluminação noturna na cidade. Figura VI‑12: Palácio Real dos Capitães Gerais Figura VI‑13: Palácio Municipal Figura VI‑14: Catedral de San José Figura VI‑15: Ruínas da antiga nave da catedral A poucas quadras da praça central, está o Arco de Santa Catalina, declarado patrimônio da humanidade da Unesco, originalmente pertencendo ao convento Santa Catalina. Ele resistiu ao terremoto de 1773, mas, nesse ano, com a mudança da capital de Antígua para Cidade da Guatemala, a estrutura ficou abandonada. Até que, em 1890, o arco foi reformado pelo governo e construíram a torre do relógio, que acabou se tornando, o monumento mais famoso de Antígua. Depois do arco, conheci mais uma bela igreja de Antígua, Igreja de La Merced. Por fim, andei mais um pouco na parte norte do centrinho. Vi mais algumas igrejas, outras ruínas de igrejas destruídas pelo terremoto... Outro lugar “famosinho” é o Convento das Capuchinas, também destruído pelo terremoto. Mas não quis pagar entrada, “pão durei” e tirei só foto de fora. Figura VI‑16: Arco de Santa Catalina Figura VI‑17: Mais bonito de dia ou de noite? O lugar com a vista mais bonita da cidade é o Cerro de La Cruz, onde eu estava pensando em fechar o meu city-tour por Antígua. O dia amanheceu bonito, mas com nuvens cobrindo a parte mais alta do belo Vulcão Água. E o vulcão encoberto foi a desculpa que eu precisava para me render à preguiça e desistir de subir o Cerro de La Cruz... Melhor guardar energia para a tarde, já que eu decidi fazer o tour do Vulcão Pacaya! Eu adorei conhecer o lindo centrinho de Antígua e um pouco da cultura guatemalteca! Muito artesanato, comidas e roupas típicas. Legal ver um povo que mantém viva muitas das suas tradições, alguns ainda falavam os idiomas maias. Vulcão Pacaya Nas minhas pesquisas, descobri que a Guatemala possuía três vulcões bastante ativos. O Fuego e o Pacaya ficam próximos à Antígua, e o Santiaguito próximo à Xela (apelido da cidade chamada Quetzaltenango). O meu objetivo era visitar todos, mas eu sabia que, comparando com o Fuego, os outros não deveriam ser tão incríveis assim. Quando eu fui, em fevereiro de 2022, infelizmente o Pacaya estava sem nenhum pouquinho de lava visível. Uma pena, pois ele costuma ter ao menos um pouco de lava aparente. Isso quando ele não está bastante ativo, com erupções ou com fissuras grandes, escoando muita lava! Em junho de 2021 (só 8 meses antes da minha visita ) teve uma mega erupção havaiana, eram rios de lava descendo a encosta do vulcão! Imagens incríveis rodaram a internet, mas durou pouco, pena que eu cheguei tarde demais na Guatemala.... As agências de Antígua geralmente oferecem o tour para o Pacaya saindo de manhã, umas 6h, ou à tarde, umas 14h. Mesmo sabendo que dificilmente teria alguma atividade, optei pela tarde, porque, caso houvesse algum resquício de lava, ia ficar mais bonito à noite. O tour do Pacaya é muito mais leve que o Acatenango, são aproximadamente 6 km de caminhada (ida e volta), umas 3h de caminhada. O ganho de altitude não é tão grande, saímos de 2000 metros e fomos até 2500 metros, aproximadamente. Para quem não quiser ou não puder caminhar, tem muitos locais oferecendo cavalos no começo da trilha. No começo e durante a maior parte do trajeto, a trilha não é tão inclinada, mas a areia muito fofa afunda bastante o pé quando pisamos. Cansa um pouquinho mais por isso, mas o hiking é bem tranquilo. O sol não castigou, pois o caminho tem alguma cobertura de vegetação e o céu estava bem nublado. Ainda assim, deu para ver o último fluxo de lava que desceu o vulcão até o fundo do vale na última erupção (aquela de 8 meses atrás), e que por pouco não chegou no vilarejo lá embaixo.... No final da caminhada, quando chegamos na encosta do vulcão, aí, sim, o solo mudou bastante. Passamos a caminhar sobre lava recém-solidificada, com muitas pedras meio pontudas, mas com bastantes cavidades entre elas. O terreno parecia esponja petrificada, bem diferente... Para quem gosta de vulcões e vulcanólogos, é bem interessante, dá para ver a diferença das lavas solidificadas de cada erupção. Os rios de lava mais pretos, à esquerda do vulcão, tinham uma cor mais escura por causa da atividade mais recente. Enquanto outras partes, resultantes de erupções mais antigas, estavam menos escuras. Quanto à atividade vulcânica, até dava para ver algumas fumarolas bem mais para cima, perto do cume do Pacaya, mas nenhum sinal de lava, infelizmente.... No final do tour, caminhamos pela base do vulcão, até alguns buracos quentes entre as rochas, de onde saía calor. Tradicionalmente, os guias usam esses buracos quentes para esquentar marshmellows. Salvei dois vídeos no canal, o Cap VI‑3 com as atividades fumarólica mais no topo do vulcão, e o Cap VI‑4 com uma vista 360 do vulcão e seus arredores. Figura VI‑18: Vulcão Pacaya Figura VI‑19: Lava mais escura (erupção recente) Figura VI‑20: Buraco quente No geral, eu gostei do tour. Uma pena que estava bem nublado entre as montanhas. Com o céu aberto, teria uma vista linda para os 3 vulcões mais próximos de Antígua: Água, Acatenango e Fuego. Só essa vista já deve valer o passeio, no pôr do sol deve ficar ainda mais bonito, mas, infelizmente, esse lado estava encoberto. O céu só estava mais aberto para o lado da Cidade de Guatemala. Mas é um tour imperdível? Com o Pacaya sem lava, só emitindo algumas fumarolas, eu diria que não. Se estiver com rio de lava, com certeza é imperdível! Vale a pena conferir a atividade antes. Na minha opinião, por 150 $QTZ, acho que vale a pena conhecer um terreno vulcânico interessante e, se o tempo estiver bacana, curtir uma linda vista dos vulcões da região. Uma ressalva: algumas pessoas vendem o tour do Pacaya como uma versão light do Acatenango, mas em termos de atividade vulcânica, o principal atrativo do Fuego/Acatenango, não tem comparação! Só não gostei muito da logística/enrolação do tour. Tudo era meio lento, demora para sair, demora para voltar, pegava um monte de gente em cada hotel... Acabei saindo às 14h e só voltei para Antígua por volta das 20h, não precisava demorar tanto. Foi bastante cansativo, o ideal seria fazer o Pacaya em um dia e conhecer Antígua em outro, mas, por falta de tempo, juntei tudo em um dia só. E, como se não bastasse, quando cheguei no hotel ainda saí para tirar aquelas fotos noturnas de Antígua! Antígua: #valeapena Vulcão Pacaya: #valeapena Dia 3 -> Acatenango e Fuego E chegou o tão esperado dia de conhecer o Vulcão Fuego, um estratovulcão com aquele clássico formato cônico e mais de 3700 metros de altura. O Fuego tem uma peculiaridade: ele fica “colado” ao seu “irmão” Acatenango, inativo e mais alto (quase 4000 metros). Depois de anos de repouso, em 1999, o Fuego voltou a ter atividade estromboliana. Sua principal característica são as pequenas erupções estrombolianas, que ocorrem de maneira frequente e contínua. São diversas erupções por hora, geralmente entre 3 e 8, mas esse número pode variar bastante. De vez em quando, surgem fluxos de lava na encosta do vulcão e ocasionalmente ocorrem fluxos piroclásticos, mas erupção maiores são raras. A exceção foi em 2018, quando uma erupção mais violenta fez com que fluxos piroclásticos atingissem rapidamente vilas próximas, causando fatalidades, infelizmente. As cinzas desta erupção forçaram, inclusive, o fechamento do aeroporto da capital. Eu diria que a subida até o campo-base é entre moderada e difícil. O trecho tem uns 6,5 km de distância, mas a variação de altitude é grande: começa em algo entre 2300/2400 metros e sobe até o campo-base, que fica entre 3500 e 3600 metros, dependendo do ponto de acampamento da agência. As agências, normalmente, têm mais de um guia (no nosso caso, eram três) e, apesar do grupo ser grande, o pessoal vai dando um bom ritmo. Eles fazem bastante paradas para descanso, de uns 10 minutos cada, suficiente para dar uma descansada, e não é tão longo a ponto de esfriar o corpo. E tem uma parada maior para o almoço. Além disso, um guia vai com o pessoal que sobe mais rápido, outro vai com o pessoal intermediário, outro com o pessoal que sobe por último. Eu diria que, mesmo quem está com preparo meia-boca, com força de vontade e devagarinho, consegue chegar até o acampamento-base. Vai cansar bastante, mas chega! Lembrando que tem que subir carregando mochilas com comida, água para 2 dias e roupa para passar uma noite acampando a 3600 metros, por volta de 0o C. Ah, atenção na hora escolher a agência, pois algumas já deixam as barracas/abrigos montados lá no acampamento, enquanto, em outras, você terá que carregar também a barraca e o equipamento para dormir. O motorista da agência passou no hotel às 8h. Depois da tradicional enrolação para pegar a galera nos hotéis, juntar com uma galera de outro ônibus, pegar guias, ouvir instruções, esperar não sei mais o que, enfim..., começamos a subida às 11h30. E chegamos no acampamento por volta das 16h, foram 4h30 de subida já contando as paradas. A parte mais inclinada e cansativa é no início. Felizmente, a trilha não fica exposta ao sol, está cheia de árvores. Aliás, me chamou a atenção a quantidade de árvores altas, nem parecia que você está chegando em um dos vulcões mais ativos do mundo! Deixei no canal o vídeo Cap VI‑5, mostrando como é a maior parte da subida até o acampamento. Estava um dia bonito, com bastante sol, mas, quando a gente olhava para o alto, não conseguia ver o topo do Acatenango, que estava encoberto com algumas nuvenzinhas perdidas. Eu pensava: “Só faltava chegar lá em cima e a vista para o Fuego estar toda encoberta...” Conforme íamos subindo, a vegetação foi diminuindo um pouco, mas grande parte do trajeto ainda era bem arborizado. Quando não chove, o solo vulcânico de lá é até bom para caminhar, nem é tão fofo, sem pedras pontiagudas etc. Seguimos caminhando. As nuvens no alto do Acatenango não tinham dispersado e, depois de muito subir, chegamos na camada das nuvens. Nesse trecho, até ameaçou cair umas gotinhas de chuva, tão de leve que nem precisou vestir a jaqueta impermeável. Atravessamos as nuvens e continuamos subindo. No final da subida, a vegetação fica bem menor e já não protege do sol. Felizmente esse último trecho é mais plano. Agora estávamos contornando o Acatenango, rumo ao acampamento-base. À direita fica o cume do Acatenango, que não estava todo encoberto. Mas à nossa esquerda, onde em breve estaria o vulcão Fuego, tinha uma camada de nuvens persistente que não deixava a gente enxergar nada praquele lado. Eu estava ficando cada vez mais preocupado, a previsão dizia que não ia ter uma nuvem sequer, e lá no alto, a gente estava rodeado de nuvens! O vídeo Cap VI‑6 é dessa parte final da subida. Estávamos quase chegando no acampamento, e eu era só preocupação.... Ainda havia uma esperança: vai que, do outro lado do Acatenango, a vista está melhor. E seguimos contornando o vulcão.... “Ni qui” chegamos no acampamento......, esta era a nossa visão: Figura VI‑21: Vista na chegada ao acampamento 🤡 🤡🤡Droga, não dava para ver nada! Muito menos o Fuego, que ficava tão pertinho (estávamos a apenas 3 km da cratera). Depois de 4h30 de caminhada, quase 1.5 km de altimetria, não deu nem para comemorar o final da subida. Depois de anos planejando essa viagem, era só que o que me faltava: chegar aqui tão perto e não conseguir ver o Fuego! O pior é que eu tinha planejado tudo certo, a previsão era a melhor possível, o dia tinha amanhecido bonito com pouquíssimas nuvens, mas, chegando no topo, estava com nuvem para caramba. É muito azar! Será que a previsão do mountain-forecast é tão ruim? Bom, só me restava esperar, já pensando em um plano B. Uma coisa era certa: se eu não conseguisse ver nada nesse tour, eu voltaria outro dia. Afinal, tinha deixado meu itinerário flexível para mudar os planos caso o tour do Acatenango “desse ruim”. Deixaria de ir em outros lugares e faria de novo o tour, ia pedir desconto na agência, tentaria não pagar de novo entrada no parque (até guardei o ticket!), mas não iria voltar para casa sem tentar ver de novo o Fuego. Perguntamos aos guias se era normal esse tempo nublado, mesmo sendo época de seca, e eles disseram que ali, no topo dos vulcões, era tudo muito imprevisível. Às vezes fecha tudo, às vezes abre, pode até chover do nada e depois clarear novamente.... Segundo eles, deveríamos esperar com alguma esperança porque o tempo ainda poderia abrir. Comentaram também que, na época de chuva, é bem mais complicado, muitas vezes o tempo fica fechado nos dois dias do tour. Já nessa época de seca, o tempo pode ficar fechado à tarde e abrir pela manhã do dia seguinte, ou abrir à tarde e fechar no dia seguinte, mas raramente fica fechado o tempo todo. Não sei se eles estavam sendo sinceros, ou era aquele papo otimista só para nos animar e dar um pouco de esperança, já que não tínhamos muito o que fazer, além de torcer para o tempo melhorar! E o tempo foi passando.... Já estávamos há uma hora lá no acampamento, e nada do tempo mudar. E o pior é que não dava para ver nem para ouvir nada do vulcão, nenhuma fumaça, nenhum barulho. Nem parecia que, a uns 3 kms de distância, tinha um vulcão ativo que entra em erupção umas cinco vezes por hora. Apreensivo, eu estava arrumando umas coisas na barraca quando o outro brasileiro da nossa excursão veio correndo me chamar: “Rafael, vem rápido, vem rápido”! “Ni qui” saí da barraca, vi as nuvens começando a se dissipar do nada e, num passe de mágica, eis que ele surge bem na nossa frente, o grande rei do pedaço: bem-vindo Vulcão Fuego!!! E, no primeiro minuto, boooom, a primeira erupção! Ufa, ele estava lá mesmo 🤣🤣🤣 . Figura VI‑22: Vulcão Fuego aparecendo Hora de aproveitar para tirar muitas fotos, afinal, não sabíamos quando tempo mais teríamos de céu aberto. Nessa hora, os guias começaram a falar para a gente se preparar para a caminhada até o Fuego. As agências oferecem (e geralmente cobram à parte) uma caminhada do acampamento-base até essa segunda “corcova” do Fuego (vide foto a seguir). O pessoal fala que esse trecho chega a 300 metros da cratera. Não me pareceu tão perto assim, acho que deveria estar a uns 500-600 metros, mas é beeeem mais perto que o nosso campo-base no Acatenango. A altitude é a mesma do campo base, uns 3600 metros, mas tem uma “descidona” do Acatenango e depois uma subidona do Fuego, deve dar uns 2 km (só a ida), com 500 metros de descida e 500 metros de subida. A trilha ainda tinha um trecho mais perigoso/exposto, é quando tem que passar por um tronco em um penhascozinho. Aproximadamente 1h30 para ir, e o mesmo tempo para voltar, cansativo para caramba, isso porque tínhamos acabado de fazer as 4h30 de subida! Figura VI‑23: Caminhada até a “corcova” do Fuego Teoricamente estava proibido fazer esse trecho da corcova do Fuego porque, na época, um mexicano não se contentou em ir só até onde os guias deixam e resolveu ir por conta e risco até a borda da cratera, postando um monte de vídeo no Youtube.... O turismo lá movimenta bastante a economia, e muitas pessoas dependem dele para viver. Elas ficaram “p da vida” porque, se acontecesse um acidente mais grave, o trekking poderia ser proibido. De fato, após o incidente com esse turista, o governo havia proibido a caminhada até a corcova do Fuego. Mas, naquele dia, os guias estavam liberando, e lá fomos nós! Nos preparamos rapidamente para o trekking extra, o grupo estava muito animado porque o clima tinha aberto. Eu achei melhor deixar a mochila de 40L no campo-base. Só peguei uma garrafa de água, bolacha e celular para levar nos bolsos, e resolvi levar a câmera DSLR pendurada no pescoço e um tripé na mão mesmo. Como iríamos voltar à noite, vesti as roupas de frio e começamos nossa descida lá pelas 17h. Detalhe, depois de uns 15 minutos descendo o Acatenango, lembrei que tinha esquecido de pegar minha lanterna de cabeça. Não ia ser nada divertido voltar no escuro sem a lanterna! Na hora, eu quis voltar para o acampamento para pegá-la, mas o espertinho do guia que estava atrás me enrolou, dizendo que o outro guia tinha uma lanterna reserva... Na boa-fé, eu acreditei. Na parada para descanso, perguntei para o outro guia se ele tinha uma lanterna reserva, e ele disse: “claro que não, só tenho a minha!” E ainda respondeu como se eu estivesse fazendo uma pergunta das mais idiotas... Na verdade, o outro guia só queria me convencer a não voltar para não atrasar o grupo. E conseguiu atingir esse objetivo, eu deveria ter voltado! Enfim, “guia-mala” sendo “guia-mala”, querendo ter o menor trabalho possível e cagando para você.... Pelo menos na volta, entre um “tropicão” e outro, usando só a lanterna do celular e aproveitando da iluminação das lanternas dos outros, eu consegui voltar sem maiores percalços. Mas logo nos primeiros 20 minutos, quando a gente ainda estava descendo a encosta do Acatenango em direção ao Fuego, o tempo foi fechando novamente. As nuvens foram se acumulando cada vez mais no pequeno vale entre os dois vulcões, até que, não tardou muito e começou uma chuvinha. Ainda bem que a terceira camada da minha roupa estava com impermeabilidade em dia e me protegeu bem da chuva. Protegeu, inclusive, a minha câmera que estava no pescoço por baixo da jaqueta. Depois de um rápido descanso, era hora de encarar a subidona até o Fuego, com chuva e tudo! Só nos restava ter fé e torcer para as nuvens se dissiparem (de novo) quando chegássemos lá em cima. Mas, em vez disso, a chuva aumentou para caramba. As partes mais arenosas da trilha estavam se transformando em lama, as partes com mais pedras estavam bastante escorregadias. Estava escurecendo, um frio do cão, não dava para enxergar um palmo na nossa frente. E, para piorar, começou a chover até granizo como se São Pedro tivesse decidido nos apedrejar! Que perrengue! Só nos restava seguir caminhando, e torcer para virada do tempo. E..., quando chegamos na corcova do Fuego...., não dava para enxergar absolutamente nada! O vídeo Cap VI‑7 é do exato momento que chegamos lá. Detalhe: o pouco que vocês conseguem enxergar no vídeo é o por causa do flash ligado do celular, e das lanternas. Ao menos tinha parado de chover granizo quando chegamos na corcova do Fuego; chovia só água mesmo, além da ventania e do frio. De vez em quando, dava para ouvir uma erupção, mas não dava para enxergar nada. O jeito era esperar para ver se o tempo melhorava (de novo). Acho que ficamos entre 30 minutos e uma hora lá em cima, não sei ao certo. Mais para o final, tivemos a sorte de ver pelo menos duas erupções quando as nuvens se abriram um pouquinho, o que nos permitiu ver essas erupções bem de perto. Foi incrível! Pena que não tive como fotografar. Até tentei tirar foto com meu celular, mas ele era muito ruinzinho. Com a chuva, não ia arriscar molhar minha câmera. Às vezes, as nuvens abriam um pouquinho a ponto de ver a lava deslizando pela encosta, como no vídeo Cap VI‑8 que eu fiz com o celular. As coisas estavam melhorando. Mais tarde, o tempo abriu um pouco mais, a chuva quase parou, e eu comecei a montar a câmera no tripé para tentar tirar uma foto. Mas, naquela escuridão, eu mal conseguia encaixar a câmera no tripé. Para “ajudar”, eu estava sem a minha lanterna de cabeça e bem nessa hora os guias resolveram que era hora de ir embora. Droga... Desencanei e comecei a guardar a câmera e o tripé. O pior é que, nessa hora, percebi que perdi a capinha de proteção da lente da câmera. Apesar do guia-mala querendo que eu fosse embora logo, fiquei rodando na corcova do Fuego, procurando a capinha, e nada... Maldição, não consegui nenhuma foto com a câmera, agora só faltava estragar a lente! O jeito era tomar muito cuidado voltando pela trilha escorregadia, na chuva, no escuro, com a câmera no pescoço e sem proteção alguma... Apesar de alguns tombos e escorregões, pelo menos a câmera (e eu) chegamos intactos no acampamento! No caminho da volta, quando estávamos mais ou menos no meio do caminho, finalmente parou de chover. Melhor que isso, parecia que as nuvens estavam sumindo. Estava tudo muito escuro, mas, quando ouvi uma erupção e virei para ver o Fuego, o céu tinha aberto completamente e já era possível ver o show dele explodindo lava vermelha pelos ares! E depois vieram muitas erupções, uma atrás da outra. Pelos gritos dos turistas vibrando, já sabia que era só virar para trás e ver o Fuego iluminando os céus da Guatemala. O céu tinha finalmente aberto, eu não via a hora de chegar no acampamento, arrumar a câmera e o tripé e tirar um monte de foto. Só faltava o tempo virar de novo nesses últimos 45 minutos de caminhada. Mesmo sem lanterna, apressei o passo, era o primeiro da fila e ainda ficava apressando o guia 🤣🤣🤣 . E, quando finalmente chegamos no acampamento, ufa, o tempo permaneceu limpíssimo! Infelizmente, tivemos azar com o tempo horroroso na corcova do Fuego: chuva, lama, frio, até granizo. Ainda perdi a capinha da câmera. Lá em cima, ainda conseguimos ver duas explosões bacanas. Pouco tempo depois, do nada, o tempo melhorou para caramba, teria sido incrível se tivéssemos ficado lá mais uns 30 minutos... Enfim, não era hora de ficar lamentando o tempo ruim, mas sim de aproveitar ao máximo o tempo bom! A maioria do pessoal foi descansar nas barracas, ou se aquecer na fogueira, mas eu não tive dúvidas, posicionei o tripé e fiquei esperando ansiosamente as próximas erupções. E que espetáculo, eram muitas erupções! Só parei de tirar fotos quando a janta ficou pronta, mas logo voltei para câmera. O resto do pessoal jantou, deu uma socializada e foi dormir. Mas eu só queria aproveitar cada minuto daquela noite mágica, não ia ter frio, cansaço, ou sono que ia me tirar de lá! A maioria das erupções era menor. Nessas fotos, com o zoom máximo da minha câmera (7,5x, não tenho lente tele), elas apareciam do tamanho dessa foto a seguir: Figura VI‑24: Vulcão Fuego (erupção menor) Mas, de vez em quando, ocorriam mega erupções, e era lava incandescente escorrendo por todos os lados! Dessa vez, eu já tinha visto uma boa quantidade de fotos e vídeos do Fuego em erupção, mas sabe aquelas coisas que você sabe que existe, sempre ouviu falar, viu fotos e vídeos, no entanto, quando vê ao vivo, a intensidade e a beleza ainda conseguem te surpreender?! Queria ver mais e mais. Eu acho que, naquela noite, peguei umas quatro mega erupções que “iluminavam” todas as encostas do Fuego com lava vermelha incandescente, realmente impressionante! E que espetáculo, era lava por toda parte, um dos espetáculos mais bonitos e grandiosos que a natureza pode oferecer!!! Figura VI‑25: Vulcão Fuego (erupção maior) Figura VI‑26: Lava para todos os lados! Passei horas testando ajustes, focos, tempos de abertura, zooms etc. Estava particularmente difícil acertar tudo. Sem as erupções, não dava para enxergar nada. Como a câmera estava com bastante zoom, precisava esperar uma erupção para conseguir visualizar e enquadrar o vulcão, e então, na próxima erupção, tentar ajustar o foco manual. Foi assim durante toda a noite: acontecia a erupção, mas o enquadramento estava ruim; corrigia o enquadramento... Mas o foco estava ruim; acertava o foco... Afastava o zoom e tentava capturar a lava escorrendo pelas encostas, aí bagunçava o enquadramento de novo... E por aí vai. Mais desafiador ainda era tirar foto comigo aparecendo... Precisava de muito zoom e, como o acampamento era na encosta do Acatenango, eu não tinha como ficar a uma distância razoável da câmera, e a chance de sair eu e o vulcão focados era praticamente zero.... Figura VI‑27: Tentativa de foto minha com erupção doo Fuego Fiz uns vídeos também. O vídeo Cap VI‑9 mostra o tipo de erupção mais “típica” que observei lá. Já no vídeo Cap VI‑10, eu capturei uma bela erupção, daquelas que jorrava lava para todos os lados. Naquela noite, foram umas 3 ou 4 com essa intensidade. Ao menos na minha câmera/lente, o vídeo não captou tanta luz quanto parecia ao vivo, mas já dá para ter uma boa ideia... As fotos, em compensação, com ajustes de abertura e tempo, capturam mais luz e às vezes saíam um pouco mais iluminadas do que a gente enxerga a olho nu. É pequena a diferença, eu diria que, na hora da erupção, a olho nu, fica mais parecido com a foto do que com o vídeo. Mas, na hora que a lava está escorrendo pela encosta, não fica tão iluminado quanto nas fotos, parece mais com o vídeo do que com as fotos. Outra coisa que chamava atenção era o delay era a erupção e o som! Como estávamos a 3 km de distância, a gente primeiro via as erupções e, uns 3 segundos depois, vinham os barulhões das explosões. Talvez nos vídeos que eu salvei no canal não dê para ver tão bem, mas tentem reparar. No começo do vídeo da erupção maior (Cap VI-10), a lava já está descendo a encosta quando o som da explosão chega no acampamento. Passei horas lá no frio assistindo àquele espetáculo; nem pensar em dormir. Eu sempre dizia para mim mesmo: “depois da próxima erupção animal, vou dormir”. Mas, acontecia uma nova erupção, e eu sempre arrumava uma desculpa “mental” para ficar mais um pouco: “ah, deixa eu fazer um vídeo na próxima”... “Vou conseguir mais uma foto boa e depois vou dormir”... “Deixa eu ver se consigo uma foto mais aberta”... “Uma comigo aparecendo”... É hipnotizante, a deusa Pele realmente me enfeitiçou! Só fui dormir quando acabou a bateria da câmera, lá pelas 2h da madrugada. Foi uma noite incrível, foram horas e horas hipnotizado, assistindo de “camarote” àquele espetáculo da natureza, em seu estado mais intenso. A grandiosidade da paisagem, o som das explosões, a lava “pintando” o Fuego inteirinho de vermelho – que experiência! Inesquecíveis aquelas mega erupções!!! Figura VI‑28: Sequência de uma bela erupção Vulcão Fuego: #imperdível Dia 4 -> Acatenango e Fuego No dia seguinte, lá pelas 4h da manhã, os tours fazem a subida até o cume do Acatenango (4000 metros). Não é um trecho tão longo, mas é bastante inclinado, saindo do acampamento até o cume dá quase 500 metros de altimetria. E o pessoal começa ainda no escuro para pegar o nascer do sol lá no topo. Demora mais ou menos umas 2h, dizem que é puxada a subida. Eu não quis nem quis saber do trekking. Acordei, montei o tripé e fiquei tirando mais fotos do Fuego. Uma linda camada de nuvens cobria a parte debaixo das montanhas, mas, felizmente, o topo dos vulcões estava limpinho. Pegamos mais umas duas erupções gigantes! Antes do sol nascer, ainda dava para ver o vermelho da lava, depois já não dava mais... Salvei no canal um vídeo de erupção de manhãzinha, enquanto ainda dava para ver a lava vermelha (Cap VI‑11). Do lado que estava o nosso acampamento, o lado do sol nascente, tinha uma linda vista do nascer do sol atrás do vulcão Água, aquele inativo que fica bem próximo à cidade de Antígua. Figura VI‑29: Vulcão Fuego antes do sol nascer Figura VI‑30: Sol quase nascendo Figura VI‑31: Sol nascendo atrás do Vulcão Água Na nossa excursão, havia um guatemalteco que tinha mais prática com drones. Ainda no escuro, ele pilotou o drone até bem perto do vulcão e o deixou posicionado, aguardando uma erupção enquanto a bateria durasse. Depois de duas baterias descarregadas, na última ele conseguiu pegar uma erupção bem legal com o drone. Como eu sou um piloto de drone bem meia-boca e com bastante medo de perder o aparelho, nem cogitei voá-lo à noite. E mesmo depois que o dia nasceu, o drone começou a reclamar que o vento estava muito forte e que eu tinha excedido a altitude máxima de projeto. Enfim, não tive coragem de mandá-lo para mais perto do vulcão, mas ainda peguei essa erupçãozinha legal (foto a seguir), e salvei um vídeo do nosso acampamento no canal (Cap VI‑12). As erupções de dia são legais também, mas são cinzas, não dá para ver aquela lava vermelha incandescente. Figura VI‑32: Vulcão Fuego de dia Pena que tudo que é bom dura pouco, era hora de arrumar a mochila e me despedir do incrível Vulcão Fuego. Depois do café da manhã, era hora de voltar. Descemos em 2h, muito rápido. Nas “descidonas”, tem que tomar cuidado para não machucar, frear era bem complicado e às vezes era melhor descer no embalo para frear nas partes mais planas. Ainda tinha uns trechos molhados na chuva na noite anterior, mas foi bem tranquilo, umas 11h já estávamos na estrada, esperando a vanzinha de volta para Antígua. Todo mundo cansado, mas com aquele sorrisão de orelha a orelha, valeu a pena cada músculo dolorido. No geral, foi uma noite inesquecível. Muita atividade, lava, e erupções magníficas! Poderia ter sido melhor? Sim, seria ainda mais incrível se o tempo estivesse aberto quando chegamos na corcova do Fuego... Mas tá tudo bem também, eu diria que todo aquele perrengue da corcova virou só mais uma história para contar. E a noite do acampamento foi perfeita: tempo aberto, muitas erupções, algumas incríveis, a uma distância bastante segura, e muita foto. Por fim, algumas dicas sobre o tour do Acatenango. No geral, as agências oferecem três refeições: almoço, janta e café da manhã do dia seguinte. No meu caso, as achei simples, mas boas. E lembrem-se de levar snacks e outras coisas para complementar. Pedem para levar pelo menos 4 litros de água, e recomendam uma mochila de 40 litros, para caber as refeições e roupa, porque de dia faz calor e à noite, lá em cima, a temperatura média é de 0oC. Eles alugam roupa de frio/montanha para quem precisar, e costumam oferecer porter para carregar as mochilas. Algumas agências têm o acampamento em um lado do Acatenango, lado do sol nascente, outras no lado do sol poente (menos agências). A diferença é que o trajeto para o lado do sol poente é um pouco mais longo. Acho que deve ter mais chance de pegar clima bom no nascer do sol, mas ambos devem ser muito bonitos. Na minha opinião, na hora de escolher a agência, o mais importante é você saber se você vai ter que carregar equipamento de camping ou não. Comparação Fuego e Monte Yasur (obs: retirei daqui, esse trecho não faz sentido nesse post/contexto, melhor ver no livro completo...) Antígua -> Panajachel Seguindo a viagem, após a descida do Acatenango, era hora de voltar para Antígua e seguir para Panajachel, à beira do Lago Atitlan. Depois de algumas enrolações, chegamos no centro de Antígua às 12h30. A logística não é o forte das excursões da Guatemala, tudo demora mais que precisava... O transporte coletivo também não é o forte da Guatemala. Entre as cidades principais, os ônibus são bons. Mas, entre as cidades menores, ou você vai pegando os famosos chicken-bus, que são mais baratos, mas tem muitas paradas, ou você vai com os shuttles/transfer que as agências organizam. São micro-ônibus cuja qualidade varia bastante, alguns são bons e outros são bem “zoados”, não são tão caros, mas a organização é bem tosca. Só consultando os hotéis e agências de viagem para saber os horários “regulares” dos transfers e se tem vaga disponível. De Antígua para Panajachel, eu sabia que tinha um transfer ao meio-dia e outro às 17h. Como não sabia o horário que eu estaria de volta do Acatenango, deixei para comprar o transporte quando chegasse. Não cheguei a tempo de pegar o das 12h, só sobrou o horário das 17h, o último do dia, mas eu fui nas agências do centro para tentar encontrar um transfer mais cedo. E, para minha surpresa, além de haver transfer mais cedo, todas as vagas nos transfers das 17h já estavam esgotadas! Minha última esperança era uma agência de turismo que eu achei pela internet. Vi que essa agência ainda tinha vaga e reservei meu transfer 17h. Eu estava aliviado por ter conseguido a reserva, mas também um pouco desconfiado se essa reserva era para valer, já que todas as agências do centro de Antígua não tinham conseguido a vaga. Para confirmar se estava tudo certo mesmo, mandei um WhatsApp para eles lá pelas 15h, mas não recebi resposta. Depois eu pedi para recepcionista do meu hotel ligar para eles, mas ninguém atendia. Então, vi que essa agência ficava a umas 8 quadras do meu hotel e fui lá pessoalmente para ter certeza que meu lugar estava confirmado. Era um lugar que tinha serviço de hospedagem, agências de turismo e transfer também. Falei que tinha feito uma reserva de transfer pelo site e tinha ido lá para confirmar se estava tudo ok. O pessoal achou meio estranho eu ir até lá só para isso, e perguntaram se eu tinha recebido o e-mail automático de confirmação. Eu mostrei que tinha recebido, e eles disseram que então estava tudo certo. Mais tranquilo, voltei para recepção do meu hotel e fiquei esperando o transfer chegar. Mas o tempo passou..., deu 17h, e nada do transfer chegar! Precisamente às 17h08, recebo uma mensagem no WhatsApp, respondendo àquela primeira mensagem pedindo confirmação que eu tinha mandado. Eles estavam perguntando de novo se eu recebi a confirmação por e-mail. Eu disse que sim, mandei print e também disse que eu tinha ido pessoalmente até a agência confirmar a minha vaga. E perguntei se o meu transfer estava chegando. Nessa hora, 17h10 (!), o cara manda mensagem dizendo que tinha falado com todos os transfers da cidade e não tinha conseguido nenhuma vaga para mim! Caramba, isso porque eu tinha ido lá pessoalmente perguntar se estava tudo certo. Então eu disse para ele: “Mas por que você não me avisou antes, quando eu fui até aí perguntar?” O cara disse que tinha pedido para secretária me informar (mas ninguém me avisou!), e que agora só tinha Uber ou Táxi para Panajachel!!! O táxi era uns quase 800 $QTZ (uns 120 $USD), o transfer que eu tinha reservado era 100 $QTZ. Que raiva! Se eu soubesse antes, pegava o chicken-bus até Chimaltenango e depois me virava até Panajachel. Mas agora já estava ficando tarde, correria o risco de não ter mais os chicken-bus até Panajachel. Minha vontade era mandar o cara para “PQP”! Mas enfim, apesar da vontade de mandá-lo para aquele lugar, eu só disse educadamente (em inglês): “ok, só lamento porque vocês não me informaram quando eu fui até aí perguntar se o transfer estava confirmado. Obrigado”. Eram umas 17h20, eu já estava pensando no prejuízo que seria o Uber ou o táxi até Panajachel quando o cara mandou uma nova mensagem de voz, dizendo que conversou com o motorista de um transfer e que teria surgido um lugar bem apertado entre o motorista e o passageiro. Seria um banco reclinável pequeno, até mandou foto no WhatsApp, e disse que caso eu não me importasse com o desconforto, eu poderia ir nesse transfer. Eu disse que não teria problemas, com certeza eu aceitava e, 17h25, o transfer passou para me pegar! Ufa, ainda bem que eu não tinha xingado o cara 🤣🤣🤣 ! Pelo menos ele correu atrás e deu um jeito. E o banquinho nem era tão desconfortável... No final, deu tudo certo. Aliás, isso foi uma coisa que eu percebi das agências, transfers e tours da Guatemala: é tudo mega bagunçado, mas o pessoal é esforçado e gente fina e, no final, acaba dando tudo certo. De Antígua até Panajachel são só 76 km, mas demorou 2h30, estradinha com muitas curvas e montanhas. Acabei saindo do Acatenango 11h da manhã e chegando quebrado em Panajachel umas 20h. Eu estava realmente quebrado, sem banho, tinha dormido menos de 2h no dia anterior, e ainda estava com um olho mega ferrado! A barraca do acampamento do Acatenango, onde faziam a fogueira e que servia de “restaurante”, acumulava muita fumaça e meu olho ficou mega-ultra-irritado. Quando cheguei em Panajachel, não estava conseguindo nem abrir o olho direito. Enfim, só consegui tomar um banho (com água bem fria graças ao chuveiro sem vergonha do hotel...), e desmaiar até o dia seguinte. Dia 5 -> Lago Atitlan - Panajachel Existem várias cidadezinhas simpáticas ao redor do Lago Atitlan, conectadas por barcos. Achei as principais cidades meio parecidas, e acabei escolhendo Panajachel pela logística: ficava mais perto de Antígua e mais ou menos no caminho para Xela, cidade onde eu pretendia ver o terceiro vulcão ativo da Guatemala, o Santiaguito. Meu plano inicial era passar só um dia em Panajachel, curtindo o Lago Atitlan, e depois ir para Xela. Porém, no transfer para Panajachel, eu já tinha decidido que não iria mais dormir em Xela. Estava meio de saco cheio dos transfers da Guatemala, as cidades não ficam longe, mas sempre demora muito para viajar entre elas, por isso resolvi passar duas noites em Panajachel e alugar um carro para fazer um bate e volta até o vulcão Santiaguito. O Santiaguito, o Pacaya e o Fuego são os três vulcões mais ativos da Guatemala. Dependendo da época, um pode ficar mais ativo que o outro. O Santiaguito também é estromboliano, com erupções um pouco menos frequentes que o Fuego, e é bem menos turístico. Assim como os “irmãos” Fuego/Acatenango, ele também fica ao lado de um vulcão bem alto e que não expele fumaça, mas é considerado ativo e perigoso, o Santa Maria, que, em 1902, teve uma violenta erupção, devastando grande área. Desde 1922, o Santiaguito vem crescendo na base da cratera da erupção do Santa Maria de 1902 por pequenas erupções e extrusões de lava, com magma de viscosidade mais alta, tornando-o mais perigoso. Nas minhas pesquisas anteriores, eu só tinha achado duas opções de tours para o Santiaguito. Um tour de meio dia que sobe só até um mirante do Santiaguito, localizado no vulcão Santa Maria, com saída apenas pela manhã. Infelizmente, não faziam no final da tarde, para tentar ver as erupções à noite. Dizem que esse trekking é bem leve, aproximadamente 1h30 de subida. A segunda opção é uma subida bem puxada até o cume do Vulcão Santa Maria, com pernoite lá. Durante a subida, passa-se pelo mesmo mirante do Santiaguito, mas do local do acampamento à noite, aparentemente, não dava para ver o Santiaguito em ação. Para essa viagem, planejei só o tour do mirante do Santiaguito de manhã, mesmo sabendo que não seria tão legal quanto o do Fuego. Mas, quando eu cheguei em Antígua, entrei em contato com algumas agências de Xela e descobri um terceiro tour chamado Santiaguito Crater Overnight. É um tour bem puxado, que sobe o próprio Santiaguito e passa a noite acampado lá no alto, aí sim, com a chance de assistir as erupções à noite. Mas precisava de 2 dias e eu só tinha tempo para fazer um bate-volta, optei pelo mirante do Santiaguito de manhã. Comecei o dia com duas missões “logísticas”: primeiro alugar carro para o bate-volta até o Santiaguito, e depois já deixar garantido o transporte até a cidade de Flores (daqui a dois dias). Depois do trampo que foi conseguir transfer para Panajachel, aprendi a lição. Nas agências de turismo de Panajachel, já consegui comprar de uma vez o transfer até a rodoviária da Cidade da Guatemala, e o ônibus noturno até Flores. Já o aluguel de carro... Descobri que simplesmente não existe aluguel de carro em Panajachel! Droga.... O pessoal até alugava aqueles Quad ou motos para fazer trilhas e passeios ao redor do Lago Atitlan, mas, locadora de carro, simplesmente não existia lá. A cidadezinha, apesar de bem turística, era menor que eu imaginava. Ainda pensei em negociar um transporte privado/táxi para o Santiaguito, mas ficaria muito caro, e o pessoal de Panajachel não fazia a menor ideia de como chegar lá. Infelizmente, fui obrigado a tirar o Vulcão Santiaguito do meu roteiro. Eu não queria deixar de conhecer os outros atrativos da Guatemala para ver mais um vulcão, durante o dia, que seria bem menos impressionante que o Fuego. Quem sabe um dia eu volto. Mas aí seria para tentar ver o Santiaguito à noite! Nessa viagem, preferi ficar dois dias no Lago Atitlan, que também tem bastante coisa para fazer. Panajachel, assim como a maior parte das cidadezinhas simpáticas à beira do Lago Atitlan, tem bastante artesanato, cultura local, restaurantes, além da bela vista do lago rodeado pelos três imensos vulcões (inativos). Além disso, tem bastante atividades esportivas à beira do lago, como caiaque, stand-up paddle, paraglider, bike, e muitos belos trekkings pelos vulcões e montanhas na região. Mas depois do Acatenango/Fuego, eu queria fazer algo mais leve, e a atividade que mais me interessou foi um cliff jumping na vila de San Marcos de La Laguna. Quanto aos passeios mais culturais, o mais tradicional faz paradas em algumas cidades, visitando uma fábrica local de tecidos e outra de tabaco. No entanto, outra atração cultural me pareceu mais legal: a cerimônia Maximon, em Santiago de Atitlan. Comecei a aproveitar o dia passeando em Panajachel. Fui direto para “praia”, curtir a bela vista do Lago Atitlan e seus três famosos vulcões inativos. O dia estava lindo, quase nenhuma nuvem no céu! Bem a nossa frente estava o Vulcão San Pedro, 3020 metros. Mais ao sul, à esquerda da foto, dava para ver o vulcão Toliman, de 3158 metros, com algumas poucas nuvens cobrindo o topo dele. Figura VI‑33: Lago Atitlan Nesse primeiro dia, eu fiquei procurando o terceiro vulcão.... Tinham várias montanhas altas ao lado do lago, mas me pareciam um pouco mais distantes. Só no dia seguinte, que amanheceu com menos nuvens, que eu desvendei esse mistério: o terceiro vulcão, Atitlan, 3535 metros, na verdade, estava logo atrás do Toliman! As poucas nuvens do dia anterior estavam encobrindo o Atitlan, essas fotos a seguir são do dia seguinte: Figura VI‑34: Lago Atitlan, no dia seguinte Figura VI‑35: Vulcão Toliman e Vulcão Atitlan Figura VI‑36: Vulcão San Pedro Salvei no canal um vídeo da vista do Lago Atitlan de Panajachel (Cap VI‑13). É muito agradável passar pelas ruas mais turísticas de Panajachel, cheias de artesanato, restaurantes, comidas de rua e turistas. Mas depois de uns 30 minutos tirando foto lá do centro e do Lago Atitlan, não tinha muito mais o que ver na cidade... As praias em si, pelo menos as perto do centro, não me pareciam muito legais para banho. Era hora de partir para as outras atividades ao redor do Lago Atitlan, começando pelo cliff jumping. Para circular entre as cidades à beira do lago é tranquilo, durante o dia tem barco a cada 30 minutos, que vai parando em todas as cidades. Custava 25 QTZ (~4 USD), preço justo, mas o problema, para variar, é a logística... Na verdade, o barco só sai quando tiver um número mínimo de pessoas. Então, se você der sorte de chegar e tiver um barco quase cheio, ele sai praticamente na hora. Senão, você senta lá e espera o barco encher. O cliff jumping ficava na cidade de San Marcos de la Laguna. De Panajachel até lá demorou uns 30 minutos, o barco parava em umas quatro vilas ao longo do percurso. Foi um passeio bem agradável, o lago estava bem calmo, passando por algumas vilas, hotéis, casas, algumas prainhas mais ajeitadas, algumas pessoas pegando sol, outras andando de caiaque, cenário bem bucólico. Chegando em San Marcos, fui tentar descobrir onde era o cliff jumping. Aliás, eu perguntava onde era o cliff jumping e ninguém entendia. Acho que o termo cliff jumping dá uma aparência bem radical, ou gourmetizado, especialmente depois daqueles campeonatos da Red Bull. Em San Marcos, eles chamavam o lugar de “trampolim” mesmo, bem menos glamoroso 🤣🤣🤣 . O trampolim está localizado no Cerro Tzankujil, um local com algumas trilhas bem tranquilas e estruturadas (dá para ir havaianas tranquilo…) contornando o Lago Atitlan. Em um trecho da trilha, eles construíram um trampolim de 12 metros de altura para quem quiser saltar no lago! Tem umas pedras na beira do lago que formam como se fosse uma escada natural, é bem tranquilo para sair depois. Eles cobram uma pequena taxa de entrada para quem vem de San Marcos, mas a estrutura é bem simples, com apenas um vestiário para trocar de roupa. Não tem onde deixar mochila, câmera etc., então, se estiver sozinho, vai ter que fazer amizade com algum turista lá e pedir para ele olhar suas coisas enquanto salta. Cheguei em San Marcos e segui contornando o lago, procurando o trampolim. Tinha pouca gente, o dia estava lindo e fazia um calor bem agradável por volta do meio-dia. Quando finalmente vi o trampolim..., caramba, que aflição! Nas fotos, não parecia tão alto, mas, na hora que chega naquela plataformazinha e olha para baixo..., são 12 metros, mas pareciam 100 metros 🤣🤣🤣 . No canal, salvei um vídeo só da vista da plataforma (Cap VI‑14). Figura VI‑37: Cliff Jumping no Lago Atitlan Primeiro fui dar uma olhada ao redor, ver o caminho para subir de volta. Fiquei enrolando, tirando umas fotos do lago, enquanto tentava criar coragem e me acostumar com a ideia de saltar.... Quando cheguei lá, não tinha ninguém saltando. Encontrei 2 dinamarqueses e fiquei conversando um pouco com eles. Eles já tinham saltado, falaram que o lago era bem fundo, que não tinha perigo e se ofereceram a tirar umas fotos minhas caso eu quisesse saltar. E...., depois de um bom tempo pensando seriamente em “arregar”..., tomei coragem e resolvi saltar! Foi bem bacana, salvei no canal o vídeo que os dinamarqueses fizeram do meu primeiro salto, Cap VI‑15! Detalhe: eu tinha levado uma GoPro para fazer vídeo saltando, mas, na hora que eu liguei, vi que a bateria estava descarregada. Droga, fiquei sem vídeos do salto com vista em primeira pessoa, ia ser bacana.... Aproveitando a boa vontade dos dinamarqueses, já fui pular de novo e pedi para que eles tirassem sequência de fotos, ficou bacana também: Figura VI‑38: Segundo cliff jumping Ué, e cadê as últimas fotos na hora do mergulho na água? Acertou quem percebeu que a sequência de fotos acabou antes de eu cair na água 🤣🤣🤣 . O salto dá muito medo, muito mais do que parece olhando as fotos, acho que estou ficando velho... Para mim, o segredo é não pensar muito, nem parar na plataforma: vai caminhando, de preferência rápido, e pula direto! Não pode dar tempo de pensar em nada, muito menos de “arregar”... Depois chegaram mais turistas, e eu fiquei só observando o pessoal tentando criar coragem para pular. Um monte de gente foi lá, ficaram um tempão, a maioria desistiu, até que duas pessoas foram. Enquanto eu estava lá, um americano que estava sozinho me pediu para fazer um vídeo dele saltando. O vídeo filmado de cima ficou bem bacana também, e eu resolvi pular mais uma vez. Mesmo depois de ter saltado 2 vezes, eu ainda estava com medo... Salvei o vídeo desse meu terceiro salto (Cap VI‑16), e também mais um vídeo de uma outra turista, que demorou umas 10 minutos, mas acabou saltando também (Cap VI‑17!). Foi muito divertido o cliff jumping, valeu a pena! Depois, fui conhecer o mirantezinho do Cerro Tzankujil, que tem uma bela vista das vilas pequeninhas aos pés do Vulcão San Pedro e das montanhas da parte oeste/norte do Lago Atitlan. Figura VI‑39: Vilas de San Juan e San Pablo Na volta para Panajachel, percebi que, mais para o final da tarde, o vento começava a aumentar e o lago ficava com mais ondas, bem menos confortável para andar de barco. Por isso, decidi deixar para o dia seguinte o aluguel do caiaque e a ida até Santiago conhecer o Maximon. Meu plano para o final da tarde era achar algum mirante perto de Panajachel, mas o tempo foi ficando cada vez mais nublado, até começou a garoar, então acabei desistindo da ideia. A vista mais bonita do lago deve ser do alto das montanhas e vulcões ao seu redor (nos transfers de ida e volta, deu para eu ter um gostinho). No final do dia, voltei para praia de Panajachel na esperança de ver um pôr do sol no lago. No entanto, as nuvens venceram, não teve pôr do sol, e assim acabou o meu dia conhecendo o Lago Atitlan. Eu achei o lago muito bonito, mas tinha visto algumas descrições como “o lago mais bonito do mundo”, etc. Achei um pouco exagerado. Pronto, falei 🤣🤣🤣 . Mas é bonito sim, bem bonito! Lago Atitlan: #valeapena Dia 6 -> Lago Atitlan - Maximon O dia amanheceu ainda mais bonito, então aproveitei para tirar novas fotos dos vulcões do lago, agora sem as nuvens no topo. Em seguida, fui atrás de um caiaque. Como o check-out do hotelzinho às 10h, eu teria que voltar antes disso se quisesse tomar um banho após a remada. Meu transfer para a Cidade da Guatemala saia às 16h30, , e de lá eu pegaria o ônibus noturno para Flores, então ainda ia demorar bastante até conseguir um banho. Próximo ao píer central de Panajachel, aluguei um caiaque e saí para remar. O lago estava bem calmo, mas o tráfego constante de barcos no píer gerava muitas ondas, que atrapalhavam bastante. Tinha que tomar bastante cuidado para “cortar” as ondas. Segui remando na direção sul, rumo à cidadezinha de Santa Catarina de Palopó. Como esperado, o começo próximo ao píer foi a pior parte, com muitos barcos transitando... Depois do píer, tinha uma praia urbana de Panajachel, que estava beeeeem cheia. Coloquei um vídeo no canal mostrando essa movimentação (Cap VI‑18). Não sei se estava acontecendo alguma celebração religiosa, o pessoal estava com umas roupas diferentes, tinha até uns cavalos na praia. Tinha muito movimento lá, e vários barcos também... Figura VI‑40: Caiaque no Lago Atitlan Figura VI‑41: Alguma movimentação na praia Figura VI‑42: Lago Atitlan e seus 3 vulcões icônicos Depois de passar o píer e essas praias mais urbanas de Panajachel, a remada ficou muito mais agradável. Quase não passava barco e encontrei umas praias de pedra bem calmas. Sem muvuca, algumas pessoas curtindo o sol, outras nadando. Muito agradável esse lugar! Salvei um vídeo dessa parte no canal também (Cap VI‑19). Daria para parar o caiaque, curtir a praia, ou até mesmo seguir mais contornando o lago, mas, como eu tinha o horário do hotel, resolvi voltar, para tomar banho e fazer o check-out. Depois de deixar as malas na recepção, fui pegar o barco até a cidade de Santiago de Atitlan para conhecer mais sobre o ritual Maximon. Ri Laj Mam, também chamado de Maximon, é uma divindade sagrada maia, venerada em algumas cidades da Guatemala. O início de sua adoração remonta à época que os espanhóis conquistaram a região dos maias, em 1524, segundo meu guia. Maximon, também conhecido como San Simon, me chamou atenção por alguns motivos. Primeiro porque é um exemplo de sincretismo religioso: uma mistura de tradições espirituais dos maias, com crenças espanholas, africanas e, mais tarde, católicas. Interessante como a cultura religiosa indígena não se perdeu por completo, mesmo com o cristianismo sendo a única religião permitida na Guatemala na época colonial. Em alguns locais da Guatemala, houve uma mescla do catolicismo com muitas crenças maias, resultando na adoração de alguns “santos” bem curiosos, como o Maximon. Outro motivo que me chamou bastante a atenção foi o ritual de adoração do Maximon, um tanto quanto inusitado. Maximon fuma, bebe e é mulherengo (apesar de ser, também, protetor dos casais)! Durante os rituais, o próprio Maximon fuma tabaco e bebe cachaça: o pessoal coloca cigarro e uma bebida alcoólica guatemalteca, “tipo” um licor, na boca do santo! Segundo o guia, o pessoal acredita que a mistura do fumo com incenso é o que faz ele realizar os desejos dos devotos, além de facilitar a comunicação entre o xamã e o Maximon. E a bebida oferecida é para relaxar o Maximon. Alguns dizem que a bebida também é para purificar, mas não entendi se para purificar o Maximon, o xamã, os devotos, ou todos eles 🤣🤣🤣 . Pelo que eu entendi, o xamã também bebe e fuma nos rituais (não tenho certeza se os demais devotos também). Os devotos do Maximon e peregrinos vão aos rituais fazer pedidos “normais”, aqueles que todo peregrino faz para seu “santo”: saúde, dinheiro, amor, proteção, emprego etc. Mas as oferendas que os devotos levam não poderiam ser outras: cigarros, bebidas, dinheiro (também levam velas, incensos e flores....). Segundo a Wikipedia, cada cidade acredita em uma origem diferente do Maximon. Algumas cidades acreditam que ele foi algum sábio ou um guerreiro antigo, mas lá em Santiago de Atitlan, me disseram que Maximon nunca foi um humano, sempre foi uma figura de madeira (efígie) criada pelos xamãs para defender os maias de feiticeiros do mal. Algumas versões dizem que o Maximon, às vezes, aprontava com os próprios moradores da aldeia que ele protegia. Uma vez os pescadores da vila estavam desconfiados de traição e, quando saíam para trabalhar, pediram a Maximon que vigiasse suas esposas. Mas acabou que o Maximon promoveu umas bebedeiras e acabou “pegando geral” as esposas dos pescadores! Os xamãs, então, deram um corretivo nele, quebrando seus braços e pernas, e Maximon então passou a fazer o trabalho corretamente e protegeu as pessoas da cidade do mal 🤣🤣🤣 . Que história! Realmente é um “santo” bem peculiar: mulherengo, mas também protege os casais. Ao contrário dos santos “típicos”, tem um lado bonzinho e um lado mais travesso. Fisicamente, o Maximon é uma efígie (como uma estátua) feita de madeira, que fica em uma confraria onde os devotos e peregrinos fazem suas oferendas e adoração. E quem realiza os rituais e “conversa” com o Maximon é um xamã. Além disso, o tempo todo tem dois guardiões tomando conta do Maximon. Cada ano a efígie do Maximon fica em uma casa diferente. Dizem que essa tradição surgiu na época que os maias tinham que esconder o Maximon dos espanhóis, que não aceitavam a adoração aos deuses/santos não cristãos. Atualmente, essa tradição continua, e todo ano tem uma semana sagrada em que a imagem é venerada nas ruas, antes de ser levada para uma nova casa de algum membro da confraria. As casas são bem simples, “tipo” as comunidades no Brasil. Para chegar lá, tem uns becos e vielas, mas é bem tranquilo e seguro. A efígie permanece exposta o ano todo para receber os peregrinos (e os turistas enxeridos...). Sem mais delongas, seguem as fotos da efígie do Maximon: Figura VI‑43: Maximon Reparem que tinha um maço de cigarro como oferenda, e a efígie estava com um charuto na boca! E tem várias gravatas, me disseram que você pode pegar uma gravata “benzida” se você colocar um dinheiro lá. Olha quanto dinheiro tinha embaixo das gravatas! Aquelas outras duas caixinhas de madeira que estavam vaziam costumam ter bebidas alcoólicas durantes as cerimônias. E reparem como ele, apesar de ter tronco de tamanhos similares aos humanos, tem uma perninha curta e braços cortados, quem mandou aprontar com os pescadores maias antigamente 🤣🤣🤣 ? Também me chamou a atenção que, junto com o Maximon, tinham imagens de santos católicos, cruzes e imagens de Cristo também. Figura VI‑44: Guardiões do Maximon na confraria Figura VI‑45: Devoção a divindades católicas também Antes da minha viagem para Guatemala, nunca tinha ouvido falar da devoção ao Maximon. Quando estava indo para o Acatenango, um guatemalteco e dois alemães comentaram sobre ele, e logo me interessei em conhecer melhor a história desse santo “loucão” em Santiago. Mas é importante destacar que Maximon não é adorado em toda a Guatemala. A maioria absoluta dos guatemaltecos é católica, e a adoração ao Maximon é restrita a algumas cidades habitadas pelo grupo étnico maia da região montanhosa da Guatemala. Mas enfim, voltando ao meu relato.... Quando cheguei de barco em Santiago de Atitlan, não sabia muito bem como conhecer o Maximon. Já no píer, alguns guias vieram oferecer passeios. O primeiro ofereceu um tour de 2h passando em uns quatro pontos turísticos de Santiago por 250 $QTZ (~32 $USD). Mas eu disse que só queria mesmo ir conhecer a confraria Maximon, e ele disse que cobraria 120 $QTZ. Achei caro, era só pegar um tuk-tuk até lá, mas foi bom para saber quais as opções para os turistas conhecerem o Maximon: eu poderia participar de uma cerimônia completa, ou só visitar a confraria e conhecer o Maximon. Para participar de uma cerimônia com um xamã, você tem que levar umas oferendas, como bebida e cigarro, e pagar umas taxas para participar e filmar. Sairia mais ou menos uns 300 $QTZ. Não ficou claro para mim como seria a cerimônia, se seria como uma “missa”, com várias pessoas reunidas em horários regulares, ou se seria apenas o xamã e alguns devotos fazendo suas oferendas e pedidos. Já a visita sem cerimônia poderia acontecer em qualquer horário. Para ver o Maximon, tem que pagar uma entrada de 15 $QTZ, mais 10 $QTZ para tirar foto, e, se quisesse fazer vídeo, 30 $QTZ. Como eu tinha pouco tempo, resolvi fazer só a visita até a confraria mesmo. Imagino que o ritual/cerimônia deve ser bem interessante também, quem sabe eu conheça em uma próxima. Agradeci ao primeiro guia pelas ofertas, mas achei caro... Logo chegou um segundo guia, oferecendo o mesmo “tour” até a confraria por 100 $QTZ, ainda caro. Eu mal disse “não” e já apareceu um terceiro guia, oferecendo a mesma coisa por 75 $QTZ, que também dispensei. Quando o quarto chegou, eu já estava de saco cheio e pensando em ser bem mal-educado para conseguir andar em paz em busca de um tuk-tuk.... Mas antes que eu fizesse isso, ele me disse que, ao contrário dos outros guias, era dono de um tuk-tuk e, por isso, me ofereceria o passeio para confraria mais barato. Ele pediu 60 $QTZ, fechamos por 50 $QTZ, e finalmente partimos para a confraria. A visita à confraria Maximon foi muito interessante. Depois o “guia” me deixou no centrinho de Santiago, que tem uma igreja bonita. Ao lado, tem uma pracinha e algum comércio e artesanato. Figura VI‑46: Tuk-tuk Figura VI‑47: Igreja de Santiago Ao contrário da outras vilas à beira do Lago Atitlan, Santiago já uma cidade meio grande. Dizem que tem mais de 60 mil habitantes, é a maior cidade à beira do Lago Atitlan. Se Panajachel e as outras vilas ao norte têm aquele centrinho charmoso, me lembraram um pouco a Praia da Pipa, ou Jericoacoara, cheio de restaurantes, artesanatos, pousadas; no centrinho de Santiago, tudo já era meio cheio e caótico, estilo 25 de março! Ok, eu exagerei um pouco... Mas andar pelo centrinho de Santiago acaba não sendo tão agradável quanto nas outras vilas. Por outro lado, dá uma visão mais real do dia a dia dos guatemaltecos. Acho que vale a pena ir até Santiago, conhecer o Maximon, mas, para quem for turistar no Lago Atitlan, acho que é mais legal ficar hospedado em Panajachel ou nas outras vilas menores ao norte do lago. De forma geral, as vilas têm belas vistas do lago, boas opções de mirantes e esportes outdoor, restaurantes, muitas lojinhas de rua, especialmente de roupas multicoloridas. Muito agradável passear pelas outras vilas ao redor do Lago Atitlan. Figura VI‑48: Muito comércio de rua Figura VI‑49: Lindas cores da Guatemala Depois de conhecer rapidamente o centrinho de Santiago, fui pegar logo o barco para Panajachel. E ainda bem que eu fui cedo, porque, na volta, demorou para caramba para encher o barco! Fiquei mais de 1h esperando, até que finalmente saímos rumo a Panajachel! Eu já falei que eu “adoro” a logística da Guatemala? De qualquer forma, deu tempo de pegar um almoço reforçado antes de voltar para o hotel e esperar o meu transfer para Cidade da Guatemala. Mas, quando esperava o transfer, apareceu um cara se apresentando como funcionário da agência de turismo, dizendo que eu iria pegar um transfer até Antígua e lá faria uma “conexão” para outro transfer até a Cidade da Guatemala. Achei bem ruim e reclamei, pois ninguém tinha me falado isso na hora da compra. Mas ele disse que não tinha mais vagas diretas para a capital e me garantiu que não teria problema porque eu chegaria em Antígua pelo menos 30 minutos antes do horário de saída da “conexão”. Achei bem zoado, mas fazer o quê, embarquei no transfer para Antígua. Só que, uns 45 minutos depois que o motorista saiu de Panajachel, demos azar e pegamos um mega congestionamento na estrada! Ficamos 1h30 praticamente estacionados. O trecho até Antígua que deveria demorar 2h, ia demorar 3h30... Perguntei ao motorista se ainda assim daria tempo de pegar o segundo transfer de Antígua para a Cidade da Guatemala (aquele que sairia 30 minutos depois na nossa chegada), e ele disse que não sabia dizer. Insisti na pergunta, mas ele desconversava.... Na verdade, eu e ele já sabíamos a resposta, claro que não daria. Já estava vendo a roubada, e comecei a pensar no plano B: ao chegar em Antígua, teria que pagar uns 300 $QTZ de táxi. Eu ia ficar bem pu☠️☠️ com o prejuízo, mas o táxi levaria cerca de 1h e ainda daria tempo de chegar na rodoviária e pegar o ônibus até Flores. O pior é que o pagamento é feito com a agência que contrata os transfers, não dava nem para eu pedir meu dinheiro de volta para o motorista. Eu estava xingando a agência de tudo que é nome, maldita hora que eles inventaram essa conexão em Antígua, quando, de repente, a uns 15 minutos de Antígua, o motorista do transfer me informou que arrumaram um transporte direto de Antígua para rodoviária da Cidade de Guatemala! Provavelmente o motorista estava mandando umas mensagens para o cara da agência, dizendo que não daria tempo de fazer a conexão em Antígua, e eles arrumaram um Uber para me levar até a Cidade da Guatemala. O motorista parou em um posto, encontrei o Uber e cheguei a tempo na rodoviária, ufa! O ônibus noturno para Flores era bem confortável. Marcado para sair às 21h30, acabou saindo umas 21h45, mas depois parou na frente de um shopping, que é “tipo” um ponto de parada dos ônibus ao norte da cidade, e ficou esperando não sei o quê por mais 45 minutos, não entrou um passageiro sequer.... Depois disso, finalmente seguimos viagem e desmaiei até Flores. É, pessoal, a logística da Guatemala é dureza. É outro ritmo, tem que ter paciência. Mas, pelo menos, o povo é muito simpático, e eles sempre dão um jeito de resolver o problema e te ajudar! Maximon: #valeapena Dia 7 -> Tikal O ônibus chegou em Flores lá pelas 6h, após uma jornada interminável de mais de 12h desde Panajachel. Peguei um tuk-tuk até meu hostel, e felizmente a dona me deixou fazer check-in mais cedo grátis, já que o meu quarto estava desocupado. Flores, localizada em uma pequena ilha no Lago Peten, é a melhor base para conhecer as ruínas de Tikal. O Lago Peten também é bonito, mas não é tão grande quanto o Lago Atitlan, nem rodeado por montanhas e vulcões. Infelizmente, eu não peguei um tempo bom em Flores; estava sempre chovendo ou bastante nublado. O lago estava tão cheio devido às chuvas que a água estava invadindo uma parte da rua "beira-mar". Ainda assim, é uma cidade bem bacaninha, tem alguma estrutura para turistas, uma igrejinha bonita, bastante pousadas, restaurantes e lojinhas. É agradável caminhar pela cidade, especialmente na beira do lago. Tikal é o mais famoso sítio arqueológico dos maias na Guatemala, que fica a 65 km de Flores. Eu fechei o tour no hotel mesmo, saindo às 8h. Só deu tempo de tomar um banho, não consegui nem tomar café da manhã, comprei uns pães na padaria e saí. Mas foi aquela logística típica dos tours da Guatemala, até juntar todo mundo, pegar guia, comprar entrada do parque, só começamos o nosso tour em Tikal às 10h. Os maias, ao contrário dos astecas e dos incas, não possuíam uma capital única, mas “cidades-estados” independentes que poderiam ser aliadas ou rivais, dependendo dos seus objetivos. Cada cidade-estado tinha sua própria administração, com crenças, línguas e costumes próprios. Existem ruínas maias espalhadas pelo México, Belize, Guatemala, El Salvador e Honduras. Tikal, uma antiga cidade maia, tornou-se um dos reinos mais poderosos da civilização maia, e ali foram encontradas imponentes estruturas de pedra, como templos, pirâmides, palácios e outras construções. Além das estruturas impressionantes, Tikal é famosa por sua localização em uma densa floresta tropical na Guatemala, conferindo ao local uma atmosfera mística e exótica. Apesar de suas estruturas mais antigas datarem do século IV a.C., Tikal atingiu seu apogeu entre 200 d.C. e 900 d.C. Nesse período, a cidade dominou grande parte da região maia política, econômica e militarmente, enquanto interagia com áreas da Mesoamérica, como a grande metrópole de Teotihuacán, no distante vale do México. Há evidências de que Tikal foi conquistada por Teotihuacán no século IV d.C. Tikal dominava as terras baixas dos maias, mas estava frequentemente em guerra com os vizinhos. Várias inscrições dão conta de muitas alianças e guerras com outros estados maias vizinhos, dentre os quais Uaxactun, El Caracol, Naranjo e Calakmul. Tikal foi um dos maiores centros populacionais e culturais da civilização maia. Já no século IV a.C., iniciava-se a construção de sua arquitetura monumental, mas as principais estruturas visitadas hoje provêm do período entre 200 d.C. e 850 d.C. Depois deste período, nenhum grande monumento foi construído, coincidindo com depósitos que comprovam a ocorrência de um incêndio em alguns palácios usados pela elite da cidade. Desse período em diante, iniciou-se o gradual declínio de sua população até seu abandono completo, por volta do século X d.C. Estudiosos estimam que, no seu auge, a cidade teria uma população entre 100.000 e 200.000 habitantes. O sítio apresenta centenas de construções antigas significativas, das quais apenas uma fração foi cientificamente escavada em décadas de trabalho de arqueologia. Os edifícios sobreviventes mais proeminentes incluem seis grandes pirâmides de plataformas (ou estágios) que apoiam templos nos seus topos. Elas foram numeradas geograficamente pelos primeiros exploradores e construídas no período mais recente, entre o século VII e o início do século IX. O Templo I foi construído ao redor de 695; seguido pelo Templo II, próximo a 700. O Templo III surgiu em 810, enquanto o maior deles, o Templo-Pirâmide IV, com cerca de 72 metros de altura, foi erguido em 721. Já o Templo V data de aproximadamente 750, e Templo VI, de 766. Esta cidade antiga também tem os restos de palácios reais, além de várias pirâmides menores, residências, estelas e monumentos de pedra. Em 2021, descobriu-se que aquilo que durante muito tempo se supôs ser uma área de colinas naturais próxima ao centro de Tikal era, na verdade, um bairro de edifícios em ruínas que foram projetados para se parecerem com os de Teotihuacán. Há até mesmo um edifício que parece ter sido uma prisão, originalmente com barras de madeira nas janelas e portas. E há também vários estádios de jogo de pelota maia. O nome "Tikal" quer dizer "lugar de vozes" ou "lugar de línguas" na língua maia, mas foi um nome dado recentemente, quando as ruínas foram descobertas. Os guias batem palmas em algumas praças para demonstrar que o local parece fazer um eco diferente mesmo, por isso o nome Tikal. Baseado nos hieróglifos, acredita-se que os nomes antigos da cidade poderiam ser Mutal ou Yax Mutal, que significaria "pacote " ou "pacote verde", e talvez, metaforicamente, "primeira profecia". Bom, quando vou visitar esses sítios arqueológicos, eu sempre fico na dúvida se vale a pena ou não pegar um guia. Apesar de eu não gostar muito de andar com grupos, se o guia for bom, vale a pena; se não, é um martírio... O problema é saber se o cara é bom com antecedência. Em Tikal, com o tour durando umas 3h/4h, achei melhor pegar um guia pois o lugar é bem grande, eu estava cansado e não tinha pesquisado nada. E também porque custava só 30 $QTZ... Mas o guia era daqueles que falavam muito..., demais mesmo! O pior é que ele ficava falando muito no começo, quando ainda não tínhamos visto ruína nenhuma e estávamos ansiosos para ver alguma coisa interessante. Mas o guia parava e falava, falava, falava.... O cara falava tanto, sobre um monte de coisa pouco interessante que, quando ele começava a falar algo útil, eu já estava fazendo outras coisas e tirando fotos. Fora o inglês belizenho-caribenho meio complicado para entender. Enfim, não acho que tenha valido muito a pena. No entanto, eu reconheço que o cara tinha muita informação e conhecia bastante do lugar, aqueles que gostam de saber tudo nos mínimos detalhes, vão gostar. E ele passou informações interessantes sobre técnicas de construção maias, que usavam limestone (que, segundo o tradutor, é calcário). Ele falou um pouco da fundação e que eles usavam o mesmo material retirado do solo, tratando o limestone para “cimentar” as pedras, algo assim. Ele também explicou que, depois que contato com Teotihuacán, mudaram a técnica de assentar os tijolos para algo mais consistente. E que eles iam construindo os templos por andar, algo a ver com rei, algo a ver com chegar mais perto dos deuses, não lembro direito. A primeira parte interessante que visitamos é chamada Acrópole Central, onde viviam parte das elites de Tikal. Lá, o guia nos mostrou como seriam os quartos, banheiros, cozinhas e até um suposto trono nas pedras, dando uma boa ideia de como seria a casa dos antigos maias. Figura VI‑50: Acrópole Central Depois de uma curta caminhada, chegamos na Gran Plaza, o local mais importante de Tikal. Os destaques são os dois templos, Templo I, também conhecido como Templo do Jaguar, e Templo II, também conhecido como Templo das Máscaras. O guia explicou algumas coisas sobre a construção das duas pirâmides principais da praça, Templo I e Templo II. Um foi construído apontando para o outro, alinhados em alguma direção que tinha a ver com a astrologia e calendário. As fendas de um templo alinham nos solstícios, a janela do outro templo seria para ver a lua. O Templo I ficou conhecido como Templo do Jaguar já que, dentro dele, foi encontrada uma representação de um rei montado num jaguar e, na tumba do rei Jasaw Chan K’awii, peles do animal. O Templo II foi construído pelo mesmo governante Jasaw Chan K’awiil I, em homenagem a sua esposa. No seu topo (é possível subir nesse templo), tem uma viga esculpida com uma máscara mortuária que acreditam ter sido da esposa de Jasaw Chan K’awiil I, por isso ficou conhecido com o templo das máscaras. A Gran Plaza também tinha várias estelas. Os maias de Tikal cultuavam 14 deuses do bem e, também, uns nove deuses do mal! Segundo o guia, assim como faziam oferendas aos deuses do bem, os maias também faziam oferendas para os deuses do mal, para evitar que eles causassem desgraças, claro. Espertinhos esses maias, hein? 🤣🤣🤣 . Entre os templos I e II, ao norte da Gran Plaza, fica a Acrópole Norte, que era o mausoléu dos nobres de Tikal. Muitas tumbas e oferendas foram encontradas no local, com imagens dos reis nos mausoléus. Uma imagem interessante tinha a figura do rei cheio de plumas, o guia explicou que eles associavam aves a algo divino, alguma simbologia com a figura do rei sempre no topo. Figura VI‑51: Templo I, o Templo dos Jaguares Figura VI‑52: Templo II, o Templo das Máscaras Figura VI‑53: Gran Plaza, vista do alto do Templo II Figura VI‑54: Acrópole Norte Figura VI‑55: Imagem de rei com plumas Salvei um vídeo da Gran Plaza no canal, vista do alto do Templo II (Cap VI‑20). Seguimos caminhando e passamos pelo Templo III, que está quase todo coberto de vegetação, só dá para ver o seu topo. A melhor forma de avistá-lo é do topo do Templo IV. Mesmo com os trabalhos de restauração, os guias dizem que 80% das estruturas foram engolidas pela floresta. Em vários trechos caminhando pelo parque, o guia mostrava o que parece ser uma pequena colina, mas que, na verdade, era uma construção maia que ficou encoberta pela floresta. Logo chegamos no Templo IV. Com seus 72 metros de altura, é o mais alto do mundo maia e famoso por proporcionar um lindo nascer do sol em Tikal. Apesar do Templo IV ser o mais alto, apenas o seu topo é visível, todo o resto do templo também foi tomado pela terra e pela vegetação, meio engolido pela floresta. No entanto, foram construídas escadas permitindo alcançar o seu topo. Lá do alto, tem-se uma linda vista do topo dos outros templos e da exuberante floresta que parece não ter fim. Figura VI‑56: Templo III (à direita), Tempo I e Templo II A Acrópole Sul, também chamada de Mundo Perdido, é a parte mais antiga de Tikal. Enquanto a Gran Plaza foi construída por volta de 600 d.C., essa parte data dos primeiros séculos depois de Cristo. Subimos uma pirâmide que tinha apenas algumas de suas faces restauradas. Também gostei muito da vista lá do alto, que rendeu fotos bonitas, especialmente com o lindo céu azul. Quem vê as fotos com esse céu lindo nem imagina o mega pé d'água que tomamos 10 minutos antes! Alguns guias fazem uma distinção entre os “templos” e as “pirâmides”, apesar de, teoricamente, os templos também ficarem no topo de construções piramidais. Diferente dos templos, as pirâmides de Tikal são mais quadradas, tem a base maior e escadarias nas 4 faces. Teoricamente, os templos eram lugares de cerimônias religiosas, e depois serviam como cemitério para alguns nobres. Já as pirâmides seriam mais para observação astronômica, para controlar o tempo/calendário. Depois da pirâmide, ainda fomos conhecer o Templo V, que achei o mais bonito e o mais bem conservado. No caminho de volta, passamos ainda pelo edifício Teotihuacano, que não é muito imponente, mas chama atenção pelos detalhes com imagens de Tlaloc, deus da chuva e da água, mas vou falar mais dele na minha viagem do México. Figura VI‑57: Pirâmide na Acrópole Sul Figura VI‑58: Templo IV, visto da pirâmide Figura VI‑59: Templo V Figura VI‑60: Edifício Teotihuacano No total, foram 4h conhecendo Tikal. O lugar é muito grande, em 4h, acabamos não conhecendo todas as áreas, como a zona norte e o Templo VI, mas conhecemos o principal... Durante nossa visita, o clima estava doido. Em alguns momentos, fazia um baita calor, mas também choveu forte em dois momentos e tivemos que ficar um tempão esperando a chuva passar. Depois, almocei por lá mesmo, saímos de Tikal por volta das 15h e quando chegamos em Flores, estava nublado e chovendo. Muito cansado, só dei uma voltinha no centro, jantei e finalmente tive uma bela noite de sono para tirar o atraso. Tikal: #imperdível Tikal versus Chichen Itza Figura VI‑61: Chichen Itza, México Uns 10 anos antes, eu tinha ido a Chichen Itza, outro sítio arqueológico dos maias. Localizada na Península de Yucatan, México (próximo a Cancun), Chichen Itza foi eleita uma das 7 maravilhas do mundo moderno. Como minha visita já faz muito tempo, não lembro tantos dos detalhes, mas lembro que a pirâmide de Chichen Itza, chamada Templo de Kukulcán, me pareceu mais bonita do que as de Tikal. Os patamares, os detalhes nas fachadas, no topo, as serpentes, tudo bastante restaurado. Em algumas faces, as pedras estão bem alinhadas e perfeitinhas (às vezes, até demais....), já em outras faces é possível notar alguma erosão. Não sei se Chichen Itza foi melhor/mais restaurada, ou se simplesmente resistiu mais ao tempo, mas, de forma geral, suas construções estão mais bem conservadas que Tikal. Os templos de Tikal são maiores em altura, o Templo V tem 57 metros de altura, enquanto a pirâmide de Chichen Itza tem 30 metros. Os templos de Tikal parecem mais “finos” e esticados, não tem escadaria nas 4 faces, enquanto a pirâmide de Chichen Itza tem a base bem mais larga e escadaria nas 4 faces. Assim como Tikal, Chichen Itza possui características arquitetônicas que simbolizam os conhecimentos avançados dos maias em astrologia e calendários. Muito legal também essa simbologia: a pirâmide foi projetada para criar sombras triangulares durante os equinócios, criando uma impressão de uma serpente descendo a pirâmide ao fim da tarde. O sitio arqueológico de Chichen Itza é menor e tinha muito movimento, muitas excursões, muito ambulante, tudo meio calçado ou com terra ou grama/vegetação baixa. Ou seja, não tinha muita mata e floresta. E tem bem menos construções em quantidade que Tikal. Em compensação, as construções de Chichen Itza costumam ser maiores em tamanho/área, como a pirâmide, o campo do jogo de pelota maia, um local que tinha um mercado, colunas e templos. Também não sei se restauram mais ou se eram maiores mesmo... Chichen Itza foi totalmente limpa na década de 1930, hoje tem tudo catalogado e muito bem explicado. Já Tikal é muito mais amplo em termos de terreno, com atrações mais espalhadas e ainda tem muita coisa não escavada. Tikal desperta muito a curiosidade! Suas ruínas parecem sempre esconder algo, estejam elas envoltas pelas neblinas do amanhecer, ou cobertas por floresta tropical. Em Tikal você pode subir em alguns templos através de algumas plataformas (antes podia subir no templo mesmo), e o ambiente é repleto de vida: animais, aves, macacos, quatis e muitas árvores. Muitas construções ainda não foram restauradas ou estão cobertas de terra e vegetação, florestas crescendo por cima das ruínas, como se a cidade abandonada estivesse sendo lentamente engolida pela natureza. Todo esse ambiente dá um clima mais de contato com natureza, enquanto Chichen Itza tem um jeitão mais de cidade ou de “parque temático” arqueológico... Para sair de cima do muro, acho que eu gostei um pouco mais de Tikal, mas os dois são incríveis, vale a pena conhecer os dois! Dia 8 -> Flores -> Lanquin Como eu já sabia da confusão de transfers da Guatemala, quando eu reservei o hotel em Flores, já garanti uma reserva no transfer de Flores até Lanquin, a cidade-base para conhecer Semuc Champey. É um trajeto muito demorado, a estradinha tem muita curva, e só tinha um horário de transfer por dia, saindo de manhã. Perde-se um dia inteiro só fazendo esse translado, saí às 8h de Flores e cheguei às 17:h20 em Lanquin. Me chamou a atenção que, na hora de sair, o cara do transfer toda hora contava os passageiros e parecia que faltava um atrasadinho. Ficamos uns 30 minutos esperando, o cara fazendo ligação/WhatsApp, mas no final acabou saindo só quem já estava lá, ninguém entendeu nada... Nas estradas da Guatemala, o pessoal vai de carona aonde der, sempre cabe mais um! Vai gente em qualquer canto, e não refiro apenas a ônibus lotado. Nas estradas, via tuk-tuk carregando famílias inteira (famílias com 4 filhos ou mais), moto com 3 pessoas, vi uma turma entrando na caçamba de um caminhão chiqueiro com os porquinhos, vi guatemalteco viajando no teto do Chicken bus... Mas o que mais me chamou a atenção foi que muita gente, inclusive famílias com bebês, viaja na caçamba das picapes. Até na principal rodovia do país, a Rodovia Panamericana, vi famílias inteiras na viajando na caçamba! É o famoso jeitinho guatemalteco “coração de mãe”, sempre cabe mais um...Essa foto foi no caminho para Lanquin. Figura VI‑62: Galera na caçamba Figura VI‑63: Tem um filho no meio do casal na moto.... E, por falar em moto..., uma coisa que eu percebi no interior é que quase ninguém usa capacete. O próximo vídeo salvo no canal, Cap VI‑21. Eu gravei em Panajachel, mais para ver os Chicken bus e os tuk-tuks, mas reparem nas motos que passam depois dele. Para cada 4 motos que passavam, apenas uma tinha gente de capacete! Mas as máscaras de covid, os motoqueiros usavam 🤣🤣🤣 . Nessa viagem para Lanquin, um motoqueiro me chamou a atenção, pena que não tirei foto. Ele estava andando de moto sem usar capacete, mas tinha um capacete amarrado na garupa da moto, não era por falta de capacete que ele andava sem... Justiça seja feita: na capital Cidade de Guatemala, quase todo mundo usava capacete. Enfim, só fui chegar em Lanquin depois das 17h. Lanquin é uma cidade muito pequena mesmo. A cidade em si só tem algumas lojinhas que vendem comida, um único restaurante mais turístico, e por isso os poucos hotéis e hostels acabam tendo uns restaurantes mais turísticos e bares. O pequeno centrinho de Lanquin só tem um pouco de comércio local. Foi bacana para conhecer como é uma cidadezinha mais típica (quase “não turística”) do interior da Guatemala. Salvei 3 vídeos no canal circulando por Lanquin (Cap VI‑22, Cap VI‑23 e Cap VI‑24). E olha a cerveja vendida na Guatemala, não confundir com Brahma, hein 🤣🤣🤣 : Figura VI‑64: Cerveja Brahva Figura VI‑65: Lanquin Mas quando eu cheguei em Lanquin, tive uma péssima notícia. O brasileiro que eu tinha conhecido no Acatenango chegou lá um dia antes e me mandou um zap dizendo que Semuc Champey estava “zoado”! Semuc Champey é um rio pequeno que passa em um vale e forma umas piscinas naturais bem bonitas, com água cristalina e bem clarinha, mas, por causa das chuvas, o rio estava muito cheio e Semuc Champey estava todo marrom e barrento. Quando cheguei no hotel, o cara da recepção me confirmou que Semuc Champey estava “sujo” mesmo! Que raiva, gastei um dia inteiro para vir até aqui, vou gastar outro dia inteiro para sair, chego aqui e descubro que o rio estava zoado. Como diriam uns amigos “das antigas”... “perdeeeeeu”! Para mim, depois dos vulcões ativos, essa seria a principal atração da Guatemala. Deixei de conhecer um monte de coisas, como o Vulcão Santiaguito, vir até aqui. Que derrota! E para piorar, em Lanquin não tinha mais quase nada para fazer. Mas já que eu estava aqui e não tinha mais o que fazer..., tá no inferno, abraça o capeta. No dia seguinte, eu ia ver Semuc Champey “sujo” e barrento mesmo! Dia 9 -> Semuc Champey Conversando com o pessoal da recepção do hotel, me disseram que é super raro Semuc Champey ficar com as águas barrentas. Mesmo na época de chuva, era muito difícil “sujar” o rio. No dia anterior, eles mencionaram que, se não chovesse à noite, Semuc Champey até poderia estar bom no dia seguinte. E naquela noite só deu uma garoa de leve, nada de chuva forte. Não sei se eles falaram isso só da boca para fora, para tentar me animar quando viram a minha cara de velório, ou se eles realmente acreditavam naquilo... Enfim, amanheceu bem nublado, mas pelo menos não estava chovendo. “Bora” ver Semuc Champey marrom! Depois do café da manhã, fui procurar o transporte de Lanquin até Semuc Champey. A chegada até Lanquin atualmente está toda asfaltada, mas, para Semuc Champey, não. E adivinha como era o transporte? Umas picapes para galera ir na caçamba, como aquelas que eu via em todas as estradas da Guatemala 🤣 . Algumas eram mais modernas, outras cobertas com lona, algumas com banquinhos, “tipo” versão miniatura daqueles caminhões jardineiras que tínhamos no Brasil. Mas a maioria só tinha essas estruturas metálicas em volta pelo menos para o pessoal não cair. E lá fui eu para caçamba de uma delas. Obviamente que, como todo guatemalteco, o cara do transfer lotou a caçamba da picape. Quer dizer, para mim, parecia lotado, mas toda hora o cara parava e subia mais um 🤣🤣🤣 . São 9 km de Lanquin até lá, e demorou 45 minutos. Balançava para caramba! Mas, para quem tinha acabado de voltar de uma viagem de carro no Jalapão na época de chuva, essa estrada parecia uma Autobahn alemã... A maioria era estrada de chão, mas já tinham alguns trechos asfaltados ou com calçamento nas subidas. Foi divertido, também salvei dois vídeos no canal do transporte até Semuc Champey (Cap VI‑25 e Cap VI‑26). Figura VI‑66: Transporte para Semuc Champey Figura VI‑67: É “nóis” na caçamba.... Quando chegamos na ponte antes da entrada do parque, vi pela primeira vez o Rio Cahabón, que estava muito cheio e completamente marrom. Figura VI‑68: Rio Cahabon Não dava para dizer que eu não imaginava que o rio estaria todo marrom, mas, no fundinho, a gente sempre tinha uma gotinha de esperança de chegar lá e ser surpreendido... Que pena. Já estava lá mesmo, paguei o ingresso e fui conhecer Semuc Champey. Primeiro o pessoal costuma seguir até um mirante natural, e depois ir até as piscinas naturais. É uma subida não muito difícil, uns 30 minutos com passarelas, escadas, corrimãos ou cordas, bem estruturada. E, “ni qui” eu cheguei lá no mirante...: Figura VI‑69: Semuc Champey Figura VI‑70: Primeiras piscinas Figura VI‑71: Surpreendido (positivamente!) É, galera, “deu bom”!!! Quem diria, Semuc Champey estava lindo! Boa parte das piscinas estava azulzinha. Também salvei um vídeo do mirante, Cap VI‑27. No hotel, o funcionário estava me falando que o problema de “sujar” Semuc Champey ocorria quando “o rio enchia as piscinas”, mas eu não entendia direito o que ele estava falando. Chegando lá eu fui entender. Na verdade, aquele rio que estava marrom é um rio grande, chamado Cahabón. No trecho de Semuc Champey, ele afunda, entrando em um túnel subterrâneo por uns 300 metros, e some completamente! Na superfície desse trecho, onde o rio Cahabón afunda, se formam diversas piscinas azulzinhas, que, na verdade, são alimentadas por outros afluentes do Rio Cahabón. São as águas que descem das montanhas que formam as piscinas naturais de Semuc Champey, e após 300 metros de piscinas, vão se encontrar com o rio Cahabón em uma última queda d’água! Agora entendi o que o funcionário do hotel quis dizer: se o rio Cahabón estiver muitíssimo cheio, ele transborda e parte da sua água entra na região das piscinas, sujando tudo. Era isso que tinha acontecido no dia anterior! E não é que a noite sem chuva fez o rio diminuir um pouco o volume, o suficiente para não transbordar mais e voltar para caverna?! Figura VI‑72: Rio Cahabón “sumindo” Depois do mirante, descemos para ver as piscinas naturais de perto. Tinha muita lama em todo o caminho para subir e depois descer do mirante. Ainda assim, se estiver de tênis, é bem tranquilo. A explicação química da formação dessas piscinas, eu vi nos relatos do Mundo por Terra (Ref. 31😞 as águas de Semuc Champey são ricas em bicarbonato de cálcio e, quando esquentam, produzem carbonato de cálcio, cujos cristais se aderem aos micro-organismos da água e se precipitam. Assim vão consolidando os terraços onde estão as piscinas! Durante o dia todo, o clima ficou nublado. Até ameaçou abrir um solzinho, mas não abriu... Lá tem alguma estruturazinha de vestiário para se trocar e alguns lockers para deixar mochila, a dica é lembrar de levar cadeados para nadar despreocupado. Estava uma temperatura agradável para caminhar, uns 23oC, eu até tinha levado roupa de banho e cadeado..., mas achei meio frio para nadar e refuguei (a lá Baloubet du Rouet nas olimpíadas de Sydney 🤣). Fiquei mesmo só admirando as piscinas, foram muitas e muitas fotos! Figura VI‑73: Primeiras piscinas, mais azuis Figura VI‑74: Piscinas do final, mais verdes Figura VI‑75: Semuc Champey se juntando ao rio Cahabon Salvei 3 vídeos no canal, do rio Cahabon “afundando”, das primeiras e das últimas piscinas de Semuc Champey (Cap VI‑28, Cap VI‑29 e Cap VI‑30) Além do parque nacional com as piscinas, do outro lado do rio Cahabón, tem uma área particular que não tem vista para as piscinas, mas tem alguns outros atrativos. Pelo que eu tinha pesquisado, tem uma cachoeira e um tubing (descendo de boia pela correnteza do rio), mas o passeio principal é uma caminhada pelas cavernas do rio Cahabón, naquela parte que passa por baixo de Semuc Champey. Precisa de calçados adequados, de preferência sapatilhas aquáticas se não quiser andar com seu tênis no rio. Mas, como o volume do rio estava muito grande, não estavam oferecendo nem o tour da caverna, nem o tubing nesse dia. Achei Semuc Champey muito bonito! Seguramente, não foi o dia que as piscinas de Semuc Champey estavam mais cristalinas e bonitas. Algumas estavam mais azuis, outras um pouco mais verdes, outras mais barrentas e menos transparentes. Certamente não estava tão azul-turquesa como nas fotos da internet. Mas, para quem estava achando que ia ver tudo marrom e que tinha dado muito azar, “deu bom”, ficou aquela sensação de copo meio cheio. Semuc Champey: #imperdível Dia 10 -> Lanquin -> Cidade da Guatemala -> Cidade do México Meu voo era às 18h, então acordei muito cedo para poder chegar à Cidade da Guatemala a tempo. Precisava pegar um transporte local de Lanquin até Coban, cidade maiorzinha da região, e de lá um ônibus até a capital. Nos dias anteriores, estava difícil descobrir qual horário mais cedo do transporte de Lanquin para Coban. No meu hotel, me falavam uma coisa, na pracinha central, uns caras do transporte falavam outra, na vendinha em frente ao ponto, mais uma versão.... Eu já falei que a logística na Guatemala é complicada?... Descobri que quem faz esse transporte, na verdade, são moradores locais. Não existe uma empresa de transporte pública ou privada propriamente dita. Eles saem no horário que quiserem e fazem o trajeto que desejarem. Normalmente há uma van saindo às 8h, outra às 9h, algumas mais cedo, mas não tinha horário fixo. O pessoal sabe mais ou menos quando tem demanda, e vai saindo mais ou menos de hora em hora. Por isso que cada pessoa que eu perguntava tinha uma resposta diferente... Esclarecida a confusão, o cara do hotel me recomendou estar na bifurcação na saída de Lanquin às 5h da manhã, pois deveria ter alguma vanzinha passando. Saí às 4h30. Detalhe: como na cidade não tem estrutura turística, os hotéis geralmente tem bar e música, e ficam até altas horas. Naquela noite, teve música alta no meu hotel até 1h da manhã, não dormi nada. Parecia que a caixa de som estava dentro do meu quarto, que inferno... Lá pelas 5h, eu estava indo para o cruzamento da saída de Lanquin quando passou um micro-ônibus recolhendo pessoas, obviamente pegando o máximo de gente possível. Confirmei que ele estava indo para Coban, e finalmente peguei meu primeiro transporte coletivo na Guatemala. Mas fiquei triste quando vi que não era o tradicional Chicken bus... Era uma vanzinha “véia” para umas 23 pessoas (já incluindo aqueles miniassentos dobráveis, bem trevas). Quando eu entrei, tinha umas 10 pessoas, mas em dez minutos circulando lotou. E, na saída de Lanquin, devia ter umas 30! Sim, a lotação era 23 pessoas...., quatro caras e o "cobrador" estavam indo em pé, uma criança no colo, e outra sentada em cima capô do motor ao lado do motorista. Ao longo do caminho entre Lanquin e Coban, algumas pessoas desceram, outras iam subindo, e assim seguia os transportes guatemaltecos “coração de mãe”. Todo vilarejo que passava, eu torcia para não ter ninguém esperando ônibus, mas sempre entrava mais um 🤣🤣🤣 . Em um momento, já quase lotado, o motorista parou e foi conversar com uma família com umas 8 pessoas. E cheios de bagagem... Eles ficaram uns 10 minutos conversando, não sei onde eles iriam colocar aquele pessoal todo, no teto? No fim, acabaram não indo no nosso mini-ônibus. Chegando em Coban, eu precisava achar o terminal da empresa do ônibus até Cidade da Guatemala. Na Guatemala, as cidades não tem rodoviária, cada empresa tem seu terminal, que, nesse caso, ficava perto do “ponto” final do meu mini-ônibus. Tinha ônibus de hora em hora para capital. Um deles saía às 7h, e foi a minha vez de tirar proveito dos atrasos daqui. Cheguei 7h05, e não só consegui a passagem para o busão das 7h, como ainda deu tempo de pegar um café e um pão antes de embarcar. E esse meu segundo transporte rodoviário também não foi de Chicken bus, infelizmente. Chicken bus é o “apelido” dos ônibus de transporte público mais baratos e populares utilizados na Guatemala e alguns países da América Central. Geralmente ônibus escolares aposentados dos Estados Unidos, os Chicken bus costumam ter aparência extravagante e coloria, como esse da foto a seguir. Alguns deles até possuem iluminação especial, olhem que estiloso o Chicken bus no vídeo Cap VI‑31 do canal! Figura VI‑76: Chicken Bus Foi uma longa viagem de Coban até Cidade da Guatemala, mas bem tranquila. Como na maior parte da Guatemala, passamos por muitas e belas montanhas, vulcões e vales cobertos de floresta tropical, além de estradas com muitas curvas e belas paisagens. A quilometragem entre as cidades não é tão grande, mas demora muito para chegar de um lugar para o outro. Também observei que passamos por muitas obras, duplicando e asfaltando estradas. Parece que estão melhorando a infraestrutura, mas ainda tem um longo caminho. É possível chegar a todos os lugares, mas a logística pode ser complicada para quem tem pouco tempo. O pessoal é enrolado, mas é gente fina. Na hora de ir embora, já na área de embarque do aeroporto, fui procurar água de graça, mas todos os bebedouros estavam desligados por causa da pandemia. Entrei em uma loja de souvenir, não ia comprar nada, apenas queria perguntar à moça da loja se ela sabia onde tinha um bebedouro. Ela me disse que não tinha, mas eu poderia pegar a água dela e encher minha garrafinha.... Muito simpático o povo daqui! E, para fechar com chave de ouro, quando me sentei na janela do avião, olha que beleza: aeroporto com vista para vulcão! Vulcões, na verdade, vários deles, e na hora do pôr do sol. Figura VI‑77: Aeroporto com vista para vulcões Depois de acordar 4h30 em Lanquin e fazer múltiplos traslados, finalmente cheguei no meu hotel na Cidade do México, tarde da noite. Só tive energia para tomar um banho e desmaiar! Estava morto, mas feliz porque finalmente eu iria dormir 3 noites seguidas no mesmo hotel! Era o final da minha jornada na Guatemala, obrigado, Guatemala e guatemaltecos, que país incrível! Dia 11 -> Cidade do México O principal objetivo dessa viagem ao México era conhecer o vulcão Popocatépetl. Durante o voo do dia anterior, o céu estava bem limpo e, distraído, olhando pela janela do avião, vi duas lindas montanhas já próximo à Cidade do México. Eram os “vulcões irmãos” Popocatépetl e Iztaccihuatl. Com esses nomes astecas impronunciáveis, são mais conhecidos como “Popo” e “Itza”. Pena que, quando o voo passou, já estava bem escuro, a olho nu dava para ver pouco. Mesmo assim, não tirei os olhos da janela, apreciando a beleza das montanhas e torcendo para assistir da janela do avião a uma erupção estromboliana do Popo. Imagina só, assistir uma erupção de camarote? Infelizmente, não foi nesses 10 minutos que ele mostrou sua fúria. Mas será que nessa viagem eu iria conseguir vê-lo em ação?... Além do vulcão, o México tem muito mais encantos a serem explorados. Na minha opinião, é o país mais parecido com Brasil que existe no mundo. Tem algumas diferenças, claro, mas eu vejo muitas semelhanças. O México é um país enorme, com uma natureza exuberante e variada, capaz de agradar a todos os gostos: lindas (e muitas!) praias, cachoeiras, lagoas, montanhas... Assim como em quase toda a América Latina, o povo é muito amigável e receptivo. É um país repleto de cidades coloniais, com uma rica herança cultural resultante da mistura dos colonizadores espanhóis e europeus com tradições dos povos indígenas e pré-colombianos. Assim como no Brasil, os mexicanos são católicos fervorosos. Eles também adoram novelas, o Chaves, e são fanáticos por futebol! Eles também têm muitas comidas típicas, e celebrações e tradições incríveis, como o Dia dos Muertos. Adoram festas e baladas. O México também tem cidades enormes e não tão organizadas. A Cidade do México é praticamente do mesmo tamanho de São Paulo e, assim como lá, o trânsito é caótico: os motoristas não dão a mínima para faixa de pedestre, os pedestres também não dão a mínima para farol de pedestre e atravessam aonde dá..., enfim, igualzinho as grandes cidades do Brasil 🤣🤣🤣 . E, lamentavelmente, lá também tem muita desigualdade social. Assim como no Brasil, a gente vê muita pobreza e muita riqueza lado a lado. Prédios muito chiques e luxuosos nas áreas nobres, como o Paseo de La Reforma, e casas bem simples nos morros das periferias, que parecem as nossas comunidades (um pouco mais urbanizadas). O centro está lotado de camelôs, barraquinhas e comércio de rua. Se bem que, nessa comparação, tem muito mais barraquinhas na Cidade do México do que nas cidades brasileiras. Lá o crime também é bastante organizado, e infelizmente não é tão seguro como nos países mais ricos ou na Ásia. Até o metrô achei muito parecido com o de São Paulo. Ao contrário de países europeus, lá funciona com catracas e baldeações livres, bilhete com um preço único (não é por zonas, custa a mesma coisa para percorrer 2 ou 50 estações, igualzinho a São Paulo). Apesar do metrô ser três vezes maior, era 4 quatro vezes mais barato (em fev. 2022). Além disso, me chamou a atenção que os trens lá também têm pneus, ao lado das tradicionais rodas de aço, e ainda tem um par de pneus menores, na horizontal, que também seguem um trilho lateral.... Figura VI‑78: Metro com pneus na vertical e horizontal Salvei no canal um vídeo (Cap VI‑32) do metrô, acho que dá para ver melhor... Depois de tanta correria na Guatemala, decidi tirar um dia mais tranquilo para conhecer o centro da Cidade do México, apelidada pelos locais de CDMX. Comecei o dia, por sorte, descobrindo um lugar bem no centro da cidade muito agradável e seguro para caminhar, inclusive à noite. O café da manhã do hotel era caro e bem meia-boca, pedi indicação de padaria e acabei descobrindo a Calle Regina, a apenas duas quadras do meu hotel. É uma rua bem bacana, com algumas quadras fechadas para pedestres, cheia de restaurantes, pedestres, universitários e turistas. Café da manhã tomado, minha primeira parada era na imensa praça principal no coração da Cidade do México, chamada de Zócalo (o nome oficial é Praça da Constituição). Os espanhóis construíram essa praça bem onde era o centro de Tenochtitlán, a capital dos Astecas. A lenda Asteca diz que, depois que foram expulsos de seu lugar de origem, chamado Aztlan, os astecas peregrinaram por 260 anos até encontrarem o lugar indicado por seu deus Huitzilopochtli, o “deus velho”, divindade da guerra e do fogo. Segundo Huitzilopochtli, uma águia com uma serpente no bico e pousada sobre um cacto, marcaria o lugar onde deveria ser erguida a capital dos astecas. Inclusive a águia comendo a serpente sobre um cacto é o símbolo que está hoje na bandeira do México! Os astecas encontraram o local em uma ilha no meio do Lago Texcoco, que ficava onde hoje é o Zócalo. Esta foto aqui que eu tirei por acaso quando eu estava chegando no Zócalo, não conhecia a história, nem tinha dado atenção para esse monumento, mas foi legal saber que essas estátuas retratam a história da origem de Tenochtitlán/Cidade do México: Figura VI‑79: Água com serpente no bico em um cacto O Lago Texcoco e a Cidade do México ficam no Vale do México, um vale que não tem drenagem natural e destino de todas as águas que descem das montanhas ao redor, tornando a cidade bem vulnerável a inundações. A cidade foi crescendo ao redor dessa ilha e o lago foi sendo aterrado com a expansão de Tenochtitlán. Quando os espanhóis derrotaram os astecas e conquistaram Tenochtitlán, resolveram construir seus edifícios coloniais no mesmo lugar e mudaram o nome da cidade para “México”. Eles também continuaram aterrando o Lago Texcoco, que foi praticamente todo drenado. Embora o lago tenha desaparecido, toda a cidade foi construída sobre o seu terreno pantanoso, lamacento e bastante instável. Andando pelo centro, é comum ver muitos prédios antigos afundando e inclinados, uma das marcas das construções históricas da Cidade do México. Voltando a minha visita ao Zócalo, a praça em si é um pouco estranha no sentido de não ter absolutamente nada, nenhum jardim, nenhum banquinho.... Ela é imensa, é toda calçada e tem apenas uma imensa bandeira do México, mas é rodeada por belos prédios coloniais, com destaque para o palácio nacional do México, sede da presidência, na face leste do Zócalo. Ele foi construído onde ficava o palácio de Montezuma, sede dos governantes astecas. Na face oeste, tem alguns prédios comerciais e, na face sul, muitos prédios governamentais, todos bem bonitos. Mas a principal construção é a impressionante Catedral Metropolitana do México, construída em estilo gótico na face norte do Zócalo, sobre os escombros de um templo asteca adjacente ao Templo Mayor, já que os espanhóis fizeram questão de construir uma grande igreja católica em um local de destaque e bem em cima dos templos astecas. A catedral começou a ser construída em 1573 e só foi terminada em 1813. Figura VI‑80: Zócalo (Praça da Constituição) Figura VI‑81: Palácio Nacional do México Figura VI‑82: Catedral e Tabernáculo Metropolitano Salvei no canal um vídeo (Cap VI‑33) com uma vista panorâmica do Zócalo. Esta construção à direita da catedral, que parecia ser uma parte da catedral, na verdade, é um batistério chamado Tabernáculo Metropolitano, com uma fachada linda e com detalhes muito bonitos na entrada. A entrada é livre também, mas o interior é mais simples. O interior da catedral é lindo. Ela tem uma disposição um pouco diferente das igrejas que estamos acostumados, com dois altares separados por um imenso órgão de tubos no meio da igreja. Me chamou a atenção alguns tubos do órgão na horizontal, parecendo canhões. No primeiro altar, menor e logo na entrada da catedral, tem uma imagem de Jesus negro. Antes dessa viagem, eu nunca tinha visto imagem de Jesus negro, mas, na catedral de Antígua, também tinha uma imagem de Jesus negro. Na área principal da igreja, tem um lindo corredor com “estátuas-candelabros” levando até o segundo altar, o principal, muito bonito também. Figura VI‑83: Candelabro com altar principal ao fundo Figura VI‑84: Imagem de Jesus negro no primeiro altar Figura VI‑85: Órgão com alguns tubos na horizontal Ao lado da Catedral e do Tabernáculo, tem o sítio arqueológico chamado Templo Mayor, onde foi encontrado o pouco que resta das ruínas astecas. Uma pena que tenha restado tão pouco, vou explicar por quê. Estimam que a civilização asteca tinha 400 mil habitantes, só na capital Tenochtitlán uns 200 mil, mas surpreendentemente o conquistador espanhol Hernán Cortés conseguiu conquistar a região com uma expedição que inicialmente tinha apenas 500 homens! Três motivos principais explicam esse feito: obviamente, os espanhóis tinham armamento bem superior (destaque para canhões, bestas e cavalos). Cortés também foi astuto ao fazer alianças com povos indígenas que eram rivais dos astecas, como os Tlaxcaltecas e Totonacas, que se juntaram a ele. E, por fim, grande parte da população asteca morreu por epidemia de doenças europeias (varíola e outras). Entretanto, na primeira vez que Cortés e seu exército chegou em Tenochtitlán, ele foi recebido pacificamente e a convite do imperador Montezuma, em 1519. Mas por que ele teria sido recebido pacificamente? O deus Quetzalcóatl, da serpente emplumada, era venerado em todas as culturas pré-colombianas da região. Para as civilizações mais antigas, as representações da serpente emplumada eram totalmente zoomórficas, descrevendo a serpente como uma cobra real. Já para as civilizações dos tempos dos descobrimentos, como os astecas, Quetzalcóatl começou a adquirir características humanas. Segundo alguns historiadores, os astecas acreditavam em uma antiga profecia local que dizia que o deus Quetzalcóatl, que era branco e tinha barba, depois de ensinar muitas coisas aos povos da região (cultivar os campos, construir templos etc.), autoexilou-se do México. Mas ele sofreu nesse período afastado, e um dia voltaria dos mares e poderia se vingar dos povos que viviam na região! Cortés teria ouvido essa profecia da população local e decidiu usá-la a seu favor. O desembarque dele no México teria acontecido justamente no dia de Quetzalcóatl. Ele também era branco e tinha barba. Montezuma (imperador asteca) teria se convencido que Cortés era o enviado de Quetzalcóatl, retornando dos mares para destruir os povos mexicanos, e inicialmente tentou evitar sua aproximação mandando muitos presentes, ouro, joias, mágicos, sacerdotes, embaixadores... Mas a ambição dos espanhóis por ouro era insaciável, e eles seguiram para Tenochtitlán. Montezuma recebeu Cortés com todos os seus homens e 3 mil indígenas aliados no seu palácio imperial, o tratou bem e aceitou seu domínio. Montezuma até mesmo concordou em ser batizado e declarou-se um súdito do rei Carlos I da Espanha! Mas, depois de algum tempo, deu bastante confusão... Velazquez, outro colonizador espanhol que dominava Cuba e era brigado com Cortés, mandou uma tropa para o México para prender Cortés por insubordinação. Cortés, então, foi até a cidade costeira de Vera Cruz e derrotou essa tropa, mas antes deixou Tenochtitlán aos cuidados de seu aliado Pedro de Alvarado. Quando voltou para a capital asteca, ele encontrou uma rebelião na cidade entre os espanhóis que ficaram e os astecas. Pedro de Alvarado ordenou um massacre dos astecas (conhecido como Massacre do Templo Maior) no momento em que faziam uma cerimônia religiosa, achando que era uma cilada armada pelos astecas e prendeu Montezuma. Cortés logo se deu conta que os astecas tinham eleito um novo imperador, Cuitlahuac. Os astecas, então, cercaram o palácio onde estavam os espanhóis e Montezuma. Quando Cortés ordenou que Montezuma falasse ao povo para que deixassem os espanhóis voltarem em paz para o litoral, Montezuma foi atingido por pedras e dardos e acabou morrendo. Não se sabe se em decorrência desses ferimentos ou se nas mãos dos espanhóis. Cortés decidiu fugir da cidade e, no evento conhecido como La Noche Triste, metade do seu exército foi morta. Cortés saiu, mas se recompôs, reuniu reforços espanhóis e milhares de indígenas rivais, voltou e derrotou os astecas em 1521. Quando os espanhóis reconquistaram a região, usaram a estratégia de “terra arrasada”. Conquistava e destruía tudo, para que o inimigo não se recompusesse, especialmente templos e locais sagrados, construindo no mesmo local igrejas e prédios dos colonizadores. O que Cortés não sabia era da técnica dos pré-colombianos mesoamericanos (astecas, maias etc.) de construir pirâmides em etapas/camadas. As pirâmides eram como bonecas russas matrioskas: iam construindo uma camada após a outra, igual à anterior e cada vez maiores. Eles construíam a pirâmide, uns 50 anos depois construíam outra sobreposta, não se sabe ao certo o motivo. As pirâmides e templos acabavam escondendo por dentro várias réplicas de si mesmo, em tamanho menor. Acredita-se que o Templo Mayor foi construído em 7 camadas. Ainda é possível ver as primeiras “camadas” de sua construção, que sobreviveram à destruição de Cortés e ficaram soterradas por séculos. Sua redescoberta aconteceu por acaso na década de 1970, quando trabalhadores da companhia de eletricidade local encontraram partes do antigo templo antigo. Após essa descoberta, alguns prédios coloniais foram demolidos para desenterrar mais vestígios, revelando o pouco que restou da antiga Tenochtitlán, a capital dos astecas. O museu do Templo Mayor deve ter uma visitação legal com informações históricas, mas estava fechado (acredito que por causa da pandemia). Só deu para dar uma volta em algumas passarelas construídas ao redor do sítio arqueológico. Talvez por causa da pandemia, as ruínas estavam bem bagunçadas: uma parte coberta com capas e tapumes, outras em processo de restauração, com plataformas e andaimes espalhados, e em algumas partes, ainda parecia haver escavações em andamento. Enfim, só olhando de fora e com as obras meio largadas, ficava difícil visualizar alguma construção impressionante.... Era possível ver apenas algumas paredes e escadas das diferentes “camadas” da construção por etapas, estilo boneca russa. Tinha uma parte aparentemente mais interessante com umas maquetes, que daria para ter uma ideia melhor de como era a cidade, mas o acesso a esse local também estava fechado. Figura VI‑86: Ruínas do Templo Mayor Saindo do Templo Mayor em direção ao Zócalo, tem um pessoal com roupas de astecas fazendo rituais de purificação e vendendo souvenirs astecas. Seguindo viagem, a minha próxima parada era o belíssimo Palácio de Bellas Artes, a poucas quadras do Zócalo. O centro da Cidade do México é bastante movimentado e, entre os milhões de mexicanos turistas caminhando, é comum ver os músicos de rua vestidos com roupas estilo militar tocando organillos (segundo o Google tradutor, em português seria realejo), um instrumento no formato de uma caixa de madeira que o organillero toca girando uma manivela. Parece sempre a mesma música, me lembrou aquelas caixinhas de música antigas, tamanho família! O instrumento em si parece que veio da Alemanha, não tem nada a ver com os povos pré-colombianos, mas muitos organilleros passaram a ganhar a vida tocando músicas populares, animando as praças da cidade. Não sei quão comum é hoje em dia, mas, nessa parte da cidade, tinha bastante, salvei um vídeo no canal Cap VI‑34 caminhando ao som dos organilleros. Existem muitas igrejas e prédios históricos bacanas no centro da Cidade do México. Porém, depois de visitar as imponentes construções do Zócalo e da catedral, as outras não chamam tanto a atenção. Uma exceção é o Palacio de Bellas Artes, provavelmente a construção mais bonita da Cidade do México. A casa de óperas em estilo art déco com uma cúpula colorida que dá um lindo contraste com as suas paredes de mármore! E, com o céu azulzinho, ficou ainda mais bonita. Aliás, nos quatro dias de CDMX peguei um clima perfeito. Nunca tinha dado essa sorte, céu limpíssimo, só no final da tarde apareciam algumas poucas nuvens, lindo. Lá dentro costuma ter shows e exposições, mas eu “pão-durei” e não quis pagar a entrada.... No prédio em frente é uma loja de departamentos e no alto do sétimo e último andar tem uma cafeteria que tem uma vista incrível do palácio, fica a dica! Figura VI‑87: Palácio Bellas Artes Ao lado do palácio, tem uma praça bem agradável, chamada Alameda Central, com várias fontes, estátuas, banquinhos, muito bacana. Pena que o monumento mais bonito, uma colunata em semicírculo toda em mármore, estava em reforma, coberta com uns tapumes. A algumas quadras, estava outro lindo e enorme monumento, onde fica o Museu Nacional de La Revolução, que também estava coberto com alguns tapumes, provavelmente em reforma. E o “mão de vaca” aqui não quis pagar entrada para conhecer por dentro... Depois de almoçar, o plano era passear pela agradabilíssima Avenida Paseo de la Reforma em direção ao Bosque de Chapultepec. Paseo de la Reforma é uma avenida com uma calçada muito ampla e arborizada, com muitos jardins, e repleta de prédios luxuosos, lojas e restaurantes. A avenida também é marcada por monumentos e, pelo menos nesse trecho, a cada 3 quadras aproximadamente há uma rotatória com lindas esculturas. Passei por uma bela estátua do penúltimo imperador asteca, Cuitlahuac, que, no episódio do La Noche Triste, expulsou Cortés de Tenochtitlán, mas, depois de 80 dias, morreu de varíola. O monumento mais famoso e bonito é o Angel De La Independencia, um ícone da cidade. Figura VI‑88:Museu Nacional de La Revolução Figura VI‑89: Angel de La Independencia Outra coisa que me chamou atenção foi o trânsito maluco nessas rotatórias. Eu já tinha falado que o trânsito aqui era tão caótico quanto o de São Paulo, mas, nas rotatórias, é muito pior! Na verdade, descobri isso quando eu fui atravessar a avenida para ir até o Angel e vinham carros de todos os lados, quase fui atropelado. Depois eu parei para tentar entender como era o trânsito maluco nessas rotatórias, e fiz uns vídeos para vocês entenderem melhor. Nas rotatórias daqui, os carros podem andar nos dois sentidos: no horário e no anti-horário! É curioso porque a avenida Paseo de La Reforma é uma avenida com duas pistas, carros em dois sentidos, e quando um carro queria virar à esquerda, ele não completava a rotatória no sentido anti-horário e depois virava à direita. Ele já embicava para a esquerda, naquilo que para nós seria a “contramão” da rotatória, e esperava parar de passar carros para prosseguir... É um Deus nos acuda, difícil até explicar, melhor ver nos vídeos 🤣🤣🤣 . Na foto abaixo, não tinha ninguém na contramão: Figura VI‑90: Carros nos dois sentidos das rotatórias Salvei 3 vídeos no canal (Cap VI‑35, Cap VI‑36 e Cap VI‑37) para tentar entender melhor essa confusão.... Do Paseo de La Reforma, segui caminhando em direção ao Bosque Chapultepec, um imenso parque urbano, maior que o Ibirapuera e o Central Park. O local abriga vários monumentos e esculturas, algumas muito bonitas, além de áreas para esportes, espaços verdes para piqueniques e um monte de esquilinhos fofinhos... Também há zonas mais movimentadas, com muitas barraquinhas e camelôs, um lago para o pessoal andar de pedalinho e alguns museus. Talvez a construção mais bonita seja o Castelo de Chapultepec. Atualmente, ele abriga um museu e, para conhecer por dentro, tem que pagar uma entrada que o pão-duro aqui refugou. Na verdade, eu já tinha pesquisado um pouco sobre os milhões de museus e galerias da Cidade do México, parece que muitos deles são bastante interessantes. As entradas não eram tão caras, mas, além da “pão-duragem”, eu só teria tempo de conhecer bem um deles. Por isso, escolhi visitar apenas o que mais me interessava: o Museu Nacional de Antropologia. Esse museu, que também fica no Bosque Chapultepec, possui um belo acervo sobre a história dos povos indígenas pré-colombianos que habitavam o México antes da colonização. A fachada do Museu Nacional de Antropologia é meio modernista, não me chamou a atenção.... Ok, achei feio mesmo 🤣🤣🤣 . Mas, assim que você entra no pátio central, dá de cara com a coluna gigante, que sustenta toda a cobertura do pátio central, e funciona como uma fonte, muito bonita! Figura VI‑91: Coluna no pátio do Museu de Antropologia Achei o museu muito bacana e bem-organizado. Muitas placas explicativas, eu não senti falta de guia, por exemplo. Porém, nesse museu, um bom guia seria mais útil para filtrar as atrações principais do museu, eu não imaginava que fosse tão grande. A primeira parte fala um pouco de antropologia, evolução humana desde os primeiros hominídeos, chegada dos primeiros hominídeos nas Américas etc. Achei pouco interessante, talvez porque tinha pouca novidade, e passei bem rápido para ir direto para parte dos povos mexicanos que me interessavam mais. Logo cheguei à parte dedicada aos Teotihuacanos, povo que habitava a cidade de Teotihuacán, a uns 50 km da Cidade do México. No dia seguinte, eu iria conhecer melhor este sítio arqueológico. Nas primeiras vezes que li sobre as enormes pirâmides de Teotihuacán, imaginava que lá fosse uma cidade asteca, mas depois fui descobrir que, na verdade, os teotihuacanos são bem mais antigos que os astecas, estima-se que a cidade foi fundada lá pelos anos 100 a.C. e durou até, aproximadamente, 750 d.C. Já a civilização asteca é de 1300 d.C., quase seis séculos depois! O mais legal dessa parte é essa grande reprodução da fachada do templo de Quetzalcóatl (deus da serpente emplumada), pintado com as prováveis cores dele no auge da civilização teotihuacana, segundo estudos arqueológicos. Figura VI‑92: Fachada do Templo da Serpente Emplumada No dia seguinte, iria conhecer as ruínas desse templo. Além disso, tinha uma coleção bacana de objetos, artefatos, quadros e imagens, além de várias estátuas. Também gostei de maquete da cidade de Teotihuacán, uma estela maia de Tikal (Guatemala), mostrando a influência teotihuacana lá, e uma reprodução dos esqueletos de sacrifícios humanos achados no Templo de Serpente Emplumada. Muito legal o acervo dos teotihuacanos. A próxima sala era dos Toltecas, outra civilização antiga. Esta eu nunca tinha ouvido falar, e passei um pouco rápido, porque eu queria conhecer mais sobre os astecas. E a primeira coisa que eu aprendi no Museu de Antropologia é que, na verdade, os mexicanos chamam os “astecas” de “mexicas”! Segundo a Wikipedia, “mexica” era a real forma que a maioria dos antigos habitantes do México se referia a si mesmo. O termo asteca significa "povo de Aztlan", aquele lugar mítico da origem para vários grupos étnicos na Mesoamérica. O termo “asteca” é encontrado em diversos contos de migração dos mexicas, que descrevem as diferentes tribos que deixaram Aztlan juntas até acharem a águia pousada sobre um cacto com uma serpente no bico, mas não era o termo usado por eles para referir-se a si mesmo. Alguns pesquisadores dizem que os estrangeiros popularizaram o termo “asteca” para se referir a esse povo para evitar confusão do termo “mexica” com os atuais “mexicanos”. Enfim, demorou um pouco para eu perceber que, na Sala dos Mexicas, eu estava conhecendo a história dos astecas. Continuarei usando o termo “asteca” porque é como estamos acostumados a chamá-los no Brasil, mas o correto seria chamá-los de “mexicas”, segundo o idioma deles. Aliás, o idioma deles, Nahuatl, até hoje é falado por cerca de um milhão de pessoas no México! O museu tem um acervo muito bacana com diversos objetos dos astecas/mexicas, além de uma grande variedade de artefatos, esculturas e estátuas. O destaque do acervo é a Pedra do Sol, com seus 3,6 metros de diâmetro e 1 metro de espessura. Erroneamente confundida como calendário asteca, ela seria um grande altar para sacrifício gladiatorial. Provavelmente foi utilizada para a luta de guerreiros na cerimônia para o deus da guerra asteca Tlacaxipehualitzli. Além disso, tem uma bela maquete de como seria Tenochtitlán, a capital do império asteca que ficava onde hoje é a Cidade do México, conquistada pelos espanhóis. Uma pena que as principais construções dos astecas foram destruídas por Cortés, só sobrou a maquete e um mural gigante para tentar imaginar como era a rica cidade na época. E, no mural, olha quem estava ao fundo de Tenochtitlán: o Popo e o Itza! Figura VI‑93: Pedra do Sol Figura VI‑94: Reprodução de Tenochtitlán O museu é muito legal, mas tinha um detalhe: eu não sabia que fechava às 17h (durante a pandemia)! Eu tinha entrado umas 15h30 e, quando eu acabei de ver a sala dos astecas, o museu já estava fechando! Uma pena, só deu tempo mesmo de conhecer os teotihuacanos, os toltecas, e os astecas. Queria ter visto especialmente a parte dos maias. Mas além dos maias, ainda tinha salas para os oaxacas, povos do ocidente, povos da costa do fogo do México, do norte, e mais um monte de pueblos índios mais recentes, não sei direito. Na escola, quando aprendemos um pouco sobre as civilizações pré-colombianas das Américas, sempre falam dos maias, incas e astecas, eu não fazia a menor ideia de que tinham tantas outras civilizações aqui na região. Felizmente as que eu mais queria eu consegui ver, mas recomendo bem mais tempo para visitar o museu. Feliz o povo mexicano que tem um museu tão bem-organizado contando a rica história das civilizações pré-colombianas que resultaram no México contemporâneo, muito legal! E que pode se orgulhar de todas essas maravilhas expostas no museu, expressão do conhecimento e engenhosidade de seu próprio povo e seus ancestrais, valeu a visita! Era hora de voltar para o hotel, tomar um banho e, à noite, procurar alguma comida típica mexicana. Tem bastante restaurante e comida mexicana no Brasil e no mundo afora, mas dizem que essa comida tex-mex (tacos, nachos, burritos, enchiladas, fajitas, quesadillas,etc) que faz sucesso fora do México é uma adaptação mais ao gosto do gringo. Além da pimenta e do guacamole, eu achava que todas essas comidas seriam bem populares no México, mas, pelo visto, popular aqui mesmo são os tacos. Pesquisei no TripAdvisor algumas recomendações de comida mexicana, não muito caras e próximas ao hotel. E uma das primeiras opções era a Taqueria Los Cocuyos, um lugar bem raiz: muito antigo, sem cadeiras, mesas, wi-fi, você come em pé na calçada apertada mesmo, com os tacos servidos em um pratinho de plástico sem-vergonha e naqueles guardanapos mais duros, espessos e toscos, sabem? Talvez para garantir que o monte de óleo do taco não vai atravessar o guardanapo e queimar a sua mão 🤣🤣🤣 . Mas está sempre cheio de gente! Desde que Antonhy Bourdain comeu aqui e o elegeu como um dos melhores tacos do mundo, o lugar fica lotado de turistas. O bom é que, apesar do sucesso, não “gourmetizaram” o lugar, o preço dos tacos varia de 15 a 25 pesos (0,75-1,23 $USD). Lá tem um panelão cheio de carnes, todas de segunda. Coloquei uma foto do cardápio, vejam que não estamos falando de filé mignon, nem picanha... É cabeza, ojo, Lengua, tripa, tronco de oreja.... Quando comecei a traduzir o que eram aqueles pedaços de carne, achei melhor nem saber mais o que era. Olhei o panelão de carnes e escolhi a que me pareceu melhor (suadero). E peguei outro de linguiça (longaniza). Escolhido o sabor, o cara pega a carne e corta bem picadinha na tábua. Depois ele pega a tortilla (que ele tinha dado uma passada no óleo e na gordura da tábua para pegar mais gosto), coloca o recheio picadinho, mistura com cebola e algum outro tempero, pegando tudo com a mão mesmo, e tá pronto o taco! Aqui não pode ter “nojinho” 🤣🤣🤣 . Salvei um vídeo do cara preparando o Taco no canal (Cap VI‑38). Na foto a seguir, esse monte de pote com molhos laranja, vermelho e verde são pimentas, dizem ser uma mais forte que a outra. Para as pimentas, eu “arreguei”... Figura VI‑95: Taqueria Los Cocuyos Figura VI‑96: Taco “raiz” Figura VI‑97: Reparem nas opções de carnes Apesar da aparência nada apetitosa, e do lugar bem raiz, para não dizer tosco, os tacos de lá são realmente muito bons! Gostei muito, Antonhy Bourdain acertou em cheio. Aliás, no dia seguinte, fui jantar em um restaurante mexicano “normal” na Calle Regina. Pedi umas quesadillas que estavam boas, e mais 2 tacos, um de peru e outro de carne. Os tacos até tinham uma aparência muito boa, mas, quando eu comi...., muito ruins, especialmente se comparados com o taco raiz do Los Cocuyos! E ainda era mais caro, uns 30-35 pesos cada. O de peru estava meio duro e ressecado. A carne do outro até parecia boa, mas sem nenhum tempero. Sabe quando você frita um bife sem nada de alho e sal? Acho que todas aquelas gorduras dão um tempero especial para os tacos “raiz”... Enfim, valeu para ver como o taco raiz era muito bom. Figura VI‑98: Tacos “gourmet”, mas bem meia-boca... Cidade do México: #imperdível Dia 12 -> Teotihuacán e Basílica Era o dia de conhecer o sítio arqueológico de Teotihuacán. Um brasileiro tinha visitado Teotihuacán sem guia e me recomendou um aplicativo gratuito chamado SmartGuide, que oferece um guia audiovisual. Depois do guia mega falante em Tikal, resolvi explorar Teotihuacán sozinho mesmo. Fiz o download do aplicativo, que é muito legal mesmo. Claro, não é melhor do que um bom guia, de vez em quando dava umas travadas, tem um ou outro bug, mas, no geral, achei bem bacana. Existem algumas formas de chegar a Teotihuacán: escolher algum tour direto da Cidade do México, alugar um carro, ou ir de metrô e ônibus rodoviário, sendo essa obviamente a opção mais barata. No México, os ônibus rodoviários para cidades próximas funcionam de forma semelhante aos ônibus urbanos (ao menos os que eu peguei). Eles são baratos, fazem várias paradas no caminho e, às vezes ficam tão lotados que acaba indo um monte de gente em pé. Se for de ônibus, recomendo embarcar no ponto inicial, o Terminal Norte. Meu plano era chegar em Teotihuacán às 9h, quando abrem os portões e dizem ter menos turistas, mas atrasei um pouco, e fui entrar em Teotihuacán por volta das 10h30. De qualquer forma, não achei tão cheio, talvez porque o lugar seja muito grande e, também, não era final de semana. O que eu não sabia é que o ônibus me deixaria no portão 2, que fica no meio de Teotihuacán. O ideal seria ou começar do portão 1, que fica no começo, e seguir até o portão 3, que fica no final. Ou vice-versa. Teotihuacán tem 2 pirâmides principais, a Pirâmide do Sol fica bem no meio do sítio arqueológico, em frente ao portão 2, e a Pirâmide da Lua fica em frente ao portão 3. Esse trecho entre as pirâmides é o que tem as ruínas mais legais. Além disso, a parte da Cidadela e do Templo de Quetzalcóatl também é bem interessante e fica em frente ao portão 1. No idioma dos astecas, Teotihuacán significa “lugar onde humanos se tornam deuses”. Os astecas, que chegaram lá seis séculos depois do fim dos teotihuacanos, acreditaram que aquele lugar era o local do nascimento dos deuses. Ou seja, o nome que é usado hoje foi atribuído pelos astecas, não se sabe que nome os teotihuacanos davam para sua cidade. Na verdade, não se sabe muito sobre os teotihuacanos.... Por 500 anos, entre os séculos 3 e 8 d.C. a cidade de Teotihuacán foi a sede de um poderoso império. Cada fonte que eu pesquisei faz uma estimativa do seu tamanho, algumas dizem que chegou a ter 200 mil habitantes, o que faria dela a maior metrópole de sua época em todo o planeta, outras falam em 125 mil habitantes, nesse caso, seria a sexta maior. Depois de ser destruída, a cidade foi abandonada. Naquela época, não havia qualquer outra civilização próxima capaz de reunir um exército que pudesse ameaçar os teotihuacanos. A maioria dos pesquisadores acredita que ela foi destruída por um conflito interno, provavelmente devido a uma grande seca que gerou uma crise na agricultura. A população ficou sem comida e se revoltou contra os governantes, e este seria o motivo que eles destruíram ou queimaram as casas dos governantes, prédios administrativos e templos religiosos, mas não as casas da população. Os toltecas e os astecas descobriram e exploraram as ruínas de Teotihuacán, e incorporaram diversas de suas tradições e crenças às suas culturas. Quetzalcóatl, a Serpente Emplumada, maior divindade de Teotihuacán, também era e cultuada pelos astecas. Este interesse das civilizações que vieram depois, porém, não impediu que a cidade acabasse caindo no esquecimento e fosse totalmente recoberta pela vegetação nativa e plantações. Hoje, apenas 10% de seu perímetro urbano de Teotihuacán estão escavados e trazidos de volta à luz. Quando eu entrei em Teotihuacán pelo portão 2, logo dei de cara com a grande Pirâmide do Sol, o “monumento” mais impressionante do sítio arqueológico. Com 65 m de altura, e 225 m na base, só perde em tamanho para as pirâmides do Egito (a maior delas, Quéops, tem cerca de 140 m de altura e 230 m de base). O nome Pirâmide do Sol foi dado porque, quando os astecas “descobriram” a cidade de Teotihuacán, acreditaram que ela, pela sua posição, foi construída para cultuar o sol, que era considerado um deus. Ela fica na direção que nasce o sol, ao leste da avenida principal, Avenida de Los Muertos. Aliás, essa avenida também recebeu esse nome dos astecas erroneamente, pois imaginaram que as pirâmides ao redor dela eram túmulos. Quanto à Pirâmide do Sol, a interpretação mais aceita atualmente diz que ela foi construída pelos teotihuacanos para cultuar Tlaloc, deus da chuva/água, associado à fertilidade da terra e à abundância das colheitas. Representaria um monte sagrado de onde descem as águas e as riquezas. A principal evidência encontrada que ancora essa interpretação é, entre outras, a existência de um fosso de 3 metros de profundidade que circunda a base da pirâmide, dando um significado de montanha das águas. Além disso, corpos de crianças encontrados nos cantos da pirâmide seriam uma indicação de oferendas a Tlaloc. As cavernas encontradas abaixo da pirâmide também têm dois significados para os povos pré-colombianos: simbolizavam tanto a vida quanto a morte. De um lado, representavam a relação com Tlaloc, aquele que dá vida; de outro, serviam como entradas para o mundo dos mortos. No topo das pirâmides, assim como nas pirâmides maias, ficavam os templos e altares onde eram realizadas as cerimônias religiosas e os rituais com sacrifícios humanos. Em Tikal, dava para ver melhor as ruínas dos templos no topo de algumas pirâmides, mas, em Teotihuacán, restaram apenas as pirâmides “bases”. Historiadores acreditam que os templos foram destruídos no conflito interno que levou ao fim de Teotihuacán. Quando eu cheguei, ela estava bem frente para o sol (como sabiam os astecas!). Contra a luz, as fotos não ficaram lá essas coisas. Figura VI‑99: Pirâmide do Sol Ao lado da pirâmide, tem o museu de Teotihuacán, mas acabei não conhecendo. É praticamente o único lugar com sombra para quem quiser dar uma parada para descansar um pouco... Eu tinha acabado de chegar, voltei para a Avenida de los Muertos e caminhei até a Pirâmide de Lua. Dizem que, antes, a Avenida de los Muertos tinha 5 km, mas hoje restaram 2km no complexo. E é toda cercada de ruínas. A parte entre as pirâmides é a mais legal da avenida, cheia de construções que deveriam ser da elite dos teotihuacanos. Nesse trecho, além das casas, se destaca o mural Puma, um mural colorido que sobreviveu aos 1500 anos de abandono, e o Templo de Agricultura, onde também foram encontrados murais. Logo cheguei a grande Praça da Lua, que os historiadores acreditam ter sido o centro dos rituais políticos e religiosos de Teotihuacán. Muito bonitas as construções ao seu redor. Acreditam que o altar no centro da praça era para rituais de dança. Com 45 m de altura e 140 m x 150 m de base, a Pirâmide da Lua está no final da Avenida dos Mortos e foi construída em “camadas”, como o Templo Mayor (na Cidade do México) e a maioria das grandes construções pré-colombianas. Aliás, a exceção mais notável é a Pirâmide do Sol, construída de uma vez só. Dentro da Pirâmide da Lua, foram encontradas enterradas oferendas aos deuses, incluindo animais e humanos, indicando que aqui ocorriam rituais com sacrifício humano. Alguns decapitados, outros com as mãos amarradas às costas, outros com muitas joias, características similares aos corpos encontrados no Templo de Quetzalcóatl (Serpente Emplumada). Figura VI‑100: Avenida de Los Muertos e Pirâmide da Lua Figura VI‑101: Pirâmide da Lua Dizem que é do alto da escadaria da Pirâmide da Lua que se tem a vista mais impressionante de Teotihuacán, mas, infelizmente, estava proibido subir em todas as pirâmides (aparentemente proibiram durante a pandemia e desde então continuava assim). Até pensei em voar o drone para ter uma visão aérea. Não tinha nenhuma sinalização a respeito, mas perguntei para um guia perdido se poderia usar drone, ele disse que era proibido. Sei lá se era verdade, mas também não tinha nenhum funcionário por perto para perguntar, e como não tinha mais ninguém usando, achei melhor não arriscar... Uma pena, fiquei sem vista aérea. Ao lado da Pirâmide da Lua, em direção ao portão 3, tinha alguns espaços fechados também, desde a pandemia. Os mais famosos são o Palácio dos Jaguares e o Palácio de Quetzalpapalotl, esse último foi restaurado pelo pessoal do Museu de Antropologia e está com cores originais. Também tem um templo das conchas e um museu de murais, mas não pude conhecer de perto nada disso porque estava fechado desde a pandemia. O ideal seria terminar ou começar o passeio por aqui, mas como o busão me deixou no portão 2, agora era hora de atravessar toda Teotihuacán até o portão 1, sob um sol de rachar, já que quase não há sombras em todo o sítio arqueológico. Chegando próximo ao portão 1, depois da bela caminhada, cheguei à Cidadela. Acredita-se que esse local era o centro administrativo de Teotihuacán. Embora hoje esteja situado em uma extremidade do sítio arqueológico, acredita-se que aqui se localizava fisicamente o centro da antiga cidade. A praça tem dimensões imensas, aqui também ficaria o principal mercado da cidade, onde a maior parte do comércio acontecia. No centro da praça, tinha um palco supostamente para celebrações. A construção mais interessante é o Templo de Quetzalcóatl, a Serpente Emplumada, a divindade maior dos teotihuacanos, incorporada por outras comunidades pré-colombianas. Os astecas também chamavam de Quetzalcóatl, e os maias de Kukulcán. A Serpente Emplumada é como um deus universal que criou tudo, o primeiro humano, a primeira mulher, ensinou os homens a plantarem etc. O Templo de Quetzalcóatl fica a leste da Cidadela e atrás de outra pirâmide. Não se sabe ao certo por que construíram essa pirâmide bem em frente a templo, obstruindo sua visão. Se a subida ao topo dessa pirâmide também não tivesse sido proibida desde a pandemia, ela ofereceria uma bela vista para o templo. As pirâmides dessa parte não são tão altas quanto as da lua e do sol, mas o Templo da Serpente emplumada é o que tem a fachada mais adornada. Aquela mesma fachada que tem a reprodução colorida no Museu de Antropologia na CDMX. Chama atenção pelos detalhes, muito legais as imagens das serpentes emplumadas e essa outra forma diferente, quadriculada, com dois olhos e um queixão que eu não sei direito que bicho é, 🤣🤣🤣 . Segundo o texto explicativo, alguns historiadores acreditam que pode ser o Tlaloc, o deus das chuvas, mas existem outros que defendem ser um grande cocar (headdress). Figura VI‑102: Pirâmide e Templo de Quetzalcóatl Figura VI‑103: Templo de Quetzalcóatl Figura VI‑104: Serpente emplumada, e Tlaloc ou um grande colar Foram encontrados mais de 100 esqueletos abaixo e ao redor do Templo de Quetzalcóatl. Pesquisadores acreditam que foram rituais de sacrifícios humanos devido à posição encontrada dos corpos, de joelhos e com mãos amarradas às costas. Muitos foram encontrados com esposa, armas, parte de animais, joias e diversas oferendas. Os teotihuacanos acreditavam que quem passasse por esses rituais de sacrifício teriam a alma enviada direto para a casa do Sol (sagrado) e que logo retornaria a terra como uma ave de linda plumagem. Para os teotihuacanos, e para grande parte das civilizações pré-colombianas, morrer sacrificado era um privilégio! Como acabei não indo nos museus e palácios, e como não podia subir nas pirâmides, acabei passando “só” umas duas horas por lá. Para voltar para a Cidade do México, basta esperar o ônibus que passa de 30 em 30 minutos em uma das rotatórias em frente ao portão, que, aliás, já estava bem cheio e fui em pé com a galera mesmo. Uma boa opção de passeio é combinar Teotihuacán com a Basílica de Guadalupe, que também fica ao norte da Cidade do México. Eu me informei com o motorista e desci em uma estação de metrô antes do ponto final do ônibus, que era bem mais perto e tinha menos baldeações até o metrô da Basílica de Guadalupe. Basílica de Guadalupe O Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe é o segundo santuário católico mais visitado no mundo, perdendo somente para a Basílica de São Pedro (no Vaticano). Foi construída em homenagem à Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina e, na verdade, é um complexo que contém duas basílicas, várias igrejas, capelas e um museu. A basílica antiga começou a ser construída em 1531 e foi concluída em 1709. Lembrando que a Cidade do México foi construída sobre um terreno bem lamacento, após o aterramento do Lago Texcoco, e várias construções antigas estão afundando, mas a basílica antiga talvez seja a construção que o afundamento chama mais atenção, impressionante como as paredes e torres estão inclinadas e tortas! Não pude conhecer o interior da basílica antiga, só abre em alguns horários que tem missa. Já a nova e moderna basílica foi construída na década 1970. Dizem que a sua cobertura foi desenhada com esse formato simbolizando o manto onde foi encontrada a imagem da Guadalupe. Olha que legal a simbologia: quem está ali embaixo está protegido sob o manto da Nossa Senhora de Guadalupe! Figura VI‑105: Basílica nova e basílica antiga Figura VI‑106: Formato da cobertura para simbolizar o manto Figura VI‑107: Basílica antiga muito inclinada Salvei um vídeo da praça em frente às basílicas (Cap VI‑39) no canal. A história da padroeira Nossa Senhora de Guadalupe é bem interessante. De acordo com relatos, a sua primeira aparição foi em 9 de dezembro de 1531, no morro Tepeyac, para um camponês asteca chamado Juan Diego. Falando com o camponês na língua nativa (Nahuatl), a senhora se identificou como sendo a Virgem Maria, “mãe do verdadeiro Deus”, e pediu para que uma igreja fosse construída naquele local. Juan, então, procurou o arcebispo da Cidade do México para lhe contar essa história. O arcebispo não deu muito crédito a ele, mas, quando ele voltou ao morro Tepeyac, a virgem apareceu novamente (segunda aparição) e pediu a ele para continuar insistindo. No dia seguinte, Juan conversou de novo com o arcebispo, que, dessa vez, pediu para Juan Diego retornar com uma prova da existência da virgem. No mesmo dia, a terceira aparição aconteceu quando Juan voltava para o Tepeyac, e ele a informou sobre o pedido do arcebispo. Ela, então, falou para Juan retornar no dia seguinte que ela iria fornecer para ele uma prova! Mas, no dia 11 de dezembro, o tio de Juan Diego ficou doente, e ele teve que cuidar do tio e não pode ir ao encontro da virgem. No dia seguinte, Juan teve que buscar um padre em Tlatelolco às pressas para fazer a unção dos enfermos para o tio doente. O morro Tepeyac ficava no caminho de Juan para Tlatelolco, mas, envergonhado por não ter ido encontrar a virgem no dia anterior, Juan pegou outro caminho. Mesmo assim, a virgem o interceptou no meio do caminho (foi a quarta aparição). Ele explicou o que tinha acontecido, a virgem o repreendeu suavemente por ele não ter ido se encontrar com ela, mas então tranquilizou Juan Diego, garantiu que o seu tio estava curado e lhe disse para subir o morro Tepeyac e colher flores no seu cume. Era uma montanha com solo estéril, especialmente em dezembro (inverno), então encontrar essas flores no cume nessa época iria convencer o arcebispo que houve um milagre. Juan seguiu as instruções e encontrou rosas florescendo lá. Ele pegou as flores e as enrolou em um manto que ele tinha. Quando Juan chegou ao palácio do arcebispo e abriu o manto diante dele, as flores caíram no chão. Mesmo vendo as flores da montanha estéril, o arcebispo ainda não estava 100% convencido, mas, quando eles olharam esse tecido, milagrosamente estava desenhada a imagem de virgem de Guadalupe! Aí, sim, ele se convenceu. E esse é o manto sagrado que hoje pode ser visto na basílica. No dia seguinte, Juan Diego encontrou o tio totalmente recuperado. O tio relatou que também tinha visto a virgem (quinta aparição), e ela havia dito a ele para informar ao arcebispo sobre a sua aparição e cura milagrosa, e teria dito que desejava ser chamada de Guadalupe. Em 26 de dezembro de 1531, foi realizada uma procissão para levar o manto até o morro Tepeyac e construíram uma capelinha onde o manto ficou guardado. Desde então o manto tornou-se o símbolo religioso mais popular do México, e foram construindo igrejas maiores, e maiores, até a basílica de hoje! Voltando a minha visita...., na parte lateral da basílica, tem um acesso onde todos podem ver o manto. Me lembrou um pouco com o acesso da Basílica de Aparecida para ver a imagem da santa. Bem bonita a basílica. Figura VI‑108: Manto com Nossa Senhora de Guadalupe Na saída da basílica, tem uma bonita estátua do Papa João Paulo II. Na frente da praça principal, ainda tem uma torre dos sinos cheia de coisas, com um relógio normal, um relógio solar, e uma réplica da Pedra do Sol asteca. Ao lado da Basílica, fica o morro Tepeyac, onde aconteceram as aparições. Eu quase não fui lá por preguiça de subir as escadas, mas valeu a pena dar uma volta. No complexo do santuário, tem duas estátuas representando Juan entregando o manto para o arcebispo, um parque com fontes decoradas com as serpentes emplumadas, uma capela onde Juan encontrou as flores, igreja da fonte que acreditavam ser milagrosa (pocito) e o local onde construíram a primeira capela. Mas o que eu mais gostei foi a vista do alto do morro, o skyline com os modernos edifícios da Cidade do México contrastando com as cúpulas das basílicas novas e antigas de Guadalupe. Figura VI‑109: Basílicas e o skyline da CDMX Figura VI‑110: Cúpulas e arranha-céus Figura VI‑111: Juan entregando manto para o arcebispo Nessa viagem, eu aprendi bastante sobre sincretismo religioso entre os povos pré-colombianos e colonizadores católicos. E parece que a história da virgem de Guadalupe também tem fortes traços de sincretismo religioso. Muito antes da conquista dos espanhóis, no mesmo morro Tepeyac, havia um templo sagrado para os astecas, o templo da deusa mãe Tonantzin (mãe de todos os deuses). Assim como outros templos religiosos astecas, este templo foi destruído pelos espanhóis que construíram no local uma capela dedicada à Virgem Maria. Os astecas nativos continuavam a vir de longe para venerá-la, chamando-a de Virgem Maria de Tonantzin. Ou seja, muito antes das aparições da virgem para Juan, este local já era sagrado para os astecas. Além disso, a virgem apareceu falando a língua asteca (nahuatl). A própria imagem da virgem tem traços indígenas, e não europeus, está usando joias astecas e um lenço que as indígenas usavam quando grávidas. Dizem que a perna esquerda levemente à frente na imagem da santa seria a forma como os indígenas realizavam seus cultos. Alguns acreditam que, na verdade, o nome da virgem era um nome asteca “captlaxopeuh”, mas que o arcebispo tenha “espanholizado” para Guadalupe. Enfim, parece que houve mais um caso bacana de mistura de crenças e sincretismo religioso. Muito legal a visita para o santuário de Guadalupe. À noite, fui jantar na Calle Regina. Depois da janta, criei coragem e fui até o Zócalo só com o celular mesmo. A Cidade do México, especialmente nos lugares mais movimentados, me pareceu seguro, mesmo no centro. Mas a gente sabe como são as coisas nas grandes cidades brasileiras: à noite, ou em lugares mais vazios, turistando sozinho, é bom não bobear. E da Calle Regina até o Zócalo tinha alguns lugares mais vazios. De qualquer forma, valeu a pena o passeio, os prédios coloniais ao redor do Zócalo tinham uma bela iluminação noturna! A exceção foi a catedral, que não tinha iluminação nenhuma. Reparem no vídeo (Cap VI‑40) que eu salvei no canal, os prédios todos iluminados, e a catedral toda escura. Figura VI‑112: Prédio bonito no Zócalo Teotihuacán: #imperdível Basílica de Guadalupe: #imperdível Dia 13 -> Popocatepetl E finalmente tinha chegado o dia de conhecer o vulcão mais ativo da América do Norte continental, o Popocatépetl, ou Popo, para os mais íntimos... O Popo e o seu “vulcão irmão”, Iztaccihuatl (Itza), ficam no Parque Nacional de Itza-Popo, o segundo mais antigo do México, criado em 1935. A cadeia montanhosa que abriga os pontos mais altos do México é chamada La Sierra Nevada. Iztaccihuatl é a terceira montanha mais alta do México (5225 m), e o Popocatépetl (5452 m), a segunda. A montanha mais alta do México é o Pico de Orizaba, que também fica lá perto, com 5636 m. O Popo e o Itza ficam no Parque Nacional de Itza-Popo, o segundo mais antigo do México, criando em 1935. A entrada principal do parque fica no Paso de Cortés, que recebeu este nome por causa dele mesmo, o conquistador espanhol Hernan Cortés. Guiado por Tlaxcaltecas, ele atravessou por esse passe entre o Itza e o Popo, saindo de Cholula, rumo a Tenochtitlán (CDMX) em 1519. Aliás, na rotatória bem na entrada do parque, tem um monumento no formato de quadro simbolizando Cortés, seu exército e alguns indígenas atravessando o paso. O monumento é bem feinho, mas ele é provavelmente o único momento em todo o México dedicado ao odiado “não tão bem-quisto” Hernan Cortés! Quando perguntei para um guia a origem desses nomes malucos de vulcões, ele me explicou que Popocatépetl, em nahuatl, significa “montanha que fuma”, e Iztaccihuatl “mulher deitada”. Eu achei interessante, mas faltavam detalhes interessantes. Mais tarde, encontrei a história completa em alguns blogs (Ref. 36 e Ref. 37). Durante o reinado dos astecas no Vale do México, foi imposto um sistema de impostos severo e punitivo às civilizações vizinhas. Essa cobrança era uma grande fonte de riqueza e trabalho para a capital Tenochtitlán, mas o descontentamento foi um dos fatores que posteriormente levaram à destruição do Império Asteca por Hernan Cortés, já que os Tlaxcaltecas e outras civilizações vizinhas se aliaram a Hernan Cortés. Muito antes dos espanhóis chegarem, o governante local dos Tlaxcaltecas decidiu ir à guerra contra os astecas. Ele tinha uma linda filha, chamada Iztaccihuatl, que havia se apaixonado pelo guerreiro mais destemido da tribo, chamado Popocatépetl, que também se apaixonou por ela. Para permitir esse casamento, o chefe local impôs uma condição: ele enviou o valente guerreiro para a batalha, e ele deveria retornar com a cabeça do inimigo em mãos para, aí, sim, poder casar-se com sua filha. Destemido, Popocatépetl partiu para sua missão, mas outro guerreiro chamado Citlaltepetl, também apaixonado pela princesa e invejoso de Popocatépetl, resolveu voltar antes que a batalha terminasse, dizendo que o destemido Popocatepetl havia sido morto na luta! A bela princesa não resistiu à dor de perder o seu amado e acabou morrendo de desgosto. Alguns dias depois, chegava da batalha Popocatépetl, alegre e saltitante, com a cabeça do inimigo em mãos, pronto para receber seu prêmio e casar-se com sua amada. Ao descobri-la morta, não se conformou. Levou o corpo sem vida da princesa para uma região no campo, deitou-a no solo e ajoelhou-se ao seu lado, prometendo não mais sair daí para todo o sempre. Comovidos com a história, os deuses interviram. Transformaram os dois amantes em enormes montanhas que ficariam, para sempre, lado a lado! Iztaccihuatl tem a forma de uma mulher deitada, vestida de branco, dormindo pacificamente. Popocatépetl, ou “montanha fumegante”, é o vulcão ao seu lado, nervoso e inquieto, pronto para sempre proteger a sua amada. Dizem que o Popocatepetl entra em erupção ocasionalmente porque a dor dele ainda queima profundamente dentro do coração dele. E o guerreiro invejoso que causou essa tragédia? Não, os deuses não se esqueceram dele! Também foi transformado em uma montanha, a mais alta do México, Pico Orizaba, para que, de longe, pudesse ver os dois amantes juntos, unidos para sempre. O Pico Orizaba tinha que ficar mais longe, pois foi condenado à solidão eterna, mas não tão longe para que ainda pudesse ver os amantes juntos para sempre. Muito legal, né? Quase um Romeu e Julieta das civilizações pré-colombianas! Negaram seu amor enquanto viviam, mas foram destinados a passarem a eternidade juntos. Itza e Popo são um símbolo de amor eterno, transformados nos dois vulcões que formam esse lindo cenário de fundo para a Cidade do México. Impossível não se apaixonar pela história das civilizações pré-colombianos, até as lendas dos vulcões são fantásticas!!! A cidade-base para conhecer o parque nacional Itza Popo é Amecameca, que fica 60 km (~1h) da Cidade do México. O Paso Cortés ligava Amecameca até Cholula, mas apenas o trecho até Amecameca é asfaltado (30 min, 26 km). Do Paso Cortés para Cholula e Puebla, a estrada está ruim e não tem transporte público até lá. O único tour que achei para o Paso Cortés era um bate-volta da Cidade do México. Mas esse tour é mais para fazer o começo trekking para o Itza, começando na base do Itza (La Joya, a 4200m) e subindo até onde o grupo aguentar (máximo 4800 metros). Parecia uma boa opção, mas, para o meu objetivo principal que era ver o Popo, ele tinha dois problemas. Eu não sabia se esse tour parava em um bom lugar para ver o Popo, e, com certeza, eu não poderia vê-lo à noite, que é quando a magia acontece! Eu tinha muita pouca informação sobre a atividade do Popo. Só sabia que tinham erupções estrombolianas e que não eram várias por hora (como o Fuego e Monte Yasur). Não sabia se teria erupções com lava visível à noite, mas, na dúvida, eu queria me programar para ter essa chance. Descobri que até daria para ir ao Parque Nacional Itza-Popo de carro alugado. Mas até La Joya, aparentemente desde a pandemia, precisava de uma autorização. Muito difícil conseguir informações do Parque Nacional, horários, mapas, controles de acesso. Só quando achei agências de turismo local de Amecameca, consegui alguma informação. Um guia de Amecameca (que contactei pelo grupo de guias locais no Facebook) me ofereceu um tour no Parque Nacional, incluindo transporte de Amecameca, trekking de umas duas horas, mais uma hora tirando fotos do Popo por ~45 $USD. Achei o preço justo e, o melhor, eu poderia escolher o horário, manhã ou tarde. Normalmente, de manhã, o céu está mais claro, mas como eu queria ver o Popo à noite, marquei com ele no meio da tarde, apesar do risco maior das nuvens cobrir o vulcão. Foi legal que o guia me forneceu todas as informações de como chegar em Amecameca de busão, horários etc., ficou mais fácil planejar meu passeio. O último ônibus de Amecameca até Cidade do México saía por volta 21h, o que me permitia fazer o passeio à tarde e ainda voltar para Cidade do México no mesmo dia. Eu acordei não muito cedo e fui de metrô ao Terminal Rodoviário do Sul. Umas dez e pouco estava embarcando no micro-ônibus para Amecameca. Mais um dia lindo e, na estrada, finalmente apareceram os tão esperados vulcões, e com um lindo céu azulzinho! Como o meu passeio para o Parque Nacional Itza Popo era às 14h, eu teria algumas horas para conhecer a cidade de Amecameca e procurar algum ponto para tirar uma foto bacana dos vulcões. O único lugar que consegui algumas fotos foi da pracinha principal do centro, mas, ainda assim, meio encoberto por fios e construções. Caminhei por várias quadras tentando encontrar algum ponto mais aberto, mas tinha casas e fios atrapalhando a vista/foto por todo lado. Como eu também não queria ficar pegando táxi ou tuk-tuk para ir até algum local aberto mais afastado do centro, desencanei. O jeito era torcer para conseguir umas boas vistas do parque nacional mesmo. Só que, conforme o esperado, à medida que ia entardecendo, algumas poucas nuvens apareciam, cobrindo justamente o topo das montanhas. Será que ia “dar ruim” e tudo estaria encoberto quando eu chegasse ao parque? Figura VI‑113: Itza e Popo, vista da estrada Figura VI‑114: Popo, visto do centro de Amecameca Apesar do parque nacional nas cercanias, a cidade de Amecameca me pareceu pouco turística, imagino que a maior parte das pessoas que vem visitar o parque faz bate e volta da Cidade do México e não fique por aqui. O mais legal em Amecameca foi conhecer o centrinho típico de uma cidade pequena mexicana, especialmente o comércio. Lá não vi praticamente nenhum turista... O mercado em si já era bem grande e lotado de barraquinhas, mas, em frente ao mercado e à igreja, eles formaram mais umas quatro grandes fileiras adicionais de barraquinhas! E tinha mais barraquinhas contornando quase toda a praça, vendendo tudo que é tranqueira que você possa imaginar, comidas (cruas ou prontas), roupas, panelas, brinquedos, livros. Impressionante a quantidade de barraquinhas. Segundo o meu guia, o último prefeito deu uma organizada, demarcou e enfileirou todas as barraquinhas da praça. Segundo ele, antes era muito mais bagunçado, difícil imaginar como isso seria possível 🤣🤣🤣 ! Salvei no canal dois vídeos (Cap VI‑41 e Cap VI‑42) de eu me perdendo no labirinto das barraquinhas. O guia me indicou um restaurante para almoçar, pareceu bem bacana, mas escolhi um bife à milanesa com batata frita que veio nadando no óleo! Depois vou falar mais a esse respeito, mas agora era hora de encontrar o guia e partir rumo ao Parque Nacional Popo e Itza! O guia era nascido em Amecameca, e conhecia muito sobre o parque e o vulcão. A atividade eruptiva do Popo começou em 1994. Com o aumento da atividade, o governo mexicano fechou o acesso à montanha preventivamente em 2000. O guia já tinha subido o Popo várias vezes antes do acesso ficar proibido. Pelo que ele explicou, existiam duas rotas para atingir o cume. Uma mais fácil, na face virada para a cidade Puebla, por onde a maioria costumava subir, mas era esse o lado que costumava ter mais fragmentos de erupções, gases, pedras e fluxos piroclásticos, e já ocorreram fatalidades de escaladores surpreendidos por um fluxo piroclástico. A via pelo outro lado é mais exposta e inclinada, mas, se tiver alguma atividade vulcânica, deve estar mais protegida... Muitos vulcões têm essa característica, geralmente os pontos com acesso mais fácil para escalar são por onde vão os gases e fluxos piroclásticos. Eu já sabia que atualmente o acesso ao Popo está todo fechado, mas não sabia até quão perto eu poderia ir. Quando chegamos na entrada do Parque Nacional Itza-Popo, no Paso de Cortés, fiquei bastante decepcionado ao saber que aquele era o ponto mais próximo ao Popo com acesso liberado. Fiquei pensando “Ué, só isso”.... Essa entrada do parque ficava a uns 5 km do albergue que antigamente servia de base para a subida do Popo (Albergue Tlamacas) e era o último local que se chegava de carro, ficava longe para caramba. E, para piorar a minha frustração, à tarde tinha aumentado a quantidade de nuvens cobrindo o topo dos vulcões. Figura VI‑115: Popo, visto da entrada do Parque Nacional Além disso, o roteiro acabou ficando meio mal combinado entre eu e o guia. Na minha cabeça, a gente ia tirar umas fotos do Popo, depois faria o trekking subindo um pouco do Itza a partir do La Joya (que fica a uns 7 km da entrada do parque). E depois voltaria para tirar fotos à noite do Popo. Depois da frustração inicial por ficar tão longe do Popo, eu pensei: “ok, agora vamos para La Joya fazer o trekking no Itza, certo?” Só que não.... Ele explicou que, aos sábados, só podia ir até La Joya com reserva, e ele não tinha feito reserva para nós. Acho que ele não fez por mal, foi uma falha na nossa comunicação em “portunhol”. Provavelmente ele não entendeu que eu queria fazer uma caminhada no Itza e achou que eu queria caminhar apenas na entrada do parque. Acabamos fazendo uma caminhada de umas duas horas nas trilhas de lá mesmo, entre 3600 e 3800 metros de altitude, que não foi bem o trekking a 4200 metros no Itza que eu havia imaginado. Figura VI‑116: Caminhada próxima à entrada do parque Mas aí o guia me disse que ele costumava ajudar os guardas do parque nacional com eventuais resgates e que tinha uma amiga policial que era chefe por lá. Ela não estava no parque naquele dia, mas ele ligou para ela e pediu permissão para me levar até o Albergue Tlamacas, antiga base para a subida do Popo, atualmente fechado e com acesso proibido. Ele contou toda uma historinha para delegada, deu uma valorizada, disse que estava com um turista brasileiro que nunca tinha visto um vulcão na vida e tinha vindo para o México só para isso (essa segunda parte era verdade 🤣), e conseguimos a autorização! De volta à entrada do parque, encontramos dois policiais gente fina que nos levaram de viatura pelos ~5km de estradinha de terra até o Albergue Tlamacas. Esse, sim, ficava bem mais perto da base do vulcão, muito bacana! Era proibido usar drone no parque nacional, mas os policiais me deixaram subir o drone. Não arrisquei muito, porque o vento estava forte e o drone avisava o tempo todo que eu não deveria passar de 4.000 metros... Fiquei com medo de perder o drone novo. Ainda assim, deu para fazer umas imagens bacanas. E, para melhorar, mais no final da tarde, aquelas nuvens que cobriam o topo dos vulcões desapareceram completamente. Foi um belíssimo final de tarde. Figura VI‑117: Popo, do Albergue Tlamacas Figura VI‑118: Agora, sim, bem mais perto Figura VI‑119: Itza, vista do Paso Cortés Salvei 3 vídeos do Popo no canal (Cap VI‑43, Cap VI‑44 e Cap VI‑45). Ficamos um tempão com a polícia lá na base do Popo e, quando deu 17h, voltamos. Nesse dia eu acabei entendendo melhor a atividade do Popo. Ele estava emitindo muitas fumarolas que me pareciam vapor d'água, brancas, parecido com as nuvens (reparem nas fotos e no vídeo Cap VI-44). E, segundo o guia, a maior parte era vapor d’água mesmo. Olhando de longe não dava para distinguir direito o que é nuvem e o que é atividade vulcânica. Quando tem erupções estrombolianas, aí, sim, a fumaça é cinza-escuro, bem diferente. Mas as erupções estrombolianas são pouco frequentes no Popo, se comparado a Fuego e Monte Yasur. Acompanhando uma página que costuma noticiar erupções (Ref. 4), depois de um longo tempo sem atividade, dia 17 de fevereiro de 2022. pela manhã (dois dias antes), o Popo teve uma erupção estromboliana e, pelo mesmo site, a próxima erupção noticiada foi 29 de março, um mês e meio depois. Ou seja, eu teria que ter muita sorte para pegar uma erupção bem nas 3h que eu estaria por lá. E mais sorte ainda para ela acontecer de noite, quando daria para ver a lava vermelha incandescente e não apenas a fumaça cinza! Nesse dia, o Popo estava bastante ativo, emitindo bastante vapor, mas nem sinal da lava que à noite ficaria vermelho incandescente. Lembrando que eu tinha escolhido ir à tarde justamente porque queria tentar ver ele à noite, tinha levado tripé, umas roupas de frio extras.... Mas depois que eu percebi que à noite não daria para ver nada de lava, resolvemos ir embora antes de escurecer porque eu ainda tinha um longo caminho até a Cidade do México. Na descida, ainda fizemos uma última parada para registrar um belo pôr do sol, que parecia que ia se pôr atrás de um vulcão, mas encontrou uma nuvem antes.... Figura VI‑120: Pôr do sol no Vale do México No final, o passeio valeu a pena, e acabou dando certo ter ido com o guia, que era bem gente fina. Não tinha lava, é verdade. Mas pegamos um final de tarde lindo, conseguimos ir até a base do vulcão, e pelo menos o Popo estava emitindo bastante fumarola. Seria frustrante, por exemplo, se eu alugasse um carro para ir até o parque e acabar vendo o Popo só lá da entrada.... No parque, também não vi trilhas mapeadas para mirantes ou vistas interessantes. E não tinha muita vista para o Popo. A principal trilha é a da La Joya, para o cume do Itza, bem longe do Popo. Acho que o parque atrai mais o pessoal que gosta de praticar caminhada ou corridas a quase 4.000 metros. Quando eu fui, o parque estava relativamente cheio, e vi muitos mexicanos caminhando e correndo pelas trilhas. Poucos países no mundo você tem parques onde pode-se fazer uma corridinha de final de semana a quase 4000 metros. Popocatépetl: #imperdível Comparação Popo, Villarrica e Cotopaxi (obs: retirei daqui, esse trecho não faz sentido nesse post/contexto, melhor ver no livro completo...) Dia 14 -> Cidade do México -> São Paulo Meu voo de retorno para o Brasil estava marcado para 17h. Teoricamente, pela manhã, daria tempo de fazer o exame obrigatório de covid e ainda fazer mais algum passeio na CDMX. Eu tinha pensado em conhecer um local onde reconstruíram a Vila do Chaves, ou o belo prédio do Museu Soumaya, ou Coyoacan ou ainda Tlatelolco. No entanto, à noite, descobri que (provavelmente) aquele almoço oleoso em Amecameca me deu um baita revertério! Vomitei, fiquei com “piriri” e passei a noite toda no trono.... Achei que iria melhorar quando acordar, mas que nada... Não conseguia comer nada: nem pão, bolacha, café ou leite. Tomei até um remédio que tinha levado para dor de barriga, mas não melhorei nada. Sem comer, sem dormir direito, fiquei zoado o dia inteiro, sobrevivendo à base de Gatorade. Não tinha forças nem para carregar uma mochila e uma malinha de mão de transporte público, inclusive tomei um tombão descendo a escada do metrô! A primeira refeição que eu consegui comer algo foi a jantinha do avião, mas veja pelo lado positivo, ainda bem que esse revertério foi só no último dia, não estragou a viagem. Dois dias depois, eu já estava pronto para a próxima e programando a viagem seguinte em busca do próximo vulcão ativo! O que eu acertei e o que eu faria diferente Acho 14 dias pouquíssimo tempo para conhecer o Panamá, a Guatemala e o México, mas ainda assim consegui ver coisa para caramba. Apesar de cansativa, foi muito legal a viagem. Conheci muitas culturas interessantes, natureza espetacular, e alguns dos vulcões mais incríveis do mundo! Claro que eu adoraria conhecer outros países da América Central, o pior foi não ter tido tempo para ir para San Blas (arquipélago no Panamá) com o stopover gratuito da Copa Airlines. Além das belezas do Mar do Caribe, queria conhecer um pouco mais da cultura dos nativos Kunas. Fica para próxima, nessa viagem tive que me contentar só com um day tour na Cidade do Panamá mesmo, e gostei de conhecer a Cidade do Panamá e, principalmente, o Casco Antiguo. Um dos meus objetivos nessa viagem era conhecer mais de perto a cultura e a “vida real” dos mexicanos. Dez anos atrás, passei uns dez dias em Playa del Carmen (próximo a Cancun), e tirando as ruínas maias, tudo naquela região é muito turístico, acabei não tendo tanto contato com a cultura mexicana. Só com a culinária, vai... Desta vez, foi muito legal conhecer mais de perto a cultura e a vida real dos mexicanos. Para mim, é o povo mais parecido com o brasileiro, muito amigável e receptivo, e que pode se orgulhar da riquíssima história de suas civilizações pré-colombianas. Muitos turistas optam por assistir a um show de Lucha Livre, aquelas lutas de mentirinha com performances artísticas que são muito populares por lá, ou fazem passeios pelos canais de Xochimilco em barquinhos coloridos (trajineras) com mariachis tocando música. Essas atrações não me atraíram tanto... Havia, no entanto, outras que eu gostaria de conhecer, como um outro caso de sincretismo religioso: Santa Muerte. O mais curioso são as imagens da Santa Muerte, geralmente representada como uma caveira vestida de santo. Aparentemente, seus praticantes não são muito bem-vistos no México (quem quiser mais informação, recomendo o vídeo no canal Mundo Sem Fim, Ref. 35). Infelizmente, também não pude conhecer a Vila do Chaves, o belo prédio do Museu Soumaya, Coyoacan e as ruínas de Tlatelolco, além de Puebla e San Miguel Allende, que ficam nas proximidades da capital. E o México ainda tem regiões mais distantes que parecem ser muito legais como Chiapas, Oaxaca, Baja California, a Cachoeira do Tamul e o deserto mexicano.... O país é imenso e ainda tem muita coisa para conhecer. Já a Guatemala, apesar de o país ser menor, algumas atrações ficam bem distantes entre si. Às vezes a distância nem é tão grande, mas é tanta curva na estrada, e é tão complicado o transporte/transfer que você perde muito tempo de deslocamento. E eu ainda tinha que voltar para a Cidade da Guatemala para pegar o voo para o México. Uma alternativa seria seguir de Tikal para Belize, e depois ir até Cancun, mas voltei para a Cidade da Guatemala por “falta de dias” e porque não era época de mergulho com tubarão-baleia. Se fosse a época, eu daria um jeito de encaixar os tubarões-baleia no meu roteiro.... Uma dica importante para quem for para Guatemala: prefira a época de seca entre novembro e abril. Do meu plano inicial da Guatemala, ficou faltando conhecer o Vulcão Santiaguito. Fiquei com vontade de fazer o tour Santiaguito Crater Overnight, dizem que você acampada a 400 metros da cratera. No entanto, não sei o quão seguro seria esse lugar, e se algum dia eu fizer esse tour, vou pesquisar melhor as condições de segurança. A agência me disse que esse é considerado o trekking mais difícil da Guatemala, 8h para ir, umas 6h para voltar, varando mato, sem nenhuma estrutura – precisa levar barraca, comida etc. Enfim, nada turístico, bem raiz! Em Xela (Quetzaltenango) e no Lago Atitlan, também tem muitos trekkings bacanas. Não consegui conhecer o famoso mercado de Chichicastenango, a Laguna Brava próxima a Huehuetenang ou a própria a Cidade da Guatemala. No final, para encaixar tudo que eu queria fazer na Guatemala em 8 dias foi dureza! O meu roteiro maluco ficou muito cansativo, mas foi uma viagem e tanto. A Guatemala é um país com uma natureza única, com vulcões ativos e montanhas com mais de 4000 metros, um rio lindo como Semuc Champey, Lago Atitlan, e atrações culturais sensacionais como Tikal, Antígua e Maximon. A Guatemala tem algo difícil de achar em países turísticos: a vida normal parece que não foi tão afetada pelo turismo. E houve uma mescla muito interessante dos descendentes dos colonizadores espanhóis/europeus com o povo indígena e maia. É um povo que mantém até hoje suas tradições e costumes, e alegram as cidades com seus lindos trajes típicos coloridos e os sorrisos das pessoas. Em vários lugares da Guatemala, o pessoal fala espanhol e, também, a língua maia. E, se a logística não é assim uma Brastemp, qualquer dificuldade é mais do que compensada por um povo extremamente simpático e sempre disposto a ajudar. Que povos bacanas, obrigado, Guatemala e México! Ranking das atrações Segue meu ranking das principais atrações dessa viagem: 1 – Vulcão Fuego 2 – Semuc Champey 3 – Tikal 4 – Cidade do México (conjunto da obra: Zócalo, catedral, Museu Antropologia, Palácio Bellas Artes, basílica) 5 – Popo 6 – Teotihuacán 7 – Antígua 8 – Vulcão Pacaya (peguei pouca atividade e tempo encoberto) 9 – Lago Atitlan (Cliff jumping, Panajachel e vistas) 10 – Maximon (muito legal a história, o atrativo turístico em si nem tanto) 11 – Cidade do Panamá Obs.: o Vulcão Santiaguito, infelizmente, não consegui conhecer, mas tinha potencial para estar na lista.... --------------------------------------- Pessoal, postei quase inteiro o capitulo VI do livro/ebook (só reduzi algumas fotos pra adaptar ao forum). Os capitulos de cada continente ficaram parecidos com esse. Deveria ter colocado criado esse tópico no subtópico "America Central, Caribe e México", já q terminei no mesmo post com Guatemala e México. Acabei criando o tópico no subforum só da Guatemala, agora não sei como mover pra lá, vamos ver se quem quiser consegue achar..... De qualquer forma, o relato completo das viagens pelos outros continentes está no livro Destino Vulcões no amazon.com.br! Sinopse do livro: Nesta obra, compartilho minhas aventuras em busca dos vulcões mais espetaculares do planeta. É um relato pessoal de mais de 90 dias de viagens, ao longo de 10 anos, explorando 15 países em 6 continentes, ilustrado com fotos e vídeos do próprio autor. Expressões absolutas da força da natureza, os vulcões fascinam na mesma medida em que amedrontam. Quem já assistiu a uma erupção com lava pode confirmar que os vulcões oferecem uma das cenas mais impressionantes da natureza. E não é preciso ser um aventureiro radical para explorar esses destinos — basta estar disposto a viver experiências inesquecíveis. Além de paisagens vulcânicas impressionantes, descobri culturas vibrantes e outras belezas naturais que tornaram essa jornada ainda mais enriquecedora. Convido você a me acompanhar nessa aventura, repleta de histórias fascinantes e paisagens deslumbrantes ao redor do mundo. Capa:
  3. Inaugurada em 1870, loja especializada em pães e bolos segue em funcionamento ininterrupto até hoje no Centro Histórico da Cidade do México. A padaria foi fundada por um imigrante espanhol, que chegou ao México vindo do País Basco – em castelhano, essa comunidade autônoma ao norte da Espanha é chamada de Vasconia, daí o nome do comércio. La Vasconia fica aberta das 7h às 21h30 diariamente. Leia mais em: https://viagemeturismo.abril.com.br/mundo/mexico-conheca-la-vasconia-padaria-mais-antiga-da-capital https://www.lavasconia.com.mx/
  4. Relato de uma viagem feita sozinho durante 2 meses no México entre os dias 02/02 e 29/03/2023 e entre 12/04 e 15/04, após uma passagem pela Guatemala. Muitas das informações aqui apresentadas já foram em parte compartilhadas no meu Instagram de viagens: https://instagram.com/viajadon_/ ⚠️ Considere essa viagem como complementar a outra viagem pelo México, de também quase dois meses, feita em 2019. O relato sobre essa viagem pode ser lido em https://www.mochileiros.com/topic/87583-méxico-em-58-dias-pirâmides-pueblos-mágicos-cachoeiras-cenotes-museus-e-praias-com-mapas-e-muitas-fotos-e-dicas/page/2/ Obs.: os preços informados são em peso mexicano. Obs 2: os meus relatos costumam ser objetivos, sem tantos detalhes das experiências subjetivas e com foco nas informações básicas das atrações visitadas. Porém, em alguns dias, como no dia da Cascada de Tamul, encontrará um texto mais prolixo, com mais de detalhes das minhas experiências. PRINCIPAIS CIDADES/REGIÕES VISITADAS (em ordem de deslocamento): Cancún - Playa del Carmen - Cozumel - Mérida (+Dzibilchatun e Izamal) - Campeche (+Edzna) - Xpujil - Calakmul - Vilahermosa (+Comalcalco) - Xalapa (+Xico) - Tampico - Ciudad Valles (Huasteca Potosina) - Zacatecas (+Susticacan e Jerez) - Saltillo - Monterrey (+Santiago e Garcia) - Creel - Divisadero (Parque Barrancas del Cobre) - Areponamichic - Urique - Baiuchivo - El Fuerte - La Paz (Baja California) - Todos Santos - Cabo de San Lucas - Mazatlan - Puerto Vallarta - Punta de Mita - Sayulita - San Pancho - Guadalajara (+Ajijic, Chapala e Tequila) - Morelia (+Patzcuáro, Tzintzuntzan e Cuitzeo) - Cidade do México (+Tula de Allende e Tepoztlan) - Taxco - Comitan de Dominguez MAPA GERAL COM AS CIDADES VISITADAS: Disponível em: https://www.google.com/maps/d/edit?mid=1jZcJcpPJFxLCKc0Us6tpL9A5bPzCaro&usp=sharing ITINERÁRIO: Planilha para dowload com mais detalhes e infos de refeições e hospedagens: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1waDMfQMPydJy4iJDYq6PXsPPpZeQ4t10/edit?usp=sharing&ouid=103098444594684776713&rtpof=true&sd=true INFORMAÇÕES BÁSICAS (em boa parte copiado do relato de 2019) VISTO MEXICANO - Quando comprei minha passagem na Black Friday, acabei esquecendo que o México estava exigindo visto de brasileiros. Só fui ser lembrado disso na segunda semana de dezembro, sendo que minha passagem era para fevereiro. Confesso que bate um certo medo. Fui pesquisar sobre como estava o processo de obtenção do visto e passei da sensação de medo para o desespero. hahahaha Muitos eram os relatos de pessoas que não estavam conseguindo agendar a apresentação da documentação nos consulados do RJ e SP ou na Embaixada de Brasília, mesmo com casamento marcado, ou ainda eram comuns os relatos de pessoas que estavam tentando há meses e não conseguiam resposta. - Meu primeiro passo: foi tentar fazer da forma oficial via sistema eletrônico de agendamento pelo site da Embaixada. Esperei o dia de abertura das vagas e simplesmente não consegui avançar no processo no site. Isso batia exatamente com os relatos de muita gente. Então, aquele desespero passou a ser uma convicção de que não conseguiria o visto dentro de dois meses até a minha viagem. - Resolvi, então, mandar um e-mail para o endereço de e-mail do Consulado (um que tem @sre.gob, que não vou escrever aqui para não possibilitar o rastreio e atrapalhar nos próximos pedidos) informando que tinha um emprego aqui, que queria apenas viajar ao país a turismo e informando que podia comprovar qualquer exigência para obtenção do visto. Para minha surpresa me responderam dentro de 3h e marcaram a minha entrevista para quatro dias depois. Detalhe: enviei em uma quinta-feira e marcaram para segunda. - Fui no período da manhã, com todos os documentos exigidos e com o dindin na conta para pagar a taxa de U$$48 via pix, e no mesmo dia, ao final da tarde, pude buscar o meu passaporte, que havia ficado retido, com o visto carimbado. Ô, alívio danado! - Aparentemente o sistema melhorou de lá para cá, então pode ser que não passem por essas dores de cabeça. POVO MEXICANO - Os mexicanos são muito acolhedores, honestos e simpáticos com o turista brasileiro de forma geral. - No país encontrará pessoas falando outras línguas, além do espanhol, como nahuatle (em El Tajín e em pueblos do estado de Puebla), tsotsil (San Cristóbal de las Casas) e outras línguas da família maia. CÂMBIO - A melhor opção atualmente é levar dólar em cartão de conta global e sacar em pesos em caixas eletrônicos. Assim é possível pegar boas cotações do dólar antes da viagem. Entretanto, é importante ficar atento ao limite de saque e às taxas cobradas nos caixas eletrônicos (dois que achei em conta foram BanCopel, $29, e Banorte, $48). Há também a opção de usar o próprio cartão de débito da conta global, porém muitos locais no México não aceitam cartões e muitos que aceitam cobram taxas desencorajadoras. - Complementarmente, leve dinheiro em espécie em espécie, mas não leve reais e muito menos leve pesos mexicanos comprados aqui no Brasil! - Apesar de ter lido em um relato que o euro era mais vantajoso do que o dólar na conversão para pesos mexicanos, não verifiquei isso em nenhuma casa de câmbio. Sendo assim, o conselho é levar dólares. - Melhores cotações ao longo de toda a viagem nas casas de câmbio do Terminal 1 do Aeroporto. Atenção que o seu voo chegará no Terminal 2, onde as casa de câmbio oferecem cotações menos favoráveis. Para ir ao 1 procure pelo Aerotrem (trem de conexão entre os terminais). Ao chegar no túnel de acesso ao Aerotrem, te pedirão a sua passagem. Informe que você acabou de chegar de viagem e que quer ir às casas de câmbio (deu certo comigo e acho que geralmente dá com qualquer um). - Se chegar ao país via Cancún, na cidade provavelmente a melhor opção para câmbio é o Mercado 28, ao menos foi isso o que achei em pesquisar em fóruns. Agora se logo em seguida, for a Playa del Carmen, deixe para fazer o câmbio lá. Na cidade a melhor opção era o Banco Azteca, porém as casas de câmbio convencionais também tinham cotações melhores do que as que vi em Cancún. PREÇOS - O México em 2023 já não é mais barato do que o Brasil de forma geral. Os preços de transporte, hospedagem, alimentação e transporte serão discutidos nos tópicos a seguir. TRANSPORTE - O México é muito bem atendido por linhas de transporte. Mesmo entre cidades pequenas no interior costuma haver transporte regular (geralmente kombis) e entre várias cidades, há opções de ônibus executivos confortáveis do grupo de empresas da ADO, da Futura ou do grupo da Estrella Blanca, com preços mais ou menos correspondentes aos praticados no Brasil. - Para se locomover entre cidades do circuito turístico nos estados ao norte da Cidade do México (até San Luis de Potosí) ou entre a Cidade do México e Puebla ou Oaxaca, encontrará opções mais econômicas no Bla Bla Car (app de compartilhamento de carona). No app, muitas vezes a viagem sai por um terço do preço dos ônibus regulares e além disso, vc ainda pode conhecer pessoas massa, como aconteceu na viagem até Querétaro, em que conheci dois mexicanos e um belga super "chidos", que depois ainda tomaram uma cerveja comigo. - Para viajar para alguns pueblos, muitas vezes haverá apenas opção de colectivo (kombi ou van) ou em caso extremos haverá apenas opção de caminhão (pau de arara), como entre Laguna Miramar e Ocosingo. Às vezes a única opção de transporte regular (nos dois sentidos da palavra) pode ser também a carroceria de uma camionete, como para visitar Toniná partindo de Ocosingo (locais visitados na viagem passada). - Uma forma bastante popular de se viajar, especialmente em ou entre cidades pequenas é o táxi coletivo. São basicamente táxis que circulam meio que como vans ou ônibus pegando mais de um passageiro. Em algumas situações colocam até 5 passageiros, sendo dois na frente (sim, há um banco adaptado em cima do freio de mão 😂). - O transporte dentro da Cidade do México é muito barato! O metrô custa apenas $5. - Para viajar entre cidades, o preço da passagem está bastante cara. Algumas viagens que fiz em 2019 custavam 3 vezes mais em 2023. Dicas para economizar: a) cheque o Bla Bla Car antes de comprar passagens de ônibus; b) nos estados de Chiapas, Campeche, Quintana Roo e Yucatán, verifique sempre se há opção de colectivo, além do ônibus (é mais desconfortável, mas às vezes muito mais em conta e com saídas mais frequentes); c) sempre quando for comprar passagem de alguma empresa do grupo ADO (OCC, AU e a própria ADO), cheque o site com ao menos 3 dias de antecedência, pois geralmente há cotas promocionais que reduzem o preço em até 40-50%; e c) ao comprar passagem em terminal rodoviário, cheque sempre se não há outra empresa que faz o percurso. Se houver apenas um atendente para passar informações de várias empresas, geralmente te informará apenas o custo da viagem com horário de saída mais próximo. Geralmente há outras empresas com ônibus simples, sem banheiros, porém com poltrona confortável, que fazem o mesmo trajeto das empresas mais caras HOSPEDAGENS - As hospedagens atualmente não são muito baratas. Poderá encontrar em cidades de grande ou médio porte, fora do eixo mais turístico no litoral, hospedagens com preço em torno de $150. Já no litoral da Península de Yucatan dificilmente encontrará por menos de $250. Em cidades turísticas de menor porte, espere algo em torno de $180. - Em alguns pueblos e cidades menos turísticas pode ser que não encontre hostels. Neste caso, confira o Airbnb se quiser reservar com antecedência e espere pagar a partir de $250. ***Para fazer a sua primeira reserva pelo Airbnb, use o link abaixo, que vc ganhará desconto (e eu tbm e nós dois ficaremos felizes 😄) https://abnb.me/e/lJ7ccVuYnZ - Dica importante: caso esteja viajando em baixa temporada, sem muita preocupação com disponibilidade de hospedagens, deixe para pagar a diária do hostel a cada novo dia, sempre conferindo o preço no Booking. Podem aparecer promoções de apenas uma diárias nas hospedagens. Essa é a regra, porém quando o valor inicial já está absurdamente barato, pode ser melhor reservar logo para vários dias, com atenção a qualquer alteração nos valores das diárias para este maior período. ***Para fazer a sua reserva pelo Booking, use o link abaixo, que vc ganhará desconto (e eu tbm e nós dois ficaremos felizes 😄) https://booking.com/s/67_6/andes019 p.s.: Ao final do relato, encontrará a lista de todas as minhas hospedagens. COMIDAS E BEBIDAS - Para ver informações sobre as refeições e restaurantes, acesse a planilha. - É bom ter um glossário de comidas mexicanas! Muitas coisas são bem parecidas. Às vezes só de acrescentar um item em alguma coisa, esta já recebe outro nome. - Ser vegetariano no México às vezes é um pouquinho complicado se você não está na pilha de fazer sua própria comida. - Comidas de rua e refeições em mercados (tipo os nossos mercados municipais) são bem econômicas e em geral os restaurantes chiques custam menos do que muitos restaurantes razoáveis do Brasil. - Um outro atrativo do México para mim são suas simpáticas padarias. Muitas delas vendem apenas opções de pães doces com preços geralmente super em conta! Em Orizaba, por exemplo, paguei $5 (!) por três tipos diferentes de pães doces. - Pimenta! 🌶️ Sim, os mexicanos realmente amam pimenta. Tudo o que você pede pode levar pimenta no seu preparo, até mesmo uma raspadinha de gelo ou frutas no copo. É comum também ter à disposição molhos de pimenta verde ou vermelho de preparo próprio. Caso vc não curta pimenta, relaxa que geralmente as comidas não vêm apimentadas da cozinha (exceto o "mole" ou alguns pratos típicos que são feitos à base de pimenta), mas é sempre bom perguntar. - Outra coisa interessante é que nos menus (combos de comidas), o arroz às vezes pode vir como opção de segundo prato, após a entrada (geralmente uma sopa ou caldo) e antes do prato principal. - Ah, e esqueça o tradicional arroz nos pratos. Os mexicanos muitas vezes usam as tortillas como base dos seus pratos. Às vezes quando o prato vem com arroz, eles inclusive o colocam na tortilla. hahaha - Há diversos tipos de antojitos (classe do comidas dos tacos e quesadillas). Tive dificuldade para diferenciar um de outro algumas vezes, mas tranquilo, já que os próprios mexicanos quando questionados sobre as diferenças fazem confusão. hahahaha - Em relação à bebida, o preço da cerveja é mais ou menos o mesmo do Brasil (aqui é um pouco mais barato). Uma garrafa de 1,5 L de água custa geralmente entre $12 e $20. Refrigerante eu não sei, mas dado o alto consumo mexicano (mais do que 6x a média mundial), acho que é bem barato. - Os mexicanos também são doidos por suco! Nas ruas geralmente há várias banquinhas de suco. Na verdade, o suco lá geralmente é feito com fruta em infusão durante um bom tempo e se chama "agua (de sabor)". Já os sucos de pura fruta, sem adição de água, que são chamados de "jugo". - Outra coisa que os mexicanos amam é tamarindo. Há inclusive um preparo tipo uma calda muito popular à base de tamarindo e pimenta, chamado "chamoy", que eles usam em diversos alimentos. Os doces feitos com a fruta, especialmente os picantes, são deliciosos! 🤤 - Paleta! Sim, o termo "paleta" não é invenção de empreendedor brasileiro. Os picolés mexicanos realmente se chamam "paletas". Os de fruta são deliciosos! Mesmo aqueles baratinhos de carrinhos de rua são super saborosos. Eu costumava curtir mais as paletas de fruta (especialmente as com pimenta) do que os sorvetes ("helado" se for à base de leite ou "nieve" se for à base de água). Bem acho que é isso... segue aí uma listinha de coisas que comi ou bebi com um breve comentário (na lista foram acrescentados itens consumidos na viagem de 2019): - Arroz a la tumbada: meio que uma canja com peixe, marisco, camarões e caranguejo. Muito boa! Típica de Veracruz. - Bocoles: tortilhas de milho pequenas recheadas. - Camote: doce de batata doce vendido em Puebla. - Campechana: espécie de ceviche com os mariscos, peixe e camarões cozidos antes de fazer o preparado. - Capirotada: pão frito com frutas secas e coco, banhado em rapadura. Delicioso demais! - Cemita poblana: pão tipo "brioche" (desses com gergelim usados para sanduíches). Também é o nome do sanduíche em si, muito popular em Puebla, o qual leva carne de porco, queijo, abacate e pode levar pimenta. É bom, mas é só um sanduíche em torno do qual o povo local cria todo um "hype". - Chalupas: massa de milho frita recoberta depois com um molho e ingredientes a gosto. Parece com salbute. - Chamoyada: raspadinha de gelo com pimenta. Pode ser também sorvete com chamoy (molho citado mais acima) e miguelito (espécie de açúcar apimentado). - Champola: sorvete com leite, canela e baunilha. Não curti porque o sabor do leite sobressai demais e a baunilha não aparece. - Chapulines: grilos fritos. É gostoso, mas o sabor é forte e enjoativo. - Chicatanas: formigas fritas. Curto demais! - Cochinita pibil: carne de porco cozida por mais 12h, que fica desfiada e bastante suculenta. Comum em Yucatan. - Corundas: parecem as nossas pamonhas de sal, só que pequenas e de formato triangular. Típica de Morelia. - Elotes e esquites - milho com limão, pimenta, maionese e queijo. Esquites é a versão com o milho no copo. Delícia demais! - Enchilladas: tortilla enrolada com algum recheio e coberta com molho de pimenta ou tomate. - Enfrijoladas: tortillas cobertas e recheadas com feijão amassado. - Flor de calabaza: flor de abóbora refogada. É bem gostosa e geralmente é servida em tortillas. - Gaspacho: salada de frutas com molho de pimenta, miguelito, suco de laranja e de limão e queijo ralado. Estranhamente muito gostosa! Típica de Morélia. - Gordita: tem a versão de nata, que é tipo um pãozinho doce feito à base de nata e que pode ser recheado com geleias, doce de leite ou nutella; e tem a versão salgada, que é massa de milho frita e recheada. Ambas eu achei bem gostosas. - Habas: favas grandes salgadas, vende-se em lugares que tbm vendem amendoim. - Huaraches e sopes: para mim são iguais, mas têm um formato diferente. Tortilla de milho, com feijão, alface e queijo. - Huazontle: empanado recheado com queijo feito com uma folha fibrosa (o próprio huazontle) que se parece brócolis . Não curti muito! - Huitlacoches: fungo que dá no agave. Uma delícia nas tortillas. - Itacate: antojito feito com tortilla de milho super delicioso. Encontrei apenas no mercado de Tepoztlan. - Memela: massa de milho frita coberta com feijão e molho verde ou vermelho. O que eu comi perto do Balneario Axocopan em Atlixco foi o antojito mais gostoso de toda a viagem. - Molletes: pão com queijo, tomate, alface, que lembra uma bruschetta. - Molote: tipo de antojito frito parecido com quesadilla. Gostoso! - Nopales: folha de palma mto negligenciada aqui no Brasil, mas super populares no México. São servidas em antojitos ou em pratos. Eu adoro! - Palanqueta: parecem barrinhas de cereais feitas com semente de amaranto. Eu acho gostosas. - Pan de espelon: tamal com feijão preto e lomitos (carne assada). Muitooo bom! Popular em Yucatan. - Pan de pulque: é um dos melhores pães doces que comerá na vida! Popular em Saltillo. - Panucho: taco com feijão colado frito em óleo de banha de porco. Leva em cima alface, tomate e abacate no caso do pedido sem carne de porco. Bem gostoso! Popular em Yucatan. - Papadzules: parecem panquecas recheadas com ovo duro e com molho de tomate por cima. Não curti muito! Popular em Yucatan. - Pipián: molho a base de semente de abóbora. Popular em Cuetzalan. - Polcanes: espécies de bolinhos de milho fritos recheados com carne de porco desfiada. Não curti! Popular em Yucatan. - Pozole: sopa geralmente feita com carne e milho branco grande. Em Cancún, comi um de camarão. - Relleno negro: parece um caldo feito com carne de perú, com tomate, feijão adocicado, salsa e queijo. Sabor forte. Muito gostoso! Popular em Yucatan. - Salbute: parece o panucho, mas não se coloca o feijão na hora de fritar. - Sopa de lima: sopa rala de frango, com tomate, cheiro verde e lima. - Tamal chachacua: tamal feito enterrado em chão com pedras quentes, geralmente recheado com carne de porco e frango. Muito bom! Popular em Yucatan. - Tamal de macalun: com hoja santa, semente de abóbora. Muitooo, muito bom! Popular em Yucatan. - Tamal vaporcito: feito no vapor. Gostoso.Popular em Yucatan. - Tlacoyos de requesón: um dos antojitos mais gostosos que comi. São encontrados na Cidade do México. - Tlaxcalli: antojito feito com massa de milho e mais 21 ervas acompanhado de diferentes opções de cobertura como carne, queijo e cogumelos. Um dos antojitos mais deliciosos! - Tlayuda: massa de milho verde frita com cobertura de feijão e outras coisas que são vendidas nas ruas de Cidade do México. Essa eu achei ruim. Já a tlayuda de Oaxaca são gostosas, parecem tortillas grandes dobradas e recheadas com feijão, alface, abacate, tomate e queijo (e carne). - Torta ahogada: sanduíche de frango ou carne de porco picada feito com um pão similar ao pão de sal (pão francês ou outro nome dependendo do local do Brasil) banhado em molho de tomate e salpicado com cebola picada. Não gostei muito já que o pão fica muito esponjoso e desmonta fácil. Típica de Guadalajara. - Uchepo: parece a nossa pamonha de doce, porém tem um formato cilíndrico. Típica de Morelia. - Volovan: uma espécie de pastel/empanada folheada bem gostosa. - Zacahuil: tamal gigante recheado com muita carne de porco. Vem acompanhado com cenoura e conserva de cuerito (couro de carne de pouco em conserva...isso não é bom, não! hehehe). Frutas: - Huaya: frutinha verde que parece pitomba, também conhecida como mamomcillo - Mamey: fruta grande cujo sabor lembra um pouquinho o de mamão. Achei deliciosa - Nanche: murici - Tuna: fruta do cactus que eu não curti Bebidas: - Atole - bebida feita a base de milho; a de cacahuate (amendoim) é uma delícia. bebida deliciosa com tequila, refrigerante de limão, laranja, toranja, limão, sal e aquela bordinha de copo apimentada - feita a base de milho; a de cacahuate (amendoim) é uma delícia. - Cantarito: bebida deliciosa com tequila, refrigerante de limão, laranja, toranja, limão, sal e aquela bordinha de copo apimentada - Lechuguilla: bebida de agave fermentada, que lembra um pouco o hidromel. É vendida em pacotinhos e é típica do estado de Jalisco. Não curti! - Michelada: mistura de cerveja com limão, pimenta, sal e molhos variados. Acho ideia errada demais! - Pozol: é uma bebida de milho com cacau parecida com o tascalate. É gostosa, mas é enjoativa. Há também a versão branca, com coco, que não achei gostosa. Popular nos estados de Chiapas e encontrada também em Quintana Roo e Yucatan. - Pulque: bebida alcoolica meio azeda feita a partir da fermentação do agave. Eu gostei da versão com fruta. - Rusas: bebida de água gaseificada ou refri de limão ou sangria com limão, pimenta e sal. É uma delícia! - Tascalate é uma bebida de chocolate feita a partir de uma mistura de milho torrado, chocolate, pinhão moído, achiote, baunilha e açúcar. Bem gostosa, mas o gosto é forte e enjoativo. Popular em Chiapas. - Tejuíno: bebida de milho fermentada em que se agrega limão, sal, açúcar e, em alguns locais, sorvete de limão. Super deliciosa! Típica de Guadalajara. - Tepache: bebida fermentada geralmente de abacaxi. Eu gosto, mas não é um sabor agradável para todos. - Tuba: bebida fermentada de seiva de palma. Te um sabor agridoce forte. Não curti! - Yolixpa: bebida alcoólica indígena a base de 23 ervas vendida em Cuetzalan. Achei super gostosa! ROTEIRO DIA 1) BRASÍLIA - CANCÚN - PLAYA DEL CARMEN Cheguei em Cancún às 10h40. Peguei o ônibus da ADO até o centro (melhor opção para sair do aeroporto) e em seguida caminhei até o Mercado 28 para trocar dólares. Depois acabei me arrependendo de fazer o câmbio na cidade, já que as cotações em Playa del Carmen eram melhores (ver tópico Câmbio mais acima). Em seguida almocei um bom pozole de camarón no mercado (daqui em diante, ver a planilha para obter mais detalhes sobre refeições). Em seguida fui a Playa del Carmen, onde relaxei na praia central durante a tarde e depois curti o movimento no Parque de Los Fundadores, onde está a famosa escultura Portal Maya. A cidade acabou não me agradando muito. As praias urbanas, apesar da água azul, não são muito bonitas e são muito cheias de gente. Além disso, a cidade é muito artificial e comercial, tendo um calçadão cheio de lojas e de bares de balada como seu maior atrativo. Há quem goste, mas eu não curto esse tipo de turismo. DIA 2) PLAYA DEL CARMEN: AKTUN CHEN E PRAIA XCACEL Dia de conhecer o incrível cenote de Aktun Chen e a bela praia de Xcacel. Primeiro peguei um colectivo (van) no local indicado como "colectivo station" no Google Maps, na intersecção da avenida 1 com a av. 45, com direção a Aktun Chen ($40, 1h de viagem). O coletivo deixa na porta e depois um carro do local te leva até a base de visitantes. O cenote fica em um parque particular que também tem como atrativo um passeio por cavernas com vários espeleotemas e que inclui uma passarela por cima da água de um cenote fechado (não épermitido entrar na água). Esse passeio foi eleito pela National Geographic como um dos top 10 passeios subterrâneos do mundo. Essas listas são bem enviesadas, mas confesso que fiquei curioso para conhecer, mas não fiz o tour pq achei muito caro (520 pesos, cerca de 27 dólares) e depois de conversar com 4 pessoas, todas me falaram que o cenote era mais interessante. E vou te falar que valeu a pena demais a visita ao cenote! De todos os que já conheci no México (confira o relato da viagem passada para conhecer outros 11 cenotes), este é definitivamente o mais bonito! É um cenote do tipo semifechado com muitas estalactites. A iluminação é principalmente artificial, mas há algumas entradas no teto por onde entra luz natural. Segundo alguns guias do local, o cenote tem quatro passagens (cavernas) subterrâneas, com muitos quilômetros de extensão. Um dos funcionários do local acabou me contando que o cenote foi aberto para visitação há 13 anos depois de removerem muito sedimento e galhos que havia dentro do local, algo que seria impensável no Brasil. Fiquei me perguntando se outros cenotes que visitei na viagem passada também passaram por esse processo... 💲O custo do cenote também é alto: 590 pesos (cerca de 31 dólares). 📍O cenote fica a cerca de 40 km de Playa del Carmen, na rota entre esta cidade e Tulum. obs: Cenotes são cavidades (ou dolinas) com água que aflora do lençol freático. Foram formados no passado a partir do colapso da estrutura rochosa de sustentação com a infiltração da água. Há cenotes de diferentes formatos: alguns são cavernas completamente fechadas contendo apenas uma entrada; outros possuem uma abertura no teto da caverna pela qual se entra a luz solar; e já outros são completamente abertos e cercados por vegetação. Estima-se que na Península de Yucatán há mais de 7 mil cenotes. Depois de conhecer o cenote. Tive a brilhante ideia de ir caminhando pela rodovia até a praia de Xcacel! Foram cerca de 3 km de caminhada em um solzão da porra! Era melhor ter esperado um colectivo. hehehe A praia conta com um projeto de conservação de tartarugas, com proteção das áreas de nidação e forte preocupação com a preservação ambiental da vegetação nativa. Não é permitido o acesso com bebida alcoólica, o consumo de comida é restrito em apenas uma área e ainda é proibido o uso de caixas de som (amém!). O acesso para a praia é pago. A taxa é de 105 pesos, o que dá mais ou menos 6 dólares. Eu nadei com snorkel tentando procurar tartarugas. Acabei não avistando nenhuma, mas vi muitooos peixes, inclusive em cardumes grandes. Achei a praia linda mesmo com essa faixa de sargaço que aparece na foto. Considerando as do dia próximo dia, essa é a que achei a mais bonita e ainda é uma ótima escolha para fugir da badalação das outras praias entre Playa e Tulum. 😍 Detalhe: o acesso à praia é 10h às 16h. 20230203_141124.mp4 Depois de conhecer Xcacel, retornei a Playa em um colectivo. DIA 3) PLAYA DEL CARMEN: AKUMAL, XPU-HA E PLAYACAR Dia de praias! Primeiro peguei um colectivo até Akumal na mesma estação do dia anterior. A praia é uma das mais badaladas da rota entre Tulum e Playa del Carmen. De areia branquinha e com alguns coqueiros, é muito procurada por quem quer ter a experiência de nadar com tartarugas, que chegam a regiões específicas da praia para se alimentarem de uma espécie de capim aquático. Esses locais de alimentação são restritos por boias e para acessá-los tem que pagar um guia, que fornece colete e acompanha o grupo nos locais. O custo é de 400 a 520 pesos (21 - 27 dólares). Caro bagarai, já que os locais ficam próximos da areia da praia. Eu preferi usar só o meu snorkel mesmo e mergulhar fora da área. Não vi tartarugas, mas vi várias espécies de peixes de tamanhos e cores variadas, uma lagosta gigante e ainda duas arraias. 😍 ah, vale dizer que só para acessar a praia, o custo é de 120 pesos ou 6 dólares e que a praia é margeada por alguns hotéis bem estruturados, mas rola de ficar na própria canga, sem pagar pela estrutura alheia. Em seguida, peguei outro colectivo até a praia de Xpu-Ha. Essa também é uma praia com acesso privado (50 pesos). Possui algumas barracas de praia com restaurante naquele esquema praia do nordeste do Brasil. Eu achei bem agradável e uma boa opção para quem gosta de praia com mais estrutura, mas ainda assim relativamente tranquila. Por fim, peguei um colectivo de retorno a Playa, onde fui a Playacar. Eu ouvi falarem muito bem dessa praia. No final, acabei não curtindo. O acesso é feito pela praia, passando o porto de Playa. Ao longo do caminho tem muitas casas e hotéis que avançam sobre a areia. A parte marcada como Playacar no Maps tem uma faixa de areia mais larga, mas basicamente é uma praia dos hotéis chicosos ali instalados. DIA 4) COZUMEL Dia de ir à famosa ilha de Cozumel partindo de ferry boat de Playa del Carmen. Assim que desembarquei na ilha, ainda na área do porto, percorri os stands de agências que oferecem o tours de barco passando pelo arrecife de Palencar e Colombia (parte de Palencar) e pelas prais El Cielo e El Cielito. Acho que como todos fazem a mesma rota, o negócio é procurar a opção mais barata. O preço inicial é 700 pesos, mas chorando eu consegui por 550. Esse é o passeio mais procurado em Cozumel. Muita gente faz bate-volta saindo de Playa del Carmen apenas para fazer esse passeio. Vamos aos locais visitados: a) Palencar (e Colombia) : ponto de snorkeling para avistar peixes em corais. Eu particularmente esperava mais desta parada. Vimos apenas fragmentos de corais e não havia tanto peixe assim. De qualquer forma, impressiona pela profundidade de visibilidade. b) El Cielo: ponto para avistar estrelas-marinhas. As estrelas ficam em um banco de areia e no local dá para avistar apenas elas e um ou outro peixe. A água nesse ponto é de um azul-turquesa incrível. c) El Cielito: parada em parte rasa para um lanche (ceviche com totopo (doritos)) em um local em que circulam muitas arraias e que tem um coloração de água linda. 20230205_134529.mp4 A duração do passeio é de 4h e inclui além do ceviche, 2 cervejas, 2 águas, 2 refris e marguerita. Como no meu barco não tinha marguerita, tive que tomar 4 cervejas. hehehe Depois do passeio, fui ao meu hotel, saí para fazer compras e mais tarde saí para jantar e conhecer um pouquinho do pacato centro de Cozumel, que contrasta bastante da orla com seus bares e restaurantes caros e voltados apenas para o turista endinheirado. DIA 5) COZUMEL: VOLTA DE BIKE NA ILHA, PASSANDO PELA PUNTA SUR Dia de um rolezão monstro de volta pela ilha com uma bicicleta alugada no hostel onde me hospedei: o Blue Magic Hostel. Paguei $100 no aluguel para o dia inteiro. Creio que esse era o melhor valor da ilha. Depois de pedalar 29 km por boas ciclovias, cheguei ao meu primeiro destino: Punta Sur Echo Beach Park. O parque é a maior reserva ecológica de Cozumel, com 95 hectares dedicados à conservação da fauna e do ambiente costeiro, tendo como atrativos áreas de praias lindas; o sítio arqueológico maia, El Caracol; a laguna Colombia onde são avistados crocodilos, tartarugas, flamingos nesta época do ano e diversas outras espécies animais; e ainda o farol Celarain, construído na década de 1930, que contém um pequeno museu. Definitivamente é um lugar imperdível para quem visita Cozumel! 📍Fica a cerca de 28 km do centro de Cozumel. Para ir até lá vc pode pagar um táxi, alugar carro ou scooter ou se ainda tiver um pouquinho de condicionamento físico, ir de bicicleta pelas planas e ótimas ciclovias da ilha, como eu fiz. 💲 308 pesos ou 17 dólares Depois de percorrer 6 km de estrada de terra dentro do o Parque, segui pedalando margeando a costa leste até chegar na rodovia que corta ilha por dentro, perpendicularmente. Das praias da costa leste, acho que as únicas que são atrativas e parecem boas de tomar banho são a Chen Rio e a San Martin, sendo esta com uma faixa de areia mais ampla e sem rochas ou corais na praia. 20230206_141815.mp4 No total, desde a saída até o retorno ao hostel, foram 68 km de pedal em uma bicicleta que tinha um banco estreito demais para uma pessoa sem bunda hahaha Resultado: dei uma leve machucada no cóccix. DIA 6) DESLOCAMENTOS ATÉ MÉRIDA Dia de deslocamentos até chegar a Mérida no final da tarde. Detalhes na seção Itinerário. Mérida é uma cidade que eu já havia visitado no mochilão anterior. É uma cidade que acho que tem um centrinho bem agradável e que tem bons atrativos. Retornei dessa vez basicamente para conhecer dois destinos que não havia conhecido na viagem anterior: Dzibilchatun e Izamal. DIA 7) MÉRIDA A DZIBILCHALTÚN E IZAMAL O primeiro destino do dia foi o sítio arqueológico de Dzibilchaltún (a 25 km de Mérida). Foi um pouquinho difícil de achar o ponto de saída do colectivo que leva inicialmente até a cidade de Chablekal ($8, 45 min de duração), onde se toma um tuk-tuk até o sítio ($20, 10 min de duração). Confiei em informação passada no hostel e acabei quebrando a cara. Fica aqui registrado o ponto de saída: rua 56 entre a 57 e 59, na placa mais próxima da 57. Dzibilchaltún significa na língua maia "Lugar onde há inscrições nas pedras", em alusão às inúmeras lápides comemorativas encontradas no local. No sítio, houve assentamentos possivelmente antes de 500 aC, até por volta de 1540 d.C. O povoamento cobria cerca de 19 km². A parte central é composta por inúmeras construções que cobrem cerca de 25 hectares. No restante da área existem complexos arquitetônicos dispersos com pirâmides e edifícios ovalados. Pode ter atingido uma população de até 40.000 habitantes, o que a coloca como uma das maiores cidades antigas da Mesoamérica. O destaque é o Templo de las Siete Muñecas, uma estrutura quadrangular que tem esse nome por terem encontrado ali uma oferenda de 7 Figuras Humanas de Barro. O sítio conta com um cenote que é considerado um dos mais profundos já encontrados. No seu interior foram achados vários objetos, possivelmente oferendas. Antes era possível nadar neste cenote, mas agora é proibido. Infelizmente o museu do sítio também está fechado. Somando o custo alto de entrada de $303 com todas as limitações atuais, acho que não vale a pena a visita. Depois de visitar o sítio, peguei uma carona até o ponto dos colectivos e retornei à Mérida para pegar um ônibus ($36) no Terminal Noreste e percorrer 72 km em 1h40 até o pueblo mágico de Izamal (obs: para saber o que é um pueblo mágico, confira o relato anterior). Izamal é uma cidade bastante fotogênica. Fundada em meados do século XVI sobre os vestígios de uma das mais antigas cidades maias, que foi uma das importantes para essa civilização durantes os anos de 800 a 1000. Esses vestígios em parte estão preservados em uma grande pirâmide, que tinha 180 m de largura, 200 m de largura e uma altura de 34 m. A pirâmide é aberta para visitação e a vista da cidade do seu alto dessa é bem legal. A cidade é quase toda amarela e branca e tem como destaque no seu centro o Conveto San Antonio de Padua, que se integra perfeitamente com o restante da cidade. É uma cidade linda que vale a pena ser conhecida por quem vai para os lados de Mérida. DIA 8 ) CAMPECHE Iniciei o dia pegando um Bla Bla Car de Mérida a Campeche. Depois de 2h de trajeto regado a uma boa conversa com o motorista super gente boa, cheguei à charmosa cidade colonial com um diversas casas coloridas em seu centro delimitado por antigas muralhas. Depois de deixar as coisas no hostel, saí para uma caminhada pela cidade. Inicialmente fui ao mercado para ver as opções de almoço, mas acabei preferindo deixar para almoçar mais tarde no ótimo e barato Restaurante El Chef Rich, que vi no caminho. Após dar uma voltinha no mercado, fui à Puerta de Tierra, um dos portais de acesso à antiga cidade colonial. No local, há um modesto museu e é possível subir as escadas para dar uma volta pela muralha (custo de entrada de $40) até o Baluarte de San Juan. Achei bem legal essa experiência! Em seguida, caminhei pelo centro passando pela Calle 59, onde há diversos barzinhos, restaurantes e cafés e bastante movimento especialmente no período noturno. Sem um roteiro bem delimitado, no caminho acabei encontrando a Iglesia de San Roque y San Francisquito, uma igreja pequena, mas muito bem ornado com altares e esculturas de diferentes estilos artísticos. Foi uma ótima surpresa, que acho que vale a pena ser incluída em um roteiro pela cidade. Seguindo a caminhada, passei pela principal praça do centro, a Plaza de La Independencia e pela Catedral de Nuestra Señora de la Inmaculada Concepción, uma das igrejas mais altas do México, que teve sua construção iniciada ainda no séc XVI e que ao longo de sua história acabou passando por diversas transformações. Em seguida, passei na Puerta del Mar, outro portal da cidade, sendo esse voltado para o mar. Como fui a Campeche sem um roteiro definido, não sabia que ali próximo, no Baluarte de la Soledad, havia também o Museo de Arquitectura Maya, um pequeno museu com importantes artefatos maias. Depois fui "almoçar" e, após um bom almoço, caminhei até o malecón (via litorânea com calçadão para pedestres) para ver o pôr do sol. A via estava fechada para veículos, aberta apenas aos pedestres. Eu, curioso do jeito que sou, fui perguntar às pessoas se a via era sempre fechada no final da tarde e acabei sendo informado que haveria o desfile de La Quema del Mal Humor. Explico: no México, na véspera do Carnaval, há esse desfile, que envolve dança e apresentação de alas de escolas, clubes ou de outros grupos organizados, que culmina com a queima de um boneco que representa o Mal Humor. Achei uma grande sorte estar na cidade justamente nesse dia e ver o desfile super por acaso. 20230209_190814.mp4 Depois do desfile fui ao hostel, tomei banho e saí para tomar uma michelada na Calle 59. Na minha viagem anterior, eu acabei não tomando essa bebida tão apreciada pelos mexicanos, que consiste em mistura de limão, sal, pimenta e um molho, geralmente molho inglês. Nesta viagem, prometi a mim mesmo que deixaria minha resistência com misturas envolvendo cerveja e que tomaria nesta viagem. Os mexicanos que me perdoem, mas era melhor ter passado de novo sem essa experiência! Argh!!! Hahaha DIA 9) EDZNA E DESLOCAMENTO ATÉ XPUJIL Acordei bem cedo para pegar o colectivo de 8h até o sítio arqueológico de Edzna, o qual sai da rua Chihuahua perto do mercado, onde indica Cooperativa colectivos Valle de Edzna no Google Maps, $45 e duração de aprox. 1h. Edzna é uma cidade maia situada em uma área que teve ocupação humana pelo menos desde 600 a.C até 900-1000 d.C com apogeu entre 500 e 900 d.C. Considera-se que a cidade maia chegou a ocupar uma área de aprox. 25 km² e até o momento foram encontradas mais de 200 estruturas arquitetônicas. O destaque maior é a Plaza Central com a Gran Acrópolis, um edifício de moradias, que chega a mais de 31,5 m, incluindo a cresceria (estrutura no alto da pirâmide). Há uma série de hieróglifos na base do edifício. Destaco também algumas esculturas em estuque (espécie de gesso antigo), que foram bem preservadas e restauradas (5). Achei que valeu super a pena conhecer o sítio arqueológico! 📍 60 km da cidade de Campeche 💲 90 pesos Depois da visita pelo sítio, peguei carona com um casal de franceses idosos super simpáticos até Campeche. Cheguei na cidade por volta de 11h30 e fiquei no dilema se seguia para o meu próximo destino ou se estendia minha hospedagem por mais um dia para poder conhecer o Museo de Arquitectura Maya e principalmente o Fuerte de San Miguel, que abriga atualmente o Museo Arqueológico de Campeche, com diversas peças maias, e ainda possui uma boa vista da costa. Acabei decidindo seguir viagem até Xpujil, pois achei que seria mais fácil de visitar o sítio arqueológico de Calakmul no sábado e os demais sítios arqueológicos próximos de Xpujil no domingo. Então, em seguida, o meu dia consistiu em deslocamentos até chegar em Xpujil já por volta de 22h30. Xpujil é uma pequena cidade de interior, sem grande diversidade de restaurantes e ainda com uma infraestrutura de turismo bastante simples. DIA 10) CALAKMUL Dia de visitar o sítio arqueológico de Calakmul, no que imaginava que seria um dos ápices de toda a minha viagem. Calakmul foi uma das mais importantes cidades maiais. Sua ocupação tem início em aprox. 550 a.C e teve grande prosperidade entre os séculos III e IX. Durante esse período, a cidade chegou a ter uma população de aprox. 50 mil habitantes e teve uma grande extensão de influência, dentro de uma raio de mais de 150 km, rivalizando diretamente com Tikal, contra a qual ganhou algumas batalhas e estendeu ainda mais o seu poder. Em 695, porém foi vencida por Tikal e a partir de então começou o seu declínio. Ao redor dos anos 1000 a sua população restante migrou para outras áreas. A cidade era ricamente ornamentada, com esculturas, pinturas e várias estelas (pedras altas com inscrições e figuras esculpidas dedicadas a chefes locais). Atualmente destacam-se nos sítio 3 pirâmides que podem ser subidas: a Estrutura 7 com 27 m de altura, a Estrutura 1 com 47m e a Estrutura 2 com 55 m, a mais alta da Península de Yucatán. Calakmul é um sítio de relativamente difícil acesso, isolado e imerso em floresta. De qualquer forma, acho que vale a pena o esforço do deslocamento, apesar de que eu esperava um pouco mais por conta das expectativas altas que criei. 📍 117 km da cidade de Xpujil 🚌 O passeio privado mais barato que encontrei foi de 500 pesos com saída para grupo a partir de 3 pessoas. Contato: Miguel - +52 983 119 0982 💲 270 pesos de entradas DIA 11) SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DE CHICANÁ, BECAN E XPUJIL E DESLOCAMENTO ATÉ VILAHERMOSA Muita gente vai para a cidade Xpujil ou para a sua região apenas para visitar Calakmul. Mal essas pessoas sabem o que estão perdendo... A apenas 10 km da cidade de Xpujil está o sítio maia de Chicanná: um sítio bem pequeno mais ricamente ornamentado. O seu nome significa A Casa da Boca de Serpente, provavelmente em referência a Estrutura 2. Foi provavelmente um centro ocupado pela elite maia proveniente de Becan. O sítio de Becan encontra-se a aproximadamente 2,5 km de Chicanná. Com cerca de 25 hectares, possui edifícios altos, como a Estrutura IX com 44 metros de altura. O edifício com datação mais antiga remonta ao ano 100, mas a ocupação da área ocorreu entre 600 e 300 a.C. Por fim, o sítio de Xpujil é colado na cidade. É um sítio diferente dos demais do seu estilo, Río Bec, por ter três torres ao invés de duas. Teve ocupação por volta de 400 a. C e alcançou seu apogeu entre os anos 500 e 750. Eu confesso que curti muito Calakmul, mas gostei ainda mais de ter visitado esses três sítios, especialmente Becan e Chicanná. 😁 obs: Faltou ainda conhecer o sítio de Hormiguero nos arredores. Como era mais afastado, sem opção de transporte direto e com tours caros, que também incluíam esses três sítios visitados, preferi deixar de lado. 💲Entradas a $70 em Chicanná e Xpujil e $75 em Becan. 🚌 Até Chicanná em ônibus saindo do terminal de Xpujil com destino a Villahermosa (30 pesos) e depois em táxi coletivo de Becan ao sítio de Xpujil (15 pesos). Depois de conhecer os sítios, descansei um pouco na hospedagem e à noite peguei um ônibus com destino a Vilahermosa. DIA 12) VILAHERMOSA E COMALCALCO Após uma viagem de quase 7h de ônibus, cheguei em Vilahermosa no meio da madrugada. O jeito foi ficar matando o tempo um pouquinho na rodoviária até o dia raiar. Quando clareou, fui caminhando até a minha hospedagem. Ao longo do caminho, percebi que Vilahermosa não tinha muito de hermosa. Era uma cidade com trânsito caótico e sem grandes atrativos além do Parque Museo La Venta e seus arredores e do Museo Regional de Antropología. Deixei minha mochila na hospedagem e caminhei até a Central da Cardesa para pegar um transporte até o sítio arqueológico de Comalcalco. Nesta viagem, acabei tendo uma experiência chata: falei que queria ir até próximo do sítio e acabaram me deixando em uma parada onde havia um táxis, dizendo que ali eu teria que pegar um táxi para ir até o sítio, além dos $40 do transporte anterior, tive que pagar mais $40 chorados nesse táxi. Antes de pegar a via de acesso ao sítio, percebi que as vans na verdade iam até aí e que depois eu teria que andar pouco mais de 1km até o sítio. Tenho quase certeza que o cobrador tinha algum esquema com o motorista do táxi. O sítio maia de Comalcalco foi um sítio com desenvolvimento entre os anos 250 e 900. Localizado em uma região sem pedras, a maior parte de suas construções foram feitas com terra e se perderam com o tempo. É um sítio que considero simples e para mim vale a pena a visita apenas se estiver com tempo sobrando ou se for um grande aficionado pela história dos povos pré-hispânicos. 💲Entrada a $75 ou é gratuita para estudantes. Depois de visitar o sítio, fui caminhando até um viaduto perto da entrada via de acesso ao sítio e peguei um colectivo de volta à Vilahermosa. Pedi para me deixarem o mais próximo possível do Parque Museo La Venta, mas ainda assim tive que caminhar um pouquinho até o local. O parque é destinado à conservação de parte das esculturas encontradas no sítio arqueológico de La Venta da cultura Olmeca, considerada a cultura mãe de todas as culturas mesoamericanas posteriores, com os seus primeiros vestígios datados em 1600 a.C. No local, estão dispostas 33 esculturas incluindo as icônicas cabeças, estelas (espécie de pedra vertical esculpidas com artes principalmente dedicadas às lideranças ou aos deuses) e altares. Achei muito massa estar ao lado das grandes cabeças, mas acho que faltou um pouco mais de totens com contextualização sobre os povos olmecas. Além disso, o parque conta com uma espécie de mini zoológico com diversas espécies animais, incluindo animais de grande porte como onças e crocodilos. Confesso que me incomodou um pouco a falta de objetos para os animais interagirem e a pouca disponibilidade de sombra em muitos recintos. 💲Entrada a $57 ou gratuita na segunda-feira Depois de visitar o parque, fiz uma longa caminhada. Primeiro caminhei ao longo da Laguna de las Ilusiones até o Paseo de la Reforma, no qual caminhei até a Catedral Lorde de Tabasco. É uma catedral moderna e considero que não vale a pena a visita. Depois caminhei até a Plaza de Armas, uma parte até que interessante da cidade, como as Plazas de Armas costumam ser. Em seguida, fui ao Observatorio Astronómico Turístico, esse, sim, bastante interessante! Aproveitaram uma torre em uma ponte de pedestres para fazer um observatório astronômico e um ponto com vista panorâmica da cidade. Vale a pena visita! Depois de muito caminhar, "almocei" e retornei à hospedagem, não muito tarde, pois a área onde estava era um pouco perigosa à noite. DIA 13) MUSEO REGIONAL DE ANTROPOLOGÍA E DESLOCAMENTO ATÉ VERACRUZ Como a viagem até Veracruz seria apenas às14h30, aproveitei a manhã para conhecer o Museo Regional de Antropología. Valeu demais a visita! O museu tem uma excelente estrutura, com um acervo bem bacana e muitas informações sobre diferentes povos pré-hispânicos. 💲Entrada a $28 ou $15 para estudantes. Depois de visitar o museu, dei uma volta pelo seu entorno e em seguida retornei à hospedagem para pegar minha mochila e seguir até a rodoviária para ir ao meu próximo destino: Veracruz, em 7h de viagem. DIA 14) VERACRUZ E DESLOCAMENTO ATÉ XALAPA Dia de rolê em Veracruz antes de partir para a cidade de Xalapa. Veracruz é uma cidade portuária com uma grande importância econômica ao México devido ao fluxo de carga em seu porto. Fundada em 1559 também é uma das cidades mais antigas do país e que esteve envolvida em diversos movimentos de relevância para a História mexicana. Primeiro fui até o Malecón, onde caminhei um pouco pelo calçadão ao longo das praia urbana, que não é muito bonita. Em seguida, caminhei até o Faro Venustiano Carranza, um belo prédio que foi temporariamente sede do governo nacional na metade da década de 1910. Depois visitei o Museo de la Ciudad, um museu simples, mas que vale a pena ser visitado para se saber a história da cidade. Em seguida, percorri o belo Zócalo e a Plaza de la República. Após esse city tour por conta própria, almocei e peguei um táxi até a Fortaleza de San Juan de Ulúa. Preço tabelado de $100. A Fortaleza de San Juan de Ulúa foi uma das principais fortalezas construídas nas Américas e foi a única construída sobre um sistema arrecifes, inclusive fazendo uso de corais em suas paredes. Foi construída em uma ilha que no passado foi ocupada por povos maias, com uma grande atividade funerária e construtiva especialmente entre os anos 900 e 1200. Posteriormente, a ilha em 1519 foi o ponto de partida para a colonização interior do México por Hernan Cortez. Em 1535, os espanhóis iniciaram construções de estruturas portuárias no local. Após ataques piratas, sentiu-se a necessidade de transformar o local em uma fortaleza. Em 1601, já tinha algumas construções com função de defesa. Em 1755, passou a funcionar como um presídio, que tinha péssimas condições para os presidiários. Teve essa função até o ano de 1915, quando passou a ser uma residência presidencial e reduto militar. É um lugar bem interessante e que acho que por si só justifica a visita à cidade de Veracruz. É interessante ver o contraste entre a antiga fortaleza e o porto moderno de Veracruz. 💲 Entrada: $90. Depois de visitar a Fortaleza, consegui uma carona de volta até o centro, onde tomei um sorvete delicioso na sorveteria Güero Güero e peguei um ônibus de retorno à hospedagem para pegar minha mochila, ir à rodoviária e seguir até Xalapa. DIA 15) XALAPA E XICO E DESLOCAMENTO ATÉ TAMPICO Vc incluiria um destino em um roteiro de viagem só por conta de um museu?! Foi o que eu fiz ao incluir Xalapa no meu roteiro. Valeu a pena demais! O seu Museu de Antropologia passou a ser o meu segundo museu mexicano favorito, depois do Museu de Antropologia da Cidade do México. Tem uma coleção incrível abrangendo diferentes períodos dos povos mesoamericanos. Inclui uma grande ala dedicada aos olmecas, incluindo algumas de suas grandes cabeças muito bem conservadas; outra inteiramente dedicada a El Tajin (ver postagem da minha viagem anterior); uma área com paredes de pinturas deslocadas do sítio de Las Higueras (loucura!); e outras alas dedicadas a outros povos mesoamericanos. Riquíssimo em informações, dá para ficar facilmente umas 3 horas no museu. Eu fiquei mais de duas e o tempo passou voando. 💲60 pesos geral e 30 para estudantes e professores. Depois de conhecer o museu, fui até o centro da cidade e dei uma volta pela agradável região do Parque Juárez. Em seguida, fui até o terminal Los Sauces, onde peguei um ônibus de linha regular até o pueblo mágico de Xico, que fica a apenas 17 km de Xalapa. Daria para fazer um combo com o belo pueblo de Coatepec, que fica no caminho a Xico, mas acabei demorando um pouco em Xico e deixei esse pueblo de lado, pois achei que seria muito corrida a minha passagem por lá. De qualquer forma, deu para apreciar um pouquinho a beleza do pueblo da janela do ônibus. Xico é bem pequeno e tem como principal atrativo a sua praça central com a bonita Parroquia de Santa Maria Magdalena, que infelizmente não consegui conhecer por dentro. Na região há ainda outros atrativos como cachoeiras, entre as quais talvez a mais imponente seja a Cascada de Xelopo, a apenas 3,5 km do centro. Para ir lá, peguei um táxi por $50. Achei bem bonita e considerei que valeu a pena o passeio. Depois do passeio por Xico, retornei a Xalapa. No caminho do terminal de ônibus ao meu hostel, acabei passando pela Calle Allende, uma rua cheia de barzinhos e café legais. Deu até vontade de ficar um tempo em algum, mas resolvi ir logo ao hostel para planejar melhor como seriam os meus próximos dias e para não caminhar muito tarde até a rodoviária. DIA 16) TAMPICO E DESLOCAMENTO ATÉ CIUDAD VALLES A viagem até Tampico durou quase 8h, varando toda a madrugada. Como cheguei cedo na cidade e como ir logo a Ciudad Valles estava fora de cogitação, já que não conseguiria encaixar nenhum atrativo de lá nesse dia, mesmo Tampico não sendo muito turística, resolvi explorar um pouco a cidade em um tour correria. Peguei um táxi colectivo em frente à rodoviária até a Plaza de Armas (não anotei, mas acho que custou $20). Na praça, visitei a grandiosa e moderna Catedral, com interior bastante colorido. Depois caminhei até Plaza de la Libertad e atravessei até o Mercado Municipal de Tampico, onde tomei café da manhã. Depois do café, relaxei um pouquinho e voltei a Plaza de Armas para pegar o táxi colectivo de volta à rodoviária. Depois de 2h30 de viagem, cheguei a Ciudad Valles, já quase na hora do almoço e fui ao mercado municipal para almoçar. Ciudad Valles é a principal cidade de base para visitar a Huasteca Potosina, uma região cheia de cachoeiras, cavernas e outros atrativos naturais, que visitava pela segunda vez. Na viagem anterior, conheci muito lugares, mas acabei não conhecendo o principal, a Cascada de Tamul, porque estava sem água, o que costuma acontecer entre abril e junho. Então nesta viagem, retornei à região principalmente para conhecer essa cachoeira. Depois de almoçar, tomei um sorvete e segui até a minha hospedagem. No caso, a casa do Pablo, um cara gente boa, que gosta de receber viajantes e que uma amiga colombiana que conheci na minha outra viagem pelo México me recomendou. A ideia neste dia era dormir bem cedo para encarar a aventura do dia seguinte, mas acabei dormindo um pouco mais tarde do que eu queria. DIA 17) CASCADA DE TAMUL Antes de ir à Cascada de Tamul. A missão neste dia era madrugar para sair antes das 5h e pegar um táxi até uma parada próxima da Central de Autobuses, onde pegaria um ônibus até o Crucero de Aquismon, de onde pegaria um táxi colectivo até Aquismon, cidade onde até às 6h, eu tentaria uma carona ao Sótano das Golondrinas, uma cavidade profunda de onde saem andorinhas no início do amanhecer e no final da tarde. Que logística! Cansa até de lembrar! Acabou não passando logo ônibus na parada Então fui ao Terminal, onde peguei um ônibus da empresa Frontera ($60, às 5h). Depois de chegar ao crucero ainda demorou um pouquinho para preencher o táxi e eu acabei chegando por volta de 6h15 na cidade. Ainda estava escuro e, assim, tinha esperança de conseguir a carona. Fiquei na entrada da estrada que seguiria até o Sótano, sinalizando por uma carona, mas acabou que dos poucos veículos que passaram, nenhum parou. Em pouco tempo, vieram os primeiros raios de sol e a esperança foi esmorecendo. Ainda fiquei no ponto até próximo das 7h e acabei desistindo. Acabei resolvendo, então, ir ao Balneario de Tambaque antes de iniciar a missão de ir a Cascada de Tamul. Peguei um transporte em carroceria de caminhonete (acho que foi $18) até a vila de Tanchanaco e de lá segui até o balneário. Acabou que não curti muito o local e foi uma viagem meio que perdida. Retornei a Tanchanaco e fiquei tentando carona até La Morena, localidade de onde saem os barcos até a Cascada de Tamul. Acabei fazendo um rolezão gigante, envolvendo quatro caronas e uma parte grande do trajeto de 19 km a pé. Das caronas, destaco uma que foi em moto com um menino de uns 11 anos de idade. Quando estava já nos últimos 3 km, passou um menino de uns 14 anos em uma moto por mim, o que me fez pensar: "aqui a galera começa a dirigir moto cedo". Porém, logo em seguida, passou outro que sério (!), devia ter uns 10 anos de idade. Aí eu pensei: "aí já é demais!", mas ao mesmo tempo achei natural e tranquilo, pois ali era uma região quase sem trânsito. Eles passaram por mim, deram uma volta e seguiram em direção a La Morena. Uns 5 min depois, eles voltaram e o menino mais novo parou a moto ao meu lado e perguntou "A dónde vas?". Respondi que estava indo ao Embarcadero e ele me respondeu para subir na moto. Então lá fui eu de carona com uma criança de 11 anos ou menos! Para finalizar, ainda tinha um trecho relativamente grande de descida inclinada da entrada do Embarcadero até o ponto de saída dos barcos e lá fui eu pegar de novo uma carona, dessa vez no teto de uma camionete que estava carregando coletes salva-vidas. hahaha Depois desse rolê todo, tenho que dizer que o passeio foi simplesmente maravilhoso! Sobre o passeio em si: para chegar até a cachoeira é necessário pagar ($100) por um passeio em um barco a remo (eles chamam de lancha) nos embarcaderos de Tanchachím ou de La Morena (fui por este). A duração do passeio é de aprox. 3h e é preciso remar no trajeto para ajudar os barqueiros. Ao longo do trajeto, visuais lindos com paredões de rocha, pequenas cachoeiras e uma água que varia de cor de verde a azul turquesa. O passeio ainda inclui uma parada em um cenote lindão com água de cor azul. 📍47 km de Ciudad Valles, a melhor base para conhecer a Huasteca Potosina 🚌 Modo econômico: ir até El Sauz de ônibus com saídas frequentes de Ciudad Valles e a partir daí tentar pegar caronas e táxis coletivos até os embarcaderos. Ou a rota que fiz e não recomendo, ir até o Crucero de Aquismón em ônibus, pegar um táxi coletivo até Aquismón e a partir da cidade ir em caronas e caminhada, já que não tem transporte. Depois de conhecer a Tamul, vamos a mais uma jornada de caronas. Por volta de 15h30, fui para perto de um quebra-molas e fiquei ali pedindo carona. Depois de mais de 1h sem sucesso, já estava pensando em desistir e caminhar até Tanchachím e tentar um táxi, mas aí surgiram as minhas anjas da guarda com uma camionete. Peguei carona na carroceria até El Naranjito, onde elas pararam em um restaurante. Vamos tentar outra carona. Depois de uns 20 min sem sucesso, conversei com um vendedor de pães em um carro, que falou que poderia me levar até Ciudad Valles por volta de 19h, depois das vendas. Falei que aceitaria, se ainda não tivesse conseguido. Assim ficou combinado. Até que uns 5 min depois, as minas anjas da guarda passaram por mim e me deram carona novamente. Dessa vez fui dentro da camionete, conversando até El Sauz. Brigadão por salvar, meninas! Em El Sauz, fui em uma tendinha de comidas na beira da estrada e rapidamente consegui outra carona com um agrônomo especialista em cana de açúcar, que tinha vários amigos colombianos e já tinha viajado ao país algumas vezes. Cheguei em Ciudad Valles a tempo de ir ao aniversário de um primo do Pablo. Pude ver como é uma festa de aniversário mexicana, com direito a comida típica, no caso pozole, michelada e muita Corona familiar (não é essa Corona mijada que vende no Brasil e virou cerva de balada cara...hahaha). Me diverti demais na festa e fui até intimado para dançar "olha a onda, olha a onda", que eles mesmo escolheram para tocar. hahaha DIA 18) CASCADA DE AGUACATE Dia de conhecer mais uma cachoeira linda na Huasteca Potosina, a incrível Cascada de Aguacate. A cachoeira com 70 m de altura é a segunda mais alta da Huasteca após a Tamul, com 105 m. A trilha é curta e facílima e ainda dá para tomar um banho gostoso no rio. Achei linda demais e gostei que fui em um domingo e tinha pouca gente. 🚎 Táxi coletivo em Ciudad Valles no estacionamento na Calle Independencia entre Abasolo e Miguel Hidalgo (1h de trajeto, $80), descer na cidade de Damian Carmona e depois seguir o caminho de 6,4 km em carona e caminhada até a cachoeira. Também tem um transporte da empresa Vencedor com saídas de San Luis de Potosí e Ciudad Valles ao povoado de El Aguacate, do lado da cachoeira, mas é bastante restrito em horários. 💲 Entrada a 60 pesos DIA 19) DESLOCAMENTOS ATÉ ZACATECAS Dia de deslocamentos até Zacatecas, envolvendo um Bla Bla Car até San Luís de Potosí e outro até Zacatecas. A cidade de Zacatecas é certamente uma das mais bonitas do México. Antes da viagem, eu não sabia se a incluiria devido ao meu tempo e à logística para chegar nela, mas valeu a pena demais incluir. Foi fundada em 1546 pelos espanhóis e teve economia bastante principalmente na atividade minerária, que perdura até hoje. A cidade tem vários edifícios históricos, com fachadas de rocha rosada, muito bem preservados e a parte antiga da cidade é considerada Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO. O estado de Zacatecas tem vários outros atrativos interessantes, como a Sierra de Órganos e pueblos mágicos diversos. Porém, infelizmente, atualmente é o estado mais violento do México, com conflitos entre os grupos narcotraficantes e forças policiais e militares. O motorista do Bla Bla Car inclusive me contou que 3 dias antes da minha viagem, a cidade havia sido sitiada com carros em chama e haviam derrubado um helicóptero da polícia e ainda que os grupos narcotraficantes haviam ocupado umas 18 comunidades e expulsado os moradores locais. Fui fortemente desencorajado a viajar para outras cidades no estado, devendo ficar apenas na cidade de Zacatecas, que estava com uma segurança super reforçada. DIA 20) ZACATECAS Dia de caminhar pela cidade de Zacatecas e de dar um pulo na vizinha Guadalupe. Primeiramente, dei uma volta no centro histórico, passando pela belíssima Catedral. Em seguida, passei pela Notaria de La Paroquia de Santo Domingo, que me surpreendeu demais pela sua decoração interior. Depois peguei um ônibus ao lado da Plaza Bicentenario até o Museo de Guadalupe (Virreinato), um excelente museu em um antigo colégio jesuíta, com um acervo grande de obras barrocas. Entrada $30 ou meia para estudantes. Em seguida fui ao maravilhoso Museo Rafael Coronel, construído em ruínas de um antigo convento franciscano. O museu tem várias coleções, incluindo uma gigantesca de máscaras. Só senti um pouco de falta de informações didáticas. Entrada $30 ou meia para estudantes. Por fim subi o Cerro Bufa a pé, de onde se tem uma vista legal da cidade. Curti o pequeno museu que há no lugar, que apresenta bastante informação sobre as Revoluções Mexicanas da década de 1910 em Zacatecas. Entrada $30 ou meia. Depois do rolê a pé, dei uma passadinha no hostel e depois fui ao bar e café Niñas Santas para tomar uma cervejinha local. Acabei sentando no balcão e batendo um papo com a atendente Claudia. Contei para ela sobre a minha viagem e falei que queria conhecer algum pueblo em Zacatecas, mas que não iria fazer isso porque me desanconselharam a ir sozinho por conta da violência no estado. Quando estava tomando a minha segunda cerveja, já a minha saideira 😅, ela se ofereceu para me levar no dia seguinte em Susticacán (a 1h de viagem do centro da cidade de Zacatecas) para que ao menos pudesse conhecer um pueblo bonito e seguro. Ah, a sempre surpreendente hospitalidade mexicana! Claro que aceitei o convite! Terminei a cerveja e voltei ao hostel feliz da vida. DIA 21) ZACATECAS, SUSTICACÁN, JERÉZ E DESLOCAMENTO ATÉ SALTILLO Acordei cedo porque queria conhecer alguns locais antes de iniciar o meu rolê com a Claudia, às 11h. Primeiramente, fui no Acueducto, um dos que ainda existem em cidades coloniais do México, como Morelia e Guanajuato. Depois dei uma passadinha na frente do Museo Gotia, que tem uma fachada e um jardim muito bonitos, mas que infelizmente eu não teria tempo de visitar. Em seguida, fui a Parroquia de Nuestra Señora de Fátima, uma grande e bonita igreja feita com as rochas típicas dos edifícios coloniais de Zacatecas. Por fim, antes de encontrar a Claudia, fui ao Museo Zacatecano. É um museu bem amplo, com artes do estado, máquinas, cédulas antigas e outros artefatos históricos, além de uma incrível exposição de arte huichol. Gostei bastante do acervo! Depois encontrei a Claudia em frente ao Niñas Santas e fomos no carro dela até o pueblo de Susticacan. Que pueblo bonitinho, agradável e bem cuidado! Além de percorrer as suas ruas, demos uma passadinha na represa (presa) que tem um belo entorno. Depois de Susticacán, seguimos a Jeréz, um pueblo mágico com praças bonitas e belas igrejas, que vale muito a pena ser conhecido. Depois desse rolê, pegamos a estrada de volta à Zacatecas. Conversando mais com a Claudia, acabei descobrindo que ela não era só atendente, mas também a dona do Niñas Santas hehehe ela só não quis me contar antes para não dar impressão de estar montando banca. O mínimo que faço é recomendar o Niñas Santas, não só pelo tratamento, mas também porque o espaço é legal mesmo. Retornamos à cidade e ainda tive tempo de conhecer a incrível Mina El Edén, localizada no centro de Zacatecas. Já visitei algumas minas em outras viagens. Então antes de ir à El Edén estava me perguntando se não seria desperdício de grana e de tempo. Vou te falar que valeu a pena demais! As atividades na mina começaram no final do séc. XVI, mais ou menos no ano de 1596, apenas cerca 40 anos depois da fundação da cidade. É uma mina gigantesca com 7 pavimentos, sendo que os três mais profundos estão inundados, localizada no centro da cidade de Zacatecas. A mina rendeu muita grana para os espanhóis e foi a maldição para o povo indígena e posteriormente a escravizados africanos. Teve seu auge de produção nos séc XVII e XVIII e foi paralisada em 1960 devido ao risco à população da cidade. A entrada na mina acontece em um trenzinho e ao final é possível visitar um museu. Na sexta e no sábado, funciona uma boate na mina (coisa de doido!). 💲 150 pesos (120 estudante) Depois de conhecer a mina, antes de voltar ao hostel, conheci o botequinho/restaurante Cantina de las Quinze Letras. Que lugar massa! Foi fundado em 1906 e é um botequinho animado, cheio de quinguilharia pendurada no teto e nas paredes e com um atendente/dono figuraça. Depois de tomar uma cervejinha lá, voltei para o hostel e peguei minha mochila para ir à rodoviária, com destino a Monterrey. Na rodoviária, ao tentar comprar a a passagem na empresa Ómnibus de Mexico, pediram o papel do visto e eu disse que não havia, que agora havia apenas um carimbo no passaporte. Falaram que não estavam permitindo a viagem de brasileiros ao norte e a atendente levou o meu passaporte para a salinha de trás para averiguação pelo responsável do administrativo. Tive, então, que dar a volta, entrar na salinha puto e falar que não ia viajar com eles. Que raiva! Que galera burra e grossa da porra! Então, fui no guichê da empresa Futura e lá fizeram o mesmo pedido sobre o papel do visto. Falei que não tinha mais isso, mostrei o carimbo de visto no meu passaporte, insisti com a atendente que me olhava com cara de bunda e ela resolveu me vender meio que a contragosto. Pois é! Somos párias mesmo e o governo passado apenas pirou isso com as suas péssimas relações exteriores. Talvez agora com a possibilidade de deixarem de exigir visto, isso mude um pouco. DIA 22) SALTILLO (CATEDRAL E MUSEO DEL DESIERTO) E DESLOCAMENTO A MONTERREY Cheguei de madrugada no terminal de ônibus e tive que matar um pouquinho de tempo até pegar um ônibus de linha regular até a Catedral Santiago Apóstol, uma bela igreja no centro da cidade. Depois de conhecer a igreja, dei uma volta ali, pelo centro. Saltillo me pareceu uma cidade bastante agradável. Além da Catedral, há outras atrações que parecem ser bem interessantes na cidades, como o Museo del Sarape e o Museo de la Revolución Mexicana. Queria estar com mais tempo para visitar esses locais e ficar mais tempo na cidade, mas como o tempo era curto, tinha que ir logo ao local que motivou a minha parada na cidade: Museo del Desierto. Antes de ir ao museu, dei um pulo na casa de pães Mora Pan para comprar pan de pulque ($25 a unidade grandona). Comprei de cajeta con nuez (doce de leite e noz) e o de calabaza (abóbora). Os dois estavam deliciosos, mas o de cajeta, PQP! Simplesmente um dos melhores pães doce que já comi em toda a minha vida! Munido dos meus pacotes de pães, peguei o ônibus até o museu. O Museo del Desierto é gigantesco, com cerca de 3 km de percurso que passa por alas dedicadas à evolução da vida no deserto desde os tempos pré-jurássicos até a ocupação atual. Recomendo ao menos 2h no museu. É riquíssimo em informações, apresentando alguns fósseis e muitas réplicas de animais e achados botânicos, além de ter alguns recintos com animais. Também tem alguns dinossauros robotizados que agradam principalmente as crianças. Eu particularmente achei muito interessante e que valeu a pena a visita, mas achei que deveriam apresentar melhor as informações do que são réplicas e o que são originais e fiquei um pouco incomodado com alguns recintos de animais, muito pavimentados, pequenos ou com pouca sombra para os animais. 💲Entrada a $225 ou $145 para estudantes. Também tem valores reduzidos para crianças e famílias. Depois da visita, caminhei até o terminal da Senda para pegar o ônibus a Monterrey. Monterrey é uma cidade com alto grau de desenvolvimento social e econômico e faz parte da terceira maior metrópole do México, atrás de Cidade do México e Guadalajara. Cheguei já por volta de 15h e só dei uma volta na Macroplaza, passando pela bela Catedral Metropolitana, e fui ao hostel. Na noite, dei uma volta pelo Barrio Antiguo, a melhor região de bares e restaurantes da cidade, especialmente na rua José Maria Morelos. DIA 23) MONTERREY Dia dedicado a conhecer os pontos turísticos de Monterrey. Primeiramente, fui fazer câmbio na rua Melchor Ocampo. Depois dei uma caminhada pelo centro, comprei alguns alimentos, principalmente no Mercado Juárez e voltei ao hostel para deixar as coisas. Essa parte do centro é bem movimentada e não tem muitos atrativos turísticos. Depois parti para a turistagem de fato. Primeiro fui ao Museo de Arte Contemporáneo ($90 ou $60 estudantil). O museu é bem amplo, mas não tem uma coleção permanente significativa. Tihha duas boas exposições acontecendo: uma do Bill Viola e outra do José Bedía. Depois seguir até Museo de História Mexicana. O ingresso ($40 ou $20 estudantil) dá direito de acesso ao Museo Noreste e ao Palácio de Gobierno. O Museo de História é excelente, com vários recortes da história do México. Já a exposição fixa do Noreste não é tão boa, mas tinha uma ótima exposição temporária sobre a arte de Tlateloco. Por sua vez, o Museo del Gobierno é minúsculo. Dá para visitar em 5 min. Depois fui caminhando pelo Paseo Santa Lucía até o Parque Fundidora. Esse paseo é um atrativo à parte, já que é um canal artificial no meio da cidade, em que circulam barcos turísticos de passageiros. A viagem nos barcos custa $100 ida e volta. O Parque Fundidora é fantástico e acabou sendo o atrativo urbano que mais curti na cidade! O parque foi estabelecido na região em que antes funcionava a Companhia Fundidora de Ferro e Aço de Monterey, indústria fundada em 1900, muito importante para a produção de trilhos de ferro de trens e para a produção de materiais para a indústria de construção civil. A indústria teve atividade até 1986 quando foi declarada sua falência. Já em 1988 foi iniciado o processo de conversão da área em um parque-museo. O grande destaque do parque para mim com certeza é o Museo Horno 3, um museu que conta com informações sobre a história da indústria, detalhes sobre a produção de ferro, exposições interativas de ciências e ainda com um elevador que permite subir a parte superior do forno e ter uma vista privilegiada do parque e da cidade. 💲Entrada no Horno 3: 165 pesos ou 120 estudantil Vale dizer ainda que no parque tem cinemateca, museu de fotografia (que visitei e vale super a pena), centro de convenções, parque de diversão, entre outros. Depois desse rolê todo, retornei ao hostel. DIA 24) PUEBLO SANTIAGO COM CASCADA COLA DE CABALLO Dia de fazer bate e volta em atrativos próximo de Monterrey, no caso o Pueblo Santiago e a Cascada Cola de Caballo. Santiago é um pueblo mágico situado a aproximadamente 40 km do centro de Monterrey. É um pueblo bem pequeno, que tem como maiores atrações a sua pracinha rodeada de bares e restaurantes, igreja e o principal o seu entorno com muitas serras e uma represa bonita. Próximo da cidade está a Cascada Cola de Caballo. Tem acesso barato e é bonita, mas não diria exuberante. Não curti muito a experiência de ir lá. Achei a ocupação muito intensiva e o local muito cheio de gente. 🚌 Ônibus com saída da Central de Autobuses de Monterrey da empresa AAA. Peguei o de 12h. $30 pesos. Duração de 1h20. Para ir até a cachoeira tem que pegar um ônibus na praça em El Cercado (40 pesos ou 30 se tiver a partir de 4 pessoas que vão ao destino). 💲 Entrada na cachoeira: 50 pesos Depois desse rolê, voltei ao hostel, onde encontrei com o companheiro de quarto coletivo Rudy, um inglês filho de portugueses, que fala português perfeitamente, com quem saí para tomar uma cervejinha artesanal no Almacén 42. O bar é um galpão bem legal com uma boa variedade de cervejas artesanais de diferentes cidades do estado de Nuevo León. Porém, infelizmente as cervejas eram caras e nenhuma era muito excepcional. Não falei sobre cerveja artesanal antes aqui, mas essa é a realidade de forma geral no México, pelo menos de acordo com várias experiências minhas por lá. (Se quiser ver algumas notas de cervejas tomadas durante a viagem, me add no Untappd, "andespaz") DIA 25) GRUTAS DE GARCÍA E OBISPADO Dia de mais um bate e volta a partir de Monterrey. Desta vez, foi para as Grutas de García. As Grutas de García são um complexo de cavernas com acesso fácil a partir da cidade de Monterrey. O complexo fica na parte superior da Sierra del Fraile, a cerca de 280 m de altura, e o acesso pode ser feito caminhando por cerca de 30 min por um caminho pavimentado ou por meio de teleférico, que não está funcionando no momento. Após subir a serra, acontece a entrada em uma gruta em grupo acompanhado por guia local. O passeio dura aproximadamente 1 hora e passa por formações bastante bonitas e de grandes dimensões. Para ter ideia, a altura na gruta chega a 105 m. Eu realmente gostei do passeio, não apenas pela gruta em si, mas também pela visão da paisagem nas redondezas. Faço ressalva apenas de que o grupo que entra acompanhado é muito grande e assim fica difícil de acompanhar a explicação do guia e tirar fotos legais, há uma iluminação artificial de cores diferentes que não me agradou muito e uns painéis luminosos muito grandes com os nomes dos locais. 🚌 Geralmente há um ônibus com saída direto às grutas a cada meia hora da Praça Alameda em Monterrey aos finais de semana e feriados, mas não está circulando por conta da manutenção do teleférico. Outra opção é pegar o ônibus 138 até a cidade de García ($15 pesos) e depois pegar um táxi até as grutas. Cobraram 130 pesos na corrida fechada, mas no taxímetro marcou 60 pesos. Então tente ir no taxímetro mesmo. 💲50 pesos de entrada Depois de conhecer as Grutas com meu amigo Rudy, pegamos uma carona em uma camionete até a cidade de García e pegamos o ônibus da linha 138 até o mais próximo do Obispado em Monterrey. O Obispado é uma região com um morro alto do qual se tem uma visão panorâmica legal da cidade, incluindo do prédio mais alto da América Latina: o Torre Obispado com 305 m de altura. Depois de apreciar as belas vistas, pegamos um Uber de volta ao hostel. DIA 26) HUASTECA E DESLOCAMENTO A CHIHUAHUA Dia de conhecer o Parque Huasteca. Um parque gratuito, com montanhas incríveis, situado na borda da área metropolitana da segunda maior metrópole do México: essa é a descrição resumida do Parque Huasteca de Monterrey (não confundir com a Huasteca Potosina). O parque é um lugar que me surpreendeu demais e entrou para a minha lista pessoal de lugares com paisagens mais bonitas. ❤️ Não é um parque no modelo brasileiro com diversas restrições de atividades. Na verdade tem várias casas em vilas e é cortado por uma estrada com bastante fluxo de veículos. Possui algumas opções de trilhas e de escalada, além de ter rotas para mountain bike. Eu caminhei pela estrada principal e fiz a trilha da estrada Huasteca Vecinal. Valeu a pena demais! 🚌 De Monterrey, o acesso é muito fácil, basta pegar a linha 126 ou algum ônibus express com destino a Santa Catarina. Depois voltei ao hostel, matei um pouquinho de tempo, saí para jantar e segui à rodoviária para pegar um ônibus em uma viagem de 12h até o meu próximo destino: Chihuahua. DIA 27) DESLOCAMENTO A CREEL Cheguei já quase às 10h30 em Chihuahua e preferi não sair para conhecer a cidade porque achei que seria muito corrido e porque queria apreciar as paisagens na estrada até Creel. Até lá, seriam mais 5h de viagem, ou seja, no total entre Monterrey e Creel foram 17h de estrada. No final, ir logo a Creel pode não ter sido a melhor das ideias, as paisagens desérticas eram bonitas, mas o melhor estaria mesmo depois de Creel e ainda Chihuahua parece ter atrativos bem interessantes, como Museo Histórico de la Revolución e a sua Plaza de Armas. Cheguei ao pueblo mágico Creel já por volta de 16h. A cidade era a minha primeira na rota do trem Chepe, que passa pela famosa Barrancas del Cobre. É bem pacata, com um clima com temperaturas que podem ser negativas, especialmente à noite. Tem uma rua principal cheia de lojinhas de produtos de inverno e de lembranças de viagem, cafés e alguns bons restaurantes. DIA 28) CREEL Dia de caminhada pelos arredores de Creel. Saí inicialmente com destino ao Valle de los Hongos, que tem esse nome por conta de suas pedras em formato de cogumelos (não tomei o chá e não vi com esse formato hahaha). Em seguida, fui ao Valle de las Ranas (isso mesmo, rochas com formato de rãs 🤔). Depois de visitar os dois valles, passei pela igreja da Misión de San Ignacio, que foi um dos esforços católicos para evangelizar os povos indígenas raramúris, ainda em grande parte os habitantes dessa região. Por fim, caminhei por trilha, passando por florestas de pinus, até o Lago Arareko, um lago bonito formado por uma barragem, e ainda conheci a Piedra del Elefante. Foi um dia gostoso de caminhada em um total de pouco mais de 14 km desde o centro de Creel, que terminou com uma carona da Piedra del Elefante até Creel. Ainda faltou conhecer o Valle de los Monjes, que fica um pouco mais afastado. Se estiver de carro, inclua ele e também a a cascada Cusararé e em outro dia a fantástica Cascada de Basaseachi. DIA 29) DIVISADERO (PARQUE BARRANCAS DEL COBRE) E AREPONAMICHIC Peguei um ônibus a El Divisadero, onde há uma vista incrível dos canions da Barrancas del Cobre. A partir daí, caminhei 2 km até a entrada do parque. O Parque Barrancas del Cobre é mais uma atração na rota do trem Chepe. As Barrancas são um conjunto de 20 canions com mais de 60 mil km²: quatro vezes a extensão e o dobro da profundidade do famoso Grand Canion. No Parque há 5 opções de passeio: 1) Caminhada por conta própria gratuita 2) Circuito das Sete Tirolesas ($1000 pesos, cerca de 54 dólares) 3) Ziprider: a tirolesa mais comprida do mundo com mais de 2500 m de extensão ($1000 pesos) 4) Via ferrata: conjunto de atividades que envolve Ponte suspensa, rapel e outras ($600 pesos) 5) Teleférico: vai de uma lado a outro das Barrancas, mais ou menos na mesma rota do zip ryder ($300 pesos) Eu fiz o Ziprider. Caríssimo, mas considerei que era uma experiência para a vida toda e não me arrependo porque foi massa de verdade. A velocidade na tirolesa pode chegar a mais de 130 km/h. Quase que minha câmera, mesmo com cordinha, caiu da minha mão 😵 Depois da tirolesa, retornei de teleférico (incluso no ticket), passando por cima dos canions, com mais tranquilidade para apreciação da paisagem hehehe Saí do parque muito feliz com a experiência e fui caminhando até o meu hostel em Areponamichic, uma cidadezinha super pacata, com pouca infraestrutura turística, que tem ao seu redor várias opções de trilhas. DIA 30) URIQUE Acordei de madrugada para tentar pegar uma carona a Urique ou em segundo caso, um ônibus que passa bastante cedo. Acabou que consegui uma carona com o Amador, um cara super gente boa, com quem fui trocando várias ideias. Ele me deixou em uma localidade chamada Mesa de Arturo, de onde rapidamente peguei outra carona com dois caras moradores das redondezas, que iriam participar de uma ultramaratona em Urique. Acabou que descemos antes do destino, no Mirador del Cerro Gallego, onde há uma vista incrível do vale. 20230303_101055.mp4 Urique é um pequeno povoado, geralmente sem tantos turistas e com forte presença do povo tarahuamara. Acabou que fui em um final de semana excepcionalmente cheio por conta da prova de maratona Caballo Blanco. Eu gostei demais da tranquilidade e do clima no povoado nesta época. Diferentemente da região das Barrancas del Cobre, onde eu dormi antes de ir a Urique e onde peguei temperatura negativa, no povoado o clima é bem mais quente, chegando a quase 30 graus neste período. Durante o verão mexicano, em junho e julho, me falaram quw a temperatura pode chegar a 50 graus. Credooo! 🔥 🚌 Para ir a Urique de transporte público é necessário pegar um ônibus até Cerocahui e depois pegar um transporte com custo de $250 até o povoado. Acabou que fui de carona a partir de Areponapuchi e na volta peguei caronas até Bahuichivo, onde pegaria o trem Chepe. DIA 31) TREM CHEPE DE BAHUICHIVO A EL FUERTE Iniciei o dia indo até a saída de Urique para pegar uma carona até Bahuichivo. Cheguei por volta de 11h15, deu 1 h de espera e nada, 1h30 e ainda nada. Começou a bater o desespero. Imaginei que seria fácil de conseguir a carona, já que estava tendo a maratona na cidade e provavelmente alguém teria que sair para resolver alguma coisa em outra cidade. Com isso na cabeça, acabei deixando de pegar um transporte que sai por volta de 7h da madrugada (acho que custa $250). Enfim, quando foi se aproximando de 13h, comecei a achar que tinha me lascado de vez e que não conseguiria chegar a tempo de pegar o trem Chepe de 16h15 em Bahuichivo. Acabou que por volta de 13h05, uma camionete com uma galera que tinha ido levar um pneu e fazer um serviço mecânico em Urique parou e me deram carona. Duas horas depois, deixaram-me em Cerocahui. Ainda precisava de pegar uma carona, de cerca de meia hora. Para minha sorte, a primeira van que passou parou e o motorista que estava indo transportar uns turistas em Barrancas me deu carona. Cheguei ainda 40 min antes da saída do trem e na carona ainda ganhei uma cervejinha. Ô, sorte! Hehehe O trem Chepe atualmente é o único de passageiros no México. Em breve haverá também o polêmico Trem Maia em construção na Península de Yucatán. Percorre no total 673 km entre as cidades de Los Mochis e El Fuerte, em uma viagem de 16h no total. Há duas opções de trens: Express e Regional. As duas são diferentes em termos de qualidade e têm suas próprias tabelas de horários. É importante planejar bem a viagem em função disso. Depois de muito pesquisar, eu resolvi fazer apenas o trecho entre Bahuichivo e El Fuerte, por ter as paisagens mais bonitas. E valeu super a pena! Vi paisagens realmente fantásticas durante as 3h30 de viagem. 😍 Fiz a viagem no trem Regional, na opção econômica. Saiu por $495o. Se fosse na opção turística seria $944. A opção turística tem janelas que podem ser abertas enquanto a econômica não tem, mas é possível apreciar as paisagens na parte aberta entre um vagão e o outro. Para ter ideia o mesmo trecho no trem Express teria os seguintes valores em pesos nas diferentes classes: $1237 - turista, $1607 - executivo e $2500 - primeira classe. Cheguei ao pueblo mágico El Fuerte já à noite e saí para comer alguma coisa na agradável e bonita Plazuela del Fuerte. DIA 32) EL FUERTE E DESLOCAMENTO A TOPOLOBAMPO PARA TRAVESSIA A LA PAZ (BAJA CALIFORNIA) Aproveitei o dia para conhecer melhor a cidade de El Fuerte. Passei pela Plazuela del Fuerte novamente e segui ao Museo El Fuerte. É um réplica de uma fortaleza construída pelos espanhóis durante o séc XVII para se protegerem de ataques indígenas. Tem uma exibição com diversos objetos, entre eles peças pré-hispânicas, trajes cerimoniais e fotografias. É um museu legal, mas é um pouco caótico na sua organização. Depois segui até o Cerro de las Mascaras para conhecer as suas rochas com gravações que remontam até a 100 a.C. Porém, infelizmente o local está fechado atualmente e só é possível visitar com guia mediante o agendamento. Voltei então à cidade, fui almoçar e depois segui até a cidade de Los Mochis, onde tomei outro transporte até Topolobampo. Topolobampo juntamente com Mazatlan são as bases para fazer a travessia de ferry boat até a Baja California. Acabou que cheguei ainda no período da tarde e a saída do ferry era apenas às 23h, então fiquei um bom tempo lendo no porto. Sobre a travessia, o ideal é pagar com um tempo de antecedência. Comprei às 17h por $1800 na ala mais econômica, porém se tivesse comprado com mais tempo de antecedência pelo site, poderia ter pagado $1460. Além da opção de cadeiras em área geral, que eu comprei, o ferry tem opções de cabines por um preço mais alto. Porém, pelo que li, essas opções esgotam-se com muito tempo de antecedência já que os donos de empresas de transporte compram para os seus funcionários. Na área geral, os bancos não reclinam e não são muito confortáveis, então o jeito é deitar no chão para dormir. Caso se agilize cedo, consegue pegar uma área com menos barulho de TV e com menos luz. Uma dica é deixar já separado contigo um colchão inflável ou roupas para forrar o chão junto da mochila que vai ficar uma vez que sua mochila maior ou mala terá que ser despachada. O bilhete do ferry inclui um jantar com bastantes comidas no estilo bandeja de restaurante universitário ou prisão hahaha Não é tão ruim asssim, mas não espere nada muito especial e ainda um pãozinho ou biscoito e café na manhã. Ah, e se der sorte, ainda poderá contar com um show meio estilo karaokê barato na área do restaurante. Vou ser sincero: não espere luxo e muito conforto nessa viagem de ferry. DIA 33) LA PAZ (BAJA CALIFORNIA) COM TOUR NA ISLA ESPIRITU SANTO O ferry chegou por volta de 7h em La Paz, Baja California. Vale a pena sair na área externa do barco para ver a aproximação à terra. Depois de desembarcar, peguei um ônibus de linha regular até a cidade de La Paz, já no caminho pude ver a beleza de praias da Baja California. Desembarquei no terminal rodoviário e caminhei até o meu hostel um pouco afastado da orla. No caminho, chequei os preços de passeios a Isla Espíritu Santo em diferentes agências, o valor variava entre $1500 e $2000. Quando já estava me contentando com esses valores, passei por um senhor que estava com uma mesa na rua e uma placa com anúncios desse passeio. O preço dele era de $1000 e a saída era às 11h. Fechei com ele e fui deixar minhas coisas no hostel. Caso queiram, o telefone de contato é +526121529665. Ele costuma ficar em frente à sorveteria La Michoacana da orla. O tour de barco ao redor da Isla Espíritu Santo é um passeio imperdível para quem vai a Baja California. É um dos passeis de barco mais bonitos que já fiz! O tour tem uma duração de aproximadamente 6 horas e proporciona o avistamento de diversas formações rochosas e paradas em praia para banho e, nessa época em que viajei, proporcionava também o avistamento de leões marinhos e ainda golfinhos e baleias se tiver sorte. Avistei um grupo grande de golfinhos e muitos leões marinhos, inclusive nadei com eles. Já em relação às baleias, não demos muita sorte. O melhor período para avistá-las é de dezembro a fevereiro. DIA 34) TODOS SANTOS E CABO DE SAN LUCAS Dia de explorar outras cidades da Baja California Sur. Primeiro pegamos um colectivo até Todos Santos. Achei a cidade um pouco esquisita para uma cidade turística da Baja California, pois não é exatamente na orla e para ir até a praia mais próxima onde é possível tomar banho é necessário pegar um táxi caro ou caminhar um bocado. Eu e o meu amigo francês de hostel Yan fomos caminhando até a praia de Punta Lobos, que havia pesquisado que era mais bonita e com ondas mais tranquilas do que as outras praias de Todos Santos, em grande parte voltadas para o surf. Caminhamos por cerca de 3 km até a praia, sendo que já chegando na praia, passamos por uma interessante área abandonada com ruínas de uma construção que parecia de um filme de velho-oeste. A praia era ok, não vou falar que era bonitona, mas também não vou dizer que é feia. É uma praia de pescadores que está em franco processo de ocupação turística violenta por hotéis/resorts de luxo. Depois de curtir um pouco a praia, saímos caminhando em direção à rodovia e acabamos pegando uma carona até a entrada da cidade de El Pescadero, onde aguardamos por uma carona de uma moça que por acaso conhecemos antes em uma casinha de lanches na praça de Todos Santos. Depois de um bom tempo a esperando (acho que os mexicanos são tão enrolados quanto a gente com horário), ela apareceu e nos deu carona até Cabo de San Lucas. Daria para ir também em ônibus, já que havia escritório de empresa de ônibus neste local em que a gente ficou esperando a carona. Chegamos em Cabo de San Lucas, já por volta de 18h30 e fomos logo a nossa hospedagem. Depois de um bom banho, saímos para conhecer a famosa vida noturna da cidade. Fomos até o centro e caminhamos pelas ruas cheias de bares mais perto do porto e da orla. Eu não sou uma pessoa muito fã de balada com dj, não, mas curto bastante botecos e lugares massa com música ao vivo. Tirando um barzinho com cerveja barata e um clima mais informal, vou te falar que não gostei nem um pouco dos demais lugares onde a gente foi. Achei todos muito fake e cheios de estadosunidenses daquele tipo meio idiota retratados em filmes de comédia! Sei lá, senti, muito mais do que já tinha sentido em La Paz e até mesmo em Todos Santos, que estava em um território dos EUA e não no México. Foi mal se isso soar um pouco ofensivo para os mexicanos, mas o próprio Iñarriatú zoa com essa situação da Baja California no filme Bardo. Enfim, depois de insistir um pouco na baladagem, voltei ao Airbnb, enquanto o meu amigo ficou na balada ruim cheia de novinhos dos EUA. DIA 35) TOUR DEL ARCO DE SAN LUCAS E RETORNO Apesar de ter soado meio ranzinza no dia anterior, acho que Cabo de San Lucas vale muito a pena por um passeio: o Tour del Arco de San Lucas. É um tour curto de cerca de 50 minutos dentro, porém é bastante bonito. Além do avistamento do Arco, o passeio inclui passagem pela Roca del Pelicano e, termina na Playa del Amor, a qual possui conexão com a Playa del Divorcio. É isso mesmo, vc tem opção de amar ou divorciar em um mesmo pacote hahaha 🤣 O barqueiro te deixa na Playa del Amor e vc combina com ele o horário de retorno. A praia é linda! Recomendo ficar pelo menos 1h30 relaxando nela. 💲 O custo do tour foi de $150. O preço inicial ofertado é de $250 ou $200. Negocie! Depois desse tour, segui de volta a La Paz enquanto o meu amigo resolveu ficar para depois ir à cidade San José del Cabo, segundo ele mais estadosunidense ainda do que Cabo de San Lucas. No caminho de volta, vi um pôr do sol que deve ter sido um dos mais bonitos da minha vida! DIA 36) PLAYAS BALANDRA E TECOLOTE E VIAGEM DE FERRY A MAZATLAN Dia de visitar a incrível Playa Balandra, muito provavelmente a praia mais bonita do México. 😍 A praia é uma baía de águas calmas com coloração que varia de verde a azul turquesa a depender do sol. Podemos dizer que praia tem duas praias hehehe uma mais abrigada e outra mais exposta ao oceano que em sua extremidade tem a rocha El Hongo, em formato de fungo. Entre as duas praias, um morro de onde se tem uma bela vista panorâmica. Há controle de entrada na praia para a conservação de dunas e manguezais. O primeiro bloco de até 450 visitantes entra a partir de 8h e pode ficar até 12h e o segundo de 12h às 19h. Em baixa temporada é tranquilo durante a semana, mas nos finais de semana e em alta temporada é importante chegar com antecedência. Depois vale a pena dar um pulinho na praia de Tecolote logo ao lado. Uma praia ampla e com algumas barracas/restaurantes de apoio. 📍Balandra a 28 km ao norte de La Paz ao lado da também bonita praia Tecolote 🚌 Há ônibus a 60 pesos com saídas a cada 2h. O problema é que o primeiro sai só às 10h e, como são pouco mais de 30 mim de viagem, fica muito apertado para o tempo de praia para quem quer ir no primeiro grupo. Uma outra opção é pegar um táxi a 250 pesos ou um Uber. Por fim, neste dia peguei o ferry-boat com destino a Mazatlan com saída às 19h ($1900, pagando dois dias antes, com lais antecedência poderia ser $1650). DIA 37) MAZATLÁN Mazatlán inicialmente não estava no meu roteiro, mas resolvi incluir porque várias pessoas me falaram que era muito bonita e porque tinha a opção de sair de Baja California de ferry diretamente à cidade e assim ficar mais próximo dos meus próximos destinos: Puerto Vallarta e Guadalajara. Logo que desembarquei do ferry, fui ao Parque Natural Faro Mazatlán e subi o seu belo morro para ter uma boa vista panorâmica da cidade. Em seguida, desci e peguei um barco para atravessar a Isla de Pedras (35 pesos ida e volta). Na ilha, há uma praia agradável que lembra muito algumas praias do nordeste brasileiro, especialmente no Ceará. No ambiente, muitos vendedores ambulantes e barracas de madeira e palha na beira da praia. O diferencial são as bandas de Sinaloa que se apresentam para o público, como os repentistas em praias do nordeste. Terminei o dia passando pelo malecón (calçadão de orla) da cidade e indo até o meu hostel na Zona Dorada. Nesse trajeto, acabei não curtindo a praia urbana, com faixa de areia estreita e paredão que a abafa. Também tive uma impressão não muito positiva da cidade em si. Achei em um estilo turístico muito padronizado, com hotéis de luxo sem graça e restaurantes e centros comerciais meio metidos a chique que tomam parte da orla. Enfim, não curto muito esse padrão turístico que se repete nas orlas de Cabo de San Lucas, Puerto Vallarta e La Paz. Para compensar, terminei com um belo pôr do sol na praia da Zona Dorada, com vista para uma ilha. Os pores do sol no Pacífico são maravilhosos, dos mais bonitos que já vi. DIA 38) MAZATLÁN E IDA A PUERTO VALLARTA No segundo dia em Mazatlán, fui ao centro histórico da cidade e que grata surpresa! Um centro histórico lindo com várias casinhas coloridas e praças agradáveis, com destaque para a Plazuela Machado. Depois da volta pelo centro histórico, caminhei um pouco pelo calçadão da orla na região mais próxima do centro e acabei assistindo a um desfile de camionetes com direito a muita música de Sinaloa. O balanço geral no final até que foi positivo. Acho que Mazatlán vale a pena de ser visitada se estiver no meio da sua rota entre destinos. Porem, acho que não vale muito a pena desviar a rota só para conhecer a cidade. Já tarde da noite, peguei um ônibus até Puerto Vallarta. DIA 39) DESCOLAMENTO DE PUERTO VALLARTA A PUNTA MITA (ISLA MARIETAS) E SAYULITA Cheguei em Puerto Vallarta e fui direto a Punta Mita para fazer o tour pelas Islas Marietas, uma passeio fantástico que inclui avistamento de formações rochosas interessantes, parada em uma bela praia, parada para snorkeling em um local com água levemente turva, mas com grande presença de peixes, e ainda avistamento de golfinhos e de aves, com destaque para os simpáticos atobás pardo e de pata azul. 😍 De dezembro a março, ainda é temporada de acasalamento e reprodução de baleias-jubartes nas ilhas. Eu tive a emoção de ver vários indivíduos no meu passeio!!! Vale dizer ainda que o passeio a Islas Marietas pode ainda incluir acesso à Playa Escondida (ou Playa del Amor). Essa praia viralizou nas redes sociais e até 2016 recebeu um grande volume de turistas, sem controle nenhum, gerando um grande impacto na praia. Com isso, houve o seu fechamento por um tempo. Depois a praia foi reaberta, mas com um controle rigoroso de permissão de visita de apenas 118 pessoas por dia. Isso acabou elevendo bastante o preço da visita à praia praia: agora é necessário desembolsar mais 1100 pesos (cerca de 57 dólares em valores atuais) para poder visitá-la. Eu achei uma facada danada para ver uma formação semelhante a uma que já viria no passeio e para o pouco tempo permitido na praia (25 min) e não quis adicionar no meu passeio. Na verdade, ninguém no meu passeio quis ir à praia. Enfim, acho que vale super a pena o passeio a Islas Marietas. As formações rochosas e praias são lindas e o avistamento de várias jubartes foi uma experiência incrível. 📍Os passeios saem de Puerto Vallarta ou de Punta Mita. Eu recomendo ir a Punta Mita de ônibus para reduzir o tempo de barco e economizar dinheiro. 💲Os tours saindo de Puerto Vallarta estavam entre $1000 e $1200 em pesquisas em sites. Em Punta Mita consegui por $700 com a empresa Riviera Mita Tours (mesmo preço da cooperativa). Recomendo demais! Foram ótimos profissionais. Depois do passeio, consegui uma carona com um casal a Sayulita, uma cidadezinha de praia sobre a qual tinha ouvido ótimas recomendações de outros viajantes. Acabou que foi mais uma pequena decepção. A cidade é sim simpática, mas não achei a praia muito bonita, além de ser cheia de gente especialmente no final de semana. Também senti que estava em território fora do México, assim como senti na Baja California e em Playa del Carmen. Os preços na cidade também são bem altos de forma geral. Enfim, é um destino que talvez seja mais atrativo se vc quer bares e festinhas em esquema meio estadosunidense ou europeu, sei lá. DIA 40) SAYULITA A SAN PANCHO E DESLOCAMENTO A PUERTO VALLARTA Nesse dia, fiz uma agradável caminhada de cerca de 4 ou 5km e Sayulita até a cidadezinha de San Pancho pela orla. Caso queira fazer, é importante ir na hora da maré mais baixa, pois tem um trecho da praia com muitas rochas em que as ondas adentram, que pode ser perigoso com a maré cheia. Essa caminhada poderia ser perfeita se não fosse a presença de um condomínio fechado que bloqueia a passagem pela orla, no trecho final, já praticamente na chegada à praia de San Pancho. Há um acesso por cima, por uma área de vegetação nativa, mas eu teria que voltar muito para fazer esse trecho e também não sei se seria tranquilo. Antes de fazer a caminhada, eu já sabia um pouco sobre esse condomínio. Em relatos, li que de boa de atravessar a cerca e passar por dentro do condomínio, então acabou que decidi fazer isso. Ao sair do condomínio para acessar a praia de San Pancho, um dos seguranças quis me cobrar 50 pesos. Falei que não tinha dinheiro além do que tinha pra passagem de ônibus (mentira!) e ele acabou me deixando passar, mas resmungando e falando merda. Se vc fizer essa caminhada, saiba dessa possibilidade de extorsão. San Pancho tem uma praia ampla e bonita, mas tem alguns trechos de ondas violentas. A cidade é bonitinha também e é mais tranquila do que Sayulita, mas é aquela mesma coisa de turismo caro, com uma pegada meia alternativa. Depois do rolê, almocei e peguei um ônibus de volta à Sayulita, onde peguei minha mochila e segui à Puerto Vallarta. Puerto Vallarta é um cidade litorânea bastante famosa pelas suas praias e por áreas de restaurantes e bares, como a Zona Romántica e o Paseo Diaz Ordaz. Eu acabei não ficando muito tempo na cidade, então não visitei as praias mais afastadas e tranquilas, que dizem que são bonitas, mas conheci conhecer as áreas urbanas mais famosas. Definitivamente não curti a orla do Centro e da Zona Romántica. Achei a ocupação muito intensiva, principalmente com bares e restaurantes metidos a chique. Em relação à Zona Romántica, é uma região com muitos bares bons, como o Monzon Brewing onde tomei boas artesanais, vários restaurantes e cafés e uma vida cultural efervescente principalmente para o público gay. Eu não curti muito a região pq achei no geral os lugares tinham um ambientação meio de alto padrão, que não me atrai muito. Em relação ao Paseo Diaz Ordaz, não curti também. É bem aquela coisa fake e ostentação, que remete a Cabo de San Lucas e Playa del Carmen. DIA 41) DESLOCAMENTO A GUADALAJARA Comecei o dia cedo, pegando um Bla Bla Car até Guadalajara (metade do preço do ônibus de linha regular). Depois de umas 4h30 de viagem, passando por regiões serranas bem bonitas, cheguei à cidade. Eu imaginava que iria gostar de Guadalajara, mas não imaginava que ia curtir tanto quanto curti. Acabou se tornado a minha cidade mexicana entre as de médio e grande porte favorita! É uma cidade que tem seus problemas de cidade grande, como um trânsito intenso e violência, mas, mesmo nas áreas mais adensadas e com mais cara de grande metrópole, eu senti algo meio que provinciano e acolhedor, trazendo uma sensação diferente da que experimentei, por exemplo, na Cidade do México e em Monterrey. A metrópole tem uma diversidade de zonas interessantes, entre as quais destaco: Zona Centro, Santa Teresita, Colonia Americana e Tlaquepaque (esta na verdade é um pueblo mágico que foi englobado pelo crescimentode Guadalajara). Ainda nos arredores, tem a cidade de Tequila e os pueblos do Lago de Chapa, como Chapala e Ajijic. No dia da minha chegada, percorri apenas os atrativos do Centro e Zona Centro (acho que é tudo a mesma coisa, mas há essa separação no Google Maps). Primeiro, fui ao hostel, deixei minhas coisas e saí para rolezar. Conheci a bela e grandiosa Catedral e fui almoçar comidas típicas de Guadalajara/Jalisco no Mercado San Juan de Dios. Comi uma torta ahogada e depois tomei tejuíno. Se conferir o glossário de comidas, vai ver que não gostei da torta, mas amei o tejuíno. Em seguida fui ao Instituto Cabañas, que é de graça na terça e $70 nos demais dias. É um dos lugares mais fodas de Guadalajara, com boas exposições e uma capela com murais incríveis de um dos mais famosos muralistas mexicanos: Orozco. Depois dei um pulinho na Plazuela de los Mariachis, mas acabei indo lá depois das 17h e já não tinha mais nenhum mariachi se apresentando). Por fim, caminhei pela Avenida Fray Antonio Alcade, muito agradável para ciclistas e pedestres, até o Santuário de Nuestra Señora Guadalupe, que tem um interior bonito. DIA 42) PUEBLOS MÁGICOS AJIJIC, CHAPALA E TLAQUEPAQUE Dia dedicado a conhecer três pueblos mágicos: Ajijic, Chapala e Tlaquepaque. Os dois primeiros situam-se às margens do Lago Chapala, que diria que é bonito, mas não diria que é maravilhoso ou qualquer coisa superlativa. Primeiro fui de ônibus até Ajijic, que é um pequeno pueblo situado poucos quilômetros após o pueblo de Chapala. Achei o pueblo simples, sem muita infraestrutura turística. Acredito que agora que o turismo está chegando com mais força por lá. Acho que vale a pena ser visitado apenas se estiver com tempo sobrando. Em seguida, fui ao pueblo de Chapada. Este sim com mais estrutura de turismo, contando inclusive com um grande calçadão nas margens do lago, cheio de barracas de bebidas (tequilas, cantaritos e outras), comidas e artesanato. Mesmo tendo vendedores com abordagem meio intensa, gostei mais de Chapala do que de Ajijic, mas, de qualquer forma, não considero um destino imperdível. No final, acho que os pueblos não corresponderam às expectativas que criei. Depois peguei um ônibus de volta até a parada mais próxima do centro de Tlaquepaque, que parece ser um bairro de Guadalajara, mas na verdade é um dos municípios que compõem a sua metrópole. Tlaquepaque foi um dos pueblos que mais gostei de conhecer. Borbulha vida cultural, tem o imperdível Centro Cultural El Refugio, tem uma movimentada praça central e ainda a Avenida Independencia, cheia de restaurantes, galerias de arte e barzinhos (alguns com preços bastante acessíveis). DIA 43) TEQUILA Dia de conhecer a cidade de Tequila e é, claro, o que há de mais importante na cidade: tequilaaa! A maior parte da produção de tequila atualmente se concentra na região de Tequila, onde há destilarias de marcas famosas como Sauza e José Cuervo. É possível visitar algumas dessas destilarias e ver o processo de produção. Eu fiz o passeio completo da Sauza, que incluía ver como é o processo de plantio e extração do agave em um jardim botânico; visitar o local de reposamento das tequilas e a fábrica destiladora para ver o processo de produção; degustação de três tipos de tequila e do mosto antes da destilação; e, ao final do passeio, produção de cantarito (bebida deliciosa com tequila, refrigerante de limão, laranja, toranja, limão, sal e aquela bordinha de copo apimentada). 😋 Eu gostei do passeio, só não curti muito o jardim botânico porque é apenas um local de amostra para turista, quase no meio da cidade, e não um local de cultivo de fato. O passeio com a visita ao jardim custa $320 pesos e sem, $230. Sobre a cidade Tequila, é charmosinha, com uma praça bonita e várias lojas com licores, tequilas puras e doces e ainda várias barraquinhas com venda de cantarito. 🚌 Em tour ou Transporte Quick com saídas frequentes da Central Vieja de Guadalajara. $208 ida e volta, 2h de viagem. DIA 44) GUADALAJARA E DESLOCAMENTO A MORÉLIA Dia de caminhar e explorar ainda mais a cidade de Guadalajara e, no final da tarde/começo da noite, seguir viagem a Morélia. Segue na sequência os atrativos que visitei e as atividades que fiz durante o dia: a) Templo Expiatorio - simplesmente a maior igreja em estilo neogótico do México; b) MUSA: museu gratuito que estava com exposição ótima de Francisco Medina e uma que não achei muito interessante de Frida Kahlo mais focada na sua saúde e o melhor um auditório com belo painel e uma cúpula de Orozco; c) Ex Convento del Carmen: prédio muito bonito com uma exposição de gravuras, quadros e grande mural de Gabriel Flores e um pequeno, mas excelente museu com obras contemporâneas, principalmente de desenhos e gravuras; d) Museu de la Ciudad - museu bacana para entender a história de Guadalajara e Jalisco, mas que estava em reforma e com várias seções fechadas; e) Biblioteca Iberoamericana Octavio Paz - uma biblioteca bem bonita com murais de David Alfaro Siqueiros; f) Teatro Degollado - belíssimo teatro que abre a cada hora para visita; g) Palacio de Gobierno - prédio muito bonito com espetaculares painéis de Orozco, inclusive na sala de tribuna; h) Caminhada até Kamilos 333, restaurante bastante tradicional com comida típicade Guadalajara, situado no charmoso bairro Santa Teresita, com muitas casas históricas e diversos restaurantes; i) Passeio pelo bairro de Colonia Americana que tem muitos restaurantes e bares descolados em meio a prédios modernos e casas do começo do século passado (eu vi esse bairro em uma lista de 10 bairros mais interessantes do mundo em um site de viagens); e f) Por fim, viagem até Morélia, onde encontraria o amigão Erick, que conheci virtualmente aqui no Mochileiros e depois conheci pessoalmente em uma viagem na Colômbia. Sobre a cidade de Morélia, acho que basta dizer que é uma das cidades coloniais mais bonitas do México. Fundada em 1541, preserva muitas construções históricas principalmente dos séculos XVII e XVIII. O seu Centro Histórico, por seu estado de conservação e importância histórica, foi declarado pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade. Seguem algumas fotos avulsas da cidade: DIA 45) PATZCUÁRO, ISLA JANITZIO E TZINTZUNTZAN Dia de explorar algumas localidades incríveis próximas da cidade de Morélia. Primeiramente, peguei um ônibus até a cidade de Pátzcuaro, a 53 km de Morélia, onde desembarquei o mais próximo possível do muelle San Pedrito, local de saída de barcos à ilha de Janitzio (ida e volta no barco a $100). Janitzio é uma das cinco ilhas do Lago de Pátzcuaro. É uma ilha super turística com diversas lojas de artesanato, restaurantes e barraquinhas de bebida, em que se destaca um imponente monumento com 47 m de altura dedicado a Jose Maria Morelos, o maior herói da Independência Mexicana. Recomendo demais visitar esse monumento por dentro e subir até o seu topo (entrada a $10 pesos). Depois de visitar a ilha, voltamos à Pátzcuaro, mas antes de conhecer a cidade, pegamos um colectivo até a cidade de Tzintzuntzan, a poucos quilômetros de distância. A cidade é bem bonitinha com casas com fachadas nas cores vermelho e branco, em um esquema de cores que se repete na cidade de Pátzcuaro e que também já havia visto na cidade de Cuetzalan na minha viagem anterior. Destaca-se na cidade uma praça com várias barracas de artesanato e em seu entorno o sítio arqueológico de Las Yacatas. No passado esse sítio foi a capital do império tarasco (ou purépecha), um um dos mais poderosos do final do período pré-hispânico, entre 1200 e 1521, rivalizando com os mexicas (astecas). Tinha cerca de 30 mil habitantes quando os espanhóis chegaram à região. No sítio se destaca uma grande plataforma cerimonial de cerca de 400 m² com estruturas com formato arredondado. Destaco também a visão bonita do lago Pátzcuaro e o pequeno museu que há no sítio arqueológico. A entrada no sítio custa $90, mas acabaram deixando esse preço para duas pessoas. Depois de conhecer Tzintzuntzan, finalmente fomos conhecer Pátzcuaro, um pueblo com mais de 500 anos de história, que possui a maior parte de seus edifícios nas cores vermelha e branca como em Tzintzuntzan. A cidade acabou virando um dos meus pueblos mágicos favoritos (ver a lista dos favoritos ao final do relato). Alguns dos seus atrativos de destaque são o belo Templo de El Sagrario, fundado em 1540, que conta com um exterior lindo com muros com arcos; a maravilhosa Casa de los Once Patios (não contei onze, mas não deixa de ser muito linda); e as suas praças bastante movimentadas aos finais de semana. Depois desse grande rolê, voltamos à Morélia. DIA 46) CUITZEO Acabou que nesse dia, fui ao terminal errado e peguei um ônibus para a cidade de Cuitzitan em vez de Cuitzeo. As pessoas a quem pedi informação (acho que quatro pessoas) simplesmente não entenderam minha pronúncia e me passaram informações erradas sobre o transporte. Resultado: perdi bem 1h30 do meu dia e uns 60 pesos em viagens erradas e quando me liguei que não estava indo no sentido errado, tive que descer em uma rodovia meio tenebrosa e esperar um tempinho, morrendo de medo, até o próximo ônibus de volta à Morélia. Enfim, já meio tarde, peguei o ônibus com destino a Cuitzeo na estação correta: a Central de Autobuses. A cidade fica próximo do Lago Cuitzeo (muito bonito visto da janela do ônibus). É bem pequena e tem pintura nas fachadas das casas similar a de Pátzcuaro, Tzintzuntzan e Cuetzalan. Vale a pena a visita à cidade para conhecer a sua charmosa pracinha central com o bonito e interessante Ex Convento de Santa Maria Magdalena. O custo de entrada no Ex Convento é de $70 geral ou gratuito com carteira estudantil. Depois de conhecer o ex convento, dei uma volta pelo pueblo e acabei voltando por volta de 15h30 a Morelia. Em situação normal, dá para conhecer Cuitzeo em apenas um período do dia. Em Morélia, ainda tive tempo de conhecer o incrível Centro Cultural Clavijero, com suas ótimas exposições. Em seguida, conheci o bonito Templo de Santa Rosa de Lima e passei no Conservatorio de las Rosas. Depois dessa volta, encontrei com o Erick para a gente almoçar (ou seria jantar? Hehehe). Depois da refeição, caminhamos pela cidade e entramos na belíssima Catedral situada na atrativa e movimentada Plaza de Armas. DIA 47) MORÉLIA E DESLOCAMENTO ATÉ A CIDADE DO MÉXICO Dia de terminar de conhecer os atrativos de interesse em Morélia. Inicialmente fui caminhando até o Santuário de Nuestra Señora de Guadalupe. O Santuário é uma igreja que foi construída entre os anos de 1708 e 1716 e que passou por diversas transformações ao longo dos anos seguintes. Ricamente adornada, para mim, sem dúvidas, é uma das igrejas mais bonitas do México. Em seguida, caminhei até o Acueducto, situado próximo do Santuário. Esse aqueduto estampa a nota de 50 pesos. Depois fui ao Museu de Arte Contemporáneo, que estava apenas com a seção permanente aberta e que achei que valeu a pena só por ficar pertinho do Acueducto. Depois segui até o Museo del Dulce, um museu dentro de uma tradicional loja de doces, que apresenta a forma de confecçãode doces e a históriada loja. Achei legalzinho e que valeu a pena o ingresso de $30. Por fim, visitei o Palacio del Gobierno, que tem uma bela arquitetura e murais bonitos. Depois desse rolê, voltei ao hostel e eu e Erick fomos até o ponto combinado para pegar um Bla Bla Car até a Cidade do México. Chegamos na cidade já por volta de 20h. Era a minha segunda viagem pela Cidade do México. Dessa vez, acabei indo em pouco pontos turísticos e meu foco maior foi em usar a cidade como base para conhecer as cidades "próximas" de Tula de Allende e Tepoztlán. Para ver mais informações e diversos atrativos na cidade, consulte o meu relato anterior. DIA 48) CIDADE DO MÉXICO Acabou que enrolei um pouco pela manhã indo em mercados, fazendo café da manhã e organizando algumas coisas, então nesse dia consegui ir apenas em um atrativo, mas em um que vale por muitos: o Museo Memória y Tolerancia. Já adianto que o museu é uma porrada no estômago! Porém acredito ser uma ferramenta muito importante de estimular a tolerância entre povos e conscientizar sobre genocídios, guerras e crimes como o tráfico humano. Aqui no Brasil deveria haver um museu desses, apresentando informações sobre o genocídio de povos indígenas, principais guerras e conflitos que ocorreram em nosso território e as vidas humanas ceifadas e os prejuízos causados pelas ditaduras. O museu traz alas grandes dedicadas ao nazismo (inclusive apresentando um vagão que foi usado para transportar pessoas aos campos de concentração) e aos genocídios ocorridos na antiga Iugoslavia, Camboja, Império Otomano, Guatemala, Ruanda e Dafur, além de ala com dados sobre a violência atual no México. Por fim, termina de forma mais positiva, apresentando mensagens de inclusão e tolerância e dedicando atenção a personalidades que promoveram a paz em diferentes partes do mundo. Entrada: $115 ou $92 estudantes. Depois dei uma caminhada pelos arredores do museu, jantei e voltei para a hospedagem. DIA 49) TULA Dia de ir à Tula, cidade com uma das zonas arqueológicas que mais me surpreendeu no México! 🤩 Eu achava que era apenas uma pirâmide com os atlantes (estátuas de pedra de grande porte). Não imaginava a sua importância histórica e a sua grandeza. Tula era a grande capital do altiplano central da América Central até o ano 1050, chegando a ter 85 mil habitantes no seu apogeu. Por meio do comércio, a cidade unificou um vasto território, exercendo influências até El Salvador e Nicarágua. As primeiras evidências de assentamento na área oincidem com o início da decadência de Teotihuacán, por volta dos anos 600. No séc VII iniciou-se a construção do primeiro núcleo urbano. A cidade perdeu a sua hegemonia na metade do séc XII com a chegada de grupos mexicas (astecas) e devido a disputas internas. Acho que vale super a pena fazer um bate e volta da Cidade do México para conhecer o sítio, mesmo com o preço de passagem um pouco salgado. 📍A 80 km da Cidade do México 💲Entrada a 90 pesos 🚌 Empresa Ovni Plus- $298 ida e volta com desconto de 10%, saídas frequentes do Terminal Norte, 2h30 de viagem DIA 50) TEPOZTLÁN Dia de bate-volta a Tepoztlán, um pueblo mágico situado no meio de uma bela serra, que tem toda uma onda espiritualista alternativa. Um dos seus grandes atrativos é o Tepozteco, um pequeno templo no formato de uma pirâmide localizado no alto de uma montanha da Serra de Tepoztlán. O templo foi construído pelo povo Xochimilca por volta de 1200 e era dedicado Tepoztécatl: deus do pulque (consulte o que é no glossário de bebidas), também associado à Lua e à fertilidade vegetal. A subida até o sítio arqueológico desde a base na cidade dura de 40 min a 1h em um bom ritmo de caminhada. O custo de entrada é de 90 pesos, mas não estavam cobrando quando fui. O último grupo pode entrar até 15h. Atenção que o controle de entrada é feito lá no alto, já quase no cume da montanha. Além da visita ao Tepozteco, vale a pena dar um pulo no mercado e comer uma comida pré-hispânica, como o delicioso itacate feito de massa de milho. No restaurante Comida Tradicional Tepozteca Morales, comi um de quelites (ervas comestíveis de uma grande variedade de plantas) por 30 pesos. Muito delicioso, muito bem recheado. Outra coisa que vale a pena comer em Tepoztlán é um sorvete da Tepoznieves, onde há uma grande variedade de sabores diferentes, inclusive alguns com flores. Enfim, vale muito a pena fazer um bate-volta a partir da Cidade do México para conhecer o pueblo, mesmo com a passagem caríssima. Caso o seu próximo destino na viagen seja Taxco, é mais prático e econômico ir com a mochila e tudo para Tepoztlán e depois de visitar a cidade, pegar um dos ônibus frequentes a Cuernavaca e em seguida outro a Taxco. 📍80 km da Cidade do México 🚌 Saídas frequentes do Terminal del Sur (metrô estação Tasqueña). $164 cada trecho com OCC ou Pullman de Morelos (1h15 de viagem). Detalhe: passagem mais cara da viagem considerando o tempo de viagem. DIA 51) DESLOCAMENTO A TAXCO Dia de ir ao que veio a ser o meu novo pueblo mágico favorito: Taxco. É uma cidade colonial fundada em 1529 estabelecida entre morros e montanhas. Os seus prédios foram construídos aproveitando a inclinação do terreno ao longo de ruas estreitas (meio como fazem em favelas cariocas). O Instituto Nacional de Antropología e Historia (INAH) nomeu como Patrimônio Nacional um conjunto de 96 edificios com valor histórico, construídos entre os sécs XVII e XIX. A cidade é bastante conhecida pelo artesanato em prata. A exploração do metal na região existe desde antes da chegada dos espanhóis. Além das diversas lojas de venda de joias em prata já existentes na cidade, no sábado acontece, na rodovia do terminal de ônibus, uma grande feira com muitas bancas de comércio de acessórios em prata. No meu primeiro dia na cidade, dei um rolê meio que sem destinos definidos, passando por vários cantinhos charmosos. O grande destaque para mim foi o Templo de Santa Prisca, igreja de estilo barroco de mais de 250 anos, com retábulos e altar muito bonitos e grandiosos. Entre as dezenas de igreja que visitei no México, essa é a mais bonita! Depois de percorrer muitas ruazinhas da cidade, voltei ao hostel e demais tarde saí para ver como tudo era no período da noite. O templo, por exemplo, ganha uma iluminação especial e a área de trás do templo fica cheio de banquinhas de bebida e comida em plena atividade. DIA 52) GRUTAS CACAHUAMILPA E RETORNO A CIDADE DO MÉXICO No meu segundo dia em Taxco, resolvi ir às impressionantes Grutas Cacahuamilpa, que ficam a 25 km do centro de Taxo e fazem parte de um parque nacional de 1600 hectares, criado em 1936. A parte visitada tem extensão de 2 km (apenas de ida) e consiste em 15 salões em apenas uma enorme galeria com 30 a 80 m de largura e 20 a 70 m de altura. A caminhada é toda feita sobre pavimento construído entre os anos 1967 e 1970. O passeio é guiado e tem duração de aproximadamente 2h. Ao longo dele são apresentados vários espeleotemas (formações em caverna) muito bonitos e grandiosos que remetem a diferentes formas: animais, cogumelos, bustos de presidentes mexicanos etc. Gostei muito do passeio. Achei ainda mais impressionante que as outras cavernas visitadas na viagem. O único problema é que os grupos em geral são muito grandes. Para driblar, um pouco isso recomendo chegar depois de 14h e ir durante a semana. 💲 Entrada a 150 pesos (última entrada às 17h). Tem outras opções de passeios também que envolvem rafting e tirolesa por 350 pesos. 🚌 Ônibus da Flecha Roja no terminal Estrella Blanca - $46 cada trecho, 50 min de duração Depois de conhecer as Grutas, retornei a Taxco já no final da tarde. Ainda deu tempo de comprar lembrancinhas de prata na feira de sábado antes de seguir de volta à Cidade do México. DIA 53) BOSQUE DE CHAPULTEPEC Na minha viagem anterior, já havia visitado o incrível Bosque de Chaputepec, um parque urbano com vários ótimos museus e atrativos interessantes, sendo o seu grande destaque o melhor museu que já visitei na minha vida: o Museo Nacional de Antropología. Dessa vez, voltei ao Bosque para curtir um programa de domingo, dia em que o parque fervilha de gente, e para conhecer dois museus que não tinha conseguido conhecer na outra viagem: Museo Rufino Tamayo e Museo de História Natural. O Rufino Tamayo é um excelente museu voltado à arte contemporânea que estava contando duas exposições temporárias principais uma de Rafael Montañez Urtiz e outra do artista que dá nome ao museu, Rufino Tamayo. Gostei demais das duas! A entrada geral é de $85, estudantil é gratuita e aos domingos a entrada é gratuita para todos. Depois de visitar o museu fui caminhando por dentro do parque e acabei sem querer me deparando com uma feirinha bem legal na área externa do museu Cencalli. Acabei experimentando um bocadinho de coisas lá e comprei biscoitos e chocolate deliciosos, além de tomar um pulque muito bom. Também foi onde comi um dos antojitos mais gostosos da viagem, o tlaxcalli . Acabei ficando um bom tempo lá e depois fui ao Museo de História Natural. É um museu bem grande, mas estava em reforma e apenas duas de suas alas estavam abertas. Tem conteúdo interativo e uma exposição com excelentes informações. Só achei um pouco caótica a organização das informações. Entrada a $32 ou $16 estudantil. Depois desse rolê todo voltei à hospedagem. DIA 54) DIA DE DESLOCAMENTOS ATÉ COMITÁN DE DOMINGUEZ Esse dia envolveu uma rede de transportes até chegar à Comitán. Primeiro avião de Cidade do México a Tuxtla Gutierrez. Depois tuk-tuk até Salvador Urbina e, por fim, colectivo até Comitán. Comitán é uma cidade que já havia visitado na outra viagem e, apesar de considerar simples, tem um centrinho bonito e é agradável de forma geral. Da outra vez, usei a cidade como base para explorar os belos Lagos Montebello e Cascada El Chiflón e como ponto de partida de uma viagem à incrível Laguna Miramar. Dessa vez, a cidade serviria como ponto de partida para a minha viagem de travessia à Guatemala, mas antes disso visitaria novamente a Cascada El Chiflón, já que da outra vez visitei a cidade em período de chuva e as cachoeiras estavam com água barrenta. DIA 55) CASCADA EL CHIFLÓN Dia de visitar a Cascada El Chiflón, mais uma cachoeira de água com coloração incrível! Anteriormente eu disse que a Cascada de Tamul era considerada a cachoeira mais bonita do México. Sim, é mesmo incrível, mas achei El Chiflón ainda mais bonita. El Chiflón na verdade é uma sequência de cachoeira e trechos de piscinas naturais. As principais cachoeiras são El Suspiro, Ala de Angel, Velo de Novia (a mais imponente com cerca de 120 m de altura), Arcoiris e Quinceañera. Até a Velo de Novia são 1270 m de caminhada em uma trilha contínua. Depois para chegar a Arco Iris e Quinceañera é preciso pegar uma outra rota de 810 m. Vale super a pena! As cachoeiras podem ser visitadas através de duas trilhas: uma em cada lado do rio. Do lado esquerdo da margem, cobra-se 50 pesos para entrar e depois mais 25 pesos para acessar a Arcoiris por uma trilha rústica. Esse lado é bem pouco visitado. É dele que se tem a melhor visão da Velo de Novia. Em compensação, não tem acesso à Quinceañera. Do lado direito, a trilha é mais bem estruturada, muito mais visitada e conta ainda com tirolesas com custo extra. A entrada é de 80 pesos. Desse lado, chega-se bem mais perto da Velo de Novia e ainda é possível acessar a Quinceañera. As referências de distâncias no quarto parágrafo são na verdade deste lado. Eu paguei para acessar o lado direito e atravessei para o outro lado. Acabou que não cobraram os 50 pesos de entrada, apenas os 25 para acessar a Arcoiris. Se conseguir nadar bem segurando suas coisas em uma mão, faça o mesmo. Do lado esquerdo terá essa vista maravilhosa da Cascada Velo de Novia: Valeu muito a pena o retorno a El Chiflón! Entrou pro meu top 3 de cachoeiras mais bonitas da vida. ❤️ 📍35 km de Comitán de Domingues e 120 km de San Cristóbal de las Casas 🚌 Transporte La Angostura em Comitán - $40, 50 min de duração DIA 56) DIA DE DESLOCAMENTOS ATÉ QUETZALTENANGO/GUATEMALA Esse foi um dia basicamentede deslocamentos até chegar à cidade de Quetzaltenango (também conhecida como Xela) na Guatemala. Os detalhes estão na planilha no Itinerário. ********************************* AGORA HÁ UMA QUEBRA DA SEQUÊNCIA TEMPORAL JÁ QUE VIAJEI POR 13 DIAS COMPLETOS PELA GUATEMALA) ********************************* DIA 57) DESLOCAMENTOS DE FLORES/GUATEMALA A MAHAHUAL Dia intenso de deslocamentos desde Flores, passando por Belize, e chegando a Chetumal e posteriormente a Mahahual. Tive uma série de desafios e contratempos. Por volta de 18h, cheguei a Chetumal, onde peguei um transporte à cidade litorânea de Mahahual. DIA 58) MAHAHUAL Mahahual é uma pequena cidade litorânea na extremidade sul da costa da península mexicana. A cidade tem um longo calçadão ao longo de sua praia no qual há várias lojinhas e restaurantes. Eu fui até a cidade porque havia ouvido falarem muito bem sobre a sua praia, mas talvez vale a pena a visita apenas no período de ausência de sargaço no litoral. Nesse período final da viagem já havia bastante sargaço e em diversos trechos a água não estava com uma coloração bonita. Nos pontos onde maior concentração de restaurantes e bares de praia, até tentam contornar esse problema por meio de uma boia flutuante semelhante a uma de raia de piscina. Ajuda, mas deixa a paisagem bem feia. Nesse dia que passei na cidade, caminhei para ambos os lados. Para o lado direito, após o calçadão, havia muito sargaço. Já para o lado esquerdo encontrei o farol, onde há uma área ótima para banho e para fazer snorkeling e ainda não tem estrutura de comércio. Acabou que foi o único curto trecho da orla que eu gostei. Só dei mole e não tirei foto hehehe Enfim, no saldo final, acho que valeu a experiência de conhecer Mahahual e descansar um pouco lá no final da viagem, mas não o suficiente para dizer que fiquei com vontade de voltar à cidade no futuro. DIA 59) DESLOCAMENTOS ATÉ CANCÚN Dia de pegar um combo de transportes, envolvendo três vans e uma carona. Mais detalhes na planilha na aba Itinerário. Ao final da tarde, cheguei à Cancún e fui direto à minha hospedagem. Saí apenas para comprar cervejas e comida é depois retornei ao hostel. DIA 60) RETORNO À MINHA CASA Acordei cedo, comi bem e me dei o luxo de tomar uma cerveja de café da manhã. Depois fui até o terminal da ADO e peguei um ônibus até o aeroporto para pegar o voo de volta. Fim da viagem! 😭 LISTAS DOS MELHORES ATRATIVOS VISITADOS NO MÉXICO (considerando também a viagem de 2019) TOP, TOP CENOTES (todos que conheci) 1º) Aktun Chen - a 30 km de Tulum e 40 km de Playa del Carmen 2º) Cenote Xkeken - complexo Dzitnup a uns 6 km de Valladolid 3º) Gran Cenote - a uns 6 km de Tulum na pista com sentido a Cobá 4º) Cenote San Lorenzo Oxman - a uns 3 km de Valladolid, no mesmo sentido do complexo Dzitnup 5º) Cenote Samula - complexo Dzitnup a uns 6 km de Valladolid 6º) Cenote Lol - Ha - no povoado de Yaxunah a 20 km de Pisté 7º) Cenote Il Kil - a 4 km de Chichen Itza 8º) Cenote Xcanche - no sítio arqueológico de Ek Balam a uns 28 km de Valladolid 9º) Cenote Cueva del Água - no passeio da Cascada de Tamul 10º) Cenote Zaci - dentro da cidade de Valladolid 11º) Cenote Hubiku - na pista no sentido de Ek Balam a 16 km de Valladolid 12º) Cenote Tamkach Ha - a 6,5 km de Cobá 13º) Cenote Multum Ha - a 1,5 km do anterior TOP, TOP ATRAÇÕES RELIGIOSAS 1º) Templo de Santa Prisca - Taxco 2º) Templo de Santa María Tonantzintla - Cholula 3º) Santuário de Nuestra Señora de Guadalupe - Morelia 4º) Museu del Virreinato - Tepotzotlan 5º) Templo San Francisco Acatepec - Cholula 6º) Capilla del Rosario (Templo de San Domingo) - Puebla 7º) Templo de Santo Domingo de Guzmán - Oaxaca 8º) Paroquia de Santo Domingo - Zacatecas 9º) Catedral de Morelia - Morelia 10º) Iglesia de San Juan Bautista - San Juan Chamula 11º) Convento/Museo de Guadalupe (Virreinato) - Guadalupe/Zacatecas 12º) Tempo Expiatorio del Santíssimo Sacramento - Guadalajara 13º) Parroquia de San Miguel Arcángel - San Migue de Allende 14º) Catedral de Puebla - Puebla 15º) Santuário da Basílica de Guadalupe - Cidade do México TOP, TOP MUSEUS 1º) Museu de Antropología - Cidade do México 2º) Museu de Antropología - Xalapa (são dois com o mesmo nome) 3º) Templo Mayor - Cidade do México 4º) Museo de las Culturas - Oaxaca 5º) Museu Amparo - Puebla 6º) Instituto Cabañas - Guadalajara 7º) Museu de Bellas Artes - Cidade do México 8º) Museo del Desierto - Saltillo 9º) Gran Museo del Mundo Maya - Mérida 10º) Museo Internacional del Barroco - Puebla 11º) Museo de Guadalupe (Virreinato) - Guadalupe/Zacatecas 12º) Museo Memoria y Tolerancia - Cidade do México 13º) Museo Soumaya de Polanco - Cidade do México 14º) Centro de las Artes - San Luis Potosí 15º) Museo Rafael Coronel - Zacatecas TOP, TOP SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS 1º) Uxmal 2º) Teotihuacan 3º) Chichén Itzá 4º) Palenque 5º) Chicaná e Becan 6º) Calakmul 7º) Tula 8º) Bonampak 9º) Monte Álban 10º) Toniná 11º) El Tajín 12º) Edzna 13º) Ek Balam 14º) Mitla 15º) Kabáh TOP, TOP PUEBLOS MÁGICOS 1º) Taxco 2º) Real de Catorce 3º) Bacalar 4º) Pátzcuaro 5º) Izamal 6º) Cuetzalán 7º) Tlaquepaque 8º) Tepoztlán 9º) Orizaba 10º) Tepotzotlán 11º) Bernal 12º) Zacatlán 13º) San Miguel de Allende 14º) San Cristobál de las Casas 15º) Valladolid TOP, TOP CIDADES FAVORITAS (além dos pueblos mágicos) 1º) Guadalajara 2º) Cidade do México 3º) Morélia 4º) Guanajuato 5º) Zacatecas 6º) Campeche 7º) Monterrey 8º) Oaxaca (centro histórico) 9º) Querétaro 10º) Xalapa TOP, TOP PRAIAS* 1º) Playa Balandra - La Paz/Baja California 2º) Playa Punta Sur - Cozumel 3º) Playa Holbox - Holbox 4º) Playa del Amor - Cabo de San Lucas/Baja California 5º) Playa Xcacel - entre Tulum e Playa del Mar * Disclaimer: esse talvez seja o tópico que eu tenho menos propriedade para falar já que não conheci as praias de Veracruz e nem as da costa de Oaxaca e também por achar que o México é um país muito mais interessante por outras coisas do que pelas suas praias. Particularmente não gosto muito da privatização de espaços de praia com impedimento de acesso que há em muitos locais e também não me atraia o tipo de exploração econômica que geralmente há na orla de cidades mexicanas com restaurantes de alto padrão ou calçadões cheios de lojas, restaurantes e bares. Sou do tipo que gosta de praias mais naturais, com paisagem bonita e sem muita infraestrutura. ATRATIVOS IMPERDÍVEIS NO MÉXICO FORA DAS LISTAS ACIMA - Urbanos: Parque Fundidora em Monterrey; Mina El Éden em Zacatecas; Biblioteca Vasconcelos, Bosque Chapultepec e bairro Coyoacán em Cidade do México; Palacio de Gobierno e bairro Colonia Americana em Guadalajara - Paisagens naturais: Tours de barco pelas Islas Marietas, Isla Espiritu Santo e Arco de San Lucas (Baja California), trem El Chepe de Bahiuchivo a El Fuerte, Barrancas del Cobre e Urique, Huasteca (Monterrey), Grutas Cacahuamilpa, Cascada de Tamul, Cascada El Chiflón, Lagos Montebello, Laguna Miramar e Canion del Sumidero --- Relato finalizado em 08/11/2023 ---
  5. Se você voltasse a Cancum, qual local você ficaria ? Ou melhorando a pergunta, qual praia você ficaria hospedado, num local próximo?
  6. Você sabia que grande parte da história latina e do México pode ser contada por cafés importantes da Cidade do México? Sim. Alguns dos mais famosos políticos, artistas e escritores frequentaram e frequentam esses cafés. De Che Guevara e Fidel Castro a astros do pop! Fizemos uma lista para você colocar no seu roteiro. Disponível em: https://www.omundoeseu.com.br/7-cafes-imperdiveis-na-cidade-do-mexico/
  7. Salve mochileiros!!!🤙 Aqui de novo pra relatar mais uma viagem, dessa vez pela parte sul da terra do Chaves, Chapolin, Maná, Maria del Barrio, Catrina, mariachis, tequila, mezcal, pimenta, enchiladas, marquesitas, esquites, micheladas e tantas outras cositas más... Os objetivos desse relato são ajudar viajantes a planejar suas viagens, por isso procuro colocar os preços dos passeios, transporte, hospedagens, alguns pontos positivos e negativos de alguma coisa e minhas impressões pessoais; e também documentar minha viagem, como se fosse um diário de bordo, para que daqui a um tempo, quando bater saudade da viagem eu possa voltar aqui e lembrar os lugares onde passei, as coisas que fiz e as pessoas que conheci, por isso costumo colocar nomes das pessoas que conheci pelo caminho. Escrever um relato é também uma forma de agradecer aos que fizeram seus relatos e assim me inspiraram a viajar. Então aqui estou tentando escrever um relato bem detalhado no melhor estilo novela mexicana e contribuir para o crescimento dessa magnífica rede de solidariedade que é o Mochileiros.com ROTEIRO: Ciudad de México, Puebla, Oaxaca, San Cristóbal de Las Casas, Palenque, Valladolid, Bacalar, Tulum, Playa del Carmen, Isla Mujeres e Ciudad de México de novo [emoji28] CUSTO: Não fiz um cálculo certo, mas estimo por volta de 6 mil reais. Claro que isso varia de pessoa pra pessoa. Os gastos com alimentação, bebedeiras e presentinhos/lembranças/quinquilharias são coisas muito pessoais. No relato vou focar mais nos valores dos gastos com hospedagens, passeios, ingressos e transportes que são mais comuns a todo mundo. A passagem BH-CDMX eu comprei ida e volta por 1800 reais e o voo Cancun-CDMX comprei por 190 reais. Esse voo de Cancun pra Cidade do México eu queria comprar pro final da viagem e assim voltar de Cancun já pro Brasil mas os voos na Semana Santa estavam absurdamente caros a partir da quinta-feira então acabei comprando na quarta-feira e alterei meu roteiro que seria ficar os 4 primeiros dias na Cidade do México pra ficar 2 dias no inicio e 2 no final. Levei 4 mil reais que troquei tudo no aeroporto da Cidade do México. Aí você me pergunta: MAS VC LEVOU REAIS PRO MÉXICO??? Sim, e digo que valeu a pena. Por que? As casas de cambio estavam com o dólar em torno de 18 pesos mexicanos e o real entre 4 e 4,20 mas tinha uma casa de câmbio no aeroporto que tava trocando reais a 4,50. Aí foi a felicidade!!! Se você fizer a conta da razão de 18 por 4,50 dá exatamente 4, ou seja, vale levar dólar se você comprar dólar aqui no Brasil a menos de 4 reais, o que ultimamente não era possível. Eu levei também 300 dólares que eu tinha comprado aqui por 4,09. Esses dólares voltaram comigo porque eles foram só por precaução, assim como o cartão do banco pra saque, pois eu ia viajar pelo interior do México e se eu fosse roubado ou meu dinheiro acabasse eu não ia conseguir fazer NADA com reais por lá. O único lugar que vi trocar reais no México é no aeroporto da Cidade do México e eu até achei boa a cotação de 4,50 então se você for levar reais, procure o melhor cambio no aeroporto e troque TUDO lá. Também usei cartão de crédito pra pagar as hospedagens que aceitavam cartão sem adicional por isso e algumas passagens de ônibus também. A cotação no cartão de crédito já com IOF ficou muito perto dos 4,50, geralmente entre 4,45 e 4,48 Vou colocar no relato os valores em pesos mexicanos, pra converter pra real é só dividir por 4,50. Como eu não ia andar o dia todo com o celular na mão fazendo contas (nem você vai fazer enquanto lê) eu dividia por 5 e pensava que era um pouquinho mais do que o resultado. Se algo era 50 pesos, era pouco mais de 10 reais e assim por diante… HOSPEDAGEM: fiquei toda a viagem em hostel, que eu reservava pelo Booking ou Hostelworld, pois se tem uma coisa que não combina comigo é chegar num lugar e ficar caçando onde ficar, gosto de já ir direto ao ponto [emoji38] Então no dia anterior quando eu decidia que realmente ali já deu e tava na hora de partir pra outro lugar eu entrava no app e reservava um hostel na próxima cidade. Ao longo do relato vou dizendo onde fiquei e o que achei. SEGURANÇA: O México parece um pouco com o Brasil, sempre saem notícias de grupo de narcotraficantes tacando o terror em algum lugar, existem sim lugares perigosos...mas pra mim a sensação foi de tranquilidade. Me senti sempre como se eu estivesse na minha cidade, que é uma cidade do interior “relativamente” tranquila. Claro que eu passei pelos pontos mais turísticos e obviamente mais policiados. Creio que você deve andar com a cautela comum que você deve ter em qualquer lugar do mundo, aquela velha história de não ostentar nada e observar ao seu redor. No mais aproveite o México que eu achei bem de boa. CLIMA: Taí uma coisa a ser observada sempre. Uma boa época pode ajudar bastante nos seus planos, então manda um Google no mês que você vai pra saber se não é uma furada. Parece que o pior é a época mais chuvosa entre junho e outubro. Agora em abril tava perfeito. Cidade do México, Puebla e Oaxaca com tempo seco e certo friozinho pela manhã, entre 12 e 15 graus e calor de tarde entre 25 e 30 graus e interessante que nessa região o povo adora um agasalho, tudo bem que até faz um friozinho de manhã mas no calor do meio da tarde eles não tiram o agasalho E adoram vestir um coletinho também[emoji1] Peninsula de Yucatan com o tempo abafado de sempre, temperaturas entre 20 e 30 graus. Vi apenas duas chuvas nesses 22 dias, quase sempre muito ensolarado, é um mês bem aproveitável. [emoji41]
  8. Eaí, pessoal! Esse fórum já me ajudou e me ajuda tantas vezes que eu me sinto na obrigação de compartilhar o máximo de informações aqui para vocês também. Bom, estou realizando um mochilão sem data para terminar junto a um grande amigo (somos amigos há mais de 15 anos) e estamos mostrando tudo em nosso canal do YouTube, Insta e em nosso Blog. Canal: https://www.youtube.com/c/BrotherspeloMundo/ (Se inscreve aí!!!) Nosso insta: @brotherspmundoo Todos países que visitarmos iremos fazer um post de resumo de quanto foi gasto no geral. O México foi nosso segundo país visitado nessa aventura. Nosso país anterior ao México foi a Colômbia. Olha aí o nosso resumão de gastos por lá: https://brotherspelomundo.wordpress.com/2021/12/27/gastos-colombia/ No México ficamos um total de 30 dias e visitamos 8 cidades, indo da Riviera Maia (onde ficam Cancún e Playa del Carmen) à capital, passando pelo interior e pelas montanhas. Transportes: Deslocamento é sempre uma parte importante dos gastos de uma viagem, né!? Por esse motivo, colocamos esse gasto separadamente, para um melhor auxílio na montagem do roteiro De antemão, já digo: o Mexico é um país barato, mas há uma exceção! Os deslocamentos são caros! Isto é, para ir de uma cidade a outra – seja de ônibus ou avião – é caro! Foi o item que mais encareceu nossa viagem por lá. Os ônibus, de uma forma geral, são confortáveis e as rodoviárias são bem estruturadas. Cancún – Playa del Carmen: ônibus da empresa ADO (1h15 de viagem) custou 42 pesos (aprox 2,15 dólares); Playa del Carmen – Valladolid: ônibus da empresa ADO (4 horas de viagem) custou 294 pesos (aprox 15 dólares); Valladolid – Merida: ônibus diurno de segunda classe (sem banheiro e sem assento garantido), 5 horas de viagem custou 150 pesos (aprox 7,70 dólares); Merida – San Cristobal de las Casas: ônibus noturno da empresa OCC (17 horas de viagem) custou 1250 pesos (aprox 64,10 dólares); San Cristobal – Oaxaca: ônibus noturno da empresa OCC (12 horas de viagem) custou 914 pesos (aprox 47 dólares); Oaxaca – Puebla: ônibus diurno da empresa AU (segunda classe – 5 horas de viagem) custou 440 pesos (aprox 22,50 dólares); Puebla – Cidade do México: ônibus diurno da empresa AU (2 horas de viagem) custou 212 pesos (aprox 10,90 dólares). Total de ônibus: 3302 pesos mexicanos (aproximadamente 170 dólares // 950 reais) Gastos totais: Aqui estão considerados nossos gastos por cidade (por pessoa), isto é, alimentação + hospedagem + tudo que gastamos (excluindo os gastos com transportes descritos acima) Lembrando que nossa viagem pelo México foi no formato Mochilão, ou seja, considere estes valores como “os mais baixos a serem gastos numa viagem ao México”, uma vez que não contemplam-se aqui quaisquer luxos ou algo do tipo. Cancun (2 noites): 714 pesos mexicanos, considerando 420 pesos de hospedagem (210 a diária) . Ficamos em um Airbnb no centro da cidade, longe da Zona Hoteleira; Playa del Carmen (5 noites): 2723 pesos mexicanos, considerando 1972 pesos de hospedagem (450 pesos a diária no Margô Hotel e 311 pesos a diária no Shaddai – ficamos 3 noites no primeiro e 2 no segundo); Valladolid (2 noites): 1082 pesos mexicanos, considerando 500 pesos gastos para a entrada às Ruínas de Chichén-Itzá. E incluindo o gasto em hospedagem de 306 pesos (153 a diária); Mérida (3 noites): 1467 pesos mexicanos, considerando 510 de hospedagem (170 a diária no Hostal La Ermita – o hostel mais incrível que ficamos na viagem até agora); San Cristobal de las Casas (3 noites): 952 pesos mexicanos, considerando 315 pesos de hospedagem (105 pesos a diária no Hostal Morellón 18); Oaxaca (3 noites): 1490 pesos mexicanos, considerando 588 pesos de hospedagem (196 pesos a diária no Andaina Youth Hostel) Puebla (2 noites): 579 pesos mexicanos, considerando 304 pesos de hospedagem (152 a hospedagem no Hostal Casa de Arcos); Cidade do México (7 noites): 1066 pesos mexicanos – não pagamos hospedagem na CDMX, pois ficamos na casa de uma amiga. Total: 10.073 pesos mexicanos (Aproximadamente 516 dólares // 2970 reais) Vamos somar? Transportes + Gastos gerais = 13.375 pesos mexicanos (Aproximadamente 686 dólares // 3900 reais) gastos em 30 dias de viagem. O que nos dá uma média de 445 pesos mexicanos por dia (aproximadamente 23 dólares // 131 reais). Lembrando que, a cotação vigente durante esse nosso período de viagem era de: 1 dólar = 19,50 pesos mexicanos // 1 dólar = 5,75 reais Utilizamos majoritariamente o WesternUnion para fazermos o câmbio (fazíamos a retirada do dinheiro no Banco Azteca, presente no país inteiro).
  9. Eaí, pessoal! Como estão? Bom, alguns de vocês já nos acompanham. Outros ainda não nos conhecem, então vamos nos apresentar: somos Helder e Luan. Amigos há mais de 15 anos, decidimos largar tudo no Brasil e juntos fazermos uma viagem de volta ao mundo (sonho antigo de ambos). Como frequentemente acham que somos irmãos, o nome para nosso Blog foi fácil: Brothers pelo Mundo E, sob este nome, criamos um canal no YouTube para mostrarmos TUDO que estamos vendo neste mundão (com muitas dicas, curiosidades e PREÇOS) e também estamos no Insta: @brotherspmundoo Subimos o vídeo a seguir com todas nossas dicas, impressões, curiosidades e custos em Mérida - cidade de 1 milhão de habitantes no interior do México e que nos surpreendeu bastante! Mandem aí qualquer pergunta que surgir - tanto de Mérida, quanto da viagem como um todo. Se possível, se inscreve no nosso canal no YouTube também para nos dar uma forcinha
  10. Viajo em menos de uma semana e hoje aconteceu esse incidente que manchou a folha de assinatura do passaporte Como a imigração de brasileiros pro México está mais complicada agora pela pressão dos EUA, fiquei com medo.
  11. ola amigos alguem sabe me dizer como ir de puerto cortez para flores na guatemala , estamos fazendo esse muchilão , sando do panama , até cuba e voltado para o brasil , se alguem quizer saber de alguma imformação, depoi de nossa viagem so me chamar no zap +55 12 997471987, ou se quizer entrar em contato comigo para tirar minhas duvidas fico agradecido, estaremos em viagem apartir de 23/12/2022 e terminamos em 27/01/2023. vlw ah temos um canal de dicas de viagem, POBRE TAMBEM VIAJA DE A a Z no youtube
  12. México, Belize e Guatemala Relato de Viagem Olá, Mochileiros. Meu nome é Caio Andrade, sou de Manaus – Amazonas, e junto com minha esposa, Gilci Helena, somos apaixonados por viagens. Diferente do que aconteceu com o Mochilão que fiz pelo Peru-Bolívia-Chile, eu não encontrei quase nenhuma informação sobre o mochilão México-Belize-Guatemala. Então, eu fui coletando informações isoladas de outros relatos e também do Instagram da maravilhosa Gabi (@viajandocomgabi). Por este motivo, resolvi fazer este relato o mais rápido possível. Gostaria de informar (e pedir desculpas para quem gosta) que este relato não terá fotos, mas apenas o relato detalho junto com valores, pois é isso que realmente importa. Caso você queira ver algumas fotos e alguns vídeos sobre o roteiro, visite o meu perfil no Instagram (@caioandrade.adv). Gostaria de ressaltar que Então, vamos ao que interessa!!! Roteiro, Duração e Transporte O meu mochilão começou em 12.06.2019 e terminou em 03.07.2019, e perfiz o seguinte roteiro: Cancún (Mex) > Tulum (Mex) > Caye Caulker (Blz) > Flores (Gua) > Antígua (Gua) > San Cristóbal de Las Casas (Mex) > Cidade do México (Mex). Todo o meu trajeto foi feito por ônibus e shutles (minivans). No México, a empresa que domina o transporte é a ADO, que atende todo país. Para montar minha planilha de gastos, eu entrei no site da ADO, simulei os trajetos e obtive os valores. O site não aceita compras com cartões internacionais. Porém, comprando com antecedência no guichê da ADO, assim que você chegar no México, você terá descontos absurdos. Por exemplo: o trajeto San Cristóbal – Cidade do México estava custando cerca de 1.600 pesos, mas como comprei com dois dias de antecedência, ele saiu por 870 pesos. Já na Guatemala, os trajetos são feitos por shuttles (minivans), que são extremamente desconfortáveis, sem encosto para sua cabeça e você não consegue descansar. Ainda procuramos em varias agencias uma minivan que tivesse encosto para cabeça, mas TODOS não tinham. Então, prepare o seu corpo e o seu emocional. Hospedagem Todas as minhas hospedagens foram reservadas pelo Airbnb, pois queria pagar tudo antes da viagem e também porque eu queria ter mais comodidade e privacidade. A hospedagem é um dos pequenos luxos que eu e minha esposa nos permitimos durante a nossa viagem. Rsrsrs Uma dica muito importante: como eu não sabia os valores de certos passeios e precisava montar minha planilha de gastos, eu entrei em contato com o hotel que havia reservado e perguntei os valores dos passeios, visto que todos os hotéis de cidades turísticas oferecem esse serviço. Também já fiz isso pelo booking e funciona também. Qual moeda levar NÃO LEVE REAIS. Fiz isto apenas uma vez quando fui para o Chile e me arrependi. Muitos “nacionalistas” pregam que temos que devemos levar reais, pois, se levarmos dólares, faremos dois câmbios e pagaremos mais. MENTIRA. Já viajei para Chile, Argentina, Bolívia, Colômbia, Uruguai, Venezuela, Peru e Equador, e em TODOS esses países, eu tive mais vantagem levando dólares do que reais. Sem contar que algumas cidades pequenas, como Antígua, San Cristóbal, Caye Caulker, não têm casa de câmbio que aceitem reais. 1oDia – 12.06 (Cancún – México) Primeiramente, queria destacar o programa fidelidade Km de Vantagens, do Ipiranga. Foi graças a ele que consegui comprar milhas aéreas da Multiplus pela metadade do preço regular, o que me deu uma economia de mais de R$1.600. O voo de Manaus para Cancún estava muito caro. Pesquisando, encontrei uma passagem mais barata para a Cidade do México. Como eu queria ganhar tempo, comprei uma passagem pela Interjet, empresa low cost, para Cancún e saiu mais barato. Nosso voo chegou em Cidade do México às 07:30h e logo fui fazer o câmbio dos dólares que levei. No terminal 1, há excelentes cotações. Quanto mais distante do portão de desembarque, melhor será a cotação. Consegui um câmbio de USD 1 = 18,07 pesos mexicanos no CI Banco. No aeroporto, comprei um chip. O mais barato com internet ilimitada por 10 dias custa 100 pesos. Comprei um chip no primeiro quiosque que vi por 300 pesos e andando mais um pouco descobri esse de 100. Fizemos nosso check-in na Interjet e chegamos em Cancún às 15h. Fora da sala de desembarque há um guichê da ADO que oferece translado para a estação do centro por 86 pesos. Na estação da ADO, compramos nossa passagem para Tulum e tivemos desconto. Pegamos um táxi para o nosso apartamento. Nosso apartamento ficava localizado bem em frente ao Mercado 28, um mercado de artesanato e restaurantes, e a 15min andando da estação ADO. Não ficamos na zona hoteleira, pois estava muito caro. Desfizemos as malas, trocamos de roupa e fomos andar pela cidade. Almoçamos/jantamos no Mr. Habanero; pedimos tacos e burritos. Em quase todos dos restaurantes mexicanos, são oferecidos nachos com molhos picantes como entrada, sem qualquer custo. Passamos no supermercado e compramos água, café e sabão. Gastos: Chip: 300 Café espresso: 112 Chip: 100 ADO (do Aeroporto para o Centro): 172 (86 p/p) Passagem para Tulum: 238 (119 p/p) Taxi da rodoviário para o hotel: 80 Mr Habanero: 410 Supermercado (água, sabão e café): 47,60 TOTAL: 1459,60 pesos 2oDia – 13.06 (Cancún – México) Como eu e Gilci estávamos comemorando dois anos de casados, resolvemos fazer uma sessão de fotos. A sessão foi na Praia Delfines, uma praia muito linda e com poucas pessoas. Depois das fotos, fomos para o apto trocar de roupa, pois ele estava de vestido e eu de roupa social. Resolvemos voltar para a praia Delfines. Todos os ônibus com a sigla R2 e a palavra Hotel passam pela zona hoteleira e pela praia Delfines. Muito fácil de chegar. Passamos o dia na praia, comi algumas mangas e piñas coladas. Na praia, há um letreiro de Cancún e sempre tem fila para tirar fotos. Voltamos para o apto e comemos sushi no restaurante Akky, o mais barato que encontramos. Gastos: Ônibus: 24 (12 p/p) Salgadinhos: 35,50 Manga: 35 Pina colada de 1 litro: 150 Manga: 30 Ônibus: 24 (12 p/p) Tacos: 99 Helado: 30 Sushi Akky: 418 Total: xxxx pesos mexicanos *Desculpe qualquer erro ortográfico. Estou escrevendo do aeroporto internacional da cidade do México. Na próxima postagem, irei ter mais cuidado.
  13. Mais de 2 anos sem férias internacionais graças ao Coronga, cá estou para contar como foi nossa viagem! Passagens aéreas: voamos pela Avianca, com o crédito de uma passagem de 2020 que tínhamos para o Peru. Com a Avianca Peru deixou de existir durante a pandemia, escolhemos o México como destino das férias e pagamos a diferença de valor. O serviço de bordo foi péssimo nos 4 vôos que pegamos com eles e, pelo preço pago ao todo, achamos muito inferior ao que deveria ser. MOEDA: trocamos pesos mexicanos aqui no Brasil mesmo, para evitar a perda de trocar real -> dólar -> peso mexicano. A cotação do dia que trocamos foi 1 real = 32 pesos mexicanos, levando um total de MXN 25500 + 500 dólares de segurança (já tínhamos dólares de viagem anterior). Essa não foi uma viagem luxuosa, foi com mochilão nas costas, sem resorts e hotéis de luxo, mas com lugares incríveis que eu voltaria mil vezes! O roteiro foi todo montado por mim, só pesquisando e lendo muitos relatos e blogs de viagem. As reservas de acomodações foram feitas pelo site Booking.com Considerações: 1. Não jantamos todos os dias. Muitas vezes comemos um salgadinho ou beliscamos alguma besteira, principalmente nos dias em que almoçamos mais tarde. Achamos a alimentação no México, de maneira geral e comparando com o nosso padrão em São Paulo, cara. Reservamos aproximadamente 500 pesos por dia (~R$160, ou seja, 40 reais por refeição por pessoa) para o almoço e jantar, para duas pessoas e muitas vezes ultrapassamos esse valor. 2. Não alugamos carro, parte pelo receio da polícia mexicana corrupta, parte porque, pelas minhas pesquisas, mesmo com tantos deslocamentos de ônibus para duas pessoas, ainda assim sairia mais barato que alugar um carro + combustível + pedágios. Tive a impressão de que as estradas são boas, mas vimos muitos pedágios, então é um ponto a ser considerado para quem pensa em alugar carro. 3. Lojas de conveniência: Oxxo, 7eleven, Circle K, e outras estão espalhadas por todos os cantos do país! É extremamente fácil encontrar essas conveniências, o que é excelente para os turistas. 08/12 Partida de São Paulo: Já no check-in da Avianca pediram o QR code do Vuela e no momento do embarque também em São Paulo também. Fizemos uma escala rápida em Bogotá, e nesse vôo preenchemos o formulário da aduana no avião e quando desembarcamos, descobrimos uma fila enorme para preencher o formulário de imigração (nem sabia que tinham dois). A agente federal nos perguntou quantos dias ficaríamos, motivo da viagem, reserva dos hotéis impressas, cidades em que íamos passar, profissão de cada um, valor em dinheiro que trouxemos e se tínhamos cartão de crédito (pediu para vê-los também). A passagem de volta estava impressa e em cima da minha pasta no balcão. Quando a oficial viu o que era, pegou para conferir os dados. Depois de tudo isso e com o coração quase saindo pela boca, fomos liberados! 🎉 Saímos do aeroporto em Cancun quase meio-dia e lá dentro mesmo compramos passagens da empresa de ônibus ADO para o centro da cidade. O ônibus demorou menos de 20min para chegar e mais uns 20min até o terminal no centro da cidade, que era bem próximo ao nosso hotel, fomos andando. Deixamos as mochilas no hotel, passeamos pelo turístico Mercado 28, fomos até um mercado Chedraui e no Walmart (comprar o café da manhã e água). Voltamos e descansamos. Hospedagem: Hotel Suites Gaby: bem localizado no centro, praticamente em frente ao mercado 28. Ar condicionado excelente, várias redes de wifi. Ponto negativo é não ter café da manhã incluído. MXN1114 por duas diárias. Gastos do dia: ADO aeroporto-centro: 2x de MXN98 Almoço em restaurante buffet local com suco: 2x de MXN90 Hotel - duas diárias: MXN1114 Walmart: MXN155 09/12: Isla Mujeres Bem em frente o nosso hotel, pegamos um ônibus municipal para Puerto Juarez, um dos locais de onde saem o ferry para Isla Mujeres. Lá, ficamos basicamente na Playa Norte, andando para a direita até o final, onde se encontra o resort Mia Reef. É uma praia linda, sem ondas e não muito cheia como a Playa do Centro. Nossa ideia era alugar uma moto depois do almoço para conhecer as praias do sul, mas gostamos tanto dessa praia que acabamos voltando para ela. O almoço foi em um restaurante chamado Fredos, que fica na rua principal, onde se localiza a maior parte do comércio. Gostoso e preço ok! Pegamos o ferry de volta para Cancun por volta das 16h. Depois de passar no hotel, fomos andar no Mercado 28 e foi lá que encontramos a refeição mais gostosa de toda a viagem e provavelmente mais barata também. Se estiver no seu roteiro passar pelo Mercado, fica a dica: almoce ou jante na praça de alimentação de lá. Gastos do dia: Ônibus do hotel para Puerto Juarez: R6 2x MXN9.5 Ferry (pegamos uma promoção para usar também para Cozumel): MXN1951 Ônibus do porto para o hotel: 2x MXN9.50 Almoço Fredo: MXN220 c/gorjeta Duas bolas sorvete em Isla Mujeres: 2x MXN40 Souvenir Mercado 28: 5 chaveiros + imã MXN130 Jantar no Mercado 28: (2 pratos, um copo de suco e entrada de Nachos) MXN215 Ferry da Ultramar Playa norte (foto tirada com Gopro Hero 9 e Dome - Sem filtro) Leve seu snorkel! Perto da ponte de madeira do Mia tem muitos peixinhos! Nosso almoço 10/12: Cancun - Isla Holbox Sabe aquele lugar que você vê as fotos e pensa que é sonho? Pois assim eu me sentia mesmo sem conhecer Holbox. É uma ilha pequena, roots e com europeus aos montes (principalmente franceses), mas com muitas opções gastronômicas de hospedagem. Comprei a passagem de ônibus (ADO) de Cancun até Chiquilla (de onde parte o ferry para a ilha) pelo site Busbud mais de 1 mês antes da viagem, visto que são só dois horários por dia e dezembro é alta temporada. O terminal onde param os ônibus é bem perto do porto onde saem os ferrys e dentro do próprio ônibus da ADO, vai um funcionário vendendo o ticket do ferry, assim você evita pegar fila quando chega lá. A travessia dura uns 20min e na hora do almoço chegamos no paraíso! Nosso hostel ficava a menos de 5min andando do ferry, e como a ilha não tem carros, a opção lá é andar ou chamar um táxi que são como carrinhos de golfe. Durante a tarde conhecemos a praia do centro, que é bem extensa e muito bonita! O mar é calmo, tem bancos de área para todo lado, então é raso e ficamos por lá até não querer mais. Site com informações da ilha, horários de ferry, dos ônibus, passeios e tudo mais: https://the.holboxeno.com/ Hospedagem: Mapache Hostel & Camping: ficamos no que eles chamam de Tipi: como uma cabana de madeira com teto de palha. Quente, porém com um espaço bom e ventilar no teto, além de mosquiteiro em volta da cama, com banheiro compartilhado. Café da manhã simples incluso. MXN1900 por duas diárias. Gastos do dia: Ônibus Cancun-Chiquilla: R$199,46 (cobrado no cartão de crédito, para duas pessoas) Ferry Chiquilla-Holbox-Chiquilla: 2x MXN440 Almoço: 2 pratos+ 1suco MXN305 Mercadinho (água, salgadinho e biscoito): MXN77 Coca e Água na praia: MXN70 Porto de Chiquillá Nossa tipi do Mapache Hostel Estrela-do-mar (não parece, mas ela estava dentro da água super cristalina) Ruas de Holbox à noite ❤️ Tentativa de foto de céu noturno com o celular (muita iluminação próxima) 11/12: Isla Holbox Acordamos cedo e partimos para Punta Mosquitos, extremo norte da ilha, onde você caminha por quase 2horas em um banco de areia no meio do mar, até chegar em uma reserva natural com muitas aves e flamingos. Nos mapas offline que eu tinha, Punta Mosquitos aparece como além dessa reserva mais uns 4km, mas após muito andar e passar da reserva (apesar das placas avisando que não poderia), fomos chamados com apitos pelo segurança da área. Veja bem, estávamos andando pelo banco de areia, no meio do mar, há uns 200 metros da costa/praia, então achamos que não teria problema, afinal, as aves estavam longe de nós, mas levamos uma bronca (e ainda bem que foi só isso) e fomos informados de que é proibida a passagem além daquela área. Li muitos relatos na internet de pessoas que foram até Punta Mosquitos, mas nenhum dizia sobre abordagem de seguranças, então... Engoli minha frustração e voltamos os 3km percorridos. É uma caminhada linda, porém cansativa! Entramos no banco de areia bem próximo ao último beach club que tem na praia do centro e em alguns lugares a água chegava praticamente na cintura, então o esforço de caminhar com as pernas dentro da água é grande, mas valeu a pena. Vimos estrelas-do-mar pequenininhas dentro da água e até arraias (medo!) além das aves da reserva de Punta Mosquito. Quando chegamos no centro de novo, já era praticamente hora do almoço. Comemos e partimos para o outro extremo da ilha: Punta Cocos. Fomos caminhando pela praia, demoramos mais de 1h para chegar lá (aproximadamente 3,5km). A praia é bem bonita, mas como fica mais perto de uma área de mangue, a água é menos cristalina. Muitas pessoas vão até lá para apreciar o pôr-do-sol e durante a madrugada para ver o fenômeno de bioluminescência (não fizemos nenhum dos dois). Leve repelente, porque a mata bem próxima à praia traz muitos mosquitos para a areia. Gostaria de ter feito o passeio de caiaque até Punta Cocos para ver a bioluminescência mas, além de ser caro (~1000 pesos por pessoa), a lua influencia na claridade e torna mais difícil de ver o efeito. Na época em que estávamos lá, se não me engano, era lua nova e as agências esperavam até praticamente a lua sumir e o sol começar a nascer para sair, por volta das 4h da madrugada, então deixamos para lá... Gastos do dia: Almoço: 2 pratos+ 1coca MXN267 Mercadinho: Água, salgadinho e coca MXN68 Mercadinho de novo: Água e coca $40 Caminhando em direção ao norte Enorme banco de areia a caminho de Punta Mosquitos e a distância da praia Aviso bem próximo à reserva de Punta Mosquitos. Dessa área em diante a passagem é proibida, mesmo contornando as bóias à esquerda Praia de Punta Cocos 12/12: Isla Holbox - Valladolid Nosso último dia na ilha, fizemos o checkout do hostel cedo, deixamos nossas bagagens lá e fomos curtir a praia do centro, indo no sentido norte, para Punta Mosquitos. Como chegamos cedo, conseguimos tirar fotos lindas, sem ninguém na praia, em um banco de areia só para nós. Almoçamos, andamos pelo centrinho e fomos para o hostel pegar nossas bagagens e ir para o ferry. Pegamos o ônibus ADO em Chiquilla às 16:45, destino Valladolid, onde chegamos às 18h (-1h de fuso horário). Nosso hostel estava há 10min andando do terminal fica bem próximo da praça principal da cidade e chegamos no dia de Santa Guadalupe, então toda a cidade estava em festa e uma procissão estava acontecendo. Como fomos informados depois, a cidade é bem religiosa e essas comemorações são muito importante para eles. Deixamos a bagagem no hostel e fomos até o Scooterent Valladolid (https://scootervalladolid.com/), bem próximo do hostel, alugar nossa moto para o dia seguinte. O funcionário Jesus foi muito simpático e me mandou no whatsapp muitos links, informações e mapas da cidade, além de se colocar à diposição para tirar nossas dúvidas mesmo em relação à turismo. Quanto à moto: recomendo alugar se você já tiver alguma experiência com isso. Acontecem muitos acidentes no México com turistas que resolvem pegar uma scooter pela primeira vez e acabam se dando mal... Pagamos 600 pesos pelo aluguel de 24h com 2 capacetes, além de um depósito de segurança de 1000 pesos + retenção do meu passaporte. A scooter é de uma marca bem conhecida lá, chamada Italika. É uma 49cc, ou seja, não anda nada, mas com paciência e perseverança se chega ao longe! kkkk Ele nos instruiu a andar sempre em menos de 50km/h para não ter problema de aquecimento ou na corrente da moto que costuma escapar, andar sempre pelo lado direito da estrada, dando passagem aos motoristas (que achei mais doidos que os paulistas no volante) de carros e ônibus. Jantamos no Domino's próximo à praça principal e nos encantamos com a cidade de Valladolid à noite, toda enfeitada com luzes de Natal! Hospedagem: Hostal Gayser: MXN500 por duas diárias em quarto duplo com banheiro compartilhado, sem café da manhã. Gastos do dia: Almoço: 2 pratos + 1suco MXN305 Mercado: chocolate + Água MXN61 Ônibus Chiquilla-Valladolid: R$151 (debitado do cartão de crédito, comprado pelo site Busbud antes do início da viagem) Jantar: Pizza grande Domino's+ 1coca MXN189 Aluguel scooter para 24h: MXN600 Água bem verdinha, mas não tão transparente como Isla Mujeres Fotos num pequeno banco de areia na praia central, mais ao norte. Estava bem cedo e o sol ainda não batia na água. Arte na praça prinicipal da ilha Letreiro de Holbox bem na praia central Moto que apelidos de La Tortuguita Igreja bem na praça principal de Valladolid 13/12: Chichen Itzá Possivelmente o dia em que mais gastamos na viagem, porém possivelmente o mais incrível. Chichen Itzá é uma das ruínas maias mais conhecidas e visitadas do México e recebe milhares de turistas, principalmente em excursões, saindo de Tulum, por isso, a nossa ideia era chegar bem cedo e assim fizemos. Depois de 1h15min para percorrer o trajeto de quase 40km entre Valladolid e Chichen Itzá, às 9h já estávamos na entrada, onde compramos os tickets e fomos abordados por um guia em espanhol que ofereceu seus serviços por 100 pesos por pessoa, com duração aproximada de 20min de explicações. Aceitamos e nos encontramos com outras pessoas que ele juntou. Os 20min de guia se tornaram 1h (e que bom, porque tem história demais naquele lugar) e ainda bem que fechamos com o guia, porque não é o mesmo ver tudo ali sem entender como foi feito, como vivia o povo dali e qual era o objetivo de cada construção ou detalhe. Depois desse período, ficamos andando livremente por lá. Passamos pelo cenote sagrado e fomos na direção oposta para ver o observatório/planetário. Havia lido relatos e mais relatos dizendo que as lembrancinhas lá eram mais baratas que no Walmart, porém não achamos barato assim. São muitos vendedores lá dentro com suas bancas, eles abordam mesmo e fazem de tudo para que você gaste e conosco deu certo! kkk A maioria já aceita cartão de crédito ou débito com uma pequena taxa para a administradora da máquina. Saímos de Chichen Itzá por volta das 11h e o parque já era uma multidão de gente sem fim! A fila da bilheteria estava enorme e as fotos lindas e vazias que tiramos cedo, nesse horário seriam impossíveis. Mantra para a vida: acordar cedo é fugir de multidões! Menos de 15min depois, fomos ao mais conhecido cenote da região: Ik Kil, super perto de Chichen Itzá e parada de muitas excursões de ônibus. Como a maioria ainda estava chegando em Chichen Itzá nesse horário, ainda conseguimos pegar o cenote relativamente vazio. A entrada custa 150 pesos por pessoa e inclui vestiário, jaleco salva-vidas obrigatório e locker. Existe um outro tipo de ingresso que contempla tudo isso + o almoço e, se não engano, custa uns 300-350 pesos por pessoa. Esse foi nosso primeiro cenote da vida e que experiência incrível! Entendi logo de cara porque os cenotes eram considerados sagrados pelos maias e ficamos ali contemplando e de molho na água por aproximadamente 1h, quando começou a chegar muito mais gente e decidimos voltar. Foram mais 1h15min mais ou menos até chegar na cidade, por volta das 14:30-15h, então devolvemos a moto (que tínhamos pago até às 19h) e fomos tomar banho, almoçar e andar no centro da cidade. Jesus nos devolveu os 1000 pesos de caução e meu passaporte. Gastos do dia: Estacionamento Chichen Itzá (mesmo preço para moto ou carro): $80 Baguete de pão: $55 Entrada em Chichen Itzá: 2x $533 Guia: 2x $100 Água+ refri dentro das ruínas: $100 Souvenir: Pulseira obsidiana + imã $380 Souvenir: Pratinho + pulseira $500 Souvenir: Pingente de aventurina $180 Souvenir: Dominó de pedra $600 Cenote Ik Kil: 2x $150 Almoço no mercado municipal: 2pratos+ 1suco $205 Mercado: água, chocolates, ovos, pão $135 + café $18.50 Observatório Cenote sagrado de Chichen Itzá, onde as oferendas eram jogadas Cenote Ik Kil 14/12: Valladolid - Tulum No roteiro original, nesse dia nós iríamos alugar uma bicicleta e visitar mais cenotes da região, sendo eles o Zaci, que fica bem no centro da cidade e o X'keken e Samula. Descobrimos no dia anterior que o cenote Zaci estava fechado para manutenção e revitalização. Acordei com um pouco de dor de cabeça e a ideia de andar uns 20km ao todo, de bicicleta, num sul de 30ºC não pareceu muito atrativa. Ficamos andando um pouco no centro, conhecemos o letreiro da cidade, junto com o convento de San Bernardino. Na praça principal fomos abordados por um funcionário da ADO, oferecendo um city tour de ônibus com duração de 1h por 80 pesos por pessoa e acabamos indo. Vimos uma parte da cidade que não tínhamos passado, mais outras 2 ou 3 igrejas que não tínhamos conhecido e um pouco da história da cidade através da gravação que fica tocando nos alto falantes do ônibus. Almoçamos no mercado municipal da cidade e fomos para o hostel, porque nesse momento minha enxaqueca já tinha chego e eu precisava tomar remédio e descansar. Às 15h partimos da rodoviária de Valladolid, mais uma vez com a empresa ADO para o nosso próximo destino: Tulum. Chegamos por volta das 17:30 e fomos caminhando 15min até nosso hotel da vez. Hospedagem: Mimosa Tulum: R$500 por duas diárias em quarto duplo compartilhado, cobrados antecipadamente no meu cartão de crédito. Uma ressalva é que reservamos com café da manhã e chegando lá, descobrimos que desde 01/12 eles estavam cobrando o desjejum, mas com 50% de desconto para os hóspedes (palhaçada reservar um negócio e não encontrar aquilo que eu paguei né?). Tirando isso, infraestrutura maravilhosa, tem bar, tem piscina, tem aluguel de bike, muitos banheiros e peca um pouco no wifi que é bem instável. Não é na zona hoteleira de Tulum, mas é super perto de várias opções gastronômicas, agências de turismo e da avenida que te leva para a praia. Gastos do dia: Ônibus Valladolid-Tulum: R$83,60 (comprado no site BusBud, no dia anterior, pago no cartão de crédito) Mercado: Água, gilette, chocolate $70 City tour by bus: 2x $80 Almoço comida chinesa: 2 pratos+ 1 Coca: $200 Letreiro da cidade em frente o convento de San Bernardino Convento de San Bernardino Ruas da cidade e fonte na praça principal Mimosa Tulum 15/12: Tulum Acordamos cedo, tomamos café da manhã no hotel mesmo (50% de desconto para hóspedes) e partimos para alugar uma bike. Ola Bike Tulum foi o local escolhido (já tinha pesquisado na internet antes) e nos cobrou 150 pesos por dia, por bicicleta + depósito de segurança de 1000 pesos por bicicleta (seria menos se deixássemos os passaportes, mas não estávamos com eles). Sobre as bicicletas: infelizmente alugamos por 2 dias cada bike e nos arrependemos (o roteiro no dia seguinte era pedalar 50km). As bicicletas tinham cestinho, não tinham freio nas mãos (o freio delas é pedalando para trás) e eram bem velhas. Os bancos eram bem desconfortáveis e no mesmo dia, tanto eu como meu marido, já estávamos com todos os ossinhos da bunda doloridos. Pedalamos uns 4km até as ruínas de Tulum, onde já tínhamos ideia do que encontraríamos pois pagamos o guia em Chichen Itzá. Essas são menos "vistosas" aos olhos depois de conhecer Chichen, mas não deixam de serem lindas e estarem na beira da praia, que por sinal estava com acesso fechado, em época de desova de tartarugas. As ruínas de Tulum também contam com guia, disponíveis na entrada, mas não sei quanto eles cobram. Após 1h-1h30 mais ou menos, saímos das ruínas e paramos em um dos acessos públicos à playa Paraiso. Que sonho de lugar! O dia estava um pouco nublado, ameaçando chover, mas a cor da água impressiona! O mar não é tão calmo como de outros lugares que passamos antes, mas o visual é surreal e estava bem vazia quando fomos. Voltamos para o centro, almoçamos num restaurante chamado "El Mariachi Loco" (bom custo-benefício), tomamos um banho no hotel e partimos para a zona hoteleira, ver o famoso Azulik e o museu Sfer Ik, porém chegamos lá depois de ter fechado (18h). Tiramos foto com a escultura mais famosa de Tulum no Instagram, a "Ven a La Luz" e o que eu não sabia é que você paga para acessar e tirar foto com ela. Como já estávamos lá, acabamos pagando e entrando, mas fica a dica que ninguém deu no Instagram. Voltamos para o centro e próximo do nosso hotel achamos uma feirinha de rua com algumas barraquinhas de comida que estava bem cheia de turistas (bom sinal né?). Comida barata e muitíssimo boa, foi super aprovada! Gastos do dia: Café da manhã: 2x $60 Ruínas tulum: 2x $80 Bike: 2dias 2x $300 Almoço: 2 pratos+ 1 suco $275 Sorvete Aldo's: 3bolas $169 Mercado: $132 Escultura Ven a La Luz: 2x $60 Mercado: Água+cornitos $37 Jantar na feirinha de rua: 3 quesadillas $90 e 3 gringas + 1 coca $60+20 Acesso à praia estava fechado para desova das tartarugas Playa Paraiso Nossos almoços no "El Mariachi Loco" Esse não precisa pagar para tirar foto. Fica em um shoppingzinho bem na rua principal Achei esse hotel bonito, mas não sei o nome Feirinha de rua onde jantamos 16/12: Tulum - Playa del Carmen Meu roteiro original para esse dia era conhecer o Cenote Sac Actum, um dos maiores, do mesmo complexo Dos Ojos (e bem caro também), mas que fica há 24km de Tulum. Como já tínhamos alugado as bicicletas achando que conseguiríamos chegar lá pedalando, não quis alugar uma scooter e gastar mais dinheiro com isso. Acabamos no plano B: Cenote Calavera, há menos de 4km do nosso hotel. Chegamos às 9h, no horário em que abre e fomos os primeiros! Conseguimos tirar as fotos sem ninguém de depois de uns 10min chegou um casal. Depois das 10h chegou uma galera, mas não chegou a ficar super lotado. É lindo, é surreal, é paz na terra... Só é bem superfaturado pelo que oferece. Não tem locker e o colete salva-vidas é alugado à parte. Se você disser que está levando Gopro ou drone, paga mais tanto para usá-los. O ponto legal é que tem cadeiras ao redor da cratera, onde você pode tomar sol e apoiar sua bolsa/mochila. Como estávamos com colete salva-vidas, conseguimos ficar ali por um bom tempo, saindo por volta das 11h. Almoçamos no mesmo lugar do dia anterior (restaurante El Mariachi Loco), devolvemos as bicicletas (antes do prazo estipulado mesmo) e partimos para Playa del Carmen. Compramos as passagens na rodoviária para o próximo horário disponível e, pela primeira vez, não viajamos de ADO, mas com a empresa Mayab e não gostamos do serviço deles. Caminhamos uns 15min da rodoviária até o nosso hotel, por toda a quinta avenida. Deixamos nossas coisas lá e saímos para ver o que Playa tinha a oferecer. É um lugar bem movimentado durante o dia e cheio de opções para curtir à noite também, além de muitos shoppings e lojas de marca, que não favorecem quem ganha seu suado dinheiro em real. Escolhemos o restaurante "La Famiglia" na 10ª avenida para jantar e foi uma decisão acertada! Wifi excelente, atendimento maravilhoso e pizza super saborosa! Recomendo! Hospedagem: Hotel Bosque Caribe 5th Avenida. US$25, uma diária em quarto duplo com banheiro compartilhado sem café da manhã. Sabíamos que era próximo de um restaurante com música à noite, mas era bem localizado e odiamos! kkkk O barulho foi absurdo até quase 2h da manhã, o colchão era super desconfortável e o wifi instável demais. Resumo: não valeu a pena. Gastos do dia: Cenote Calavera: 2x $250 Aluguel de Colete salva vidas: 2x $50 Almoço: 2 pratos+ 1suco $275 Sorvete Aldo's: 3 bolas $168 Ônibus: Tulum - PDC 2x $47 Jantar: Pizza La Famiglia $236 Possivelmente o sorvete mais caro da minha vida. Valeu a pena! 17/12 - Cozumel Fizemos checkout do hotel e como já tínhamos os tickets do ferry para Cozumel (compramos o combo quando fomos para Isla Mujeres), saímos cedo achando que pegaríamos a travessia das 9h (indicada no site da Ultramar e também no papel impresso que nos deram), porém descobrimos que ele saía às 8h e o próximo seria Às 10h. O das 9h estava sendo operado por uma outra empresa (Winjet) que não aceitava nossos tickets. Paciência... Quase 40min no ferry, deixamos nossa bagagem no hostel e saímos para almoçar e decidir o que fazer no restante do dia. Almoçamos na praça principal, descobrimos onde alugar scooter para o dia seguinte e passamos no porto para ver os horários de retorno do ferry e ali, tem muitas agências tentando vender passeios. Acabamos conversando com um vendedor, que viu que éramos brasileiros e deixou um super desconto o passeio El Cielo, que normalmente custa 70 dólares por pessoa, por 35 dólares cada um (meu marido e eu) e acho que daria para conseguir mais desconto se tivéssemos jeito para negociação. São aproximadamente 4 horas de duração, com parada em 2 recifes de corais + parada em El Cielo + parada no Cielito, com duas bebidas e frutas inclusas, além de colete salva-vidas e snorkel. Claro que um fotógrafo profissional vai a bordo vendendo seus serviços para quem quiser comprar. Não perguntei o valor, mas teve uma família do nosso barco que acabou fechando com ele. MELHOR PASSEIO DA VIDA! Saímos às 13h, navegamos uns 25min até o primeiro recife (não lembro se Colômbia ou Palancar), onde fomos nadando até o segundo recife, uns 30min dentro da água. A profundidade varia de 6 a 8 metros, se não me engano e o uso de colete não é obrigatório, mas é recomendado. Me perguntaram duas vezes se eu tinha certeza que estava bem de saúde para ir sem! kkkk (e sim, para mim foi tranquilo). Subimos a bordo e menos de 10min chegamos na cereja do bolo: El Cielo, com profundidade de 2-3metros, local onde vivem estrelas-do-mar (as maiores que já vi), mas tirando elas e a cor surreal da água, não tem muita vida marinha ali. Ficamos ali por uns 30min e um dos integrantes do meu barco, tocou em uma das estrelas e a virou. O guia que vai junto conosco viu, deu bronca e voltou a estrela para o lugar, mas foi só isso... Dizem que seria até delito federal, mas para esse indivíduo, nada aconteceu. A última parada foi em El Cielito, um banco de areia no meio do mar, com aproximadamente 1m de profundidade, onde paramos por 40min, nos ofereceram as bebidas inclusas e as frutas. Um lugar para descansar um pouco, encher a barriga e contemplar a cor incrível do mar. 45min depois, com uma navegação modo super fast e muita emoção, retornamos ao porto no centrinho de Cozumel. Resumo: valeu mil vezes esse passeio. Contemplar a vida marinha, ver um mar tão incrível, poder nadar junto com a natureza livremente, não tem preço! Se tiver câmera como GoPro, leve, é liberado! Eu usei caixa estanque para e bastão flutuante para não correr risco de perdê-la no mar. Importante: para preservação da vida marinha, não é recomendado uso de protetor solar durante o passeio. Voltamos ao hostel, tomamos banho e saímos para comer. Estava doida para provar Marquesitas, uma comida típica de lá, vendida comumente na rua. É como um crepe francês, enrolado como um charuto, com queijo ou outros "toppings". Hospedagem: Hostel Auikyani, há uns 200m do ferry, MXN584 uma diária, em quarto duplo com banheiro compartilhado, sem café da manhã. É um local simples, com localização excelente e o proprietário é muito solícito e super gentil! Gostamos muito de lá! Gastos do dia: Almoço: 2 pratos + 1 limonada + 1 Coca $330 Passeio El cielo: US$70 para 2 pessoas Jantar: Marquesitas e churros na rua $120 Mercado: iogurte, salgadinho, água $133 Algum lugar entre recifes Colombia e Palancar Em El Cielo Em El Cielo - estrela-do-mar maior do que aparenta na foto Foto no Cielito, banco de areia acessível só através de barco Pôr-do-sol no porto Luzes de natal no terminal marítimo de Cozumel 18/12 - Cozumel Começamos a saga de alugar uma scooter às 9h, quando a maioria das locadoras abre. No dia anterior, falamos com um vendedor no calçadão e decidimos ir até a loja dele. Ele tinha dito que o aluguel custaria 400 pesos para o dia. Chegando lá, o menino que nos atendeu disse que seria mais 100 pesos obrigatórios de seguro básico, além do caução de 1000 pesos. As motos eram super velhas e, quando fomos sair com a scooter, percebi que o velocímetro não funcionava. Voltamos na loja... Ele nos deu uma segunda moto e olha só! Velocímetro também não funcionava. Ouvimos ele falando no telefone com o responsável pelo estabelecimento e dizendo que nenhuma das motos funcionava o velocímetro, mas que não tinha problema, podíamos ir assim mesmo. Recusamos, claro. Atendimento ruim, motos velhas e não funcionam como deveriam. Não vou nem deixar o nome aqui para não induzir alguém ao erro. A moça da locadora bem ao lado deve ter se compadecido de nós e disse que tinha uma scooter novinha que nos alugaria pelo mesmo valor e na loja dela, o seguro obrigatório de 100 pesos já estava incluído nos 400 pesos do aluguel, ou seja, ainda voltamos para cobrar nossos 100 pesos de volta na loja podre ao lado. Realmente: moto novinha (rolou um psicológico da vendedora que se caíssemos, derrubássemos a moto e tal, teríamos que pagar, pois a moto era nova e não tinha um arranhão), não tivemos nenhum problema. A ilha tem 15km de largura. Decidimos ver primeiro o lado voltado para o oceano, onde tem menos pessoas e praias mais "selvagens" e menos "mar do Caribe". Fomos fazendo paradas para fotos e vídeos conforme nos impressionávamos com a paisagem, mas não paramos para banho em nenhuma delas. Passamos pelo Punta Sur Eco Beach Park, mas a entrada era 18 dólares por pessoa e já estava perto das 11h, então achamos que não valia a pena pagar 100 reais por pessoa e não passar o dia todo por lá. Tinha também uma entrada que custava um pouco mais e dava acesso a outras coisas, mas não lembro dos detalhes agora... Continuamos nossa volta à ilha e acabamos entrando no Beach Club Palancar (já no lado da ilha voltado ao continente) onde não é cobrado estacionamento e pedem consumo mínimo de MXN270 por pessoa. Tem umas lojinhas ao lado do beach club e oferecem snorkel e outros passeios por lá. A praia em frente ao restaurante era o que procurávamos: calma, linda, clara. Ainda tinha uma pequena plataforma flutuante onde os clientes subiam para pular, tirar fotos e tomar sol. A comida mesmo não era grande coisa e deixou a desejar. Pedi um filé de peixe e veio só gordura, sem sabor... Meu marido pediu tacos e também não curtiu muito. Ao final, gastamos MXN550 (nós dois) e ficamos por lá até umas 14h30. Esse lado da ilha não é legal nem bonito de passar, pois a estrada fica um pouco distante das praias, sendo a orla tomada por beach clubs e propriedades particulares e quase nenhuma vista para quem está do lado de fora, ou seja, para aproveitar, você precisa desembolsar um dinheiro em restaurante. Chegando no centro, abastecemos a moto, devolvemos ela, saímos correndo para o hostel pegar nossas bagagens numa maratona de última hora para pegar o ferry que saía às 16h do porto. Pela primeira vez, a travessia não foi tranquila como as anteriores. Pegamos muitas ondas maiores e o ferry balançou bastante. 40 minutos depois, chegamos em Playa del Carmen e fomos para o nosso hostel, na 10ª avenida, bem próximo ao ferry. Tomamos banho e voltamos ao restaurante La Famiglia, onde pedimos repeteco da pizza. Provavelmente um dos melhores lugares em que comemos durante a viagem! Hospedagem: Wabi Hostel MXN1810, 3 diárias em quarto duplo com banheiro compartilhado. Bem localizado, na 10ª avenida, perto do ferry e do terminal rodoviário. Várias redes de wifi não muito estáveis. Nosso quarto teve um problema com o ar condicionado, então ganhamos um "upgrade" de duas noites em quarto triplo com banheiro privativo. Camas super confortáveis, ar condicionado maravilhoso e café da manhã incluso. Gastos do dia: Aluguel scooter: $400 Gasolina: $35 Almoço beach club Palancar: $550 Mercado: Água, café, salgadinho $150 Jantar: pizza na La Famiglia $240 Foto da moto nova que depois de muita luta conseguimos alugar Praia praticamente deserta do lado voltado ao oceano Praia do Palancar beach club Nossos almoços (não gostamos da comida) Pizza maravilhosa no La Famiglia 19/12 - Playa del Carmen O roteiro desse dia era alugar uma scooter e conhecer o Cenote Chaak Tun (distante 8km de Playa) e o Cenote Azul, há 24km de Playa (é diferente da Laguna Azul), mas confesso que nesse dia o cansaço da viagem bateu muito forte e decidimos só curtir a praia, postergando esses planos para o dia seguinte. Fomos à praia central mesmo e passamos o dia todo lá. Almoçamos tarde em um restaurante na 10ª avenida que não impressionou... Voltamos ao hostel, tomamos banho e saímos para passear. Fomos ao shopping Paseo del Carmen, bem perto do ferry, e não está fácil para os brasileiros ganhando em real. Convertendo, tudo saía bem caro. Gastamos apenas com uns donuts bem gostosos numa loja do térreo que lá são chamados de donnas. O destaque da 5ª avenida, para nós, foi a Miniso! Já conhecíamos algumas lojas aqui de São Paulo, mas a de Playa del Carmen tem uma infinidade de produtos que não temos aqui e nosso dinheirinho foi embora que nem água! kkkk (não coloquei nos gastos do dia porque compras é um negócio bem particular e poderíamos ter voltado sem gastar nada por lá, porque o foco da viagem nunca foi compras) Gastos do dia: Almoço: $400 Donuts: $66 Água: $40 Praia no centrinho de Playa del Carmen Donuts natalinos Shopping Paseo del Carmen enfeitado para o Natal 20/12 - Playa del Carmen Esse era o dia de finalmente, fazer o rolê que não fizemos no dia anterior, mas a previsão do tempo era ruim, estava bem nublado e com cara de que ia chover em breve. Além disso, eu não estava bem, acordei com um mal-estar que depois virou uma enxaqueca, então perdemos nossa manhã no Walmart (meu marido ama! Só a título de curiosidade de quem lê, gastamos MXN2400 lá). Voltamos ao hostel, tomei remédios e dormi bastante. Fomos "almojantar" no Hard Rock Cafe da 5ª avenida e é a qualidade que já conhecemos... Hambúrguer gostoso, porém não é o melhor da vida. Voltamos ao shopping Paseo Del Carmen, onde compramos algumas coisas na loja Old Navy e acabou o dia. Gastos do dia: Almoço no Hard rock: $670 Almoço no Hard Rock 21/12 - Playa del Carmen - Cancun Tomamos café da manhã, fizemos checkout e partimos para a rodoviária, onde pegamos um ônibus ADO com destino a Cancun. A viagem durou mais ou menos uma hora e quando descemos, pegamos um ônibus da linha R1 para a zona hoteleira, onde fizemos o checkin e deixamos as nossas malas guardadas no Selina Cancun Laguna Zone (deixei minha opinião sobre o hotel abaixo). Almoçamos em um restaurante chinês numa plaza chamada Cancun Center e foi um erro! kkk Comida barata, porém bem ruim. Depois passamos uma parte da tarde na praia Caracol, uma praia pequenininha de onde saem ferrys das Ultramar com destino à Isla Mujeres. A cor do mar é bem bonita, mas para os padrões México, tinha bastante onda. Voltamos ao hotel, tomamos banho e pegamos o ônibus R1 para ir até o Walmart do centro de Cancun. Fizemos mais compras por lá, jantamos no Mc Donald's que fica lá dentro e pegamos o ônibus de volta. Hospedagem: Selina Cancun Laguna Zone US$153 ou MXN 3000 pesos por 2 diárias com quarto duplo privativo e banheiro compartilhado, sem café da manhã. Achamos extremamente caro pelo que é oferecido. O hotel tem uma localização excelente, estrutura muito boa, porém super mal cuidado. O banheiro compartilhado ao lado do nosso quarto, por exemplo, passou mais de 16h sem papel higiênico (e tinha quarto compartilhado com mais de 10 camas ali naquele mesmo andar...). A piscina estava nojenta de suja, água super turva e ninguém dentro da água. A yoga prometida diariamente, quando eu quis fazer, não teve. O funcionário da recepção foi super rude conosco e no Booking, onde fiz a reserva, mostrava o valor em dólares. Para a minha surpresa, eles não aceitavam dólares como pagamento no checkin! Ou eu pagava em pesos (que no final da viagem provavelmente me faria falta), ou pagava no cartão de crédito, onde ainda cobraria o IOF da transação. Fiquei bem decepcionada com o Hotel, porque já cansei de ver influencer fazendo propaganda deles e achei que valeria a pena. Gastos do dia: PDC-Cancun Ado: $188 Almoço em restaurante chinês: 2 pratos + 2 refris $242 Ônibus: 2x $12 Jantar no Mc donalds: 2 combos $182 Ônibus R1 (ida e volta para 2 pessoas): 2x $24 Playa Caracol Hotel Selina 22/12 - Cancun Acordamos cedo, passamos numa 7eleven e compramos nosso café da manhã e fomos conhecer outra praia bem próxima ao hotel: Gaviota Azul e que lugar sensacional! A entrada dela é meio escondida, ao lado do Coco Bongo, e a praia é bem grande, com poucas ondas, uma cor surreal, parecia uma piscina gigante de borda infinita. Ficamos encantados com essa praia e o plano de conhecer outra praia à tarde foi pelo ralo, pois decidimos gastar nossa última tarde no México na Gaviota Azul que tanto gostamos. Almoçamos em um restaurante bem próximo dali chamado Mextreme. Atendimento muito bom, comida típica saborosa e preço ok. Em determinado momento durante nossa permanência por lá, colocaram sombrero mexicano em todos os clientes e as atendentes foram tirando fotos nas mesas. Achei bacana! Voltamos à praia e, como o almoço foi bom, passamos no Super Chedraui que tinha do outro lado da rua e compramos uns pães diferentes na padaria para ser nosso jantar (spoiler: nada como a padaria brasileira. Sem comparações!) Gastos do dia: Mercadinho: Água, café, iogurte: $82 Almoço: $500 Jantar padaria do Chedraui: $90 23/12 - Partida para São Paulo Dia de ir embora! Nosso vôo saia de Cancun às 12:45. Saímos do hotel antes das 7:30, pegamos a linha R1 para o Centro e no terminal rodoviário, pegamos um ADO que nos deixou no aeroporto. Tomamos café da manhã no Starbucks, fizemos nosso teste de antígeno Covid em um laboratório chamado LabCare Diagnóstika, que cobrou MXN290 por pessoa, com resultado em 20minutos por email ou impresso (era só voltar lá para buscar). Melhor coisa que fizemos foi chegar com antecedência, pois além de precisar do resultado do teste no guichê da cia aérea, o aeroporto estava lotado! Além disso, para o retorno também foi solicitado o Formulário de Declarações de Saúde do Viajante da ANVISA preenchido (print no celular mesmo) e o Vuela (novamente!). Embarcamos para Bogotá-Colômbia onde ficamos por horas aguardando nosso vôo para São Paulo. Chegando em SP, dia 24/12 6h da manhã, solicitaram o formulário da Anvisa preenchido e o resultado do teste de covid (já fazia quase 20 horas desde que tínhamos feito, e a fiscal nos perguntou o horário em que realizamos o teste - tudo ok, <24h). A imigração estava simplesmente bombando! Ficamos bem uns 30min na fila até conseguir usar o passaporte no leitor digital e sair para pegar as bagagens. Gastos do dia: Ônibus R1: 2x $12 Ado aeroporto: 2x $98 Café da manhã no Starbucks: $280 Antígeno Covid: 2x $290 Hasta luego México Almoço no aeroporto de Bogotá (facilmente gastamos US$40 nisso aí) Sala VIP dos fortes! kkk Assim termina a nossa viagem! ❤️ Gasto total por pessoa (com hospedagem, excluindo passagem aérea): estimo que ~R$5000 por pessoa, sem comprinhas de roupas e outras coisas em Walmart e Miniso.
  14. Olá mochileiros 💓 Na falta de novas viagens, resolvi iniciar o relato do meu último mochilão que realizei com uma amiga em fevereiro de 2020 e apelidei carinhosamente de Mochilão Maya – Guatemala & México. Como a intenção é fazer tudo detalhadinho, vou dividir as postagens em etapas. 🗺️ Nosso roteiro foi o seguinte : 01/02 - Chegada em Cidade Guatemala - direto para Antígua 02/02 - Chichicastenango - Lago Atitlán (Panajachel) 03/02 - Lago Atitlán (Santa Cruz de La Laguna, Santa Catalina de Palopó e San Pedro) 04/02 - Lago Atitlán (San Marcos e San Pedro) 05/02 - Lago Atitlán (San Juan - Indian Nose) - Xela (Quetzaltenango) 06/02 - Xela (Vulcão Santiaguito) 07/02 - Xela (Lago Chicabal) - Antígua 08/02 - Antígua & Acatenango 09/02 - Antígua (Vulcão Pacaya) 10/02 - Shuttle para Lanquín 11/02 - Semuc Champey 12/02 - Transfer para Flores 13/02 - Tikal 14/02 - Transfer para Palenque 15/02 - Palenque 16/02 - San Cristóbal de Las Casas 17/02 - San Cristóbal de Las Casas 18/02 - Oaxaca 19/02 - Oaxaca 20/02 - Cidade do México - Cancún 21/02 - Cancun / Isla Mujeres 22/02 - Tulum 23/02 - Tulum 24/02 a 27/02 - Resort 28/02 - Valladolid 29/02 - Chichen Itzá - CDM 01/03 - Retorno Informações Básicas: Antes de começar vou deixar algumas informações básicas da Guatemala, pois é um país pouquíssimo visitado por brasileiros (não encontrei nenhum nas duas semanas que estivemos por lá, nem mesmo em Antígua), e com pouca informação em Português. 🏙️ Capital: Cidade da Guatemala 💵 Moeda: Quetzal. Para facilitar a conversão R$ 1,00 = GTQ 1,50 / USD 1,00 = GTQ 7,70 * Valores nesse relato sempre arredondados. 🕒 Fuso: - 3 👭 Visto: Brasileiros não precisam de visto para turismo – permanência até 90 dias. · Além de estar inserida entre dois oceanos, a Guatemala é rica em ecossistema. O território possui 37 vulcões, sendo 3 deles ativos (conheci todos), diversos lagos e rios, florestas tropicais, uma cadeia de montanhas e um deserto. Não bastasse a diversidade de atrações, a Guatemala ainda é um destino barato, especialmente em termos de alimentação e de hospedagem. Turismo e transporte, nem tanto, mas nada que encareça o destino. 😉 · Embora a língua oficial seja o espanhol, ela não é universalmente compreendida entre a população indígena; ainda são faladas várias línguas maias, em especial em áreas rurais. 📅 Quando ir? Embora o clima mude muito de um lugar para o outro em função da altitude, as temperaturas na Guatemala, de modo geral, se mantêm entre amenas e quentes ao longo de todo ano. O período de seca, entre dezembro e abril é considerado alta temporada, já o período de chuvas ocorre entre setembro e outubro. Em fevereiro, só peguei dias lindos de sol ☀️, um ou dois momentos nublados, mas zero chuva. 🤗 ✈️ Como chegar? Não há vôos diretos entre o Brasil e a Guatemala. As opções são via Panamá com a Copa Airlines, Via Avianca com conexão em Bogotá (🙏 para que a Avianca Colômbia consiga sobreviver a crise), ou com a Aeroméxico via Cidade do México. Minha opção foi pela Aeroméxico, múltiplos destinos (ida Guatemala / volta cidade do México), o voo foi comprado em meados de agosto e custou R$ 2.520,00. Embora, constantemente, haja promoções para o México, quando você inclui a Guatemala, a coisa muda de figura. 😒 Todas as vezes que simulei comprar separadamente os trechos não compensava. Devido a baixa oferta, os voos na América Central são caros, e ocorrem basicamente entre as capitais. A Guatemala só possui dois aeroportos, o da capital e o de Flores (ruínas de Tikal). A rota entre as duas cidades é operada pela Aero Guatemalteco, e o voo, quando comprado com antecedência é por volta de 150 USD. (não voamos, percorri tudo de shuttle) 🚗 Como se locomover? Muito popular nas viagens pela América Central, shuttles nada mais são do que transporte privado oferecidos por agências de turismo e às vezes hostel. Esse serviço é feito em uma van na maioria das vezes, ou microônibus. Algumas horrorosas, e que você só vai saber na hora 😆😆, mas demos sorte e só pegamos uma que foi péssima. As rotas são basicamente entre as principais cidades turísticas, e algumas entre países. Nesses casos você terá apenas que descer nas fronteiras para fazer os tramites de entrada e saída de um país e seguirá viagem em outro veículo. Algumas empresas shuttle: • Marvelusbookings (Foi a única que fechei pelo site com antecedência, depois explico o motivo, o restante tudo fechado no dia anterior em agências aleatórias) • Atitlan • Adrenalina Tours • Guatego OBS: Os preços na internet são um pouco mais caros, principalmente, os maiores deslocamentos. Adrenalina é caríssima, dizem ter um ótimo serviço, mas não usei. Existem poucas empresas de ônibus de turismo, e elas normalmente fazem apenas percursos entre grandes cidades, ou alguns poucos lugares turísticos. A empresa mais tradicional é a Ticabus. Ela percorre todos os países centro americanos indo basicamente de uma capital a outra. Não usei nenhuma vez. Os chicken bus são o jeito mais barato para se viajar pela América Central, por outro lado, parece ser o menos confortável - tanto pelas condições dos ônibus, como também pelas longas horas de viagem e inúmeras “conexões”. Muitas vezes para percorrer poucos quilômetros você terá que utilizar dois ou três ônibus. Mas pra quem tem tempo para mochilar, acho super válido! 🏘️ Hospedagem Na Guatemala as hospedagens em sua grande maioria são simples, tipo pensões. E também poucas oferecem café da manhã. Apesar de simples, todas que ficamos eram limpas, bem localizadas, e com um staff sempre fofo. Recomendo todas, e depois em cada uma, falarei um pouquinho mais. Há também boas variedades de hostels e alguns hotéis de "luxo". 🥘 Culinária O milho é um dos alimentos preferidos dos guatemaltecos, sendo utilizado para a produção de chuchitos, tacos e outros pratos típicos daquela cultura. Eles chamam o milho de "el maíz", na tradução, grão Maia. Entre as bebidas, o rum é um das principais, com tradição vindo desde o século XVI, servindo ainda para a produção do ti punch, junto com suco de lima e um concentrado de cana de açúcar.
  15. 11/03/2020 Cobá é um dos sítios arqueológicos mais interessantes da região, com o grande diferencial que se pode explorar e subir em grande parte das construções, o que para mim é uma experiência ainda mais enriquecedora! O relato aqui tá bem resumido porque preferi dar mais ênfase no vídeo que fiz, e pode ser acompanhado no link que deixarei abaixo. A intenção é justamente ajudar aos outros exploradores mochileiros como eu a montar suas viagens tendo em vista o menor custo com o maior proveito possível da viagem. Continuando as andanças pelo México, mais precisamente na Riviera Maia, acordei muito cedo e fiquei aguardando até às 7h para o café. Guardei a mochila maior no depósito (gratuito) e, como o sistema do café da manhã é self service, me servi bem... Fiz o checkout, recebi os $50 de volta (depósito que paguei quando cheguei ao hostel) e cheguei ao ponto de vans às 07:30h. Como não havia nenhuma lá, perguntei se era ali mesmo e um motorista de outra van disse que sim, mas que demorava. Fiquei na praça de Tulum e vi a tal van que parou em um semáforo. Perguntei ao motorista e ele só indicou o lugar, que era onde eu estava inicialmente. Fui para lá e ele disse que a van só saía com 20 pessoas, o que demoraria até umas 8h ou 9h da manhã. Bom, usei o tempo para tirar fotos pela praça e arredores. Ficar parado assim me incomoda. Sentei em um banco e fiquei escrevendo este relato até quando vi uma movimentação na van e fui até lá. Outro motorista disse que poderia aguardar sentado e entrei. Eram 08:44h e, além de mim só havia mais duas pessoas. A van lotou às 09:10h e ainda assim só saímos às 09:17h. Havia muitos estrangeiros. Ainda bem que me posicionei mais cedo, porque senão seria bem apertado. O preço ficou em $70. Chegamos a Cobá às 10:00h e a van nos deixou quase na portaria. Comprei a entrada por $80 e comecei a explorar o lugar. Logo no início, as primeiras construções já impressionam, como o jugo de Pelotas e seus arcos. A caminhada é grande e existem bicicletas para alugar ou táxi (triciclo com motorista pedalando). O caminho é bem arborizado mas as atrações carecem de placas informativas. Procurei não demorar muito na entrada e seguir direto às atrações distantes, para depois, na volta, poder ver com mais calma e menos gente. O sol estava escaldante e recomendo levar água e algo para comer pelo caminho. Como mencionei, a possibilidade de poder subir nas estruturas torna o passeio ainda mais interessante... Na pirâmide subi num único fôlego. As pedras são muito escorregadias e requerem cuidado. Existe uma corda central que ajuda tanto na subida quanto na descida. A vista é muito bonita, como se abaixo a vegetação formasse um tapete verde encobrindo todas as construções, com exceção do topo dos templos mais altos. Ainda que o fluxo fosse grande no topo, como subi rápido, levei vantagem e pude tirar boas fotos, com pouca interferência. Na descida fui cuidando com as pedras lisas e cheguei rapidinho. Depois fui ao observatório e, por fim, à praça das estelas, passando pelo templo das pinturas antes. Mais uma vez ficaram devendo mais informações, porém a riqueza das obras supera esse detalhe. O mapa offline do Google Maps foi de vital importância. O lugar é gigante e as construções, que são nomeadas por grupos, são muito distantes! Prepare-se para caminhar muito... Por isso que é essencial ir na parte da manhã, pois se pode aproveitar melhor o lugar e não ter tanto sofrimento com o sol da tarde. Na volta procurei nem pensar no quanto os pés doíam. Já quase no final, lembrei que faltavam alguns prédios atrás da Plaza de Pelotas e, para a minha surpresa, tinha uma outra pirâmide bem alta (la Iglesia), mas que não se podia subir. Próximo, havia uma equipe fazendo filmagens com crianças para uma novela. Dei a volta e tirei as últimas fotos no lugar. Saí às 13:15h. Fazia um sol terrível e agora, fora da cobertura das árvores, senti o pescoço e rosto queimando. Segundo o Strava, foram quase 8 Km de caminhada pelo sítio arqueológico! Um detalhe interessante e que é muito bom usar é a rede de WIFI gratuita disponibilizada na região próximo à portaria de entrada. Pude mandar mensagens e compartilhar algumas fotos, além de poder usar o banheiro gratuito e bem limpo. Fui em busca da van de retorno e, perguntando daqui e dali, disseram que só havia ônibus, que saía em frente a igreja. Lá fui eu e o pior que o horário era às 15:10h e o preço $100. Quase uma hora e meia de espera... No sol! Fiquei olhando cada van que passava para ver se não seria da empresa que vim. Às 14h passou um ônibus da Mayab. Fiz sinal mas o motorista disse que o destino era Valladolid. Bom, agora já sei que de Cobá à Valladolid tem ônibus de ida e volta. Ainda mantendo a esperança, vi a van passando e retornei mais um pouco, pois tinha um rapaz que veio comigo. Nesse meio tempo, apareceu um ônibus feio e as pessoas atravessaram a rua para pegar. Fui no bando para ver qual era, mas subi e o motorista já fechou a porta... Agora já era. Perguntei o valor para Tulum e, para a alegria geral do povo mochileiro, era mais barato ainda: $50! Peguei uma poltrona bem na frente para filmar, mas não deixei de colocar o cinto, como sempre. Tirei o tênis e as meias. Meus dedos estavam bem úmidos e doloridos, pelo constante vazamento de líquido das calos. Pelo menos dava para dar uma respirada até chegar. A viagem foi bem mais rápida do que com a van e o motorista me deixou na rua atrás do hostel. Fui pisando em espinhos até o Hostel, onde peguei a mochila e água também, enchendo a garrafa. Tirei o tênis, coloquei um Band aid no pior dedo e calcei os chinelos. Pelo alívio que deu, consegui voltar a caminhar. Na rodoviária, comprei a passagem à Valladolid por $110 e a atendente disse que seria uma van. Para mim não tem problema, pois era mais barato e escolhi a poltrona 3, na qual poderia filmar a viagem e esticar as pernas lá na frente. Segui para a taqueria pedir uma saideira... Não de bebida, mas de empanadas! Foram 2 de queijo e mais um taco de asada. Comi primeiro com o molho verde e nada... Resolvi colocar o vermelho. Até chorei! Rsrs. Pior que não pedi nada para tomar e comi uns limões para ajudar, se é que isso seria possível. O valor foi de $30 e saí satisfeito para o terminal. Esperei menos de 20 minutos e o ônibus chegou, sendo anunciado. Levantei, apresentei o bilhete, guardei a mochila maior no bagageiro e me posicionei na poltrona 3. A van era bem confortável, o ar condicionado agradável e com tomada USB funcionando! Coloquei o celular para carregar, mandei as últimas mensagens pelo wi-fi gratuito e, pontualmente, saímos de Tulum. A viagem foi bem tranquila. Estiquei bem as pernas e fiquei observando a sinalização, que difere da nossa em alguns aspectos, como por exemplo, os veículos podem transitar pelo acostamento para dar passagem a outro e, por isso, ele tem a pintura tracejada. Pelo caminho foram muito poucas curvas pois tudo era plano é de ótimo asfalto. O próximo destino será Valladolid! Gastos: $70+$50 (transporte Cobá), $80 ingresso, $30 empanadas, $110 ônibus Valladolid, $400 hostel, $128 compras. Total $768 (pesos mexicanos) Desculpe o resumo, mas no vídeo tá bem explicadinho, inclusive a história do lugar e das principais construções:
  16. Amigos há mais de 15 anos, eu e o Luan decidimos largar tudo em São Paulo e partirmos rumo à uma aventura pelo mundão. Nosso Insta:@brotherspmundoo Nosso canal no YouTube: https://www.youtube.com/c/BrotherspeloMundo Passamos um total de 30 dias no México, percorrendo um total de 8 cidades - desde o sul, nas praias da costa caribenha (Cancun e Playa del Carmen) até o centro do país, na Cidade do México. Também passando pelo interior e pelas montanhas. Ficamos 7 dias na capital e produzimos alguns vídeos. Um deles é recheado de dicas e curiosidades dessa cidade que nos encantou. Qualquer dúvida ou pergunta, mandem aí!! Segue o vídeo:
  17. Amigos há mais de 15 anos, eu e o Luan decidimos largar tudo em São Paulo e partirmos rumo à uma aventura pelo mundão. Nosso Insta:@brotherspmundoo Nosso canal no YouTube: https://www.youtube.com/c/BrotherspeloMundo O post a seguir é originário do nosso blog: https://brotherspelomundo.wordpress.com/2022/02/16/puebla-cidade-com-as-igrejas-mais-lindas-do-mexico/ _______________ Puebla foi nossa sétima cidade no México, em uma viagem que durou 30 dias. Iniciamos nosso percurso no México na Riviera Maia, em Cancun, e finalizamos na Cidade do México. A cidade localiza-se a apenas 2 horas da Capital e, por esse motivo, muita gente aproveita para fazer um bate-volta em Puebla. E o motivo principal é: o incrível centro histórico da cidade (patrimônio cultural da humanidade). Ficamos 2 noites na cidade, o que consideramos o suficiente. A cidade tem 2 milhões de habitantes e tem mais coisas para se visitar além do centro histórico, por exemplo: – Secretos de Puebla: túneis sob a cidade, os quais foram construídos há quase 500 anos e foram utilizados em diversos momentos, como guerras e batalhas; – Cerro de los Fuertes: morro próximo ao centro, aonde encontram-se museus, galerias de arte o planetário da cidade; As igrejas mais lindas que vimos no México também foram em Puebla. Destaque para: Iglesia de Santo Domingo, na Avenida 5 de Mayo - Centro Histórico; Templo de San Francisco, na Avenida 14 Oriente 805 - Barrio del Alto; Catedral de Puebla, na Calle 16 de Septiembre - Centro. Nos hospedamos no centrão: no Hostal Casa de Arcos. Abaixo, nosso vídeo com todas nossas dicas, curiosidades, preços e impressões de Puebla:
  18. Amigos há mais de 15 anos, eu e o Luan decidimos largar tudo em São Paulo e partirmos rumo à uma aventura pelo mundão. Nosso Insta: @brotherspmundoo Nosso canal no YouTube: https://www.youtube.com/c/BrotherspeloMundo Passamos um total de 7 dias na Cidade do México e dois passeios que realmente nos marcaram foram: a Vila do Chaves e o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe! Ambos nos despertaram energias boas - o primeiro pela nostalgia e o segundo por se tratar de um verdadeiro oásis em meio ao caos de uma das maiores cidades do mundo. Preparamos um vídeo cheio de dicas e curiosidades desses dois lugares. Espero que gostem! Qualquer dúvida ou pergunta mande aí
  19. Oaxaca foi nossa sexta cidade no México. Ficamos na cidade por 4 dias e 3 noites. Já era o nosso 16º dia no México e, por isso, já estávamos um pouco cansados de ver “mais do mesmo”, mas Oaxaca foi tudo menos “mais do mesmo”. Essa cidade nos deu um “novo gás” no meio da viagem! Chegamos na cidade com expectativas altas, afinal lemos em vários lugares que ali teríamos um “o melhor do México”. Além disso, muitos turistas que conhecemos no decorrer das cidades que visitamos anteriores a Oaxaca nos disseram que Oaxaca não poderia em hipótese alguma sair do roteiro. E, mesmo com as mais altas expectativas, a cidade conseguiu nos surpreender mais ainda! Que cidade incrível, que povo acolhedor, que lugar! Seja pelas suas igrejas centenárias ou pelo seu centro histórico, a cidade não deixava de nos surpreender! Além disso, Oaxaca é muito conhecida em todo o México por sua culinária – e, de fato, trata-se da melhor culinária do México!!! Come-se muito bem – MUITO MESMO – por pouco dinheiro. Pratos fartos e deliciosos!! Preparamos um vídeo cheio de dicas da cidade. Esperamos que gostem: Pontos de interesse: Praça do Zócalo; Mercado Benito Juarez; Mercado 20 de Noviembre; Templo de Santo Domingo; Casa de Artesanías de Oaxaca; Museu de Culturas de Oaxaca; O que não deixar de fazer: Experimentar a gastronomia Oaxaqueña: em especial, o chocolate (considerado o melhor do México) e o quesillo (um queijo tradicional da região e realmente muito diferente); Curtir a agitada noite Oaxaqueña na região na praça Zócalo.
  20. Relato de uma viagem feita sozinho durante 58 dias no México entre os dias 02/05 e 28/06/2019. Muitas das informações aqui apresentadas já foram em parte compartilhadas no meu Instagram de viagens criado há pouco tempo: https://instagram.com/viajadon_/ Obs.: os preços informados são em peso mexicano. obs: As informações gerais foram atualizadas com informações em cor azul, após viagem entre fevereiro e abril de 2023. PRINCIPAIS CIDADES/REGIÕES VISITADAS: Cidade do México, Teotihuacan, Tepotzotlan, El Tajín, Papantla, Huasca de Ocampo, Mineral del Monte, Bernal, Querétaro, Jalpan, Huasteca Potosina, San Luis de Potosí, Real de Catorce (local mais ao norte), Guanajuato, San Miguel de Allende, Puebla, Atlixco, Cholula, Zacatlán, Chignahuapan, Cuetzalan, Orizaba, Oaxaca, Chiapa de Corzo, San Cristóbal de las Casas, Comitán de Dominguez, Laguna Miramar, Toniná, Palenque, Bacalar, Tulum, Cobá, Isla Mujeres, Holbox, Valladolid, Ek Balam, Las Coloradas/Río Lagartos, Chichén Itzá/Pisté, Mérida, Uxmal/Ruta Puuc. MAPA GERAL COM PONTOS DE REFERÊNCIA: - Local mais ao norte: Real de Catorce - Local mais ao "sul" (próximo da Guatemala): Lagos Montebello (em passeio partindo da cidade de Comitán Dominguez) Mapas interativos: https://drive.google.com/open?id=1fd9QocEx5PbMuHYldzdv9zf3LNjCAXjF&usp=sharing https://drive.google.com/open?id=1XZ6l1GJdttfU1UDeC8xXpW1izBhMntlK&usp=sharing https://drive.google.com/open?id=18fij8kYrSgXfXdRvMRBA5e3Jdq3ADbYQ&usp=sharing Arquivos Kmz: México - Estados de Hidalgo, Querétaro, San Luís Potosí, Guanajuato e cidades de interesse em Michoacan.kmz México - Estado do México, Veracruz, Puebla e Oaxaca.kmz México - Estados de Chiapas, Yucatan e Quintana Roo (sulleste).kmz ITINERÁRIO RESUMIDO: Planilha editável: Tabela de deslocamentos - realizado (espaçado).docx INFORMAÇÕES BÁSICAS POVO - Os mexicanos são muito acolhedores, honestos e simpáticos com o turista brasileiro de forma geral. - No país encontrará pessoas falando outras línguas, além do espanhol, como nahuatle (em El Tajín e em pueblos do estado de Puebla) e tsotsil (San Cristóbal de las Casas) e outras línguas da família maia. CÂMBIO - Atual. 05/23: A melhor opção atualmente é levar dólar em cartão de conta global e sacar em pesos em caixas eletrônicos. Assim é possível pegar boas cotações do dólar antes da viagem. Entretanto, é importante ficar atento ao limite de saque e às taxas cobradas nos caixas eletrônicos. Há também a opção de usar o próprio cartão de débito da conta global, porém muitos locais no México não aceitam cartões e muitos que aceitam cobram taxas desencorajadoras. - Complementarmente, leve dinheiro em espécie em espécie, mas não leve reais e muito menos leve pesos mexicanos comprados aqui no Brasil! - Apesar de ter lido em um relato que o euro era mais vantajoso do que o dólar na conversão para pesos mexicanos, não verifiquei isso em nenhuma casa de câmbio. Sendo assim, o conselho é levar dólares. - Melhores cotações ao longo de toda a viagem nas casas de câmbio do Terminal 1 do Aeroporto. Atenção que o seu voo chegará no Terminal 2, onde as casa de câmbio oferecem cotações menos favoráveis. Para ir ao 1 procure pelo Aerotrem (trem de conexão entre os terminais). Ao chegar no túnel de acesso ao Aerotrem, te pedirão a sua passagem. Informe que você acabou de chegar de viagem e que quer ir às casas de câmbio (deu certo comigo e acho que geralmente dá com qualquer um). PREÇOS - O México em geral é mais barato do que o Brasil. Atual. 05/2023: O México em 2023 já não é mais barato do que o Brasil de forma geral. Os preços de transporte, hospedagem, alimentação e transporte serão discutidos nos tópicos a seguir. TRANSPORTE - O México é muito bem atendido por linhas de transporte. Mesmo entre cidades pequenas no interior costuma haver transporte regular (geralmente kombis) e entre várias cidades, há opções de ônibus executivos confortáveis do grupo de empresas da ADO, da Futura ou do grupo da Estrella Blanca, com preços mais ou menos correspondentes aos praticados no Brasil. - Para se locomover entre cidades do circuito turístico nos estados ao norte da Cidade do México (até San Luis de Potosí) ou entre a Cidade do México e Puebla ou Oaxaca, encontrará opções mais econômicas no Bla Bla Car (app de compartilhamento de carona). No app, muitas vezes a viagem sai por um terço do preço dos ônibus regulares e além disso, vc ainda pode conhecer pessoas massa, como aconteceu na viagem até Querétaro, em que conheci dois mexicanos e um belga super "chidos", que depois ainda tomaram uma cerveja comigo. - Para viajar para alguns pueblos, muitas vezes haverá apenas opção de colectivo (kombi ou van) ou em caso extremos haverá apenas opção de caminhão (pau de arara), como entre Laguna Miramar e Ocosingo. Às vezes a única opção de transporte regular (nos dois sentidos da palavra) pode ser também a carroceria de uma camionete, como para visitar Toniná partindo de Ocosingo. - Uma forma bastante popular de se viajar, especialmente em ou entre cidades pequenas é o táxi coletivo. São basicamente táxis que circulam meio que como vans ou ônibus pegando mais de um passageiro. Em algumas situações colocam até 5 passageiros, sendo dois na frente (sim, há um banco adaptado em cima do freio de mão 😂). - O transporte dentro da Cidade do México é muito barato! O metrô custa apenas $5. - Atual. 05/23: Para viajar entre cidades, o preço da passagem está bastante cara. Algumas viagens que fiz em 2019 custavam 3 vezes mais em 2023. Dicas para economizar: a) cheque o Bla Bla Car antes de comprar passagens de ônibus; b) nos estados de Chiapas, Campeche, Quintana Roo e Yucatán, verifique sempre se há opção de colectivo, além do ônibus (é mais desconfortável, mas às vezes muito mais em conta e com saídas mais frequentes); c) sempre quando for comprar passagem de alguma empresa do grupo ADO (OCC, AU e a própria ADO), cheque o site com ao menos 3 dias de antecedência, pois geralmente há cotas promocionais que reduzem o preço em até 40-50%; e c) ao comprar passagem em terminal rodoviário, cheque sempre se não outra empresa que faz o percurso. Se houver apenas um atendente para passar informações de várias empresas, geralmente te informará apenas o custo da viagem com horário de saída mais próximo. Geralmente há outras empresas com ônibus simples, sem banheiros, porém com poltrona confortável, que fazem o mesmo trajeto das empresas mais caras. HOSPEDAGENS - O México é um país barato para se viajar. Peguei alguns hostels de boa qualidade com preços absurdamente baratos, como $85 com café da manhã no Torantelo em San Cristóbal de las Casas ou $30 no Lucky Traveller em Tulum. 🎉 De forma geral, encontrará bons hostels entre $120 e $240 na maior parte das cidades. Atual. 05/23: As hospedagens já não são mais tão baratas. Poderá encontrar em cidades de grande ou médio porte, fora do eixo mais turístico no litoral, hospedagens com preço em torno de $150. Já no litoral da Península de Yucatan dificilmente encontrará por menos de $250. Em cidades turísticas de menor porte, espere algo em torno de $180. - Em alguns pueblos e cidades menos turísticas pode ser que não encontre hostels. Neste caso, confira o Airbnb se quiser reservar com antecedência e espere pagar a partir de $250 (atual. 05/23). ***Para fazer a sua primeira reserva pelo Airbnb, use o link abaixo, que vc ganhará desconto (e eu tbm e nós dois ficaremos felizes 😄) https://abnb.me/e/lJ7ccVuYnZ - Dica importante: caso esteja viajando em baixa temporada, sem muita preocupação com disponibilidade de hospedagens, deixe para pagar a diária do hostel a cada novo dia, sempre conferindo o preço no Booking. Podem aparecer promoções de apenas uma diárias nas hospedagens. Essa é a regra, porém quando o valor inicial já está absurdamente barato, pode ser melhor reservar logo para vários dias, com atenção a qualquer alteração nos valores das diárias para este maior período. ***Para fazer a sua reserva pelo Booking, use o link abaixo, que vc ganhará desconto (e eu tbm e nós dois ficaremos felizes 😄) https://booking.com/s/67_6/andes019 p.s.: Ao final do relato, encontrará a lista de todas as minhas hospedagens. COMIDAS E BEBIDAS - É bom ter um glossário de comidas mexicanas! Muitas coisas são bem parecidas. Às vezes só de acrescentar um item em alguma coisa, esta já recebe outro nome. - Ser vegetariano no México às vezes é um pouquinho complicado se você não está na pilha de fazer sua própria comida. - Comidas de rua e refeições em mercados (tipo os nossos mercados municipais) são bem econômicas e em geral os restaurantes chiques custam menos do que muitos restaurantes razoáveis do Brasil. - Um outro atrativo do México para mim são suas simpáticas padarias. Muitas delas vendem apenas opções de pães doces com preços geralmente super em conta! Em Orizaba, por exemplo, paguei $5 (!) por três tipos diferentes de pães doces. - Pimenta! 🌶️ Sim, os mexicanos realmente amam pimenta. Tudo o que você pede pode levar pimenta no seu preparo, até mesmo uma raspadinha de gelo ou frutas no copo. É comum também ter à disposição molhos de pimenta verde ou vermelho de preparo próprio. Caso vc não curta pimenta, relaxa que geralmente as comidas não vêm apimentadas da cozinha (exceto o "mole" ou alguns pratos típicos que são feitos à base de pimenta), mas é sempre bom perguntar. - Outra coisa interessante é que nos menus (combos de comidas), o arroz às vezes pode vir como opção de segundo prato, após a entrada (geralmente uma sopa ou caldo) e antes do prato principal. - Ah, e esqueça o tradicional arroz nos pratos. Os mexicanos muitas vezes usam as tortillas como base dos seus pratos. Às vezes quando o prato vem com arroz, eles inclusive o colocam na tortilla. hahaha - Há diversos tipos de antojitos (classe do comidas dos tacos e quesadillas). Tive dificuldade para diferenciar um de outro algumas vezes, mas tranquilo, já que os próprios mexicanos quando questionados sobre as diferenças fazem confusão. hahahaha - Em relação à bebida, o preço da cerveja é mais ou menos o mesmo do Brasil (aqui é um pouco mais barato). Uma garrafa de 1,5 L de água custa geralmente entre $9 e $14. Refrigerante eu não lembro, mas dado o alto consumo mexicano (mais do que 6x a média mundial), acho que é bem barato. - Os mexicanos também são doidos por suco! Nas ruas geralmente há várias banquinhas de suco. Na verdade, o suco lá geralmente é feito com fruta em infusão durante um bom tempo e se chama "agua (de sabor)". Já os sucos de pura fruta, sem adição de água, que são chamados de "jugo". - Outra coisa que os mexicanos amam é tamarindo. Há inclusive um preparo tipo uma calda muito popular à base de tamarindo e pimenta, chamado "chamoy", que eles usam em diversos alimentos. Os doces feitos com a fruta, especialmente os picantes, são deliciosos! 🤤 - Paleta! Sim, o termo "paleta" não é invenção de empreendedor brasileiro. Os picolés mexicanos realmente se chamam "paletas". Os de fruta são deliciosos! Mesmo aqueles baratinhos de carrinhos de rua são super saborosos. Eu costumava curtir mais as paletas de fruta (especialmente as com pimenta) do que os sorvetes ("helado" se for à base de leite ou "nieve" se for à base de água). Bem acho que é isso... segue aí uma listinha de coisas que comi ou bebi com um breve comentário (na lista foram acrescentados itens consumidos na viagem entre fev. e abril de 2023): - Arroz a la tumbada: meio que uma canja com peixe, marisco, camarões e caranguejo. Muito boa! Típica de Veracruz. - Bocoles: tortilhas de milho pequenas recheadas. - Camote: doce de batata doce vendido em Puebla. - Campechana: espécie de ceviche com os mariscos, peixe e camarões cozidos antes de fazer o preparado. - Capirotada: pão frito com frutas secas e coco, banhado em rapadura. Delicioso demais! - Cemita poblana: pão tipo "brioche" (desses com gergelim usados para sanduíches). Também é o nome do sanduíche em si, muito popular em Puebla, o qual leva carne de porco, queijo, abacate e pode levar pimenta. É bom, mas é só um sanduíche em torno do qual o povo local cria todo um "hype". - Chalupas: massa de milho frita recoberta depois com um molho e ingredientes a gosto. Parece com salbute. - Chamoyada: raspadinha de gelo com pimenta. Pode ser também sorvete com chamoy (molho citado mais acima) e miguelito (espécie de açúcar apimentado). - Champola: sorvete com leite, canela e baunilha. Não curti porque o sabor do leite sobressai demais e a baunilha não aparece. - Chapulines: grilos fritos. É gostoso, mas o sabor é forte e enjoativo. - Chicatanas: formigas fritas. Curto demais! - Cochinita pibil: carne de porco cozida por mais 12h, que fica desfiada e bastante suculenta. Comum em Yucatan. - Corundas: parecem as nossas pamonhas de sal, só que pequenas e de formato triangular. Típica de Morelia. - Elotes e esquites - milho com limão, pimenta, maionese e queijo. Esquites é a versão com o milho no copo. Delícia demais! - Enchilladas: tortilla enrolada com algum recheio e coberta com molho de pimenta ou tomate. - Enfrijoladas: tortillas cobertas e recheadas com feijão amassado. - Flor de calabaza: flor de abóbora refogada. É bem gostosa e geralmente é servida em tortillas. - Gaspacho: salada de frutas com molho de pimenta, miguelito, suco de laranja e de limão e queijo ralado. Estranhamente muito gostosa! Típica de Morélia. - Gordita: tem a versão de nata, que é tipo um pãozinho doce feito à base de nata e que pode ser recheado com geleias, doce de leite ou nutella; e tem a versão salgada, que é massa de milho frita e recheada. Ambas eu achei bem gostosas. - Habas: favas grandes salgadas, vende-se em lugares que tbm vendem amendoim. - Huaraches e sopes: para mim são iguais, mas têm um formato diferente. Tortilla de milho, com feijão, alface e queijo. - Huazontle: empanado recheado com queijo feito com uma folha fibrosa (o próprio huazontle) que se parece brócolis . Não curti muito! - Huitlacoches: fungo que dá no agave. Uma delícia nas tortillas. - Itacate: antojito feito com tortilla de milho super delicioso. Encontrei apenas no mercado de Tepoztlan. - Memela: massa de milho frita coberta com feijão e molho verde ou vermelho. O que eu comi perto do Balneario Axocopan em Atlixco foi o antojito mais gostoso de toda a viagem. - Molletes: pão com queijo, tomate, alface, que lembra uma bruschetta. - Molote: tipo de antojito frito parecido com quesadilla. Gostoso! - Nopales: folha de palma mto negligenciada aqui no Brasil, mas super populares no México. São servidas em antojitos ou em pratos. Eu adoro! - Palanqueta: parecem barrinhas de cereais feitas com semente de amaranto. Eu acho gostosas. - Pan de espelon: tamal com feijão preto e lomitos (carne assada). Muitooo bom! Popular em Yucatan. - Pan de pulque: é um dos melhores pães doces que comerá na vida! Popular em Saltillo. - Panucho: taco com feijão colado frito em óleo de banha de porco. Leva em cima alface, tomate e abacate no caso do pedido sem carne de porco. Bem gostoso! Popular em Yucatan. - Papadzules: parecem panquecas recheadas com ovo duro e com molho de tomate por cima. Não curti muito! Popular em Yucatan. - Pipián: molho a base de semente de abóbora. Popular em Cuetzalan. - Polcanes: espécies de bolinhos de milho fritos recheados com carne de porco desfiada. Não curti! Popular em Yucatan. - Pozole: sopa geralmente feita com carne e milho branco grande. Em Cancún, comi um de camarão. - Relleno negro: parece um caldo feito com carne de perú, com tomate, feijão adocicado, salsa e queijo. Sabor forte. Muito gostoso! Popular em Yucatan. - Salbute: parece o panucho, mas não se coloca o feijão na hora de fritar. - Sopa de lima: sopa rala de frango, com tomate, cheiro verde e lima. - Tamal chachacua: tamal feito enterrado em chão com pedras quentes, geralmente recheado com carne de porco e frango. Muito bom! Popular em Yucatan. - Tamal de macalun: com hoja santa, semente de abóbora. Muitooo, muito bom! Popular em Yucatan. - Tamal vaporcito: feito no vapor. Gostoso.Popular em Yucatan. - Tlacoyos de requesón: um dos antojitos mais gostosos que comi. São encontrados na Cidade do México. - Tlaxcalli: antojito feito com massa de milho e mais 21 ervas acompanhado de diferentes opções de cobertura como carne, queijo e cogumelos. Um dos antojitos mais deliciosos! - Tlayuda: massa de milho verde frita com cobertura de feijão e outras coisas que são vendidas nas ruas de Cidade do México. Essa eu achei ruim. Já a tlayuda de Oaxaca são gostosas, parecem tortillas grandes dobradas e recheadas com feijão, alface, abacate, tomate e queijo (e carne). - Torta ahogada: sanduíche de frango ou carne de porco picada feito com um pão similar ao pão de sal (pão francês ou outro nome dependendo do local do Brasil) banhado em molho de tomate e salpicado com cebola picada. Não gostei muito já que o pão fica muito esponjoso e desmonta fácil. Típica de Guadalajara. - Uchepo: parece a nossa pamonha de doce, porém tem um formato cilíndrico. Típica de Morelia. - Volovan: uma espécie de pastel/empanada folheada bem gostosa. - Zacahuil: tamal gigante recheado com muita carne de porco. Vem acompanhado com cenoura e conserva de cuerito (couro de carne de pouco em conserva...isso não é bom, não! hehehe). Frutas: - Huaya: frutinha verde que parece pitomba, também conhecida como mamomcillo - Mamey: fruta grande cujo sabor lembra um pouquinho o de mamão. Achei deliciosa - Nanche: murici - Tuna: fruta do cactus que eu não curti Bebidas: - Atole - bebida feita a base de milho; a de cacahuate (amendoim) é uma delícia. - Lechuguilla: bebida de agave fermentada, que lembra um pouco o hidromel. É vendida em pacotinhos e é típica do estado de Jalisco. Não curti! - Pozol: é uma bebida de milho com cacau parecida com o tascalate. É gostosa, mas é enjoativa. Há também a versão branca, com coco, que não achei gostosa. Popular nos estados de Chiapas e encontrada também em Quintana Roo e Yucatan. - Pulque: bebida alcoolica meio azeda feita a partir da fermentação do agave. Eu gostei da versão com fruta. - Rusas: bebida de água gaseificada ou refri de limão ou sangria com limão, pimenta e sal. É uma delícia! - Tascalate é uma bebida de chocolate feita a partir de uma mistura de milho torrado, chocolate, pinhão moído, achiote, baunilha e açúcar. Bem gostosa, mas o gosto é forte e enjoativo. Popular em Chiapas. - Tejuíno: bebida de milho fermentada em que se agrega limão, sal, açúcar e, em alguns locais, sorvete de limão. Super deliciosa! Típica de Guadalajara. - Tepache: bebida fermentada geralmente de abacaxi. Eu gosto, mas não é um sabor agradável para todos. - Tuba: bebida fermentada de seiva de palma. Te um sabor agridoce forte. Não curti! - Yolixpa: bebida alcoólica indígena a base de 23 ervas vendida em Cuetzalan. Achei super gostosa! ROTEIRO DIA 1) BRASÍLIA - CIDADE DO MÉXICO De antemão, já deixo registrado que a Cidade do México é incrível, com diversas atrações interessantes. Se possível reserve ao menos uma semana para curtir a cidade. Ah, e se liga em duas coisas importantes: a) muito atrativos da Cidade do México (e de outras cidades) são fechados na segunda-feira; e b) a entrada em muitos museus é gratuita aos domingos. Bem, agora vamos ao relato. Comecei bem a viagem: sendo parado na imigração. Deve ter sido pq a atendente na triagem inicial me fez uma pergunta em espanhol rapidamente e eu não entendi, para não dizer que tenho cara de gringo querendo migrar para os EUA ou de narcotraficante árabe (e olha que minha barba tava curta). Fiquei um tempo aguardando e depois o funcionário que me atendeu fez uma chuva de perguntas: quanto tempo ia ficar, quanto dinheiro tinha, se já tinha viajado para outros países, qual meu emprego e salário, se tinha outro passaporte (estava com um novinho), se tinha visto pros EUA (perguntou duas vezes), quais minhas intenções no México, se conhecia alguém no país. Uma penca de perguntas. Acho que consegui me desvencilhar da encheção principalmente depois de mostrar o meu roteiro e a passagem de volta de Mérida a Cidade do México e depois para Brasília. Dicas para se dar bem na imigração: tenha seu passaporte antigo em mãos, passagem de volta impressa, tenha uma quantia considerável de dinheiro e se for empregado, leve o seu contracheque. Depois de uma hora e meia na migração, peguei minha mochila, fui ao terminal 1, troquei os meus dólares e euros (ver tópico câmbio mais acima) e peguei o metrô rumo ao hostel (relação das hospedagens ao final do relato). O metrô fica praticamente contíguo ao terminal 1, basta sair na porta mais à esquerda (olhando para a rua) e andar uns 200 m. Esse foi um dia basicamente de uma volta no Zócalo e conhecer a grandiosa catedral e de fazer o reconhecimento do centro histórico, caminhando meio que sem propósito até chegar na Plaza Garibaldi (praça que reúne vários barzinho e onde se concentram vários grupos de mariachis). O Zocálo citado por si só já é uma grande atração. É comum ver apresentações de grupos de dança mexica, jogo de pelota e nos finais de semana há uma movimentação louca de gente com vários vendedores e pessoas com trajes indígenas benzendo e defumando quem tiver interesse. DIA 2) CIDADE DO MÉXICO Dia de caminhar para caramba (bem uns 17 km)! Primeiro fui de metrô até a Universidade Nacional do México - UNAM, onde visitei primeiramente o Museo Universitário de Arte Contemporáneo. Lá estava rolando uma exposição do Ai Weiwei, que fazia um paralelo entre a destruição de patrimônio histórico chinês e o assassinato em massa de estudantes mexicanos em Iguala em 2014 promovido por cartéis em parceria com forças paramilitares e polícias. Pesado! Em seguida peguei um ônibus gratuito interno no campus com destino à Reitoria e à Biblioteca (com direito a pulinho no MUCA - Museo Universitario de Ciencia y Arte...vale a pena se tiver com tempo sobrando). Depois segui caminhando até o Museo Soumaya Plaza Loreto. Após a visita segui até o Museo El Carmen, passando no caminho pelo Mercado Melchor Musquiz (recomendo demais todo esse trajeto a pé). Depois iniciei o que seria um trajeto super agradável pela região de Coyoacán, com belas ruas e praças. Primeiro fui ao parque Viveros (dispensável no roteiro), passando pela charmosa Fonoteca Nacional, e segui até a movimentada e agradável praça da Igreja San Juan Baptista (adorei o clima desta parte da Cidade do México e recomendo demais ir no final da tarde!). Por fim, fui no ótimo Museu Nacional de Culturas Populares e dei um rolê no bairro caminhando até a entrada do Museu da Frida. Nesta última parte do trajeto, há várias barraquinhas de comida para matar a fome. - Museu Universitário de Arte Contemporáneo: museu com excelente estrutura com exposições temporárias interessante (como a do Ai Weiwei). Entrada $40 - quinta-feira a sábado e $20 quarta e domingo. Segunda e terça não abre. - Reitoria e Biblioteca da UNAM: possuem lindos e grandiosos painéis dedicados à cultura mexicana. São tantas informações nestes painéis que há algumas visitas guiadas para apresentá-los. - Museo Soumaya Plaza Loreto: (atenção que já mais de um Soumaya!) o museu está inserido em um complexo com diversos restaurantes e em que frequentemente há apresentações de música e feiras temáticas. O museu em si têm uma coleção de peças artísticas de calendário, exposição sobre 100 anos da Constituição mexicana, pinturas do séc XVII e XIX e alguns artefatos da história da fotografia no país. Particularmente, achei legalzinho, mas acho que é dispensável. Entrada gratuita. - Museo El Carmen: antigo convento que abriga algumas múmias. Visita interessante! Entrada $60. - Fonoteca Nacional: local charmoso e agradável para quem está de bobeira, com tempo de sobra. Entrada gratuita. - Museu Nacional de Culturas Populares: grande museu com boa coleção e ótimas exposições temporárias. Curti demais! DIA 3) CIDADE DO MÉXICO Dia de rolê por atrações no Centro Histórico. - Templo Mayor: o coração da sociedade mexica (erroneamente chamada de "asteca") de Tenochtitlan, que continha em seu centro uma grande pirâmide de mais de 40 m de altura dedicada às cerimônias com sacrifícios humanos. A visita ao Templo Mayor contempla um museu incrível com diversos artefatos mexicas. Entrada $75. - Palácio Nacional: com belo interior e 10 painéis de Diego Rivera. Vale a pena fazer a visita guiada passando pelos painéis. Entrada gratuita - Museu Nacional de Arte do México: belo prédio com uma grande coleção de artistas dos séculos XVIII e XIV (para mim, é o tipo de arte que depois de uma tempo cansa, mas vale a pena a visita). Entrada $60. - - Torre Latinoamericana: na década de 50 esteve entre um dos 50 prédios mais altos do mundo. Tem uma incrível vista panorâmica e um museu legalzinho com a história de algumas estátuas espalhadas na cidade. Entrada $110 (cara demais!) DIA 4) CIDADE DO MÉXICO Mais um dia de rolê na parte central da Cidade do México. Segue abaixo a relação dos locais visitados e como não teria mais tempo depois para conhecer outros atrativos nessa parte central, fica o registro de ainda faltou conhecer a Secretaria de Educação, que tem vários painéis de Diego Rivera; o grandioso Museo Memoria y Tolerância; Museu de la Ciudad de Mexico, Museo de Las Culturas e vários outros museus na região. - Palácio Postal: do ladinho do Museu de Bellas Artes. Acaba passando batido na visita de muita gente, mas é um prédio com um interior maravilhoso. - Museu de Bellas Artes: incrível tanto por fora pela sua grandiosidade arquitetônica quanto por dentro, com exposições temporárias maravilhosas e os painéis de Diego Rivera, Rufino Tamayo, David Alfaro Siqueiros, e José Clemente Orozco. Entrada $70. - Museu Painel Diego Rivera: abriga um grande painel do artista, com placas informativas sobre o que representa cada figura exposta. Entrada $35. VID_20190505_135126.mp4 - Teatro de la Ciudad Esperanza Iris: teatro lindo em que eu pude ver uma bela apresentação de marimbas do Mario Nadayapa Quartet e convidados (a quarta postagem no Instagram é sobre este rolê especial). DIA 5) CIDADE DO MÉXICO/TEOTIHUACÁN Dia longo iniciado dividido em três partes: 1) visita a Tlatelolco/Praça de las Tres Culturas e em seguida caminhada pelo interessante bairro onde se situa o sítio até a estação de metrô Tlatelolco; 2) deslocamento até Teotihuacán e visita de todo o sítio arqueológico; e 3) retorno à Cidade do México com visita à Biblioteca Vasconcelos, Kiosko Morisco e uma cervejinha artesanal boa no barzinho Estanquillo El 32. Parte 1) Tlatelolco/Praça de las Tres Culturas: Tlatelolco foi um importante centro da civilização mexica, onde se desenvolveu um rico comércio e relações de intercâmbio com Tenochtitlan. Atualmente assim como o Templo Mayor, possui apenas vestígios, como corredores e bases das pirâmides, que testemunharam a destruição espanhola, aqui representada pelo convento franciscano (erguido em 1537) e Templo de Santiago Apostol (1609). A terceira cultura representada seria a do México contemporâneo, com construções como a da Secretaria de Relações Exteriores, que atualmente abriga um museu em memória aos estudantes que foram massacrados pelo Estado mexicano na praça durante uma manifestação em 1968 (até hoje não se sabe o número exato de mortos, girando entre 300 e 400). Parte 2) Teotihuacán: destino básico em qualquer viagem à Cidade do México. Fica a aproximadamente 1h30 de ônibus da Cidade do México, mais exatamente da estação de ônibus Autobuses del Norte. Não há a menor necessidade de ir em tour para esse sítio arqueológico. Basta pegar um metrô até a referida estação e depois comprar a passagem na loja da empresa Teotihuacán, que fica no final do lado esquerdo . A passagem custa $104 pesos ida e volta e ônibus sai a cada meia hora mais ou menos. Teotihuacán começou a ser desenvolvida aproximadamente a 200 a.C. Teve o seu apogeu entre os séculos II e VI, chegando a ter aproximadamente 175 mil habitantes. Depois entrou em declínio e por volta de 750, a sua estrutura social já havia sido extinta. O nome Teotihuacán na verdade foi dado pelos mexicas, séculos depois do seu declínio. Ainda não se sabe qual o nome original da civilização, que construiu o complexo de pirâmides, entre as quais se destacam a enorme Piramide del Sol, com 65 m de altura, e a Piramide de la Luna, geralmente visitadas por todas as pessoas. Porém o Templo Quetzacoatl, situado no sentido oposto da Piramide de la Luna na desembocadura na Calzada de los Muertos, também é uma visita fundamental pela sua riqueza arquitetônica (foto abaixo com esculturas nas pirâmides). Dica para conhecer bem o sítio: recomendo ir com pelo menos 3h livres para fazer todo o trajeto. Leve muita água, chapéu e não economize no protetor solar porque o sol lá é de rachar. E por último: as lojinhas de lá vendem coisas mais ou menos pelo mesmo preço de mercados da Cidade do México. Parte 3) - Biblioteca Vasconcelos, uma biblioteca pública em que qualquer pessoa, inclusive estrangeiros, pode pegar livros emprestados para consulta local e pessoas registradas podem fazer empréstimos por 21 dias. A biblioteca é enorme e sua arquitetura é arrojada. Foi criada em 2006, conta com mais de 575 mil livros e é uma das mais frequentadas da América Latina. - Kiosko Morisco, que fica no agradável e charmoso bairro de Santa Maria de la Ribera. É uma construção bem bonita em ferro e madeira desmontável, que foi criada em 1884 para uma exposição internacional em New Orleans. O Kiosko fica bastante cheio no final da tarde, quando muitas pessoas o frequentam para dançar, praticar atividade física ou relaxar. O caminho da estação de metrô até a biblioteca pela rua Mosqueta é um atrativo à parte com os seus prédios grafitados. E quem curte cerveja artesanal, recomendo ir num barzinho que se chama Estanquillo El 32, que fica perto do Kiosko. Super recomendo pelo atendimento (troquei várias ideias com o dono), pelo ambiente acolhedor e pela diversidade de cervejas! DIA 6) CIDADE DO MÉXICO Dia de rolê em Chapultepec. A região é meio que um grande parque e reúne algumas das melhores atrações da Cidade do México, entre elas a mais incrível para mim: o Museu de Antropologia. Se vc estiver hospedado perto do Zócalo, vale a pena ir caminhando pelo Paseo de la Reforma até a região, curtindo os prédios modernos ao longo da avenida. Seguem os atrativos visitados: - Museu de Antropologia: puta que pariu que museu sinistro! O museu mais incrível que já visitei na vida. Logo na entrada, vc dá de cara com um guarda-chuva lindo (foto 4),mas, apesar da arquitetura imponente, o grande destaque está na sua coleção distribuída ao longo de 53 salas. Diversos artefatos de diferentes culturas pré-hispânicas com destaque para o calendário asteca, que na verdade não é um calendário e é melhor chamar aquele povo de "mexica". Toda essa coleção se encontra no térreo e nas salas no subsolo. Há ainda um primeiro andar dedicado aos povos indígenas atuais. Eu cheguei às 16h30, peguei a explicação da guia do museu e acabou que tive só 1h30 para percorrer tudo por conta própria. Claro que faltou um monte de coisas e o primeiro andar eu basicamente ignorei por falta de tempo. Dá para ficar um dia todo facilmente no museu. Entrada 10h às 19h, $75. - Castelo/Museu Nacional de História: um belo castelo, construído entre os anos 1778 a 1788. Tem uma coleção sobre a história da Nova Espanha e muitos quartos abertos para visitação, além de um belo jardim e uma vista incrível do Paseo de la Reforma. Entrada 9h às 17h, $75. - Museu de Arte Moderna: ótimo museu com esculturas na parte externa e três alas internas, uma dedicada a uma exposição temporária, outro para artistas modernos e a última dedicada aos grandes nomes da arte do México, como María Izquierdo, Orozco, Diego Rivera, Frida e outros. Tem visita guiada às 12h e 13h. Vale muito a pena! Entrada de 10h às 17h, $75. Muitas coisas?! Pois é, ainda faltou conhecer na área: Museu de História Natural, Museu Tamayo e quatro centro culturais. E depois de tudo isso ainda curti uma luta-livre à noite no Arena México. A arena tem uma putaaa estrutura e eu achei massa a experiência de assistir à luta. Para mim é basicamente mim é uma dança acrobática, muito bem ensaiada de caras fortes (espero que os fãs do esporte não leiam isso hahaha). Os mexicanos deliram com as lutas, tanto que são até transmitidas na TV para o grande público. Confira os ingressos em site de venda, pois eu acho que sai mais em conta do que pagar na hora. A cadeira que peguei custou $140 na hora (era a segunda categoria mais barata). DIA 7) CIDADE DO MÉXICO/TEPOTZOTLAN A cidade é um pueblo mágico com várias construções antigas em cor ocre e vermelho. Fica a quase 40 km da estação de metrô Autobuses del Norte na Cidade do México. Para chegar lá é fácil: pegue um metrô até a referida estação e depois pegue um ônibus (camion) da empresa Autora na plataforma (andén) D lado norte. Acho que saí a cada 30 min . Apesar da cidade ser próxima, as condições de trânsito fazem com que a viagem dure mais de 1h. Passagem: $20 O ônibus vai te deixar bem no centro da cidade. Ali está a sua maior atração: o Museu del Virreinato. Logo mais eu falarei dele. Antes vou explicar o que é um pueblo mágico, já que isso aparecerá várias vezes por aqui. Pueblo mágico é uma cidade credenciada pela Secretaria de Turismo, que oferece aos visitantes uma experiência mágica, devido ao seu folclore, culinária, patrimônio arquitetônico e artístico, relevância histórica e hospitalidade. Atualmente são 83 pueblos mágicos registrados no país. Dito isso, vamos às atrações: - Arcos del Sítio (Acuedutos de Xalpa): a 30 km do centro da cidade fica o incrível aqueduto formado por um conjunto de arcos 43 arcos, 61 m de altura e 438 m de comprimento que teve sua construção iniciada no séc XVII e finalizado apenas em 1854. Foi considerada a maior obra do tipo na época. É possível ir de táxi ($150 a 250) ou ônibus ($16). Optei por esta opção. Vi em fóruns que só havia uma opção de ônibus até lá, o com destino a San José Piedra Gorda, com apenas 3 horários de saída ( 8h, 12h, 16h). Lá descobri que havia outra opção com destino a Cabanas Dolores, mas com parada mais longe (20 min de caminhada). Acabou que eu peguei o San José já às 13h. Demorou 1h para chegar lá por conta da estrada. Chegando perguntei ao motorista quando haveria um para voltar e ele me disse que em 40 min. Me programei para voltar neste tempo, para não correr riscos. - Museu del Virreinato: caramba, que museu em um dos complexos religiosos mais incríveis que já visitei na minha vida. Abrange o antigo Colégio Franciscano San Francisco Javier, com construção iniciada em 1580, e a incrível igreja anexa. Considere 2h pelo menos para a visita porque são várias salas com esculturas, pinturas e fachadas de tirar o folego. Por fim, recomendo almoço no mercado perto da praça central. DIA EL TAJÍN E PAPANTLA Esse foi um dia de rolezão enorme. Primeiro acordar cedinho para estar no metrô às 5h e tentar pegar o ônibus com destino a Poza Rica de 6h para uma viagenzinha de 5h de duração. Depois pegar outro ônibus até El Tajín (40 min). El Tajín é um sítio arqueológico que tem como pirâmide de maior destaque a Pirâmide dos Nichos. Acredita-se que começou a ser construída no século I e que foi ocupada até o século XIII, tendo seu apogeu entre os anos 800 e 1100. Foi a capital do povo totonaca. Possui um grande número de campos para o jogo da pelota, 17 no total. Acredita-se que tinham importante função na estabilidade social. A entrada custa $75 e o passeio completo pelo complexo Duran entre 1h30 e 2h. Na frente do sítio tem uma apresentação da Danza de los Voladores (vídeo), que surgiu na região como uma cerimônia relacionada no início da primavera para garantir uma boa colheita. Consiste em uma marcha dos dançarinos até o mastro, depois uma série de movimentos em torno dele ao som de flauta e tambor e depois sobem e fazem mais uns movimentos antes de se arremessaram para executar 13 voltas em torno do mastro. Eu peguei só um pedacinho da apresentação, que tem cerca de 25 min de duração total, mas não liguei muito para isso, pois depois veria a apresentação em Papantla, onde se localiza o maior mastro para a dança do México (37m de altura). Fui para Papantla em um táxi coletivo ($20). A cidade tem um centro movimentado no qual se destaca a sua igreja e ao fundo o Momento al Volador. Acabou que eu não consegui assistir à dança porque aconteceria apenas às 17h e eu tinha que pegar um táxi coletivo a Poza Rica e em seguida um ônibus às 18h com destino a Pachuca, onde me hospedaria para visitar Huasca de Ocampo e Mineral del Monte. Nesta viagem a Pachuca, tive uma grata surpresa com a bela paisagem montanhosa ao longo do caminho. DIA 9) HUASCA DE OCAMPO E MINERAL DEL MONTE Huasca de Ocampo e Real del Monte (ou Mineral del Monte) são dois charmosos pueblos mágicos próximos de Pachuca, uma cidade de porte médio no estado de Hidalgo a aproximadamente 90 km da cidade do México. Para chegar em ambas as cidades, basta pegar uma van em Pachuca no mercado Benito Juarez. Fui primeiro a Huasca (50 min de viagem e passagem a $29). Ao chegar na última parada (Hacienda San Miguel Regla), eu e outras duas passageiras negociamos com o motorista para nos deixar nas Prismas Basalticas por $20 a mais. As Primas são consideradas uma das 13 maravilhas naturais do México. É um conjunto de colunas de basalto com até 40 m formadas pelo resfriamento da lava vulcânica em contato com a água. Realmente a formação em si é fantástica, mas PQP quantas intervenções artificiais no local! Restaurante na beira do leito do rio, leito pavimentado até a cascata e o pior: a própria cascata é formada por água canalizada! Difícil de saber como ela era no passado. Tudo isso acaba tirando em muito a sua beleza. Beta para não pagar absurdos $100 de entrada nas Prismas: caminhe pela calçada na rua lateral aos Prismas. Uma hora o muro vai ficar mais baixo e vai ter uma janela onde se pode observar as cachoeiras. O único problema é que assim vc não terá a vista da Hacienda Santa Maria Regla de cima como na foto abaixo. A 600 m das Primas, está a Hacienda Santa María Regla, para mim o ponto alto de Huasca. A Hacienda, que atualmente é um hotel, no século XVIII foi dedicada ao beneficiamento de ouro e prata e foi um das haciendas mais imponentes do mundo. É um lugar incrível, com um bela capela e uma série de túneis, salões e quartos que serviram para diferentes propósitos no passado. Conta ainda com uma bela cachoeira formada pela desembocadura do mesmo rio que forma as Prismas Basálticas. Reserve pelo menos 2h para percorrer todos os seus túneis e ir até a cachoeira. Entrada $85. Acho que vale a pena contratar um guia (não fiz isso e fiquei muito perdido). Outro local destaque é a Hacienda San Miguel Regla. Assim como a anterior, hoje tbm é um hotel. Já está bastante descaracterizada, mas a visita ainda vale pela bela estrutura na orla do lago. Entrada $50, passeio de 50 min. Depois de conhecer esses locais, fui curtir o centro de Huasca. Em seguida peguei uma van até Real del Monte. Real del Monte é uma cidadezinha simpática, muito visitada por turistas mexicanos. Tem um centrinho legal e muitas lanchonetes de pastes (espécie de pastel de forno delicioso). Recomendo não deixar de comê-los na visita à cidade. Recomendo também conhecer a Cerveceria La Viscaina e tomar um dos seus chopps artesanais e trocar uma boa ideia com o seu dono super gente boa. Pude conferir que há van de volta de Mineral a Pachuca pelo menos até 21h (passagem a $11,50). DIA 10) BERNAL E QUERÉTARO Cheguei na rodoviária de Querétaro e já fui direto a Bernal. Para ir ao pueblo, basta pegar ônibus da Coordenados no edifício B da rodoviária (preço $49) com saída a toda hora. Na volta, o ônibus sai de hora em hora com último às 18h ($51). O pueblo mágico de Bernal é bem bonitinho e tem como sua maior atração a Peña de Bernal, um monolito de 433 m de altura, um dos mais altos do mundo, considerado uma das 13 maravilhas naturais do México (mais uma!). É possível subir até próximo do topo da Peña, sem equipamentos de escalada. A subida é um pouco cansativa e inclinada em algumas partes, tendo uma duração de 40 min a 1 hora. Depois de conhecer Bernal, retornei a Querétaro (detalhes da cidade no próximo tópico). DIA 11) QUERÉTARO Querétaro (Santiago de Querétaro) é a capital do estado de mesmo nome. É uma cidade de médio porte (mais de 700 mil habitantes), localizada a 180 km da Cidade do México. Possui um centro histórico lindo e vibrante (pelo menos nos finais de semana), que foi decretado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1996. Os melhores rolês na cidade são: a) andar pelas suas ruas, algumas delas exclusivas para pedestres, apreciando as fachadas dos edifícios e as belas praças; b) entrar em cada uma das suas igrejas, com destaque para o templo de Santa Rosa de Viterbo e Templo de la Merced, o qual se destaca pelo seu belo interior; e c) ir até o mirador do aqueduto para apreciar essa grande obra arquitetônica. Fui tbm em três museus na cidade. O primeiro deles, o MACØ (Museu de Arte Contemporânea), tem uma coleção legal que eu curti bastante (entrada gratuita). O segundo foi a Casa de la Zacatecana, que é simples, mas é legal para ver como eram as casas da elite do século XVIII (entrada $45). O terceiro foi o Museo Regional de Querétaro, que eu esperava mais da sua coleção, mas é interessante pela sua arquitetura, com pátios com fontes e chafarizes, e pelo seu histórico de ocupações com diferentes propósitos (entrada $60). DIA 12) JALPAN E XILITLA Dia de sair de Querétaro e ir até Ciudad Valles, passando por Jalpan e Xilita. Primeiro peguei um ônibus econômico da empresa Vencedor até Jalpan ($270, enquanto nas outras empresas era $400). O caminho é feito por estradas sinuosas, passando por barrancos profundos e paisagens da Sierra Gorda de tirar o fôlego. Jalpan, seria a princípio apenas um local de passagem, mas depois de ver uma bela reprodução da fachada da sua igreja, Misión de Jalpan, no Museu Regional de Querétaro, me deu uma grande vontade de conhecê-la. A igreja, construída por franciscanos entre os anos 1751 e 1758, realmente tem uma fachada barroca linda em que está representada a busca pela fé. O seu interior ao contrário é bastante simples. Para conhecê-la, desça do ônibus na parada perto do centro. Depois da igreja, peguei um táxi colectivo até o terminal, onde peguei um ônibus da Vencedor até Xilitla (2h de viagem). A cidade marca o início das minhas andanças pela Huasteca Potosina, uma região com várias cachoeiras lindas, dolinas profundas e cavernas. O meu interesse na cidade era apenas conhecer o Castelo Surrealista de Edward James (Las Pozas), um lugar com umas esculturas surreais (óbvio!) imersas na mata, escadas sem fim e ainda uma cachoeira lindíssima. Edward era poeta, artista plástico e foi mecenas de Salvador Dali e René Magritte. Conheceu Xilitla em 1945 e a partir de 1947 começou a criar orquídeas na propriedade que adquiriu. Depois de uma forte geada, em que perdeu toda sua plantação, decidiu começar a construir o castelo em 1962. Em 1984, ele faleceu, deixando a obra inconclusa. O Castelo é interessante, mas vou ser sincero que não correspondeu às minhas expectativas. Fiquei muito incomodado com as faixas coloridas bloqueando acesso, com os funcionários de colete no meio das esculturas e também fiquei um pouco frustrado com muitas das esculturas em si e com o excesso de pavimentação na parte mais natural. Acabei gostando mais da cachoeira do que das esculturas em si. O valor de entrada é $100 e o passeio dura pelo menos 1h40. Por fim, peguei um ônibus até Ciudad Valles ($143, 2h de viagem), a cidade que serviria de base para os meus passeio pela Huasteca Potosina. DIA 13) HUASTECA POTOSINA A Huasteca Potosina é a parte da região da Huasteca no estado de San Luis Potosí. Abrange 20 municípios. Já citei ela aqui quando falei do Castelo Surrealista. É uma região cheia de cachoeiras, cavernas, nascentes de rios de águas cristalinas e sótanos (dolinas - buracos profundos formados com o colapso da parte superficial do relevo). A melhor forma de conhecer a Huasteca Potosina é com carro próprio, pulando de cidade em cidade. Caso não possa alugar um, o melhor é se hospedar em Ciudad Valles e usar a cidade como base de apoio para os passeios. Muitos deles podem ser feitos sem agência. Como é o caso de todos abaixo, exceto Minas Viejas. No primeiro dia fui para o município de Tamasopo de ônibus ($128 ida e volta com a empresa Vencedor, 1h30 de viagem), onde conheci Puente de Dios e Cascadas de Tamasopo. Puente de Dios tem um poço lindo no qual desembocam cachoeiras e uma pequena gruta de água azul-turquesa. Para chegar lá, o táxi cobra $70 ou pode-se tentar uma carona. Já as Cascadas Tamasopo são duas cachoeiras: uma com uma grande parede e várias quedas d'água e outra mais simples, mas com um belo poço onde rola de fazer pêndulo ou saltar de trampolins. São bem bonitas e de fácil acesso a partir da cidade, mas tem uma intervenção humana pesada, com muita pavimentação, barragens e piscinas artificiais. VID_20190514_174348.mp4 DIA 14) HUASTECA POTOSINA Dia de conhecer conhecer Minas Viejas e Cascada El Meco de carona com amigos que fiz no hostel. Minas Viejas é bem afastada e não sei como seria o acesso por conta própria. É um complexo lindão de cachoeiras com bons poços para tomar banho. Já El Meco é uma cachoeira enorme, maravilhosa (!!!), em cidade (El Naranjo) acessível por transporte coletivo. No local há três opções de passeio: um de lancha até a base da cachoeira, outro que envolve saltar as cachoeiras acima do El Meco e outra que é um trekking até El Salto (um conjunto de poços acima no rio). Acabei optando pelos saltos de cachoeira, que foi bem legal e bonito, mas talvez eu recomendaria mais o passeio de lancha. Atenção: o último ônibus da cidade volta às 19h para Ciudad Valles. Acabei o perdendo, mas por sorte encontrei com duas amigas que conheci no dia anterior em Tamasopo e pude aproveitar uma carona de volta. DIA 15) HUASTECA POTOSINA E LAGUNA DE LA MEDIA LUNA No período da manhã, fui na Cascada de Los Micos, que fica pertinho de Ciudad Valles e é possível ir de táxi coletivo até lá ($30). Tem uma entrada paga, mas não é preciso desembolsar nada para conhecê-la. Basta descer por umas escadas que ficam no estacionamento onde o táxi te deixará e que cruzar a pista por baixo. Ao descer, vc verá a sequência de cachoeiras a partir de baixo. Depois volte pra pista e ande cerca de 700m até uma pequena central hidrelétrica. Logo depois da sua entrada de acesso, há umas escadas em que vc poderá descer e curtir a paisagem lindona mostrada em fotos abaixo. Foi um lugar que eu curti demais por ser mais natural e sem muitas intervenções como nos demais. Depois de curtir a Huasteca, peguei um ônibus até Rio Verde. O meu objetivo era conhecer a Laguna de la Media Luna, a cerca de 14 km da cidade. Para chegar lá, peguei um táxi colectivo até El Refugio ($14) e depois fui caminhando pela estrada rumo ao atrativo, pedindo caronas. Acabei andando bastante, mas consegui caronas em dois trechos, que me auxiliaram bastante a chegar no destino antes do anoitecer. A Laguna é bonita e tem uma série de canais onde se pode tomar banho em uma água de temperatura agradável. Porém a ocupação é muito intensa. Fui numa quinta e tinham muitas famílias acampando e fazendo churrasco lá, o que por um lado é legal pq mostra que os mexicanos curtem esses programas, mas por outro lado é ruim, pois significa lugares cheios. Passei a noite lá, acampado em uma barraca que aluguei no local ($170 com colchão). A infraestrutura de banheiros não é das melhores, com apenas uma pia, e vi apenas um local para lavar louça (disponibilidade de água potável e para este tipo de atividade é um ponto negativo no México de forma geral). DIA 16) ESTACIÓN DE CATORCE Curti parte da manhã no laguna e depois fui para estrada para tentar um carona com destino a estação de ônibus de Rio Verde para seguir até os meus próximos destinos: San Luis de Potosí e Real de Catorce. Acabou que consegui uma carona super rápido e ainda com direito a ganhar de presente uma garrafa de mezcal...os mexicanos são hospitaleiros demais! Chegando no terminal de Rio Verde, comprei a primeira passagem a San Luis de Potosí. Depois de de 2 h de viagem, ao chegar na rodoviária de San Luis, verifiquei se ainda era possível comprar passagem de ônibus para Matehuala, chegando a tempo para um conexão a Real de Catorce, mas não era mais possível. Com isso, comprei uma passagem a Estación de Catorce, cidade mais próxima de Real de Catorce, na esperança de ainda conseguir transporte até este destino nesse dia. Porém, chegando a Estación, descobri que há transporte regular - feito em Jeep Willys - entre as duas cidades apenas cedo pela manhã, a depender de demanda. Estación de Catorce é um pueblo no meio do deserto e assim como Real de Catorce, fazia parte da lucrativa rota de extração de prata que floresceu na região no séc XVIII. A cidade tem uma cara de "parada no tempo" e é uma interessante base de apoio para depois de se conhecer Real de Catorce. DIA 17) REAL DE CATORCE Real de Catorce é um pueblo mágico no meio do deserto a 250 km ao norte da cidade de San Luis Potosí. Tem aproximadamente 1000 habitantes regulares e tem atraído turistas pelas suas construções de pedras, por uma certa áurea e mística e pela disponibilidade nos arredores de peyote (cactus com substâncias psicoativas, ou melhor dizendo, alucinógenas hehehe). Conforme citei no tópico anterior, para chegar ao pueblo em transporte coletivo há 2 opções: uma indo por Matehuala (aprox. $410 no total) e outra indo para cidade de Estación 14 ($270) e depois seguindo em um Jeep Willys até Real de Catorce ($50-80). Eu acabei não tendo que usar o Jeep, pois consegui carona com uma galera muito massaaa que estava de passagem por Estación Catorce, indo comemorar o aniversário de um deles em Real. Eu curti demais toda a experiência de conhecer Real de Catorce. Primeiro porque a ida de Estación até lá passa por paisagens desérticas lindas. Segundo porque a experiência de entrar na cidade por si só já é massa, pois envolve a passagem por um túnel antigo por onde passava o trem que escorria a prata da região. Terceiro porque a cidade tem meio que um clima de cidade fantasma. DIA 18) SAN LUIS POTOSÍ Depois de conhecer Real de Catorce, voltei a San Luis Potosí. A cidade é legalzinha, mas não tem muitos atrativos. Tem uma praça bonita onde está a Catedral; o Museu das Máscaras, que é legal, mas não tem nada de mais; e tem uma atração que por si só já vale a ida a cidade: o incrível Centro de las Artes com o Museo Leonora Carrington. O centro parece um castelo. No passado foi uma penitenciária, onde foram aprisionados inclusive alguns ilustres presos políticos. Hoje o lugar é um espaço cultural que, além de abrigar o Museo Leonora Carrington, também abriga teatro, espaço de dança e outras exposições artísticas. Leonora foi uma importante artista surrealista e se relacionou com importantes nomes do movimento, como Max Ernst, Remedios Varo, André Breton e Luis Buñuel. Ela pintou muitos quadros e escreveu livros. Apenas nos anos 2000, nos seus últimos 10 anos de vida que se dedicou às esculturas. DIA 19) GUANAJUATO Guanajuato é uma cidade a 195 km San Luis Potosí e 360 km da Cidade do México. É uma cidade linda, colorida, construída ao longo de uma serra. O melhor a se fazer na cidade é percorrer o seu centro histórico, meio que sem preocupações, apreciando os seus edifícios e cada detalhe das suas vívidas ruas estreitas. A cidade possui belas igrejas, de arquitetura impactante, como a Iglesia de San Diego e o Templo de la Compañia de Jesus. Possui ainda alguns museus que devem ser interessantes, mas eu infelizmente estava na cidade na segunda-feira,o "Dia Nacional dos Museus Fechados no México", e só pude conhecer o Museo de las Momias e as exposições da Universidade de Guanajuato. Não recomendo ir no Museo de las Momias. O preço de entrada é caro ($100), a coleção não é lá das mais interessantes (as múmias são do século XX!) e há poucas informações disponíveis para os visitantes. O maior atrativo no local é a múmia de um recém-nascido, que morreu junto com a mãe durante uma cesária (macabro!). O museu da universidade é gratuito e tinha uma exposição linda de uma fotógrafa chamada Florecen Leyret. Valeu muito a visita! Um outro lugar interessante na cidade é o Funicular, de onde se tem a vista da primeira foto. E uma curiosidade: embaixo da cidade tem um sistema de túneis sinistro 🦇, onde há estacionamentos pagos e por onde circulam inclusive ônibus de linhas regulares. Eu e meu amigo Luca, que estava dirigindo a van em que fui de carona, nos perdemos algumas vezes nesses túneis. DIA 20) SAN MIGUEL DE ALLENDE San Miguel de Allende é uma bela cidade no estado de Guanajuato, considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, com casas de cor ocre, vermelho e amarelo (as cores lembram bastante as de Tepotzotlan). A cidade possui a maravilhosa Parroquia de San Miguel Arcángel, que teve a sua construção nos moldes atuais iniciada no ano de 1685, e algumas outras belas igrejas dos séculos XVII e XVIII, como o Templo del Oratorio de San Felipe Neri e Templo de la Purísima Concepción. Uma outra atração interessante na cidade é o Museo La Esquina (del Juguete Popular Mexicano) (entrada $50). É um museu de brinquedos que se iniciou a partir de uma coleção particular. Atualmente o museu realiza um concurso anual de brinquedos artesanais. Os premiados são gratificados e depois passam a compor a coleção em exposição. Vou ser sincero que não tinha muitas expectativas para este museu (caretismo puro meu!), mas fui surpreendido. Muitos brinquedos são verdadeiras obras de arte! Também fui no Museu Casa de Allende (entrada $55), que foi a casa de Ignácio de Allende, um dos primeiros revolucionários da independência mexicana. Foi bom para saber um pouco da história mexicana, mas vou falar que o museu é bem simples e a visita não vale a pena para nós gringos. Nos arredores de San Miguel há também algumas atrações interessantes, como a Galeria Jimmy Ray, a Galeria Atotonilco e a Zona Arqueológica Cañada de la Virgen. Infelizmente não tive tempo para conhecê-las. DIA 21 E 22) PUEBLA Depois de curtir Guanajuato e San Miguel de Allende, o meu destino estava em outro estado, o primeiro ao sul da Cidade do México: Puebla, no estado de mesmo nome. Para chegar na cidade, eu peguei dois Bla Bla Car. O primeiro de San Miguel Allende a Querétaro em carro ($50) e o segundo de Querétaro a Puebla ($250) em ônibus. Puebla em si não é uma cidade muito bonita, comparada com outras por onde passei no México. Porém tem um atrativo super curioso - Cuexcomate, o menor vulcão do mundo (detalhe: é possível descer em seu interior por $12,50) (foto 1 e 2) - e tem ainda outros quatro atrativos incríveis sobre os quais falarei abaixo. - Catedral de Puebla: um pouco parecida com a catedral da Cidade do México, porém achei o seu interior ainda mais bonito - Capilla del Rosario: construída entre 1650 e 1690, é um anexo do Templo de San Domingo e é um dos maiores marcos do barroco novo-hispânico. Maravilhosa demais! - Museo Amparo: grande museu com uma boa coleção de artes pré-hispânicas, com ambientes virrenais bem decorados e uma exposição de arte contemporânea muito boa! - Museu Internacional del Barroco. Um museu enorme com uma arquitetura super moderna, com muitos recursos multimídias e com uma boa coleção artística. Ainda dei sorte de ter duas coleções temporárias ótimas em exposição: uma de obras do Rembrandt e outra de bordados de Carlos Arias. Esse museu é demais! Fui ainda em várias igrejas, no Paseo de los Gigantes (parque com miniaturas de prédios icônicos do mundo) e andei nas ruas das Artes, dos Doces e aleatoriamente por várias outras ruas da cidade. Conheci muitos lugares, mas ainda faltou conhecer o parque em que está inserido o Forte Loreto, que parece ser uma região bem bacana da cidade. Para comer, recomendo ir no Mercado de Sabores, onde há várias opções de bancas com comida regional, incluindo o famoso sanduíche "cemita". DIA 23) CHOLULA Cholula é um pueblo mágico, que fica coladinho em Puebla, 10 km de distância. É um pueblo com um belo centro, onde se destaca o grande convento de San Gabriel Arcángel. Porém os destaques de Cholula não estão bem no centro da cidade. Dois deles estão bem próximos - Pirâmide de Tepanapa e Iglesia de Nuestra Señora de los Remedios - e outros dois - Templo San Francisco Acatepec e Templo de Santa María Tonantzintla - um pouco mais afastados. Vou começar falando destes dois últimos porque muita gente os desconsidera na passagem pela cidade. O Templo San Francisco Acatepec começou a ser construído em 1560 e foi finalizado em 1760. É uma igreja barroca com ornamentações em folha de ouro. Maravilhosa! O Templo de Santa María Tonantzintla é menor do que o anterior e possui uma fachada externa mais simples, porém em sua parte interior é ainda mais ornamentada. É diferente de todas as igrejas que já vi, pois foi construída pelos indígenas com várias referências a Tonantzin, divindade ligada ao milho, e com anjos morenos e muitas ornamentações muito coloridas. Incrível! (infelizmente não é permitido tirar fotos no interior). Vamos agora às atrações mais populares. A Iglesia de Nuestra Señora de los Remedios teve construção iniciada no ano de 1594 e se encontra sobre um templo da Pirâmide de Tepanapa. Foi destruída por um terremoto em 1864 e em seguida foi reconstruída. A pirâmide de Tepanapa é a maior pirâmide em largura e volume do mundo. Teve construção iniciada a em aproximadamente 300 a.c e finalizada entre 200 a 700 d.C. Tem um grande sistema de túneis que podem em parte ser percorridos pelos turistas. DIA 24) ATLIXCO Na verdade, Atlixco consta aqui no dia 23 apenas por uma questão de organização, pois na verdade cheguei na cidade na noite do dia 21 e ela foi a base de saída para Cholula. É mais um pueblo mágico pertinho (1h15 aprox.) da cidade de Puebla. A cidade por ser uma grande produtora de flores é conhecida como Atlixco de las Flores. Possui uma praça central bem bonita da qual se irradiam ruas com vários vasos de flores, bares e lojinhas de artesanato. Atlixco possui ainda um belo morro ("cerro") bem próximo de seu centro, no qual está uma pequena igreja. Segundo os mitos populares, o morro é uma pirâmide que foi enterrada no passado para evitar os saques de espanhóis. Dele é possível avistar bem a cidade, vários pequenos pueblos próximos, um belo conjunto de morros e vulcões, incluindo o grande e belo Popocatépetl, o qual consegui ver com nitidez, sem nuvens encobrindo-o, apenas no meu último dia na cidade. Ah, tem que subir cedinho para conseguir ter uma boa vista do horizonte. Eu subi para ver o nascer do sol de lá e foi um espetáculo! Na cidade conheci ainda a área dos viveiros, o nacimiento (olho d'água) perto do Balneario Axocopan e a Cascada Altimeyaya. A cidade foi uma ótima surpresa, que não estava no meu roteiro inicialmente. Um lugar que ficará no coração, especialmente pelo acolhimento do amigo Maho e de sua família, que me receberam de braços abertos em seu lar. p.s.: Caso queira se hospedar pagando pouco na cidade, há um hostel na rua Hidalgo chamado Hostal San Martin. DIA 25) ZACATLÁN Zacatlán de las Manzanas se situa a aprox. 100 km de Puebla. É conhecida por esse nome não à toa. Em vários lugares da cidade há lojinhas com produtos feitos de maçã: suco, licor, refresco, vinho, cerveja e a deliciosa Manzana rellena (maçã cozida coberta com pão doce e recheada com queijo, noz e passas). Que trem gostoso da gota! A cidade possui um centro bem bonito com o Templo Parroquial San Pedro e um jardim com o Reloj Floral, um relógio elaborado com elementos florais. Por sinal, Zacatlán é também a cidade dos relógios por conta da empresa Centenário, responsável pela construção de relógios monumentais que foram exportados para diversos países, inclusive o Brasil. Na fábrica da empresa há um museu bacaninha e barato (só $10), onde é possível ver o processo de fabricação dos relógios e vários modelos antigos e atuais expostos. Além disso, a cidade possui uma vista maravilhosa para a Barranca de Los Jilgueros, um grande vale verde onde é possível avistar duas cachoeiras, e um belo mural com mosaicos de ícones culturais da cidade. Um pueblo bem bonito! DIA 26) ZACATLÁN/CHIGNAHUAPAN Comecei o dia conhecendo o incrível complexo de cachoeiras Cascadas Tuliman, que fica entre as cidades de Zacatlán e Chignahuapan (entrada a $100). Para me deslocar até próximo da entrada do local, peguei uma kombi na esquina do Museu Regional del Vino "La Primavera" (passagem $9). Dica: pague mais $35 pelo transporte dentro do complexo, já que as estradas internas são bem íngremes (não paguei na ida, mas paguei na volta). Depois outro coletivo até Chignahuapan (passagem $9), pueblo a 14 km de Zacatlánn conhecido como a cidade das esferas (bolas de árvore de Natal), já que se encontra esse objeto à venda durante todo o ano em várias lojinhas. A cidade também tem um centro bem bonito, com destaque para a Parroquia de Santiago Apóstol e para o Belo Kiosko Mudéjar, que me lembrou o Kiosko Morisco de Cidade do México. Vale a pena ainda ir até a Casa Esmeralda, espaço que reúne a Casa del Axolote, dedicada a exibição de axolotes (grupo de salamandras criticamente ameaçados), e outros espaços, como a oficina de artesanato de barro e outro oficina em que é possível ver o processo de fabricação da esfera (entrada $50). E por último recomendo, conhecer a Basílica de Imaculada Concepción com sua enorme escultura em madeira, considerada a maior escultura da América Latina no interior de um ambiente fechado. DIA 27) CUETZALAN Dia de uma viagem com muitas baldeações. Achei que duraria um total de 2h30, mas acabou durando mais de 5h. Primeiro peguei uma kombi até a cidade de Zapotitlán ($50). Depois peguei uma outra ($35) até uma espécie de entroncamento de rodovias (La Cumbre). Por fim, peguei minha última kombi até o destino final ($18). Detalhe importante: em La Cumbre não deixe de apreciar o visual do vale, onde verá uma bela cachoeira. Cuetzalan é bem charmosa e tem bastante cara de cidade histórica pequena. Algumas ruas me lembraram um pouco Diamantina/MG. Primeiro pelas casa históricas e segundo pela inclinação do relevo. Tem um centrinho bem bacana, com a bela Iglesia de San Francisco, grandes casas históricas, um jardim grande e muita gente sentada conversando e curtindo o desenrolar da vida naquele ritmo pacato de uma cidade do interior. Do centro parte uma ruazinha com alguns restaurantes familiares bem econômicos. Isso é meio que raridade por aqui, já que os centros daqui são muito bem cuidada e neles costumam estar os restaurantes mais caros. Próximo de Cuetzalan, está o povoado de Yohualichan, onde há um sítio arqueológico com características parecidas com as do sítio de El Tajín (para chegar no povoado pegue um coletivo na esquina da Coppel- $10). O sítio foi fundado em 400 d.C pelos totonacas até o ano 800. Depois foi ocupado pelo toltecas até 1200 e em seguida pelos chichimecas. É interessante que o sítio está totalmente imerso no pueblo atual, onde muitas das suas atuais casas residenciais foram assentadas sobre construções que faziam parte dessa civilização no passado. Dicas de comida e de goró, experimente alguma comida com molho pipián rojo, feito a partir de chiles secos, tomate e sementes de abóbora, e bebida tradicional indígena Yolixpa, feita a partir de 23 ervas (santo remédio!). Uma curiosidade: Cuetzalan tem aproximadamente 60% da sua população composta por indígenas. É comum ouvir o idioma náhuatl nas ruas. Curti demais esse pueblito. Valeu a pena todo o rolê para chegar e depois a contramão para ir até o meu próximo destino: Orizaba. DIAS 28 e 29) ORIZABA Mais um pueblo mágico na viagem. Inclui no roteiro muitos dos pueblos a partir de listas como "10 pueblos más bonitos", "Top 10 de los pueblos mágicos" e "Los 16 pueblos mágicos favoritos". Este último coloca Orizaba como favorito. Definitivamente não foi o meu favorito, porém Orizaba tem um lugar especial nas minhas memórias de viagens por uma série de motivos. A cidade é rodeada por vários morros, é muito limpa, sendo considerada a mais limpa do México, e é super bem organizada, com placas voltadas ao pedestre, praças lindas com wi-fi livre e ruas com prioridade ao pedestre. Os seus atrativos principais do meu ponto de vista são: 1) Ex-convento de San Juan de la Cruz: último convento construído por jesuítas espanhóis no México no século XIX (1803-1828), que pouco depois teve que ser abandonado por conta das reformas da independência da independência. A partir de 1860, passou a ser a ser um Conic da vida (brasilienses entenderão), sendo abrigo de prostitutas, loja maçônica, escola protestante, entre outras, até 1993. Hoje poderia ser facilmente uma locação de filmes de terror trash envolvendo freiras malignas 🤣. Entrada $50. 2) Palácio de Hierro + Catedral: um do ladinho do outro, ambos com praças com belos jardins e belas construções . 3) Palácio Municipal: atualmente um edifício com diversos órgãos do governo municipal e com o primeiro painel de Orozco, que enfoca a luta pela independência. Vale a ida também pela rua com preferência ao pedestre em frente ao palácio. 4) Teleférico: acima do Cerro del Bodego é possível ter uma visão maravilhosa da cidade. Pena que o tempo estava um pouco nublado e nesta época está pairando no céu meio que uma neblina ou smog. Entrada $30. 5) Museu de Arte de Veracruz: fica em um belo prédio, com uma boa coleção virreinal e uma ótima coleção de obras de Diego Rivera mostrando diferentes fases do artista. Entrada gratuita 6) Poliforum Mier y Pesado: um prédio da segunda metade do séc XX, porém com cara de palácio do século XIX. 7) Paseo del Río: este vale um tópico especial logo abaixo. Dica de restaurante: recomendo demais o restaurante Pozolazo (próximo do Museu de Arte de Veracruz). É bem econômico e tem uma comida gostosa, bem temperada Paseo del Rio O Paseo são calçadas nas duas margens do rio Orizaba, que cruzam a cidade de norte a sul e que passa ao longo de pracinhas charmosas, casas, quiosques de comida, paredes com grafites e do teleférico (já citado aqui). Há pontes suspensas cruzando o rio, tirolesa e é comum ver gente correndo ou caminhando para ir de um lugar a outro da cidade ou apenas namorando e curtindo o ambiente. Até aí tudo bem, né?! Seria super interessante do ponto de vista da mobilidade urbana, do direito à cidade e do ponto de vista ambiental, de construção de cidades mais verdes e integradas com o meio ambiente. Mas aí vem mais um detalhe: ao longo do Paseo tbm há uma reserva animal, uma espécie de zoológico urbano, com cativeiros, serpentários e aviários abrigando cerca de 300 espécies. Por um lado a reserva tem um grande efeito na educação ambiental. Imagina só toda uma população com um zoológico super acessível em que se pode encontrar informações sobre as espécies e sobre conservação ambiental. Por outro lado fiquei pensando nos animais ali abrigados. Muitos estão em espaços super pequenos, com pouca sombra e recursos (carentes de um bom enriquecimento ambiental), e sem contar que estão completamente imersos no espaço urbano, com trânsito e poluição sonora muito próxima. Sem contar que a proximidade com as pessoas é muito grande. Uma criança pode facilmente esticar o braço e alcançar a grade das onças, por exemplo. O nível de stress dos bichos deve ser muito alto. Vi o urso e outros animais realizando pacing (movimento estereotipado de um lado ao outro), comportamento que costuma ser indicativo de stress. O Paseo é um lugar super interessante sob diversos pontos de vista e me deixou com vários questionamentos e reflexões. DIA 30) OAXACA Cheguei cedo e depois de deixar as coisas no hostel, fui a Monte Albán, um sítio arqueológico bastante próximo da cidade de Oaxaca, facilmente acessível por coletivos de transporte. Começou a ser construído em 500 a.C e foi capital dos zapotecas até aprox 800 d.C, sendo depois ocupado pelos mixtecos. Foi construído em cima de um dos morros do vale de Oaxaca e em seu ápice chegou a ter cerca de 35.000 habitantes. Monte Albán é um lugar incrível, com muita história, lindas vistas do vale de Oaxaca e um museu com uma boa coleção de esculturas e artefatos antigos. Entrada $75 e transporte $60 (ida e volta). A cidade de Oaxaca por sua vez pode ser dividida em duas partes: uma abaixo da sua Catedral e outra acima. A primeira parte é caótica e feia, com muita movimentação de pessoas e barracas por todos os lados. Já a segunda parte é o lindo centro histórico, que foi tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade, juntamente com o Monte Albán, em 1987. Os grandes destaques do centro histórico são o Templo de Santo Domingo de Guzmán e o seu anexo, o Museo de las Culturas. O templo começou a ser construído em 1551. Possui uma linda fachada e muitas ornamentações em estilo barroco. Já o Museo de las Culturas faz parte do ex-convento de Santo Domingo de Guzmán e possui diversas salas, com um incrível acervo pré-hispânico, no qual se destaca a coleção da Tumba 7. A Tumba 7 foi encontrada em Monte Albán em 1932. Com diversos artefatos de ouro e outros metais preciosos,é considerada um dos maiores achados do México. O museu ainda tem salas dedicadas ao Virreinato, aos povos indígenas e à modernidade do México. DIA 31) OAXACA Dia de passeio em tour. Eu costumo ter um pouco de preguiça com tours. Primeiro pela falta de autonomia para tudo (local de comida, tempo nos atrativos, rotas etc); segundo, porque pode ser uma furada dependendo do seu grupo e do guia; e terceiro, pq geralmente saem mais caros do que se vc fizer o passeio por conta própria. Porém, resolvi fazer um tour com a empresa Lascas, partindo de Oaxaca, considerando o excelente preço que tinha ($200) e o número de atrativos a serem conhecidos (em ordem): Árbol de Tule, destilaria de mezcal (com degustação 🤤), casa de produção artesanal de tapetes em Teotitlán del Valle, sítio arqueológico de Mitla e Hierve el Agua (cascadas petrificadas). Árbol de Tule é uma árvore da espécie ahuehuete, que tem 2000 anos de idade e é considerada a mais larga do mundo com 58 metros de circunferência. É impressionante (entrada $10)! Mitla, por sua vez, é um sítio arqueológico de origem zapoteca muito interessante por seu formato trapezoidal e por suas ornamentações nas paredes (18 padrões geométricos diferentes) (entrada $65). Já Hierve el Agua é um balneário com uma formação natural muito diferente que emergiu a partir de escorrimento de água carbonatada. Parece uma formação de caverna, porém a céu aberto (entrada $25). Interessante também que no local há uns pequenos canais de irrigação que foram feitos pelos zapotecas há mais de 2000 anos. Além desses atrativos maravilhosos, o ateliê de tapetes de Teotitlán é incrível e foi bem legal conhecer o processo de produção de mezcal (e é claro o melhor: degustar muitos tipos diferentes da bebida hehehe). No final, valeu muito a pena fazer o passeio, mesmo com o tempo corrido especialmente em Mitla e Hierve. DIA 32) TUXTLA GUTIERREZ E CHIAPA DE CORZO Dia de passeio maravilhoso no incrível Canon del Sumidero. O passeio parte da cidade de Chiapa de Corzo de dois embacaderos. Ambos oferecem o mesmo preço para o passeio ($250). Se estiver hospedado em algum hotel na cidade, é possível encontrar mais barato. O Canion é uma falha geológica com altura máxima de pouco mais de 1000 m e com profundidade de rio de mais de 250m. No passado o rio Grijalva não era navegável, porém se tornou depois da construção de um hidrelétrica. Ao longo do passeio é possível avistar animais como macaco-aranha e crocodilos. A cidade de partida do passeio, Chiapa de Corzo, foi a primeira construída no estado de Chiapas e no passado foi a capital deste estado. Tem um centro bem bonitinho, com destaque para a fonte em estilo mudéjar construída no séc XVII. A cidade ainda foi o berço do fundador do grupo Mario Nadayapa Quartet (citado no dia 4) e tem um museu dedicado a marimbas, que acabei não visitando. Depois de conhecer o Canion e Chiapa de Corzo, peguei uma kombi na praça central com letreiro "Soriana" ($15) e depois uma outra kombi ($55) para chegar ao meu próximo destino: San Cristóbal de las Casas. DIA 33) SAN CRISTÓBAL DE LAS CASAS San Cristóbal é um pueblo mágico do estado de Chiapas, que tem um centro bem charmoso com bastantes casas históricas e uma rua para pedestres com muitos bares e restaurantes (caros de forma geral), incluindo muitas opções vegetarianas (raridade no México). Infelizmente como podem perceber pelas fotos, o tempo estava bastante ruim no dia que cheguei, com muita neblina e chuva. Uma experiência super interessante na cidade foi conhecer o mercado de Santo Domingo, com muitas roupas e artesanatos bonitos a preços bastante acessíveis, e logo ao lado conhecer o Mercado Viejo, com várias frutas, legumes e comidas de vários tipos. Nas proximidades do Mercado Viejo saem kombis com destino ao pueblo San Juan Chamula, uma comunidade pequena com população predominantemente de chamulaa: indígenas da etnia tzotzil, de família Maya. Na segunda-feira que fui, estava havendo uma procissão religiosa, com pessoas em trajes típicos tocando instrumentos, cantando como em ritmo de lamúrias e soltando muitos fogos de artifício que alguns deles mesmo confeccionavam na hora. Ao adentrarem na igreja (da foto 8), fizeram uma cerimônia de troca de roupas de um dos vários santos ricamente ornamentados, expostos nas laterais da igreja. Ao entrar na igreja parece que se é transportado a outra realidade. No seu interior há um forte cheiro de incenso natural no ar. Não há luz artificial, sendo iluminada apenas por velas e não há cadeiras. As pessoas se sentam no chão sobre um tapete de folhas de Pinus, acendem muitas velas, colocam garrafas de Coca Cola e outras bebidas no chão, como se fossem oferendas, e fazem orações geralmente com o corpo curvado como se estivessem murmurando. Após o ritual tomam as bebidas. É um sincretismo religioso muito diferente que mescla o misticismo indígena com o catolicismo. Uma experiência incrível que recomendo fortemente. . Mais infos: a entrada na igreja custa $25. Não é permitido tirar fotos ou fazer vídeos no seu interior. Por sinal, os chamulas não gostam desses registros por acreditarem que roubam a alma ou trazem azar. DIA 34) COMITÁN DE DOMINGUEZ Comitán é uma cidade situada a pouco mais de 90 km de San Cristobal. Possui um belo centro com uma bela igreja e algumas opções de restaurantes e de comida de rua (infelizmente não o visitei apenas à noite. A cidade foi a minha base para conhecer a famosa cachoeira El Chiflón e os Lagos Montebello. Pela manhã antes a El Chiflón (entrada $50 + $70 de kombi ida e volta, que peguei na Av. Boulevard). Um conjunto de cascatas e cachoeiras, sendo que a principal tem 70m de altura. Na época de seca, as cascatas e cachoeiras tem uma cor azul-turquesa/verde lindona, como podem ver na foto abaixo tirada na internet. Infelizmente fui no dia seguinte a uma forte chuva e o rio estava super caudaloso com cor marrom. Segundo um funcionário do local, já fazia 5 dias que a água estava com aquela coloração por conta das chuvas. Triste, mas pelo lado positivo fica um motivo para querer voltar a esta região em viagens futuras. Depois de conhecer El Chiflón, voltei para a cidade para pegar um kombi na Av. Guadaloupe, 30020 (passagem a $60) até os Lagos Montebello (ou Lagunas de Montebello). O atrativo é um parque nacional com mais de 50 lagos situado a cerca de 1h30 da cidade de Comitán de Domínguez (entrada $25). Os lagos são cenotes (cavidades naturais ou dolinas...vcs ainda vão ver esse nome algumas outras vezes por aqui) que se comunicam através do lençol freático. Alguns tem mais de 50m de profundidade.Como os lagos ficam relativamente longe um do outro se recomenda fazer o passeio em carro próprio ou com algum dos motoristas locais que ficam na entrada do parque. Eu paguei $250 em um passeio que segundo o motorista custa $700 ou $800 na alta temporada. No passeio de cerca de 2h, o motorista me levou ao Lago Caracol, 5 Lagos (o único onde as empresas de turismo de San Cristóbal costumam levar), Lago Pojoj, Lago Tziscao e Lago Internacional. Este último tem esse nome por estar na fronteira entre México e Guatemala. Passeio maravilhoso demais, que incluiu ainda uma parada em um quiosque para almoçar queso fundido (queijo na chapa com cogumelo, acompanhado de feijão, salada e tortilhas). Depois de conhecer os lagos, fui à estrada e consegui uma carona com caminhoneiros de volta a Comitán. 🥳 Faltou apenas conhecer o sítio de Tenam Puente, que estava programado para este dia. DIAS 35, 36 e 37) LAGUNA MIRAMAR Já antecipo dizendo que este é lugar mais maravilhoso que conheci no México e certamente também um dos mais lindos em que já estive em toda a minha vida. E o lugar foi ainda mais especial para mim, porque foi onde comemorei o meu aniversário.🥳🎉 A Laguna Miramar é uma lagoa com muitos estromatólitos em suas margens, cercada por morros, vegetação nativa preservada e com água com coloração azulada e esverdeada em diferentes tonalidades. Vc, por exemplo, sai de um local com água verde cristalina e em poucas remadas chega em um local com água azul-turquesa, que forma um espelho do céu e da vegetação. O local fica no leste do estado de Chiapas, relativamente próximo da fronteira com a Guatemala. Para chegar há duas opções: a) pegar uma van ($100) em Margaritas (próximo da cidade de Comitán Domínguez) com destino a Emiliano Zapata e fazer uma viagem de 5h30, sendo 3h30 em estrada de chão em más condições de conservação e com muitas curvas, ou b) pegar um caminhão em Ocosingo e fazer uma viagem de 4h em estradas em melhor estado de conservação, porém com muito menor conforto na carroceria do caminhão, com bancos de madeira duros. Para pegar a Kombi a Margaritas ($18, primeira saída às 6h, com tempo de viagem de 40 min), se deslocar até a Praça Central de Ocosingo, descer duas quadras pela Primeira Avenida Sur e depois virar a esquerda e andar duas quadras e meia pela 3a Sur. Já pagar pegar a kombi até Emiliano, caminhar 2 ou 3 quadras depois da praça de Margaritas até as kombis a San Quintín/Emiliano Zapata. Saídas teoricamente às 6h30, 8h, 10h, 12h e 13h, porém não seguem a risca esses horários. Em Emiliano Zapata, descerá em um centro de visitantes onde será muito bem recebido e onde poderá deixar algumas coisas que não precisará na laguna. Aí realizará o pagamento pela entrada ($50) e por tempo de hospedagem ($50 por dia). No local também poderá alugar botas em caso de chuva ($40), barraca para acampar ($130 para uma pessoa ou $250 para duas), rede para dormir ($40), cobertor entre outras coisas. Tenha em conta que as duas únicas opções de estadia na laguna são rede ou barraca. Depois dos pagamentos, há uma caminhada até a laguna de aprox. 4,5 km. O caminho é plano e será feito em aprox. 1h45 em período de seca ou em até umas 3h em período de chuva, por tempo do lamaçal que vira a trilha. No local há duas opções de passeio em barco para explorar aos arredores. O primeiro envolve conhecer duas estátuas maias e ainda ir a ilhas de vegetação no lago. O segundo envolve conhecer pinturas rupestres em paredões e busca de tartarugas em caverna (importante levar lantrena). Ambos passeios são legais, mas recomendo mais fortemente o passeio às ilhas (imperdível!). Custam $400 para grupo de 4 pessoas (grupos maiores têm um preço individual mais em conta). Leve comida! Há panelas disponíveis e geralmente há água potável na torneira. Porém dei um certo azar e no meu segundo dia no local houve problema no encanamento e assim tive que ferver água da lago para beber. Transporte de retorno: kombis a Las Margatiras a 0h, 2h, 7h, 9h30, 11h e 13h; caminhões a Ocosingo às 0h, 1h, 2h, 3h e 4h (da madruga mesmo...tenso!). DIA 38) TONINÁ E CASCADAS DE AGUA AZUL Depois de conhecer a maravilhosa Laguna Miramar o meu próximo era Palenque, mas antes, no mesmo dia, havia uma viagem longa e desconfortável em caminhão de madrugada e em seguida a primeira ruína maia do roteiro - Tonina - e as belas Cascadas de Agua Azul. O transporte da base de recepção da Laguna Miramar a Ocosingo pode ser resumido em uma palavra: TENSO! Foram 4 horas de estrada ruim na carroceria de um caminhão, sentado em uma banco de madeira duro, que estava meio solto; passando frio com o vento; e ainda estava apertado ao lado de uma mina que desmaiou e que o tempo todo vinha com a cabeça no meu ombro. Ela era baixa e magra, mas tinha a capacidade de se transformar em um peso de 30kg sobre meu ombro. VID_20190608_040931.mp4 Cheguei em Ocosingo 5h da manhã no meio de uma feira. Às 6h30 peguei uma camionete ($15, mais uma carroceria no dia e, sim, este é o transporte regular) com destino a Tonina. Passagem a $15. Tonina é uma bela e pouco visitada cidade maia. Foi construída ao longo de um morro e se considerar toda a sua extensão é bastante alta (260 degraus para subir!). Teve construção iniciada em 300 d.C e apogeu em 900. Em seguida voltei a Ocosingo e paguei mais $25 pro motorista da camionete me deixar no terminal de Ocosingo. Do terminal, peguei uma van ($50) até um entrocamento na estrada e aí peguei um táxi coletivo até às Cascadas de Agua Azul ($25). As Cascadas são uma sequência linda de cachoeiras com várias piscinas boas para banho. Evite ir em fds! O lugar fica mto cheio. As Cascadas são lindas, mas sofrem de um problema como outros locais naturais do México: ocupação bastante intensa, que no caso acontece com várias barraquinhas de artesanato e de comida. Depois de curtir esse atrativo segui rumo a Palenque em outra van colectivo ($50) DIA 39) PALENQUE Pense num lugar quente! Cêtádoido! Derreti em um suor em Palenque! Agora sobre o destino: a cidade em si não tem nenhuma atração relevante. Na verdade nem achei a cidade bonita. Porém a poucos quilômetros do centro da cidade estão as maravilhosas ruínas de Palenque e um pouquinho mais afastado, mas acessível em tour estão os incríveis sítios de Yaxchilán e Bonampak. O tour dura o dia todo e sai cedinho. Paguei $800, com almoço incluso. Yaxchilán fica a mais de 160 km de Palenque no lado mexicano da fronteira com a Guatemala. Para chegar, é preciso se deslocar por cerca de 20 min em canoa pelo rio Usumacinta, o qual é muitas vezes atravessado por guatemaltecos em busca de uma vida melhor no norte, e depois caminhar através da floresta. O sítio era um importante ponto de controle de comércio no rio Usumacinta e é muito conhecido pelos seus edifícios com painéis superiores (cresteria) super bem preservados. Bonampak por sua vez significa "Muros Pintados" e é conhecido exatamente pelas paredes pintadas ainda super bem conservadas em que se retratam guerras, sacrifícios humanos e festividades maiais. É uma experiência incrível ver os painéis com mais de 1000 anos de idade (estima-se que foram pintados entre 580 e 800 d.C) super bem preservados. DIA 40) PALENQUE Dia de conhecer o sítio arqueológico de Palenque. O sítio é é bem grande, com várias ruínas imersas na paisagem florestal. Destaca-se pela sua arquitetura e por suas esculturas ainda em parte bem preservadas. Acredita-se que a cidade começou a ser construída em 100 a.C, tendo o seu apogeu nos 600 e declínio no final dos anos 800. Uma coisa que achei interessante em Palenque foi percorrer um caminho através da floresta, passando por cachoeiras e casa de banho maias. Infelizmente fui em uma segunda (dia nacional dos museus fechados) e assim não pude conhecer o acervo no seu museu, mas acho que é bem bacana. Entrada: $75 + $36 (taxa do Parque Nacional) Depois de conhecer o sítio, retornei à cidade para almoçar e matar tempo até a saída do meu ônibus a Chetumal. Recomendo o restaurante El Oasis na praça central. Tem muitas opções de comida, inclusive vegetarianas, por um bom preço. DIA 41) BACALAR Depois de conhecer Palenque e seus atrativos próximos, o meu próximo destino - Bacalar - estava um pouquinho longe: 8h de viagem em ônibus até Chetumal e depois mais 40 min até Bacalar. Bacalar é um pueblo mágico conhecido pela sua laguna. É realmente maravilhosa! De uma coloração esverdeada incrível. Infelizmente Bacalar sofre de um problema comum no México: a restrição de acesso a um local público por conta da ocupação privada de seu entorno. Porém é possível acessar a laguna por algumas passarelas/decks de madeira e curtir a água deliciosa. Eu fiquei em uma barraca em um hostel chamado Magic Bacalar e minha experiência foi muito boa! Conheci uma galera massa, com a qual ainda tenho contato, e tomei muita cerveja e joguei conversa "dentro" no deck do hostel. Também conheci o centrinho da cidade, com o belo forte San Felipe Bacalar (não conheci por dentro porque achei a entrada de $108 cara e porque li que havia poucas coisas no interior), e dei uma boa caminhada durante o dia do hostel até o Cenote Azul. Caminhei ao longo da laguna, curtindo os grafites nos muros da cidade e refletindo sobre a falta de acessibilidade e observando as variações na cor da laguna quando abria uma brechinha entre os muros. O Cenote Azul é legal, mas eu não recomendo fortemente, já que é basicamente uma lagoa com um entorno de vegetação florestal. Enfim, amei Bacalar! Foi um dos meus lugares favoritos no México. p.s1: Para economizar no rango (caro de forma geral na cidade) e ainda se divertir, recomendo o restaurante da Alberta (do lado do Galeón Pirata), uma senhora figuraça, que faz uma comidinha gostosa. p.s2: Rolam uns passeios de lancha ($200), que levam até dois cenotes dentro da lagoa e para o Canal de los Piratas. Acho que é legal, mas acabei não fazendo. DIA 42) TULUM As pessoas costumam falar super bem de Tulum. Eu particularmente não achei a cidade lá grandes coisas. Achei meio gourmetizada e cara. Os grandes atrativos de Tulum são cenotes, praias e obviamente o seu sítio arqueológico à beira-mar. Nas fotos que circulam na internet, as ruínas resplandecem sobre uma falésia, com um fundo de mar azul-turquesa. Lindo demais! Bem, até uns anos atrás (seis anos talvez), era exatamente assim o ano todo, mas de alguns anos para isso mudou. Agora, em boa parte do ano, o sargaço está tomando conta das praias caribenhas desde Belize até Cancún. Esse fenômeno tem acontecido com maior intensidade entre os meses de abril a setembro, mas com as mudanças climáticas e com o lançamento de fertilizantes no mar, nunca se sabe como será o ano seguinte. Tenha isso em consideração quando planejar a sua viagem pro Caribe. Eu mesmo alterei muita coisa no meu roteiro por conta da grande quantidade de sargaço nas praias. DIA 43) TULUM/COBÁ Dia de ir a Cobá em um dos ônibus da empresa Mayab, que partem frequentemente da estação da ADO ou do Palácio Municipal da cidade ($100 ida e volta). O sítio de Cobá se encontra a cerca de 50 km de Tulum e teve o seu início de construção entre 100 a.C e 300 d.C, atingindo o período de auge construtivo entre os anos 800 e 1000. Agrupou diversas construções ligadas através de caminhos de pedra e que se conectavam a outros sítios maiais, como Yaxuná a 100 km de distância. A parte de visita geral agrupa ruínas imersas na floresta, com três centros principais e a pirâmide mais alta da península de Yucatán que ainda pode ser escalada. Muitas pessoas recomendam alugar bicicleta para percorrer o sítio. Porém o aluguel é caro ($100) e do meu ponto de vista, dispensável para uma pessoa com saúde plena e sem problemas de locomoção. Percorremos todo o sítio em 2h30 de caminhada. Depois de conhecer o sítio arqueológico, aluguei bicicleta ($50) em uma mercadinho antes do sítio de Cobá, para conhecer dois cenotes a cerca de 6,5 km do sítio: Tamcach-Ha e Multun-Ha. Ambos os cenotes são cavernas fechadas com amplos salões e algumas estalactites. Estão próximos um do outro (3 km) e cada um tem o preço de entrada de $100. Achei os dois bastante parecidos. Acho que pelo valor não compensa visitar ambos. Se for visitar apenas um, acho que Tamcach-Ha é mais divertido por ter duas plataformas de salto (5m e 11m). Iuhuuu! Nas proximidades há também o cenote Choo-Ha, mais raso e menos amplo e pelas fotos na internet parece ter água mais clara. Bizú: os cenotes ficam cheios à tarde com a chegada de grupos em tours. Tente ir o mais cedo possível. DIA 44) TULUM Era um dia que eu pretendia conhecer o cenote Gran Cenote e depois ir até a praia Xcacel, mas acabou que choveu bastante no dia e eu me enrolei, tendo tempo de conhecer apenas o cenote. Tulum tem vários cenotes ao seu redor. Gran Cenote, Carwash, Calavera, Nicte-Ha, Sac Actun e Dos Ojos são alguns deles. Porém, como a cidade é super turística, os preços de entrada nesses atrativos não são lá muito atraentes. Hehehe Como eu já iria conhecer muitos cenotes nas proximidades de Valladolid e como eu não queria gastar tanto - para ter ideia o preço de entrada no Dos Ojos é $340 e no Sac Actun é mais de $600 -, acabei optando por conhecer apenas o Gran Cenote cujo preço de entrada é de $180. E que escolha boa! O cenote a pouco mais de 5 km de Tulum (na estrada sentido Cobá) possui a água bem clara e duas ilhas conectadas por um túnel com formação parecida com a de uma caverna. Na água transparente é possível ver peixinhos e cágados (não confundir com tartarugas), que parecem não se incomodar com a grande quantidade de visitantes. Pena que tive problemas com a GoPro que levei e não tenho fotos boas para mostrá-los. DIA 45) ISLA MUJERES Saí de Tulum e cheguei a Cancún: o destino sonho de muitos brasileiros, com resorts all-inclusive na beira da praia, hotéis luxuosos, cassinos, baladas animadas e restaurantes xiques. O lugar que tenho menos vontade de conhecer na vida hahaha . Não é tipo de turismo que me atrai nem um pouco. Sendo assim, não fui na parte dos hotéis e na praia que a galera frequenta. Passei longe. Fui só até o centro (sem graça), peguei um ônibus (ruta 6 - $10) em frente ao mercado Soriana (ótimo lugar para comprar em dólares e conseguir troco em peso em cotação muito melhor do que a de qualquer casa de câmbio...leia o tópico "câmbio") e segui até o Puerto Juárez, para pegar o ferry mais barato ($275 ida e volta) para Isla Mujeres. A ilha não estava sofrendo com o sargaço e li vários relatos dizendo que a sua Playa Norte é uma das mais lindas do México. Fui com alguma expectativa, mas sem tanta assim porque imaginava que era muito cheia. Percorrendo as ruas da ilha, fui surpreendido pela tranquilidade, mas ao mesmo tempo confirmei que a ilha é bastante cara e mesmo com algumas lojinhas e ruas agradáveis, tem meio que uma cara de cidade turística padrão, meio estéril. Ao chegar à Playa Norte, que decepção da porra! Praia lotada, muitos barcos, ocupação desenfreada da estreita faixa de areia e muitas barricadas, acredito eu que feitas para evitar a retração da praia. Sim, a água é azulzinha e gostosa. Mas para mim, não é só a cor da água que faz a praia. Enfim, depois das decepção, resolvi alugar uma bicicleta ($70 a hora) e dar uma volta na ilha, que tem cerca de 8 km de extensão. Aí sim, conheci uns cantinhos bonitos e agradáveis, como a parte do Parque Garrafón, onde a galera faz snorkelings (caros pácaceta) com tartarugas e onde é possível avistar golfinhos de vez em quando; a Punta Sur, onde há um templo maia ($30 para andar poucos metros e conhecê-lo); e o lado voltado pro oceano com praias tranquilas e gostosas. Valeu muito a pena o rolê ! Pena que fiz mto rápido pq queria pagar só 1h de aluguel. DIAS 46 e 47) HOLBOX Saí de uma ilha e fui à outra: de Isla Mujeres a Holbox. De uma ilha que não curti muito para outra que amei. Fui pra Holbox meio com o pé atrás depois de ler uma matéria sobre os impactos do turismo na ilha. Em suma: há pouco mais de 5 anos não havia ferry boat até a ilha e ela era um povoado de 20 quadras e cerca de 1500 habitantes, entre os quais muitos pescadores. Com a chegada dos ferries, o turismo cresceu de forma acelerada. Hoje são cerca de 20.000 pessoas na ilha na temporada alta. Os resultados são degradação desenfreada dos mangues, crescimento desordenado da vila e da rede hoteleira, problemas hídricos, grande quantidade de resíduos que não tem disposição adequada e impactos na fauna. Os tubarões que chegavam próximo da praia agora passam longe. A pesca foi reduzida. Vôos de helicóptero estão destruindo áreas de nidificação. E por aí vai a lista de problemas. Porém apesar disso tudo a ilha continua linda. A água, que não estava com sua usual coloração esverdeada, ainda estava bem clarinha, livre de sargaço e em uma temperatura deliciosa. A verdade é os problemas não chegam aos olhos do turista que vão apenas à praia. Para percebê-los, é necessário uma caminhada pela rua por trás da faixa de hotéis e uma conversa com os moradores tradicionais. Na ilha ainda é possível avistar flamingos, ver o fenômeno da bioluminescência (fora da lua cheia) e fazer passeios até às 3 Islas e snorkelings com tubarão-baleia. Eu fiz esse passeio com tubarão-baleia e que experiência incrível! Foi cara ($2.200), mas valeu cada centavo investido. O passeio sai às 7h e tem uma duração de aprox. 8h. É possível chegar bem pertinho dos animais. Além disso o passeio inclui a passagem pelas maravilhosas 3 Islas e ainda um snorkeling em um ponto onde se pode avistar arraias e outros peixes de diferentes espécies, além de ter almoço de ceviche com peixe fresco, lanchinhos e água à disposição. p.s.: A balsa tanto de Chiquila quanto de Holbox sai a cada meia hora e tem custo de $150 (cada trecho). DIA 48) VALLADOLID Valladolid é um pueblo mágico fundado em 1543, que possui diversos edifícios coloniais. Um dos grandes destaques na cidade é o grande ex-convento San Bernardino de Siena, onde diariamente às 21h acontece um video mapping mostrando a história da cidade. No interior do ex-convento há um antigo acesso, atualmente fechado, para um cenote, no qual foram achados diversos artefatos dos espanhóis. Outros destaques são a bela rua Calzada de Los Frailes com muitas casas históricas preservadas e o agradável centro onde se encontra a catedral, o bazar municipal e muitos restaurantes. Eu curti demais o eixo histórico da cidade e o clima de tranquilidade que permeia toda a cidade Valladolid ainda possui um belo cenote - Cenote Zaci - praticamente no seu centro e nas suas redondezas há diversos outros cenotes. A cidade ainda funciona bem como base para conhecer as ruínas de Ek Balam e de Chichen Itza. No primeiro dia peguei uma bicicleta no hostel e conheci o ex-convento San Bernardino de Siena e três cenotes: Xkeken, Samula e San Lorenzo Oxman. Xkeken e Samula fazem parte do complexo Dzitnup a uns 6 km de Valladolid. Cada um tem preço individual de $80 individual ou ambos podem ser visitados por $125. Eu recomendo fortemente o ingresso para ambos. Fui primeiro no Xkeken. É um cenote fechado, com uma abertura no teto.. No horário que visitei, entre 10 e 11h, um feixe de luz entra por essa abertura e ilumina o local parcialmente. A outra parte é iluminada por luz artificial. Xkeken é incrível pelo seu conjunto da obra. Há uma boa diversidade de formações espeleológicas, raízes que se projetam do teto rumo à água e a água tem coloração azul-turquesa. Foi o meu cenote favorito de toda a viagem. Samula, por sua vez, é um cenote também fechado, porém com com um salão mais amplo e muito mais alto e com uma abertura maior no teto por onde penetra mais luz e andorinhas que fazem um belo espetáculo à parte no interior do cenote. Lindão também! E fechando o dia de cenotes com chave de ouro: fui ao cenote San Lorenzo Oxman. O cenote fica em uma hacienda ("fazenda" em tradução literal, mas que no caso aqui parece mais uma chácara) e tem custo de $80 (ou $150 convertidos em consumação e com direito a uso de uma piscina no local). É um cenote do tipo aberto, sendo meio que um poço profundo no solo circundado por paredes rochosas sobre ás quais há árvores que projetam suas raízes em direção à água. É lindão também e é super divertido por ter um pêndulo para se lançar na água. VID_20190618_145529.mp4 p.s.: Os meios de transporte para os cenotes são táxi ou bicicleta, sendo que este foi o que eu usei por ter disponível no hostel. DIA 49) VALLADOLID/EK BALAM O sítio Ek Balam fica a aproximadamente 30km do centro de Valladolid. Como não tem transporte público até o local, fui até lá de bicicleta. O caminho é bastante plano, mas o calor de 36°, a bicicleta pesada e sem marchas e o sedentarismo não contribuíram muito com o desempenho. Ek Balam foi um dos últimos sítios descobertos na região, com escavações iniciadas em 1998. O sítio maia começou a ser construído entre 100 a.C. e 300d.C e teve seu apogeu entre 700 e 900 d.C. O seu grande destaque é a sua pirâmide principal super larga e com cerca de 32 m de altura, na qual se encontra uma tumba que era acessível por uma entrada, atualmente restaurada, ornamentada por uma boca de jaguar e figuras como a de guerreiros com asas. Por sinal, Ek Balam é muito conhecida por sua arte bastante refinada em comparação com outros sítios maias. Do alto da pirâmide, após uma subida de 106 degraus, se tem uma boa visão da floresta e de outras estruturas que compõem o sítio. O sítio tem um custo absurdo de $413 ($75 do Instituto Nacional de Antropologia e História e o restante cobrado pelo governo estadual). Foi a primeira vez que paguei mais de $75 para visitar um sítio arqueológico. Colado nas ruínas está o Cenote de Xcanche (entrada a $80). Bom para se refrescar no calor danado. O cenote tem uma formação parecida com a de San Lorenzo Oxman, sendo um pouco mais largo do que este. Após conhecer o sítio arqueológico e Xcanche, segui de volta pela estrada rumo a Valladolid. A cerca de 15 km da cidade, fiz um desvio para conhecer o cenote Hubiku. O cenote possui um salão enorme e tem um bom poço para tomar banho se vc gosta de água fria. hehehe Porém o local tem poucas formações espeleológicas e tem boa parte de sua beleza sequestrada pelo excesso de pavimentação, além de ser bastante caro ($100). Imagino que pela estrutura de estacionamento, loja e restaurante gigante na entrada, o cenote seja ponto de parada de vários tours. Felizmente no horário que cheguei, às 16h30, estava bem vazio. DIA 50) VALLADOLID/PISTÉ (CHICHÉN ITZÁ) A capital dos maias em Yucatán e uma das sete maravilhas do mundo, Chichén Itzá, é realmente fantástica. Para chegar, há ônibus com saídas regulares do terminal da ADO em Valladolid (passagem $35). O sítio começou a ser construído em 525 e teve alguns ciclos de ocupação, sendo que o mais importante foi o que ocorreu entre 900 e 1200, encabeçado pela liga de Mayapán (esse nome aparecerá de novo em outra postagem à frente). Chichén Itzá é famosa pela sua pirâmide de Kukulcán (Serpente Emplumada), que durante os equinócios da primavera e outono projeta a imagem da deusa-serpente maia sobre o chão, indicando o grande conhecimento astronômico dos maias. Porém, Chichén Itzá guarda outros grandes tesouros, como o Caracol, um observatório em uma construção circular e La Casa de las Monjas, uma pirâmide com diversos quartos (cuidado para não deixar esses dois locais passar batido, como eu deixei hahaha); a enorme quadra de jogo de pelota; Templo de Los Guerreros, com suas mil colunas; e diversas esculturas e artes entalhadas nas rochas do sítio. A entrada custa absurdos $481 (se lascar governo de Yucatán) e a dica do Don é chegar o mais cedo possível, pois às 10h30, 11h chegam em peso os ônibus de tour vindos de Cancún. Depois de conhecer o sítio arqueológico, fui até o cenote Il-Kil a 4 km de Chichén Itzá (entrada $80). Há coletivos frequentes na rodovia ($15) com destino ao local. O cenote é do tipo aberto e lembra em partes Oxman, porém é mais fundo e tem uma vegetação diferente que se projeta sobre a água. Por ser próximo de Chichén Itzá, está incluído no pacote de tours que saem de Cancún. O cenote é bonito e vale a visita, apesar da grande quantidade de pessoas. Depois de conhecer esse cenote, fui até a cidade de Pisté ($20 em táxi coletivo), onde caminhei até o restaurante Zac Seh, a cerca de 5 quadras do centro. De frente ao restaurante saem táxis coletivos com destino a Yaxunah (passagem a $30), povoado a cerca de 20 km de Pisté. Este cenote é bem bonito tbm! É do tipo aberto, assim como Il Kil, porém é bastante vazio e tem uma boa vegetação em seu entorno. A água é de um tom azul escuro e é muito boa para tomar banho. Eu e meu amigo finlandês Kristoffer ficamos lá cerca de 1h30 e não chegou ninguém. Entrada a $50. Há estrutura de banheiro ao lado. Yaxunah ainda tem um sítio arqueológico simples nas proximidades, porém acabamos optando por não conhecê-lo. Depois de curtir o cenote, voltamos a Pisté, onde almoçamos numa espécie de mercado com alguns restaurantes, na beira da rua principal. Comi um Papadzule (não recomendo!). Em seguida, pegamos um ônibus em Pisté de volta a Valladolid ($35). Dica: como Yaxunah é bem pequeninha, combine com o motorista um horário de volta. Sugiro ficar ao menos uma hora no cenote. DIA 51) VALLADOLID/LAS COLORADAS Na internet circulam fotos de lugares que te fisgam e imediatamente vão parar naquela wishlist de destinos a conhecer. Este foi o caso de Las Coloradas. Vi algumas fotos do local e logo pensei "que lugar incrível! Preciso conhecer!". Quando sou capturado assim, nem procuro pesquisar muito a respeito do local para não criar muitas expectativas e atrapalhar a minha vivência pessoal. Porém não posso negar que fui até o destino com uma certa expectativa, a qual infelizmente foi um pouco frustrada. Primeiro porque achava que no local havia uma lagoa natural com água rosa e na verdade havia apenas uma salina (piscina artificial para extração de sal). Segundo porque queriam cobrar $50 para chegar um pouquinho mais perto da salina. Claro que não pagamos! No final, curtimos mais a bela praia (de águas muito salgadas) que aparece na foto abaixo. O passeio incluiu ainda uma ida até um rio com mina de água na cidadezinha de Rio Lagartos, que foi ótimo para tirar o sal do corpo. Na região há também a opção de se fazer um passeio de lancha para avistar flamingos e áreas de mangue, mas a galera não estava muito na pilha de desembolsar $150, $200 pelo passeio. Se quiser fazê-lo, vá até Rio Lagartos, espere a galera abordar e negocie. Las Coloradas é acessível por tours que partem da cidade de Valladolid ou por meio de taxis, que partem da cidade próxima de Rio Lagartos ou de Tizimín (um pouco mais distante, a 50 min de ônibus de Valladolid - passagem a $31). Acabei escolhendo ir por meio desta última opção com dois amigos que conheci no hostel, já que o valor de $600 pelo táxi saindo Tizimín (passeio completo) não seria caro, dividido por nós três. DIAS 52 e 53) VALLADOLID E MÉRIDA No período da manhã em Valladolid, ainda curti o cenote Zaci. Um grande cenote localizado praticamente no centro da cidade. Tem um paredão rochoso, com algumas formas espeleológicas (poderia considerar assim, geólogos? hehehe), que forma meio que uma concha sobre o grande poço de água margeado imediatamente também por algumas árvores. Depois de uma horinha, curtindo o cenote, segui ao meu próximo destino: Mérida. A cidade fundada em 1542 é uma das mais antigas do México e possui o segundo maior centro histórico do país, com diversos casarões e edifícios coloniais bem conservados. No centro, agradável de se percorrer a pé (desconsiderando o calor de 40º que enfrentei), destaca-se a praça central, onde se encontra a catedral, que é bastante movimentada e é palco de apresentações de dança, de partidas de jogo de pelota e no domingo recebe várias barraquinhas de comidas típicas. Por sinal, no domingo também se fecham algumas ruas da cidade aos automóveis para a alegria de pedestres, ciclistas e vendedores ambulantes (amo ruas vivas!). Na praça, vale ainda destacar o pequenininho, mas bonito Museo Casa Montejo e o museu de arte moderna e contemporânea Museo Fernando Garcia Ponce Macay. Ainda na parte histórica, um pouquinho afastada dessa parte mais central, encontra-se o Paseo de Montejo, com belos casarões. Um dos grandes destaques do Paseo é o Palacio Cantón. Construído entre 1904 e 1911 o palácio foi moradia do então governador de Yucatán e desde 1966 é um museu (entrada $60), que atualmente abriga uma boa coleção de esculturas maias e faz um bom apanhado da história das pirâmides mexicanas (ótima revisão de informações no final da viagem). Falando em acervo maia, na cidade encontra-se também o monumental Gran Museo del Mundo Maya. O moderno museu possui uma boa coleção de esculturas e artefatos antigos, possui muitas informações sobre a cultura maia em diferentes formatos multimídia e é massa também que traz diversos dados sobre a organização e cultura dos atuais descendentes maias. Nos arredores de Mérida, estão o pueblo mágico de Izamal - que infelizmente não visistei, mas que parece ser maravilhoso -, povoados com vários cenotes e ainda diversas zonas arqueológicas, com destaque para Dzibilchaltún (não visitei), Mayapán, Uxmal e a Ruta Puuc (temas dos próximos tópicos). DIA 54) MÉRIDA/UXMAL E RUTA PUUC Antecipo já dizendo que Uxmal foi a minha zona arqueológica favorita em toda a viagem! 💚 Explico os motivos: 1) A cidade maia construída entre os anos 600 e 1000 e que chegou a ter uma população de 25000 habitantes, abriga a Piramide del Adivino, uma grande pirâmide diferentona, com bordas ovaladas;. 2) Possui muitos edifícios com ricas ornamentações, como o Palacio del Gobernador e suas ornamentações do Deus Chaac (associado à água e chuva) e os edifícios do Cuadrangulo de las Monjas e suas variações ornamentações envolvendo serpentes, aves, macacos, humanos e formas geométricas; 3) Possui a Gran Piramide, talvez tão alta quanto a Piramide del Adivino, onde ainda é permitida a subida até o topo, do qual se tem uma boa vista da zona; 4) Possui exemplos de edifícios com cresteria conservada (elemento da arquitetura maia construído sobre o teto dos edifícios e que os projetam ao céu); 5) Há muitas andorinhas, que fazem um belo espetáculo; 6) E por último, não tem vendedores ambulantes te assediando constantemente e não é visitado por muitas pessoas. O único problema é o custo de acesso - absurdos $413 (mesmo valor de Ek Balam) - e não haver muitas linhas de ônibus para retorno (cheque no terminal os horários de retorno). Para ida, há ônibus regular da Sur ($76), que sai do terminal da ADO em Mérida às 8h, 9h05, 10h40, 12h05, 14h e 14h30. Se estiver de carro, recomendo tirar o dia para conhecer também as outas atrações da Ruta Puuc, todas mais simples que Uxmal. Eu não estava de carro, mas mesmo assim contando com a sorte, acabei conseguindo uma carona na estrada e pude conhecer a Ruta. RUTA PUUC) "Puuc" no idioma maia significa "morro" e se refere a pequenos morros na plana Península de Yucatán, sobre os quais foram construídos os sítios arqueológicos que no passados eram conectados por sacbés (calçadas maias). Em uma concepção ampla, a Ruta abrange os seguintes sítios: Uxmal, Kabáh, Sayil, Xlapak, Labná e Grutas de Loltún (esta por ser mais distante, não foi visitada). 1) Kabáh é o mais impressionante entre os quatro, especialmente pelas grande dimensão de seus edifícios e pela riqueza de detalhes nas esculturas que ornamentam as suasconstruções. Vale também conhecer o Arco Triunfal, que marca o começo do sacbé até Uxmal; 2) Sayil é um sítio mais extenso em que se destacam o Palácio, um dos edifícios mais notáveis da ruta, com seus ao menos três andares com formas geométricas e colunas circulares; e a escultura do Deus da Fertilidade; 3) Xlapak possui um conjunto de edifícios, entre os quais se destaca o Palácio, com uma fachada recheada de formas geométricas e esculturas de Chaak (Deus da Chuva); e 4) Labná é um sítio simples com duas construções que chamam bastante atenção: El Mirador, uma construção bem elevada, e o Arco, com bela arquitetura maia. DIA 55) MAYAPÁN Cidade a 45 km de Mérida construída à semelhança de Chichén Itzá. Alcançou seu esplendor entre os anos 1200 e 1450, quando foi capital política e cultural do povo maia. Chegou a ter uma população de aproximadamente 12 mil pessoas, as quais contribuíram com a construção de cerca de 4000 estruturas em uma área de pouco mais de 4 km quadrados. A cidade teve seu declínio com a revolta de grupos sociais que opunham aos Cocom, à família nobre governadora. Como resultado, os líderes Cocom foram mortos e a cidade foi saqueada, queimada e abandonada. Além de sua importância histórica, uma coisa bacana em Mayapán é a diversidade de edifícios representativos da cultura maia em uma área compacta e ainda a existência de painéis com pintura bem conservados. Cheguei ao sítio de ônibus ($27 partindo do terminal Noreste com rumo a Telchaquillo). A ideia era conhecer o local e depois seguir rumo aos cenotes Kankirixche e Yaal-Utzil a cerca de 20 km de distância. Infelizmente não há transporte regular nesta rota. Teria que pegar um táxi coletivo e depois um táxi normal para chegar até os cenotes. Como ficaria muito caro, acabei desistindo da ideia. 😞 DIA 56) CIDADE DO MÉXICO Dia de retorno à Cidade do México em voo low-cost da Viva Aerobus. Na cidade fiz compras no Mercado de la Ciudadela, um ótimo local para comprar artesanatos e depois fui ao museu Soumaya do bairro chique e moderno de Polanco (fiquei com medo de pela minha aparência, ser abordado pela polícia no caminho do metrô até o museu hahaha 🤣). O Museu Soumaya é um museu com arquitetura arrojada com fachada revestida por 16.000 pastilhas de alumínio. São seis andares que reúne obras de grandes mestres mexicanos, arte em marfim chinês, muitas pinturas renascentistas e de grandes mestres europeus dos séc XIX e XX e o seu sexto (e último) andar agrupa várias esculturas de importantes artistas, especialmente de Rodin. Um museu incrível que exige ao menos duas horas para uma boa visita (o Wikipedia em português tem boas informações do museu para atiçar ainda mais a sua curiosidade). Ao seu lado fica o Museo Jumex, que também tem exposições incríveis. Acabei não o conhecendo, pois ia encontrar com uma amiga. À noite, a minha amiga me levou no Monumento a la Revolución, considerado o arco triunfal mais alto do mundo, localizado na Plaza de la Republica. Acho que vale super a pena uma visita durante o dia para apreciar melhor a construção. DIA 57) CIDADE DO MÉXICO Último dia da minha viagem. 😕 Acabei fazendo passeios em direções opostas da Cidade do México. O primeiro deles foi conhecer o Santuário da Basílica de Guadalupe. que é a segundo santuário católico mais visitado do mundo, perdendo apenas a Basílica de São Pedro no Vaticano. O Santuário agrupa a moderna basílica e outras igrejas, entre elas a antiga Basílica, que foi a primeira igreja do México dedicada à Virgem de Guadalupe. (espaço que seria dedicado a fotos, mas acho que perdi minhas fotos da Basílica 😥) Depois desse rolê, fui fazer o percurso de barco nos canais de Xochimilco. O melhor ponto para o contratá-lo é o Porto de Nativitas, pois é onde há mais opções de embarcações e onde há maior fluxo de gente. Assim vc pode se juntar a um grupo para baratear os custos. Foi o que fiz e acabei me juntando a uma simpática família colombiana, que me acolheu super bem, inclusive me dando alguns copos de cerveja. O passeio de 2h, dessa maneira, saiu por $150. O passeio é feito em trajineras, pequenos barcos muito coloridos e geralmente com nomes de mulheres (esposas dos donos), que são considerados Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. Os seu condutores usam bastões de madeira para empurrar o leito e projetá-los pelos canais. As origens de Xochimilco remontam aos tempos pré-coloniais, quando os mexicas construíram canais e chinampas, ilhas artificiais onde se desenvolvia a agricultura. Ainda hoje há várias hortas e floriculturas na região. É comum os mexicanos realizarem comemorações de aniversário e de formatura nos passeios. Há muitas traineiras com estudantes bebaços, curtindo som alto. Muitos mariachis aproveitam também para tocar nas trajineras e animar ainda mais os passeios. O passeio passa por uma ilha onde há uma reprodução da Ilha das Bonecas (original), onde um senhor solitário juntava bonecas e as pendurava para, segundo as diferentes versões, espantar os maus espíritos ou para entreter o espírito de uma criança que foi encontrada afogada. O passeio para essa ilha é caro ($2000) e mais longo, 8h no total. Valeu super a pena como uma curiosidade cultural! DIA 58) RETORNO Fim da viagem! 😥 HOSPEDAGENS - Cidade do México: Mexico City Hostel (booking) - excelente hostel, muito bem localizado com boa estrutura e bom café da manhã! Meu único porém é o excesso de controle no uso da cozinha. - Pachuca de Soto: Airbnb Happy place (anfitrião Ignacio) - cama confortável, quarto espaçoso, anfitrião super gente boa, porém não há água quente no chuveiro, sendo preciso esquentar água em cuia usando uma resistência. - Ciudad Valles (Huasteca Potosina): Hostal Casa Huasteca (booking) - excelente hostel, com cama confortável, quarto espaçoso, ótimo café da manhã e atendimento super atencioso. O único e grande problema do meu ponto de vista é a cobrança por água potável do filtro. - Querétaro: Jirafa Roja (booking) - hostel bem localizado, porém achei o quarto sujo e tive problemas para fazer o check-out por não haver ninguém na recepção cedo. - Estacion de Catorce: Hotel San Jose (no local) - hotel simples com cama grande e confortável e consegui um ótimo preço depois de conversar com a dona - San Luis de Potosi: Sukha Hostel (booking) - hostel super em conta, com uma boa área para interação e banheiros limpos. - Guanajuato: Hostal Seis 7 (booking) - hostel muito simples, bem localizado. Porém não há cozinha, o banheiro é apertado e o do meu andar estava com um cheiro péssimo. - San Miguel de Allende: Black and White (conferir no Google) - eu acabei parando nesta hospedagem porque o que eu havia reservado pelo Booking estava em reformas e sua dona era irmã da dona destre outro. Não é bem um hostel, é mais um esquema Airbnb, com quarto com beliches. Gostei do local e especialmente da atenção da proprietária. O único problema é que é um pouquinho mais distante do centro. - Puebla: Gente de Más (booking) - excelente hostel. Quarto espaçoso, banheiro limpo e boa cozinha. - Atlixco: casa de uma pessoa que conheci aleatoriamente - Zacatlán de las Manzanas: Airbnb Hostal Zacatlán - o proprietário é super gente boa. Porém tive problemas por a localização informada no Airbnb ser diferente da localização real, por ter imaginado que era um hostel com recepção e ser apenas uma casa e no período em que fiquei o chuveiro elétrico não estava esquentando a água. Tirando isso, o quarto era bom e a cozinha era ótima. - Cuetzalan: Posada los Abuelos (no local) - pousada super simples, com quarto espaçoso e cama confortável, porém com um cheiro forte de parede de cimento. - Orizaba: Airbnb - Hostal Tlachichilco - na verdade não é um hostel. É um quarto anexo à casa da proprietária, que é bastante atenciosa. Cama ótima e banheiro dentro do quarto. Os únicos problemas são o sinal do wi-fi é fraco e não haver cozinha disponível (e logo não haver filtro de fácil acesso). - Oaxaca: Hostal de las Americas (booking) - excelente hostel! Quarto confortável, bem localizado e com staff atencioso. - San Cristobál: Torantelo B&B (booking) - hostel super barato, com cama confortável e com excelente café da manhã. - Comitán de Dominguez: Airbnb Casa Calli - quarto privado com cama meio desconfortável e janela sem cortina. O dono é super gente boa. - Palenque: Casa Janaab (booking) - excelente hostel, com estrutura maravilhosa! - Bacalar: Magic Bacalar (booking) - fiquei na barraca deles no camping. Achei ótima com uma cama super confortável. O hostel tem também um ótimo café da manhã e fica na beira do lago com um deck bom para se fazer amizades (tomei muita cerveja ali com os amigos que fiz no local). - Tulum: Lucky Traveller Hostel (booking) - hostel gigantesco, que já foi um hotel all-inclusive. Super econômico, com excelentes quartos e com algumas bicicletas disponíveis para empréstimo gratuito. Problemas: a cozinha é usada apenas por eles para fazer as refeições que são vendidas no hostel e distância grande do centro. - Isla Mujeres: Hostel Azucar (booking) - hostel bem simples com staff super atencioso e cama confortável, porém o quarto é meio apertado. - Holbox: Be Holbox (booking) - hostel bom, com quartos bastante ventilados e banheiros limpos. - Valladolid: a) Hostal Casa Chauac ha (booking) - excelente hostel com quarto amplo, banheiros limpos, bom café da manhã e com bicicletas gratuitas à disposição (só é um pouquinho caro); b) Hostal Casa Don Alfonso (booking) - ótimo hostel com dono super gente boa e com ovos no café da manhã. Único problema é que desligam o ar-condicionado após 3h e o quarto acaba ficando um pouco quente. - Mérida: Hostel Le Luj (booking) - excelente hostel com bom café da manhã incluso e com uma ótima cozinha! Único problema foi a grande quantidade de muriçoca na área de convivência e na cozinha. TOP, TOP CENOTES (todos que conheci) 1ª) Cenote Xkeken - complexo Dzitnup a uns 6 km de Valladolid ($80 individual ou $125 com o cenote Samula) 2º) Gran Cenote - a uns 6 km de Tulum na pista com sentido a Cobá ($180) 3º) Cenote San Lorenzo Oxman - a uns 3 km de Valladolid, no mesmo sentido do complexo Dzitnup ($80) 4º) Cenote Samula - complexo Dzitnup a uns 6 km de Valladolid 5º) Cenote Lol - Ha - no povoado de Yaxunah a 20 km de Pisté ($50) 6º) Cenote Il Kil - a 4 km de Chichen Itza ($80) 7º) Cenote Xcanche - no sítio arqueológico de Ek Balam a uns 28 km de Valladolid ($70) 8º) Cenote Zaci - dentro da cidade de Valladolid ($30) 9º) Cenote Hubiku - na pista no sentido de Ek Balam a 16 km de Valladolid ($100) 10º) Cenote Tamkach Ha - a 6,5 km de Cobá ($100) 11º) Cenote Multum Ha - a 1,5 km do anterior ($100) TOP, TOP ATRAÇÕES RELIGIOSAS 1º) Templo de Santa María Tonantzintla - Cholula 2º) Museu del Virreinato - Tepotzotlan 3º) Templo San Francisco Acatepec - Cholula 4º) Capilla del Rosario (Templo de San Domingo) - Puebla 5º) Templo de Santo Domingo de Guzmán - Oaxaca 6º) Iglesia de San Juan Bautista - San Juan Chamula 7º) Parroquia de San Miguel Arcángel - San Migue de Allende 8º) Catedral de Puebla - Puebla 9º) Santuário da Basílica de Guadalupe - Cidade do México 10º) Catedral da Cidade do México - Cidade do México TOP, TOP MUSEUS 1º) Museu de Antropologia - Cidade do México 2º) Templo Mayor - Cidade do México 3º) Museo de las Culturas - Oaxaca 4º) Museu Amparo - Puebla 5º) Museu de Bellas Artes - Cidade do México 6º) Gran Museo del Mundo Maya - Mérida 7º) Museo Internacional del Barroco - Puebla 8º) Museo Soumaya de Polanco - Cidade do México 9º) Centro de las Artes - San Luis Potosí 10º) Museo de Arte Moderna - Cidade do México TOP, TOP SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS 1º) Uxmal 2º) Teotihuacan 3º) Chichén Itzá 4º) Palenque 5º) Bonampak 6º) Monte Álban 7º) Toniná 8º) El Tajín 9º) Ek Balam 10º) Mitla TOP, TOP PUEBLOS MÁGICOS 1º) Real de Catorce 2º) Bacalar 3º) Cuetzalán 4º) Orizaba 5º) Tepotzotlán 6º) Bernal 7º) Zacatlán 8º) San Miguel de Allende 9º) San Cristobál de las Casas 10º) Valladolid
  21. Luan e eu somos amigos há mais de 15 anos e estamos dando um rolê por esse mundão. Passamos 30 dias no México e estamos cheios de dicas... Sempre uma prazer compartilhar aqui!! Post extraído do nosso blog: https://brotherspelomundo.wordpress.com/2022/02/03/san-cristobal-de-las-casas-todas-as-nossas-dicas/?customize_changeset_uuid=5631077e-3680-427e-a6cd-240932e98a4f San Cristobal é incrível!!! San Cristobal de las Casas, “O Pueblo Mais Mágico do México”, como se referem à cidade, foi a nossa quinta cidade visitada no país e, de fato, é um lugar mágico! Ficamos um total de 4 dias e 3 noites na cidade e a conclusão geral é: vale a pena! Nos hospedamos no Hostal Morellón 18, mas não indicamos muito kkk já explicamos: Faz bastante frio na cidade, especialmente à noite, e não havia água quente todos os dias… mesmo o valor sendo mais baixo, ainda assim não compensou tamanho perrengue. Ainda mais porque estávamos lá durante o inverno (em janeiro). A melhor pizza vegetariana que comemos no México (inclusive, é muito fácil encontrar pratos vegetarianos e veganos por essa cidade). As ruas da cidade nos lembrou muito as Cidades Históricas de Minas Gerais – e há razão de ser: são cidades construídas no mesmo período, isto é, Período Barroco e Período Rococó. Então, há, de fato, uma semelhança automática entre elas! Para quem gosta de doces, a cidade é um prato cheio!!! há de todos os tipos e, em sua maioria, gostosos, bem feitos e baratos. Inclusive, em seu mercado mais famoso, o “Mercado de Dulces, Artesanias y Ambar” estão os doces mais inusitados que vimos no México. Participamos de 2 Free Walking Tours (os dois disponíveis na cidade). Ambos se iniciam na Praça Principal, sendo um de manhã às 10h e outro de tarde, às 17h – ambos com duração de mais de 2 horas e cada um com uma abordagem: o do dia é mais cultural e histórico. O segundo mais voltado para a “vibe” da cidade e seus habitantes, visitando locais menos turísticos. Os dois free walking tours valem muito a pena! Preparamos um vídeo cheio de dicas, preços, curiosidades e impressões. Esperamos que gostem! E o que ainda ficar de pergunta, manda aí para nós É sempre um grande prazer ajudar todos os viajantes.
  22. Visitamos Chichén-Itzá em dezembro de 2021, na semana do Natal. O lugar estava lotado - como sempre - e, ainda assim, foi incrível! Realmente merece ter sido escolhida uma das 7 Maravilhas do Mundo. Afinal, uma cidade Maia de tamanha magnitude merece ser visitada pelo mundo todo - e é!!! A seguir, o vídeo que meu melhor amigo e eu gravamos em nossa passagem por lá com todas nossas dicas, curiosidades, impressões e custos! Qualquer dúvida, manda aí
  23. Luan e eu somos amigos há mais de 15 anos e estamos rodando o mundão juntos sob o nome de Brothers pelo Mundo (Insta @brotherspmundoo). Estamos mostrando todas nossas dicas, impressões e preços em nosso canal do YouTube. Nosso novo vídeo - abaixo - mostra absolutamente tudo que você precisa saber para uma visita à Playa del Carmen, no litoral do México, a 1h30 de Cancun. Qualquer dúvida, manda aí! É sempre um prazer ajudar os mochileiros desse fórum. Segue o canal também
  24. Eaí, pessoal!! Passamos um total de 3 dias e 2 noites em Cancun. Não estaria no roteiro, pois sabemos que trata-se de uma cidade cara. Entretanto, nosso voo chegou ao México via Cancun e, a partir daí, iriamos visitar as cidades do roteiro. Então, decidimos passar 2 noites em Cancun. Nosso vídeo com todas nossas dicas, impressões e custos de Cancún!! Encontramos uma boa acomodação no centro de Cancun no Airbnb (chamado Hotel México). O centro de Cancun não possui praia, sendo assim, sabíamos que teríamos que desembolsar valos para o ônibus caso quiséssemos ver as praias de azul cintilante. Mas, ainda assim, vale muito a pena, pois nas proximidades da praia só há opções de hotéis e resorts de luxo! Com diárias a partir de 100 dólares (podendo chegar a diárias de 1000, 2000 dólares kkk). Nosso hotel (muito bem localizado, próximo ao terminal de ônibus e próximo a muitos mercados) nos custou 21,61 dólares a noite (estando em dois, rachamos a diária, ficando menos de 11 dólares para cada um). E esse quarto era só nosso com banheiro exclusivamente nosso! – Algo raro em nosso Mochilão haha. O ônibus do centro às praias custa 12 pesos (aproximadamente 0,61 centavos de dólar). Sendo assim, compensa muito ficar nessa região. Lembrando que, não é pq trata-se de um bairro um pouco afastado das praias que você encontrará tudo barato. Não! Ali ainda é super turístico! Muitos hotéis e hostels e muitos turistas do mundo inteiro. Só não é luxuoso como na orla.
  25. Nos últimos anos, os espaços de coworking se tornaram um centro para trabalhadores remotos que procuram um lugar seguro para trabalhar enquanto desfrutam de suas viagens. Como um dos melhores locais para nômades digitais no México, você pode encontrar muitos lugares excelentes para coworking em Playa del Carmen. Há muitas vantagens em ingressar em uma comunidade de coworking. As comodidades integradas, como espaços de trabalho confortáveis e acesso gratuito a serviços, incentivam um equilíbrio saudável entre a vida profissional e a vida pessoal e ajudam a aumentar a produtividade geral. Se você estiver viajando sozinho, outros membros de coworking oferecem ótimas oportunidades para socializar e fazer contatos. Se você está pensando em planejar uma viagem para Playa del Carmen, na Península de Yucatan, ou já está lá e quer trabalhar em uma ótima localização, considere estes espaços de coworking de primeira linha na bela e praiana Playa. Melhor coworking em Playa del Carmen #1: BUNKER Coworking A apenas três quarteirões da praia, o Bunker Coworking é uma ótima opção que aceita animais de estimação para nômades digitais em busca de espaços de trabalho flexíveis. Eles fornecem estações de trabalho compartilhadas, privadas e virtuais que permitem que você faça o trabalho e cabines telefônicas privadas para atender quaisquer chamadas que possam exigir mais privacidade. Como associado, você tem acesso 24 horas às instalações e uma ampla gama de serviços que tornam a sua estadia no Bunker mais agradável. Desfrute de internet banda larga rápida, impressão ilimitada, café e lanches gratuitos, áreas confortáveis onde você pode tomar uma bebida e relaxar e uma grande comunidade de membros de coworking amigáveis. Os preços variam por hora, dia, semana ou mês, portanto, certifique-se de visitar o site para obter informações detalhadas. Se você não está decidido se este é o lugar para você, novas pessoas podem solicitar um passe diário gratuito após se inscreverem na lista de mala direta do Bunker Coworking. Continue lendo em: 6 Melhores Espaços de Coworking em Playa del Carmen, México
×
×
  • Criar Novo...