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  1. Fala pessoal, Vou deixar aqui o link para um relato de uma viagem que eu fiz para Guatemala e México, com um stopover no Panamá, que aconteceu em fevereiro de 2022. Obs: eu deveria ter colocado criado esse tópico no subtópico "America Central, Caribe e México", mas acabei criando o tópico no subforum só da Guatemala, por isso segue o link para o relato. ⚠️ Essa viagem é um capítulo de um livro / ebook que eu escrevi. Os capítulos de cada continente ficaram parecidos com esse, quem quiser mais detalhes dessa viagem e muitas outras, pode conferir no meu ebook Destino Vulcões, no amazon.com.br (link https://a.co/d/5x3B7BM). O livro está gratuito para o kindle unlimited, e no menor preço possível no site (5,99R$). Instagram: www.instagram.com/destinovulcoes Youtube: www.youtube.com/@destinovulcoes
  2. Fala pessoal, Vou deixar aqui um relato de uma viagem que eu fiz para Guatemala e México, com um stopover no Panamá, que aconteceu em fevereiro de 2022. ⚠️ Essa viagem é parte de um livro / ebook que eu escrevi, quem quiser mais detalhes dessa viagem e muitas outras, pode conferir no meu ebook Destino Vulcões, no amazon.com.br (link: https://a.co/d/5x3B7BM). O livro está gratuito para o amazon unlimited, e no menor preço possível no site (5,99R$). Instagram: www.instagram.com/destinovulcoes Youtube: www.youtube.com/@destinovulcoes Guatemala, México, Panamá e os melhores vulcões das Américas do Norte e Central Introdução – Como tudo começou Em meados de 2020, durante a pandemia, preso em casa e com saudades de viajar, encontrei na internet duas comunidades de amantes de vulcões que compartilham fotos e notícias sobre vulcões ao redor do mundo no Facebook, Instagram e sites (Ref. 4 e Ref. 5). Também comprei meu livro de vulcões (Ref. 1). Ficou bem mais fácil conseguir informação sobre as atividades dos vulcões, pesquisar mais sobre os vulcões mais incríveis em atividade do mundo. Foi aí que surgiu um sonho distante: e se um dia, quem sabe, eu escrevesse um livro sobre isso? Mas minha vontade de conhecer a Guatemala começou antes disso, em 2019, quando ouvi falar do Vulcão Fuego. Conversando com um amigo no trabalho sobre minhas férias na África, ele me mostrou o Instagram e Youtube de um casal viajante chamado Viajante honesto (Ref. 19). Eles estavam dando uma volta ao mundo, e um vídeo específico me chamou a atenção: um trekking no vulcão inativo Acatenango, na Guatemala, para ver as erupções do vulcão ativo ao lado, o Fuego. Foi a primeira vez que vi vídeos de um vulcão com erupções estrombolianas parecidas com as de Vanuatu! Sim, havia outro vulcão com atividade parecida ao Monte Yasur, explodindo lava algumas vezes por hora. Sabe-se se lá por quanto tempo esse vulcão ia permanecer em atividade, e eu não poderia perder essa oportunidade. Pesquisando informações atualizadas sobre a atividade dos vulcões nas comunidades, confirmei que o Vulcão Fuego tinha que estar no topo da minha lista pós-pandemia. Descobri também que a Guatemala tem mais dois vulcões bastante ativos e bem próximos ao Fuego: o Pacaya e o Santiaguito, que costumam ter alguma lava aparente! Atualmente, o trekking pelo Acatenango e Fuego é muito famoso na Guatemala, provavelmente disputando com Tikal o título de tour mais famoso de país. Criadores de conteúdos, como o Richard do Vida de Mochila (Ref. 27), e o Vazonde (Ref. 29), já fizeram relatos e vídeos inspiradores de lá. Mais recentemente, o Mundi360 (Ref. 28) fez o tour do Fuego, e acompanhar os stories no Instagram foi como vivenciar o passeio “ao vivo”. Não são poucas as pessoas que saem impressionadas após conhecer o Vulcão Fuego, então, “bora” para Guatemala! Em fevereiro de 2022, consegui apenas 14 dias para fazer essa viagem sozinho. Meu objetivo principal era conhecer os vulcões da Guatemala, Fuego, Pacaya, Santiaguito, e mais algum vulcão “por perto”. Pela logística/tempo/$, acabei escolhendo conhecer o vulcão Popocatepetl, no México. Consegui a volta MEX-GRU por uma quantidade de milhas razoável, um voo barato de ida para Guatemala pela Copa, com stopover no Panamá e outro voo barato da Guatemala pro México. Eu tenho muita vontade de passear por toda a América Central, especialmente Nicarágua, mas vai ficar para uma próxima. Era hora conhecer os vulcões mais ativos da América Central e do Norte, e, já dando spoiler, o vulcão mais incrível de todas as Américas! Resumo do Roteiro Figura VI‑1: Roteiro Guatemala, México e Panamá O roteiro escolhido foi: Dia 1 -> Cidade do Panamá Dia 2 -> Antígua e Vulcão Pacaya Dia 3 -> Acatenango e Fuego Dia 4 -> Acatenango e Fuego Dia 5 -> Lago Atitlan - Panajachel Dia 6 -> Lago Atitlan - Maximon Dia 7 -> Tikal Dia 8 -> Flores -> Lanquin Dia 9 -> Semuc Champey Dia 10 -> Lanquin -> Cidade da Guatemala -> Cidade do México Dia 11 -> Cidade do México Dia 12 -> Teotihuacán e Basílica Dia 13 -> Popocatepetl Dia 14 -> Cidade do México -> São Paulo Relato dia a dia Dia 1 -> Cidade do Panamá A Copa Airlines oferece frequentemente stopover gratuitos de alguns dias no Panamá, uma excelente oportunidade para conhecer o país. Sempre quis conhecer as ilhas de San Blas, mas, devido a minha falta de tempo nessa viagem, só pude conhecer a Cidade do Panamá. Lá eu queria conhecer a Amador Causeway, o centrinho chamado Casco Antiguo e, claro, o Canal do Panamá. Algumas horas seriam suficientes para conhecer tudo, mas os horários das passagens aéreas baratas eram meio ingratos. Saí de casa tarde da noite para o aeroporto de Guarulhos, peguei um voo às 3h e cheguei ao Panamá às 8h da manhã. Só consegui dar aquela “dormidela” de avião antes de sair para conhecer a cidade, bastante cansativo. No aeroporto, há várias ofertas de city tours para quem está em conexão/stopover, saindo e voltando para o aeroporto, por uns 100 $USD. Como eu estava muito cansado para alugar carro e ver transporte público, fui ver se algum taxista faria uma volta pelos meus pontos de interesse por um preço menor. Logo descobri que o centro de visitantes do Canal do Panamá (Eclusa Miraflores) estava fechado às segundas por causa da pandemia. Caramba, meu principal ponto de interesse no Panamá, já era! Pelo menos descobri outra eclusa para visitar, Pedro Miguel, que pode ser vista da beira da estrada, segundo os taxistas. Acabei fechando um passeio de 4h por 80 $USD, para a eclusa, aos outros locais que eu queria conhecer, e mais algumas sugestões do taxista. Após o passeio, ele me levaria para almoçar e me traria de volta para o aeroporto. Então, partiu conhecer o Panamá! Antes de seguirmos para a Eclusa Pedro Miguel, fizemos uma primeira parada rápida para foto na parte moderna da cidade, próximo ao prédio mais icônico, o “The Screw”, com sua arquitetura retorcida e muito interessante. Após passar por esta parte rica da cidade, passamos por uma parte bem mais pobre, com favelas no centro – um lembrete da desigualdade social que, infelizmente, é uma das marcas da América Latina. A Eclusa Pedro Miguel, diferente da Eclusa de Miraflores, não tem um centro turístico. Mas da estrada já era possível ver a eclusa e os barcos passando por lá. Tivemos um pouco de sorte porque, naquele momento, tinha um navio bem grande passando lá. Salvei o vídeo Cap VI‑1 no canal do livro (youtube.com/@destinovulcoes). Depois fomos conhecer um lugar bacana chamado Amador Causeway. Durante a construção do Canal do Panamá, aterrou-se um trecho do mar e criaram a Avenida Amador Causeway, conectando a cidade a algumas ilhas próximas. É um lugar agradável, com ciclovias, marinas, restaurantes e museus, além de uma vista da cidade. De um lado, o Canal do Panamá e a bela Ponte De Las Américas; do outro, o skyline da parte moderna da Cidade do Panamá. Figura VI‑2: Navio gigante na Eclusa Pedro Miguel, parece que não vai passar.... Figura VI‑3: Apertadinhho, mas passou.... Figura VI‑4: Skyline, “The Screw” se destaca Figura VI‑5: Ponte de Las Américas Depois seguimos para o Casco Antiguo, o centrinho da Cidade do Panamá. Para mim, é a parte mais interessante. A primeira parada foi em uma igreja com um bonito interior, Igreja de São José, com o altar todo de ouro. Depois seguimos para a Catedral Basílica Metropolitana de Santa Maria la Antígua do Panamá (nome grande, né!), também conhecida como Catedral Metropolitana do Panamá. O motorista parou na frente da catedral, me disse para eu dar uma voltinha em um quarteirão e voltar lá para depois sairmos para almoçar.... Vi que o cara estava com pressa, mas me fiz de desentendido e dei uma volta bem maior, já que não era esse o combinado, queria conhecer melhor o Casco Antiguo. O motorista me explicou que o governo estava reformando o Casco Antiguo, trocaram todo o calçamento das ruas e calçadas, comprando imóveis antigos para restaurá-los e transformá-los em locais mais turísticos como restaurantes, lojinhas de souvenir e museus. Para falar a verdade, achei o centrinho com uma aparência meio artificial. Tudo estava novo demais para um centro colonial antigo, a pintura das casas, as calçadas, calçamento das ruas.... Parecia mais um estúdio cenográfico, não sei explicar direito. Diferente do pelourinho, em Salvador, que, mesmo após restaurações, manteve o charme autêntico de centro histórico. Talvez, com o tempo, à medida que as ruas e calçadas fiquem mais desgastadas, o Casco Antiguo ganhe uma aparência mais colonial. De qualquer forma, no Casco Antiguo tem construções bonitas, incluindo as principais igrejas, o palácio do governo, algumas ruínas antigas e alguns prédios bonitos. É um lugar bem bacana, ainda que não tenha o brilho de outros centrinhos coloniais. Entre suas muitas praças, destacam-se a Praça de La Independencia, em frente à catedral (coloquei no canal um vídeo de lá, Cap VI‑2), e a Praça Simon Bolivar, com um belo monumento a Bolivar, considerado o libertador de vários países da América Latina, inclusive o Panamá. Esta praça fica próxima de belos prédios, como o Teatro nacional, e a bonita Igreja de São Francisco. Algo que me surpreendeu é que não há praias para nadar na Cidade do Panamá. Segundo o motorista, a praia para banho mais perto do centro fica a uma hora de carro. A orla é repleta de prédios modernos, estilo “Dubai wannabe”, e a Cinta Costeira (avenida à beira-mar) é, de um modo geral, agradável, mas não dá para aproveitar o mar. Com uma ressalva: parte da Cinta Costeira foi construída no meio do mar, circulando o belo Casco Antiguo, teoricamente para desafogar o trânsito. Mas, na minha opinião, essa avenidona no mar circundando o Casco Antiguo ficou horrível... Figura VI‑6: Catedral Metropolitana do Panamá Figura VI‑7: Altar da Igreja de São José Figura VI‑8: Casas coloniais e calçamento “novinhos” no Casco Antiguo Figura VI‑9: Parte horrível da Cinta Costeira ao redor do Casco Antíguo Terminei o passeio, voltei para van e perguntei para o motorista sobre o almoço. Visivelmente apressadinho, ele me pediu para entrar na van enquanto perguntava que tipo de comida eu queria. Respondi que queria algo bom e barato, e depois de alguns minutos, ele disse: “ah, então vou te levar para um lugar que fica do lado de fora do aeroporto, onde os funcionários comem, não os restaurantes turísticos....” Espertinho, querendo terminar logo o passeio. Seria bom ter mais tempo para explorar o Casco Antiguo sem pressa, mas, como iria dar mais ou menos as 4h combinadas, OK. No geral, o passeio foi legal, embora um pouco caro, pois, cansado, acabei pagando mais pela conveniência. A parte ruim é que acabei voltando muito cedo para o aeroporto, umas 13h, e meu último voo saía 19h. Depois de almoçar, fiquei com 5h livres sem nada para fazer no aeroporto. Como eu estava de bobeira mesmo, fiquei procurando wi-fi grátis (o irritante aeroporto só oferecia 30 minutos grátis) e um bebedouro para encher minha garrafinha, já que não queria pagar 4 $USD por uma água! Nesses “rolês”, passei por umas salas vips e lembrei que o meu cartão novo tinha 2 acessos gratuitos por ano. Nunca tinha ido nessas coisas chiques, fui em uma chamada Lounge Key. O local era pequeno e, para comer, só tinha macarrão com molho de tomate e almôndega. A única coisa que parecia bem servida era bebida alcoólica, mas eu estava muito cansado e sem pique para beber. Me perguntei como alguém pagaria 32 $USD para usar aquela porcaria, só fui porque era de graça! Pelo menos o wi-fi era bom e, uma hora antes do voo, mesmo sem fome, comi mais um pratão de macarrão para não ter que jantar depois. Já dizia o Jô Soares, pobre é uma desgraça 🤣🤣🤣 . Finalmente, embarquei rumo à Cidade da Guatemala. A Cidade da Guatemala fica a mais o menos 1h de Antígua, meu destino final. Como meu voo chegou tarde, o jeito foi ir de táxi mesmo. Cheguei em Antígua depois das 22h, horário local (3h de diferença pro horário de Brasília). Foram 27h rodando para chegar até aqui, estava exausto, agora era só tomar um banho e desmaiar. Mas foi um dia bacana, gostei de conhecer a Cidade do Panamá, especialmente Casco Antiguo, pena que o centro de visitantes do canal estava fechado. Cidade do Panamá: #valeapena Dia 2 -> Antígua e Vulcão Pacaya O principal motivo da minha viagem era fazer o tour do vulcão Acatenango, para conhecer o Vulcão Fuego. Os dois vulcões ficam lado a lado: o Acatenango, inativo, e o Fuego, bastante ativo! O tour começa com um trekking puxado até o acampamento no Vulcão Acatenango, com vista privilegiada do Vulcão Fuego. Passamos a noite no acampamento e retornamos no dia seguinte. A maior incerteza desse tour é climática. O Vulcão Fuego tem 3.763 metros de altitude, o Acatenango, 3.973 metros, e os acampamentos ficam entre 3500-3700 metros de altitude. Depois de encarar um longo trekking, o maior medo é chegar no topo e estar tudo coberto por nuvens (ou com muita chuva) e não conseguir enxergar nada. Por isso, o ideal é ir na estação mais seca de lá, entre dezembro e maio. Eu escolhi fevereiro e fiquei acompanhando as previsões de curto prazo no mountain-forecast (Ref. 30) para definir o dia exato do trekking. Por causa dessas incertezas, eu só reservei com antecedência a primeira noite em Antígua, e deixei resto do itinerário na Guatemala livre, caso pegasse mau tempo em algum momento da viagem. A única certeza era o dia da passagem aérea para o México. Chegando perto da viagem, felizmente a previsão estava “boazinha” no início da viagem. Não estava lá essas coisas para esse primeiro dia, mas estava perfeita para a tarde do dia seguinte: segundo o mountain-forecast, o cume estaria sem uma nuvem sequer! Assim, decidi conhecer Antígua primeiro, eventualmente conhecer o Vulcão Pacaya, e deixar o tour do Acatenango para o dia seguinte. Antígua é uma cidade colonial bem bonitinha, seu centro foi declarado patrimônio mundial da UNESCO por causa da sua arquitetura de influência barroca espanhola e igrejas coloniais do século XVI. Fundada em 1542, já foi a capital da Guatemala, fica aos pés do vulcão inativo Água e próxima aos vulcões Acatenango, Fuego e Pacaya, sendo uma região com bastante atividade sísmica. A cidade já enfrentou vários desastres desde sua fundação, houve alguns terremotos grandes, uma enchente devastadora e até um incêndio provocado pela população indígena em 1527. Mas a população nunca abandonou a cidade, que foi se reconstruindo depois de cada desastre natural. Depois do último terremoto gigante, em 1773, a capital do país foi transferida para Cidade da Guatemala, a 45 km de Antígua. Caminhando pelo centro, é possível ver muitas ruínas causadas pelos terremotos, especialmente o de 1773. Depois de tomar o café da manhã, comecei a explorar as ruas de paralelepípedos do centro de Antígua. Logo cheguei à Igreja de São Francisco, uma das poucas que resistiu a todos os terremotos da cidade, ainda que tenha uns sinais de desabamento no lado direito da própria fachada da igreja. Bonita igreja. Aliás, não faltam bonitas igrejas no centro de Antígua. De uma forma geral, os guatemaltecos são bastante religiosos, dizem que as celebrações da Páscoa na Guatemala, especialmente em Antígua, são muito bonitas! Depois fui seguindo por uma praça com uma fonte, chamado Tanque La Union e, no final, outra igreja amarela do apóstolo São Pedro. Figura VI‑10: Igreja de São Francisco Figura VI‑11: Igreja de São Pedro E logo cheguei na Praça Central de Antígua, o coração da cidade. A praça não é tão grande, tem um belo chafariz no centro e é rodeada de lindos edifícios. De um lado, o palácio municipal, prédio bonito com muitos arcos. Do outro, o Palácio Real dos Capitães Gerais, com ainda mais arcos. Do outro lado, a Catedral San José. Ela é talvez o melhor lugar para testemunhar o estrago que o terremoto de 1773 fez na cidade. Uma parte dela foi reconstruída, a parte cuja fachada está de frente para praça central. Ao lado, ficam as ruínas que não foram restauradas depois do terremoto. A entrada para a parte restaurada da catedral é grátis, mas, para conhecer a parte das ruínas, é cobrada entrada. Também voltei para a praça central à noite, para conferir a linda iluminação noturna na cidade. Figura VI‑12: Palácio Real dos Capitães Gerais Figura VI‑13: Palácio Municipal Figura VI‑14: Catedral de San José Figura VI‑15: Ruínas da antiga nave da catedral A poucas quadras da praça central, está o Arco de Santa Catalina, declarado patrimônio da humanidade da Unesco, originalmente pertencendo ao convento Santa Catalina. Ele resistiu ao terremoto de 1773, mas, nesse ano, com a mudança da capital de Antígua para Cidade da Guatemala, a estrutura ficou abandonada. Até que, em 1890, o arco foi reformado pelo governo e construíram a torre do relógio, que acabou se tornando, o monumento mais famoso de Antígua. Depois do arco, conheci mais uma bela igreja de Antígua, Igreja de La Merced. Por fim, andei mais um pouco na parte norte do centrinho. Vi mais algumas igrejas, outras ruínas de igrejas destruídas pelo terremoto... Outro lugar “famosinho” é o Convento das Capuchinas, também destruído pelo terremoto. Mas não quis pagar entrada, “pão durei” e tirei só foto de fora. Figura VI‑16: Arco de Santa Catalina Figura VI‑17: Mais bonito de dia ou de noite? O lugar com a vista mais bonita da cidade é o Cerro de La Cruz, onde eu estava pensando em fechar o meu city-tour por Antígua. O dia amanheceu bonito, mas com nuvens cobrindo a parte mais alta do belo Vulcão Água. E o vulcão encoberto foi a desculpa que eu precisava para me render à preguiça e desistir de subir o Cerro de La Cruz... Melhor guardar energia para a tarde, já que eu decidi fazer o tour do Vulcão Pacaya! Eu adorei conhecer o lindo centrinho de Antígua e um pouco da cultura guatemalteca! Muito artesanato, comidas e roupas típicas. Legal ver um povo que mantém viva muitas das suas tradições, alguns ainda falavam os idiomas maias. Vulcão Pacaya Nas minhas pesquisas, descobri que a Guatemala possuía três vulcões bastante ativos. O Fuego e o Pacaya ficam próximos à Antígua, e o Santiaguito próximo à Xela (apelido da cidade chamada Quetzaltenango). O meu objetivo era visitar todos, mas eu sabia que, comparando com o Fuego, os outros não deveriam ser tão incríveis assim. Quando eu fui, em fevereiro de 2022, infelizmente o Pacaya estava sem nenhum pouquinho de lava visível. Uma pena, pois ele costuma ter ao menos um pouco de lava aparente. Isso quando ele não está bastante ativo, com erupções ou com fissuras grandes, escoando muita lava! Em junho de 2021 (só 8 meses antes da minha visita ) teve uma mega erupção havaiana, eram rios de lava descendo a encosta do vulcão! Imagens incríveis rodaram a internet, mas durou pouco, pena que eu cheguei tarde demais na Guatemala.... As agências de Antígua geralmente oferecem o tour para o Pacaya saindo de manhã, umas 6h, ou à tarde, umas 14h. Mesmo sabendo que dificilmente teria alguma atividade, optei pela tarde, porque, caso houvesse algum resquício de lava, ia ficar mais bonito à noite. O tour do Pacaya é muito mais leve que o Acatenango, são aproximadamente 6 km de caminhada (ida e volta), umas 3h de caminhada. O ganho de altitude não é tão grande, saímos de 2000 metros e fomos até 2500 metros, aproximadamente. Para quem não quiser ou não puder caminhar, tem muitos locais oferecendo cavalos no começo da trilha. No começo e durante a maior parte do trajeto, a trilha não é tão inclinada, mas a areia muito fofa afunda bastante o pé quando pisamos. Cansa um pouquinho mais por isso, mas o hiking é bem tranquilo. O sol não castigou, pois o caminho tem alguma cobertura de vegetação e o céu estava bem nublado. Ainda assim, deu para ver o último fluxo de lava que desceu o vulcão até o fundo do vale na última erupção (aquela de 8 meses atrás), e que por pouco não chegou no vilarejo lá embaixo.... No final da caminhada, quando chegamos na encosta do vulcão, aí, sim, o solo mudou bastante. Passamos a caminhar sobre lava recém-solidificada, com muitas pedras meio pontudas, mas com bastantes cavidades entre elas. O terreno parecia esponja petrificada, bem diferente... Para quem gosta de vulcões e vulcanólogos, é bem interessante, dá para ver a diferença das lavas solidificadas de cada erupção. Os rios de lava mais pretos, à esquerda do vulcão, tinham uma cor mais escura por causa da atividade mais recente. Enquanto outras partes, resultantes de erupções mais antigas, estavam menos escuras. Quanto à atividade vulcânica, até dava para ver algumas fumarolas bem mais para cima, perto do cume do Pacaya, mas nenhum sinal de lava, infelizmente.... No final do tour, caminhamos pela base do vulcão, até alguns buracos quentes entre as rochas, de onde saía calor. Tradicionalmente, os guias usam esses buracos quentes para esquentar marshmellows. Salvei dois vídeos no canal, o Cap VI‑3 com as atividades fumarólica mais no topo do vulcão, e o Cap VI‑4 com uma vista 360 do vulcão e seus arredores. Figura VI‑18: Vulcão Pacaya Figura VI‑19: Lava mais escura (erupção recente) Figura VI‑20: Buraco quente No geral, eu gostei do tour. Uma pena que estava bem nublado entre as montanhas. Com o céu aberto, teria uma vista linda para os 3 vulcões mais próximos de Antígua: Água, Acatenango e Fuego. Só essa vista já deve valer o passeio, no pôr do sol deve ficar ainda mais bonito, mas, infelizmente, esse lado estava encoberto. O céu só estava mais aberto para o lado da Cidade de Guatemala. Mas é um tour imperdível? Com o Pacaya sem lava, só emitindo algumas fumarolas, eu diria que não. Se estiver com rio de lava, com certeza é imperdível! Vale a pena conferir a atividade antes. Na minha opinião, por 150 $QTZ, acho que vale a pena conhecer um terreno vulcânico interessante e, se o tempo estiver bacana, curtir uma linda vista dos vulcões da região. Uma ressalva: algumas pessoas vendem o tour do Pacaya como uma versão light do Acatenango, mas em termos de atividade vulcânica, o principal atrativo do Fuego/Acatenango, não tem comparação! Só não gostei muito da logística/enrolação do tour. Tudo era meio lento, demora para sair, demora para voltar, pegava um monte de gente em cada hotel... Acabei saindo às 14h e só voltei para Antígua por volta das 20h, não precisava demorar tanto. Foi bastante cansativo, o ideal seria fazer o Pacaya em um dia e conhecer Antígua em outro, mas, por falta de tempo, juntei tudo em um dia só. E, como se não bastasse, quando cheguei no hotel ainda saí para tirar aquelas fotos noturnas de Antígua! Antígua: #valeapena Vulcão Pacaya: #valeapena Dia 3 -> Acatenango e Fuego E chegou o tão esperado dia de conhecer o Vulcão Fuego, um estratovulcão com aquele clássico formato cônico e mais de 3700 metros de altura. O Fuego tem uma peculiaridade: ele fica “colado” ao seu “irmão” Acatenango, inativo e mais alto (quase 4000 metros). Depois de anos de repouso, em 1999, o Fuego voltou a ter atividade estromboliana. Sua principal característica são as pequenas erupções estrombolianas, que ocorrem de maneira frequente e contínua. São diversas erupções por hora, geralmente entre 3 e 8, mas esse número pode variar bastante. De vez em quando, surgem fluxos de lava na encosta do vulcão e ocasionalmente ocorrem fluxos piroclásticos, mas erupção maiores são raras. A exceção foi em 2018, quando uma erupção mais violenta fez com que fluxos piroclásticos atingissem rapidamente vilas próximas, causando fatalidades, infelizmente. As cinzas desta erupção forçaram, inclusive, o fechamento do aeroporto da capital. Eu diria que a subida até o campo-base é entre moderada e difícil. O trecho tem uns 6,5 km de distância, mas a variação de altitude é grande: começa em algo entre 2300/2400 metros e sobe até o campo-base, que fica entre 3500 e 3600 metros, dependendo do ponto de acampamento da agência. As agências, normalmente, têm mais de um guia (no nosso caso, eram três) e, apesar do grupo ser grande, o pessoal vai dando um bom ritmo. Eles fazem bastante paradas para descanso, de uns 10 minutos cada, suficiente para dar uma descansada, e não é tão longo a ponto de esfriar o corpo. E tem uma parada maior para o almoço. Além disso, um guia vai com o pessoal que sobe mais rápido, outro vai com o pessoal intermediário, outro com o pessoal que sobe por último. Eu diria que, mesmo quem está com preparo meia-boca, com força de vontade e devagarinho, consegue chegar até o acampamento-base. Vai cansar bastante, mas chega! Lembrando que tem que subir carregando mochilas com comida, água para 2 dias e roupa para passar uma noite acampando a 3600 metros, por volta de 0o C. Ah, atenção na hora escolher a agência, pois algumas já deixam as barracas/abrigos montados lá no acampamento, enquanto, em outras, você terá que carregar também a barraca e o equipamento para dormir. O motorista da agência passou no hotel às 8h. Depois da tradicional enrolação para pegar a galera nos hotéis, juntar com uma galera de outro ônibus, pegar guias, ouvir instruções, esperar não sei mais o que, enfim..., começamos a subida às 11h30. E chegamos no acampamento por volta das 16h, foram 4h30 de subida já contando as paradas. A parte mais inclinada e cansativa é no início. Felizmente, a trilha não fica exposta ao sol, está cheia de árvores. Aliás, me chamou a atenção a quantidade de árvores altas, nem parecia que você está chegando em um dos vulcões mais ativos do mundo! Deixei no canal o vídeo Cap VI‑5, mostrando como é a maior parte da subida até o acampamento. Estava um dia bonito, com bastante sol, mas, quando a gente olhava para o alto, não conseguia ver o topo do Acatenango, que estava encoberto com algumas nuvenzinhas perdidas. Eu pensava: “Só faltava chegar lá em cima e a vista para o Fuego estar toda encoberta...” Conforme íamos subindo, a vegetação foi diminuindo um pouco, mas grande parte do trajeto ainda era bem arborizado. Quando não chove, o solo vulcânico de lá é até bom para caminhar, nem é tão fofo, sem pedras pontiagudas etc. Seguimos caminhando. As nuvens no alto do Acatenango não tinham dispersado e, depois de muito subir, chegamos na camada das nuvens. Nesse trecho, até ameaçou cair umas gotinhas de chuva, tão de leve que nem precisou vestir a jaqueta impermeável. Atravessamos as nuvens e continuamos subindo. No final da subida, a vegetação fica bem menor e já não protege do sol. Felizmente esse último trecho é mais plano. Agora estávamos contornando o Acatenango, rumo ao acampamento-base. À direita fica o cume do Acatenango, que não estava todo encoberto. Mas à nossa esquerda, onde em breve estaria o vulcão Fuego, tinha uma camada de nuvens persistente que não deixava a gente enxergar nada praquele lado. Eu estava ficando cada vez mais preocupado, a previsão dizia que não ia ter uma nuvem sequer, e lá no alto, a gente estava rodeado de nuvens! O vídeo Cap VI‑6 é dessa parte final da subida. Estávamos quase chegando no acampamento, e eu era só preocupação.... Ainda havia uma esperança: vai que, do outro lado do Acatenango, a vista está melhor. E seguimos contornando o vulcão.... “Ni qui” chegamos no acampamento......, esta era a nossa visão: Figura VI‑21: Vista na chegada ao acampamento 🤡 🤡🤡Droga, não dava para ver nada! Muito menos o Fuego, que ficava tão pertinho (estávamos a apenas 3 km da cratera). Depois de 4h30 de caminhada, quase 1.5 km de altimetria, não deu nem para comemorar o final da subida. Depois de anos planejando essa viagem, era só que o que me faltava: chegar aqui tão perto e não conseguir ver o Fuego! O pior é que eu tinha planejado tudo certo, a previsão era a melhor possível, o dia tinha amanhecido bonito com pouquíssimas nuvens, mas, chegando no topo, estava com nuvem para caramba. É muito azar! Será que a previsão do mountain-forecast é tão ruim? Bom, só me restava esperar, já pensando em um plano B. Uma coisa era certa: se eu não conseguisse ver nada nesse tour, eu voltaria outro dia. Afinal, tinha deixado meu itinerário flexível para mudar os planos caso o tour do Acatenango “desse ruim”. Deixaria de ir em outros lugares e faria de novo o tour, ia pedir desconto na agência, tentaria não pagar de novo entrada no parque (até guardei o ticket!), mas não iria voltar para casa sem tentar ver de novo o Fuego. Perguntamos aos guias se era normal esse tempo nublado, mesmo sendo época de seca, e eles disseram que ali, no topo dos vulcões, era tudo muito imprevisível. Às vezes fecha tudo, às vezes abre, pode até chover do nada e depois clarear novamente.... Segundo eles, deveríamos esperar com alguma esperança porque o tempo ainda poderia abrir. Comentaram também que, na época de chuva, é bem mais complicado, muitas vezes o tempo fica fechado nos dois dias do tour. Já nessa época de seca, o tempo pode ficar fechado à tarde e abrir pela manhã do dia seguinte, ou abrir à tarde e fechar no dia seguinte, mas raramente fica fechado o tempo todo. Não sei se eles estavam sendo sinceros, ou era aquele papo otimista só para nos animar e dar um pouco de esperança, já que não tínhamos muito o que fazer, além de torcer para o tempo melhorar! E o tempo foi passando.... Já estávamos há uma hora lá no acampamento, e nada do tempo mudar. E o pior é que não dava para ver nem para ouvir nada do vulcão, nenhuma fumaça, nenhum barulho. Nem parecia que, a uns 3 kms de distância, tinha um vulcão ativo que entra em erupção umas cinco vezes por hora. Apreensivo, eu estava arrumando umas coisas na barraca quando o outro brasileiro da nossa excursão veio correndo me chamar: “Rafael, vem rápido, vem rápido”! “Ni qui” saí da barraca, vi as nuvens começando a se dissipar do nada e, num passe de mágica, eis que ele surge bem na nossa frente, o grande rei do pedaço: bem-vindo Vulcão Fuego!!! E, no primeiro minuto, boooom, a primeira erupção! Ufa, ele estava lá mesmo 🤣🤣🤣 . Figura VI‑22: Vulcão Fuego aparecendo Hora de aproveitar para tirar muitas fotos, afinal, não sabíamos quando tempo mais teríamos de céu aberto. Nessa hora, os guias começaram a falar para a gente se preparar para a caminhada até o Fuego. As agências oferecem (e geralmente cobram à parte) uma caminhada do acampamento-base até essa segunda “corcova” do Fuego (vide foto a seguir). O pessoal fala que esse trecho chega a 300 metros da cratera. Não me pareceu tão perto assim, acho que deveria estar a uns 500-600 metros, mas é beeeem mais perto que o nosso campo-base no Acatenango. A altitude é a mesma do campo base, uns 3600 metros, mas tem uma “descidona” do Acatenango e depois uma subidona do Fuego, deve dar uns 2 km (só a ida), com 500 metros de descida e 500 metros de subida. A trilha ainda tinha um trecho mais perigoso/exposto, é quando tem que passar por um tronco em um penhascozinho. Aproximadamente 1h30 para ir, e o mesmo tempo para voltar, cansativo para caramba, isso porque tínhamos acabado de fazer as 4h30 de subida! Figura VI‑23: Caminhada até a “corcova” do Fuego Teoricamente estava proibido fazer esse trecho da corcova do Fuego porque, na época, um mexicano não se contentou em ir só até onde os guias deixam e resolveu ir por conta e risco até a borda da cratera, postando um monte de vídeo no Youtube.... O turismo lá movimenta bastante a economia, e muitas pessoas dependem dele para viver. Elas ficaram “p da vida” porque, se acontecesse um acidente mais grave, o trekking poderia ser proibido. De fato, após o incidente com esse turista, o governo havia proibido a caminhada até a corcova do Fuego. Mas, naquele dia, os guias estavam liberando, e lá fomos nós! Nos preparamos rapidamente para o trekking extra, o grupo estava muito animado porque o clima tinha aberto. Eu achei melhor deixar a mochila de 40L no campo-base. Só peguei uma garrafa de água, bolacha e celular para levar nos bolsos, e resolvi levar a câmera DSLR pendurada no pescoço e um tripé na mão mesmo. Como iríamos voltar à noite, vesti as roupas de frio e começamos nossa descida lá pelas 17h. Detalhe, depois de uns 15 minutos descendo o Acatenango, lembrei que tinha esquecido de pegar minha lanterna de cabeça. Não ia ser nada divertido voltar no escuro sem a lanterna! Na hora, eu quis voltar para o acampamento para pegá-la, mas o espertinho do guia que estava atrás me enrolou, dizendo que o outro guia tinha uma lanterna reserva... Na boa-fé, eu acreditei. Na parada para descanso, perguntei para o outro guia se ele tinha uma lanterna reserva, e ele disse: “claro que não, só tenho a minha!” E ainda respondeu como se eu estivesse fazendo uma pergunta das mais idiotas... Na verdade, o outro guia só queria me convencer a não voltar para não atrasar o grupo. E conseguiu atingir esse objetivo, eu deveria ter voltado! Enfim, “guia-mala” sendo “guia-mala”, querendo ter o menor trabalho possível e cagando para você.... Pelo menos na volta, entre um “tropicão” e outro, usando só a lanterna do celular e aproveitando da iluminação das lanternas dos outros, eu consegui voltar sem maiores percalços. Mas logo nos primeiros 20 minutos, quando a gente ainda estava descendo a encosta do Acatenango em direção ao Fuego, o tempo foi fechando novamente. As nuvens foram se acumulando cada vez mais no pequeno vale entre os dois vulcões, até que, não tardou muito e começou uma chuvinha. Ainda bem que a terceira camada da minha roupa estava com impermeabilidade em dia e me protegeu bem da chuva. Protegeu, inclusive, a minha câmera que estava no pescoço por baixo da jaqueta. Depois de um rápido descanso, era hora de encarar a subidona até o Fuego, com chuva e tudo! Só nos restava ter fé e torcer para as nuvens se dissiparem (de novo) quando chegássemos lá em cima. Mas, em vez disso, a chuva aumentou para caramba. As partes mais arenosas da trilha estavam se transformando em lama, as partes com mais pedras estavam bastante escorregadias. Estava escurecendo, um frio do cão, não dava para enxergar um palmo na nossa frente. E, para piorar, começou a chover até granizo como se São Pedro tivesse decidido nos apedrejar! Que perrengue! Só nos restava seguir caminhando, e torcer para virada do tempo. E..., quando chegamos na corcova do Fuego...., não dava para enxergar absolutamente nada! O vídeo Cap VI‑7 é do exato momento que chegamos lá. Detalhe: o pouco que vocês conseguem enxergar no vídeo é o por causa do flash ligado do celular, e das lanternas. Ao menos tinha parado de chover granizo quando chegamos na corcova do Fuego; chovia só água mesmo, além da ventania e do frio. De vez em quando, dava para ouvir uma erupção, mas não dava para enxergar nada. O jeito era esperar para ver se o tempo melhorava (de novo). Acho que ficamos entre 30 minutos e uma hora lá em cima, não sei ao certo. Mais para o final, tivemos a sorte de ver pelo menos duas erupções quando as nuvens se abriram um pouquinho, o que nos permitiu ver essas erupções bem de perto. Foi incrível! Pena que não tive como fotografar. Até tentei tirar foto com meu celular, mas ele era muito ruinzinho. Com a chuva, não ia arriscar molhar minha câmera. Às vezes, as nuvens abriam um pouquinho a ponto de ver a lava deslizando pela encosta, como no vídeo Cap VI‑8 que eu fiz com o celular. As coisas estavam melhorando. Mais tarde, o tempo abriu um pouco mais, a chuva quase parou, e eu comecei a montar a câmera no tripé para tentar tirar uma foto. Mas, naquela escuridão, eu mal conseguia encaixar a câmera no tripé. Para “ajudar”, eu estava sem a minha lanterna de cabeça e bem nessa hora os guias resolveram que era hora de ir embora. Droga... Desencanei e comecei a guardar a câmera e o tripé. O pior é que, nessa hora, percebi que perdi a capinha de proteção da lente da câmera. Apesar do guia-mala querendo que eu fosse embora logo, fiquei rodando na corcova do Fuego, procurando a capinha, e nada... Maldição, não consegui nenhuma foto com a câmera, agora só faltava estragar a lente! O jeito era tomar muito cuidado voltando pela trilha escorregadia, na chuva, no escuro, com a câmera no pescoço e sem proteção alguma... Apesar de alguns tombos e escorregões, pelo menos a câmera (e eu) chegamos intactos no acampamento! No caminho da volta, quando estávamos mais ou menos no meio do caminho, finalmente parou de chover. Melhor que isso, parecia que as nuvens estavam sumindo. Estava tudo muito escuro, mas, quando ouvi uma erupção e virei para ver o Fuego, o céu tinha aberto completamente e já era possível ver o show dele explodindo lava vermelha pelos ares! E depois vieram muitas erupções, uma atrás da outra. Pelos gritos dos turistas vibrando, já sabia que era só virar para trás e ver o Fuego iluminando os céus da Guatemala. O céu tinha finalmente aberto, eu não via a hora de chegar no acampamento, arrumar a câmera e o tripé e tirar um monte de foto. Só faltava o tempo virar de novo nesses últimos 45 minutos de caminhada. Mesmo sem lanterna, apressei o passo, era o primeiro da fila e ainda ficava apressando o guia 🤣🤣🤣 . E, quando finalmente chegamos no acampamento, ufa, o tempo permaneceu limpíssimo! Infelizmente, tivemos azar com o tempo horroroso na corcova do Fuego: chuva, lama, frio, até granizo. Ainda perdi a capinha da câmera. Lá em cima, ainda conseguimos ver duas explosões bacanas. Pouco tempo depois, do nada, o tempo melhorou para caramba, teria sido incrível se tivéssemos ficado lá mais uns 30 minutos... Enfim, não era hora de ficar lamentando o tempo ruim, mas sim de aproveitar ao máximo o tempo bom! A maioria do pessoal foi descansar nas barracas, ou se aquecer na fogueira, mas eu não tive dúvidas, posicionei o tripé e fiquei esperando ansiosamente as próximas erupções. E que espetáculo, eram muitas erupções! Só parei de tirar fotos quando a janta ficou pronta, mas logo voltei para câmera. O resto do pessoal jantou, deu uma socializada e foi dormir. Mas eu só queria aproveitar cada minuto daquela noite mágica, não ia ter frio, cansaço, ou sono que ia me tirar de lá! A maioria das erupções era menor. Nessas fotos, com o zoom máximo da minha câmera (7,5x, não tenho lente tele), elas apareciam do tamanho dessa foto a seguir: Figura VI‑24: Vulcão Fuego (erupção menor) Mas, de vez em quando, ocorriam mega erupções, e era lava incandescente escorrendo por todos os lados! Dessa vez, eu já tinha visto uma boa quantidade de fotos e vídeos do Fuego em erupção, mas sabe aquelas coisas que você sabe que existe, sempre ouviu falar, viu fotos e vídeos, no entanto, quando vê ao vivo, a intensidade e a beleza ainda conseguem te surpreender?! Queria ver mais e mais. Eu acho que, naquela noite, peguei umas quatro mega erupções que “iluminavam” todas as encostas do Fuego com lava vermelha incandescente, realmente impressionante! E que espetáculo, era lava por toda parte, um dos espetáculos mais bonitos e grandiosos que a natureza pode oferecer!!! Figura VI‑25: Vulcão Fuego (erupção maior) Figura VI‑26: Lava para todos os lados! Passei horas testando ajustes, focos, tempos de abertura, zooms etc. Estava particularmente difícil acertar tudo. Sem as erupções, não dava para enxergar nada. Como a câmera estava com bastante zoom, precisava esperar uma erupção para conseguir visualizar e enquadrar o vulcão, e então, na próxima erupção, tentar ajustar o foco manual. Foi assim durante toda a noite: acontecia a erupção, mas o enquadramento estava ruim; corrigia o enquadramento... Mas o foco estava ruim; acertava o foco... Afastava o zoom e tentava capturar a lava escorrendo pelas encostas, aí bagunçava o enquadramento de novo... E por aí vai. Mais desafiador ainda era tirar foto comigo aparecendo... Precisava de muito zoom e, como o acampamento era na encosta do Acatenango, eu não tinha como ficar a uma distância razoável da câmera, e a chance de sair eu e o vulcão focados era praticamente zero.... Figura VI‑27: Tentativa de foto minha com erupção doo Fuego Fiz uns vídeos também. O vídeo Cap VI‑9 mostra o tipo de erupção mais “típica” que observei lá. Já no vídeo Cap VI‑10, eu capturei uma bela erupção, daquelas que jorrava lava para todos os lados. Naquela noite, foram umas 3 ou 4 com essa intensidade. Ao menos na minha câmera/lente, o vídeo não captou tanta luz quanto parecia ao vivo, mas já dá para ter uma boa ideia... As fotos, em compensação, com ajustes de abertura e tempo, capturam mais luz e às vezes saíam um pouco mais iluminadas do que a gente enxerga a olho nu. É pequena a diferença, eu diria que, na hora da erupção, a olho nu, fica mais parecido com a foto do que com o vídeo. Mas, na hora que a lava está escorrendo pela encosta, não fica tão iluminado quanto nas fotos, parece mais com o vídeo do que com as fotos. Outra coisa que chamava atenção era o delay era a erupção e o som! Como estávamos a 3 km de distância, a gente primeiro via as erupções e, uns 3 segundos depois, vinham os barulhões das explosões. Talvez nos vídeos que eu salvei no canal não dê para ver tão bem, mas tentem reparar. No começo do vídeo da erupção maior (Cap VI-10), a lava já está descendo a encosta quando o som da explosão chega no acampamento. Passei horas lá no frio assistindo àquele espetáculo; nem pensar em dormir. Eu sempre dizia para mim mesmo: “depois da próxima erupção animal, vou dormir”. Mas, acontecia uma nova erupção, e eu sempre arrumava uma desculpa “mental” para ficar mais um pouco: “ah, deixa eu fazer um vídeo na próxima”... “Vou conseguir mais uma foto boa e depois vou dormir”... “Deixa eu ver se consigo uma foto mais aberta”... “Uma comigo aparecendo”... É hipnotizante, a deusa Pele realmente me enfeitiçou! Só fui dormir quando acabou a bateria da câmera, lá pelas 2h da madrugada. Foi uma noite incrível, foram horas e horas hipnotizado, assistindo de “camarote” àquele espetáculo da natureza, em seu estado mais intenso. A grandiosidade da paisagem, o som das explosões, a lava “pintando” o Fuego inteirinho de vermelho – que experiência! Inesquecíveis aquelas mega erupções!!! Figura VI‑28: Sequência de uma bela erupção Vulcão Fuego: #imperdível Dia 4 -> Acatenango e Fuego No dia seguinte, lá pelas 4h da manhã, os tours fazem a subida até o cume do Acatenango (4000 metros). Não é um trecho tão longo, mas é bastante inclinado, saindo do acampamento até o cume dá quase 500 metros de altimetria. E o pessoal começa ainda no escuro para pegar o nascer do sol lá no topo. Demora mais ou menos umas 2h, dizem que é puxada a subida. Eu não quis nem quis saber do trekking. Acordei, montei o tripé e fiquei tirando mais fotos do Fuego. Uma linda camada de nuvens cobria a parte debaixo das montanhas, mas, felizmente, o topo dos vulcões estava limpinho. Pegamos mais umas duas erupções gigantes! Antes do sol nascer, ainda dava para ver o vermelho da lava, depois já não dava mais... Salvei no canal um vídeo de erupção de manhãzinha, enquanto ainda dava para ver a lava vermelha (Cap VI‑11). Do lado que estava o nosso acampamento, o lado do sol nascente, tinha uma linda vista do nascer do sol atrás do vulcão Água, aquele inativo que fica bem próximo à cidade de Antígua. Figura VI‑29: Vulcão Fuego antes do sol nascer Figura VI‑30: Sol quase nascendo Figura VI‑31: Sol nascendo atrás do Vulcão Água Na nossa excursão, havia um guatemalteco que tinha mais prática com drones. Ainda no escuro, ele pilotou o drone até bem perto do vulcão e o deixou posicionado, aguardando uma erupção enquanto a bateria durasse. Depois de duas baterias descarregadas, na última ele conseguiu pegar uma erupção bem legal com o drone. Como eu sou um piloto de drone bem meia-boca e com bastante medo de perder o aparelho, nem cogitei voá-lo à noite. E mesmo depois que o dia nasceu, o drone começou a reclamar que o vento estava muito forte e que eu tinha excedido a altitude máxima de projeto. Enfim, não tive coragem de mandá-lo para mais perto do vulcão, mas ainda peguei essa erupçãozinha legal (foto a seguir), e salvei um vídeo do nosso acampamento no canal (Cap VI‑12). As erupções de dia são legais também, mas são cinzas, não dá para ver aquela lava vermelha incandescente. Figura VI‑32: Vulcão Fuego de dia Pena que tudo que é bom dura pouco, era hora de arrumar a mochila e me despedir do incrível Vulcão Fuego. Depois do café da manhã, era hora de voltar. Descemos em 2h, muito rápido. Nas “descidonas”, tem que tomar cuidado para não machucar, frear era bem complicado e às vezes era melhor descer no embalo para frear nas partes mais planas. Ainda tinha uns trechos molhados na chuva na noite anterior, mas foi bem tranquilo, umas 11h já estávamos na estrada, esperando a vanzinha de volta para Antígua. Todo mundo cansado, mas com aquele sorrisão de orelha a orelha, valeu a pena cada músculo dolorido. No geral, foi uma noite inesquecível. Muita atividade, lava, e erupções magníficas! Poderia ter sido melhor? Sim, seria ainda mais incrível se o tempo estivesse aberto quando chegamos na corcova do Fuego... Mas tá tudo bem também, eu diria que todo aquele perrengue da corcova virou só mais uma história para contar. E a noite do acampamento foi perfeita: tempo aberto, muitas erupções, algumas incríveis, a uma distância bastante segura, e muita foto. Por fim, algumas dicas sobre o tour do Acatenango. No geral, as agências oferecem três refeições: almoço, janta e café da manhã do dia seguinte. No meu caso, as achei simples, mas boas. E lembrem-se de levar snacks e outras coisas para complementar. Pedem para levar pelo menos 4 litros de água, e recomendam uma mochila de 40 litros, para caber as refeições e roupa, porque de dia faz calor e à noite, lá em cima, a temperatura média é de 0oC. Eles alugam roupa de frio/montanha para quem precisar, e costumam oferecer porter para carregar as mochilas. Algumas agências têm o acampamento em um lado do Acatenango, lado do sol nascente, outras no lado do sol poente (menos agências). A diferença é que o trajeto para o lado do sol poente é um pouco mais longo. Acho que deve ter mais chance de pegar clima bom no nascer do sol, mas ambos devem ser muito bonitos. Na minha opinião, na hora de escolher a agência, o mais importante é você saber se você vai ter que carregar equipamento de camping ou não. Comparação Fuego e Monte Yasur (obs: retirei daqui, esse trecho não faz sentido nesse post/contexto, melhor ver no livro completo...) Antígua -> Panajachel Seguindo a viagem, após a descida do Acatenango, era hora de voltar para Antígua e seguir para Panajachel, à beira do Lago Atitlan. Depois de algumas enrolações, chegamos no centro de Antígua às 12h30. A logística não é o forte das excursões da Guatemala, tudo demora mais que precisava... O transporte coletivo também não é o forte da Guatemala. Entre as cidades principais, os ônibus são bons. Mas, entre as cidades menores, ou você vai pegando os famosos chicken-bus, que são mais baratos, mas tem muitas paradas, ou você vai com os shuttles/transfer que as agências organizam. São micro-ônibus cuja qualidade varia bastante, alguns são bons e outros são bem “zoados”, não são tão caros, mas a organização é bem tosca. Só consultando os hotéis e agências de viagem para saber os horários “regulares” dos transfers e se tem vaga disponível. De Antígua para Panajachel, eu sabia que tinha um transfer ao meio-dia e outro às 17h. Como não sabia o horário que eu estaria de volta do Acatenango, deixei para comprar o transporte quando chegasse. Não cheguei a tempo de pegar o das 12h, só sobrou o horário das 17h, o último do dia, mas eu fui nas agências do centro para tentar encontrar um transfer mais cedo. E, para minha surpresa, além de haver transfer mais cedo, todas as vagas nos transfers das 17h já estavam esgotadas! Minha última esperança era uma agência de turismo que eu achei pela internet. Vi que essa agência ainda tinha vaga e reservei meu transfer 17h. Eu estava aliviado por ter conseguido a reserva, mas também um pouco desconfiado se essa reserva era para valer, já que todas as agências do centro de Antígua não tinham conseguido a vaga. Para confirmar se estava tudo certo mesmo, mandei um WhatsApp para eles lá pelas 15h, mas não recebi resposta. Depois eu pedi para recepcionista do meu hotel ligar para eles, mas ninguém atendia. Então, vi que essa agência ficava a umas 8 quadras do meu hotel e fui lá pessoalmente para ter certeza que meu lugar estava confirmado. Era um lugar que tinha serviço de hospedagem, agências de turismo e transfer também. Falei que tinha feito uma reserva de transfer pelo site e tinha ido lá para confirmar se estava tudo ok. O pessoal achou meio estranho eu ir até lá só para isso, e perguntaram se eu tinha recebido o e-mail automático de confirmação. Eu mostrei que tinha recebido, e eles disseram que então estava tudo certo. Mais tranquilo, voltei para recepção do meu hotel e fiquei esperando o transfer chegar. Mas o tempo passou..., deu 17h, e nada do transfer chegar! Precisamente às 17h08, recebo uma mensagem no WhatsApp, respondendo àquela primeira mensagem pedindo confirmação que eu tinha mandado. Eles estavam perguntando de novo se eu recebi a confirmação por e-mail. Eu disse que sim, mandei print e também disse que eu tinha ido pessoalmente até a agência confirmar a minha vaga. E perguntei se o meu transfer estava chegando. Nessa hora, 17h10 (!), o cara manda mensagem dizendo que tinha falado com todos os transfers da cidade e não tinha conseguido nenhuma vaga para mim! Caramba, isso porque eu tinha ido lá pessoalmente perguntar se estava tudo certo. Então eu disse para ele: “Mas por que você não me avisou antes, quando eu fui até aí perguntar?” O cara disse que tinha pedido para secretária me informar (mas ninguém me avisou!), e que agora só tinha Uber ou Táxi para Panajachel!!! O táxi era uns quase 800 $QTZ (uns 120 $USD), o transfer que eu tinha reservado era 100 $QTZ. Que raiva! Se eu soubesse antes, pegava o chicken-bus até Chimaltenango e depois me virava até Panajachel. Mas agora já estava ficando tarde, correria o risco de não ter mais os chicken-bus até Panajachel. Minha vontade era mandar o cara para “PQP”! Mas enfim, apesar da vontade de mandá-lo para aquele lugar, eu só disse educadamente (em inglês): “ok, só lamento porque vocês não me informaram quando eu fui até aí perguntar se o transfer estava confirmado. Obrigado”. Eram umas 17h20, eu já estava pensando no prejuízo que seria o Uber ou o táxi até Panajachel quando o cara mandou uma nova mensagem de voz, dizendo que conversou com o motorista de um transfer e que teria surgido um lugar bem apertado entre o motorista e o passageiro. Seria um banco reclinável pequeno, até mandou foto no WhatsApp, e disse que caso eu não me importasse com o desconforto, eu poderia ir nesse transfer. Eu disse que não teria problemas, com certeza eu aceitava e, 17h25, o transfer passou para me pegar! Ufa, ainda bem que eu não tinha xingado o cara 🤣🤣🤣 ! Pelo menos ele correu atrás e deu um jeito. E o banquinho nem era tão desconfortável... No final, deu tudo certo. Aliás, isso foi uma coisa que eu percebi das agências, transfers e tours da Guatemala: é tudo mega bagunçado, mas o pessoal é esforçado e gente fina e, no final, acaba dando tudo certo. De Antígua até Panajachel são só 76 km, mas demorou 2h30, estradinha com muitas curvas e montanhas. Acabei saindo do Acatenango 11h da manhã e chegando quebrado em Panajachel umas 20h. Eu estava realmente quebrado, sem banho, tinha dormido menos de 2h no dia anterior, e ainda estava com um olho mega ferrado! A barraca do acampamento do Acatenango, onde faziam a fogueira e que servia de “restaurante”, acumulava muita fumaça e meu olho ficou mega-ultra-irritado. Quando cheguei em Panajachel, não estava conseguindo nem abrir o olho direito. Enfim, só consegui tomar um banho (com água bem fria graças ao chuveiro sem vergonha do hotel...), e desmaiar até o dia seguinte. Dia 5 -> Lago Atitlan - Panajachel Existem várias cidadezinhas simpáticas ao redor do Lago Atitlan, conectadas por barcos. Achei as principais cidades meio parecidas, e acabei escolhendo Panajachel pela logística: ficava mais perto de Antígua e mais ou menos no caminho para Xela, cidade onde eu pretendia ver o terceiro vulcão ativo da Guatemala, o Santiaguito. Meu plano inicial era passar só um dia em Panajachel, curtindo o Lago Atitlan, e depois ir para Xela. Porém, no transfer para Panajachel, eu já tinha decidido que não iria mais dormir em Xela. Estava meio de saco cheio dos transfers da Guatemala, as cidades não ficam longe, mas sempre demora muito para viajar entre elas, por isso resolvi passar duas noites em Panajachel e alugar um carro para fazer um bate e volta até o vulcão Santiaguito. O Santiaguito, o Pacaya e o Fuego são os três vulcões mais ativos da Guatemala. Dependendo da época, um pode ficar mais ativo que o outro. O Santiaguito também é estromboliano, com erupções um pouco menos frequentes que o Fuego, e é bem menos turístico. Assim como os “irmãos” Fuego/Acatenango, ele também fica ao lado de um vulcão bem alto e que não expele fumaça, mas é considerado ativo e perigoso, o Santa Maria, que, em 1902, teve uma violenta erupção, devastando grande área. Desde 1922, o Santiaguito vem crescendo na base da cratera da erupção do Santa Maria de 1902 por pequenas erupções e extrusões de lava, com magma de viscosidade mais alta, tornando-o mais perigoso. Nas minhas pesquisas anteriores, eu só tinha achado duas opções de tours para o Santiaguito. Um tour de meio dia que sobe só até um mirante do Santiaguito, localizado no vulcão Santa Maria, com saída apenas pela manhã. Infelizmente, não faziam no final da tarde, para tentar ver as erupções à noite. Dizem que esse trekking é bem leve, aproximadamente 1h30 de subida. A segunda opção é uma subida bem puxada até o cume do Vulcão Santa Maria, com pernoite lá. Durante a subida, passa-se pelo mesmo mirante do Santiaguito, mas do local do acampamento à noite, aparentemente, não dava para ver o Santiaguito em ação. Para essa viagem, planejei só o tour do mirante do Santiaguito de manhã, mesmo sabendo que não seria tão legal quanto o do Fuego. Mas, quando eu cheguei em Antígua, entrei em contato com algumas agências de Xela e descobri um terceiro tour chamado Santiaguito Crater Overnight. É um tour bem puxado, que sobe o próprio Santiaguito e passa a noite acampado lá no alto, aí sim, com a chance de assistir as erupções à noite. Mas precisava de 2 dias e eu só tinha tempo para fazer um bate-volta, optei pelo mirante do Santiaguito de manhã. Comecei o dia com duas missões “logísticas”: primeiro alugar carro para o bate-volta até o Santiaguito, e depois já deixar garantido o transporte até a cidade de Flores (daqui a dois dias). Depois do trampo que foi conseguir transfer para Panajachel, aprendi a lição. Nas agências de turismo de Panajachel, já consegui comprar de uma vez o transfer até a rodoviária da Cidade da Guatemala, e o ônibus noturno até Flores. Já o aluguel de carro... Descobri que simplesmente não existe aluguel de carro em Panajachel! Droga.... O pessoal até alugava aqueles Quad ou motos para fazer trilhas e passeios ao redor do Lago Atitlan, mas, locadora de carro, simplesmente não existia lá. A cidadezinha, apesar de bem turística, era menor que eu imaginava. Ainda pensei em negociar um transporte privado/táxi para o Santiaguito, mas ficaria muito caro, e o pessoal de Panajachel não fazia a menor ideia de como chegar lá. Infelizmente, fui obrigado a tirar o Vulcão Santiaguito do meu roteiro. Eu não queria deixar de conhecer os outros atrativos da Guatemala para ver mais um vulcão, durante o dia, que seria bem menos impressionante que o Fuego. Quem sabe um dia eu volto. Mas aí seria para tentar ver o Santiaguito à noite! Nessa viagem, preferi ficar dois dias no Lago Atitlan, que também tem bastante coisa para fazer. Panajachel, assim como a maior parte das cidadezinhas simpáticas à beira do Lago Atitlan, tem bastante artesanato, cultura local, restaurantes, além da bela vista do lago rodeado pelos três imensos vulcões (inativos). Além disso, tem bastante atividades esportivas à beira do lago, como caiaque, stand-up paddle, paraglider, bike, e muitos belos trekkings pelos vulcões e montanhas na região. Mas depois do Acatenango/Fuego, eu queria fazer algo mais leve, e a atividade que mais me interessou foi um cliff jumping na vila de San Marcos de La Laguna. Quanto aos passeios mais culturais, o mais tradicional faz paradas em algumas cidades, visitando uma fábrica local de tecidos e outra de tabaco. No entanto, outra atração cultural me pareceu mais legal: a cerimônia Maximon, em Santiago de Atitlan. Comecei a aproveitar o dia passeando em Panajachel. Fui direto para “praia”, curtir a bela vista do Lago Atitlan e seus três famosos vulcões inativos. O dia estava lindo, quase nenhuma nuvem no céu! Bem a nossa frente estava o Vulcão San Pedro, 3020 metros. Mais ao sul, à esquerda da foto, dava para ver o vulcão Toliman, de 3158 metros, com algumas poucas nuvens cobrindo o topo dele. Figura VI‑33: Lago Atitlan Nesse primeiro dia, eu fiquei procurando o terceiro vulcão.... Tinham várias montanhas altas ao lado do lago, mas me pareciam um pouco mais distantes. Só no dia seguinte, que amanheceu com menos nuvens, que eu desvendei esse mistério: o terceiro vulcão, Atitlan, 3535 metros, na verdade, estava logo atrás do Toliman! As poucas nuvens do dia anterior estavam encobrindo o Atitlan, essas fotos a seguir são do dia seguinte: Figura VI‑34: Lago Atitlan, no dia seguinte Figura VI‑35: Vulcão Toliman e Vulcão Atitlan Figura VI‑36: Vulcão San Pedro Salvei no canal um vídeo da vista do Lago Atitlan de Panajachel (Cap VI‑13). É muito agradável passar pelas ruas mais turísticas de Panajachel, cheias de artesanato, restaurantes, comidas de rua e turistas. Mas depois de uns 30 minutos tirando foto lá do centro e do Lago Atitlan, não tinha muito mais o que ver na cidade... As praias em si, pelo menos as perto do centro, não me pareciam muito legais para banho. Era hora de partir para as outras atividades ao redor do Lago Atitlan, começando pelo cliff jumping. Para circular entre as cidades à beira do lago é tranquilo, durante o dia tem barco a cada 30 minutos, que vai parando em todas as cidades. Custava 25 QTZ (~4 USD), preço justo, mas o problema, para variar, é a logística... Na verdade, o barco só sai quando tiver um número mínimo de pessoas. Então, se você der sorte de chegar e tiver um barco quase cheio, ele sai praticamente na hora. Senão, você senta lá e espera o barco encher. O cliff jumping ficava na cidade de San Marcos de la Laguna. De Panajachel até lá demorou uns 30 minutos, o barco parava em umas quatro vilas ao longo do percurso. Foi um passeio bem agradável, o lago estava bem calmo, passando por algumas vilas, hotéis, casas, algumas prainhas mais ajeitadas, algumas pessoas pegando sol, outras andando de caiaque, cenário bem bucólico. Chegando em San Marcos, fui tentar descobrir onde era o cliff jumping. Aliás, eu perguntava onde era o cliff jumping e ninguém entendia. Acho que o termo cliff jumping dá uma aparência bem radical, ou gourmetizado, especialmente depois daqueles campeonatos da Red Bull. Em San Marcos, eles chamavam o lugar de “trampolim” mesmo, bem menos glamoroso 🤣🤣🤣 . O trampolim está localizado no Cerro Tzankujil, um local com algumas trilhas bem tranquilas e estruturadas (dá para ir havaianas tranquilo…) contornando o Lago Atitlan. Em um trecho da trilha, eles construíram um trampolim de 12 metros de altura para quem quiser saltar no lago! Tem umas pedras na beira do lago que formam como se fosse uma escada natural, é bem tranquilo para sair depois. Eles cobram uma pequena taxa de entrada para quem vem de San Marcos, mas a estrutura é bem simples, com apenas um vestiário para trocar de roupa. Não tem onde deixar mochila, câmera etc., então, se estiver sozinho, vai ter que fazer amizade com algum turista lá e pedir para ele olhar suas coisas enquanto salta. Cheguei em San Marcos e segui contornando o lago, procurando o trampolim. Tinha pouca gente, o dia estava lindo e fazia um calor bem agradável por volta do meio-dia. Quando finalmente vi o trampolim..., caramba, que aflição! Nas fotos, não parecia tão alto, mas, na hora que chega naquela plataformazinha e olha para baixo..., são 12 metros, mas pareciam 100 metros 🤣🤣🤣 . No canal, salvei um vídeo só da vista da plataforma (Cap VI‑14). Figura VI‑37: Cliff Jumping no Lago Atitlan Primeiro fui dar uma olhada ao redor, ver o caminho para subir de volta. Fiquei enrolando, tirando umas fotos do lago, enquanto tentava criar coragem e me acostumar com a ideia de saltar.... Quando cheguei lá, não tinha ninguém saltando. Encontrei 2 dinamarqueses e fiquei conversando um pouco com eles. Eles já tinham saltado, falaram que o lago era bem fundo, que não tinha perigo e se ofereceram a tirar umas fotos minhas caso eu quisesse saltar. E...., depois de um bom tempo pensando seriamente em “arregar”..., tomei coragem e resolvi saltar! Foi bem bacana, salvei no canal o vídeo que os dinamarqueses fizeram do meu primeiro salto, Cap VI‑15! Detalhe: eu tinha levado uma GoPro para fazer vídeo saltando, mas, na hora que eu liguei, vi que a bateria estava descarregada. Droga, fiquei sem vídeos do salto com vista em primeira pessoa, ia ser bacana.... Aproveitando a boa vontade dos dinamarqueses, já fui pular de novo e pedi para que eles tirassem sequência de fotos, ficou bacana também: Figura VI‑38: Segundo cliff jumping Ué, e cadê as últimas fotos na hora do mergulho na água? Acertou quem percebeu que a sequência de fotos acabou antes de eu cair na água 🤣🤣🤣 . O salto dá muito medo, muito mais do que parece olhando as fotos, acho que estou ficando velho... Para mim, o segredo é não pensar muito, nem parar na plataforma: vai caminhando, de preferência rápido, e pula direto! Não pode dar tempo de pensar em nada, muito menos de “arregar”... Depois chegaram mais turistas, e eu fiquei só observando o pessoal tentando criar coragem para pular. Um monte de gente foi lá, ficaram um tempão, a maioria desistiu, até que duas pessoas foram. Enquanto eu estava lá, um americano que estava sozinho me pediu para fazer um vídeo dele saltando. O vídeo filmado de cima ficou bem bacana também, e eu resolvi pular mais uma vez. Mesmo depois de ter saltado 2 vezes, eu ainda estava com medo... Salvei o vídeo desse meu terceiro salto (Cap VI‑16), e também mais um vídeo de uma outra turista, que demorou umas 10 minutos, mas acabou saltando também (Cap VI‑17!). Foi muito divertido o cliff jumping, valeu a pena! Depois, fui conhecer o mirantezinho do Cerro Tzankujil, que tem uma bela vista das vilas pequeninhas aos pés do Vulcão San Pedro e das montanhas da parte oeste/norte do Lago Atitlan. Figura VI‑39: Vilas de San Juan e San Pablo Na volta para Panajachel, percebi que, mais para o final da tarde, o vento começava a aumentar e o lago ficava com mais ondas, bem menos confortável para andar de barco. Por isso, decidi deixar para o dia seguinte o aluguel do caiaque e a ida até Santiago conhecer o Maximon. Meu plano para o final da tarde era achar algum mirante perto de Panajachel, mas o tempo foi ficando cada vez mais nublado, até começou a garoar, então acabei desistindo da ideia. A vista mais bonita do lago deve ser do alto das montanhas e vulcões ao seu redor (nos transfers de ida e volta, deu para eu ter um gostinho). No final do dia, voltei para praia de Panajachel na esperança de ver um pôr do sol no lago. No entanto, as nuvens venceram, não teve pôr do sol, e assim acabou o meu dia conhecendo o Lago Atitlan. Eu achei o lago muito bonito, mas tinha visto algumas descrições como “o lago mais bonito do mundo”, etc. Achei um pouco exagerado. Pronto, falei 🤣🤣🤣 . Mas é bonito sim, bem bonito! Lago Atitlan: #valeapena Dia 6 -> Lago Atitlan - Maximon O dia amanheceu ainda mais bonito, então aproveitei para tirar novas fotos dos vulcões do lago, agora sem as nuvens no topo. Em seguida, fui atrás de um caiaque. Como o check-out do hotelzinho às 10h, eu teria que voltar antes disso se quisesse tomar um banho após a remada. Meu transfer para a Cidade da Guatemala saia às 16h30, , e de lá eu pegaria o ônibus noturno para Flores, então ainda ia demorar bastante até conseguir um banho. Próximo ao píer central de Panajachel, aluguei um caiaque e saí para remar. O lago estava bem calmo, mas o tráfego constante de barcos no píer gerava muitas ondas, que atrapalhavam bastante. Tinha que tomar bastante cuidado para “cortar” as ondas. Segui remando na direção sul, rumo à cidadezinha de Santa Catarina de Palopó. Como esperado, o começo próximo ao píer foi a pior parte, com muitos barcos transitando... Depois do píer, tinha uma praia urbana de Panajachel, que estava beeeeem cheia. Coloquei um vídeo no canal mostrando essa movimentação (Cap VI‑18). Não sei se estava acontecendo alguma celebração religiosa, o pessoal estava com umas roupas diferentes, tinha até uns cavalos na praia. Tinha muito movimento lá, e vários barcos também... Figura VI‑40: Caiaque no Lago Atitlan Figura VI‑41: Alguma movimentação na praia Figura VI‑42: Lago Atitlan e seus 3 vulcões icônicos Depois de passar o píer e essas praias mais urbanas de Panajachel, a remada ficou muito mais agradável. Quase não passava barco e encontrei umas praias de pedra bem calmas. Sem muvuca, algumas pessoas curtindo o sol, outras nadando. Muito agradável esse lugar! Salvei um vídeo dessa parte no canal também (Cap VI‑19). Daria para parar o caiaque, curtir a praia, ou até mesmo seguir mais contornando o lago, mas, como eu tinha o horário do hotel, resolvi voltar, para tomar banho e fazer o check-out. Depois de deixar as malas na recepção, fui pegar o barco até a cidade de Santiago de Atitlan para conhecer mais sobre o ritual Maximon. Ri Laj Mam, também chamado de Maximon, é uma divindade sagrada maia, venerada em algumas cidades da Guatemala. O início de sua adoração remonta à época que os espanhóis conquistaram a região dos maias, em 1524, segundo meu guia. Maximon, também conhecido como San Simon, me chamou atenção por alguns motivos. Primeiro porque é um exemplo de sincretismo religioso: uma mistura de tradições espirituais dos maias, com crenças espanholas, africanas e, mais tarde, católicas. Interessante como a cultura religiosa indígena não se perdeu por completo, mesmo com o cristianismo sendo a única religião permitida na Guatemala na época colonial. Em alguns locais da Guatemala, houve uma mescla do catolicismo com muitas crenças maias, resultando na adoração de alguns “santos” bem curiosos, como o Maximon. Outro motivo que me chamou bastante a atenção foi o ritual de adoração do Maximon, um tanto quanto inusitado. Maximon fuma, bebe e é mulherengo (apesar de ser, também, protetor dos casais)! Durante os rituais, o próprio Maximon fuma tabaco e bebe cachaça: o pessoal coloca cigarro e uma bebida alcoólica guatemalteca, “tipo” um licor, na boca do santo! Segundo o guia, o pessoal acredita que a mistura do fumo com incenso é o que faz ele realizar os desejos dos devotos, além de facilitar a comunicação entre o xamã e o Maximon. E a bebida oferecida é para relaxar o Maximon. Alguns dizem que a bebida também é para purificar, mas não entendi se para purificar o Maximon, o xamã, os devotos, ou todos eles 🤣🤣🤣 . Pelo que eu entendi, o xamã também bebe e fuma nos rituais (não tenho certeza se os demais devotos também). Os devotos do Maximon e peregrinos vão aos rituais fazer pedidos “normais”, aqueles que todo peregrino faz para seu “santo”: saúde, dinheiro, amor, proteção, emprego etc. Mas as oferendas que os devotos levam não poderiam ser outras: cigarros, bebidas, dinheiro (também levam velas, incensos e flores....). Segundo a Wikipedia, cada cidade acredita em uma origem diferente do Maximon. Algumas cidades acreditam que ele foi algum sábio ou um guerreiro antigo, mas lá em Santiago de Atitlan, me disseram que Maximon nunca foi um humano, sempre foi uma figura de madeira (efígie) criada pelos xamãs para defender os maias de feiticeiros do mal. Algumas versões dizem que o Maximon, às vezes, aprontava com os próprios moradores da aldeia que ele protegia. Uma vez os pescadores da vila estavam desconfiados de traição e, quando saíam para trabalhar, pediram a Maximon que vigiasse suas esposas. Mas acabou que o Maximon promoveu umas bebedeiras e acabou “pegando geral” as esposas dos pescadores! Os xamãs, então, deram um corretivo nele, quebrando seus braços e pernas, e Maximon então passou a fazer o trabalho corretamente e protegeu as pessoas da cidade do mal 🤣🤣🤣 . Que história! Realmente é um “santo” bem peculiar: mulherengo, mas também protege os casais. Ao contrário dos santos “típicos”, tem um lado bonzinho e um lado mais travesso. Fisicamente, o Maximon é uma efígie (como uma estátua) feita de madeira, que fica em uma confraria onde os devotos e peregrinos fazem suas oferendas e adoração. E quem realiza os rituais e “conversa” com o Maximon é um xamã. Além disso, o tempo todo tem dois guardiões tomando conta do Maximon. Cada ano a efígie do Maximon fica em uma casa diferente. Dizem que essa tradição surgiu na época que os maias tinham que esconder o Maximon dos espanhóis, que não aceitavam a adoração aos deuses/santos não cristãos. Atualmente, essa tradição continua, e todo ano tem uma semana sagrada em que a imagem é venerada nas ruas, antes de ser levada para uma nova casa de algum membro da confraria. As casas são bem simples, “tipo” as comunidades no Brasil. Para chegar lá, tem uns becos e vielas, mas é bem tranquilo e seguro. A efígie permanece exposta o ano todo para receber os peregrinos (e os turistas enxeridos...). Sem mais delongas, seguem as fotos da efígie do Maximon: Figura VI‑43: Maximon Reparem que tinha um maço de cigarro como oferenda, e a efígie estava com um charuto na boca! E tem várias gravatas, me disseram que você pode pegar uma gravata “benzida” se você colocar um dinheiro lá. Olha quanto dinheiro tinha embaixo das gravatas! Aquelas outras duas caixinhas de madeira que estavam vaziam costumam ter bebidas alcoólicas durantes as cerimônias. E reparem como ele, apesar de ter tronco de tamanhos similares aos humanos, tem uma perninha curta e braços cortados, quem mandou aprontar com os pescadores maias antigamente 🤣🤣🤣 ? Também me chamou a atenção que, junto com o Maximon, tinham imagens de santos católicos, cruzes e imagens de Cristo também. Figura VI‑44: Guardiões do Maximon na confraria Figura VI‑45: Devoção a divindades católicas também Antes da minha viagem para Guatemala, nunca tinha ouvido falar da devoção ao Maximon. Quando estava indo para o Acatenango, um guatemalteco e dois alemães comentaram sobre ele, e logo me interessei em conhecer melhor a história desse santo “loucão” em Santiago. Mas é importante destacar que Maximon não é adorado em toda a Guatemala. A maioria absoluta dos guatemaltecos é católica, e a adoração ao Maximon é restrita a algumas cidades habitadas pelo grupo étnico maia da região montanhosa da Guatemala. Mas enfim, voltando ao meu relato.... Quando cheguei de barco em Santiago de Atitlan, não sabia muito bem como conhecer o Maximon. Já no píer, alguns guias vieram oferecer passeios. O primeiro ofereceu um tour de 2h passando em uns quatro pontos turísticos de Santiago por 250 $QTZ (~32 $USD). Mas eu disse que só queria mesmo ir conhecer a confraria Maximon, e ele disse que cobraria 120 $QTZ. Achei caro, era só pegar um tuk-tuk até lá, mas foi bom para saber quais as opções para os turistas conhecerem o Maximon: eu poderia participar de uma cerimônia completa, ou só visitar a confraria e conhecer o Maximon. Para participar de uma cerimônia com um xamã, você tem que levar umas oferendas, como bebida e cigarro, e pagar umas taxas para participar e filmar. Sairia mais ou menos uns 300 $QTZ. Não ficou claro para mim como seria a cerimônia, se seria como uma “missa”, com várias pessoas reunidas em horários regulares, ou se seria apenas o xamã e alguns devotos fazendo suas oferendas e pedidos. Já a visita sem cerimônia poderia acontecer em qualquer horário. Para ver o Maximon, tem que pagar uma entrada de 15 $QTZ, mais 10 $QTZ para tirar foto, e, se quisesse fazer vídeo, 30 $QTZ. Como eu tinha pouco tempo, resolvi fazer só a visita até a confraria mesmo. Imagino que o ritual/cerimônia deve ser bem interessante também, quem sabe eu conheça em uma próxima. Agradeci ao primeiro guia pelas ofertas, mas achei caro... Logo chegou um segundo guia, oferecendo o mesmo “tour” até a confraria por 100 $QTZ, ainda caro. Eu mal disse “não” e já apareceu um terceiro guia, oferecendo a mesma coisa por 75 $QTZ, que também dispensei. Quando o quarto chegou, eu já estava de saco cheio e pensando em ser bem mal-educado para conseguir andar em paz em busca de um tuk-tuk.... Mas antes que eu fizesse isso, ele me disse que, ao contrário dos outros guias, era dono de um tuk-tuk e, por isso, me ofereceria o passeio para confraria mais barato. Ele pediu 60 $QTZ, fechamos por 50 $QTZ, e finalmente partimos para a confraria. A visita à confraria Maximon foi muito interessante. Depois o “guia” me deixou no centrinho de Santiago, que tem uma igreja bonita. Ao lado, tem uma pracinha e algum comércio e artesanato. Figura VI‑46: Tuk-tuk Figura VI‑47: Igreja de Santiago Ao contrário da outras vilas à beira do Lago Atitlan, Santiago já uma cidade meio grande. Dizem que tem mais de 60 mil habitantes, é a maior cidade à beira do Lago Atitlan. Se Panajachel e as outras vilas ao norte têm aquele centrinho charmoso, me lembraram um pouco a Praia da Pipa, ou Jericoacoara, cheio de restaurantes, artesanatos, pousadas; no centrinho de Santiago, tudo já era meio cheio e caótico, estilo 25 de março! Ok, eu exagerei um pouco... Mas andar pelo centrinho de Santiago acaba não sendo tão agradável quanto nas outras vilas. Por outro lado, dá uma visão mais real do dia a dia dos guatemaltecos. Acho que vale a pena ir até Santiago, conhecer o Maximon, mas, para quem for turistar no Lago Atitlan, acho que é mais legal ficar hospedado em Panajachel ou nas outras vilas menores ao norte do lago. De forma geral, as vilas têm belas vistas do lago, boas opções de mirantes e esportes outdoor, restaurantes, muitas lojinhas de rua, especialmente de roupas multicoloridas. Muito agradável passear pelas outras vilas ao redor do Lago Atitlan. Figura VI‑48: Muito comércio de rua Figura VI‑49: Lindas cores da Guatemala Depois de conhecer rapidamente o centrinho de Santiago, fui pegar logo o barco para Panajachel. E ainda bem que eu fui cedo, porque, na volta, demorou para caramba para encher o barco! Fiquei mais de 1h esperando, até que finalmente saímos rumo a Panajachel! Eu já falei que eu “adoro” a logística da Guatemala? De qualquer forma, deu tempo de pegar um almoço reforçado antes de voltar para o hotel e esperar o meu transfer para Cidade da Guatemala. Mas, quando esperava o transfer, apareceu um cara se apresentando como funcionário da agência de turismo, dizendo que eu iria pegar um transfer até Antígua e lá faria uma “conexão” para outro transfer até a Cidade da Guatemala. Achei bem ruim e reclamei, pois ninguém tinha me falado isso na hora da compra. Mas ele disse que não tinha mais vagas diretas para a capital e me garantiu que não teria problema porque eu chegaria em Antígua pelo menos 30 minutos antes do horário de saída da “conexão”. Achei bem zoado, mas fazer o quê, embarquei no transfer para Antígua. Só que, uns 45 minutos depois que o motorista saiu de Panajachel, demos azar e pegamos um mega congestionamento na estrada! Ficamos 1h30 praticamente estacionados. O trecho até Antígua que deveria demorar 2h, ia demorar 3h30... Perguntei ao motorista se ainda assim daria tempo de pegar o segundo transfer de Antígua para a Cidade da Guatemala (aquele que sairia 30 minutos depois na nossa chegada), e ele disse que não sabia dizer. Insisti na pergunta, mas ele desconversava.... Na verdade, eu e ele já sabíamos a resposta, claro que não daria. Já estava vendo a roubada, e comecei a pensar no plano B: ao chegar em Antígua, teria que pagar uns 300 $QTZ de táxi. Eu ia ficar bem pu☠️☠️ com o prejuízo, mas o táxi levaria cerca de 1h e ainda daria tempo de chegar na rodoviária e pegar o ônibus até Flores. O pior é que o pagamento é feito com a agência que contrata os transfers, não dava nem para eu pedir meu dinheiro de volta para o motorista. Eu estava xingando a agência de tudo que é nome, maldita hora que eles inventaram essa conexão em Antígua, quando, de repente, a uns 15 minutos de Antígua, o motorista do transfer me informou que arrumaram um transporte direto de Antígua para rodoviária da Cidade de Guatemala! Provavelmente o motorista estava mandando umas mensagens para o cara da agência, dizendo que não daria tempo de fazer a conexão em Antígua, e eles arrumaram um Uber para me levar até a Cidade da Guatemala. O motorista parou em um posto, encontrei o Uber e cheguei a tempo na rodoviária, ufa! O ônibus noturno para Flores era bem confortável. Marcado para sair às 21h30, acabou saindo umas 21h45, mas depois parou na frente de um shopping, que é “tipo” um ponto de parada dos ônibus ao norte da cidade, e ficou esperando não sei o quê por mais 45 minutos, não entrou um passageiro sequer.... Depois disso, finalmente seguimos viagem e desmaiei até Flores. É, pessoal, a logística da Guatemala é dureza. É outro ritmo, tem que ter paciência. Mas, pelo menos, o povo é muito simpático, e eles sempre dão um jeito de resolver o problema e te ajudar! Maximon: #valeapena Dia 7 -> Tikal O ônibus chegou em Flores lá pelas 6h, após uma jornada interminável de mais de 12h desde Panajachel. Peguei um tuk-tuk até meu hostel, e felizmente a dona me deixou fazer check-in mais cedo grátis, já que o meu quarto estava desocupado. Flores, localizada em uma pequena ilha no Lago Peten, é a melhor base para conhecer as ruínas de Tikal. O Lago Peten também é bonito, mas não é tão grande quanto o Lago Atitlan, nem rodeado por montanhas e vulcões. Infelizmente, eu não peguei um tempo bom em Flores; estava sempre chovendo ou bastante nublado. O lago estava tão cheio devido às chuvas que a água estava invadindo uma parte da rua "beira-mar". Ainda assim, é uma cidade bem bacaninha, tem alguma estrutura para turistas, uma igrejinha bonita, bastante pousadas, restaurantes e lojinhas. É agradável caminhar pela cidade, especialmente na beira do lago. Tikal é o mais famoso sítio arqueológico dos maias na Guatemala, que fica a 65 km de Flores. Eu fechei o tour no hotel mesmo, saindo às 8h. Só deu tempo de tomar um banho, não consegui nem tomar café da manhã, comprei uns pães na padaria e saí. Mas foi aquela logística típica dos tours da Guatemala, até juntar todo mundo, pegar guia, comprar entrada do parque, só começamos o nosso tour em Tikal às 10h. Os maias, ao contrário dos astecas e dos incas, não possuíam uma capital única, mas “cidades-estados” independentes que poderiam ser aliadas ou rivais, dependendo dos seus objetivos. Cada cidade-estado tinha sua própria administração, com crenças, línguas e costumes próprios. Existem ruínas maias espalhadas pelo México, Belize, Guatemala, El Salvador e Honduras. Tikal, uma antiga cidade maia, tornou-se um dos reinos mais poderosos da civilização maia, e ali foram encontradas imponentes estruturas de pedra, como templos, pirâmides, palácios e outras construções. Além das estruturas impressionantes, Tikal é famosa por sua localização em uma densa floresta tropical na Guatemala, conferindo ao local uma atmosfera mística e exótica. Apesar de suas estruturas mais antigas datarem do século IV a.C., Tikal atingiu seu apogeu entre 200 d.C. e 900 d.C. Nesse período, a cidade dominou grande parte da região maia política, econômica e militarmente, enquanto interagia com áreas da Mesoamérica, como a grande metrópole de Teotihuacán, no distante vale do México. Há evidências de que Tikal foi conquistada por Teotihuacán no século IV d.C. Tikal dominava as terras baixas dos maias, mas estava frequentemente em guerra com os vizinhos. Várias inscrições dão conta de muitas alianças e guerras com outros estados maias vizinhos, dentre os quais Uaxactun, El Caracol, Naranjo e Calakmul. Tikal foi um dos maiores centros populacionais e culturais da civilização maia. Já no século IV a.C., iniciava-se a construção de sua arquitetura monumental, mas as principais estruturas visitadas hoje provêm do período entre 200 d.C. e 850 d.C. Depois deste período, nenhum grande monumento foi construído, coincidindo com depósitos que comprovam a ocorrência de um incêndio em alguns palácios usados pela elite da cidade. Desse período em diante, iniciou-se o gradual declínio de sua população até seu abandono completo, por volta do século X d.C. Estudiosos estimam que, no seu auge, a cidade teria uma população entre 100.000 e 200.000 habitantes. O sítio apresenta centenas de construções antigas significativas, das quais apenas uma fração foi cientificamente escavada em décadas de trabalho de arqueologia. Os edifícios sobreviventes mais proeminentes incluem seis grandes pirâmides de plataformas (ou estágios) que apoiam templos nos seus topos. Elas foram numeradas geograficamente pelos primeiros exploradores e construídas no período mais recente, entre o século VII e o início do século IX. O Templo I foi construído ao redor de 695; seguido pelo Templo II, próximo a 700. O Templo III surgiu em 810, enquanto o maior deles, o Templo-Pirâmide IV, com cerca de 72 metros de altura, foi erguido em 721. Já o Templo V data de aproximadamente 750, e Templo VI, de 766. Esta cidade antiga também tem os restos de palácios reais, além de várias pirâmides menores, residências, estelas e monumentos de pedra. Em 2021, descobriu-se que aquilo que durante muito tempo se supôs ser uma área de colinas naturais próxima ao centro de Tikal era, na verdade, um bairro de edifícios em ruínas que foram projetados para se parecerem com os de Teotihuacán. Há até mesmo um edifício que parece ter sido uma prisão, originalmente com barras de madeira nas janelas e portas. E há também vários estádios de jogo de pelota maia. O nome "Tikal" quer dizer "lugar de vozes" ou "lugar de línguas" na língua maia, mas foi um nome dado recentemente, quando as ruínas foram descobertas. Os guias batem palmas em algumas praças para demonstrar que o local parece fazer um eco diferente mesmo, por isso o nome Tikal. Baseado nos hieróglifos, acredita-se que os nomes antigos da cidade poderiam ser Mutal ou Yax Mutal, que significaria "pacote " ou "pacote verde", e talvez, metaforicamente, "primeira profecia". Bom, quando vou visitar esses sítios arqueológicos, eu sempre fico na dúvida se vale a pena ou não pegar um guia. Apesar de eu não gostar muito de andar com grupos, se o guia for bom, vale a pena; se não, é um martírio... O problema é saber se o cara é bom com antecedência. Em Tikal, com o tour durando umas 3h/4h, achei melhor pegar um guia pois o lugar é bem grande, eu estava cansado e não tinha pesquisado nada. E também porque custava só 30 $QTZ... Mas o guia era daqueles que falavam muito..., demais mesmo! O pior é que ele ficava falando muito no começo, quando ainda não tínhamos visto ruína nenhuma e estávamos ansiosos para ver alguma coisa interessante. Mas o guia parava e falava, falava, falava.... O cara falava tanto, sobre um monte de coisa pouco interessante que, quando ele começava a falar algo útil, eu já estava fazendo outras coisas e tirando fotos. Fora o inglês belizenho-caribenho meio complicado para entender. Enfim, não acho que tenha valido muito a pena. No entanto, eu reconheço que o cara tinha muita informação e conhecia bastante do lugar, aqueles que gostam de saber tudo nos mínimos detalhes, vão gostar. E ele passou informações interessantes sobre técnicas de construção maias, que usavam limestone (que, segundo o tradutor, é calcário). Ele falou um pouco da fundação e que eles usavam o mesmo material retirado do solo, tratando o limestone para “cimentar” as pedras, algo assim. Ele também explicou que, depois que contato com Teotihuacán, mudaram a técnica de assentar os tijolos para algo mais consistente. E que eles iam construindo os templos por andar, algo a ver com rei, algo a ver com chegar mais perto dos deuses, não lembro direito. A primeira parte interessante que visitamos é chamada Acrópole Central, onde viviam parte das elites de Tikal. Lá, o guia nos mostrou como seriam os quartos, banheiros, cozinhas e até um suposto trono nas pedras, dando uma boa ideia de como seria a casa dos antigos maias. Figura VI‑50: Acrópole Central Depois de uma curta caminhada, chegamos na Gran Plaza, o local mais importante de Tikal. Os destaques são os dois templos, Templo I, também conhecido como Templo do Jaguar, e Templo II, também conhecido como Templo das Máscaras. O guia explicou algumas coisas sobre a construção das duas pirâmides principais da praça, Templo I e Templo II. Um foi construído apontando para o outro, alinhados em alguma direção que tinha a ver com a astrologia e calendário. As fendas de um templo alinham nos solstícios, a janela do outro templo seria para ver a lua. O Templo I ficou conhecido como Templo do Jaguar já que, dentro dele, foi encontrada uma representação de um rei montado num jaguar e, na tumba do rei Jasaw Chan K’awii, peles do animal. O Templo II foi construído pelo mesmo governante Jasaw Chan K’awiil I, em homenagem a sua esposa. No seu topo (é possível subir nesse templo), tem uma viga esculpida com uma máscara mortuária que acreditam ter sido da esposa de Jasaw Chan K’awiil I, por isso ficou conhecido com o templo das máscaras. A Gran Plaza também tinha várias estelas. Os maias de Tikal cultuavam 14 deuses do bem e, também, uns nove deuses do mal! Segundo o guia, assim como faziam oferendas aos deuses do bem, os maias também faziam oferendas para os deuses do mal, para evitar que eles causassem desgraças, claro. Espertinhos esses maias, hein? 🤣🤣🤣 . Entre os templos I e II, ao norte da Gran Plaza, fica a Acrópole Norte, que era o mausoléu dos nobres de Tikal. Muitas tumbas e oferendas foram encontradas no local, com imagens dos reis nos mausoléus. Uma imagem interessante tinha a figura do rei cheio de plumas, o guia explicou que eles associavam aves a algo divino, alguma simbologia com a figura do rei sempre no topo. Figura VI‑51: Templo I, o Templo dos Jaguares Figura VI‑52: Templo II, o Templo das Máscaras Figura VI‑53: Gran Plaza, vista do alto do Templo II Figura VI‑54: Acrópole Norte Figura VI‑55: Imagem de rei com plumas Salvei um vídeo da Gran Plaza no canal, vista do alto do Templo II (Cap VI‑20). Seguimos caminhando e passamos pelo Templo III, que está quase todo coberto de vegetação, só dá para ver o seu topo. A melhor forma de avistá-lo é do topo do Templo IV. Mesmo com os trabalhos de restauração, os guias dizem que 80% das estruturas foram engolidas pela floresta. Em vários trechos caminhando pelo parque, o guia mostrava o que parece ser uma pequena colina, mas que, na verdade, era uma construção maia que ficou encoberta pela floresta. Logo chegamos no Templo IV. Com seus 72 metros de altura, é o mais alto do mundo maia e famoso por proporcionar um lindo nascer do sol em Tikal. Apesar do Templo IV ser o mais alto, apenas o seu topo é visível, todo o resto do templo também foi tomado pela terra e pela vegetação, meio engolido pela floresta. No entanto, foram construídas escadas permitindo alcançar o seu topo. Lá do alto, tem-se uma linda vista do topo dos outros templos e da exuberante floresta que parece não ter fim. Figura VI‑56: Templo III (à direita), Tempo I e Templo II A Acrópole Sul, também chamada de Mundo Perdido, é a parte mais antiga de Tikal. Enquanto a Gran Plaza foi construída por volta de 600 d.C., essa parte data dos primeiros séculos depois de Cristo. Subimos uma pirâmide que tinha apenas algumas de suas faces restauradas. Também gostei muito da vista lá do alto, que rendeu fotos bonitas, especialmente com o lindo céu azul. Quem vê as fotos com esse céu lindo nem imagina o mega pé d'água que tomamos 10 minutos antes! Alguns guias fazem uma distinção entre os “templos” e as “pirâmides”, apesar de, teoricamente, os templos também ficarem no topo de construções piramidais. Diferente dos templos, as pirâmides de Tikal são mais quadradas, tem a base maior e escadarias nas 4 faces. Teoricamente, os templos eram lugares de cerimônias religiosas, e depois serviam como cemitério para alguns nobres. Já as pirâmides seriam mais para observação astronômica, para controlar o tempo/calendário. Depois da pirâmide, ainda fomos conhecer o Templo V, que achei o mais bonito e o mais bem conservado. No caminho de volta, passamos ainda pelo edifício Teotihuacano, que não é muito imponente, mas chama atenção pelos detalhes com imagens de Tlaloc, deus da chuva e da água, mas vou falar mais dele na minha viagem do México. Figura VI‑57: Pirâmide na Acrópole Sul Figura VI‑58: Templo IV, visto da pirâmide Figura VI‑59: Templo V Figura VI‑60: Edifício Teotihuacano No total, foram 4h conhecendo Tikal. O lugar é muito grande, em 4h, acabamos não conhecendo todas as áreas, como a zona norte e o Templo VI, mas conhecemos o principal... Durante nossa visita, o clima estava doido. Em alguns momentos, fazia um baita calor, mas também choveu forte em dois momentos e tivemos que ficar um tempão esperando a chuva passar. Depois, almocei por lá mesmo, saímos de Tikal por volta das 15h e quando chegamos em Flores, estava nublado e chovendo. Muito cansado, só dei uma voltinha no centro, jantei e finalmente tive uma bela noite de sono para tirar o atraso. Tikal: #imperdível Tikal versus Chichen Itza Figura VI‑61: Chichen Itza, México Uns 10 anos antes, eu tinha ido a Chichen Itza, outro sítio arqueológico dos maias. Localizada na Península de Yucatan, México (próximo a Cancun), Chichen Itza foi eleita uma das 7 maravilhas do mundo moderno. Como minha visita já faz muito tempo, não lembro tantos dos detalhes, mas lembro que a pirâmide de Chichen Itza, chamada Templo de Kukulcán, me pareceu mais bonita do que as de Tikal. Os patamares, os detalhes nas fachadas, no topo, as serpentes, tudo bastante restaurado. Em algumas faces, as pedras estão bem alinhadas e perfeitinhas (às vezes, até demais....), já em outras faces é possível notar alguma erosão. Não sei se Chichen Itza foi melhor/mais restaurada, ou se simplesmente resistiu mais ao tempo, mas, de forma geral, suas construções estão mais bem conservadas que Tikal. Os templos de Tikal são maiores em altura, o Templo V tem 57 metros de altura, enquanto a pirâmide de Chichen Itza tem 30 metros. Os templos de Tikal parecem mais “finos” e esticados, não tem escadaria nas 4 faces, enquanto a pirâmide de Chichen Itza tem a base bem mais larga e escadaria nas 4 faces. Assim como Tikal, Chichen Itza possui características arquitetônicas que simbolizam os conhecimentos avançados dos maias em astrologia e calendários. Muito legal também essa simbologia: a pirâmide foi projetada para criar sombras triangulares durante os equinócios, criando uma impressão de uma serpente descendo a pirâmide ao fim da tarde. O sitio arqueológico de Chichen Itza é menor e tinha muito movimento, muitas excursões, muito ambulante, tudo meio calçado ou com terra ou grama/vegetação baixa. Ou seja, não tinha muita mata e floresta. E tem bem menos construções em quantidade que Tikal. Em compensação, as construções de Chichen Itza costumam ser maiores em tamanho/área, como a pirâmide, o campo do jogo de pelota maia, um local que tinha um mercado, colunas e templos. Também não sei se restauram mais ou se eram maiores mesmo... Chichen Itza foi totalmente limpa na década de 1930, hoje tem tudo catalogado e muito bem explicado. Já Tikal é muito mais amplo em termos de terreno, com atrações mais espalhadas e ainda tem muita coisa não escavada. Tikal desperta muito a curiosidade! Suas ruínas parecem sempre esconder algo, estejam elas envoltas pelas neblinas do amanhecer, ou cobertas por floresta tropical. Em Tikal você pode subir em alguns templos através de algumas plataformas (antes podia subir no templo mesmo), e o ambiente é repleto de vida: animais, aves, macacos, quatis e muitas árvores. Muitas construções ainda não foram restauradas ou estão cobertas de terra e vegetação, florestas crescendo por cima das ruínas, como se a cidade abandonada estivesse sendo lentamente engolida pela natureza. Todo esse ambiente dá um clima mais de contato com natureza, enquanto Chichen Itza tem um jeitão mais de cidade ou de “parque temático” arqueológico... Para sair de cima do muro, acho que eu gostei um pouco mais de Tikal, mas os dois são incríveis, vale a pena conhecer os dois! Dia 8 -> Flores -> Lanquin Como eu já sabia da confusão de transfers da Guatemala, quando eu reservei o hotel em Flores, já garanti uma reserva no transfer de Flores até Lanquin, a cidade-base para conhecer Semuc Champey. É um trajeto muito demorado, a estradinha tem muita curva, e só tinha um horário de transfer por dia, saindo de manhã. Perde-se um dia inteiro só fazendo esse translado, saí às 8h de Flores e cheguei às 17:h20 em Lanquin. Me chamou a atenção que, na hora de sair, o cara do transfer toda hora contava os passageiros e parecia que faltava um atrasadinho. Ficamos uns 30 minutos esperando, o cara fazendo ligação/WhatsApp, mas no final acabou saindo só quem já estava lá, ninguém entendeu nada... Nas estradas da Guatemala, o pessoal vai de carona aonde der, sempre cabe mais um! Vai gente em qualquer canto, e não refiro apenas a ônibus lotado. Nas estradas, via tuk-tuk carregando famílias inteira (famílias com 4 filhos ou mais), moto com 3 pessoas, vi uma turma entrando na caçamba de um caminhão chiqueiro com os porquinhos, vi guatemalteco viajando no teto do Chicken bus... Mas o que mais me chamou a atenção foi que muita gente, inclusive famílias com bebês, viaja na caçamba das picapes. Até na principal rodovia do país, a Rodovia Panamericana, vi famílias inteiras na viajando na caçamba! É o famoso jeitinho guatemalteco “coração de mãe”, sempre cabe mais um...Essa foto foi no caminho para Lanquin. Figura VI‑62: Galera na caçamba Figura VI‑63: Tem um filho no meio do casal na moto.... E, por falar em moto..., uma coisa que eu percebi no interior é que quase ninguém usa capacete. O próximo vídeo salvo no canal, Cap VI‑21. Eu gravei em Panajachel, mais para ver os Chicken bus e os tuk-tuks, mas reparem nas motos que passam depois dele. Para cada 4 motos que passavam, apenas uma tinha gente de capacete! Mas as máscaras de covid, os motoqueiros usavam 🤣🤣🤣 . Nessa viagem para Lanquin, um motoqueiro me chamou a atenção, pena que não tirei foto. Ele estava andando de moto sem usar capacete, mas tinha um capacete amarrado na garupa da moto, não era por falta de capacete que ele andava sem... Justiça seja feita: na capital Cidade de Guatemala, quase todo mundo usava capacete. Enfim, só fui chegar em Lanquin depois das 17h. Lanquin é uma cidade muito pequena mesmo. A cidade em si só tem algumas lojinhas que vendem comida, um único restaurante mais turístico, e por isso os poucos hotéis e hostels acabam tendo uns restaurantes mais turísticos e bares. O pequeno centrinho de Lanquin só tem um pouco de comércio local. Foi bacana para conhecer como é uma cidadezinha mais típica (quase “não turística”) do interior da Guatemala. Salvei 3 vídeos no canal circulando por Lanquin (Cap VI‑22, Cap VI‑23 e Cap VI‑24). E olha a cerveja vendida na Guatemala, não confundir com Brahma, hein 🤣🤣🤣 : Figura VI‑64: Cerveja Brahva Figura VI‑65: Lanquin Mas quando eu cheguei em Lanquin, tive uma péssima notícia. O brasileiro que eu tinha conhecido no Acatenango chegou lá um dia antes e me mandou um zap dizendo que Semuc Champey estava “zoado”! Semuc Champey é um rio pequeno que passa em um vale e forma umas piscinas naturais bem bonitas, com água cristalina e bem clarinha, mas, por causa das chuvas, o rio estava muito cheio e Semuc Champey estava todo marrom e barrento. Quando cheguei no hotel, o cara da recepção me confirmou que Semuc Champey estava “sujo” mesmo! Que raiva, gastei um dia inteiro para vir até aqui, vou gastar outro dia inteiro para sair, chego aqui e descubro que o rio estava zoado. Como diriam uns amigos “das antigas”... “perdeeeeeu”! Para mim, depois dos vulcões ativos, essa seria a principal atração da Guatemala. Deixei de conhecer um monte de coisas, como o Vulcão Santiaguito, vir até aqui. Que derrota! E para piorar, em Lanquin não tinha mais quase nada para fazer. Mas já que eu estava aqui e não tinha mais o que fazer..., tá no inferno, abraça o capeta. No dia seguinte, eu ia ver Semuc Champey “sujo” e barrento mesmo! Dia 9 -> Semuc Champey Conversando com o pessoal da recepção do hotel, me disseram que é super raro Semuc Champey ficar com as águas barrentas. Mesmo na época de chuva, era muito difícil “sujar” o rio. No dia anterior, eles mencionaram que, se não chovesse à noite, Semuc Champey até poderia estar bom no dia seguinte. E naquela noite só deu uma garoa de leve, nada de chuva forte. Não sei se eles falaram isso só da boca para fora, para tentar me animar quando viram a minha cara de velório, ou se eles realmente acreditavam naquilo... Enfim, amanheceu bem nublado, mas pelo menos não estava chovendo. “Bora” ver Semuc Champey marrom! Depois do café da manhã, fui procurar o transporte de Lanquin até Semuc Champey. A chegada até Lanquin atualmente está toda asfaltada, mas, para Semuc Champey, não. E adivinha como era o transporte? Umas picapes para galera ir na caçamba, como aquelas que eu via em todas as estradas da Guatemala 🤣 . Algumas eram mais modernas, outras cobertas com lona, algumas com banquinhos, “tipo” versão miniatura daqueles caminhões jardineiras que tínhamos no Brasil. Mas a maioria só tinha essas estruturas metálicas em volta pelo menos para o pessoal não cair. E lá fui eu para caçamba de uma delas. Obviamente que, como todo guatemalteco, o cara do transfer lotou a caçamba da picape. Quer dizer, para mim, parecia lotado, mas toda hora o cara parava e subia mais um 🤣🤣🤣 . São 9 km de Lanquin até lá, e demorou 45 minutos. Balançava para caramba! Mas, para quem tinha acabado de voltar de uma viagem de carro no Jalapão na época de chuva, essa estrada parecia uma Autobahn alemã... A maioria era estrada de chão, mas já tinham alguns trechos asfaltados ou com calçamento nas subidas. Foi divertido, também salvei dois vídeos no canal do transporte até Semuc Champey (Cap VI‑25 e Cap VI‑26). Figura VI‑66: Transporte para Semuc Champey Figura VI‑67: É “nóis” na caçamba.... Quando chegamos na ponte antes da entrada do parque, vi pela primeira vez o Rio Cahabón, que estava muito cheio e completamente marrom. Figura VI‑68: Rio Cahabon Não dava para dizer que eu não imaginava que o rio estaria todo marrom, mas, no fundinho, a gente sempre tinha uma gotinha de esperança de chegar lá e ser surpreendido... Que pena. Já estava lá mesmo, paguei o ingresso e fui conhecer Semuc Champey. Primeiro o pessoal costuma seguir até um mirante natural, e depois ir até as piscinas naturais. É uma subida não muito difícil, uns 30 minutos com passarelas, escadas, corrimãos ou cordas, bem estruturada. E, “ni qui” eu cheguei lá no mirante...: Figura VI‑69: Semuc Champey Figura VI‑70: Primeiras piscinas Figura VI‑71: Surpreendido (positivamente!) É, galera, “deu bom”!!! Quem diria, Semuc Champey estava lindo! Boa parte das piscinas estava azulzinha. Também salvei um vídeo do mirante, Cap VI‑27. No hotel, o funcionário estava me falando que o problema de “sujar” Semuc Champey ocorria quando “o rio enchia as piscinas”, mas eu não entendia direito o que ele estava falando. Chegando lá eu fui entender. Na verdade, aquele rio que estava marrom é um rio grande, chamado Cahabón. No trecho de Semuc Champey, ele afunda, entrando em um túnel subterrâneo por uns 300 metros, e some completamente! Na superfície desse trecho, onde o rio Cahabón afunda, se formam diversas piscinas azulzinhas, que, na verdade, são alimentadas por outros afluentes do Rio Cahabón. São as águas que descem das montanhas que formam as piscinas naturais de Semuc Champey, e após 300 metros de piscinas, vão se encontrar com o rio Cahabón em uma última queda d’água! Agora entendi o que o funcionário do hotel quis dizer: se o rio Cahabón estiver muitíssimo cheio, ele transborda e parte da sua água entra na região das piscinas, sujando tudo. Era isso que tinha acontecido no dia anterior! E não é que a noite sem chuva fez o rio diminuir um pouco o volume, o suficiente para não transbordar mais e voltar para caverna?! Figura VI‑72: Rio Cahabón “sumindo” Depois do mirante, descemos para ver as piscinas naturais de perto. Tinha muita lama em todo o caminho para subir e depois descer do mirante. Ainda assim, se estiver de tênis, é bem tranquilo. A explicação química da formação dessas piscinas, eu vi nos relatos do Mundo por Terra (Ref. 31😞 as águas de Semuc Champey são ricas em bicarbonato de cálcio e, quando esquentam, produzem carbonato de cálcio, cujos cristais se aderem aos micro-organismos da água e se precipitam. Assim vão consolidando os terraços onde estão as piscinas! Durante o dia todo, o clima ficou nublado. Até ameaçou abrir um solzinho, mas não abriu... Lá tem alguma estruturazinha de vestiário para se trocar e alguns lockers para deixar mochila, a dica é lembrar de levar cadeados para nadar despreocupado. Estava uma temperatura agradável para caminhar, uns 23oC, eu até tinha levado roupa de banho e cadeado..., mas achei meio frio para nadar e refuguei (a lá Baloubet du Rouet nas olimpíadas de Sydney 🤣). Fiquei mesmo só admirando as piscinas, foram muitas e muitas fotos! Figura VI‑73: Primeiras piscinas, mais azuis Figura VI‑74: Piscinas do final, mais verdes Figura VI‑75: Semuc Champey se juntando ao rio Cahabon Salvei 3 vídeos no canal, do rio Cahabon “afundando”, das primeiras e das últimas piscinas de Semuc Champey (Cap VI‑28, Cap VI‑29 e Cap VI‑30) Além do parque nacional com as piscinas, do outro lado do rio Cahabón, tem uma área particular que não tem vista para as piscinas, mas tem alguns outros atrativos. Pelo que eu tinha pesquisado, tem uma cachoeira e um tubing (descendo de boia pela correnteza do rio), mas o passeio principal é uma caminhada pelas cavernas do rio Cahabón, naquela parte que passa por baixo de Semuc Champey. Precisa de calçados adequados, de preferência sapatilhas aquáticas se não quiser andar com seu tênis no rio. Mas, como o volume do rio estava muito grande, não estavam oferecendo nem o tour da caverna, nem o tubing nesse dia. Achei Semuc Champey muito bonito! Seguramente, não foi o dia que as piscinas de Semuc Champey estavam mais cristalinas e bonitas. Algumas estavam mais azuis, outras um pouco mais verdes, outras mais barrentas e menos transparentes. Certamente não estava tão azul-turquesa como nas fotos da internet. Mas, para quem estava achando que ia ver tudo marrom e que tinha dado muito azar, “deu bom”, ficou aquela sensação de copo meio cheio. Semuc Champey: #imperdível Dia 10 -> Lanquin -> Cidade da Guatemala -> Cidade do México Meu voo era às 18h, então acordei muito cedo para poder chegar à Cidade da Guatemala a tempo. Precisava pegar um transporte local de Lanquin até Coban, cidade maiorzinha da região, e de lá um ônibus até a capital. Nos dias anteriores, estava difícil descobrir qual horário mais cedo do transporte de Lanquin para Coban. No meu hotel, me falavam uma coisa, na pracinha central, uns caras do transporte falavam outra, na vendinha em frente ao ponto, mais uma versão.... Eu já falei que a logística na Guatemala é complicada?... Descobri que quem faz esse transporte, na verdade, são moradores locais. Não existe uma empresa de transporte pública ou privada propriamente dita. Eles saem no horário que quiserem e fazem o trajeto que desejarem. Normalmente há uma van saindo às 8h, outra às 9h, algumas mais cedo, mas não tinha horário fixo. O pessoal sabe mais ou menos quando tem demanda, e vai saindo mais ou menos de hora em hora. Por isso que cada pessoa que eu perguntava tinha uma resposta diferente... Esclarecida a confusão, o cara do hotel me recomendou estar na bifurcação na saída de Lanquin às 5h da manhã, pois deveria ter alguma vanzinha passando. Saí às 4h30. Detalhe: como na cidade não tem estrutura turística, os hotéis geralmente tem bar e música, e ficam até altas horas. Naquela noite, teve música alta no meu hotel até 1h da manhã, não dormi nada. Parecia que a caixa de som estava dentro do meu quarto, que inferno... Lá pelas 5h, eu estava indo para o cruzamento da saída de Lanquin quando passou um micro-ônibus recolhendo pessoas, obviamente pegando o máximo de gente possível. Confirmei que ele estava indo para Coban, e finalmente peguei meu primeiro transporte coletivo na Guatemala. Mas fiquei triste quando vi que não era o tradicional Chicken bus... Era uma vanzinha “véia” para umas 23 pessoas (já incluindo aqueles miniassentos dobráveis, bem trevas). Quando eu entrei, tinha umas 10 pessoas, mas em dez minutos circulando lotou. E, na saída de Lanquin, devia ter umas 30! Sim, a lotação era 23 pessoas...., quatro caras e o "cobrador" estavam indo em pé, uma criança no colo, e outra sentada em cima capô do motor ao lado do motorista. Ao longo do caminho entre Lanquin e Coban, algumas pessoas desceram, outras iam subindo, e assim seguia os transportes guatemaltecos “coração de mãe”. Todo vilarejo que passava, eu torcia para não ter ninguém esperando ônibus, mas sempre entrava mais um 🤣🤣🤣 . Em um momento, já quase lotado, o motorista parou e foi conversar com uma família com umas 8 pessoas. E cheios de bagagem... Eles ficaram uns 10 minutos conversando, não sei onde eles iriam colocar aquele pessoal todo, no teto? No fim, acabaram não indo no nosso mini-ônibus. Chegando em Coban, eu precisava achar o terminal da empresa do ônibus até Cidade da Guatemala. Na Guatemala, as cidades não tem rodoviária, cada empresa tem seu terminal, que, nesse caso, ficava perto do “ponto” final do meu mini-ônibus. Tinha ônibus de hora em hora para capital. Um deles saía às 7h, e foi a minha vez de tirar proveito dos atrasos daqui. Cheguei 7h05, e não só consegui a passagem para o busão das 7h, como ainda deu tempo de pegar um café e um pão antes de embarcar. E esse meu segundo transporte rodoviário também não foi de Chicken bus, infelizmente. Chicken bus é o “apelido” dos ônibus de transporte público mais baratos e populares utilizados na Guatemala e alguns países da América Central. Geralmente ônibus escolares aposentados dos Estados Unidos, os Chicken bus costumam ter aparência extravagante e coloria, como esse da foto a seguir. Alguns deles até possuem iluminação especial, olhem que estiloso o Chicken bus no vídeo Cap VI‑31 do canal! Figura VI‑76: Chicken Bus Foi uma longa viagem de Coban até Cidade da Guatemala, mas bem tranquila. Como na maior parte da Guatemala, passamos por muitas e belas montanhas, vulcões e vales cobertos de floresta tropical, além de estradas com muitas curvas e belas paisagens. A quilometragem entre as cidades não é tão grande, mas demora muito para chegar de um lugar para o outro. Também observei que passamos por muitas obras, duplicando e asfaltando estradas. Parece que estão melhorando a infraestrutura, mas ainda tem um longo caminho. É possível chegar a todos os lugares, mas a logística pode ser complicada para quem tem pouco tempo. O pessoal é enrolado, mas é gente fina. Na hora de ir embora, já na área de embarque do aeroporto, fui procurar água de graça, mas todos os bebedouros estavam desligados por causa da pandemia. Entrei em uma loja de souvenir, não ia comprar nada, apenas queria perguntar à moça da loja se ela sabia onde tinha um bebedouro. Ela me disse que não tinha, mas eu poderia pegar a água dela e encher minha garrafinha.... Muito simpático o povo daqui! E, para fechar com chave de ouro, quando me sentei na janela do avião, olha que beleza: aeroporto com vista para vulcão! Vulcões, na verdade, vários deles, e na hora do pôr do sol. Figura VI‑77: Aeroporto com vista para vulcões Depois de acordar 4h30 em Lanquin e fazer múltiplos traslados, finalmente cheguei no meu hotel na Cidade do México, tarde da noite. Só tive energia para tomar um banho e desmaiar! Estava morto, mas feliz porque finalmente eu iria dormir 3 noites seguidas no mesmo hotel! Era o final da minha jornada na Guatemala, obrigado, Guatemala e guatemaltecos, que país incrível! Dia 11 -> Cidade do México O principal objetivo dessa viagem ao México era conhecer o vulcão Popocatépetl. Durante o voo do dia anterior, o céu estava bem limpo e, distraído, olhando pela janela do avião, vi duas lindas montanhas já próximo à Cidade do México. Eram os “vulcões irmãos” Popocatépetl e Iztaccihuatl. Com esses nomes astecas impronunciáveis, são mais conhecidos como “Popo” e “Itza”. Pena que, quando o voo passou, já estava bem escuro, a olho nu dava para ver pouco. Mesmo assim, não tirei os olhos da janela, apreciando a beleza das montanhas e torcendo para assistir da janela do avião a uma erupção estromboliana do Popo. Imagina só, assistir uma erupção de camarote? Infelizmente, não foi nesses 10 minutos que ele mostrou sua fúria. Mas será que nessa viagem eu iria conseguir vê-lo em ação?... Além do vulcão, o México tem muito mais encantos a serem explorados. Na minha opinião, é o país mais parecido com Brasil que existe no mundo. Tem algumas diferenças, claro, mas eu vejo muitas semelhanças. O México é um país enorme, com uma natureza exuberante e variada, capaz de agradar a todos os gostos: lindas (e muitas!) praias, cachoeiras, lagoas, montanhas... Assim como em quase toda a América Latina, o povo é muito amigável e receptivo. É um país repleto de cidades coloniais, com uma rica herança cultural resultante da mistura dos colonizadores espanhóis e europeus com tradições dos povos indígenas e pré-colombianos. Assim como no Brasil, os mexicanos são católicos fervorosos. Eles também adoram novelas, o Chaves, e são fanáticos por futebol! Eles também têm muitas comidas típicas, e celebrações e tradições incríveis, como o Dia dos Muertos. Adoram festas e baladas. O México também tem cidades enormes e não tão organizadas. A Cidade do México é praticamente do mesmo tamanho de São Paulo e, assim como lá, o trânsito é caótico: os motoristas não dão a mínima para faixa de pedestre, os pedestres também não dão a mínima para farol de pedestre e atravessam aonde dá..., enfim, igualzinho as grandes cidades do Brasil 🤣🤣🤣 . E, lamentavelmente, lá também tem muita desigualdade social. Assim como no Brasil, a gente vê muita pobreza e muita riqueza lado a lado. Prédios muito chiques e luxuosos nas áreas nobres, como o Paseo de La Reforma, e casas bem simples nos morros das periferias, que parecem as nossas comunidades (um pouco mais urbanizadas). O centro está lotado de camelôs, barraquinhas e comércio de rua. Se bem que, nessa comparação, tem muito mais barraquinhas na Cidade do México do que nas cidades brasileiras. Lá o crime também é bastante organizado, e infelizmente não é tão seguro como nos países mais ricos ou na Ásia. Até o metrô achei muito parecido com o de São Paulo. Ao contrário de países europeus, lá funciona com catracas e baldeações livres, bilhete com um preço único (não é por zonas, custa a mesma coisa para percorrer 2 ou 50 estações, igualzinho a São Paulo). Apesar do metrô ser três vezes maior, era 4 quatro vezes mais barato (em fev. 2022). Além disso, me chamou a atenção que os trens lá também têm pneus, ao lado das tradicionais rodas de aço, e ainda tem um par de pneus menores, na horizontal, que também seguem um trilho lateral.... Figura VI‑78: Metro com pneus na vertical e horizontal Salvei no canal um vídeo (Cap VI‑32) do metrô, acho que dá para ver melhor... Depois de tanta correria na Guatemala, decidi tirar um dia mais tranquilo para conhecer o centro da Cidade do México, apelidada pelos locais de CDMX. Comecei o dia, por sorte, descobrindo um lugar bem no centro da cidade muito agradável e seguro para caminhar, inclusive à noite. O café da manhã do hotel era caro e bem meia-boca, pedi indicação de padaria e acabei descobrindo a Calle Regina, a apenas duas quadras do meu hotel. É uma rua bem bacana, com algumas quadras fechadas para pedestres, cheia de restaurantes, pedestres, universitários e turistas. Café da manhã tomado, minha primeira parada era na imensa praça principal no coração da Cidade do México, chamada de Zócalo (o nome oficial é Praça da Constituição). Os espanhóis construíram essa praça bem onde era o centro de Tenochtitlán, a capital dos Astecas. A lenda Asteca diz que, depois que foram expulsos de seu lugar de origem, chamado Aztlan, os astecas peregrinaram por 260 anos até encontrarem o lugar indicado por seu deus Huitzilopochtli, o “deus velho”, divindade da guerra e do fogo. Segundo Huitzilopochtli, uma águia com uma serpente no bico e pousada sobre um cacto, marcaria o lugar onde deveria ser erguida a capital dos astecas. Inclusive a águia comendo a serpente sobre um cacto é o símbolo que está hoje na bandeira do México! Os astecas encontraram o local em uma ilha no meio do Lago Texcoco, que ficava onde hoje é o Zócalo. Esta foto aqui que eu tirei por acaso quando eu estava chegando no Zócalo, não conhecia a história, nem tinha dado atenção para esse monumento, mas foi legal saber que essas estátuas retratam a história da origem de Tenochtitlán/Cidade do México: Figura VI‑79: Água com serpente no bico em um cacto O Lago Texcoco e a Cidade do México ficam no Vale do México, um vale que não tem drenagem natural e destino de todas as águas que descem das montanhas ao redor, tornando a cidade bem vulnerável a inundações. A cidade foi crescendo ao redor dessa ilha e o lago foi sendo aterrado com a expansão de Tenochtitlán. Quando os espanhóis derrotaram os astecas e conquistaram Tenochtitlán, resolveram construir seus edifícios coloniais no mesmo lugar e mudaram o nome da cidade para “México”. Eles também continuaram aterrando o Lago Texcoco, que foi praticamente todo drenado. Embora o lago tenha desaparecido, toda a cidade foi construída sobre o seu terreno pantanoso, lamacento e bastante instável. Andando pelo centro, é comum ver muitos prédios antigos afundando e inclinados, uma das marcas das construções históricas da Cidade do México. Voltando a minha visita ao Zócalo, a praça em si é um pouco estranha no sentido de não ter absolutamente nada, nenhum jardim, nenhum banquinho.... Ela é imensa, é toda calçada e tem apenas uma imensa bandeira do México, mas é rodeada por belos prédios coloniais, com destaque para o palácio nacional do México, sede da presidência, na face leste do Zócalo. Ele foi construído onde ficava o palácio de Montezuma, sede dos governantes astecas. Na face oeste, tem alguns prédios comerciais e, na face sul, muitos prédios governamentais, todos bem bonitos. Mas a principal construção é a impressionante Catedral Metropolitana do México, construída em estilo gótico na face norte do Zócalo, sobre os escombros de um templo asteca adjacente ao Templo Mayor, já que os espanhóis fizeram questão de construir uma grande igreja católica em um local de destaque e bem em cima dos templos astecas. A catedral começou a ser construída em 1573 e só foi terminada em 1813. Figura VI‑80: Zócalo (Praça da Constituição) Figura VI‑81: Palácio Nacional do México Figura VI‑82: Catedral e Tabernáculo Metropolitano Salvei no canal um vídeo (Cap VI‑33) com uma vista panorâmica do Zócalo. Esta construção à direita da catedral, que parecia ser uma parte da catedral, na verdade, é um batistério chamado Tabernáculo Metropolitano, com uma fachada linda e com detalhes muito bonitos na entrada. A entrada é livre também, mas o interior é mais simples. O interior da catedral é lindo. Ela tem uma disposição um pouco diferente das igrejas que estamos acostumados, com dois altares separados por um imenso órgão de tubos no meio da igreja. Me chamou a atenção alguns tubos do órgão na horizontal, parecendo canhões. No primeiro altar, menor e logo na entrada da catedral, tem uma imagem de Jesus negro. Antes dessa viagem, eu nunca tinha visto imagem de Jesus negro, mas, na catedral de Antígua, também tinha uma imagem de Jesus negro. Na área principal da igreja, tem um lindo corredor com “estátuas-candelabros” levando até o segundo altar, o principal, muito bonito também. Figura VI‑83: Candelabro com altar principal ao fundo Figura VI‑84: Imagem de Jesus negro no primeiro altar Figura VI‑85: Órgão com alguns tubos na horizontal Ao lado da Catedral e do Tabernáculo, tem o sítio arqueológico chamado Templo Mayor, onde foi encontrado o pouco que resta das ruínas astecas. Uma pena que tenha restado tão pouco, vou explicar por quê. Estimam que a civilização asteca tinha 400 mil habitantes, só na capital Tenochtitlán uns 200 mil, mas surpreendentemente o conquistador espanhol Hernán Cortés conseguiu conquistar a região com uma expedição que inicialmente tinha apenas 500 homens! Três motivos principais explicam esse feito: obviamente, os espanhóis tinham armamento bem superior (destaque para canhões, bestas e cavalos). Cortés também foi astuto ao fazer alianças com povos indígenas que eram rivais dos astecas, como os Tlaxcaltecas e Totonacas, que se juntaram a ele. E, por fim, grande parte da população asteca morreu por epidemia de doenças europeias (varíola e outras). Entretanto, na primeira vez que Cortés e seu exército chegou em Tenochtitlán, ele foi recebido pacificamente e a convite do imperador Montezuma, em 1519. Mas por que ele teria sido recebido pacificamente? O deus Quetzalcóatl, da serpente emplumada, era venerado em todas as culturas pré-colombianas da região. Para as civilizações mais antigas, as representações da serpente emplumada eram totalmente zoomórficas, descrevendo a serpente como uma cobra real. Já para as civilizações dos tempos dos descobrimentos, como os astecas, Quetzalcóatl começou a adquirir características humanas. Segundo alguns historiadores, os astecas acreditavam em uma antiga profecia local que dizia que o deus Quetzalcóatl, que era branco e tinha barba, depois de ensinar muitas coisas aos povos da região (cultivar os campos, construir templos etc.), autoexilou-se do México. Mas ele sofreu nesse período afastado, e um dia voltaria dos mares e poderia se vingar dos povos que viviam na região! Cortés teria ouvido essa profecia da população local e decidiu usá-la a seu favor. O desembarque dele no México teria acontecido justamente no dia de Quetzalcóatl. Ele também era branco e tinha barba. Montezuma (imperador asteca) teria se convencido que Cortés era o enviado de Quetzalcóatl, retornando dos mares para destruir os povos mexicanos, e inicialmente tentou evitar sua aproximação mandando muitos presentes, ouro, joias, mágicos, sacerdotes, embaixadores... Mas a ambição dos espanhóis por ouro era insaciável, e eles seguiram para Tenochtitlán. Montezuma recebeu Cortés com todos os seus homens e 3 mil indígenas aliados no seu palácio imperial, o tratou bem e aceitou seu domínio. Montezuma até mesmo concordou em ser batizado e declarou-se um súdito do rei Carlos I da Espanha! Mas, depois de algum tempo, deu bastante confusão... Velazquez, outro colonizador espanhol que dominava Cuba e era brigado com Cortés, mandou uma tropa para o México para prender Cortés por insubordinação. Cortés, então, foi até a cidade costeira de Vera Cruz e derrotou essa tropa, mas antes deixou Tenochtitlán aos cuidados de seu aliado Pedro de Alvarado. Quando voltou para a capital asteca, ele encontrou uma rebelião na cidade entre os espanhóis que ficaram e os astecas. Pedro de Alvarado ordenou um massacre dos astecas (conhecido como Massacre do Templo Maior) no momento em que faziam uma cerimônia religiosa, achando que era uma cilada armada pelos astecas e prendeu Montezuma. Cortés logo se deu conta que os astecas tinham eleito um novo imperador, Cuitlahuac. Os astecas, então, cercaram o palácio onde estavam os espanhóis e Montezuma. Quando Cortés ordenou que Montezuma falasse ao povo para que deixassem os espanhóis voltarem em paz para o litoral, Montezuma foi atingido por pedras e dardos e acabou morrendo. Não se sabe se em decorrência desses ferimentos ou se nas mãos dos espanhóis. Cortés decidiu fugir da cidade e, no evento conhecido como La Noche Triste, metade do seu exército foi morta. Cortés saiu, mas se recompôs, reuniu reforços espanhóis e milhares de indígenas rivais, voltou e derrotou os astecas em 1521. Quando os espanhóis reconquistaram a região, usaram a estratégia de “terra arrasada”. Conquistava e destruía tudo, para que o inimigo não se recompusesse, especialmente templos e locais sagrados, construindo no mesmo local igrejas e prédios dos colonizadores. O que Cortés não sabia era da técnica dos pré-colombianos mesoamericanos (astecas, maias etc.) de construir pirâmides em etapas/camadas. As pirâmides eram como bonecas russas matrioskas: iam construindo uma camada após a outra, igual à anterior e cada vez maiores. Eles construíam a pirâmide, uns 50 anos depois construíam outra sobreposta, não se sabe ao certo o motivo. As pirâmides e templos acabavam escondendo por dentro várias réplicas de si mesmo, em tamanho menor. Acredita-se que o Templo Mayor foi construído em 7 camadas. Ainda é possível ver as primeiras “camadas” de sua construção, que sobreviveram à destruição de Cortés e ficaram soterradas por séculos. Sua redescoberta aconteceu por acaso na década de 1970, quando trabalhadores da companhia de eletricidade local encontraram partes do antigo templo antigo. Após essa descoberta, alguns prédios coloniais foram demolidos para desenterrar mais vestígios, revelando o pouco que restou da antiga Tenochtitlán, a capital dos astecas. O museu do Templo Mayor deve ter uma visitação legal com informações históricas, mas estava fechado (acredito que por causa da pandemia). Só deu para dar uma volta em algumas passarelas construídas ao redor do sítio arqueológico. Talvez por causa da pandemia, as ruínas estavam bem bagunçadas: uma parte coberta com capas e tapumes, outras em processo de restauração, com plataformas e andaimes espalhados, e em algumas partes, ainda parecia haver escavações em andamento. Enfim, só olhando de fora e com as obras meio largadas, ficava difícil visualizar alguma construção impressionante.... Era possível ver apenas algumas paredes e escadas das diferentes “camadas” da construção por etapas, estilo boneca russa. Tinha uma parte aparentemente mais interessante com umas maquetes, que daria para ter uma ideia melhor de como era a cidade, mas o acesso a esse local também estava fechado. Figura VI‑86: Ruínas do Templo Mayor Saindo do Templo Mayor em direção ao Zócalo, tem um pessoal com roupas de astecas fazendo rituais de purificação e vendendo souvenirs astecas. Seguindo viagem, a minha próxima parada era o belíssimo Palácio de Bellas Artes, a poucas quadras do Zócalo. O centro da Cidade do México é bastante movimentado e, entre os milhões de mexicanos turistas caminhando, é comum ver os músicos de rua vestidos com roupas estilo militar tocando organillos (segundo o Google tradutor, em português seria realejo), um instrumento no formato de uma caixa de madeira que o organillero toca girando uma manivela. Parece sempre a mesma música, me lembrou aquelas caixinhas de música antigas, tamanho família! O instrumento em si parece que veio da Alemanha, não tem nada a ver com os povos pré-colombianos, mas muitos organilleros passaram a ganhar a vida tocando músicas populares, animando as praças da cidade. Não sei quão comum é hoje em dia, mas, nessa parte da cidade, tinha bastante, salvei um vídeo no canal Cap VI‑34 caminhando ao som dos organilleros. Existem muitas igrejas e prédios históricos bacanas no centro da Cidade do México. Porém, depois de visitar as imponentes construções do Zócalo e da catedral, as outras não chamam tanto a atenção. Uma exceção é o Palacio de Bellas Artes, provavelmente a construção mais bonita da Cidade do México. A casa de óperas em estilo art déco com uma cúpula colorida que dá um lindo contraste com as suas paredes de mármore! E, com o céu azulzinho, ficou ainda mais bonita. Aliás, nos quatro dias de CDMX peguei um clima perfeito. Nunca tinha dado essa sorte, céu limpíssimo, só no final da tarde apareciam algumas poucas nuvens, lindo. Lá dentro costuma ter shows e exposições, mas eu “pão-durei” e não quis pagar a entrada.... No prédio em frente é uma loja de departamentos e no alto do sétimo e último andar tem uma cafeteria que tem uma vista incrível do palácio, fica a dica! Figura VI‑87: Palácio Bellas Artes Ao lado do palácio, tem uma praça bem agradável, chamada Alameda Central, com várias fontes, estátuas, banquinhos, muito bacana. Pena que o monumento mais bonito, uma colunata em semicírculo toda em mármore, estava em reforma, coberta com uns tapumes. A algumas quadras, estava outro lindo e enorme monumento, onde fica o Museu Nacional de La Revolução, que também estava coberto com alguns tapumes, provavelmente em reforma. E o “mão de vaca” aqui não quis pagar entrada para conhecer por dentro... Depois de almoçar, o plano era passear pela agradabilíssima Avenida Paseo de la Reforma em direção ao Bosque de Chapultepec. Paseo de la Reforma é uma avenida com uma calçada muito ampla e arborizada, com muitos jardins, e repleta de prédios luxuosos, lojas e restaurantes. A avenida também é marcada por monumentos e, pelo menos nesse trecho, a cada 3 quadras aproximadamente há uma rotatória com lindas esculturas. Passei por uma bela estátua do penúltimo imperador asteca, Cuitlahuac, que, no episódio do La Noche Triste, expulsou Cortés de Tenochtitlán, mas, depois de 80 dias, morreu de varíola. O monumento mais famoso e bonito é o Angel De La Independencia, um ícone da cidade. Figura VI‑88:Museu Nacional de La Revolução Figura VI‑89: Angel de La Independencia Outra coisa que me chamou atenção foi o trânsito maluco nessas rotatórias. Eu já tinha falado que o trânsito aqui era tão caótico quanto o de São Paulo, mas, nas rotatórias, é muito pior! Na verdade, descobri isso quando eu fui atravessar a avenida para ir até o Angel e vinham carros de todos os lados, quase fui atropelado. Depois eu parei para tentar entender como era o trânsito maluco nessas rotatórias, e fiz uns vídeos para vocês entenderem melhor. Nas rotatórias daqui, os carros podem andar nos dois sentidos: no horário e no anti-horário! É curioso porque a avenida Paseo de La Reforma é uma avenida com duas pistas, carros em dois sentidos, e quando um carro queria virar à esquerda, ele não completava a rotatória no sentido anti-horário e depois virava à direita. Ele já embicava para a esquerda, naquilo que para nós seria a “contramão” da rotatória, e esperava parar de passar carros para prosseguir... É um Deus nos acuda, difícil até explicar, melhor ver nos vídeos 🤣🤣🤣 . Na foto abaixo, não tinha ninguém na contramão: Figura VI‑90: Carros nos dois sentidos das rotatórias Salvei 3 vídeos no canal (Cap VI‑35, Cap VI‑36 e Cap VI‑37) para tentar entender melhor essa confusão.... Do Paseo de La Reforma, segui caminhando em direção ao Bosque Chapultepec, um imenso parque urbano, maior que o Ibirapuera e o Central Park. O local abriga vários monumentos e esculturas, algumas muito bonitas, além de áreas para esportes, espaços verdes para piqueniques e um monte de esquilinhos fofinhos... Também há zonas mais movimentadas, com muitas barraquinhas e camelôs, um lago para o pessoal andar de pedalinho e alguns museus. Talvez a construção mais bonita seja o Castelo de Chapultepec. Atualmente, ele abriga um museu e, para conhecer por dentro, tem que pagar uma entrada que o pão-duro aqui refugou. Na verdade, eu já tinha pesquisado um pouco sobre os milhões de museus e galerias da Cidade do México, parece que muitos deles são bastante interessantes. As entradas não eram tão caras, mas, além da “pão-duragem”, eu só teria tempo de conhecer bem um deles. Por isso, escolhi visitar apenas o que mais me interessava: o Museu Nacional de Antropologia. Esse museu, que também fica no Bosque Chapultepec, possui um belo acervo sobre a história dos povos indígenas pré-colombianos que habitavam o México antes da colonização. A fachada do Museu Nacional de Antropologia é meio modernista, não me chamou a atenção.... Ok, achei feio mesmo 🤣🤣🤣 . Mas, assim que você entra no pátio central, dá de cara com a coluna gigante, que sustenta toda a cobertura do pátio central, e funciona como uma fonte, muito bonita! Figura VI‑91: Coluna no pátio do Museu de Antropologia Achei o museu muito bacana e bem-organizado. Muitas placas explicativas, eu não senti falta de guia, por exemplo. Porém, nesse museu, um bom guia seria mais útil para filtrar as atrações principais do museu, eu não imaginava que fosse tão grande. A primeira parte fala um pouco de antropologia, evolução humana desde os primeiros hominídeos, chegada dos primeiros hominídeos nas Américas etc. Achei pouco interessante, talvez porque tinha pouca novidade, e passei bem rápido para ir direto para parte dos povos mexicanos que me interessavam mais. Logo cheguei à parte dedicada aos Teotihuacanos, povo que habitava a cidade de Teotihuacán, a uns 50 km da Cidade do México. No dia seguinte, eu iria conhecer melhor este sítio arqueológico. Nas primeiras vezes que li sobre as enormes pirâmides de Teotihuacán, imaginava que lá fosse uma cidade asteca, mas depois fui descobrir que, na verdade, os teotihuacanos são bem mais antigos que os astecas, estima-se que a cidade foi fundada lá pelos anos 100 a.C. e durou até, aproximadamente, 750 d.C. Já a civilização asteca é de 1300 d.C., quase seis séculos depois! O mais legal dessa parte é essa grande reprodução da fachada do templo de Quetzalcóatl (deus da serpente emplumada), pintado com as prováveis cores dele no auge da civilização teotihuacana, segundo estudos arqueológicos. Figura VI‑92: Fachada do Templo da Serpente Emplumada No dia seguinte, iria conhecer as ruínas desse templo. Além disso, tinha uma coleção bacana de objetos, artefatos, quadros e imagens, além de várias estátuas. Também gostei de maquete da cidade de Teotihuacán, uma estela maia de Tikal (Guatemala), mostrando a influência teotihuacana lá, e uma reprodução dos esqueletos de sacrifícios humanos achados no Templo de Serpente Emplumada. Muito legal o acervo dos teotihuacanos. A próxima sala era dos Toltecas, outra civilização antiga. Esta eu nunca tinha ouvido falar, e passei um pouco rápido, porque eu queria conhecer mais sobre os astecas. E a primeira coisa que eu aprendi no Museu de Antropologia é que, na verdade, os mexicanos chamam os “astecas” de “mexicas”! Segundo a Wikipedia, “mexica” era a real forma que a maioria dos antigos habitantes do México se referia a si mesmo. O termo asteca significa "povo de Aztlan", aquele lugar mítico da origem para vários grupos étnicos na Mesoamérica. O termo “asteca” é encontrado em diversos contos de migração dos mexicas, que descrevem as diferentes tribos que deixaram Aztlan juntas até acharem a águia pousada sobre um cacto com uma serpente no bico, mas não era o termo usado por eles para referir-se a si mesmo. Alguns pesquisadores dizem que os estrangeiros popularizaram o termo “asteca” para se referir a esse povo para evitar confusão do termo “mexica” com os atuais “mexicanos”. Enfim, demorou um pouco para eu perceber que, na Sala dos Mexicas, eu estava conhecendo a história dos astecas. Continuarei usando o termo “asteca” porque é como estamos acostumados a chamá-los no Brasil, mas o correto seria chamá-los de “mexicas”, segundo o idioma deles. Aliás, o idioma deles, Nahuatl, até hoje é falado por cerca de um milhão de pessoas no México! O museu tem um acervo muito bacana com diversos objetos dos astecas/mexicas, além de uma grande variedade de artefatos, esculturas e estátuas. O destaque do acervo é a Pedra do Sol, com seus 3,6 metros de diâmetro e 1 metro de espessura. Erroneamente confundida como calendário asteca, ela seria um grande altar para sacrifício gladiatorial. Provavelmente foi utilizada para a luta de guerreiros na cerimônia para o deus da guerra asteca Tlacaxipehualitzli. Além disso, tem uma bela maquete de como seria Tenochtitlán, a capital do império asteca que ficava onde hoje é a Cidade do México, conquistada pelos espanhóis. Uma pena que as principais construções dos astecas foram destruídas por Cortés, só sobrou a maquete e um mural gigante para tentar imaginar como era a rica cidade na época. E, no mural, olha quem estava ao fundo de Tenochtitlán: o Popo e o Itza! Figura VI‑93: Pedra do Sol Figura VI‑94: Reprodução de Tenochtitlán O museu é muito legal, mas tinha um detalhe: eu não sabia que fechava às 17h (durante a pandemia)! Eu tinha entrado umas 15h30 e, quando eu acabei de ver a sala dos astecas, o museu já estava fechando! Uma pena, só deu tempo mesmo de conhecer os teotihuacanos, os toltecas, e os astecas. Queria ter visto especialmente a parte dos maias. Mas além dos maias, ainda tinha salas para os oaxacas, povos do ocidente, povos da costa do fogo do México, do norte, e mais um monte de pueblos índios mais recentes, não sei direito. Na escola, quando aprendemos um pouco sobre as civilizações pré-colombianas das Américas, sempre falam dos maias, incas e astecas, eu não fazia a menor ideia de que tinham tantas outras civilizações aqui na região. Felizmente as que eu mais queria eu consegui ver, mas recomendo bem mais tempo para visitar o museu. Feliz o povo mexicano que tem um museu tão bem-organizado contando a rica história das civilizações pré-colombianas que resultaram no México contemporâneo, muito legal! E que pode se orgulhar de todas essas maravilhas expostas no museu, expressão do conhecimento e engenhosidade de seu próprio povo e seus ancestrais, valeu a visita! Era hora de voltar para o hotel, tomar um banho e, à noite, procurar alguma comida típica mexicana. Tem bastante restaurante e comida mexicana no Brasil e no mundo afora, mas dizem que essa comida tex-mex (tacos, nachos, burritos, enchiladas, fajitas, quesadillas,etc) que faz sucesso fora do México é uma adaptação mais ao gosto do gringo. Além da pimenta e do guacamole, eu achava que todas essas comidas seriam bem populares no México, mas, pelo visto, popular aqui mesmo são os tacos. Pesquisei no TripAdvisor algumas recomendações de comida mexicana, não muito caras e próximas ao hotel. E uma das primeiras opções era a Taqueria Los Cocuyos, um lugar bem raiz: muito antigo, sem cadeiras, mesas, wi-fi, você come em pé na calçada apertada mesmo, com os tacos servidos em um pratinho de plástico sem-vergonha e naqueles guardanapos mais duros, espessos e toscos, sabem? Talvez para garantir que o monte de óleo do taco não vai atravessar o guardanapo e queimar a sua mão 🤣🤣🤣 . Mas está sempre cheio de gente! Desde que Antonhy Bourdain comeu aqui e o elegeu como um dos melhores tacos do mundo, o lugar fica lotado de turistas. O bom é que, apesar do sucesso, não “gourmetizaram” o lugar, o preço dos tacos varia de 15 a 25 pesos (0,75-1,23 $USD). Lá tem um panelão cheio de carnes, todas de segunda. Coloquei uma foto do cardápio, vejam que não estamos falando de filé mignon, nem picanha... É cabeza, ojo, Lengua, tripa, tronco de oreja.... Quando comecei a traduzir o que eram aqueles pedaços de carne, achei melhor nem saber mais o que era. Olhei o panelão de carnes e escolhi a que me pareceu melhor (suadero). E peguei outro de linguiça (longaniza). Escolhido o sabor, o cara pega a carne e corta bem picadinha na tábua. Depois ele pega a tortilla (que ele tinha dado uma passada no óleo e na gordura da tábua para pegar mais gosto), coloca o recheio picadinho, mistura com cebola e algum outro tempero, pegando tudo com a mão mesmo, e tá pronto o taco! Aqui não pode ter “nojinho” 🤣🤣🤣 . Salvei um vídeo do cara preparando o Taco no canal (Cap VI‑38). Na foto a seguir, esse monte de pote com molhos laranja, vermelho e verde são pimentas, dizem ser uma mais forte que a outra. Para as pimentas, eu “arreguei”... Figura VI‑95: Taqueria Los Cocuyos Figura VI‑96: Taco “raiz” Figura VI‑97: Reparem nas opções de carnes Apesar da aparência nada apetitosa, e do lugar bem raiz, para não dizer tosco, os tacos de lá são realmente muito bons! Gostei muito, Antonhy Bourdain acertou em cheio. Aliás, no dia seguinte, fui jantar em um restaurante mexicano “normal” na Calle Regina. Pedi umas quesadillas que estavam boas, e mais 2 tacos, um de peru e outro de carne. Os tacos até tinham uma aparência muito boa, mas, quando eu comi...., muito ruins, especialmente se comparados com o taco raiz do Los Cocuyos! E ainda era mais caro, uns 30-35 pesos cada. O de peru estava meio duro e ressecado. A carne do outro até parecia boa, mas sem nenhum tempero. Sabe quando você frita um bife sem nada de alho e sal? Acho que todas aquelas gorduras dão um tempero especial para os tacos “raiz”... Enfim, valeu para ver como o taco raiz era muito bom. Figura VI‑98: Tacos “gourmet”, mas bem meia-boca... Cidade do México: #imperdível Dia 12 -> Teotihuacán e Basílica Era o dia de conhecer o sítio arqueológico de Teotihuacán. Um brasileiro tinha visitado Teotihuacán sem guia e me recomendou um aplicativo gratuito chamado SmartGuide, que oferece um guia audiovisual. Depois do guia mega falante em Tikal, resolvi explorar Teotihuacán sozinho mesmo. Fiz o download do aplicativo, que é muito legal mesmo. Claro, não é melhor do que um bom guia, de vez em quando dava umas travadas, tem um ou outro bug, mas, no geral, achei bem bacana. Existem algumas formas de chegar a Teotihuacán: escolher algum tour direto da Cidade do México, alugar um carro, ou ir de metrô e ônibus rodoviário, sendo essa obviamente a opção mais barata. No México, os ônibus rodoviários para cidades próximas funcionam de forma semelhante aos ônibus urbanos (ao menos os que eu peguei). Eles são baratos, fazem várias paradas no caminho e, às vezes ficam tão lotados que acaba indo um monte de gente em pé. Se for de ônibus, recomendo embarcar no ponto inicial, o Terminal Norte. Meu plano era chegar em Teotihuacán às 9h, quando abrem os portões e dizem ter menos turistas, mas atrasei um pouco, e fui entrar em Teotihuacán por volta das 10h30. De qualquer forma, não achei tão cheio, talvez porque o lugar seja muito grande e, também, não era final de semana. O que eu não sabia é que o ônibus me deixaria no portão 2, que fica no meio de Teotihuacán. O ideal seria ou começar do portão 1, que fica no começo, e seguir até o portão 3, que fica no final. Ou vice-versa. Teotihuacán tem 2 pirâmides principais, a Pirâmide do Sol fica bem no meio do sítio arqueológico, em frente ao portão 2, e a Pirâmide da Lua fica em frente ao portão 3. Esse trecho entre as pirâmides é o que tem as ruínas mais legais. Além disso, a parte da Cidadela e do Templo de Quetzalcóatl também é bem interessante e fica em frente ao portão 1. No idioma dos astecas, Teotihuacán significa “lugar onde humanos se tornam deuses”. Os astecas, que chegaram lá seis séculos depois do fim dos teotihuacanos, acreditaram que aquele lugar era o local do nascimento dos deuses. Ou seja, o nome que é usado hoje foi atribuído pelos astecas, não se sabe que nome os teotihuacanos davam para sua cidade. Na verdade, não se sabe muito sobre os teotihuacanos.... Por 500 anos, entre os séculos 3 e 8 d.C. a cidade de Teotihuacán foi a sede de um poderoso império. Cada fonte que eu pesquisei faz uma estimativa do seu tamanho, algumas dizem que chegou a ter 200 mil habitantes, o que faria dela a maior metrópole de sua época em todo o planeta, outras falam em 125 mil habitantes, nesse caso, seria a sexta maior. Depois de ser destruída, a cidade foi abandonada. Naquela época, não havia qualquer outra civilização próxima capaz de reunir um exército que pudesse ameaçar os teotihuacanos. A maioria dos pesquisadores acredita que ela foi destruída por um conflito interno, provavelmente devido a uma grande seca que gerou uma crise na agricultura. A população ficou sem comida e se revoltou contra os governantes, e este seria o motivo que eles destruíram ou queimaram as casas dos governantes, prédios administrativos e templos religiosos, mas não as casas da população. Os toltecas e os astecas descobriram e exploraram as ruínas de Teotihuacán, e incorporaram diversas de suas tradições e crenças às suas culturas. Quetzalcóatl, a Serpente Emplumada, maior divindade de Teotihuacán, também era e cultuada pelos astecas. Este interesse das civilizações que vieram depois, porém, não impediu que a cidade acabasse caindo no esquecimento e fosse totalmente recoberta pela vegetação nativa e plantações. Hoje, apenas 10% de seu perímetro urbano de Teotihuacán estão escavados e trazidos de volta à luz. Quando eu entrei em Teotihuacán pelo portão 2, logo dei de cara com a grande Pirâmide do Sol, o “monumento” mais impressionante do sítio arqueológico. Com 65 m de altura, e 225 m na base, só perde em tamanho para as pirâmides do Egito (a maior delas, Quéops, tem cerca de 140 m de altura e 230 m de base). O nome Pirâmide do Sol foi dado porque, quando os astecas “descobriram” a cidade de Teotihuacán, acreditaram que ela, pela sua posição, foi construída para cultuar o sol, que era considerado um deus. Ela fica na direção que nasce o sol, ao leste da avenida principal, Avenida de Los Muertos. Aliás, essa avenida também recebeu esse nome dos astecas erroneamente, pois imaginaram que as pirâmides ao redor dela eram túmulos. Quanto à Pirâmide do Sol, a interpretação mais aceita atualmente diz que ela foi construída pelos teotihuacanos para cultuar Tlaloc, deus da chuva/água, associado à fertilidade da terra e à abundância das colheitas. Representaria um monte sagrado de onde descem as águas e as riquezas. A principal evidência encontrada que ancora essa interpretação é, entre outras, a existência de um fosso de 3 metros de profundidade que circunda a base da pirâmide, dando um significado de montanha das águas. Além disso, corpos de crianças encontrados nos cantos da pirâmide seriam uma indicação de oferendas a Tlaloc. As cavernas encontradas abaixo da pirâmide também têm dois significados para os povos pré-colombianos: simbolizavam tanto a vida quanto a morte. De um lado, representavam a relação com Tlaloc, aquele que dá vida; de outro, serviam como entradas para o mundo dos mortos. No topo das pirâmides, assim como nas pirâmides maias, ficavam os templos e altares onde eram realizadas as cerimônias religiosas e os rituais com sacrifícios humanos. Em Tikal, dava para ver melhor as ruínas dos templos no topo de algumas pirâmides, mas, em Teotihuacán, restaram apenas as pirâmides “bases”. Historiadores acreditam que os templos foram destruídos no conflito interno que levou ao fim de Teotihuacán. Quando eu cheguei, ela estava bem frente para o sol (como sabiam os astecas!). Contra a luz, as fotos não ficaram lá essas coisas. Figura VI‑99: Pirâmide do Sol Ao lado da pirâmide, tem o museu de Teotihuacán, mas acabei não conhecendo. É praticamente o único lugar com sombra para quem quiser dar uma parada para descansar um pouco... Eu tinha acabado de chegar, voltei para a Avenida de los Muertos e caminhei até a Pirâmide de Lua. Dizem que, antes, a Avenida de los Muertos tinha 5 km, mas hoje restaram 2km no complexo. E é toda cercada de ruínas. A parte entre as pirâmides é a mais legal da avenida, cheia de construções que deveriam ser da elite dos teotihuacanos. Nesse trecho, além das casas, se destaca o mural Puma, um mural colorido que sobreviveu aos 1500 anos de abandono, e o Templo de Agricultura, onde também foram encontrados murais. Logo cheguei a grande Praça da Lua, que os historiadores acreditam ter sido o centro dos rituais políticos e religiosos de Teotihuacán. Muito bonitas as construções ao seu redor. Acreditam que o altar no centro da praça era para rituais de dança. Com 45 m de altura e 140 m x 150 m de base, a Pirâmide da Lua está no final da Avenida dos Mortos e foi construída em “camadas”, como o Templo Mayor (na Cidade do México) e a maioria das grandes construções pré-colombianas. Aliás, a exceção mais notável é a Pirâmide do Sol, construída de uma vez só. Dentro da Pirâmide da Lua, foram encontradas enterradas oferendas aos deuses, incluindo animais e humanos, indicando que aqui ocorriam rituais com sacrifício humano. Alguns decapitados, outros com as mãos amarradas às costas, outros com muitas joias, características similares aos corpos encontrados no Templo de Quetzalcóatl (Serpente Emplumada). Figura VI‑100: Avenida de Los Muertos e Pirâmide da Lua Figura VI‑101: Pirâmide da Lua Dizem que é do alto da escadaria da Pirâmide da Lua que se tem a vista mais impressionante de Teotihuacán, mas, infelizmente, estava proibido subir em todas as pirâmides (aparentemente proibiram durante a pandemia e desde então continuava assim). Até pensei em voar o drone para ter uma visão aérea. Não tinha nenhuma sinalização a respeito, mas perguntei para um guia perdido se poderia usar drone, ele disse que era proibido. Sei lá se era verdade, mas também não tinha nenhum funcionário por perto para perguntar, e como não tinha mais ninguém usando, achei melhor não arriscar... Uma pena, fiquei sem vista aérea. Ao lado da Pirâmide da Lua, em direção ao portão 3, tinha alguns espaços fechados também, desde a pandemia. Os mais famosos são o Palácio dos Jaguares e o Palácio de Quetzalpapalotl, esse último foi restaurado pelo pessoal do Museu de Antropologia e está com cores originais. Também tem um templo das conchas e um museu de murais, mas não pude conhecer de perto nada disso porque estava fechado desde a pandemia. O ideal seria terminar ou começar o passeio por aqui, mas como o busão me deixou no portão 2, agora era hora de atravessar toda Teotihuacán até o portão 1, sob um sol de rachar, já que quase não há sombras em todo o sítio arqueológico. Chegando próximo ao portão 1, depois da bela caminhada, cheguei à Cidadela. Acredita-se que esse local era o centro administrativo de Teotihuacán. Embora hoje esteja situado em uma extremidade do sítio arqueológico, acredita-se que aqui se localizava fisicamente o centro da antiga cidade. A praça tem dimensões imensas, aqui também ficaria o principal mercado da cidade, onde a maior parte do comércio acontecia. No centro da praça, tinha um palco supostamente para celebrações. A construção mais interessante é o Templo de Quetzalcóatl, a Serpente Emplumada, a divindade maior dos teotihuacanos, incorporada por outras comunidades pré-colombianas. Os astecas também chamavam de Quetzalcóatl, e os maias de Kukulcán. A Serpente Emplumada é como um deus universal que criou tudo, o primeiro humano, a primeira mulher, ensinou os homens a plantarem etc. O Templo de Quetzalcóatl fica a leste da Cidadela e atrás de outra pirâmide. Não se sabe ao certo por que construíram essa pirâmide bem em frente a templo, obstruindo sua visão. Se a subida ao topo dessa pirâmide também não tivesse sido proibida desde a pandemia, ela ofereceria uma bela vista para o templo. As pirâmides dessa parte não são tão altas quanto as da lua e do sol, mas o Templo da Serpente emplumada é o que tem a fachada mais adornada. Aquela mesma fachada que tem a reprodução colorida no Museu de Antropologia na CDMX. Chama atenção pelos detalhes, muito legais as imagens das serpentes emplumadas e essa outra forma diferente, quadriculada, com dois olhos e um queixão que eu não sei direito que bicho é, 🤣🤣🤣 . Segundo o texto explicativo, alguns historiadores acreditam que pode ser o Tlaloc, o deus das chuvas, mas existem outros que defendem ser um grande cocar (headdress). Figura VI‑102: Pirâmide e Templo de Quetzalcóatl Figura VI‑103: Templo de Quetzalcóatl Figura VI‑104: Serpente emplumada, e Tlaloc ou um grande colar Foram encontrados mais de 100 esqueletos abaixo e ao redor do Templo de Quetzalcóatl. Pesquisadores acreditam que foram rituais de sacrifícios humanos devido à posição encontrada dos corpos, de joelhos e com mãos amarradas às costas. Muitos foram encontrados com esposa, armas, parte de animais, joias e diversas oferendas. Os teotihuacanos acreditavam que quem passasse por esses rituais de sacrifício teriam a alma enviada direto para a casa do Sol (sagrado) e que logo retornaria a terra como uma ave de linda plumagem. Para os teotihuacanos, e para grande parte das civilizações pré-colombianas, morrer sacrificado era um privilégio! Como acabei não indo nos museus e palácios, e como não podia subir nas pirâmides, acabei passando “só” umas duas horas por lá. Para voltar para a Cidade do México, basta esperar o ônibus que passa de 30 em 30 minutos em uma das rotatórias em frente ao portão, que, aliás, já estava bem cheio e fui em pé com a galera mesmo. Uma boa opção de passeio é combinar Teotihuacán com a Basílica de Guadalupe, que também fica ao norte da Cidade do México. Eu me informei com o motorista e desci em uma estação de metrô antes do ponto final do ônibus, que era bem mais perto e tinha menos baldeações até o metrô da Basílica de Guadalupe. Basílica de Guadalupe O Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe é o segundo santuário católico mais visitado no mundo, perdendo somente para a Basílica de São Pedro (no Vaticano). Foi construída em homenagem à Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina e, na verdade, é um complexo que contém duas basílicas, várias igrejas, capelas e um museu. A basílica antiga começou a ser construída em 1531 e foi concluída em 1709. Lembrando que a Cidade do México foi construída sobre um terreno bem lamacento, após o aterramento do Lago Texcoco, e várias construções antigas estão afundando, mas a basílica antiga talvez seja a construção que o afundamento chama mais atenção, impressionante como as paredes e torres estão inclinadas e tortas! Não pude conhecer o interior da basílica antiga, só abre em alguns horários que tem missa. Já a nova e moderna basílica foi construída na década 1970. Dizem que a sua cobertura foi desenhada com esse formato simbolizando o manto onde foi encontrada a imagem da Guadalupe. Olha que legal a simbologia: quem está ali embaixo está protegido sob o manto da Nossa Senhora de Guadalupe! Figura VI‑105: Basílica nova e basílica antiga Figura VI‑106: Formato da cobertura para simbolizar o manto Figura VI‑107: Basílica antiga muito inclinada Salvei um vídeo da praça em frente às basílicas (Cap VI‑39) no canal. A história da padroeira Nossa Senhora de Guadalupe é bem interessante. De acordo com relatos, a sua primeira aparição foi em 9 de dezembro de 1531, no morro Tepeyac, para um camponês asteca chamado Juan Diego. Falando com o camponês na língua nativa (Nahuatl), a senhora se identificou como sendo a Virgem Maria, “mãe do verdadeiro Deus”, e pediu para que uma igreja fosse construída naquele local. Juan, então, procurou o arcebispo da Cidade do México para lhe contar essa história. O arcebispo não deu muito crédito a ele, mas, quando ele voltou ao morro Tepeyac, a virgem apareceu novamente (segunda aparição) e pediu a ele para continuar insistindo. No dia seguinte, Juan conversou de novo com o arcebispo, que, dessa vez, pediu para Juan Diego retornar com uma prova da existência da virgem. No mesmo dia, a terceira aparição aconteceu quando Juan voltava para o Tepeyac, e ele a informou sobre o pedido do arcebispo. Ela, então, falou para Juan retornar no dia seguinte que ela iria fornecer para ele uma prova! Mas, no dia 11 de dezembro, o tio de Juan Diego ficou doente, e ele teve que cuidar do tio e não pode ir ao encontro da virgem. No dia seguinte, Juan teve que buscar um padre em Tlatelolco às pressas para fazer a unção dos enfermos para o tio doente. O morro Tepeyac ficava no caminho de Juan para Tlatelolco, mas, envergonhado por não ter ido encontrar a virgem no dia anterior, Juan pegou outro caminho. Mesmo assim, a virgem o interceptou no meio do caminho (foi a quarta aparição). Ele explicou o que tinha acontecido, a virgem o repreendeu suavemente por ele não ter ido se encontrar com ela, mas então tranquilizou Juan Diego, garantiu que o seu tio estava curado e lhe disse para subir o morro Tepeyac e colher flores no seu cume. Era uma montanha com solo estéril, especialmente em dezembro (inverno), então encontrar essas flores no cume nessa época iria convencer o arcebispo que houve um milagre. Juan seguiu as instruções e encontrou rosas florescendo lá. Ele pegou as flores e as enrolou em um manto que ele tinha. Quando Juan chegou ao palácio do arcebispo e abriu o manto diante dele, as flores caíram no chão. Mesmo vendo as flores da montanha estéril, o arcebispo ainda não estava 100% convencido, mas, quando eles olharam esse tecido, milagrosamente estava desenhada a imagem de virgem de Guadalupe! Aí, sim, ele se convenceu. E esse é o manto sagrado que hoje pode ser visto na basílica. No dia seguinte, Juan Diego encontrou o tio totalmente recuperado. O tio relatou que também tinha visto a virgem (quinta aparição), e ela havia dito a ele para informar ao arcebispo sobre a sua aparição e cura milagrosa, e teria dito que desejava ser chamada de Guadalupe. Em 26 de dezembro de 1531, foi realizada uma procissão para levar o manto até o morro Tepeyac e construíram uma capelinha onde o manto ficou guardado. Desde então o manto tornou-se o símbolo religioso mais popular do México, e foram construindo igrejas maiores, e maiores, até a basílica de hoje! Voltando a minha visita...., na parte lateral da basílica, tem um acesso onde todos podem ver o manto. Me lembrou um pouco com o acesso da Basílica de Aparecida para ver a imagem da santa. Bem bonita a basílica. Figura VI‑108: Manto com Nossa Senhora de Guadalupe Na saída da basílica, tem uma bonita estátua do Papa João Paulo II. Na frente da praça principal, ainda tem uma torre dos sinos cheia de coisas, com um relógio normal, um relógio solar, e uma réplica da Pedra do Sol asteca. Ao lado da Basílica, fica o morro Tepeyac, onde aconteceram as aparições. Eu quase não fui lá por preguiça de subir as escadas, mas valeu a pena dar uma volta. No complexo do santuário, tem duas estátuas representando Juan entregando o manto para o arcebispo, um parque com fontes decoradas com as serpentes emplumadas, uma capela onde Juan encontrou as flores, igreja da fonte que acreditavam ser milagrosa (pocito) e o local onde construíram a primeira capela. Mas o que eu mais gostei foi a vista do alto do morro, o skyline com os modernos edifícios da Cidade do México contrastando com as cúpulas das basílicas novas e antigas de Guadalupe. Figura VI‑109: Basílicas e o skyline da CDMX Figura VI‑110: Cúpulas e arranha-céus Figura VI‑111: Juan entregando manto para o arcebispo Nessa viagem, eu aprendi bastante sobre sincretismo religioso entre os povos pré-colombianos e colonizadores católicos. E parece que a história da virgem de Guadalupe também tem fortes traços de sincretismo religioso. Muito antes da conquista dos espanhóis, no mesmo morro Tepeyac, havia um templo sagrado para os astecas, o templo da deusa mãe Tonantzin (mãe de todos os deuses). Assim como outros templos religiosos astecas, este templo foi destruído pelos espanhóis que construíram no local uma capela dedicada à Virgem Maria. Os astecas nativos continuavam a vir de longe para venerá-la, chamando-a de Virgem Maria de Tonantzin. Ou seja, muito antes das aparições da virgem para Juan, este local já era sagrado para os astecas. Além disso, a virgem apareceu falando a língua asteca (nahuatl). A própria imagem da virgem tem traços indígenas, e não europeus, está usando joias astecas e um lenço que as indígenas usavam quando grávidas. Dizem que a perna esquerda levemente à frente na imagem da santa seria a forma como os indígenas realizavam seus cultos. Alguns acreditam que, na verdade, o nome da virgem era um nome asteca “captlaxopeuh”, mas que o arcebispo tenha “espanholizado” para Guadalupe. Enfim, parece que houve mais um caso bacana de mistura de crenças e sincretismo religioso. Muito legal a visita para o santuário de Guadalupe. À noite, fui jantar na Calle Regina. Depois da janta, criei coragem e fui até o Zócalo só com o celular mesmo. A Cidade do México, especialmente nos lugares mais movimentados, me pareceu seguro, mesmo no centro. Mas a gente sabe como são as coisas nas grandes cidades brasileiras: à noite, ou em lugares mais vazios, turistando sozinho, é bom não bobear. E da Calle Regina até o Zócalo tinha alguns lugares mais vazios. De qualquer forma, valeu a pena o passeio, os prédios coloniais ao redor do Zócalo tinham uma bela iluminação noturna! A exceção foi a catedral, que não tinha iluminação nenhuma. Reparem no vídeo (Cap VI‑40) que eu salvei no canal, os prédios todos iluminados, e a catedral toda escura. Figura VI‑112: Prédio bonito no Zócalo Teotihuacán: #imperdível Basílica de Guadalupe: #imperdível Dia 13 -> Popocatepetl E finalmente tinha chegado o dia de conhecer o vulcão mais ativo da América do Norte continental, o Popocatépetl, ou Popo, para os mais íntimos... O Popo e o seu “vulcão irmão”, Iztaccihuatl (Itza), ficam no Parque Nacional de Itza-Popo, o segundo mais antigo do México, criado em 1935. A cadeia montanhosa que abriga os pontos mais altos do México é chamada La Sierra Nevada. Iztaccihuatl é a terceira montanha mais alta do México (5225 m), e o Popocatépetl (5452 m), a segunda. A montanha mais alta do México é o Pico de Orizaba, que também fica lá perto, com 5636 m. O Popo e o Itza ficam no Parque Nacional de Itza-Popo, o segundo mais antigo do México, criando em 1935. A entrada principal do parque fica no Paso de Cortés, que recebeu este nome por causa dele mesmo, o conquistador espanhol Hernan Cortés. Guiado por Tlaxcaltecas, ele atravessou por esse passe entre o Itza e o Popo, saindo de Cholula, rumo a Tenochtitlán (CDMX) em 1519. Aliás, na rotatória bem na entrada do parque, tem um monumento no formato de quadro simbolizando Cortés, seu exército e alguns indígenas atravessando o paso. O monumento é bem feinho, mas ele é provavelmente o único momento em todo o México dedicado ao odiado “não tão bem-quisto” Hernan Cortés! Quando perguntei para um guia a origem desses nomes malucos de vulcões, ele me explicou que Popocatépetl, em nahuatl, significa “montanha que fuma”, e Iztaccihuatl “mulher deitada”. Eu achei interessante, mas faltavam detalhes interessantes. Mais tarde, encontrei a história completa em alguns blogs (Ref. 36 e Ref. 37). Durante o reinado dos astecas no Vale do México, foi imposto um sistema de impostos severo e punitivo às civilizações vizinhas. Essa cobrança era uma grande fonte de riqueza e trabalho para a capital Tenochtitlán, mas o descontentamento foi um dos fatores que posteriormente levaram à destruição do Império Asteca por Hernan Cortés, já que os Tlaxcaltecas e outras civilizações vizinhas se aliaram a Hernan Cortés. Muito antes dos espanhóis chegarem, o governante local dos Tlaxcaltecas decidiu ir à guerra contra os astecas. Ele tinha uma linda filha, chamada Iztaccihuatl, que havia se apaixonado pelo guerreiro mais destemido da tribo, chamado Popocatépetl, que também se apaixonou por ela. Para permitir esse casamento, o chefe local impôs uma condição: ele enviou o valente guerreiro para a batalha, e ele deveria retornar com a cabeça do inimigo em mãos para, aí, sim, poder casar-se com sua filha. Destemido, Popocatépetl partiu para sua missão, mas outro guerreiro chamado Citlaltepetl, também apaixonado pela princesa e invejoso de Popocatépetl, resolveu voltar antes que a batalha terminasse, dizendo que o destemido Popocatepetl havia sido morto na luta! A bela princesa não resistiu à dor de perder o seu amado e acabou morrendo de desgosto. Alguns dias depois, chegava da batalha Popocatépetl, alegre e saltitante, com a cabeça do inimigo em mãos, pronto para receber seu prêmio e casar-se com sua amada. Ao descobri-la morta, não se conformou. Levou o corpo sem vida da princesa para uma região no campo, deitou-a no solo e ajoelhou-se ao seu lado, prometendo não mais sair daí para todo o sempre. Comovidos com a história, os deuses interviram. Transformaram os dois amantes em enormes montanhas que ficariam, para sempre, lado a lado! Iztaccihuatl tem a forma de uma mulher deitada, vestida de branco, dormindo pacificamente. Popocatépetl, ou “montanha fumegante”, é o vulcão ao seu lado, nervoso e inquieto, pronto para sempre proteger a sua amada. Dizem que o Popocatepetl entra em erupção ocasionalmente porque a dor dele ainda queima profundamente dentro do coração dele. E o guerreiro invejoso que causou essa tragédia? Não, os deuses não se esqueceram dele! Também foi transformado em uma montanha, a mais alta do México, Pico Orizaba, para que, de longe, pudesse ver os dois amantes juntos, unidos para sempre. O Pico Orizaba tinha que ficar mais longe, pois foi condenado à solidão eterna, mas não tão longe para que ainda pudesse ver os amantes juntos para sempre. Muito legal, né? Quase um Romeu e Julieta das civilizações pré-colombianas! Negaram seu amor enquanto viviam, mas foram destinados a passarem a eternidade juntos. Itza e Popo são um símbolo de amor eterno, transformados nos dois vulcões que formam esse lindo cenário de fundo para a Cidade do México. Impossível não se apaixonar pela história das civilizações pré-colombianos, até as lendas dos vulcões são fantásticas!!! A cidade-base para conhecer o parque nacional Itza Popo é Amecameca, que fica 60 km (~1h) da Cidade do México. O Paso Cortés ligava Amecameca até Cholula, mas apenas o trecho até Amecameca é asfaltado (30 min, 26 km). Do Paso Cortés para Cholula e Puebla, a estrada está ruim e não tem transporte público até lá. O único tour que achei para o Paso Cortés era um bate-volta da Cidade do México. Mas esse tour é mais para fazer o começo trekking para o Itza, começando na base do Itza (La Joya, a 4200m) e subindo até onde o grupo aguentar (máximo 4800 metros). Parecia uma boa opção, mas, para o meu objetivo principal que era ver o Popo, ele tinha dois problemas. Eu não sabia se esse tour parava em um bom lugar para ver o Popo, e, com certeza, eu não poderia vê-lo à noite, que é quando a magia acontece! Eu tinha muita pouca informação sobre a atividade do Popo. Só sabia que tinham erupções estrombolianas e que não eram várias por hora (como o Fuego e Monte Yasur). Não sabia se teria erupções com lava visível à noite, mas, na dúvida, eu queria me programar para ter essa chance. Descobri que até daria para ir ao Parque Nacional Itza-Popo de carro alugado. Mas até La Joya, aparentemente desde a pandemia, precisava de uma autorização. Muito difícil conseguir informações do Parque Nacional, horários, mapas, controles de acesso. Só quando achei agências de turismo local de Amecameca, consegui alguma informação. Um guia de Amecameca (que contactei pelo grupo de guias locais no Facebook) me ofereceu um tour no Parque Nacional, incluindo transporte de Amecameca, trekking de umas duas horas, mais uma hora tirando fotos do Popo por ~45 $USD. Achei o preço justo e, o melhor, eu poderia escolher o horário, manhã ou tarde. Normalmente, de manhã, o céu está mais claro, mas como eu queria ver o Popo à noite, marquei com ele no meio da tarde, apesar do risco maior das nuvens cobrir o vulcão. Foi legal que o guia me forneceu todas as informações de como chegar em Amecameca de busão, horários etc., ficou mais fácil planejar meu passeio. O último ônibus de Amecameca até Cidade do México saía por volta 21h, o que me permitia fazer o passeio à tarde e ainda voltar para Cidade do México no mesmo dia. Eu acordei não muito cedo e fui de metrô ao Terminal Rodoviário do Sul. Umas dez e pouco estava embarcando no micro-ônibus para Amecameca. Mais um dia lindo e, na estrada, finalmente apareceram os tão esperados vulcões, e com um lindo céu azulzinho! Como o meu passeio para o Parque Nacional Itza Popo era às 14h, eu teria algumas horas para conhecer a cidade de Amecameca e procurar algum ponto para tirar uma foto bacana dos vulcões. O único lugar que consegui algumas fotos foi da pracinha principal do centro, mas, ainda assim, meio encoberto por fios e construções. Caminhei por várias quadras tentando encontrar algum ponto mais aberto, mas tinha casas e fios atrapalhando a vista/foto por todo lado. Como eu também não queria ficar pegando táxi ou tuk-tuk para ir até algum local aberto mais afastado do centro, desencanei. O jeito era torcer para conseguir umas boas vistas do parque nacional mesmo. Só que, conforme o esperado, à medida que ia entardecendo, algumas poucas nuvens apareciam, cobrindo justamente o topo das montanhas. Será que ia “dar ruim” e tudo estaria encoberto quando eu chegasse ao parque? Figura VI‑113: Itza e Popo, vista da estrada Figura VI‑114: Popo, visto do centro de Amecameca Apesar do parque nacional nas cercanias, a cidade de Amecameca me pareceu pouco turística, imagino que a maior parte das pessoas que vem visitar o parque faz bate e volta da Cidade do México e não fique por aqui. O mais legal em Amecameca foi conhecer o centrinho típico de uma cidade pequena mexicana, especialmente o comércio. Lá não vi praticamente nenhum turista... O mercado em si já era bem grande e lotado de barraquinhas, mas, em frente ao mercado e à igreja, eles formaram mais umas quatro grandes fileiras adicionais de barraquinhas! E tinha mais barraquinhas contornando quase toda a praça, vendendo tudo que é tranqueira que você possa imaginar, comidas (cruas ou prontas), roupas, panelas, brinquedos, livros. Impressionante a quantidade de barraquinhas. Segundo o meu guia, o último prefeito deu uma organizada, demarcou e enfileirou todas as barraquinhas da praça. Segundo ele, antes era muito mais bagunçado, difícil imaginar como isso seria possível 🤣🤣🤣 ! Salvei no canal dois vídeos (Cap VI‑41 e Cap VI‑42) de eu me perdendo no labirinto das barraquinhas. O guia me indicou um restaurante para almoçar, pareceu bem bacana, mas escolhi um bife à milanesa com batata frita que veio nadando no óleo! Depois vou falar mais a esse respeito, mas agora era hora de encontrar o guia e partir rumo ao Parque Nacional Popo e Itza! O guia era nascido em Amecameca, e conhecia muito sobre o parque e o vulcão. A atividade eruptiva do Popo começou em 1994. Com o aumento da atividade, o governo mexicano fechou o acesso à montanha preventivamente em 2000. O guia já tinha subido o Popo várias vezes antes do acesso ficar proibido. Pelo que ele explicou, existiam duas rotas para atingir o cume. Uma mais fácil, na face virada para a cidade Puebla, por onde a maioria costumava subir, mas era esse o lado que costumava ter mais fragmentos de erupções, gases, pedras e fluxos piroclásticos, e já ocorreram fatalidades de escaladores surpreendidos por um fluxo piroclástico. A via pelo outro lado é mais exposta e inclinada, mas, se tiver alguma atividade vulcânica, deve estar mais protegida... Muitos vulcões têm essa característica, geralmente os pontos com acesso mais fácil para escalar são por onde vão os gases e fluxos piroclásticos. Eu já sabia que atualmente o acesso ao Popo está todo fechado, mas não sabia até quão perto eu poderia ir. Quando chegamos na entrada do Parque Nacional Itza-Popo, no Paso de Cortés, fiquei bastante decepcionado ao saber que aquele era o ponto mais próximo ao Popo com acesso liberado. Fiquei pensando “Ué, só isso”.... Essa entrada do parque ficava a uns 5 km do albergue que antigamente servia de base para a subida do Popo (Albergue Tlamacas) e era o último local que se chegava de carro, ficava longe para caramba. E, para piorar a minha frustração, à tarde tinha aumentado a quantidade de nuvens cobrindo o topo dos vulcões. Figura VI‑115: Popo, visto da entrada do Parque Nacional Além disso, o roteiro acabou ficando meio mal combinado entre eu e o guia. Na minha cabeça, a gente ia tirar umas fotos do Popo, depois faria o trekking subindo um pouco do Itza a partir do La Joya (que fica a uns 7 km da entrada do parque). E depois voltaria para tirar fotos à noite do Popo. Depois da frustração inicial por ficar tão longe do Popo, eu pensei: “ok, agora vamos para La Joya fazer o trekking no Itza, certo?” Só que não.... Ele explicou que, aos sábados, só podia ir até La Joya com reserva, e ele não tinha feito reserva para nós. Acho que ele não fez por mal, foi uma falha na nossa comunicação em “portunhol”. Provavelmente ele não entendeu que eu queria fazer uma caminhada no Itza e achou que eu queria caminhar apenas na entrada do parque. Acabamos fazendo uma caminhada de umas duas horas nas trilhas de lá mesmo, entre 3600 e 3800 metros de altitude, que não foi bem o trekking a 4200 metros no Itza que eu havia imaginado. Figura VI‑116: Caminhada próxima à entrada do parque Mas aí o guia me disse que ele costumava ajudar os guardas do parque nacional com eventuais resgates e que tinha uma amiga policial que era chefe por lá. Ela não estava no parque naquele dia, mas ele ligou para ela e pediu permissão para me levar até o Albergue Tlamacas, antiga base para a subida do Popo, atualmente fechado e com acesso proibido. Ele contou toda uma historinha para delegada, deu uma valorizada, disse que estava com um turista brasileiro que nunca tinha visto um vulcão na vida e tinha vindo para o México só para isso (essa segunda parte era verdade 🤣), e conseguimos a autorização! De volta à entrada do parque, encontramos dois policiais gente fina que nos levaram de viatura pelos ~5km de estradinha de terra até o Albergue Tlamacas. Esse, sim, ficava bem mais perto da base do vulcão, muito bacana! Era proibido usar drone no parque nacional, mas os policiais me deixaram subir o drone. Não arrisquei muito, porque o vento estava forte e o drone avisava o tempo todo que eu não deveria passar de 4.000 metros... Fiquei com medo de perder o drone novo. Ainda assim, deu para fazer umas imagens bacanas. E, para melhorar, mais no final da tarde, aquelas nuvens que cobriam o topo dos vulcões desapareceram completamente. Foi um belíssimo final de tarde. Figura VI‑117: Popo, do Albergue Tlamacas Figura VI‑118: Agora, sim, bem mais perto Figura VI‑119: Itza, vista do Paso Cortés Salvei 3 vídeos do Popo no canal (Cap VI‑43, Cap VI‑44 e Cap VI‑45). Ficamos um tempão com a polícia lá na base do Popo e, quando deu 17h, voltamos. Nesse dia eu acabei entendendo melhor a atividade do Popo. Ele estava emitindo muitas fumarolas que me pareciam vapor d'água, brancas, parecido com as nuvens (reparem nas fotos e no vídeo Cap VI-44). E, segundo o guia, a maior parte era vapor d’água mesmo. Olhando de longe não dava para distinguir direito o que é nuvem e o que é atividade vulcânica. Quando tem erupções estrombolianas, aí, sim, a fumaça é cinza-escuro, bem diferente. Mas as erupções estrombolianas são pouco frequentes no Popo, se comparado a Fuego e Monte Yasur. Acompanhando uma página que costuma noticiar erupções (Ref. 4), depois de um longo tempo sem atividade, dia 17 de fevereiro de 2022. pela manhã (dois dias antes), o Popo teve uma erupção estromboliana e, pelo mesmo site, a próxima erupção noticiada foi 29 de março, um mês e meio depois. Ou seja, eu teria que ter muita sorte para pegar uma erupção bem nas 3h que eu estaria por lá. E mais sorte ainda para ela acontecer de noite, quando daria para ver a lava vermelha incandescente e não apenas a fumaça cinza! Nesse dia, o Popo estava bastante ativo, emitindo bastante vapor, mas nem sinal da lava que à noite ficaria vermelho incandescente. Lembrando que eu tinha escolhido ir à tarde justamente porque queria tentar ver ele à noite, tinha levado tripé, umas roupas de frio extras.... Mas depois que eu percebi que à noite não daria para ver nada de lava, resolvemos ir embora antes de escurecer porque eu ainda tinha um longo caminho até a Cidade do México. Na descida, ainda fizemos uma última parada para registrar um belo pôr do sol, que parecia que ia se pôr atrás de um vulcão, mas encontrou uma nuvem antes.... Figura VI‑120: Pôr do sol no Vale do México No final, o passeio valeu a pena, e acabou dando certo ter ido com o guia, que era bem gente fina. Não tinha lava, é verdade. Mas pegamos um final de tarde lindo, conseguimos ir até a base do vulcão, e pelo menos o Popo estava emitindo bastante fumarola. Seria frustrante, por exemplo, se eu alugasse um carro para ir até o parque e acabar vendo o Popo só lá da entrada.... No parque, também não vi trilhas mapeadas para mirantes ou vistas interessantes. E não tinha muita vista para o Popo. A principal trilha é a da La Joya, para o cume do Itza, bem longe do Popo. Acho que o parque atrai mais o pessoal que gosta de praticar caminhada ou corridas a quase 4.000 metros. Quando eu fui, o parque estava relativamente cheio, e vi muitos mexicanos caminhando e correndo pelas trilhas. Poucos países no mundo você tem parques onde pode-se fazer uma corridinha de final de semana a quase 4000 metros. Popocatépetl: #imperdível Comparação Popo, Villarrica e Cotopaxi (obs: retirei daqui, esse trecho não faz sentido nesse post/contexto, melhor ver no livro completo...) Dia 14 -> Cidade do México -> São Paulo Meu voo de retorno para o Brasil estava marcado para 17h. Teoricamente, pela manhã, daria tempo de fazer o exame obrigatório de covid e ainda fazer mais algum passeio na CDMX. Eu tinha pensado em conhecer um local onde reconstruíram a Vila do Chaves, ou o belo prédio do Museu Soumaya, ou Coyoacan ou ainda Tlatelolco. No entanto, à noite, descobri que (provavelmente) aquele almoço oleoso em Amecameca me deu um baita revertério! Vomitei, fiquei com “piriri” e passei a noite toda no trono.... Achei que iria melhorar quando acordar, mas que nada... Não conseguia comer nada: nem pão, bolacha, café ou leite. Tomei até um remédio que tinha levado para dor de barriga, mas não melhorei nada. Sem comer, sem dormir direito, fiquei zoado o dia inteiro, sobrevivendo à base de Gatorade. Não tinha forças nem para carregar uma mochila e uma malinha de mão de transporte público, inclusive tomei um tombão descendo a escada do metrô! A primeira refeição que eu consegui comer algo foi a jantinha do avião, mas veja pelo lado positivo, ainda bem que esse revertério foi só no último dia, não estragou a viagem. Dois dias depois, eu já estava pronto para a próxima e programando a viagem seguinte em busca do próximo vulcão ativo! O que eu acertei e o que eu faria diferente Acho 14 dias pouquíssimo tempo para conhecer o Panamá, a Guatemala e o México, mas ainda assim consegui ver coisa para caramba. Apesar de cansativa, foi muito legal a viagem. Conheci muitas culturas interessantes, natureza espetacular, e alguns dos vulcões mais incríveis do mundo! Claro que eu adoraria conhecer outros países da América Central, o pior foi não ter tido tempo para ir para San Blas (arquipélago no Panamá) com o stopover gratuito da Copa Airlines. Além das belezas do Mar do Caribe, queria conhecer um pouco mais da cultura dos nativos Kunas. Fica para próxima, nessa viagem tive que me contentar só com um day tour na Cidade do Panamá mesmo, e gostei de conhecer a Cidade do Panamá e, principalmente, o Casco Antiguo. Um dos meus objetivos nessa viagem era conhecer mais de perto a cultura e a “vida real” dos mexicanos. Dez anos atrás, passei uns dez dias em Playa del Carmen (próximo a Cancun), e tirando as ruínas maias, tudo naquela região é muito turístico, acabei não tendo tanto contato com a cultura mexicana. Só com a culinária, vai... Desta vez, foi muito legal conhecer mais de perto a cultura e a vida real dos mexicanos. Para mim, é o povo mais parecido com o brasileiro, muito amigável e receptivo, e que pode se orgulhar da riquíssima história de suas civilizações pré-colombianas. Muitos turistas optam por assistir a um show de Lucha Livre, aquelas lutas de mentirinha com performances artísticas que são muito populares por lá, ou fazem passeios pelos canais de Xochimilco em barquinhos coloridos (trajineras) com mariachis tocando música. Essas atrações não me atraíram tanto... Havia, no entanto, outras que eu gostaria de conhecer, como um outro caso de sincretismo religioso: Santa Muerte. O mais curioso são as imagens da Santa Muerte, geralmente representada como uma caveira vestida de santo. Aparentemente, seus praticantes não são muito bem-vistos no México (quem quiser mais informação, recomendo o vídeo no canal Mundo Sem Fim, Ref. 35). Infelizmente, também não pude conhecer a Vila do Chaves, o belo prédio do Museu Soumaya, Coyoacan e as ruínas de Tlatelolco, além de Puebla e San Miguel Allende, que ficam nas proximidades da capital. E o México ainda tem regiões mais distantes que parecem ser muito legais como Chiapas, Oaxaca, Baja California, a Cachoeira do Tamul e o deserto mexicano.... O país é imenso e ainda tem muita coisa para conhecer. Já a Guatemala, apesar de o país ser menor, algumas atrações ficam bem distantes entre si. Às vezes a distância nem é tão grande, mas é tanta curva na estrada, e é tão complicado o transporte/transfer que você perde muito tempo de deslocamento. E eu ainda tinha que voltar para a Cidade da Guatemala para pegar o voo para o México. Uma alternativa seria seguir de Tikal para Belize, e depois ir até Cancun, mas voltei para a Cidade da Guatemala por “falta de dias” e porque não era época de mergulho com tubarão-baleia. Se fosse a época, eu daria um jeito de encaixar os tubarões-baleia no meu roteiro.... Uma dica importante para quem for para Guatemala: prefira a época de seca entre novembro e abril. Do meu plano inicial da Guatemala, ficou faltando conhecer o Vulcão Santiaguito. Fiquei com vontade de fazer o tour Santiaguito Crater Overnight, dizem que você acampada a 400 metros da cratera. No entanto, não sei o quão seguro seria esse lugar, e se algum dia eu fizer esse tour, vou pesquisar melhor as condições de segurança. A agência me disse que esse é considerado o trekking mais difícil da Guatemala, 8h para ir, umas 6h para voltar, varando mato, sem nenhuma estrutura – precisa levar barraca, comida etc. Enfim, nada turístico, bem raiz! Em Xela (Quetzaltenango) e no Lago Atitlan, também tem muitos trekkings bacanas. Não consegui conhecer o famoso mercado de Chichicastenango, a Laguna Brava próxima a Huehuetenang ou a própria a Cidade da Guatemala. No final, para encaixar tudo que eu queria fazer na Guatemala em 8 dias foi dureza! O meu roteiro maluco ficou muito cansativo, mas foi uma viagem e tanto. A Guatemala é um país com uma natureza única, com vulcões ativos e montanhas com mais de 4000 metros, um rio lindo como Semuc Champey, Lago Atitlan, e atrações culturais sensacionais como Tikal, Antígua e Maximon. A Guatemala tem algo difícil de achar em países turísticos: a vida normal parece que não foi tão afetada pelo turismo. E houve uma mescla muito interessante dos descendentes dos colonizadores espanhóis/europeus com o povo indígena e maia. É um povo que mantém até hoje suas tradições e costumes, e alegram as cidades com seus lindos trajes típicos coloridos e os sorrisos das pessoas. Em vários lugares da Guatemala, o pessoal fala espanhol e, também, a língua maia. E, se a logística não é assim uma Brastemp, qualquer dificuldade é mais do que compensada por um povo extremamente simpático e sempre disposto a ajudar. Que povos bacanas, obrigado, Guatemala e México! Ranking das atrações Segue meu ranking das principais atrações dessa viagem: 1 – Vulcão Fuego 2 – Semuc Champey 3 – Tikal 4 – Cidade do México (conjunto da obra: Zócalo, catedral, Museu Antropologia, Palácio Bellas Artes, basílica) 5 – Popo 6 – Teotihuacán 7 – Antígua 8 – Vulcão Pacaya (peguei pouca atividade e tempo encoberto) 9 – Lago Atitlan (Cliff jumping, Panajachel e vistas) 10 – Maximon (muito legal a história, o atrativo turístico em si nem tanto) 11 – Cidade do Panamá Obs.: o Vulcão Santiaguito, infelizmente, não consegui conhecer, mas tinha potencial para estar na lista.... --------------------------------------- Pessoal, postei quase inteiro o capitulo VI do livro/ebook (só reduzi algumas fotos pra adaptar ao forum). Os capitulos de cada continente ficaram parecidos com esse. Deveria ter colocado criado esse tópico no subtópico "America Central, Caribe e México", já q terminei no mesmo post com Guatemala e México. Acabei criando o tópico no subforum só da Guatemala, agora não sei como mover pra lá, vamos ver se quem quiser consegue achar..... De qualquer forma, o relato completo das viagens pelos outros continentes está no livro Destino Vulcões no amazon.com.br! Sinopse do livro: Nesta obra, compartilho minhas aventuras em busca dos vulcões mais espetaculares do planeta. É um relato pessoal de mais de 90 dias de viagens, ao longo de 10 anos, explorando 15 países em 6 continentes, ilustrado com fotos e vídeos do próprio autor. Expressões absolutas da força da natureza, os vulcões fascinam na mesma medida em que amedrontam. Quem já assistiu a uma erupção com lava pode confirmar que os vulcões oferecem uma das cenas mais impressionantes da natureza. E não é preciso ser um aventureiro radical para explorar esses destinos — basta estar disposto a viver experiências inesquecíveis. Além de paisagens vulcânicas impressionantes, descobri culturas vibrantes e outras belezas naturais que tornaram essa jornada ainda mais enriquecedora. Convido você a me acompanhar nessa aventura, repleta de histórias fascinantes e paisagens deslumbrantes ao redor do mundo. Capa:
  3. Relato de uma viagem pela incrível Guatemala, feita sozinho durante 2 semanas entre 29/03 e 12/04/2023. Muitas das informações aqui apresentadas já foram em parte compartilhadas no meu Instagram de viagens: https://instagram.com/viajadon_/ ⚠️ Essa viagem pela Guatemala na verdade é parte de uma viagem maior que incluiu também o México e que já foi relatada aqui no Mochileiros: A entrada na Guatemala se deu pela fronteira mexicana a partir da cidade de La Mesilla. Obs.: os preços informados são em Quetzales. PRINCIPAIS CIDADES/REGIÕES VISITADAS (em ordem de deslocamento): Quetzaltenango (Xela) - Lago Atitlan (incluindo San Pedro, San Juan e Santa Clara) - Antígua (com vulcão Acatenango) - Cidade da Guatemala - Lanquín (com Semuc Champey) - Flores (com sítios arqueológicos de Tikal e Yaxha) MAPA GERAL COM AS CIDADES VISITADAS: Disponível em: Cidades visitadas na Guatemala ITINERÁRIO: Planilha para dowload com mais detalhes e infos de refeições e hospedagens (incluí os trechos no México para uma noção maior de toda a viagem: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1waDMfQMPydJy4iJDYq6PXsPPpZeQ4t10/edit?usp=sharing&ouid=103098444594684776713&rtpof=true&sd=true INFORMAÇÕES BÁSICAS PERÍODO DA VISITA - Eu acabei fazendo fboa parte da viagem pela Guatemala durante a Semana Santa. Por um lado, essa experiência foi interessante, pois vi procissões típicas do período (falarei sobre elas mais à frente no relato). Por outro lado, não foi muito positiva, pois encontrei Antígua bastante cheia e com preços altos. Não consegui aproveitar quase nada na Cidade da Guatemala. Tive contratempos com ausência de transporte. E por fim, encontrei Semuc Champey completamente lotada. VISTO - Não há necessidade de visto para visitar a Guatemala por um período de 90 dias. POVO GUATEMALTECO - De forma geral, achei os guatemaltecos reservados, mas não mal educados. - Em quase todas minhas interações com as pessoas locais, fui bem tratado. - Segundo informações de guias locais, posteriormente confirmada em pesquisas, no país são faladas 24 línguas, sendo que 21 são derivadas do maia e duas são de outros povos ameríndios. CÂMBIO - O câmbio tem paridade fixa com dólar. Então, sempre procure os bancos ou financeiras oficiais para fazer câmbio. Não faça com cambistas, pois certamente terá uma conversão muito pior. Um dólar equivale a 7,65 - 7,75Q. PREÇOS - Não considerei a Guatemala um país muitooo barato para viajar, tampouco é caro. Detalharei um pouco mais em tópicos a seguir. TRANSPORTE - Para viajar entre as cidades no modo econômico, o transporte é o famoso "chicken bus". Na verdade, muitos não curtem esse nome, mas é como ficou conhecido. São ônibus antigos, bastante estilosos por fora. Os corredores são estreitos e os bancos de couro únicos recebem confortavelmente duas pessoas. Entretanto, não se espante com uma terceira pessoa sentada no cantinho. Na verdade, esse é o normal à medida que o ônibus vai enchendo. Em muitos há opção de levar a mochila no teto do ônibus na parte exterior. Em alguns também dá para carregar a mochila dentro e armazenar no bagageiro interno acima das poltronas. 20230403_132234.mp4 - Se você for viajar de chicken bus, tenha em mente que podem te trocar de ônibus ao longo da viagem, mesmo quando falarem que a viagem vai até o seu destino. Não se assuste que isso é normal. Fique esperto para não deixar as coisas para trás já que o procedimento costuma ser feito na correria. - A depender do trajeto que fará, pode valer mais a pena pegar um transfer privado e pagar um pouco mais. - Ah, também não espere organização alguma nas rodoviárias ou terminais de onde saem os chicken bus. Espaço mais ou menos organizado encontrará apenas em estações de empresas de ônibus que partem da Cidade da Guatemala, como a Monja Blanca. HOSPEDAGEM - O preço de hospedagem econômica em Xela, San Pedro (Atítlan), Antígua (fora do período que fui), Cidade da Guatemala e Lanquím é de aprox. Q60 (8 dólares) e em Flores é a partir de Q90 (12 dólares). - Acabei fazendo as reservas de forma geral pelo Booking ou entrando diretamente em contato com as hospedagens para tentar negociar um preço sem as taxas de administração da plataforma. p.s.: Ao final do relato, encontrará a lista de todas as minhas hospedagens. COMIDAS E BEBIDAS - Para ver informações sobre as refeições e restaurantes, acesse a planilha. - Acabei achando a comida guatemalteca de forma geral similar a mexicana, inclusive muitos pratos vinham com tortillas. Porém achei que havia menos variedade nos restaurantes onde comi e de forma geral, a comida era ainda menos temperada do que a mexicana. Diferentemente do relato do trecho da viagem no México, aqui vou ficar devendo um glossário e informações mais ricas sobre a comida porque realmente não explorei muito. - No mercados municipais, de forma geral encontrará pratos baratos, de Q15 a Q25. Já em restaurante econômicos será em torno de Q35, Q40. - Ser vegetariano na Guatemala é um pouquinho complicado se você não está na pilha de fazer sua própria comida. - O custo do hortifruti é bastante alto mesmo em feirinhas. - Se encontrar balinhas de cardamono em algum local, compre! São deliciosas! (obs: o cardamono é pouco consumido localmente, mas o país é o maior exportador da especiaria. - Tem uma bebida bem típica lá que chama Quetzalteca. É uma bebida mista alcóolica, leia-se: álcool misterioso misturado com suquinho. hahaha Eu tomei de tamarindo e achei gostosa. - As cervejas de forma geral são bem leves e aguadas. Das que se encontra facilmente, as que achei melhorzinhas foram a Monte Carlo Premium e a Cabro Reserva. ROTEIRO DIA 1) COMITÁN DE DOMINGUEZ (MÉXICO) A QUETZALTENANGO (também conhecida como Xela) Dia basicamente de deslocamentos saindo às 8h de Comitán de Dominguez (México) em van da empresa Rapidos de La Frontera até Ciudad Cauhtemóc (75 pesos mexicanos, 1h30 de duração). Em seguida peguei um táxi coletivo até a fronteira (15 pesos, 5 min de duração). Como já tinha preenchido o formulário de saída de forma online (infelizmente não tenho mais o link), fiz rapidamente o procedimento de check-out e em seguida ingressei na Guatemala via cidade La Mesilla. Não houve nenhuma inspeção fronteiriça e nem questionamentos no país. Rapidamente carimbaram meu passaporte e me permitiram seguir viagem. Troquei um pouco de dólares com cambista (não faça isso! caminhe até um pequeno banco e faça a conversão oficial) e depois caminhei até o terminal de onde saiam os ônibus com destino a Xela. Peguei um chicken bus (detalhes em tópico anterior), viajei por cerca de 2h30 e fui transferido meio assustado para outro ônibus. Primeira experiência de muitas assim (hehehe). Quando isso acontecer, não pague pela viagem seguinte. O valor dela já está incluso na primeira passagem que pagou. Depois de mais 2h30 de viagem, cheguei a Xela, às 17h mais ou menos. O custo da viagem foi de Q60. Fui ao hostel, deixei minhas coisas, saí para jantar e depois retornei com o intuito de conseguir conhecer gente que iria para algum vulcão no dia seguinte. Garantindo a sorte de mochileiro solitário, encontrei um grupo de 4 meninas que iriam e que falaram que eu poderia ir com elas se o motorista do Uber aceitasse mais um passageiro. Nesta noite fui dormir feliz e esperançoso pelo sucesso no dia seguinte. DIA 2) XELA: VOLCÁN SANTA MARIA, MIRADOR VOLCAN SANTIAGUITO (tentativa) E ATRAÇÕES EM XELA Acordei bem cedo e encontrei as meninas na entrada do hostel às 5h30. Conseguimos pegar o Uber em cinco pessoas apesar de uma relutância inicial do motorista 🥳 Há também a opção de ir até as trilhas de transporte público, porém o ideal mesmo é ir de Uber, já que o ônibus começa a circular só a partir de 6h e demora um pouco até chegar lá. O custo do Uber é de cerca de 25 quetzales ou 3,50 dólares. O objetivo inicial e único era fazer a subida do Volcán Santa Maria, que é um dos 288 vulcões ou estruturas vulcânicas existentes na Guatemala. A trilha até lá tem aproximadamente 3h de duração, cerca de 10 km de extensão (ida e volta), e parte de uma altitude de 2500 m com chegada no cume a 3772 m de altura. É uma trilha um pouco cansativa, mas tecnicamente é fácil e muito bem marcada. Pode ser feita facilmente sem guia, mas recomendo o uso de algum app de navegação para não se perder em uma bifurcação ainda no início. O vulcão é bastante visitado para cerimônias religiosas e infelizmente, em partes por conta disso e em outra parte por conta de turismo irresponsável, a trilha é cheia de lixo. De qualquer forma, vale muito a pena a subida até o cume, de onde se vê o vulcão Santiaguito eventualmente expelindo bastante fumaça. Basta ter paciência para ver a atividade. Santiaguito é um dos quatro vulcões ativos atualmente no país. Os outros três são Pacaya, El Fuego e Tacaná (este não aparece em todas as listas, talvez por não ter atividade constante). Ressalto que o ideal é sair cedo, até 5h30, para ter maior chance de ver bem a paisagem. Depois de 10h os vulcões na Guatemala costumam ficar com bastante neblina. Na descida, resolvi que também tentaria ir até o Mirador Santiaguito. As meninas estavam cansadas e não animaram. Fui sozinho mesmo. Desse mirador se tem uma visão de baixo do vulcão. A trilha até ele, basicamente é uma bifurcação da trilha que vai até o cume do Santa Maria. É bastante tranquila, sendo em grande parte plana, porém acabei não a concluindo porque a neblina já estava muito pesada e depois de cerca de 2 km de caminhada, não conseguia ver quase mais nada adiante. De qualquer forma, dá para fazer as duas trilhas no mesmo dia, mas aí recomendo sair até 4h30 e ir primeiro no Mirador Santiaguito. Retornei à cidade em transporte público. Para pegá-lo, é necessário retornar na via onde o Uber o deixou até o ponto onde os ônibus passam. É melhor confirmar o local com algum morador. Na cidade, ainda aproveitei para conhecer o belo Teatro Municipal por fora e a Catedral del Espíritu Santo, com sua fachada barroca. Almojantei no Mercado Municipal e depois voltei para o hostel para buscar minhas coisas e me mudar para minha hospedagem. DIA 3) XELA: TRILHA DE CERRO QUEMADO E IGLESIA SAN ANDRES XECUL Mais um dia que acordei cedo para conhecer uma área vulcânica na região de Xela. Neste dia o alvo era o Cerro Quemado, também conhecido pelo nomes de La Muela e Almolonga, um vulcão com altitude máxima de 3197 m, do tipo "domo", e formado por várias formações em forma de agulha e grandes blocos de rocha. Não tem aquele formato de cone como o de outros vulcões. O vulcão entrou em erupção em 1765 e em 1818. Nesta última vez, expeliu bastante lava por uma extensão de 2,5 km. Em alguns dos seus pontos, ainda expele fumaça e em uma das das suas faces conta com um balneário de águas termais. Por isso é considerado um vulcão ativo, porém com atividade latente. Sobre a trilha: Fica bastante próxima do centro da cidade de Xela. No Wikiloc há duas opções que são basicamente a mesma rota saindo do povoado de Almolonga e terminando mais próximo do centro de Xela. As trilhas possuem cerca de 7 km e um desnível de 550 m. São cerca de 3 km de caminhada em cima das rochas e o restante em área de floresta. Aparentemente, analisando o Wikiloc, não seria difícil, mas inventei de inverter o sentido da trilha, pois achei que seria melhor a logística, e acabou sendo uma das trilhas mais difíceis da minha vida! Não tinha um bom referencial de chegada e o trecho sobre as rochas é bastante difícil. O tempo todo vc tem que pular de rocha em rocha em um sobe e desce danado. E ainda para contribuir na dificuldade, o GPS estava perdendo o sinal constantemente. ⚠️ Muitas das rochas são frágeis e não estão bem fixadas. Muito cuidado especialmente se inventar de escalar alguma formação. Juntando todos os fatores com problemas de navegação, caminhei 1 km a mais e fiz um desnível maior. O tempo total de caminhada foi de 6h num calor da porra. 🥵 ▶️ Dicas: - Leve bastante água; - Peça um Uber para ir até o ponto de partida; - O ideal é chegar até 6h30 para ter mais chance de ter boas vistas da cidade; e - Vá com uma bota sólida, pois o risco de rasgar tênis nas rochas é alto. 20230331_082830.mp4 Depois retornei à cidade em uma van e ainda corri para conhecer a bela igreja da vila de San Andrés Xecul a 13 km de Xela. Essa igrejinha super colorida é considerada a igreja mais pitoresca da Guatemala. Mescla elementos culturais maias e católicos. Na sua fachada estão diversas esculturas de anjos, animais, milho e outros alimentos tradicionais e ainda duas onças na sua parte superior que remetem a heróis do mais importante códice maia: o Popol Vuh. A data da construção não é exata, mas na cruz há a data de 1900-01, dando a entender que a construção aconteceu durante esse período. Porém há também a hipótese de que foi construída ainda no séc XVII. A fachada da igreja me lembrou muito o interior do Templo San Francisco Acatepec e do Templo de Santa María Tonantzintla, ambos em Tonantzintla, México (ver este Relato para entender). Acho que valeu super a pena a pequena viagem de Quetzaltenango (Xela) até a vila apenas para conhecer a igreja. 🚌 Combi ao terminal para Toto (Q2,5); ônibus até Morería (letreiro San Cristóbal ou Cuatro Caminos), Q5; tuk-tuk até a igreja, Q5 (total do trajeto cerca de 50 min) Depois enfim retornei à cidade, jantei e relaxei. DIA 4) DESLOCAMENTO ATÉ SAN PEDRO LA LAGUNA E INÍCIO DA HOSPEDAGEM NO LAGO ATITLÁN Me permiti relaxar e acordei um pouquinho tarde. Depois de tomar café da manhã, peguei minhas coisas para caminhar até o Terminal Minerva, de onde saem os ônibus com destino ao Lago Atitlán. No caminho, parei para contemplar a Iglesia San Nicolas, uma pequena e charmosa igreja de estilo gótico. Peguei o ônibus no terminal e depois de 2h30 de viagem direta, sem surpresa, cheguei a um dos povoados do Lago Atitlán: San Pedro La Laguna. O custo da viagem foi de Q50 e a duração total foi de 2h30. O Lago Atitlán é uma das principais regiões turísticas da Guatemala. O lago tem origem vulcânica e é cercado de vulcões e montanhas. Com uma profundidade de até 340 m é o mais fundo da América Central. Cheguei em San Pedro já por volta de 15h. Fui logo à minha hospedagem, deixei a mochila e saí para explorar o povoado. Dos povoados do Lago Atitlán, San Pedro é o que tem mais infraestrutura turística e conta com muitos bares, restaurantes e é também conhecido por suas festas. Apesar de achar algumas coisas bem desconectadas da Guatemala, eu curti bastante o povoado. Achei na verdade seria mais pasteurizado, mas ainda guarda muitos encantos. Depois de explorar o povoado, fiz um almojanta e retornei à hospedagem. DIA 5) SAN JUAN LA LAGUNA, ROSTRO MAYA (INDIAN NOSE), SANTA CLARA E SAN MARCOS Dia de explorar povoados do Lago e de subir até o Rostro Maya com o seu Indian Nose (nome que a gringaiada colocou 😅). Inicialmente fui caminhando até o povoada de San Juan La Laguna. Lá tem uma ruazinha central bem colorida, com guarda-chuvas pendurados, cheia de galerias de artesanatos e alguns pequenos restaurantes e cafés. Do povoado, há umas das saídas para a trilha do Rostro Maya, uma caminhada de cerca de 1h30 a 2h até o pico de uma montanha de 2200 m de altura. É um local em que muita gente vai para assistir o nascer do sol, mas eu não tive esse gás, não (leia-se: preguiça danada 🤣🤣). A caminhada é um pouco cansativa, mas vale super a pena, já que a vista do alto é fantástica. Tem a opção de ir também por Santa Clara, com caminhada bem mais tranquila de cerca de 40 min. Eu fiz esse trecho em seguida à subida para conhecer esse outro povoado. Santa Clara é uma cidade sem grandes atrativos turísticos. Gostei de ir na sua parte central e ver o caos do mercado em um dia de domingo. Depois de dar uma volta pela cidade, peguei uma camionete "pau de arara" com destino ao povoado de San Marcos. O caminho até o povoado foi um atrativo à parte, com curvas sinuosas e belas vistas do Lago Atitlán. 20230402_160028.mp4 San Marcos tem uma pegada mais hippie chique, com opções de restaurantes vegetarianos, spas e casas de yoga e toda uma áurea espiritualista tilelê. É bonitinho! Acho que vale a pena conhecer e talvez se hospedar dependendo da sua pegada e do seu bolso ($$$). Depois de curtir um pouco o povoado, almojantei no Samsara's Garden, um restaurante vegetariano maravilhoso e com um menú completo não tão caro assim (Q45). Valeu super a pena! Relaxei um pouquinho após a refeição e voltei a San Pedro de lancha. O custo foi de Q15. Ao chegar, peguei minha mochila, fui para minha nova hospedagem e relaxei tomando uma cervejinha e tendo uma vista maravilhosa do Lago Atítlan. DIA 6) DE SAN PEDRO A PANJACHEL E DESLOCAMENTO ATÉ ANTÍGUA Depois de tomar café da manhã, peguei minhas cosias e fui até o porto para tomar o barco a Panajachel (passagem a Q25, duração de 50 min). Ao longo do trajeto, passamos por cantinhos muito lindos e reservados do lago. 20230403_111128.mp4 Panajachel me pareceu não ser um povoado tão charmoso, mas pode funcionar bem como base para quem está chegando de Cidade de Guatemala ou de Antigua. A partir do povoado, iniciaria a minha jornada terrestre até chegar a Antígua. Eu amei o lago! Queria ter ficado mais tempo e dividido minha hospedagem entre outros povoados. Já com saudades do lago, iniciei a minha jornada até Antigua, que envolveu o seguinte roteiro: a) Ônibus a Sololá: Q5 (20 min) b) Ônibus a Los Encuentros: Q3,50 (35 min) c) Ônibus a Chimaltenango: Q40 (1h30) d) Ônibus a Antigua: Q10 (45 min) Cheguei já um pouco tarde em Flores. Comi e comprei presentes logo no mercado e depois fui à hospedagem. À noite fui caminhado até a bela Praça Central de Antígua e me deparei com uma procissão de Semana Santa em plena segunda-feira. Vale aqui dizer que Semana Santa na Guatemala é uma instituição cultural seríssima! Muitas pessoas já iniciam as celebrações até mesmo antes da Semana Santa em si. Durante a Semana, há procissões em diversas cidades, sendo que o ápice ocorre na Sexta-Feira Santa. As cidades que concentram os cortejos mais grandiosos são a Cidade da Guatemala e especialmente Antígua. Milhares de pessoas viajam à cidade para acompanhá-las. As procissões envolvem cortejos com diferentes alas representativas de setores da Igreja Católica, orquestras que aglutinam elementos de músicas tradicionais maias, alas estudantis e o clímax é a passagem da pesadíssima arca de madeira com diferentes elementos religiosos, sendo geralmente a figura principal o Cristo crucificado. 20230403_195236.mp4 Após apreciar a primeira procissão em Antígua (já tinha visto uma em Xela, mas incomparável a esta), fui tomar uma cervejinha artesanal em um lugar meio xicoso, no caso o El Almacén (parte do Hector Bistro). Eu curto cerveja e sempre reservo um espaço na viagem para conhecer as cervejas locais. No caso esse foi o principal momento na viagem pela Guatemala dedicado a isso. As cervejas do local eram da Cervecería 14. Achei caras e apenas as IPAs e a Stout eram boas, mas nada de excepcionais. DIA 7) ANTÍGUA: ROLÊ PELA CIDADE Dia de fazer um grande rolê turístico pela cidade de Antígua e aproveitar ao máximo os seus atrativos. Brevemente sobre a cidade: fundada em 1543, tem ruas com diversas casas coloridas e muitas igrejas e antigos conventos em ruínas. Certamente é uma das cidades coloniais mais bonitas em que já estive e que encanta a todos os visitantes. Apresento abaixo os atrativos em ordem de visita e pequenos comentários a respeito. a) Convento de La Merced - Q20. Pequeno, mas muito bonito! Vale a pena conhecer. b) Arco de Santa Catalina - cartão postal da cidade; c) Convento Capuchinas - Q40 ou Q20 estudantil. Ainda mais bonito do que o convento anterior e com muitos ambientes; d) El Carmen- igreja com fachada muito bonita, mas que está fechada para restauração; e) Catedral de San Jose - fachada bem bonita, interior simples, mas bonito. Tem opção de visitar a Catedral antiga em ruínas, mas achei que não valia a pena pagar Q20; f) Palacio de los Capitanes (Museu MUNAG) - grande coleção de diferentes períodos, desde pré-hispânico até o Contemporâneo. Tem um pátio interno bem bonito e boa vista da praça central. Gratuito; g) Museo de Arte Colonial - com um pátio belíssimo; acabei não visitando a coleção e achei cara a entrada (Q50). h) Lavadero Union - tanques antigos para lavar roupa. Está em uma praça bem bonita que vale a pena ser visitada; i) Convento San Clara - tem vários arcos. Foi o convento que achei mais bonito; i) Por fim, passei na frente da Ermita San Jerónimo e do Convento La Recolección. Os dois tinham o mesmo preço de ingresso: Q40 inteira ou Q20 estudantil. Achei que não valia a pena pagar. Ainda consegui tirar uma foto legal do La Recoleccíon mesmo sem entrar: Fim dos rolês. Hora de descanso, pois o dia seguinte seria de ida ao Vulcão Acatenango. DIA 8 ) VULCÃO ACATENANGO E chegou o grande momento do relato! Momento de comentar sobre um dos dias mais especiais da minha vida: o dia em que subi o Acatenango e vi o vulcão El Fuego em atividade, com várias erupções, e ainda vi ao seu lado o belo vulcão El Agua. ❤️ O tour ao vulcão dura dois dias, com uma pernoite no Acatenango. É feito em grupo e é oferecido por várias agências em Antigua. Os preços variam de Q250 (Barco Expeditions) a Q550, mais Q100 por entradas. Esses preços incluem refeições, barraca para pernoite e alguns equipamentos como luvas, gorro de frio e casaco. ▶️Sobre a trilha: A trilha pode ser dividida em 3, sendo que apenas a primeira parte é obrigatória: 1) Subida ao Acatenango - subida praticamente constante durante 4h e depois mais cerca de 1h em relevo plano. No total são cerca de 8 km e um ascenso de 1000 m. É cansativo e não é fácil, mas também não é muito difícil já que o grupo vai em um ritmo tranquilo e são feitas muitas paradas; 2) Ida e volta ao Vulcão El Fuego - essa já é bastante puxada e tem um custo extra de Q200. Eu acabei não conseguindo fazer porque a saída foi muito corrida e eu tive que ia atrás de saco de dormir e ainda tive problemas intestinais assim que cheguei no campo base hehehe Acho que vale a pena, mesmo tendo visto críticas mistas. Apenas o trecho de ida dura cerca duas horas, sendo que a trilha tem 500 m de descenso e depois outros 500 m de ascenso (considere isso na volta tbm). Chega-se a cerca de 400 m de distância do cume, onde há observação das erupções durante cerca de 20 min. Algumas pessoas acabam passando mal com essa experiência por conta de mal de altitude associada ao esforço físico. Acabou que de umas 15 pessoas que foram, apenas uma teve forças para ver o nascer do sol no dia seguinte; e 3) Nascer do sol no cume do Acatenango (na verdade faz parte do dia seguinte cronologicamente): necessário acordar às 3h40 Do acampamento base ao cume são 400 m de ascenso e cerca de 1h40 de caminhada, muitas vezes em cima de areia fofa e cinzas de vulcão. É um pouco cansativa, mas vale super a pena já que o visual é maravilhoso. Não há custo adicional. O tour por si só já é fantástico. Ainda tive o adicional de conhecer pessoas maravilhosas, que potencializaram a experiência.❤️ Fiz com a Barco Expeditions. Porém como a saída para iniciar a trilha foi muito tarde e como a trilha para o El Fuego foi desorganizada, recomendo pagar mais caro e fazer em agência como a V-Hiking com saída às 6h30. Tenha em mente que valerá o investimento para uma experiência única na sua vida. Se tivesse ido com uma empresa dessa, com certeza teria ido até mais perto do Acatenango e ainda teria tempo para descansar e fazer a trilha do nascer do sol no segundo dia. DIA 9) VULCÃO ACATENANGO (2º dia), RETORNO A ANTÍGUA E IDA A CIDADE DA GUATEMALA O segundo dia começou de madrugada com a subida ao cume do Acatenango para ver o nascer do sol (já relatado no tópico anterior) e depois continuou com os 8 km de descida de retorno. Foi um retorno cansativo, mas terminamos com aquela sensação boa de missão cumprida! Que experiência fantástica! Chegamos por volta de 13h em Antígua. Fui direto almoçar, mesmo todo sujo, e depois do almoço fui ao hostel, tomei um banho e peguei minhas coisas para ir para o meu próximo destino: a Cidade da Guatemala. No caminho até o ponto de onde sairia o ônibus à Cidade da Guatemala, ainda tive tempo de apreciar uma procissão enorme. Antígua na quinta-feira da Semana Santa estava completamente lotada! Cheguei na Cidade da Guatemala por volta de 17h e depois de alguns contratempos com a minha hospedagem reservada, consegui me instalar e relaxar um pouquinho. Mais tarde saí para uma caminhada até o Parque Central (Plaza Constitucion + Parque Centenario), passando pelo Parque San Sebastian. A Cidade da Guatemala também estava com as ruas cheias de procissões. No Parque Central, eu acompanhei uma, meio que de longe, pois o público era muito grande. Depois de acompanhar a procissão, comi em barraquinha na rua e voltei à hospedagem. DIA 10) VIAGEM ATÉ LANQUÍN (SEMUC CHAMPEY) A minha ideia inicial era ficar na Cidade da Guatemala e explorar um pouco os seus museus, mas como era Sexta-Feira Santa, isso seria impossível, pois estavam todos fechados. Resolvi então ir ao meu próximo destino: a cidade de Lanquín, que possui nos seus arredores a Reserva Natural de Semuc Champey. No caminho até o terminal da empresa Monja Blanca, caminhei novamente pelo Parque Central, agora já sem a movimentação de gente do dia anterior, e consegui visitar a Catedral. Realmente a área é bonita e me deixou com uma vontade de retorno para explorar melhor os seus atrativos, além dos demais da cidade. Cheguei no terminal por volta de 9h15, um pouco mais tarde do que eu queria, pois sabia que por ser feriado, a disponibilidade de transportes estava bem restrita. Porém acabou que consegui passagem A Coban ainda para 9h30. Inicialmente o percurso até Lanquím, seria relativamente tranquilo: pegaria o transporte até Coban e depois um direto para a cidade. Porém, como era Sexta-Feira Santa, as coisas não saíram exatamente como o planejado. Primeiro, mesmo eu falando que iria pegar o transporte para Lanquín, o motorista acabou que me levando até o terminal final da empresa ao invés de me deixar anteriormente no Terminal de Talpetate (muitaaa atenção se estiver fazendo esse trajeto para o mesmo não acontecer contigo). Tive que pegar um táxi até esse terminal e se não me engano desembolsar Q20. Chegando ao terminal já não havia mais transporte a Lanquín. O último tinha saído bem mais cedo e as informações eram completamente divergentes sobre a possibilidade de uma nova saída no dia. Fiquei conversando com um guatemalteco muito gente boa que estava na mesma situação que eu. Depois de ele fazer alguns telefonemas e de a gente conversar com algumas pessoas descobrimos que o mais possível é que não haveria mais transporte no dia. Pegamos, então, um ônibus de linha regular até a cidade de Carcha (Q5), que era cidade do rapaz. Chegando na cidade, caminhamos até a sua saída, onde tentaríamos pegar um transporte até Lanquín. Depois conversar com algumas pessoas e de outros telefonemas do rapaz, descobrimos que não havia mais transporte no dia. A nossa saída, então, foi dividir um táxi com outras três pessoas que também estavam ali e que queriam ir até um vilarejo próximo de Lanquím. O custo total do táxi foi de Q350. No final das contas, os trajetos resumidamente foram os seguintes: a) Cid Guatemala a Coban de Transportes Monja Blanca (Q105); b) Táxi do terminal da Monja Blanca até o Terminal Talpetate (Q20); c) Ônibus até Carcha (Q5) depois caminhamos até a saída da cidade; e d) Q350 táxi compartilhado entre 5. Foi punk e por diversos momentos achei que não conseguiria chegar a Lanquín neste dia! Acabei chegando na cidade já por volta de 18h. E claro, ainda tinha mais um trajeto a fazer: até a minha hospedagem já próxima da entrada da Reserva Natural de Semuc Champey. Foi um transporte na carroceria de uma camionete (jardineira) por Q25. Cheguei à hospedagem exausto, tomei banho, jantei e dormi super cedo. DIA 11) SEMUC CHAMPEY E CAVERNA K'AN BA Dia de conhecer um dos lugares naturais mais famosos da Guatemala: Semuc Champey. É uma série de poços de água verde-esmeralda que desemboca em uma bela cachoeira. 🤩 A trilha é toda em caminho pavimentado ou em passarela de madeira, super acessível para pessoas de todas as idades. Isso acaba sendo um problema ao final de semana ou feriado para quem, assim como eu, não gosta de lugares naturais cheios de gente. Eu infelizmente por conta do meu roteiro apertado acabei visitando em um dos piores dias do ano, na Sexta-feira Santa. A dica de ouro é chegar cedo, ir direto no mirante (primeira foto abaixo) e depois descer para os poços. Não deixe de conhecer o Sumidoro e depois descer para a cachoeira, a qual já tem um acesso um pouco precário, em trilha de terra e envolvendo uma pequena escalaminhada na volta. Por conta dessa dificuldade, as famílias não descem para lá e o local fica super tranquilo. 💲Entrada: Q50 🚌 Para quem está hospedado em Lanquín, tem transfer em carroceria de camionete o tempo todo por Q25. Depois de conhecer Semuc, almocei e resolvi me aventurar em um passeio na Caverna K'An Ba. Sinceramente: que decisão errada! O passeio tem um custo de Q60 (+Q20 para aluguel de sapatilhas, caso queira) e vale apenas para a gringaiada besta, sedenta de uma aventura. Não vale a pena para ninguém que já teve experiência em qualquer caverna mais rústica no Brasil. O passeio por dentro da caverna é feito a luz de velas de uma forma muito rápida. São cerca de 30 min corridos na caverna, sem tempo para contemplação das formações espeleológicas. Simplesmente o guia vai puxando o grupo, que vai caminhando pelos corredores da caverna, geralmente com água na altura do joelho ou da cintura. Em alguns momento, há subidas em partes mais altas da caverna para depois se pular na água. Tudo muito rápido e sem muitas instruções boas de segurança por parte dos guias. A caverna em si também não tem nada de excepcional! Melhor guardar a grana para outros passeios ou se ainda quiser fazer esse passeio, pague Q10 extras e faça também a flutuação pelo rio, que eu acabei não fazendo, mas que achei que poderia ser bem relaxante. Depois dessa aventura tosca, caminhei de volta até a minha hospedagem. DIA 12) FLORES Dia de acordar cedo para pegar um transfer até a ilha de Flores. Agendei o transfer no dia anterior no hostel Pachamaya. Foi onde encontrei o custo mais baixo: Q200. O transporte sai às 6h e o tempo de trajeto é de 8h. Cheguei em Flores por volta de 14h, arrumei uma hospedagem para mim e uma amiga francesa que fiz durante o trajeto e depois saímos para comer alguma bobeira, explorar um pouco a cidade e principalmente para pesquisar os preços dos passeios a Tikal e Yaxha. Eu achei a parte da ilha de Flores bastante pitoresca e agradável. É cheia de casinhas coloridas e não tem prédios altos. Cercada pelas águas do Lago Petén, é uma área bem pacata, com cantinhos bem charmosos e com pontos de onde se pode apreciar um pôr do sol incrível. Até vi uns comentários negativos sobre a ilha feitos por estrangeiros, mas sinceramente, imagino que essa galera espera só baladas e locais com climas toscos a la Playa del Carmen ou Cancún nos seus destinos turísticos. Depois do rolê pela cidade e de reservarmos os nossos passeio, voltamos para a hospedagem para descansar um pouco e sair mais tarde para tomar um drink e comer alguma coisa. DIA 13) TIKAL Dia de acordar cedo e sair às 8h para conhecer o sítio arqueológico de Tikal, a 75 km de Flores. O sítio arqueológico acabou se tornando o meu favorito na América Central, desbancando Uxmal. 🙂 Situado no meio de uma floresta (lembrando muito Calakmul e Yaxha), o sítio de Tikal hoje é um dos principais destinos turísticos da Guatemala. Sobre a sua história, o sítio começou a ser ocupado aprox em 800 a.C. Dos anos 200 a 900, foi um complexo e grandioso reinado maia que rivalizou diretamente com o reinado de Calakmul (para ver mais informações sobre Calakmul, leia o relato da parte da viagem no México, citado no início do relato). Após derrotar Calakmul em 695, passou a ser a mais influente e poderosa civilização maia. O seu declínio, assim como o de Calakmul, aconteceu nos anos 900 provavelmente por uma série de motivos que incluem superpopulação, desmatamento massivo e secas prolongadas. ▶️ Para visitar o sítio, é possível ir em ônibus por conta própria, mas os horários são bem restritos e a volta para Flores pode ser um pouco complicada se não for de carona. Recomendo pegar um tour em agência de turismo nos horários de 6h ou 8h. 👎 Não recomendo ir mais tarde por conta do calor e porque o sítio fica mais cheio. Também pelo que ouvi de mais de uma pessoa, não vale a pena pagar a mais para o tour do nascer do sol. 🚌 Tours agendados em agências em Flores com saídas às 4h30 (um pouco mais caro) e a cada duas horas a partir de 6h, com custo de Q120 e duração de cerca de 7h. Fiz com a empresa Agency Neverending e gostei da qualidade do serviço, apesar de terem atrasado um pouco a saída. 💲Entrada a Q150 (cerca de 20 dólares) DIA 14) PLAYA CHECHENAL E YAXHÁ Iniciei o dia indo até a Playa Chechenal. Primeiro fui ao muelle municipal, onde peguei um barquinho e atravessei a San Miguel do outro lado do Lago Petén (Q10, 5 min de travessia). Essa parte de San Miguel é ainda mais tranquila do que Flores e é bastante agradável. Creio que vale a pena ser visitada por si só. Depois caminhei por cerca de 2 km até chegar na Playa Chechenal. No caminho, fiz uma breve parada no Mirador de Canek, de onde se tem uma bela vista do lago. A Playa Chechenal é privada, tendo um um custo de Q10. É agradável, tem boa estrutura e a água do lago é uma delícia. Porém achei que tinha muito lixo. Depois do passeio, retornei a Flores, pois no período da tarde, tinha passeio ao sítio arqueológico de Yaxhá, com saída às 12h. Yaxhá é um sítio arqueológico maia situado a uma distância de 30 km em linha reta da grande cidade maia de Tikal. A sua construção iniciou-se aproxidamente 600 a.C. A civilização atingiu seu ápice no séc VIII, chegando a ter um população de cerca de 20 mil pessoas e reunindo mais de 500 estruturas entre palácios, templos e áreas residenciais. Muitas pessoas que visitam a região acabam conhecendo apenas o sítio de Tikal. Com certeza este é mais grandioso e interessante, mas acho que vale muito a pena também reservar um dia para conhecer Yaxhá. O sítio é bem menos visitado, mais barato do que Tikal e ainda o tour com as agências de turismo incluem um pôr do sol maravilhoso que é visto de cima de uma pirâmide. 😍 Os tours saem ao meio-dia da cidade de Flores e têm uma duração total de mais de 7h30, sendo que de caminhada no sítio são cerca de 4h. Fiz o tour com a empresa a empresa Getaway. Foi excelente, mas o grupo estava muito grande e acabou sendo ruim para quem queria o tour em inglês. Além disso, o guia passou muitas informações erradas, mas isso é normal nesse tipo de passeio guiado. 💲Tour por Q150 + Q80 de entrada no parque. Com o pôr do sol acima, fechei com chave de ouro a minha programação de passeios pela Guatemala! Voltei a Flores, comprei alguns artesanatos e lembrancinhas, tomei uma Quezalteca de tamarindo e dormi cedo, pois o dia seguinte seria de um rolezão de volta ao México passando por Belize. DIA 15) RETORNO AO MÉXICO COM DESTINO FINAL EM MAHAHUAL Dia do fim da minha viagem pela Guatemala, esse país que me surpreendeu muito positivamente! Eu poderia ter pago um transfer completo com destino a Chetumal, que seria muito mais confortável, mas mochileiro murrinha que sou, resolvi fazer os percursos por conta própria e me lasquei muito. Só não tive prejuízo financeiro em relação ao transfer completo porque ainda dei uma certa sorte. Sendo assim, se quer ir logo para o México, pague pelo transfer. Não tente se aventurar que nem eu, a não ser que pretenda ficar alguns dias em Belize. Segue um breve roteiro do deslocamento completo até Mahahual: a) Q100 até Cidade de Belize com empresa Getaway, saída 6h, chegada 12h; b) Q22 até Chetumal com a empresa Cabrera's Transporte até a fronteira (3h30 de viagem). Os responsáveis pelo transporte não me esperaram fazer todo o procedimento de check-out na imigração, que envolve o pagamento de uma "módica" taxa de 32,50 dólares belizenhos (ou U$$ 16,25 americanos). Me abandonaram na fronteira; c) Tive que pagar 100 pesos mexicanos a mais em um táxi até Chetumal, mas o preço na verdade seria de 200. Só não paguei isso porque chorei bastante com o motorista e porque ele conseguiu outras pessoas para dividir a corrida; e d) Do Terminal de Combis de Chetumal até Mahahual mais 110 pesos. Fim do relato! Espero que tenham gostado. Qualquer dúvida podem falar comigo por aqui ou pelo Instagram https://www.instagram.com/viajadon_/
  4. Alguém sabe informar se há como fazer o deslocamento de Antigua a Lanquín durante a noite ? Tô com o roteiro meio apertado e não queria perder um dia inteiro fazendo o trajeto de dia..Queria tentar sair de Antigua a noite e chegar em Lanquín de manhã p ir a Semuc Champey
  5. Bom, vou colaborar com nosso relato de viagem por dois países da América Central realizado entre fev e mar/19. Ressalto que a melhor época para visitar a região é de janeiro a abril para fugir das chuvas. O custo total da viagem foi R$6000,00, sendo: R$1500 (passagem São Paulo – San José) pela Avianca R$ 500 (passagem San José – Cidade da Guatemala) pela Copa R$ 600 (hospedagens em hostel) R$ 500 (ônibus/shuttles na Guatemala) R$ 400 (aluguel do carro) + R$150 combustível na Costa Rica (valor por pessoa em carro 4 pessoas) + demais custos com alimentação e passeios Os roteiros foram os seguintes Costa Rica 9 dias: todo o roteiro realizado com carro alugado (aprox. 50usd/dia) Chegada em San José – Pq. Manuel Antonio – Cartago (vulcão Irazú) – Vulcão Poás – La Fortuna (Arenal + Rio Celeste) – Tamarindo (Playa Conchal e Hermosa) Guatemala 9 dias: todos os deslocamentos realizados por ônibus/shuttle (possível comprar pelo site GuateGO), mas recomendo fechar com as agências locais que fica bem mais barato. Chegada na Cidade da Guatemala – Antígua (vulcões Pacaya e Acatenango) – Panajachel (Lago Atitlán) – Lanquin (Semuc Champey) – Flores (Tikal)
  6. ola amigos alguem sabe me dizer como ir de puerto cortez para flores na guatemala , estamos fazendo esse muchilão , sando do panama , até cuba e voltado para o brasil , se alguem quizer saber de alguma imformação, depoi de nossa viagem so me chamar no zap +55 12 997471987, ou se quizer entrar em contato comigo para tirar minhas duvidas fico agradecido, estaremos em viagem apartir de 23/12/2022 e terminamos em 27/01/2023. vlw ah temos um canal de dicas de viagem, POBRE TAMBEM VIAJA DE A a Z no youtube
  7. México, Belize e Guatemala Relato de Viagem Olá, Mochileiros. Meu nome é Caio Andrade, sou de Manaus – Amazonas, e junto com minha esposa, Gilci Helena, somos apaixonados por viagens. Diferente do que aconteceu com o Mochilão que fiz pelo Peru-Bolívia-Chile, eu não encontrei quase nenhuma informação sobre o mochilão México-Belize-Guatemala. Então, eu fui coletando informações isoladas de outros relatos e também do Instagram da maravilhosa Gabi (@viajandocomgabi). Por este motivo, resolvi fazer este relato o mais rápido possível. Gostaria de informar (e pedir desculpas para quem gosta) que este relato não terá fotos, mas apenas o relato detalho junto com valores, pois é isso que realmente importa. Caso você queira ver algumas fotos e alguns vídeos sobre o roteiro, visite o meu perfil no Instagram (@caioandrade.adv). Gostaria de ressaltar que Então, vamos ao que interessa!!! Roteiro, Duração e Transporte O meu mochilão começou em 12.06.2019 e terminou em 03.07.2019, e perfiz o seguinte roteiro: Cancún (Mex) > Tulum (Mex) > Caye Caulker (Blz) > Flores (Gua) > Antígua (Gua) > San Cristóbal de Las Casas (Mex) > Cidade do México (Mex). Todo o meu trajeto foi feito por ônibus e shutles (minivans). No México, a empresa que domina o transporte é a ADO, que atende todo país. Para montar minha planilha de gastos, eu entrei no site da ADO, simulei os trajetos e obtive os valores. O site não aceita compras com cartões internacionais. Porém, comprando com antecedência no guichê da ADO, assim que você chegar no México, você terá descontos absurdos. Por exemplo: o trajeto San Cristóbal – Cidade do México estava custando cerca de 1.600 pesos, mas como comprei com dois dias de antecedência, ele saiu por 870 pesos. Já na Guatemala, os trajetos são feitos por shuttles (minivans), que são extremamente desconfortáveis, sem encosto para sua cabeça e você não consegue descansar. Ainda procuramos em varias agencias uma minivan que tivesse encosto para cabeça, mas TODOS não tinham. Então, prepare o seu corpo e o seu emocional. Hospedagem Todas as minhas hospedagens foram reservadas pelo Airbnb, pois queria pagar tudo antes da viagem e também porque eu queria ter mais comodidade e privacidade. A hospedagem é um dos pequenos luxos que eu e minha esposa nos permitimos durante a nossa viagem. Rsrsrs Uma dica muito importante: como eu não sabia os valores de certos passeios e precisava montar minha planilha de gastos, eu entrei em contato com o hotel que havia reservado e perguntei os valores dos passeios, visto que todos os hotéis de cidades turísticas oferecem esse serviço. Também já fiz isso pelo booking e funciona também. Qual moeda levar NÃO LEVE REAIS. Fiz isto apenas uma vez quando fui para o Chile e me arrependi. Muitos “nacionalistas” pregam que temos que devemos levar reais, pois, se levarmos dólares, faremos dois câmbios e pagaremos mais. MENTIRA. Já viajei para Chile, Argentina, Bolívia, Colômbia, Uruguai, Venezuela, Peru e Equador, e em TODOS esses países, eu tive mais vantagem levando dólares do que reais. Sem contar que algumas cidades pequenas, como Antígua, San Cristóbal, Caye Caulker, não têm casa de câmbio que aceitem reais. 1oDia – 12.06 (Cancún – México) Primeiramente, queria destacar o programa fidelidade Km de Vantagens, do Ipiranga. Foi graças a ele que consegui comprar milhas aéreas da Multiplus pela metadade do preço regular, o que me deu uma economia de mais de R$1.600. O voo de Manaus para Cancún estava muito caro. Pesquisando, encontrei uma passagem mais barata para a Cidade do México. Como eu queria ganhar tempo, comprei uma passagem pela Interjet, empresa low cost, para Cancún e saiu mais barato. Nosso voo chegou em Cidade do México às 07:30h e logo fui fazer o câmbio dos dólares que levei. No terminal 1, há excelentes cotações. Quanto mais distante do portão de desembarque, melhor será a cotação. Consegui um câmbio de USD 1 = 18,07 pesos mexicanos no CI Banco. No aeroporto, comprei um chip. O mais barato com internet ilimitada por 10 dias custa 100 pesos. Comprei um chip no primeiro quiosque que vi por 300 pesos e andando mais um pouco descobri esse de 100. Fizemos nosso check-in na Interjet e chegamos em Cancún às 15h. Fora da sala de desembarque há um guichê da ADO que oferece translado para a estação do centro por 86 pesos. Na estação da ADO, compramos nossa passagem para Tulum e tivemos desconto. Pegamos um táxi para o nosso apartamento. Nosso apartamento ficava localizado bem em frente ao Mercado 28, um mercado de artesanato e restaurantes, e a 15min andando da estação ADO. Não ficamos na zona hoteleira, pois estava muito caro. Desfizemos as malas, trocamos de roupa e fomos andar pela cidade. Almoçamos/jantamos no Mr. Habanero; pedimos tacos e burritos. Em quase todos dos restaurantes mexicanos, são oferecidos nachos com molhos picantes como entrada, sem qualquer custo. Passamos no supermercado e compramos água, café e sabão. Gastos: Chip: 300 Café espresso: 112 Chip: 100 ADO (do Aeroporto para o Centro): 172 (86 p/p) Passagem para Tulum: 238 (119 p/p) Taxi da rodoviário para o hotel: 80 Mr Habanero: 410 Supermercado (água, sabão e café): 47,60 TOTAL: 1459,60 pesos 2oDia – 13.06 (Cancún – México) Como eu e Gilci estávamos comemorando dois anos de casados, resolvemos fazer uma sessão de fotos. A sessão foi na Praia Delfines, uma praia muito linda e com poucas pessoas. Depois das fotos, fomos para o apto trocar de roupa, pois ele estava de vestido e eu de roupa social. Resolvemos voltar para a praia Delfines. Todos os ônibus com a sigla R2 e a palavra Hotel passam pela zona hoteleira e pela praia Delfines. Muito fácil de chegar. Passamos o dia na praia, comi algumas mangas e piñas coladas. Na praia, há um letreiro de Cancún e sempre tem fila para tirar fotos. Voltamos para o apto e comemos sushi no restaurante Akky, o mais barato que encontramos. Gastos: Ônibus: 24 (12 p/p) Salgadinhos: 35,50 Manga: 35 Pina colada de 1 litro: 150 Manga: 30 Ônibus: 24 (12 p/p) Tacos: 99 Helado: 30 Sushi Akky: 418 Total: xxxx pesos mexicanos *Desculpe qualquer erro ortográfico. Estou escrevendo do aeroporto internacional da cidade do México. Na próxima postagem, irei ter mais cuidado.
  8. Olá mochileiros 💓 Na falta de novas viagens, resolvi iniciar o relato do meu último mochilão que realizei com uma amiga em fevereiro de 2020 e apelidei carinhosamente de Mochilão Maya – Guatemala & México. Como a intenção é fazer tudo detalhadinho, vou dividir as postagens em etapas. 🗺️ Nosso roteiro foi o seguinte : 01/02 - Chegada em Cidade Guatemala - direto para Antígua 02/02 - Chichicastenango - Lago Atitlán (Panajachel) 03/02 - Lago Atitlán (Santa Cruz de La Laguna, Santa Catalina de Palopó e San Pedro) 04/02 - Lago Atitlán (San Marcos e San Pedro) 05/02 - Lago Atitlán (San Juan - Indian Nose) - Xela (Quetzaltenango) 06/02 - Xela (Vulcão Santiaguito) 07/02 - Xela (Lago Chicabal) - Antígua 08/02 - Antígua & Acatenango 09/02 - Antígua (Vulcão Pacaya) 10/02 - Shuttle para Lanquín 11/02 - Semuc Champey 12/02 - Transfer para Flores 13/02 - Tikal 14/02 - Transfer para Palenque 15/02 - Palenque 16/02 - San Cristóbal de Las Casas 17/02 - San Cristóbal de Las Casas 18/02 - Oaxaca 19/02 - Oaxaca 20/02 - Cidade do México - Cancún 21/02 - Cancun / Isla Mujeres 22/02 - Tulum 23/02 - Tulum 24/02 a 27/02 - Resort 28/02 - Valladolid 29/02 - Chichen Itzá - CDM 01/03 - Retorno Informações Básicas: Antes de começar vou deixar algumas informações básicas da Guatemala, pois é um país pouquíssimo visitado por brasileiros (não encontrei nenhum nas duas semanas que estivemos por lá, nem mesmo em Antígua), e com pouca informação em Português. 🏙️ Capital: Cidade da Guatemala 💵 Moeda: Quetzal. Para facilitar a conversão R$ 1,00 = GTQ 1,50 / USD 1,00 = GTQ 7,70 * Valores nesse relato sempre arredondados. 🕒 Fuso: - 3 👭 Visto: Brasileiros não precisam de visto para turismo – permanência até 90 dias. · Além de estar inserida entre dois oceanos, a Guatemala é rica em ecossistema. O território possui 37 vulcões, sendo 3 deles ativos (conheci todos), diversos lagos e rios, florestas tropicais, uma cadeia de montanhas e um deserto. Não bastasse a diversidade de atrações, a Guatemala ainda é um destino barato, especialmente em termos de alimentação e de hospedagem. Turismo e transporte, nem tanto, mas nada que encareça o destino. 😉 · Embora a língua oficial seja o espanhol, ela não é universalmente compreendida entre a população indígena; ainda são faladas várias línguas maias, em especial em áreas rurais. 📅 Quando ir? Embora o clima mude muito de um lugar para o outro em função da altitude, as temperaturas na Guatemala, de modo geral, se mantêm entre amenas e quentes ao longo de todo ano. O período de seca, entre dezembro e abril é considerado alta temporada, já o período de chuvas ocorre entre setembro e outubro. Em fevereiro, só peguei dias lindos de sol ☀️, um ou dois momentos nublados, mas zero chuva. 🤗 ✈️ Como chegar? Não há vôos diretos entre o Brasil e a Guatemala. As opções são via Panamá com a Copa Airlines, Via Avianca com conexão em Bogotá (🙏 para que a Avianca Colômbia consiga sobreviver a crise), ou com a Aeroméxico via Cidade do México. Minha opção foi pela Aeroméxico, múltiplos destinos (ida Guatemala / volta cidade do México), o voo foi comprado em meados de agosto e custou R$ 2.520,00. Embora, constantemente, haja promoções para o México, quando você inclui a Guatemala, a coisa muda de figura. 😒 Todas as vezes que simulei comprar separadamente os trechos não compensava. Devido a baixa oferta, os voos na América Central são caros, e ocorrem basicamente entre as capitais. A Guatemala só possui dois aeroportos, o da capital e o de Flores (ruínas de Tikal). A rota entre as duas cidades é operada pela Aero Guatemalteco, e o voo, quando comprado com antecedência é por volta de 150 USD. (não voamos, percorri tudo de shuttle) 🚗 Como se locomover? Muito popular nas viagens pela América Central, shuttles nada mais são do que transporte privado oferecidos por agências de turismo e às vezes hostel. Esse serviço é feito em uma van na maioria das vezes, ou microônibus. Algumas horrorosas, e que você só vai saber na hora 😆😆, mas demos sorte e só pegamos uma que foi péssima. As rotas são basicamente entre as principais cidades turísticas, e algumas entre países. Nesses casos você terá apenas que descer nas fronteiras para fazer os tramites de entrada e saída de um país e seguirá viagem em outro veículo. Algumas empresas shuttle: • Marvelusbookings (Foi a única que fechei pelo site com antecedência, depois explico o motivo, o restante tudo fechado no dia anterior em agências aleatórias) • Atitlan • Adrenalina Tours • Guatego OBS: Os preços na internet são um pouco mais caros, principalmente, os maiores deslocamentos. Adrenalina é caríssima, dizem ter um ótimo serviço, mas não usei. Existem poucas empresas de ônibus de turismo, e elas normalmente fazem apenas percursos entre grandes cidades, ou alguns poucos lugares turísticos. A empresa mais tradicional é a Ticabus. Ela percorre todos os países centro americanos indo basicamente de uma capital a outra. Não usei nenhuma vez. Os chicken bus são o jeito mais barato para se viajar pela América Central, por outro lado, parece ser o menos confortável - tanto pelas condições dos ônibus, como também pelas longas horas de viagem e inúmeras “conexões”. Muitas vezes para percorrer poucos quilômetros você terá que utilizar dois ou três ônibus. Mas pra quem tem tempo para mochilar, acho super válido! 🏘️ Hospedagem Na Guatemala as hospedagens em sua grande maioria são simples, tipo pensões. E também poucas oferecem café da manhã. Apesar de simples, todas que ficamos eram limpas, bem localizadas, e com um staff sempre fofo. Recomendo todas, e depois em cada uma, falarei um pouquinho mais. Há também boas variedades de hostels e alguns hotéis de "luxo". 🥘 Culinária O milho é um dos alimentos preferidos dos guatemaltecos, sendo utilizado para a produção de chuchitos, tacos e outros pratos típicos daquela cultura. Eles chamam o milho de "el maíz", na tradução, grão Maia. Entre as bebidas, o rum é um das principais, com tradição vindo desde o século XVI, servindo ainda para a produção do ti punch, junto com suco de lima e um concentrado de cana de açúcar.
  9. Fala mochileiros e mochileiras, tudo certo? Primeiramente gostaria de agradecer todas as dicas que colhi aqui no site do mochileiros e também em outros sites de membros da comunidade. Todos os relatos, fotos, vídeos e perrengues fizeram com que eu anotasse tudo, gravasse toda a minha viagem e resumisse em alguns vídeos para que eu possa trazer esse mesmo sentimento à vocês (inclusive aos que já fizeram essa trip e querem matar a saudade). Bom, finalmente vou começar a escrever sobre essa incrível viagem que fiz entre esses três países. "Ahh, mas Elyson, qual foi o melhor país?" Foi o que mais me perguntaram e a resposta é os três se completam, cada um tem sua peculiaridade! Durante essa viagem, mais do que tirar somente fotos, fiz vários vídeos onde mostrarei um pouco de cada lugar. O primeiro é o resumo de tudo que vou falar por aqui. Dá só uma olhada: [t3]ROTEIRO[/t3] [googlemap]https://www.google.com/maps/d/u/0/embed?mid=1GxLWAo-BCl6MGREPlEcIEYDyYRM&ll=17.709456759821986%2C-90.97493291249998&z=6[/googlemap] GUATEMALA - 10 DIAS - Ciudad de Guatemala - Antígua - Acatenango - Chichicastenango - Lago Atitlán - Semuc Champey - Flores - Tikal BELIZE - 4 DIAS - Belize City - Caye Caulker MÉXICO - 9 DIAS - Chetumal - Tulum - Chichén Itzá - Valladoid - Playa del Carmen - Cancun - Isla Mujeres - Cozumel - Playa del Carmen BELIZE - Belize City (Aeroporto) [t3]PLANEJAMENTO E GASTOS[/t3] Pois bem, aqui vem a parte que mais interessa a todos. Quanto custa essa viagem? Como passagem aérea é quase uma coisa pessoal, pois variam muuito de preço dependendo de quando você compra, de onde você inicia a viagem, onde irá fazer escala, ... colocarei o quanto eu gastei durante toda a trip, incluindo hospedagem, alimentação, aluguel de bike, lavanderia, pinga, balada, breja, tours, mergulhos, transportes, lembranças para família e amigos e entrada nos principais pontos turísticos: 1400 dólares. Levei 1500 dólares e se eu não tivesse perdido minha doleira (conto essa história mais pra frente), ainda teria voltado com 100 dólares no bolso. sqn CAMBIO Os Câmbios que peguei foram: Dólar à R$3,43 (quando voltei tinha baixado muito) Guatemala U$1 = 7,5 Quetzales Belize U$1 = 2 ‘’Belizenhos’’ (esse cambio não sofre alteração) México U$1= 21 Pesos Com relação as passagens aéreas, minhas dicas são: DICA 1: COMPRE COM ANTECEDÊNCIA (nem precisava falar); DICA 2: Se teu vôo faz escala, VEJA BEM SE OS PAÍSES EM QUE ELE FARÁ ESCALA PRECISA TER VISTO. Digo isso porque minha passagem sairia muito mais barata se eu fizesse um trecho com a American Airlines, mas como não tenho visto para entrar nos EUA, não pude comprar. Já ouvi relatos de muitas pessoas que compraram por impulso sem ver esse ponto e tiveram que cancelar sua viagem. DICA 3: PESQUISE EM VÁRIOS SITES! inclusive das companhias aéreas que saírem no resultado. Não sabe quais são os sites, vou facilitar sua vida: http://www.decolar.com http://www.melhoresdestinos.com.br http://www.skyscanner.com.br http://www.viajanet.com.br http://www.submarinoviagens.com.br http://www.kayak.com.br/flights http://www.expedia.com.br http://www.zupper.com.br http://www.mundi.com.br http://www.trabber.com.br No meu caso comprei pela Decolar.com, pois mesmo com a taxa de serviço deles, o valor saiu mais barato do que comprando direto com a companhia, além de eu ter tido sorte de pegar três vôos na primeira classe. Fui de Avianca e o atendimento foi excelente! Uma dica é: caso queria fechar direto pela Avianca, por ver que vai sair mais barato, ligue gratuitamente para a AVIANCA COLOMBIA. Lá o preço cai ainda mais, muito mais e pelo mesmo voo que vai sair aqui do Brasil (vai entender). Os telefones são: 0 800 891-8668 0 800 761-8222 0 800 891-1684 (telefone para portadores de deficiência de fala e audição). DICA 4: UTILIZE AS ESCALAS PARA CONHECER OUTROS PAÍSES. Se você tiver tempo e planejar bem, pode muito bem pegar uma escala para o Panamá, por exemplo, e perguntar na companhia aérea se poderia ficar mais tempo na escala. Existem escalas que você pode fazer de 8, 10 horas até DIAS. Então porque não aproveitar para comer um Ceviche em Lima, ou conhecer o canal do Panamá com seu novo chapéu? DICA 5: COMPRE SUA PASSAGEM DE VOLTA PARTINDO DO SEU DESTINO FINAL. Se você vai começar sua trip na Guatemala até o México, porquê não comprar sua passagem de volta saindo de Cancún ou Cidade do México ao invés de ter que fazer toooodo o trajeto de volta até a Guatemala? "Ahh Elyson, mas meu vôo vai sair 200 dólares mais caro se eu voltar do México..." então vamos lá. Se você esta lá na ponta direita do México e seu voo de volta parte da Guatemala, NO MÍNIMO uns 2 dias de viagem você perde, além de ter que gastar mais dinheiro com transporte (ônibus, van, taxi), energia por ter que viajar horas em ônibus/van/barco/taxi, perder tempo buscando hospedagem, correndo pra lá e pra cá com a mochila nas costas, fazendo cambio de dinheiro e rezando para que tudo dê certo na imigração. Prefiro muito mais usar esses dois dias para conhecer outro lugar ou ficar de pernas pro ar descansando em alguma rede. Caso o valor não seja tão absurdamente alto, não faça isso com você. [t3]O QUE NÃO DEIXAR DE LEVAR NA MOCHILA[/t3] Algumas coisas variam de viagem para viagem, mas existem coisas que nunca devem faltar em sua viagem e e colhi algumas boas dicas no site My Lovely Passport, e essas são: 1º – CANETA . Em muitos aeroportos do mundo é preciso preencher fichas para a polícia federal e nem sempre (quase nunca) têm canetas disponíveis. As pessoas preenchem rapidinho e já vão direto para o guichê, não deixando nem abertura para pedir emprestado. Então, para não atrasar sua viagem por um motivo tão bobo, leve uma caneta com você e deixe em fácil acesso na bagagem de mão 2º – CADERNO DE ANOTAÇÕES. Não fique dependente do seu celular. Nas piores horas a bateria acaba e aí vem aquela lembrança, PORQUE EU NÃO ANOTEI EM UMA M* DE PAPEL? Além de te ajudar a anotar algumas coisas, como a reserva do hostel/hotel ou o relato da viagem , é muito mais rápido e fácil se comunicar com papéis em algumas situações onde o idioma falado é diferente do que você domina. 3º – LANTERNA. Pode confiar, você vai precisar. Se for aquelas de colocar na cabeça, melhor ainda. 4º – CARREGADOR PORTÁTIL (Power-Bank). Leve sempre um Power Bank na bagagem de mão/bolsa para poder carregar o celular no deslocamento em viagens. 5º – MOCHILA DE ATAQUE. Durante os dias de passeios,precisamos de coisas que não terão como ser carregadas se não tiver uma pequena mochila ou uma bolsa que seja confortável de levar. 6º – SUNGA OU BIQUINI. Independente da época do ano, sempre leve roupas de banho com você, pois a chance de cruzar com um lago TOP, uma praia convidativa ou uma piscina de hostel/hotel são grandes. 7º – ÓCULOS DE SOL E ÓCULOS DE MERGULHO. Pode parecer besteira, mas já que vai mergulhar, porque não ver o que tem lá no fundo? Já encontrei dinheiro em praias e até um colar com uma pedra que eu queria há tempos em uma cachoeira na Ilha Grande. E o óculos de sol além de te ajudar naquele dia ensolarado, ou do reflexo de aulgum lugar muito branco (como neve, areia branca ou deserto de sal), caso você esteja passando por uma ventania com areia ele irá te proteger bastante (experiência própria). 8º – SOUVENIR DO BRASIL para presentear “novos amigos”. No meu caso sempre levo uma ou duas garrafas de cachaça para fazer para as pessoas, e isso além de me render novos e bons amigos, já me renderam tours de graça, entrada vip em alguns lugares e até hospedagem gratuita. Caso não beba ou não queira levar bebida compre mini bandeiras, cartões-postais, chaveiros, ou qualquer outra coisa barata que lembre o seu país e ofereça como presente para pessoas que forem legais com você na viagem. Você terá experiências incríveis com esse gesto. 9º – TOALHA DE SECAGEM RÁPIDA (compacta). Depois que conheci essa maravilha, nunca mais me separei dela. Em alguns hostels eles dão toalha, mas muitos cobram por isso e tem alguns que nem toalha tem. então pra não passar perrengue, leve uma com você. 10º – KIT FRIO. Assim como as roupas de banho, independente da época do ano, sempre leve pelo menos uma blusa de frio, luvas, cachecol e gorro. 11º – KIT DE PRIMEIROS-SOCORROS. Você pode precisar de remédios para azia e má digestão (sim, eles vêm em primeiro na lista, a chance do seu estômago estranhar outros temperos é enorme), remédios contra dor de cabeça, anti-gripal, febre, diarréia, dores musculares e band-aid. Em muitos países é difícil se comunicar em lugares não turísticos, portanto tenha esses remédios em mãos como precaução. 12º – PROTETOR LABIAL. Acredite, proteger os lábios parece besteira, mas é uma das coisas mais incomodas ter os lábios machucados em um mochilão. 13º – KIT NÃO PERTUBE (mascara de dormir e protetor auricular). Além de te salvar caso esteja em um mesmo quarto que uma pessoa com motor V8 na boca, o liga e desliga de luzes e aquelas viagens mal dormidas de madrugada não serão mais problemas. Não ocupa espaço e te rende horas a mais do seu dia. Lá no site deles tem muitas outras dicas Pode parecer uma trip meio cara para os padrões de mochilões pela América do Sul, porém vale cada centavo e a experiência é sensacional. Essa primeira parte foi mais de preparação do que o próprio relato. Continue acompanhando que logo tem muito mais!
  10. Não sei se é possível descrever o que vivemos nesse dia. Planejamos ver o nascer do sol em Tikal sem saber muito o que esperar. Imaginava uma arquibancada, montada entre as ruínas, onde os visitantes poderiam se sentar e assim observar a estrela do show, o sol. Foi com esse espirito que fomos visitar uma das ruínas maia mais importantes. O espetáculo começaria bem cedo, por volta das 5 horas da manhã. Chegamos em Tikal, Guatemala, por volta das 4 horas, depois de 1 hora de transporte. Tudo estava indo como planejado. Até o clima resolveu ajudar. Se esperava chuva e tempo ruim durante toda a visita. Entretanto, ao sair do carro e olhar para cima, só dava pra ver a lua cheia, sozinha no céu. Só via algumas nuvens, mas nada de mais. O guia nos levou à entrada, onde os ingressos foram validados e depois, tivemos um pequeno e rápido café da manhã antes de começar a desbravar Tikal na escuridão. Seguimos por uma trilha em plena escuridão. A experiência foi algo difícil de descrever. Não havia mais ninguém ali, Tikal era só nosso e seria assim por mais algumas horas. Logo atrás do guia, o grupo seguia em silêncio, um atrás do outro. Silêncio esse que era interrompido por alguma explicação do guia sobre Tikal. Após alguns minutos de caminhada, o guia virou e apontou na direção da lua. Apontava para uma pirâmide maia imensa, que tampava a lua e criava uma sombra escura, era uma cena de filme. Esse foi só um aperitivo. Aquela era a entrada da praça central, local mais importante de Tikal. Tentei tirar fotos, mas a câmera fotográfica não foi capaz de capturar o que os nossos olhos estavam presenciando. Parecia que éramos os primeiros ali e que havíamos descoberto uma cidade abandonada no tempo. Ali do meio da praça central, o guia nos explicou tudo sobre os rituais maias, inclusive dizendo que Tikal ainda recebia descendentes de maias que usam o local para prestar culto aos seus deuses e antepassados. Foi definitivamente a melhor aula de história da minha vida. Rumo ao Templo IV Até ali não tinha muita ideia de onde nós iríamos ver o por do sol. Lembra da ideia da arquibancada na praça central? Não podia estar mais errado. Saímos de lá e seguimos em frente. Alguns minutos depois, estávamos subindo uma grande escadaria. Era imensa. No final, as escadas deram espaço a rochas e a uma grande arquibancada de pedra . Era o Templo IV, um dos maiores templos maia já descobertos até então. Algumas pessoas já esperavam sentadas aguardando o nascer do sol. Nos sentamos, olhamos pro céu e nenhum sinal de nuvem ou chuva. O cenário estava montado, tudo perfeito em seu devido lugar, agora era aproveitar em silêncio o espetáculo começar. Os raios de luz começavam a sair, se misturavam com a escuridão. Formavam a cada segundo uma nova pintura, com diferentes cores e com diferentes intensidades Nascer do sol do alto do Templo IV em Tikal. Fomos em Outubro, época de chuvas e olha o que presenciamos? Mas para quem pensa que o espetáculo era destinado somente ao nascer do sol, está muito enganado (como eu estava). O barulho da floresta se despertando era o verdadeiro espetáculo. Os animais acordavam e começavam a cantar por todos os lados. Macacos, pássaros e insetos entoavam suas vozes para de alguma forma agradecer o renascimento do sol. O silêncio também era parte do show, ali do alto do Templo IV em Tikal. Todos estavam perplexos com a beleza do instante e não se permitiam mover nem se quer um músculo, para evitar perder um segundo da experiência. Ficamos lá em cima por quase 2 horas entre fotos, olhares no horizonte e ouvidos na vegetação. No final, quando tínhamos que nos despedir, ficou a sensação de dever cumprido. Uma viagem inteira repleta de bons momentos e grandes experiências não poderia ter acabado melhor. Senti imediatamente minha mente se desligando por completo. Era como se quisesse dizer que já era suficiente, que eu já havia conseguido o que buscava. Agora era somente hora de lembrar. Lembrar de tudo que passamos, de todos os sois que vimos, nascendo e se pondo, de todos os vulcões que subimos e descemos, de todos os locais que chegamos e partimos. Desbravando o restante de Tikal Descemos e ainda não havia ninguém no parque. O guia nos levou em várias construções, nos explicou o significado de cada uma, nos mostrou piramides que ainda não foram restauradas (Templo III) e deu detalhes sobre os principais pontos da cidade de Tikal, até o retorno definitivo à praça central (Gran Plaza). Entretanto, o ponto forte do guia eram os animais e plantas do local. Ele descrevia todos os pássaros que via e nos mostrava plantas com características peculiares. A mistura de natureza e história não poderia ser melhor. No final, tivemos mais umas 2 horas para andar por conta própria. Aproveitamos o parque vazio para subir nos templos, sentar nas escadarias e explorar as áreas remotas, sem muito tráfego ou pessoas disputando para tirar fotos. Valeu muito a pena pena! Quer ler mais sobre as nossas viagens? É só acessar o nosso site: www.feriascontadas.com
  11. Olá mochileiros ❤️ Esse relato é a continuidade do mochilão que fiz esse ano em Fevereiro no México e na Guatemala. Se quiserem conhecer um pouquinho desse país incrível que é a Guatemala é só conferir a Parte 1 - Mochilão Maya - Guatemala 😍 🗺️ Nosso roteito no México foi o seguinte: 14/02 - Transfer para Palenque (vindo de Flores - Tikal) 15/02 - Palenque 16/02 - San Cristóbal de Las Casas 17/02 - San Cristóbal de Las Casas 18/02 - Oaxaca 19/02 - Oaxaca 20/02 - Cidade do México (conexão) - Cancún 21/02 - Cancun / Isla Mujeres 22/02 - Tulum 23/02 - Tulum 24/02 a 27/02 - Resort 28/02 - Valladolid 29/02 - Chichen Itzá - CDM01/03 - Retorno Antes de iniciar o relato, aquele combo de informações básicas para quem ainda não conhece muito do México 🇲🇽 Capital: Cidade do México 💰 Moeda: Peso Mexicano. Para facilitar a conversão R$ 1,00 = MEX 4,00 / USD 1,00 = MEX 21,00 MEX * Valores nesse relato sempre arredondados. Pense num país com a moeda tao desvalorizada frente ao dólar quanto o real, é o peso mexicano. É uma excelente opção pra dólar alto, e sim, existe cancun e caribe para pobres. 🕐 Fuso: - 2h 👨‍👩‍👧‍👦 Visto: Brasileiros não precisam de visto para turismo – permanência até 180 dias (porém, pela via terrestre houve cobrança de taxa, entrarei em detalhes no próximo post) ⛔ No início do ano de 2020 o Itamaraty lançou um aviso informando sobre as constantes recusas de ingresso de brasileiros no México. Não deixe de levar impresso todos os seus comprovantes de voos, deslocamentos terrestres, comprovantes de hospedagem, bancário e etc. O endurecimento dos EUA com a imigração ilegal de pessoas vindo do México, e as constantes ameaças de embargos, fez com que o México endurecesse sua imigração. Nós não tivemos problemas na imigração em El Ceibo, contudo, EM TODAS AS VIAGENS de ônibus houve revista de policiais, às vezes, até 3 vezes na mesma viagem. E todas as vezes eles me acordaram para apresentar passaporte, cartão de entrada, e um inclusive me fez uma série de questionamentos. Então, viaje como se precisasse provar tudo. 📅 Quando ir? Na Cidade do México no verão (junho-agosto), os termômetros ficam entre os 12ºC e os 25ºC, em média. No inverno (dezembro-fevereiro), entre 7ºC e 23ºC. Os meses mais chuvosos são junho, julho e agosto. Os mais secos, dezembro, janeiro e fevereiro. Já na região do Mar do Caribe, que abrange toda a Península de Yucatán, o tempo é quente e úmido quase o ano todo. Nas praias A temperatura fica entre 19°C e 35°C em média, seja inverno ou verão. Os meses mais secos são fevereiro, março e abril. Os mais chuvosos, setembro, outubro e novembro. Essa região do México costuma ser bastante atingido pela temporada de furacões do Caribe, que vai de junho a novembro, sendo que a maioria dos fenômenos ocorre entre agosto e outubro. Essa é a época do ano em que você deve evitar viajar para o Caribe mexicano. ✈️ Como chegar? Os viajantes brasileiros costumam chegar à Cidade do México pelo Aeroporto Internacional Benito Juarez, localizado na parte leste, a cerca de 6km do centro da cidade. O aeroporto tem dois terminais, interligados por serviço de ônibus e aerotrem, um para voos domésticos e outro para os voos internacionais. Do terminal ao centro da cidade há varias opções de transporte: táxi, uber, ônibus executivo e metrô. A Aeroméxico possui voos diários direto de GRU para CDM, a viagem dura quase 10hr. Para voos internos, as principais companhias aéreas que operam no país são Viva Aerobus, Volaris, Interjet (low costs) e a Aeroméxico. 🚗 Como se locomover? No México opera apenas uma empresa de ônibus que se chama ADO. A ADO oferece várias classes de coletivos para quem quer fazer suas viagens com mais ou menos conforto. Há desde carros de primeira classe – com poltronas totalmente leito e fileiras individuais – até os carros comuns, que são os usados pelos mexicanos em geral, e por mim 😇. A passagem intermediária - ADO GL, tem telas individuais, e a cadeira deita o suficiente para você descansar, é o melhor custo benefício, mas péssimos horários. 🥘 Culinária Restaurantes são lugares tão imperdíveis quanto pirâmides astecas; a comida de rua é tão maravilhosa quanto as praias do Caribe. Por isso, não tenha dúvidas – reserve lugar no orçamento para comer bem. Pimenta no México é assunto sério 😛 Mesmo que você fale "no pica" vai ter pica 😅, principalmente em lugares mais populares, afinal a pimenta não vem só como acompanhamento, tudo é feito com pimenta, eu amo, mas quem não gosta sofre um cadinho rs. Pra vocês terem ideia vi até algodão doce com pimenta 😜 Qualquer prato mexicano leva milho, seja em grãos, como molho ou, até mesmo, no formato de massa – as amadas tortillas! Duas coisas que eu amei foram o "elote" um milho cheio de molho, queijo, maionese, pimenta, limão, tudo rs e o "mole poblano", uma espécie de ensopado feito com frango ou peru. No molho vão pimentas diversas, mas também tomate, banana frita, amendoim, coentro, canela e mais alguns ingredientes, conforme, claro, a receita de cada um. Mas o ponto marcante do mole poblano é o chocolate. Uma coisa que eu sinto muitassss saudades do México era comer feijão todo dia no café da manhã. 😋 O mezcal é uma versão mais rústica da tequila. Se você é fã de bebidas destiladas, vai adorar. Em Oaxaca não deixe de visitar uma Mezcaloteca e aprender um pouco mais sobre a bebida. Mas cuidado que o bicho é forte rs. 📌 DICA: A maior rede de lojas de conveniência no México é a Oxxo. Pensa num paraíso para mochileiros. Lanches bons e baratos. Café da manhã, almoço, jantar, sobremesa, sempre dá pra ir no Oxxo. Pegava muito coisas de café da manhã gastando na faixa de 30 MEX - 1,50 USD e hot dog - 2 por 16 MEX - 0,75 USD. Fora as promoções de biscoito e chocolates. Há também 7 eleven e Circle K, mas a Oxxo tem bem mais promoções.
  12. Bom dia a todos. Estamos a ponderar ir até às Guatemala em Novembro durante duas semanas. Como vamos viajar com o nosso filho que na altura terá 20 meses. E alguns trajectos de van demoram muitas ...estávamos a pensar alugar um carro. Qual a vossa opinião? Obrigada .
  13. Antes queria dizer que minha vibe é mais natureza, paisagens, praia, aventura. Isso vai explicar eu ter deixado pra trás algumas atrações famosas como ruínas, parques Mayas, etc. Então se você curte coisas diferentes é bom procurar outros relatos pra ter mais informações sobre o que te interessa. Outro detalhe importante é que eu fui pra essa viagem com ZERO planejamento. Isso fez, claro, eu pagar mais em algumas coisas, mas também permitiu eu mudar o “planejamento” durante a viagem. Em dezembro peguei uma promoção de 568 reais Fortaleza-Miami-Fortaleza. Fui decidir o resto da viagem faltando poucos dias pra partir. Dia 1 (8FEV) Fortaleza-Miami Dia 2 (9FEV) Miami Não vou falar de Miami porque não era o foco e já tem bastante coisa de lá. Fui pra lá pela passagem mesmo. Dia 3 (10FEV) Miami-CDMX Aeroporto tem metrô e é bem tranquilo sair de lá. A estação fica no Terminal 1 e tem transporte entre os terminais. Comprei um chip no aeroporto mesmo por 195 pesos. Fiquei no Hostel Metro (374 pesos / 2 dias). Eu dividia os preços no México por 5 pra ter uma ideia em reais. Dia 4 (11FEV) Peguei o metrô (5 pesos) até a rodoviária de CDMX e de lá um ônibus pra Teotihuacan (104 pesos ida e volta). Entrada (75 pesos). Fica até não aguentar mais. A tarde, fui bater no Estádio Azteca, onde o Brasil foi Tricampeão do mundo em 1970. Também é possível ir de metro junto com o que eles chamam de “trem ligeiro”. Pra quem gosta de futebol/esporte vale a pena (visita guiada 160 pesos). CDMX: fiquei muito pouco tempo. Tinha bem mais coisa pra fazer. Museus e parques. Ficaria pelo menos um dia a mais lá. Importante saber que segunda-feira (dia que eu fiquei lá) os museus são todos fechados. Fiz tudo na CDMX de transporte público e a pé! Achei que funcionou muito bem. Dia 5 (12FEV) CDMX-San Cristobal de las Casas Ida pro aeroporto de metro também. Tem uma van do aeroporto de Tuxtla Gutierrez que leva até San Cristóbal (180 pesos). Cheguei no final da tarde. Fiquei uma noite no Indajani (90 pesos) não gostei e troquei no outro dia. Neste dia, encontrei um casal de músicos argentinos tocando na rua. Sentei pra assistir. Tocaram “Feira de Mangaio”. Deixei uns bons trocados lá... Dia 6 (13FEV) A partir deste dia, fiquei Hostel La Casa de Paco. Simples, um pouco mais longe do centro, mas muito melhor. O tal do Paco fica lá o tempo todo e cuida bem de tudo. 100 pesos a diária. O dia tava nublado e não deu pra ir no Cânion Del Sumidero. Fiquei pela cidade, andei bastante e fui nuns museus. A cidade é legal. Lembra Cuzco, sendo menos turística, ou menos famosa. Dia 7 (14FEV) Tour fechado pro Cânion del Sumidero (350 pesos). Inclui a van (1h cada pernada), o passeio no barco (2h) e a passagem em três mirantes. Dura quase o dia todo. Entre o barco e os mirantes, a van para num vilarejo na hora do almoço. Comi um taco no meio da rua (não havia muitas outras opções). Passei a noite inteira enjoado, mas não vomitava. Isso estragou meu “planejamento” do dia seguinte e adiei tudo em um dia. Dia 8 (15FEV) Passei o dia de molho tentando melhorar. Passar 10h numa van nas curvas da Guatemala do jeito que eu tava não seria boa ideia. Dia 9 (16FEV) Shuttle a San Pedro la Laguna (Lago Atitlán, Guatemala). Dura o dia todo. Tem a van mexicana até a fronteira, a van guatemalteca da fronteira até Panajachel e o barco até San Pedro (500 pesos tudo). Na fronteira, quem passa mais de sete dias no México tem que pagar 550 pesos pra deixar o país. Pra quem enjoa em estrada já vai preparado com remédio porque a Guatemala só tem curva. Hostel Mikaso (80 quetzales) Dividia o preço em quetzales por 2 pra ter uma ideia em reais. Dia 10 (17FEV) Subida do Vulcão San Pedro (100 quetzales a entrada no parque). Vários avisos de que a galera tava sendo assaltada lá em cima. Levei só uma garrafa d’água. 3h de subida num ritmo bom. Não é mais um vulcão, é uma “montanha” com uma vista do lago. Achei muito cara a entrada pra ainda correr risco de assalto. Tem um tour lá que é o amanhecer no “Indian Nose”. Depois achei que esse seria mais interessante. Claro que tudo depende da previsão do tempo. Tentei antecipar minha ida pra Antigua e não consegui. Dormi mais uma noite em San Pedro, agora na Pousada Villa la Laguna (60 quetzales quarto privado com banheiro compartilhado). É um vilarejo um pouco mal cuidado. Dizem que os israelenses dominam por lá. Tava bem vazio quando eu fui. Dia 11 (18 FEV) Saí as 4h da manhã pra La Antígua (60 quetzales). Fiquei no hostel mais bem avaliado de toda a América Central e do Norte (Maya Papaya, por 100 quetzales). Fiquei lá só pelo título e realmente é muito bom, mas não o melhor que já passei. À tarde, fui ao Vulcão Pacaya (120 quetzales transp+entrada c/ guia) na intenção de ver lava. Tempo fechado! Não vi nada! Só botamos mashmelow pra esquentar lá no calor do que um dia já foi lava. Melhor jantar da viagem: uma pizza na “Picadilly”. 40 quetzales pra viagem (se comesse lá era mais caro) Dia 12 (19FEV) Passei o dia rodando a cidade. Parece muito com San Cristóbal. Pra mim, sem dúvida, foi o lugar mais apresentável da Guatemala. As 18:00, comecei a viagem pra Belize. Paguei 75 dólares no transporte até a Cidade da Guatemala, ônibus durante a madrugada pra Flores e ônibus de manhã até Belize City (cheguei umas 13:30 do outro dia). Guatemala: achei mais caro que a primeira parte do México e me senti mais “explorado como turista”. Importante: os preços lá variam MUITO! Vale a pena um pesquisa detalhada. Tem empresa que o mesmo tour é mais de 50% mais caro que em outra. Depois descobri que deveria ter planejado pra subir o Vulcão Acatenango, em Antígua (5h de subida, pernoite em barraca e descida no outro dia). Pra quem gosta de hiking, deve ser uma experiência boa. Ficou pra próxima. Aquele dia de molho pelo Taco “estragado” fez falta aqui. Acabando passando o Semuc Champey por achar que não seria algo tão “inédito” e por querer chegar logo na praia. Outra opção na Guatemala é Tikal, mas não é muito meu gosto. Dia 13 (20FEV) Assim que cheguei em Belize City (13:30), já peguei o ferry pra Caye Caulker (22 US Dollars ida e volta). Fiquei os dois dias no Go Slow Hostel (45 Belize Dollars + 30 BDollars, mudei no segundo dia porque vagou um quarto mais barato). (Um dólar americano são dois dólares belizenhos). Junto com aquele Indajani de San Cristóbal, foi o pior hostel da viagem. Mas o preço é esse mesmo e parece que a qualidade lá também é essa mesma. Por do sol absurdo na ponta de ilha. Dia 14 (21FEV) Na noite anterior tinha conversado com uma americana que tinha uma operadora de mergulho lá. Ele mesma disse que com o Snorkeling eu já veria bastante coisa. O mergulho no Blue Hole tá 300 USD. Pensei que com esse dinheiro poderiam fazer várias outras coisas. Fiz o passeio “half-day snorkeling” (60 B Dollars. Fiz com o hostel. Tinha empresa cobrando 45 USD pelo mesmo passeio). Valeu a pena. Passagem na barreira de corais, uns pequenos tubarões e umas arraias, além de muitos peixes. Dia 15 (22FEV) Ferry até Belize City (já tava pago), andando até a rodoviária e ônibus pra Bacalar, México (40 B Dollars). Parada na fronteira e taxa de 40 B Dollars pra deixar Belize independente de tempo. Belize: tudo muito caro e entupido de americano. Bem mais que na Riviera Maya proporcionalmente falando. Valeu a pena passar por lá, mas eu não sairia do Brasil só pra ir pra lá por exemplo. Na entrada do México, a galera que tava comigo no ônibus que iria passar mais de 7 dias no México teve que pagar um valor (ACHO que são aqueles mesmos 550 pesos). Como só ia passar cinco, não paguei nada. Cheguei em Bacalar umas 16:00 e fui pro Hostel Blue Monkey (230 pesos pra ficar num ônibus escolar estacionado na beira do lago que virou quarto). É impressionante como a Riviera Maya é MUITO mais cara que San Cristóbal. Eu sabia que seria, mas não tanto. Ficou longe do centro, mas a localização beira de lago valeu a pena. Dia 16 (23FEV) Peguei uma bicicleta do hostel e fui conhecer o Cenote Azul (talvez não seja esse o nome!). Depois, às 10h, fiz um passeio de lancha lá pelo lago (300 pesos). Recepção do hostel se enrolou com os “marinheiros” e fui sair quase 11h. Foi MUITO caro pro que foi pago. Eles param em dois lugares pra fotos e banho (um deles é na beira do lago e dava pra ter ido de bicicleta). No lago, a água é verde, azul turquesa, azul marinho, etc.. Realmente tem varias cores e é bem bonito. Água doce. Tava comendo mal há uns três dias e resolvi comer bem. Melhor almoço da viagem num restaurante recém inaugurado por lá chamado Banana “alguma-coisa” que esqueci o nome (200 pesos tudo). Fica na avenida da beira do lago perto do balneário municipal. As 15:15, peguei o ônibus pra Playa Del Carmem (370 pesos). Paguei logo dois dias no hostel The Yak (250 pesos / noite). Melhor hostel da viagem. Cama confortável, café bom pro que normalmente é oferecido no México e atendimento 100%. O argentino da recepção (um dos 50 mil que tem em Playa) me deu bastante dica sobre mergulho e o que fazer na cidade. Dia 17 (24FEV) De manhã fui marcar meus mergulhos e dei uma volta em Playa Del Carmem. À tarde, peguei um coletivo (45 pesos o trecho) e fui a Tulum (1h de viagem). Dei uma andada na cidade e depois fui nas ruínas (75 pesos a entrada). Dia 18 (25FEV) Mergulho no Cenote Chacmol (Impressionante!). Voltei do mergulho e fui direto pegar o ferry pra Cozumel (incluso no mergulho porque mergulharia no dia seguinte lá). Andei uns 3km até chegar numa “praia” e ver mais um por do sol absurdo na viagem. Hostel Beds Friends. Simples e preço de Riviera Maya (250 pesos). O melhor dia da viagem sem dúvidas. Dia 19 (26FEV) Mergulho em Cozumel e ferry de volta à Playa, voltei pro Hostel The Yak (270 pesos) Encontrei o mesmo casal de músicos argentinos de San Cristóbal. Eles até me reconheceram, mas desta vez não dei dinheiro. Dei muito da outra vez. Dia 20 (27FEV) Peguei o ônibus de Playa ao aeroporto de Cancun (208 pesos). Riviera Maya: não é à toa que tão turística. Tem muita coisa pra fazer e os mergulhos foram realmente impressionantes. Achava que só tinha turismo caro lá e não é bem assim. Voo pra Miami (chegada 14:30). Paguei um day pass de ônibus (5,65 USD) e fui pro Dolphin Mall gastar um pouco do dinheiro que tinha sobrado. 22:00 embarque pra Fortaleza.
  14. Oii gente, tudo bem? Estou fazendo mobilidade acadêmica no méxico, minhas aulas irão até 19 de maio, mas comprei passagem de volta para o Brasil só para o dia 2 de julho, com isso pretendo viajar durante esses 40 dias com mais ou menos uns 3000 reais. Queria saber qual a opinião de vocês sobre pegar carona no seguinte trecho: méxico(cidade do méxico) – belize – guatemala – méxico(cidade do méxico), tentando conhecer os lugares mais importantes, Vocês acham muito mais arriscado e perigoso do que pegar carona na américa do sul, ou é o mesmo esquema? Alguém já viajou de carona pela américa central e pode me dizer como foi a experiência por favor? Queria saber também se esse valor é ok considerando que penso em pegar carona como meio de transporte e me hospedar usando o couchsurfing, então o valor seria mais para alimentação, passeio e emergência. Também podem me dizer se daria pra incluir Honduras e el salvador ou o tempo ficaria muito apertado considerando também que viajar de carona é mais demorado? Também gostaria de saber como é a fronteira nesses países para pegar o visto, posso pegar em qualquer cidade da fronteira, precisa pagar, eles fazem muita pergunta? Desculpa as milhares de pergunta mas eu nunca fiz um mochilão (embora leia bastante sobre o assunto) e não sei quando terei novamente a oportunidade de viajar para esses lugares então quero realmente aproveitar ao máximo.
  15. Olá a todos! Tenho a intenção de deixar aqui o meu relato da viagem de férias da qual acabo de retornar. Apesar de ser o segundo mochilão que faço (o primeiro foi em 2013 na Bolívia, Peru e Chile), este é o meu primeiro relato. Primeiramente o faço pela carência de relatos atualizados sobre Guatemala, Honduras e El Salvador, atualizar os valores e dar algumas dicas e advertências, segundo como forma de agradecer aos demais mochileiros pelos conteúdos que tenho visto aqui e os utilizado no planejamento das viagens, e terceiro, para que fique registrado e eu possa curtir no futuro ao relembrar o que foi essa viagem! Como dessa vez meu irmão não teria disponibilidade para ir junto, tal como no primeiro mochilão, acabei por ir sozinho. Seria para mim a minha festa de formatura, a qual não participei em detrimento de preferir viajar do que passar uma noite enchendo a barriga e dançando. Roteiro Apesar de ter visitado três países, foi apenas uma cidade em Honduras e outra em El Salvador, sendo a Guatemala meu foco principal da viagem. Na verdade eu tinha intenção de conhecer a Península de Yucatán e descer até a Guatemala, mas surgiu uma promoção da Avianca em abril que a passagem Rio de Janeiro-Cidade da Guatemala-Rio de Janeiro saía a R$1500,00 para pagar em cinco suaves prestações. E como não sou muito fã de pegar ônibus por 10 horas ou mais, reduzi meu roteiro para locais menos longe entre si, por isso fui a Copan Ruínas em Honduras e não a Tikal, apesar de ter aquela pontinha de arrependimento. Agora posso dizer que fui ao Peru e não fui a Machu Picchu e fui à Guatemala e não conheci Tikal. Assim meu roteiro ficou o seguinte: Cidade da Guatemala Coban Semuc Champey Río Dulce Copán Ruínas, Honduras Santa Ana, El Salvador Antígua Lago Atitlan Comprei a ida para o dia 04/08/2016 e a volta em 24/08/2016, ou seja, teria 21 dias para cumprir o roteiro, que, após planejado em forma corrida, considerando que não há transporte à noite na Guatemala (até há, mas apenas entre Antigua e Flores), eu gastaria cerca de 15 dias até chegar ao Lago Atitlan e aí ficaria relaxando até a volta. Além de, assim, poder ficar mais tempo onde mais gostasse ou até mesmo por qualquer imprevisto. Ledo engano! Para cada cidade que eu passaria, inclusive as que não estavam programadas dormir nelas, pesquisei duas ou três opções de hospedagem. Fiz a reserva apenas pra primeira noite no Hostel Theatre International, na Cidade da Guatemala. Durante a viagem fiz apenas mais uma reserva, na véspera, visto a imprevisibilidade de qual dia passaria em qual lugar. Gastos: Fiz uma base meio por cima que precisaria de U$50 por dia mas deixaria algum no banco para sacar em caso de emergência ou gastos acima do previsto. Levei U$1000 em espécie todo na moneybelt. Acabei comprando quando a moeda tava R$3,60, um baita prejuízo frente ao que custa hoje. Dica: Compre os dólares aos poucos. Se aumentar você não terá tanto prejuízo porque já comprou uma parte, se baixar aproveite e compre o resto. Como não bebo, salvo raras exceções, e nem frequentei festas, o dinheiro foi suficiente. Ainda gastei mais de U$100 só em presentes e sobraram alguns dólares. Em alguns lugares você pode pagar em dólar, em outros é mais vantajoso pagar na moeda local, e em El Salvador o próprio dólar é a moeda local. Ou seja: Passagens: R$1500,00 (RJ-Guatemala-RJ, Avianca) Gastos na viagem: R$3600,00 (U$1000,00 comprados a R$3,60) Ah, mas ali no meu profile diz que eu moro em Crato e a saída é do RJ. Vi com minha mãe a possibilidade de ela usar umas milhas do cartão e deu certo. Dia 02/08 partir pro Rio de Janeiro, e no dia seguinte ainda fui ao Engenhão ver o primeiro evento das Olimpíadas: Futebol Feminino, Suécia vs África do Sul e Brasil vs China. Chegou o dia 04/08 e agora é só preparar pra responder pros gringos o que diabos eu estaria fazendo na Guatemala ao invés de estar nos Jogos Olímpicos! Guatemaltecos são muito loucos por Olimpíadas, imagino o dia em que eles ganharem a segunda medalha da história a festa que farão! Dia 1 - Quinta-feira, 04/08/2016 Madruguei na casa de um tio e ele foi me deixar no Aeroporto. O voo sairia as 8:00, e haviam recomendações de chegar 3 horas antes devido operação padrão da Polícia Federal. Cheguei as 5:20 e peguei uma fila de pouco mais de 1 hora só para despachar a mochila. O voo só partiu as 9:20 e isso modificou toda minha programação! A escala em Bogotá seria de apenas 1:07, ou seja, foi meu voo chegando e o voo para Guatemala decolando, sem mim e sem minha mochila. Me realocaram num voo que sairia dali a pouco para San José, na Costa Rica, e de lá num outro para Cidade da Guatemala. Chegando em San José chovia muito, o avião arremeteu e ficou por uma hora sobrevoando a cidade antes de pousar sob aplausos faltando apenas 20 minutos para o voo seguinte partir. Mas o voo seguinte atrasou e deu tudo certo, enfim, Guatemala! Com o perdão do trocadilho a Guatemala fez jus ao apelido de "Guate", pois a "mala" não chegou, no caso minha mochila. Muito triste ver aquela esteira passando e sobrar só você e nada mais. Fiz a notificação com a companhia aérea e fiquei na expectativa da chegada da mochila para o dia seguinte. Dica: Sei que já é batida, mas leve consigo na bagagem de mão roupas para, no mínimo, os próximos dois dias. Fiz um cambio de 80 dólares com a péssima cotação de 6,23, recebendo 498 quetzales, a moeda guatemalteca que leva o nome de um pássaro endêmico de lá. Pra ter ideia, no dia seguinte fiz câmbio a 7,44 no Banrural. O desembarque é interessante no Aeroporto Internacional La Aurora, pois as pessoas que aguardam os amigos no desembarque ficam na rua, sujeitas a Sol e chuva. Tomei um taxi pro Hostel Theatre International (dormitório compartilhado por 63 quetzales ou 8 dólares), e o taxista cobra 80 quetzales ou 11 dólares. Aí você faz uma conta rápida (80/11=7,27) e vê que é mais vantajoso pagar em dólares, pois você estaria gastando, conforme o câmbio realizado, apenas 68,53 quetzales (11x6,23). Muito importante ter em mente essa observação para efetuar pagamentos na Guatemala. Aliás, por falta de troco, o taxista deixou pelos 10 dólares. No Hostel conheci um peruano, que depois descobrimos ter chegado no mesmo voo que eu, Omar, e saímos à procura do Taco Bell nas ruas sinistras da Cidade da Guatemala, nas quais as farmácias tem grades desde o balcão, os comércios tem seguranças armados com armas calibre 12 e os ônibus tem avisos advertindo ser proibido entrar armado (uma boa ideia para usar nos ônibus brasileiros). Devido ao sumiço da minha bagagem adiei a ida a Cobán em um dia, já que iria no dia seguinte, mas deixei informado na Avianca que me hospedaria no Hostel Theatre International. Bora dormir que o sono chega cedo com esse fuso de 3 horas a menos que no Brasil, o frio tava pegando e o único casaco tava na mochila extraviada.
  16. Um mochilão pela América Central sempre esteve no topo da minha lista de desejos. Talvez tão desejado quanto a África e o Sudeste Asiático, ambos sonhos já realizados (leiam os relatos na assinatura ). Tinha prometido pra Gabi, minha namorada, que iria fazer um mochilão com ela, e América Central tinha um problema, sempre achei que seria uma viagem um pouco perigosa... Aí, como sempre, surgiu aquelas malditas promoções para o Panamá exatamente na data que nós estávamos procurando viajar, emendando as férias e carnaval! Aí pensamos: tá, nem deve ser tão perigoso assim. E depois de uma pesquisada em alguns relatos, compramos a passagem!!!! Bora pro Caribe!! Bora pra América Central!! Mas a passagem era ida e volta para o Panamá. Logo veio a questão: O que fazer a partir dali?? Eu só tinha basicamente 2 lugares que realmente fazia questão: San Blas (Panamá) e um mergulho em Belize. Mas precisamos de pouca leitura para ver que Guatemala estaria definitivamente no nosso roteiro. Por uma questão de preço de passagens e oportunidade resolvemos ir também para Cuba! Clima: Ali faz sempre calor!! Uma grande vantagem na hora de preparar o mochilão leve. Chinelos, regatas e bermudas são muito bem-vindos. Dinheiro: Eu levei dólar e euro. O euro nós utilizamos em Cuba para converter para a moeda local dos gringos (o CUC), pois o dólar é sobretaxado em 10%. No Panamá o próprio dólar é a moeda oficial, assim como em Belize, que apesar de ter uma moeda própria o dólar é aceito em qualquer lugar com conversão fixa. Guatemala é preciso trocar dinheiro. Leve dinheiro vivo, pois nem sempre você achará caixa eletrônico ou máquinas para cartão (especialmente em Cuba). Idioma: Com exceção de Belize, onde a língua local é o inglês (apesar de muita gente falar espanhol), o idioma dos demais países é o espanhol. É possível se virar tranquilamente no portunhol! Infraestrutura: Em geral a infraestrutura é um pouco precária, especialmente na Guatemala e Belize. Mas nada que assuste muito um brasileiro, já acostumado com uma péssima infra mesmo quando comparado com países bem mais pobres. Alimentação: Não tivemos problemas, apesar de muitos lugares a comida ser bastante simples. Mas não esqueça de levar aquele remedinho para piriri... Vai que... Em resumo nossos gastos totais foram, por pessoa: Florianópolis - Cidade do Panamá (ida e volta) = R$ 1.636,50 Cidade do Panamá -> Havana -> Cidade da Guatemala + Belize City -> Cidade do Panamá = R$ 2.137,08 Todos os demais gastos: Alimentação, Hospedagem, Transporte terrestre e Passeios estão na planilha em anexo. Dia 1 - 24/fev/2017 - sexta-feira - Ida à Cuba Fomos pela companhia Copa Airlines, companhia nada de especial. Fiquei com bronca com eles principalmente porque eles não confirmaram o vôo que eu comprei mas descontaram o valor no meu cartão . Depois de muito briga tive que remarcar minha ida para um dia antes e a volta para um dia depois, e com isso tive que negociar um dia no trabalho além das férias . Nosso primeiro destino seria Cuba. Faríamos uma conexão no Panamá mas com um pequeno detalhe: Por termos comprados bilhetes distintos (compramos somente ida e volta para o Panamá e dps os trechos internos separadamente), teríamos que sair da área de embarque na Cidade do Panamá e fazer o check-in novamente. Como era sexta de carnaval, essa brincadeira nos tomou 1h30 para sair e 1h para retornar para a área de embarque. Dica: Não esqueça do comprovante internacional de vacina de febre amarela, ela é exigida. A folga que tínhamos para o vôo para Havana logo virou aperto, e ainda tivemos que obter (ou melhor, comprar) o visto para Cuba, que não tinha para vender em Guarulhos, mas tem um guichê da Copa na área de embarque onde vc pode comprar o visto, tudo ok! :'>:'> Chegamos cerca das 23h em Havana, bem tranquila a passagem pelo raio x. Alguns médicos trajados como tal nos cobraram a vacina da febre amarela e de maneira muito cordial puxaram conversa falando que já ouviram falar de Florianópolis. Ninguém nos solicitou reserva em hotel ou seguro de saúde, mas eu estava preparado pois tinha lido que cobram isto de alguns visitantes. Já na esteira para esperar a bagagem era possível notar como os cubanos não economizavam nos sorrisos, o que logo me fez pensar que realmente há alguma coisa diferente nesse país. Um segurança, que mais parecia um meninão passeando, andava com um cachorro farejador. O cachorro, por sua vez, estava mais preocupado em divertir os turistas do que encontrar algo suspeito nas malas. Um japonês que foi brincar com o cachorro foi surpreendido com a irreverência do bichano, que não pensou duas vezes e grudou na perna do japonês num movimento reprodutivo de vai-e-vem ensinando ao japonês um pouco da cultura caribenha!! Em Cuba é comum se hospedar na própria casa dos cubanos, pois os hotéis além de caros não costumam ter boa qualidade. Nós buscamos na internet e escolhemos ficar na casa de Roly (http://www.casairmaroly.com/). Roly é um senhor extremamente simpático que foi nos buscar no aeroporto com um daqueles carros lindos, ano 58, e aproveitou o caminho de volta para passar pela parte turística e nos apresentar um pouco da cidade enquanto contava como era a vida em Cuba. Dica: No aeroporto vc consegue trocar dinheiro por uma taxa melhor. Eu não o fiz pois Roly falou que seria melhor fazer isso no centro. Que nada!! Me ferrei!! Acabei trocando no centro por uma taxa pior e fiquei horas na fila do banco. E o pior, praticamente não aceitam cartão por lá, e se aceitarem, vc pagará muito por isso. Chegamos mortos de cansados, e para nossa surpresa, Roly nos falou que não tinha lugar na casa dele esta noite, mas ele já tinha esquematizado um lugar ao lado para nós. . Você deve estar se questionando: Este Roly é simpático mesmo, porque até agora só deu bola fora e mesmo assim esse cara gostou dele... Mas o quarto que ele nos arrumou era enorme e ficava numa casa vizinha. Na manhã seguinte já fomos cedo levar nossas tralhas para a casa do Roly. Dia 2 - 25/fev/2017 - sábado - Havana Depois de bater um bom papo com nossos anfitriões, que por sinal tinham assunto à beça, fomos trocar dinheiro no banco. Aí os serviços do socialismo já começaram a se mostrar uma porcaria . Foram 2h na fila, com um atendimento péssimo, brigas entre atendentes e clientes e muita paciência para conseguir trocar dinheiro numa conversão ruim. E o pior, antes de conseguir trocar dinheiro não conseguimos nem comer nada, pois não aceitam euros (muito menso dólares) em nenhuma parte. Passado o stress, fomos resolver outra coisa que os excelentes serviços de Cuba não nos permitiu fazer do Brasil, a reserva para Cayo Largo. Ainda no Brasil, foram inúteis tentativas de cotar os valores e obter mais informações através do email. A saída foi ter plano A (Cayo Largo), B (Varadero) e C (Cayo Guillermo) para checar os preços e disponibilidades pessoalmente nas agências de turismo estatais que se encontram no saguão dos principais hotéis de Cuba. Conversamos com Sahily no Hotel Telegrafo (indicação de Roly) e conseguimos fechar um pacote para Cayo Largo (4 dias e 3 noites all inclusive + avião de ida e volta) por 463 CUC por pessoa. Valor bem caro e sem desconto, aparentemente é o valor tabelado. Saímos dali e compramos um sanduíche com cervejas em um lugar bem simples frequentado por locais e caminhamos sem rumo pela região até desembocar na avenida Malecon. Sentamos no muro à beira-mar enquanto tomávamos uma boa cerveja gelada sob o sol quente do Caribe e relaxamos por completo curtindo a deliciosa sensação de que as férias enfim começaram!! Voltamos próximo ao Capitólio e resolvemos dar o famoso passeio com um dos belos carros conversíveis que ficam ali expostos para atrair turistas. Uma breve negociação e fechamos por 30 CUC para os 2 por uma hora. O passeio vale a pena, apesar do preço. Passamos por Havana Centro, pela Plaza de la Revolución (onde tem aquela famosa imagem do Che num prédio público), pelo Malecon e outras partes tradicionais de Cuba, inclusive o simpático motorista nos levou para conhecer a universidade à meu pedido. Na volta pedimos para ele nos deixar em algum lugar para comprarmos o cartão de internet. Em Cuba é difícil ter acesso à internet, é necessário comprar uns cartões pré-pagos em agências do governo e se deslocar até alguns pontos específicos da cidade onde possuem sinal de wifii (basicamente hotéis e algumas praças públicas). Nem é preciso dizer que é caro e velocidade sofrível, certo? Vou lhes contar uma curiosidade sobre como esse povo "de boa" se organiza para fazer uma fila. Cheguei no local para comprar o cartão da internet e ao invés de uma fila encontrei um amontoado de gente espalhado por uma sala esperando, procurei por uma senha.... e nada... até que chega um outro cubano e pergunta em voz alta quem era o último da fila. O último se identifica e o cubano que perguntou acha um canto para esperar... hummmm, interessante, não? Nisso chegou outro cubano perguntando quem era o último, eu rapidamente disse que era eu! Fui para o meu canto seguro que agora estava fazendo parte daquela fila. . mais 40 minutos e saí com 3 horas de internet por 4,5 CUC. Perdi 1h dessa internet em 15 minutos. Pois sentei no chão, ao lado de um grande hotel e dps de muito sofrimento para conseguir avisar a família q eu estava vivo, resolvi desistir da internet que falhava muito e não consegui banda para deslogar. Logo o tempo do meu cartão continuou correndo e perdi essa 1h sem eu usar!!! Maldito socialismo De noite caminhamos por Havana Vieja que fica linda de noite!!! Você se sente no século passado caminhando pelas charmosas construções coloniais restauradas e iluminadas em meio a dezenas de turistas que caminham tranquilamente pelas ruelas de Havana Vieja. Tomamos um caro mojito na Bodeguita, tradicional bar de Havana e sentamos num bar chamado café Paris para ouvir uma animada salsa ao vivo. Foram 4 mojitos, 2 cervejas e uma pizza de lagosta por 26 CUC. Dia 3 - 26/fev/2017 - domingo - Havana Para evitar muita fila, fomos direto ao museu da revolução para pegar sua abertura às 9h30. O museu conta com muita história escrita, e, obviamente, contando apenas um lado da história. Ainda assim é bastante interessante. Ficamos mais de 2h lendo praticamente tudo! Como não tínhamos tomado café da manhã e já era tarde, optamos por comer 2 pizzas individuais por 3cuc. Essa foi das poucas opções realmente barata e gostosa que achei. Essas tendas que vendem pizza estão espalhadas pela cidade (mais baratas quanto mais longe da área turística). Dali tentamos entrar no teatro próximo ao capitólio, que é muito bonito por fora. Mas não entramos por dois motivos: achamos o preço um poucoabusivo (8 CUC/pessoa se não me engano), e o mais importante, estávamos zerados de grana!! . Não trocamos dinheiro suficiente pq não tínhamos certeza se iríamos conseguir fechar o pacote para Cayo Largo... Resultado: mais uns 50 minutos na fila pra trocar dinheiro . Nesta tarde fomos caminhando tranquilamente desfrutando Havana Vieja. Passamos pela Fortaleza castillo real (3 CUC/pessoa), não achei nada especial por dentro. Almoçamos tarde em um restaurante num local bem bacana e agradável para tomar uns mojitos e/ou umas cervejas, pena que era o típico restaurante pega turista, muito caro pela comida que oferece, fora a taxa de serviço absurdo que nos fizeram pagar . Foram 43 CUC para comer lagosta e 3 drinks. Se vc também quer ser feliz e ser enganado ao mesmo tempo, vá neste restaurante, ele chama-se el rincon de pacho que fica numa ruela sem saída na praça da catedral. Voltamos para casa descansar um pouco pq estava nos nossos planos ir para a Fábrica de Arte Cubana - FAC. Essa FAC é tipo uma baladinha misturada com um centro de arte. De noite é possível tomar vários drinks (até mais q o necessário), enquanto aprecia expressões artísticas, quadros, esculturas, teatro interativo com música, bandas bacanas, uns 4 ambientes super legais, comida e etc... enfim, é um lugar que vc DEVE ir quando for à Havana!!! Estava aberto de quinta a domingo a partir das 20h. Do capitólio um côco taxi (tipo um tuk-tuk) custava 10 cuc pra 2. O taxi sai uns 15. Eu e a Gabi ficamos encantados com o lugar. Passeando e acompanhando os artistas com fantasias muito loucas. Sempre segurando um copo de qq coisa com rum. Lá pelas tantas esse rum bateu e fizemos várias amizades de 15 minutos, trocando várias ideias em todas as línguas que fossem necessárias (muitas vezes só fingindo que nos comunicávamos). Nesta noite me reforçou o pensamento de que a Gabi é para casar!!! Pois só alguém muito especial para aturar a seguinte situação que passou com a gente. Lá pelas tantas na FAC aquele maldito rum afetou minha cabeça, insluvise minha capacidade de falar algo compreensível. ãã2::'>ãã2::'> . Assim a Gabi teve que usar do seu melhor espanhol (que não é lá tudo isso) para chamar um taxi e nos guiar até em casa. Lá fomos nós pelo Malecon, num daqueles carros antigos e super bem cuidados, até que eu numa resposta natural ao ritimado balanço do carro, dei aquela gorfada pela janela!!!! . Fiz uma bela pintura na lateral do carro do cubano, e não tive sequer a decência de avisá-lo, deixando uma bela surpresa para ele no dia seguinte. Chegamos em casa e dormimos... Para mim a história acabou por aqui... Mas já para a Gabi... No dia seguinte acordei e vi que a Gabi estava dormindo num cantinho da cama, quase caindo do colchão. E mais, ela estava com outra roupa e o pijama dela estava molhado estendido no quarto. O que será que tinha acontecido? Me parecia ter sido uma noite tão tranquila... de um sono tão profundo... Eis que ela acorda e olha pra mim, com um olhar que misturava preocupação com uma ponta de indignação. Perguntei o que tinha acontecido, ela pausadamente me explica que eu acordei no meio da noite, sentei na cama, e com um olhar distantante simplesmente vomitei na barriga dela e morri!! . Embora eu merecesse, não sofri retaliações, o que me mostrou duas coisas: como a Gabi é uma pessoa especial por me aguentar e que o lado certo de vomitar é para fora da cama, onde um balde seco estava me esperando a noite inteira. Dia 4 - 27/fev/2017 - segunda-feira - Havana Obviamente acordei numa ressaca violenta, mas ainda assim mantivemos os planos de alugar uma bike e dar uma volta aos bairros mais distante. Por 15 CUC cada alugamos duas bikes por 24h, a loja ficava do lado de onde estávamos, na Calle Compostela #255. Por 25 CUC vc poderia fazer um tour guiado ou também poderia alugar a bike por 4 CUC a hora. Resolvemos ir em direção à bela avenida beira-mar Malecon, passando por algumas praças e pelo belo Hotel Nacional. Entramos na avenida 23, passeando vagarosamente por dentro do bonito e famoso bairro Vedado. Ali foi possível observar a vida cubana, ou pelo menos a da população de melhor condição financeira, pois trata-se de um bom bairro. O dia estava quente e por isso paramos para tomar um sorvete numa sorveteria famosa: Heladeria Coppelia. Padrão de serviço cubano, existe um quiosque para os locais que estava lotado, com fila debaixo de sol e certamente muito mais barata, e outro quiosque para os turistas, vazia e cara!!! Apesar de famoso, sorvete nada além do normal. Seguimos pedalando até o cemitério da cidade, e viramos para ir em direção à praça da revolução, onde deitamos debaixo de uma sombra e ficamos curtindo e refletindo sobre tudo o que isso ali representa. No caminho de volta passamos também pela universidade. Além disso, no caminho, um interessante outdoor escrito: "bloqueio econômico, o grande genocídio da história". Senhores(as), apesar da minha vontade de abrir uma reflexão sobre as origens da pobreza de Cuba, até onde ela está relacionada ao bloqueio econômico ou numa organização econômica, vou me conter, pois aqui é só um relato de viagem Voltando pela Calle Simon Bolívar, por dentro do bairro Habana Centro, paramos num shopping para comer e conhecer. É curioso como as lojas do tipo mercado são desabastecidas. Por outro lado comemos um hamburguer muito bom e barato!!! Chegamos final do dia no para devolver a bike (poderíamos ficar até o outro dia de manhã, mas como não tínhamos onde guardar acabamos devolvendo). E fomos tomar um bom banho e dormir um pouco. Descobrimos que atualmente o governo está permitindo que algumas pessoas tenham um restaurante particular, e que esses eram muito melhores do que os do governo pelo mesmo preço. Então fizemos uma reserva no conceituado Habana61. Não nos arrependemos!! comida realmente maravilhosa e atendimento impecável. Vale muito a pena conhecer, especialmente pq nos custou mais barato que aquele do dia anterior que relatei. Por 39 CUC comemos entradas com ceviche de polvo, e prato principal com camarão e lagostas. Dia 5 - 28/fev/2017 - terça-feira - Cayo Largo Era dia de se despedir de Havana, acordamos cedo, fizemos as mochilas e fomos ao hotel Telegrafo às 9h para esperar o bus que nos levaria ao aeroporto para embarcarmos para Cayo Largo. Bus que chegou apenas às 11h da manhã, o que nos deixou revoltados, pq o combinado quando compramos era que sairia às 5h da manhã para aproveitarmos o dia todo na praia, o que foi mudado de última hora. E o pior, mesmo após as 2h de atraso o ônibus estava vazio, ou seja, ainda iria passar em 300 hotéis antes de ir para o aeroporto. Chegamos num aeroporto minúsculo, menor q muita rodoviária de cidade pequena, e após um procedimento de check-in também típico de rodoviária de cidade pequena entramos no avião e às 15h estávamos pousando em Cayo Largo. Pela janela do pequeno, mas bom avião, foi possível ver as lindas tonalidades de azul daquele mar caribenho!! A revolta logo diminuiu, pois sabíamos que estaríamos num paraíso. muito em breve. Lá um ônibus nos esperava para nos levar ao resort all inclusive Sol Cayo Largo. Um belo resort, com um quarto magnífico a 50m da praia (mas com uma maldita duna que tira a vista do mar).. . Caminhamos até a praia e uma pequena decepção, não era tudo o que esperávamos . A praia ali tem muitas ondas, portanto não passou aquela impressão de ser tão transparente. Hoje, parando para pensar, a praia é linda, foi só um problema meu de estar com a expectativa muito elevada. E de qq forma, a ilha ainda nos mostraria outra praia maravilhosa. Um fato curioso, neste dia, enquanto caminhávamos tranquilos pela praia, curtindo um belo pôr do sol, nos demos conta de um detalhe. Aliás, da ausência de um detalhe, estava todo mundo pelado!!!!! Aquela área era para nudistas!!! Nem tínhamos nos tocado... Percebi a Gabi um pouco chocada, tentei explicar que era um estilo de vida, normal. Aliás, porque não ficar peladão tb... Ela só respondeu: nem a pau. E continuamos caminhando de volta tranquilamente. Dia 6 - 01/mar/2017 - quarta-feira - Cayo Largo Após uma noite muito bem dormida, tomamos um belo café da manhã no hotel e pegamos um táxi (2CUC por pessoa) para a famosa praia Paraíso. Esse nome não é à toa, ela realmente é o espetáculo que eu estava esperando de Cayo Largo. Areia branquinha e um enorme mar que mais parecia uma piscina infinita azul que no horizonte se confudia com o azul do céu. A praia tem pouca estrutura (o que é ótimo para mim), apenas um pequeno quiosque um pouco afastado. Pouca gente estava por lá, o que nos deixou muito relaxados no Paraíso. Dali também é possível caminhar até a praia ao lado, chamda Sirena. A praia Sirena é um parecida com a Paraíso, porém com mais estrutura de bares, guarda-sóis, quadra de volei de praia e etc. Por isso estava bem mais cheio. Para mim, portanto, sem dúvidas de ficar na Paraíso, com uma garrafa da água, um óculos escuro, um livro e muito protetor solar. Espetáculo!!! Voltamos para o hotel só quando apertou a fome. E dalhe all inclusive . Cerveja e batata frita na beira da piscina!! um sanduíche, um mojito, uma mini pizza, 2 pina colada, 5 cervejas... Só parei na hora que o próximo drink para provar era a cuba libre, pois me lembrei do dia na Fábrica de Arte Cubana e me deu um embrulho no estômago. Como deve ser em todos all-inclusive, de noite rola uma janta e sempre tem uma atração do hotel com uns animadores que conseguiam dar uma agitada nos gringos. Dia 7 - 02/mar/2017 - quinta-feira - Cayo Largo Voltamos à praia paraíso. O vento que tinha no primeiro dia não se observava mais. A cor do mar ficou ainda mais azul e hipinotizante. Conversamos com uns mergulhadores que nos disseram que as condições do mar realmente não estavam as ideais no dia anterior. Mas hoje estava excelente. Ficamos ali vidrados olhando o mar, e preocupados apenas em coordenar um constante revezamento de sol, banho de mar e protetor! A cada banho de mar se podía ver os peixinhos nadando tranquilamente naquele azul quase transparente. Voltamos umas 14h30 para almoçar, e resolvemos curtir o resto da tarde na praia ali da frente do hotel, sem muita expectativa. Mas nos deparamos com outra praia!! Estava com bem menos onda e um azul límpido de encher os olhos. Aí foi só curtir tomando uma cerveja no bar da praia. Fim de tarde ficamos na sacada do nosso bangalo para ver o pôr do sol. Além do pôr do sol vimos um casal de peladão entrando pelo hotel sem roupa... Até aí tudo bem, o mais esquisito foi ver q eles eram nossos vizinhos. E que foram pra sacada ver o pôr do sol também. Pelados. E o romantismo do pôr do sol sensibilizou eles. E eles começaram a se beijar. E beijar. E os beijos já não eram apenas na boca... Aí acho que bateu uma brisa gelada, e eles resolveram entrar... Só love em Cuba Dia 8 - 03/mar/2017 - sexta-feira - Cayo Largo Descobrimos que nossa volta seria apenas às 18h45 (no dia que fechamos o pacote, o horário de volta seria 9h da manhã). Sim, descobrimos só no dia que horas iríamos embora. Já tínhamos lido para não marcar vôo internacional no mesmo dia que um vôo doméstico, aí entendemos o porquê. Mas ótimo então. Ganhamos o dia que tínhamos perdido na chegada!! Aproveitamos para curtir a praia pela manhã. Livro, piscina, jacuzzi, bar e, pela primeira vez, internet (paga e lenda, óbvio) pela tarde. Depois de uma demorada volta (ficamos meia hora no avião esperando a escada chegar para podermos desembarcar ) fomos chegar no hostel que pegamos em Vedado apenas às 23h. Como achávamos que iríamos conseguir aproveitar o fim de tarde e a noite em Vedado, pegamos uma casa bem localizada. Mas no fim ficamos na sacada batendo um papo com uns brasileiros que coincidente estavam hospedados ali e com o dono da casa. Dia 9 - 04/mar/2017 - sábado - Antígua Às 5h da manhã pegamos um táxi que o dono da casa que estávamos reservou por 25 CUC. O cara era um engenheiro que largou a profissão para ser taxista, pois ganhava mais. Fomos batendo um papo tão cabeça que ele furou um sinal vermelho e quase nos matou. ::lol4:: O checkin demorou mais de 1h de fila, portanto, chegue cedo. Nosso destino era Guatemala City (com escala em Panamá City), e de lá pegaríamos um transfer até Antígua. Chegando lá troquei dinheiro no aeroporto, e depois fui descobrir que a conversão que eu peguei era péssima. Porém em Antígua também não tinha taxa de conversão muito melhor. Depois me falaram que devido à lavagem de dinheiro em decorrência do tráfico de drogas na Guatemala, a conversão é muito desfavorável e às vezes até difícil de trocar :o:o . Não sei se é assim em todo lugar da Guatemala, mas em Antígua de fato foi. Ainda na saída do aeroporto negociamos um táxi para Antígua por 25 dólares (preço inicial era 35 e na internet tinha lido que o pessoal pagava 30). O trânsito na Cidade de Guatemala é Bizarro, era sábado e estava tudo parado!! Foram 1h40 para chegar em Antígua. Antígua é uma cidade muito bacana, bem colonial, com várias casinhas uma colada à outra com alguns vulcões de plano de fundo. Por isso está sempre repleta de turistas, muitos deles guatemaltecos. Tem também vários restaurantes bons, mas os preços são um pouco salgados. Fomos direto provar a comida local num lugar chamado La Fonda de la Calle Real (muito bonito mas um pouco caro) e jantamos em um que recomendamos, o Pappys BBQ. Este último além de servir carnes e hamburgueres, tinha também uma cerveja artesanal produzidas por eles que era muito boa, essa janta nos custou 230 Quetzals com alguns chopps e 2 hamburgueres. Ficamos hospedados no "A Place to Stay", um hostel bem avaliado porém um pouco afastado da cidade e cheeeeio de gatos. Portanto se alguém tem alergia, ou mania de limpeza, esse não é o melhor lugar. Para nós foi muito bom, especialmente pelo precinho camarada e os donos muito queridos :P:D.. Eles nos falaram muito sobre a cidade e nos reservaram um tour para subir o vulcão Pacaya no dia seguinte. Antígua é uma cidade de vulcões, muitos viajantes optam por subir um dos 3 vulcões ativos que rodeiam a cidade. O Pacaya, a nossa escolha, é o mais fácil e rápido. Os outros, bem mais altos, exigem que vc acampe no meio do caminho antes de atingir o topo, e como recopensa, vc pode ter a sorte de pegar o vulcão da frente em atividade e tirar belíssimas fotos de noite. Vi algumas fotos de um mexicano tinha tirado no dia anterior, e te garanto, é fantástico!!! :wink: Dia 10 - 05/mar/2017 - domingo - Antígua Tiramos a manhã para caminhar com calma pelas ruas de Antígua. Passamos por feiras de artesanato, pela catedral e diversas das ruas coloniais. Paramos para almoçar no restaurante italiano La Toscana, muito gostoso e nos custou 210 Quetzals para 2 com um vinho. :-P:-P Às 14h saímos rumo ao vulcão Pacaya (o tour tb tem opção às 8h). Por sorte pegamos uma tarde sem nenhuma nuvem, pois do contrário não seria possível avistar o vulcão. Se passou 1h30 dentro da van para chegar no pé do morro que subiríamos para ver o vulcão. Já durante a subida descobri que na verdade não escalaríamos o vulcão, e sim um morro de onde veríamos o Pacaya. Meu ânimo para subir já minguou, pois isso era bem diferente do que eu tinha visto nas fotos da internet, onde o pessoal praticamente podia tocar a lava do vulcão. Eu imaginava um tour de aventura no meio da lava, repleto de perigos a serem vencidos ::tchann::::tchann:: Uma pena que hoje em dia eles se preocupem tanto com a segurança dos turistas, parece que essa aventura ficou no passado. ::lol4::::lol4::::lol4:: . Achei a subida tranquila, mas de qq forma, para os mais sedentários, há a opção de pagar às crianças montadas em seus cavalos para tomar o lugar delas na cela dos equinos. Finalmente no fim da trilha. Lá de cima podíamos ver o vulcão, imponente, mas nada de tão especial para quem já tinha viu algum vulcão na vida. E eu já tinha visto vários! :-|:-| Estava a ponto de ficar desapontado quando um estouro ocorreu ao mesmo tempo que várias pessoas soltaram em uníssono um "óóóóóóóóóó". Olhei para o vulcão e um respeitável jato vermelho de lava saía de sua abertura. :-o:-o:-o O vulcão estava em atividade!!!! Foi incrível ver aquela lava vermelha explodindo de um vulcão negro, em um dia com um céu tão azul!! E assim o cenário nos brindou durante o restante do nosso passeio. Foi surpreendente, não esperávamos ver um vulcão em atividade. Num instante o passeio que estava um pouco chato valeu muuuito a pena! ::cool:::'>::cool:::'>::cool:::'>::cool:::'> Não reduziu minha exitação saber que o vulcão estava em atividade havia alguns dias. E mais, é realmente comum ver essa explosão de lavas por ali. Inclusive alguns turistas melhores informados que nós estavam em Antígua exatamente por isso, admirar a atividade dos belos vulcões da região. Com essa animação, a descida foi bem mais prazerosa. Descemos por um outro caminho com um visual bem mais bonito, e ainda paramos para tirar proveito do calor das pedras vulcânicas do pé do Pacaya para esquentar uns marshmallows . Às 20h15 estávamos de volta em Antígua. A pedida da noite foi uma comida mexicana (que é ótima e barata por lá, nos custou 110 Quetzals com cervejas) e dormir para enfrentar um longo dia de translado no dia seguinte rumo à Lanquin. Dia 11 - 06/mar/2017 - segunda-feira - Trajeto para Lanquin Às 9h da manhã o ônibus escolar dos Simpsons passou para nos buscar no hostel. Foram 150 Quetzals reservado no próprio hostel. É bacana que é possível conseguir essas vans para diversos horários, tudo apenas com um dia de antecedência. Nem se esquente em reservar. A estrada até Lanquin era 95% pavimentada, mas em condições um pouco ruim na maioria do trecho, com muitas curvas e buracos. E o que combina com curvas e buracos? Motoristas malucos, claro!! ::lol4::::lol4::::lol4:: Após 6 horas de viagem, vizualizar um acidente de moto com um motoqueiro voando longe, quase atropelar 2 cachorros, realizar ultrapassagem forçada jogando um carro próximo a um desfiladeiro (umas 2x) e algumas cantadas de pneu, chegamos para almoçar em uma cidade chamada Cobun. Almoço feito e foram mais umas 3h até nosso hostel em Lanquin. Chegada às 17h, aí foi fechar o passeio para Semuc Champey para o dia seguinte e relaxar. Aliás, relaxar era a única opção, pois na cidade não tem nada pra fazer, nem compensava sair do hostel. Por sorte o hostel era muito bacana, ficava no meio da floresta às margens de um rio que a galera usava pra se divertir. De noite era agitadinho, com uma janta maravilhosa por 50 Quetzals e música ao vivo. Uns drinks baratos e uma mesa de sinuca completavam o cenário. A única reclamação foi a presença de umas aranhas no quarto. Mas tudo bem, não vim pra Lanquin ver cimento. Dia 12 - 07/mar/2017 - terça-feira - Lanquin Às 9h da manhã estávamos partindo para a atração mais esperada por mim na Guatemala, e quem sabe da viagem: Semuc Champey. Tínhamos reservado o passeio no hostel mesmo por 185 Quetzels, e foi ali no hostel que passou um pau-de-arara para nos levar no máximo conforto quanto possível para um trajeto de 30 minutos de estrada de chão em pé na carroceria. ::quilpish::::quilpish:: O tour padrão para Semuc era precedido por uma visita a uma caverna e algumas atividades no rio que fica na entrada do parque. Pensei comigo: enrolação para preencher o dia. Graaaande engano!! :o:o Primeira parada: explorar uma caverna. Instrução do guia: Ficar apenas com trajes de banho e não levar absolutamente nada para dentro da caverna. Nós fomos teimosos e levamos a gopro. E assim todos seguiram caminhando até a entrada da caverna apenas de sungas, bermudas e biquinis. Lá mais umas poucas instruções e a informação que entraríamso 500m caverna adentro, sem o mínimo contato com qualquer iluminação natural e que algumas partes precisaríamos nadar em corredores estreitos, pular por entre pedras pontiagudas e escalar paredes rochosas. Equipamento de segurança disponibilizado para a aventura: uma vela! ::ahhhh::::ahhhh:: A partir dos 30m já era impossível enxergar qq coisa que não fosse iluminada pelo pequeno raio de ação da vela em nossas mãos. Os corredores eram de fato estreitos e com paredes rochosas, muitas vezes pontudas. Em alguns pontos uma corredeira de água no nível do pescoço corria lentamente pelos apertados corredores de pedra, e o desafio era nadar sem apagar as velas. A escuridão era total e os obstáculos deixaram todos cheios de adrenalina. O negócio ali exigia superação! Era preciso enfrentar os obstáculos muitas vezes guiados pelo som e pelo instindo. Apesar dos riscos de algum acidente, a exitação estava escancarada nos largos sorrisos de todos (ou talvez da maioria). O único guia para um grupo de umas 15 pessoas olhava com atenção, apesar de agir com naturalidade à medida que alguns dos integrantes apareciam com joelhos e costas com arranhões e sangue ::sos::::sos:: . Eu tirei um filé do dedão que só foi se regenerar no Panamá. Chegamos em um ponto com uma cachoeira dentro da caverna. Mas a admiração da beleza foi sufocada pela adrenalina da experiência. Além disso não posso dizer que era uma linda cachoeira pq simplesmente não enxerguei praticamente nada... Pude sim ouvir e ver a água próxima de mim caindo. Um ponto específico foi o mais tenso. Já no regresso o guia nos levou em um local que tinha um buraco no chão, e fez com que nos apoiássemos com os braços, um a um, até que a cintura ficasse abaixo do nível do chão, e cuidadosamente (para não dar com a boca nas pedras) tínhamos que nos soltar nesse buraco negro e cair sem nos arranhar uns 2m na escuridão total que culminava num rio profundo e com uma leve correnteza. Ali a adrenalina virava apavoro. Eu fui antes e pude ver a Gabi caindo aos gritos, até sua voz ser abafada ao afundar na água. Na volta à superfície a cara de todos era de apavoro ao tentar se localizar naquela caverna escura de água gelada com sua leve correnteza. Era preciso alguns segundos para entender se era o fim da vida ou não. Não era o fim da vida, ao contrário, era se sentir vivo!!! DEMAIS!!! ::hahaha::::hahaha::::hahaha::::hahaha:: Depois da aventura na caverna eu já tinha até esquecido que ainda teríamos o Semuc. Porém antes tinham as atividades no rio! Uma delas era um grande balanço que os mais corajosos podiam se jogar no rio (ou cair de cabeça na areia). No final desta caminhada chega-se a uma bela cachoeira. E como não podia ser diferente, podíamos escalar as pedras da cachoeira e nos atirar no rio a uma altura de mais de 5 ou 6m. Ainda lembro de uma espanhola que estava no grupo olhando chocada todas as atividades e falando alto para si mesma: "puta madre, todo esto es puro peligro, no es diversion!" jajajaja Passado os momentos aventura, hora de relaxar. Cada um pegou uma bóia e descemos o rio vagarosamente no ritmo da correnteza aproveitando a bela paisagem daquele lugar. Algumas crianças também de bóias vendiam cerveja, água e "chocolates" artesanais (uma massa de cacau e açucar). Fizemos o tubbing por uns 20 minutos até chegar ao local do almoço às 13h30. Era uma barraca improvisada onde uma farta comida foi cozinhada e servida ali mesmo. Eu e a Gabi tínhamos levado nosso próprio almoço e portanto não nos deliciamos com eles. Acabou o dia?? Nããão!! Finalmente tinha chego a hora de entrar no parque de Semuc Champey. Pagamos os 50Q para entrar no parque e após uma subida íngrime de 30minutos chegamos no mirante para se derreter com aquela pintura da natureza!! A vista de lá é realmente muito bonita, um belo capricho da natureza. Ficamos apreciando por um tempo e depois descemos para tomar banho e relaxar naquelas piscinas naturais que recém vimos lá de cima. Foi 1h30 ali aproveitando. Tivemos a sorte de encontrar um casal de brasileiros com 2 filhos pequenos viajando pelo mundo de carro (procurem no Facebook por "Novos Olhos"), conversamos com eles e saímos dali alimentando uma vontade de não parar de viajar. Hora de voltar. Foram mais 30 sofridos minutos em pé e apertados no pau-de-arara até chegar no hostel às 17h30. Dica: Tem um passeio em outra caverna com morcegos que sai às 17h, quem fez achou bem bacana. Nós tínhamos pensado em fazer esse também, mas além de perder a hora estávamos exaustos. Restou portanto comer a deliciosa e farta comida do hostel e dormir tranquilo ouvindo aquela chuva que começara a cair com a convicção de esse dia seria o melhor de nossa viagem. E foi!! :D:D:D Dia 13 - 08/mar/2017 - quarta-feira - Trajeto para Flores Reservamos no hostel uma van para Flores, que saiu debaixo de chuva às 8h da manhã. Aliás, que sorte tivemos, chegamos com um chuvisco e saímos com chuva, mas nosso dia em Semuc foi um belo sol! O trajeto até Flores foi no padrão Guatemala. Houve um atropelamento de um peru por nosso motorista que ficou triste e se lamentando por horas por ter provavelmente comprometido o almoço de natal de alguma família guatemalteca. Também houve um estouro do pneu do nosso micro, e após cerca de 1km de trajeto com pneu furado paramos para trocá-lo. Até aí tudo bem. Chato ficou quando o motorista percebeu que o estepe era maior que o pneu estourado. ::ahhhh::::ahhhh:: Bom, se não tem tu, vai tu mesmo.... :lol::lol::lol: Resultado da gambiarra: micro mais alto de um lado e vida que segue. Pé na estrada. Mas não sem antes ter q empurrar o micro para dar a partida no tranco. ::essa:: Após todas essas diversões no trajeto fomos chegar em Flores às 18h30, ou seja, 10h30 para percorrer os pouco menos de 300km de viagem. Com isso não conheceríamos Flores de dia, infelizmente. Fomos até a agência Maya para reservar a ida à Tikal no dia seguinte. Eram vários horários disponíveis, escolhemos sair às 8h por 150Quetzals cada (com guia). Se você quiser ir ver o sol nascer de dentro do parque se prepare para 100 Quetzals extra. Não tínhamos reserva em nenhum hostel. Procuramos por ali mesmo e pegamos um hotel bacaninha por 160Quetzals o casal (metade do valor da internet). Mas esqueci o nome ::putz::::putz:: Caminhamos um pouco pela cidade e paramos para comer a boa comida mexicana de lá com uns gringos que estavam no nosso passeio em Lanquin. Dia 14 - 09/mar/2017 - quinta-feira - Flores/San Ignácio Às 8h saímos com mochilão e tudo para Tikal. Cerca de 10h da manhã chegamos no parque. Pagamos mais 150Quetzals para entrar no parque e caminhamos por 4h ouvindo o nosso guia contando as fantásticas histórias e admirando as incríveis construções tão antigas do povo Maya. Tikal possui diversas construções Maya muito bem conservadas. O parque é enorme e incrustado na selva. Algumas construções estão bem restauradas, mas muitas ainda estão cobertas pela mata. Tikal não tem a beleza de Macchu Picchu (provavelmente pela ausência das montanhas da Amazônia peruana), mas a história e o tamanho de Tikal não deixam nem um pouco a desejar. ::cool:::'>::cool:::'>::cool:::'> Fim do passeio. Tínhamos nos informado por diversas vezes sobre a possibilidade de seguir diretamente para Belize a partir de Tikal. Descobrimos que seria possível ficar num cruzamento chamado de cruzamento Ixlu e dali pegar um transporte público até a fronteira. Foi o que fizemos! O cruzamento não tem muita coisa. Descemos ali e ficamos no meio do nada, na beira da estrada e em frente de alguns dos poucos comércios locais. Não deu tempo nem de ficar apreensivo e em 5 minutos passou uma van que iria até a fronteira. 25 Quetzals por pessoa!!!! Incrivelmente mais barato que os transportes voltados aos turistas que partem de Flores. Jogamos nossas mochilas em cima da van (sem estar amarradas) e entramos na van lotada. Eu fiquei em pé, e com o meu 1,90m fiquei todo arcado. Senti que toda a van parou de conversar para nos observar. Deviam pensar: o que esses 2 malucos vestidos engraçado estavam fazendo nesse transporte de locais?? No começo foi um pouco desconfortável ser o centro das atenções, mas no final eu já estava coordenando a abertura das portas e a entrada e saída de novos passageiros enquanto a Gabi estava ligada no retrovisor para garantir que mandaria o motorista parar no caso da nossa mochila voar da van em um dos diversos buracos na pista. 8)8)8) Em 1h estávamos na fronteira de Guatemala com Belize. Gastamos alguns Quetzals que nos sobraram com comida e o que restou trocamos com um cambista na própria alfândega. Tudo ok na saída da Guatemala. Já na entrada em Belize fomos parados. Nos mandaram entrar em uma salinha e não foram nem um pouco simpáticos. Ficamos uma meia hora esperando sem ninguém dar qualquer informação. Além disso, faziam cara feia quando interrompíamos a conversa aleatória entre eles para perguntar o que estava acontecendo. Por fim uma pessoa que parecia ser o gerente dali nos chamou em outra sala e pediu nossos passaportes. Foi folhando aos poucos e vendo os vistos que tínhamos. Quando viu Cuba ele fez uma cara feia e olhou para nós. Folhou mais algumas páginas e viu o visto do Japão. Aí ele deu um sorriso e perguntou como era o Japão ao mesmo tempo que fechou o passaporte e nos desejou boas vindas à Belize. Pegamos um táxi até a cidade de San Ignácio. O valor tabelado numa parede da alfândega eram absurdos 20USD. Não vimos muita opção e acabamos pegando o táxi mesmo. Sugiro vc pesquisar um pouco. O país é pobre e certamente deve ter opção menos "pega-turista" ao se afastar da alfândega. Chegando em San Ignácio ficamos numa pousada bem razoável. A princípio parecia uma região meio favela, mas depois vimos que era apenas simples, assim como toda a cidade. Estávamos próximos à rua principal de San Ignácio, onde comemos uma bela comida mexicana (de novo!) e bebemos muitas cervejas locais por 70 Dolares belizianos (a conversão é fixa, 2 belizianos equivalem a 1 dólar americano). Para quem não sabe a língua oficial de Belize é o inglês (que eles falam num sotaque horrível), mas muitos falam espanhol por serem de algum dos países vizinhos. San Ignácio é uma cidade com praticamente nenhum atrativo em si, porém é o ponto de partida para vários passeios na região, dentre eles cavernas, tubbing, trekking, e ruínas maias (a ruína caracol é bastante famosa, mas tínhamos nos informado por locais que não valeria a pena ir no nosso caso pois recém tínhamos visitado Tikal). Portanto nosso objetivo era conhecer as cavernas ATM, que pelo que vimos pela internet era o passeio mais interessante da região dentro dos nossos gostos. Reservamos o passeio para a ATM Caves pela companhia Maya (aparentemente a mesma que tínhamos reservado em Flores) e fomos dormir cansados. Dia 15 - 10/mar/2017 - sexta-feira - San Ignacio Ás 7h30 estávamos pegando o micro da agência rumo à ATM caves num trajeto de 1h. O valor foi caríssimos 95USD. Nossa expectativa para esse passeio foi lá pra cima após a inesquecível aventura que tivemos nas cavernas de Lanquin. Mas a ATM era diferente. Não era aventura. Nos fizeram vestir até capacete com lanternas que nos passava uma indesejada sensação de segurança ::lol4::::lol4::::lol4:: !!! A ATM era história, era arqueologia, era beleza, era impressionante! :):):) Foram 4h dentro da caverna, quase 1km caverna adentro sem contato com luz natural (mas melhor iluminado pelas lanternas no capacete do que se fosse com velas). Seguimos o fluxo contrário do rio que vinha de dentro da caverna. O lugar era super bem cuidado pelos guias treinados e credenciados para lidar com uma quantidade impressionante de itens de cerâmica e ossadas maias de mais de mil anos. Todo o passeio foi regado a relatos e histórias das finalidades daquela caverna pelos nossos ancestrais. No final dos 800m se chega no que deveria ser o local de cultos dos maias, com ossadas super conservadas e um cenário recompensador. O passeio é muito menos aventura de Indiana Jones e muito mais investigação da Discovery Channel (canal que inclusive tem reportagens no local). Fim do passeio, voltamos para um banho e um almoço preparado pela agência. Aí lá pelas 15h foi regressar batendo papo com os simpáticos guias. Dica: É possível ficar na estrada e pegar um ônibus público para Belize City e ir direto para as uma das famosas ilhas de Belize. O último barco (também chamado de Water Taxi) saia perto das 18h de Belize City. Nós optamos por voltar à San Ignácio. Já estávamos pulando demais de cidade em cidade e apesar de San Ignácio não ter muitos atrativos, gostamos bastante do clima hippie da rua principal com comida boa e barata ao som de reggae e atendentes rasta. Até comemos um delicioso dog de rua por 2,5 Belizenhos ::xiu:: . Dia 16 - 11/mar/2017 - sábado - Caye Caulker Dia de levantar e ir para Caye Caulker. Para isso tínhamos 2 opções: Transporte para turistas por 50USD ou busão público por 9Belizenhos (4,5USD), tudo por pessoa. Obviamente às 8h40 pegamos o pinga-pinga na rodoviária de San Ignácio. Ônibus velho, mas uma experiência legal pois erámos praticamente os únicos gringos num ônibus lotado de locais. A viagem foi super tranquila tirando uma curva que caiu uma baita mochila na minha cabeça ::essa:: . Chegando no ponto final tivemos que tomar um táxi por 10B até o terminal do water taxi (como é chamado o barco até as ilhas). Meio dia saiu nosso barco e às 13h já estávamos no nosso hotel em Caye Caulker. Tiramos o dia para caminhar pela ilha, fechar os passeios e relaxar tomando uma boa cerveja. Afinal nossas férias estavam bem corridas ultimamente. Caye Caulker, apesar de ser uma ilha, não tinha uma praia onde a galera tomava banho. Tinham sim muitos bares e restaurentes. As princiais atraçãos não eram exatamente ali dentro da ilha, mas sim logo a frente, no mar!! Ou melhor, debaixo dele!!! Belize é um paraíso submarino. A água tem uma cor incrível os corais que se encontram ali tornam Belize um dos melhores lugares do mundo para o mergulho e/ou snorkeling. Deixamos para fechar o mergulho na hora. Resultado: a melhor escola (Belize Diving Center) estava com a agenda cheia para a ida ao Blue Hole. Recebemos indicação de que a Frenching também faria esse mergulho, que era bem longe da costa e somente as melhores escolas faziam. Por sorte conseguimos uma vaga lá na Frenching no dia seguinte e por um preço mais baixo (270USD por pessoa para 3 mergulhos com todo equipamento incluso). Fechamos tb o tour mais famoso de snorkeling que duraria o dia inteiro e custaria 50USD por pessoa. Não fizemos, mas havia também opções de snorkeling noturno, mergulho com tartarugas, com peixe-boi, etc... Ficamos com esses dois, que estava de bom tamanho. Aproveitamos para lavar roupas na ilha, mas não foi boa ideia. As roupas não ficaram limpas, apenas menos sujas ::putz::::grr:: . Mas tudo bem, já estávamos no clima mochileiro hippie mesmo ::lol3::::lol3:: . Outra dica: Não perca nenhum pôr do sol na ilha. Todos são inesquecíveis. Dia 17 - 12/mar/2017 - domingo - Caye Caulker Hoje iríamos para um dos eventos mais esperados da viagem: o mergulho em Belize. Ou mais especificamente mergulho no Blue Hole!!!! ::tchann::::tchann:: Às 5h30 já estávamos na operadora Frenching para um rápido café da manhã. Junta todos os equipamentos e bora seguir de speed boat durante 2h saculejando até chegar no primeiro mergulho do dia: Blue Hole!!! ::love::::love::::love:: O Blue Hole é um círculo perfeito formado por rochas e corais. Dentro deste círculo um buraco no mar com mais de 120m de profundidade e um azul marinho escuro. Por fora era raso e um reluzente azul clarinho do mar de belize. De barco não foi possível ver tão perfeitamente essa escultura da natureza. Mas pouco importa, nós iríamos ver por debaixo d`água. ::otemo::::otemo:: Entramos todos, eu fui no grupo de quem tinha certificação avançado e a Gabi no grupo da certificação Open Water. Enquanto a Gabi foi até 24m de profundidade eu passei dos 40m :wink: . Lá embaixo a pouca vida marinha não era um problema, servia para manter nossas atenções para uma incrível formação rochosa que lembra uma caverna submersa. Pudemos ziguezaguear pelas enormes estalactites como se fôssemos mergulhadores da national geographic, cenário que ficou completo com o calmo desfile de um reef shark logo abaixo de nós. Realizado este sonho, paramos em uma pequena ilha, muito bonita por sinal, para almoçar, descansar e observar pássaros. Na sequencia partimos para os outros 2 mergulhos, ambos com visibilidade na casa dos 30m. Ao contrário do primeiro, esses com muita vida marinha e com certeza um dos melhores mergulhos que já fiz (só fica dfícil bater Fernando de Noronha), com direito a um tubarão como companheiro de mergulho, arraias, tartaruga e uma infinidade de belos peixes. O regresso foi no final do dia, onde o barco parou num local estratégico para confraternizarmos tomando ponche e comendo algumas comidinhas oferecida pelos guias figuras. Me relaxa só de lembrar daquele momento. Todos cansados no meio do imenso mar azul, com o sal no corpo saboreando as frescas memórias de um mergulho no paraíso. De noite, para relaxar, tomamos uma cerveja à beira do mar assistindo o nascer de uma enorme lua cheia, de cinema! ::love::::love:: Dica: Se vc quiser comer barato, tem uma barraca de rua com comida mexicana próxima à quadra de esportes onde eu e a Gabi comemos muito bem por 12B para os dois. Dia 18 - 13/mar/2017 - segunda-feira - Caye Caulker Novamente fomos para o mar!! Hoje outro passeio que prometia, passaríamos o dia fazendo snorkeling. Na minha opinião é um passeio obrigatório para quem vai para as ilhas de Belize. Saída às 9h30 no renomado Caveman, valor: 65USD por pessoa com almoço. O passeio foi muito completo. Paramos em alguns pontos de snorkeling com corais e uma vida marinha abundante e belíssima (moréias, barracudas, estrelas do mar, garoupa, etc, etc, etc). Destaque para um ponto onde o guia alimenta tubarões lixa (aquele com cara de bobo e inofensivo). Nesta hora você fica dentro da água e os tubarões passam por vc numa boa para se alimentar no barco. Outro ponto que gostei era um ponto que o chão parecia um gramado, e podemos ver enormes arraias e tartarugas. Paramos também para alimentar pelicanos com o barco em movimento e por fim procuramos os famosos peixe-boi que habitam os mares de lá. Passeio completo e imperdível!!! ::otemo::::otemo::::otemo:: Caye Caulker tem mais algumas atrações. Além de outros passeios que eu já mencionei, também tem umas festinhas que parecem serem boas (não fomos pois preferimos aproveitar o dia). Mas nosso tempo ali tinha se esgotado, assim como a semana que ficamos em Belize. Curtimos o país. Pouca gente vai pra lá, mas acredito que vale muito para um mochilão. É um país com altos índices de criminalidade, embora não nos sentimos inseguros em nenhum momento nos locais que estivemos. Sempre tomando as devidas precauções, claro! :wink::wink::-P Dia 19 - 14/mar/2017 - terça-feira - Cidade do Panamá Nosso vôo para o Panamá era às 14h20. Pegamos o water Taxi de manhã e do terminal de chegada um táxi para o aeroporto. Chegamos com bastante antecedência e ficamos lá morgando, pois o aeroporto de Belize City é super pequeno e não tem nada para fazer. Os seus arredores tampouco era opção para qualquer coisa. Chegamos no Panamá com o pé esquerdo. Tomamos um táxi com o preço combinado de 25 dólares e chegando no hotel o cara quis cobrar 35 dólares. Fiquei indignado e ficamos discutindo até que no fim acabei pagando 30 dólares, que era o valor que eu tinha lido no próprio site do aeroporto como sendo o justo. Ficamos hospedados no bairro Marbella, que é onde ficam os hotéis mais novos e os prédios bonitos. É perto de alguns shoppings e daqueles prédios enormes que são cartão postal da cidade. Os mochileiros normalmente ficam em Casco Viejo, acho que seria outra excelente opção, mais em conta, principamente. Esta noite foi só caminhar para admirar a cidade, que foi a de melhor estrutura que visitamos, e escolher um lugar para comer e descansar para acordar cedo no dia seguinte. Dia 20 - 15/mar/2017 - quarta-feira - San Blás Acordamos 4h30 da manhã, pois às 5h a agência Cruise estava nos esperando para nos levar à San Blás (outro lugar que minha expectativa estava nas alturas). O trajeto até o porto de onde saem os barcos para San Blás é longo, e para completar, essas agências demoram um monte recolhendo os passageiros pela cidade e dps ainda param num supermercado muito bom para comprar os suprimentos para levar à ilha. Saímos às 5h e chegamos pouco antes das 10h no porto. E considere isso rápido, pois no caminho fomos parados pela polícia por estar em excesso de velocidade. ::toma::::toma:: San Blás é um arquipélago de minúsculas ilhas estilo desenho animado, inacreditavel mesmo. Muitas delas são apenas um pedaço de areia branquinha rodeado de um belo mar azul turqueza. Dentro da ilha somente alguns coqueiros e uma cabana rústica. Ir para San Blás é praticar o desapego. É se conectar com a natureza, esquecer que vc tem problemas. Lá não tem energia elétrica, não tem água encanada, não tem sinal de celular. Apenas você e aquela maravilha. Só por isso eu já tinha me apaixonado antecipadamente. Os tours para lá podem ser de 1 dia (o que definitivamente não vale a pena, pois o trajeto é muito longo) ou vc escolhe quando chega e quando sai. Os carros vão e voltam para a cidade do Panamá todos os dias, de maneira que vc pode ir e voltar quando quiser. Nós optamos por ficar 4 dias e 3 noites por lá. Bom, voltando ao relato, chegamos no "porto" um pouco antes das 10h e lá vários barquinhos de madeira chegavam trazendo turistas das ilhas e buscando aqueles recém chegados. Cada barco partiria para uma ilha diferente. Em San Blás cada ilha é administrada por uma família de índios que moram nas ilhas, eram eles que faziam tudo na ilha, inclusive os translados para a sua ilha. Optamos pela ilha Chichimé que contarei detalhes depois. Já no trajeto o nosso coração estava até acelerado, tamanha expectativa de conhecer o que prometia ser o paraíso. Chegamos lá atentos à cada detalhe e a primeira sensação foi: decepção!!! Puta merda, sério que é isso?? Decepção po!? ::ahhhh::::ahhhh::::ahhhh:: Mas porque isso?? Explico. A nossa expectativa (principalmente a minha) era elevada demais. O lugar é de fato lindo, o mar é um de um azul incrível, a ilha tem areia branquinha, os coqueiros também estavam lá. Mas não pensamos que é uma ilha normal, que as folhas caem no chão e sujam a areia. Que o vento deixa o mar crespo. Que poderia e estava meio nublado. E o pior, era habitada por seres humanos!! No caso índios com um certo descaso com a manutenção das ilhas. Eram pilhas de lixos no meio da ilha, latinhas pelo chão e coisas do tipo. :cry::cry::cry: Mas de qualquer forma eu reafirmo, essa foi apenas a primeira impressão. Ao longo da nossa estadia fomos alinhando nossas expectativas e é inegável que o lugar é realmente mágico. Vocês verão a beleza nas fotos abaixo. Mas fica o aviso: é uma ilha do planeta terra, habitada por terráqueos, com todos os seus defeitos (e no caso o descaso com o lixo é um defeito bem grande). Nós apenas não tínhamos nos preparado psicologicamente para isso... Dia 21 - 16/mar/2017 - quinta-feira - San Blás A ilha não tem energia elétrica nas cabanas. Portanto tínhamos dormido não muito depois de ficar escuro e acordado junto com os primeiros raios de sol. A primeira atividade do dia era assistir o belo nascer do sol de pijama na areia do quintal. Um luxo impagável! As refeições estavam todas inclusas. Em todos os dias tínhamos um peixe frito com arroz e salada no almoço e janta (ou algo parecido com isso). Para o café da manhã uma fruta e uma panqueca. Dica: Para a noite leve lanternas, não tem luz no quarto nem nos banheiros. Uma bateria extra para o celular, camera e afins tb é bem vinda. A comida servida na ilha para mim não seria suficiente embora fosse o suficiente para a Gabi. Era até gostosa, mas pouca quantidade para mim (com meus 90kg e 1,90m). Levamos umas bolachas, ruffles, muffins etc etc etc... Fizemos a festa com isso entre os horários das refeições. Vale acalmá-los dizendo que em Chichimé vendiam cerveja por 1,50USD. Não achei tão caro dado onde estávamos, mas as pessoas levaram vinho, cerveja e outras bebidas e deixaram no freezer dos índios, o único lugar que tinha energia elétrica. Nos arrependemos de não ter levado um vinho para o pôr-do-sol. :roll::roll: Todo dia dávamos pelo menos 2 voltas à ilha caminhando (o que não levava mais de 15 minutos cada, caminhando vagarosamente). Sentávamos na areia para jogar conversa fora, líamos nossos livros. Com um pedaço de papel, uma caneta e bastante tempo rabiscamos alguns planos para o futuro. ::love::::love:: O sossego era total, até demais. Tinha passado cerca de 24h na ilha e começou a me bater um tédio. Uma agonia. Eu sou uma pessoa muito agitada, sofro com um pensamento muito acelerado. E por mais que estivesse em um lugar lindo, relaxando, meus pensamentos não pararam, e constantemente estavam vindo me atormentar. Comecei a pensar porque ficaríamos tanto tempo ali. Já tinhamos em 24 horas explorado tudo que tinha pra fazer e mais um pouco. Já tinha conhecido o lugar, precisava dar continuidade às férias, andar para outro lugar, conhecer mais coisas. E mais, não tinha sequer ligado meu celular. Como estaria o mundo??? Alguma notícia importante que eu estaria perdendo?? Quem seria o presidente do Brasil naquelas horas??? Ou pior que isso, e se ocorreu alguma tragédia??? Um acidente na família, sei lá... como iriam me encontrar ali?? Minha cabeça estava me dominando e me gerando uma paranóia... Estava falando com a Gabi e questionando se não era o caso de voltar mais cedo, seria só pedir para os índios nos colocarem no próximo barco para a costa. Eu já tinha pensado em tudo, na Cidade do Panamá iríamos conhecer coisas novas, novos lugares. Não iríamos ficar isolados e tal. Neste momento a Gabi, muito mais calma que eu, e com a paciência que lhe é peculiar, me trouxe de volta. Me mostrou que eu estava me entregando para uns pensamentos criados pelo meu subconsciente. Me trouxe de volta e até ficou um pouco brava por eu não conseguir relaxar estando num lugar que sonhamos tanto tempo em chegar. Hoje agradeço a ela ::kiss:: , pois aos poucos consegui relaxar e desistir de voltar mais cedo. Aproveitar minuto à minuto, sem pressa. No final eu estava tão relaxado que fiquei triste que teria que sair dali e encarar de novo aquele excesso de informação do dia-a-dia. É meus caros, Chichime além de linda serviu como uma terapia para mim. Pude perceber como muitos de nós sofremos com a Síndrome do Pensamento Acelerado. E curiosamente nesses dias eu estava lendo o livro "Ansiedade" do Augusto Cury, nada podia se encaixar melhor nesse momento. Aprendizado no livro e na prática. Às 15h fomos fazer um passeio por algumas ilhas próximas, uma "cortesia" sempre oferecida pelos nossos anfitriões. A principal ilha que visitamos foi a Isla Perro. Também muito bonita, e com um snorkel bacaninha. Paramos também num banco de areia com algumas estrelas do mar além de passar de barco por perto das mais diversas ilhas. Algumas com 100m2 somente de areia e uma única cabana. Outras ilhas possuiam 2 cabanas e meia dúzia de coqueiros, e por aí vai, ilha para todos os gostos. Na volta conhecemos um simpático casal de italianos que estavam viajando o mundo em um veleiro por 3 anos. Inspirador. Era o exemplo perfeito para se refletir enquanto se está em uma ilha deserta. :):):wink: Durante a noite ventava bastante. Dormíamos umas 12h por noite, mas o vento me acordava bastante. Nossa barraca tinha paredes de bambu e teto de palha. Isso fazia com que o vento passasse por entre as frestas. O chão da cabana era de areia. Nessa noite a Gabi se deparou com um simpático caranguejo passeando pela barraca. Tudo tranquilo, caranguejo não sobe cama, voltemos à dormir... O banheiro era muito longe para mim (uns 50m de distância), o que me dava preguiça de ir fazer xixi de noite. Era mais fácil simplesmente abrir a porta da barraca, dar 3 passos e fazer um xixi ali do lado na areia. A ilha era minha mesmo!! :mrgreen::mrgreen: Dia 22 - 17/mar/2017 - sexta-feira - San Blás Foi o melhor dia na ilha. O dia estava totalmente sem nuvens e com pouco vento. Eu e a Gabi fomos para o lado da ilha que não ventava e ficamos lá curtindo a sensação de sermos as únicas pessoas no mundo. Admirando os coqueiros e o mar de uma cor grosseiramente bonita. Nas horas vagas líamos umas páginas do livro e fazíamos snorkel. Finalmente chegamos no status de quase meditação. Relaxados, pensando em nada, desacelerados total. Hora de voltar e comprar 2 cervejas!! A ilha ficou ainda mais bonita para nós. Não precisávamos de mais nada. Nem mesmo o terceiro dia tomando banho com água salobra saindo de um cano na parede nos incomodava. O fato de ter q encher um balde toda vez que se ia ao banheiro para usar como descarga era, na verdade, muito divertido. E a presença de alguém "estranho" na ilha até nos causava ciúmes: Quem está vindo invadir a nossa ilha, porra?? :evil::evil: À noite sentávamos na frente da nossa cabana, que ficava sob a areia a 10m do mar. Ali ficávamos contando estrelas, enquanto eu ensinava a Gabi sobre as constelações que eu conhecia (algumas inventei na hora). E íamos dormir somente depois de ver uma estrela cadente. ::love::::love::::love:: Realmente nem conseguia acreditar como que eu queria ir embora lá no começo. Alias, era eu lá começo, ou esse agora sou eu??? Não sei, mas o fato é que tínhamos mudado em 3 dias. Infelizmente as coisas nem sempre são como gostaríamos. Quando quis ir embora tinha alguns dias pela frente. Agora que não queria sair, chegou a hora... Dormimos e na manhã seguinte teríamos que partir. Dia 23 - 18/mar/2017 - sábado - San Blás/Cidade do Panamá Mais um dia que o primeiro raiar do sol era nosso despertador e o primeiro compromisso era assistir o nascer do sol da nossa varanda, de pijama. 8)8) Tomamos o último café da manhã e 7h45 partimos para 1h de barco até chegar novamente ao continente. Meio dia estávamos fazendo check-in no Hard Rock Hotel, um dos melhores hotéis da cidade do Panamá. Certamente uma atração a parte na cidade para um amante do rock como eu!! Primeira coisa a se fazer num 5 estrelas dps de San Blas?? Um belo de um banho de meia hora, claro!!!! ::lol3::::lol3::::lol3:: O Hard Rock fica anexo ao Shopping Multicentro. Almoçamos ali e pegamos um uber até o Shopping Albrook. Aliás, uber foi nosso transporte para todos os deslocamentos mais distantes. Era tão barato que não compensava tanto pegar o metro e tínhamso desistido dos caros e desonestos táxis. Não somos muito de shopping, mas como praticamente 100% dos brasileiros relatavam os ótimos preços de lá, resolvemos conhecer o Albrook. O shopping é enorme, com diversas marcas famosas. Mas praticamente não compramos nada nem achamos grandes coisa. TIpo, parece um shopping, sabe? :lol::lol::lol: A Gabi comprou um iphone 7 (lançamento na época) com praticamente o mesmo valor dos EUA (o celular dela tinha morrido em San Blas). De noite caminhamos um pouco pela belíssima orla na avenida Cinta Costanera. E voltamos para aproveitar os bares e boates do hotel (que tem entrada free para os hópedes) ::otemo::::otemo::::otemo:: . O hotel é realmente fantástico. E não foi tão absurdamente caro para um hotel desse padrão. Mas é engraçada a sensação de ter um pouco de luxo após passar tantos momentos super agradáveis em lugares tão simples. Viajar é sempre um autoconhecimento, uma lição de vida, e estar relaxando no conforto do Hard Rock tomando drinks caros no chic bar do 62o andar, no meio daquela gente tão "refinada" nos passou uma sensação de vazio. Tipo, era bom mas era ruim, sabe? Mas, como sempre acontece em mochilões, sentimos que estávamos evoluídos. Éramos capazes de observar a vida de diferentes ângulos, e saber aproveitar o que cada um deles tem para oferecer. Estávamos muito felizes ali, assim como o fomos em todos os momentos da viagem! Dia 23 - 19/mar/2017 - domingo - Cidade do Panamá O dia era de perambular. A grande pedida é alugar uma bike e fazer tudo pedalando, do nosso bairro até a Calzada de Amador passando por Casco Viejo. Mas como era domingo e não nos planejamos, não conseguimos alugar a bike. ::toma::::toma:: Acabamos pegando um uber direto até Casco Viejo. Domingo era praticamente tudo fechado! A Gabi comprou um chapáuzinho panamenho (que descobrimos que é, na realidade, equatoriano). Ficamos umas 2h no museu do Canal Interoceanico do Panamá. Museu esse que conta toda a história da construção do canal e as tretas com os EUA (sempre os EUA... :roll: ). Eu particularmente gostei muito do museu, bem completo e com muita história do país: política, economia, aspectos sociais, etc... Se vc gostar e tiver paciência para ficar lendo como eu, vale a pena! :wink: Em pouco tempo percorremos todo Casco Viejo e terminamos no Mercado Municipal para almoçar uma comida meia boca e tomar umas (ou várias) cervejas por 1 dólar cada. :P:P Saímos caminhando para encontrar uma internet e chamar um uber. Achamos wifii no belo bar La Rana Dorada que vendia um delicioso chopp artesanal. Tomamos mais umas e pedimos o uber. Como nosso passeio de bike tinha minguado, pedimos para o uber dar uma volta pela Calzada Almador antes de ir embora. Essa Avenida é uma tripa cercada pelo mar dos dois lados e estremamente agradável para caminhar ou andar de bike, ou até mesmo tomar uma cerveja. Infelizmente só conseguimos passar de carro, e não pudemos desfrutar um pouco dessa bonita região. Só para constar, andamos para burro de uber, o cara foi praticamente um guia, e o valor final foi 10USD. Nessa noite estava rolando em um dos bares do Hotel um baita cover de The Doors e Led Zeppelin. Fui à loucura. ::dãã2::ãã2::'>::dãã2::ãã2::'> Dia 25 - 20/mar/2017 - segunda-feira - Cidade do Panamá Era nosso último dia de férias :cry::cry: . Chegamos no canal do Panamá às 9h, horário de abertura. Fomos direto ver a passagem de um enorme navio. Um espetáculo para um engenheiro como eu. Realmente vale a pena conhecer o canal, especialmente depois do museu em Casco Viejo e entender que a economia do país é basicamente este canal. Dica: O site do canal mostra quais os horários de travessia dos barcos. Confira antes da sua visita, pois o mirante Miraflores (o canal) não é interessante se você não conseguir ver a travessia de um barco. Para você ter uma ideia, às 10h40 já estávamos de volta ao hotel. Antes de fazer o check-out ainda fomos no Shopping Multicentro almoçar e fazer umas compras. Ali comprei umas camisas Dudalina com 70% de desconto (tipo 30USD cada). Calvin Klein e Tommy tb tinham preços melhores que o Albrook. Aproveitei para dar uma leve renovada no guarda roupa. Chegou a hora de se despedir da América Central, tomar um uber ao aeroporto e voltar à realidade. Posso dizer que a América Central foi incrível. Lugares fantásticos. Povo simples e simpático. Um dos meus maiores receios era a insegurança. Mas realmente nos sentimos seguros em todos os locais que fomos, claro que sempre tomando as devidas precauções. Foi um lugar que nos ensinou a aproveitar ainda mais as belezas das coisas simples, a reduzir o ritmo do dia-a-dia. Esperamos voltar.
  17. Olá pessoal, esse é o meu 7º mochilão e é o primeiro que vou escrever o relato para contribuir com o site. Dessa vez vou fazê-lo porque quando fiz a pesquisa para esses países não encontrei muitos relatos, e os que tinham estavam bem velhinhos. O relato que mais me ajudou foi o do Soriento que por mim poderia ser escritor, porque escreve muito bem, quando eu o li parecia que estava viajando junto com ele. Vou tentar ser bem objetiva e escrever bem, é o mínimo né! Em primeiro lugar, se você está com dúvidas se vai ou não a estes países, eu te digo, desencana e vai, porque vale muito a pena, são países lindos, com uma natureza exótica, com um povo ímpar, mas você vai me dizer, ahh são uns dos países mais perigosos do mundo! E eu te digo, sim realmente são, São Pedro Sula foi considerada pela ONU em 2015 a cidade mais violenta do mundo depois dos países do Oriente Médio que estão em guerra, mas ainda assim você foi para lá? Sim, porque felizmente no mundo ainda há mais pessoas boas que más, e o Brasil meu amado país é uma escola que nos ensina a fugir de problemas. Ah e tem a questão do status, é claro que é mais chique você contar aos seus amigos que foi a Europa ou ao Estados Unidos do que a Guatemala, Honduras, Belize ou El Salvador, mas quando eles virem as suas fotos do Semuc Champey ou do vulcão Acatenango na Guatemala, ou quando você descrever a eles como foi sua experiência de surfar em El Tunco em El Salvador, acredito que eles vão querer ir!! Dicas: Levei o cartão travel Money, mesmo sendo muito mais caro e com tantas taxas, ainda assim prefiro, porque se eu tiver algum contratempo é só ficar esperando o novo cartão chegar; Tem bancos por todos os lados para saques; Nesses países eles não fazem viagens noturnas, isso é ruim porque se perde o dia trocando de cidades; Não há ônibus de viagem como aqui no Brasil, as viagens são feitas em shuttle que são aquelas vans tipo besta; Melhor Hostel da viagem: Casa Verde em Santa Ana em El Salvador; Leia as recomendações do Consulado Brasileiro sobre esses quatros países; Você realmente vai precisar da carteira internacional da febre amarela e se tiver coragem tome todas as vacinas que puder é bom para prevenção, tenho até vacina de febre tifoide, só me falta a antirrábica por estar em falta, tá vai sou a louca das vacinas; O café da manhã mais comum é ovos mexido com purê de feijão; As fotos da viagem estão no meu Instagram nandadiasfer. Tudo começou dia 02/11/2017 .... Brasil / Guatemala Saímos de Guarulhos em São Paulo as 6h35 num voo pela Copa Airlines (R$ 2.590,52) com escala de uma hora na Cidade do Panamá e seguimos para a Cidade da Guatemala onde chegamos as 13h horário local (o fuso horário é de 4 horas com o Brasil, por estarmos no horário de verão). Quando descemos no aeroporto na Cidade da Guatemala, fomos para a imigração, a oficial da imigração me perguntou se era a primeira vez na Guatemala e disse que sim, aí ela me pediu para ir até uma sala conversar com outro oficial, ele me fez perguntas básicas como: quanto dinheiro você trouxe, cadê seus cartões de crédito, onde você trabalha e você foi ao México em março desse ano? sim! e depois me pediu para voltar no guichê anterior e seguir viagem. Fomos direto procurar um transporte para Antígua, e já na saída da imigração como de praxe em quase todos os aeroportos tem ônibus, táxis, transfer para os principais pontos das cidades e escolhemos a opção de dividir um táxi para Antígua por U$13 dólares cada. Assim chegamos em Antígua as 15 horas. Nos hospedamos no BigFoot Hostel Antígua na Avenida 6ª Sur a uma quadra da praça principal, o quarto compartilhado custa $75 Quetzales. O Hostel está em Antígua e na Nicarágua, o dono é brasileiro e super gente boa. A partir de quinta-feira tem festas temáticas, não tem café da manhã incluso mas tem um bar restaurante que tem uma ótima salada por $35 Quetzales, as camas são confortáveis que dão aquela vontade de dormir até mais tarde. O banheiro fica fora do quarto próximo a sala de TV. Os staffs são excelentes, pegamos as recomendações dos relatos que lemos aqui e não nos arrependemos. Antígua na Guatemala Nesse dia acordamos tranquilamente sem pressa, até porque estávamos cansados da viagem no dia anterior e fomos tomar café na “padaria” El Sol Café Boutique $50 Quetzales uma caneca de leite com café e uma baguete de queijo, alface e tomate com um molhinho gostoso, apesar de achar um pouco caro, estava tão bom que voltamos nos outros dias. Um adendo sobre Antígua, é uma cidade cara em comparação com outras cidades da Guatemala, com arquitetura colonial e patrimônio da Unesco, está a uma hora da Cidade de Guatemala, é tipo o point da galera bem de vida da redondeza e de muitos turistas. Nesse dia fomos caminhar pela cidade e subimos o Cerro de La Cruz que é um lindo mirante da cidade e uma boa vista do vulcão Fuego, é bem tranquila a subida. Fomos ao arco Santa Catalina, e não tenho a foto do arco porque estava em reforma, cheio de gente e não sou encanada com foto de ponto turístico. Também pesquisamos o preço para fazer o tour do vulcão Acatenango para passar a noite olhando para o Vulcão Fuego em erupção (lindoooo). Encontramos a agência Mayan Kingdom (6ª. Avenida Sur Noº 4 – www.mayankingdomtravel.com) com a Juliana Cecíl (que fala em espanhol e inglês) que foi muito gentil e prestativa, disposta a sanar todas as dúvidas, até as menos pertinentes, isso porque estávamos com medo pela falta de preparo físico, o que de fato é sim muito importante, não precisa ser um alpinista mas tem que ter um bom condicionamento. A subida é muito íngreme e leva aproximadamente 6 horas, hoje já não é mais necessário levar parte do equipamento das barracas porque elas já ficam instaladas no topo, subi somente com a mochila de ataque com algumas comidinhas (cookies, chocolate, snackers, mais os lanches que a agência fornece e dois litros de água, que parte é para beber e parte para fazer o café e o miojo), também é necessário levar uma troca de roupa porque na subida pode chover, eu não levei e graças a Deus não choveu, ficou só numa garoa que a minha impermeável deu conta, deve-se levar também papel higiênico e lanterna. O preço do tour praticamente é tabelado em $350 Quetzales e a entrada do parque é a parte $50 Quetzales. O vulcão Acatenango está a uma hora de Antígua. Eu tive muita dificuldade na subida e para não desistir, optei por subir a cavalo por mais $250 Quetzales, sinceramente foi triste porque não tinha me preparado fisicamente e chego a beira do sedentarismo. Chegando no campo base onde fica as barracas e é o mirante para o Vulcão Fuego, assim que anoitece um pouco, já começa o show da natureza, logo quando chegamos achamos que não veríamos nada porque além de chover granizo estava muito nublado, mas assim que a noite foi entrando as chuvas e as nuvens foram passando, foi possível ver os povoados em volta com as luzes da cidade e o vulcão cada vez mais em erupção, “eita” coisa mais linda que já vi na vida até agora e o barulho que ele fazia como de trovão, teve momento que a terra até deu uma tremidinha. Foi muito esforço para chegar até lá, mas vale muito a pena!! Por volta das três horas da manhã o guia leva aqueles que querem ir até o pico que chega a +ou- 4.500 de altitude para ver o nascer do sol, eu não fui, mas quem foi ficou maravilhado. As sete horas da manhã iniciamos a descida, que é tão árdua quanto a subida pois se força mais os joelhos. Terminamos a descida por volta das onze horas e ficamos esperando a van nos buscar para voltar para Antígua. Antígua – San Pedro La Laguna Saímos de Antígua por volta das nove horas da manhã e chegamos em San Pedro La Laguna por volta das treze horas, contratamos no hostel um shuttle por $80 Quetzales. San Pedro é um dos povoados ao redor do Lago Atitlán, é bem pequeno e tranquilo, vale a visita. O lugar é lindo, e dá acesso aos demais povoados que você pode ir usando as lanchas que os habitantes usam como meio de transporte. Você pode subir o Vulcão de San Pedro que é muito bonito. Nos hospedamos no hostel Zoola a $50 Quetzales, não tem café da manhã incluso (como todos da trip) mas oferecem café, leite, chá. O wi-fi pega bem em todos os lugares, os staffs são ótimos, o banheiro fica fora do quarto, as camas são ótimas e ficamos num quarto com duas camas. Têm piscina, bar e restaurante (ótima salada), com uma área de descanso bem legal. Recomendo! No dia em que chegamos não fizemos nada, só caminhamos pela cidade. No dia seguinte fomos passear no povoado de São Marcos que dizem que tem a “vibe zen”, e sim, tem mesmo e até demais! Pela ida e volta em barco de San Pedro a San Marcos pagamos $20 Quetzales. Pagamos $15 Quetzales pela entrada no parque Tzankujil onde tem o trampolim para se jogar no lago, eu não fui, mas o meu amigo foi e gostou muito, eu fiquei só olhando e filmando. A trilha é bem leve e bonita até o trampolim. Há um banheiro mais acima para se trocar. Em San Pedro há um vulcão, nós não subimos porque ainda estávamos muito doloridos do Acatenango. San Pedro La Laguna – Semuc Champey Contratamos um shuttle numa agência na rua principal de San Pedro que não lembro o nome e fez para nós por $185 Quetzales cada, o barco saindo de San Pedro até Panajachel e um mini bus saindo de Panajachel até Lanquim. Panajachel é o maior povoado ao redor do Lago Atitlán. A viagem durou o dia todo e por mais que era um micro-ônibus, foi super desconfortável. Saímos de San Pedro as sete horas da manhã e chegamos no Hostel El Portal as nove da noite, muito tempo de viagem. Lanquim é o povoado mais perto do parque Semuc Champey, está a quarenta minutos de distância. Quando chegamos em Lanquim havia umas camionetes 4x4 para nos levar de graça aos hotéis mais longes. Como tínhamos indicação dos relatos do El Portal é para lá que nós fomos e não nos arrependemos. O El Portal está na porta de entrada do parque, praticamente se mistura com o parque, lindo demais! Semuc Champey elém de ser o nome do parque também é o vilarejo que está a quarenta minutos de Lanquim, aí depende, se você tiver interesse em conhecer restaurantes, procurar um agito para as suas noites, não será bom escolher o El Portal por estar longe de Lanquim, mas se você que um lugar lindo e quer relaxar o El Portal é a melhor escolha. Eles não têm banho com água quente, mas com o calor que se faz não é muito necessário, eles também não têm wi-fi, isso porque não tem sinal, a energia acaba por volta das onze horas da noite, ainda assim foi a melhor escolha que fizemos. Não tem café da manhã, mas tem um bar restaurante com um cardápio muito bom a preço médio. Os staffs são excelentes e muito prestativos. Contratamos o tour do parque e o shuttle para Flores com eles. O que mais me chamou a atenção foi que a cabana compartilhada que fiquei estava impecavelmente limpa, não tinha uma teia de aranha, não tinha uma formiga, não tinha um inseto, nada, e olha que estávamos no meio da mata. Quando escolhi ficar no El Portal não imaginava que ele estava tão longe de Lanquim, então como cheguei muito tarde, não saquei dinheiro e o pessoal do hostel disse que não havia problema, que no dia que eu fosse embora o meu passaporte ficaria com o motorista e quando eu sacasse e desse o valor devido a ele, ele devolveria meu passaporte, isso tudo porque eu não queria gastar $20 Quetzales para ir a Lanquim só para sacar dinheiro. O passeio foi simplesmente demais, a coisa mais legal que já fiz até agora. O passeio durou o dia todo e custou $175 Quetzales. No período da manhã fomos ao mirante das piscinas e depois nadamos nelas, elas são realmente lindas. A subida foi tranquila, é bom fazê-la de tênis, mas ele vai ficar todo sujo e molhado porque durante a madrugada chove muito, molhando a trilha, mas de dia o sol sai e fica muito lindo. Pausa para o almoço que foi no restaurante do El Portal. Na parte da tarde fizemos a caverna com cachoeira e morcegos, descemos o rio de boia cross e depois o guia incentivou a galera a pular da ponte, mas ninguém quis, só duas brasileiras que conhecemos tiveram coragem. A parte da caverna foi demais, você entra com uma vela que não adianta em nada por ser muito escuro e no primeiro mergulho que você afunda a vela ela se apaga e não ascende mais, você não consegue ver onde está pisando e machuca muito o pé, não é aconselhável ir de Havaianas, a menos que você a amarre muito bem em seus pés, o aconselhável seria um crocs ou sapatilha emborrachada para o mar, eu comprei uma só para esse dia (R$40) e valeu muito a pena. Teve momentos que não dava pé e tinha que nadar, eu não tenho muita segurança com água então fui de colete salva vidas que me ajudou muito. Semuc Champey – Flores Contratamos o shuttle para Flores no hostel El Portal por $135 Quetzales, a viagem foi longa e muito cansativa. Não consegui entender como funciona esse negócio de shuttle, se há uma empresa, ou se há uma cooperativa, digo isso porque nessa viagem foi trocado três vezes de motorista e isso atrasou muito a viagem. Chegamos em Flores depois das 18h. A cidade de Flores é uma ilha rodeada por um lago, no entanto, só é possível chegar até lá por balsa. Ficamos uma noite no hostel Los Amigos que é um dos mais famosos da cidade, chegamos numa sexta-feira e sem reserva (vou parar com isso), estava bem lotado, mas conseguimos um quarto com ar condicionado por $100 Quetzales, não gostamos muito do lugar, tem uma decoração indiana com cores escuras, muita vegetação, de verdade não gostei da vibe. Logo de manhã, após o café da manhã que pagamos por não estar incluso (que me arrependi porque passei muito mal além de ter sido mal atendida, saímos desse hostel e fomos para o hotel El Petén que tem quarto compartilhado com ar condicionado por $90 Quetzales, tem uma decoração clean, estava bem limpo. Fomos conhecer as ruínas de Tikal, pagamos $100 Quetzales pelo transporte numa agência que está na avenida em frente ao lago perto do hostel Monkey, o motorista que nos levou (estávamos em 4 numa van) não nos esperou e veio embora, porém tinha um grupo maior em um micro-ônibus e entramos nesse para voltar, não achei muito certo e se não tivesse lugar, não fomos reclamar porque no outro dia saímos muito cedo para Belize. Em Tikal pagamos $150 Quetzales pela entrada nas ruínas. Chegamos por volta das 14 horas para sair as 18:30 horário máximo do parque. Existe a parte por mais $100 Quetzales percorrer as mesmas ruínas e ver o amanhecer ou pôr do sol, quando questionamos isso na entrada o rapaz da bilheteria não quis vender porque o sol estava se pondo as 17:30, e isso é verdade, o sol estava se pondo muito cedo. O problema começa com os guias, eles cobram $50 Quetzales de cada turista, porque dizem que os guardas não deixam subir para ver o pôr do sol, porém não há uma identificação específica para isso, aí os guias se valem de que eles podem subir quem eles quiserem, por isso cobram a parte, e não sei se eles estavam com parceria com a equipe da bilheteria. Começamos a visita com um guia que reclamou porque chegamos tarde e o grupo principal já tinha iniciado, depois da reclamação ele começou a falar do pagamento a parte para nos levar para ver o pôr do sol, eu disse que não iria pagar porque o sol iria se pôr antes de o parque fechar, ele prosseguiu correndo conosco pelas ruínas sem explicar nada, foi muito ruim, e ainda nos passou para o outro guia e disse com todas as letras que meu amigo e eu ainda não tínhamos pagado a parte. Esse outro guia cobrou de nós a metade $25 Quetazeles meu amigo pagou e eu até paguei, só que chegamos no mesmo lugar que o outro guia já tinha passado, então disse a ele que devolvesse meu dinheiro porque eu já tinha passado por ali e não estava certo ele cobrar por algo que estava no valor da entrada. O guia devolveu meu dinheiro e disse para eu seguir caminho até a entrada para esperar o mini bus, por fim fazem suborno, nos enganam e ninguém vê o pôr do sol, acredito que seja por causa da época, o sol se põe muito cedo. Ah e além de toda essa corrupção tive um dia péssimo por conta do café da manhã do Los Amigos, até vomitei duas vezes no parque. Já tínhamos decidido que o dia seguinte em Flores seria off day porque ainda estava me recuperando, mas quando acordei por volta das 7:45 estava me sentindo melhor e meu amigo foi até a recepção do hotel El Petén e eles super prestativos conseguiram nos encaixar num shuttle para Belize, foi tudo muito rápido. O transporte de Flores até Belize City mais o barco até Caye Caulker foi de $255 Quetzales. Vários relatos que li aqui disseram que tiveram problemas para fazer a fronteira de Belize, teve gente que até perdeu o transporte porque a imigração embaçou legal. Na agência em Flores o rapaz que estava emitindo o nosso bilhete para a viagem perguntou se o nosso passaporte era do Brasil, dissemos que sim, claro, e ele ficou preocupado por brasileiros e a imigração de Belize sempre dá problema, aí que ficamos mais preocupados, meu amigo até pensamos numa estratégia vamos sair correndo e sermos os primeiros na fila porque se tivermos problemas até as outras pessoas passarem talvez tenhamos a possibilidade de não perder o transporte, mas aí acreditem, fui a primeira, num domingo de manhã e chuvoso, a agente da imigração olhou meu passaporte, perguntou se eu era brasileira, eu disse sim, ela olhou para a colega da outra cabine, pensou e disse pra eu seguir ufa! o mesmo com meu amigo, e aí ficamos esperando um casal acho que de suíços ou noruegueses não lembro, que demoraram porque a imigração embaçou com eles. Bom o que ocorreu em Belize para eles encrencarem com os passaportes brasileiros eu não sei, mas o que dizem é que uma certa vez pegaram uns dez passaportes brasileiros falsos. Dizem também que o nosso passaporte é uns dos mais falsificados porque somos um povo misto, o Brasil foi criado e é feito todos os dias por praticamente quase todos os povos do mundo e viva a diversidade!! Dica: vá sempre no primeiro transporte, porque se a imigração parar vocês, ainda há a possibilidade de pegar o próximo ônibus, isso porque as agências têm dois horários de saída, as 8h e acho que as 10h. E assim seguimos para Belize! Não pagamos nenhum tipo de taxa de entrada/saída da Guatemala. Ilha Caye Caulker em Belize Amamos ter conhecido a ilha da vibe “Go Slow”, ficamos por lá quatro noites, e fizemos o passeio do Blue Hole, o segundo maior coral do mundo. A ilha é bem pequena, cheia de turistas, os nativos super gente boa, um lugar para levar a vida bem devagar. Tem vários restaurantes, cafés, mercados, tudo na ilha é feito de carrinho de golfe ou de bicicleta que você pode alugar. O que não tem muito é orla com areia, mas é possível entrar no mar e praticamente não tem onda, perfeito para crianças. A moeda deles é o Belizenho, que $1 Belizenho equivale U$0,50 dólares. Há bancos e caixas automáticos na ilha. Nos hospedamos no Yumas, $35 Belizenhos a diária, super limpo, gostamos muito, ele fica localizado a sua esquerda logo na saída do barco, super fácil de achar. Não tem café da manhã incluso, o banho não é com água quente, mas nem precisa com o calor que faz, tem um bom wi-fi e um quintal super charmosinho. Tem também várias agências que fazem passeios de mergulho e snorkeling. Nós optamos pelo Blue Hole e em toda a região só três agências fazem esse passeio, por ser muito longe e caro. Fechamos esse passeio através do hotel das brasileiras que conhecemos no caminho, custou $380 Belizenhos o snorkeling, foi o mais caro de toda a viagem. Ah só pode fazer o mergulho no Blue Hole quem tem a certificação, se você não tem sua opção é o snorkeling, que foi a minha opção. Ah que dia! Sete horas da manhã em Caye Caulker, dia lindo e ensolarado, o barco zarpou com dez turistas e cinco tripulantes, serviram o café da manhã, e fomos mar adentro, eu que tinha passado mal em Flores, ainda estava me recuperando, por isso, enjoei um pouco, tá vai, enjoei pra caramba, não cheguei a vomitar, mas tive que ficar com a cabeça pra trás, olhos fechados e respirando fundo, porque parecia que alguém estava com o meu estômago na mão e o apertava muito forte. Nos aconselharam a subir para a outra parte do barco que enjoaríamos menos, ok subimos, de repente começou uma chuva tranquila, até aí tudo bem, todos conversando muito e rindo, tudo tranquilo, até um temporal começar, o céu ficou como se fosse de noite as nove da manhã, a chuva estava tão forte que não se via mais nada, o barco balançava tanto que teve um momento que quase beijei o mar, até aí tudo bem, você pensa nossa estou na cena do filme Naufrágo, mas tudo bem, não vou morrer aqui no meio do nada em alto mar, mas quando de repente os tripulantes começam a correr e falar mais alto quase gritando aí você começa a se preocupar, quando você olha para o tripulante e vê no rosto dele o medo, aí você começa a rir de nervoso, assim foi comigo . O trajeto da ilha até o Blue Hole é de duas horas, mas no meu dia foi de três horas e meia. Quando chegamos o clima estava muito ruim, o tempo escuro e o mar muito agitado, ainda assim a galera que foi para o mergulho desceu e a do snorkeling também, mas eu não desci porque não sei nadar muito bem e não tenho muita segurança no mar e como ele estava agitado o guia me aconselhou a não descer. Você deve estar pensando, porque paguei caro para ir a um lugar no qual eu não tenho muita, ou melhor, nenhuma habilidade, simplesmente porque sonho é sonho e cada um tem o seu, para mim o que importa é que eu cheguei até lá, depois de ficar anos na internet vendo as fotos do Blue Hole, e pensa que fiquei triste por ter ido tão longe e não ter tido aquele dia lindo e ensolarado, não! pelo contrário, meu dia me deu história pra contar, de terror, . A uma hora do Blue Hole, na segunda parte do passeio, que também é o lugar do almoço, adivinha como estava o tempo? Lindo, perfeito!! Aí fiz o snorkeling, fui ao mirante conhecer um ninhal de pássaros Fragatas, foi legal, pois eles estavam em época de acasalamento e os machos inflam o papo “bolsa vermelha” para atrair as fêmeas. Além disso foi possível ver muitas Iguanas e caranguejos. Chegamos de volta a ilha por volta das 18h. Terra firme!! O dia seguinte foi dia livre, só relax na praia. Saída de Belize para Honduras Dia 16/11/17 saímos de Caye Caulker as 6h30 no primeiro barco para Belize City e chegamos em Utila em Honduras as 18h do dia 17/11/17, isso mesmo, dois dias para chegar, dormimos em Puerto Barrios na Guatemala. Abaixo uma tabela com cada passo que demos nessa travessia, que para mim foi uma aventura, porque sai daqui do Brasil com esse “gap” no roteiro, porque não tinha relatos que fizeram o mesmo caminho e não achei nada na internet, s. Tem um site que gosto muito de usar que é o Rome2rio, você coloca as cidades e ele te mostra todas as opções possíveis para chegar de um ponto a outro. A princípio sem muita informação iriamos até Placência - Belize e de lá pegar um barco direto a Puerto Cortés – Honduras, porque não queríamos entrar na Guatemala de novo, mas não teve jeito. Na estação de ônibus em Belize City, pegamos um ônibus as 8h15 rumo a Punta Gorda, que passaria pela estrada de Placência, mas que teríamos que pegar outro ônibus até lá, e como não sabíamos se realmente havia um barco até Honduras, decidimos dentro do ônibus mesmo que iriamos para Punta Gorda e nesse ônibus coletivo que estava cheio de belizenhos indo para o trabalho entrou um casal de turistas que iriam dormir em Punta Gorda para seguir para Rio Dulce na Guatemala, aí ficamos mais confiantes, mas pedimos ao cobrador do ônibus que nos deixasse na imigração para tentarmos ir para Guatemala, porque desistimos da ideia de tentar ir direto a Honduras, essa dificuldade é devido Belize não ser fronteira com Honduras. Assim ficou o trajeto: Para sair de Belize pagamos $40 Belizenhos de taxas. Ali na imigração mesmo saiu o barco para Puerto Barrios que chegou em menos de trinta minutos. Achei o preço do barco demasiado caro, nós o compramos do outro lado da rua com uns homens que estavam sentados, isso porque foi indicação do agente de imigração. Saímos do barco e seguindo em frente fomos a imigração da Guatemala e demos entrada. O condutor do barco disse que conhecia alguém que faria o transfer até La Ceiba Honduras por $400 Quetzales, nós não aceitamos e mesmo assim no dia seguinte ele bateu na nossa porta do quarto do hotel que estávamos. O hotel custou $60 Quetzales, a cidade não tem nada demais é cidade de fronteira e portuária. No dia seguinte, bem cedo pegamos uma van coletiva até Corinto na fronteira. Demos saída da Guatemala e entrada em Honduras os dois guichês ficam lado a lado. Demoramos nas filas porque estava lotado. E algum tempo depois o motorista do transfer chegou com alguns turistas e aí ofereceu por $250 Quetzales, agora nós iriamos aceitar, mas logo depois chegou outro transfer e eles decidiram colocar todos numa van só e como não tínhamos acertado com o outro aí tivemos que pagar $300 Quetzales. E a gente pensa que só brasileiros dão um jeitinho de passar alguém para trás? Claro que não! O motorista que nos levou era horrível, só não errou o caminho, porque só havia uma estrada principal, ainda assim para valorizar o trajeto fez com tanta calma, que quando chegou no congestionamento ficou apavorado porque quase perdeu o horário de saída do barco, o último era as 16h. Pedi para ele fazer uma parada rápida no banco para saque e ele não fez. Se o mesmo ocorrer com você de ficar sem dinheiro, não se preocupe, porque em Utila assim que você desce do barco seguindo reto há um banco e um caixa automático. Depois de quase dois dias chegamos em Utila e fomos presenteados com um lindo pôr do sol. Utila em Honduras Assim que descemos em Utila meu amigo puxou conversa com o casal de chineses que estavam hospedados no Captain Morgan's Dive Center que também é uma escola de mergulho e foi para lá que nós fomos. O lugar é bem legal, para quem se hospeda e faz o curso ganha desconto na diária. Eu não fiz o curso, mas meu amigo sim, e saiu por volta de U$200 dólares, com aulas teóricas e práticas em alto-mar e certificação até 18 metros. O curso sai muito mais barato que aqui no Brasil. A diária foi de $240 Lempiras. Utila é bem pequena, cheia de festas, mas o foco mesmo é para fazer o curso que leva em média de quatro dias a uma semana, para quem não vai fazer o curso duas noites em Utila para mim é suficiente. Ela é uma ilha, mas tem bancos de areia para caminhar ou ficar na praia, há um pequeno espaço que tem que pagar só para entrar que é uma casa com um terreno grande que tem um pouco de areia para você se sentar de frente para o mar e do lado oposto a este há uma praça que dá para entrar no mar. Em Utila só há uma rua principal, quando você sai do barco e segue adiante e chega nessa rua principal e fica de frente ao banco, ou você vai para a esquerda ou para a direita que é o lado que mais tem hospedagem. No domingo pela manhã fui para Roatán. Há barcos direto de Utila a Roatán nos dias: sexta, sábado, domingo e segunda. Nos demais dias será necessário ir a La Ceiba e de lá pegar um barco a Roatán. O preço do barco de Utila a Roatán foi de $715 Lempiras. Roatán em Honduras Roatán é uma ilha bem grande, logo quando você chega e desembarca você desce num povoado que não é bonito, não se assuste, porque o resto da ilha é bem bonita, ela mais ou menos se divide em três partes: West Bay, West End e Sand Bay. A parte mais bonita e econômica e onde está a maioria dos hotéis, pousadas, hostel, e com bons restaurantes é em West End e a parte mais chique é em Sand Bay. Roatán é mais cara que Utila, também tem escola de mergulho, mas o foco é para quem já sabe mergulhar e vai passar o dia fazendo mergulhos com saídas de manhã e à tarde. A ilha também conta com um aeroporto e a língua nativa é o inglês, mas todos falam espanhol também. Nos hospedamos no Hotel Chillies por $285 Lempiras a diária, o lugar é legal, mas não é muito limpo, está bem localizado, do porto até ele você poderá pegar um táxi ou ônibus coletivo, como cheguei no domingo e não tinha muitos ônibus minha única opção foi um táxi no modo compartilhado por $100 Lempiras, a distância do porto até West End é bem longe, de 30 a 45 minutos em carro, então se atente na hora da volta, seja para o aeroporto, seja para o porto, que o embarque é bem mais longe ainda e o táxi também sai mais caro $200 Lempiras no modo compartilhado depois de muito chorar. O barco de Roatán a La Ceiba custou $728 Lempiras, tente se planejar para não fazer como eu, que comprei essas passagens separadas só de ida, porque se você fechar o trecho fica mais barato. Em Utila na rua principal do lado esquerdo tinha uma casa que vendia passeios e shuttles para Copán por $1.080 Lempiras, por achar muito caro não quis comprar e pensei que em Roatán teria também, mas não encontrei nada desse tipo. Então para chegar em Copán o que fiz foi sair bem cedo de Rotán no primeiro barco 07H para La Ceiba e conseguir um shuttle para San Pedro Sula. Chegando no porto em La Ceiba as 08h30mn vi um rapaz com uma plaquinha de shuttle e fui até ele, mas ele estava indo para Nicarágua, o dia para Copán era na quinta e qual foi o dia que eu escolhi para ir a Copán? Quarta! Ele cobrou bem caro, $587 Lempiras para me deixar na estação de ônibus em San Pedro Sula. Por que aceitei esse preço? Primeiro porquê nesses países os ônibus não viajam de noite. Segundo porquê não queria dormir em San Pedro Sula, se eu fosse dormir gastaria quase o mesmo preço. Terceiro porquê do porto em La Ceiba não tinha ônibus coletivo até San Pedro e eu teria que fazer um “pinga-pinga” daqueles e ainda perderia o horário de saída para Copán. Em frente ao porto tem uma cabine que vende passagens de ônibus de viagem, mas ele iria passar depois das 10h e não teria tempo para pegar o outro. Aí optei por ir com o shuttle e o motorista se esforçou muito para me deixou com tempo na estação de ônibus de San Pedro Sula e pegar pela empresa Caçarola as 13h por $140 Lempiras e chegou em Copán as 17h15. Copán em Honduras Depois da correria, chegamos em Copán povoado que tem as ruínas de Copán. Nos hospedamos no Hostel Berakah que está bem localizado, e na mesma rua tem o Hotel Berakah, muito bom, o proprietário Fernando e a recepcionista que esqueci o nome foram super prestativos, a diária custou $165 Lempiras. Fiquei por lá só um dia, somente para conhecer a ruína e seguir para Santa Ana. Copán é muito pequena e tem alguns passeios além das ruínas como as águas termais e tirolesas. A entrada do parque custou $ 345 Lempiras sem guia, achei um pouco caro pelo tamanho do sitío. Numa trip com pouco tempo e vários países a conhecer acredito que Copán seja dispensável, mas logisticamente não porque ela dá acesso a Guatemala e El Salvador e dizem que é melhor chegar na Nicaraguá por El Tunco em El Salvador. El Tunco em El Salvador Contratamos o shuttle para Santa Ana no hostel Berakah mesmo, porque o serviço de transporte também é deles que ficou em U$ 40 dólares. O percurso do shuttle é de Copán Honduras até El Tunco em El Salvador. O motorista nos leva em todas as cabines da migração, não precisamos nos preocupar muito porque ele sabe tudo rs. Nós usamos as estradas pela Guatemala porque são melhores, ou seja, mais uma vez dei entrada e saída no mesmo dia na imigração da Guatemala. A imigração de El Salvador não carimba o passaporte de quem entra ou sai do país via terrestre, somente que entra ou saí por via aérea. Perguntei o porquê, e disseram que é um acordo do C4 (Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicarágua) mas que somente eles cumprem, os demais todos carimbam. Eu contratei para Santa Ana, mas no meio da viagem decidi seguir para El Tunco, logisticamente era o melhor a ser feito. Confesso que com quem conversei sobre essa praia não me falou muito bem, porque estavam esperando uma certa semelhança com as praias brasileiras e reclamaram que os bares e restaurantes fechavam muito cedo, praticamente 22h já não tinha mais nada aberto e as areias da praia são cheias de pedra o que dificulta muito a caminhada. Então fui sem expectativa. Chegando, nos hospedamos no Tunco Lodge muito bom por sinal, com piscina, wi-fi por U$8 dólares o quarto compartilhado com ventilador, sem café da manhã, mas tem restaurante. E por fim, qual é a minha opinião? Gostei muito da praia dos surfistas iniciantes e quero voltar, gostei do povoado, das lojinhas, dos restaurantes para todos os gostos, tem um super pôr do sol, coisa mais linda. Sempre vale a pena ir conhecer um lugar mesmo que alguém tenha falado que a experiência dele não foi muito boa. Eu amei! Santa Ana em El Salvador Contratei um shuttle numa agência na rua principal para ir para Santa Ana, o serviço de transporte é do Berakah, essa região ele que faz, custou U$20 dólares, paramos em frente ao Hostel Casa Verde, que foi onde nos hospedamos, custou U$11 dólares a diária e foi simplesmente o melhor hostel da viagem e o melhor que já fiquei até hoje. A cozinha é muito bem equipada e bem decorada, coisa linda, meu amigo que gosta de cozinhar pôde fazer um ótimo jantar ehehe. Em Santa Ana fomos ao vulcão Santa Ana para ver a cratera que tem dentro uma lagoa verde. É simplesmente muito bonito, do topo do vulcão você pode ver e tirar bonitas fotos do lago Coatepeque. Há a possibilidade de você subir o vulcão por conta, indo de ônibus coletivo, fica sim bem mais barato, mas os ônibus demoram muito e o passeio fica super cansativo. Então optamos por ir com o Carlos proprietário do hostel que cobrou U$10 dólares pelo transporte por pessoa, pagamos mais U$6 dólares a entrada do parque e U$1 dólar para o guia, porque não é permitido subir sem guia e sem a polícia de turismo. A subida é bem leve, o vulcão chega no máximo a 2.400 de altitude e não é tão íngreme, e pode ser realizada por crianças e idosos, não há acessibilidade para cadeirantes e não há cavalo. No dia seguinte fomos fazer o caminho das Flores, tudo em ônibus coletivo, o que demora muito, a média de preço dos ônibus é de U$0,50 centavos de dólares. Me lembro do nome de três: Juayúa que tem uma cachoeira numa hidrelétrica abandonada, Apaneca que tem um labirinto e Ahuachapán que tem uns painéis pintados em paredes. Eu parei o passeio depois da cachoeira porque me irritei com a tentativa de assalto que sofremos na saída. Para mim a ida até a cachoeira é dispensável, porque visualmente ela não é bonita, está demasiadamente isolada, a duas horas caminhando do centro do povoado e a vinte minutos em tuc tuc. O homem que nos abordou estava com um facão e queria dinheiro, o Polonês que estava conosco criou coragem e o enfrentou, graças a Deus que sempre nos protege não aconteceu nada grave e não perdermos os nossos pertences. No terceiro dia em Santa Ana fomos ao lago Coatepeque que é muito lindo, para mim vale a visita, o lago praticamente é rodeado casas particulares e há restaurantes também, o acesso ao lago é através dos restaurantes, não tem um acesso livre. Em El Salvador se usa o dólar americano em até U$50 dólares, não há notas de 100. A noite o Carlos do hostel Casa Verde organizou a nossa volta para a Guatemala, optamos por voltar para Antígua e ficar no hostel Big Foot e fizemos uma ótima escolha, porque a noite estava ótima, tinha uma DJ americana que mandou muito bem. As baladas em Antígua terminam a meia noite, porque é uma cidade patrimônio da Unesco e para manter a cidade há essas normas que são seguidas à risca. O preço do ônibus de Santa Ana para Antígua custou U$32 dólares, era possível fazer mais barato, mas seria com ônibus coletivos no modo “pinga-pinga”. E assim terminou meu sétimo mochilão, chegando na marca de treze países, com o sonho de pisar nos cinco continentes, um dia chego lá!
  18. Olá pessoal minha primeira contribuição para esse site que já me ajudou bastante. Acabei de voltar dessa viagem e aqui vão as dicas com erros que cometi, aliás só tenho dicas porque errei muito rsrsrsrs. Primeiro queria falar sobre a passagem. Sempre que se procura voos para a América Central eles são bem caros, comparados a voos para a Ásia. No meu caso comprei pela Avianca para El Salvador porque lá é um hub da companhia e se vc pesquisar vai ver que os voos para El Salvador são mais baratos que para toda América Central e México, mas isso foi quando pesquisei, claro que muda muito, mas considere El Salvador como opção para voo mais barato. No meu caso paguei 2.300 mais 180 para o decolar.com de comissão em dezembro, que é alta temporada, e comprando com 3 dias de antecedência se fosse outra época e bem programado poderia ser mais barato. Só mais uma coisa comprei ida e volta por El Salvador e achei que isso foi um erro, deveria ter comprado multiplos destinos com chegada em El Salvador e volta por Cancún ou vice e versa já que iria até o México e não teria que voltar tudo de novo. De qualquer forma dei meu jeito e voltei conhecendo outros lugares. Superada essa parte da passagem, vamos à viagem que é o que importa: Cheguei em El Salvador e tive que pagar 12 USD para entrar no país, o aeroporto é longe da cidade, mas se chegar de dia há ônibus público que te leva até o centro da cidade, ah a moeda local é USD, no centro da cidade fui procurar como chegar noHostal Cumbres del Volcan Flor Blanca. Deu um certo trabalho pergunta aqui e ali e nos trancos e barrancos cheguei de transporte público, mas aconselho pegar um taxi não é longe do centro e por isso não deve sair caro. Passei a primeira noite lá e como minha viagem era bem corrida com muita coisa para conhecer já queria sair no outro dia para a Guatemala, MAS estava cansado e dormi até tarde o que não deu para concluir o plano, sendo assim, fui em um balneário na cidade e depois para a praia de Tucum que fica 40 min da cidade e se pode ir de transporte público. Agora foi engraçado, quando voltei conversei com uma amiga e ela me falou de um vulcão na Nicarágua que se pode ver as larvas, além de ter me falado bem da Nica. Sendo assim, mudei meus planos, viagem totalmente aberta permite isso, inves de ir para Guate, fui primeiro para a Nica e melhor peguei algumas info de como ir de chicken bus ou transporte público. É simples não ter que pagar shuttle ou ônibus turístico até a Nica. Basta seguir os conselhos deste blog: http://www.alongdustyroads.com/posts/2014/9/25/crossing-borders-el-salvador-to-nicaragua-via-honduras basicamente é ir para a fronteira até Honduras, pegar um shuttle de uma fronteira de Honduras para a outra 2,5h de van e pegar um outro ônibus da fronteira para Leon. Ah só mais uma coisa: Eu fiquei a primeira noite na cidade de Salvador, mas vc também pode passar a primeira noite na praia de Tucum, embora não espere uma praia brasileira. A praia é um pouco feia de areia negra por causa da atividade vulcânica, porém é otima para surf, por isso é um reduto de surfistas, mas não sei como chegar lá do aeroporto, talvez só por taxi que pode custar 30 USD. Leon continuo ... Parte 2
  19. Antigua Guatemala é uma bela capital colonial, como tantas outras do nosso vasto continente americano. Embora muito turística, vale a pena ser visitada. O grande atrativo para mim, no entanto, foram os vulcões que a rodeiam. De qualquer ponto da cidade é possível avistar o cone perfeito do Vulcão Água e quando as buzinas e arrancares de motores silenciam, é possível escutar as frequentes erupções dos Vulcões Pacaya e Fogo. Quem gosta de caminha ao ar livre, certamente não ficará satisfeito apenas com a simples presença das montanhas magmática e precisará subir algum dos intempestivos vizinhos. Como eu estou viajando há quase um ano e não tinha orçamento pra mais de um, optei pela mais difícil e completa das experiências: a subida do inativo Vulcão Acatenango que está maravilhosamente localizado a poucos metros da estrela principal de toda região, o explosivo Vulcão Fogo, um dos mais ativos do mundo. A aventura em si começou às 10h30 com uma subida íngreme e escorregadia, em terreno castigado pela passagem de equinos. Este trecho, o mais difícil de todos, dura cerca de 2 horas, com 3 ou 4 paradas para descanso. Depois seguiu-se uma área de vegetação fechada, felizmente dotada de troncos longitudinais que fazem as vezes de escada, 30 minutos, e uma última etapa de 1 hora que intercalava descidas leves com subidas pouco difíceis. Antes do acampamento base, uma última elevação bastante acentuada de alguns metros. Quando ali chegamos eu e os demais companheiros, nos deparamos com muita neblina, mas o espírito que prevalecia era o de missão cumprida. Completamos o trajeto do dia em 3 horas e meia, às 14h, muito antes dos demais grupos. Alguns chegaram quase ao final da tarde. A visão parcial do Vulcão Fogo surgiu após alguns instantes, como que dando-nos as boas vindas. Era apenas uma prévia do que viria com o cair da noite. Aproveitamos as próximas horas para descansar nas barracas oferecidas pela agência. Ao redor das 19h, quando a luz do sol progressivamente deixava de iluminar os céus, é que a magia aconteceu. Com a escuridão foi possível ver a lava das erupções que ao longo do dia pareciam apenas o sopro de uma fumaça escura vinda da cratera. O espetáculo foi total após as 22h. Quando fui dormir por algumas horas antes do amanhecer, a certeza era de que a experiência já havia valido a pena. Veio então a aurora e com ela surgiu uma cortina de luz alaranjada no Oriente. Certamente que nos meses secos a visão é ainda mais poderosa, mas não diminuo a beleza do que presenciei. Tudo ali era impactante. As luzes dos pequenos povoados aos pés do Acatenango foi o primeiro que vi, ainda com os olhos semiabertos. Já fora da barraca, "acordei" para o que estava diante de mim. Toda a neblina da tarde anterior havia se dissipado e a paisagem que se exibia era um quadro perfeito: vulcões (Água, Pacaya e Fogo), planícies e até mesmo o Oceano Pacífico, distante 65 km dali. Ainda faltava o cume, esforço menos duro que o do dia anterior (principalmente porque as mochilas são deixadas no acampamento), mas com o desafio da altitude. O topo do Acatenango encontra-se a quase 4 mil metros de altitude. No retorno as mochilas estão mais leves, basicamente porque toda água e comido foi consumida, e quase tudo é descida. Muito cuidado pra não torcer o pé, já que em alguns trechos é preciso deslizar no terreno instável, e antes das 10h da manhã a aventura terminava. Emoção enorme e inédita para mim. Fiquei com vontade de repetir a aventura em El Salvador e Nicarágua, no prosseguimento da viagem. Quem quiser acompanhar minha aventura de 400 dias pelas Américas, pode curtir a Fanpage do Facebook e o perfil do Instagram. www.facebook.com/trotamericas www.instagram.com/trotamericas Custo do guia e transporte: 250 quetzales Ingresso ao parque nacional: 50 quetzales Comida (comprada previamente): de 50 a 100 quetzales Partida: às 9h, de Antigua Guatemala Retorno: entre 11h e 13h do dia posterior Avaliação da Agência GT Adventure: mediana, o "guia" era uma menino de 20 anos pouco preparado que sequer levava equipamento de resgate ou rádio-comunicador. Literalmente só fez mostrar o caminho. Na descida, o "guia" de outra agência quase me atropelou quando quis aparecer e descer a ladeira correndo. Pelo que percebi todas agências operam da mesma maneira, então é melhor não esperar muito. As barracas ao menos estavam secas. O que levar: 4 litros de água, comida para duas refeições roupas de frio e lanterna. As agências oferecem "box lunch" (uma banana e dois sanduíches) que não tapa nem o buraco do dente em uma caminhada dessa magnitude. Avaliação da experiência: emocionante e imperdível!
  20. Fala comigo.... Depois de me aproveitar do conteúdo daqui para montar minhas mochiladas é chegada a hora de colaborar. Vou fazer esse relato pq acho que tenho muito a agregar para esse destino que não possuem muitas informações aqui. Deu maior trampo e eu fiz com todo carinho do mundo, enjoy it ! Para iniciar, vou situar a galera que vai ler esse relato. Sou mochileiro a quase 10 anos do tipo “médio cost” (atualmente), ou seja, sou econômico, mas não economizo com passeios e sempre que vou em algum lugar tento conhecer tudo que é possível. Represento bem a classe dos Mochilas já que converso com todo mundo, tenho vergonha de pouca coisa , choro desconto, almoço quase qualquer coisa e durmo em qualquer lugar (em qualquer situação). Sempre que compro algo fora faço uma conversão mental para reais, então colocarei os valores em reais (ou originais em dólares, se houver) que eu ACHO que paguei. Fiquem atentos, pois tem preços em dólares e em reais. Nota: meu modelo de escrita (e fala) usa muitos parênteses, as vezes parênteses dentro de parênteses. Estou recém chegado de uma mochilada pela América Central (a partir de agora AC) via terrestre (leia-se busão ou oq tiver), foram 20 dias com paradas na Costa Rica, Nicarágua, Guatemala e Belize ( cruzando Honduras e El Salvador de Van). DIA 1 - Reconhecimento de La Fortuna Cheguei em meados de Abril no aeroporto de San José CR as 9h da manhã de um Domingo. Troquei dinheiro no banco (taxa igual a da rua) que fica no andar de cima (embarque) e como não tinha vontade de ficar lá (San José), peguei um Uber (taxi lá é sem taxímetro) com a internet do próprio aeroporto que é grátis até a estação (terminal) de ônibus chamada “La Radial” com destino a La Fortuna. O terminal de bus é próximo (3km), mas não rolava de ir a pé com mochila já que o Uber deu R$10 conto. Logo que cheguei na “estação” (mais parece uma galeria de lojas derrubadassas) comprei um chip da Movistar (R$20,00) que funciona em toda AC e comprei a passagem (R$ 30,00) para um busão que saia logo. Saldo total, R$40,00 para sair do aeroporto e chegar em La Fortuna, existe um shuttle dento do aeroporto que custa $70 (doletas), e ai vai preferir oq? Cheguei em La Fortuna (uma charmosa cidadezinha aos pés do vulcão Arenal) eram umas 3h da tarde, almocei em um restaurante (para locais e ainda paguei R$ 20,00 num prato feito tipo PF) pertinho de onde o busão parou. Deixei minhas coisas no hostel (Arenal Backpackeres (que falando nisso, gostei d + da estrutura e da área de lazer, paguei $13 a cama, quarto com 12 almas penadas e banheiro dentro)) e tratei de correr atrás dos passeios, no final das contas agendei tudo no próprio hostel que tem uma agência integrada (tive quase 20% de desconto no pacote e pagando em efetivo $). Aliás lá vai a primeira dica para AC, leve mais grana viva (dólares) que qualquer outra coisa, os lugares não aceitam cartão direito e quando aceitam cobram +6% de taxa. Agendei os seguintes passeios: Hiking 2 vulcanos fullday $30 Rapel halfday manhã $50 Canopy halfday tarde $ 45 Rafting halfday manhã $50 DIA 2 Hiking 2 vulcanos fullday $30 – Passeio muito show, obrigatório de fazer em La Fortuna, começa as 10h (não sei pq desse horário, sol no lombo) vc faz um hikking leve (mas o grupo é grande, então demora) de 2h e chega na cratera de um vulcão extinto que está cheia água da chuva, depois de nadar um pouquinho e fica lá por 1h +-, segue mais caminhada até um mirante que é possível ter uma vista linda do vulcão Arenal e para fechar rola um “banho” em um rio de agua quente termal e um “drink” que eu vi a galera preparando e trata-se de uma coisa alcoólica artesanal ( tipo rum) com um refrigereco. Voltamos para o hostel e cheguei tipo as 8 da noite. Alertas, esse passeio é feito na lama então levem tênis que pode ser detonado, vc vai ficar molhado o dia inteiro então não se preocupe com toalha ou levar capa ou roupa extra, tem que levar sua própria comida e água. Rapel halfday $50 – Fiz rapel (tenho quase zero experiência, tinha feito somente um a 6 anos atrás em Capetown) com uma empresa chamada Puretrek ( http://www.puretrek.com), passeio animal, seguro, divertido e com almoço incluído (na Costa Rica as coisas são muito caras). Síntese, são 5 pontos de descida todos com cachoeiras, sendo o mais alto de 35m, a galera vai tirando fotos ( vc pode levar sua câmera) e no final eles vendem pelo amargo valor de $25 (claro que não comprei). Canopy halfday $ 45 – Saindo do Rapel já tinha o passeio de tirolesa agendado, escolhi fazer tirolesa em La Fortuna pq não estava nos meus planos ficar muito tempo na Costa Rica (muito caro), digo isso pq tem um parque de tirolesas muito mais doido em Monte Verde (outra cidade). Síntese, são 13 descidas algumas com vista muito doida e uma de mais de 1km. Impressão pessoal, Fiz e NÂO faria de novo, já que o custo benefício desse não é bom ( caro pra pouca emoção), mas se der vai pra Monte Verde e faça o passeio lá, lá tem um parque que a galera que eu encontrei relatou mt bem. DIA 3 Rafting halfday $50 – Fiz o passeio com a Arenal http://www.arenalrafting.com/, passeio bacana e para mim que não tinha experiência foi legal, adoro esportes e faço todos que existem, no caso do Rafting não morri de paixão, mas o passeio não deixou nada a desejar e votei cedo para o hostel (3 da tarde) deu para ir no centro de La Fortuna comprar algum souvenir para minha namorada. DIA 4 – Transfer day Costa Rica x Nicarágua Dia de translado entre Costa Rica até a Nicaragua, viajei completamente sem planos e chegando na AC fui conversando com a galera que estava fazendo a trip inversa (descendo a AC) eu tinha então as seguintes opções, ir para San Juan Del Sur, Ometepe ou León. San Juan Del Sur é uma cidade de surfistas e o ponto mais alto da cidade é sábado onde tem uma festa que é um mini springbreak Sunday Funnyday (a galera que foi adorou), como eu tenho esposa e não surfo essa opção foi descartada de cara . Ometepe é um vulcão maravilhoso na beira do lago Nicarágua rola até de subir ele, porém a vista nunca está limpa, como eu já iria subir um vulcão ativo na Guatemala pulei essa cidade, porém reza a lenda que convém parar um dia lá . Sobrou então León, cidade que fica mais ao norte da Nicarágua e tem o Vulcano Boarding (isso mesmo vc n está ficando louco ) a escolha foi simples. Não tem muito segredo, vc pega um ônibus saindo do terminal de La Fortuna as 6:30 da manhã e pede para te deixar no trevo para “Tanque” (Colón del Tanque) :'> , lá as 7:00 passa um bus de linha pública para fronteira, cai dentro e 2 horas depois vc estará na fronteira (Peñas Blancas). Não tive problemas na imigração para sair da Costa Rica (reserve $21 para taxas e afins ). Entrando na Nicarágua vc praticamente cai em uma parada de ônibus vulgarmente chamados de chicken bus, paguei $3 para me levar até Manágua (capital) uma viagem tranquila leva umas 3 horas com o bus parando a cada km para embarque/desembarque. Em Manágua, eles te deixam em uma espécie de terminal e vc pega uma van para León (fácil o pessoal fica gritando por passageiros na rua ), essa custa como $2 e mais 1h e 30 de viagem. Chegando em León peguei um biketaxi $1 para me levar no hostel (sem necessidade, mas eu já estava cansado e n queria ficar procurando). Em León fiquei no BigFoot (http://www.bigfoothostels.com $10 a cama) um dos melhores hosteis que já fiquei, galera super comprometida com os detalhes o que faz sua experiência lá ser incrível, na mesma noite já agendei o Vulcano boarding para o dia seguinte. IMPRESSOES GERAIS DA COSTA RICA País meio artificial com o turismo formatado para americanos, muito caro (unanimidade entre os mochilas), hosteis bem preparados e passeios estruturados. Sem grandes pontos de destaque. HIGHLIGHTS Rappel + Nadar na cratera do vulcão DIA 5 – Vulcano Boarding + La Penitas O tour para o Vulcano sai as 10h, antes tomei café no próprio hostel que oferece uma experiência diferenciada com cafés selecionados da Nicarágua e de outros locais (vale mais para quem entende, eu fui de blackcoffe). Uns 15 min antes do tour sair eu vi um cara conversando no telefone em português, abordei o sujeito e conheci o Cadi, que na verdade é um dos donos do hostel (guarde essa informação, pois ela será útil mais a frente). Vulcano Boarding halfday $30 – A treta inicia em um caminhão e vc vai na caçamba tipo pau de arara, chegando na base do vulcão são 1h e 30 min de caminhada (hikking leve) até o topo carregando a prancha (que mais parece aquela do skibunda de Natal). Depois de uma seção de fotos (um dos guias vai com câmera profissional e tira fotos da galera e posta no face no dia seguinte) por isso não se preocupe muito em registrar pro sua conta. É chegada a hora, vc está no alto de um big ( olha o tamanho do caminhão lá em baixo) morro e são te passadas algumas instruções sobre como controlar (o q não ajuda muito já que a velocidade é absurda e vc nunca viu aquele equipamento) a prancha e, é isso ai papai, morro abaixo . Lá embaixo sua velocidade é medida e o mais rápido ganha um drink e o mais lento um banho de gelo. Ainda estão inclusos no passeio, um drink no retorno e um transfer para La Penitas (o Bigfoot possui uma unidade (pé na areia) mais voltada para surfistas em La Penitas uma cidade a 20 km de León e quem faz o Vulcano boarding pode ir lá passar o resto da tarde grátis (vale muito a pega ir e pegar o pôr do sol lá (saca o visual)) Achei a experiência incrível e recomendo para todos, barato pelo tanto de coisas inclusas e seguro, além de único no mundo . Preferi pernoitar em La Penitas, e chegando lá fui muito bem recebido pela galera, tomei umas de leve no barzinho a beira da praia e decidi alugar uma prancha de surfe para o dia seguinte. DIA 6 - La Penitas + Mesa redonda Acordei de boa e mandei um café da manhã de omelete R$ 10 que vale muito a pena e fui surfar (tentar). Fiquei até umas 2 da tarde na praia e voltei para o hostel onde fiquei de relax o resto da tarde. Quando dá 7h da noite o mesmo caminhão pau de arara te busca para voltar para o BigfFoot de León. Eu decidi conversando com a galera que fui encontrando a ir direto para Antígua uma cidade animal na Guatemala. O BigFoot oferece esse shuttle que custa $50 ( são 6 imigrações, 3 países) e sai as 2 am ( 2 da manhã) e chega as 8h da noite. Eu já tinha decidido (comigo mesmo) de chegar, tomar um banho e ficar esperando o shuttle no relax zone do hostel (não queria viajar a noite toda bêbado). Enquanto eu estava cumprindo meu plano, sentando no sofazinho , de banho tomado, passa o Cadi e me cumprimenta e começa a bater papo, tava um calor infernal e passados uns 15 min ele abriu uma cerveja e me ofereceu (recusei de primeira ), mas o papo foi ficando bom e eu não resisti e comecei..... Foi então que a gente passou para uma mesa e nisso chegou o Fernando (outro brazuca que trabalha como gerente do hostel de León) e a Reginy outra Brasileira que estava no seu último dia de trip (iniciada no Panamá). Saldo, falamos sobre tudo e ficamos até as 2h da manhã batendo papo regado a cerveja gelada e rondas de tequila (boa). Me senti muito honrado em conhecer a história do Bigfoot os caras são obcecados por tratar bem os hospedes pensando em cada detalhe e hoje estão com 3 unidades e possuem a maior disponibilidade de camas na América Central (não é para qualquer um não). Para os Brasileiros o Bigfoot é escolha certa em León, pode confiar (Procurem o Cadi ou o Fernando para bater papo e peçam o welcome drink(cortesia minha )). OBS: o Hostel oferece um desafio que se chama LavaShot, é tipo uma régua com 3 tequilas misturada com pimenta ( rum curtido por 6 meses na pimenta). Eu que não sou parâmetro para ninguém em pimenta (Sou apaixonado e tenho coleção de pimentas) resolvi encarar. Só falo que o negócio é punk e os gringos que eu vi fazendo choraram chamando a mamãe (sério). Eu que me considero quase imune a pimenta, achei pesadasso e fiquei uns 5 min sem conversar oxigenando o cérebro para absorver a porrada. Mas voltei com uma camisa do desafio que não é vendida é conquistada! Dia 7 – Transfer Day para Antigua – Guatemala Após uma calorosa despedida da galera entrei na van para Antígua, as 5 da manhã vc é acordado pelo paciente motorista para sair da Nicarágua e entrar em Honduras, e go on.... Viajem em cima de viagem, a van para em El Tuco uma cidadezinha em El Salvador muito doida, acho q vale a pena reserva um dia para lá. A única dica é a mesma para todos os transfers na América Central, a van simplesmente não para (de 4 em 4 horas), então vai preparado com comida e não beba líquidos pq n tem lugar pra piss, eu estava com uma estratégia, um dia antes baixei uns 3 filmes no Netflix na internet do hostel e passadas 2 horas de viagem eu começava a tomar agua (nunca antes mesmo com sede), rolou bem. IMPRESSÕES GERAIS DA NICARAGUA País muito pobre, porém, muito seguro, barato e com grandes atrações surpreendentes, acho que vale muito a pena conhecer a parte caribe da Nicarágua. HIGHLIGHTS Vulcano Boarding + La Penitas + Bigfoot Ometepe (não fui, mas foi unanimidade entre a galera) DIA 8 – Day off Me hospedei no Bigfoot de Antígua, unidade novinha em folha estilo hostel boutique (a nova geração está com tudo), que é administrado pelo irmão do Cadi, o Breno, cara comprometido com manter o cliente satisfeito. Uma curiosidade, nesse hostel a cozinha é tocada por um chefe Suíço, a alimentação lá realmente é diferenciada. Eu precisava trabalhar um pouco no pc e depois de uma viagem de 18h sem dormir direito, e na eminência de agendar um passeio de 2 dias de caminhada para o vulcão Acatenango, tirei o dia off e fiquei no hostel, almocei em um lugar chamado Rincón Típico, lugar super local, escolha certa, um almoço custou R$ 15,00 (prato feito). Agendei o passeio para o Acatenango ($28), que situando a galera é um vulcão ao lado do vulcão Fogo, que entra em erupção toda noite. São dois dias de caminhada com barraca (vc dorme na barraca e dentro do saco de dormir, são 4 dentro da mesma barraca) e tudo nas costas, vc sobe em um dia e no outro é acordado as 4h para continuar a caminhada para pegar o nascer do sol lá em cima.Aproveitei esse dia tb para agendar o transfer ($30) para Lanquim que saia no dia que eu voltava do Acatenango as 2 pm. DIA 9 – ACATENANGO O tour chegou as 9h no hostel, fui praticamente o primeiro no bus e foi só enchendo, rapidamente éramos um grupo de 15 almas penadas, depois de 1h de estrada chegamos em uma casa na beira da estrada, bem simples, lá é decidido quem vai levar cada parte da barraca, se puder recomendo levar as varetas. Eu levei na mochila: 4 latas de atum (eu sigo a dieta lowcarb e como proteína pra carai)+ um pacote de rap10 + 4 litros de agua, roupa de frio ( segunda pele, moleton, corta vento, luva) Galera aqui vai um alerta IMPORTANTE lá em cima faz um frio simplesmente cabuloso (entre -5°c e 5°c) então se prepare para esse tipo de situação. Comprei tudo no La Bodegona, um supermercado gigante em Antígua Começou a subida e a primeira parada é uns 30 min depois, ali vc já v quem é quem, a galera chega lá bufando. Eu tenho bom preparo físico então fui indo conversando com o guia um Guatemonteco muito gente boa que morou nos EUA com brasileiros então gostou muito de mim. Resumindo, são 10 km de subida com 2000metros de elevação, não tem trecho leve nem normal, somente subida leve, subida na areia ou escadas, foram 5h para subir, chegamos por volta de uma 17h no base camp e armamos as barracas e fizemos uma fogueira. Rola um miojão da hora (no qual eu já joguei 2 latas de atum por cima) e fiquei batendo papo com a galera até as 23h na beira da fogueira, quando o vulcão acordou e ficamos admirando ele cuspindo fogo e fazendo um barulho igual de trovoes. O guia ofereceu um passeio extra por $20 que te levaria até a base do vulcão fogo, que saiu as 12h da madrugada e voltaria as 4h (hora de acordar) eu n fui, pois ia ter q fica virado. Peguei um chazinho e fui dormir (ou tentar), pq vc fica em uma barraca com 4 pessoas (eu estava com um Holandês e um casal de Australianos, as raças mais loucas do mundo (galera muito gente boa)) Mas faz tanto frio e a posição é tão desconfortável que eu dormi tipo umas 2 horas. 4h da manhã, hora de acordar e rumar para o nascer do sol, são + 1:30 de subida punk, chegando lá em cima tudo vale a pena, vou deixar o vídeo abaixo falar por mim. Na volta rola um café preto (no qual eu comi minhas latas de atum com rap10) no base camp e começou a descida as 8h, a descida é uma delícia e o melhor a fazer é descer correndo igual nos filmes de ação, desci eu, o guia e o Holandês disputando corrida (por 2 vezes quase que um passo direto e acerto uma árvore e no final já estava manerando, ainda tinha mt viajem pela frente) Cheguei no hostel as 12h, tomei banho, almocei um Burrito sensacional ( o melhor que já comi na vida ( talvez seja a fome)) e fiquei esperando o shuttle para Lanquim. Pegando o Shuttle, nada de mais, estrada em cima de estrada e era quase uma da manhã quando cheguei no hostel EL Retiro (No qual o Breno conhece o dono (Josué) e reservou por whatsapp pra mim). DIA 11 – Semuc Champey Em Lanquim me hospedei no hostel El Retiro, recomendo d +++ , no meio do mato, são chalés tipo cabana e possuem quartos compartilhados, paguei R$50 por duas noites e aproveitei e agendei o passeio para Semuc Champey (uma das atrações mais aguardadas da viajem para o dia seguinte). Lanquim é um vilarejo, quase não tem opções, acordei cedo, coloquei minhas roupas para lavar ( ficaram finas) e tomei café no próprio hostel (não está incluído). Saimos para o passeio as 8h, primeiro rola o tour dentro de uma carvena segurando um vela (que apaga toda hora), o tour em si não é perigoso, mas a chance de sair com algum hematoma (na canela) é grande, já que vc não enxerga nada e tem trechos com água até o pescoço. Depois da carvena o guia te leva para um Tarzan Swing show de bola, vc voa muito alto. Depois rola uma cachoeira que é uma paisagem espetacular, onde tb tem um lugar para saltar. E para completar a fase inicial, tem um tubbing, uma descida de boia pelo rio, muito relax, vem uns meninos vendendo cerveja na boia pra vc, eu tomei uma, mais como atração turística. Lunch time, o tour para em um “restaurante” improvisado na beira da estrada, tipo self-service com uma carne, eu estava numa lara pesada, já que no dia anterior foi só estrada (e a van não parou para comer), eu peguei o almoço R$ 25 e comi o suficiente para alimentar um Dragão por uma semana, depois fui ver q essa não era uma boa ideia , pois para subir no mirante de Semuc tem uma trilha com um lance de escada de 30 min. Semuc Champey é uma paisagem maravilhosa, eu fiquei relaxando nas piscinas batendo papo com a galera do tour ( 1 casal de americanos, 2 canadenses, um mexicano e um colombiano), um dia é suficiente, dois dias seriam se vc tiver com uma turma e quiser fazer tipo um “picnique”, se tiver de mochilada reserve somente um dia mesmo. Voltando para o hostel, nesse dia teve um jantar tipo em família (tem que avisar antes) custou R$ 30, e ai todo mundo hospedado lá participa em uma única mesa, achei muito doido já que é exatamente essa minha ideologia, mundo sem fronteiras. DIA 12 – Dale Estrada – Transfer day de Lanquim para Flores Esse é mais um daquele dias que vc só vê estrada, de Lanquim para Flores foram mais 10h de estrada, saindo as 8h e me custou R$60. Cabe mencionar uma coisa aqui, nesse transfer eu conheci um Suíço que estava indo também para Flores e depois para Belize (o mesmo roteiro que eu), dessa forma começamos a seguir viagem juntos. Chegando em Flores nos hospedamos no Hotel Petén http://www.hotelesdepeten.com (apesar do nome possui quartos compartilhados) paguei $9 na cama em quarto com ar condicionado, sem café da manhã. Nessa mesma noite fechamos o passeio para o dia seguinte nas ruinas de Tikal e ainda o transfer para Belize (paguei $40 por tudo, não sei agora o valor em separado). Uma dica, na mesma rua desse hotel, virando a direita andando uns 30 metros tem um restaurante/lanchonete que vendem uns burritos maravilhosos e muito baratos (tipo R$ 3 cada). No primeiro dia nos jantamos lá e no segundo também. Dia 13 – Ruinas de Tikal Achei melhor pegar o Sunset (o Sunrise tem que acordar as 4 am) no parque, nessa modalidade o passeio começa às 12h. acordamos cedo e tomando café da manhã o Suíço levantou a bola de fazer alguma coisa na parte da manhã, eu animei e fomos para um lugar chamado Jorgue’s rope, que nada mais é que um Tarzan Swing em uma paisagem incrível no meio do lago. Pagamos R$ 20 cada para o barqueiro nos levar lá e mais R$ 5 para entrar. Tikal Seguinte, impossível fazer Tikal sem guia, tem muita história embutida naquelas pirâmides, placas, canais e tudo mais, o passeio sem guia pode ser meio fútil na minha opinião. Tem que pagar uma taxa de R$ 60 para entrar no parque, que é uma lenhada . Resumindo, vc passa toda tarde imerso em uma aula de história em um dos berços da civilização Maya, achei muito doido e levarei meus filhos (quando tiver). Passeio leve e termina com o pôr do sol em um dos templos. Chegamos no hostel as 8h da noite e adivinha onde fomos jantar? No burrito, o lugar é tão bom que no caminho voltando de Tikal eu perguntei para o suíço: EU- Vc quer comer naquele lugar de novo ou prefere ir em algum lugar diferente, quem sabe melhor? ELE – Cara, só existe uma opção. Dia 14 – Transfer day para Belize Nabada day, já tinha lido aqui em um post que brasileiros tem “problemas” para entrar em Belize, então lá vai o mineirinho aqui com cara de trouxa. Pegamos o bus das 5h da manhã em Flores e chegamos na fronteira as 7:15, por questões de tráfego o ônibus só pode passar a partir das 8h ( não entendi já que é uma fronteira vaziassa), então fomos fazer o processo imigratório, para sair da Guatemala foi sossegado. Chegando em Belize, o cara da imigração, olhou meu passaporte e disse “ vc é brasileiro, espere ali”, eu claro, não teci comentários e sentei.... deu 8h e nada deles me chamarem, fui perguntar “oq q pega?” e o cara disse que eu teria que passar por uma entrevista, blz. Deu 8:30 o motorista do busão veio conversar comigo, falando que não podia mais esperar, e que eu deveria pegar o próximo bus que passaria as 11h. Ok, deu 8:45 o cara me chama, vestido de uma educação britânica me fez 3 perguntas e me liberou. Eu fiquei na fronteira de 7:15 até as 11:30, por 3 perguntas??? Aqui cabe uma reflexão, o cara atrapalhou meu dia quase todo, por nada, é o tipo de relação perde x perde, eu perdi pq fiquei 4 horas na fronteira, perdi o bus e me separei do meu amigo, Belize perde pq muitos brasileiros ficam inibidos de passar por esse processo e evitam o país. No mundo moderno esse tipo de relação não tem mais lugar. Respeito a aplicação de qualquer processo, só acho que poderiam ter sido ágeis na solução do caso. Conversando na imigração (já que tive muito tempo), entendi que a parada toda é por causa que pegaram 15 pessoas com passaportes falsos do Brasil uma vez, então todo mundo que chega com passaporte do Brasil roda. Uma dica: Se for fazer esse roteiro pegue o ônibus das 5h, assim se der alguma coisa errada vc pega o próximo as 11h. Se ainda assim der errado, a cada 30 min passa um ônibus de turismo na fronteira indo para Belize City, conversei com um dos motoristas que me levaria por $20 (eu não fui, pois era minha segunda opção). Encontrei um casal brasileiros que tb foi parado e perdeu o bus, porém eles tinham saído da Flores no bus das 8h (último busão dessa cia), dessa forma eles tiveram que pagar $75 de taxi para leva-los até o Ferry, Loucura. 3 horas de bus e chega-se no porto do ferry que te leva para Caye Cauker, são $25 por ida e volta ( se comprar os 2 juntos sai mais em conta). A viagem é curta 30 min e cheguei na ilha, cruzei a ilha de fora a fora buscando um bom lugar para ficar, acabei parando em um hostel chamado Yumma’s, um lugar tranquilo e confortável (paguei R$ 50 quarto com 4), pertinho da chegada do ferry a esquerda. Tomei banho e fui ver o pôr do sol no Lizards o único point para ver o pôr do sol, como era único, encontrei com o Suíço e ficamos toma uma de leve. Dia 15 – Day off em Caye Caulker O Suiço achou um hostel fino, que era mais barato e com ar condicionado setado para “polo norte”, não pensei 2 vezes, acordei arrumei minha mala e vazei do Yumma’s e fui para um chamado “Go Slow” do famoso Basílico. O suíço acordou passando um mal filha da pu$% e decidimos não fazer o passeio esse dia e ficamos de boa na “praia”. Nesse momento já tenho as primeiras impressões sobre Caye Caulker, um lugar com uma vibe pesada, onde as pessoas não tem respeito pelos outros, além de não ter porr&* nenhuma para fazer, nem praia tem, o lugar que o povo chama de praia é um deque de concreto sem areia (whats????). Fui muito mal recebido e tratado pelos locais, na fila do supermercado os caras entram na frente, pois sabem que vc é turista e não vai enquencrar. Na rua, os caras vem de bike para te atropelar se vc n sair da frente. Conversei com o Suíço sobre, ele me disse que não foi pior tratado do que em qualquer lugar da América Central, mas ainda assim era tratado como “ turista otário”. Essa é minha opinião sobre o lugar, a não ser por um motivo especialíssimo não volto em Belize nunca mais. Dia 16 – Snorkel com Tubarões + Arraias e afins O suíço ainda estava morrendo, tipo de gripe e com febre, eu já tinha decidido de vazar de Caye Caulker assim que possível, então tratei de correr atrás do passeio para parte da tarde (esperando melhoras do Suiço). Seguinte, só tem um tour para fazer na ilha, ou vc mergulha dia inteiro ou meio dia, sendo que o fullday ou halfday os pontos são os mesmos, mas o halfday fica menos tempo nos lugares. O custo é $60 fullday ou $35 halfday, fui de halfday e achei de bom tamanho, fiz o passeio com o CAVEMAN tipo o único cara (local) gente boa da ilha (o cara é muito zueira). O passeio sai as 14h e retorna as 17h (antes do pôr do sol) e vc nada com tubarões, arraias e tudo mais que existe no mundo marinho, além de visitar a segunda maior barreira de coral do mundo. Não sou um aficionado por mergulho, apesar de já ter feito muito, foi um passeio nota 7 ( tive medo de mergulhar com tubarões, mesmo assim fui com medo mesmo). Dia 17 – Bora para San Pedro Conversando com os caras do hostel ( trip inversa), descobri que existia uma ilha bem maior e mais agradável que Caye Caulker que ficava a 30 min de ferry, chamada San Pedro. Era perfeito para mim que queria vazar de Caye Caulker e para o Suíço, já que era mais perto de Chetumal, uma cidade litorânea no sul do México ( seu próximo destino de viagem (ele estava rumando para o Paraiso de Playa Del Carmem)). Pegamos o Ferry as 11:15 e chegamos em San Pedro as 12h (custo $25 ida e volta), chegamos em um hostel chamado Sandbar (o melhor da cidade, a cama custou $13) e depois de uns 30 min lá eu já estava enturmado com meio hostel. Conheci uma galera do Canadá e de Uganda e armamos um rolê a tarde para um lugar chamado “Secret Beach”, para chegar lá só com carrinho de golf (deve ser uns 20 km da cidade), então alugamos dois e fomos de galera. Passamos a tarde lá, e pelo menos é uma praia de verdade, na volta paramos em um lugar chamado “Truck Stop” é tipo uma feirinha de food trucks no Brasil, peguei um rango servido de feijão com arroz e ficamos lá batendo papo até umas 8 da noite (horário que tínhamos que entregar o carrinho). Dia 18 – Goodbay para o Suiço – Dia off em San Pedro Acordei cedo (tipo 6 da manhã) para fazer o bota fora do Suíço que iria pegar o Ferry para Chetumal, aqui vai mais uma dica, se quiser subir a AC até o México ou USA, vai de Ferry por esse caminho que é muito melhor que cruzar Belize de busão, porém tudo tem seu custo o Suíço mandou botar $50 de taxas para atravessar, mas é menos burocrático. Fiquei o dia de boa no hostel, meio que me preparando para partir no dia seguinte. San Pedro é uma cidade party hard e não faltaram convites para sair a noite, no entanto eu não estava na vibe (sem contar que minha mulher me mata). Dia 19 – Inicio do Retorno – Transfer Day de San Pedro para Panamá Meu voo sairia do aeroporto de Belize City as 14h, então acordei cedo e peguei o ferry para Belize City. Aqui cabe somente uma dica, ao chegar no “Ferry port” existe uma máfia de taxis (por isso existe Uber no mundo (não em Belize)) o valor é tabelado em $25 ( R$75,00 por 20min de corrida, somos otários mesmo!!!) para te levar no aeroporto, como eu já estava muito puto com Belize (exatamente por esse tipo de comportamento) e tinha tempo sobrando, resolvi me virar. Perguntei como chegar ao aeroporto de transporte público (foi a minha forma de fud¨&* com o sistema) recebi uns 3 “não tem jeito”, ainda assim não desisti. Perguntei em uma lojinha e um cara chinês me explicou como seria, seguinte: vc sai do terminal e vira a esquerda e segue por uns 1 km ( 6 min) atravessa duas pontes, se vc n se perdeu, vc chegará em uma parada de chicken bus, onde vc pergunta por “Ladville”, o busão me custou $1 e me levou até um ponto que fica a uns 2km do aeroporto, ai vc decide se vai a pé (15min) ou pega um taxi, eu fui de taxi pq não sabia a distância, de taxi foram $5, ou seja, fiz o trajeto com $6 ( fiquei triste de não ter hackeado o sistema todo). THE END galera.... Se vc leu até aqui, obrigado pela companhia, foi um prazer relembrar os passos da viagem! Aproveite seu tempo jbrvilaca@gmail.com
  21. Caros mochileiros vou contar a minha viagem que fiz para a Guatemala em Outubro. Este não é um destino muito conhecido dos brasileiros, tanto é que durante toda a minha viagem somente vi uma brasileira e não vi nenhum português por aquelas bandas. Inicialmente era para ser Guatemala-Honduras e El Salvador, acabei desistindo de El Salvador por causa do tempo. Aí ficou Guatemala e Honduras, mas depois conto o que aconteceu, porque acabou sendo somente Guatemala. Alguns me perguntavam porque a Guatemala e para mim seriam seis sonhos a realizar: 1- Conhecer as ruínas Maias de Tikal 2- Avistar o Quetzal a ave símbolo da Guatemala 3- Conhecer a beleza natural de Semuc Champey 4- Navegar num dos lagos mais belos do mundo " o lago Atitlán" 5- Conhecer a cidade de Antigua patrimônio da Unesco. 6- Subir até o cume do vulcão Acatenango. 1o dia_ Viagem de Porto Alegre com escala em Lima, de Lima para San Salvador e finalmente San Salvador-Guatemala. Em Lima mesmo sendo conexão agente tem que passar novamente pelo raio X Esta foi a minha opção porque peguei uma promoção e tive que encarar, mas foi tudo tranqüilo, voo pela empresa TACA que é do grupo AVIANCA em um avião Airbus A320 de POA até Lima, de Lima até San Salvador foi num A380 e de San Salvador até a Guatemala foi num Embraer ERJ 175. Foram 4 horas de POA até Lima, mais 4 horas de Lima até San Salvador e mais 1 hora de San Salvador até a cidade da Guatemala. Custo total da viagem: Passagens: U$369,00 ida e volta Demais Gastos: Levei U$ 850,00, porém acabei perdendo U$ 150,00 e acabei tendo que me arranjar com U$700,00 Ou seja consegui sobreviver com U$ 43,75 por dia. WP_20161001_06_17_09_Pro by edtrindade, no Flickr P1580254 by edtrindade, no Flickr No vôo para Lima tomando uma Inka Cola para relembrar o Peru: WP_20161001_09_28_51_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161001_07_08_03_Pro by edtrindade, no Flickr Deu para ver vários vulcões na ida para Lima: WP_20161001_09_35_58_Pro by edtrindade, no Flickr Chegando no aeroporto fui direto para a emigração pois viajei somente com uma mochila de 30 litros, nada de malas nesta viagem, WP_20160929_23_14_56_Pro by edtrindade, no Flickr o agente da imigração começou a me fazer um monte de perguntas e me pediu até o voucher do hotel, mostrei e depois de muitas perguntas carimbou o meu passaporte. Foi bem mais difícil que entrar na Espanha cambie alguns dólares por quetzal no aeroporto. Dica: não faça o câmbio na primeira casa de câmbio que vai encontrar, tem mais uma logo após e a cotação é um pouco melhor. Com relação ao câmbio me dei mal quase todas as vezes porque no aeroporto a taxa é ruim aí você chega nos locais já de noite, sai sempre de madrugada e muitos locais não encontra banco acabei marchando na maioria das vezes na taxa de 7 quetzal por um Dólar. Acho que uma boa opção seria levar um cartão de crédito, débito ou travel money, no meu caso levei somente em Cash e quando precisei o meu cartão do Itaú não funcionou. O Itaú fora do Brasil é uma "merda" e o meu travel money deu problema e com a greve dos bancos não consegui resolver, enfim levei somente Dólares, por pouco não fiquei pela Guatemala trabalhando até conseguir a grana para voltar. ãã2::'> ãã2::'> Sempre na chegada em aeroportos não gosto de dar muita chance para o azar, peguei um táxi do aeroporto ali mesmo, paguei 80 Quetzal até o meu hotel que ficava na praça central da cidade. Existe táxis mais baratos logo na rampa de saída do aeroporto mas sempre é um risco e também tem busão que custa 1 quetzal porém tem que se informar se o mesmo passa perto do local aonde vai ir. Eu optei por visitar a cidade da Guatemala, mas a grande maioria dos turistas, principalmente os gringos vão direto para Antigua por questões de segurança. Vi poucos turistas, uns quatro americanos e uns 30 mexicanos, o resto eram todos locais. A opção mais barata é ir para Antigua porque lá tem hotéis bem mais baratos que na capital, até deve ter hotéis mais baratos mas o problema é se achar por lá porque é uma cidade muito grande, bom mas como eu cheguei no sábado e queria passar o Domingo na capital então reservei o Hotel Centenário que fica na praça principal da cidade na Zona 1. Como todo centro histórico é uma região não muito recomendada para andar a noite, já de dia não vi problema nenhum. O Hotel é antigo, os quartos são bem simples e o preço saiu por 185 Quetzal, era dos mais baratos da capital, porém foi dos mais caros que fiquei. O bom do hotel é que na diária estava incluído o café que era servido num restaurante ao lado. WP_20161003_06_53_39_Pro by edtrindade, no Flickr Segue a foto do 5 Hotel Centenário by edtrindade, no Flickr O café você ganha um ticket e apresenta no restaurante, o brabo é conseguir entender o pedido: WP_20161003_06_44_21_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_08_13_55_Pro by edtrindade, no Flickr 2º DIA- Visita a Cidade da Guatemala: A cidade da Guatemala é a capital da Guatemala e é a maior cidade da América Central com cerca de 2.150.000 de habitantes. Ela é classificada como a 25a. cidade mais perigosa do mundo, lá é muito comum ver as lojas, principalmente farmácias, mercados, lojas de eletrônicos e bancos com guardas armados com escopetas na frente. Lá eles mostram as armas para intimidar mesmo, diferente do Brasil onde os policiais ficam escondendo as armas e só os bandidos é que tem direito de mostrar as armas. Agora nada para se assustar porque cidades do Brasil como Fortaleza, Natal, Salvador, João Pessoa, São Luís, Cuiabá e Manaus estão classificadas como mais perigosas que a Cidade da Guatemala. Nos dias que visitei a praça principal, a mesma estava muito bem policiada, inclusive no Domingo tinha mais policial que pessoas andando na praça, tinha algumas cerimônias na igreja onde participavam vários policiais do exército. Catedral Metropolitana: P1560259 by edtrindade, no Flickr WP_20161002_08_35_04_Pro by edtrindade, no Flickr P1560260 by edtrindade, no Flickr P1560262 by edtrindade, no Flickr P1560263 by edtrindade, no Flickr Palácio Nacional: WP_20161002_08_38_15_Pro by edtrindade, no Flickr P1560264 by edtrindade, no Flickr WP_20161002_08_26_12_Pro by edtrindade, no Flickr P1560275 by edtrindade, no Flickr Desfile: P1560324 by edtrindade, no Flickr P1560308 by edtrindade, no Flickr P1560316 by edtrindade, no Flickr P1560322 by edtrindade, no Flickr P1560314 by edtrindade, no Flickr WP_20161002_08_35_43_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_08_35_52_Pro by edtrindade, no Flickr Janta num buteco ao lado do hotel por 60 Quetzal com duas cerveja Gallo. A Cerveja na Guatemala é carinha, a mesma varia de 10 a 20 Quetzal tipo long neck ou lata. Refri sai de 3 a 10 Quetzal dependendo de onde compra. P1560256 by edtrindade, no Flickr Moeda Quetzal: WP_20161001_16_49_49_Pro by edtrindade, no Flickr Sexta Avenida: uma das principais ruas para pedestres e é considerado um local seguro. WP_20161002_08_59_38_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_08_59_17_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_08_58_51_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_09_14_20_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_09_12_56_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_09_12_27_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_09_01_30_Pro by edtrindade, no Flickr Arco: WP_20161002_09_07_46_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_03_03_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161003_07_11_44_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_09_38_16_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_09_30_56_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_09_27_18_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_03_37_Pro by edtrindade, no Flickr Transmetro: Sistema de busão igual ao de Curitiba, custa 1 Quetzal. WP_20161002_09_36_08_Pro by edtrindade, no Flickr Avenida La Reforma: WP_20161002_10_05_35_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_15_15_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_48_55_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_27_08_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_08_16_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_21_58_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_16_37_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_28_44_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_34_37_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_40_43_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_43_16_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_10_45_31_Pro by edtrindade, no Flickr Avenida das Américas: WP_20161002_10_55_10_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_11_00_58_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_11_03_31_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_11_08_55_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_11_17_57_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_11_18_06_Pro by edtrindade, no Flickr Monumento a Cristóvão Colombo: WP_20161002_11_20_14_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_11_25_09_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_11_29_11_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_11_33_17_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161002_11_58_46_Pro by edtrindade, no Flickr P1560257 by edtrindade, no Flickr Almoço do dia: P1560258 by edtrindade, no Flickr Janta do dia: WP_20161002_17_28_06_Pro by edtrindade, no Flickr 3o dia - Viagem e visita ao Biotopo del Quetzal: Parada do transmetro que fica próximo da estação de ônibus Monja Blanca: WP_20161003_07_15_10_Pro by edtrindade, no Flickr Estação Rodoviária da empresa Monja Blanca: 8a. Avenida 15-16 - Zona 1 Passagem Guatemala - Biotopo del Quetzal: 75 Quetzal WP_20161003_07_16_31_Pro by edtrindade, no Flickr Bus Monja blanca: WP_20161003_08_51_36_Pro by edtrindade, no Flickr Paisagens pelo caminho: WP_20161003_09_52_23_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161003_09_54_51_Pro by edtrindade, no Flickr Entrada do Biotopo del Quetzal: O Biotopo del Quetzal é uma reserva de proteção criada por Mário Dary Rivera com cerca de 1175 hectares para a preservação do "Quetzal" a ave símbolo da Guatemala. O parque possui duas trilhas abertas para a visitação: a Musgos Largo e a Helechos corto, a visitação pode ser feita sem guias. Entrada no parque custa 50 Quetzal para estrangeiros e 5 Quetzal para Guatemaltecos. Resolvi fazer a trilha longa que dura cerca de 2 horas, mas acredito que levei umas 3 horas. Infelizmente não consegui avistar o Quetzal neste dia. WP_20161003_12_43_15_Pro by edtrindade, no Flickr P1560415 by edtrindade, no Flickr P1560421 by edtrindade, no Flickr P1560364 by edtrindade, no Flickr P1560366 by edtrindade, no Flickr P1560368 by edtrindade, no FlickrP1560373 by edtrindade, no Flickr P1560384 by edtrindade, no Flickr P1560396 by edtrindade, no Flickr P1560400 by edtrindade, no Flickr P1560410 by edtrindade, no Flickr 4o DIA: Visita a Reserva Gucumatz e viagem para Semuc Champey: Ranchitos del Quetzal: Me hospedei neste hotel que localiza-se bem ao lado do Biotopo del Quetzal e é o melhor lugar para se avistar o Quetzal, minha segunda chance de avistar o Quetzal. P1560428 by edtrindade, no Flickr P1560431 by edtrindade, no Flickr P1560438 by edtrindade, no Flickr P1560456 by edtrindade, no Flickr O famoso Quetzal: Esta é a ave símbolo da Guatemala, muito rara e em extinção, o seu nome significa "pena de cauda grande e brilhante". Também chamado de serpente emplumada ou Quetzalcoatl era venerada pelos Astecas e Maias. Possui cerca de 30 cm e um longa cauda de 60cm. Me acordei cedo 6 horas da manhã para tentar avistar o Quetzal, procurando e nada do mesmo aparecer até que lá pelas 7:30 o mesmo apareceu e foi a maior alegria, esta é uma das aves mais raras do mundo e conseguir avistá-la era um grande sonho. P1560453 by edtrindade, no Flickr Segue um vídeo que fiz do Quetzal, como não estava com tripé fica um pouco difícil de estabilizar a imagem com o zoom. Quarto do Hotel: Diária para uma pessoa por 150 Quetzal: P1560425 by edtrindade, no Flickr Café: WP_20161004_07_56_55_Pro by edtrindade, no Flickr Janta: WP_20161003_16_17_13_Pro by edtrindade, no Flickr Meu registro do Quetzal: WP_20161004_08_22_34_Pro by edtrindade, no Flickr Aguardando para pegar uma Van para Coban: WP_20161004_08_27_45_Pro by edtrindade, no Flickr Bom ataquei uma van que sinalizou e me fui para Cobán, o cara da Van me pediu 15 quetzal e na mesma hora já baixou para 10 Quetzal, claro eles sabem que somos turistas, aí paguei os 10 quetzal e acredito que era no máximo 5 Quetzal, mas tudo bem. No meio do caminho ele me pediu para mudar de Van e só vi que ele deu uns 2 Quetzal para o outro motorista e lá fui eu de novo rumo a Cobán. Bom se você não gosta de viagem com emoção, não pegue estas vans que são utilizadas pelos nativos. Ultrapassar em faixa dupla e em curva é de menos, os caras chegam em outro veículo e já metem para ultrapassar, não querem nem saber. Bom depois de algumas emoções cheguei a Cobán e a parada é bem na entrada da cidade é claro, aí já tem monte de taxista e de tuk tuk esperando. Não dei muita conversa para eles e me fui a pé mesmo, me indicaram logo adiante que tinha um lugar que havia bus para Lanquin. Caminhei cerca de 500 metros e achei um local lotado de vans e buses que iam para todo que é lugar da Guatemala, menos para Lanquim. Como era por volta de meio dia aproveitei para fazer uma boquinha por ali mesmo. Um calor dos diabos e ainda tive a infeliz ideia de pedir um caldo do galinha ou seja uma sopa quente pelo menos saiu barato 20 quetzal com um refri junto. WP_20161004_10_05_25_Pro by edtrindade, no Flickr Ai aproveitei para me informar e o dono do restaurante me explicou aonde eu deveria pegar o tal bus e me toca voltar tudo de novo o tal lugar era adiante de onde eu tinha sido deixado só que para o outro lado. Pergunta para um e para outro e consegui achar a tal rodoviária, se é que dá para chamar de rodoviária aquilo. Paguei 75 Quetzal e embarquei no busão, uma verdadeira lata velha, só eu de extrangeiro, mas foi uma experiência legal. Com relação aos transportes na Guatemala o tempo que você vai levar para chegar tanto faz ir de busão velho, Shuttle cheio de gringos ou Chicken bus vai levar mais ou menos o mesmo tempo, tudo demora. Para terem uma ideia de Cobán até Lanquim são cerca de 62 Km e leva no mínimo 2 horas. WP_20161004_10_48_21_Pro by edtrindade, no Flickr WP_20161004_10_43_05_Pro by edtrindade, no Flickr Segue video da viagem de Cobán para Lanquin: Lanquin: WP_20161004_13_29_57_Pro by edtrindade, no Flickr De Lanquin para Semuc Champey a viagem é de caminhonete, na ida dei sorte porque era época de baixa temporada e só tinha eu indo para lá, aí fui sozinho. O custo da viagem é 20 Quetzal e me deixou na frente do Hostel El Portal. P1560513 by edtrindade, no Flickr Meu quarto: O ruim é que não possuia banheiro privativo e o meu quarto ficava no segundo piso, ou seja de madrugada tinha que me levantar, descer a escada para ir até o banheiro. O hotel por ser bem afastado, a energia é fornecida por um gerador ou seja ela funciona até as 23:00 horas e depois disso eles desligam o gerador e fica tudo no escuro. Agora o lugar é muito bonito e fica ao lado do rio e logo abaixo das piscinas naturais de Semuc Champey. Ficando hospedado neste hotel não precisa fazer tour a menos que queira fazer algumas atividades, tais como entrar em uma caverna muito popular por lá ou descer o rio em bóias. Eu optei por visitar somente Semuc Champey, atividade com bóia eu já fiz uma vez e não gostei, já a caverna acho que é legal mas acabei não fazendo. P1560507 by edtrindade, no Flickr Vistas do Hostel: P1560488 by edtrindade, no Flickr P1560482 by edtrindade, no Flickr Meu quarto era aquele da escada a direita: P1560460 by edtrindade, no Flickr Tomei uma Brahva que é o nome da Brahma lá na Guatemala e é a cerveja mais barata. No hotel as cevas são caras a Brahva custa 20 quetzal e a melhor de todas a Gallo "Gaio" custava 25 Quetzal, normalmente eu pagava 10 Quetzal por ela. P1560490 by edtrindade, no Flickr Jantar e dormir para no próximo dia aproveitar Semuc Champey: WP_20161005_13_16_10_Pro by edtrindade, no Flickr
  22. Fala pessoal! Depois de montar já uns 3 mochilões lendo relatos daqui, resolvi dar minha contribuição para um destino que não acha aquela tonelada de informações aqui no mochileiros, a América Central. Foram 24 dias de viagem. Escolhemos só 3 países pois não dava pra tirar mais dias de férias... Queria muito ter conhecido o México, mas fica pra próxima... Fui de casal e como era baixa temporada, os quartos compartilhados estavam vazios e quando não iamos com a cara, mudavamos para o privado. Nunca tinha usado AirBnb, mas arrependi de não ter conhecido antes! Usei só no final da viagem e valeu muito a pena. Primeira dica: olhem a temporada de chuvas e furacões. Eu não olhei e peguei praticamente todos os dias na Costa Rica com chuva. E em Belize, 2 semanas antes da minha chegada, passou um furacão por lá.... Mas, se você fez que nem eu e comprou a passagem sem olhar, relaxa, não é motivo para desmarcar. Faz um calor bem razoável e a chuva não atrapalha tanto assim os passeios. Só é foda quando se faz uma caminhada de “x” horas pra subir um vulcão e lá de cima vc só vê nuvens! Aí é dureza... As chuvas sempre vem no período da tarde, portanto, as vezes é só organizar a agenda para que os passeios de “vista” sejam cedo! Resolvi fazer alguns trechos internos de avião por questão de comodidade e porque pulei El Salvador e Nicarágua (que fazem parte do trajeto, então de onibus seriam 2 paises e 2 fronteiras a mais), mas se contar que o assunto de aeroporto você praticamente perde o dia, as vezes dá quase na mesma ir de busão. Ah, falando em busão, na América Central não existem viagens a noite... Então é bom separar vários “transfer day” no roteiro! Dia 1 – Costa Rica (SJO Alajuela / La Fortuna) Chegamos as 13:50 em Alajuela, que é onde fica o Aeroporto Internacional de San Jose, a capital de Costa Rica. Alajuela e SJO são cidades “unidas”, algo como Belo Horizonte e Confins. Li nos relatos que ambas não tinham o que fazer, então me mandei direto para La Fortuna... Até tem, mas conto no dia certo, porque voltei a SJO pra pegar o voo de volta para o Brasil. Dei a bobeira de fugir das casas de câmbio do desembarque com medo da cotação ruim, peguei as malas e fui saindo do aeroporto. Bom, vc saí direto nos taxis, já no estacionamento e fora do aeroporto, com uma muvuca de taxista tentando te oferecendo corrida até pro Brasil de volta... Lá todo mundo aceita dólares, mas como eu só tinha nota grande, tive que procurar a casa de câmbio do embarque pra trocar dinheiro, que ficam no 2º andar do aeroporto. Lá percebi que era a mesma casa de câmbio do desembarque! Outra burrice, porque só depois percebi que os bancos trocavam dinheiro sem burocracia. A uns 20 metros dessa casa de cambio do embarque tem um guichê do banco, ali sim era uma boa ter trocado bastante dinheiro! Não caiam no papo dos taxistas que não existe ônibus pra La Fortuna... O shuttle tem hora certa pra sair, acho que o ultimo era 14:30, então fomos de onibus mesmo. Peguei o taxi e por 2k Colones me deixaram no terminal de bus de Alajuela, que fica pertinho do aeroporto. Daí vem a dica #2, usem e abusem do Uber lá. As corridas de taxi são sem taxímetro e baseado na cara do freguês. Nem precisa comentar mais nada, né? Chegando no terminal, pagamos 3.5k Col em 2 passagens pra Quesadas, onde deveríamos comprar outra passagem pra La Fortuna. Chegando em Quesadas, não tinha guichê de venda e saímos perguntando para os ônibus quem ia pra La Fortuna. Pegamos um as 18:30 e pagamos 1.35k col direto para o motorista. Chegamos um bagaço em La Fortuna, procuramos saber do Arenal Backpackers Resort e fomos a pé, uns 10 minutos de caminhada. Esse hostel é nota 10, recomendo. Fizemos reserva antes, mas como era temporada de chuva, vimos que não precisou pra nenhum hostel que ficamos... Se for em alta temporada, reserve! Jantamos no hostel, tomamos uma cerveja e apagamos... Dia 02 – La Fortuna (Tour Arenal e Cerro Chato) Fechamos o tour dos 2 vulcões (Arenal + Cerro Chato) e acordamos cedo! O triste é que meu relógio estava fora de fuso, daí provavelmente acordei umas 5~6 da manhã... Tomamos café da manhã no hostel – que não vale a pena pelo preço e quantidade – e como ninguém falou o que precisava levar, fizemos uma mochila só com as tralhas... Como meu relógio estava errado, as 9:30 eu estava plantado na recepção já reclamando do atraso do tour. Daí a moça me disse que meu relógio estava errado e ainda tinha 1h pra sair! Foda... Passamos num supermercado onde compramos água, comida e capa de chuva. O foda é que como não sabia que tinha de levar a própria agua/comida, só tinha 1 mochila pra duas pessoas, que já saiu do hostel lotada... Saí do supermercado igual um caramujo com a casa nas costas! A subida começa umas 11h da manhã, na minha opinião num horário de merda... O sol já está castigando esse horário e como choveu todo dia a tarde, obviamente no fim da subida pegamos uma neblina+chuva absurda! Engraçado foi o primeiro lugar de descanso. Era debaixo de uma goiabeira e quase todos os gringos nunca tinham visto um pé de goiaba na vida! Ficamos um tempoão lá comendo mini-goiabas com bicho A subida é de nível fácil/razoável... Muito úmido e uma mata muito bonita. Trilha do Cerro Chato. No mirante não víamos absolutamente nada por conta da neblina e chuva... Descemos pra lagoa que fica na cratera e também não dava pra ver 1 palmo na frente do nariz... Mesmo com chuva e vento, pulamos pra dentro da lagoa! Inclusive tinham 3 francesas que após o banho da lagoa trocaram de roupa sem muito pudor. Rapaz, os 3 mexicanos e o guia estavam vidrados Dadas as condições climáticas o guia encurtou o passeio e começamos a descer... Chegando lá em baixo, minha capa de chuva estava um bagaço total, toda rasgada... Pensei que o passeio tinha acabado e mandei ela pro lixo... Quanto arrependimento... Não sabia que tinha de andar o parque todo de volta, daí claro caiu uma chuva torrencial! Chegamos num resort já anoitecendo, onde a van ia nos buscar. Uma das pontes suspensas do passeio A van foi para as aguas termais publicas. É estranho porque a van para no acostamento da estrada, no meio do nada. Descemos um caminho a pé – que por sinal sofreu nas pedras do chão – e chegamos nas aguas termais que são sensacionais depois de um dia de trilha. Já estava bem frio e as aguas são na temperatura ideal! E é muita agua! Daí vai outra dica: apesar do pé chegar lá detonado de pisar no chão de pedras (sim, tenho pé de moça), levar chinelo pode ser uma péssima opção, pq la em baixo não tem iluminação nenhuma e é publico – leia-se, cheio. Ao voltar na van, uma verdadeira seção de aromaterapia: todas as roupas da galera de um dia de caminhada fechadas na van por 1h. Quando o guia abriu a porta pensamos em voltar a pé pro hostel ãã2::'> . Combinamos de jantar no La Terraza, que é conchave da empresa do tour. O pessoal do tour estava todo lá, foi bom pra trocar uma resenha do dia. Pedimos um prato típico costa riquenho e................ era arroz, feijão, carne, queijo coalho e legumes. Bem brasileiro! Preço do jantar pra 2 foi 11k col com cervejas. O passeio foi $55 dolares por pessoa fechado no hostel. Depois fiquei sabendo que a agencia que nos fizemos o tour tem escritório quase em frente a igreja e sai mais barato fechar lá. Claro que no dia seguinte fomos lá e fechamos o tour das aguas termais de Baldi, por $36 por pessoa. Bom, se alguém estiver na duvida se precisa fazer o Arenal com tour ou não, uma das meninas do hostel fez sem tour, pegando um ônibus na rodoviária. Mas ela não sabia que dava pra fazer o cerro chato junto e claro, não fez as águas termais. Acho que vale a pena fazer por conta própria se houver programação, inclusive pela maior vantagem de poder ir cedo e pegar um tempo bom. As aguas termais publicas nem se comparam as privadas que foi nosso dia 3! Vulcão Arenal, uma das raras fotos que não estava com o topo nublado! PS: Depois de tanta chuva e lama da trilha, meu tênis foi pro saco no primeiro dia! O arrependimento de ter deixado a bota goretex no armário de casa foi foda!   Dia 3 – La Fortuna (aguas termais de Baldi) Nesse dia nosso quarto compatilhado tinha 3 suiças. Elas acordaram antes e sem muita frescura trocaram de roupa no meio do quarto. Já tinha visto algo semelhante no mochilão da América do Sul, mas é sempre impactante, né? Minha Dona Maria perguntou se eu fechei os olhos, respondi que nem vi pq estava dormindo sonhando com ela Compramos o ingresso da Baldi Springs na Jungle Tour e não incluía transporte de ida e volta, que fizemos de taxi... Como ninguém nos disse como era o esquema, achamos que seria algo meio aventura e passamos no supermercado pra comprar um rango e bebidas. E claro, como o tour do Arenal foi feito com 1 mochila, dessa vez levamos duas e LOTAMOS as duas! O tour tem uma refeição incluída, ou almoço ou jantar. Escolhemos ir as 14:00 e jantar as 18:00. Quando o taxi parou na porta das térmicas, o lugar era um resort! Olhei pra sacola do supermercado com aquela cara! Claro que não podia entrar com bebida e comida, mas tínhamos latinhas suficiente pra abrir uma festa open bar! Era cerveja, cuba libre, caipi melancia, chá verde com rum, tinha de tudo! Falamos com o segurança que não sabíamos da proibição e íamos colocar no locker. Claro que o preço para beber lá era surreal... E claro como um bom hue-br, íamos varias vezes “ao banheiro” pra fazer um refil na nossa garrafa “dágua” São 25 piscinas, sendo que umas 10 não dá pra entrar de tão quente é agua. O passeio foi fantástico! A água é aquecida de forma geotérmica no pé do vulcão, tem uma cascata inicial mega quente e abastece a primeira piscina. Dali a água vai correndo para as piscinas inferiores que tem temperatura mais “normal”. Uma dia pra relaxar! Ajudou muito que choveu (claro...) e estava um pouco frio, daí ficou melhor ainda. No verão não sei se seria bom, mas no clima que estavamos, era perfeito! Jantamos no resort e nos arrastamos para o hostel no fim da noite. Beber o dia inteiro imerso em agua quente te deixa mole e com um sono incomparável! Outra dica: a diária no Baldi é $150 por casal. Vale a pena ficar um dia, pois nossos gastos nesse dia contando taxi, hostel e café da manhã e as duas entradas de $72 (36 cada), foram de quase $120! Nesse dia minha mulher começou a reclamar de dor de ouvido... História que ia longe e foi motivo de uma das idas ao hospital mais tarde! Sim, fomos mais de uma vez! Na volta perguntaram se tentei dar cabo nela na viagem pq a lista de mazelas foi gigante! E claro, ao longo da viagem tivemos várias piadas prontas... Essa foi a primeira:   Dia 04 – Cascata La Fortuna e transfer para Monteverde Acordamos cedo e nosso local preferido de café da manhã estava fechado. Esse lugar é saindo do Arenal Backpackers, descendo em direção a cidade, um dos primeiros a esquerda. Não lembro o nome, mas era o mesmo preço do hostel por um café da manhã de marajá! Sentamos em qualquer lugar e pedi um café da manhã típico da CR! Veio uma "tortilha" molenga muito gostosa, um zoiudo e um arroz com feijao e vinagrete! Sério! Arroz com feijão logo pela manhã! Depois vi que esse prato - Gallo Pinto - é muito comum com café da manhã. De lá pegamos um táxi por 3.5k para a cachoeira, que fica a 5km e se o caboclo tiver animado, pode ir a pé gastando quase 1h de caminhada. A cachoeira é top. Não choveu. Paga $14 por pessoa pra entrar. Meio pesado, mas..... Tem uma trilha muito organizada que desce até o poço da cachoeira. Existe a opção de fazer tirolesa lá, mas nem se comparava com as de Monteverde, então pulamos esse programa. Chegando na cachoeira a água é congelante... Nada muito diferente do mar carioca, mas é foda! As pedras de acesso a cachoeira são absurdamente escorregadias. Numa delas, a Ana escorregou bonito e caiu de bunda numa quina. Na hora pensei: "fudeu, quebrou a perna e a vigem acabou aqui". Ela levantou, xingou por 10 minutos e no dia seguinte presenciei um dos maiores roxos que já tinha visto... Nesse ponto tinhamos na conta dela: 1 Super roxo 2 Dor de ouvido Cascata La Fortuna Lá nos deram a dica dum lugar que chama El Salto, que tem um Tarzan swing, mas não dava tempo de ter ido, nosso transfer era depois do almoço. Descemos de táxi de novo e fomos procurar um lugar pra comer. Achamos uma barraquinha muito boa com umas coisas de trailer típicas, ótimo! Rango pra 2, sem empanturrar, 5.5k. fica na frente do Casino Vulcão, algo assim, antes de chegar na igreja. Para ir para Monteverde fechamos o Jeep+Boat+Jeep no Jungle Tours. Ai vai uma historinha: O Vulcão Areal entrou em erupção e destruiu 2 vilarejos, sobrando apenas 1, que é La Fortuna. A antiga cidade de Arenal virou uma represa de uma hidrelétrica. Daí, como as estradas eram super precárias e agora tinha um lago artificial, chegar em Monteverde era apenas com Jeep 4x4, uma balsa e terminar o caminho de 4x4. Hoje a estrada até a represa é otima, é num micro-onibus até Wifi. Inclusive até na balsa tem wifi! Perguntei para o cara como seria ir de onibus até monteverde, contornando o rio, ele disse que gastaria umas 2 horas a mais, só que a estrada "seria igual a da outra metade". Poxa... A estrada estava tão boa, com asfalto lisinho, qual era o motivo de não passar ali e ter de pegar a balsa? Depois que atravessamos o rio - travessia bonita por sinal, dá pra pegar otimas fotos do Arenal - e chegamos "na outra metade da estrada". Rapaz... Só buraco, estrada de terra, uma chuva horrível e uma neblina absurda! Aí fui entender que essas 2h que se economiza na balsa provavelmente é saindo fora de uma estradinha ruim daquele jeito. Chegamos em Monteverde e estava uma neblina muito forte. Comemos uma pizza no Fome a Cachete por 7k, perambulamos e tínhamos a intenção de dormir cedo. PS: A cachete significa “pra cacete”. Então o nome é tipo Fome pra cacete! Heheh Mas a pizza nem era grande assim... Quando a voltamos ao hostel, o Santa Helena, não fomos com a cara do quarto compartido e pegamos um quarto privado. O compartido é muito sem espaço, camas coladas, a galera do quarto tinha uma vibe péssima... O novo era razoável, limpinho mas com cheiro de mofo, mas as vigas do piso eram comuns, então quando alguém andava no quarto ao lado, o nosso rangia... WiFi bem ruinzinha... Não pegava no quarto e era muito lenta. O hostel é bacana, tem cozinha e o recepcionista do hotel é uma figura! Muito gente boa o cara, nós acabamos fechando os passeios com ele. Por indicação aqui do Mochileiros, fizemos o Canopy (tirolesa) e o bungee jump no Parque Xtremo. Essa foi a piada pronta do dia!
  23. Estou num mochilão de volta ao mundo e essa semana subi o Vulcão Acatenango, que está morto, próximo a Antígua na Guatemala, optei por passar a noite lá, foi difícil porque são quase 4 mil metros de altura e fui pela opção mais barata, onde você tem que carregar tudo que precisará, barraca, saco de dormir, roupa de frio, água e comida. Foram cinco horas de subida até o ponto de camping, a primeira hora foi a mais difícil, muito íngreme, pensei seriamente em jogar metade das coisas que tinha na mochila no mato, a segunda hora é em zigzag, ajuda um pouco a vida, nesse ponto a gente parou para lanchar e depois foi mais tranquilo, com subida suave até lá. Montamos as barracas, éramos 5 pessoas, fizemos a fogueira, a noite caiu e enquanto eu comia meu miojo delícia, o vulcão Fuego, que fica ao lado, entrou em erupção, nem vi na verdade, saí correndo para pegar a câmera que estava preparada para tirar fotos de longa exposição do céu e da lua e fiz o que pude para registrar, mas a vontade de parar e curtir o momento era maior. Foi uma experiência surreal, sons e cores num céu estrelado absurdo. Foram algumas explosões que duravam alguns segundos, mas sempre tinha o ronco do bicho, parece barulho de trovão. Enfim, não consigo explicar muito, segue algumas fotos que tirei. Levantamos de madrugada para chegar ao topo do Acatenango e ver o nascer do sol, subida difícil porque escorreguei muita nas pedras, mas valeu a pena, outra visão linda. Para descer todo santo ajuda, é bem mais rápido porque é outro caminho, no meio da mata fechada você vai escorregando na terra entre as árvores. Dicas: Se fechar com uma agência em Antígua os preços começam em $70 o pacote básico, esse que relatei acima. Pode chegar até a $200 um pacote com segurança armado, cavalo levando sua mochila, gente para montar a barraca, fazer a fogueira e comida de verdade. Outra opção é fechar direto com um guia, para descobrir o telefone deles pode perguntar para os nativos via couchsurfing.com, nos botecos de Antígua ou ir com o mesmo guia que eu fui, o Edy Lopez, o Indiana Jones da Guatemala, o telefone dele é 42291351, estando na Guatemala é só digitar isso aí, depende do que combinar com ele, mas o preço vai ficar por volta dos $35 no esquema que fui. Sim, tem seguranças porque na alta temporada rolam alguns assaltos lá em cima, é a vida. É um frio de lascar lá no topo e venta muito Não existe previsão sobre a erupção do vulcão Fuego, é um dos mais ativos da américa central, mas não tem como saber quando vai cuspir fogo, por mais que o cara da agência te garanta alguma coisa. Nesse esquema econômico: - Levei 4.5 litros de água e foi na conta certa, mas depende de cada um, claro - Guia, barraca, comida e saco de dormir estão inclusos no preço - Comida significa sanduíche, frutas e cupnoodles, se quiser levar mais coisa, pense no peso, levei e me arrependi - Luvas podem ser úteis para o frio e para proteger as mãos das pedras na trilha para chegar no topo - Levei uma garrafinha de run, valeu o peso extra na mochila! - Você não vai tomar banho, aceite que ficará com a roupa do corpo por dois dias e leva apenas um bom casaco e/ou uma segunda pele. - O peso da mochila é assunto sério, de acordo com o guia esse é o maior problema que a galera enfrenta. Pense que colocar a mochila nas costas para experimentar o peso é diferente de carrega la morro acima por 5 horas com sol e/ou chuva. acho que é isso, se eu lembrar de mais alguma coisa eu atualizo
  24. Semuc Champey O Monumento Natural de Semuc Champey é uma formação rochosa que cobre o leito do rio Cahabón e está localizado no departamento de Alta Verapaz, norte da Guatemala . A "ponte de pedra natural" segue por 300 metros sobre o leito do rio e forma piscinas naturais e pequenas cascatas em cor verde turquesa que são rodeadas por um vale com mata fechada. O acesso às piscinas é feito por um deck de madeira que margeia a formação. Há também uma trilha que leva a um mirante onde são feitas as fotos "aéreas" das piscinas. A trilha para o mirante tem 1,2km e dura em média 1h. Para ter acesso às piscinas é preciso pagar uma taxa de aproximadamente US$ 7 ou 50 quetzales. As cidades mais próximas de Semuc Champey são Cobán e Lanquin. Como chegar: A partir de Guatemala City você deve pegar um ônibus até Cobán. De Cobán pegue uma van até Lanquin e de Lanquin outra van até um dos hostals/ hotels próximos de Semuc Champey. Ônibus Cobán x Guatemala City: Transportes Monja Blanca http://www.tmb.com.gt/ Onde ficar em Semuc Champey: Hostal El Portal Esse hostal possui pequenos e confortáveis chales. É o mais próximos de Semuc. https://www.facebook.com/ElPortalDeSemucChampey/ Outras informações: - Em Lanquin (que é o vilarejo mais próximo de Semuc Champey) também há algumas opções de hospedagem. - Leve dinheiro em espécie pois em Lanquin não há caixas eletrônicos. - Semuc Champey significa "Onde o rio se esconde na montanha".
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