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  1. A ideia inicial era fazer uma viagem apenas para o Jalapão. Após ver a diferença dos preços dos voos para Brasília e Palmas e também ver os atrativos das Serras Gerais e Chapada dos Veadeiros, decidimos ir por Brasília. Inicialmente iríamos em três pessoas, mas uma pessoa teve um imprevisto e fomos apenas eu e um amigo. Não queríamos contratar guias, então baixei os mapas do Tocantins e de Goiás no app Wikiloc, além de salvar várias trilhas das atrações que queríamos conhecer. Chegamos dia 20/11/20 em Brasília. O CARRO 90% do material sobre o Jalapão que há na internet diz que um 4x4 é imprescindível para viajar pelo Jalapão. Acontece que alugar um 4x4 é caro e difícil, pois muitas locadoras não tem esse tipo de veículo. Li que na época das chuvas as estradas ficam melhores pois a areia fica mais compacta. Sendo assim, decidimos arriscar e ir com um SUV 4x2. Pegamos uma Duster automática e ela foi excelente. Para enfrentar a areia, é mais importante que o carro seja alto do que potente ou 4x4. Se as rodas não tocarem o chão, nada disso importa. O aluguel do carro foi na Unidas, mas feito através do serviço de concierge do mastercard (valeu, nubank). Conseguiram o melhor preço de todos e fechamos com eles. Dito isso, recomendo cautela com a Unidas. A reserva com eles parece não servir de nada. Cheguei na locadora e não havia nenhum SUV disponível, mesmo eu tendo feito a reserva com mais de um mês de antecedência. Chegaram a me oferecer um Uno. E eu não era o único nessa situação. Claramente um descaso. Depois de horas de espera, algum cliente devolveu a Duster que pegamos e pudemos seguir viagem. De forma resumida, o roteiro foi o seguinte: Roteiro executado Trajeto de carro Dia 1: Brasília - Alto Paraíso de Goiás Perdemos tempo em Brasília esperando o carro da Unidas. Almoçamos no Coco Bambu do Park Shopping: camarão para duas pessoas por 50 reais. Comida excelente e bem servida, foi nosso jantar também. Pegando o carro, passamos num supermercado pra comprar água e algumas comidas. Depois fomos para Alto Paraíso, estrada boa até lá. Ficamos na pousada Espaço Naves Lunazen. Lugar bonito e bom café da manhã, mas o quarto estava um pouco sujo. Pode ser porque há muito tempo não recebiam hóspedes. Em Alto Paraíso gostamos do ambiente da Área 51. Gastos Aluguel do carro R$990,00 Pousada Espaço Naves Lunazen R$230,00 Almoço no Coco Bambu R$85,27 Supermercado R$102,85 Uber p/ o shopping: R$30,00 Área 51 R$19,90 Dia 2: Alto Paraíso de Goiás - Aurora do Tocantins O planejamento era fazer a trilha do Mirante da Janela e o Vale da Lua, depois seguir para Aurora. Cachoeira do Abismo Mirante da Janela Gastamos menos de 3h para ir e voltar na trilha do Mirante, que ainda tem a Cachoeira do Abismo no meio do caminho. A queda d'água das cachoeiras era impressionante. Almoçamos no Restaurante Sabor do Cerrado e nesse momento pegamos chuva. Fomos até o Vale da Lua, mas não nos deixaram entrar por conta de ter chovido. O plano B foi seguir pra Aurora mas parando no Poço Encantado no meio do caminho. Lá pode-se tomar banho e a queda d'água era considerável. Seguimos pra Aurora, novamente em boa estrada. Poço Encantado Em Aurora eu havia reservado um quarto na Pousada 21 (falei com a Fernanda pelo WhatsApp). Na cidade de Aurora só vimos igrejas e um mercadinho abertos, nenhuma opção para jantar. A pousada fica perto do Rio Azuis e por sorte também tem um restaurante com o mesmo nome. Chegamos lá por volta das 21h e comemos muito bem. Por lá, não tínhamos sinal de celular e o wifi funcionava só às vezes. A pousada era simples mas boa. Gastos Pousada 21 R$160,00 Almoço R$17,50 Entrada no Poço Encantado R$60,00 Combustível R$65,00 Jantar no Restaurante 21 R$45,00 Dia 3: Aurora do Tocantins - Dianópolis Pela manhã visitamos o Rio Azuis. Mesmo com a chuva durante a noite, a água estava cristalina. Da pousada até o rio são menos de 5 min a pé. Vale a pena chegar bem cedo, pois o lugar lota. O ponto ideal para banho fica dentro do Restaurante e Pousada Recanto dos Azuis. Rio Azuis A ideia era conhecer a Praia do Pequizeiro em Aurora. Apesar de ter o caminho salvo no wikiloc, disseram que era necessário um guia para que a estrada até lá fosse liberada, por ficar numa propriedade privada. O local também não tem nenhuma infra estrutura. Acabamos indo pra Praia do Puçá, onde havia almoço e quiosques. O lugar é bem agradável, mas acredito que a Praia do Pequizeiro seja mais bonita. Praia do Puçá Ainda passamos pelas cachoeiras do Escorrega do Betim. Boa parada no caminho pra Dianópolis, com alguma estrutura de comidas e bebidas, além das cachoeiras. Escorrega do Betim Finalmente seguimos pra Dianópolis. Estradas boas até lá. Ficamos no Mosaico Hotel, que foi ok. De lá dá pra ir a pé até o restaurante La Boca, que tem muitas opções no cardápio e boa comida. Gastos Moisaco Hotel R$135,00 Entrada no Recanto dos Azuis R$30,00 Combustível R$239,00 Entrada no Escorrega do Betim R$30,00 Restaurante La Boca R$62,00 Dia 4: Dianópolis a Mateiros Acordamos e fomos para Lagoa da Serra. Dirigi por cerca de 30 minutos, em boa estrada de asfalto, até Rio da Conceição, cidade mais próxima da Lagoa da Serra. A ideia inicial era dormir em Rio da Conceição, mas não achei acomodação lá pela internet. É uma cidade bem pequena. A estrada pra Lagoa da Serra é de terra, com alguns trechos de areia. Com cuidado, qualquer carro passa. Na Lagoa da Serra é possível acampar, além de ter aluguel de stand up paddle. Vendem bebidas, mas não há comidas. Gostamos muito da Lagoa. Lagoa da Serra Voltamos à Dianópolis e almoçamos no Restaurante Bom Sabor. Self service por quilo com churrasco, muito bom. Depois do almoço, calibrei os pneus para 22 libras e seguimos rumo a Mateiros. Os primeiros 60 km de estrada são asfaltados. Nos últimos metros de asfalto, depois de uma fazenda, pegamos uma estrada de terra pra conhecer a Fortaleza dos Guardiões. Seguimos esse tracklog, mas é uma estrada sem grandes dificuldades. Dá pra enxergar o trajeto pela vista de satélite do Google Maps também. Na prática, chega-se à beira dos paredões de pedra que possuem essas 'torres' de pedra que são visíveis até da Lagoa da Serra. Estávamos com um pouco de pressa pra não pegar estrada com chuva ou a noite e não fomos até o fim da trilha, mas foi uma visita interessante. Fortaleza dos Guardiões Voltamos pra estrada até Mateiros, agora sem asfalto. A estrada segue por uma via larga, de terra, com algumas poças d'água bem grandes. Os únicos veículos vistos eram os das fazendas de soja por ali. Passamos pela Vila Panambi (esse trecho da estrada é na Bahia), onde há a última mecânica antes do Jalapão e algumas pessoas deixam pra calibrar os pneus ali. Pouco depois a estrada piora. Longos trechos de areia, mas que pareciam ter sido recentemente melhorados por escavadeiras. O ponto de acesso à estrada pra Mateiros é bem importante e lá fizemos um grande erro. De repente havia uma cerca atravessando a estrada. Tentei um desvio pela esquerda, encontramos a cerca de novo. Pela direita conseguimos contornar a cerca e vimos até uma placa pra Mateiros. Tudo certo, seguimos em frente. Eu já havia lido que a estrada de acesso à Mateiros era péssima. Horrível. Os piores adjetivos possíveis. Chegamos então ao acesso da TO-247, que era o caminho que o Google Maps e os trajetos do wikiloc indicavam. Não havia placa e mais parecia o caminho da água da chuva. A estrada de terra onde estávamos era larga e plana. O Google mandava, a 'estrada' estava lá, entrei por aquele caminho. Claramente nenhum carro havia passado por ali nos últimos dias ou meses. O mato tomava conta da estrada e havia o risco real de uma das rodas ficar presa nos buracos da estrada. Era tão ruim quanto disseram e por isso parecia infelizmente ser o caminho certo. Conseguimos sair dali e chegar até Mateiros. Conversando com o pessoal de Mateiros, soubemos que ninguém passa por ali mais e nunca devíamos ter pego aquele acesso à TO-247. Era só ter continuado na estrada ‘boa’ onde estávamos. Trajeto no acesso à Mateiros. Fiz o caminho verde, o caminho bom é o azul Em Mateiros ficamos na Pousada Mãe e Filhas e jantamos espetinhos no animado MPA Tavares. A cidade é bem simples. Gastos Pousada Mãe e Filhas R$150,00 Entrada + Stand up na Lagoa da Serra R$50,00 Almoço no Restaurante Bom Sabor R$52,00 Combustível R$260,65 Espetinhos no MPA Tavares R$61,00 Dia 5: Mateiros Na pousada comentei da minha intenção de almoçar no Fervedouro do Rio do Sono e fomos alertados que precisaríamos reservar o almoço. A moça da pousada entrou em contato e fez a reserva pra nós. O primeiro fervedouro do dia foi o do Ceiça. Visitação em grupos de 6 pessoas, 20 min por grupo. Se não houver mais gente, esses 20 min se tornam tempo livre. Isso é padrão nos fervedouros, só muda o número de pessoas por vez, de acordo com o tamanho do fervedouro. O fervedouro é bonito, dá pra ver bem a água 'fervendo' e permite boa flutuação. Gostei bastante. Vale a pena chegar cedo pra fugir das agências de turismo, que chegam com bastante gente e acabam fazendo o tempo de espera ser grande. Vimos até uma agência chegar e desistir da visita, pois teriam que esperar demais pra que todos visitassem o lugar. Fervedouro do Ceiça Seguimos pra Cachoeira do Formiga. Lugar maravilhoso e por ser maior, não é tão ruim se houver bastante gente por lá. Depois fomos pro Fervedouro do Rio do Sono, onde tivemos o almoço com comida à vontade que reservamos. Comida boa, wifi e depois que as agências foram embora, o fervedouro vazio pra nós. Cachoeira do Prata Ali perto, na mesma estrada, seguimos pro Fervedouro do Buriti. Pra mim o mais bonito que visitamos. Água azul e muitos peixinhos na água. Se você 'desmanchar' um buriti, os peixinhos se aproximam pra comer. Boa estratégia pra eles pararem de dar mordidinhas no seu pé também. Fervedouro do Buriti Peixes comendo buriti De lá, seguimos pras dunas. Passamos novamente por Mateiros e a estrada tinha MUITAS costelas de vaca. São as ondinhas que ficam na estrada. Parecem inofensivas mas incomodam bastante. Dunas do Jalapão Por tudo que havíamos lido, não entraríamos no trecho de areia do acesso às dunas por não ter um carro 4x4. Estávamos preparados pra fazer essa parte a pé ou pegar uma carona. Acabaram nos deixando entrar de carro, disseram que a areia estava compactada e a Duster era alta o suficiente. As dunas ficam na área do Parque Estadual do Jalapão e não há cobrança para visitação. Entretanto, estão com a obrigação de ser acompanhado por um guia para entrar. Eles ficam na entrada esperando os turistas e cobram 150 reais por grupo. Achei caríssimo mas tivemos que pagar. Lá dentro, o guia pouco faz. Há um curto trajeto de carro e outro trajeto curtíssimo a pé. Sua maior função é cuidar para que os turistas não invadam uma parte das dunas que pode desmoronar. Na janta, pedimos um delivery do Malibu Burguer. Bom hambúrguer. Gastos Pousada Mãe e Filhas R$150,00 Entrada no Fervedouro do Ceiça R$40,00 Entrada na Cachoeira do Formiga R$50,00 Entrada no Fervedouro do Rio do Sono R$40,00 Almoço no Fervedouro do Rio do Sono R$88,00 Entrada no Fervedouro do Buriti R$40,00 Guia pras Dunas R$150,00 Malibu Burguer R$41,00 Dia 6: Mateiros a São Félix do Tocantins Antes de sair de Mateiros, passamos na loja Sempre Viva, onde compramos lembranças de boa qualidade. Seguimos para o Fervedouro Encontro das Águas. A estrada de acesso possui alguns pontos de areia alta, acho que pode ser uma dificuldade pra veículos mais baixos. Como havia gente no fervedouro quando chegamos, aproveitamos o tempo de espera pra dar um mergulho no encontro dos rios ali perto, que é o que dá nome ao fervedouro. O Encontro das Águas é o fervedouro com mais flutuação entre os que visitamos, com águas bem rasas e cristalinas, mas não tem muito o visual da água ‘fervendo’. O Encontro das Águas Fervedouro do Encontro das Águas Em seguida fomos para o Fervedouro do Buritizinho. O acesso é bem fácil, fica a cerca de 300 metros da estrada que liga Mateiros a São Félix. O fervedouro é muito bonito, mas por ser mais profundo, não dá pra sentir muito a flutuação. Junto com o Fervedouro do Buriti, é um dos mais azuis que fomos. Além do fervedouro há um rio onde pode-se mergulhar e usar um balanço pra pular na água. Dali fomos a pé até o Restaurante e Camping Rota 110, que oferece almoço sem reserva, além de ter uma boa estrutura de camping, com redes, banheiros, uma pequena vendinha e wifi. Fervedouro do Buritizinho Depois seguimos para São Félix, que é ainda menor do que Mateiros. Ficamos na Pousada Encantos do Jalapão. Boa pousada, mas em São Félix acho que vale a pena procurar ficar na Pousada Bela Vista, pelo diferencial de ter o fervedouro dentro dela. Durante a noite não encontramos muitas opções para comer, mas o espetinho na praça nos satisfez. Gastos Pousada Encantos do Jalapão R$180,00 Combustível R$115,00 Entrada no Fervedouro do Buritizinho R$40,00 Almoço no Restaurante Rota 110 R$95,00 Espetinhos R$34,50 DIA 7 - São Félix do Tocantins - Ponte Alta do Tocantins De manhã fomos aos fervedouros Bela Vista e Alecrim. São os maiores que visitamos. O do Bela Vista conta com uma torre ao lado do fervedouro, que permite tirar fotos do alto. Não sei se foi pelo tempo nublado, mas não achei nenhum dos dois fervedouros muito bonitos, apesar de grandes. Fervedouro Bela Vista Fervedouro do Alecrim Saindo do Alecrim, fomos almoçar em São Félix. Chegamos 12:05 no Restaurante e Petisco Bom Sabor, que disse que já não servia mais almoço naquele dia, só funcionou até meio dia. Nos recomendou ir ao Restaurante Dunas, que já estava guardando as panelas quando chegamos. A dona, simpática, nos serviu almoço mesmo assim. 35 reais por pessoa, comida caseira e boa conversa. Ela nos explicou que entre 12h e 14h a cidade toda fecha porque as pessoas dormem depois do almoço. De lá seguimos viagem pra Ponte Alta. Resolvemos pegar a Estrada da Taboca pra chegar até Ponte Alta. É uma espécie de atalho, mas sem sinalização e em condições não muito boas (pegamos alguns trechos com areia bem alta, por sorte eram descida no sentido em que fomos). Seguimos o caminho no wikiloc, passando pelo Restaurante da Dona Irani, onde conhecemos o Dindim, um veado filhote que vive por lá. Dona Irani serve almoço, vende bebidas e tem wifi (!). Dindim A próxima parada foi no Cânion Sussuapara. Não achei nada imperdível, eu não desviaria meu roteiro pra passar por ali. Ao meu ver, o ideal seria dormir em Pindorama do Tocantins nesse dia, mas Pindorama é uma cidade bem pequena e não consegui encontrar acomodação por lá. Cânion Sussuapara Ponte Alta é uma cidade bem maior que Mateiros e São Félix, com maior oferta de comércio e restaurantes. Recomendo o Restaurante Tamboril. Ficamos na Pousada Bicudo, com boa estrutura e bom café da manhã. Gastos Pousada Bicudo R$160,00 Entrada no Fervedouro Bela Vista R$50,00 Entrada no Fervedouro do Alecrim R$40,00 Almoço no Restaurante Dunas R$90,00 Entrada no Cânion Sussuapara R$40,00 Jantar no Restaurante Tamboril R$48,00 Dia 8: Ponte Alta De manhã, fomos pra Lagoa do Japonês. Há asfalto apenas entre Ponte Alta e Pindorama. O acesso pra Lagoa do Japonês tem uma parte de ‘serra’ bem ruim e que exige cuidado, mas qualquer carro passa. Na Lagoa do Japonês eu recomendo o aluguel de sapatilhas de mergulho por dois motivos: as pedras da lagoa são bem pontiagudas e há muitos peixinhos que ficam beliscando a pele do seu pé o tempo todo. O aluguel é logo na entrada e 10 reais é um preço ok pra evitar esses dois incômodos (pelos quais eu passei). Servem almoço por preços razoáveis lá também. No meio do caminho existem alguns restaurantes e almoçamos no Restaurante da Dona Minervina, por recomendação de amigos que fizemos no caminho. Lagoa do Japonês Na volta para Ponte Alta, pegamos a entrada pra Pedra Furada. O tempo nublado não deixou que pegássemos o por do sol na Pedra Furada, tornando a visita por lá bem rápida. Pagamos pelo roteiro ‘completo’, que inclui a visitação no topo de um morro chamado de Talhado das Araras. O Talhado fica há uns 2 ou 3 quilômetros do estacionamento da Pedra e o dono da propriedade vai como guia. Não é algo imperdível mas foi uma boa forma de preencher a tarde que estava livre. Acredito que gastamos mais de 1 hora no Talhado. Retornamos pra Ponte Alta, comi um pastel e visitei uma boa loja de capim dourado no centro. Pedra Furada Talhado das Araras Gastos Pousada Bicudo R$160,00 Combustível R$137,00 Entrada na Lagoa do Japonês R$60,00 Almoço no Restaurante da Dona Minervina R$70,00 Entrada na Pedra Furada e no Talhado das Araras R$60,00 Dia 9: Ponte Alta a Alto Paraíso O planejamento do dia era acordar cedo pra passar no Arco do Sol e no Cânion Encantado, seguindo pra Chapada dos Veadeiros depois. Na Pedra Furada fomos informados da necessidade de guia pra conhecer o Cânion Encantado. Checamos no site deles e parece ser esse o caso. Teríamos que encontrar um guia em Ponte Alta que tivesse meio de locomoção próprio, pois não retornaríamos pra cidade depois da visita. Pela logística e pelo custo (e por achar que a obrigatoriedade do guia era desnecessária), optamos por não passar no Cânion Encantado, apesar de ser um lugar que eu queria conhecer. Dessa forma, seguimos caminho pra Chapada dos Veadeiros passando por Chapada da Natividade e Conceição do Tocantins. Não escapamos de pegar alguns quilômetros de estrada de terra depois de Pindorama, mas depois disso as estradas eram boas. Almoçamos na Churrascaria Ribeiro e tivemos uma viagem tranquila até Alto Paraíso. Dessa vez, ficamos no Hostel Catavento. Boa recepção e quarto limpo. Jantamos um risoto no excelente Zu's Bistrô. Gastos Hostel Catavento R$162,00 Combustível R$221,00 Almoço na Churrascaria Ribeiro R$50,00 Janta no Zu’s Bistrô R$93,00 Dia 10: Alto Paraíso Com o tempo aberto, fomos pro Vale da Lua. Incrível. Imperdível. Tem uma prainha no final onde você pode passar um bom tempo se quiser. Era um dos pontos que eu mais queria conhecer e foi além das expectativas. Vale da Lua Em São Jorge almoçamos no Restaurante Buritis. Tem cardápio a la carte mas o diferencial é o macarrão no estilo Spoleto, montado por um simpático cozinheiro. Por 23,90 você pode até repetir. Nos demoramos no almoço e isso atrapalhou o planejamento da tarde. A maioria das cachoeiras não permite acesso depois das 15h. Acabamos na Cachoeira dos Cristais, que eu achei pouco interessante. Em Alto Paraíso comemos na Vendinha 1961, bom ambiente e boa comida. Gastos Hostel Catavento R$162,00 Entrada no Vale da Lua R$40,00 Almoço no Restaurante Buritis R$56,00 Combustível R$80,00 Entrada na Cachoeira dos Cristais R$40,00 Janta na Vendinha 1961 R$59,10 Dia 11: Alto Paraíso a Brasília De manhã fomos até a Catarata dos Couros. Seguimos um trajeto no Wikiloc mas dá pra seguir só pelo Google Maps. São alguns quilômetros em estrada de terra até chegar no estacionamento, depois uma trilha de cerca de 4km. Antes de chegar nas quedas principais, há a Cachoeira da Muralha. Recomendo fazer a trilha até o mirante final e só depois parar pra tirar fotos. Conforme você avança na trilha, vai pegando vistas cada vez melhores. Depois de chegar até o final, você pode escolher melhor onde parar. Pra chegar ao mirante, segui esse tracklog. Cachoeira da Muralha As várias (e enormes) quedas da Catarata dos Couros A Catarata dos Couros superou muito as minhas expectativas. As quedas são enormes e nessa época do ano o volume de água era bem impressionante. As pessoas costumam pular das pedras, mas como eu não sabia o local exato onde isso é feito, não me arrisquei. O estacionamento da Cachoeira não cobra nada, mas pedem uma contribuição. Na chegada, você pode pedir pra reservar o almoço num restaurante ali perto. Vendem sucos e refrigerantes também. Deixamos pra comer em algum restaurante na estrada mas só encontramos um lugar que vendia pastel muitos quilômetros a frente. Saindo da Catarata dos Couros, seguimos pra Brasília. Dormimos na casa de amigos, limpamos e devolvemos o carro. Fim de viagem. Gastos Bebidas e contribuição no estacionamento da Catarata dos Couros R$20,00 Almoço na estrada R$21,00 Limpeza do carro R$45,00 Combustível R$153,77 CONSIDERAÇÕES FINAIS ROTEIRO O trajeto foi desenhado pra evitar a estrada entre Ponte Alta e Mateiros, pois li em vários relatos que era o pior trecho do Jalapão. De fato, pra quem eu perguntei sobre essa estrada por lá, disseram que estava bem ruim e que eu teria dificuldade pra passar lá de Duster. Também disseram que é mais fácil passar no sentido de Ponte Alta a Mateiros, pois pega mais descidas. Na Chapada dos Veadeiros, dormimos sempre em Alto Paraíso, mas acredito que seria melhor dormir em São Jorge. É uma vila simpática e fica mais perto da maioria das atrações da Chapada. Vou deixar aqui a foto de um mapa com as principais atrações da região. Achei bem útil. FERVOUROS DO JALAPÃO No total visitamos 7 fervedouros. Acho que foi um exagero, os últimos fervedouros já não encantavam mais. Eu diria que visitar três fervedouros é suficiente. O do Ceiça é bonito e tem boa flutuação, o do Buriti é lindo e o do Encontro das Águas é o que tem mais flutuação entre todos. Os fervedouros de São Félix são os maiores do Jalapão, mas não achei tão bonitos nem imperdíveis. ESTRADAS Foram muito boas fora do Jalapão. Lá dentro, muita areia, costela de vaca e trepidação no carro. Tivemos muita sorte com as condições das estradas. Choveu alguns dias antes de irmos e enquanto estávamos lá, o tempo ficou aberto. Uma chuva poderia complicar bastante o trajeto de Dianópolis até Mateiros, deixando a estrada bem lisa. Em relação à areia, os piores trechos foram no acesso às dunas, ao Fervedouro do Encontro das Águas, à Pedra Furada e na Estrada da Taboca. Em nenhum momento o carro chegou perto de atolar, mas era um pouco mais difícil manter o controle e eu tentei nunca perder o embalo nesses momentos. Também deixava o carro numa marcha mais baixa pra manter o giro do motor sempre alto. NECESSIDADE DE CARRO 4X4 Como dito, não tive problemas em enfrentar o Jalapão num 4x2, mas faço ressalvas pra quem pensa em fazer o mesmo. Tive que adequar o roteiro e contar com o bom tempo, mesmo em época de chuvas. Lá dentro, só via carros maiores circulando, como L200 e Hilux. A Duster foi o modelo ideal por ser um carro alto e o câmbio automático foi bem conveniente. Voltando do Talhado das Araras ouvimos um cara dizendo que não quis arriscar passar por aquele trecho com um Renegade, por ser mais baixo. Então acredito que a Duster seja preferível em relação ao Renegade e também aos outros SUVs disponíveis nas locadoras. Acho melhor ir com carro alugado do que usar o carro próprio. As ondulações na estrada são realmente muitas e podem acabar causando algum dano mais sério no seu carro. Melhor alugar e ir mais tranquilo. GASTOS Anotei em cada dia todos os gastos que tivemos, só não incluí as lembranças que compramos. Todos os gastos são para duas pessoas. De fato no Jalapão só aceitam dinheiro na grande maioria dos lugares. Os almoços dentro do Jalapão foram todos por pessoa, com comida à vontade. O preço por pessoa varia entre R$35 e R$40. A divisão dos gastos ficou assim: Acomodação R$ 1.649,00 Combustível R$ 1.271,42 Alimentação R$ 1.211,12 Carro R$ 1.035,00 Atrações R$ 860,00 Uber R$ 30,00 Total R$ 6.056,54 Um preço final de cerca de R$3000,00 por pessoa, por uma viagem de 12 dias. Dá pra gastar menos economizando na alimentação, hospedagem e colocando mais pessoas no carro. Caso necessário, podem entrar em contato comigo pelo @celeste.rafael no Instagram.
  2. Local: Serra da Boa Vista, Chapada dos Veadeiros Município: Alto Paraíso de Goiás Estado: Goiás Contatos: Fazenda da Cachoeira do Segredo Data da visita: 08/10/2010 a 12/10/2010 Como chegamos: BR020-BR010 até Alto Paraíso-GO239 até São Jorge-GO239 por 11km até a entrada da fazenda da cachoeira do Segredo, mais 3km de acesso até o estacionamento da fazenda. O que visitamos: cachoeira do Segredo por baixo e por cima, Serra da Boa Vista,Cânion do alto da Boa Vista, Cânion dos Couros, Cataratas dos Couros. Mapa: Linha amarela marcada no Google Earth. Linha vermelha, realmente, o que caminhamos marcado pelo GPS. Saímos, sexta-feira, de Brasília/DF rumo à Fazenda da Cachoeira do Segredo, município de Alto Paraíso de Goiás, em Van alugada. Viagem tranqüila. Chegamos por volta de 1 hora da manhã (sábado), levantamos acampamento próxima ao estacionamento que dá acesso à cachoeira do Segredo. Logo no amanhecer, o dono da propriedade veio nos visitar, cobrando uma taxa de R$15,00 Reais por pessoa. Foi quando pagamos o “ingresso”, informamos o que iríamos fazer e pegamos dicas. Ressalto que a travessia até o couros era inexplorada. No primeiro dia, iniciamos a caminhada por volta das 9h:30min da manhã de sábado(09/10), depois de uma pequena chuva. Paramos para nos alimentar, e iniciamos, percurso plano, margeando o rio do segredo. O Sol era escaldante, amenizado pela fartura de águas límpidas e piscinas naturais no percurso. A beleza natural é um energético para se manter na caminhada, o que nos atraía para um bom banho. A caminhada foi tranqüila, mas requer uma boa condição física, principalmente, quando está carregando consigo uma mochila cargueira. Em fim, depois de horas, com o céu se fechando e uma “tempestade” vindo em nossa direção, contemplamos por pouco tempo a beleza indiscutível da Cachoeira do Segredo. Uma beleza fantástica, pois de tantos obstáculos fomos recompensado, e que recompensa! Banhamos por pouco tempo no poço natural da cachoeira, pois a chuva estava iniciando sua limpeza das almas que ali estavam. Decidimos, então, partir para o ponto de dormir - que seria no alto da cachoeira do segredo. Ressalto, que na ida para cachoeira identificamos a subida da trilha que leva à cachoeira por cima. Fica 1km antes da cachoeira do lado direito da trilha, subindo por uma crista bem inclinada ao lado de uma grota. Então, retornamos para iniciarmos a subida. Ufa! Que subida....seguindo uma trilha pouco marcada, fomos subimos com todas as forças e vontades. Logo que passamos os obstáculos, avistávamos uma paisagem surpreendente do vale. Infelizmente, ou felizmente, a vegetação estava, literalmente, queimada até o alto da cachoeira – devido a falta de consciência ambiental. O fogo consumiu boa parte da chapada. O caminho até alto da cachoeira é marcada, mas, todavia,nos perdemos; logo, estabelecemos o caminho para o fim almejado, que era levantar acampamento no alto da cachoeira do Segredo. Assim, depois de uma longa caminhada, o cansaço predominou até que encontramos o ponto ideal para levantar o acampamento, o único que daria para 5(cinco) barracas. Banhamos, fizemos nosasas refeições, trocamos ideais, e partimos ao descanso (o incrível que no alto da cachoeira, tem sinal para telefone móvel). Cachoeira do Segredo - Chap. dos Veadeiros/Go No segundo dia, além de espetacular, foi de muita tensão. Antes de sair do primeiro acampamento rumo ao segundo ponto planejado, abastecemos bebendo muita água, porém, não abastecemos suficientes todos os cantis, um erro que custou caro depois. Pois o caminho que traçamos era inexplorado, então, abrimos caminho sem conhecer o terreno. Traçamos uma rota e nela seguimos, independe da subida e descida, o objetivo era contemplar o visual espetacular dos Cânions e, depois, seguir rumo a cataratas dos Couros, o ponto final. Assim seguimos às linhas traçadas pelo Google Earth, que seguimos pelo GPS. Entre acordo e desacordos pelo caminho a seguir, traçamos um caminho que não precisávamos fazer, o calor estava escaldante, a mata seca, escassez de água alimentava o mau estar, foram horas de sacrifício até conseguirmos encontrar um pequeno brejo, com água com volume de carvão das queimadas, mas logo, encontramos águas mais limpas e bebemos até saciar a sede. Descansamos por volta de uma hora, e mais uma tempestade cruzava nosso caminho. Decidimos seguir em frente, pois a tempestade estava,loucamente, afim de nos pegar. Não deu outra, ela veio com tudo, raios, granizos, ventos, o medo constante, pois ninguém queria sair fritado dali. Então, cobrimos com a lona e ali ficamos quietos, raios a menos de 2km de nós, seguimos o que recomenda os manuais de sobrevivência. A chuva foi suficiente para encher todos os buracos de água, menos um problema a ser enfrentado, falta de água no caminho. Felizmente, a chuva ajudou a chegarmos na ponta do Cânion 1 (batizado por nós). A vegetação queimada facilitou bastante tanto o deslocamento como a visibilidade. Fizemos o trajeto evitando inclinações acentuadas o que nos fez contornar alguns vales escarpados passando próximo às cabeceiras. Passado algumas horas, continuamos a trilhar, faltando 2 horas para o pôr-do-sol, então, teríamos que apertar os passos e encontrar um bom lugar de levantar acampamento. Depois de atravessarmos um caminho escolhido por nós, encontramos uma pequena cachoeira, extasiante paisagem desde o primeiro dia. A beleza que nos cercava fomos até à beira do Cânion 1, uma vista maravilhosa. Traçamos um novo caminho para o objetivo final, e todos foram de acordo. Assim, decidimos seguir o caminho, pelos bons ventos caímos em uma trilha marcada; segundas informações, liga o Vale da Lua ao rio dos Couros, objetivo final. Caminhamos até encontrar o ponto ideal para o acampamento e ali descansar para o dia seguinte e “final”. Final do dia tranqüilo, um céu estralado, refeições feitas, porém, infelizmente, um descanso quase descanso, se não fosse outra onda de tempestade. Que tempestade! O vento forte fortalecia o medo dos que, ainda, estavam acordados, pois o barulho foi intenso, até que cada um levantou verificar e reforçar as estacas. A chuva foi muito forte e prejudicou o sono com raios que, segundo, caiu perto de nossas barracas, pois o chão tremeu. Uma ventania louca, ufa...que noite difícil. Um teste para todas as barracas, a minha está aprovada. O bom que no amanhecer, todos estavam bem e prontos para o começar uma nova caminhada. Cânion 1. Vegetação castigada pelo fogo Poço O terceiro e penúltimo dia, mais calmo depois de um dia de tensões pela seca e tempestades, reforçamos todos os cantis para não passarmos o problema anterior. Iniciamos a trilha mais tranqüila, já que este caminho estava bem batido. Entre subidas e descidas, tivemos uma vista MUITO LINDA, avistando seus enormes paredões de mais de 200m. Local remoto, bonito, selvagem; vegetação alta; difícil acesso. Pela manhã, com 1 hora de caminhada, já avistamos a cachoeira da entrada do Cânion do Segredo ao longe. Serpenteamos morros seguindo a trilha até um gerais largo ao lado do alto da serra da Boa Vista onde a trilha seguia um rumo diferente do nosso. Seguimos o rumo do GPS sempre tendendo à direita no sentido do contorno do Cânion 1. Tomamos um bom banho em um poço do rio do Cânion 1. Daí em diante não havia trilha e tivemos que caminhar no faro e pelo GPS. Atravessamos uma mata nativa, primária com muitas marcas de Anta. Chegamos nas cataratas pouco antes das 17h, armamos barraca na margem direita do rio, lugar MUITO LINDO, fizemo nossa janta, o friozinho era gostoso, assim terminamos o dia deslumbrante. Cataratas dos Couros - Chap. dos Veadeiros/GO Um lugar MUITO LINDOO... Cataratas dos Couros/Go Pôr-do-Sol nos couros, objetivo alcançado. No último dia, pela manhã, desarmamos as barracas, 3 integrantes seguiram até a boca do Cânio, última queda do rio do couros, outra turma, decidiu curtir na primeira queda. Pois, eu mesmo, tinha torcido o pé. O que me obrigava a permanecer quieto. A informação dos colegas que foram, o lugar estava lindo e imponente com toda aquela água. Foram até a última cachoeira alcançável. Retornaram e seguimos 20 minutos até o estacionamento da cataratas dos couros, ponto marcado para o resgate pela van que alugamos. Chegamos, então, exatamente no horário marcado: 14h, porém o motorista se perdeu e chegou quase 1h depois do combinado. Assim, retornamos e paramos para bebermos uma boa coca-cola com pastel de queijo do seu Portuga. (quem for para alto paraíso, não deixe de experimentar). Chegamos em Brasília e decidimos terminar a reunião com uma boa gelada. O que levamos: tudo de acampamento, inclusive GPS, mapas, bússola, lonas para chuva, pazinha para cocô. Tempo de caminhada: em média 8 horas por dia com vários intervalos para água, banho, lanche, fotos, mirante, etc. Grau de dificuldade: muito difícil, não recomendada a replicação sem guia. É necessário muito preparo físico. Custo da Viagem: Transporte: R$115(divido por 7 pessoas em uma Van de 20 pessoas), Ingresso: R$ 15,00, Comida: R$ 25 (divido entre 4 pessoas, o resto do grupo levou comida própria). Necessidade de guia: SIM. Precisa de guia mesmo se for somente até a cachoeira do Segredo. Dicas: NÃO SUGERIO REPLICAR A TRILHA SEM GUIA, é praticamente impossível fazê-la sem experiência e sem saber usar o GPS. *Alguns trechos deste relatório teve ajuda do companheiro de trilha. Cleber Afonso
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