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Hallo, mochileiros! Dando sequência às histórias de minhas viagens pelo Brasilzão, segue um relato de algumas semanas andando por Paraná e Santa Catarina. Como tinha algumas pendências nesses estados, e as passagens de Manaus para CWB estavam generosamente baratas na época, aproveitei a oportunidade para tirar umas semanas na região. O período escolhido foi o mês de novembro/2023, e na véspera da viagem as expectativas não estavam tão altas em virtude das grandes chuvas que assolavam a região neste ano atípico de el niño. Mas, como sou brasileiro e não desisto nunca, tentei organizar um roteiro viável. Por sorte, pegaria a época de um festival catarinense local, a Schutzenfest (festa dos atiradores) de Jaraguá do Sul. Entretanto, a maior motivação para meu passeio era uma trilha de montanha até nada mais nada menos do que o ponto mais alto do sul brasileiro, o Pico Paraná. Apesar das chuvas, estava acompanhando o clima em sites especializados, procurando uma brecha de tempo bom. E como uma feliz coincidência, o sol voltaria a dar as caras para o povo paranaense nos primeiros dias de novembro. Já tinha o primeiro “rolezinho” definido. Chegando no dia 5 de novembro em Curitiba numa linda e ensolarada tarde de domingo, estava com melhores expectativas a respeito dos próximos dias. Aproveitei para dar aquela passada obrigatória na decathlon para comprar alguns mimos e passar o resto de tarde “lagarteando” no jardim botânico com um belo caldo de cana sulista. No dia 6, segui para o Parque Pico Paraná, a mais ou menos 45km de Curitiba subindo a BR-116. A primeira informação importante desse roteiro é que existe ônibus de Curitiba que vai para as dependências da serra do Ibitiraquire, porém, encontrei uma forma mais prática: no blablacar, uma viagem bastante comum na região é o trecho Curitiba-Cajati(SP), que é bastante em conta e sobe a Régis Bittencourt. Como existiam várias viagens de carona para o dia, fechei com um motorista de manhã cedo e negociei com ele o valor (uma vez que não iria para o trecho final). O motorista, muito gente boa, concordou (embora tenha ficado desconfiado, à princípio, sobre o fato de me deixar na beira da estrada). Éramos 3, um manauara, o motorista paulista e um passageiro carioca que já começou fazendo troça da minha vestimenta: “~manauara, tu, de camiseta e short nesse frio? Maix num é mexmo!!!” Confesso que dei bastante risada nessa hora, pois nortista que é nortista normalmente pensa que “pegar frio” é sair na rua com 25 graus no termômetro agasalhado. Como me considero "uma ovelha negra manauara", eu me aclimato fácil nesses lugares, e considerando o forno que estava a esfumaçada amazônia nessas semanas de verão e queimadas, poderia pegar negativo, nu, no cume dos picos, sorrindo. Após uma hora de viagem, sou deixado na beira da estrada e despeço-me de meus breves colegas de trip, desejando-lhes boa viagem. Ainda precisaria andar por 5km de estrada de terra até chegar na primeira base, a fazenda Pico Paraná. Gostei do local. Estacionamento amplo, banheiro com chuveiro quente disponível, uma corredeira com queda disponível para banho e o cadastro de visitantes para o caso de resgate por um valor mais do que justo (10 pila) pareceram-me bastante atrativos. Havia até uma maquete da serra para que fosse explicado da melhor forma o caminho a ser feito. Após o meu cadastro e a explicação das trilhas, começava a subir às 14:00h em ponto. A princípio, pensei em acampar no Pico Caratuva para no dia seguinte atacar o PP, entretanto, fui aconselhado a fazer o Itapiroca para uma primeira vez, uma vez que a trilha seria mais rápida e a melhor bica de água limpa da região se encontrava no caminho. Em um primeiro momento é uma bela subida com desnível positivo para já ir judiando os joelhos do peão. Após aproximadamente 1h15, chegava no topo do morro do Getúlio, onde já dá para ter uma bela vista do que ficou para trás, e onde já é possível contemplar os vizinhos Caratuva e Itapiroca. Curiosamente havia um mar de nuvens retido no outro lado. Pelo que notei em outros passeios é comum isso acontecer, e no final da tarde, com a diminuição da temperatura, as nuvens saem e passam no sentido Curitiba, dando aquele sereno de início de noite comum na cidade. Com duas horas de subida, chegamos na famosa plaquinha de bifurcação das trilhas. Ainda faltaria aproximadamente 1h30 para o Itapiroca. A partir daqui a trilha começa a ficar mais difícil, com bastante subida em pedras do tamanho de carros e raízes do tamanho de....grandes raízes. As cordas e grampos instalados fazem seu trabalho de facilitar a passagem. A meu ver a dificuldade maior desse trecho é o sobe-desce comum, enquanto "rodeamos" o Caratuva. No caminho, cruzo com a bica de água gelada. Após 3 horas de início de trilha, chego na segunda bifurcação, onde começo a subir para o cume do Itapiroca. Essa parte, apesar de ser um puta desnível, é uma subida rápida de meia hora. E já colocava minha cabeça acima do belo mar branco. Ah, ali estava ele, imponente e belo! Ao chegar numa área aberta e plana, descansei por um momento, enquanto procurava um lugar para montar a barraca. De forma bastante conveniente, havia uma pedra grande com umas arvoretas na base e um pequeno espaço aberto (provavelmente usado por outros visitantes). Seria meu hotel de 1000 estrelas por essa noite. Ainda tinha 1 hora de luz do dia. E que visão, senhores! Apenas o grandioso trio PP/União/Ibitirati, Caratuva, Itapiroca e o solitário Ciririca com suas placas misteriosas estavam à vista. Tive tempo de sobra para assistir o pôr do sol naquele santuário nas alturas. O silêncio, a temperatura amena, o cansaço, a solitude e o êxtase de ter aquela imagem à frente geravam um turbilhão de emoções na minha mente. E pensar que no dia seguinte ainda iria para a melhor parte! No dia seguinte, acabei acordando cedo para olhar o céu estrelado e ver o nascer do sol. Para minha surpresa, o nascer não foi tão legal no Itapiroca pela posição das montanhas (eu perdi o sol aparecendo, de fato). Talvez em outra época o sol até se posicione melhor, mas dizem que no Caratuva é bem melhor. Tomei o cafezinho todo agasalhado (diz que deu mais ou menos 5 graus naquela madrugada), levantei acampamento e comecei a descer o Itapiroca às 6:30. Deixei minha mochila cargueira “escondida” atrás de um tronco na segunda bifurcação e comecei a trilha de ataque ao PP “de fato”. Esse trecho é bastante marcado por mais subidas e descidas em grandes pedras/raízes. Passei por pequenos córregos de água corrente (aparentemente bons para coleta, desde que seja feita a fervura/uso de clorin) frutos das chuvas constantes no sul. Em estação seca, diz que eles somem. Após atravessarmos o “vão” entre Itapiroca e Caratuva, começa o descidão até as dependências do PP propriamente dito. É aqui onde fica o A1 (onde muita gente dorme). Vendo o tamanho da descida, já rolava aquela frustração prévia do esforço para subir tudo de novo na volta. Aqui estava dentro das nuvens baixas, então não senti tanto calor, apesar do sol forte que marcaria aquele dia. Feita a grande descida, começava o processo de subida no ataque final, com direito aos temidos paredões com via ferrata e cordas (o motivo número 1 do cagaço dos menos corajosos que fazem essa trilha). Inclusive haviam passagens estreitas na beira do abismo. Mais um tempo passado, chegava no A2 e numa pedra bastante legal para contemplação da paisagem. Finalmente, às 10 da manhã, dava meus passos finais no desejado cume. Enfim, os 1877m do ápice sulista alcançado! Após os registros, o lanche matinal e o autógrafo no livrinho do cume, alguns minutos de contemplação da região e toda a sua beleza. Apesar daquele momento maravilhoso, o sol forte reinava absoluto, e minha água estava acabando. Vi que tinha trilha para o Ibitirati, mas não quis fazer pelo calor forte. Com isso, iniciava o retorno, dessa vez direto para a fazenda. A volta foi bastante cansativa, pois as nuvens baixas tinham se dissipado, deixando-me exposto ao sol forte. Some isso com o longo desce/sobe do PP para Itapiroca/Caratuva, a água potável (3L) chegando no fim, e temos a receita para um dia de caminhada bastante sofrida (do tipo pausas a cada 5 minutos). Por sorte, a bica já mencionada estava caudalosa, e como tinham me garantido de que ela é a água mais limpa da região, resolvi meter o foda-se para a possibilidade de passar mal (já na civilização, esperava), torci para que ninguém mais cruzasse comigo naquele ponto e resolvi tirar meia hora do dia para tomar banho, reidratar-me e encher as garrafas. Revigorante. Depois da água o mundo voltou a girar e a volta foi muito mais tranquila. Mesmo assim, andava a passo de tartaruga em virtude do cansaço natural. Cheguei na fazenda aproximadamente às 16:00, entupindo-me de analgésico, analisando as condições das unhas do pé (o maluco aqui resolveu usar um tênis recém-comprado para essa aventura ), constatando que iria perder uma unha do dedão após alguns dias , e pensando em todas as receitas possíveis com sardinha enlatada para o jantar, pois como o nortista fala, estava "brocado". Considerações sobre essa trilha: Tempo: da fazenda até o morro do getúlio - ~ 1h Da fazenda até a bifurcação Caratuva/PP/Itapiroca – ~ 2h. Da primeira bifurcação até a segunda bifurcação Itapiroca/PP – ~ 1h20 Da bifurcação Itapiroca/PP até o cume do Itapiroca de fato - ~45min. Até o descampado onde eu acampei leva ~ 30min. Do Itapiroca até o cume do PP - ~ 3h30. Sinal de telefone: praticamente não há. Uso claro, e em raríssimos momentos o aparelho pegava um sinal meia-boca para receber mensagens da operadora. As antenas do Caratuva, segundo me informaram, eram para sinal de rádio amador. Guia é obrigatório? Não. Dá para ir só de boa, embora acompanhado, principalmente se vc for iniciante, seja recomendado. Fui só e inclusive fiquei peladão deitado na grama sob as estrelas somente no dia seguinte que cruzei com alguns grupos pequenos e um gringo que resolveu fazer o bate-volta de um dia. Dificuldade: intermediário. A trilha é muito bem definida, não há necessidade de equipamento de escalada, e a pessoa só se perde se quiser ou se ela despencar de um lugar alto. O maior problema é o sobe e desce constante. Numa escalada de ataque direto como o Marumbi, por exemplo, a trilha é honesta contigo: ou vc sobe ou vc desce. Como vc precisa passar por 1 morro e entre 2 montanhas para chegar ao PP, tem muito desnível positivo e negativo, o que pode sobrecarregar as pernas/costas. Como há uma bica de água confiável no lado do Itapiroca (no final das contas nem passei mal e nem peguei bichinho), a hidratação acaba não sendo um grande problema, apesar de muitas fontes secarem na estação seca. Um ataque direto da fazenda até o PP (só a ida) leva entre 6 e 8 horas, dependendo do pique da pessoa. Pessoalmente não acho o bate-volta de um dia interessante. Apesar do Itapiroca ser lindo, a vista do cume do Caratuva é mais bonita, se formos comparar. Mas o Itapiroca em si não deixa de ser um belíssimo lugar para se estar. Clima: parece meio óbvio, mas montanhismo brazuca é no inverno e pronto. Entretanto, em outras épocas (como este que vos fala fez), acompanhar a previsão do tempo é vital para garantir um roteiro seguro e proveitoso. o Windy ou o Mountain Forecast são perfeitos para isso. Outras observações? Condicionamento físico é obrigatório, pois a trilha exige bastante do seu corpo, pelo tempo que você passa andando e pelos tipos de chão que você pisa. Como tinha voltado para a academia nesse ano, não cheguei a ficar com cãibras ou dores musculares pós-esforço (como aconteceu no Marumbi). Não pule os treinos de perna da academia, e se possível leve bastão de caminhada e isotônico que dá tudo certo. Leve somente um calçado de confiança, também Termo de risco: no início de 2024, após deslizamentos de terra na região, o IAT passou a exigir um termo de reconhecimento de risco assinado para o ingresso no parque. Algo que já acontece por exemplo no caminho do Itupava. Segue o link do documento: https://www.aen.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2024-01/termo_de_conhecimento_de_riscos_pico_parana.pdf Ponta Grossa x Carambeí Após a atividade no PP, acampei por uma noite na fazenda. Precisava voltar para a civilização e pensar no que fazer nos próximos dias. Mas primeiro, como retornar para Curitiba? Na BR-116 existem algumas paradas de ônibus (acredito que das linhas da rodoviária que atendem o interior, como a que eu pegaria de Curitiba), mas, não tinha a mínima noção dos horários de volta. Teria que esperar na parada, ou tentar a sorte com carona “à moda antiga”, e considerando a natureza reclusa dos paranaenses, poderia ser mais fácil ir a pé para a capital. Por sorte, o responsável pela fazenda iria cedinho para a cidade fazer “o rancho” e resolver pendências, o que deu a oportunidade perfeita de negociar uma carona de volta. Tudo certo, e ainda de manhã estava de volta em Curitiba. Fechei um pernoite em um alojamento estudantil do lado do Passeio Público (primeira vez que durmo em um lugar do tipo), e começo a pensar no que fazer nos próximos dias. O clima estava dando sinais de mudança, mas para minha sorte pegaria pouca chuva nessa semana (de sol forte iria para um nubladinho básico na maior parte do tempo). Acabei decidindo que passaria uns dias fora da capital. Iria conhecer Ponta Grossa e ver o que faria por lá. Arrumei um blablacar para a manhã do dia seguinte, e a princípio tinha pedido para a motorista me deixar no Parque Vila Velha. A ideia, a princípio, era passar o dia aqui e depois ir para Ponta Grossa. Para meu desapontamento, esse passeio acabou não rolando por vários motivos: o preço (R$ 112 nesse dia) que vou confessar que me pegou de surpresa. Nem em Balneário Camboriú vi um atrativo com um preço tão alto, e além do mais, algumas atividades dentro do parque tinham cobrança adicional. Achei o valor alto demais, e perguntei na guarita sobre ônibus para a cidade. Os ônibus eram limitadíssimos, e saíam de um bairro distante do centro de Ponta Grossa – onde a maioria das hospedagens do booking/airbnb estavam - . Por fim, o guarda aconselhou que eu não entrasse no parque com minha mochila cargueira, uma vez que algumas trilhas eram longas, e o dia estava quente/ensolarado. No final das contas, pode ter sido “mão de vaquisse” da minha parte, mas resolvi pular o parque nesse momento. Aparentemente estava tudo orquestrando contra meu bom humor, então agradeci educadamente pelas informações e segui viagem com o blablacar. Fiquei em um hostel no centro de Ponta Grossa, e logo tratei de conhecer o que tinha que conhecer. Se você está hospedado na região central, uma boa e uma má notícia: boa parte das atrações da cidade ficam naquele entorno, porém, o que é mais interessante da cidade para o turista conhecer aparentemente fica ali mesmo: um “calçadão” do centro comercial, a estação saudade (uma estação de trem convertida em centro cultural), o shopping Palladium, que dizem ser um dos orgulhos da cidade (o porquê, não sei), e o parque ambiental, que até é legalzinho, mas precisa de uma manutenção de certos espaços, e certos pontos aparentam servir de boca à noite. Levei apenas uma tarde para conhecer esses lugares. Para fechar o dia, seguindo uma recomendação local, fui dar uma voltinha no Lago de Olarias, no bairro que carrega o mesmo nome, para observar a vida selvagem, as famílias passeando, e pensar um pouco na vida. Confesso que gostei do lugar, achei limpo e organizado. Na manhã seguinte, como concluí que não veria mais nada de interessante em Ponta Grossa (nem mesmo a moça do hostel pôde fazer mais recomendações), resolvi dar um bate-volta na pequena cidade de Carambeí, um “pedacinho da Holanda no Brasil” e lar da fábrica da Batavo. Eu tinha tomado conhecimento de um museu que eles possuem lá e achei que daria um bom passeio. Como de costume, optei por ir de blablacar, descendo no pórtico da cidade, na beira da rodovia. Três coisas me chamaram a atenção logo de imediato: o número diminuto de ônibus, o que me obrigou a pedir um carro para chegar no museu, a tranquilidade da cidade (do tipo ruas pouquíssimo movimentadas), e a confecção das casas, boa parte delas utilizando o estilo arquitetônico do enxaimel, e outros estilos comuns na europa. Carambeí tem três principais atrações, duas distantes da cidade: uma loja de tortas caseiras (se não me engano é Wolf o nome) , o museu histórico já mencionado e o “vilarejo Het Dorp”, que possui um lavandário, bastante visitado para degustação de especiarias, sessões fotográficas, etc. O museu parque histórico é considerado o maior museu a céu aberto do país, e posso dizer que a visita valeu bastante a pena! O local possui restaurante, loja de souvenirs, e uma réplica de um vilarejo ao estilo colono/pioneiro, onde é contada a história da imigração holandesa na região, e vários aspectos da cultura local. Tudo limpo, organizado e bem didático. Muitos itens são frutos de doações de famílias dos primeiros imigrantes, tornando a visitação ainda mais imersiva. Só faltavam atores encenando o cotidiano da época para que eu me sentisse, de fato, no início do século passado. Além da pequena vila, há um “parque das águas” embaixo onde há algumas casinhas de arquitetura típica onde você pode consumir alguns produtos locais. As fotos mais belas e famosas do parque são tiradas aqui (quando o tempo colabora, o que não foi no meu caso). Apesar de ser uma sexta, o espaço estava bem vazio, salvo por dois casais e uma excursão escolar. Passei aproximadamente duas horas aqui, e pensei em chamar outro carro para me deixar no Het Dorp, quando o tempo começa a anunciar uma grande mudança com uma ventania e tanto (do tipo galhos de pinheiro voando e tudo). Para minha “sorte”, não tinha nenhum carro por aplicativo nas dependências, e embora um funcionário do parque tenha jurado de pé junto que logo iria passar um ônibus para o centro da cidade, não queria arriscar ficar preso ali, com um possível “toró” a caminho. Como eram apenas 4km do museu para o centro, resolvi voltar a pé, embaixo de ventania e chuvisco. No final das contas não passou nenhum ônibus, e embora eu tenha me molhado um pouco, ter voltado a pé foi a coisa certa a fazer. Queria ter ido na fábrica da Batavo (essa fica no caminho para o museu) e perguntado se era possível fazer visita guiada, mas com a chuva e a ventania, acabei nem parando para isso. Tive que pular a casa de tortas também. Com isso voltava para Ponta Grossa embaixo de chuva fraca. Como não pensei em mais nada para fazer na região (que não precisasse de carro), optei por pegar outro blablacar na manhã seguinte para Curitiba. Considerações sobre as duas cidades: Dizem que Ponta Grossa é um polo industrial e uma cidade desenvolvida do estado. Turisticamente achei ela um pouco sem sal. Posso estar enganado, mas, mesmo os moradores não puderam me dar muitas direções para atrações ou coisas para fazer. Entretanto, por ser uma cidade mais “completa”, e perto de lugares como o buraco do padre, o parque vila velha em si, Castro (dizem que lá é legal para um bate e volta, mas não quis arriscar) e Carambeí, acredito que o melhor é se hospedar aqui e ir de carro para os lugares no entorno (não sou de alugar carro sozinho, eu sei, mancada minha). De fato, tem muita coisa a se fazer fora. Poderia ter tirado um dia no parque vila velha, mas como já citei, achei o valor um pouco abusivo (e descobri que agora no final do ano havia um desconto de 50% em virtude do aniversário do parque, se fosse nessa época a história seria outra!) Carambeí é pequena, pacata, e suas principais atrações ficam na zona rural, é quase imperativo que você esteja de carro para aproveitar bem a viagem. O museu por si só é bem legal, e já vale a visita. O lavandário parece ser interessante de visitar no final de tarde. Infelizmente não posso falar mais, pois o mau tempo desse dia me impediu de andar mais pela pequena cidade. No dia seguinte, cheguei bem cedo em Curitiba. Depois de acertar minha estadia, e vendo que ainda tinha tempo, resolvi dedicar o dia a mais uma visita ao Morro do Anhangava, este localizado no município de Quatro Barras, na serra da Baitaca. Já tinha andado nesse local há 2 anos atrás, numa visita anterior ao estado, mas para lugares bacanas, como diz aquele programa da globe, “vale a pena ver de novo”. Relembrando, é possível ir para o Anhangava/Morro pão de Loth/ caminho do Itupava de ônibus a partir do terminal Guadalupe, em Curitiba. Você pega o primeiro ônibus para o terminal Quatro Barras (~ 1h de viagem), e do terminal um segundo ônibus até a última parada, bem do lado da base do IAT, onde você faz o cadastro e a entrada nas trilhas. A trilha é fácil, agradável, você chega no topo com 1 hora de trilha, consegue ver Curitiba lá de cima, e ainda pode tomar um delicioso banho de cachoeira no final. Para o dia, não queria mais nada.
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