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  1. Essa trilha seria o início do nosso feriado prolongado, iríamos caminhar até Bonete ficar por lá 3 dias e voltar de barco. Mas a chuva mudou nossos planos... Foram 9h na estrada/balsa até chegar no bairro de Borrifos, sul da Ilhabela-SP. Estava chovendo, sem nenhum indício de que iria parar. A chuva já vinha durante a semana, mandamos mensagem perguntando ao hostel se a trilha seria possível de ser feita com chuva e a resposta foi “com chuva leve é possível, há pontes para atravessar as cachoeiras”. Éramos 4 pessoas: L., G., A. e eu. Meu pressentimento era de teríamos que procurar outra hospedagem em Ilhabela. G. perguntou no restaurante Nova York (onde termina o asfalto, caminho pra Sepituba) se era possível fazer a trilha com aquele tempo. Lá disseram não. Havia uma pousada e estacionamento ao lado, fomos ver se havia quartos vagos e o que diziam sobre fazer a trilha. Não havia hospedagem disponível. O dono do lugar disse que a trilha era possível de ser feita, seriam umas 3 a 4h de caminhada, acabamos animando. Como o barco na volta ficaria próximo a esse local, usamos o estacionamento (R$10,00/dia) e iniciamos a trilha a partir dali mesmo (2km até Sepituba, onde tem uma porteira identificando a Fazenda da Laje e inicia a trilha para Bonete, cerca de 11km). Fomos preparados: dentro da mochila tudo estava em sacos plásticos ou estanque, tínhamos capas de chuva e capas nas mochilas. Saímos do estacionamento às 13:30h. Caminhamos cerca de 30 min até a porteira e início da trilha para Bonete. Após cerca de 1h 10min de subidas e descidas, chegamos na primeira cachoeira: Cachoeira da Laje. Os borrachudos estavam fazendo a festa apesar de todo repelente que passamos. Ao abaixar para lavar o rosto, G. perdeu seus óculos de sol para a água...infelizmente eles não fizeram falta por aqueles dias... Essa cachoeira parece bem gostosa para banhos, mas não foi possível aproveitar por causa do tempo: chuva e pressa para chegar antes de escurecer. Passamos pela ponte suspensa e caminhamos mais 2h até a Cachoeira do Areado. Nesse caminho atravessamos várias quedas de água, muito barro, mais subidas, descidas e borrachudos. Após mais uma 1h30 atravessamos a última cachoeira, Cachoeira do Saquinho. Essa trilha seria impossível se não houvessem as pontes nas cachoeiras. Após a terceira cachoeira, caminhamos por trilha aberta e já conseguimos visualizar a praia de Bonete. Tínhamos reserva no Hostel Sambaqui, foi fácil de chegar. Tudo é muito perto. Vilarejo é bem simples, com gerador a óleo e placas de captação de energia solar. Após 23h em geral acaba energia, não esqueçam de levar lanternas. O lixo orgânico é enterrado e dejetos despejados em fossas. O lixo não orgânico é levado de barco, uma vez por semana, até S. Sebastião. O dia seguinte amanheceu chuvoso, desde a noite anterior chovia sem parar. Após café da manhã, ficamos no hostel e jogamos baralho por horas. Saímos para almoçar tarde e andamos um pouco pela praia mesmo com chuva. As ondas do mar estavam muito fortes. No restaurante disseram que não tinha mandioca porque estava perigoso sair de barco para buscar. Logo começamos a pensar na volta: e se não saísse barco por causa do mar? Voltar pela trilha e chegar de madrugada, com transito da volta de feriado??? Decidimos antecipar a volta e fazer a trilha novamente no dia seguinte. Mesmo com os 3 dias de chuva contínua, tínhamos mais medo do barco do que da caminhada! Afinal, já sabíamos que seriam umas 6h, conhecíamos o caminho e não haveria risco de ter que caminhar no escuro, já que sairíamos logo após o café da manhã. No dia seguinte, no hostel, avisaram que os barcos conseguiriam sair pela manhã. Mas como dizia G. “prefiro encarar a trilha que o ‘titanic’”, voltamos caminhando mesmo. Esse dia teve menos chuva que em todos os outros e foi mais tranquilo que o trecho da ida. Encontramos dois rapazes no caminho, um israelense e um brasileiro dono de um hostel que o acompanhava. Eles não tinham muita informação sobre Bonete, quando dissemos que já estávamos caminhando havia 3 horas, desistiram e voltaram pra Sepituba. Como estavam com uma pick up corsa, ofereceram carona na caçamba desde a saída da trilha até o local onde o carro estava estacionado. Foi um anjo que surgiu para aliviar 2km das nossas pernas!!! No estacionamento / pousada, pedimos para tomar um banho (R$5,00 cada) Conseguimos voltar a ter cara de gente! Como é bom ficar limpo e seco! Nesse dia era aniversário da A. e merecíamos um almoço para comemorar tanto o aniversário quanto nossas aventuras! Paramos no All Mirante, restaurante maravilhoso, com vista pro mar e comida ótima. É caro, mas vale cada centavo! E como falamos que era o aniversário da A., ela ganhou a sobremesa! Teve até foto do por do sol!!! Temos que voltar para Bonete, com tempo bom para aproveitar melhor o lugar. Gostei da caminhada, mas por lá não conseguimos fazer nada com chuva. A praia é mais para surfistas, mas disseram que há uma trilha de 40 minutos para praia de Anchovas que é bem tranquila e muito bonita também. Tem mirante do lado oposto do que chegamos e uma cachoeira bem próxima da vila (Poço Encantado), que também ficou para próxima. O staff do hostel Sambaqui é muito atencioso, gostamos! Eles nos recomendaram na próxima deixar o carro na av. principal de S. Sebastião, atravessar a balsa a pé e pegar o ônibus até Borrifos para fazer a trilha. Ou pegar o barco direto de S. Sebastião para lá, sem precisar passar pela Ilha. Frases da viagem: “vai com cautela” e “já era previsto”... Frase inspiradora: “tudo vale a pena se a alma não é pequena”
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