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Tenho um carinho enorme por este país onde tive a grande felicidade de passar 45 dias viajando! Minha viagem aconteceu em meados de 2015, mas estou escrevendo o post somente agora porque percebi que existe pouca informação sobre El Salvador e sobre a cultura salvadorenha disponível aqui no fórum. A viagem saiu muito barata já que o custo de vida em todo o país é muito baixo. De longe, as passagens aéreas foram a parte mais cara de toda a viagem! Espero que ao ler o relato, cada um de vocês se inspire a visitar este pedacinho de terra tão encantador! Dados do Voo Copa Airlines Saída: Florianópolis - Aeroporto Internacional Hercílio Luz Chegada: San Salvador - Aeroporto Internacional Monseñor Oscar Arnulfo Romero Paradas: São Paulo e Cidade do Panamá Valor com taxas: R$ 3.560,00 O voo é super tranquilo e o trecho de São Paulo ao Panamá foi durante o dia. De lá para El Salvador era só a noite (se não me engano, eles têm apenas um voo diário). No Panamá, conversando com outros viajantes, descobri que o aeroporto internacional da Guatemala estava fechado devido à erupção de um vulcão e os voos para lá tinham sido cancelados sem previsão de remarcação. Às vezes, isso acontece em El Salvador também, já que lá tem 5 vulcões ativos! É sempre uma emoção estar no céu! Nós brasileiros necessitamos de visto para entrar no país, sendo que tudo é feito no próprio aeroporto de San Salvador. Não precisa solicitar nada antes. O visto custou U$10 e tinha validade de 90 dias. Nós também precisamos apresentar o certificado internacional de vacinação contra a febre amarela logo depois do desembarque. Eu descobri isso somente no aeroporto... Assinei um termo de responsabilidade para então prosseguir com a viagem. A moeda do país é o dólar (de notas baixas). Quando for viajar para lá, já é bom levar dinheiro trocado. Um dos poucos lugares do país onde é possível trocar notas de 100 dólares, por exemplo, é no aeroporto. Como as coisas custam muito pouco por lá, se preparem para contar moedinha! San Salvador Eu acabei ficando bem pouco tempo na capital, então não tive a oportunidade de conhecer muita coisa. É a cidade mais desenvolvida do país, com várias opções para sair, para comer e para ver (inclusive comida estrangeira para quem não se adaptar à culinária local). Uma rede de fast-food bastante conhecida por lá é o Pollo Campero, vi vários restaurantes na capital e em outras cidades também. A região de Santa Tecla é bastante apreciada pelos jovens porque é mais segura que os outros lugares e é bastante movimentada. As grandes empresas têm a sede ali. Para sair do aeroporto e ir para o centro, pode-se ir de táxi. Considerando que o vôo chega tarde da noite, é a melhor opção, apesar de ser mais caro. El Salvador é considerado um dos países mais perigosos do mundo, perdendo apenas para Honduras (que é do lado ). O Museu Marte é um museu de arte bem completo que conta a história do país dando ênfase nas migrações que aconteceram durante a guerra civil. É novo e bastante organizado. Abre de terça-feira a domingo, das 10:00 às 18:00 horas. Pagamos cerca de U$3,00 para entrar. Eu confesso que não sou fã de museus e bem no dia em que fui, ele estava aberto para visitação de grupos de estudantes adolescentes. Ou seja, lotado. ãã2::'> Visitei o lado de fora da Casa Presidencial que fica na região central da cidade. É toda cercada por muros e tem bastante segurança no entorno. Pelo que eu percebi, não gostavam muito de serem observados por estrangeiros... Pela noite, fui a um bar hilário, o Take Off. Já dá para imaginar, né? Ele é todo temático (eles gostam bastante disso!) de aviação. Então as janelas são mais arredondadas, os assentos mais em formato de poltrona e todos os funcionários vestidos de comissários de voo! Claro que as músicas eram todas latinas e todo mundo estava dançando muito. Eu adorei! O bar fica na região de Santa Tecla, na rua Villa Morena. Essa é uma rua de bares e boates, com várias opções para quem gosta de curtir a noite. A entrada do Take Off era de graça, só pagava o consumo. Santa Ana Santa Ana é a capital do Departamento de Santa Ana, localizada a 65km de San Salvador. No centro, encontramos a praça principal da cidade, chamada de Parque Libertad. Ela foi construída pelos espanhóis durante o período colonial e ao seu redor, encontram-se algumas construções importantes, como o prédio colonial da prefeitura. Em frente a praça está o teatro que foi construído para abrigar as festas de gala dos espanhóis na época da colonização, El Teatro Nacional de Santa Ana. É simplesmente lindo! Eu assisti um musical sobre a história do país, com os estudantes da universidade. A entrada foi gratuita, porque naquele dia o teatro estava aberto para visitação dos estudantes da cidade. Depois, fiz um tour com a guia que nos mostrou tudo e nos explicou a história do teatro e também não nos cobrou nada, valeu bastante a pena para entender a importância do local. A Catedral fica em frente a mesma praça, sendo ela a principal igreja da religião católica dos arredores. Chama bastante a atenção pela arquitetura neogótica e se destaca facilmente na paisagem salvadorenha. Na frente, tem uma praça com vários pombos e vendedores ambulantes. A entrada é gratuita. Logo ao lado da Catedral, tem um restaurante maravilhoso chamado Zimmer Down. A decoração é PERFEITA e a vista INCRÍVEL! É temático da selva, então parece que estamos em um filme tipo George, o Rei da Floresta! Eles têm diversos drinques de frutas que custam por volta de U$4,00. Tive a oportunidade de comer lá algumas vezes e em uma delas, um grupo musical estava tocando Marimba. Tudo a ver com o tema, né? Vista privilegiada do andar de cima do restaurante Zimmer Down. Do lado direto é a Catedral de Santa Ana e o prédio verde do lado esquerdo é o teatro! Em outro lado da cidade, mas também no centro, passei pelo Mercado Colón. É tipo um mercado público, com bastante comida exposta e sujeira no chão. Ali passam diversas linhas de ônibus que circulam pela cidade e vão até as cidades vizinhas. É uma confusão, veículos e pessoas para todos os lados. Os ônibus são uma atração a parte: a maioria é bem decorado por fora e por dentro e tocam músicas latinas no volume máximo! A passagem do circular é apenas U$0,15 e entre cidades custa U$0,30. O Parque Nacional dos Vulcões é uma das atrações imperdíveis para quem visita a cidade. Pode-se chegar lá de ônibus. Para isso, ir no ponto que fica na esquina do supermercado Super Selectos do Mercado Colón. Na verdade, o ponto é em um prédio de 3 andares. No primeiro andar, é só pedir para o pessoal da recepção o ticket do ônibus que vai para Cerro Verde. Custa US$1,15. O ônibus não pára exatamente no parque, mas é bem próximo e dá de ir a pé. É bom reservar um dia somente para visitá-lo, pois leva no mínimo 4 horas para escalar o menor e é bem cansativo! São 3, o Santa Ana, o Izalco e o Cerro Verde. Para subir em qualquer um deles é necessário ser acompanhado por um guia que cobra cerca de U$ 3,00 por pessoa. O vulcão Santa Ana é aquele que tem um laguinho bem verde no topo. No dia em que eu fui preparadíssima para escalá-lo ventava muito e o guia não nos deixou ir até o topo, fomos só até a metade... Vulcão Izalco. Até parece pequenininho, né? O Lago Coatepeque é perfeito para passar a tarde e o começo da noite. É possível nadar nele e em volta tem alguns deques com vários bares e restaurantes que servem petiscos. Eu fui em dois, no La Octava Maravilla e no Rancho Alegre. Além do pôr do sol maravilhoso, claro! Para chegar lá é mais complicado, melhor ir de carona. Eu não sei se tem algum ônibus que deixa lá embaixo. Vista de cima do Lago Coatepeque. É um lagão! Nós no deque de um dos restaurantes do Lago Coatepeque. O que comer na cidade? As pupusas fazem parte do prato típico mais conhecido do país. São tortilhas de milho recheadas de queijo, feijão, legumes... Elas são acompanhadas do curtido, uma salada de repolho ralado com um molho bem apimentado. Eles comem tudo isso com a mão, arrancando pedaços da tortilha e mergulhando no molho. No geral, custavam U$0,50 a unidade e o curtido podia comer a vontade. Eu geralmente gastava cerca de U$2,00 em uma refeição completa! Um tempero que pode ser encontrada nas pupusas ou em TODOS OS PRATOS do país é a flor de izote, super grande com um gosto bastante acentuado. Sério, eles colocam em tudo! Eu não gosto nem um pouco e sempre tirava o que eu conseguia, mas o gosto impregnava na comida! Na região central, na Callejon Sur de Catedral, tem uma cafeteria super charmosa que se chama Cafe Plaza Antigua. Lá tem o sorvete de tamarindo (sim, tamarindo do Chaves! ). Não era cremoso, é mais consistência de picolé de frutas. A casquinha com uma bola custava U$1.75. Tomar horchata no saquinho é uma sensação (mas nunca conheci um brasileiro que gostasse disso)! É uma mistura de algumas especiarias com pó de um fruto chamado morro no leite que os salvadorenhos amam. Normalmente, se toma bem gelado e quando compramos na rua, eles nos entregam em saquinhos plásticos. Custava U$0,25. Para tomar, é só furar uma das pontas com o dente e chupar. Ou se vier aberto, colocar um canudo. É MUITO doce para o meu paladar, nunca consegui tomar mais de um gole. Aliás, todas as bebidas são muito doces lá e tudo vem em saquinhos plásticos. Até a água pode ser comprada em saquinhos de 500 ml por U$0,15 cada (a garrafa custava U$0,60). Do lado esquerdo, o famoso sorvete de Tamarindo. E do lado direto, um saquinho com horchata. Direções de San Salvador: É bem simples ir de San Salvador a Santa Ana de ônibus e a viagem leva cerca de 1 hora. A linha é a 201 e dá de pegar na parada do Terminal de Buses de Occidente, na Boulevard Venezuela. O ticket pode ser comprado lá mesmo. Esse terminal é bem movimentado e tem ônibus para todo o país, com diversos horários (a cada 30 minutos para Santa Ana!). Em Santa Ana, o ônibus faz a parada final no Terminal central. Chalchuapa Chalchuapa é uma cidade de interior considerada a capital cultural e arqueológica de El Salvador, localizada a apenas 15 km de Santa Ana (considerando o tamanho do país, acho que não é "apenas" ). Lá estão as ruínas de El Tazumal, um sitio arqueológico bastante antigo, coisa do ano 100 d.c.! Foi aqui que eu me hospedei durante toda a viagem, em uma casa de família. Os salvadorenhos são bastante acolhedores. Como o país não é nem um pouco desenvolvido, eles não tinham em casa máquina de lavar roupas, microondas, nem água quente para tomar banho (sim, o banho era geladinho)! El Tazumal fica ao lado do cemitério, na parte norte da cidade. Ao chegar em Chalchuapa pela estrada pan-americana, passar a avenida Las Palmeras até o posto de gasolina chamado Alba e virar à direita. Funciona de terça-feira a domingo, das 8:00 às 17:00 e para estrangeiros, a entrada era U$3,00. As ruínas são muito bonitas, mas só é possível ver pelo lado de fora delas. As entradas estão todas fechadas para visitação, devido ao estado de conservação do local. Lá também tem um museu dentro do parque e nas ruas várias lojinhas de lembranças. Eu comprei uma estátua de mármore muito linda. Quando estava voltando para o Brasil, pensei em levar a lembrança na mão, mas não deixaram! O pessoal do aeroporto foi super solicito e me deixou voltar da área de embarque (já estava quase no avião) para fazer novamente o check-in e despachar a estátua. No guichê, eles colocaram o mármore em uma caixinha de papelão, embalaram com plástico e despacharam como minha segunda mala, sem me cobrar nada! Muito diferente do que a gente normalmente vê por aí... El Tazumal super fotogênico. O que comer na cidade? O prato típico e mais famoso é a Yuca com Chicharrón, que é mandioca moída com carne de porco e o curtido (mesmo molho de repolho que eles comem com as pupusas). Ao lado do El Tazumal tem vários restaurantes que servem esse prato. O prato custa cerca de U$1,25 e dá tranquilamente para uma pessoa. Também é fácil de encontrar o Tamal. É tipo uma polenta mais seca recheada com galinha ensopada e cozida dentro da folha de bananeira. Normalmente, eles comem isso no café da manhã! De sobremesa, é possível encontrar em algumas casas de família que também são vendas os chocobananos. Basicamente, é banana congelada com calda de chocolate e confeitos em volta. Tão simples, mas perfeito! E custava só U$0,25! Perto do supermercado La Despensa de Don Juan na praça El Palmar tem alguns lugares que vendem também. Direções de Santa Ana Para chegar em Chalchuapa, pode-se pegar o bus 210 (linha SANTA ANA - CHALCHUAPA - ATIQUIZAYA - AHUACHAPAN, que passa em todas essas cidade e para em vários pontos de Santa Ana). Eles vivem gritando avisa e batendo na lateral do ônibus para avisar ao motorista que já pode ir! O ponto em que eu peguei ficava no centro da cidade, na frente do Mercado Colón. El Tunco El Tunco é uma praia bastante famosa entre os surfistas que vão ao país para praticar o esporte. Praia de areia escura, quase preta, com muitas pedras na beira do mar e coqueiros ao seu redor. Se chama assim porque tem umas formações rochosas que parecem o focinho de um porco, dizem os nativos... Fica no Departamento de La Libertad. Tem bastante lojinhas com artigos de praia e restaurantes com comida local na rua que vai para a praia. Devido à posição do país em relação à linha do equador, durante todo o ano o sol se põe por volta das 18 horas. O pôr do sol na praia é incrível e vale muito a pena ficar até o fim do dia para conferir! Primeiras impressões de El Tunco. A praia de El Tunco. Vocês conseguem ver o focinho do porco? O que comer? Durante o passeio, pode-se pedir a minuta, um doce refrescante e bastante comum na região. É basicamente raspas de gelo com diversas caldas misturadas por cima, podendo escolher à vontade. Em alguns lugares, eles colocam até umas frutas em calda, uma delícia! Meus pézinhos em um restaurante bem relax pertinho da praia! Vidão, né? Direções de San Salvador: Para ir até a praia, deve-se pegar a Ruta del Litoral. É a rodovia que rodeia a costa do país. A estrada é bem conservada e leva cerca de 3 horas para chegar até lá. Existe um ônibus que tem parada perto da praia, da linha 158. O ponto de subida é em Santa Tecla e desce no Porto de la Libertad. O ticket custa $1,25 para o ônibus direto com ar condicionado! Paradinha básica para tirar fotos na Ruta del Litoral.
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