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O que você precisa saber antes de ir à China? A China é um lugar diferente do que estamos acostumados. Mesmo para viajantes mais experientes. A Ásia em si está repleta de peculiaridades que requer de nós abrir a mente para muitas coisas. Eu me deparei nestas situações incontáveis vezes. São culturas antiquíssimas, algumas que mal desconhecem qualquer preceito ocidental, ainda que estes estejam lá, alguns pontos parecem que são impenetráveis. E isso faz do país ainda mais interessante: o choque cultural e social de uma civilização tão antiga, e, ao mesmo tempo, que busca se mostrar como uma potência mundial. Foi uma das experiências mais fantásticas que pude ter na minha vida. Recomendo a todos que desconstruam tudo que pensam desse país que tem tanto para mostrar, e vá, porque vai valer a pena. Teve perrengue? Sim. Meu "lost em translations" não me deixa refutar essa questão. Mas o saldo positivo que tive dessa experiência vai ficar comigo pra sempre. Tudo isso que chega a me dar uma saudade que dá vontade de pegar o primeiro avião e correr pra lá! Deixando de lado a introdução, vamos ao que interessa. Antes de ir à China, nós brasileiros, precisamos de visto. Se sua cidade não tiver um consulado e/ou embaixada, acredito que seja possível fazer pelo correio, contratar alguém para fazer por você ou mesmo um despachante. Eu fiz em São Paulo, onde existe o consulado da China, localizado na Rua Estados Unidos, 1071, no Jardim América. Fica bem perto da 9 de Julho, para quem mora aqui. No caso dos residentes do Rio, fica em Botafogo, perto do “Escada” Shopping (entendedores entenderão). Sobre o visto: O processo em si foi bem simples. Como sou meio “cagona”,segui à risca as recomendações, e já levei tudo bem planejado. Uma das exigências era provas de estadia, passagem de entrada e saída, comprovante de renda e um formulário que você imprime no site do consulado com uma foto 3x4 nele. Você também tem que escolher o tipo de visa vai querer, que varia de acordo com suas entradas, e o preço acompanha isso. Eu escolhi uma entrada (mas caso precisasse entrar mais uma vez enquanto estava na Ásia, existem locais onde é possível tirar o visa, como Vietnã e HK - para esse não há necessidade de visto -, mas talvez precise de despachante, isso encarece o movimento e ninguém quer isso). Levei tudo impresso, já reservado e passagens compradas. Nem precisa agendar: é só chegar, chegando. Não quis chegar lá e acabar dando alguma treta, ainda mais se tratando de uma viagem que queria muito ir. Queria sair de lá com meu visto na mão. Quando fui dar entrada, estava um pouco cheio, mas não foi uma espera gigantesca não: acho que, em uns vinte minutos, fui atendida. A pessoa que falou comigo nem fez muitas perguntas; aliás, acho que não fez nenhuma. Ela pegou os documentos que levei e meu passaporte, me deu, em seguida, um papel com os dados para eu depositar o valor referente ao visto (uma entrada custa R$ 160,00) na conta do próprio consulado no banco HSBC. Eles marcam uma data lá para você voltar, e, claro, sendo imprescindível estar em mãos o protocolo recebido no momento da entrada e comprovante de pagamento. Senão, no visa for you. No fim, foi bem tranquilo. O visto podia ser recusado, essa possibilidade sempre é real. Vi pessoas lá passando percalço. Inclusive uma senhorinha chinesa que teve algum problema e fez um barraco fenomenal, que incluiu contar para todo mundo presente aos berros o que eles não devolviam o dinheiro. O segundo ato foi do lado de fora, acompanhada dos seguranças, onde era possível ouvir sua voz irascível. Confesso que tava me controlando pra não rir, mas queria garantir meu visa primeiro, então fiquei lá quietinha, mas ó QUE MOMENTO, MINHA GENTE. Com o visto em minhas mãos e uma viagem de dois meses pelo Sudeste Asiático, me encaminhei à China indo de Kuala Lumpur (outro lugar que me traz ótimas recordações). Alguns pontos importantes e minhas impressões pessoais sobre a China antes de falar de cada cidade (e que anotei lá mesmo para fazer esse relato, senão, sabe como é, né, a gente esquece) Mores, tomem cuidado com seus pertences. Essa é a minha primeira diquíssima. Fiquem atentos de verdade. As coisas somem rápido, pulverizam-se no ar e, caso isso aconteça, para você se comunicar com as pessoas a fim de relatar o ocorrido vai ser uma tarefa das mais impossíveis. Já na entrada passei por isso. Fiz a proeza de deixar meu cartão de VTM em um ATM no aeroporto enquanto fazia hora para esperar o trem que leva à região central abrir, aí foi uma novela. Tentei falar com o segurança (uma dica é vocês exercitarem o seu sistema de mímicas, porque isso pode vir a ser útil por lá), que não me entendeu, aí pulei para uma mina que não sei bem se era secretária ou whateva, que, depois de verificar, disse que não tinham achado nada. Não pude discernir ao certo se realmente rolou um esforço para achar o cartão. Depois, me mandaram para o Achados e Perdidos. Lá, falavam menos inglês ainda. Aí eu a mina que trabalhava nesse setor ficamos nos falando via Translator chinês (talvez fosse do Baidu) foi uma experiência: eu digitando de um lado, ela via, e depois digitava do outro. No fim, não deu muito certo. E resolvi vazar de lá e tentar bloquear o cartão. Como tinha um adicional, preferi não perder mais tempo nessa confusão. Foi um drama para resolver,mas deu certo. Além disso, quando fui ao Portão do Mao, no Tiananmen, perdi meu ingresso. Ele caiu da minha mão em 10 segundos de relapso. Nem preciso dizer que ele desapareceu da terra nesse período curtíssimo, né? Como disse: eles são rápidos, têm mãos lépidas, ou sei lá. E, sim, queridos, eu perco e esqueço coisas. Melhor coisa em viagens: abstraia. Vocês podem falar ou pensar o que for dos chineses, mas nunca vi construções antigas tão bem preservadas na minha vida. Em todas que fui percebi isso. Eram impecáveis. Poucos lugares do mundo que tive oportunidade de ir vi algo com tanto resguardo na sua manutenção. Quanto ao dinheiro, vocês podem optar por comprar yuan aqui no Brasil (existem agências de câmbio que fazem isso, como a SP Mundi), ou trocar lá mesmo. Como eu ia viajar por vários países, preferia me virar nos ATMs da vida mesmo com meu Visa Travel Money. No saldo final, saía um pouco mais caro, mas, pelo menos, evitava carregar muito dinheiro comigo o tempo todo e casas de câmbio que às vezes nem ficava em aeroportos. Mas isso vai de cada um. O yuan é mais barato que o real, então, na conversão, uma passagem de metrô, por exemplo, saía por meros centavos. Eu, particularmente, achei a China bem barata, se for pensar que estamos falando de um local super relevante a nível mundial. Mesmo Hong Kong, não achei tão cara. Cidades como Londres, NYC são beeem mais inflacionadas para um turista médio. Se você não gosta de multidão, repense acerca de ir à China. Estamos falando aqui do país mais populoso do mundo, 1.5 bilhões de pessoas, e você vai perceber isso em cada esquina, transporte e pontos turísticos (visitados majoritariamente por eles). Veja estas “formiguinhas” humanas dentro da Praça Celestial, abarrotada de pessoas. Agora vamos falar dos próprios chineses. Eles são 8 ou 80. Você vai encontrar de tudo. Uns são ótimos, tão legais que você mal vai acreditar (e não por serem chineses, mas pelas atitudes humanas mesmo, que mal vi em outros países) e outros que vão ser uns demônios (sem paciência para falar com você, se virem que você é estrangeiro te tratam mal, riem de você, enfim…). Percebi que era uma questão de sorte: de pessoas que vão colocar sua mochila gigante na prateleira de cima do trem e outras que vão rir da sua cara quando pegarem seu bilhete do metrô e ele estiver expirado (comprei no dia anterior para economizar tempo, mas eles são temporários). Não consegui entender até hoje como isso poderia ser engraçado, mas abrindo a cabeça que isso deve ser hilário mesmo (forçando a barra). Os hábitos dos chineses são muito diferentes dos nossos. Não dá para, em muitos casos, julgar. Imagina criticar uma sociedade que tem heranças fincadas em grandes impérios e que muitas expedições marítimas foram motivadas para chegar mais próximo dos seus produtos (os chás e a porcelana eram bastante cobiçados). Ver este povo como inferiores, mal-educados, burros (como já ouvi) é se render ao senso discriminatório que coloca raças em valor mais baixo que outras. É uma burrice notória. Coisas que para a gente soaria absurdo ganha contornos e interpretações em outras sociedades. O importante é relativizar para não resvalar nos julgamentos equivocados. Então na China vocês vão ver pessoas dormindo em ambiente de trabalho (como lojas, por exemplo); pessoas comendo na rua, andando (eu mesma me peguei fazendo isso), aliás, lá aonde você vai encontra pessoas comendo o tempo todo, nunca tinha visto isso com tanta veemência - e elas comem de boca aberta; crianças fazendo xixi em garrafa de plástico nas estações de metrô, dentre outros. E as escarradas, as tão famosas escarradas! Sim, isso rola por lá. A primeira vez que vi foi tipo “wtf?”, depois da segunda “isso tá rolando mermo? Não tô crendo”, no fim, ao passar dos dias, confesso que já tava rindo (será que estava relativizando?). Em Xangai, por sinal, não sei se porque o ar é mais “limpo” (qualquer coisa é pura, cristalina, límpida em comparação com Pequim), você sentia que as pessoas escarravam com vontade, ia de dentro pra fora com toda a força interior que estas pessoas devem ter na vida. Comida chinesa. Ah, a comida chinesa. <3 Até hoje, sinto saudades eternas e verdadeiras. A gente tem contato sim com isso no Brasil, mas não se compara com o que você encontra lá e sua multiplicidade de ingredientes (muitos desconhecemos), sabores nunca dantes vistos e pratos - alguns simples - mas que vão desafiar seu paladar. As que mais gostei eram as que eu comia na rua mesmo, caminhando pra não perder tempo. Me habituei a isso na Ásia. Você come bem e paga pouco. Estar lá é desconstruir tudo que vemos aqui e conhecemos sobre a gastronomia chinesa. Eu tive a perspectiva de alguém que não come carne, sou vegetariana. Ainda assim pude me jogar nas experiências da culinária chinesa (apesar dessa limitação) e engordar uns bons quilos durante meus dias no país. Não parava de comer, porque queria experimentar tudo, viver isso. Exagerei, confesso. Não foi bonito, mas valeu a pena. Para quem mora em SP, tem um restaurante na Liberdade (lá tem inúmeros, até de comida taiwanesa) chamado Hong He. Ele tem alguns pratos que vi na China. Quando quero matar a saudade, vou correndo lá. Ah, ainda sobre a comida (juro que é o último): os pães e quitudes da China. Você via em qualquer lugar, era tipo umas lojas que vendiam isso, na rua mesmo ou no metrô. Eram deliciosos, recomendo. Como estava sempre em hostel ( e nenhum deles tinha café da manhã), me virava comendo na rua mesmo. Os chineses comem uma espécie de panqueca no café da manhã, o nome é Jianbing. É uma delícia, mas estejam com fome quando comer, porque é gigante, e o sabor, sensacional. Tinha de tudo, até ovo frito dentro, e massa de pastel também. A propósito, o melhor café da manhã que você vai ter por lá é o das ruas. Pelo menos pra mim, foi, porque tinha objetivo de comer comidas nativas às “western” (evitei minha viagem toda) que já conheço, então me permiti mudar isso, e foi uma das coisas mais legais que fiz na minha jornada na Ásia como um todo. Os pães de gergelim eram preciosos com leite de soja feito na hora. <3 (sou vegetariana, logo não vou falar de uma costela xyz etc não tenho esse repertório, desculpa aê hehehhee) Comida (ih, falei de novo), passagens e hospedagem são bem baratas, se comparadas a outros países ou a cidades relevantes do circuito EUA-Europa. Se não me engano, a passagem custava centavos quando convertidas para o real. Imagina pagar menos de 2 reais para rodar a cidade quase toda. A mais cara, se não me engano, isso indo ao um local mais distante, não custava nem 3 reais. E estou falando de uma malha ferroviária que abrange praticamente a cidade toda. Aliás, isso achei um ponto alto da China, andei de metrô o tempo todo e ele era super eficiente dentro da estrutura que cidades grandes exigem. Uma lição para o nosso país que é deficitário em termos de transporte público e metrô - precário, ainda por cima - é privilégio de algumas cidades e de algumas pessoas que moram nestas. As coisas são baratas sim, porém coisas que comumente seriam de graça, lá é pago, como parques e templos (sim, na Tailândia etc muitos são pagos geralmente quando são mais expressivos, de relevância histórica etc). Na China, a maioria era pago apenas pela existência ali. A idéia de ter que pagar para entrar em um parque que deve ser espaço de lazer público me incomodou, e nem entrei, só nos que tinham atrações turísticas. Esse ponto é complicado/delicado: os securities checks. Na Tailândia, já tinha visto isso, e fiquei meio sem entender a razão daquilo, porém na China, assim, era em qualquer lugar: metrôs, trens, estações, parques, pontos turísticos, aeroportos (mesmo quando você já está dentro dele), enfim, tudo. Às vezes, era bem cansativo, principalmente quando fui ao Tiananmen, que você fica 100 horas numa fila e fala “UFA, FINALMENTE ENTREI”. Mas aí depois você quer ir ao portão principal, mais uma fila, e depois “bora entrar na Cidade Proibida” e olha quem te espera lá linda, enorme? Sim, mais uma fila. No fim, você se acostuma, mas, no início, é um porre. Não sei se porque aqui no Brasil, nós não temos essa inspeção tão marcada, então já chegamos lá com outra cabeça, aí vem esse fator da vigilância forçada. E, como sempre estava de mochila, tinha que passar em todas onde estava. Mas, graças a Deus, ninguém nunca pediu para abrir nada. Uma dica também é sempre buscar comprar coisas em lojas oficiais. A China é conhecida pela falsificação massiva de tudo. Lá, isso não é visto como algo negativo, assim como enxergamos no Ocidente, sendo algo nefasto, horrendo e motivo de escárnio. No entanto, é sempre bom ser cauteloso com isso, para não incorrer no risco de comprar algo falsificado e danificado. Sem contar que existem coisas que eles vendem mais caro do que nas tais lojas oficiais. Se você comprar em outros revendedores, como chip de celular, que queriam me cobrar um absurdo e na loja da China Unicom saía claramente beeem mais barato. Quando lá, trate de arrumar um VPN tipo pra ontem. Peguei um que não funcionou quando cheguei em Pequim. Ou seja, não são todas que pegam, só alguns específicos. No drama do meu cartão, vi como somos viciados em Google pra tudo: “0800 da Visa”, “como bloquear cartão” etc foram coisas que me peguei tentando fazer furtivamente. Não funciona MESMO. Nem Facebook e Instagram. YouTube, então, nem pensar. WhatsApp, curiosamente, funcionava. Usei bastante. Aí tem que achar mesmo um VPN (http://www.evergreenvpn.com/ - essa rolava, usei lá) que dê certo e burle os sistemas de bloqueio impostos pelo governo chinês. No local onde me hospedei, um cara que recepcionava os hóspedes me ajudou e colocou isso. Aí pude usar esses sistemas. Mas não pensem que isso é um problema para o chinês médio: eles têm seus próprios sistemas, como Baidu, We Chat que oferecem soluções em tecnologia para os usuários que colocam muitas coisas produzidas no ocidente no chinelo. No fim, acho que eles nem se importam se tem Google, Facebook etc por lá. Uma coisa que eu senti (tudo bem que sou aquela pessoa que perdeu um monte de coisas na China, e nem mencionei que me perdi várias vezes em metrô, ruas, enfim…) é que as informações elas existiam - a maioria estava em dois idiomas, o mandarim e em inglês -, porém tinha a impressão, não em um, mas em diversos momentos, de que elas eram meio incompletas, tipo falava um ponto, mas não completava. Pode ser uma percepção subjetiva, no entanto, achei interessante mencionar. Opa, uma dica forte, pra vida, qualquer viagem e, especialmente, se for à Ásia (qualquer país): LEVEM LENÇO DE PAPEL, desses tipo Kleenex, Softy’s etc. PLS NÃO ESQUEÇAM! Eu carregava lenço úmido e álcool em gel, porque curtia carregar muita coisa na minha mochila. Os banheiros não costumam ter papel para você secar as mãos e, às vezes, também não têm nas cabines onde ficam os sanitários. Me peguei em diversas situações como essas. Não só na China, vale a menção. E outra: em alguns locais não têm as placas de orientação para se ir aos banheiros. Se você não vir, busque a “saída”. Muitas vezes, não tem sinalização, mas é onde geralmente fica. Na Ásia, como um todo, os banheiros têm aquela versão oficial do chamado “banheiro turco”, que ficam no chão. Em geral, na China, você via as duas versões. Última sobre banheiros: em alguns, a porta não fecha direito, então, sempre bom ficar ligado nisso. E nem sempre eles têm lá um cheiro dos melhores. Basicamente em todos que entrei lá eles tinham um aroma não muito bom, parecia meio de esgoto, não sei dizer. Atravessar a rua também é um desafio (não tanto como no Vietnã, que ressignificou até meu ato de atravessar as ruas na vida). Muitas pessoas atravessam fora dos sinais e isso é visto como normal. Sugestão? Siga os nativos. Você pode parecer um psicopata, mas a galera desses locais está mais calibrada com sistemas caóticos para se atravessar as ruas. Aeroportos, gente. Esse tema é importante e a dica não menos. CHEGUEM SEMPRE CEDO; com bastante antecedência. Primeiro, voltando à história do “security check”, você não passa apenas por um (como é o protocolo do Brasil), mas por vários. Inclusive de um terminal a outro, mesmo sem sair do aeroporto. Em momentos de tensão, isso desestrutura. E sabe a fila de imigração para ir às salas de embarque (pelo menos no de Xangai)? Então, fica todo mundo numa só fila, chinês (grande maioria. 1.5 bilhão de pessoas) e estrangeiros. Não é como em outros locais que as filas costumam ser separadas. Mais um motivo pra chegar cedíssimo. No fim, se seu voo estiver urgindo, você fala lá e tem uma fila pra você furar e sair correndo pra não perdê-lo (rolou comigo). Voltando a falar sobre comida, agora por um motivo especial: chá. Na China, vai ser os melhores que você vai tomar na sua vida. Os melhores de mundo, de fato, estão por lá. São MUITO bons. Bebê-los é uma experiência de reconhecimento e descobertas de sabores que fazem disso algo único. Recomendadíssimo. Por falar nisso, dos chás mortais, lá tem bastante pobá também. Inclusive uns que misturam chá com café, algo assim, que você pode até nivelar o açúcar etc PEQUIM DIA 1 - 17.03.17 No primeiro dia, como disse antes, passei pelo perrengue de ter perdido meu cartão no ATM. Isso me estressou um pouco e acabei demorando para começar a “turistar”. Do aeroporto, tem um metrô que você pega e te deixa basicamente em qualquer ponto da cidade. E fica com o olhar ligado porque pode ter um PANDA no meio de um cruzamento: 20170317_071250.mp4 Uma coisa sobre Pequim: o ar é tenebroso MESMO. Quando me falavam, e, por morar em uma cidade com ar zoado, tipo São Paulo, não dei a importância devida. Achei que iria sofrer, mas sobreviver, no fim. Até sobrevivi, porém o sofrimento foi agigantado. Tive uma crise alérgica lá, do meu nariz basicamente fechar, e eu ficar espirrando feat. coriza a cada 10 segundos. O lenço de papel (ha!) foi mais que útil, diria, uma bênção. Fiquei usando Tiger Balm que era a única coisa que eu tinha comigo na mochila. Não sei, ao certo, se adiantou. No entanto, se você achar que está ruim minimamente, uma dica é apelar para aquelas máscaras. São horríveis de usar, porém te protegem de ter complicações mais sérias. Agora, a poluição tem lá seus efeitos se não positivos, diria curiosos. Quando você anda pela cidade, parece que está vendo tudo esmaecido, parecendo um filtro (daqueles de Instagram),só que numa situação constante. Era uma visão turva da realidade, porém interessante, porque as cores nunca vibravam, berravam. E mais um detalhe: ver Pequim de um ponto alto não é lá das coisas mais atrativas no período da neblina/poluição intensa: você mal consegue ver as coisas. O hostel que escolhi ficava em uma região bem movimentada e numa parte histórica, da qual você pode ir andando até o Tiananmen. Era um local bom para ficar, super perto da linha circular do metrô, que faz uma rotatória no mapa e se interliga com a maioria das outras linhas. É esse aqui: 365 Inn. Assim, não era dos mais limpos do universo e o banheiro cheirava a esgoto, além de ser minúsculo. Eles devem ter adaptado um normal para abrigar mais pessoas. Mas se você for pensar pela perspectiva de que ali era só para dormir e tomar banho, estava ok. E dos que eu andei pesquisando, era um dos menos piores. A localização compensou. Só de andar um pouco, até o Tinananmen, você se depara com um centro comercial antigo, com arquitetura chinesa, fundida em cores e aspectos simétricos e harmônicos : Andar por lá, a sensação é que o tempo parou. Daí digo porque a China soa tão interessante. Em poucos locais pude ter uma imersão tão forte disso quanto lá. Tinha a impressão de que entrei em um portal e fui parar no século XIX. E as coisas bastante preservadas e limpas. Esta rua cai no Tiananmen, Praça Celestial etc, ela era uma antiga linha do bonde, e é como se fosse, hoje, um Boulevard. Todo em cinza, com uma paisagem bastante peculiar. E sim, esses portões de entrada não são apenas uma imitação saudável que as Chinatowns fazem. Elas são parte do entendimento urbanístico das cidades de lá. Deve ter vários significados, inclusive espirituais. Esse é monumental. Dei essa voltinha, até cogitei ir à Cidade Proibida logo, mas resolvi mudar de planos, pois entendi que precisaria de mais tempo pra isso, então resolvi ir ao Templo do Céu (inverno 10 CNY/ primavera 35 CNY/ metrô Tiantan Dongmen). E não me arrependi. Ele foi construído no século XV, e vou falar que nunca tinha visto algo tão bem conservado em termos de construção. Está impecável. Ele era um local onde os monarcas iam para pedir aos deuses boas colheitas. É um lugar que transpira paz, ainda mais sendo dentro de, hoje, um parque. Depois fui a esse lago. Houhai, o nome. À noite, ele fica todo iluminado com as luzes dos restaurantes. Não aguentei esperar, porque tava esgotada da viagem de KL pra Pequim e de não ter dormido nadinha. Achei melhor descansar para aproveitar bem o dia seguinte. Andando por lá é possível entrar em contato com os famosos Hutongs que são becos, onde parece que você voltou dois séculos. Neles têm comércios, restaurantes, moradias, é bem diverso e característico da formação da cidade. DIA 2 - 17.03.17 Nesse dia, um sabadão, acordei cedo e fui direto para a Praça Tiananmen (Tiananmen Dong/Tiananmen Xi Station/Qianmen Station),porque sabia que ali tem pontos turísticos que demandam tempo. Esse é um dos pontos turísticos mais importantes da cidade. É por onde você passa para ir à Cidade Proibida. Nela estão contidos diversos monumentos,tais como o Grande Salão do Povo (que é o congresso chinês), Mausoléu do Mao Tsé-Tung, Museu Nacional da China (que desisti só de ver a fila), além de outras atrações. Ainda que exista a questão da economia aberta, principalmente em trocas comerciais, a China se intitula um país socialista. O Tinanmen é uma prova viva de que não há como se esquecer disso: Sim, militares e a bandeira vermelha que não deixa negar onde estamos. Alguma dúvida de que estamos em um país socialista? O que antes era o portão para a Cidade Proibida que separava os chineses das dinastias que regeram o país durante muitos séculos, se transformou um ponto turístico célebre, dada sua importância, e também pela série de protestos no fim dos anos 1980 que foram brutalmente reprimidos. O portal do Tinanmen para chegar à antiga residência imperial, hoje, abriga um pequeno museu sobre o próprio Mao Tsé-Tung e o Partido Comunista. E um de seus atributos é a vista privilegiada da praça. E, claro, a foto de Mao continua lá como demonstração da sua importância para a história chinesa. Independente de convicção política, sua relevância é indiscutível. (15 CNY) Depois disso, a progressão natural é ir para a Cidade Proibida (abril a outubro: CNY 60 / novembro a março: CNY 40). A Cidade Proibida nada mais era que o palácio imperial da China durante quase 500 anos. Outro exemplo de um estado de conservação que deixa qualquer um estupefato, mesmo porque esse local é gigante, um verdadeiro complexo de construções diversas. Ela tem este nome porque na época dos monarcas, não se podia entrar nem sair sem a permissão do rei. São 981 construções que sobreviveram ao passar do tempo. E sim, era sábado e estava LO-TA-DO. MUITA gente em tudo. Duvidam? De tirar o folêgo a opulência desta construção. Era estratégia de guerra para conseguir ver o que tinha dentro das construções. Nunca achei que o pau de selfie fosse tão útil até ver chineses colocando isso para tirar fotos dos locais, talvez para ver depois. E os telhados eram majestosos, harmônicos e lindos. De qualquer ângulo você tinha um formato diferente. Engenhosos. Aí tinha uma estufa inacabada que contrastava com o seu entorno, visto que são de padrões diferentes. Se não me engano, quem mandou construir foi aquele rei do “Último Imperador”, o que foi coroado quando criança. Aí vem o jardim de inverno dos imperadores. Lindo demais (não canso de falar isso, nunca). <3 DRACARYYYYYS <3 Depois, no fim da visita, tem um parque chamado Jingshan (CNY 2). Ele está localizado ao norte da Cidade Proibida. É um local bem gostoso para finalizar a visita ao complexo imperial, onde você pode descansar, contemplar a natureza, ver coisas interessantes, além da vista 360º de Pequim (embora não super dê para ver muitas coisas por causa da neblina). Além de ginástica rítmica para terceira idade: Ver a Cidade Proibida dele é algo privilegiado, e onde você percebe todo efeito magistral que tem esse local. Para se contemplar, basta subir mais ao alto, tipo um morrinho; não é traumático não. Você vê de uma pagoda que tem ali. Sol do Extremo Oriente: Primavera chegando, e a paisagem mudando. E os gatinhos da China eram a coisa mais linda do mundo! Com esses pelos grandes! Todos que vi eram assim. DIA 3 - 19.03.17 Dia de ir a templo budista para um domingão tranquilo. O que escolhi foi o Lama Temple (25 CNY / metrô Yonghegong). Como tinha curiosidade de conhecer o budismo pelo lado chinês também, fui nessa expectativa. Claro que não me arrependi. Não era uma demonstração de fé tão tocante como tive oportunidade de ver na Tailândia e no México, mas foi um contato interessante. Ele é não só um templo, mas um monastério e um local de ensino sobre budismo, da linha tibetana. É o maior e melhor preservado da modalidade na China. Depois, fui ao Grande Salão do Povo (30 CNY / Metrô Tiananmen Dong/Tiananmen Xi Station/Qianmen) que é a assembléia legislativa do Estado chinês, regido pelo Partido Comunista. É bem bonito por dentro, e, em vários momentos, pude perceber semelhanças com construções soviéticas. Ele fica do lado esquerdo da Tiananmen. Depois, fui ao Palácio de Verão da monarquia chinesa, o Summer Palace (30 CNY verão/20CNY inverno/ metrô Xiyuan). Esse achei imperdível também, ficou no meu coração, de verdade, de tão mágico que ele soou pra mim. Era o local onde os imperadores iam no verão, e todo o complexo foi construído à beira de um lago (que se chama Kunming) enorme. Nele tem templos budistas, o palácio, além de corredores e outras atrações. Quando você chega, já tem o contato com um universo feérico dos canais chineses, coloridos e com diversos elementos que não deixam você esquecer onde está: Aí vem as construções que vão figurando o complexo do palácio: Essa pagoda com o lago atrás que você vê a partir de um montezinho de pedras é algo acachapante. Dá um “mix” de sensações indizíveis: faz você se sentir hipnotizado por tanto equilíbrio entre o homem e a natureza. O sol já pensando em se pôr, e eu querendo que ele ficasse mais para eu aproveitar cada segundo de tudo: DIA 4 - 20.03.17 Voilà neblinas da China: Então, o dia que escolhi pra ir não foi lá dos mais maneiros. Tinha neblina, chuvisco, chuva desagradável. Queria um dia claro? Com certeza. Mas estava nas Muralhas da China, para além da estupefação e encantamento de estar em um monumento tão icônico, poder percorrer, ainda que 0,00001% dela, foi algo desafiador: pelo tempo ruim e porque tinha uma subida ingratíssima. Foi emocionante pra mim, mal podia acreditar. Para chegar até ela, contratei um tour pelo hostel mesmo. Nem lembro quanto foi, desculpa aê. Mas você tinha que estar bem cedo para te buscarem, aí você entrava num busão com várias pessoas que entravam e saíam em outros pontos, numa logística meio engraçada, mas que deveria funcionar. O meu pacote era de passar umas horas lá, em um ponto mais fácil (tinha uns pacotes mais hards, que demandavam escaladas intensas; queria comodidade, apenas porque sou assim). Chegando lá, eles param na base da Muralha e aí você pode optar por subir a pé mesmo ou pegar o teleférico (os caras induzem essa modalidade, pois acho que ganham comissão), de qualquer forma, optei por esse mesmo para ganhar tempo, até pela situação do tempo. Fiquei toda ensopada, já que não estava super preparada para essas situações, então não levei casacos adaptados. Não queria carregar peso e tals. Achei que fosse pegar um resfriado, mas acabou que nem rolou, só mesmo a crise alérgica pela poluição. Lá, achei bem frio, em parte por causa da chuva. Nesse pacote, o almoço estava incluso. Achei que fosse ser meio estranho, até pelo fato de ser vegetariana, mas a comida estava deliciosa, de verdade. Simples, mas delicioso (o que é bem comum na Ásia. Esteja aberto que boas surpresas virão). Depois voltamos, acho que umas 16h já estava em Pequim novamente. Foi uma pena o tempo estar tão cagado, mas, enfim, acontece. Aproveitei para dar um passeio perto do hostel e aproveitar minhas últimas horinhas em Pequim,de passear pelos hutongs, ver a comida de rua, as pessoas. Pequim à noite: PS: Não anotei meus gastos (não tive essa disciplina!), então, tenho pouca noção de quanto gastei na minha jornada por lá.
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China - Pequim, Pingyao, Xian, Xangai, HK (2,5 semanas)
mcm postou um tópico em China - Relatos de Viagem
Como já mencionei no relato (3 dias no Qatar) que efetivamente começa esta viagem, Depois de 2 anos sem férias (troca de emprego = menos férias), 2019 era novamente vez das férias de 20 dias. Alvo era novamente Ásia. Japão, China, Indonésia, Filipinas, Coreia, o leque era grande. Com as passagens no Brasil escalando Himalaias, já na virada do ano comecei a prestar muita atenção nas promoções que surgiam no celular (Melhores Destinos) e email. E eis que surge a Qatar com 3 pratas para a China, partindo de São Paulo. Achei o preço muito bom, e logo fechamos. Ainda acho que foi um ótimo preço – no entanto foi a passagem mais cara de todas as viagens que já fizemos nesta década. Como era pela Qatar, tivemos a chance de programar um stop-over em Doha e conhecer a cidade, o que relatei aqui. Antes do relato, vou traçar umas considerações gerais. China? Sim, China! Conheço uma penca de outras pessoas que já foram, mas quase todas a negócios. Mergulhei em relatos – li diversas vezes os dois excelentes relatos que tinham aqui no mochileiros.com – e identifiquei que, se por um lado é um lugar moderno e em constante modernização, teríamos problemas com língua, costumes e afins. Presumidamente mais que em outros cantos do mundo em que já estivemos. Isso nos atraiu, de certa forma, e gerava uma certa ansiedade e curiosidade. Aquela coisa de sair da zona de conforto. Mas onde na China? País grande demais, tinha de escolher onde ir. Chegada e partida de Pequim, que era nosso porto. De cara buscamos as cidades mais ‘famosas’ (ao menos no nosso subconsciente), Xangai e Hong Kong. HK, aliás, hoje pertence à China, mas funciona meio que de modo separado. É China, mas não é. É por aí. Entre Pequim e Xangai tem Xian, famoso local dos guerreiros de Terracota. Rapidamente Xian entrou também. Por serem cidades grandes, alocamos uma quantidade razoável de dias para cada cidade (5 em Pequim, 4 em Xangai, 4 em HK), para permanecer mais dias nas cidades e se deslocar menos. País continental, quanto mais deslocamento, menos tempo curtindo. Imaginamos também o tempo de deslocamento *dentro* das cidades. Mas sobrava alguma folga. Fiquei fascinado com Zhangjiajie, mas Katia não se empolgou tanto. De modo que acabou sacada da viagem – ficou para uma próxima vez. Adoraria ir ao Tibete, mas a longa distância e o eventual perrengue (eventualmente a entrada fica proibida) me fizeram descartar também. Entre outras opções consideradas, no fim das contas incluí Pingyao nos dias faltantes. Ficava entre Pequim e Xian e parecia uma charmosa cidade pequena, coisa que faltava no nosso roteiro. Era tipicamente um lugar que incluiríamos num fim de viagem (tipo Cesky Krumlov, Bled, Bruges), mas que acabou no começo por força logística. Olhando para trás, eu mudaria muito pouco. Talvez cortasse um dia de HK, e teria incluído um para Suzhou. O galho é que as distâncias são grandes, ainda que preenchidas de forma veloz pela formidável malha ferroviária chinesa. Tendo mais tempo, teria ido a Hua Shuan, explorado os arredores desde Pingyao, mais ainda os arredores de Xian, Tibete e tantas outras coisas que tem por lá. Como foi? Foi ótimo, deu tudo certo. Curtimos demais, andamos demais, conhecemos demais, maravilhamo-nos demais. Tivemos menos problemas que o esperado. Quando voltei, sonhei com a China durante toda a semana seguinte. De noite saciava a seca assistindo a Pula Muralha e 2 a Mais, 2 interessantes e divertidos canais no Youtube com temática chinesa. Visto Rolou certa burocracia para emissão do visto. Felizmente moramos muito perto do consulado, então resolvíamos tudo rapidamente. Em nossa primeira ida, Katia não podia entrar de bermuda (!!), tinha de ser calça abaixo do joelho. As instruções dizem para preencher todos lugares onde iremos e estaremos (hotéis), e assim fizemos. Chegando lá, descobrimos que, mais importante que isso, é manter a formatação de 4 páginas. Então, contradizendo as instruções, melhor suprimir informação. No fim das contas, refazer o formulário. Para fechar, precisávamos de 2 entradas (iríamos a Hong Kong no meio da viagem, e, embora seja tecnicamente China, conta como saída), mas isso nos foi negado por conta de o passaporte ter validade somente até o fim do ano. Para 1 entrada, ok. Para 2, precisava de 9 meses de validade. Mas o cônsul deu a dica: se vc renovar o passaporte, te dou entradas múltiplas. Pensei rapidamente e optei por essa alternativa. Renovamos, ainda usamos na viagem ao Peru semanas antes, e depois pegamos o visto. Tudo certo, amém. Escrita, língua, etc. Segundo o Lonely Planet a China tem 8 grandes grupos de dialetos. Dentre vários outros pelo país... O mandarim é o mais famoso e oficial, o cantonês vem em seguida. Sobre a escrita está dito que sabendo de 1200 a 1500 dá pra se virar. Sabendo de 2000 a 3000 já dá pra ler jornal. Um indivíduo mais educado usa de 6000 a 8000 dos caracteres. Ou ideogramas, seja como for. Era para eu ter aprendido minimamente alguma coisa de chinês, mas a verdade é que aprendi praticamente nada além de oi e obrigado em chinês. Lá se vão os tempos em que cheguei a aprender cirílico para me virar na Rússia, agora tenho tido cada vez menos tempo de planejar. Foi bem complicado de se comunicar em geral – e, ainda assim, foi menos complicado do que eu esperava. Talvez tenha criado expectativas de quase não comunicação. Mas existe gestual, existe mímica, existem as palavras que a galera já sabe (beer!) e existem os tradutores. Seja do google, seja algum local – usei algumas vezes, e usaram comigo também. Quando digo que foi complicado se comunicar é pra reforçar o que se diz em geral: são raros os que falam inglês. Comparativamente, eu diria que deve ser próximo ao que um estrangeiro se depara ao visitar uma cidade brasileira: não há praticamente nada em inglês. Levamos o nosso livrinho icoon, de ilustrações que ajudariam na comunicação, achando que finalmente dessa vez iríamos precisar! Mas não usamos. Na hora da dificuldade, ou rolava a desistência, ou chamavam alguém que falava inglês, ou usávamos algum tradutor digital. Compramos o icoon no começo da década. Hoje parece defasado. Ah, de tanto ouvirmos galera contando até três para tirar foto, memorizamos algo como “i, ar, san”..., ou coisa semelhante. Então sabemos contar até 3 em chinês. Pessoas Em 10 entre 10 relatos que li, a galera relatava que se depararam com chineses que não eram lá muito amigáveis, ou que eram antipáticos, ou que se recusavam a ajudar, etc. Alguns textos chegavam a desprezar a população local. Acho que tive sorte: só tivemos contato com pessoas legais. Em diversas ocasiões em que caímos no lost in translation as pessoas buscaram nos ajudar. Chamavam alguém que falava alguma coisa em inglês, ou usavam algum aplicativo tradutor local, ou facilitavam logo as coisas (uma guarda não conseguia nos fazer entender que precisávamos do passaporte para obter os ingressos de um museu, então decidiu nos dar logo os ingressos), usavam as mãos, ou muito simpaticamente nos faziam entender que não haveria como nos comunicarmos, etc. Claro que vimos fura-filas (mas só pegamos micro-filas) e outras coisas de que nem me lembro direito, mas nada que se comparasse ao que li antes de viajar. Achamos os chineses pessoas legais e sorridentes em geral. E lá rolou uma coisa que vivemos na Índia, que é a galera pedir para tirar foto conosco (ou efetivamente nos fotografar). Curtimos bastante, tiramos várias fotos juntos. Filas Novamente, dez entre dez relatos sobre a China me alertavam para eu relaxar e me acostumar ao fato: haverá filas. Relaxei e esperei por isso. E, creiam, não peguei filas na China. Nem eu acredito nisso. Deve ser até manchete de jornal, mas é verdade. Não me refiro a fila de 2 ou 3 pessoas à sua frente, nem considero isso. Tô falando das filas de que se espera na China, quilométricas, com dezenas ou centenas de pessoas. Não pegamos. De novo: li que era para esperar por isso, e, repito, li isso em TODOS os relatos. Mas nada. Era uma surpresa atrás da outra. Na chegada na imigração (onde?), na hora de comprar ingresso (cadê a fila?), na hora de entrar na atração (fila, onde?), seja para entrar no Aeroporto ou estação de trem (para embarcar tinha, naturalmente), nada. No nosso último dia, enfim, nós vimos uma fila – para entrar na Praça da Paz. Era dessas que esperávamos ao longo de toda a viagem. E desistimos, o combinado era conhecer o Mausoléu do Mao somente se não houvesse fila. Era um sábado pela manhã. Até hoje fico impressionado com isso, e por isso repito: não pegamos fila na China. Comidas Busquei sempre comer coisas locais, evitei ao máximo a tentação da comida ocidental (mas cedemos à indiana!). Acho que tolero bastante comida apimentada, mas houve umas duas vezes em que estava MUITO apimentado (tive de comer em etapas, ehehehe). Comemos desde churrasquinho de rua até em restaurantes um pouco mais refinados – mas nem tanto, o Lonely Planet classificava com dois cifrões de um máximo de 3. Comi muita coisa boa, e outras tantas que não me disseram nada. Não desgostei de coisa alguma, mas em muitas vezes achei que não havia muito sabor. Pode ser em decorrência de as coisas não terem muito sal nem muito açúcar (ou melhor, de ter muito pouco de cada). Por exemplo, num trem eu comprei uma pipoca. Parecia ser de sal, mas não tinha gosto nem de sal, nem de açúcar. Fui até o vagão restaurante atrás de um saquinho de sal (a conversa foi desenrolada via tradutor deles) – e não tinha! A pipoca era daquele jeito mesmo. Visitamos diversos food stalls. Sempre que havia algum, percorríamos. Era muito bacana, vimos diversas coisas das quais não fazemos ideia do que se trata. Vimos comidas com cores maravilhosas – lembro de comer uma massinha com recheio algumas vezes, que pelo visto eles coloriam. Não sei o que era, mas eu gostava, era levemente doce. Lembro de ver diversos bichos e partes de bichos nos espetos. Algumas coisas identificávamos, outras não sei até hoje. Muito diferente e distante do que estamos habituados. Patas de galinha, rabo de alguma coisa, pata de porco (ao menos parecia), sapo, alguma coisa que se parecia com um pintinho, tudo isso vimos em espeto para churrasco. Comi espetinhos do que presumo que era carne de porco e ou carneiro. Era bom e geralmente barato. Katia comeu espetinho de polvo, e também gostou. Comemos vários quitutes (?) que comprávamos pela beleza, mas o sabor, como falei, não me dizia muita coisa. Não havia regra: comemos muito bem em locais bem populares e guerreiros. Comemos bem em restaurantes mais caros. Não comemos mal em canto algum. Em geral curtimos muito, mas observávamos mais do que comíamos. Via de regra, em viagem, só temos uma refeição – a janta. Ah! Em n cantos eu li e em n ocasiões ouvi: “não coma comida de rua”. Ignoramos. E foi muito legal! Segue então um flood de fotos de comida: Chás Bebemos inúmeros chás de garrafinhas, que comprávamos em qq vendedor de rua. No fim da viagem já conseguíamos identificar alguns de que gostávamos mais. Chás mais refinados de casas de chá, não fomos. Eventualmente pedimos nos restaurantes, mas preferimos sempre cerveja, ahahaha. A rigor, não somos muito de chá, embora eu, carioca, beba muito Mate. Café é uma coisa que achei bem cara por lá. Compramos (pó? granel? de) chá numa lojinha de Pingyao, que levamos para o resto da viagem. Esses eram muito bons. Então tomávamos chá antes de dormir todas as noites, pq em toda hospedagem na China tem garrafa térmica – tal qual Inglaterra. Restaurantes Os pratos vão chegando conforme ficam prontos, não tem isso de servir tudo junto. Tal qual outros cantos da Ásia, aliás. Os pratos são sempre apimentados. Vc pode evitar de comer os pedaços de pimenta, no entanto. Eu sugiro treinar o paladar. Ou apelar para comidas ocidentais, o que evito – e evitei. Eu não sou de comer pimenta no dia a dia (Katia sim, todos os dias), mas encaro numa boa. Achei a comida na China bem mais apimentada que na Índia, por exemplo (na Índia não comi carne). Esqueça essa coisa de carne sem gordura, sem osso, sem cartilagem. Lá vai tudo. Na China não tem 10% na conta. Em HK tem. Pagamentos Nós, turistas, pagamos em cash mesmo. Mas vi a galera local pagando tudo com celular via QR code. Google Toda a plataforma google é bloqueada, é verdade. Nada de gmail, nada de google.com, nada de maps, nada de Instragram, nada de whatsapp.... Mas whatsapp funcionou em alguns poucos momentos, não entendi o pq. Funcionou eventual e pontualmente entre Pingyao e Xangai. Isso NÃO se aplica a Hong Kong e Macau, onde o google funciona normalmente. Muita gente que não vive sem google acaba pagando por um VPN para burlar a censura. Katia fez isso e funcionou. Eu desencanei e preferi ficar sem google mesmo. Em geral, achei a Internet lenta por lá, provavelmente por ser controlada. A rede social predominante por lá é o we chat. Vimos em vários cantos. Mapas Li em diversos cantos que o google maps seria inútil por lá. Como o Google é bloqueado e sequer é possível baixar os mapas para ver offline, de fato não haveria como. No meu caso o google maps até aparecia, acho que os mapas ficaram no cache. Mas atesto: o google maps na China é fora de prumo, não é preciso. A dica é usar o maps.me – esse app foi salvador! Em alguns casos é até melhor que o google maps – ele fornece, por exemplo, a rota a pé de um ponto a outro, mesmo offline. Baixei os mapas antes e marquei alguns dos pontos que eu havia mapeado. Funcionou quase 100%, somente um ou outro ponto que estava mapeado errado. Então #ficaadica, na China usar MAPS.ME. Templos Via de regra limpíssimos e quase sempre parecendo novíssimos (repintados, ou conservados, seja o que for). Exceção somente para templos menores que visitamos em Pingyao, que pareciam estar mais empoeirados. Hábitos Vimos e ouvimos escarradas sim. Arrotos também. É relativamente comum, embora praticado por pessoas mais velhas. Mas não vi essa prática em locais públicos muito limpos, como metrô, estação de trem etc. – digo, não via escarrar no chão, nesses casos a galera ia escarrar na lixeira. Em HK ouvimos muito menos. Confesso que não vi, ou não reparei, se a galera come de boca aberta – essa era outra impressão que li de outros viajantes. Também não vi xixi em copo ou crianças com a parte da bunda aberta (mas a verdade é que não reparei). Mas vi campanhas educativas pelas cidades, sobretudo em vídeos no metrô: parar para pedestres atravessarem, estacionar em faixas determinadas, não fazer xixi nas ruas (e sempre havia banheiros públicos grátis!). Banheiros Encontrados com muita facilidade em tudo quanto era canto. Em Pequim, por exemplo, todo hutong tem banheiro. Às vezes mais de um e próximos uns dos outros. Eram sinalizados nas cidades, e em geral limpos. Para mulheres era mais complicado por conta do padrão chinês/asiático (squat position) – Katia conta que nem todos os femininos tinham privadas ‘ocidentais’ ou divisórias. Limpeza As ruas (e parques, e praças, e tudo quanto era lugar) das cidades onde estivemos na China são em geral MUITO limpas. Sem padrão de comparação com a imundície das grandes cidades brasileiras. Vi sim pessoas jogando coisas no chão na maior cara de pau, mas sempre havia alguém para limpar isso também. Lixeiras eram encontradas com facilidade. HK é visivelmente mais suja. Mas, ainda assim, muito menos que o Rio de Janeiro, por exemplo. Vale dizer: via de regra os jardins são MUITO bem cuidados, lindos. E as flores parecem perfumadas. Cheguei a desconfiar que borrifam perfume nos jardins. O trânsito e as ruas Em Pequim é tipo Brasil: o pedestre está em último na escala de prioridades. O mais forte vem em primeiro lugar. Bicicletas e elétricas têm pista exclusiva, no canto das avenidas. Largamente desrespeitada por carros, que por muitas vezes vi estacionados nelas, quando não havia divisória. Geralmente motos e elétricas transitam por lá, na área reservada a elas, mas não era incomum estarem nas calçadas também. Tal qual Brasil, ciclistas e motociclistas entendem que sinalização de trânsito serve apenas para carros. Seja sinal vermelho ou mesmo contramão. Habituados ao esquema Brasil, atravessávamos a rua do nosso jeito também. Em regra, ao atravessar ruas e avenidas, olhe para todos os lados, inclusive para trás. Lembre-se, vc como pedestre está em último na escala de preferências. Dito isso, reitero: para brasileiros não é muito diferente do que vivemos no dia a dia. Em geral as placas de proibido bicicleta, em áreas de pedestres, são solenemente ignoradas por bicicletas mecânicas, elétricas e motos. Buzinas avisam que vc deve sair da frente de quem tem prioridade na prática. Achei o trânsito mais organizado em Xian e Shanghai; Pingyao não conta muito. Em Hong Kong era mais 1º mundo. Em Hong Kong, nada de motos e bicicletas e elétricas. Lá havia trams e ônibus dois andares. Metrô e transportes internos Muito tranquilo de se usar. Máquinas com menu em inglês em todas as estações. Basta indicar a sua estação final e pagar que tudo se resolve. Necessário guardar os bilhetes até a saída. Se vc decidir mudar de planos durante a viagem? Sem galho, só pagar a diferença na estação de saída (tem guichê para isso). Metrôs novos e modernos, e muito, muito limpos. Em Pequim o painel de cada vagão indicava em qual porta sair na estação seguinte. Muito útil no rush! Mas não era em toda e qq linha. Tendo um guia à mão, é bom saber qual a melhor saída para sua atração. Poupa tempo. De qq forma, as estações têm mapa. Em vários vagões reparamos em vídeos educativos que (presumo) o governo patrocine para educar os modos da galera. Do tipo: ceder lugar aos mais velhos, grávidas ou portador de necessidades; não cuspir; não sujar; deixar o lado esquerdo livre nas escadas rolantes (neste caso funcionava somente algumas vezes, tipo Brasil), etc. Mas não vi galera retirando a mochila das costas em vagões lotados. Para entrar no metrô vc sempre precisa passar por raio x e detector de metais. Mas só pra constar, a inspeção é leve. Em HK não tem isso de raio x e detector. Vimos algumas estações com guardas. Eles entravam em alguns vagões também. Esses guardas do vagão sempre desembarcam e aguardam sinal de embarque para retornar. E impedem outros de entrar quando o sinal toca. Vimos tbm pessoas pedindo informações a eles. Ônibus é complicado pq todas as infos estão em chinês. Mas em HK andamos de ônibus, as infos estavam bem descritas em inglês em cada ponto. Leões nas portas Isso é algo que vc vai ver em tudo quanto é canto. Seja cidade pequena, seja nos grandes centros. As entradas estão guarnecidas por dois leões de pedra. Normalmente o macho está com a pata sobre uma bola e a fêmea tem a pata sobre um filhote (parece esmagar, mas na verdade está acariciando – ou protegendo?). Estão lá para espantar maus espíritos. Tomada Levamos um adaptador universal, mas não foi necessário. A tomada de dois pinos funciona numa boa por lá – em um lugar que ficamos em Pequim ficava meio mole. Mas deu pra carregar geral. Compras Não fizemos (não fazemos habitualmente). Segurança Relaxe. Não há padrão de comparação com grandes cidades brasileiras. Hospedagem Cidade – hotel - diária Beijing - 161 Wangfujing Courtyard Hotel – 405 CNY Pingyao - Pingyao Hongyuyuan Guesthouse – 92 CNY Xian - So Young City Center Hostel Huiya Tianmu Shop – 138 CNY Shanghai Blue Mountain Bund Youth Hostel – 499 CNY ibis Hong Kong Central and Sheung Wan – 473 HKD Novotel Beijing Xin Qiao – 437 CNY Via de regra escolho a região onde ficar em 1º lugar, e depois o mais barato que não seja (muito) esculhambado. Localização, quarto casal com banheiro, nada de não reembolsável. Nesse caso, acho que elevamos o padrão um pouco. E achei os hotéis nas grandes cidades bem caros. A diferença, por exemplo, entre os preços pagos em Xangai e Pingyao, de 5x, não se traduz na qualidade. Esperava por preços de hotéis mais na linha Sudeste Asiático. Mas eles estavam mais para Singapura grandes maiores. Em cada região, escolhi onde ficar. Wangfujing e arredores em Pequim, centrão em Pingyao, dentro da muralha em Xian (diria hoje que é desnecessário, mas felizmente dei sorte de ficar relativamente perto do Muslim Quarter), perto (mas nem tanto assim...) do Bund em Xangai e HK eu acabei não ficando onde queria, que era do outro lado do rio. Por conta dos preços, e da qualidade que eu via, acabei optando por uma boa promoção (não reembolsável, mas foi o jeito) do Ibis. Foi ótima opção, acertei sem querer (mas se voltasse ficaria mais perto do Soho). Na volta em Pequim, tinha reservado um albergue (Station hostel) e depois vi uma promoção do Novotel mais barato que o albergue (mas ambos caros). Achei aquilo bizarro, e não recusei o esquema-patrão. Padrão dos banheiros de hotéis, pousadas e albergues que ficamos era ter: 2 escovas com pasta, 1 pente. Xampu e sabão líquido, 1 sabonete sólido. Transportes Trecho - preço por cabeça Avião: RJ x SP – Gol – 162 BRL SP x Doha x Pequim – Qatar - 1500 BRL Trens: Beijing West – Pingyaogucheng – 183 CNY Pingyaogucheng - Xian North – 150 CNY Xian North - Shanghai Hongqiao – 670 CNY Avião: Shangai Hongqiao x Hong Kong – China Eastern – milhas Hong Kong x Pequim - China Southern – milhas Pequim x Doha x SP – Qatar - 1500 BRL SP x RJ – Latam – 132 BRL Comprei tickets de trem adiantadamente com a China Highights, agência online. Pedi para entregar no nosso hotel em Pequim. Paga-se taxa para tudo isso, optei pela comodidade. E deu tudo certinho. Tickets estavam lá no nosso hotel quando chegamos, instruções foram perfeitas, tickets todos certinhos conforme compramos. A ideia, que li em 10 entre 10 relatos, de filas e miscommunication para comprar nas estações de trem me levaram ao conforto de antecipar essa parte por agência. Usamos trens D e G, que são de alta velocidade. G é o de mais alta. Trens (e metrô) tinham informações e anúncios em inglês. Mas não era tudo traduzido, era somente o necessário. Sobre os trens, preferimos sempre os de noite, como qualquer outro transporte. Olhando para trás, talvez pegasse algum sleeper. Rola um barato também de viajar de dia, observar visual e tal. De noite é dormir, ou ler (e sempre lia o guia, livro, Piauí, etc.) OU ainda netflix. Dez entre dez relatos e guias dizem que estrangeiros não tem como comprar passagens pela inet no site oficial, e nem mesmo nas máquinas automáticas das estações. Nem tentei. Eu faria os trechos internos para e de Hong Kong de trem também, mas em ambos os casos me tomaria um dia inteiro de viagem, mesmo em alta velocidade. Então optamos por avião. Acabou que consegui usar milhas de longa data que tinha da Flying Blue, e que estavam prestes a expirar!, para emitir passagens para os dois trechos. Amem! -
Depois de muitos pedidos e muita procrastinação, eu e minha esposa resolvemos começar a publicar os relatos das nossas viagens. Para isso criamos um blog num formato meio que de diário, contando o dia-a-dia das nossas viagens pelo mundo sempre só com uma mochila nas costas e pouca grana. Para quem quiser acessar nosso blog, vai aqui o link: http://arielbrothers.wixsite.com/osmochilinhas De qualquer forma, pretendemos publicar nossas histórias aqui também no site dos mochileiros, site este que sempre nos ajudou nos nossos planejamentos. Dessa forma, queremos dar também nossa retribuição para ajudar outros viajantes e incentivar as pessoas a viajar, mostrando que é possível sim conhecer outros países gastando pouco e até menos do que gastaríamos se ficássemos este mesmo período no Brasil. Nosso primeiro relato é de uma viagem que fizemos de 35 dias pelo sudeste asiático, nossa primeira viagem para fora do continente. A viagem foi em 2016, sendo assim, há muitas informações que devem ser atualizadas por quem quiser se inspirar em nosso roteiro. Ainda estamos em processo de montagem do blog, por isso, vamos ir postando aos poucos o nosso itinerário, inclusive, no fim de cada cidade/país, pretendo fazer um resumão com mapas e dicas mais práticas dos locais e meios de transporte utilizados. SUDESTE ASIÁTICO 1º Dia - Chegando em Bangkok (04/11/2016) Chegamos em Bangkok por volta das 3h da tarde. Entre imigração, banheiro e trocar um pouco de dinheiro no aeroporto, fomos sair de lá umas 16h30. Aqui já vai uma dica: Antes de passar na imigração é necessário preencher uma outra ficha que não a de imigração e passar no "Health Control" para apresentar a carteira de vacinação contra a febre amarela. No dia que chegamos tinha uma filinha ali, principalmente porque tinha um suíço que não sabia falar inglês (e muito menos tailandês), e a tiazinha no guichê tentava achar alguém que falasse a língua dele para ajudar enquanto gritava para o mesmo: "complete! complete!". O aeroporto Suvarnabhumi é imenso e lindo, todo coberto com uma cobertura (dã) abobadada que lembra muito o Estádio Beira-Rio aqui em Porto Alegre. Aeroporto Suvarnabhumi, o principal aeroporto de Bangkok e um dos maiores da Ásia Fomos para o hostel de metrô, é claro, a forma mais barata de sair do aeroporto rumo a cidade. Depois de uma baldeação, chegamos a estação Hua Lamphong por voltas das 17h. Estação esta que dá de frente para a Estação de trens de mesmo nome: Hua Lamphong, a principal estação de Bangkok e onde depois pegaríamos nosso trem em direção à Ayutthaya e Chiang Mai. Primeira coisa a fazer, passamos no prédio em frente a estação retirar nossos tíquetes de trem de Ayutthaya para Chiang Mai, comprados com antecedência junto a uma agência de turismo pela internet por garantia devido à época que estávamos visitando, o Festival das Lanternas de Chiang Mai. Depois, antes de seguirmos para nosso hostel, a Juju estava morrendo de fome, por isso fomos logo provar nossa primeira comida de rua na Tailândia. Na primeira venda que enxergamos, ao lado da saída da estação de metrô, pedimos para uma tiazinha, com a ajuda de outra que estava na fila que falava inglês, o mesmo que um outro casal estava comendo (já que não tínhamos ideia do que a tia servia ou o nome das comidas). Para nossa surpresa era uma sopa que mais tarde descobriríamos ser o famoso Tom Yum (muito bom por sinal). A tiazinha nos cobrou ali, aleatoriamente 50 baths (o equivalente a 5 reais), ainda disse que o normal era 40 mas que o nosso era "especial" (será?), por isso mais caro. Desde cedo então descobrimos a gentileza e o carisma dos tailandeses, tanto da tia vendendo o lanche, quanto a tia da fila que nos ajudou, quanto aos demais na mesa improvisada que perguntaram se estávamos gostando da comida, todos muito simpáticos! Ainda improvisei um aroi (gostoso em tailandês) para responde-los, o que os desarmou ainda mais conosco. Devidamente alimentados, seguimos para o hostel, a pouco mais de 800 metros dali, costeando um afluente do rio Chao Phraya, o principal rio que cruza a cidade e que é utilizado pela população entre outros, como meio de locomoção. No caminho diversos templos budistas muito bonitos, tuk-tuks e 7elevens (para quem não sabe, 7eleven é uma franquia de lojas de conveniências muito presente mundo afora, sendo que a Tailândia e o Japão são os países que mais possuem lojas desta franquia). Espalhados pelas ruas há vários cartazes informando como se deve respeitar o budismo e a figura do Buda. Acha que os turistas respeitam isso? Chegamos no hostel Oldtown e de cara seria um dos melhores hostels, se não o melhor, que ficamos em toda a viagem pela Ásia. Quartos limpos, camas extremamente confortáveis, área comum enorme com jogos, geladeiras, banheiros gigantes também, entrada nos andares com cartão, tudo perfeito, e ainda por cima, pelo preço de 12 reais por pessoa por dia (hoje deve estar mais caro), um dos mais baratos que já ficamos. Quarto de 8 pessoas do Oldtown hostel Nos acomodamos num quarto com 8 pessoas e, como sempre, com a adrenalina a mil por recém chegar num lugar diferente, já saímos pela rua para explorar, sem dar a mínima para as mais de 30 horas de voo nas costas ou para o fuso-horário (o que se revelaria uma tremenda burrice mais tarde...). Saímos já a noite, em direção a China Town de Bangkok, que fica pertinho do hostel. Aliás, a escolha do mesmo foi justamente por isso. Além de estar perto da estação de trem, onde teríamos que pegar o trem dias depois cedo da manhã, a noite na China Town é uma das melhores da cidade, menos turística que a famosa Khao San Road. Além disso o hostel fica praticamente do lado de uma estação de barco, o que permitiria também ir facilmente (e barato) até o bairro antigo da cidade, onde fica o Grand Palace e o Wat Pho, principais atrações da Tailândia. No caminho para a China Town, entramos pela primeira vez num 7 eleven, e foi nosso primeiro choque econômico da viagem. Tudo muito barato! Protetor solar, shampoo, água, comidas, salgadinhos, cervejas... um absurdo! Se já estávamos animados com tudo que vivenciávamos até o momento, ficamos mais ainda. Compramos nossa primeira cerveja Singha (a melhor de todas junto com a Chang) e seguimos, passando pelo arco chinês e adentrando a rua Yaowarat, a principal da China Town. Salgadinhos exóticos e baratos do 7eleven; Cerveja Singha, a melhor da Tailândia, Arco Chinês que dá acesso à China Town. Com aquela adrenalina e vontade de desbravar já mencionada, seguimos através das ruas lotadas de barraquinhas de rua e gente, letreiros chineses em neon e enfeites bem característicos de uma China Town. Paramos então para comer o que mais de exótico achássemos e pedimos um espetinho de polvo, o qual foi servido mergulhado numa sacola com um tempero que nós né, tipo: "estou na Tailândia quero provar tudo" pedimos para incluir. Não preciso dizer que aquele tempero era apimentado que é um diabo, e nos fez sofrer para comer aquilo ali (mas comemos tudo!). Saboreando um espetinho de polvo de nome impronunciável, conforme se vê no cartaz Demos mais uma volta pela rua e fomos parados por um grupo de adolescentes que, ou queriam treinar seu inglês, ou estavam fazendo um trabalho para o colégio, pois fizeram umas perguntas para nós sobre o que achávamos da Tailândia e anotavam as respostas num caderno. Muito simpáticos também (como todos tailandeses que conhecemos). Depois entramos num restaurante/lancheria e pedimos mais uma comida exótica, uma massa tipo yakissoba com bolinhos de frutos do mar, porém essa, mais apimentada ainda que a comida anterior, não conseguimos comer toda. Fomos conhecer então as ruas transversais, que também possuem um comércio vasto. Numa delas, vimos uma grande (e estranha) movimentação próxima de um caminhão que descarregava alguma coisa para algumas lojas. Fomos conferir e era um caminhão vendendo calçados muito baratos! A Juju achou uma pantufa do Totoro que custava algo em torno de 90 baths se não me engano (9 reais) e comprou-se então o primeiro souvenir da viagem. China Town de Bangkok Antes de voltar para o hostel, ainda ficamos ali observando mais um pouco a vida noturna da região e tivemos mais um choque cultural (que se tornaria natural ao decorrer da viagem). Descobrimos que as louças das barraquinhas de rua não são descartáveis, são todos lavados em uns baldes de higiene duvidosa, sem água corrente. Além disso, descobrimos a convivência pacífica entre os vendedores de rua e os ratos (que pareciam gatos de tão grandes). Um dos vendedores inclusive observava um rato se mexer perto dele e ria. Descobriríamos mais tarde que o Brasil é um dos países "mais higiênicos" do mundo. Já de volta ao hostel, esperando a Juju tomar banho, acabei conhecendo na área comum um canadense que estava no nosso quarto e que queria se enturmar a qualquer preço. Me contou que estava nas praias, curtindo muito: "So much party" (frase que depois virou um meme interno) mas teve que vir para a capital para tomar remédios anti rábica por um mês pois levou uma mordida de um macaco na Monkey Island (imagino como deve ter importunado o bichinho). Depois ele tentou puxar papo com um russo que também estava no nosso quarto (o que não deu muito certo), e depois saiu tentando conversar com qualquer coisa que esbarrasse no seu caminho. Depois que a Juju voltou para o quarto é que paguei o preço de não ter respeitado o tal de "Jet Lag". Vomitei as tripas, dentro do quarto mesmo, inclusive pingando um pouco nas coisas de um suíço que estava no beliche ao lado (por sorte não tinha ninguém no quarto naquele momento). A Juju rapidamente pegou um pano num armário que tinha no corredor e limpou tudo, mas continuei vomitando até altas horas da madrugada. Com enjoo, dor de cabeça e náuseas, comecei a tomar tudo que é remédio: Dramim, plasil, paracetamol, etc. Enquanto a Juju tranquilona, ficou mais um tempinho lá na área comum apreciando umas Singhas. Continuei vomitando até que consegui dormir, porém no meio da madrugada acordei com uma dor insuportável na barriga, tentei dormir de novo mas não conseguia, até que resolvi tomar um remédio para gases e fui no banheiro onde fiquei por algumas horas, até que, enfim, aliviou as dores e consegui dormir. Fica a lição, respeitar o corpo e não comer nada pesado nem se agitar muito recém chegando depois de 30 horas de voo num fuso horário de 10 horas de diferença.
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Lar de alguns dos mais incríveis horizontes, portos fascinantes e belas atrações turísticas. Hong Kong, também conhecida como “a Pérola do Oriente”, é nada menos que um espetáculo urbano. Este centro corporativo global também é um lugar onde arquitetura, história e uma ampla gama de culturas se encontram e se misturam, proporcionando a melhor experiência de viagem. Hong Kong está localizado no sudeste da China, em uma ilha. Dona de uma densidade demográfica altíssima e um número surpreendente de arranha-céus espalhados pelos centros urbanos. Conhecida por misturar a cultura oriental tradicional com a modernidade ocidental, Hong Kong esteve sob o domínio da Inglaterra há mais de 156 anos. Após o fim da colonização, Hong Kong transformou-se em uma região administrativa especial chinesa e se consolidou como um dos principais centros econômicos e financeiros do Oriente. Embora Hong Kong não seja independente da China, ela funciona com seu próprio sistema e poderia ser chamada de cidade-estado. Dona de seu próprio governo, moeda – o dólar de Hong Kong, leis e duas línguas oficiais, inglês e chinês. Embora muitos países ainda não tenham permissão para viajar devido à pandemia do coronavírus, para aqueles de nós que desejam viajar novamente, ainda podemos fazer nossos planos de viagem pós-pandemia para quando tivermos tudo pronto para viajar pelo mundo. Se você está pensando em adicionar Hong Kong à sua lista de desejos pós-pandemia, aqui estão cinco coisas que você precisa saber sobre esta cidade agitada. Continue lendo em: 5 Coisas para Saber sobre Hong Kong: Explorando a Pérola do Oriente