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  1. Um relato de Guilherme e Thais. Realizamos uma viagem de 05 dias completos para Chapada Diamantina entre 17 e 21 de outubro de 2023. Esta viagem está inserida em outra, de 13 dias pela Bahia. No presente relato, apresentaremos informações focadas à Chapada Diamantina. Objetivo do Relato: Apresentar um conteúdo que facilite uma viagem ao local, com as nossas impressões, planejamento, custos e dicas. Queremos que o turista tenha autonomia na organização de sua viagem, não se torne refém de agências de turismo ou de custos elevados, principalmente em locais onde não há a necessidade de custos elevados. Queremos democratizar o acesso ao conhecimento científico, utilizando o geoturismo como ferramenta, para o turista que frente a uma paisagem, a uma cachoeira, à percepção da alteração da vegetação, se indaga quanto aos fenômenos naturais envolvidos. Origem: São Paulo. Avião com destino Salvador e aluguel de veículo básico, mas evite veículos muito baixos. No momento de aluguel, escolhemos o veículo mais básico, nesta viagem não são necessários veículos muito altos ou traçados (4x4). Hospedagem: A escolha das hospedagens foi condicionada à localização dos atrativos que pretendíamos visitar. A Chapada Diamantina abrange um território de 10% do Estado da Bahia (PEREIRA, 2016). Por essa razão, uma viagem para a região considerando uma única hospedagem implicará em grandes deslocamentos diários. Contextualização: A região da Chapada Diamantina fica a aproximadamente 06 horas de Salvador por veículo. Outra forma de chegar ao local é de avião, para o Aeroporto de Lençóis. Os atrativos que cogitamos visitar estão inseridos nos municípios de Lençóis, Iraquara e Ibicoara. A distância entre Lençois e o atrativo mais à sul que consideramos é cerca de 04 horas (no município de Ibicoara). Abaixo, apresento figura extraída de PEREIRA (2010), com a disposição da Chapada Diamantina e principais municípios (inclusive os citados acima). Figura 1: Mapa de Localização com representação dos principais municípios e limites da Chapada Diamantina (PEREIRA, 2010) Contexto Geológico: A região apresenta como principal apelo turístico, aspectos geológicos. Neste contexto, buscamos apresentar abaixo uma descrição em linguagem não técnica. O mapa geológico abaixo apresenta, em relação aos municípios, Unidades Geológicas. Por sua vez, estas unidades constituem rochas de uma mesma idade, geralmente associadas a um mesmo ambiente (neste caso, fundos de mares, leitos de rio, ambientes desérticos). Quando tratamos da idade destas rochas, devemos fugir da "história" a que estamos acostumas e adentrar o "tempo profundo". O planeta Terra possui cerca de 4,5 bilhões de anos. As rochas que visitamos na Chapada Diamantina comumente possuem pouco mais de 1 bilhão de anos (Arenitos da Formação Tombador, ambiente desértico - Mesoproterozoico) e as mais novas, cerca de 700 milhões de anos (Calcários do Grupo Una, associados a ambiente marinho - Neoproterozoico). Trata-se, portanto, de rochas antigas associadas a ambientes deposicionais análogos a atuais, todavia, prévios à chamada "Explosão Cambriana", há cerca de 542 milhões de anos, quando se diversificaram as formas de vida em nosso planeta. Também são rochas formadas antes da separação entre a América do Sul e África. São rochas de origem sedimentar e que preservam diversas estruturas que dão pistas quanto ao seu ambiente de formação, e em relação à dinâmica tectônica - de abertura de mares e oceanos (Calcários, p. ex.), união de continentes e formações de cadeias de montanhas (Serra do Sincorá, p. ex.). Para mais detalhes, ver: História Geológica da Bahia e Geoconservação e Desenvovimento Sustentável na Chapada Diamantina (PEREIRA, 2010) Clima: a visita em Outubro ocorre ao final da época de seca. Avaliamos como uma data favorável para visita, uma vez que a chuva não foi empecilho. Atrativos como a Cachoeira da Fumaça ou Cachoeira da Fumacinha estavam sem água. Substituímos por outros atrativos durante a seleção de pontos a serem visitados. Devido à quantidade de atrativos, não avaliamos isto como um problema. Roteiro: O roteiro foi baseado na distância entre os locais, sendo que os agrupamos conforme a distância entre eles e o Camping. Consideramos o período de 03 dias para realização dos mesmos. Sendo assim, nos baseamos em mapas com a localização dos atrativos (disponíveis na internet e outros, que criamos para um melhor planejamento) e informações sobre acesso e interesse. O resumo do roteiro está abaixo: Dia 01: Viagem de Salvador para Lençóis e visita às Piscinas Naturais de Serrano Comentário: para descansar da longa viagem, as Piscinas Naturais do Serrano constituem um passeio próximo da cidade, de baixo custo e bom para descanso. Dia 02: Cachoeira do Mosquito e Mirante do Morro do Pai Inácio Comentário: próximos à cidade de Lençóis e entre si, passeio contempla trilha, cachoeira e mirante ao final da tarde. Dia 03: Gruta Lapa Doce e Complexo Pratinha Comentário: próximos à cidade de Lençóis, passeios constituem trilha fácil e contemplativa (Gruta Lapa Doce) e banho de rio (Complexo Pratinha) Dia 04: Poço do Diabo, viagem para Mucugê e visita ao chamado Cemitério Bizantino Comentário: próximo à cidade de Lençóis, o Poço do Diabo está associado a trilha de baixa dificuldade e bom poço para banho. Pode ser feito em meio período, viabilizando a viagem para Mucugê e visita ao cemitério bizantino. A visita a Mucugê foi adicionada ao roteiro para dividir a viagem entre Lençóis e a Cachoeira do Buracão (que seria de 04 horas, apenas de ida) Dia 05: Viagem para Ibicoara e visita à Cachoeira do Buracão Comentário: a atração vêm se constituindo como um dos principais atrativos da Chapada Diamantina Dia 06: Viagem para Ilha de Boipeba (relato à parte) Descrição detalhada por dia de viagem: Dia 01: Viagem de Salvador para Lençóis e visita às Piscinas Naturais de Serrano (rochas conglomeráticas da Fm. Tombador - 1140 Ma) (sem guia) Viagem de Salvador à Lençóis, com hospedagem na pousada Pouso da Trilha (R$ 190,00). A seleção da Pousada foi a proximidade às Piscinas Naturais de Serrano, que identificamos como um bom passeio para fazer em conjunto ao dia da viagem de Salvador para a Chapada Diamantina. Objetivos não ter um dia somente de viagem. A pousada Pouso da Trilha apresenta estrutura bem consolidada e é organizada. Café da manhã bom. O objetivo era permanecer apenas um dia, e atendeu à este objetivo. O quarto em questão não possuía ar condicionado. Acredito que ficamos no único quarto da pousada em nível da rua, que apesar de ser calma, trás desconforto à hospedagem. Fora isto, a experiência teria sido absolutamente positiva. A visita às Piscinas Naturais de Serrano atendeu ao objetivo de um passeio curto, bonito e que pudesse nos inserir à Chapada Diamantina. O banho no local é agradável. Trata-se de um Parque Natural Municipal com controle de acesso (custo de meia entrada após as 15:00, cerca de R$ 10,00 por pessoa, válido por 03 dias). A parte inicial não requer acompanhamento de guia. A parte mais elevada requer o acompanhamento de guia, cujo valor não é tabelado. A falta de tabelamento no valor do guia para acompanhar este passeio pode causar desconforto ao turista que queira explorar o local inclusive no trecho que requer acompanhamento. Há de se avaliar se realmente há a necessidade de obrigatoriedade de acompanhamento de guia no local e qual o valor justo para tal atividade. Trata-se do leito de um corpo d'água (rio Lençóis), constituído por uma rocha denominada Conglomerado, da Formação Tombador (Mesoproterozoico, pouco mais de 1 bilhão de anos, de origem provavelmente associada a depósitos de rios entrelaçados). Esta rocha apresenta relevância histórica e econômica, pois foi objeto de garimpo de Diamante. Ações erosivas sobre os conglomerados geram as famosas "marmitas", pelo atrito de grãos transportados pelo rio à estruturas pré-existentes, formando excelentes "caldeirões" para banho. Figura 2: Piscinas Naturais de Serrano - à esquerda, os caldeirões para banho; à direita, vista em detalhe de uma rocha formada por pedaços de outras rochas (conglomerado), de origem de rios antigos, prontos a serem novamente transportados pelo rio atual Ao término do dia, a janta foi na cidade de Lençóis. A visita à parte central da cidade vale à pena, seja pela disponibilidade de restaurantes como pelas construções. Nossa refeição foi um excelente hambúrguer, a um ótimo custo benefício (Picuá Hamburgueria). Tanto o local era bom, que é frequentado por moradores locais. No local, conhecemos o casal Rodrigo e Vanessa, moradores de Lençóis e autores do livro História Natural da Bahia (Volume 01 e 02), que constituem um material essencial para roteiros geoturísticos na Chapada Diamantina (Volume 01) e no percurso entre a Chapada Diamantina e o Litoral (Volume 02). Dia 02: Cachoeira do Mosquito e Mirante do Morro do Pai Inácio (Serra do Sincorá, rochas areníticas da Fm. Tombador - 1140 Ma) (ambos sem guia) Iniciamos pelo rápido check out da pousada e seguimos para a Cachoeira do Mosquito, inserida em propriedade privada. O deslocamento de Lençóis para lá é curto, parcialmente em estrada de terra. As condições da estrada de terra são boas, provavelmente compõem a estrutura oferecida pela Cachoeira do Mosquito. Ao chegar ao local, é cobrada uma taxa de R$ 40,00 por visitante. No local, há um restaurante a R$ 70,00 o kg, de qualidade adequada. A trilha é íngreme e curta (cerca de 30 minutos. Para os trechos mais íngremes, há escadas com corrimão. Entende-se que o acesso é, portanto, fácil para pessoas sem limitação de mobilidade. A Cachoeira certamente merece visitação e se destaca em relação a outras existentes na Chapada Diamantina, seja pela facilidade de acesso, local para refeição e, principalmente, beleza cênica. Não há poço para banho, todavia, é possível tomar banho na água da própria cachoeira. O sol ilumina a cachoeira e área de banho até cerca de 14:00, conforme época do ano. Figura 3: Cachoeira do Mosquito Figura 4: Estratificações cruzadas - indicativas de sentido de transporte de antigas dunas (Deserto Tombador / Fm. Tombador) e ilustração explicativa Após o almoço (cerca de 14:30), nos dirigimos ao Mirante do Morro do Pai Inácio. De acordo com PEREIRA (2010), "o local está protegido por três categorias de Unidades de Conservação, que consistem na APA Marimbus Iraquara, tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, em função do seu vínculo cultural com a região e, por último, no ano de 2001, foi também criado o Parque Municipal, pelo município de Palmeiras, no intuito de proteger o local que recebe um elevado número de visitantes". O acesso ao local é limitado a até 16:00 ou 17:00, conforme a época do ano e é comumente visitado aos finais de tarde, para o por do sol. O custo é cerca de R$ 10,00 por pessoa. O acesso de veículo se dá até a portaria, de onde parte trilha comumente amparada por escadas nos trechos mais complicados. A trilha é curta e íngreme (creio que cerca de 20 minutos). Deste mirante, é possível ver uma das principais paisagens da Chapada Diamantina. Vê-se dois conjuntos de morros (à esquerda e à direita da Figura 5) e o vale na parte central. As camadas associadas às rochas dos dois conjuntos de morros são inclinadas para direções distintas, o que indicam a existência de uma dobra de escala quilométrica, associada à evolução desta bacia sedimentar. Próximo à base destes morros, vê-se depósitos de solos escorregados (tálus, colúvio - nas áreas vegetadas próximo à porção rochosa na Figura 5), associados ao intemperismo e erosão destes morros, sugerem, também, o futuro destes morros - cujo destino é a erosão e transporte pelo rio instalado no vale. Figura 5: vista com ênfase em aspectos estruturais dos Arenitos da Fm. Tombador e ilustração explicativa (extraída de PEREIRA 2010) Em outra vista, do topo do mesmo morro, vê-se o planalto de Irecê - associado a outros litotipos (carbonáticos), mais suscetíveis à dissolução e onde estão instaladas outras atrações da Chapada Diamantina, tais como as grutas e cavernas (ex. Lapa Doce, Torrinha) e lagos e rios de águas cristalinas (ex. Pratinha). Figura 6: vista com ênfase em aspectos geomorfológicos - Planalto Carbonático da Bacia de Irecê (vista SW-NE) (onde estão as cavernas e grutas) Ao término da visita, fomos para a segunda hospedagem. O objetivo desta hospedagem era evitar a estrada para a cidade de Lençóis, que a cada vez percorrida, aumenta cerca de 30 minutos de direção. Ficamos em uma hospedagem no povoado de São João (localizado entre Lençóis e Iraquara), cerca de 10 minutos do Morro do Pai Inácio. O nome da hospedagem é Chalés e Suítes Campos de São João, pelo preço de R$ 200,00 por dia (com ar condicionado), o local oferece quartos e chalés recentemente reformados, um excelente atendimento e localização privilegiada. Não é adequado caso o objetivo da hospedagem seja usufruir das diferentes opções de restaurantes de Lençóis. A hospedagem é de propriedade de Daniel, que nos atendeu muito bem. Ele também é proprietário da empresa Chapada Adventure Daniel, e durante os diversos passeios, encontramos com grupos organizados pela empresa. Nossa breve interação com guias da empresa foi bem positiva. Dia 03: Gruta Lapa Doce (guia obrigatória a preço tabelado) e Complexo Pratinha (sem guia) (Planalto da Bacia de Irecê, rochas calcárias do Grupo Una 774 Ma.) Ambos os passeios do dia (Gruta Lapa Doce e Complexo Pratinha) distam poucos minutos (até 45) da hospedagem (Chalés e Suítes Campos de São João). Entre si, cerca de 15 minutos. Figura 7: vista de Caatinga nas imediações da Gruta Lapa Doce. Sendo assim, iniciamos pela Gruta Lapa Doce, para que o passeio com rio ficasse para o período da tarde. Ambos os passeios estão localizados no Planalto de Mucugê - associado a rochas carbonáticas e que são mais solúveis em relação aos arenitos e conglomerados da Formação Tombador (presentes nos locais então visitados - Piscinas Naturais do Serrano, Cachoeira do Mosquito e Morro do Pai Inácio). À esta característica, há um condicionamento favorável à existência de grutas e cavernas, tal como uma alteração no relevo (o planalto invés das serras) e de vegetação (Caatinga em detrimento do Cerrado). Na Gruta Lapa Doce há uma excelente estrutura de recepção dos turistas. O atendimento no local é bom e o preço de guias para acesso à Gruta é tabelado. Os guias oferecem lanterna. Pelo que podemos nos lembrar, existem dois roteiros. O mais longo (que não é longo) era 140 reais para duas pessoas; 150 reais para três pessoas. Neste sentido, aguardamos alguns minutos e a própria recepção nos local nos indicou uma pessoa para dividir o preço de acompanhamento pelo guia. O tabelamento de preços é uma excelente iniciativa para melhorar a percepção do turista sobre o passeio, evita situações como a relatada nas Piscinas Naturais de Serrano. A trilha até a Gruta Lapa Doce é curta (cerca de 20 minutos, algo assim). Durante este percurso, o guia conduz o visitante a um museu que existe no local - com fósseis da megafauna pleistocênica (1,8 milhões de anos a 11 mil anos atrás) (leia mais em BÉLO 2017) encontrados e retirados de dentro da gruta em questão. Informações básicas: a megafauna pleistocênica compreende animais de grande porte que coeexistiram com seres humanos na América do Sul e foram extintos. A Gruta Lapa Doce (gruta e não caverna em virtude da existência de mais de uma entrada) apresenta evolução associada à dissolução das rochas pela água subterrânea, o que levou a um aprofundamento dos condutos. Posteriormente, houve aporte de sedimentos e entupimento dos condutos da caverna. Por fim, houve a erosão parcial destes sedimentos (FERRARI, 1990). Durante visita ao local, o visitante pode observar sedimentos em locais elevados da caverna (antigos), tal como novos sedimentos - de aporte atual pelo rio que passa pelo local de forma intermitente. A descrição destes sedimentos e estudos permitem a identificação de fósseis, datação e compreensão paleoclimática da região. Feições de desmoronamento, que também contribuem para ampliação de condutos e salões. Os espeleotemas são desenvolvidos sempre na ausência do fluxo contínuo de água, por gotejamento de água oriunda dos interstícios da rocha carbonática (por fraturas e outros caminhos preferenciais). No local, algumas feições podem ser verificadas e trazer pistas sobre a evolução da gruta e do clima ao redor. Figura 8: sequência evolutiva da Gruta Lapa Doce, conforme FERRARI (1990). Figura 9: à esquerda, uma das entradas da Gruta Lapa Doce. À direita, vista em detalhe das rochas carbonáticas (origem de precipitação em ambientes marinhos rasos), com as diversas lâminas, por vezes tectonicamente dobradas. Figura 10: espeleotema parcialmente recoberto com solo (porção da esquerda) - o que indica a evolução da caverna - com formação de espeleotemas e distintos eventos de preenchimento com material sedimentar. Ao término da visita (dura cerca de 02 horas), almoçamos no restaurante existente no próprio local (R$ 70,00 o kg). Nossa intenção foi dar preferência ao almoço neste local, em função da boa comida e preços inferiores quando comparado ao oferecido no próximo passeio (Pratinha). O deslocamento por veículo entre a Gruta Lapa Doce e Pratinha é cerca de 20 minutos. No local, verifica-se em perspectiva geomorfológica (Figura 11) uma visão inversa à contemplada do topo do Morro do Pai Inácio na Figura 6. Figura 11: vista com ênfase em aspectos geomorfológicos - Planalto Carbonático da Bacia de Irecê (vista NE-SW) (onde estão as cavernas e grutas) e a Serra do Sincorá (onde está o Morro do Pai Inácio) A Fazenda Pratinha apresenta, talvez, a estrutura mais turística da região. Compreende do ponto de vista natural a Gruta Azul (contemplação, incluso nos 80 reais por pessoa) e Pratinha (Flutuação, não inclusa nos 80 reais). O banho é feito no corpo d'água próximo (incluído nos 80 reais por pessoa). Outras atividades são oferecidas, como pedalinho e tirolesa, também com custos adicionais. Trata-se de local que vale à pena a visita, apesar do custo elevado. É possível passar um dia inteiro por lá, mas recomendamos que no mínimo meio período seja utilizado para este passeio. No local existem diversas opções de restaurantes e lanchonetes, parte disto a preços acessíveis. Ao término do passeio, o retorno foi rápido à nossa hospedagem, localizada no povoado de São João (26 minutos). Figura 12: lago para banho, tirolesa e direcionamento quanto ao local da gruta pratinha Figura 13: Gruta Pratinha, ao fundo calcários laminados de origem marinha (Grupo Una) Figura 14: Gruta Azul, à esquerda, luz atingindo o poço. À direita, vista da escada de acesso com o poço ao fundo e aspectos geológicos na parte superior da foto (sedimentos amarronzados incrustados no teto, podem ser prévios à formação da gruta azul ou estágio de preenchimento) Ao término do dia, o retorno à hospedagem no povoado de São João foi rápida (26 minutos). Isto viabilizou uma janta cedo no local (Pizza, a R$ 60,00) e organização para o dia seguinte, que seria de viagem. Observação: há hospedagem na Fazenda Pratinha. Percebemos que a hospedagem também dá direito à visita, então, acreditamos que vale uma pesquisa, pode valer bastante à pena. Dia 04: Balneário do rio Mucugezinho e Poço do Diabo (sem guia), viagem para Mucugê e visita à base do Morro do Cruzeiro, Cemitério Santa Isabel "Bizantino" (sem guia) (Serra do Sincorá, rochas areníticas da Fm. Tombador - 1140 Ma) O planejamento deste dia foi crucial para a redução de deslocamentos por veículo em nossa viagem. Tínhamos decidido que não deixaríamos de visitar a Cachoeira do Buracão (em Ibicoara, ao sul de Lençóis e de Mucugê), e que dista mais de 4 horas da cidade de Lençóis. Neste sentido, o objetivo era ter um dia de passeio que durasse pouco mais de meio período e permitisse o pernoite em Mucugê, próximo à metade do caminho Neste sentido, cogitamos distintos passeios: Cachoeira da Fumaça + pernoite em Guiné ou Mucugê; Trilha Águas Claras + Pernoite em Mucugê e Poço do Diabo + Pernoite em Mucugê (opção escolhida, pois a Cachoeira da Fumaça estava seca e a trilha Águas Claras iria requerer guia). O acesso ao balneário do rio Mucugezinho e Poço do Diabo (à jusante do mesmo rio) é feito após estacionamento do veículo em algum dos restaurantes à beira da rodovia BR-242. No caso, estacionamos no restaurante Cabana do Louro (onde posteriormente também almoçamos). Segundo Funch et al. (2008), o local está inserido na APA Marimbus Iraquara, sendo a gestão da área feita pela Associação de Comerciantes e Moradores do Vale do Mucugezinho - COMOVAN. Todavia, não nos foi cobrado qualquer valor, o acesso era livre no momento. Apesar dos locais para banho, não há salva-vidas no local ou qualquer apoio ao visitante ou preservação do local. Ao longo do rio, há diversos locais para banho (Balneário do rio Mucugezinho). A trilha e caminhos sobre as rochas podem ser facilmente seguidos até o Poço do Diabo. Neste local, há um ótima cachoeira e local para banho, com fácil acesso e sem custos. Ao término deste passeio, almoçamos na própria Barraca do Louro (R$ 70,00 o quilo), comida boa. Partimos então para Mucugê, pela estrada asfaltada, por Andaraí. Outra opção para sair da região de Lençóis e ir para Mucugê é seguir por Guiné. A quilometragem é notadamente inferior, todavia, em estrada de terra, cujas condições - ao menos no momento deste relato - boas. Pela comodidade da viagem, fomos por Andaraí em estrada asfaltada. Figura 15: Poço do Diabo. Na parte superior da imagem, há uma pessoa de escala. Em Mucugê nos hospedamos na Pousada Monte Azul, cuja diária custou R$ 300,00 em quarto com ar condicionado, custo condizente à estrutura do local. Café da manhã bom. Oferece lanches de trilha de R$ 15,00 e de R$ 35,00. A localização desta pousada é muito próxima ao Morro do Cruzeiro, que fomos à pé, onde também está localizado um dos principais atrativos da cidade, o Cemitério Santa Isabel, por vezes chamado de "cemitério Bizantino". Trata-se de local curioso, onde o cemitério fora instalado sobre as rochas areníticas da Fm. Tombador. Em função da ausência de solo, os túmulos foram construídos sobre as rochas. A vista para a cidade é interessante. Trata-se de passeio gratuito e rápido. Creio que seja possível também subir ao topo do Morro do Cruzeiro. A cidade oferece algumas opções de restaurantes, em quantidade menor ao existente em Lençóis. Após breve pesquisa pelo Google e confirmação de que se tratava de um bom lugar pela recepção da pousada, jantamos no Restaurante Beco da Bateia. O restaurante merece uma visita, oferece massas diversas, pastéis e pizza. As pizzas possuem preço bastante acessível. O ambiente do local é excelente. Figura 16: Detalhes do cemitério Santa Isabel Dia 05: Viagem para Ibicoara e visita à Cachoeira do Buracão (guia obrigatório a preço tabelado) (Rochas areníticas da Fm. Tombador - 1140 Ma) Check out feito na Pousada Monte Azul, lanche de trilha adquirido no próprio local, partimos para a região de Ibicoara, para a portaria de Cachoeira do Buracão. Ao ir à Cachoeira do Buracão, atente-se ao local da portaria, local onde se paga a taxa de acesso ao Parque Natural Municipal do Espalhado (se não me engano, R$ 20,00 a inteira, com pix, há wi-fi no local) e ponto de encontro com os guias. O acompanhamento de guias é obrigatório, sendo isto oferecido de forma organizada com tabelamento de preços e fornecimento de coletes salva-vidas. É possível combinar com um guia antes ou, na própria portaria, se juntar com algum grupo ou contratar um guia. Valores abaixo. Nosso guia foi o Romário (+55 77 9160-7526 / @romario_250), pontual e educado. Foi fácil combinar com ele o ponto de encontro (própria portaria) e obter informações sobre locais para almojanta (após o passeio). Figura 17: Valores em Outubro de 2023 Visto que estávamos em Mucugê, às 09:00 já havíamos chego à Portaria da Cachoeira do Buracão. Após este local, mais alguns quilômetros de estrada de terra em condições adequadas. Previamente à visita ao local, consulte guias sobre as condições dessa estrada - há relatos de que pode ser complicado o acesso em partes do ano. Não recomendo fazer este passeio partindo direto de Lençóis. Ao término, é viável se hospedar em pousadas localizadas nas proximidades da Portaria, como a citada ao final deste relato, tal como retornar até Mucugê ou Ibicoara, pois é relativamente próximo. A trilha até a Cachoeira do Buracão é simples, de curta duração (acho que nem 30 minutos). Ao chegar no ponto de acesso ao rio, coloca-se os coletes salva-vidas. O acesso à Cachoeira em si é feito nadando/boiando por um canyon, de forma bem tranquila. A Cachoeira do Buracão está associada à um canyon. A origem do desnível possivelmente esteve iniciado ao contato entre as rochas areníticas (pouco solúveis, Formação Tombador) e carbonáticas (muito solúveis, Grupo Una), visto que o contato entre os litotipos está próximo (PEREIRA, 2010). Posteriormente, as aberturas associadas à cachoeira e antes do canyon de acesso podem estar associadas à existência de fraturas, conforme descritas por PEREIRA (2010) e apresentadas em planta na Figura 18 e em fotos na Figura 19. As fraturas descontinuidades eventualmente presentes em rochas e que favorecem a percolação de água, e por sua vez, a erosão do material pelo rio atual. Figura 18: Interpretação (vista em planta) da Cachoeira do Buração e canyon de acesso por PEREIRA (2010) Figura 19: Fratura descrita por PEREIRA (2010) e pessoas de escala (na água, próxima ao afloramento rochoso) Figura 20: Dobras geológicas, formadas quando as rochas estavam em profundidade, sob temperatura e pressão relativamente elevada. Feição comumente associada a choques entre placas tectônicas Figura 21: Cachoeira - queda de cerca de 80 metros de altura - e imediações. Ao término do passeio, seguimos para o almojanta no Restaurante Mirante da Cachoeira do Buracão, localizado ao lado da Portaria. Comida a preço adequado (cerca de R$ 70,00 o quilo), refeição de qualidade boa. Em menos de 05 minutos estávamos em nossa hospedagem, Chalés Mirante da Serra, onde aproveitamos o fim da tarde e nos preparamos para partir para o litoral na manhã seguinte. O local possui uma boa vista, café da manhã adequado, silencioso. Gostamos de evitar de nos deslocar até cidades próximas ao final de um dia de trilha. Por fim, no dia seguinte, seguimos para o litoral (Ilha de Boipeba). Figura 22: Luz para Todos. Para mais informações sobre o Geoparque Serra do Sincorá, visite: https://www.geoparquecostoeselagunas.com/geoparque-serra-do-sincora/
  2. Um relato de Guilherme e Thais, com nossos amigos de viagens e do interiorr de SP, Daniel e Dayane. Realizamos uma viagem de 03 dias completos para Chapada dos Veadeiros entre 19/06 e 23/06, durante feriado prolongado. Origem: São Paulo. Avião com destino Brasília e aluguel de veículo (Duster) no próprio aeroporto. Optamos pela Duster pra evitar problemas com buracos, maior espaço interno e em eventuais travessias de rios, apesar de que em época seca (junho) o nível é baixo. Hospedagem e Clima: Camping Pachamama. Durante a noite faz frio (+/- 13ºC), utilizamos sacos de dormir (10ºC) + Isolante Térmico, foi o suficiente. Objetivo do Relato: Apresentar um conteúdo que facilite uma viagem ao local, com as nossas impressões, planejamento, custos e dicas. Aplicativo para Trilhas e Locomoção: aplicativo Avenza Maps. Mesmo na ausência de sinal ou internet, com mapas georreferenciados, é possível se guiar em trilhas e rodovias, com a sua posição aparecendo no mapa. Os mapas georreferenciados estão disponíveis para download ao final do relato. Nem todos os mapas foram utilizados na viagem, creio que o mais útil seja referente à trilha para Cachoeira do Segredo, nas proximidades da vila de São Jorge. Contextualização: O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros contém parte dos atrativos da região, e é localizado cerca de 3 horas distantes de Brasília (244 km). A entrada para visitantes é localizada na vila de São Jorge, pertencente ao município de Alto Paraíso de Goiás. Outra cidade integrada à região é Cavalcante, onde é situado o quilombo Kalunga, que contempla boa parte de outras cachoeiras de interesse. Dessa forma, a vila de São Jorge, Alto Paraíso e Cavalcante constituem-se nos principais destinos turísticos da região, e opções de hospedagens. Uma vez que o nosso grupo (de dois casais) prefere a hospedagem em camping, distante de cidades, optamos por nos hospedarmos no Camping Pachamama, localizado entre a vila de São Jorge e Alto Paraíso. Roteiro: O roteiro foi baseado na distância entre os locais, sendo que os agrupamos conforme a distância entre eles e o Camping. Consideramos o período de 03 dias para realização dos mesmos. Sendo assim, nos baseamos em mapas com a localização dos atrativos (disponíveis na internet e outros, que criamos para um melhor planejamento) e informações sobre acesso e interesse. O resumo do roteiro está abaixo: Quinta-Feira: Cachoeira Candaru e Cachoeira Santa Bárbara (Quilombo Kalunga, município de Cavalcante) Sexta-Feira: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Trilha dos Cânions e Cachoeira Cariocas (vila de São Jorge) Sábado: Vale da Lua, Fazenda Volta da Serra e Jardim da Maytrea (Entre Alto Paraíso e vila de São Jorge) Quarta-Feira (19/06): Brasília - Chapada dos Veadeiros (Camping Pachamama) Chegada à Brasília (18:00) e trajeto (244 km) para o Camping Pachamama. Trata-se de uma estrada de boa qualidade e boa sinalização, realizamos o trecho em menos de 3 horas. Estradas: GO-030, GO-010, GO-239. A rodovia GO-10 é seguida até a cidade de Alto Paraíso, posteriormente é tomada à esquerda a GO-239, que liga Alto Paraíso à vila de São Jorge. O Camping Pachamama é localizado à beira da rodovia em questão. Caso o destino seja a cidade de Cavalcante, basta permanecer na GO-010. O Check in no Camping Pachamama ocorre até as 22:00, onde a recepção, assim como durante comunicação prévia via e-mail, fornece uma série de informações sobre as acomodações do Camping, orientações de convivência e dicas sobre as atrações da região. O Camping fornece espaços de convivência, como a fogueira, oferece churrasqueira, armários para acondicionamento de alimentos, cozinha, banheiros com chuveiro quente. As acomodações são todas bem equipadas, limpas e bonitas. No Camping, o silêncio é preservado e são realizadas atividades como observação dos astros, através de telescópios. A área de Camping é gramada e com ótima vista para os planaltos (Figura 1 e Figura 2), que representam principalmente a porção central do Parque Nacional, ilustrado, no caso do Camping, pelo Morro da Baleia. Figura 1: Área de Camping (Camping Pachamama, GO-239, Alto Paraíso-GO) Figura 2: Nós e o friozin de manhã cedo (Camping Pachamama, GO-239, Alto Paraíso-GO) Quinta-Feira (20/06): Cavalcante (Quilombo Kalunga) -> Cachoeira Santa Bárbara e Cachoeira Candaru Uma vez que se tratava de feriado prolongado, a estratégia para visitar a Cachoeira Santa Bárbara (a mais disputada da região), localizada no quilombo Kalunga, Município de Cavalcante, foi realizar esse passeio no primeiro dia, uma vez que parte dos visitantes ainda não estariam instalados na região. A estratégia deu certo, saímos às 06:30 do Camping em direção a Cavalcante. Por volta das 08:00 chegamos no Centro de Atendimento ao Turista (CAT) de Cavalcante, onde acompanhados da Guia Ivana nos dirigimos ao Quilombo Kalunga. Quando a procura é grande, no Quilombo Kalunga são distribuídas senhas para acesso à Cach. Santa Bárbara (Figura 3), sendo que o local comporta 300 visitantes por dia (fomos a senha 257). Enquanto nossa vez não chegava, visitamos a Cachoeira Candaru (Figura 4). Para contextualizar o local, o Quilombo Kalunga contém 03 principais cachoeiras: Cachoeira Santa Bárbara, Cachoeira Candaru e Cachoeira Capivara. Ao menos em relação às duas primeiras, o acesso é feito através de uma carona em pau de arara, e que com certeza agrega ao passeio. Uma vez que o acesso é feito através dessa carona, o trecho de caminhada é curto. Alimentação: Tanto no CAT, na cidade de Cavalcante, quanto no Quilombo Kalunga é possível comprar lanches para um café da manhã. No Quilombo ainda é possível almoçar, por 30,00 R$, coma a vontade. Valores: Diária da Guia é cerca de 150,00 R$ por grupo. Carona sede do Quilombo - Cach. Candaru é 20,00 R$ ida e volta por pessoa. Carona sede do Quilombo - Cach. Santa Bárbara é 10,00 R$ ida e volta por pessoa. Janta: Ao retornar para região de Alto Paraíso, resolvemos fazer um churrasco no Camping. A estrutura do Camping é ótima, compramos gelo para a cerveja e nos foi gentilmente fornecido um isopor pela responsável do Camping. Utilizamos as mesas do Camping para jantar. Figura 3: Nós e a Cachoeira Santa Bárbara (Quilombo Kalunga/Cavalcante-GO) Figura 4: Dani e a Cachoeira Candaru (Quilombo Kalunga/Cavalcante-GO) Sexta-Feira (21/06): Vila de São Jorge -> Parque Nacional - Trilha dos Cânions e Cachoeira Cariocas Contextualização: O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros possui entrada de visitantes na Vila de São Jorge. São 04 opções de trilhas (http://www.icmbio.gov.br/parnachapadadosveadeiros/guia-do-visitante.html), e os caminhos são devidamente sinalizados durante todo o trajeto. A dificuldade é variável, sendo que é possível (com agendamento prévio) realizar a travessia do parque, com acampamento durante o percurso, ou mesmo trilhas simples, de poucos metros. Por conciliar cachoeiras favoráveis ao banho e paisagens bonitas, optamos pela Trilha dos Cânions (Figura 5) e Cachoeira Cariocas (Figura 6). Trata-se de 06 km de ida, e 06 km de volta, o desnível é baixo se comparado à Trilha dos Saltos, Carrossel e Corredeiras. A Geologia do PARNA Chapada dos Veadeiros se refere ao Grupo Araí (Mesoproterozoico, 1770 Ma.), formado em ambiente de rift (semelhante ao que se passa atualmente próximo à Etiópia, através da separação de duas porções da África) caracterizado por marés e ações de ondas (Figura 7), e predominam na trilha visitadas quartzitos com estratificações cruzadas que... traduzindo, indicam o sentido e direção do transporte de sedimentos à época. Alimentação: Na recepção do Parque é possível tomar café da manhã e lanches. Valores: A entrada do Parque é gratuita (junho/2019). Foram gastos 15,00 R$ de estacionamento, à frente do Parque. Janta: Ao sair do Parque fomos ao restaurante Rústico, ainda na Vila de São Jorge. O local apresenta cardápio variado (carnes, massa, hamburgeres), o hamburger realmente muito bom. Também tomamos uma Cerveja Local da Chapada dos Veadeiros (32,00 R$). O preço do local é salgado. Figura 5: Nós e o Canyon ❤️ Figura 6: Cachoeira Cariocas Figura 7: Marcas de Ondas nos quartzitos do Grupo Araí... Sábado (22/06): GO-239 (ligação Alto Paraíso - Vila de São Jorge) -> Vale da Lua, Fazenda Volta da Serra (Cachoeira do Cordovil e Poço das Esmeraldas) e Mirante do Jardim de Maytrea Contextualização: O Vale da Lua e a Fazenda Volta da Serra são próximos entre si, e do Camping Pachamama. O Vale da Lua (Figura 8) apresenta grande beleza cênica e ao final do percurso há a possibilidade de nadar, inclusive entre as fendas na rocha. A caminhada é curta, poucos metros.Tem como atração as rochas conglomeráticas (Figura 9) de matriz carbonática (Conglomerado São Miguel, base do Grupo Paranoá, de idade Mesoproterozoica... traduzindo, de 1 a 1,6 bilhões de anos). A matriz carbonática é solúvel, assim como ocorre em cavernas de rochas carbonáticas, e apresenta feições cársticas. A alta solubilidade desse conglomerado faz com que o Ribeirão São Miguel escave a superfície rochosa, crie marcas que demonstrem o fluxo de água, e as chamadas "Panelas". Mais informações sobre a história geológica do Vale da Lua: http://sigep.cprm.gov.br/sitio077/sitio077.pdf Alimentação: É possível comprar lanches na recepção do local. Valores: A entrada no Vale da Lua é 20,00 R$ por pessoa. A Fazenda Volta da Serra tem como principais atrações a Cachoeira Cordovil (Figura 11) e Poço das Esmeraldas, optamos por iniciar o passeio pela Cachoeira Cordovil, e ao retornarmos fizemos pequeno desvio que nos levou ao Poço das Esmeraldas. O percurso é 4 km ida, 4 km volta até a Cach. do Cordovil, sendo que o caminho é por si só uma atração (Figura 10), onde a paisagem do das serras, de campos limpos e do cerrado com árvores retorcidas toma conta. A dificuldade de uma trilha varia conforme o relato, sendo que ouvi amigos que fizeram o passeio anteriormente afirmarem que o trecho final é extremamente difícil, com pedras escorregadias; realizamos a trilha com bota, em época seca, e a dificuldade da trilha foi baixa. O Poço das Esmeraldas possui águas cristalinas, esverdeadas. As camadas pelíticas (sedimentos finos) da Formação São Miguel parecem aflorar (no linguajar geológico... quando uma rocha aparece por aí), onde são claras as gretas de contração... traduzindo: sabem aquelas imagens famosas do nordeste, onde o fundo de lagos, rios secos ficam todos craquelados? isso é uma greta de contração! e no registro geológico, isso também permanece. Vemos, portanto, gretas de contração bem antigas (Figura 12). Alimentação: É possível comprar lanches e brindes na recepção do local. O Café da Fazenda Volta da Serra e o Mel, também produzido no local, são bem gostosos. Valores: 25,00 R$ por pessoa. Após sairmos da Fazenda Volta da Serra, e antes de ir a vila de São Jorge, nos dirigimos ao mirante do Jardim de Maytrea (Figura 13). Localizada na própria GO-239, que liga Alto Paraíso a vila de São Jorge. Trata-se de uma vista super famosa da Chapada dos Veadeiros, é um passeio rápido mas que vale a pena, ainda mais ao final da tarde. Janta: Provavelmente no melhor restaurante da Vila de São Jorge, o Restaurante Buritis. Há a opção de comer massas, ao estilo Spoleto, com diversos ingredientes e podendo repetir o prato. Ou pedir pratos individuais, fartos, com arroz, feijão, e carnes. O preço é camarada, a comida é muito boa. Nota 10. Figura 8: Nós <3, Aia, do Conto de Aia, e o Vale da Lua Figura 9: Clastos em Paraconglomerado São Miguel, pronto a ser retrabalhado (novamente solto e carregado) pelo rio atual Figura 10: Trilha na Faz. Volta da Serra, sede da fazenda - Cachoeira do Cordovil Figura 11: Cachoeira do Cordovil, Fazenda Volta da Serra Figura 12: À esquerda gretas de contração em rochas do Grupo Paranoá, de idade Mesoproterozoica (1 a 1,6 bilhões de anos) que margeiam o Poço das Esmeraldas na Faz. Volta da Serra. À direita, apenas para exemplificação, gretas de contração atuais, em algum outro lugar do Brasil rsrsrs Figura 13: Jardim da Maytrea... não me pergunte o porquê do nome Informações Geológicas: Mapa Geológico (Folha Cavalcante), ao norte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros: http://www.cprm.gov.br/publique/media/geologia_basica/pgb/mapa_cavalcante.pdf Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Sítio SIGEP 096): http://sigep.cprm.gov.br/sitio096/sitio096.htm (clique em ver Capítulo Impresso) Vale da Lua (Sítio SIGEP 077), informações geológicas: http://sigep.cprm.gov.br/sitio077/sitio077.pdf Mapas Georreferenciados (Abrir no app Avenza Maps): -São Jorge-Alto Paraíso - Trilha Cach. Segredo - Avenza Maps -Alto Paraíso - Trilha Couros e Muralha - Avenza Maps https://drive.google.com/a/usp.br/file/d/1x2q2qU7a2QSbn_5dj8L-4UswVcQZDuGN/view?usp=sharing -São Jorge - Trilhas Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - Avenza Maps https://drive.google.com/a/usp.br/file/d/1coEOgUTiXCTxjkwilzZcSzdEXHyKu16w/view?usp=sharing -São Jorge-Alto Paraíso (Trilhas na região de vila de São Jorge e Alto Paraíso) - Fotos Aéreas - Avenza Maps https://drive.google.com/a/usp.br/file/d/1dJ_KsofUVhLlGA0AQmvnkNz_-6Lvag2M/view?usp=sharing -São Jorge-Alto Paraíso - Topografico - Avenza Maps https://drive.google.com/a/usp.br/file/d/1kGxgt1PY9Xf1aP-RA2udc1kAAgfTfIPR/view?usp=sharing -São Jorge-Alto Paraíso - Ruas - Avenza Maps https://drive.google.com/a/usp.br/file/d/19LslnGKD5ncxiFxWQJkCLAlcA9lcbiMp/view?usp=sharing -Cavalcante (Trilhas na região de Cavalcante) - Ruas - Avenza Maps https://drive.google.com/a/usp.br/file/d/1yZYagn1-lUD4Yuu3-Gjh8WtdwZtMKfhW/view?usp=sharing
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