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Segundo trekking em Aysén, realizado após Cerro Castillo (vide relato). A Reserva Natural Tamango é um local bonito e de trilhas sem maiores dificuldades, ideal para relaxar um pouco, depois de um trekking mais puxado, como o de Cerro Castillo. Dia 16/03/2016 – quarta – Villa Cerro Castillo/Cochrane Após chegar em Cochrane fui para uma cabaña que reservei pelo Booking. Lugar legal, apenas a cerca de 1 km da entrada da RN Tamango, as margens do belíssimo Rio Cochrane. Águas de um azul transparente. Se passasse uma truta nadando pelo fundo dava para ver. Ofurô legal. Pena que não pude me banhar nele. Gosto de fazer um intervalo destes entre uma trilha e outra para secar as coisas, lavar roupas e comprar lanches de trilha. Dia 17/03/2016 – quinta – Guardería CONAF/Laguna Tamanguito O dia nasceu bonito. Fui para a portaria da CONAF. Lá o guarda-parque me deu orientações e um mapinha. Não me cobrou a entrada, porque estavam em falta os boletos de entrada. Assim eles não podem cobrar. Os chilenos agem com muita lisura. E este é o segundo Parque/Reserva onde não pago a entrada ($ 5.000, estrangeiros). Parti morro acima as 10:45. A medida que subia ampliava a vista para Cochrane, a SW, e para o lago Cochrane, atrás, a E-SE. Era o sendero conhecido por Las Águilas, com 3,2 km de extensão. Vegetação mais arbustiva no caminho. Com 1:20 cheguei num campinho dentro de um vale onde havia outra edificação da CONAF, um alojamento para guarda-parques. Estava vazio e trancado. Nesta área, há algum tempo atrás, um trekker acampou e apareceu una leona con dos cachorros - uma puma com dois filhotes, que ficou rodeando a barraca e rosnando. Imagino o que o cara sentiu dentro da barraca, trekking com emoção, kkkkkk (dou risada porque não era eu). Quando deixou de ouvir ruídos, olhou por uma fresta da barraca e, não avistando nada, correu para o alojamento CONAF que estava trancado. Quebrou a vidraça de uma janela e pulou lá dentro onde passou o resto da noite. Posteriormente os guarda-parques constataram que o trekker não estava de brincadeira. Encontraram os rastros em volta da barraca. Atrás do alojamento começa o sendero Las Lengas, extensão de 4,8 km, levando até a laguna Tamanguito. Subida puxada. No topo um belo mirante para o lago Cochrane, onde lanchei. Em seguida, com o terreno mais nivelado, a vegetação fica mais bonita, uma floresta de lengas em todo o seu esplendor. O lago Tamanguito aparece entre as árvores, depois de 1:50 do alojamento da CONAF. Ao Norte se divisa o Cordón Tamango, que separa o lago Cochrane do Valle do Chacabuco, onde fica o Parque Patagônia. Achei o local do acampamento as margens do lago Tamanguito não muito bonito. Talvez pela influência do tempo que começou a mudar, passando a nublado e ventoso. Como cheguei cedo, resolvi subir a trilha Los Condores, 3,0 km, para avistar o Valle Chacabuco que fica do outro lado. Escondi a mochila e usei somente como pochete a bolsa superior dela, com os essenciais, que aqui na Patagônia são apenas o agasalho, abrigo, balaclava, luvas, headlamp, bússola, faca, água e barras de cereal ou outra comida de trilha. Subida tranquila. Logo após sair do bosque de lengas e ficar acima da linha das árvores avistei no topo de um morro um guanaco. Logo depois avistei o restante do bando, pastando mais abaixo. Me deu a clara impressão que o guanaco no alto era o vigia do grupo, que deveria alertar se aparecesse algum predador (i.e., um puma). Tirei algumas fotos com o celular. Devido a distância não ficaram boas. No alto uns pequenos tarns (lagoas criadas pelo degelo) e, um pouco mais para o norte, do selado se avistava o grande e formidável vale do Chacabuco, com suas vastas estepes patagônicas. Levei 1:20 até aqui, a partir da Tamanguito. O vale do Chacabuco foi comprado pela Conservação Patagônia, iniciativa do Doug Tompkins, o fundador da The North Face. Infelizmente este grande homem faleceu em dezembro de 2015 de hipotermia, após virar o caiaque numa tempestade no lago General Carrera. Mas o Parque Patagônia, seu projeto pessoal, segue firme. Deverá ser doado ao Governo Chileno com a condição de que ele faça a unificação dos Parques Tamango (onde eu estava) e do Parque Jineimeni, mas ao NE. Isto criará um super parque, um dos maiores da América Latina. Tirei fotos, mas as nuvens escuras, o vento frio e forte e a queda de uns flocos de neve avisavam que eu não poderia ficar ali por muito tempo. Usei boa parte dos essenciais que havia colocado na pochete (é fácil compreender porque precisamos deles aqui na Patagônia, mesmo em curtos passeios). Voltei ao acampamento. O tempo frio e ventoso desencorajaram um banho no lago. Um dos poucos dias que não tomei banho. Fiz minha comida e vesti mais camadas de roupa porque sabia que a noite seria fria e o saco de dormir não aguentaria (sou frioento). Dia 18/03/2016 – sexta – Laguna Tamanguito/Playa Paleta Não deu outra. Ao amanhecer abri a barraca e havia geado durante a noite. A água que havia deixado dentro da panela no vestíbulo, para o café da manhã, estava congelada. Dentro da barraca fez 1°C durante a noite, quando chequei o relógio. Saí mais tarde do acampamento, 10:40, esperando o gelo derreter e a água secar na tenda. O dia amanheceu bonito, ensolarado. Voltei ao ponto onde desci para encontrar a laguna e onde fica a encruzilhada para a trilha Los Valles, 4,6 km, que prossegue para a laguna Elefantita. Com uma hora estava lá. Belíssima laguna, águas límpidas, claríssimas. Lanchei e tirei fotos. Com mais 30 minutos começa a descida para o lago Cochrane, através do sendero Los Pumas, 4,2 km. Tirei fotos de um mirante com ampla vista. Lago grande, bonito, com várias ilhotas. Com cerca de mais uma hora cheguei a um refúgio abandonado e trancado, o El Hungaro. Eles trancam porque tem o perigo do hantavirus. Pensei em acampar na área externa, mas o córrego que fica perto estava com muito pouca água. Decidi descer para acampar na Playa Paleta pois estava a fim de um banho. Antes comi algo no mirante. Mais 45 minutos pelo sendero Los Ciruelillos (uma bonita flor vermelha que se encontra lá) cheguei a la playa. Bonito lugar, um bosque a beira do lago com área de camping, um pier e 3 refúgios para alugar, que estavam vazios e trancados. Decidi acampar perto do terceiro refúgio, mais afastado, dentro da floresta, para quebrar o vento que soprava forte. Fui tomar um banho. Tinha até onda. A água gelada dá um choque inicial mais é impressionante como revigora e alegra. Na hora que saímos da água o mundo parece quente e confortável, mesmo soprando um vento frio. Voltei para o acampamento onde fiz a janta. Após sai para algumas fotos. Dormi em seguida. Não vi ninguém durante o dia, exceto pescadores num barco, que vi do alto, mas que saíram da praia antes de eu chegar. Dia 19/03/2016 – sábado – Playa Paleta/Camping da Guardería Outro dia bonito. Ganhei na loteria. Estou impressionado pela sucessão de dias bons. A única exceção foi a geada na Tamanguito. Saí 11:00. O sendero Los Coigues (árvore típica de lugares mais baixos), de 3,9 km, é muito bonito. Segue margeando o Lago Cochrane, com algumas subidas e descidas que o tornam cansativo. Mas as vistas são muito bonitas. O lago lá embaixo com águas transparentes, entre as árvores, é uma visão inesquecível. Encontrei um casal de chilenos num mirante. Tiramos fotos uns dos outros. Um pouco depois da metade do caminho fica o Campamento las Correntadas. Local agradável, onde almocei. Tem um refúgio (também fechado) e um pier. Já antes deste ponto não tem mais lago. Margeamos o rio Cochrane, de águas também transparentes, desaguadeiro do lago, que segue por um vale/desfiladeiro estreito. Um casal de chilenos chegou e decidiu lanchar ali também. A partir dali começa o sendero Los Carpinteros, 4,6 km (acho que chamam assim os pica-paus), e a trilha fica mais fácil, sem tantas subidas e decidas. Cheguei no camping pago da Guarderia as 16:30. Banheiros limpos com ducha quente. Se soubesse já teria vindo direto para cá quando cheguei em Cochrane. Economizaria uma boa grana da cabaña. Dia 20/03/2016 – Domingo – Camping Guardería/Cochrane/Camping Guardería Resolvi ficar no camping e não fiz um sendero chamado Los Huemules, de 6,8 km (veado típico da Patagônia e em perigo de extinção). Acabei não avistando nenhum. Preferi ir para Cochrane (5 km distante) para fazer um mercado para a terceira e última etapa da viagem (trekking para o Cerro San Lorenzo) e para usar o wifi público da cidade para falar com minha família e trocar mensagens, além de lavar roupas. Dia 21/03/2016 – Segunda-feira Sai cedo para Cochrane. As 11 horas pegaria a van para o Cerro San Lorenzo, que só tem as segundas e quintas. Farei em breve relato sobre o san laronzo, última etapa desta viagem para Aysén. Dicas Trilhas da Reserva Natural Tamango bem marcadas. Pegue o mapinha na Portaria CONAF para orientação e planejamento do trekking. O camping da CONAF perto da portaria é boa alternativa de hospedagem em Cochrane. Bem mais barato ($ 4.000/dia/pessoa), com ducha quente e banheiro limpo. Local para recarregar eletrônicos. Mas procure fazer as compras antes de vir para cá. A cidadezinha fica a 5 Km do camping. Na Portaria eles informam os locais mais prováveis para avistar o huemul. Na primavera e verão as fêmeas com filhotes descem mais para perto do Lago Cochrane porque sabem que os pumas evitam os humanos (normalmente). Livro de referência: Guia de trilhas, Carretera Autral, do Guilherme Cavallari, Editora Kalapalo. Apesar do título é um livro mais para quem vai percorrer a Carretera Austral de bike ou de carro. Mas também tem várias trilhas e boas informações sobre Aysén. Esqueça a tabela de orientação das trilhas da Reserva Tamango, é totalmente desnecessária. As trilhas são bem batidas. Talvez porque na época em que o autor visitou a reserva (2009) a situação fosse diferente. Se você realmente precisa usar aquela tabela considere outra atividade que não o trekking. Se você for para Cochrane de ônibus e pretende voltar da mesma maneira compre logo que saltar na cidade a passagem de volta. Que vaya bien! Vcs podem ver o relato com fotos aqui: https://aventurebox.com/ptofte/rn-tamango-aysen-chile/report
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O Cerro San Lorenzo é a terceira e última etapa de minha viagem de 2 semanas por Aysén. Está descrito como Campamento De Agostini, no livro Trekking in the Patagonian Andes, do Lonely Planet, de autoria do saudoso Clem Lindenmayer. A montanha é a segunda mais alta da Patagônia chilena, com 3.706 metros. Foi escalada pela primeira vez pelo padre De Agostini, em 1943, que provavelmente gostava muito mais de montanhas do que de missas. Ele foi um grande explorador da região. A mais alta é o Cerro San Valentín, 4.070 m, que fica no Campo de Gelo Norte. Dia 21/03/2016 – segunda – Cochrane/Fundo San Lorenzo Parti 11 horas com uma van que faz o transporte subsidiado ($ 1.800). Algumas das regiões de Aysén são tão isoladas que o transporte coletivo tem que ser subsidiado pelo governo, porque se não a iniciativa privada não tem interesse em fazer a linha ou se explorar vai ter um custo tão elevado que não vai ter passageiro. Foi uma solução que o governo chileno encontrou para manter populações nestes lugares isolados (pequenos fazendeiros sem automóveis). Esta van só faz o trajeto duas vezes na semana (segundas e quintas). Saltei cerca de 60 km depois, com 1:10 de viagem. Uma placa a beira da estrada indica o começo da estrada 4X4 que vai para o Fundo San Lorenzo, meu objetivo deste dia. Comecei a subida as 12:30. No caminho a laguna Corazón. Mais acima visualizamos o formato que dá nome a laguna. Logo em seguida uma encruzilhada. Tomei a direita. Placa e uma bandeirola indicam a direção do Fundo San Lorenzo. No caminho um vaqueiro (tropeiro) me alcançou, o Elia. Ele trabalha no Fundo e estava indo para lá. Informou que com mais uma hora e atrás do cerro que divisava no platô adiante a SE estava a sede da fazenda. Segui exatamente a trilha do carro mas me parecia que haviam atalhos para quem fosse a pé. Cheguei a sede com 2:15 depois que saltei da van. Uma ponte peatonal cruza o rio Tranquilo pouco antes de chegar na sede. O Elia estava sentado num banco tomando chimarrão e me ofereceu o té de mate. O pessoal desta região (Cochrane e adjacências) é conhecido como os gaúchos chilenos. Eles imigraram do outro lado dos Andes, onde hoje é território argentino quando, por acordo, aquela parte chilena foi cedida a Argentina (boa parte do sul da Argentina era do Chile até o início do século XIX). Eles vieram com os costumes gaúchos. Há alguma diferença. O chimarrão é tomado numa cumbuca menor que a da Argentina/Uruguay e Brasil, a bomba também é menor e não usam água fervendo. O modo de vestir e de ser é idêntico. Conversamos um pouco e depois escolhi um local para armar a barraca entre as árvores atrás da casa. Não tem eletricidade exceto uma gerada por painéis solares para o rádio transmissor. Mas tudo é movido a lenha: os fogões e o chuveiro quente. O camping tem um ótimo banheiro e duchas quentes. A vista para o fundo do vale, direção S-SW, é linda, o Cordón San Lorenzo com a torre de Feruglio e uma série de glaciares que alimenta a laguna del Tranquilo, que dá origem ao rio de mesmo nome (mas não achei o rio assim tranquilo não). Depois que armei a barraca chegaram os donos numa pickup, o casal Luis Soto e Luci Gomez, com três jovens voluntários. Conversei com o Luis, falando que dia seguinte iria para o refúgio e que na volta gostaria de comer um cordeiro asado al palo. Eles tem 300 ovelhas e 50 cabeças de gado além de cavalos. Os cordeiros são apenas para consumo próprio e dos turistas. A lã é vendida para uma cooperativa. Em torno de 15 de maio eles irão para um vale mais abaixo para passar o inverno e levarão todos os animais (inclusive as galinhas). Apenas deixam um gato na casa para impedir os ratos de fazerem a festa (e evitar o hantavírus). Andei um pouco nas imediações e fui preparar a janta no quincho (construção típica chilena que é uma área coberta externa a casa onde fazem refeições, churrascos, enfim, festas). O quincho tem um fogão a lenha, cozinha e uma grande mesa diante de uma lareira. Não precisei usar o fogareiro, usei o fogão. É muito legal esta coisa de cozinhar a lenha. E aquece o ambiente. Com a comida liofilizada na verdade bastaria um cartucho de gás de 230 gramas para 2 semanas na Patagônia. Vou ter de doar o outro cheio, que comprei por precaução. Noite com temperatura agradável (acho que estou acostumando...), mas com ráfagas de viento. Dia 22/03/2016 – Fundo San Lorenzo/Refugio Toni Rohrer 9,5 km. 325 m de aclives. Saí as 11:00. Como ficaria no refúgio deixei a minha barraca montada. Tomei rumo NE para sair da área da fazenda e contornar um cerro e descer para um vale que ruma SE, onde corre o Arroyo San Lorenzo. O fundo deste vale já é território argentino. Após meia hora aproximadamente cheguei a uma cerca que protege uma área onde se planta avena. Não se pula esta cerca. Vira para a direita seguindo a cerca até seu final e aí dobra a esquerda passado a seguir em frente entre a cerca e as encostas do vale. Ao final, sobe um pouco para encontrar uma porteira junto a umas lengas. Pula a cerca e continua seguindo para o fundo do vale, SE. Há uma outra porteira mais adiante que temos que passar. O Luis Soto me aconselhou a fechar cuidadosamente as tranqueras (porteiras) caso contrário os cavalos abrem com os dentes (espertos...). Há várias trilhas de gado paralelas e nenhuma sinalização. Mas o sentido é óbvio. Teremos que seguir até encontrar o vale onde nasce o Arroyo San Lorenzo, o primeiro que se abrirá a direita, já visível. A trilha vira uma só e passa pertinho das margens do arroyo. Após 1:20 o terreno plano se torna uma ladeira e começamos a subir o estreito vale a direita, rumo S/SW. Como o vale é estreito o Arroyo San Lorenzo acavala dentro de um cânion mais estreito ainda. Em poucos momentos é possível observar o arroyo furioso lá embaixo, devido a altura e a existência de alguns degraus de rocha antes do paredão que despenca para o rio. Ali nem caiaque com vaselina passa. Entrei num maravilhoso bosque de lengas, O vale é de uma lindeza só. O San Lorenzo ainda está escondido atrás de uma curva. Mas adiante ele aparece majestoso. Com 3 horas cheguei no refúgio. Local excepcional, com linda vista do Cerro. Um banquinho de madeira permite lanchar com aquele vistão. O refúgio, embora não muito grande, é o mais bonito e funcional que já visitei. Eu estava sozinho, era todo meu!!!! Projetado e construído pelo Luis Soto dá gosto ficar nele. Fiquei espantado com o fogão de ferro, a lenha, na cozinha. Que trabalheira deve ter sido para subir com ele até aqui (foi dividido e colocado no lombo de cavalos, mas nas subidas íngremes 4 homens tiveram de carregá-lo). Tem o nome do alpinista Toni Rohrer, suiço, a pedido da esposa dele, para homenageá-lo. Ele morreu na descida do San Lorenzo, após fazer cume. Cerca de 6 pessoas já morreram em sua encosta. Os dois últimos, famosos esquiadores, foram fazer um documentário, morreram em uma avalanche (A. Fransson e J.P. Auclair, + setembro/2014). A cozinha do refúgio estava decorada por bandeiras de países e por placas comemorativas. Uma delas era do Niclevicz, que fez cume em janeiro/2015, junto com o peruano E. Espinoza. Mais um brasileiro esteve por lá (Marquinhos). A NOLS parece que conduz expedições anuais para o cume. Pena que não trouxe minha bandeirinha do Brasil, para deixar na parede. Fiz um passeio para a laguna do glaciar e fiquei pelo vale admirando a paisagem, tirando fotos. Mas não pude cruzar vários dos riachos que desciam das geleiras acima. Aquela hora da tarde, com o “calor” do dia já estavam com uma vazão grande. Há um roteiro para uma laguna mais acima e que segue para o Paso del Comedor e a Brecha de la Cornisa (2.266 m). Apenas para alpinistas experientes. Possivelmente por passar por geleiras com gretas. Não quis subir ao menos um trecho, pelo adiantado da hora. Vi também o antigo e agora deteriorado refúgio que foi feito por De Agostini. Acendi a lenha e comecei a esquentar água para a janta e para o banho. Tomei banho de bacia (estava sozinho). Comi a janta sentado no banquinho, com aquele visual. Tirei fotos e fiz uns time-lapses. Dia 23/03/2016 – quarta – Refúgio Toni Rohrer/Fundo São Lorenzo. Choveu e esfriou bem durante a noite, rajadas de vento fortes. A previsão do Mountain Weather Forecast estava certíssima outra vez. Previu frio, neve e rajadas de até 60 mph. De manhã começou a nevar, mas poucos flocos. Na montanha é que o pau estava comendo. Mal dava para enxergar ela. Saí 10 horas. Com o tempo ruim não valia a pena fazer passeios nas redondezas. Desci o vale debaixo de vento e um pouco de neve. Com pouco menos de 3 horas estava de volta ao Fundo. Tive que me agasalhar bem no caminho, inclusive com luvas, devido ao vento frio e forte. Cheguei meio espantado vendo o Elia, o Luis Soto e a Luci trabalhando duro, tranquilamente, debaixo de vento e chuva como se fosse um dia ensolarado. Para comemorar jantei um cordeiro delicioso feito pelo Luis no forno. Não pode ser al palo porque estava chovendo, ventando e nevando ocasionalmente. Jantamos juntos, ele ofereceu um vinho para acompanhar. Dia 24/03/2016 – quinta – Fundo San Lorenzo/Cochrane Levantei 7:30. Luci me chamou para comer uns pãezinhos que tinha feito no dia anterior, com marmelada. Os simpáticos voluntários (o francês Olivier, sua namorada, a chilena Heloisa e Thomas, também chileno) estavam comendo cordeiro no desayuno! Muito legal esta coisa do trabalho voluntário. Vinham percorrendo a Carretera Autral de bike e trocando alojamento e comida por trabalho voluntário. O casal passou uma ou duas semanas trabalhando também como voluntários no Parque Patagônia. Tirei mais umas fotos e parti as 9:30. Dia bonito. Na altura da laguna Corazón encontrei com um caminhão da Municipalidad de Cochrane que vinha abastecer o trator que estava trabalhando na estrada de rípio até a fazenda. Haveria uma Carrera de Aventura San Lorenzo – bike, caiaque e corrida - em comemoração ao aniversário de Cochrane (a cidade foi fundada em março de 1954, com apenas 10 casas). Precisavam melhorar a estrada para os carros subirem para San Lorenzo. Cumprimentei-os no que o motorista parou e me disse que na volta me daria carona. Assim o fez e acabei voltando mais cedo, sem precisar usar a van, que só passaria as 13 horas. Os chilenos daqui são gentis e oferecem carona como se fosse a coisa mais natural do mundo. Em Cochrane ainda consegui de volta o dinheiro que paguei antecipadamente da passagem de van. Comi e me acomodei num hostel barato ($ 8.000). Amanhã 6:30 embarque no busão para 6 a 7 horas de viagem para Coyhaique. De lá para Santiago e Brasil no domingo, fim de férias. Dicas Vale a pena ficar quatro dias. Um dia na chegada, no Fundo, e dois dias no Refúgio Toni Rohrer explorando os arredores. O quarto dia para a volta. E encomenda o cordeiro! Camping com ducha quente e uso do quincho com fogão a lenha, $ 6.000/dia/pessoa Refúgio Toni Rohrer, $ 3.500/dia/pessoa Cordero para um, $ 12.000. A simpatia e a gentileza não tem preço. Tudo isto junto, a beleza do lugar, do vale e do Cerro San Lorenzo, o refúgio e a cordialidade e gentileza do Luis Soto e de sua esposa Luci fizeram este o ponto alto da viagem, até mais que o Cerro Castillo. Adorei o lugar e o pessoal. Além da natureza, conhecer a vida dos colonos gaúchos da região. Chave de ouro para encerrar duas semanas em Aysén! Van (minibus) as terças e quintas de Cochrane para o Fundo, saída 11:00. Volta nos mesmos dias. Tem que estar na estrada as 13:00. Checar antes se houve mudança no horário. Livro: Trekking in the Patagonian Andes, Lonely Planet - A grande referência da Patagônia. Opa! Não esqueçam de levar uma bandeirinha do Brasil e colocar no refúgio. Está faltando! Este relato, com fotos está no: https://aventurebox.com/ptofte/cerro-san-lorenzo-aysen-chile/report
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Preâmbulo Fazia algum tempo, três anos, que não ia para a Patagônia. Elegi outros lugares para fazer trekkings com amigos ou solo. Mas estava com muita saudade desta linda região, minha predileta. Lagos, montanhas, geleiras, florestas de contos de fadas. Os Andes patagônicos são uma das regiões mais bonitas do planeta, que venho visitando desde 1995. Num trekking no Peru, ano passado, um casal de amigos, Andrea Zimmermann e Fábio, me falaram maravilhas de Cerro Castillo, trekking que fizeram anos atrás. Resolvi ir. Ao mesmo tempo Ramon Quevedo, outro amigo, me convidou para fazer o Transpatagônia no Carnaval (trekking que passa em 3 parques: Jeinemeni, Patagônia e Tamango), perto de Cerro Castillo. Entretanto já tinha compromisso com a família e só poderia ir na Páscoa. Assim acabei fazendo solo uma viagem para Aysén, a região menos explorada da Patagônia chilena. Se a Patagônia é linda, Aysén é mágica. Tem um relevo tão recortado que a Carretera Austral avança penosamente pela região. As montanhas e lagos interrompem constantemente a estrada de rípio e é necessário tomar barcaças para prosseguir. A cada curva uma vista de tirar o folego. Acabei fazendo três trekkings na região. De cada um farei o relato. O primeiro é Cerro Castillo, local lindo, uma das melhores trilhas que já fiz na Patagônia. 13/03/2016 – Domingo – Horquetas Grandes/Guardería CONAF Saltei do minibus nas Horquetas Grandes, aproximadamente 1:10 hora após sair de Coyhaique (onde havia chegado de Santiago, no dia anterior), através da Carretera Austral. Dia ensolarado, bonito. Eram quase 11 da manhã. Respirei aliviado pela sorte de ter conseguido lugar no ônibus. No dia anterior, no guichê do terminal de ônibus, tinham me dito que não havia mais lugar, que deveria tentar a sorte falando com o motorista na hora da partida. Sorte por não ser alta estação! Peguei o penúltimo lugar disponível. Ajustei a mochila pesada (algo em torno de 16 a 17 kg pois estava com comida liofilizada para duas semanas) e os bastões. Comecei a peregrinação. O caminho seguia pela margem do rio por uma estrada 4X4 até subir e virar a esquerda passando em frente da cerca/currais de uma bonita fazenda, após 30 minutos. Logo em seguida começa uma bonita floresta de lengas, por onde a estrada prossegue até chegar ao Estero La Lima. Este estero (rio) dá nome ao belo vale que segue uma orientação SW ou W. Orientação fácil, basta seguir a estrada. Não precisei tirar a bota e calçar as havaianas em nenhum momento para atravessar o estero La Lima ou os seus rios afluentes. A região estava sem chuvas há vários dias. Todos os relatos que li falavam na travessia “molhada” destes rios. Prosseguindo vale adentro, após passar por um mallín (brejo) e um pequeno lago a esquerda cheguei na Guardería (portaria) CONAF as 17 horas. Ali efetivamente começava o Parque Nacional. Não haviam guarda-parques. Não tinha como pagar o ingresso ($ 5.000). Cansado não quis prosseguir por mais 45-60 minutos para um acampamento mais adiante, no Rio Túrbio. Armei minha barraca, tomei um banho de panela no riacho (brrrrr) e depois preparei minha comida liofilizada. Mais tarde chegaram 3 chilenos, um casal e mais um amigo. Pessoal gente boa. Um deles já havia feito a trilha 3 anos antes. O local estava empesteado de lagartas de fogo, que lá tem o nome de curcunas. O líder do grupo me explicou que era uma praga que estava assolando aquela área já fazia 3 anos. O incrível que você sentava na mesa e aparecia uma curcuna querendo subir na comida. E como subiam rápido na mesa! Ajudei-os a montar as barracas. Fotografei o bonito por do sol atrás das montanhas da Cordillera Castillo. Fui dormir cedo. Na hora de tirar o casaco dentro da barraca senti um espinho na manga e passei a mão para tirá-lo. Na verdade era uma curcuna no casaco, o que me queimou a palma da mão. Joguei-a no vestíbulo e assentei uma botada na dita cuja. Cuidado então ao acampar neste local. 14/03/2016 – Segunda – Guardería CONAF/Campamento La Tetera O sol só aparece as 07:30 e ainda assim um frio de lascar para um nordestino. Apenas a partir de 8:30 começa a esquentar. Saí do acampamento por volta de 10 horas, sozinho, pois os chilenos levantaram mais tarde. Depois de 45 minutos por fácil trilha saí da floresta de lengas e entro no vale superior do rio Túrbio, local lindo. A SW vê-se claro o espetacular Paso Peñon. Encontrei um casal de franceses vindo em sentido contrário. Ela me informa que eu sou a primeira pessoa que avistam em 3 dias, depois que iniciaram a trilha. Pouco adiante entrei na área de acampamento do Rio Túrbio. Local excelente, vistas deslumbrantes. Bem que o Lonely Planet diz que é melhor acampar aqui e não na Guardería. Segui e após meia hora começa a subida rumo SW para o espetacular Paso Peñon, pela floresta de lengas e depois por um desfiladeiro com acarreo de pedras (scree). Apenas as 12 horas cheguei ao topo. O passo nivela por 200-300 m e se torna um desfiladeiro estreito com paredes laterais de pedra solta a 45°. Em três pontos ainda havia manchões de neve. Nestes manchões percebia algumas rochas sobre a neve. Isto significa que caíram do desfiladeiro lateral, deslocados pela força do vento (estavam sobre a neve e não cobertas pela neve). Uma pedrada daquelas sobre um trekker azarado poderia fazer um estrago. Deve ser por isto que os guarda-parques fecham a trilha quando o tempo está ruim. Ao terminar o desfiladeiro vista soberba para o Cerro Castillo a SW e a laguna de mesmo nome a seus pés, ainda distantes. Comecei a descida, não tão ingrime como falam os guias, mas que merece cuidado, (especialmente se houver neve, chuva ou ventos fortes) e bastões para não desgastar demais os joelhos. No lado direito caiam cascatas de um glaciar prateleira que formavam um riacho no platô abaixo. Descendo deste platô a trilha atravessa uma ponte pequena passando para a margem direita verdadeira do riacho e, após, uma área para picnic, onde sentei e lanchei (eram cerca de 14 horas). Mais 30-40 minutos de descida outra área de acampamento as margens do Estero del Bosque. Os chilenos me disseram que acampariam aqui pois estavam pesados e lentos. Prossegui agora subindo o lado oposto do vale rumo a laguna Cerro Castillo. Após 30 a 40 minutos cheguei num pequeno circo onde havia um glacial colgante (prateleira) acima, no Cerro Castillo Chico (2318 m). Mais algumas fotos e fui em frente, subindo agora por uma ladeira suave pela margem esquerda verdadeira do deságue da laguna Cerro Castillo. Mais 20 minutos e cheguei na La Tetera, local de acampamento entre lengas, logo abaixo da laguna, relativamente bem abrigado dos ventos. Encontrei um casal de americanos, descansando e prestes a armar acampamento. Segui um pouco em frente, onde encontrei Ed, um norueguês radicado em Seattle, USA. Conversamos um pouco e segui. Decidi acampar as margens da laguna, seguindo o exemplo do Ed. A bela vista do Cerro Castillo e o azul profundo da laguna me convenceram a ficar ali, num lugar bem exposto aos ventos. Montei a barraca bem alinhada ao vento. O Cerro Castillo (2675 m) tem um nome bem apropriado. Mais tarde Ed apareceu e me convidou para jantarmos juntos a beira da lagoa. Conversamos sobre a trilha e sobre equipamentos. Ele tem 60 anos, casado com uma chilena, que não o acompanhava na trilha e tinha um vigor que muito jovem não possui. E excelente equipamento. Costuma fazer trilha nas Cascades, perto de Seattle. Estava já há dois meses rodando pela Patagônia no Land Rover dele, fazendo trilha e fly fishing. Me fez notar o glacier ice fog, neblina que se formava em cima do glaciar do Cerro Castillo. Andei um pouco para fazer a digestão, algumas fotos mais e foi dormir, antes de escurecer completamente, as 20:30. Dia 15/03/2016 – Terça – Campamento la Tetera/Acampamento Estero Parada Vocês já imaginam que acordei com uma vista sensacional. Ed saiu mais cedo. Demorei um pouco mais fazendo minha mochila. Subi pelo scree da encosta Sul da laguna. Pircas marcam o caminho, alias, pouco tem de trilha naquela pedreira. Me encontrei com ele no platô no Morro Rojo. De lá avistamos a pequena Villa de Cerro Castillo no vale do rio Ibañez. Mais ao longe, rumo SE, se avistava o Lago General Carrera e terras argentinas. Subimos então por uma penosa encosta rumo W. No topo visualizamos o vale do Estero Parada. Este vale florestado também é bonito e é cercado por picos pontiagudos. A descida é demorada e penosa, uma hora aproximadamente até chegarmos a linha das árvores. Notamos que eram árvores novas porque a floresta anterior tinha queimado. Chegamos 15 horas no Estero parada, com fácil cruze do rio e acampamento do outro lado. Este local já era coberto por uma floresta velha de árvores altas. Deixamos as mochilas e fomos visitar o acampamento Neozelandes mais acima no vale. Antes de partimos chegaram duas garotas, uma chilena e uma americana, que desceram correndo de lá. Haviam também deixado a mochila onde estávamos. Bonitas e simpáticas, passaram algumas informações sobre o Neozelandes. Impressionante como basta eu falar poucas palavras para perceberem que sou brasileiro. E eu procuro falar espanhol (a maioria dos brasileiros, segundo ela, fala português com entonação de espanhol, rsrsrs). Elas seguiram em sentido oposto, rumo a laguna Cerro Castillo. Ed depois me observou que estavam usando tênis de corrida, o que era uma temeridade. É difícil estes tênis aguentarem o rojão de trilhas ingrimes de rochas. E podemos ficar numa situação difícil se o calçado se esfacelar em nossos pés. Levamos 1:15 sentido Norte para chegarmos ao Campamento Neozelandés, campo base de uma expedição Neo Zelandesa que fez vários primeiros cumes na região. Fica no meio de um bosque de lengas, dentro de um amplo circo onde a SE fica o Cerro Castillo, que víamos agora por trás. Dos lados N e E ficam vários glaciares. Local bonito. Um dos side trips recomendados pelo Lonely Planet é a Laguna Duff, uma das lagunas glaciares da área. Tiramos fotos, comi alguma coisa apreciando a vista e voltamos em seguida para o local onde deixamos as mochilas. Tomar um banho de rio (aproveitando o sol que ainda restava), armar tenda, jantar, conversar com o Ed preencheram o tempo antes de escurecer. Falei dos planos de fazer Dientes de Navarino com um amigo, no verão 2016/2017. Ed me pediu para avisá-lo, pois lhe pareceu muito interessante e ele poderia se juntar a nos. Durante a noite passou um grupo barulhento pelo acampamento, com headlamps, rumo ao Neozelandes. Dia 16/03/2016 – Quarta – Campamento Estero Parada/Villa Cerro Castillo Acordei 5 horas, no escuro e comecei a arrumar as coisas dentro da barraca. Ouvi que Ed também acordou e decidiu também descer comigo. Saímos por volta de seis da manhã iluminado o caminho com as headlamps. Céu estreladíssimo. É interessante caminhar a noite. Dá uma dimensão diferente da trilha. Após cerca de uma hora de descida fácil chegamos ao fundo plano do vale do rio Ibañez, já com luz do dia. Aí foram necessárias mais uma hora e pouco por estrada de rípio até chegarmos a Villa Cerro Castillo. Os campos ao redor tinham uma névoa tênue (umidade com o frio do amanhecer) onde patos pousavam. Visão bonita! Me despedi do Ed na entrada da cidade. Ele iria para o camping onde deixou seu carro e eu para a parada dos ônibus da linha Coyhaique-Cochrane, torcendo para ter lugar nos ônibus. Amigos que vieram no Carnaval ficaram dois dias parados aqui por falta de lugares nos busões. Esperei o horário tomando café com queijo quente, baita sanduíche. O ônibus chegou cheio, mas cheio de assentos vazios!) A viagem para Cochrane em estrada de rípio (estão no momento pavimentando vários trechos) é outra aventura muito legal. Bordeia florestas, rios e lagos, entre eles os belíssimos Lago General Carrera e o rio Baker. Dura cerca de 6 a 7 horas. Só dias bonitos, lindíssimos, sem chuvas ou neve. Quem conhece a Patagônia sabe que isto é muuuita sorte! DICAS Sempre olhe a previsão do tempo antes de partir. Embora possa haver uma mudança na previsão (Patagônia!), ela costuma ser confiável por 2 a 3 dias. Gosto do Mountain Weather Forecast, acerta muito. Leve roupas e saco de dormir pensando em -10ºC e tenda 4 estações. Vá nos períodos “ombro”, início e final da alta estação de trekking, ou seja, 1ª quinzena de dezembro e final de março e abril. Os ônibus não conseguem atender toda a demanda. A infraestrutura ainda é bem precária nesta região. Fora o fato de que os hostels, hotéis e cabañas ficam um pouco mais baratas. Para quem gosta: leve comida liofilizada. Leve, rápida de fazer e gasta menos gás. Comida altamente calórica é mandatória. Quanto mais calórico o jantar melhor vai ser seu sono e aquecimento durante a noite. A SKY Airlines é a empresa low cost que faz a Patagônia. Mas compre com antecedência. Não dá para fazer reservas em ônibus, apenas se pagar antecipadamente, o que envolve um pagamento internacional (operação de câmbio). Hipotermia é o maior risco na Patagônia. Não há problema, normalmente, de mal de altitude. Não faz muito tempo que uma israelense morreu em Cerro castillo após ter um problema com uma perna e não poder se locomover. Sua amiga foi buscar ajuda e ela passou uma noite ao relento (putz...). Amanheceu morta. Se o que li estava correto provavelmente a pessoa não tinha vestuário/abrigo suficiente. Também não deveria ter sido deixada sozinha. Traga Reais para trocar por pesos chilenos no aeroporto de Santiago. Melhor do que trazer dólares (isto em meados de março, é bom checar antes!). Excelente dica do Ramon Quevedo. Boa Trilha! Não consegui postar fotos. É difícil postar fotos aqui. O relato com fotos está no Aventure Box: https://aventurebox.com/ptofte/cerro-castillo-aysen-chile-patagonia/report
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