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  1. Arequipa, 16 de outubro Dormi até às 06:40h. Acordei, tomei meu café especial: leite evaporado com whey protein e pão com queijo. O leite evaporado é bem consistente (tipo um creme mais espesso) e resulta do processo de extração da água, ficando bem parecido com creme de leite. Uma delícia com chocolate em pó e também com café solúvel. O melhor de tudo é que dura mais tempo sem refrigeração. Neste dia, embarcaria para o próximo destino, Cusco! Mas... o ônibus era só à noite (opção minha para eliminar um pernoite e também porque o tempo de viagem é bem grande) 🙄 Bom, e o que fazer até esse horário? Fiz o check out para não ter que pagar outra diária e combinei com o hostel deixar as mochilas no depósito (gratuitamente) e aguardar nas dependências. Para aproveitar o tempo ao máximo, tratei de ir caminhar pela cidade, a fim de encontrar lugares interessantes para boas fotos e comprar algumas lembrancinhas da cidade. Fui então para o ponto central, a Plaza de Armas, visitar a Catedral de Arequipa. Construção iniciada no século XVI, é toda construída em Sillar, um tipo de pedra vulcânica bem abundante na região. Durante a sua existência, passou por uma série de grandes terremotos ( 1666, 1668, 1669, 1784, 2001) e um grande incêndio em 1844, necessitando de várias restaurações. Por esse motivo, quase nada resistiu da construção original, mas mesmo assim preserva uma bela arquitetura colonial. Achei bem curioso o fato de os sinos estarem em suporte de madeira e atados com cordas... Detalhe que passa despercebido pela maioria pois fica bem no alto da maior torre e captei com um bom zoom da teleobjetiva. O interior é bem sóbrio e grossas colunas sustentam vários arcos do teto, com pequenas aberturas nas abóbodas para o provimento de luz. Devido a intensa atividade sísmica, desde o seu projeto inicial foi concebida sem janelas, o que é algo bem recorrente na maioria das igrejas peruanas. Depois da catedral, fui visitando outras igrejas no entorno da Plaza de Armas, admirando as suas construções e o esmero com o qual decoravam a sua fachada externa. Acredito que isso era propositalmente feito para atrair a população, na época em processo de conversão pela igreja católica. Esta, aliás, estava representada por diversas ordens religiosas que travavam uma verdadeira disputa na quantidade de seguidores (quanto mais, maior a renda e o poder, por assim dizer). Pertinho da região central temos a Igreja da Companhia de Jesus... E um pouco mais abaixo, a de Santo Domingo. Na época colonial, quanto mais próxima à Plaza de Armas, maior o prestígio e poder da Ordem Religiosa em questão... Já deu para perceber que a cidade é conhecida pelo vasto acervo arquitetônico da época colonial, que, em grande parte, está muito bem preservado/restaurado. Os museus também são bem interessantes. Na época da minha visita, para a minha surpresa estava acontecendo uma exposição sobre a civilização de Caral! E é claro que não deixei passar! O Peru tem investido muito em pesquisas arqueológicas e também na divulgação dos principais sítios junto à população, o que é incrível! Para eles, grande parte do acesso é gratuito ou com um desconto muito grande, o que incentiva bastante a difusão cultural. Uma das visitas que gostaria de ter feito é no museu onde guarda a Juanita, uma as múmias mais bem conservadas já encontradas no Peru e justamente no topo de um dos vulcões nas proximidades de Arequipa (Apu Ampato). Bem na época em que fui, ela estava indisponível para a visitação 😪. De tempos em tempos, ela é submetida a exames e estudos... Se tiver melhor sorte, recomendo a visita no Museo Santuarios Andinos. A cidade também guarda uma série de Conventos e Monastérios, sendo que o mais famoso é o de Santa Catalina. E o da Companhia de Jesus. Este último tem até lojas e cafeterias, pois está desativado. São tantas as atrações que é difícil relacionar... Só andando mesmo por essas ruas, sem pressa, para ir apreciando cada detalhe! Ah, e como mencionei em um relato anterior, o Free Walking Tour é uma ótima alternativa para saber sobre a história da cidade e conhecer alguns cantinhos bem especiais. Acima, a Iglesia de San Francisco. Achei uma galeria de artesanatos e comprei as minhas lembrancinhas, como chaveiros e uma pequena alpaca (a do meio), que até hoje está comigo! É, andei bastante a aproveitei bem o meu tempo. Comprei algumas coisinhas no mercado, voltei ao Hostel e dei uma descansada depois de comer. Quando eram 15:30h, resolvi ir para o Terrapuerto aguardar por lá mesmo o meu ônibus. Saí na porta do Hostel e já fiz sinal para o primeiro táxi (micro, por sinal) que apareceu. O bom é que eles param em qualquer lugar, literalmente 😅. Combinamos rapidamente o preço e, lógico, dando aquela chorada, baixei para 6 Soles!!! Joguei as mochilas dentro e partimos... Estava um sol terrível e o ar bem seco. Fiquei aliviado em poupar minhas pernas de mais essa caminhada. Chegamos rapidinho e fui para o terminal da direita. Mas não era esse. Daqui saem apenas os transportes regionais. Só atravessei para o outro lado e cheguei ao correto. Fui lá para o guichê da Cruz del Sul fazer o meu check in e despachar a bagagem. A mochila maior deu 16 Kg (o limite é de 30 Kg para despachar sem cobrança adicional) e a menor, com todo o equipamento eletrônico, mantive comigo mesmo (e eram mais 10 Kg). Infelizmente não pude usar a sala VIP para aguardar, pois segundo a atendente só era liberada 30 minutos antes do embarque. O jeito era aguardar e fazer o tempo passar, enquanto isso. Aproveitei para atualizar o diário da viagem (graças a eles tenho esses relatos detalhados), jogar no celular e andar de bobeira ao redor. Ah, tive que pagar uma taxa de 3 soles no terminal, que deveria ser apresentada no momento do embarque. O bom é que, com ela, poderia usar o banheiro nesse período. Finalmente, às 19:30h fui lá para o embarque. Passei pela revista com detector de metais e entrei na Sala VIP da Cruz del Sur, que por sinal estava lotada! Pelo menos consegui usar a internet e me distrair enquanto o ônibus não vinha. Mas foram só 15 minutos e já embarcamos. Para a minha decepção, não tinha Tela multimídia e nem tomadas USB... Partimos às 20:08h e meia hora depois o jantar foi servido! Pensa numa pessoa com fome... Ao comprar a passagem no site, já havia escolhido a opção para esse trecho: arroz, frango e pimentão. Veio também uma tortinha fininha de vegetais, um tipo de sagu de abacaxi e um copo de coca cola QUENTE. E assim finalizei mais um dia de aventura por terras peruanas, agora na expectativa já do "Gran Finale": Cusco e Machu Picchu! Não perca o próximo episódio! A chegada em Cusco!
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