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Preparativos Em maio desse ano surgiu uma promoção imperdível. Por apenas 5 mil milhas do programa Lifemiles da Avianca Internacional + taxas garanti ida e volta de Sampa ao paraíso do arquipélago evolucionário de Galápagos, no Equador. Encontrei mais 2 que pegaram a mesma promoção e fiz um roteiro breve, apenas reservando as hospedagens, que costumam encher. Empacotei meu equipamento de snorkeling, de fotografia, roupas e demais acessórios no mochilão e saí em 27 de outubro de Floripa, esperando horas em Guarulhos para o voo internacional que atrasou. Com esse atraso e o seguinte na conexão de Bogotá a Quito, perdi o último trecho a Baltra (Galápagos). Pra piorar o voo seguinte da Avianca foi cancelado. Dessa forma, tive que passar a tarde e a noite do dia 28 em um hotel ao lado do aeroporto de Quito. 1º dia Só na manhã seguinte pude tomar um voo remanejado com mais uma escala até Guayaquil, antes de finalmente chegar ao destino final. Baltra, a ilha onde fica o principal aeroporto, é deserta. De lá você pode tomar um ônibus até o cais das embarcações ou até o Canal Itabaca, que cruza com a ilha Santa Cruz. Por 1 dólar você faz a travessia. Como são 40 e tantos km até a cidade, você tem 2 opções. Pagar mais 2 dólares e esperar um ônibus encher (possivelmente horas), ou achar mais alguém e dividir um táxi de 18 dólares. Esperei um pouco, mas como o ônibus não tava nem perto de partir encarei a segunda opção, chegando uns 40 minutos depois em Puerto Ayora. Com mais 18 dólares a diária, me hospedei no Hostal Gardner, um lugar decente com um staff show de bola. Água é disponível em bombonas à vontade, algo necessário já que a da pia é salobra. O café-da-manhã no terraço é dividido com as várias espécies de tentilhões de Darwin. O único problema é que não há guarda-volumes nos quartos compartilhados. A internet é sofrível como em todas as ilhas. Não tem jeito, largue o celular e vá aproveitar o dia. Passei o resto da tarde no centro de interpretação da Estação Científica Charles Darwin. Uma bela introdução a Galápagos, conta com um museu, laboratórios, jardins e cercados com as tartarugas-gigantes e iguanas terrestres, espécies endêmicas, ou seja, que só existem no arquipélago. No caminho fica a praia La Estación. Ali vi algumas iguanas-marinhas, os onipresentes caranguejos vermelhos (Grapsus grapsus) e diversas aves, mas não cheguei a cair na água gelada. Ao anoitecer, a atração no píer principal são os lobos-marinhos jogados no banco ou no chão, os pelicanos pescando ou apoiados na cerca e os filhotes de tubarão-galha-preta (Carcharhinus limbatus) nadando sob a iluminação especial. 2º dia Devidamente orientado na pequena cidade, fui atrás das atrações grátis. Passarelas sobre uma laguna cercada de manguezal fazem parte da Laguna de las Ninfas, onde vi a primeira de muitas tartarugas-marinhas. De lá continuei para a trilha a Tortuga Bay. Como fica dentro do parque há um posto de registro na entrada. São 2 km e meio de pedras até a primeira das duas praias, a Playa Brava. No caminho você vê o tempo todo os gigantes cactos do gênero Opuntia. Na praia dos surfistas você terá as melhores oportunidades de fotografar as lerdas iguanas-marinhas. Esses impressionantes Godzillas são os únicos lagartos marinhos do planeta, mas, vegetarianos, são quase tão inofensivos quanto uma lagartixa. Um bocado de aves também frequenta a praia, como pelicanos, batuíras, maçaricos, trinta-réis e gaivotas, sendo a maioria espécies ou subespécies próprias de Galápagos. Apesar do nome Tortuga Bay, vi somente um esqueleto de tartaruga-marinha. Cruzando a areia chega-se a Playa Mansa, onde banhistas ficam à toa, alugam um dos caiaques que estão disponíveis em alguns dias por 10 dólares a hora ou vão ao fundo praticar snorkeling. Nesse dia acabei não entrando na água ali, mas retornei e o fiz na Playa La Estación, a mais próxima de Puerto Ayora. Decidi cair no mar sem a roupa de neoprene, pra sentir a temperatura. Ledo engano, não aguentei nem meia hora tremendo do frio vindo pela corrente Antártica de Humboldt! Apesar disso, e do ambiente não ser dos mais propícios, consegui ver um peixe-trombeta, um cardume de peixes pequenos e uma arraia. Regressei e dei uma corridinha pra conhecer os fundos da cidade, onde os moradores vivem. As casas e comércios são modestos, mas nada de pobreza por lá. Nas 2 semanas em que fiquei não vi um pedinte sequer. Quando voltei meus companheiros de viagem haviam chegado. Fomos direto jantar na rua dos bares e restaurantes turísticos populares, a 2 quadras da orla. Por 10 dólares comi um saboroso ceviche de polvo. Dali saltamos algumas mesas pra um bar que oferecia 3 drinques por 10 dólares. Um mojito pra mim, outro pro mineiro Gabriel e uma caipiroska pra paulista Jaqueline. 3º dia Pela manhã voltei a Tortuga Bay com os dois, dessa vez para mergulhar na Playa Mansa, enquanto os dois ficaram revezando o caiaque. O começo é bem sem graça, se você quiser ver alguma coisa que preste tem que ir até uma barreira de rochas que mal aparece acima d’água, a algumas centenas de metros da faixa de areia. Lá levei um susto quando vi duas arraias incrivelmente maiores do que a anterior. Logo em seguida veio um tubarão-de-pontas-brancas-de-recife (Triaenodon obesus). Fui atrás dele pelo tempo que consegui, admirando a beleza do bichão. Depois dos encontros voltei pra areia e junto com meus companheiros almoçamos em um restaurante popular na avenida principal, um pouco afastado da orla. Por 5 dólares vem uma sopa, um prato feito, um suco e uma torta. Você acha facilmente refeições por 4 dólares no meio da cidade, mas sem esses acompanhamentos. Já na orla turística, espere pagar mais que o dobro por outros tipos de pratos. Outro detalhe, somente nesses caríssimos da beira-mar é que você vai conseguir usar cartão de crédito. No resto é só na mascada. Pegamos um táxi para nos levar à Playa Garrapatero pela tarde por 30 dólares ida e volta. No caminho, mais precisamente na comunidade de Bellavista, pedimos para parar nos Tuneles de Amor, um dos maiores dos diversos túneis escavados pela lava. Pagamos a entrada irrisória e atravessamos o pouco iluminado buraco. Como a cavidade não é de calcário, você não consegue ver espeleotemas como estalactites. De vivo, só uns mofos no chão e pequenas samambaias que, surpreendentemente, crescem junto a todas as lâmpadas. Chegamos um pouco tarde para curtir essa incrível praia o suficiente, pois os guardas a fecham às 17h, apesar de ainda ter bastante sol. Para continuar lá, só se tiver a permissão para acampar. De um lado fica um lago salino com flamingos, patos e outras aves pequenas. Do outro o mar onde pelicanos (Pelecanus occidentalis urinator) mergulham atrás de peixes. Em um dos cantos fica um pequeno manguezal, lar de outras tantas criaturas, completando o cenário da praia limpa e tranquila. À noite compramos os bilhetes dos barcos que levam às outras ilhas principais. Cada trecho custa 30 dólares, aparentemente o mesmo em qualquer agência. 4º dia Às 7h já estávamos na lancha rumo a San Cristóbal. Fiquem ligados que é preciso pagar de 50 centavos a 1 dólar para tomar uma lancha-táxi do píer até a embarcação propriamente dita. Foram 2 horas e meia tenebrosas. Saldo dos passageiros: 2 gorfadas e um problema de coluna resultantes da maré braba. Eu fiquei só com o coração batendo acelerado mesmo. Chegamos enfim à ilha dos lobos-marinhos. Esses seres simpáticos estão espalhados por todas as praias, e nem se importam mais com nossa presença. Depois de uma conferida na orla, fomos a pé até a Lobería, local de procriação desses bichos. O acesso é um pouco oculto, pelo lado do aeroporto de Puerto Baquerizo Moreno. Chegando à praia, a trilha é pela areia mesmo. Lá você encontra uma galera espalhada pela areia ou mar, tanto filhotes como adultos. Aproveitei pra fazer um pouco de yoga com o professor. Os lobos-marinhos dominam tanto por lá que até o salva-vidas é um deles. Depois de muito fotografá-los, continuamos a trilha que poucos seguem. Ela é sobre as pedras e leva até um mirante acima de um penhasco, de onde observamos o sol se pondo junto a gaivotas e atobás. A volta foi um pouco complicada, só na lanterninha dos celulares, já que a iluminação pública mais próxima estava a dezenas de quilômetros dali. Cuidado para não pisar nos caranguejos-ermitões, que saem em bando nessa hora. Não se espante ao ver pessoas caminhando no asfalto escuro, aparentemente isso é normal por lá. Eu e Jaqueline ficamos hospedados no Hostal Terito, uma hospedagem familiar com quartos privativos por 20 doletas. Seria ótimo se incluísse café-da-manhã e não tivesse aranhas gigantes. 5º dia Os 3 fomos às praias e trilhas ao norte de Puerto Baquerizo Moreno. A primeira é Punta Carola, mas como não era muito interessante subimos logo o Cerro Tijeretas, onde tivemos essa bela vista do ponto de snorkeling que iríamos mais tarde. O nome do pico é devido ao bando de fragatas que vive por ali, como é visível na foto. Desse ponto em diante a trilha não é mais tão acessível, pois é um caminho de pedras. Me arrependi amargamente de não estar usando um calçado com sola suficiente para esse tipo de terreno. Continuamos até a Playa Baquerizo, de onde já não seria possível seguir. Essa praia também não é nada de mais. Eu e Gabriel chegamos a cair na água para um pouco de snorkeling, onde vimos duas tartarugas-marinhas que passaram voando quando nos viram. Voltamos à Bahía Tijeretas, onde descemos as escadarias para o mergulho. Dentro da área mais protegida da baía, onde os banhistas ficam, só havia lobos-marinhos e poucos peixes e invertebrados. Já na porção exterior, a mudança foi súbita. Cardumes de peixes de diversas espécies e de tamanho considerável, bastante coisa aderida nas rochas, além de muitos seres minúsculos quase transparentes praticamente à deriva na parte superior da coluna d’água, tal como esse sifonóforo, parente das águas-vivas. Tivemos que voltar a tempo de pegar o Centro de Interpretación San Cristóbal aberto. De entrada grátis, o local tem um bocado de informações a respeito da sustentabilidade e da história do arquipélago. Saímos para curtir o pôr do sol na minúscula mas badalada Playa Mann, no centro da cidade. Entre os atrativos, um bando de lobos-marinhos e o único quiosque onde fica a boa cerveja produzida somente em Galápagos. Nada mais adequado para o nome dela... Jantamos numa pizzaria boa e fomos dormir cedo, pois na manhã seguinte faríamos o Tour 360° na agência Galápagos Eco Fishing, que fica na orla próxima ao píer. Como já tinha o equipamento, paguei 135 dólares pelo transporte, guia e alimentação; caro como qualquer tour nas ilhas. 6º dia Em um dia ensolarado, o passeio desde as 7 e meia ao redor de toda ilha de San Cristóbal começou pelo rochedo duplo conhecido como Kicker Rock ou León Dormido. Atravessamos o canal que divide os paredões a nado. Esse é um dos poucos pontos onde se pode ver o tubarão-martelo, principal motivo de termos escolhido o tour, mas infelizmente ele não deu as caras. Para compensar, um grupo de tubarões galha-preta (Carcharhinus limbatus), num cenário levemente assustador devido à escuridão. Cardumes de peixes, lobos-marinhos e tartarugas-marinhas também pintaram por lá, aumentando a diversão. Outra coisa que a guia nem deu bola mas que eu me liguei, foram as laterais dos paredões, lotados de invertebrados incrustados. A lancha prosseguiu passando por um arco e remanescentes de vulcões até parar em Bahía Sardina, uma praia agradável com um marzão azul-esverdeado na frente e uma laguna salgada com aves na parte de trás. Continuando, quando passamos pela região mais oriental de Galápagos, Punta Pitt, tivemos uma agradável surpresa que não constava no script. Uma dúzia de golfinhos apareceram e ficaram nadando e saltando ao lado da lancha por uns 15 minutos, foi incrível! Passagem breve por um rochedo colônia de aves como atobás de patas coloridas antes de mais um tempo de navegação até a parada final em Bahía Rosa Blanca. Descemos para duas pequenas caminhadas sobre rochas. A primeira levou a uma belíssima área protegida onde um bando de tubarões-de-pontas-brancas-de-recife (Triaenodon obesus) se esconde para descansar. Apesar de não ser permitido entrar nessa área circular, no resto do ambiente coberto por algas você pode submergir. Foi o que fizemos. Logo de cara vimos uma pequena moréia (Myrichthys). Depois passou por nós uma tartaruga-marinha, mas o melhor veio no final. Escondidos num canto com fundo arenoso, vários tubarões da espécie anteriormente mencionada repousavam. Do meu tamanho, dá um certo receio nadar no meio desses bichos selvagens todos, mas não pude perder a oportunidade. Quando me aproximava, eles apenas arrancavam e paravam alguns metros depois. Voltando à terra, o segundo trecho de caminhada levou a uma praia exuberante, onde relaxamos por um tempo. No final do passeio, fomos surpreendidos por arraias saltando e dando cambalhotas sobre a água. O retorno foi pelas 4 e pouco da tarde, e no resto do dia fizemos basicamente o mesmo do anterior. 7º dia Dia de tomar dois barcos, um até Santa Cruz e outro até Isabela, já que não há transporte direto. Pelo menos dessa vez o translado foi tranquilo. No intervalo entre as ilhas fiquei enrolando enquanto os outros 2 conheciam a Estação Científica Charles Darwin. Ao final da tarde chegamos a Puerto Villamil, a cidade da ilha Isabela, a maior de todas. Na entrada é preciso pagar uma taxa extra inesperada de 5 dólares. Com o sol caindo, eu e Gabriel fomos correr nos arredores da cidade. Mais parece que teve um terremoto ali, por causa da quantidade de falhas no terreno onde pouca vegetação cresce. Jantamos em um dos diversos restaurantes que ficam em frente à praça da igreja, no centrinho. As refeições custam a partir de 5 dólares. Nos poucos estabelecimentos que aceitam cartão, uma taxa é cobrada. Por fim, nos hospedamos na Posada del Caminante. Com 18 dólares por noite ficamos em um quarto só para nós, mas sem café-da-manhã, com uma internet pior do que discada e na localização mais distante possível da praia e do centro. 8º dia Começamos o dia pela Concha de Perla, ponto de snorkeling bastante acessível ao lado do píer; basta atravessar um manguezal sobre plataformas de madeira. Ainda que a diversidade de corais seja bem baixa, foi um dos melhores locais em que já mergulhei na vida, se somados os 2 dias em que estive ali. A área parcialmente protegida da maré e com encontro da água doce vinda pelo manguezal propicia o desenvolvimento da biodiversidade e é fácil de ver pela profundidade baixa na maior parte. Vi camarões e até um poliqueta (parente pernudo das minhocas) nos canais do manguezal, um polvo escondendo-se nas rochas, uma garoupa e estrelas-do-mar diferentes. O melhor, contudo, foram os seres maiores que interagiram com os poucos que mergulhavam naquelas águas. Os lobos-marinhos brincavam conosco, em um balé subaquático. As raias-chita (Aetobatus narinari), embora mais tímidas, nadavam em círculo com seu grupo na parte mais funda do ambiente. Pra mim isso já foi suficientemente satisfatório, mas no segundo mergulho vi ainda mais, como contarei depois. À continuação, percorremos a trilha até o Muro de las Lágrimas, em direção oeste, passando primeiro pela Laguna de las Ninfas, incrustrada no meio da cidade, com alguns flamingos. Como a trilha ao muro possui uns 6 km de extensão, o mais recomendado é fazê-la com uma bicicleta alugada, que custa em torno de 15 dólares a diária, mas escolhemos ir a pé mesmo. Para ir foi tranquilo e até mais bem aproveitado assim, já que há uma série de pequenos desvios que levam a atrações secundárias, como lagoas... ...praias e até uma caverna com ilusão de óptica. Na parte final há uma boa chance de achar uma tartaruga-gigante, outro gênero endêmico de Galápagos, sendo que há praticamente uma espécie por ilha. Lerdíssimas, o máximo que vão fazer ao te ver é esconder seus corpos sob os cascos. Fato esse que levou algumas espécies à extinção no início da colonização de Galápagos, já que dão um bom caldo. Finalmente com o dia dando adeus chegamos ao tal muro, uma construção inútil que é retrato da barbárie dos administradores dessa ex-colônia penal. A vista do alto do morro que fica a seu lado, no entanto, é inegavelmente aprazível. Tanto que fiquei por lá curtindo o sol se pondo enquanto os 2 voltaram antes de tudo ficar escuro. Teoricamente a trilha fecha às 18h, que foi a hora que eu saí do final, mas não fica ninguém controlando daquele lado. Voltei sozinho na completa escuridão, só com a luz do celular. De vez em quando eu tomava um cagaço das garças noturnas, mas fora isso foi de boa, já que o trajeto é levemente declinado e a criminalidade em Galápagos é quase zero. Fizemos nossa própria janta na cozinha da pousada. Enquanto preparávamos, interagimos com uns australianos que também estavam por lá, na pausa de um dos cruzeiros caríssimos. 9º dia Contratamos outro passeio guiado, a subida ao vulcão Sierra Negra. Por 35 dólares, incluiu o guia, o rango e o transporte até as terras altas, distantes da cidade. Poderíamos ter pedido autorização do parque para fazermos por conta própria, mas a diferença de gastos seria tão pequena que decidimos ficar no passeio arranjado mesmo. Quando chegamos à entrada havia uma forte neblina, com um friozinho leve e alta umidade que favorecem o desenvolvimento da vegetação e do cultivo naquela zona. Mas conforme nosso grupo subia a pé isso logo deixou de ser verdade, o clima foi ficando quente e seco. Ao longo da trilha o que não faltam são goiabeiras carregadas. Como se tornou uma praga, é permitido comer seus frutos para ajudar a eliminar as sementes. Saí de lá de barriga cheia. Depois de um pouco de subida chegamos ao primeiro mirante da cratera gigante do vulcão Sierra Negra. Pra quem achava que iria escalar uma montanha, aquelas poucas centenas de metros de ascensão vertical foram até decepcionantes. Seguimos subindo na beira da cratera até a metade da circunferência, quilômetros depois, no ponto onde ocorreu a recente erupção de 2005. Pelos pedaços de rochas no solo dá pra perceber a diferença: as recentes apresentam brilho intenso e têm uma densidade incrivelmente baixa, por causa do ar preso em seus interiores. Contemplamos o visual desse lado da cratera e do lado de fora e retornamos sob um sol do câncer. O resto do dia foi praticamente jogado numa rede descansando. 10º dia Fui com o australiano Henry novamente à Concha de Perla. Decidimos ir além dos limites teoricamente permitidos, para procurar outros animais. Eis que assim que saímos encontramos diversas tartarugas-marinhas tranquilamente se alimentando das algas, e que nem se importaram com a gente. Depois vieram cardumes e uma arraia saltadora que passou por nós como um raio. Uma terceira espécie, que já tinha visto em Tortuga Bay, também foi visto repousando na areia. Pra fechar com chave de ouro, finalmente achei uma iguana-marinha nadando enquanto eu ainda estava na água. Como ela não é veloz, consegui acompanhá-la. À tarde voltamos pra ilha Santa Cruz. Como já estava ficando sem dinheiro, jantei umas gostosas empanadas no estabelecimento ao lado do albergue. 11º dia Meus parceiros de viagem iriam embora nesse dia, mas antes disso eu, Gabriel e outra brasileira negociamos com um táxi um passeio por alguns pontos nas terras altas. O primeiro foi o segundo ponto mais alto de Santa Cruz, a Reserva Ecológica Cerro Mesa - entrada por 3 dólares. Do alto do mirante não pudemos ver quase nada, já que a neblina cobria toda a vegetação, mas em dias claros dá pra ver até o mar. Outro ponto visitado foi uma baita cratera, preenchida por vegetação nativa. Vimos umas tartarugas também no caminho, antes de sairmos do parque para irmos aos Los Gemelos, duas crateras na parte mais alta da rodovia que leva ao aeroporto. A Scalesia é um gênero único de Galápagos. Apesar de fazer parte de uma família de plantas rasteiras, nas ilhas viraram árvores que chegam a 20 metros de altura. Essa espécie cresce no entorno e dentro da cratera, acompanhada por uma quantidade alta de epífitas, além dos onipresentes tentilhões. Fiquei fazendo as pequenas trilhas ao redor enquanto os outros 2 iam a um dos ranchos onde se criam as tartarugas. À tarde fiquei relaxando e pegando um sol no terraço do albergue. Almocei e jantei numa pizzaria que aceitava cartão na avenida principal. 12º dia Meu último dia inteiro nas ilhas começou com uma chuvinha. Quando o tempo abriu eu peguei um táxi aquático pro outro lado do píer (80 centavos). Lá ficam alguns hotéis mais chiques e a praia dos alemães, reservada e agradável. Passando ela vem um caminho que passa por uma água em um tom rosa forte, de tão salina que é. Dali é extraído o sal para uso da população. O ponto final do caminho são as fissuras chamadas de Las Grietas, onde é possível nadar. 13º dia Ao acordar peguei um táxi de 1 dólar até o Terminal Terrestre Indefatigable, de onde o último ônibus de 2 dólares sairia às 8h para o canal de Itabaca. Há voos durante a tarde, como o que eu pegaria, mas inexplicavelmente nenhum ônibus parte depois, somente os caros táxis. Peguei a balsa e fiquei matando um tempo ali fotografando animais até decidir ir pro aeroporto. Na ida tive a sorte de ver um atobá de patas azuis pousado logo ao lado do atracadouro e agora de ver pela primeira vez em ambiente natural uma iguana terrestre (Conolophus subcristatus), também endêmica. Como o check-in só abria 3 horas antes do voo, tive que aguardar na parte externa do aeroporto, que não tem nada além de umas lojinhas de lembranças. Lá dentro tomei um lanche até o voo sair. E lá fui eu de Baltra pra Guayaquil, pra Quito, pra Lima, pra São Paulo e finalmente pra Floripa no dia seguinte! Amei Galápagos e posso indicar a todos que curtem natureza e não se importam de ficar sem internet por um tempo. Se curtiram, para relatos mais profundos e específicos de cada lugar com dicas de economia, podem acessar meu blog de viagem, focado em cultura, aventura e natureza: http://rediscoveringtheworld.com
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