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  1. A primeira das Lagunas Llanganuco, chamada de Chinancocha A primeira dica muito importante que dou para quem for viajar ao Peru (ou qualquer outro país) é se informar a respeito dos feriados nacionais. Os feriados mais importantes no Peru são a Semana Santa e as Fiestas Patrias (28 e 29/07). Eu tive o azar de marcar férias e comprar as passagens aéreas exatamente na semana da pátria peruana, e isso me causou muito transtorno para conseguir passagens de ônibus, hospedagem e acabei pegando os preços todos em dobro. Huaraz tem uma oferta enorme de hospedagem, com centenas de hostels e hotéis de todos os preços, mas por incrível que pareça todos estavam lotados pelo feriado. Depois de enviar e-mail para 15 hostels um deles me respondeu dizendo que tinha uma vaga, mas para garanti-la tive de enviar o dinheiro pelo serviço Western Union, o que foi mais um transtorno na véspera da viagem. E o hostel ficava um pouco fora do centro (chama-se Santa Cruz Trek Hostel e não recomendo). Para conseguir uma passagem de ônibus Lima-Huaraz tive que entrar no site de todas as empresas a cada duas horas durante a semana toda para ver se aparecia uma poltrona vaga, até que por sorte apareceu uma e comprei imediatamente. Se soubesse do feriado da semana da pátria jamais teria marcado essa viagem nesse período. Foi uma grande dor de cabeça! Plaza de Armas de Huaraz DE SÃO PAULO A LIMA E HUARAZ Peguei em São Paulo o voo das 3h50 da madrugada da Lan para Lima, chegando às 7h15, hora local (duas horas a menos que no Brasil). Peguei minha mochila cargueira na esteira e ao passar pelo raio-x tive de entregar as duas maçãs que estavam na mochila de ataque. Ainda bem que não tive de pagar multa, como dizem que acontece no Chile. Troquei um pouco de dólares por soles só para pagar o táxi pois a taxa no aeroporto é muito ruim (estava 3,00 soles por dólar) e ainda cobram comissão de 3%. Várias empresas oferecem táxi logo na saída e acabei pegando um com a Green mesmo. O preço é tabelado. Foram 50 soles dali até o terminal da empresa de ônibus Linea, a única com a qual consegui uma passagem para Huaraz após uma semana inteira de tentativas (veja nas informações adicionais ao final do relato o site de todas as empresas que fazem a linha Lima-Huaraz). Eu cheguei a pesquisar uma forma de ir do aeroporto ao terminal da Linea por transporte público mas ninguém recomenda fazer isso por causa da falta de segurança nos arredores do aeroporto e da precariedade dos ônibus que circulam por ali. Observando o transporte público da cidade de Callao, onde fica o aeroporto, vi que seria mesmo uma aventura fazer esse trajeto de ônibus, pois eles são pequenos, muito velhos e superlotados. Cheguei ao terminal da Linea no Paseo de La República (bairro La Victoria, próximo ao centro de Lima) às 8h30 e aguardei o embarque às 10h30. Foram 8h de viagem com uma parada para almoço. Na chegada a Huaraz peguei um táxi (4 soles) até o hostel pois era noite, o hostel fica fora do centro e não sabia se era seguro ir sozinho a pé. Tinha que jantar, mas desisti de ir ao centro a pé e arrisquei o restaurante em frente ao hostel, chamado San Remo. A comida é muito boa, o atendimento feito pelos próprios donos é excelente, e o preço é justo para quem mora em São Paulo e um pouco alto para os padrões de Huaraz. Foram 22 soles por um filé de frango caprichado com batatas douradas e salada variada. Wifi excelente. No hostel comecei a minha dieta de mate de coca para ajudar na aclimatação. Não sei se foi bom, tem gente que diz que é placebo, mas sei que felizmente tive uma excelente aclimatação. Por recomendação médica, não utilizei os medicamentos Diamox e Decadron, que supostamente ajudam na aclimatação. Laguna 69 26/07/15 - 1º TREKKING DE ACLIMATAÇÃO: LAGUNA 69 (4603m) As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/Laguna69PqNacHuascaranPeruJul15. Com muito pouca informação de como chegar à Laguna 69 de forma independente, e por ter chegado a Huaraz na noite anterior, contratei pelo hostel mesmo o serviço de uma agência para ir à Laguna 69 no dia seguinte. Como disse acima, por ser semana da pátria paguei 70 soles, quando o normal é de 30 a 40 soles. Às 6h a van da agência Mony Tours passou no hostel para me pegar. Já havia algumas pessoas nela e no caminho subiram mais algumas. Pegamos a estrada sentido norte até a cidade de Yungay (onde completamos o grupo com mais 3 pessoas) e de lá estrada de terra serra acima. Paramos pouco depois das 8h30 para o café da manhã num Recreo Campestre. Logo chegamos à entrada do Parque Nacional Huascarán, onde pagamos 10 soles pela entrada de um dia (é possível comprar um bilhete de entrada válido por 21 dias por 65 soles). A partir daí entramos por um estreito vale entre altos paredões (uma quebrada) e temos nada menos do que os gigantes Huascarán (6768m) à nossa direita e Huandoy (6395m) à esquerda. O Huascarán é a montanha mais alta do Peru! Subindo mais, a próxima parada (bem rápida, só para fotos) foi na primeira das Lagunas Llanganuco, chamada de Chinancocha, lagoa feminina em quechua (a seguinte se chama Orconcocha, lagoa masculina em quechua). As cores dessas lagunas são impressionantes, com vários tons de verde e de azul. Nas margens as interessantes árvores queñuales, que desprendem a casca como um papel. Subindo mais um pouco com a van, a trilha para a Laguna 69 começa à esquerda da estrada de terra, na altitude de 3912m. Não havia um guia coordenando o grupo, apenas um sujeito que nos acompanhou e achava que estava fazendo algum serviço de guia. Com isso as pessoas se dispersaram completamente durante o trekking (algumas chegaram à laguna quando todos já estavam voltando). E não há mesmo nenhuma necessidade de guia já que a trilha é bem marcada e até sinalizada em alguns pontos. Começamos a caminhar às 10h12. A trilha desce até um grande vale, um local chamado Cebollapampa (3898m), onde havia algumas pessoas acampadas e até locais vendendo refrigerantes. Depois sobe suavemente pela Quebrada Yanapaccha (também chamada de Quebrada Demanda) em direção ao Nevado Chacraraju até que por volta de 11h vem a primeira subida mais forte. Ali o grupo se distanciou muito, com algumas pessoas mais aclimatadas disparando na frente e outras não aclimatadas e não acostumadas ao trekking ficando sentadas lá para trás. Por ser feriado nacional, muitos foram fazer esse trekking pensando ser um passeio qualquer, mas não é, a Laguna 69 fica a 4603m de altitude e o desnível desde Cebollapampa é de 705m. Por conta disso, vi muita gente passando mal, com enjoo, tontura e sangramento no nariz, consequências da não adaptação à altitude. Huascarán Norte (6654m) visto da trilha da Laguna 69 Nessa primeira subida encontrei uma fonte de água que parecia ser limpa e enchi meu cantil, consumindo-a sem nenhum tratamento (na volta fiz o mesmo). Não tive nenhum problema por causa disso. A primeira ladeira termina aos 4384m numa linda laguna de cor verde com as bordas transparentes. Segue-se uma pequena descida para um outro grande vale. Para trás (sul) a visão do Huascarán e à esquerda (noroeste) o Nevado Pisco. Próximo a algumas ruínas de pedra começa a segunda (e última) ladeira, que vai dos 4410m aos 4603m. Ao final dessa subida caminha-se por uma trilha entre blocos de pedra e à frente a paisagem é de um paredão coroado pelos picos do Nevado Chacraraju (6108m) à direita (norte) e do Pisco (5752m) à esquerda (oeste). No fundo a lindíssima Laguna 69, de uma cor azul inacreditável, com águas glaciais límpidas e transparentes. Cheguei às 13h10. Havia muitos e muitos grupos ali, com as pessoas se espalhando às margens da laguna, mas ninguém arriscou entrar nas águas geladas. Às 14h20 iniciei o retorno pelo mesmo caminho e às 17h30, depois de muitas fotos e até algumas curtas paradas para conversar com outras pessoas, estava de volta à van. Porém tivemos que esperar até 18h10 para que todos do nosso grupo estivessem de volta. O sujeito que se passava por guia não colocou um horário limite para a subida à laguna e muita gente chegou lá quando todos já estavam descendo de volta. Uma verdadeira bagunça! Pegamos estrada de novo e, depois de quase 3 horas de viagem de volta, chegamos a Huaraz às 21h. Pelo horário, já estava um pouco tarde para ir jantar no centro, então comi de novo no restaurante San Remo, em frente ao hostel. O mesmo prato, 22 soles por um filé de frango caprichado com batatas douradas e salada. Ao fim da viagem vi que foi a melhor comida que provei na cidade. E mais mate de coca! Como meu primeiro trekking de aclimatação para Huayhuash me senti muito bem e fiquei bem feliz com a minha fácil adaptação à altitude. Senti apenas um pouco de dor de cabeça na laguna, mas voltando aos 3090m de altitude de Huaraz isso logo passou. Custo do trekking de hoje: 70 soles por ser semana da pátria. O preço normal é de 30 a 40 soles através das agências de Huaraz, o que deve ser mais barato do que fazer por transporte público. Laguna Churup 27/07/15 - 2º TREKKING DE ACLIMATAÇÃO: LAGUNA CHURUP (4458m) As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/LagunaChurupPqNacHuascaranPeruJul15. Nesse dia começou a minha verdadeira aventura pela cidade pois dispensei os serviços caros e ruins das agências para fazer as caminhadas de forma independente. Fui procurar a kombi (assim eles chamam as pequenas vans) que leva ao início da trilha para a Laguna Churup e a encontrei na Avenida Gamarra, estacionada em frente ao número 311, ao lado de um grifo (posto de gasolina). Cheguei ali às 6h20 mas a kombi só sai quando lota, entre 7h e 7h30. O seu destino normalmente é Llupa (pronuncia-se iúpa), por 5 soles, mas se pelo menos cinco pessoas quiserem ir até Pitec (pagando mais 5 soles cada um) então eles esticam mais 11,6km até lá, deixando exatamente no início da trilha para a Laguna Churup. Como ainda era cedo, a senhora quechua (cobradora da kombi) me levou ao "mercado" mais próximo para eu comprar pão e queijo para o lanche de trilha. Na verdade era uma feira de rua bem pequena e modesta, mas que tinha todas as interessantes características de uma autêntica feira da serra peruana, com bancas vendendo frutas, legumes, verduras, farinhas, feijões, etc. E ao lado um casal vendia lanches de queijo, ovo e ainda bebidas quentes feitas com quinoa e maca. Claro que aproveitei a oportunidade para mergulhar de cabeça no modo de vida deles, tomando o café da manhã ali na rua junto com os peruanos. Viajar para mim é isso! De volta à kombi, com um saquinho com oito deliciosos pães e ainda um pedaço de queijo comprados no "mercado", esperamos completar a lotação. Parecia que mais ninguém ia aparecer, mas de uma hora para outra surgiu um grupo de cinco argentinos e vários outros turistas, inclusive um peruano muito comunicativo, o Juan, com quem fui conversando a viagem toda. Uma informação importante é que há apenas duas ou três vans que saem de manhã do centro de Huaraz para Llupa ou Pitec e retornam à tarde. Não soube de outra opção de transporte público além desse. No caso de as vans irem até Pitec ficam lá esperando os turistas voltarem. Se não houver quórum para irem a Pitec é preciso caminhar 4,2km de Llupa a Pitec por trilha ou 11,6km pela estrada poeirenta. A viagem durou das 8h10 às 9h10 e subiu dos 3090m de Huaraz até os 3864m de Pitec. Paguei novamente 10 soles pela entrada no Parque Nacional Huascarán e começamos a caminhada às 9h23 encarando já de início uma longa subida. Logo o Juan e seu filho ficaram para trás mas não pude esperá-los pois precisava caminhar no meu ritmo e testar a minha adaptação à altitude. Nessa trilha a subida é constante, diferentemente da Laguna 69. Obviamente não tínhamos guia nesse dia, mas o caminho é todo bem batido, sem nenhuma dúvida. Às 11h a trilha estabiliza por alguns metros e desce um pouco na direção de uma cachoeira. Do seu lado esquerdo se encontra a sequência de três cabos de aço que auxiliam na subida de uma parte mais vertical, mas onde todos passam sem grandes problemas, apenas reclamando um pouco da dificuldade inesperada. Após o terceiro cabo de aço são apenas 8 minutos até as margens da linda laguna, essa de cor verde transparente, aonde cheguei às 11h17 (nesse trecho enchi meu cantil num riacho de água aparentemente confiável e bebi sem tratá-la). Altitude de 4458m, desnível de 594m desde o início da caminhada. A Laguna Churup está encaixada também entre paredões de pedra, sendo que à esquerda do ponto de chegada (nordeste) se encontra o Nevado Churup (5495m), que pode ser visto da Plaza de Armas de Huaraz. Laguna Churup com o Nevado Churup ao fundo Havia também vários grupos por ali e alguns malucos se dispuseram a entrar na água congelante. Fiz meu lanche, conversei com pessoas de várias partes do mundo e esperei o Juan e seu filho chegarem. Às 13h32 começamos o retorno pelo mesmo caminho e chegamos à van às 15h20. Demoramos porque o filho do Juan, de 15 anos, começou a passar mal na descida por causa da altitude. Apesar de estarmos baixando ele continuava ruim, tendo dificuldade para caminhar e parando para sentar diversas vezes. Fomos os últimos do nosso grupo a chegar à van e quando chegamos, uma situação absurda: a cobradora nos disse que estava lotada! Ela não nos esperou e colocou várias outras pessoas no nosso lugar, gente que deve ter subido pela trilha desde Llupa. Havia um só lugar naquele aperto desgraçado da van e o Juan fez questão que eu fosse. Hesitei em deixá-los ali sem outra alternativa, mas entrei na van (10 soles). Fiz uma viagem terrível até Huaraz, num aperto horrível, sem poder me mexer um centímetro. E pensando como eles fariam para voltar à cidade, ainda com o rapaz passando mal. Infelizmente não peguei um contato dele para saber o fim da história. Acredito que tenha conseguido uma carona com um dos carros que estavam estacionados por ali. Bem, fica então outra dica muito importante: se pegar a van de linha até Pitec, não seja o último a voltar da laguna pois você pode nem encontrar mais a van lá. Nesse dia de aclimatação me senti ainda melhor, sem nenhuma dor de cabeça. O único cuidado é que é preciso caminhar lentamente pois um esforço a mais causa uma sensação bem ruim de falta de ar e faz disparar o coração. Custo do trekking de hoje: 20 soles (que pode cair à metade se a van for até Llupa e você fizer o restante do caminho a Pitec por trilha, são 4,2km). Tive ainda o resto do dia para finalmente caminhar pela cidade, conhecer um pouco mais de Huaraz, e jantar um lomo saltado por 8,50 soles num restaurante muito simples, mas com wifi perfeito para ligar para o Brasil via facebook. E mais mate de coca! Não posso deixar de comentar que Huaraz é uma cidade muito feia, suja e bagunçada. Agora, muito pior que isso são as benditas buzinas. Cada motorista sai com o carro na rua com o pé no acelerador e a mão na buzina. É um inferno! Todos buzinam o tempo todo sem o menor sentido, sem nenhum motivo, só pela mania de tocar a buzina como pisam no acelerador. Já tinha notado essa mania na rápida passagem por Lima, mas Huaraz foi o pior lugar que conheci em termos de poluição sonora nas ruas. Laguna Willcacocha e Cordilheira Blanca ao fundo 28/07/15 - 3º TREKKING DE ACLIMATAÇÃO: LAGUNA WILLCACOCHA (3742m) As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/LagunaWillcacochaCordilheiraNegraPeruJul15. Ao descer do meu quarto para a recepção do hostel pouco depois das 6h, encontro o dono explicando a um rapaz como chegar a algumas das famosas lagunas de forma independente e usando o transporte público. Começamos a conversar em portunhol até que ele perguntou de onde eu era. Dali em diante relaxamos e passamos a conversar em português pois ele era brasileiro também... risos. Disse-lhe que ia para a Laguna Willcacocha naquele dia e ele se interessou. Caminhamos até o centro e na esquina das ruas Antonio Raymondi e Hualcan (ao lado do Mercado Central) pegamos a kombi (van) de número 10 (1 sol). Pedimos para descer na Puente Santa Cruz, na localidade de Chiwipampa, 9km ao sul de Huaraz. Começamos a caminhar às 7h52. Altitude de 3183m. Em tempo: antes de partir para essa caminhada voltei ao "mercado" do beco da Avenida Antonio Raymondi para tomar meu desjejum de quinoa e pão com ovo, como no dia anterior. Cruzamos a ponte sobre o Rio Santa e iniciamos a subida, que seria constante até atingirmos a laguna. Cerca de 180m após a ponte abandonamos a estrada de terra em favor de uma trilha larga que sobe à esquerda. Aos poucos o Rio Santa vai ficando bem abaixo de nós. Passamos por um pequeno cemitério à esquerda e logo chegamos ao primeiro conjunto de casas. Ali um pequeno erro (que outras pessoas também cometem): o certo é voltar à estradinha de terra, à direita, mas continuamos pelos caminhos mais estreitos do povoado para a esquerda até percebermos que não estávamos mais subindo. Perguntamos e voltamos à estradinha de terra, subindo e atravessando o "centro" do povoado de Santa Cruz. O caminho principal para a Laguna Willcacocha é na verdade uma estrada de terra na qual sobem carros comuns e táxis. O caminho que nos foi ensinado é composto de atalhos em forma de trilha larga que cortam os longos ziguezagues da estrada, sendo bem mais curto e direto. Logo após atravessar o "centro" do povoado de Santa Cruz, não vimos a entrada da trilha à direita e continuamos pela estrada. Por sorte esse era o menor dos ziguezagues e logo tínhamos a trilha bem nítida atravessando a estrada. Pegamo-la subindo à esquerda às 8h43 e em 22 minutos atravessamos a estrada pela última vez. Às 9h27, depois de passar por lindas e douradas plantações de trigo, chegamos à Laguna Willcacocha. Altitude de 3732m, com desnível de 549m desde a ponte sobre o Rio Santa. Vale do Rio Santa e Cordilheira Blanca norte ao fundo A laguna, comparada às anteriores, é pouco atrativa, apenas uma lagoa com gramado ao redor. Porém o grande atrativo do lugar é a vista espetacular da Cordilheira Blanca. Uma grande placa colocada no final da trilha dá o nome de cada montanha da cadeia, sendo o Huascarán o mais alto, com 6768m, bem ao norte. Relembrando que ele é a montanha mais alta do Peru. Na porção sul da cordilheira o destaque é o Nevado Huantsán, o mais alto, com 6369m. A cadeia montanhosa onde se encontra a Laguna Willcacocha é chamada de Cordilheira Negra, por não ter cumes nevados, em contraposição à Cordilheira Blanca. Depois de muita contemplação (o dia estava espetacular!) e fotos, iniciamos a descida às 10h56 pelo mesmo caminho. Desta vez não perdemos a trilha que deixamos passar na subida. Às 12h05 estávamos de volta à Puente Santa Cruz e uma van que passava na rodovia parou sem que fizéssemos nenhum sinal (1 sol). Nessa caminhada não encontrei nenhuma fonte de água. Havia várias outras pessoas na laguna que devem ter subido de carro (havia vários carros estacionados bem próximo). Na descida cruzamos com muitas pessoas subindo, porém naquele horário o sol já estava bem forte, tornando a subida bem desgastante. Custo do trekking de hoje: 2 soles (teve uma agência de Huaraz que teve a cara de pau de me pedir 120 soles por essa caminhada). Como ainda era cedo, fomos para o segundo passeio do dia: as ruínas de Wilcahuain (ou Willkawaín). Na esquina das ruas Cajamarca e 13 de Dezembro, no centro de Huaraz, pegamos a kombi (van) para Wilcahuain (1,50 sol). Saindo da cidade, a estrada de terra sobe muito, cruza povoados até chegar às ruínas, numa altitude de 3420m. O sítio arqueológico está dividido em dois, numa distância de 750m entre si. Saltamos da van no primeiro e pagamos 5 soles pela entrada. Visitamos as construções por fora e por dentro, com corredores e passagens estreitas e baixas, e o museu. As construções datam de 600 a 900 dC, sendo anterior ao Império Inca. Depois voltamos à estrada e caminhamos 10 minutos até o segundo sítio, onde se entra com o mesmo tíquete. Lá mais quatro construções, porém suas entradas eram muito baixas e pouca gente tentava entrar. Fizemos um lanche. Voltamos ao primeiro sítio para esperar a van de volta a Huaraz (1,50 soles). Na cidade nos separamos e eu fui comer de novo o lomo saltado de 8,50 soles. Laguna Aguak 29/07/15 - 4º TREKKING DE ACLIMATAÇÃO: LAGUNA AGUAK (4551m) As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/LagunaAguakHuarazPeruJul15. Saí do hostel pouco depois das 6h e voltei à esquina das ruas Cajamarca e 13 de Dezembro no centro para pegar a kombi (van) para Wilcahuain (1,50 sol). Mas antes estiquei até o beco da Avenida Antonio Raymondi para tomar meu habitual desjejum de quinoa e pão com ovo no "mercado". Até a hora de a van sair só entraram moradores locais, o que significava que eu iria fazer a caminhada de hoje sozinho. No último instante entrou um gringo. A van subiu as estradinhas de terra pelo mesmo caminho do dia anterior até as ruínas e o rapaz pediu ao motorista que o deixasse no início da trilha para a Laguna Aguak, meu destino também. Saltamos juntos e nos apresentamos. Ele era alemão, chamava-se Stefan, e estava sozinho porque sua namorada havia torcido o pé na rua em Huaraz, sem condições de trilhar. Essa trilha pode ser iniciada pelo menos em três pontos distintos, pelo que pude constatar. Dois deles ficam muito próximos ao primeiro sítio arqueológico de Wilcahuain, porém por ali há uma subida forte logo de início. O motorista nos deixou 1,2km à frente das ruínas (à esquerda na primeira bifurcação), num local com subida inicial mais suave, na altitude de 3444m. Começamos a caminhar às 7h38 e a trilha é um caminho largo e bem marcado. Após um trecho plano vem a subida de verdade, montanha acima, num infindável ziguezague. Marcações da distância percorrida foram pintadas nas pedras a intervalos de poucos metros, o que nos deixa ansiosos por alcançar os 6000m, que é o fim da trilha e a chegada à laguna. A altitude é significativa, então paramos duas vezes para descansar e comer algo, a primeira na cota dos 4060m e a segunda aos 4428m. Às 11h06 chegamos enfim à Laguna Aguak, que repousa suas lindas e profundas águas azuis escuras a 4551m de altitude. O Stefan sacou da mochila o seu almoço e se sentou logo à chegada, eu fui explorar os arredores da laguna para registrar os melhores ângulos. Havia apenas três pessoas no local e elas estavam na margem à nossa direita. Voltaram rapidamente e eu fui andar pelo local onde estavam. Porém foi preciso descer uma parede rochosa bem vertical, não muito alta, mas com poucos apoios. Como eles haviam voltado rapidamente por ali achei que fosse fácil subir de volta. Grande engano! Depois de tirar fotos de todos os ângulos daquele lado da laguna, inclusive dos nevados mais distantes e de Huaraz bem abaixo, tentei voltar. Ao chegar à parede não conseguia subir ao topo, não havia apoio para mãos e pés. Nessa hora apareceu o Stefan junto com um suíço que havia acabado de chegar, e foi o suíço quem esticou sua mochila e, segurando na alça dela, consegui sair daquela enrascada em que me meti. Portanto, fica o aviso: calcule bem se vale a pena descer essa parede e se terá apoio para subi-la de volta. Laguna Aguak Das margens da laguna pode-se observar o cume do Nevado Vallunaraju (5686m) a nordeste, a pontinha do Nevado Churup (5495m) um pouco mais distante a leste, e o cume do Nevado Huantsán (6369m), o pico mais alto da Cordilheira Blanca sul, uns 20km a sudeste, na extremidade esquerda de um conjunto de nevados. Todas essas montanhas podem ser vistas da Plaza de Armas de Huaraz. Stefan e o suíço (Joel) foram explorar algumas lagunas que estavam escondidas mais acima, tomaram a continuação da trilha e desapareceram num segundo. Eu tirei fotos de um ponto mais acima e resolvi começar a descer já que não alcançaria os dois ligeirinhos. Iniciei o retorno às 13h43, pelo mesmo caminho, e só parei na altitude de 3878m para descansar um pouco as pernas de tanta descida por pedras soltas. Mais abaixo (3785m) o caminho largo bifurcou e segui para a esquerda. Logo alcancei a parte plana. Sem prestar atenção no gps, em algum ponto saí do caminho por onde viemos e acabei sem querer descobrindo um dos outros caminhos de acesso descritos anteriormente. Desci bastante por uma ladeira, a qual não deve ser muito agradável de enfrentar logo no início da caminhada, como disse, e alcancei um fim de estrada junto a uma grande caixa-d'água com cerca. Continuei pela estradinha deserta e constatei que esse é o caminho "oficial" já que a marcação de distância nas pedras continuou. Segui à esquerda numa bifurcação na altitude de 3465m, junto a uma casa (mas verifiquei depois que se seguisse à direita também sairia na estrada, próximo às ruínas), até que atingi o ponto zero das marcações ao alcançar a estrada de terra, ao final de uma rampa de concreto, pouco acima das ruínas de Wilcahuain, às 16h44. Altitude de 3424m. Nessa caminhada não encontrei nenhuma fonte de água confiável. Na descida encontrei apenas dois casais que me perguntaram ansiosos quanto faltava para chegar à laguna. Como se vê, o trekking da Laguna Aguak, apesar de ótimo para aclimatação e de custo muito baixo, é pouco conhecido. Dali esperei alguns minutos pela van (1,50 soles) e voltei a Huaraz. Percorri algumas agências de trekking do centro e finalmente apareceu um grupo saindo para Huayhuash, e já no dia seguinte logo cedo! Mas isso eu contarei no relato do Circuito Huayhuash que estou escrevendo. Custo do trekking de hoje: 3 soles. À noite resolvi jantar no restaurante Encuentro, que fica numa praça chamada Parque Periodista entre os prédios da Avenida Luzuriaga (há outro na Rua Julian de Morales). O prato de filé de frango que pedi custava o mesmo que no restaurante San Remo em frente ao hostel (22 soles) mas estava meio frio e com acompanhamento muito pobre. Bonita laguna na trilha da Laguna 69 Informações adicionais: As empresas de ônibus que fazem a linha Lima-Huaraz (e que têm site) são: . Cruz del Sur - http://www.cruzdelsur.com.pe . Linea - http://www.transporteslinea.com.pe . Moviltours - http://www.moviltours.com.pe . Oltursa - http://www.oltursa.pe . ZBuss - http://zbuss.com . Julio Cesar - http://www.transportesjuliocesar.com.pe Tanto Lima quanto Huaraz e Caraz não têm rodoviária. Cada empresa tem seu próprio terminal com o guichê de venda da passagem. A empresa Moviltours tem agência no centro de Huaraz mas o terminal fica no bairro Centenario. A cotação do sol para o dólar estava: . no aeroporto de Lima em 25/07/15: 3,00 soles = US$1 com comissão de 3% . nas casas de câmbio de Huaraz: 3,15 soles em julho e 3,18 soles em agosto sem comissão Rafael Santiago agosto/2015 http://trekkingnamontanha.blogspot.com.br
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