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Fala pessoal, Vou deixar aqui um relato de uma viagem que eu fiz para Vanuatu, Nova Zelândia e Austrália que aconteceu em 2013. ⚠️ Essa viagem é parte de um livro / ebook que eu escrevi. Quem quiser mais detalhes dessa viagem e muitas outras, pode conferir no meu ebook Destino Vulcões, no amazon.com.br (link: https://a.co/d/agKaeNM). O livro está gratuito para o amazon unlimited, e no menor preço possível no site (5,99R$). Resolvi postar o Capítulo III do livro, focando em Vanuatu, um destino mais incomum. Só pulei a parte da Austrália para o post não ficar longo demais e ninguém conseguir ler até o final.... E também porque o relato completo da Austrália está inteiramente grátis na amostra do e-book na Amazon. A amostra grátis cobre os primeiros 10% do livro (até Vanuatu), incluindo o início os capítulos introdutórios, onde conto como começou meu fascínio por vulcões ativos, falo um pouco sobre os diversos tipos de vulcões e de erupção, e explico as razões pelas quais escolhi os vulcões que visitei. Instagram: www.instagram.com/destinovulcoes Youtube: www.youtube.com/@destinovulcoes Vanuatu, Nova Zelândia, Austrália, e os melhores vulcões da Oceania Introdução – Como tudo começou Em 2012, eu e minha esposa estávamos planejando ter filhos e queríamos fazer uma longa viagem antes desse grande passo. Depois de anos trabalhando, finalmente conseguimos tirar 30 dias de férias consecutivas em março de 2013. Sempre tivemos vontade de conhecer a Austrália. Além disso, tem uma grande amiga da minha esposa que estava morando em Sydney e que tinha acabado de ter uma filha. Era o momento perfeito para conhecer a Austrália, e lá fomos nós! Já que iríamos gastar milhões de horas e $ nos voos São Paulo - Sydney, a ideia era aproveitar essa viagem para conhecer algum outro país praqueles lados do mundo. Nosso primeiro pensamento foi: já que estávamos na Austrália, por que não conhecer o Sudeste Asiático? A ideia inicial era ir para Austrália e depois para Tailândia, ali do lado.... Mas, quando fui pesquisar..., descobri que os voos de Sidney até Bangcoc duravam mais de 9h! Depois de atravessar o mundo até a Austrália, ainda teria que encarar mais 9h de voo. Nem pensar... Então eu fui pesquisar outro destino famoso por ali: Bali. Mas, adivinha? Mais de 6h de voo. Caramba, no War parecia tudo tão pertinho 🤣🤣🤣 . Sydney está no sudeste da Austrália, um país gigantesco, e fica bem longe de todo o Sudeste Asiático. Depois de pesquisar países bacanas com voos não tão longos de Sidney, escolhemos o segundo destino da nossa viagem: Nova Zelândia! O próximo passo foi pesquisar bastante sobre Austrália e Nova Zelândia. A Austrália é um país caro, eu não queria gastar todos os meus dias e $ para conhecer todas as atrações australianas. Preferi escolher o que, na minha visão, seria mais imperdível, focando em Sydney e nas praias de Queensland. Da mesma forma, pesquisei os pontos de interesse na Nova Zelândia, focando nas belezas naturais e aventuras. Uma vez definido nosso roteiro para Austrália e Nova Zelândia, ainda sobraram uns 4 dias e queríamos aproveitá-los para conhecer alguma ilha paradisíaca do Pacífico. As primeiras ilhas que vêm à cabeça são Taiti, Bora Bora, na Polinésia Francesa. E adivinha o tempo de voo de Sydney para o Taiti? Mais de 10 horas! E lá fui eu (de novo...) estudar o mapa. As ilhas mais próximas a Sydney seriam Fiji, Nova Caledônia e Vanuatu. A única que eu já tinha ouvido falar bastante era Fiji, as outras, eu nem desconfiava que existia... Descobri que, assim como Fiji, Nova Caledônia e Vanuatu pareciam ter praias belíssimas. Então qual delas escolher? Tenho um livro de viagens (Ref. 12) que falava sobre Vanuatu, destacando não só as belíssimas praias, mas também o Monte Yasur, um vulcão ativo com erupções constantes! Na época, era muito difícil achar informação sobre Vanuatu e Nova Caledônia, mas, quando li no TripAdvisor os relatos de turistas que foram ao Monte Yasur, eu tive certeza de que era lá que eu queria ir! Além disso, nesse meu livro falava que, em Vanuatu, de abril a junho, tinha um ritual de uma tribo, cujos índios subiam de uma torre de uns 20 a 30 metros de altura e se jogavam lá de cima amarrados apenas em um cipó de uns 20 a 30 metros. Que ideia esquisita, maluquice, sem noção.... Ou seja, do jeito que eu gosto! Não tive dúvidas, Vanuatu estava escolhida. Detalhe: minha esposa havia parado de tomar anticoncepcional em janeiro. Com tudo planejado para a viagem (férias marcadas, passagens compradas, hotéis reservados), em fevereiro, para nossa surpresa, descobrimos que ela estava grávida. Achávamos que demoraria um pouco... Passado o susto inicial, embarcamos em março, com ela grávida de mais ou menos 8 semanas. Resumo do Roteiro Figura III‑1: Roteiro na Austrália, Vanuatu e Nova Zelândia O roteiro escolhido foi: Dia 1 e 2 ->São Paulo –> Sydney Dia 3 -> Sydney Dia 4 -> Sydney Dia 5 -> Townsville Dia 6 -> Townsville -> Airlie Beach Dia 7 -> Whitehaven Beach Dia 8 -> Grande Barreira de Corais Dia 9 -> Australia Zoo Dia 10 -> Rainbow Beach Dia 11 -> Fraser Island Dia 12 -> Noosa Beach Dia 13 -> Gold Coast Dia 14 -> Byron Bay Dia 15 -> Brisbane ->Port Vila Dia 16 -> Mt Yasur Dia 17 -> Efate Dia 18 -> Pentecost Island Dia 19 -> Port Vila -> Auckland Dia 20 -> Auckland Dia 21 -> Waitomo Dia 22 -> White Island e Rotorua Dia 23 -> Waimangu e Wai-o-tapu Dia 24 -> Taupo Dia 25 -> Taupo -> Picton Dia 26 -> Picton -> Fox glacier Dia 27 -> Fox glacier Dia 28 -> Queenstown Dia 29 -> Milford Sounds Dia 30 -> Queenstown Dia 31 -> Queenstown -> Sidney Dia 32 -> Sydney -> SP Relato dia a dia Obs: como eu falei anteriormente, focando em Vanuatu, pulei o relato da parte da Austrália, que está inteiramente grátis na amostra do livro/ ebook do amazon.com.br. Dias 1 e 2 -> São Paulo –> Sydney Dia 3 -> Sydney Dia 4 -> Sydney Dia 5 -> Townsville Dia 6 -> Townsville -> Airlie Beach Dia 7 -> Whitehaven Beach Dia 8 -> Grande Barreira de Corais Dia 9 -> Australia Zoo Dia 10 -> Rainbow Beach Dia 11 -> Fraser Island Dia 12 -> Noosa Beach Dia 13 -> Gold Coast Dia 14 -> Byron Bay Dia 15 -> Brisbane -> PortVila Depois de 14 dias conhecendo a Austrália, era dia de conhecer um novo país. Pela manhã, pegamos um voo de Brisbane para Port Vila, a capital e maior cidade de Vanuatu. Os vanuatenses são majoritariamente de origem melanésia, apesar das ilhas sofrerem influências da polinésia francesa, britânica e chinesa. Pesquisando, descobri que Vanuatu foi uma colônia compartilhada por franceses e britânicos, eu nunca tinha ouvido falar de outro país nessa situação. Nos redutos britânicos, fala-se mais inglês, assim como, nos locais de influência maior francesa, fala-se francês. Fora isso, há dezenas de dialetos locais. Para que toda essa gente se entenda, o idioma comum é o bislama, que é uma hilariante versão rústica do inglês misturada com francês e línguas locais. Em muitos casos, o bislama nada mais é que o inglês escrito como se fala. Tipo: good afternoon = gud aftenun. Thank you very much = Tangkyu tumas. Vanuatu é um arquipélago com 83 ilhas, possui pontos de mergulho incríveis, selvas, cavernas e aldeias cujo modo de vida ainda preserva sua antiga cultura. E, claro, vulcões! No entanto, muitas atrações são em ilhas diferentes, dificultando a logística. Além disso, os voos entre as ilhas não são baratos, e a Air Vanuatu não me pareceu, digamos, uma “referência em excelência aeronáutica”... Port Vila, a principal cidade de Vanuatu, onde chegam os voos internacionais, fica na ilha Efate, que tem a melhor estrutura hoteleira. O interior da ilha é coberto por floresta tropical, com alguns rios e cachoeiras. A ilha onde está o Vulcão Monte Yasur chama-se Tanna, enquanto a ilha Pentecost é conhecida pela cerimônia indígena de Land Diving - mergulho no solo - da tribo N’gol. A maior ilha, chamada Santo, talvez tenha as praias mais bonitas do arquipélago. Em comum, todas as ilhas parecem ter belas praias, aldeias onde é possível conhecer melhor a cultura dos nativos melanésios, recifes repletos de peixes ideais para mergulhos e muitas lagoas azuis, especialmente em Efate e Santo. Por falta de tempo, escolhi conhecer apenas as ilhas de Efate, Tanna e Pentecost. Acabei não visitando a Ilha Ambrym, que abriga outros dois vulcões ativos, às vezes com lago de lava, porque na época não sabia desses vulcões. Chegamos ao aeroporto de Port Vila por volta das 14h. Embora Vanuatu não exigisse visto, a fila da imigração demorou para caramba e passamos um calor infernal no saguão do aeroporto (que era bem menor do que imaginávamos, considerando que é o principal do país). De lá, pegamos um táxi oficial até o centro da cidade, e era um carro “véio pacas”. O aeroporto e o trajeto até o centro geralmente são a primeira impressão que o turista tem de um país, como um verdadeiro cartão de visitas. Geralmente, essas vias de acesso são bem cuidadas, com pistas largas e duas faixas, mesmo nos países mais pobres.... Mas, em Vanuatu, você já sai do aeroporto em uma área urbana com casas em condições bem precárias e, da porta do aeroporto até o centro da cidade, o táxi só pegou ruazinhas de mão dupla, esburacadas e muito malconservadas. A nossa primeira impressão ao chegar em Vanuatu foi um pouco “estranha”, para dizer o mínimo... Com o atraso no aeroporto, chegamos no centro no anoitecer, só deu tempo de fechar com a agência de turismo da Air Vanuatu o tour para a cerimônia N’gol em Pentecost Island. O mais difícil foi convencer minha esposa a ir nesse tour, que ela achava uma péssima ideia... No início da noite, demos uma voltinha rápida pelo centro da cidade e logo voltamos para o hostel para arrumar as malas. No dia seguinte, iríamos até a ilha de Tanna, onde fica o vulcão ativo Monte Yasur! Dia 16 -> Monte Yasur Era dia de conhecer o tão aguardado Monte Yasur. Na língua dos nativos, Yasur significa alguém “maior que os humanos”, como um “deus”. O vulcão tem um significado cultural e espiritual para as comunidades locais, acredita-se que seja a morada dos espíritos ancestrais e é considerado sagrado. Alguns afirmam que o Monte Yasur é o vulcão mais ativo do mundo em termos de frequência de erupções. Embora não se saiba ao certo há tempo ele está em erupção, sabe-se que pelo menos desde que foi visto pela primeira vez por europeus em 1774, pelo Capitão Cook (famoso navegador britânico que explorou as ilhas do Pacífico e Oceania no final dos anos 1700). Nosso voo para a ilha de Tanna partiria logo pela manhã (7h). O terminal regional do aeroporto a “casinha” que servia para embarque e desembarque de voos regionais ficava ao lado do terminal internacional. Se o terminal internacional já era bastante modesto, imagina o regional... Quando estávamos esperando para o embarque, vimos um ratinho passando na esteira das malas no canto onde jogavam as malas dos passageiros antes de levar para o avião... Depois de um tempinho, nos chamaram para embarcar, e olha o “naipe” dos aviões que pegamos circulando pelas ilhas: Figura III‑37: Avião para Tanna Figura III‑38: Avião para Pentecost Figura III‑39: Interior da Kombi aeronave Quando o cara fechava a porta do avião, ficava uns gaps tão grandes entre a porta e fuselagem que dava para botar uma mão inteira para fora do avião 🤣🤣🤣 . Fiquei pensando o que seria mais arriscado/emocionante, visitar um vulcão ativo ou voar naqueles aviões regionais da Air Vanuatu! Enfim, lá fomos nós.... Mas depois que embarcamos, o piloto ficou um tempão para dar partida no motor. Parecia que o motor não ligava, ou não acelerava depois de ligado.... Não lembro ao certo, mas o avião não saia do lugar. O cara tentava dar partida, e nada! E ficamos lá por algum tempo. Detalhe: ou o teco-teco avião não tinha ar-condicionado, ou a ventilação não era suficiente para os passageiros que lotavam aquele aviãozinho.... Estávamos derretendo lá dentro! Até que o piloto, depois de uns 30 minutos tentando dar a partida, desiste e pede para nós desembarcarmos. Fomos aguardar no aeroporto enquanto os mecânicos da Air Vanuatu iriam resolver o problema. O avião já era uma carroça, “pau-véio” do cão, e ainda estava com algum defeito... Que medo! Imagina a minha confiança na Air Vanuatu, salve-se quem puder... E não é que, depois da manutenção, o avião realmente ligou! No final das contas, chegamos sãos e salvos em Tanna, ufa... Apesar do atraso no voo, ainda chegamos pela manhã em Tanna. Os passeios para o vulcão saiam no final da tarde, às 15h30, e retornavam por volta das 20h30. O objetivo é chegar no vulcão mais ou menos no entardecer, e pegar o anoitecer no vulcão, já que é durante a noite que o vulcão fica ainda mais impressionante. Como (1) iríamos passar o dia inteiro na ilha sem muita coisa para fazer, (2) era o lugar mais remoto da viagem e (3) também porque era só uma diária, o “mão de vaca” aqui resolveu tirar o escorpião do bolso e reservei um dos hotéis mais caros da ilha. A praia em frente ao hotel tinha pouca areia, mas era protegida, sem ondas, com alguns corais e com uma água clara bacana para mergulho. E a uns poucos metros, tinha outra praia com areia, também protegida e boa parte um snorkel. Aproveitamos o dia no hotel antes do passeio do vulcão. Figura III‑40: Corais em frente ao hotel Os passeios até o vulcão são oferecidos pelos próprios hotéis ou por agências locais que te buscam e deixam nos hotéis. E lá pelas 15h30, estávamos embarcando rumo ao Monte Yasur. Os carros eram 4x4 e o trajeto dura cerca de uma hora. Começa na região dos hotéis, passa pelo aeroporto e vila principal, uma parte da ilha bastante arborizada, vegetação de mata, e depois segue em direção ao vulcão, subindo e descendo alguns morros em estrada de terra. O nosso guia tinha falado que a estrada era horrível, toda esburacada, mas eu não estava achando tão ruim. Para chegar num sitiozinho da família em Cunha, interior de SP, a estrada de chão era mil vezes pior... Após algum tempo, a paisagem muda. As árvores desaparecem, e o cenário agora é só cinzas. Não demora e, finalmente, chegamos ao local onde avistamos o Monte Yasur pela primeira vez! Apesar de não ser tão grande, são 361 metros de altitude e a borda da cratera no topo tem 400 metros de diâmetro, a primeira visão já é bem impactante. Figura III‑41: Primeira vista do Monte Yasur O acesso ao topo do vulcão, na verdade, está na face do outro lado dessa foto. Seguimos viagem agora nesse terreno/cenário cinzento e inóspito. A estrada seguia tranquila, mas quando chegamos realmente próximos à área do vulcão, virou um off-road de verdade! O cara sofreu para atravessar alguns pontos com o carro. Mas foi só um pequeno trecho no final e, depois de vencidos os últimos quilômetros, o carro chega muito perto do acesso ao topo do vulcão. Veja nessa foto que eu tirei quase no final da subida a distância para os carros. Eu diria que gente sobe uns 500m caminhando e já estamos no topo do vulcão! A “proteção” da subida era toda essa que vocês viram: uma trilhazinha marcada com pedras e algumas estacas de madeira! Figura III‑42: Subida até a borda da cratera O Monte Yasur é um vulcão estromboliano (ver capítulo II do livro), conhecidos por suas erupções pouco violentas, mas contínuas. É muito mais impressionante do que um “simples” vulcão ativo que apenas expele gases e fumaça. Vulcões estrombolianos se caracterizam por expelir frequentemente pequenos fragmentos de rocha quente, além dos gases, cinzas, fumaça e vapores. Depois descobri que o nome técnico destes fragmentos de rocha quente é “bomba vulcânica”. São rochas expelidas ainda em estado líquido, geralmente redondas ou ovais, que se solidificam ao entrar em contato com a terra. Dependendo da erupção, pode ser bem bonito. Tudo isso na teoria, queria ver como seria na prática. Quando chegamos no topo do vulcão e pudemos ver o que estava acontecendo lá dentro.... De repente, vinha um barulhão, e..... Buuuuuuum!!!! Uma baita explosão, foi uma emoção fenomenal, simplesmente indescritível!!! Figura III‑43: Monte Yasur (ainda de dia) Que loucura aventura testemunhar, tão de perto, um vulcão jorrando lava pelos ares! Difícil até explicar com palavras a sensação de estar lá. Acho que todos os turistas estavam extasiados por estarem tão perto de um vulcão como esse! Eu chutaria que estávamos a uns 50 metros dessa borda, onde tem a descida até o núcleo do vulcão... Sei lá a distância exata, parecia muito perto. Essa foto acima é sem zoom algum. Olha essa foto a seguir que eu tirei com essas pessoas na frente, dá para perceber como a gente ficava muito perto da borda dessa cratera principal do vulcão. Figura III‑44: Turistas fascinados pelo Monte Yasur A “proteção” lá em cima? Adivinha?... Só essa meia dúzia de pedrinhas (bombas vulcânicas de todos os tamanhos) indicava o quão perto poderíamos chegar dessa borda. Figura III‑45: Pedrinhas indicando distância “segura” da borda Imagino que eles demarcam de acordo com a atividade do vulcão, para ficar fora do alcance das bombas vulcânicas e prevenir escorregões. No entanto, acho difícil afirmar que seja 100% seguro ficar àquela distância da cratera.... De onde estávamos, não conseguíamos ver o núcleo principal, mas já vi fotos de alguns viajantes que conseguiram visualizá-lo; ele deve estar uns 250 metros abaixo do ponto onde ficamos. Acho que, em dias com atividade vulcânica mais fraca, é possível circular ao redor da cratera e observar o vulcão de outros pontos, chegar mais perto, mas, nesse dia, ele estava bem ativo e não deixaram.... Mesmo se pudesse, ninguém teria coragem de se aproximar! Eu diria que tivemos sorte, o vulcão não estava encoberto por nuvens e estava com muita atividade, espetacular! Ainda sobre os protocolos de segurança do tour: equipamentos de proteção, capacetes, máscaras? Nem pensar. Passamos algumas horas respirando enxofre (o cheiro não era muito forte). Não tinha iluminação alguma, eu só tinha levado uma microlanterninha, e nosso guia emprestou uma lanterna para minha esposa, que estava grávida. Além disso, repararam nas fotos que algumas pessoas estão usando guarda-chuvas? Isso porque “chovia” cinzas vulcânicas o tempo todo, já que, além das bombas vulcânicas, o Monte Yasur estava sempre expelindo cinzas e fumaça. EM TEMPO, atualização de 2023: em 2020, teve um maluco brasileiro que fez slackline nesse vulcão (@rafabridi, Ref. 7)! O vídeo saiu no Fantástico, eu também vi na internet, sensacional! Parece que atualmente os turistas têm que usar equipamentos de proteção completo, máscara, óculos etc. Parece que fizeram até uns corrimãozinhos até a borda do vulcão. As erupções no Monte Yasur ocorriam em intervalos de minutos, muito irregulares, às vezes passava um ou dois minutos e já vinha outra explosão, às vezes esperávamos 15 minutos para a próxima erupção. Era possível perceber ainda que havia, pelo menos, três núcleos de onde partiam as explosões: dois um pouco menores, e outro que parecia o principal. Uma pena que eu ainda não tinha um drone para captar imagens aéreas. O tour chega no vulcão no final da tarde. Passamos horas observando o vulcão, até anoitecer. E é à noite que a magia acontece! A lava incandescente, que já era bacana de dia, vai ficando cada vez mais vistosa! Assustadoramente vistosa!! Quando o céu ficou completamente escuro, cada erupção se transformou em um grandioso espetáculo de som e luz!!! Toda aquela lava explodindo com violência, deixando o céu laranja por instantes, e nós lá, pequeninhos... A sensação de estar diante dessa força da natureza, observando seu fogo e sua fúria de perto, transcende as palavras!!!! É difícil contar para vocês a sensação que senti. Memorável, extraordinário!! Figura III‑46: É a noite que a magia acontece Figura III‑47: Noite mágica No canal do livro (youtube.com/@destinovulcoes, link para o QR Code), compartilhei cinco vídeos da erupções (Cap III‑2, Cap III‑3, Cap III‑4, Cap III‑5, Cap III‑6), de tarde até anoitecer, impressionante. Aumentem o volume! Eu passei horas tentando descobrir o melhor ajuste para tirar uma boa foto. Levei um tripé bem meia-boca, e fiquei testando tempo de exposição, abertura e ISO, testes com foco manual, uso do timer para não tremer, testes com e sem flash. Além da minha falta de proficiência como fotógrafo, ainda tinha que enfrentar chuvas de cinzas na câmera/lente... O mais difícil era acertar uma foto conosco aparecendo em primeiro plano e o vulcão em erupção no fundo. A imprevisibilidade das erupções tornava tudo mais difícil. Às vezes o barulho da explosão vinha depois da lava, às vezes vinha antes, o que ajudava. Era necessário ajustar o timer, correr para a posição e depois ficar imóvel para evitar fotos tremidas. Além disso, ainda tinha que dar um pouco de sorte, já que as explosões normalmente são rápidas e, muitas vezes, a lava/rocha quente já tinha sumido antes de acabar o timer. Mas foi muito divertido para quem gosta de fotografia. Não foi fácil, mas, no final, conseguimos algumas fotos boas! Figura III‑48: Monte Yasur (foto com exposição curta) Figura III‑49: Centésima tentativa de foto com erupção ao fundo Figura III‑50: Milésima tentativa de foto (essa deu bom!) Outro dia, eu estava assistindo a um programa do Canal Off, chamado Além dos Limites com o Fernando Fernandes visitando o Vulcão Kilauea no Havaí (Ref. 8). Foi a primeira vez que eu ouvi falar da deusa Pele, a deusa do fogo na mitologia havaiana. Também conhecida pelo mau temperamento, ela vive no Vulcão Kilauea. Uma das lendas dizia que deusa Pele encantava os nativos, chamando-os para dançar e os atraindo para o vulcão. “Ni qui” (como diria um amigo mineiro contador de histórias...) o nativo ia se aproximando, encantado pela sua beleza... Já era, ele ia parar nas profundezas do Vulcão Kilauea! Antes da viagem, a ideia de visitar um vulcão ativo me despertava muita curiosidade, e um pouco de medo do desconhecido. Chegando lá, a primeira sensação foi “uau”, impactante! Mas também um sentimento de respeito e medo.... Frases mais “clichês” de sentir a força da natureza se encaixam muito bem nesse caso! Mas, depois de um tempo, a gente começava a sentir uma estranha sensação de fascínio. Especialmente à noite! Eu ficava vendo aquelas explosões, mas, em vez de ficar com medo, ia ficando cada vez mais deslumbrado pelo vulcão. O espetáculo é tão bonito que a gente perde a noção do perigo! Me lembrou muito a história da deusa Pele encantando os nativos havaianos... Foi um dia inesquecível! Mas mal sabíamos que a parte mais emocionante tinha ficado para o final... Depois de horas observando as explosões à noite, você fica meio hipnotizado. E, estranhamente, seu cérebro parece se acostumar, quase como se estivesse assistindo fogos de artifício da virada do ano... Até que, de repente, veio uma MASTER – HIPER – BLASTER explosão!!! Foi muito maior do que qualquer outra que havíamos visto, com muito mais lava, rochas quentes e um barulhão bem mais forte! Por sorte, eu estava com a câmera posicionada nesse momento exato: Figura III‑51: Master hiper blaster explosão Ok, só por essa foto nem dá para perceber que essa explosão foi muito maior que as outras.... Precisava de uma foto de um ângulo mais aberto. Mas acreditem em mim, foi uma explosão muuuuuuuito maior! Mas..., a minha alegria pela bela foto durou pouco..., muito pouco! Segundos, na verdade.... A explosão foi tão mais potente que as bombas vulcânicas expelidas estavam muito maiores e voaram muito mais altas que de costume. “Ni qui” eu olho para cima, percebo que uma enorme bomba fervente estava vindo bem na minha direção! Me lembro de olhar para cima e ver aquele pedação de rocha quente de, sei lá, uns 50 cm de diâmetro, subindo bastante e depois descendo bem na minha direção. Pqp, era como um meteoro vindo na minha direção!!! Não era uma rocha redonda perfeita, ela vinha meio líquida, ovalizando enquanto rotacionava, sei lá, parecia uma mega geleia vermelha. Naquele momento, eu não conseguia parar de olhar para cima, observando a trajetória da mega bomba. Dei alguns passos para trás, mas parecia que a danada da bomba ainda estava indo bem na minha direção. Tentei dar uns passos para o lado, para o outro lado, para trás de novo, e a maldita bomba continuava vindo bem na minha direção!!! Parecia aquelas cenas dos clássicos desenhos do Pica-Pau, não importava o lado que eu ia, a bomba sempre “desviava” para minha direção. Tudo isso muito rápido, sei lá, durante uns 20-30 segundos eu tinha certeza de que tinha aquela mega bomba ovalada fervente estava vindo na minha cabeça! Imagina o pavor, não passava nem agulha.... Até que, em algum momento, pareceu que ela não estava vindo tão na minha direção assim e, alguns segundos depois, finalmente ela caiu a uns 30-40 metros de onde eu estava, no local com acesso permitido aos turistas! Me lembro ainda que, logo após a explosão, eu olhei para o lado, e percebi que minha esposa (grávida!) tinha sumido. Só depois do susto, fui encontrá-la. Ela me contou que, no momento da explosão, sua primeira reação foi olhar para o guia. “Ni qui” ela olhou para o guia, viu que ele, mesmo sem enxergar nada naquela escuridão total, saiu correndo para longe! Imagina o desespero dela ao ver o guia, nativo, que está lá todo santo dia vendo o vulcão, sair correndo a milhão depois da explosão. Ela não teve dúvidas, saiu correndo também! Deu umas “trupicadas” naquele terreno cheio de pedras vulcânicas, mas não caiu, ainda bem que ela tinha aquela lanterna emprestada pelos guias. Foi muito tenso, todo mundo se borrou naquela explosão! Tivemos mais sorte que juízo... Depois, um dos turistas foi até a mega bomba acender um cigarro. Hoje até me arrependo de não ter tirado uma foto daquele “meteoro”. Naquele momento, nosso grupo não pensou duas vezes: reunimos nosso guia, respiramos aliviados e voltamos para o hotel. Segundo o guia, a escala de atividade vulcânica naquele dia estava entre os níveis 2 e 3, com algumas explosões nível 2 e outras nível 3. O site de Vanuatu que monitora a atividade vulcânica (Ref. 9) usa uma escala de 0 a 5. Não duvido nada que essa última tenha sido um nível 3+, ou até 4. Quando está acima de nível 3, não é permitido ficar na área que estávamos. Essa foi uma experiência que vamos lembrar pelo resto da vida! Desde então, eu fiquei fascinado por vulcões ativos. Recentemente, assisti um vídeo do grande velejador brasileiro-ucraniano Aleixo Belov (Ref. 46). No contexto de uma travessia de veleiro pela passagem noroeste no Ártico canadense, ele disse: “Eu tenho sempre muito medo, tem gente que é corajoso. Eu sou covarde, sempre tenho muito medo. Mas o medo me atrai! Quanto mais medo eu tenho, mais eu meto a cara nas coisas, e vim parar nesse sufoco aqui, vamos ver se termina bem!”. Me identifiquei... No meu caso com os vulcões, parece que o medo me atrai também. Será que a deusa Pele me enfeitiçou? Desde então, tenho “metido a cara” em busca dos vulcões com lava. Comecei a pesquisar mais e planejar viagens para conhecer vulcões ativos mundo afora, o que mais tarde resultou neste livro. Ainda assim, eu não sei se eu recomendo esse passeio. Chegar tão perto na borda da cratera de um vulcão ativo, especialmente de um vulcão estromboliano, é arriscado. É muito perigoso, eu mesmo passei por um belo susto.... Provavelmente, não existe passeio que chegue tão perto de um vulcão ativo e tenha um nível 100% de segurança, sem risco. Se vale o risco? Fica para cada viajante avaliar.... Se você decidir ir, quero deixar aqui algumas dicas de segurança importante para visitar vulcões estrombolianos: inicialmente, observe de longe e só se aproxime mais quando tiver certeza de que está a uma distância segura das bombas vulcânicas. A experiência de nativos pode ser muito valiosa, mas toda cautela é pouco, às vezes eles também são surpreendidos... Além da lanterna, um capacete seria útil, embora só proteja de bombas menores e com certeza não me protegeria daquela master bomba! No caso de uma explosão repentina mais violenta, a reação natural é correr, como fez minha esposa, mas não é a melhor atitude. Descobri depois que, involuntariamente, eu segui a recomendação dos especialistas: olhar para cima, observar a direção das bombas e procurar se esquivar. Como eu tentei fazer, por mais assustador que tenha sido a sensação. É preciso ter calma para seguir esta estratégia, que pode ser um verdadeiro salva-vidas. Contudo, há situações onde correr pode ser, sim, a melhor solução. Por exemplo, se a erupção lança um número tão grande de bombas que é impraticável esquivar-se. Nesse caso, a melhor solução é correr em busca de abrigo, seja atrás de um grande bloco, um carro, cobrindo a cabeça com mochila ou o que tiver ao alcance. Preferencialmente, planeje uma rota de fuga com antecedência. Monte Yasur: #imperdível Dia 17 -> Efate Logo cedo, pegamos nosso voo das 8h30 de volta a Port Vila. Reservamos o dia para conhecer as principais atrações da ilha Efate, onde fica a capital Port Vila. São 120 km para dar a volta completa na ilha, por uma estrada asfaltada que não estava tão ruim assim, um trajeto de cerca de 2h. Pesquisei as principais atrações da ilha, e escolhemos focar nas “praias azul caribe”. As que pareciam mais bonitas eram a Eton Beach e Crystal Blue Lagoon Beach. Também tentaríamos conhecer a lagoa Blue Lagoon (não confundir com a praia Crystal Blue Lagoon Beach). Esses três pontos ficam a sudoeste de Port Vila, uns 30-45 minutos de carro. E depois iríamos contornar a ilha completa, fazendo algumas paradas para fotos. Embora existam agências que oferecem tours ao redor da ilha, preferimos alugar um carro. Em Efate, a maioria das praias é paga, com entradas que custavam entre 2-5 $AUS por pessoa. O clima estava um pouco instável, com muitas nuvens. Apesar disso, pela manhã, pegamos um clima excelente na praia. Nossa primeira parada foi na praia Crystal Blue Lagoon Beach, aonde fizemos um excelente snorkel. Ainda tinha um restaurante, alguma estrutura de praia (cadeiras, barraca etc.) e um local que os proprietários criavam algumas tartarugas. Vi alguns reviews negativos no TripAdvisor, porque tem gente que vai lá esperando um “santuário” de tartarugas e acaba se decepcionando... A parte do tanquezinho com dúzia de tartarugas não tem nada demais, mas a gente só estava em busca de uma praia bonita e encontramos um mar “azul caribe”, que ainda tinha alguma estrutura de guarda-sol, cadeira, restaurante, mas tudo bem natural. Enfim, nós adoramos a praia Crystal Blue Lagoon! Figura III‑52: Crystal Blue Lagoon beach Figura III‑53: Crystal Blue Lagoon beach Depois do almoço, o tempo ficou um pouco mais nublado, com uma garoa fina. Seguimos viagem, mas não conseguimos encontrar a Blue Lagoon. Passamos pelo local onde deveria estar, mas não vimos nada, nenhuma entrada ou placa, não sei se a entrada estava fechada. Nossa próxima parada seria Eton beach, mas paramos por engano em outra praia que se que se chamava Emaal Lahkeh Nap Beach. A praia era pequeninha, mas bem bonita também. Estava garoando, talvez por isso não tinha ninguém quando chegamos. Figura III‑54: Emaal Lahkeh Nap Beach Quando descobrimos que não estávamos na Eton Beach, seguimos viagem. E, pouco tempo depois, como 1 km seguindo a estrada, achamos a Eton Beach, que é muito bacana: água bem clarinha, bastante areia, tem um riozinho bonito que deságua lá e bons locais de snorkeling. Infelizmente, estava caindo uma chuvinha fina quando chegamos lá. Não chegou a estragar ou nos impedir de curtir a praia, mas as fotos da Eton beach não ficaram tão lindas como ficariam com sol. Eton beach é geralmente apontada como a praia mais bela de Efate, mas, talvez por causa da garoa, achei “menos bonita” que a Crystal Blue Lagoon. E vale lembrar que Eton Beach tinha bem menos estrutura/restaurante que Crystal Blue Lagoon, praticamente não tinha nada quando eu fui. Figura III‑55: Eton beach Figura III‑56: Riozinho na Eton Beach Depois da Eton beach, seguimos contornando toda a ilha. Passamos por belas paisagens e alguns mirantes e, quando retornamos a Port Vila, já estava anoitecendo, não deu tempo de conhecer mais nada. Mas o dia foi sensacional, valeu muito a pena conhecer as praias de Efate, belíssimas! Praias de Efate: #imperdível Dia 18 -> Pentecost Island No nosso último dia “cheio” em Vanuatu, fomos conhecer a cerimônia de “Land Diving”. Não foi nada barato, pagamos cerca de 375 $AUS por pessoa, incluindo o voo até a Ilha Pentecost, saindo às 8h da manhã, entrada na cerimônia, almoço e um tempo na praia antes do retorno, por volta das 16h. Chegamos cedo no aeroporto e pegamos mais um teco-teco da Air Vanuatu. Aliás, o aeroporto da Ilha de Pentecost é ainda menor que o de Tanna e do aeroporto regional de Port Vila... Não dá nem para chamar de “casinha”, eu diria que é uma garagenzinha 🤣🤣🤣 . Surpreendentemente, a pista lá ainda era asfaltada... Chegando em Pentecost Island, fomos recebidos pelos nativos da tribo N´gol, a maioria vestido a caráter (ou seja, muito pouco vestidos 🤣🤣🤣 ). Fantástica a experiência de receber o carinho das crianças logo na chegada do aeroporto, muito animadas e receptivas. Figura III‑57: Aeroporto em Pentecost Island Figura III‑58: Recepção calorosa Figura III‑59: Nativos N’gol Depois de uma caminhada não muito longa em um trecho arborizado (ainda bem, porque estava um calor infernal), chegamos ao local onde é realizada a cerimônia/ritual de “Land Diving” – mergulho no solo. A cerimônia é para comemorar a colheita anual de um alimento chamado yam (em inglês, segundo o tradutor, seria inhame), e só ocorre de abril a junho no fim da época das chuvas. Os nativos N´gol sobem em uma torre, construída a cada ano com galhos de árvores entrelaçados, e se jogam de plataformas de 20 a 30 metros de altura, apenas com os pés amarrados a uma espécie de cipó/vinhas (em inglês, vine)! Figura III‑60: Torre da cerimônia N’gol Este tipo de cipó/vinha é o único “equipamento de segurança” que eles usam, e adquire uma pequena “elasticidade” apenas após a época das chuvas. Mas o impacto / puxão que o cipó dá no sujeito que mergulha é impressionante! No começo, dá até uma sensação meio ruim, uma aflição. Você pensa: “nossa, deve doer para caramba!”. É estranho, meio chocante.... Mas depois, você vê que o pessoal se levanta “de boa”, celebra, que é algo bom para eles. Existem várias lendas urbanas a respeito dessa cerimônia. Segundo os guias, na década de 70, a rainha da Inglaterra visitou Vanuatu e pediram à tribo que fizesse a cerimônia de land diving excepcionalmente fora da época correta (pós-chuva). Parece que o cipó não estava flexível o suficiente, o nativo se espatifou e acabou morrendo. Dizem eles que foi o único caso de morte da cerimônia. A torre tem umas 10 plataformas de salto montadas. No começo da cerimônia, o pessoal começa a cantar, e alguns nativos, só homens, vão subindo de plataforma em plataforma e saltando. Nas fotos, reparem no terreno onde eles se esborracham no chão, parece que dão uma “afofada” na terra. Além disso, ajustam o tamanho do cipó para a altura de cada plataforma, de uma forma que o cara não se espatife direto no chão. O cipó se estica ao máximo a alguns centímetros do solo, antes do cara se arrebentar na terra, dando um belo puxão nos pés do saltador, que acaba caindo um pouco mais devagar em uma terra levemente “afofada”. Lembrando que esse ajuste é feito “nos zóio” mesmo, nada sofisticado. A técnica de mergulho consiste em se jogar de cabeça e para frente, até o momento que o cipó estica, dá o baita puxão, e o mergulhador se esborracha na terra fofa. Diz a Wikipedia que o mergulhador pode chegar a 72 km/h! Depois que ele cai, a tribo se aproxima para acudi-lo, mas os mergulhadores sempre saíram andando sem problemas. Pelo menos nesse dia... Figura III‑61: Sequência de um salto O ritual também é uma espécie de rito de passagem, “crescimento”, quando os meninos se tornam homens N´gol. Os primeiros saltos são feitos por meninos adolescentes (ou até crianças mesmo, de uns dez anos, talvez), que saltam das plataformas mais baixas da torre. Eu filmei o segundo salto. O menino, inexperiente, não pulou seguindo a “técnica” de pular cabeça, pulou meio de pé e, quando o cipó esticou, dez uma pirueta impressionante... Vejam a pirueta no vídeo Cap III‑7 (youtube.com/@destinovulcoes, link para o QR Code). Já nos vídeos Cap III‑8 e Cap III‑9, é possível ver a técnica tradicional de se jogar de cabeça e para a frente. Eles também acreditam que os saltos melhoram a saúde dos mergulhadores, eventualmente curando doenças e aumentando a resistência física deles. Eles acreditam que, se tocarem o solo com os ombros ou com a cabeça, garantem a fertilidade (do solo, não do mergulhador...). Além disso, quanto mais alto ou à frente for o salto, maior será a fertilidade do solo. Durante toda a cerimônia, os homens e as mulheres da comunidade formam um círculo próximo à torre, entoando cânticos para incentivar os saltadores, muito legal. Figura III‑62: Voando! Figura III‑63: Momento que o cipó esticou Vocês podem estar pensando que uma cerimônia para agradecer a colheita de alimento é algo relativamente “comum”. Muitos povos indígenas e civilizações antigas mundo afora têm rituais para isso. Mas de onde surgiu a “brilhante” ideia de agradecer mergulhando de uma torre, com cipós amarrados aos pés, para se esborrachar na terra? Segundo os guias, esta ideia surgiu da história de uma antiga nativa N´gol. Após uma briga com o marido, ela fugiu pela floresta, possivelmente à noite, e se escondeu no alto de uma árvore bem alta típica da região (banyan, nome da árvore em inglês, algum tipo de figueira). Quando o marido a encontrou e subiu atrás dela, a nativa amarrou uns cipós nos pés e se jogou do alto da árvore! Amortecida pelo cipó, ela sobreviveu. Seu marido, que não percebeu a artimanha, saltou logo atrás e morreu.... Dizem que, no início, eram as mulheres da tribo que começaram a fazer essa cerimônia, saltando das árvores com os pés amarrados em cipós em homenagem à essa nativa. Mais tarde, os homens resolveram adotar a tradição, e começaram a saltar de torres construídas para esta finalidade. Diz a lenda que os homens passaram a fazer o “Land Diving” para não serem enganados novamente 🤣🤣🤣 . Uma última curiosidade: vocês perceberam que a cerimônia lembra um pouco o bungee jumping? Seria “tipo” um bungee jumping “raiz”, né? E isso não é mera coincidência! O criador do bungee jumping (o bungee jumping “nutella”), A.J. Hackett, era neozelandês e desenvolveu a corda elástica utilizada nos saltos, inspirando-se nesta cerimônia que ele conheceu em Vanuatu! O último salto é da plataforma mais alta, impressionante. Figura III‑64: Último salto Salvei com no canal o vídeo desse salto, Cap III‑10, feito com a câmera de qualidade pior (youtube.com/@destinovulcoes, link para o QR Code). Na época, não tinha conseguido muita informação a respeito dos Land Divers N´gol. Hoje eu sei que, procurando “Land Diving” na internet, tem mais informação. Segundo a Wikipedia, está no Guiness que a aceleração (força g) sofrida pelos índios no ponto que o cipó estica é a maior força g experimentada por humanos no “mundo não industrial”! Na Wikipedia tem mais informações a respeito (Ref. 10) e em 2023, o pessoal do veleiro Katoosh fez uns vídeos muito bacanas de Vanuatu (Ref. 44). A cerimônia durou uma hora e pouco. Depois, fomos almoçar à beira-mar (almoço simples, mas bem servido), com tempo para trocar de roupa e aproveitar uma praia de Pentecoast Island, e voltarmos para Port Vila por volta das 16h30. O detalhe é que essa ilha era extremamente rústica mas, vejam só, até lá tinha propaganda de celular, em 2013 🤣🤣🤣 : Figura III‑65: Propaganda de celular Claro que esse passeio tem um apelo turístico, mas para mim, foi uma das experiências mais autênticas da vida! Sei que muita gente pode não achar esse tipo de passeio tão interessante, cada viajante tem as suas preferências. Minha esposa, por exemplo, acha uma “ideia de jerico” pagar 375 $AUS para embarcar num teco-teco sem vergonha, passar muito calor e assistir a uns indígenas pulando de uma torre com um cipó amarrado nos pés, se espatifando na terra! Errada, ela não tá 🤣🤣🤣 . Mas, para mim, valeu cada centavo! N’gol Land Diving: #imperdível Dia 19 -> Port Vila -> Auckland De manhã, demos mais uma voltinha pelo centro, conhecemos o mercado central e nos despedimos desse país maravilhoso, rumo à Nova Zelândia. A parte central de Port Vila, mais turística, era mais ajeitada que áreas mais periféricas, mas ainda era bem humilde. Se estivéssemos em um local similar no Brasil, por exemplo, teríamos certo receio quanto à segurança. No entanto, em Vanuatu, nos sentimos seguros o tempo todo, até mesmo passeando nas ruazinhas meio escuras à noite (a iluminação era bem meia-boca). E, mais do que isso, nos sentimos muito bem recebidos! Claro, as coisas têm um ritmo próprio em Vanuatu. Não espere chegar num restaurante e ser atendido a jato, que a comida chegue muito rapidamente ou que as pessoas falem um inglês maravilhoso. Mas a receptividade e a alegria dos vanuatenses chamavam muito a atenção. Era impressionante como, até as pessoas com aparência mais humilde, estavam sempre sorridentes e alegres, fazendo tudo para te agradar e ajudar. Os vanuatenses pareciam verdadeiramente felizes com a nossa presença. Eles podem ter pouco, mas os sorrisos deles são os maiores do mundo. Passeando de carro pela cidade ou pelas vilas mais remotas do interior, quase todas as pessoas que cruzavam nosso caminho nos cumprimentavam e sorriam. Não importa onde você esteja, os vanuatenses se esforçam para te ajudar, te recebem com um sorriso e sempre terminam com um simpático “Tangkyou tumas” (muito obrigado em bislama)! Não é à toa que você provavelmente nunca ouviu falar de Vanuatu. Com apenas 270 mil habitantes espalhados em 83 ilhas no remoto Pacífico Sul, fica longe de tudo, inclusive das dores e prazeres da vida moderna. Lá, a “simplicidade” combina perfeitamente com “felicidade”. Durante a nossa estadia, ninguém nunca pediu nada. Já visitei muitos países pobres, e até alguns países nem tão pobres da América Latina, onde você não consegue andar sem ser assediado. Acho que em Vanuatu as pessoas são felizes com o que têm, mesmo que seja muito pouco. Fiquei sabendo que eles sempre “fazem bonito” em um ranking inglês chamado Happy planet index, que não leva em conta PIB, IDH, mas, sim, a felicidade das pessoas. Os vanuatenses já foram considerados o povo mais feliz do mundo, e faz todo sentido! Vanuatu, definitivamente, conquistou nossos corações pelas belezas naturais e, principalmente, pelo povo incrível! Os poucos viajantes que eu conheço que foram para Vanuatu são unânimes: o povo é realmente fantástico. Vi esse conselho em um artigo (Ref. 11) e concordo 100%: não se fazem mais países como Vanuatu, e é exatamente por isso que você deve correr para lá antes que as coisas mudem! Dia 20 -> Auckland No dia anterior, chegamos meio tarde em Auckland e só tivemos tempo de chegar no hostel e descansar. Já descansados, aproveitamos o vigésimo dia para explorar o centro da cidade, que tem alguns prédios bacanas e é legal conhecer a pé. Uma das atrações que mais gostei foi a torre Sky Tower, que oferece belas vistas da cidade e da ilha vulcânica Rangitoto, localizada em frente a Auckland. Na Sky Tower, você também encontra algumas atividades radicais. O skyjump é uma mistura de bungee jumping com “rapel rápido”: você salta do alto da torre e desce bem rápido, mas vai preso em uma corda que te guia. No momento em que estávamos lá, alguém estava descendo e passou bem na nossa frente. Outra atividade oferecida é o sky walk, onde você caminha amarrado por cabos de segurança na plataforma circular do alto da torre. Figura III‑66: Vista da Sky Tower Figura III‑67: Skyjump A subida na torre custava uns 25 $NZL, e essas outras atividades eram cobrados à parte, muito caro, acabamos não fazendo. “Pão-durei”, mas deve ser bacana. Na própria torre, tinha umas partes com chão de vidro, já dava certo friozinho na barriga, imagina descer a milhão... Depois do almoço, fomos de carro até a ilha de Rangitoto, do outro lado da baía, que tem uma linda vista do centro de Auckland. No final do dia, dirigimos para a cidade de Waitomo, onde iríamos pernoitar para conhecer os famosos Glow-worms e Waitomo Caves. Figura III‑68: Skyline de Auckland, visto de Rangitoto Auckland: #valeapena Dia 21 -> Waitomo Glow-worms são insetos que emitem uma luz brilhante. De longe, podem lembrar vagalumes, mas, ao contrário dos vagalumes, os glow-worms ficam com a “luz acesa” o tempo todo, sem piscar. Além disso, os glow-worms são larvas de insetos que ficam presos nas paredes e nos tetos das cavernas, formando “fios” semelhantes às teias de aranha. Pelo brilho, eles atraem suas presas, principalmente outros insetos que, quando chegam perto, ficam presas nos fios, e está servido o almoço das glow-worms... Os guias neozelandeses diziam que glow-worms só existiriam na Nova Zelândia, mas depois fui descobrir que também existem na Austrália. De qualquer forma, Waitomo é a melhor região para conhece-los, nas cavernas chamadas Waitomo Caves. Tinham pelo menos 3 agências de turismo que ofereciam excursões nas Waitomo Caves, com diferentes opções de passeios. O carro-chefe do local (na época, uns 30 $NZL) incluía uma rápida caminhada e um mini passeio de bote observando os glow-worms em uma caverna já bem estruturada. Outras opções incluíam um boia-cross “tipo rafting” dentro das cavernas, e o passeio Black Abyss que, além do boia-cross, incluía um rapel e uma escalada em uma cachoeira. Estes dois passeios eram em cavernas mais naturais, com menos intervenção humana. O Black Abyss me pareceu muito mais divertido: durava umas 5h e incluía caminhadas por cavernas “naturais” (sem iluminação ou passarelas) cheias de glow-worms, além de rapel e boia-cross. Pelo menos, esta era a minha expectativa quando resolvi gastar 198 $NZL. O passeio começa com um breve treinamento de rapel e a descida para a caverna. O rapel ainda foi legalzinho, com uma descida de uns 35 metros. Em seguida, iniciamos uma rápida caminhada na caverna, com alguns glow-worms. Vimos bem poucos.... Imaginei que era só o começo e que veríamos muito mais glow-worms mais adiante, mas, mal sabia eu que essa foi a parte com mais glow-worms do passeio! Depois, fizemos uma tirolesa curta, que o cara pede para fazer no escuro só com a iluminação da lanterna, que é até legalzinha. E chegamos no local aonde saltamos com a boia de uma pedra até o rio subterrâneo, que deve estar uns quatro ou cinco metros abaixo. Esta foi a parte mais “radical” do passeio, a única que deu um friozinho na barriga! Figura III‑69: Antes de saltar no rio subterrâneo A partir desta etapa, começava o boia-cross no rio. Nesta parte, tem mais um pouquinho de glow-worms, mal sabia que aquela seria a minha despedida deles. Eu esperava que o boia-cross fosse um rafting radical por correntezas subterrâneas, afinal, a empresa chama Black Water Rafting! Na verdade, era só uma flutuação em um rio subterrâneo com correnteza muito leve, se é que dava para chamar aquilo de correnteza. E em um rio hiper gelado.... Após algum tempo, deixamos as boias e seguimos a pé pelo leito do rio, às vezes atravessando uns buracos, alguns eram meio claustrofóbicos. A parte final do passeio envolvia escalar uma pequena cachoeira (menos de 3 metros) para sair da caverna, passando por mais uns buracos. Legalzinho, mas muito menos radical do que imaginava. Como vocês podem perceber, achei o passeio Black Abyss bem overrated, para não dizer um fiasco total... Talvez eu tenha elevado muito a minha expectativa de aventura, baseado em vários reviews positivos, mas o passeio acabou sendo muito menos emocionante do que eu esperava. E o pior: eu esperava uma caverna lotada de glow-worms, mas vi muito poucos! Embora não tenha sido um passeio completamente ruim, não acho que valeu os 198 $NLZ. Minha esposa grávida acabou indo no passeio “carro-chefe” de 30 $NZL, que incluía a caminhada e um passeio curto na caverna, e ela gostou da experiência. Uma parte muito ruim é que não podia tirar fotos, vou colocar uma aqui para ilustrar! Vale notar que as fotos de propaganda das Waitomo Caves que encontramos na internet, Instagram, etc., são belíssimas, muito melhores que a vista “real” que eu e minha esposa tivemos... No final das contas, eu recomendo fazer o passeio dos glow-worms que minha esposa fez, acho que custava uns 30 $NLZ. À tarde, pegamos o carro e fomos até Rotorua. Figura III‑70: Glow-worms Fonte: Манько Марко, via Wikimedia Commons Waitomo Caves: #valeapena Black Abyss: #legalzinho Dia 22 -> White Island e Rotorua Rotorua, situada na região central da Ilha Norte da Nova Zelândia, é a cidade com maior atividade vulcânica do país. Sinais do passado turbulento que moldou a paisagem estão por todos os lados. A região é um paraíso geotérmico, rodeada por grandes lagos em antigas crateras vulcânicas e belos estratovulcões. A terra parece viva, gêiseres expelem jatos de água fervente rica em minerais, vapor paira sobre a paisagem lunar, terraços de sílica exibem uma infinidade de cores, e caldeirões de lama borbulham lentamente, criando ondulações que se expandem em círculos cada vez maiores. Nesse primeiro dia, planejei um passeio day tour que vai até White Island: um vulcão ativo que ficam em uma ilha a 50 km da costa em uma baía chamada Bay of Plenty. Este é o vulcão mais ativo da Nova Zelândia. Peguei o passeio que saía da cidade portuária de Whakatane, que fica a quase uma hora e meia de Rotorua de carro. O passeio era proibido para gestantes, não sei se pelos gases do vulcão ou pelo trecho de mais de uma hora de barco. Ou seja, infelizmente, minha esposa não pôde ir. Quer dizer, “infelizmente” do meu ponto de vista, talvez para ela seja “felizmente”, não sei se alguém “com juízo” ficaria animado para visitar outro vulcão poucos dias após quase levar uma bomba vulcânica na cabeça 🤣🤣🤣 . Mas o passeio em si é bem light, a caminhada não exige esforço. White Island é uma ilha pequena, cerca de 2 km de diâmetro, com um vulcão ativo dentro dela. A ilha emerge como o pico de um vulcão submarino de 16 km de diâmetro, e no seu ponto mais alto acima da superfície, chega a 321 metros. A ilha tem um formato clássico cônico de estratovulcão, mas tem um pequeno pedaço do cone a sudeste que é aberto, aparentemente colapsado após alguma erupção, por onde chega o barco. E de lá caminha-se até a parte mais ativa do vulcão. Não se tem muita informação de lá antes de 1826, mas a atividade vulcânica da ilha fomentou muitos mitos e lendas maoris, os antigos habitantes da Nova Zelândia. Pena que, no tour, não falaram nada a esse respeito, eu vi algumas informações interessantes na internet. Um mito diz que Whakaari, o nome maori de White Island, surgiu como parte da ascensão do Monte Tongariro de um líder espiritual maori (Ngātoro-i-rangi). Com muito frio durante a subida, ele pediu calor aos deuses. Foi para atender esse pedido que os deuses “acenderam” o fogo em White Island/ Whakaari, e então esse fogo foi levado para o líder Ngātoro-i-rangi! Figura III‑71: White Island, ou Whakaari Figura III‑72: Detalhe do vulcão A parte de dentro da ilha basicamente é muito pequena, em cerca de uma hora, você anda por quase toda a parte interna do vulcão. Antigamente existia uma mina para explorar enxofre, e meia dúzia de trabalhadores que moravam lá (imagina a qualidade de vida deles...). Mas hoje é desabitada, e a mina está desativada. Toda a parte interna da ilha está repleta de atividade vulcânica, a gente caminha e observa alguns pontos em que saem bolhas de água fervendo, lama fervendo, fumaça, e tudo geralmente muito fedido pelo enxofre... Aliás, o amarelo do enxofre torna o cenário ainda colorido e mais surreal. Muitas cores, especialmente o amarelo, laranja, e vários tons de cinza, tudo misturado com muita fumaça! Figura III‑73: Fluxo maior de água escoando até o mar Figura III‑74: Muita atividade fumarólica e muitas cores Figura III‑75: Detalhe das formações Até que chegamos no núcleo do vulcão. Este vulcão, ao contrário do Monte Yasur por exemplo, não é um vulcão estromboliano. A parte mais ativa do núcleo de White Island é um lago ácido, parece uma super lagoa de lama, muito quente, fervendo e expelindo muita fumaça e gases fedidos, possivelmente tóxicos. Mas, no núcleo, não tinha lava.... Tem umas partes emitindo tanta fumaça, que eu imagino serem as partes mais fundas do lago. Figura III‑76: Lagos do núcleo de White Island Figura III‑77: Detalhe do núcleo (parte com menos fumaça) O vulcão também me chamou atenção porque, geralmente, quando se vê o núcleo de um vulcão ativo, é de longe, do alto de um cume ou da borda da cratera. Mas o legal de White Island é que a gente caminha na base do estratovulcão, no mesmo nível da atividade vulcânica, bem próximo dele, e não do cume ou na borda da cratera. A sensação é até um pouco angustiante, especialmente à medida que nos aproximamos mais do núcleo, parece que estamos entrando no meio de um caldeirão fervendo! Aliás, mesmo tendo muito menos atividade/erupções vulcânicas que Vanuatu, lá tinha muito equipamento de segurança, máscara de gás, capacete e a gente tem que ficar a uma relativa distância grande daquela parte do lago do núcleo, com maior quantidade de lama/água fervendo. No final das contas, este não é o vulcão mais legal que já visitei, mas, ainda assim, achei bem bacana conhecer e ver os tipos de atividades vulcânicas de lá, e o cenário é surreal! Eu achei que valeu muito a pena! EM TEMPO, atualização de 2021: no dia 9/dez/2019, houve uma erupção surpreendente, que, infelizmente, resultou em fatalidades. Putz, só de imaginar que eu estava lá 6 anos antes, neste mesmo passeio em que ocorreu a erupção que, segundo os vulcanólogos, foi pequena, mas infelizmente resultou em fatalidades. E, no meu relato, eu estava achando excelente estar no mesmo nível da atividade vulcânica, olha só?.... O que ocorreu em White Island, aparentemente, foi uma erupção hidromagmática resultante do contacto entre o calor de um magma e um corpo de água (no caso, o lago da cratera e/ou água do mar), resultando em um fluxo piroclástico em toda aquela área da cratera que eu visitei. Enfim, voltando à minha viagem... Enquanto eu estava em White Island, a minha esposa passeou em Rotorua, que é uma cidade bonitinha, bem turística, apesar de feder enxofre devido às atividades vulcânicas. Rotorua tem um centrinho legal, à beira de um lago. O prédio mais bonito da cidade é o Museu de Rotorua, que foi construído no século XIX como um SPA para curar doenças de pele com as águas termais da cidade. É praticamente o marco-zero da cidade, pois, a partir desse momento, Rotorua passou a receber maiores fluxos de turistas e cresceu. Hoje o prédio abriga um museu sobre a história do país. Figura III‑78: Museu de Rotorua Do alto do Monte Ngongotaha tem uma bela vista de Rotorua e seu lago. Pode-se chegar nessa montanha de teleférico e tem uma vista bonita. Lá no alto, eles oferecem várias atividades. A principal é o luge, espécie de carrinho de rolimã para descer a ladeira. Deixamos para ir no luge em Queenstown, é muito divertido. E próximo ao teleférico, tem a zorb, uma bola inflável que desce o morro rolando, que também parece bacana. Além dessas atividades, em Rotorua tem uma grande oferta de shows maoris, inclusive alguns que parecem “pega turista” (por exemplo, atores encenando algo que não é realmente costume deles). Acabamos não achando nenhum que parecia mais autêntico e não fomos. Rotorua é uma cidade bem agradável para passar uns dias e servir como base para conhecer as áreas geotermais próximas. White Island: #imperdível Rotorua: #valeapena Dia 23 -> Waimangu e Wai-o-tapu Existem muitos parques termais com atividades vulcânicas próximos a Rotorua e Taupo, e, nesse primeiro dia, escolhemos ir nos que pareciam ser os melhores: Waimangu e Wai-o-tapu. Estes dois parques termais são bem diferentes. Primeiro fomos no Waimangu, que é bastante amplo, tem lagoas termais bem grandes e envolve mais caminhada para chegar nos pontos de interesse. No site deles, tem um mapa bem legal. Da entrada, você vai descendo por uma caminhada tranquila, passando por diversos lagos com água vulcânica, alguns mais quentes, outros menos quentes, uns coloridos, outro com cor de “lago normal”, alguns com terraços, o cenário é bem variado! O segundo lago termal, conhecido como Frying Pan, impressiona pelo tamanho, realmente é gigante! No vídeo Cap III‑11 dá para ter uma ideia melhor do tamanha da Frying Pan, salvo no canal youtube.com/@destinovulcoes, link para o QR Code. Figura III‑79: Frying Pan Durante toda a caminhada, vamos passando por vários cenários diferentes e muita atividade geotermal. Cenários encantadores surgem da linda mistura das águas vulcânicas com a vegetação, rochas e as águas já resfriadas, criando paisagens únicas e belas. Algumas partes têm tanta fumaça que não dava nem para enxergar muita coisa. A lagoa que a gente mais gostou foi a lagoa azul, muito bonita, chamada Inferno Crater. Figura III‑80: Waimangu Valley Figura III‑81: Inferno Crater A foto não reproduziu bem a beleza da lagoa, não sei se porque estava muito sol, ou o contraste da lagoa parte no sol, parte na sombra, ou as fumaças brancas saindo da lagoa (era bem quente), ou falta de habilidade do fotógrafo de câmera nova mesmo 🤣 . Enfim, Inferno Crater é muito bonita, não deixem de conhecer essa lagoa, que fica meio escondidinha. O parque termina no Lago Rotomahana. Bem longe, ao fundo, está o vulcão agora dormente Monte Tarawera, que entrou em erupção em 1886 e alterou a geografia de boa parte da região geotermal de Rotorua e Taupo, especialmente os Pink e White Terraces, vou falar deles mais para frente. Hora de ir para o próximo parque geotermal: Wai-o-tapu. Lá tem um parque geotermal, algumas piscinas de lama borbulhante e um gêiser artificial. Sem dúvidas, a parte mais interessante é o parque geotermal. Ele é bem menor que o Waimangu, mas oferece mais coisas para ver, especialmente lagoas vulcânicas. Não que seja pequeno, mas, em Wai-o-tapu, as lagoas são geralmente menores que as de Waimangu, e tem algumas muito fotogênicas. A mais famosa, Champagne Pool, destaca-se pela sua bela cor de champagne. Talvez seja tão quente quanto as lagoas do Waimangu, ao contrário das outras lagoas do Wai-o-tapu, que eram menos quentes. Em Wai-o-tapu, também havia fumarolas, lamas borbulhando, enxofre, e bastante atividade vulcânica. Muita coisa para ver, achei o parque bem legal, as cores e as paisagens muito surreais – e fedidas. Provavelmente, foi o parque geotermal que mais gostei. Figura III‑82: Champagne Pool Figura III‑83: Detalhe da Champagne Pool Figura III‑84: Lagoa de cor verde Depois conhecemos uma área com umas piscinas de lama borbulhante (se não me engano, do lado de fora do parque geotermal sem pagar nada para entrar). Alguns chamam de vulcões de lama, mas achei meio exagerado, ainda mais em um livro com um tanto de vulcão “de verdade” 🤣 . Figura III‑85: Mud pools O vídeo Cap III‑12 das mud pools ficou melhor que a foto. No final do dia, seguimos para Taupo, mais uma bela cidade neozelandesa à beira de um lago, com as montanhas do Tongariro National Park ao fundo. E tem um detalhe: este lago é a caldeira originária da erupção mais cataclísmica dos tempos modernos, em Taupo 186 d.C.! Figura III‑86: Lago de Taupo Waimangu: #imperdível Wai-o-tapu: #imperdível Dia 24 -> Taupo A Nova Zelândia é conhecida como uma “meca” dos esportes radicais: para quedas, voo livre, rafting, jetboat, mountain bike, parasailing, rapel, escalada, trekking, tem muita coisa legal mesmo. E, claro, não poderia faltar bungee jumping, na terra onde ele foi inventado (inspirado nos índios N'gol de Vanuatu). Dava vontade de fazer tudo, mas, pelo preço de uns 150-200 $NZL cada atividade, infelizmente eu tinha que escolher uma ou outra. Taupo tem um bungee jumping de uns 50 metros, menos concorrido pois não é o mais alto da Nova Zelândia (tem um de mais de 100 metros em Queenstown, bem mais caro), mas fica em um cenário muito bonito, na beira de um precipício por onde corre um rio com águas verdinhas! Achei ideal para eu fazer meu primeiro bungee jumping. Figura III‑87: Lindo cenário do bungee jumping Quando eu assistia aos saltos de bungee jumping pela TV, ou mesmo vendo ao vivo, sempre imaginei que seria só um friozinho na barriga (de leve), mas que, no geral, seria tranquilo... Mais ou menos a mesma emoção de uma montanha-russa. Mas eu não poderia estar mais enganado! Depois que você coloca o equipamento e fica na beira do precipício para saltar, é muuuuuuuuuuuuuuito mais aterrorizante do que eu poderia imaginar!!!! É uma sensação/emoção difícil de explicar.... Já fiz bastante coisa considerada “radical” e, até então, meu maior “cagaço” foi em um salto de pêndulo: você sobe amarrado em um cabo de aço a uns 45 metros e é solto lá de cima! Dizem que você chega a quase 90 km/h na descida. Diferente do bungee jumping, o cabo é de aço, que começa meio solto e por isso, no começo, você cai como em queda-livre, mas logo o cabo estica, te puxa, e você fica balançando de um lado para o outro. No pêndulo, você vai amarrado pelo tronco, e não pelos pés. O que eu fui, no longínquo 1996, ficava em Los Angeles, chamado Dive Devil. Antigamente tinha um parecido no Playcenter, e até hoje ainda tem um no Hopi Hari. Figura III‑88: Salto de pêndulo Fonte: De Coasterman1234, via Wikimedia Commons Enfim, eu já fiz muita aventura, mas o bungee jumping foi muito mais assustador do que eu poderia imaginar! Senti um medo absurdo, só fazendo para entender! O pior é a hora de saltar... O instrutor colocou o equipamento em mim e me explicou como seria o salto. Eu só teria que levantar os braços, ele ia contar até três, e então eu tinha que mergulhar (importante saltar com a cabeça para baixo). Na hora, eu até planejei fazer do jeito que ele falou. Levantei pensando: “vai dar medo, mas vou me jogar, tranquilo”. Cheguei na ponta da plataforma, levantei os braços e ele começou a contar: 3,2,1... e.... meu corpo não se jogava de jeito nenhum! Minhas pernas tremiam que nem vara verde, e, instintivamente, as minhas mãos agarraram no teto da plataforma! Deve ser o subconsciente, algum tipo de autodefesa, instinto de sobrevivência, sei lá... Era para eu ter saltado, mas travei. O cara contou de novo, meu cérebro até pensava “eu vou”, mas meu corpo não ia! Imagino meu corpo “falando” para o meu cérebro: “não faz isso, cara, você tá maluco? Não quero morrer”. Depois de algumas tentativas, não sei como, eu acabei pulando.... Quer dizer, na hora, até achei que tinha conseguido saltar sozinho, mas quando fui assistir ao vídeo, descobri como eu “consegui”: o instrutor que tinha me empurrado 🤣🤣🤣 . Salvei o vídeo do salto no canal do Youtube, Cap III‑13. Reparem no pessoal gritando para eu não segurar no teto e no belo empurrão que o instrutor me deu. Na hora, nem senti... Depois que você salta, é tudo muito rápido. Foram uns cinco segundos de muito medo... Mas a adrenalina é tanta que você nem pensa nisso. Quando você começa a entender o que está acontecendo, vem aquele tranco e te puxa para cima.... Que sensação!! Depois, fica bem mais fácil: você volta a cair de novo, mas sem precisar mais enfrentar o terror de se jogar da plataforma. Quando o medo começa a surgir, você já está caindo de novo, nem dá tempo de sentir medo. Acho que depois da segunda ou terceira vez subindo e descendo, eu comecei a raciocinar de novo, respirar e aproveitar! O bungee jumping de Taupo é do tipo que você poderia tocar na água, mas o rio estava baixo e, mesmo com o instrutor colocando o máximo de tamanho de corda, não cheguei nem perto do rio. Figura III‑89: Bungee jumping em Taupo Em termos de aventura, foi a maior emoção que senti na vida, valeu muito a pena! Nunca imaginei que ia ser tão difícil me jogar “voluntariamente” daquela plataformazinha na beira do precipício! Assistindo ao vídeo, contei: foram uns 45 segundos agonizando na ponta daquela plataforma, mas que pareciam uma eternidade 🤣🤣🤣 . “Sorte” da patroa que estava grávida, senão ia encher muito o saco dela para fazer pelo menos uma vez na vida. Se eu puder dar um conselho, não façam como eu, façam bungee jumping antes dos 30 anos, enquanto a gente ainda tem muita coragem... Após me recuperar emocionalmente, era hora de aproveitar o resto do dia. Na Nova Zelândia havia umas piscinas com terraços naturais de sílica no estilo Pamukkale (Turquia) muito bonitas, chamadas Pink and White Terraces. Porém, elas foram destruídas naquela erupção vulcânica do Vulcão Monte Tarawera em 1886, o que restou agora está submerso naquele lago maior (Rotomahana) do Parque Waimangu. Waikarei terraces é uma estância termal que oferece algumas piscinas aquecidas, e tem uma reconstrução artificial de terraços de sílica inspirados nos Pink e White Terraces. As águas são aquecidas com águas termais, mas as piscinas, reconstruindo os terraços de sílica, são artificiais. Achei bem bonito, mas, se fosse natural, eu valorizaria mais, os terraços originais deveriam ser sensacionais. Depois do Waikarei, fomos conhecer uma cachoeira na região chamada Huka Falls. Tinha visto bastante fluxo de água, e era bem fácil o acesso. Estávamos com tempo sobrando, então fomos conhecer. De fato, era bastante caudalosa, água clarinha, com caminhada agradável, era bonitinho, mas não achei nada demais o lugar.... Se estiver de bobeira, vale a pena dar uma passada. Depois, fomos até o último parque termal, chamado Orakei, mas não entramos nele... Vimos a cara do lugar, achei meio parecido com uma parte que tínhamos visto em Waimangu, não nos empolgamos muito, estava meio tarde, só tiramos uma foto e voltamos. Dia encerrado, hora de voltar para Taupo e arrumar as malas rumo à Ilha Sul da Nova Zelândia! Figura III‑90: Waikarei terraces Figura III‑91: Huka Falls Bungee Jumping: #imperdível Waikarei: #legalzinho Huka falls: #legalzinho Dia 25 -> Taupo –> Picton Dia de nos despedir da ilha norte, seguindo viagem para o sul. Logo ao sul de Taupo fica o Tongariro National Park. No parque, tem várias trilhas, a mais famosa (Tongariro Crossing) é uma trilha puxada: 19 km, em média 8h, subindo de 1100 até 1800 metros, e depois descendo até 800 metros. É uma travessia muito bonita que passa por terrenos vulcânicos, crateras e lago muito belos, além das belas montanhas e vulcões. Fazer o trekking no Tongariro National Park estava nos meus planos, mas, infelizmente, desistimos quando soubemos da gravidez da minha esposa. Como prêmio de consolação, passamos pela estrada que fica ao lado do Tongariro National Park e tiramos algumas fotos das montanhas. Com destaque para o Monte Ngauruhoe, um clássico estratovulcão. Ele é considerado ativo, mas sua última erupção foi em 1977 e, desde então, ele tem registrado pouca atividade, nós não vimos nem fumarolas. Aliás, o vulcão foi usado como um dos cenários na trilogia do Senhor dos anéis: era o Monte Doom, em Mordor! Figura III‑92: Monte Ngauruhoe (direto de Mordor…) De lá, seguimos viagem até Wellington para atravessar de balsa para a ilha sul. Chegamos um pouco mais cedo em Wellington, mas, como era um dia muito cansativo de viagem, quase 5h de carro, mais a balsa, só demos uma volta rápida pelo centrinho. Pegamos um ferry que sai de Wellington às 18h, chegando em Picton às 21h30. Dia longo. Desmaiamos, mas, no dia seguinte, ainda teríamos outro longo trecho de viagem. Dia 26 -> Picton -> Fox Glacier Este dia foi o mais cansativo de viagem, com um longo translado de Picton, do norte da ilha sul, até Fox Glacier, que fica na costa oeste mais ao sul da ilha sul. Para não ficar só andando de carro, programamos uma parada em uma atração chamada Pancake Rocks, que fica mais ou menos no meio do caminho. Pancake Rocks é uma atração legalzinha, são rochas “laminadas” que ficaram com formatos curiosos que lembram panquecas, por isso recebeu esse nome. Em alguns trechos, o mar se choca violentamente com os rochedos, algumas vezes formando jatos de água, outras vezes criando grandes buracos que acabam formando piscinas. Tem uma trilha limitando o trajeto, bem curtinha. Se estiver de passagem como eu, vale a pena dar uma passada. Se não for caminho, não vale a pena se esforçar para ir até lá.... Figura III‑93: Pancake Rocks Depois, seguimos viagem até Fox Glacier. No total, foram 7h de carro, com alguns trechos de estrada bem bonitos, especialmente um passe atravessando uma cadeia de belas montanhas para chegar até a costa oeste da ilha sul, mas era até difícil parar na estradinha para tirar fotos. Achei bem cansativos esses dois dias de viagem de Taupo –Picton – Fox Glacier, 1000 km em 2 dias e, no dia seguinte, ainda teriam mais 350 km até Queenstown. Pancake Rocks: #legalzinho Dia 27 -> Fox Glacier Fox Glacier é uma microcidade cujas atrações principais são os glaciares, um chamado Fox, outro Franz Josef. O plano era parar uma noite lá, conhecer um glaciar, avistar o Monte Cook e finalmente chegar em Queenstown. Em pensar que nessa mesma viagem, há uma semana, eu estava torrando no sol nas praias em Vanuatu e na Austrália, e hoje eu ia colocar roupa de neve para caminhar sobre um glaciar! O passeio é basicamente uma caminhada pelo vale até a base do glaciar, para depois caminhar sobre ele utilizando os equipamentos adequados. Eu achei os passeios dos dois glaciares muito parecidos, acabei escolhendo o passeio do Fox Glacier, não me lembro ao certo o porquê. Tinha outros passeios mais caros, por exemplo, um que pousava de helicóptero no topo do glaciar. Mas eu achei muito legal o passeio que fizemos, a caminhada no vale até chegar ao pé do glaciar já é bem bonita, e a caminhada no gelo propriamente dito com os crampons é bem diferente. Entramos em algumas “caverninhas” de gelo também.... Figura III‑94: Chegada no glaciar Figura III‑95: Detalhe dos turistas entrando no glaciar Figura III‑96: Glaciar Fox Figura III‑97: Caverna de gelo Achamos muito legal caminhar naquela imensidão de gelo, conhecendo cenários que não são comuns para quem vive em um país tropical como o Brasil. Foram umas 4h de passeio, incluindo o transporte da cidade. Próximo à cidade, havia um lago bonito chamado Lake Matheson, onde em dias claros o Monte Cook reflete em suas águas. Com 3754m, o Monte Cook é o pico mais alto da Nova Zelândia, e o mirante do Lake Matheson, chamado Jetty Viewpoint, oferece boas vistas. No dia, estava muito nublado, especialmente nas montanhas, mas teve um momento que abriu um buraco bem no meio das nuvens, revelando um belo pico nevado – acho que era o Monte Cook, ou alguma montanha ao lado. Figura III‑98: Monte Cook (?) entre as nuvens Se estiverem em Fox Glacier, vale a pena dar uma passada no Lake Matheson para tentar ver o Monte Cook. Porém, apesar da vista do Lake Matheson ser legalzinha (em dias claros), acredito que a vista mais bonita do Monte Cook é do outro lado (ao leste da ilha sul, muito fora da nossa rota). Vi algumas fotos tiradas do Lake Pukaki que pareciam mais impressionantes.... Do Lake Matheson, seguimos para Queenstown. A estrada passava por algumas paisagens bens bonitas, e um dos destaques foi um lago muito bonito, que imagino ser o Lago Wanaka. Figura III‑99: Lindo lago no caminho (Wanaka?) Fox Glacier: #imperdível Dia 28 -> Queenstown Queenstown, a capital mundial da aventura, foi o destino final da nossa expedição de carro, atravessando a Nova Zelândia de norte a sul. Não sei explicar exatamente o porquê, mas eu simplesmente amei Queenstown! Não sei se foram as cores do outono, o clima vibrante de cidade aventureira, o lindíssimo cenário das montanhas ao redor do lago Wakatipu, o centrinho muito bacana com tudo perto, gente jovem nas ruas, a simpatia do pessoal do hostel e das agências de turismo... Provavelmente um pouco de tudo isso. Só sei que Queenstown foi minha cidade favorita! Ela não é uma cidade tão pequena assim, mas tudo que você precisa está concentrado no centrinho. A vegetação com as cores de outono estava sensacional, me chamou muito a atenção. Não sei porque as folhas e flores no resto da Nova Zelândia não me chamaram tanto a atenção, talvez por Queenstown ser mais ao sul, ou por ser mais florida, sei lá... Nem o friozinho da noite, com mínimas de uns 60C, nos incomodou. No primeiro dia, fomos conhecer o Skyline. Um teleférico que vai até a montanha ao lado da cidade, oferecendo vistas belíssimas da cidade. Figura III‑100: Queenstown Para variar, lá tinha oferta de um monte de atividade, voo livre, um bungee jumping menor (o de mais de 100m fica em outro lugar), mas eu e a patroa optamos em descer de luge, aquela espécie de carrinho de rolimã que também tinha em Rotorua. Não é muito rápido, ou emocionante, tanto que grávida pode ir em problemas, mas é muito divertido. E era barato, algumas descidas já estavam incluídas no preço do teleférico. Muito bacana o passeio no Skyline de Queenstown, lindas vistas, não dá para não ir. Figura III‑101: Luge Figura III‑102: Pista do luge Depois descemos para o centro e fomos passear a beira do lago, curtindo a paisagem. De um lado fica o jardim botânico, que estava muito bonito com lindas flores e especialmente as folhas multicoloridas no outono: verde, amarelo, vermelho, vinho, laranja, um show à parte! Em 1h15, tiramos 98 fotos das folhas do outono... E, no final, ainda pegamos o pôr do sol mais bonito da viagem! Figura III‑103: Lago e Jardim botânico Figura III‑104: Folhas de outono Figura III‑105: Pôr do sol em Queenstown Queenstoown, Skyline e Luge: #imperdível Dia 29 -> Milford Sounds Milford Sounds é um fiorde que fica ao sul de Queenstown, a cerca de 4h de ônibus. Optei por fazer um day tour de Queenstown, mas também é possível ir até a cidade de Te Anau, que fica no meio do caminho, e de lá conhecer os fiordes e outras atrações. O clima na Ilha Sul, especialmente no Leste, já é meio instável em geral, mas Milford Sounds está na região mais chuvosa da Nova Zelândia, com média de 200 dias de chuva por ano! Por isso, deixei para fazer o passeio no dia com melhor previsão do tempo e comprei o tour apenas poucos dias antes. Vi muitas fotos e relatos de viajantes que pegaram tempo ruim, mas nós demos muita sorte e pegamos um céu azulzinho! No final do passeio, apareceram umas nuvens, mas o tempo lá foi excelente. O passeio em si é um pouco cansativo, com muitas horas de ônibus, saindo cedo e voltando tarde, mas achei a melhor opção. O ônibus faz algumas paradas: para comer em Te Anau e em alguns mirantes pelo caminho – uma lagoa, um riacho bonitinho e uma montanha – embora nenhum desses lugares tenha me impressionado muito. Até que, finalmente, embarcamos para um passeio pelo fiorde Milford Sounds, que é realmente muito bonito. O destaque da paisagem é uma montanha quase triangular, o Pico Mitre, que se eleva a 1700m! Logo que chegamos no píer, fomos recebidos por essa vista incrível, com Pico Mitre à esquerda. Figura III‑106: Pico Mitre em Milford Sounds Esse braço do fiorde é cercado por muitas montanhas altas e bastante inclinadas, impressionante. Também chamou a atenção as inúmeras cachoeiras deslumbrantes, que escorrem pelas encostas das montanhas até o mar. De longe, em meio a montanhas tão altas, as cachoeiras até pareciam pequenas. Mas, à medida que o barco de aproximava, começamos a ter noção do tamanho real delas. Nesta primeira foto, dá para ver ao longe a cachoeira entre as montanhas do fiorde. Perto da montanha do fiorde, a cachoeira até parece pequena. Figura III‑107: Cachoeira vista de longe Agora a mesma cachoeira vista de perto. Detalhe: tinha um barco passando na frente. Reparem no tamanhinho do barco em relação a cachoeira, e era um barco bem grande... Figura III‑108: Detalhe da mesma cachoeira da foto anterio Os barcos geralmente chegam perto de uma ou duas cachoeiras durante o passeio. O nosso barco também chegou perto de algumas cachoeiras, a ponto de molhar quem estiver no barco. Além das cachoeiras, tinham alguns animais por lá. Conseguimos ver leões-marinhos. O pessoal disse que alguns dias há pinguim, pena que não vimos…. Valeu muito a pena o passeio! Figura III‑109: Cachoeira com bastante volume d’água Figura III‑110: Milford Sounds em preto e branco Milford Sounds: #imperdível Dia 30 -> Queenstown Este dia tinha reservado para fazer alguma atividade radical em Queenstown. Tinha planejado fazer um jetboat (tem milhares de opções em Queenstown), e talvez o maior bungee jumping da Nova Zelândia, mas ele ficava meio afastado do centro de Queenstown, e acabei desistindo pelo preço do salto e do translado. Já o jetboat era bem mais barato (menos caro....), inédito para mim, era mais perto e não cobravam uma facada de translado... Jetboat é uma espécie de barco superveloz, que vai praticamente “flutuando” sobre a água e faz algumas manobras radicais, “tipo” cavalo de pau, curvas fechadas etc. Escolhi o jetboat chamado Shotover, o mais antigo da Nova Zelândia, que fica em um riozinho muito bonito. O rio é meio raso, com alguns paredões, e o piloto vai a milhão, tirando uma fina das pedras e dando cavalos de pau. Não é tão perigoso quando pode parecer lendo minhas palavras, eu diria que dá menos medo que os buggys “com emoção” do Nordeste…. Mas, ainda assim, como o barco bate bastante na água e faz algumas manobras bruscas, eles não recomendam para gestante. A parte do passeio no barco mesmo é meio rápido, dura uns 15 minutos, mas eu achei bem divertido, valeu a pena. Além do belíssimo cenário do rio e as folhas do outono! Figura III‑111: Shotover Jetboat Figura III‑112: Lindo rio e folhas de outono Figura III‑113: Outono Passamos o resto do dia no centro de Queenstown, apreciando a linda vegetação no outono dos bosques ao redor do lago. Que cidade linda! Figura III‑114: Outono em Queenstown Jetboat: #valeapena Dia 31 e 32 -> Queenstown -> Sidney –> SP Nossa passagem pela Nova Zelândia acabou, infelizmente estava acabando nossa viagem. Acordamos cedo e pegamos o voo para Sidney. Aliás, o avião passou bem perto do centro da cidade, nos brindando com lindas vistas da baía de Sydney. Figura III‑115: Sydney da janela do avião No nosso último dia de Sydney, para fechar a viagem com chave de ouro, aproveitamos para visitar novamente nossa amiga e tirar fotos noturnas da ópera e da ponte. Foram insistentes tentativas e ajustes até conseguir fotos boas, mas valeu a pena! Figura III‑116: Ópera de Sydney Figura III‑117: Sydney Harbour Bridge T No dia seguinte, iríamos sair às 18h30 de Sydney, e depois de 16h de voo, chegaríamos 19h55 do mesmo dia em Buenos Aires! Haja fuso horário, reembarcamos na máquina do tempo: passamos 16h no avião, saindo às 18h30 e chegando às 19h55 no mesmo dia... Para depois finalmente chegar em São Paulo. Ufa, terminou, e que viagem inesquecível! O que eu acertei e o que eu faria diferente: Oceania Tínhamos programado fazer uma grande viagem antes de ter filhos, e o roteiro não poderia ter sido melhor. Tiveram várias atrações naturais incríveis e das mais variadas, desde praias paradisíacas até montanhas nevadas, glaciares, fiordes, animais diferentes e áreas geotermais! Mas também tiveram atrativos mais urbanos e culturais, conheci cidades espetaculares como Sydney e Queenstown, e a autêntica e única cerimônia N’gol de Land Diving. E teve fortes emoções com o bungee jumping e, principalmente, o melhor passeio da vida, o Vulcão Monte Yasur em Vanuatu!!! Eu achei a Austrália bem bacana, é um país fantástico. Sydney deve ser uma das melhores cidades do mundo para morar! Mas em termos de turismo, algumas atrações me pareceram um pouco overrated, e é um país caro. Comparando com o dólar americano, o dólar australiano era um pouco mais caro, enquanto o dólar neozelandês era um pouco mais barato. Na época que eu fui, o dólar americano era aproximadamente R$ 2,00, o dólar australiano ($AUS) era R$ 2,10, e o dólar neozelandês ($NZL) era R$ 1,75. Acabei optando por conhecer bastante o Queensland, pela beleza e pela logística: é relativamente acessível de Sidney (voos curtos e baratos) e tem muita opção desde praias e, claro, a Grande Barreira de Corais! Achei imperdível Sydney, os exóticos animais australianos, a Grande Barreira de Corais e Whitehaven beach. Quanto às outras praias, são bonitas, mas não tão especiais para quem mora em um país como o Brasil.... Curtimos as praias, só não acho que vale a pena gastar muito dinheiro e muitos dias de férias para conhece-las. Se eu fosse refazer o meu roteiro, não incluiria toda aquela parte de Brisbane. Townsville foi um erro para quem procurava um passeio raiz diário até a Grande Barreira de Corais. Era melhor ter ido para Cairns, ou algum ponto ao sul de Airlie beach. Nas minhas pesquisas sobre a Austrália, vi muitos atrativos interessantes, além das que visitei nesta viagem. Para o meu gosto, Ningaloo reef (especialmente na época de mergulho com tubarões-baleia) e Ilhas Christmas parecem muito bacanas, mas ficam muito longe, a logística é muito complicada, passagens caríssimas, tiveram que ficar para uma próxima oportunidade... Também pesquisei sobre Uluru, Perth, Melbourne e os 12 apóstolos, Blue Mountains, vinhedos e Tasmânia, no geral, me pareceram #legalzinhos, mas também decidi não ir por causa da logística/custo. Trekking, especialmente na Tasmânia, parece ser bacana para ver a fauna australiana livre na natureza (cangurus, coala, e, com sorte, até ornitorrinco), mas, na falta de tempo e dinheiro para fazer trilhas atrás deles, vale a pena ir nos zoológicos australianos mais iterativos, muito bacana também. Antes de avaliar o roteiro na Nova Zelândia, permita-me fazer um comentário bem maldoso: a Nova Zelândia não é um país de atrativos “únicos” ou exclusivos. É difícil algo que você só encontre lá, ou que lá seja o melhor do mundo. Tem um belo vulcão ativo, White Island, que é legal, mas não é o vulcão mais legal do mundo. Milford Sounds é um belo fiorde, mas não tão belo quanto os da Noruega. Tem parques geotermais sensacionais, a Lagoa Champagne, mas não tão marcantes quanto Yellowstone. Tem belos glaciares, mas não tão belos quanto o Perito Moreno. A Nova Zelândia tem belas montanhas, lagos, praias, cidades, esqui no inverno, cultura dos maoris, bons vinhos, trekkings para todos os gostos, mas nada disso pode-se dizer que é o mais belo do mundo... Até o bungee jumping, que eles inventaram (inspirados na tribo N’gol), já tem outros maiores e mais radicais mundo afora. Ainda assim, eu adorei a Nova Zelândia! Acho que o destaque é a variedade, talvez nenhum outro país do mundo tenha tanta diversidade de paisagens a uma distância relativamente pequena. Considero que este é o diferencial da Nova Zelândia: tem muita coisa diferente, para agradar todos os gostos, especialmente (mas não apenas) quem gosta de aventuras e ecoturismo em um país muito receptivo e com uma cidade sensacional como Queenstown! Se eu fosse mudar algo no meu roteiro pela Nova Zelândia, seriam poucos detalhes. Hoje, eu acrescentaria uma visita ao Lago Pukaki, aquele que aparentemente tem lindas vistas do Monte Cook do lado leste. E, se não fosse a gravidez, teríamos feito a trilha principal no Tongariro National Park. Quanto à logística, na época eu não encontrei bons voos da região de Taupo para Queenstown, acabamos indo de carro e ficou meio pesado esse trecho. Hoje, eu buscaria um voo de Taupo ou Rotorua até Queenstown ou Christchurch. Ainda há muitos atrativos na Nova Zelândia que eu não conheci. O país oferece trekkings para todos os gostos, passeios para os fãs do filme Senhor dos Anéis e praias bacanas, a mais famosa é a Catedral Cove. Além das belezas naturais, tem algumas cidades bacanas, bonitas, bem-organizadas, mas sem grandes atrativos turísticos. Por fim, vou deixar o link de dois sites muito bons sobre as atrações da Nova Zelândia e Austrália (Ref. 6), e no capítulo I tem mais algumas referências que me ajudaram a montar meu roteiro. Mas sem dúvidas Vanuatu foi o ponto mais alto da viagem! Se eu fosse planejar novamente a viagem, reduziria alguns dias de Austrália e Nova Zelândia e colocaria muito mais tempo em Vanuatu. Acrescentaria uns 3 dias na Ilha de Santo, maior ilha de Vanuatu. Ela tem provavelmente as praias mais bonitas de Vanuatu (Champagne, lonnoc beach, Port Olry), e tem excelentes pontos de mergulho, com naufrágios da Segunda Guerra Mundial (SS President Coolidge e Million Dollar Point). Tem um passeio com uma caverna que tem cachoeira, cânion e morcegos no meio da floresta chamada Millenium cave, além de rios que formam vários blue holes cristalinos. Acrescentaria também uma visita à ilha de Ambrym, onde tem outro vulcão ativo, dois vulcões “gêmeos”, na verdade! Só descobri esses vulcões depois que voltei. Em 2013, ainda havia o lago de lava, que secou após uma erupção em 2018, e eu acabei perdendo essa oportunidade! Além disso, apenas um dia em Tanna foi arriscado, o ideal era ficar mais um dia lá e pelo menos mais um dia explorando a ilha de Efate. Além das atrações naturais e culturais únicas, Vanuatu tem um povo é fantástico, muito receptivo e acolhedor, apesar das condições humildes. Não quero criar muita expectativa, não, mas Vanuatu me conquistou! Quem sabe um dia eu volto lá. A melhor época para visitar esses destinos varia. Na Austrália, especialmente em Queensland, a primavera e o início do verão oferecem clima agradável, com menos chuvas e fora da época das águas-vivas mortais no norte do estado. Fomos em março-abril e, apesar das águas-vivas mortais (que nem atrapalharam muito), foi tranquilo, tivemos dias ensolaradas, algumas nuvens e pouca chuva. Em Vanuatu, se você quiser ir na cerimônia N’gol, tem que ir entre abril e junho. Evite novembro a abril, que é a época mais chuvosa. Nós fomos em abril e, embora tenha chovido um pouquinho em um dia, foi tranquilo. Entre junho a setembro, o clima é mais fresco e sem chuva, possivelmente a melhor época. Na Nova Zelândia, as estações são mais bem definidas, e para as atrações que visitei, o outono foi uma ótima escolha. Valeu Oceania, Austrália, Vanuatu e Nova Zelândia. Agora é hora de contar como foi a busca pelos vulcões mais incríveis na África, e algumas de suas atrações surpreendentes! Ranking das atrações Eu sempre gosto de ressaltar que são julgamentos extremamente pessoais, obviamente o que eu achei imperdível pode ser chato para caramba para outras pessoas.... Enfim, segue meu ranking: 1 – Monte Yasur, Vanuatu 2 – Cerimônia Land Diving N’gol, Vanuatu 3 – Bungee Jumping (Taupo) 4 – Grande barreira de corais 5 – Whitehaven beach 6 – White Island 7 – Praias Efate, Vanuatu 8 – Queenstown 9 – Milford Sounds 10 – Parques termais Rotorua (Waimangu e Wai-o-tapu) 11 – Sydney 12 – Zoo Austrália 13 – Fox Glacier A trilha do Tongariro e talvez as vistas do Monte Cook do Lago Pukaki tinham potencial para estar nesta lista... ----------------------------------------------------------------------------- Pessoal, lembrando que eu postei quase todo o Capitulo III do livro/ebook (só reduzi algumas fotos pra adaptar ao fórum), exceto o relato dia a dia da Austrália. Todos os capítulos, de cada continente, seguem esse formato. O relato completo da Austrália está inteiramente grátis na amostra do e-book na Amazon. Basta pesquisar o livro no amazon.com.br, e selecionar a opção para ver ou baixar a amostra do livro. Para quem quiser conferir, amostra grátis cobre os primeiros 10% do livro, incluindo os capítulos introdutórios, onde conto como começou meu fascínio por vulcões ativos, falo um pouco sobre os diversos tipos de vulcões e de erupção, e explico as razões pelas quais escolhi os vulcões que visitei. Também já postei aqui no mochileiros o capitulo VI quase inteiro, Guatemala, México e Panamá. Quem quiser ver o relato completo das viagens pelos outros continentes está no livro Destino Vulcões no amazon.com.br! Sinopse do livro: Nesta obra, compartilho minhas aventuras em busca dos vulcões mais espetaculares do planeta. É um relato pessoal de mais de 90 dias de viagens, ao longo de 10 anos, explorando 15 países em 6 continentes, ilustrado com fotos e vídeos do próprio autor. Expressões absolutas da força da natureza, os vulcões fascinam na mesma medida em que amedrontam. Quem já assistiu a uma erupção com lava pode confirmar que os vulcões oferecem uma das cenas mais impressionantes da natureza. E não é preciso ser um aventureiro radical para explorar esses destinos — basta estar disposto a viver experiências inesquecíveis. Além de paisagens vulcânicas impressionantes, descobri culturas vibrantes e outras belezas naturais que tornaram essa jornada ainda mais enriquecedora. Convido você a me acompanhar nessa aventura, repleta de histórias fascinantes e paisagens deslumbrantes ao redor do mundo. Capa:
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Boa tarde a todos, UPDATE: o meu mochilão passou para cerca de 7-9 meses e, além do SA, pretendo também passar algum tempo na Australia 🇦🇺 Como o budject, ao contrário do tempo de permanência, não esticou, pretendo usar a plataforma Workaway em alguns momentos, trocando hospedagem e alimentação por trabalho 😊 Alguém tem experiência? Gratidão 🙏🙏🙏 Alguém já viajou para o Sudoeste Asiático em tempos de Covid? Se tudo correr bem, Irei "mochilar" durante cerca de 9 meses por Singapura, Indonésia, Malásia, Tailândia (apenas breve passagem por koh Lipe e talvez Mae Sot para cruzar a fronteira), Myanmar, Laos, Camboja, Vietnam e, se tiver tempo e conseguir esticar o bujet, Sri Lanka e Filipinas... O roteiro está ainda numa fase muito embrionária, apenas tenho vôo de Lisboa para Singapura no final de Outubro e não tenho bilhete de volta. Pretendo fazer 3 semanas de voluntariado e aprender a surfar 😊 Gostava de saber quais as vossas opiniões e dicas... Grata desde já 🙏
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Olá, colegas mochileiros! Segue o resumo de minha viagem pela Oceania. Caso queiram mais conteúdo, não deixem de conferir o meu blog Rediscovering the World Preparativos Estava no meio de uma viagem em Seicheles, quando o site Melhores Destinos anunciou a promoção que eu estava aguardando a tempos. Por 2,4 mil reais consegui que um amigo comprasse meu voo do Brasil para Austrália pela Qantas, com antecedência de meio ano. Tive muita sorte da data coincidir com o término do intercâmbio de minha prima Amanda na Austrália, o que fez com que ela pudesse me acompanhar por toda a jornada. Logo decidi que o trajeto iria incluir também Nova Zelândia, Tonga e Fiji. Então, fui atrás dos voos nas companhias de baixo custo. O que não tive sorte foi na hora de solicitar o visto australiano, o único que precisa ser feito antecipadamente, ainda que seja online. Estava já em outra viagem, num vilarejo do Gabão, quando uns 45 dias depois do pedido, recebi o temível email da negação do visto! Foi um baque, pois eu já havia comprado um monte de passagens não reembolsáveis com a certeza de que não teria problema na solicitação, já que nunca tinha passado por isso. Parece que eles não acreditaram na minha história de nômade... De volta ao Brasil e faltando um mês e meio pro embarque, juntei todos esforços numa segunda tentativa, já que desistir iria sair caro. Tive que pagar novamente os 140 dólares australianos (~379 reais), mas dessa vez escrevi uma baita carta e anexei uma montoeira de documentos, incluindo as páginas de todos os passaportes que já tive, comprovando as inúmeras viagens que venho realizando. Felizmente, uns 5 dias depois tive o visto aprovado! Dessa forma, continuamos a elaborar o roteiro, reservando hospedagens e os veículos onde dormiríamos em parte desse tempo. Dias antes do embarque preparamos as mochilas, que com certo desapego conseguiram praticamente atingir os míseros 7 kg permitidos pelas companhias de baixo custo oceânicas! Enquanto minha prima já estava em Melbourne, eu tomei um voo turbulento de Floripa até São Paulo pela Gol (160 reais). Dia 1 Tive que passar a noite no aeroporto, já que a partida para a Austrália seria apenas às 8 da manhã, não havendo tempo viável para um voo anterior até Guarulhos. Depois de cochilar sentado, embarquei no voo operado pela LATAM até Santiago. Só que houve um imprevisto: o voo atrasou mais de uma hora. Isso fez com que eu e mais umas 20 pessoas que estavam no avião perdêssemos a conexão seguinte a Melbourne. Dá pra acreditar que eles preferiram não esperar uns 20 minutos para isso não acontecer? O resultado foi que tivemos que aguardar da tarde até a madrugada pro voo seguinte. Pelo menos nos enviaram a um hotel (Manquehue em meu caso) com direito às refeições. Conheci um pessoal brasileiro bacana nessa situação. Com um deles, saí pra dar uma caminhada nos arredores. Mas tirando as montanhas nevadas ao fundo, não havia mais o que ver próximo ao aeroporto. À noite quase que perdi outro dia no Chile, pois houve overbooking no voo e a companhia ofereceu uma grana boa pra quem quisesse ficar; pena que quando me voluntariei já era tarde. Então, embarquei no aviãozão moderno da LATAM por longas horas, sendo o trecho inteiro na escuridão. Ao menos o entretenimento e as refeições estavam boas, podendo até escolher entre algumas opções. Dia 2 Por fim, eu e a cambada de brazucas aguardamos o voo final no aeroporto de Auckland para Melbourne pela Qantas, com um bom serviço de bordo. Desembarcamos às 9 e pouco da manhã. Passada a imigração, encontrei minha prima. Juntos, retiramos o carro alugado na Aucar um dia antes (por causa da mudança no voo), por 20 dólares australianos a cada dia. Conduzi o veículo diretamente à Great Ocean Road, estrada bastante cênica que passa pelo litoral sul do país, de Melbourne a Adelaide. Depois de comprarmos a comida num supermercado da rede Coles, paramos num dos muitos mirantes costeiros para fotografarmos um farol e a Eagle Rock, uma das rochas que sobressaem-se no mar. Vários chineses também faziam o mesmo. Almoçamos sanduíches e continuamos na rota, que estava passando por muitos reparos. Mais além, a próxima parada foi em Kenneth River. Lá vimos os fofos coalas no alto de eucaliptos, que são muitos na Great Ocean Road. Junto também havia uma porção de papagaios e cacatuas, que pousavam na gente mesmo sem termos comida, como o colorido periquito-rei-australiano (Alisterus scapularis). Também havia outras aves terrestres. Depois, subimos o mirante da longa cachoeira Carisbrook. Com o sol já se pondo, entramos na floresta morro acima do Parque Nacional Great Otway, caracterizado por muitos eucaliptos e samambaias. Até chegar no Lago Elizabeth, um pouco distante, um bocado de cangurus atravessaram nosso caminho. Na completa escuridão, caminhamos com nossas lanternas de cabeça pela trilha até o lago. Foi meio assustador, porque não havia ninguém acampando no parque, e no meio do caminho vimos uma fogueira distante e algo que parecia pessoas se mexendo. Receosos, continuamos até o lago propriamente dito. Não conseguimos ver os famosos habitantes ornitorrincos, mas de perto flagrei um tipo de marsupial noturno chamado de “possum” (Pseudocheirus peregrinus), semelhante ao nosso gambá, que ficou imóvel perante as lanternas. Ainda encontramos 3 ciclistas nesse trecho. Seguindo o conselho deles, descemos até o vilarejo mais próximo (Forrest) para dormirmos no carro, em frente a um parque de caravanas, onde havia um banheiro público. Dia 3 Fez um frio desgraçado à noite; se não fosse pelo saco de dormir que levei eu passaria frio. Depois do café da manhã improvisado, seguimos a rota por uma estrada bem florestada, onde vi um roedor, um passarinho rosa e um “wallaby” (parente menor do canguru), até chegarmos a uma das duas trilhas que fizemos no dia. A primeira foi a da cachoeira Triplet Falls. Bonita, com algumas descrições. Entre a primeira e a segunda, muitas fazendas, sendo algumas com cenas inusitadas, incluindo lhamas e cavalos vestindo roupas! Melba Gully, a segunda trilha, fica numa floresta num penhasco. De dia não é tão interessante, mas à noite dá para se ver os “glow worms” - vermes brilhantes. Chegamos novamente à Great Ocean Road. Junto com um monte de chineses, admiramos as maravilhas geológicas do litoral, principalmente os 12 Apóstolos, que é uma coleção de Torres de calcário, e o Loch and Gorge, uma baía protegida e com estalactites. Além desses, há outras feições, mas não tivemos tempo de conhecer, pois tivemos que retornar ao aeroporto. Três horas depois, devolvemos o carro e pegamos o voo da JetStar para a Tasmânia (46 dólares cada trecho por cabeça). Lá, retiramos um mini carro na AVIS, por 23 dólares australianos por dia - 30 dólares americanos com um cupom de desconto na EasyRentCars. Meia hora depois, chegamos no centro de Hobart, capital do estado, onde fica o albergue The Pickled Frog, nosso sagrado banho, cama e estacionamento. Dia 4 O albergue é bacana, tem jogos, TV e livros, além do básico. Mas no dormitório coletivo também tem gente que ronca. Isso por 21 dólares australianos a diária sem café. Andamos pelo centro de Hobart nessa manhã. Meu desjejum foi um pacote grande de KitKat que comprei na The Reject Shop, uma loja de descontos. Entramos brevemente no interessante Salamanca Fresh, mercado de comida natural na Salamanca Place, local onde ocorre nos sábados uma importante feira. Na área da marina, não tão bela quanto se esperaria, demos uma checada no centro de estudos antárticos da Universidade de Hobart. Lá conheci uma pesquisadora cujo trabalho de campo foi nada menos que ir à base Concordia no meio do continente gelado, sob -50 graus Celsius e nada além de gelo! À continuação, ingressamos no gratuito museu e galeria de arte da Tasmânia. São 3 andares, sendo que o museu conta com informações úteis e materiais sobre a natureza e a história do estado. Almoçamos no restaurante japonês Niji. Por 20 dólares tivemos direito a sushi ilimitado, além de sopa miso e uma bandeja com umas preparações de frango. Estava bastante bom, por isso saímos de lá estufados. De carro, seguimos ao jardim botânico. Também gratuito, contempla diversas espécies australianas, tasmanianas, subantárticas, entre outros. É bonito, mas achei o espaço subutilizado. Já que o Monte Wellington estava com uma névoa cobrindo seu mirante, depois das compras decidimos ir para o noroeste, enquanto o sol se punha. Com o National Parks Pass em mãos (comprado pela internet por 60 dólares australianos), acompanhando o mar que virou o Rio Tyenna, entramos no Parque Nacional Mount Field. Como já era noite, usei a lanterna de cabeça para focar vários animais que estavam nas árvores e brejo próximos à portaria. A maioria deles, na casa das dezenas, eram “pademelon”, saltador marsupial menor que o “wallaby”, mas havia outros, como o pequeno “bandicoot”, estrela da série de jogos Crash Bandicoot. O céu também estava especialmente iluminado com a Via Láctea, apesar de não termos visto uma aurora austral. Subimos de carro por quase 1 km até o ápice do monte que nomeia o parque. Ao chegarmos, do carro presenciamos uma cena inusitada: um helicóptero da polícia surgiu, e depois de muito procurar algo com um facho de luz, largou uma pessoa lá no topo, que sumiu instantes depois. Mistério no ar… Lá em cima estava tudo coberto de neve e gelo, dado que a temperatura chegou a -5 graus. Até o Lago Dobson, no qual fizemos uma trilha por conta própria nessa noite, estava parcialmente congelado. De vegetação só vi pinheiros e pândanos. Quanto aos animais, um que não sei qual é, pegadas estranhas e fezes. Descemos até a portaria para dormirmos no carro em temperatura levemente abaixo de zero. Dia 5 Ao amanhecer, tentamos novamente sem sucesso achar um ornitorrinco nos lagos e rios do parque. Depois, percorremos o caminho pedestre para a cachoeira Russell Falls, uma beleza só. A trilha margeada por vegetação coberta de musgo, onde vimos dois “wallaby”, continua por eucaliptos enormes de até 80 metros na Tall Trees Walk. Voltamos ao centro de visitantes conversando com uma australiana que recém havia se mudado para a Tasmânia. À tarde, fomos em direção norte. Muitas fazendas, lagos e florestas no caminho. Almoçamos na área de piquenique das hidroelétricas Tarraleah. Como as demais, possui mesas e bancos, churrasqueiras grátis e banheiros limpos e completos. Um pouco além, ao passar algumas charnecas, entramos na área do Parque Nacional Cradle Mountain - Lake Saint Clair. A parte sul do parque fica ao redor do lago de mesmo nome. Começamos as trilhas já com o céu escurecendo. Percorremos a Platypus Bay, que atravessa um rio e passa pela margem do lago, outra que trata da etnografia aborígine, e a Watersmeet, onde vimos a maioria dos animais noturnos em meio a manchas grossas de neve e árvores de floresta temperada. Nas árvores, encontramos duas espécies de “possum”, o mais comum Trichosurus vulpecula e o Pseudocheirus peregrinus, ambos se alimentando. Próximo ao centro de visitantes, alguns “wallaby”. O mais inesperado e raro, todavia, foi uma equidna! Assim como o ornitorrinco, ela é um monotremado, grupo primitivo de mamíferos que põe ovos, além dela ter um pênis quádruplo! Ela até permitiu nossa aproximação, ainda que ao pressentir perigo armasse suas lanças como um porco-espinho (chegou a encostar em mim a certa hora). Fiquei muito satisfeito com esse encontro, retornando ao carro para guiar até alguns quilômetros adiante, onde dormimos no meio do nada. Tão nada que se passou várias horas até um carro cruzar com o nosso. Dia 6 Somente na manhã que vimos que essa área era a trilha do Rio Franklin, que pertence ao Parque Nacional Franklin-Gordon Wild Rivers. Um pouco além, encaramos um pedaço de uma segunda trilha do parque, até a ponte pênsil Frenchman's Cap. A terceira trilha curta foi uma subida até a colina Donaghys. A vista do topo é muito bacana, mostrando a vastidão selvagem da Tasmânia. Próximo à única cidade da região (Queenstown), paramos na cachoeira Nelson Falls. Outra baita queda, mas com um mirante não tão bom. Almoçamos macarrão e feijão enlatados à beira do reservatório do Lago Burbury, dividindo a mesa com corvos destemidos. Num morro diante de Queenstown, fica um caminho por um paredão rosado com cachoeira e um mirante por cima da minha de cobre que desenvolveu a cidade no século 19 e 20, mas que deixou um rastro de destruição ambiental até hoje. A chuva apertou enquanto seguimos até o lado norte do Parque Nacional Cradle Mountain - Lake Saint Clair. Essa parte da unidade de conservação é mais desenvolvida, com uma dezena de estabelecimentos comerciais. Apesar de já ser quase a hora do pôr do sol quando finalmente chegamos, ao longo dos tablados que percorrem o Ronny Creek havia uma dezena de vombates (Vombatus ursinus)! Mais um marsupial fofo pra coleção. Enquanto os gordinhos pastavam no brejo, nem se preocuparam com nossa presença. Tanto foi que consegui até fazer carinho em um que se aproximou da trilha. Quando escureceu avistamos uma mãe e filhote de “wallaby”. Seguindo de carro até o Lago Dove, ouvimos um monte de sapos mas não vimos nenhum, então deixamos o parque. Na estrada escura e nebulosa, muitos “wallaby” cruzaram o asfalto, quase atingindo o veículo. Ao chegarmos em Devonport, cidade portuária no norte, tivemos certa dificuldade em localizar uma hospedagem em conta, pois um dos albergues estava fechado no inverno e no outro a recepção recém havia encerrado, apesar de ainda ser 9 e pouco da noite. Nos sobrou o Formby Hotel, que estava mais para bar e cassino. Pagamos 35 dólares por cabeça no quarto com banheiro e cozinha compartilhados, wi-fi e estacionamento. Foi meio caro, mas tomar um banho quente e dormir num colchão novamente foi bom demais. Dia 7 Tivemos que abastecer o carro, mas aqui estava mais caro e tabelado: 1,57 o litro. Depois, tentamos ver uns pinguins na praia de Lilico. Lá, há plataformas e casas artificiais para os pinguins da menor espécie do mundo que ocorrem nesse litoral. Infelizmente, eles só aparecem em terra após o pôr do sol, então não vimos nenhum. Em seguida, guiei o carro para o interior, para visitarmos o Tasmanian Arboretum, mais um local com possibilidade de ver o ornitorrinco. A entrada custa 5 dólares mas é voluntária. Há alguns jardins temáticos, sem flores no inverno, e um lago central. Ao redor do corpo hídrico, uma espécie de passarinho azul e mais várias outras aves; na água, cisne negro e… finalmente ornitorrincos! Pequeninos, nadavam por alguns segundos com as costas e o bico acima do nível do lago, para depois deixarem apenas ondas e bolhas na água enquanto mergulhavam e voltavam pras suas tocas na vegetação das margens. Esses animais bizarros põe ovos, possuem bico e patas de pato, garras venenosas, mas são mamíferos! Levemente emocionado com a descoberta dos bichos, a próxima parada foi no Parque Nacional Mole Creek Karst. O maior interesse da área protegida está nos relevos cársticos, ou seja, cavernas. As duas principais (King Solomon e Marakoopa) possuem muito o que proteger da ação de invasores, por isso só é possível entrar nelas com um passeio guiado de 1 hora por 19 dólares. Eu e mais uns australianos fizemos o tour. O guia bacana explicou muito sobre as formações espeleológicas dessa caverna, que incluem incríveis estalactites, estalagmites, colunas, cortinas, canudos, escorrimentos, etc. Vimos alguns dos salões, o rio subterrâneo e, por fim, os “glow worms”, larvas de inseto que produzem bioluminescência e mais parecem um céu estrelado no teto da cavidade sem iluminação. Atravessamos o estado em seguida. Somente à noite chegamos no Parque Nacional Freycinet. Para não perder o pique das trilhas noturnas, deixei o carro no fim de Cape Tourville e demos uma caminhada em torno do farol estrelado, mas não vimos nenhum ser vivo, então retornamos ao centro de visitantes do parque e dormimos no carro no estacionamento. Dia 8 Breve passada no centro de visitantes para obter umas informações. Em sequência, estacionamos no começo da trilha para Wineglass Bay, onde fomos caminhar um bocado, em companhia de algumas outras pessoas. Logo de cara há uma subida considerável, com mirantes pras baías de Coles e Wineglass, essa segunda uma beleza só. A trilha vai até essa praia, mas escolhemos continuar pelo istmo até Hazards Beach. É impressionante a quantidade de conchas grandes e algas kelps. Por fim, continuamos margeando o costão na vegetação de “heathland” até o ponto inicial, percorrendo o circuito em 4 horas e meia com as paradas. No estacionamento, três “wallaby” com seus filhotes na bolsa (marsúpio) fizeram a alegria da galera. Achei que as mães seriam agressivas nessa situação, mas elas no máximo fugiam lentamente. Voltamos ao centro de visitantes para tomar banho. Nos custou 1 moeda de 2 dólares para cada, para podermos tomar banho quente de 4 minutos, meio corrido. Ao escurecer dirigi até as praias amigáveis (Friendly Beaches), onde passamos a noite. Lá há um camping gratuito com estacionamento, banheiro seco e bastante espaço em meio às natureza com animais saltitantes pra lá e pra cá. Mas nada de diabos-da-Tasmânia. Dia 9 Começamos o dia averiguando a bonita praia. À continuação, mudança de plano de última hora: em lugar do Parque Nacional Tasman, reservamos a balsa para o parque da Ilha Maria (45 ida e volta por pessoa). Chegamos ao píer de Triabunna a tempo de embarcar no barco do meio-dia, com apenas outro casal no barco. A duração é de meia hora até a ilha. Fomos recebidos com um bocado de aves marinhas e algumas das 11 espécies endêmicas da Tasmânia que ocorrem ali. Esse lugar foi uma penitenciária no passado, começando a operar em 1825. Parte das construções originais ainda estão de pé, o que dá uma ambientação legal. Fora essas, há bem pouca estrutura na ilha: apenas banheiros, quartos e cozinha; nada de comércio. Trilhamos a rota que passa por ruínas e floresta esclerófila seca até os “painted cliffs”, paredões de arenito alaranjado escavado sobre o mar. Bem cênico. Posteriormente, seguimos o caminho até os “fossil cliffs”, penhascos deslumbrantes com um gramado que parece de um campo de golfe. Nesses penhascos de calcário e siltito há uma quantidade quase infinita de conchas fósseis do período Terciário. Deixamos essa parte durante o pôr do sol, indescritível. Ao fundo, a coloração que passava de laranja pra roxo, ao meio, o mar e uma ilhota com farol, acima, as grandes aves marinhas, atrás desfiladeiros e montes, ao lado, floresta de eucaliptos e, à frente, pastando as ervas rasteiras, nada menos que vombates, gansos, “wallaby” e uma centena de cangurus! Essa cena não vai sair tão cedo da minha memória. De fato, o ponto forte dessa ilha é a quantidade de bichos selvagens soltos e que permitem certa aproximação e ótimas fotos. Depois de nossa janta de sanduíches, andamos por tudo quanto é lado com as lanternas atrás dos diabos-da-Tasmânia. Apesar do esforço, vimos apenas as mesmas criaturas de antes. Como último esforço na última noite da Tasmânia, armei uma armadilha com nosso lixo orgânico e fiquei ao relento à espera de algum intrometido. Infelizmente, o único que apareceu atrás de uma casca de banana foi o “possum”. Dia 10 Durante a manhã andamos por outra trilha, a do reservatório. Não havia nada de muito interessante nela, exceto por umas ruínas. Tomamos o barco de volta na hora do almoço, e seguimos ao aeroporto de carro. No caminho vimos as únicas viaturas policiais desde Hobart. Ainda assim, a criminalidade da Tasmânia é baixíssima. Pegamos o voo para Melbourne pela JetStar. Por pouco escapamos de exceder o limite da pesagem da mochila. Do aeroporto, usamos o ônibus nº 901 até uma das estações de trem que seguem para Melbourne, onde chegamos um tempão depois. Por último, subimos num bonde até St. Kilda. Ao menos essa longa jornada de mais de 3 horas custou apenas 4,3 dólares, o preço de um trecho qualquer. Mas é obrigatório comprar o cartão “myki” que custa 6 dólares. Saint Kilda é uma bairro atrativo na baía de Melbourne, com vários bares e restaurantes, além de edifícios estilosos e um longo píer. Jantamos na rede Lentils as Anything, restaurante vegetariano indiano que se diferencia por utilizar mão de obra voluntária e não cobrar um valor fixo pela refeição, ou seja, você paga o que quiser. Entre as opções que incluem hambúrguer de tofu, como estava faminto pedi dois pratos com curry levemente apimentados. O primeiro estava bom, o segundo razoável. Posteriormente, fomos ao píer. Construído no meio do século passado, acabou involuntariamente se tornando uma colônia dos menores pinguins do mundo, os pinguins-azuis (Eudyptula minor). Hoje há mais de 1400 deles se abrigando entre as rochas durante à noite. Bem bacana vê-los bem de perto. Dormimos no apê do Bruno, um amigo da minha prima. Dia 11 Com o SkyBus (18 dólares), seguimos nós 2 e mais Rafael, amigo de Amanda, ao aeroporto. Lá, voamos novamente com a low cost JetStar (138 dólares por trecho por pessoa), dessa vez para Ayers Rock, no meio do quente e seco deserto australiano. Três horas após, desembarcamos no vilarejo de Yulara. Retiramos o carro alugado, nada barato (250 dólares para 3 dias) e com a inevitável restrição de quilometragem (100 por dia). Como estávamos em 3, compensou mais do que pagar por tours. Próximo do aeroporto fica o Ayers Rock Resort, a base para exploração do Parque Nacional Uluru-Kata-Tjuta, e praticamente o único estabelecimento para se comer, dormir ou abastecer o carro num raio de 200 km. Ficamos hospedados no dormitório compartilhado menor (46 dólares por pessoa), chamado de Outback Pioneer Lodge. Também há um grande camping um pouco mais barato e hotéis luxuosos bem mais caros. No complexo há múltiplas opções de entretenimento, inclusive gratuitas, com horário marcado. Passamos a primeira tarde desfrutando delas: Mani Mani Indigenous Cultural Theatre (projeção em 3d misturada com atores aborígines que contam uma lenda), Ecology & Museum Tour (história natural do parque), Garden Walk (mostra das plantas do parque e seus usos). No pôr do sol, dirigimos até o ponto de observação dentro do Parque Nacional Uluru-Kata-Tjuta, com vista para o monólito. O que não sabíamos é que só era necessário um bilhete (25 dólares para até 5 dias) por carro, e não por pessoa. O belo e imponente Uluru mudava de tonalidade acompanhado por dezenas de turistas em seus veículos alugados num ponto, e dos ônibus dos tours em outro. De volta à hospedagem, compramos as comidas no supermercado IGA. Caro como esperado, mas seria a única opção fora os restaurantes. Depois do jantar auxiliado pelos utensílios fornecidos pela cozinha dos hóspedes, demos uma volta de carro para ver o belo céu estrelado com a Via Láctea e eu fui procurar animais. Pena que não achei nada que não fosse invertebrado - causa possível é a hibernação de vertebrados no inverno. Dia 12 Tomamos calmamente o clássico café da manhã de iogurte com granola e fruta. À continuação, dirigi o carro para o grupamento de rochas de conglomerado conhecidas como Kata-Tjuta ou The Olgas. Esse fica a 50 km de Yulara. De um mirante tem-se a vista bacana das rochas. Um pouco adiante, fica o começo da trilha de 7,4 km chamada “Valley of the winds”, percorrida a pé. Era meio-dia quando iniciamos, o pior horário possível. Ao menos, naquele dia a temperatura máxima foi de 26 graus, bem abaixo do dia anterior. O pior não foi o sol, mas as moscas, que não deixavam o rosto de ninguém em paz! Em 3 horas circundamos algumas das rochas, numa vegetação adaptada à seca para resistir à insolação e capturar a água do lençol freático, que também fornece água aos visitantes. As principais espécies vegetais são a gramínea Spinifex, o arbusto acácia e a árvore carvalho. De animais, só vimos algumas espécies de aves. Depois batemos um rango na área de piquenique e atravessamos a trilha Walpa Gorge em pouco tempo. Ela é um caminho entre o desfiladeiro formado por 2 dos grandes montes. Vimos o sol se pôr em outro mirante e voltamos pro resort. Jantamos a comida do supermercado. Como não tínhamos que acordar cedo, fomos tomar umas cervejas (8 dólares por 425 ml, vish!) enquanto um cantor tocava ao vivo e uns jovens dançavam animados. Logo eu e Amanda nos juntamos a eles e ficamos curtindo até o toque de recolher da meia-noite... Dia 13 Depois de uma boa noite de sono, com o mesmo guia de sempre fizemos outra atividade gratuita, que explicava sobre a manufatura e uso das armas tradicionais, como o bumerangue. O almoço foi à base dos restos de alimentos deixados pelos outros hóspedes na cozinha. Havia uma porção de comidas disponíveis. A atividade seguinte foi a explicação dos alimentos aborígines. Fomos em seguida ao Uluru, o principal atrativo da região. Muitos escalaminhavam o monte (proibido a partir de outubro por motivos culturais), enquanto nós 3 caminhamos pela trilha ao redor do monólito arenítico. O esforço físico dessa trilha não é tão grande, pois ela é plana, então há pessoas que percorrem de bicicleta ou Segway. Só que é mais longa que a dos montes Kata-Tjuta, e o sol não ajuda nada. As feições são diferentes; há muitas cavidades na parte de trás, mas é tão seco quanto. Também há algumas pinturas rupestres. Depois da caminhada, fiz uma breve visita ao centro cultural, que apresenta informações sobre o parque e seus moradores aborígines. Mais um pôr do sol pra conta, desse não dá pra cansar. Nessa noite a festa não foi tão animada, infelizmente. Então, antes do toque de recolher voltamos aos dormitórios. Dia 14 Comemos até explodir para não desperdiçar nossa comida antes de embarcar na JetStar de volta a Melbourne. Antes disso, fomos obrigados a abastecer no monopolista posto de combustíveis do resort, com a absurda tarifa de 2,12 (~5,65 reais) por litro. A volta do aeroporto dessa vez foi menos demorada. Descemos em Docklands e caminhamos até Southbank no final do dia. Essa zona nas margens da água é bastante agradável para se passear, com um porção de implementos urbanos, prédios com arquitetura moderna, bares e tal. Passamos a noite no apê do Bruno, onde provamos carne de canguru, que é uma delícia. Dia 15 Amanda me guiou pelo interessante centro de Melbourne o dia todo. Primeiro pegamos o bonde até a Bourke Street, onde vimos a loja de câmeras Michaels, que opera desde a década de 20 e possui um museu gratuito desses aparelhos ópticos dentro. Aproveitei pra comprar um cartão de memória. Em seguida, a State Library of Victoria, de edifício neoclássico e com salões de leitura internos impressionantes e ainda algumas exposições. Almoçamos com Bruno e João Paulo no restaurante italiano Universal, que oferece um prato com um colossal bife à parmegiana, batatas-fritas e salada por 14 pratas. À continuação, passamos pelo jardim Carlton Gardens, que inclui os edifícios da Royal Exhibition e do Melbourne Museum. Como teríamos pouco tempo para visitar o museu, não pagamos os 15 dólares de entrada. Com isso, seguimos de bonde até o outro lado do Rio Yarra, onde fica o teatro Arte Centre Melbourne e a galeria de arte National Gallery of Victoria, também pagos. Atravessamos a rua para entrar no memorial das guerras Stone of Remembrance. Além das informações sobre as guerras em que os australianos se meteram, há um mirante da cidade. Gratuito. Ao lado fica o também grátis Royal Botanic Gardens. Há vários jardins temáticos numa área verde de tamanho considerável. Por fim, ao escurecer nos preparamos para a partida do país. No aeroporto ao virar do dia, subimos no avião da JetStar para Christchurch (180 dólares australianos por pessoa), na Ilha Sul da Nova Zelândia. Dia 16 Com o voo da madrugada e diferença de fuso horário, dormimos só umas 2 horas nessa noite. Desembarcamos, passamos a imigração e caminhamos num frio de 4 graus até a SpaceShips, empresa na qual havíamos reservado uma nave terrestre. Pagamos a bagatela de 19 dólares neozelandeses (cerca de 52 reais) na diária da campervan, que é uma van modificada pra conter cama, fogão, água e utensílios de cozinha. O veículo já estava bem rodado, mas foi um baita upgrade em relação a dormir e comer num carro. Fizemos o rancho pra semana no hipermercado Pak 'n Save, gastando um total de 220 dólares divididos por 2. Depois, enchemos o tanque de gasolina a 2,32 dólares neozelandeses (cotação menor que na Austrália) o litro. Dali em diante a direção ficou nas mãos da Amanda, já que minha parte eu havia feito na Austrália. Ela pegou o jeito do veículo comprido rapidamente, só que a perigosa falta de repouso nos obrigou a algumas paradas a mais. Em direção ao interior, passamos por um monte de fazendas de gado e ovinos. As cidades, todas bem pequenas. As coisas ficaram mais interessantes quando a cordilheira central da Ilha Sul se fez presente no fundo da paisagem, com seus picos brancos de neve. Junto a isso, as lagoas glaciais onde transbordam as águas de cor incrível das geleiras. Nós e um bocado de outros turistas em campervans e motorhomes, paramos nos lagos Tekapo e Pukaki. A muito custo cozinhamos nosso almoço tardio na traseira da van, devido ao vento forte que soprava. Com a luz diminuindo aos poucos nesse dia nublado, adentramos o Parque Nacional Mount Cook, Patrimônio Mundial da Humanidade. O último resto de dia nos foi visto no mirante que dá para pequenos lagos verdes e pros icebergs da geleira no Tasman Lake. Na tentativa de ver algum bicho à noite que não fosse um coelho, achei o weta alpino (Hemideina maori), espécie endêmica daqui. É um inseto preto parente dos grilos. A busca de um lugar para encostar a campervan para dormir foi uma luta. Todos os locais possíveis dentro do parque estavam sinalizados como proibidos para acampar, as hospedagens tradicionais são caras e o camping oficial do governo cobra 13 dólares por pessoa e não dá praticamente nada em retorno. Quase desistindo, achamos um lugar no aeroporto que opera voos de teco-teco e helicóptero e desligamos. Dia 17 Acordamos ao som dos primeiros voos. O céu estava limpo, o que nos rendeu lindas paisagens nesse dia. Primeiro caminhamos até o mirante do Lago Mueller. Ali se vê os picos brancos das montanhas, incluindo o Monte Cook, despejando água turquesa na corredeira que atravessa uma ponte e segue adiante. Retornamos ao camping para percorrer uma segunda trilha curta, a do Kea Point. Infelizmente não vimos o papagaio alpino, mas a vista também é bela, com um paredão de detritos deixados pela retração da geleira. Pegamos a estrada, parando novamente só para reabastecer a van num posto sem atendentes e preparamos almoço de frango com arroz e salada num parque. Parada em Clay Cliffs, um terreno particular em Omarama, composto de picos cênicos de argila. Em Duntroon fica o Vanished World, uma série de paradas relacionadas a coisas antigas espalhadas por dezenas de km. Vimos 3 delas, sendo um sítio de arte rupestre Maori meio depredado, um sítio fossilífero com um crânio de baleia exposto, e um afloramento de rochas com formatos diferentes. Todos gratuitos. Já era escuro quando chegamos a Oamaru, cidade com arquitetura antiga. Tentei achar algum pinguim de olho amarelo na colônia deles, mas só consegui ver dois lobos-marinhos repousando na praia. Já no outro local, ficam os pequeninos pinguins azuis, mesma espécie que vi em St Kilda. O centro de visitantes acabara de fechar, mas tivemos sorte de encontrar uns indivíduos de pinguim gritando e caminhando pela rua. Com o wi-fi liberado no centro da cidade, procuramos um lugar para dormir. Não encontramos nada gratuito próximo, então escolhemos o camping Herbert Forest. São 12,5 dólares por pessoa, com direito a chuveiro quente, cozinha e o resto que os campings básicos fornecem. Tudo limpinho. Dia 18 O exercício do dia foi uma trilha meio íngreme na floresta Herbert, a Swallows Track. Nada de mais nela. A praia de Moeraki, por sua vez, é bem interessante. Aqui jazem concreções rochosas redondas formadas há milhões de anos pela deposição de minerais em torno de restos orgânicos e a pressão da lama do fundo do mar. Com a erosão e diminuição do nível, elas estão sendo expostas. São dezenas delas, algumas rachadas e formando até aquários naturais. Na reserva histórica de Katiki Point, onde fica um farol numa pequena península, há uma abundância de vida selvagem que me interessou muito. Bandos de gaivotas vermelhas e cormorões voavam e nidificavam, lobos-marinhos neozelandeses pegavam um bronze, e algas gigantes se agitavam com as ondas. Almoçamos numa área de piquenique mais ao sul, com um vento frio soprando e gaivotas preguiçosas tentando abocanhar uns restos. No Shag Point, outro mirante costeiro, vimos outra espécie de cormorão, mas nada dos pinguins neste quase fim de tarde. Com isso, nos dirigimos através de Dunedin para a Península de Otago. A estrada que costeia os morros é bem bonita. Chegamos no Royal Albatross Centre no pôr do sol. É um centro de visitantes com bastante informações sobre os albatrozes e demais animais da região, mas para ver de perto essas aves de até 3 metros de envergadura é preciso pagar por um tour de 50 dólares. A espécie albatroz-real fez desse local seu único ponto de nidificação em terra firme no mundo. Não tivemos sorte de ver de longe, apenas uma infinidade impressionante de gaivotas e cormorões nos penhascos. Durante a noite caminhamos na agradável Dunedin. Fundada no século 18 por escoceses, é uma das mais importantes cidades do país, além de ter sua parcela de atrações. Começa pela arquitetura antiga vitoriana e seus edifícios históricos, como a prefeitura, igrejas, estação de trem, entre outros. E o centro ainda possui wi-fi grátis. Dormimos na última vaga restante do camping de veículos gratuito de Brighton, a uma curta distância da cidade. Aqui há água potável, lixeiras, mesa de piquenique e banheiros. Dia 19 Esse foi o dia das cascatas. Fomos na Purakaunui Falls, seguido pela Horseshoe Falls e Matai Falls. Achei essas 3 cachoeiras meio fracas, em comparação com as da Tasmânia. Do mirante de Florence Hill, vimos a baita praia de Tautuku Bay, pra onde fomos em seguida. Há uma faixa de areia enorme e deserta, bem como falésias e costões rochosos de formas diferentes, que a certa altura formam uma cova. Com nossa comida quase estragando por falta de refrigeração, tivemos que cozinhar e misturar tudo nas refeições. Mais além, abastecemos o carro e eu andei pela bela trilha da McLean Falls enquanto a Amanda tirava uma sesta. Azar o dela, perdeu a melhor cachoeira do dia. Em Curio Bay fica uma floresta de troncos fossilizados por cinzas vulcânicas no Jurássico. A praia é acessível gratuitamente, assim como as outras atrações do dia. Rodamos por muitos campos de criação de ovinos e gado até chegarmos bem na hora do pôr do sol na cidade mais ao sul da Nova Zelândia. Da colina de Bluff, que também é o primeiro povoado do país de 1840 e poucos, tivemos aquela vista privilegiada espetacular. Paramos rapidamente no Pak 'n Save de Invercargill para comprar uns mantimentos e usar o wi-fi, antes de seguirmos para o acampamento de Monkey Island. A poucos metros do mar, mas sem água potável, luz ou sabão, além de ter um exército de insetos voadores só esperando que você deixe uma fresta em seu veículo para que eles possam fazer a festa. Tomei uma bira neozelandesa, que é mais barata que as australianas, e fui dormir. Dia 20 Acordamos ao lado de senhores de idade neozelandeses em seu motorhome. Depois de um papo rápido, aproveitamos a maré baixa para acessar a Monkey Island, promontório da grande praia onde dormimos. Amanda guiou a campervan até Clifden Caves, onde fica uma longa caverna abertas ao público, sem taxa e sem necessidade de guia. Apesar de ser sinalizada por dentro, acho que deveria ter mais controle, pois é meio perigosa. Há diversos trechos estreitos e baixos, escorregadios e alagados. Mas foi uma aventura e tanto explorar os corredores com estalactites e outros poucos espeleotemas, aranhas e até mesmo as bioluminescentes “glow worms”. No começo da tarde, almoçamos macarrão à beira do sereno Lago Manapouri, no vilarejo de mesmo nome. Em seguida, vimos dois locais de gravação de Senhor dos Anéis, o Rio Anduin e os Dead Marshes. Não se paga nada nesses lugares, que estão atualmente abandonados. Logo após fica a cidadezinha de Te Anau, a base para exploração do Parque Nacional Fiordland. Buscamos umas informações no centro de visitantes, vimos o “takahe” (grande ave terrestre endêmica da espécie Porphyrio hochstetteri) no aviário grátis e seguimos pela Milford Road. Essa rodovia é uma das estradas mais cênicas do país, que é quase todo cênico. Tivemos que correr um pouco porque já estava no meio da tarde, mas vale a pena passar um dia todo nela. São grandes vales escavados por ação glacial e eólica, rios quase congelados, lagos pristinos, florestas de abetos e faias, picos nevados e várias trilhas. Conforme se sobe em altitude aparece o “kea", único papagaio alpino do mundo, bem como um montão de cachoeiras e zonas de deslizamento de pedras e avalanches. Essa também é a parte mais bonita. Com o sol recém posto e o céu rosado chegamos ao final, Milford Sound. A baía com os fiores ao fundo é definitivamente um cartão postal, inclusive é a principal beleza natural do país. Dá pra se notar, com a quantidade de veículos que circulavam por lá durante a tarde. Com a escuridão, só nos restou tirar umas fotos de longa exposição e retornar. Tentamos tomar um banho pago e seguir pra um camping gratuito a uma hora de Te Anau, mas como não fomos bem-sucedidos na primeira tarefa, tivemos que ficar numa hospedagem nessa cidade. O Holiday Park Lakeside Resort é um complexo de acomodações e algumas atrações. Ficamos com a mais barata (18 dólares), para estacionar nosso veículo, usar o banheiro e cozinha. Dia 21 Tomamos o café enquanto aproveitávamos a cozinha equipada pra cozinhar nosso almoço. Chegando no fim da reserva do combustível, abastecemos em Mossburn, com um preço bom. O Lago Wakatipu foi o primeiro de alguns lagos impressionantes que atravessamos nesse dia. Quase chegando em Queenstown, subimos a morreba até a estação de esqui Remarkables. A vista do meio do caminho foi bem bacana, assim como ver as pessoas se divertindo nas pistas de neve, mas não passamos disto, porque o mínimo que teríamos que pagar pra desfrutar seria de 150 dólares cada. Passamos rapidamente por Queenstown, famosa por seus esportes de aventura. A cidade em si fica espremida entre o lago e o morro, mas é bonita. Almoçamos num parque onde ciclistas passeavam em suas mountain bikes. Pegamos uma rota paisagística nos morros de Crown Range até a cidade seguinte. No meio da serra, nos chamou a atenção as sobras de um povoado de 1830, na época da febre do ouro neozelandês, que não durou muito. O que sobrou foi um hotel e restaurante com exterior e interior todo de época. O nome da vila é Cardrona. Em seguida, Wanaka e seu lago. Por fim, o Lago Hawea, enquanto o sol se punha. Tivemos que abrir mão de algumas vistas interessantes como cachoeiras, para ganhar terreno à noite. Como a Amanda já estava com sono e eu havia bebido, tivemos que parar. Dormimos num lugar meio sinistro junto a uma praia de seixos, com umas casas meio abandonadas. Ao menos não gastamos dinheiro com hospedagem, e sobrevivemos à noite. Dia 22 Entramos no Parque Nacional Westland, caracterizado por florestas pluviais temperadas e geleiras. Conhecemos duas delas, sendo a primeira a Fox Glacier, nomeada em referência ao primeiro-ministro da Nova Zelândia que foi o 1° turista a visitá-la. Antes de chegar a sua trilha, o que chama a atenção é o quanto ela retrocedeu nos últimos séculos devido ao aquecimento global. Foram quilômetros, que atualmente são preenchidos pelos restos de rocha carregados pela geleira e pelo rio de degelo. A trilha é aberta sobre cascalho com umas subidas. Só que ao chegar ao observatório da geleira ficamos meio decepcionados, pois só se vê um pedaço pequeno dela, e que deve ficar ainda menor nos próximos anos. Não deixa de ser bonita, no entanto. Antes da seguinte, caminhei ao redor do Lago Matheson. A floresta é agradável, e o corpo hídrico abriga patos e uma espécie de enguia que vive 100 anos e viaja 5 mil km no oceano para desovar! A atração principal é o reflexo perfeito das montanhas ao fundo, mas que foi interrompido por uma chuva que começou a cair. Com o tempo desse jeito, tivemos que comer a refeição fria dentro do carro. Depois, passamos do povoado de Fox Glacier pro de Franz Josef, voltados exclusivamente ao turismo nessas geleiras, oferecendo passeios de helicóptero e caminhadas sobre as mesmas. A geleira de Franz Josef também retrocedeu um monte e só se vê de longe, mas o formato dela é diferente, então se tiver tempo vale a pena ir até ambas. No final da tarde, fui sozinho até o túneis de Tatare, escavados no século 19 para levar água do rio a outro lugar e, posteriormente, pra hidroeletricidade. Hoje são 330 metros de rochas com o chão inundado e “glow worms” da espécie Arachnocampa luminosa no outro lado dele. Eram tantos que parecia um céu estrelado. Consegui ver até seus filamentos, onde as presas ficam grudadas. Retornei com os tênis ensopados e seguimos viagem. Mais de 3 horas à noite, na serra e sob chuva. Dormimos num camping gratuito rústico na cia de motorhomes e até uma barraca. Dia 23 Sob chuva leve, paramos em 2 mirantes de Arthur's Pass. Num deles, finalmente vimos um “kea” (Nestor notabilis), único no mundo por ser um papagaio alpino. Apesar da fama de destruidor de veículos, ele é bem manso e curioso. Depois do encontro, descemos a serra, parando em Castle Hill, uma colina cheia de grandes rochas, ideal para a escalada sem equipamentos (bouldering). Pegamos um trânsito leve na entrada de Christchurch. Almoçamos no parque Hagley, que fica bem no centro, com estacionamento gratuito. Estávamos bem no meio do cozimento do rango quando acabou nosso gás. Por sorte, havia uma chapa quente de churrasqueira próxima à mesa de piquenique, onde pudemos colocar a panela sem pagar nada. Para a digestão, conhecemos o Museu Canterbury. Apesar de ser grátis, possui um material riquíssimo sobre os maoris, os animais e ambientes neozelandeses, bem como a história da região de Canterbury, além de outras exposições. Apreciei bastante. Em sequência, passeamos pelo jardim botânico, mais uma atração gratuita situada no mesmo local. Não é tão grande, mas é bem cuidado, e mesmo no fim do inverno apresenta várias espécies floridas. Devolvemos a campervan e fomos a pé até o albergue Jucy Snooze, pertinho do aeroporto. O lugar é bem descolado, limpo, tem uma baita área comum e você dorme em uma cápsula. Não é dos mais baratos, no entanto (29 dólares). Adendo: acreditam que na estante de comidas grátis do albergue alguém deixou um pacote de KitKat quase inteiro? Surreal! Dia 24 Nosso último voo pela JetStar, para Auckland (48 dólares neozelandeses por pessoa), atrasou. Chegando lá, uma coisa que nos chamou a atenção foi a distinção da população que é de etnia maori, que não reconhecemos na Ilha Sul, pois como descobrimos posteriormente eles se misturaram com os brancos lá. Nos dirigimos de ônibus e trem até a sede da SpaceShips, na periferia de Auckland. Retiramos o mesmo tipo de veículo da outra ilha e, depois de fazer o rancho na mesma rede de supermercados e abastecer o carro lá usando o cupom de desconto das compras, seguimos para Rotorua. Perdemos um tempo precioso no trânsito da região metropolitana de Auckland e Hamilton, então só conseguimos chegar em Rotorua ao anoitecer. O cheiro de enxofre e as nuvens de gás brotando do nada anunciaram a chegada na região geotermal. A cidade fica na margem sul do lago de mesmo nome que na verdade é uma cratera vulcânica. Como estava chovendo, não tivemos o que fazer além de passar pelas construções maoris e aproveitar o tempo pra cozinhar os alimentos e usar o wi-fi liberado do centro de visitantes. Dormimos num estacionamento aberto em frente ao lago e próximo a um banheiro, mesmo sem saber se era permitido ou não. Dia 25 Acordamos cedo e nos encaminhamos pra vila maori Ohinemutu. Vimos por fora algumas construções no estilo tribal polinésio, como a igreja, cemitério e centro comunal, bem como totens espalhados. Entre as construções, muita fumaça saindo do lago. Dois senhores indígenas passaram pela gente e nos contaram um pouco dos costumes e história dos maoris dessa região. No centro da cidade, entramos em algumas das várias lojas de souvenires. Numa delas, comprei uma estátua por 10 dólares. O museu da cidade estava fechado para reformas, mas nem por isso deixamos de admirar a bela construção histórica dele e os jardins do governador que se situam ao redor, nos quais idosos jogavam cróquete. Em seguida, conhecemos a floresta Whakarewarewa, ou The Redwoods, pois é um plantio de sequoias californianas datado de 1901. Fizemos uma trilha curta agradável entre as gigantes, que estavam acompanhadas de samambaias arbóreas que mais pareciam coqueiros, de tão grandes que eram. Almoçamos lá mesmo e partimos pros outros lagos cênicos. Há um mirante no meio dos lagos azul (Tikitapu) e verde (Rotokakahi), mas a diferença entre eles é sutil e eles não são tão interessantes assim. O Tarawera é maior, mas dispensável. Muitas das áreas geotermais bacanas são pagas, mas deixamos essas de fora. Abastecemos o carro com a gasolina mais barata até então (2,07) e descemos até a montanha Rainbow. Lá vimos dois lagos menores mas verdadeiramente verdes esfumaçando. Mais a frente fica a Kerosene Falls. É um rio termal com pequenas quedas onde as pessoas vão para tomar um banho quente sem pagar nada. Fomos também. Quando caímos na água, por coincidência lá estava um casal de Brasília (Lorena e Italo), com quem ficamos conversando. Ao anoitecer, pegamos a estrada para a região do parque Tongariro. Dormimos no Waikoko, um dos 3 campings gratuitos. Dia 26 Acordamos cedinho na tentativa de uma carona paga ou gratuita do ponto final pro inicial da trilha que faríamos, mas não havia nem uma mosca no local, então fomos até o estacionamento de Mangatepopo, onde aos poucos os turistas iam surgindo. No caminho até lá tivemos a primeira vista do impressionante trio vulcânico congelado do Parque Nacional Tongariro. Começamos a travessia alpina às 9 e meia, com os trajes e suplementos para encarar o desafio. Acontece que não fez o frio esperado, e logo eu já estava sem camisa de tanto calor que passava enquanto atravessava as plataformas sobre a vegetação rasteira e um riacho glacial. Alguns km depois, o tempo ficou nublado e tivemos que subir as escadarias do diabo, íngremes e com chance de avalanche. Passado o desafio, ficamos entre o belo cone regular do vulcão Ngauruoe (Monte Doom no Senhor dos Anéis), de 2291 m, e o não tão regular e nem tão alto Tongariro, que injustamente nomeia o parque. Nessa hora, a complicação foi outra, um campo de neve compacta para ser atravessado. Coloquei os grampos no meu tênis; ajudou um pouco na caminhada desengonçada, mas as pisadas eram tão fundas que entrou um bocado de gelo nos calçados, deixando os pés ensopados. O caminho ficou ainda pior quando o caminho de neve se tornou bastante íngreme. Essa hora o avanço foi lento e cauteloso, para não escorregar e despencar de uma altura considerável. Já havia uma meia dúzia de duplas no caminho a essa altura, além de um grupo orientado. Passamos mais essa etapa, chegando à metade do percurso e ao ponto mais alto atingido, a cratera vermelha (1868 m). Do alto de lá, vimos lagos verde-azulados e outras tantas montanhas. Eis que começou a chover de leve e uma neblina cobriu a bela paisagem longínqua, ficando frio a ponto de usarmos todas as roupas que levamos. Infelizmente todos os que chegavam ali retornavam ao mesmo estacionamento que iniciamos, então para não correr o risco de ficar sem carona e ter que caminhar os 21 km que separam os 2 estacionamentos, tivemos que retornar também. A descida pela neve inclinada foi mais difícil que a ascensão, pois foi bem difícil ficar em pé e não deslizar morro abaixo. Com trabalho e uns escorregões, passamos pro resto do caminho. Continuamos por muitos quilômetros mais, até chegarmos ao fim/início às 16h. Nos alongamos e partimos. No caminho até o sol se pôr, nada de muito excitante. Ao procurar um lugar pra tomar banho, descobri em Whanganui um clube aquático público que cobrava 5 dólares a diária para usar piscinas aquecidas, chuveiro, musculação e outras frescuras como a banheira de hidromassagem em que relaxamos. Foi um baita investimento. Jantamos no carro e continuamos até o camping gratuito Waikawa, mais ao sul. Dia 27 Usamos a única facilidade disponível, o vaso, e seguimos o caminho. Em Porirua, parada rápida no museu e galeria de arte Pataka. Pouco tempo após, chegamos na capital Wellington. A Amanda foi resolver uma questão na embaixada brasileira, enquanto eu fui conhecer a orla revitalizada da cidade, com museus, parques e obras de arte. Só que pra isso tivemos que pagar o estacionamento público de rua, de mais de 4 dólares a hora. Depois da visita ao Museu Wellington, que conta a história da capital, fomos ao mirante do Monte Victoria, com bonita vista 360° para a Baía de Wellington. Lá almoçamos no carro. A próxima parada foi a Weta Cave, sede do estúdio de animação cuja principal obra foi a série Senhor dos Anéis, e que depois disso produziu a arte de dezenas de filmes de Hollywood. Não fizemos o tour pelas oficinas porque era caro, mas ainda assim pudemos assistir um vídeo com a história da empresa, folhear livros sobre os filmes, bem como admirar diversos itens em miniatura ou tamanho real das armas e seres fictícios criados pela Weta. Pelas 2 horas seguintes, conhecemos o Museu Nacional Te Papa Tongarewa. Como o museu anterior, não se paga entrada. Só que esse é de porte maior, e com exposições interativas e muito bem apresentadas. Destaque para a parte que conta sobre a história dos soldados neozelandeses na Primeira Guerra Mundial. Já no final da tarde, enfrentamos um pouco de trânsito para deixar o município. Passando um morro preservado, paramos em Featherston. Nesse ponto, encostamos nossa campervan num camping ao longo de um lago. Foi duro cozinhar com o vento que fazia. Tomamos uma e, por fim, descansamos. Dia 28 Tomamos o café na mesa de piquenique tranquilos sem imaginar o que viria em seguida. Acreditam que deixar a ventilação e o som ligados acabaram com a bateria? Por sorte, nosso vizinho de camping tinha o mesmo carro que o nosso e um cabo para fazer a chupeta, então o casal francês acabou com nosso problema num instante. Retornamos a Porirua para encarar outro desafio. Dessa vez, praticamos arvorismo no Adventure Park Wellington. O ingresso não é barato (44 dólares), mas foi bem aproveitado durante as 3 horas permitidas. Quando chegamos havia uma montoeira de crianças, mas tinha espaço para todos nós nos diferentes níveis e circuitos. Depois das instruções, começamos pelo mais fácil. Conforme progredíamos, as passagens iam ficando mais altas, difíceis e cansativas. O nível 4, o último, testou nossos limites. A Amanda precisou ser resgatada no meio, mas eu segui até o final, mesmo que morrendo de medo da altura e com os músculos já esgotados. Almoçamos num parque ao lago, e depois viajamos a boa distância até uma das praias de areia negra da costa oeste. Foi em Waverley que vimos o sol se pôr no mar. Continuando, estacionamos o veículo no vilarejo de Kaponga para usar a internet, o banheiro e o estacionamento gratuito para dormir. Eis que quando me direciono ao banheiro, um grupo de adolescentes que estava numa festa ao lado vêm falar comigo, e um deles era brasileiro! Que coincidência, hein? Fiquei conversando com eles por um tempo e depois jantei e apaguei. Dia 29 Seguimos ao vulcão Taranaki, no Parque Nacional Egmont, pela manhã. Coberto de neve e com um cone parasita, bastante impressionante. Paramos no centro de visitantes de Dawson Falls e caminhamos por uma pequena trilha para ver a cachoeira de 18 metros. Dirigimos ao redor do vulcão para vislumbrar sua paisagem. Almoçamos à beira do mar em New Plymouth. Era um domingo, e diversas famílias pararam no mesmo lugar e ficaram comendo BigMac’s e outras porcarias do mesmo gênero de dentro de seus carros. No caminho para o norte, mais adiante, vimos uma formação geológica interessante e paramos. As Three Little Sisters são monólitos de lamito e arenito que se desprenderam das falésias costeiras e aparecem atualmente isoladas entre o mar e um rio, sobre a areia mais escura que já vi. Ao final da tarde chegamos em Hamilton, uma das cidades mais populosas do país. Ali encontramos Luana, uma velha amiga minha brasileira, que já mora na Nova Zelândia há alguns anos. Ela e seu cônjuge pagaram uma saborosa janta num restaurante indiano e nos hospedaram em seu flat. Foi bem bacana o encontro. Dia 30 Partimos, conhecendo durante a manhã o Hamilton Gardens. A princípio não parecia tão interessante, mas quando fomos a fundo, nos admiramos com os diversos pequenos jardins temáticos, como o japonês, indiano, sustentável, renascentista, entre outros. Dali partimos para o norte, na rodovia que liga Hamilton e Auckland. Não achamos nada de diferente, então retornamos o carro mais cedo que o previsto. Com isso, pude dar uma volta pelo centro de Auckland naquele final de tarde semi-chuvoso. O centro é bem movimentado, com prédios altos, diversas opções de compras e comidas, mas também conta com um número considerável de pedintes e as ruas não são tão limpas. Passamos a noite no Nomads Backpackers, um albergue bem localizado que nos custou 21 dólares cada pelo quarto de 12 camas. O lugar é tumultuado, o elevador não dá conta do público, a internet funciona razoavelmente e os quartos e banheiros não são muito limpos e organizados. E não se pode beber álcool dentro dele. Dia 31 Acordei com roncos, barulhos da cidade e do secador de mãos no banheiro. Depois do café da manhã, segui para outra caminhada solo. Estava a caminhar aleatoriamente, quando uma passeata cruzou o meu caminho. Era a comemoração da formatura dos alunos da Universidade de Auckland, que contava com uma banda escocesa. Até me emocionei, lembrando da minha. Almoçamos os restos de comida (cogumelos, arroz, tomate e ovos) e pegamos os transportes até o aeroporto. No meio da tarde, decolamos com a Air New Zealand para Tonga, num avião de grande porte e com entretenimento de bordo. Custou 232 dólares neozelandeses por indivíduo. Junto da gente estava a seleção juvenil de rúgbi, que teve uma baita recepção no desembarque. Quanto ao visto, não foi preciso nem abrir a boca para recebê-lo gratuitamente. O transporte incluído para nosso alojamento Heilala Lodge estava a nossa espera; depois que trocamos o dinheiro no lado de fora do aeroporto (que tem a cotação melhor), ele nos levou até a hospedagem no noroeste da ilha principal, Tongatapu. Pagamos 98 pa’angas (177 reais) pelo quarto por noite. Como não tínhamos nada para comer, a van parou num dos vários pequenos comércios. Só que eles possuem apenas comida industrializada, então tivemos que nos contentar com pacotes de bolacha. Tomamos um banho morno e dormimos em nosso quarto arejado com o som das ondas do mar… Dia 32 ...E das vacas, que começaram a mugir bem cedo. Às 8 levantamos pro café incluso, mas bem magro, de fruta, pão e embutido. Duas horas depois pegamos as bicicletas que a hospedagem disponibiliza sem custo, para darmos uma volta na ilha. Quando estávamos para sair, uma hóspede que iria deixar Tonga nos deu um chip de celular com 3 GB restantes de internet! A primeira parada do passeio na bicicleta que freava pelo pedal foi na Tsunami Rock, uma rocha enorme de coral atirada em terra firme por um evento desse há muito tempo… Tanto que já há até árvores em cima dela. Alguns km além, estacionamos no Mapu 'A Vaea Blowholes. São rochas no litoral onde a força das ondas faz com que orifícios soltem jatos de água de até quase 30 m de altura, um espetáculo só. Como é um lugar turístico, há umas barraquinhas com souvenires. Comprei 2 colares e 1 pulseira por 20 pa’angas. O caminho até a atração seguinte começou a ficar bem ruim, passando somente por plantações, que sempre era cultivadas entre coqueiros infinitos. Como a Amanda não estava conseguindo seguir num ritmo legal e já estava cansada, retornou. Azar o dela, pois logo depois encontrei a linda praia coralina de Vaitongo. Tirei umas fotos e segui adiante na estrada semi-esburacada. Do penhasco de Hufangalupe tive um cenário ainda mais belo da praia abaixo quase deserta. Dali em diante entrei numa porção mais urbana, começando a me acostumar com os cumprimentos de “Bye” (em vez de “Hi”) de quase todos que cruzavam meu caminho a pé. Estava faminto, mas até o momento não tinha localizado um lugar sequer para comer. Somente ao passar pelo aeroporto, encontrei o Airport Diner, um container que me serviu peixe com fritas por 12 dinheiros. Nem deu tempo de fazer a digestão, pois o dia estava passando rápido. Pedalei até uma das cavernas, mas ela fica fechada durante o dia, abrindo para uma encenação. Com isso, tive que seguir até a outra, a 'Anahulu. Particular, custa 15 pa’angas e tem iluminação interna. Apresenta estalactites e estalagmites, mas o principal é um poço azulado de água pluvial. Queria ter ido até o sítio arqueológico de Ha’amonga, mas o tempo tardio me fez parar de me afastar quando cheguei nos túmulos reais de Lapaha, a antiga capital do reino de origem dos polinésios. Aqui vai uma menção aos cemitérios de Tonga: em sua maioria são privados para uma família, com montes de areia sobre os túmulos precários. Regressei passando pelo local de desembarque do capitão Cook em 1777. Ainda comprei bananas a 1 real cada numa banca de rua. Por fim, acelerei o que pude no trecho final durante o pôr do sol. Somente às 19h que conclui o trajeto de 95 km na bicicleta retrógrada. Foi só o tempo de tomar banho para ir até o hotel Vakaloa, onde havíamos reservado um jantar musical. Quando chegamos o lugar estava cheio. Se ainda não estava claro que a grande maioria da população adulta de Tonga é obesa, depois desse jantar não teve como dizer que não. Nos servimos no buffet livre com deliciosas comidas típicas, enquanto ouvíamos uma banda tocar músicas animadas. Em seguida, teve uma apresentação de dança típica com os personagens fantasiados. Curtimos, regressamos e capotamos, eu mesmo bem cansado da longa pedalada de 95 km. Dia 33 De manhã demos uma mergulhada na praia Ha’atafu, a que fica em frente ao hotel. Com o sol a água estava com uma boa visibilidade, mas um pouco fria. Ficamos o quanto aguentamos, vendo as maravilhas subaquáticas. Até que achei um número bom de espécies, mas pouca coisa nova. Já a Amanda amou, pois foi seu primeiro snorkeling na vida. Como na maioria dos recifes tropicais, há muitos corais mortos. Não deu pra seguir até o fim da barreira porque havia fortes ondas lá e estava muito raso. Depois de procurarmos em vão nas demais hospedagens vizinhas por um almoço, tivemos que nos contentar com o relativamente caro Vakaloa. Pedimos dois pratos com peixe, batata, salada e arroz por 25 pa'angas cada. Enquanto terminava, vi uma baleia longe ao fundo, como a Amanda já tinha visto na tarde anterior. Saquei umas fotos e depois que vi outra mais tarde, caí no mar com o caiaque da hospedagem para tentar ir até ela. Só que isso não deu muito certo, pois a maré estava baixíssima e as ondas viraram o barco que ficou preso, me lançando em cima dos recifes. Além de me cortar, perdi meu óculos de sol. A baleia se foi e o céu ficou nublado, desfavorecendo o snorkeling no raso. Com isso, pegamos as bicicletas para uma voltinha. Paramos no final da ilha, onde o navegador Abel Tasman aportou no século 17. Em seguida, compramos a janta enlatada num mercadinho. Quando regressávamos, vimos uma das famosas raposas voadoras (morcegos) de Kolovai. À noite, tomamos uma cerveja tranquilamente na beira do mar... Dia 34 Passamos quase o dia todo pra ir de uma hospedagem a outra. Em primeiro lugar, o ônibus que deveria passar na avenida a cada 20 minutos no máximo, levou pelo menos 40. Mesmo tomando o café e deixando o Heilala Lodge cedo, chegamos na estação de ônibus sem tempo de conhecer o centro de Nucualofa, pois a balsa das 11 horas para a ilha de 'Eua já estava quase partindo. Caminhamos até o porto, pagamos 20 pa'angas cada e entramos na balsa velha. Não tínhamos tido tempo pra comprar comida, e a única à venda na embarcação era um desagradável “cup noodles” da Indonésia por 2,5 dinheiros. Enquanto olhamos para o mar na viagem de quase 3 horas, tivemos a sorte de cruzar o caminho de pelo menos 6 baleias, que deram um espetáculo. Na chegada a 'Eua, tentamos achar um lugar próximo para almoçar ou comprar comida - sem sucesso. Também não deu certo sacar dinheiro no único caixa eletrônico da ilha, pois estava quebrado. Só nos restou trocar os últimos dólares neozelandeses para não passarmos fome. Em seguida, pedimos auxílio na Ovava Tree Lodge, uma hospedagem e centro de mergulho, pois nossa carona não veio. Ao telefonar para lá, descobrimos que nossa reserva feita um mês antes havia desaparecido. Foi preciso insistir para que não virássemos sem-tetos por 3 noites, já que as outras hospedagens também estavam lotadas (Na verdade, eu também havia tentado reservar para o Ovava, mas nunca responderam meus emails). Não seria tão ruim assim, pois o Taina’s Place não é bem o que esperávamos. No meio do nada, por 30 pa'angas cada tivemos direito a um quarto, cozinha e banheiro compartilhado, chuveiro frio, barulho, bagunça, cheiro de cigarro e nada mais. A última hora de dia foi usada caminhando no meio do mato até o sumidouro de Matalanga a Maui, um buracão no meio da floresta. Quanto à comida para os próximos dias, nós a compramos num mercadinho no meio do caminho, mas não havia nada de natural por lá. Então nossa janta foi macarrão enlatado e atum enlatado. Conversamos um pouco com o outro casal hospedado no mesmo local e fomos dormir cedo por falta do que fazer. Dia 35 Comemos biscoitos e goiabas, que abundam na ilha, caindo na estrada logo cedo. Na avenida, pedimos a primeira de várias caronas do dia, já que ficamos sabendo que essa era uma prática comum por aqui. Descemos na praia de Ha’aluma. A princípio não parecia muito interessante, apenas rochas num mar não tão calmo, mas investigando a fundo descobrimos que as rochas que se elevam acima do nível do mar são na verdade amontoados de fósseis de coral, das mais variadas espécies! Depois de um tempo investigando, caminhamos alguns km até a ponta sul da ilha. Nesse trecho de plantações e gado, vimos algumas das belas espécies nativas de aves. Destaque para um pombo com asas verdes e testa rosa (Ptilinopus perousii), e um papagaio de peito e cabeça vermelho e asas verdes e azuis (Prosopeia tabuensis). Ao chegar no jardim de rochas, nos deparamos com penhasco impressionantes. Além da vista, havia uma colônia de atobás-pardos (Sula leucogaster) nele, bem como trinta-réis e aves tropicais voando ao redor. Quando um grupo que estava fazendo um tour guiado apareceu junto, vislumbramos uma baleia-jubarte com seu filhote na água embaixo, numa exibição sensacional! Comi meus sanduíches apressado, pois conseguimos uma carona com o guia Kiko para retornar, logo após ver a outra atração natural do lugar, um arco de rocha sobre o oceano. Mal deixamos um carro e já embarcamos noutro até o aeroporto, pois havíamos tentado comprar passagens pela internet mas não tivemos confirmação. Lá ficamos sabendo que precisaríamos sacar dinheiro no caixa automático da cidade, que havia sido consertado há algumas horas. Meus dois cartões de crédito não funcionaram, mas o de débito sim, então fomos salvos de última hora, quando o menor aeroporto que já vi na vida estava para fechar. Pagamos 107 pa'angas cada. Depois disso, nos enfiamos no mato de novo para conhecer as Hafu Pools, que não são nada mais que fontes canalizadas de água doce do morro. Como já estávamos por aquelas bandas, entramos num dos pouco comércios chineses para comprar mais comida industrializada. Nosso jantar foi à base de “vermicelli”, um troço oriental que parece macarrão transparente, mas quase não tem gosto, pois é feito de broto de feijão. Assim terminou nosso dia com 20 km de caminhada. Dia 36 Achamos que não andaríamos tanto quanto no dia anterior, mas acabamos indo mais além. Depois do café, começamos a subir o morro em direção ao leste. A primeira atração é uma figueira enorme de mais de 800 anos na beira de um buraco. Perto dali, fica outro sumidouro onde flui uma cascata e é produzida uma nuvem de vapor (ambas fracas quando fomos) que dá o nome do lugar de 'Ana 'Ahu (Smoking Cave). Mais acima, entramos no Parque Nacional de 'Eua. As trilhas que seguimos são sobre rastros de veículos 4x4, mas há muitos caminhos, e nem sempre os mais marcados são os corretos. Por isso, um guia ou bom GPS são fundamentais. Alguns quilômetros após, chegamos ao extremo leste da ilha, no mirante Lokupo. Fica do alto de um penhasco, com vista para o mar azul, outros penhascos, a floresta e a praia com um baita recife de corais abaixo. Entre esse mirante e o seguinte, há uma cavidade apertada chamada de 'Ana Kuma (Rat's Cave), mas nada especial. Algumas centenas de metros ao norte fica Funga Te’emoa, o pico mais alto da ilha, com apenas 312 m. Almoçamos nesse ponto. A ideia era regressar a partir dali, mas como ainda havia muito tempo restante no dia, prosseguimos rumo ao norte de 'Eua. A única porção realmente preservada com mata nativa foi a que fica entre os penhascos e o mar, pois o resto está parcialmente desmatado para retirada de madeira, agricultura e pecuária. Algumas horas depois, tivemos outro vislumbre no mirante Anokula. Em seguida, trilhamos o resto do caminho até o norte, descendo no vilarejo mais boreal, Houma. Não vimos um ser humano sequer durante o caminho, apenas animais domésticos, os dois cães que nos seguiram e aves. Tivemos que caminhar um pouco mais até conseguimos uma carona milagrosa que nos levou pelos 9 km finais até nossa hospedagem sem cobrar nada! O total caminhado no dia foi de 26 km! Como esperado, me cortei um bocado na trilha ao usar roupas curtas, e um dedo do pé criou uma bolha quase do tamanho dele. Dia 37 Descansamos o suficiente à noite. Deixamos Taina's Place cedo para caminhar (no meu caso, mancar) até o aeroporto. Fizemos o procedimento de check-in e ficamos torcendo pro voo não atrasar. Antes da hora o avião minúsculo de 7 passageiros decolou. Chacoalhando um monte, passamos um dos voos mais curtos do mundo (7 minutos no ar!) num medo só. Felizmente, nada aconteceu. Com a chance de perdermos o check-in do voo seguinte, pagamos 10 granas pra um táxi nos levar até o terminal internacional, que fica a 2,1 km dali. Pegamos alguma comida e aguardamos o voo atrasado da Fiji Airways, onde seguimos num turboélice sobre ilhas paradisíacas até Nadi (Fiji). O voo de mais de 2 horas contou somente com um lanchinho e uma revista. Contando com o trecho seguinte até Sydney, pois a parada em Fiji é só uma longa conexão, esses voos custaram 554 pa’angas para mim. Tudo certo com a imigração (brasileiros não precisam de visto), compramos no terminal os cartões para usar nos ônibus, alguns salgados e doces indianos (que são quase metade da população) por 50 centavos de dólar fijiano (1 dólar de lá é equivalente a 1,75 reais), e partimos no ônibus que vai do aeroporto de Nadi até Suva, a capital que fica do outro lado da ilha. O valor até nossa parada (Coral Coast) foi de menos de 9 dólares (doravante fijianos) por pessoa, levando umas 2 horas e 20 para chegar em nosso ponto de descida. Nesse trecho deu pra notar que o país não é tão subdesenvolvido como Tonga. Saltamos na Beachouse, um quase resort maneiro na praia que conta com uma diversidade de atrações e hospedagens diferentes, sendo que ficamos num dormitório novo só pra gente, com um exótico banheiro ao ar livre. Com wi-fi liberado, é um pouco melhor que o “resort” de Tonga; mesmo assim, com um preço levemente menor de 40 dólares. Curtimos um aprazível pôr do sol no mar, deitados em redes e bebericando bebidas locais (750 ml de cerva custa a partir de 10 dólares). Depois, trocamos umas ideias com uns gringos, como o belga Nicolas. Por fim, jantamos um prato típico mas meio pequeno de peixe em coco e batata por 23 dólares. Dia 38 O único ponto negativo foi os mosquitos que nos devoraram à noite, entrando por buracos na tela. Essa questão eu resolvi no dia seguinte, preenchendo as falhas com papel higiênico. Já o café da manhã foi um pouco melhor que os anteriores, e se podia repetir. Depois da digestão feita numa das redes na beira do mar, eu, Amanda e duas europeias subimos num barco. Por 20 dólares fomos levados até um recife de corais no vilarejo de Naboutini. O caminho já foi uma aventura. Chegando lá, ficamos submersos por umas duas horas, nos maravilhando com a diversidade dos corais e peixes. Vi até uma moreia gigante (Gymnothorax javanicus), um tubarão-de-pontas-brancas-de-recife (Triaenodon obesus) e uma serpente-marinha (Laticauda colubrina), um dos animais mais venenosos do mundo! Ao retornar, pedimos o almoço. Eu fiquei com curry. Como havia uma feirinha de artesanato aqui mesmo e com preço acessível, aproveitei pra comprar uma máscara de souvenir por 10 dólares. Às 3 rolou um lanchinho gratuito. Já às 4, aula de ioga. Só havia feito uma vez antes, mas não deixei de aproveitar já que não se pagava. Foi duro, mas curti os 100 minutos de ioga. Em sequência, pôr do sol, happy hour, jantar e cama. Dia 39 Acordamos cedo novamente com a claridade, mesmo sem querer. Após o café da manhã em marcha lenta, enquanto conversávamos com dois australianos, pegamos os caiaques gratuitos para dar uma volta. A água é bem tranquila por ali, então a Amanda, que nunca tinha remado antes, pegou a manha. Eu fiquei um pouco mais tempo, indo pra lá e pra cá, ainda que tivesse um pouco dolorido da ioga. Almoçamos hambúrgueres (16 dólares no meu vegetariano e 20 no carnívoro dela). De sobremesa, milkshakes (7,5 cada). Logo em seguida, participamos duma oficina de artesanato com folha de coqueiro, apenas para descobrirmos que somos um fracasso nessa arte. Pelo menos pudemos levar uma lembrança pra casa. Comemos o último lanche, acertamos as contas, nos despedimos e pegamos o ônibus de volta ao aeroporto. Dentro do busão refrigerado estava passando o filme Megalodon. No terminal do aeroporto, jantamos na lanchonete indiana. Um prato de comida custa 8 dólares. Caminhamos os 1,5 km até a Westfield Homestay, hospedaria familiar onde dormimos num quarto privado duplo por 64 dólares no total. Dia 40 Finalmente me despedi da minha companheira de viagem, que seguiu para Auckland enquanto eu fui até Sydney, ambos pela Fiji Airways. Para embarcar eu precisei esconder meus mini-frascos de higiene pessoal no corpo, pois as várias revistas não deixavam passar nada líquido que não estivesse dentro de um Ziploc. Ao menos o voo de mais de 4 horas correu bem. Comi e vi dois filmes. Passei pela imigração sem nem abrir a boca. No terminal do aeroporto, me dirigi à estação de metrô (cujos vagões são de 2 andares) e peguei o cartão Opal, usado nos meios de transporte público da região metropolitana. Com ele, fiz uma outra viagem: um trajeto curto até a estação central, seguido por mais 2 horas até Katoomba, ao custo de 20 dólares australianos, já que há uma taxa para entrar ou sair do aeroporto. O tempo chuvoso e nebuloso não facilitou a visita, mas depois do check-in no Blue Mountains Backpackers Hostel (20 doletas a noite), dei uma caminhada pela pequena e antiga cidade. De arquitetura interessante, possui diversas lojas de equipamentos de aventura. Comprei uns acessórios, antes de entrar no supermercado mais barato, da rede alemã Aldi. Ali peguei meu rango. Passei a noite no albergue, relaxando na agradável área comum, jogando sinuca e pebolim com um canadense. Dia 41 Acordei, comi uns bolinhos com mirtilo e saí. Em frente ao Carrington Hotel, inaugurado em 1883, peguei o ônibus nº 686 até o Scenic World, por uns 2 dólares. O tempo não estava nada bom: chuva, frio e muito nevoeiro. O empreendimento Scenic World oferece meios de transporte alternativos entre o topo das montanhas e o vale abaixo, como teleféricos e o funicular mais inclinado do mundo. Desci as escadarias Furber Steps nos penhascos e cachoeiras (destaque para Katoomba Falls) para não precisar pagar, e dei uma passeada na única atração que é aberta ao público, a Scenic Walkway. Em meio a um enxame de chineses, caminhei na área de uma antiga mina de carvão e floresta pluvial temperada. Essa passagem é bem informativa e bem mantida. Me livrei dos chineses quando peguei a trilha Federal Pass em sentido leste. Tive uma breve chance de ver as montanhas azuis (por causa da emissão do óleo dos eucaliptos) e os picos das Three Sisters, antes do tempo fechar de novo. Sozinho, trilhei a rota na borda dos penhascos de arenito por um lado, e eucaliptos do outro. Vi e ouvi uns pássaros, como o papagaio vermelho rosela. Quilômetros depois, voltei pra floresta cheia de samambaias e quedas d'água, no trecho em que começa uma subida bem íngreme. A mais bonita das cascatas é a Leura Falls, acessada por uma trilha meio oculta. Já passava do meio da tarde quando deixei a trilha pelo Fern Bower. Ainda sem uma vista boa, passei rapidamente no centro da cidade e regressei ao albergue, onde fiquei o resto da noite. Dia 42 Que bom que decidi não ir embora pra Sydney ao amanhecer, pois ao caminhar até Echo Point, o centro turístico das Blue Mountains, finalmente pude contemplar a paisagem tão almejada das montanhas azuis. Sem o nevoeiro, deu para ver de longe todo o ambiente selvagem das montanhas e florestas em frente, incluindo a formação geológica Three Sisters. Achei que isso seria tudo, mas a vista ficou ainda melhor quando segui pela trilha Prince Henry Cliff Walk, na borda superior dos penhascos. No cenário, as quedas da Katoomba Falls, os veículos do Scenic World e um bando de cacatuas. Retornei à cidade, almocei a comida do Aldi, peguei minhas coisas e parti pra Sydney. Ao chegar, já era do meio pro final da tarde, então só deu para conhecer o belo Royal Botanic Gardens, que se estende até Macquaries Point, de onde vislumbrei o sol se pôr por trás da Baía de Sydney, acompanhado da Opera House e Harbour Bridge. Fiquei impressionado com o que vi. À noite, só jantei e vi um filme na sala de estar do apertado albergue Ady's Place Backpackers. Dormi num quartinho de 4 beliches por 23 dólares australianos. Dia 43 Além do café da manhã fraco incluído, no domingo também são servidas panquecas. Peguei quantas couberam na minha barriga, enchi de Nutella e saí para conhecer o resto do centro. Entrei por uns instantes na galeria de arte de Nova Gales do Sul, bem como no museu The Rocks e na Customs House, todos gratuitos. Também parei para fotografar o patrimônio arquitetônico da UNESCO Opera House, ainda que estivesse chovendo. Outras atrações fotografáveis que vi foram as catedrais de St Mary e St Andrews, a prefeitura e a Queen Victoria Building, que contrastam com modernos arranha-céus. Peguei uns sanduíches quase vencidos em promoção num mercado Woolworths Metro e segui até o aeroporto. Foi então que a encrenca começou… Meu voo pela Tigerair e quase todos os seguintes para Melbourne haviam sido cancelados devido ao mau tempo. Com isso, eu não conseguiria chegar a tempo de fazer o check-in e embarcar nos voos da Qantas até o Brasil! Durante 4 horas eu tentei de tudo: voos em outras cias, mudar minha reserva na Qantas, ir de trem, ônibus, carona ou até alugar um carro e dirigir por 8 horas até Melbourne. Até então era a opção menos pior, já que as outras não estavam disponíveis ou a má vontade das cias aéreas não me ajudava em nada. Tentei uma última vez tentar convencer a Tigerair que era imprescindível que eu embarcasse no último voo da noite, que não tinha sido cancelado. Por um milagre, me passaram na frente da lista de espera de 11 passageiros! O voo atrasou e foi um terror de turbulência, mas cheguei com sucesso no aeroporto de Melbourne, a tempo de pegar as malas da minha prima e aguardar a madrugada passar para fazer o check-in. Dia 44 Como um zumbi, passei pelas poucas horas de Melbourne até Auckland pela Qantas. Serviço e avião muito bons, bem como no longo trecho seguinte algumas horas depois pela LATAM até Santiago. Em seguida, novamente LATAM, dessa vez até Guarulhos, mas nem tela de vídeo o avião tinha. Ao desembarcar, tive que correr bastante pra chegar no check-in no exato instante que o despacho de bagagens pra Floripa estava encerrando. Assim pude pegar o último dessa maratona de voos. Devido ao fuso horário, cheguei em Floripa no mesmo dia em que saí de Melbourne. E enfim cheguei em meu lar, doce lar, cheio de histórias pra contar! Quer mais histórias? Chega mais: http://rediscoveringtheworld.com/
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Fala galera! Depois de tempos sem aparecer por aqui, ajeitei a vida e no final de outubro deste ano vou desembarcar como estudante na terra dos cangurus! Finalmente! Depois de fazer todo o processo de visto, agora estou procurando acomodação. A Austrália está passando por uma crise e os preços dos imóveis (venda e locação) estão nas alturas. Tem muita gente desembarcando no país. ----------------- Este post tem 3 objetivos: 1° - Sugestões de acomodações nas proximidades / fácil acesso a Hymarket. Não tenho problemas em andar a pé, bike ou transporte público. Inicialmente preciso de um espaço para 3 ou 4 semanas. 2° - Saber se alguém está indo nesse mesmo período pra lá. Quem sabe trocamos umas figurinhas pra se encontrar ou dividir alguma coisa. 3° - Quais lugares são mais perigosos (com conhecimento de causa, por favor... Qualquer "googada" me daria essa resposta). Valeu!
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Fala galera! Estou aqui para relatar mais uma trip que fiz aqui na Austrália. A trip foi agora em Setembro de 2020 para Alice Springs e arredores incluindo Uluru. Foram 13 dias de viagem percorrendo aproximadamente 2300Kms de Campervan. Como sempre vou mostrar meu roteiro e dar umas dicas que funcionaram para mim! Roteiro: Alice Springs Simpsons Gap Standley Chaam Ellery Creek Big Hole Serpentine Gorge Ochre Pits Omiston Gorge Erldunda Roadhouse Kings Canyon Uluru Mount Olga N’Dhala Gorge Nature Park Corroboree Rock Jessie Gap Emily Gap Como moro na Austrália fiz a pesquisa de passagem aérea e decidi utilizar a Qantas por ter voo direto de Brisbane (cidade a 60km de onde moro) para Alice Spring (onde eu já havia feito a reserva da minha Campervan). Devido ao Covid o preço da aérea está bem salgado AUD $797 (ida e volta). Já a Campervan o preço foi muito similar do que paguei na minha trip para a Tasmânia que deu AUD$1350 com seguro extra. Segue o link do meu relato sobre a Tasmânia. Dicas: As locadoras de campervan têm tipos de seguros diferentes que variam de seguro básico à seguro total. A vantagem do seguro total é que a maioria das locadoras diminuem o bond (que é uma espécie de cheque calção que tem no Brasil, onde o valor é debitado do seu cartão de crédito). No meu caso tive que autorizar um débito de AUD$250 no meu cartão de crédito que foi reembolsado após o retorno do veículo, já que devolvi a mesma em perfeitas condições. Como meu ponto de inicio da viagem foi Alice Springs eu fui ao mercado abastecer a Campervan com suprimentos e valeu muito a pena já que muitos lugares não têm mercadinhos e quando tem o preço é bem mais caro do que o vendido na cidade. Compre agua para beber! O lugar é desértico, seco e muito quente. Eu comprei exatos 60 litros de agua e olha que não sou uma pessoa que consome muita agua e os 60 litros foram consumidos por completo e esta agua eu só usei para beber e não para cozinhar. Combustível é outra coisa que se deve ter atenção. Isto porque não tem posto em qualquer lugar e às vezes você dirigi por Kms sem absolutamente nada perto. Então para não ter riscos sempre quando o tanque chegava próximo a metade eu parava e abastecia. Muitas vezes os “postos” são dentro de propriedades privadas e com isto o preço é mais caro, porem não tem o que fazer. NÃO, NÃO, NÃO dirija a noite na região. Isto porque além dos tradicionais animais como cangurus, dingos, etc., no Northen Territory (NT) existem muitos cavalos selvagens (são animais introduzidos e depois abandonados), vacas e bois soltos e por incrível que pareça muitos camelos selvagens também (outro animal introduzido e depois solto) o que pode causar sérios acidentes. Fiquem espertos com os horários de funcionamento dos Campergrounds porque os mesmo costumam fechar as 17:00 hr. Para usar o GPS do telefone eu sugiro um APP que possa utilizar o mapa Offline como o Sygic já que no meio do percurso não existe sinal de celular. Os APPs para procurar locais para passar a noite com a Campervan (Free ou pago) eu utilizava o CamperMate ou o Motorhome Republic Travel. Se tiver com mais de uma pessoa indico reservar um Hire private do aeroporto para o centro que sai mais barato e a dica é ligar e reservar com o Sr Denis que é um senhor muito gente boa e que mora por lá já faz anos. Contato 0418 853 075. Os parks na sua maioria ficam dentro de terras Aborígines o que quer dizer que tem suas regras e as pessoas devem respeita-las e em algumas delas a família (é assim que os grupos são conhecidos, se falar que são tribos você estará sendo muito rude com eles) cobra uma taxa de visitação - mas devido ao Covid muitos não estão cobrando. Compre telas de mosquitos para por na cabeça! Isto mesmo! Tem muita mosca e elas são extremamente chatas e importunas querendo entrar na sua boca, nariz e olhos o tempo todo. Quanto mais quente, mais moscas. O verão é a época de chuvas no NT e por incrível que pareça quando chove por lá chove de verdade! Com isto os rios secos ficam cheios de agua o que é muito bonito de se ver. Porem muitas estradas passam por dentro destes rios e no período de chuvas muitas estradas são fechadas. Então se programe para não ter surpresas desagradáveis e perder dias de viagem preso em um ponto ate que o rio baixe suas aguas. Agora vamos para a parte que interessa que é a viagem! 1º dia – Gold Coast/ Brisbane – Alice Springs Como moro em Gold Coast e o voo saiu de Brisbane. Eu reservei um estacionamento no aeroporto para deixar o carro durante o meu período da viagem. De Brisbane o voo foi direto para Alice Springs onde cheguei por volta das 12:30 hr (mais ou menos 3 horas de viagem). Do aeroporto até a cidade tive que pegar um transfer já que não tem transporte publico do aeroporto até o centro. Existem algumas opções como taxi, ônibus fretado e motorista executivo (este eu só descobri no ultimo dia). Eu escolhi o ônibus que custa AUD$17 por pessoa e ele te deixa na sua hospedagem ou na locadora de carro. É só informar o endereço no momento que está comprando o ticket. Como cheguei no domingo e só iria pegar a campervan na segunda eu reservei uma hospedagem em um backpacker chamado Alice Secrets. No check-in o manager falou que o centro de Alice Springs é um pouco perigoso para os padrões Australianos ao anoitecer. Dei um role pela cidade (que é bem pequena) para conhecer e voltei para o backpacker para tomar um banho, me trocar e ir a um festival de luzes que estava acontecendo por lá e eu não sabia. Este festival é anual e se chama Parrtjima e valeu muito a pena ir conhecer, pois além de ser bem legal e bonito é grátis e tem transporte de graça também. 2º dia – Pick-up a campervan e iniciar a viagem Acordei bem cedo e fui tomar meu café da manha na cidade De lá fui andando (aproximadamente 1km do centro) buscar a campervan (negociei com o manager do backpacker de deixar minhas coisas lá e voltar já com a campervan só para buscar). Já com a campervan, fui direto para um mercado abastecer de mantimentos e agua potável para ter uma boa autonomia de viagem e aproveitar que os preços do mercado em Alice Springs são exatamente os mesmo de outra cidade da Austrália. Feito isto voltei para buscar minha mala no Backpacker e já peguei estrada sentido Oeste de Alice Springs. Minha primeira parada foi Simpsons Gap, lá fiz as trilhas e já peguei estrada sentido Standley Chaam. Standley Chaam é uma propriedade privada Aborígine então você paga uma taxa para fazer as trilhas mas se acampar no local o preço do camping já te dá direito de entrar e fazer as trilhas e foi isto que resolvi fazer. O valor por pessoa é de AUD$18 com chuveiros de agua quente e power site. 3º dia – Ellery Creek Big Hole até Stuarts Well Roadhouse Acordei cedo como de costume, fiz um café da manha bem reforçado e já peguei estrada sentido Ellery Creek. Este ponto tem um waterhole que tem agua o ano todo e pode entrar na agua sem problema. De Ellery peguei estrada novamente sentido Serpentine Gorge. Lá o waterhole estava praticamente seco e não pode entrar na agua por ser considerado sagrado. O lugar é bem bonito e como em outros lugares não dá para acreditar que ali em alguma época do ano (verão que é a época das chuvas) pode ter agua porque é muito seco. De Serpentine fui em direção a Ochre Pits que é uma área considerada sagrada pelos Aborígines. Lá existe um paredão com “argila” colorida que era usada em rituais no passado, hoje a família responsável pelas terras ainda tem autorização para coletar esta “argila” para realizar os rituais. Saindo de Ochre peguei sentido para Omiston Gorge e novamente o waterhole está praticamente seco e não pode entrar. O legal é ver que mesmo no meio de tantas pedras, terra vermelha, existe muita vida. Como próximo ponto de interesse, e onde eu iria passar a noite está fechado, resolvi começar a descer para o Uluru e passar a noite em Stuarts Well Roadhouse que é um ponto de descanso já descendo sentido Uluru. Aproveitei que passaria por Alice Springs novamente, abasteci o carro e acabei fazendo um almojanta em uma Tavern e passar em Bottleshop e comprar umas bebidas (sobre bottleshop em Alice vou falar um pouco sobre no final). Após comer, liguei no lugar onde iria dormir já que o GPS mostrava que iria chegar depois das 17 e queria já deixar reservado para não ter surpresas. Cheguei ao local por volta das 19 e já havia escurecido então foi um final de tarde meio tenso já que dirigi por uns 40 minutos já sem luz do sol o que deixa a viagem muito perigosa. Como já tenho ideia dos riscos, dirigi com a atenção triplicada e em uma velocidade não maior que 60 km/h para caso apareça algum animal no caminho eu tenha tempo de frear. Stuarts Well é apenas um ponto de parada na estrada onde tem o posto de gasolina, restaurante, e na parte de trás do posto fica o campergroud e nada mais. 4º dia – Erldunda e Kings Canyon Como de costume acordar junto com o Sol, tomar um café da manha reforçado, abastecer e pé na estrada sentido Kings Canyon. Eu queria ter parado no Rainbow Valley, mas na estrada já tem um aviso falando que é extremamente recomendado para carros 4x4 então achei melhor não arriscar e enfiar uma Campervan de 3.5 T e 9 metros de comprimento e atolar a bagaça e talvez estragar uma parte da viagem. Então fui direto para Erldunda que é apenas um local de passagem, mas fica exatamente no centro a Austrália Parei para dar uma esticada nos gambitos, tomar um sorvete porque com o calor eu merecia um e depois seguir viagem. Neste ponto da estrada ou você segue reto sentido Adelaide (sim a estrada corta o centro da Austrália de Norte a Sul que vai de Adelaide para Darwin) ou entra a direita sentido Noroeste que é o caminho que leva para o Uluru. A estrada é uma “reta” interminável com nada em volta a não ser as paisagens alucinantes com cores diversas. E, por incrível que pareça, tem alguma vegetação e muitos pássaros. Dirigi por horas sem passar por nenhum carro ou lugarejo. Portanto se o carro quebrar é sentar e ficar esperando alguém passar, já que o sinal do celular não existe. No caminho até Kings Canyon passei por outro ponto que queria ter conhecido, mas estava fechado (Mt Ebenezer). Chegando em Kings Canyon existe dois campergrouds um chamado Kings Creek Station que fica a 45km do Kings e outro chamado Kings Canyon Resort que foi onde fiquei e ele é a 5 km do Kings. O nome Resort é mais porque é um complexo de hospedagem onde tem desde o local 5 estrelas até o Campergroud onde fiquei. No local tem posto de gasolina, uma vendinha e um “restaurante” para quem quer comer alguma coisa. No Kings Canyon tem duas trilhas uma rápida e outra mais longa e como já passava das 15:00 quando cheguei por lá deixei a mais longa para fazer no outro dia pela manha. Após fazer a trilha mais curta voltei para o camperground para ver o por do sol e além do por do sol também pude ver um dingo de role pelo camping. 4º dia – Kings Canyon – Uluru Acordei, comi e fui fazer a trilha mais longa do Kings Canyon que é um loop de 6 km com subidas e descidas. Depois da track, lá fui eu para a estrada novamente, desta vez sentido Ayers Rock Resort, que é o vilarejo que dá acesso ao parque onde tem o Uluru e A Olga. No caminho a uns 100 km antes de chegar tem um lookout que já dá para ver a pedra Uluru. É muito loco porque ainda está distante, mas a pedra já pode ser vista e apreciada. Cheguei em Ayers Rock no fim de tarde e reservei 3 dias no camperground. 5º dia – Uluru e sunset E chegou o dia tão esperado que era conhecer o Uluru! Uluru é a maior pedra de monólito do mundo, isto mesmo Uluru não é uma montanha e sim uma pedra gigante de 348 metros de altura. Como de costume aquele café da manha reforçado e bora para o park Kata Tjuta visitar a grande pedra. Normalmente o parque tem uma taxa de visitação de AUD$ 25 por pessoa por três dias (o ticket já é para 3 dias – se quiser conhecer e fazer todas as trilhas do park - no Uluru e the Olga - você vai precisar desses dias!). Devido ao Covid esta taxa não está sendo cobrada e a previsão é que ela não seja cobrada até 2021. Ver o Uluru de perto é surreal porque é totalmente diferente das fotos e a altura da pedra é de deixar qualquer um de boca aberta. Tem uma track de quase 11 km que circula o Uluru e foi esta que fiz! O interessante é que o Uluru é uma pedra sagrada para os Aborígines. Então quando você faz a track você pode ver vários pontos que eles ficavam e na trilha tem varias placas contando as historias e tudo mais. Você vê pinturas feitas a mais de 600 anos atrás e como eles passavam as informações dos mais velhos para os mais novos. É muito legal saber destas historias!! Depois que terminei a track voltei para o camperground para dar uma relaxada e voltei no final de tarde para ver o por do sol num pont the sunset dentro do próprio park. Ver a pedra mudar de cor junto com o céu é uma experiência fora do comum. 6º dia – Atividades free do Resort e Field of Light Este dia decidi ficar pelo resort já que como alguns pontos que queria ter visitado estavam fechados eu fiquei adiantado no meu cronograma. Então resolvi fazer algumas atividades culturais Free que o resort disponibiliza para todos. · Bush Yarns · Bush food experience · Capturing the Cosmos · Didgeridoo Workshop · Guide Garden Walk Estas atividades iniciam as 10 am e vão até as 4pm sendo um intervalo entre uma para a outra de aproximadamente 20 min então a minha manha e parte da minha tarde foi bem movimentada e cheio de aprendizados. No dia que cheguei havia reservado uma atividade chamada Field of light que é uma intervenção artística no meio do deserto com luzes de pequenas lâmpadas de fibra ótica. Este evento me surpreendeu porque não estava acreditando muito por ver em fotos (sabemos que nem fotos mostra realmente como é o negócio). Imagina um local do tamanho de 7 campos de rugby com milhares de luzes conectadas por mais de 450 km de fibra ótica e no meio do nada...... É muito loco e bonito porque as luzes vão mudando de cor e com a escuridão e silencio do deserto trás um efeito que é difícil de descrever em palavras. Custa AUS$ 44 por pessoa e você fica 1 hora andando no meio dessas luzes. 7º dia – Sunrise e Olga Cai da cama as 5 a.m. me troquei e pequei estrada sentido parque para poder assistir o nascer do sol no Uluru. Não tomei nem café da manha já que, como a casa sempre ia comigo, resolvi primeiro assistir o nascer do sol e depois faria meu café da manha de frente para Uluru. Ver o nascer do sol no Uluru é muito loco porque assim que a luz do sol começa a parecer junto vem diversas cores e vidas do deserto. A pedra do Uluru vai mudando de cor com a chegada dos raios do sol. Ver o por do sol e o nascer no Uluru é muito loco e interessante. Depois do show do nascer do sol preparei meu café da manha reforçado e fui para Olga que é um conjunto de rochas redondas muito loco tmabém. No Park Kata Tjuta tem 2 tracks para ser feitas, uma de aproximadamente 1.5 km e a mais legal de 7.5km onde você faz um loop passando entre as pedras do Mt Olga. Fiz essa maior e valeu muito a pena! 8º Dia – Ross River Resort Acordei, tomei meu café da manha e peguei estrada direto para Ross River que fica a 80km ao Leste de Alice Springs. Como o caminho passa por Alice Spring, deixei para bastecer a Campervan e comprar algumas coisas que estava precisando em Alice que o preço é melhor. O retorno me tomou o dia todo porque fui sem pressa e parando para tirar algumas fotos na estrada e também aproveitei para almojantar em Alice. Ross River resort é uma fazenda de 1898 e dentro dela tem o camperground. O lugar estava bem tranquilo e relaxante. 9º Dia – N’Dhala Gorge, Carroboree Rock, Jessie Gap e Elily Gap Saindo do Camperground, todos os pontos que eu tinha interesse em visitar ficavam na mesma direção então fui visitando um após o outro até retornar a Alice Springs. Alguns são pontos próximos, lugares sagrados para os Aborígenes e bem próximos da rodovia. 10º 11º e 12º dias – Alice Springs Como acabei adiantando os pontos de visitação devido alguns estarem fechados e outros eu ter gasto menos tempo do que imaginava acabei ficando com três dias sobrando. Então fiz algumas pesquisas se valeria a pena subir ao Norte de Alice sentido Darwin para ver algo mas os pontos mais interessantes ficavam a mais de 500km e, perguntando no centro de informação disseram que se eu tivesse subindo seria interessante parar em alguns pontos mas, sair de Alice só para isto, o pessoal do centro de turismo acharam que não valeria a pena. Com isto acabei curtindo um pouco mais de Alice visitando: Alice Springs Telegraph Station (vale muito apena visitar este ponto histórico) Alice Springs Desert Park Natural Museum Central Australian Aviation Museum Araluen Cultural Precint (Centro Cultural do Aborígene) 13º dia – Retorno para casa Acordei meio sem horário arrumei as malas e organizei a campervan e fui fazer o drop off. Chamei o Sr Denis que me levou até o aeroporto, no caminho ele foi contando historias da vida dele e como ele foi parar em Alice Springs e muitas outras histórias. Visão geral da viagem: Como comentei no inicio infelizmente Alice Springs não é um local muito seguro “nas visões Austrália”. Lá foi a primeira cidade que vi muitas grades e cadeados, problemas com álcool; violência doméstica e pequenas “jovens gangs” é comentado na cidade. Mas não irei falar muito aqui primeiro para não ser mal interpretado e outra talvez o meu ponto de vista possa ser muito diferente de outras pessoas, então não quero deixar uma visão para não criar um “pré-conceito”.
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Se você vai ser um estudante internacional na Austrália, é sempre bom estar o máximo preparado para qualquer imprevisto. Quer saber quais os melhores seguros saúde para você estar completamente preparado? Dê uma olhada no artigo abaixo para todas as respostas! Um seguro de saúde é um serviço que muitos estudantes não prestam muita importância em fazer, mas que é essencial para garantir uma estadia tranquila e com segurança em outro país. Além disso, você provavelmente precisará apresentar um comprovante de cobertura médica para efetuar a matrícula no curso! Pensando nisso, listarei aqui as melhores opções de seguro para estudantes na Austrália, junto com as informações sobre tipos de vistos de estudante, os cursos que são disponibilizados e o sistema de saúde australiano. Confira! Por que estudantes internacionais na Austrália devem ter um seguro de saúde? Um seguro saúde no exterior é essencial para a garantia de cobertura caso seja necessário algum atendimento médico no novo país em que você irá morar. No caso da Austrália, é necessário que estudantes internacionais possuam convênio de saúde privado, já que o sistema público não dá assistência para estudantes estrangeiros. O sistema de saúde na Austrália Na Austrália existe sistema de saúde público mas cerca de metade dos australianos possuem seguro de saúde privado também. Mesmo disponibilizando tratamento hospitalar essencial, consultas médicas e medicamentos gratuitos ou por baixos preços. É financiado por uma parte dos impostos pagos. Existe muita burocracia para estrangeiros terem atendimentos não-emergenciais pela estrutura pública, por isso é obrigatório estudantes terem um plano privado, como o Overseas Student Health Cover (OSHC) que é uma opção feita pelo próprio governo australiano de forma paga e privada. Ou seja, contratar um seguro de saúde internacional é necessário para te trazer mais segurança caso seja necessário auxílio médio, já que você terá a cobertura e um bom serviço pelo convênio já contratado antes de viajar. As escolas australianas pedem prova de cobertura médica (também conhecido como seguro) para você se inscrever Pela lei australiana, todo estudante estrangeiro precisa de uma comprovação do seguro médico OSHC. Mas, além disso, é importante ter a cobertura de um outro plano para ter a garantia de auxílio. O Overseas Student Health Cover é o seguro que garante que estudantes tenham acesso à estrutura de saúde pública australiano, já que somente cidadãos são cobertos pelo seguro nacional de saúde, o Medicare. As instituições de ensino da Austrália exigem comprovação da aprovação do OSHC para matrícula. Os 7 melhores e mais baratos seguros de saúde para estudantes internacionais na Austrália Como sempre, eu recomendo que você faça um orçamento online com todas as empresas listadas aqui… Pode demorar um pouco de tempo, mas você pode economizar um bom dinheiro ao final do dia e aproveitar o melhor possível a sua residência na Austrália! Ah! E para deixar este processo mais fácil para você, tem uma tabela ao final comparando os diferentes planos de saúde para estudantes! E para saber mais sobre os tipos de cursos que existem e os vistos que são necessários para você aplicar a matrícula, continue lendo o artigo depois da lista dos melhores seguros de saúde internacional para estudantes internacionais na Austrália. Continue lendo em: 7 Melhores Seguros Saúde Internacionais para Estudantes na Austrália
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Sydney é a maior cidade da Austrália, lar de mais de 5 milhões de pessoas, com inúmeras praias incríveis, história rica e única, arquitetura impressionante, vida selvagem, paisagens diversificadas e muito mais! Estando atualmente sob bloqueio devido à pandemia do COVID-19, você certamente se sente restrito quando se trata de lugares que pode desfrutar durante a viagem e, por mais que Sydney esteja atualmente fora de alcance, você não precisa se preocupar. A cidade tem de tudo e ainda estará lá esperando quando chegar a hora certa! Depois de chegar lá, pode ser difícil escolher o que ver primeiro, então aqui estão várias sugestões sobre o que você pode fazer e experimentar enquanto estiver em Sydney. 1. Faça a caminhada costeira da Ponte Spit até a Praia Manly Esta emocionante caminhada de 11 quilômetros leva cerca de três horas e ziguezagueia pela mata nativa e praias pitorescas. Durante este passeio espetacular, você poderá ver gravuras rupestres aborígines de 1.000 anos e apreciar as vistas espetaculares do oceano. Quando você chegar ao final, delicie-se com um café da manhã ou almoço em um dos muitos cafés locais de Manly. Continue lendo em: 8 Coisas Obrigatórias para Fazer ao Viajar em Sydney, Austrália
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As praias australianas são famosas em todo o mundo, graças à areia branca, ondas perfeitas e sol sem fim. Com mais de 25.000 quilômetros de costa, há muito para descobrir. Quer seja seja um local ou venha de férias, aqui estão as 5 principais praias que você não pode deixar de visitar na Austrália! 1 – Praia Principal de Noosa Localizada a apenas algumas horas de Brisbane, basta uma visita a esta praia e você já vai se sentir de férias. Com belas areias brancas e águas azuis cristalinas, é uma visita obrigatória se você estiver visitando o sudeste de Queensland. Na cidade, há muitos restaurantes onde você pode parar para o almoço. Não muito longe da praia, ondas de tamanho moderado quebram regularmente, tornando-se um bom local para o surf. Esta praia é um verdadeiro paraíso tropical. Depois de visitar a praia principal de Noosa, reserve um tempo para visitar o Parque Nacional de Noosa na região, lá você pode fazer caminhadas e ver coalas, lagartos nativos e até mesmo baleias mergulhando na água enquanto migram para cima e para baixo na costa! 2 – Praia principal da Ilha North Stradbroke Hospedando-se na ensolarada Queensland, mas descendo a costa por algumas horas, você chegará à praia principal da Ilha North Stradbroke. Semelhante a Noosa, esta é uma bela praia intocada, cercada por um cerrado verde. Perfeito para uma caminhada matinal seguida de um mergulho no oceano. A praia principal de North Stradbroke Island é adequada para acampamentos e acessível via 4×4. Com muitos parques de campismo bem ali na própria areia, você não pode obter férias na praia melhores do que isso. Se você é um ávido pescador ou surfista, você veio ao lugar certo. Pegue uma onda, pegue um peixe e termine o dia com um descanso relaxante na extensão de 33 quilômetros de areia branca. Se você quiser nadar, há uma área de natação dedicada e patrulhada para garantir sua segurança. Aproveite o sol quente de Queensland e ouça o bater das ondas. A Ilha North Stradbroke também é um ótimo lugar para desfrutar de algumas outras atividades na praia, como sandboard e mergulho com snorkel. Também há ótimas trilhas para caminhadas que levam diretamente a lagos de água doce. Há muito o que explorar aqui, na segunda maior ilha de areia do mundo! Continue lendo em: As 5 Melhores Praias da Austrália – Além das Mais Populares
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2020 - Tasmania by Campervan 10 dias 2400 Kms
Birigui postou um tópico em Austrália - Relatos de Viagem
Fala galera!! Gostaria de relatar uma viagem que eu e uma amiga fizemos pela Tasmania agora em Março de 2020! Foi uma viagem de 10 dias com aproximadamente 2.400 Kms percorridos de Campervan (para quem não conhece é um tipo de Motorhome montado no chassi de uma Van). No relato vou dar meu roteiro e algumas dicas que para mim funcionou muito bem! O roteiro Hobart Bruny Island Port Arthur / Eaglehawk Neck / Blow Hole / Devils Kitchen / Remarkable Cave Mount Field National Park Strathgordon / Dam Cradle Mountain National Park(North gate) Stanley / The Nut Penguin / Bakers Beach / Greens Beach Launceston Freycinet National Park Triabunna / Orford Hobart Como moro na Australia fiz uma pesquisa de preços nas CIAs aéreas de baixo custo e fechei a passagem com a Tigerair (Gold Coast - Hobart ida e volta AUD$293). A Campervan usei o Site/ APP da Motorhome Republic que é estilo a Skyscanner que checa todas as lojas de locação de Campervan - AUD$ 1,723 para 2 pessoas, já com seguro total e Km livre). Antes de iniciar o relato da viagem gostaria de deixar algumas dicas que fizeram diferença para mim na viagem. Dicas: As locadoras de campervan tem tipos de seguros diferentes que variam de seguro básico a seguro total. A vantagem do seguro total é que a maioria das locadoras diminuem o bond (que é uma especie de cheque calção que tem no Brasil, onde o valor é debitado do seu cartão de crédito). No meu caso tive que autorizar um débito de AUD$5000 no meu cartão que foi devolvido após 14 dias úteis do retorno da Campervan (já que não tive nenhum problema). Todos os National Parks cobram uma taxa de visitação e ela é cobrada por pessoa. Porém existe um Passe que dá direito a entrar em todos os parques que vale para um automóvel e até 6 passageiros. O passe custa AUD$60 e é válido por 3 meses. Já os tickets individuais custam em média de AUD$ 16 por pessoa. Então se tiver em 2 pessoas e visitar 2 parques o Pass vale bem mais a pena. site para emitir o Park Pass - https://passes.parks.tas.gov.au/ Para comer eu fazia uma pesquisa em Tavern pelo caminho e dava prioridade para comer neste lugares já que o preço normalmente é bem melhor que restaurantes e os pratos são bem servidos e saborosos. Em média eu pagava AUD$20 a AUD$25 por prato. Muita atenção com o horário de funcionamento de restaurantes, camperpaks, etc., porque os lugares fecham bem cedo para quem está acostumado com as coisas no Brasil. Restaurantes fechavam por volta das 20:00 hs. Camperparks também costumam fechar cedo então se quiserem dormir nos Camperparks é bom ligar antes das 16:00 hrs para reservar (alguns aceitam self-check-in). Existem vários camperparks free porém sem nenhuma estrutura (banheiro, cozinha, etc.) e normalmente estes camperparks ficam nos parks ou na estrada. Para usar o GPS do telefone eu sugiro um APP que possa utilizar o mapa Offline como o Sygic ou para aqueles que quiserem usar o mapa do Google eu sugiro pegar um chip telefônico da Telstra que é a principal operadora de celular da Australia e que me deixava com sinal praticamente 95% do tempo. Os APP para procurar locais para passar a noite com a Campervan (Free ou pago) eu usava o CamperMate ou o Motorhome Republic Trave. Quando for programar a rota e o sentido de como irá fazer o trajeto, indico fazer no sentido horário. Isto porque quando você estiver descendo do Norte para o Sul pela costa você estará de frente para o mar, o que te dá a oportunidade de ver várias paisagens lindas. As estradas tem uma pavimentação perfeita porém são bem estreitas e com muitas curvas, subidas e descidas. As velocidades não são altas o que acaba tornando a locomoção um pouco mais lenta. Tomar muito cuidado ao dirigir ao amanhecer, anoitecer e a noite. Isto porque são os horários que muitos animais vem para perto das estradas se alimentar e com isto o risco de atropelar os bichinhos é muito grande (infelizmente você vê muitos mortos pelo caminho). Levar capa de chuva ou roupa a prova d'água porque o clima na Tasmania muda muito rápido e chove bastante pela região. Entre um lugar e outro, é possível parar em vários pequenos lugares e lookouts que são indicados na estrada e não estavam no roteiro. Agora vamos para a parte que realmente importa que é a viagem. 1° dia - Hobart CDB - Centro da cidade Porto Wellington Park Cheguei por volta das 15:00 hrs horário local e fui direto pegar a Campervan. As empresas de Campervan ficam ao arredor do aeroporto e a que eu loquei não disponibilizava o serviço de pegar o cliente no aeroporto. Por isto, tive que pegar um Taxi até o local que ficava aproximadamente 5 Km de distancia e paguei AUD$ 16. Na locadora fiz todo o procedimento e já fui direto para o Camperpark que já havia reservado e ficava bem próximo do aeroporto para fazer o check in e em seguida já fui para o centro de Hobart que fica a 20 Km do aeroporto. Estacionei e dei uma volta pela área do Porto e CBD (CBD é como é chamado o centro das cidades). Aproveitei e já parei em um restaurante para almoçar porque já era umas 17:00 hrs. Após o almoço resolvi passar no mercado para fazer umas compras e abastecer a Campervan com comida, bebida e água potável. Do mercado resolvi subir para o Mount Wellington para ver a cidade de cima! 2° dia - Port Arthur Seven Miles Beach Eaglehank Neck Blow Hole Devil Kitchen Port Arthur Historic Site Remarkable Cave Acordei cedo tomei meu café da manha na Campervan e fui caminhando até a Seven Miles Beach já que ficava muito próximo do Camperpark. Fiquei um tempo na praia apenas contemplando porque estava frio e chuviscando. No caminho para o Port Arthur fui parando em alguns pontos para tirar fotos e conhecer (Eaglehank Neck, Blow Hole, Devil Kitchen). De lá já peguei a estrada em direção a Port Arthur Historic Site que é onde tudo começou aqui na Australia. Era o presidio que a Inglaterra enviava os presos para cumprir suas penas que variavam de anos à perpétua (perpétua - porque o preso não poderia mais voltar para a Inglaterra). O ticket para entrar no Site é AUD$40 que dá direito a uma visita guiada de 40 min e um passeio de barco pela baia. E por ultimo parei no Remarkable Cave. 3° dia - Bruny Island Salamanca Market - feirinha que só ocorre todos os Sábados das 8:00 as 15:00 hrs em Hobart Acordei cedo para pegar o inicio da feira. É uma feirinha com muitas barraquinhas de produtos variados (comida, artesanatos, bebidas, etc). Depois de 2 horas de feira, peguei a estrada sentido Bruny Island. Para chegar na ilha tem que pegar um ferry que custa AUD$ 60 (ida e volta) para carros acima de 6m. Chegando na ilha peguei a direção do farol parando no The Neck lookout onde você consegue ver o mar dos dois lados. De lá fui para a Lighthouse que tem uma vista muito bonita na extremidade da ilha. Iria fazer um outro tracking mas tive um pequeno problema com o freio de mão da minha Campervan o que me consumiu um tempo precioso e tive que desistir e retornar para o continente. 4° dia - Mount Field Trilhas Strathgordon / Gordon Dam Como fui direto da Bruny Island para Mount Field consegui dormir no camping que tem dentro do park nacional o que me economizou tempo para as trilhas do dia seguinte. Ao acordar fui pegar informação no centro turístico do park para definir quais trilhas iria fazer e decidi por uma que leva em média 3 horas ida e volta. Depois das trilhas peguei o carro em direção ao Gordon Dam que é uma barragem de uma usina hidrelétrica de 1974. 5° dia - Cradle Mountain Dormi em um Camping Park a 2 km da entrada do parque nacional o que foi muito bom para ganhar tempo de deslocamento. No parque visitei o centro turístico para definir qual trilha fazer e acabei fazendo duas delas. O legal neste parque que você deixa o carro no centro turístico e pega o ônibus do park que te deixa no inicio de cada trilha. Neste park é fácil ver alguns animais peculiares da Australia como os Wallabes (que são os cangurus menores) e o Wombat. 6° dia - The Nut The Nut Stanley Penguin Brakes Beach Greens Beach Iniciei o dia visitando The Nut. É um park nacional que fica em cima de uma grande rocha que tem acesso ou por trilha ou por teleférico e que dá uma visão bem bonita do mar. A cidadezinha de Stanley é bem pitoresca e nela foi filmado o "The Light Between Oceans". Novamente na estrada fui sentindo Penguin que é uma cidade que tem varias estatuas e desenhos de pinguins (nada alem disto....mas é bem engraçado). Não demorei muito na cidade e já fui em direção as duas praias que queria visitar. Nesta duas praias tem vários pontos para fotos e algumas trilhas. 7° dia - Launceston Cataract Gorge St Helens Launceston é a segunda maior cidade da Tasmania com um CBD com muitos prédios históricos que vale a visita. Do CBD fui para o Cataract Gorge Park fazer algumas trilhas e ver uma hidrelétrica de 1895. Após o park peguei a estrada para St Helens onde visitei alguns dunas de areia e suas praias. 8° dia - Freycinet National Park Bay of Fire Binalong Freycinet Bay of fire é uma baia de aproximadamente 25 milhas que ganhou este nome porque os colonizadores Ingleses viam, à noite, as fogueiras feitas pelos Aborigines. Também nesta região as pedras tem uma coloração alaranjada devido a simbiose entre um fungo e uma alga. Saindo de Binalong fui para Freycinet, que dentro de todos os parks visitados, é o que tem uma estrutura maior com restaurante e camperpaks. Passei no centro turístico para pegar informações das trilhas e acabei fazendo 3 delas (Wineglass Bay, Honeymoon e Cape Tourville). 9° dia - Hobart Triabunna Orford Triabunna e Orford tem saídas para o park nacional Maria Island. Não tive tempo para fazer este passeio já que além do tempo do ferry as trilhas são grande e não entra carro na ilha. Apenas dei uma volta nas cidades e peguei o caminho de volta para Hobart. Em Hobart visitei o Tasmanian Museum and Art Gallery que tem entrada free. Subi novamente no Wellington Mount e por fim dei uma volta no porto. 10° dia - Gold Coast No 10° dia apenas devolvi a Campervan e retornei para casa. Espero poder ajudar o pessoal que está montando seus roteiros de viagem. Nos vemos na minha próxima viagem. -
Ei mochileiros, Vou direto ao ponto, gostaria de saber quanto custaria aproximadamente para fazer um mochilão na Austrália. Fui de intercâmbio para lá em 2017 e desde então sonho em voltar para fazer alguns passeios que não fiz como o Outback. Ideias de roteiros também são muito bem vindas apesar de eu ter uma ideia para onde ir (novamente hahah) como Byron, Gold Coast, Sydney e minha cidadezinha preferida Noosa Heads (onde morei). O valor poderia ser de algum mochilão feito anteriormente, ou só alguma ideia do valor de um mochilão em geral pois o que eu fiz pela Europa foi bem fora do orçamento normal hahah Percebi após a postagem que não fui muito específica em nada hahah mas minha pretensão seria fazer de aproximadamente 1 mês, em Dezembro (férias da faculdade) e sei que por não importar muito com voltar no Natal ou Ano Novo o preço da passagem pode sair um pouco mais em conta. No último mochilão que eu fiz fiquei bastante em quartos compartilhados de hostels (a maioria em partes boas e bem festeiras das cidades), e fui bastante economica com outros gastos como alimentação e lazer, e acredito que por já ter feito uma viagem para Austrália antes muitas atrações caras (como a Grande barreira de corais) seria dispensável, minimizando um pouco o custo. Obrigada galera.
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Fiquei 33 dias na Austrália. Iniciei a minha viagem em junho na Cidade de Cairns em Queensland, pois meu grande objetivo era conhecer a Enorme Barreira de Corais. Este é o melhor local de acesso e fechar os pacotes de mergulhos, pois está próximo dos melhores recifes de corais. Como tirei um dia inteiro pra cotar as agências de mergulhos, então sobrou tempo pra visitar alguns lugares como o Aquário da Cidade. Há uma infinidade de lugares para mergulhar, no entanto o lugar principal chama-se Osprey Reef, o qual só uma empresa no momento está autorizada a chegar no local, que é a Mike Ball. Esse recife fica bastante distante, é preciso travessar um mar bastante agitado para alcançar esse lugar. Tem que se fechar o mínimo de 4 dias num cruzeiro para conseguir fazer os mergulhos com tranquilidade. Nesse tempo vc tem direito a 14 mergulhos durante esse percurso. Sempre viajei sem reservas, mas procuro escolher as épocas fora de alta temporada para não correr o risco de ficar sem hospedagem ou sem fazer os melhores passeios. Essa experiência tem dado certo, ou então estou tendo sorte demais! A agência que escolhi foi a Mike Ball Expeditions, pois é a única que tem o alvará para mergulhar em Osprey Reef, onde é considerado um dos melhores lugares do mundo pra se mergulhar. Quem quiser saber sobre valores, é só procurar o site deles na internet, pois o preço que paguei certamente está desatualizado. Fiz uma visita ao Aquário de Cairns, onde tive a idéia do que encontraria em seus recifes, tem inúmeras espécies de crustáceos, répteis e peixes exóticos e uma arquitetura futurística com belos aquários. No final da tarde me reuni com o grupo que embarcaria para a expedição de mergulhos em Osprey Reef e partimos para o Cruzeiro que nos levaríamos. O primeiro lugar que mergulhei foi em Summer Bay em Ribbon Reef. Faziamos em torno de 4 mergulhos por dia, mas se houvesse um noturno, então eram 5 mergulhos. Enfrentar as aguas geladas era quase uma maratona pra mim, mas valeu cada mergulho. Não é fácil ir a Osprey Reef, pois pegamos um longo trecho de mar aberto, que dependendo das condições climáticas não seria permitida a ida. Mas graças a Deus o tempo ajudou desta vez e conseguimos chegar. O cruzeiro balançou muito por causa das marolas. É normal passar mal e vomitar bastante, mas com o tempo vai se adaptando às marolas. Como fizemos vários mergulhos seguidos, recomendo proteger bem os pés das nadadeiras para que não fiquem em carne viva, pois mesmo usando botas de neoprene a agua salgada vai corroendo a pele com o atrito por causa das nadadeiras. Não corra o risco de não poder mergulhar nesse precioso lugar. Outra dica, não tente usar o drone para tentar filmar os recifes de cima, pois o local venta muito e o risco de perde-lo é muito alto. Outra dica, recomendo ter o curso nitrox para que possa ficar mais tempo embaixo da água. Nos meses entre junho a agosto é possível avistar as baleias minks nessa região. Mas infelizmente no meu caso nao tive esse privilégio. Com relação aos pacotes de mergulhos há 3 opções, uma de 3 dias de mergulhos, outra de 4 e outra de 7 dias. Fechei o de 4 dias, q me deu direito a 14 mergulhos, dos quais fiz 13, incluindo 2 mergulhos noturnos. No primeiro mergulho da manhã deste dia encontramos um natiloide, que é uma espécie de molusco pré histórico. Podem ser encontrados numa profundidade de até 500m. É comum encontra-los no leste do oceano índico. Finalmente chegamos em Osprey Reef, as marolas ajudou e passamos a madrugada inteira a todo vapor rumo a esse requisitadíssimo lugar pelos mergulhadores, chamado Osprey Reef. Estava todo mundo na expectativa, é um lugar repleto de enormes tubarões. Fizemos uma espécie de arquibancada natural para assistir a alimentação dos tubarões. Fomos nos acomodando nas rochas de forma circular, onde no centro seria despejado as carcaças de peixes para os tubarões. Os enormes tubarões iam chegando na medida que o odor das carcaças se espalhavam pelo mar. Achei um espetáculo a concentração de tantos tubarões, foi um dos cenários mais incríveis que já presenciei. Os corais nessa região são muito bonitos e diferentes. É um paredão enorme colorido formado pelas algas e corais, deixando as imagens sensacionais e exóticos Tivemos a companhia de um cardume de barracudas. Para voltar ao continente desembarcamos em Lizard Island, onde peguei um vôo de volta a Cairns. Achei esse sobrevôo sobre os corais um verdadeiro espetáculo. Foram 4 horas de vôo até o aeroporto de Cairns. Aproveitei que estava no aeroporto e comprei uma passagem até Sidney. O Centro é formado por prédios e praças, representando um mundo corporativo. Aproveitei e visitei a Casa de Ópera e o Aquário de Sidney. chegando a ter mais de 650 espécies e mais de 6 mil peixes e outros animais aquáticos de toda a Austrália. Visitei a torre de Sydney onde tem uma vista panorâmica de 360 graus. Peguei o metrô para visitar Blue Mountain. Fica a oeste de Sydney. É uma região muito bonita, mas neste dia, o mal tempo atrapalhou bastante, mas consegui aproveitar a região. Depois peguei um vôo para Melbourne. Melbourne é a segunda Cidade mais populosa depois de Sydney. É um dos principais centros financeiros do País. Já foi considerado a quarta cidade mais cara do Mundo, empatando com Oslo na Noruega. Peguei um ônibus para conhecer os 12 apóstolos. O trajeto foi beirando a costeira australiana. Mas no caminho o motorista parou para visitar algumas praias e num parque cheio de cangurus. Depois peguei um vôo para a Tasmânia. Decidi fazer um passeio de lancha beirando a costeira rochosa. Recebíamos um macacão pra nos protegermos da água e do frio, pois ventava muito. O percurso foi muito bonito. O nome do circuito que fizemos chama-se bruny island. Depois fechei um tour com uma Agência para conhecer outras partes turísticas da Tasmânia. Na Tasmânia existem 2 passeios de lancha imperdíveis, muito bonitos, porém caros, em torno de U$250 cada um. Eles circundam as belas costeiras rochosas da Tasmânia. Ambos duram praticamente o dia todo, saindo cedo pela manhã. O nome que é dado a este passeio é Tasman Island, o outro se chama Bruny Island. Nesse local haviam umas baleias, apesar de não conseguirmos avistá-las completamente foi um momento incrível do passeio. No final do passeio da lancha visitamos uma prisão antiga desativada. O nome da Cidade é Port Arthur, onde eram levados os criminosos mais perigosos durante o século 19. A prisão foi desativada em 1897, 54 anos após ser inaugurada. As ruínas do presídio, no entanto, podem ser visitadas até hoje. O turista pode caminhar pelas celas, hospital e salas de aula. Uma pequena cidade foi construída ao redor da penitenciária para dar a devida estrutura aos que trabalhavam ali. Casas, escola e igreja foram erguidos. A pedras usadas na igreja, por exemplo, foram lapidadas pelos detentos. Depois peguei um ônibus para conhecer a outra parte da Tasmânia, a Cidade de Launceston. Fiz um tour no Parque Nacional Craddle Mountain. Fiz um belo trekking até a parte mais alta, que fica a 1.545m do nível do mar e é a sexta montanha mais alta da Tasmânia. Esse passeio foi feito por uma Agência. Não há guia, mas as trilhas são bem demarcadas. São vários roteiros no local, mas com agilidade se consegue conhecer tudo. Senti falta de crampons para andar na neve. Tive receio de escorregar sem o solado de 12 pontas. Mas com o devido cuidado consegui atingir o topo e curtir o belo visual panorâmico dos lagos e das montanhas Depois voltei pra Sydney para aproveitar o bom tempo e conhecer um pouco mais sobre Blue Mountains. Desta vez consegui fazer excelentes trilhas com belos mirantes. Há um mapa turístico que se consegue ter uma boa noção da dimensão do lugar e não se perder nas trilhas. Pois a região que engloba Blue Mountains é muito extensa. Seria preciso vários dias para percorrer todas as trilhas. É na região de Blue Mountains que ficam as Three Sisters (Três Irmãs), formações rochosas que ganham colorações diferentes de acordo com a incidência da luz do sol Entre os lugares que recomendamos não perder no passeio, estão as Three Sisters, uma formação que pode ser vista a partir do Echo Point. As Three Sisters tem mais 900m e, segundo a lenda aborígene, as três formações se referem a três irmãs que foram transformadas em pedra. É possível também fazer uma trilha em que você vai até a base das três irmãs-vale muito a pena para se ter uma dimensão da grandiosidade dessas formações. Não podia deixar de conhecer as Praias de Queensland, elas são muito bonitas. O percurso do vôo foi sensacional, o formato das praias lá de cima deixou um cenário incrível. Peguei emprestada a bike do Hostel para conhecer a Cidade. Os australianos tem o hábito de investir em motor home. Há muitos campings espalhados. É praticamente uma casa ambulante. Há uma variedade de adaptações para dormir dentro dos veículos. Dá gosto de ver a infraestrutura dos carros e sua autonomia e independência. Agendei um tour para conhecer Fraser Island por meio de um caminhão 4x4 adaptado para carregar os turistas. Somente 4x4 para enfrentar os areiões de Fraser Island. É considerada a maior ilha de areia do mundo, com seus 120 km de extensão. Uma das grandes atrações dessa ilha é visitar os lagos de água doce. O caminhão acabou atolando algumas vezes, deu bastante trabalho. No final do dia pegamos a balsa para voltar ao continente . Decidi fazer um tour de yatch em Fraser Island para conhecer outros lugares. O dia permaneceu ensolarado e perfeito. O porto é lotado de tudo que é tipo de veleiros e yatchs. Paramos pra fazer um snorkel, a água estava bem gelada. Pegamos um bote para conhecer a praia. O legal é que ele anda na terra. Há um motor que baixam as rodas e andam na areia. Sensacional o bote anfíbio. Subimos uma duna para apreciar a bela vista panorâmica. Remamos de caiaque num dos mangues. Meu próximo destino foi Arlier beach na região de Whitsunday em Queesland. Fiz um sobrevôo sobre as ilhas, que no total são 74 ilhas. A duração do passeio foi de aproximadamente 1 hora. A parte mais incrível e surpreendente foi quando passou por cima dos recifes de corais. É impressionante tanta beleza num mar tão cristalino. Realmente inacreditável! Terá uma noção porque a Austrália tem o maior recife de coral do mundo. É recife que não acaba mais, formando diversos desenhos para quem os vê de cima. As tonalidades de verde esmeralda é impressionante. Airlier beach é uma Cidade litorânea bastante turística. Há diversos passeios e a vida noturna é bastante intensa, com muitos bares e shows. Fiz um passeio imperdível com uma lancha enorme onde visitamos Whitesunday. Fomos a praia fazer uma trilha que dá o acesso mais próximo às areias branquinhas com suas águas cristalinas de Whitsunday. Esse é o mirante mais próximo que podemos chegar para a preservação do local. Pra finalizar fizemos um belo snorkel num lugar riquíssimo em corais. As formações e variedades de corais eram vastíssimos. No final da tarde o mar estava um pouco agitado, por isso a visibilidade no momento não estava tão boa. No dia seguinte peguei uma lancha para Hamilton Island, uma ilha bem próxima de arlier beach. É possível conhecer tudo nesta ilha em praticamente num dia. Tem hotéis requintados e com belas paisagens. Na parte montanhosa, mais inóspita, há belíssimos mirantes. Depois fui para Magnetic Island que fica em frente a Townsville em Queensland. O seu acesso é apenas por barco. Há lindas praias espalhadas em sua costeira. São várias praias, cujo o acesso é facilitado por meio de um mapa da região conseguido em qualquer hostel. Para quem quiser ver como foi, estou deixando abaixo as minhas edições das filmagens.
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No primeiro mergulho da manhã deste dia encontramos um natiloide, que é uma espécie de molusco pré histórico. Podem ser encontrados numa profundidade de até 500m. É comum encontra-los no leste do oceano índico. Finalmente chegamos em Osprey Reef, as marolas ajudou e passamos a madrugada inteira a todo vapor rumo a esse requisitadíssimo lugar pelos mergulhadores, chamado Osprey Reef. Estava todo mundo na expectativa, é um lugar repleto de enormes tubarões. Fizemos uma espécie de arquibancada natural para assistir a alimentação dos tubarões. Fomos nos acomodando nas rochas de forma circular, onde no centro será despejado as carcaças de peixes para os tubarões. Os enormes tubarões iam chegando na medida que o odor desses peixes se espalhavam pelo mar. Achei um espetáculo a concentração de tantos tubarões, foi um dos cenários mais incríveis que já presenciei. Os corais nessa região são muito bonitos e diferentes. É um paredão enorme colorido formado pelas algas e corais, deixando as imagens sensacionais e exóticos Tivemos a companhia de um cardume de barracudas. No final da tarde após os mergulhos, fomos brindados com uma bela confraternização. Para voltar ao continente desembarcamos em Lizard Island, onde peguei um vôo de volta a Cairns. A ilha é muito bonita, tem vários mirantes com belos visuais, mar cristalino e uma sensação de paz e muita tranquilidade. Achei esse sobrevôo sobre os corais um verdadeiro espetáculo. Foram 4 horas de vôo até o aeroporto de Cairns. Aproveitei que estava no aeroporto e comprei uma passagem até Sidney. O Centro é formado por prédios e praças, representando um mundo corporativo. Essa é a casa da Ópera de Sydney, também conhecida como Teatro de Sydney, é um dos edifícios de espetáculo mais marcantes a nível mundial, e um dos símbolos da Austrália. Sua construção foi iniciada em 1959. Aproveitei e visitei o Aquário de Sidney. chegando a ter mais de 650 espécies e mais de 6 mil peixes e outros animais aquáticos de toda a Austrália. O Aquário de Sydney foi aberto em 1988, durante as comemorações do Bicentenário australiano. É um dos maiores aquários do mundo. Vale a pena conferir!
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Mergulhos em Osprey Reef - Cairns - Austrália
takami postou um tópico em Austrália - Relatos de Viagem
Depois de quase 1 dia de viagem, bastante longo, dentro de um avião, cheguei no aeroporto de Cairns em Queensland. Acordei cedo muito empolgado. Fiz uma visita ao porto onde ficam as embarcações. pois meu grande objetivo era conhecer a Enorme Barreira de Corais. Este é o melhor local de acesso e fechar os pacotes de mergulhos, pois está próximo dos melhores recifes de corais. Pela enorme quantidade de yatches e cruzeiros dá pra se ter uma idéia de como os corais são muito frequentados. Fiz cotações com os cruzeiros para mergulhar nos melhores points da região. Sempre viajei sem reservas, mas procuro escolher as épocas fora de alta temporada para não correr o risco de ficar sem hospedagem ou sem fazer os melhores passeios. Essa experiência tem dado certo, ou então estou tendo sorte demais! A agência que escolhi foi a Mike Ball Expeditions, pois é a única que tem o alvará para mergulhar em Osprey Reef, onde é considerado um dos melhores lugares do mundo pra se mergulhar. Quem quiser saber sobre valores, é só procurar o site deles na internet, pois o preço que paguei certamente está desatualizado. Aproveitei para conhecer a Cidade de Cairns, que é quente e badalado o ano inteiro, atraindo turistas de todos os lugares do mundo. Há muitos Hostels e agências de mergulhos espalhados pelo centro. Fiz uma visita ao Aquário de Cairns, onde tive a idéia do que encontraria em seus recifes, tem inúmeras espécies de crustáceos, répteis e peixes exóticos e uma arquitetura futurística com belos aquários. No final da tarde me reuni com o grupo que embarcaria para a expedição de mergulhos em Osprey Reef e partimos para o Cruzeiro que nos levaríamos. O primeiro lugar que mergulhei foi em Summer Bay em Ribbon Reef. Faziamos em torno de 4 mergulhos por dia, mas se houvesse um noturno, então eram 5 mergulhos. Enfrentar as aguas geladas era quase uma maratona pra mim, mas valeu cada mergulho. Não é fácil ir a Osprey Reef, pois pegamos um longo trecho de mar aberto, que dependendo das condições climáticas não seria permitida a ida. Mas graças a Deus o tempo ajudou desta vez e conseguimos chegar. O cruzeiro balançou muito por causa das marolas. É normal passar mal e vomitar bastante, mas com o tempo vai se adaptando às marolas. Como fizemos vários mergulhos seguidos, recomendo proteger bem os pés das nadadeiras para que não fiquem em carne viva, pois mesmo usando botas de neoprene a agua salgada vai corroendo a pele com o atrito por causa das nadadeiras. Não corra o risco de não poder mergulhar nesse precioso lugar. Outra dica, não tente usar o drone para tentar filmar os recifes de cima, pois o local venta muito e o risco de perde-lo é muito alto. Outra dica, recomendo ter o curso nitrox para que possa ficar mais tempo embaixo da água. Nos meses entre junho a agosto é possível avistar as baleias minks nessa região. Mas infelizmente no meu caso nao tive esse privilégio. Com relação aos pacotes de mergulhos há 3 opções, uma de 3 dias de mergulhos, outra de 4 e outra de 7 dias. Fechei o de 4 dias, q me deu direito a 14 mergulhos, dos quais fiz 13, incluindo 2 mergulhos noturnos. Tive a sorte de pegar o tempo bastante ensolarado, excelente para os mergulhos. Fiquei extremamente satisfeito por conhecer esses belíssimos lugares. Ouvi muitos comentários ruins sobre os recifes mais pertos do continente australiano, que devido ao excesso de turistas e sem muitas regras de visitação, acabaram sendo bastante depredados. Então se vc é mergulhador, vale a pena investir nessa expedição ao Osprey Reef. -
Olá, viajantes! Estou terminando a faculdade e tenho economizado dinheiro há algum tempo para realizar o sonho de desbravar o mundo. Para tanto, estou engatinhando nos primeiros passos de planejamento de uma viagem. A ideia, de início, seria tirar de quatro a seis meses para mochilar pelo menor custo possível (até porque não tenho muita grana) por países como Índia, Nepal, Tailândia, Indonésia, Austrália e Nova Zelândia. Vocês teriam algum buscador de passagens para buscar meios de transportes mais baratos na Ásia e na Oceania? A exemplo do GoEuro e da Rome2Rio... Qualquer dica é muito bem vinda.
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Fui em 2017 RELOCATION CAR Em comum, está o serviço de Relocation Car, em que vc aluga o carro, van ou ônibus numa locadora e devolve em outra cidade a preço simbólico. Eu usei o site COSEATS: https://www.coseats.com/ . A Trifty oferta no https://www.thrifty.co.nz/relocations e a TRANSFERCAR (nunca aceitaram minha proposta, não sei por qual motivo) pelo https://www.transfercar.com.au/ (AUSTRÁLIA) e https://www.transfercar.co.nz/search (NOVA ZELÂNDIA). Como funciona? As locadoras precisam manter o estoque de carros nas cidades e usam os turistas para fazer esse serviço de devolução. Em troca, dão desconto no valor do aluguel, pagam a balsa, combustível etc conforme o contrato. Eu aluguei duas vezes uma Campervan, Toyota HiAce, 2 passageiros, de Melbourne a Adelaide e de Alice Springs a Darwin. Na 1a fiz um seguro caríssimo pq nào conhecia a Austrália. Na 2a vez, deixei o seguro gratuito da locadora e paguei apenas AU$5 por dia referente ao aluguel. O combustível restituem como crédito no cartão de crédito, desde que apresentemos a nota fiscal. No interior do deserto da Austrália, um posto me deu papel de pão carimbado e aceitaram. A estrada é ótima. No contrato, há limite para estrada vicinal, ou seja, vc não pode fazer rally e percorrer mais do que x km em estrada de terra. Não pode dirigir em rodovia à noite, até porque os cangurus e demais animais são suicidas. Velocidade máxima 120 km/h. Recarregar a bateria externa, a cada 48h ou 72h, depende do uso do micro-ondas etc. Há áreas de pernoite públicas nas rodovias e áreas de descanso. Banheiros públicos em todas e água não potável, em algumas paradas. Nas de pernoite, há local para fogueira. Banho, os postos de gasolina possuem chuveiro gratuito. Você dá a abastecida e aproveita a parada para uma chuveirada. Comida, comprei enlatados, frutas e galeto nos mercados da trip. Meu carro tinha frigobar e microondas. Foi tranquilo. Até GPS integrado, o último tinha, porque era 0 km. Dei sorte. ÔNIBUS INTERESTADUAL e INTERMUNICIPAIS AAT Kings para percurso dentro de Uluru Greyhound, Graylines, Intercity... não há muito para onde fugir. São poucas as viações e dependendo do destino, requer antecedência de uns 3 dias para reservar, senão vc fica a pé. Acaba rápido as opções mais econômicas. Na Nova Zelândia, o motorista de ônibus Queenstown x Christchurch é um guia turístico. Fala a viagem toda dos pontos no microfone e a parada do percurso é no Lago Tekapo. Parou na estrada para fotografarmos o Mount Cook. Mas há um bus via Mount Cook, que eu deixei para comprar 2 dias antes e me lasquei. ONDE SE HOSPEDAR: Augusta: HOSTEL BAYWATCH MANOR AUGUSTA ----- Fantástico Adelaide: Bunbury: DOLPHIN RETREAT BUNBURY YHA ---- Bom Cairns: REEF BACKPACKERS --- Regular Melbourne: em Saint Kilda no BASE BACKPACKER HOSTEL. - Fantástico Fuja do ST KILDA EAST LOGE ------ PÉSSIMO!!!!! Longe de tudo, péssimo atendimento e infraestrutura. Alice Springs: ALICE SPRINGS YHA --- Muito Bom Darwin: YOUTH SHACK BACKPACKERS e CHILLIS BACKPACKERS - Muito Bom Sidney: THE VILLAGE GLEBE ---- Muito Bom. ------------- Christchurch: YHA ROLLESTON HOUSE -- Muito Bom Rorotua: ROCK SOLID BACKPACKERS ROTORUA --- Muito Bom Queenstown: NOMADS BACKPACKERS --- Fantástico (embora com wifi grátis limitado) COMER: Bom e velho supermercado kkk IMPERDÍVEIS: Austrália: - Cairns é de uma atmosfera incrível. Gostei do Jardim Botânico, Waterfront, ver os cangurus de graça em Kewarra e a praia de Palm Cove a noite. Barreira de corais, é bonita. Mas quem já visitou outras barreiras, melhor não criar muita expectativa nem comparar. - Bunbury, Busselton, Geograph Bay, Augusta, Margareth River ... toda essa região amei demais. Quem nunca viu golfinhos, vale curtir o passeio em Bunbury. Eu me contentei por andar pelas baías, praias e trilhas. Aliás, os golfinhos se exibiram de graça para mim em Augusta dando um show de frescor. A avifauna australiana também é incrível com cacatuas, araras, pelicanos. Busselton tem os spots de surf mais famosos do mundo e uma miniferrovia sobre o mar, hoje apenas turística. Geograph bay é linda. Cape Leewin e trilhas da redondeza em Augusta nos conduz a praias selvagens belas. Depois de aposentada, eu quero morar em Augusta, a cidade não tem nada, a não ser uma baía cheia de pelicanos e pássaros australianos, golfinhos, praia selvagem e uma torre e um catatau de idosos simpáticos. Amei muito a cidade. - Perth possui um excelente Jardim Botânico com várias espécies de banksias e uma vista panorâmica da cidade. Elizabeth Quay é um espaço urbano de lazer ao redor da baía. - Fremmantle é pitoresco. Vale a pena visitar se estiver por Perth. - De Alice Springs até Darwin: amei este percurso pela Stuart Highway. Passa por vários parques naturais. Devil Marbles, a cidade de Katherine com suas gargantas, rios, Adelaide river e parques com crocodilo de água salgada se tiver na temporada, ou então, vá ao aquário mesmo. Gosto de ver o animal em seu habitát natural, mas como cheguei em baixa temporada e desconhecia um parque, acabei me rendendo ao muser. Os pontos turísticos desta região precisam ser pesquisados antes de tomar estrada pq as cidades não investem em divulgação. Deixei de ver o crocodilo de água salgada no Kakadu National Park pq só fui saber do atrativo depois de ter chegado em Darwin. Até vi a placa de rua do parque, mas nenhum outdoor explicativo ou panfleto nos Centros de Informação ao Turista. - Coober Pedy: fui e voltei de busão desde Alice Spring. Breakaways, museu da opala e os imóveis subterrâneos são incríveis. Valeu muito a pena aquelas horas de viagem pq é longe muita coisa. - Uluru: como não havia mais vaga no único hostel. Fiz um tour de 3D2N acampando sob as estrelas em saco de dormir que levei e swags que eles providenciam no pacote. Fui pela The Rock Tours. A Emu Run faz o mesmo serviço. Não vi diferença na qualidade. Para os que não querem acampar, a AAT Kings faz os traslados bate-e-volta aos pontos turísticos. Eu aconselho esse tour de 3D2N porque economiza tempo. Kings Canyons, Valley of the Winds (o mais bonito do circuito) e Uluru gostei demais pela beleza cênica atípica. E há uma mini wave rock em Uluru Base Walk. - Darwin: bom para andar a pé. A cidade não tem nada e faz um calor com sensação térmica pior do que Manaus no verão. Mas foi bacana parar lá para compreender como funciona a questão de emprego para estrangeiros. Várias agências de emprego dentro dos hostels, povo vinha oferecer vaga no café-da-manhã. Pelo que entendi a demanda é sazonal e favorável a países com elos diplomáticos. Não é o caso do brasileiro que precisa se vincular a um visto de estudante e carga horária limitada de trabalho. A cidade é bonita e boa para relaxar, pescar... Quem gosta de badalação, há vida noturna ativa em Darwin (Melbourne também). - Wilsons Promontory: que lugar incrível! Vale muito a pena curtir as trilhas e beleza cênica local. A área do Tydal River é muito bem estruturada. Ah! Para os mochileiros ambulantes, nômades, notícia boa. Tem chuveiro público no Tydal. U-huuuuuu! - Melbourne: Gostei muito de Saint Kilda, melhor lugar para se hospedar. O centro de Melbourne, gostei de visitar a noite, pois é bem agitado. De dia, curti os outlets. kkkk. Não é tão barato quanto a Indonésia, mas sabe o que é um outlet verdadeiro da Asics, Puma, Adidas, Katmandu, etc. Pois bem, acabei tendo que comprar uma mochila de 70L com zíper e minimochila acoplada para carregar minhas muambas. Eu não esperava encontrar produtos a bons preços num país caro. Subestimei e me surpreendi. A roda gigante de Melbourne, tramzone... vibe lá no alto. A biblioteca! Gostei muito. Ah! Aeroporto de Tullmarine tem banheiro público grátis. - Adelaide, dei uma circulada a pé pelo Centro. Cidade rica em cultura com muitos museus. Valorizam os grafites nas paredes. Há um contraste entre arquitetura antiga e arte urbana contemporânea. Gosto dessa mistura artística. Há espaço para todos sem perder o charme local. - Limestone e Gramphians, passei de campervan, parei em alguns pontos. Vi museus a céu aberto, esculturas de anônimos e uma pintura num silo fantástica. Se eu pudesse, ficaria mais dias na região explorando os acervos paleontológicos. Muitas vinícolas para quem curte vinho. - Great Ocean Road - imperdível. Percorri em 2 dias parando nas praias e parques. Lado bom de alugar a campervan. Para-se onde e quando quiser. Tudo lindo conforme vemos nas fotos. Eu sou fã de rocha calcária, então voltei fascinada. Ah! Fiquei tão encantada com a Austrália que fiz uma revista https://joom.ag/YkFW. É gratuita, terapia minha e não ganho nada com isso. Na verdade, criei pq um amigo disse que queria só os destinos tops e que não tem paciência para ler relato. Daí, criei essa revista atendendo ao amigo impaciente kkk. ------------------- Nova Zelândia: - Rotorua e Waitomo são os imperdíveis. O parque geotérmico Kuirau é rico em beleza e informação geológica. Waitomo, idem. Aluguei um carro no aeroporto de Auckland na SNAP RENTAL e dirigi até o parque de Waitomo. Fiz o Waitomo Glowworm Caves e Ruakuri Cave. Aconselho fazer os dois tours. Porque em um vc vê as larvas iluminando o teto da gruta. Parecem estrelas no céu. No outro, vc vê as larvas de perto. Aquelas larvas bioluminescentes são idênticas ao catálogo. Criei expectativa e saí muito satisfeita. Decepção zero. Que lugar lindo! A natureza é perfeita! Rotorua, eu sou tarada por gêiser. Então o fedor do enxofre pela cidade não me incomodou. Fui dirigindo de Waitoka até Rotorua. Passei a manhã todo no Kuirau. Não visitei os demais parques termais da região por pura falta de tempo. Deve ser ótimo também. - Queenstown, lago Tekapo - lindos! Entre Queenstown e Te Anau, quem quer civilização Queenstown. Quem quer viver no meio do mato e tranquilidade, Te Anau, lua-de-mel lá não é de todo ruim. Os dois são bons, porém públicos e momentos diferentes. - Milford Sound, é bonito o fiorde. Mas não considerei imperdível. Pessoal aumenta no marketing, assim como a barreira de corais de Cairns. Mas gosto é gosto! Cada um tem seu padrão. Fui por agência de turismos, contratei o serviço assim que cheguei a cidade de Queenstown. Busca no hotel, para em Te Anau, Mirror Lake e leva ao cruzeiro dos fiordes. É muito longe e cansativa a viagem, aconselho ir de pacote. Porque dirigir na volta é puxado. - Christchurch está se recompondo pós-terremoto. A cidade é pitoresca com muitas obras de arte urbana espalhada pela cidade. É uma cidade simpática. Tive apenas 2 dias para explorá-la. Mas do pouco que sassariquei, gostei. -Auckland e Devenport: um trânsito do além. Acabei dando meia-volta e regressando ao aeroporto. Melhor coisa que fiz. Se eu fosse a Devenport perderia o vôo. Não havia acidente e nada de extraordinário, mesmo assim um trânsito lento. Tem que ir com calma e desprovido de cuidados com o relógio. Se eu tivesse que escolher uma ilha, para variar contrariando a maioria, digo que mil vezes ilha norte. Rotorua e Waitomo são fantásticos! Imperdíveis! Voltei muito contente pela oportunidade de conhecer esses dois lugares. Um privilégio!
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Com apenas 16 anos de idade ele passou 1 ano fazendo intercâmbio na Austrália, longe dos pais, dos amigos e do conforto de casa. Você teria coragem? Ou melhor, você mandaria o seu filho para uma experiência como essa? A maioria do pais que eu converso me dizem a mesma coisa: Jamais! Como ele vai se virar? E o risco de fazer coisas erradas? Com 16 anos é muito cedo! Bora fazer um intercâmbio? Eu discordo! E o Rafa, que passou por isso, também. Quer descobrir por quê? Esse é o terceiro episódio da série 10 Minutos no Sofá, e dessa vez o papo é justamente esse, porque você deve mandar o seu filho para um intercâmbio o mais cedo possível. A série 10 Minutos no Sofá Com objetivo de transmitir a essência de sair da zona de conforto, quebrar preconceitos e conhecer novas culturas, surgiu a série 10 Minutos no Sofá. Uma série onde eu chamo uma galera pra bater um papo, pessoas que fizeram viagens transformadoras. Experiências que influenciaram o seu jeito de viver e seus valores. Deixe-se levar pela conversa e inspire-se a Tirar a Bunda do Sofá. 10 minutos no sofá com Rafa Para o terceiro episódio, busquei uma experiência totalmente diferente dos dois primeiros, que foram baseados em trabalho voluntário pelo mundo. Nesse, a transformação através da viagem veio ainda mais cedo, quando Rafa tinha apenas 16 anos. O Rafael é o primeiro da direita. Rafa é um colega meu de tempo já, mas nunca tínhamos conversado a fundo sobre a sua viagem, e é claro que não podia deixar de bater um papo com ele para essa série. Assista esse bate papo inspirador no video abaixo, ou se preferir, apenas ouça enquanto faz outra coisa. Intercâmbio cultural na Austrália com apenas 16 anos Confira abaixo os pontos principais dessa conversa com o Rafa. Para saber tudo sobre essa incrível experiência, assista o video acima. Rafa, com apenas 16 anos você fez um intercâmbio de 1 ano. Me conta ai, como foi isso? Rafa: Esse ano (2017) fazem 10 anos que eu fiz essa viagem, na época foi meu pai que deu a ideia, inspirado no meu primo, que fez o mesmo intercâmbio em 1997. Então lá ele já pensou, quando meus filhos tiverem na idade certa, eles vão também. Pais australianos do Rafa E qual era o foco desse intercâmbio? Rafa: Apesar de você estudar durante esse ano, o foco do Rotary é o intercâmbio cultural, ou seja, conhecer uma nova cultura, trocar experiências e conhecer pessoas. E foi isso que eu fiz, tanto que eu já deixei bem claro para a minha família lá que eu não tinha a intenção de validar meu ano escolar quando voltasse para o Brasil. Rafa viajou por toda a Austrália Quais foram os principais benefícios desse intercâmbio? Rafa: A primeira coisa que vem na mente é a rede de contatos que você faz. Conhecer pessoas e a cultura delas. Teve pessoas que eu conheci lá e que depois de 5 anos me falaram “Rafa eu to indo pro Brasil”. Na hora eu falei: Fica aqui em casa. E isso é muito legal. E além disso a maturidade que você desenvolve, a capacidade de se virar e se tornar uma pessoa mais responsável. E quando teu pai deu a ideia, o que você pensou? Rafa: Eu lembro que eu abracei a ideia na hora, em nenhum momento eu hesitei. Minha mãe não foi contra, mas ficou um pouco receosa, e já meu pai tinha na cabeça a ideia de que se ele pudesse ele teria feito também. O que mudou no Rafael depois do intercâmbio? Rafa: É difícil dizer “eu sou assim hoje devido ao intercâmbio”, mas sem dúvida essa experiência me deixou muito mais aventureiro. Eu vi que o mundo é muito pequeno e está ai para ser explorado. Todos os lugares que você visita estão sempre lá, é só você tirar a bunda do sofá e ir até ele. Você, como intercambista, o que tem a dizer para os pais que tem medo de mandar o filho em uma viagem dessa? Rafa: Desapega! Tira o filho de dentro das asas e manda pro mundo. Talvez ele até vá e faça festa, beba e vomite, mas com certeza vai aprender com isso e se tornar uma pessoa muito mais madura. E nem só para os pais, para os próprios jovens que as vezes não querem, por conta de atrasar um ano nos estudos ou até mesmo pelo namoro. Tem que desapegar! Não tem problema algum se formar um ano atrasado, a experiência de vida que o intercâmbio vai proporcionar vale muito mais do que isso. E pelo namoro, você vai voltar e se for muito bom o namoro vai voltar também. Esses são apenas alguns pontos comentados nesse papo fantástico com o Rafa. Sem dúvida uma experiência única e que marcou a vida dele, influenciou em seu futuro e o transformou em uma pessoa melhor. Tire a Bunda do Sofá!
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ROTEIRO Dia 01: Planejamento e chegada Ainda nem imaginava conhecer a Austrália, quando um dia rodando a time line do facebook aparece uma prima que estava despedindo do país depois de um ano de intercâmbio em uma praia que me encheu os olhos. Claro, logo perguntei: Onde é isso?? Ela disse: “Whitehaven beach – um paraíso”, e respondi: “Lindo demais, um dia piso neste lugar”. Em 2010 decidi estudar inglês fora do país para aperfeiçoar durante minhas férias de trabalho, com a negociação que fiz na empresa seriam 40 dias em Sydney, e claro, que já que eu estava do outro lado do mundo eu ia querer turismo também, né?. Se fosse só para estudar tinha escolhido um país mais em conta. Durante o período que estava em aula, havia um feriado e pensei: Perfeito! Assim eu poderia ir a um lugar mais longe, e ainda pensei: “é agora que vou naquele lugar que vi na foto da minha prima que me fez brilhar os olhos”. Com a ajuda da minha professora comprei a passagem de ida e volta: Sydney -> Airlie Beach. Neste momento foi engraçado uma coisa, eu como brasileiro queria dividir o valor da passagem em muitas vezes, e falava isso com a professora e ela não entendia. Depois de muito explicar entendi que na Austrália não tinha esta coisa de dividir o valor não, é a vista, em uma vez…rs. Comprei e pensei, vou assim mesmo e quando voltar resolvo isso ($$). Quando chegou o dia, acordei cedo e sai de Manly (bairro de Sydney), peguei o ônibus, depois o ferry (barco) e ainda um metrô e em um pouco mais de uma hora estava no aeroporto pronto para voar. Na época voei pela Qantas, sai de Sydney ás 11:55 am, cheguei em Hamilton Island 14:25 p.m e já embarquei em um ferry rumo a Airlie Beach e ás 16h00 estava na cidade. Fui na loucura para Arlie Beach sem reservar nada, e as duas primeiras tentativas de hostels que tentei estavão lotadas, quando achei uma, ufa!! fiquei aliviado… rs. Após deixar minhas coisas sai para ver as agências e o que eu conseguia, parei logo na Explore Whitsundays (link no fim do post) e lá tinha um tour de 2 dias e 2 noites de barco pelo arquipélago que passava na bendita praia que fui para conhecer. O grupo sairia só no outro dia e por só ter uma vaga, eles me fizeram um bom preço (A$ 354), como estava em cima da hora e no fim do dia, fechei e não fui nem procurar outra empresa. Fechei a noite bebendo chopp com os amigos de quarto do hostel que tem um bar super bacana na frente. Post completo com mais fotos, orçamento e outras informações sobre a austrália no blog: http://queromochilar.com.br/australia/whitsundays-island-australia/ Dia 2: Partindo de barco. O barco partia somente ás 14h00 com isso tive a manhã para andar um pouco por esta pequena cidade que é lindinha demais, e logo fica fácil entender por que é um dos destinos mais procurados da Austrália. Andei por suas ruas, orla, fui comprar as coisas para a viagem de barco e ás 14h00 peguei minha mochila e fui direto para o ponto de encontro. Como funciona este passeio de 2 dias e 2 noites velejando? Vão 28 pessoas e 3 tripulantes em um barco de 24 metros, o que fui chamava Boomerang, e foi construído na Itália. O esquema aqui de alimentação são porções e frios, tudo comida mais fácil, servem estas porções (snacks) no almoço e jantar, e algumas frutas no decorrer do dia. Não tinha como comprar nada no barco e o esquema era o chamado BYO (bring your own), o que significa que tínhamos que levar nossas coisas. Fiquei na base do Chips e pão..rs. Quando chegamos cada um tem seu lugar de dormir já demarcado, e é meio que todo mundo junto, quase um sobre o outro na verdade, pelo menos neste passeio que fiz, então torça para ninguém roncar…rs. Este tour foi bem legal para mim que estava estudando inglês, pois só tinha eu de brasileiro e tinha gente do mundo inteiro: Alemanha, EUA, Inglaterra, Espanha, Canadá etc… e foi ótimo enturmar com esta galera e ter só que falar em inglês. Como não há quarto, conforto, internet etc… pelo menos no que fui, todos ficam a maior tempo na parte de cima do barco. Neste primeiro dia já fui limpinho e de banho tomado, pois a recomendação era de tomar um banho por dia e de 1 minuto, pois a água no barco é limitada. A noite foi só diversão, era na maioria amigos de grupos de 2 ou 3 pessoas, e foi bem divertido os papos. Dormir é o pior dos momentos, quando mais sentimos o barco e recomendo levar dramim. A primeira noite foi estranha, dormi bem apertado com pessoas estranhas, lembro que acordei e demorei a voltar dormir, sai lá fora e fui presenteado com um céu super estrelado e lindo, pensei, o dia amanhã promete, só que não, nublou na hora que mais queria sol…rs. Dia 03- Whitehaven Beach Amanheceu e nosso primeiro passeio era conhecer a minha tão sonhada praia. O lugar é tão bonito, que foi utilizado em vários ocasiões em Os Piratas do Caribe. Esta praia tem 7 km de extensão, um mar turquesa e uma areia muito branca, composta de 98% sílica pura. Esta areia está sempre em movimento e muda o desenho com o vento e a maré, formando um cenário que parece pintura. Vista de cima é perfeição garantida. A praia está bem preservada, pois fica em um parque nacional e as visitas são restritas. A taxa geralmente esta inclusa no passeio, mas chega a A$ 50,00. Não é a toa que ela já foi eleita várias vezes como a praia mais bonita do mundo. Quando desembargamos fazemos um pequena trilha mata á dentro de uns 10 minutos até chegar no mirante para o paraíso. Trilha simples, fácil e sem muito sol. Quando finalmente cheguei ao chamado Hill Inlet, o mirante para a Whitehaven Beach, só pensei: “Uau, que showwwww!” Eu não me conformava que no dia não estava aquele super sol que combina com o lugar e hoje não me conformo que na época eu não sabia nada de foto e nem tinha uma boa máquina, mas… pelo menos tenho que voltar, né??…rs Depois do mirante tivemos ainda uma hora na praia para praticar esportes, nadar etc… e eu preferi conhecer a ilha. Por causa das águas vivas recomendam nadar com aquela roupa tipo segunda pele, eu não tinha e preferi não arriscar. Acreditem, nesta praia tem até um banheiro químico e é limpíssimo, coisas da Austrália. Daqui, continuamos nosso passeio e fomos terminar vendo um belo por do sol em um banco de areia no meio da praia que também foi um momento único (desculpe, não me recordo o nome deste lugar..rs). A noite a conversa, as risadas e bate papo rolavam solto no barco e o mais legal foi o banho de 1 minuto que não limpou nada, dormi salgado…rs. Dia 04- Mergulho – Snorkel Mais um dia amanhece e nós aqui neste paraíso, e já que o passeio vai terminar e estamos em uma região tão abençoada, por que não fechar mergulhando, não?? Somos orientados a não pisar nos corais e lá vamos nós, a única tristeza é que na época eu não tinha uma Gopro e não tenho como mostrar como lá em baixo é lindo! Depois deste belo snorkel com uma grande variedade de vida aquática voltamos contemplando as belas paisagens. No fim do dia estávamos todos em Arlie Beach e agora é despedir e voltar correndo para Sydney. Cheguei do passeio e quase nem tive tempo de nada, já corri para o ferry para ir para Hamilton pegar meu voo, e foi um pouco ruim fazer isso, primeiro, o banho de um minuto com um pouquinho de água não lavava nada e neste dia eu tinha feito snorkel e estava todo cheio de sal, sujo de protetor e areia e ainda bem queimado…rs. Assim mesmo tive que voltar para Sydney. Lembro que tentei até lavar o cabelo na pia do banheiro do aeroporto com um shampoo para abaixar e melhorar a aparência, mas não deu muito certo e fui embora parecendo um doido mesmo… kkkkk. Cansado e exausto cheguei bem tarde em casa (Dee Why – Sydney), mas na minha mochila e na memória trouxe comigo mais um lugar incrível que sempre sonhei para lista. E DAÍ, QUANTO FICOU A BRINCADEIRA?? Orçamento para o dia: R$ 1.935,00 / 4 dias. Passagem aérea: R$ 805,00. Passeio de Barco: A$ 354 = R$ 850,00. Hospedagem 2 dias Hostel- 8 camas misto: R$ 130,00. Alimentação e bar: R$ 70,00. Compras para barco com cerveja: R$ 80,00. * A Austrália é cara, vá preparado! * Não inclui valores de deslocamento em Sydney que também é caro..rs.
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Para quem não se anima a dirigir com a mão contrária e não pode alugar um carro, conhecer o outback australiano pode ser bem caro por não ter transporte público. Depois de muita pesquisa encontrei uma empresa que faz um tour alternativo. http://www.therocktour.com.au e valeu a pena. As trilhas não são pesadas, fizemos uns 30km a pé e viajamos uns 1,5 mil km de ônibus em 3 dias. Tinha que trabalhar em equipe e os acampamentos foram sem barraca, na beira de uma fogueira no meio do nada. Descobri uma série de trilhas como a larapinta trail que deram vontade de voltar sabendo dirigir.