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  1. Boa noite, pessoal! Qual melhor época do ano para visitar o Cânion Guartelá, no Paraná? Quem já foi pode dar dicas de roteiro para um ou dois dias? Abraços!
  2. -------- Conteúdo do Vídeo ------- 00:00 - INTRODUÇÃO 03:35 - PREÇO DO QUIOSQUE 06:13 - CHEGADA NA PRAINHA DE PONGAÍ 07:51 - SERVINDO CAFÉ DA MANHÃ 08:34 - CURTINDO A ÁGUA E SOL 13:45 - AMIGUINHOS DA PRAIA 14:48 - CHURRASQUEADA 17:32 - MONTANDO BARRACA 18:38 - MACARRÃO RESTODONTÊ 19:39 - REFRIGERANTE NOROESTE 20:40 - NASCER DO SOL DA BARRACA 21:41 - VALOR SOMENTE CAMPING 23:37 - FIREBALL LICOR DE WHISKY 24:39 - ACAMPAMENTO COM CHUVA
  3. Eu e meu marido queremos comprar equipamentos de camping, porém somos virgens nesse assunto. Eu queria saber de vocês que possuem experiência qual a melhor barraca e também itens essenciais para comprar! Somos marinheiros de primeira viagem, mas queremos algo que sirva para: fazer mochilao pelo mundo e também seja confortável para ir em festivais. Quero uma barraca resistente, leve, porém espaçosa... E que não tome chuva kkk. *** no momento a prioridade é uma barraca pra ir no Festival Forró da Lua Cheia, fazer mochilão ainda são planos. *** não tenho limite de valor, só quero comprar algo que me sirva pra vida toda! kk
  4. Travessia Poços de Caldas - Águas da Prata Ferro trekking, montanhismo e cachoeiras A proposta surgiu pelo grupo Arcanjos, altamente especializado em Serra do Mar, sem descuidar-se de viabilizar grandes e complexas expedições em outros biomas. A intenção era acrescer à tradicional travessia Poços de Caldas - Águas da Prata pela linha férrea a oportunidade de contemplar os horizontes distantes trilhando também pela crista da serra. Pela logística, a saída foi marcada para as 23:30, com duas paradas, mais para “comer hora” que necessidade de repouso do bravo motorista que nos levaria. Já fui pro trampo com a mochila pronta e após a labuta aproveitei o vestuários da empresa para alternar de “engenheiro responsável” para “trilheiro doido” … na ida, assim mesmo, sem acento… na volta… após ser surrado pela encosta da caldeira de um vulcão… acresça o acento e grafe em letras capitais… kkk. Subi, aproveitando para dar carona pra Amandinha, logo no começo da Anchieta. Cargueiras no carro, tocamos para o Tatuapé, para deixar a Lady no estacionamento de confiança. Na ansiedade pra chegar logo, esqueci os bastões de caminhada no carro, tendo que voltar pra buscar… umas 22h já estávamos na padoca, discutindo pernadas e esperando o resto do pessoal. Aos poucos os demais 18 insensatos se apresentaram: meu xará, o Homem-Pássaro, o Douglas Garcia, a Silmara, Carina, Dayane, a Sandy, o Eliseu, a Fernanda (vamos Pelotão), o Josenilson, o Caio Banks, a Cheryl, a Natasha, o Reinhold alguns eu já conhecia, outros travava contato ali, pela primeira vez …. *NOMES* No horário previsto a van encostou para que embarcássemos e o primeiro desafio do rolê se apresentou: colocar 20 trilheiros e respectivas cargueiras na van… minha mochila é pequena, então foi tranquilo arrochar ela na prateleira superior. Para muitas mochilas, a única alternativa foi dispô-las no corredor ou sob os pés do dono. Em poucos minutos, o Tetris estava finalizado e partimos para Poços de Caldas. A playlist montada pela Dani começou a entoar as primeiras músicas, conforme os pedidos prévios e, após discutir algumas ideias de trilhas futuras, caí nos braços de Morpheus. Fizemos a primeira parada próximo de 02:00, ainda meio que bom onero da viagem… o processo de retirar as cargueiras para desembarque foi testado a primeira vez, com alguma morosidade. Nossa equipe aprimoraria o método, ao longo das paradas subsequentes. Um posto de combustível simples, sem nenhuma similaridade com os famosos (e abusivos) Graals nos entregou lanches e refris, com um banheiro asseado e que ainda ofertava, sem custo, banho. A co-pilota e o navegador perceberam, não se sabe como, que as informações de navegação estavam direcionando para o ponto final da travessia, na estação de Águas da Prata. Corrigido o engano e disponibilizada a correção à equipe de navegação e operação do rádio, partimos para lanchar. Serviço honesto, ainda que simples, nos atenderam muito bem. Aliviados e alimentados, nos encaixamos nos bancos e retornamos a viagem. Tentei cochilar, mas a viagem foi curta e logo estávamos chegando no ponto de início da trilha, pouco antes das 05:00. Como queríamos iniciar a trilha com o dia claro, o pessoal optou por dormir um pouco mais na van. O Douglas estendeu o isolante na calçada ao lado da van e logo roncava. Eu aproveitei para revisar alguns arranjos, colocar as lentes de contato e dar umas voltas no quarteirão da estação, enquanto espera o dia clarear. Fiz algumas fotos, pedindo inutilmente aos doguinhos, que não fizessem o escarcéu que inevitavelmente (pensei eu) acordaria toda a vizinhança. Preocupação vã, pq não me entenderam, não se dobrando aos meus pedidos… também nenhuma luz se acedeu ou palavrão foi desferido… menos mal. 😳 Ao lado da estação, um lindo banco de madeira, amplo e convidativo, me tentou nas duas vezes em que passei ao lado, cogitei levá-lo comigo, para esticar os ossos na quase uma hora que faltava para o nascer do sol. Como a alvorada já estava se apresentando, preferi terminar por acordar o grupo que dormitava na van, já eram tardios 5:40, e o clarear do dia vinha acelerado. Foi a medida, em pouco mais de 20 minutos, meus companheiros de caminhada despertam e arrumaram as mochilas. Ansiosos pelo aquecer do corpo e inebriados ante o desconhecido da trilha, tomamos coragem e, “pontualmente” às 6:00 nos colocamos em movimento. Ainda antes que o grupo dispersasse e, com a lembrança de perdidos anteriores, fizemos alguns registros fotográficos com a Estação de Cascata ao fundo. Nada mais funcional para saber, em caso de necessidade como cada um estava vestido. Registros feitos, acessamos os trilhos e começamos a caminhar, tentando acertar os dormentes ou sentido o massagear da brita na planta dos pés, através das somas, mais ou menos grossas, de nossos calçados. Para quem anda a primeira vez numa linha férrea é uma sensação bem esquisita, enquanto os tornozelos e músculos trabalham em formas e ângulos incomuns. Já vi gente sair enjoada de um caminhar de poucas horas, outros saírem da caminhada “institucionalizados” com os passos na medida dos dormentes, kkkk. Eu me divertia em explicar o conceito de propriocepção, maneira “erudita/pedante/precisa” de se referir à “manha “ do pisar, meio que à maneira de gato. Todos temos, em graus variados, uma espécie de memória muscular na pisada que, à semelhança de quase tudo, é tanto mais desenvolvida quanto mais estimulada na infância. Conversava com o Douglas sobre alguns planos ainda menos sensatos que a proposta do dia, quando decidimos apertar o passo e passar a trilhar à frente do grupo. Em uma corrida sem motivo, nem pretenção de vitória nenhuma, fomos apertando o passo e contornando os colegas até que não houvesse mais quem contornar. Reduzimos a passada, acompanhando o grupo por alguns minutos, enquanto eu estudava os pontos de água que escorriam da encostas mais elevadas, à esquerda. Tinha em mente captar um litro de água antes de abandonar os trilhos, uma vez que saíra sem água nenhuma de SP. Tanto o Douglas quanto an Amanda haviam sido mais precavidos e se prontificaram a dividir o que traziam, mas eu *adoro* testar minhas suposições em campo, de forma que recusei todas as ofertas. Notamos então que uma ponte/viaduto se aproximava e sugeri ao Douglas para ficarmos ao final do grupo, com a intenção de fazer fotos dos colegas na passagem. Alguns registros depois, voltamos a caminhar, e assim que entrei na ponte, percebi que não tomara a melhor das estratégias. A trilheira da minha frente andava temorosa e compenetrada na passada, numa velocidade menor que que eu desenvolvia… testei ultrapassa-lá pela esquerda, apenas para perceber que o grau de exposição superava em muito o caminhar pela parte central dos trilhos. Aos gritos de “volte, sua besta” da minha consciência, retornei com o c@ na mão ao espaço entre os trilhos, onde um escorregão seria bem menos grave. Apreensivo com um possível apito / ruído de trem no trajeto (não vimos nenhum), dado que a face polida e brilhante dos trilhos evidenciava que era uma linha ativa, chegamos ao outro lado do viaduto. Não nego que foi um alívio. Pontilhão vencido, uma natural pausa para fotos e congratulações mútuas se impôs. Os que haviam passado primeiro logo retornaram a caminhada, enquanto os retardatários curtiam o refluxo da adrenalina e a bela paisagem que dali se descortinava. Para quem tem dificuldade com altura, apreciar o abismo superado tem sempre o gosto de uma vitória contra as próprias limitações. Mais prático, meu interesse era buscar avaliar a qualidade da água que caia da cascata à esquerda, que me parecia adequada, já que a carta topográfica não apontava nenhuma habitação ou área de pasto nas proximidades. Dessa forma, me meti no mato por uma discreta passagem (clássica) até a encosta onde tratei de coletar um bom litro de água cristalina e gelada. Tomei alguns goles fartos, completei a garrafa e me uni aos colegas, para retomarmos a caminhada. Seguimos pelos trilhos perdendo altura lentamente até que, pouco depois de uma queda de água à esquerda, que em dia de chuvas intensas deve se projetar quase que nos trilhos, uma curva abruta dos trilhos indicava outro veio d’água, agora de maior porte e que receberá um bueiro em cantaria para direcionar as águas. Tive nítida impressão de que parte do grupo descera em direção a esse curso d’água, antes de cruzar a ponte e, supondo que não retornaríamos aos trilhos antes do dia seguinte, decidimos fazer ali mesmo, uma breve parada para fotos. Os modelos haviam sido levantados antes: segurando nos trilhos como se fosse uma escada que surge do precipício/túnel (meu xará, curtiu essa, rsrs) …. amarrada nos trilhos pelo vilão clássico de máscara, capa e chapéu pretos, para o que a Carina tivera o cuidado de escolher corda “de época, não aceitando minha corda dinâmica laranja (talvez destoasse um pouco, mas o bandido pode se modernizar, né? - não, não pode). Rapidamente, o Douglas e o Pássaro a amarraram, ajustaram a capa e máscara e decidiram o enquadramento. Tudo isso sem descuidar de um trem inconveniente que surgisse… vai que né? Terminamos rapidamente as fotos, rearranjamos as cargueiras e tocamos em frente, agora pelo caminho errado: se o pessoal da dianteira descera por ali, constatara o erro e o corrigira. Logo após o curso d’água, a passagem se fechava e não encontramos nenhum rastro que apontasse por onde seguir. Gastamos algum tempo na busca do ponto onde a trilha se perdia, chegando a galgar parte da encosta, até supormos que, se o pessoal por ali não passara, então por dentro do túnel haviam seguido. Como nada se perde quando o olhar é puro de preconceitos, provei marolo, maravilhado em achar um pé de fruta carregada. Serendipidade? Gosto de pensar como harmonia com o Cosmo, na visão Grega dele. Cruzamos o túnel à passo fechado, buscando vencer a escuridão sem dar margem a nenhum acidente com uma máquina que ali trafegasse. Apesar disso, ainda consegui apreciar a engenharia envolvida no enroncamento das paredes de entrada e saída e a crueza da pedra fendida para dar passagem ao progresso. Doutro lado, a alegria do reencontro com o pelotão da frente que já começara a longa subida, anotada como “chora, nenê” no mapa e no tracklog disponibilizado, amargo vaticínio … Essa foi uma subida, que uma vez vencida, rende doces loas ao grupo e merece algumas linhas. A encosta que galgávamos já fora a “caldeira” de um imenso vulcão, com sua estruturas mais íngremes aplainadas por dezenas de milhões de anos do intenso intemperismo que converteu a rocha sólida em cascalho precariamente equilibrado. Cheios de entusiasmo jovial, nos lançamos em sua subida, descuidando um pouco da navegação. Pagaríamos o preço da audácia, sob forma de preciosos litros de perspiração. Me divertindo com a encosta que se desfazia sob nossos passos, exigindo mais técnica que força para ganhar os metros de altimetria, também me descuidei da navegação. Diria, inclusive, que me descuidei ainda mais que a média. Se subiam em curtos lances de zigue-zague, eu ataquei a encosta pela esquerda (bem mais ao nordeste do que deveria). Após um trecho em que a inclinação chegava, talvez a 60°, alcancei um platô de crista coberto por espinhos tão aguerridos que meu intimorato ataque se converteu em honroso e inexorável recuo. Teimoso, azimutei a direção por onde interceptaria a trilha e, tentando perder o mínimo da altitude tão duramente conquistada, varei mato em sua intenção. Nesse trecho de descida encontrei o Caio Banks subindo por uma encosta tão alegre quanto a que eu usara, e ante minha derrota encosta acima, sugeri o retorno, naquele trecho tão ruim de fazer, que ao tomar pé do desconforto esperado encosta acima e tentar descer, o Banks concluiu que mais valia se lanhar umas cotas acima. Estávamos na mistura “perfeita” de alegria e desafio que tanto amamos. Qualquer que fosse a escolha, leve por aquela face da montanha, a subida não seria. Alcancei o “miolo” da tropa que se esfalfava, tentando agarrar-se como podia às moitas de capim para prosseguir e seguindo os passos do pelotão da frente fui escolhendo os pontos onde o apoio da vegetação, ainda que precário, permitia que, com uma boa leitura do terreno e um certo grau de propriocepcão (lembram dela?) subisse a montanha que descia sob nossos pés, sempre que as forças envolvidas no arranque venciam as do atrito que freavam os pedregulhos em sua inexorável derrota ante a gravidade. Aqui, quero registrar alguma medidas na tentativa de registrar tão claramente quanto os números permitem a real real da batalha nessa encosta. Lembrem-se desses números quando assistirem, nos filmes de guerra, os braços e valorosos combatentes se lançando morro acima para conquistar a posição inimiga. A linha férrea está na cota 1060m, o cume do morro da Bandeira apresenta cota de 1400. O desnível total superado até ali fora de 340m. Pouco? Deixe-me traduzir em uma unidade que estamos mais acostumados a lidar no eixo das ordenadas: *andares*. 113 andares. Foi isso que subimos, com o escorregar constantemente “roubando” o passo dado montanha acima. Um maravilhoso edifício de 113 andares, repleto de vistas estonteantes que apreciamos, nos equilibrando em nuas janelas, torcendo que não descessem conosco morro abaixo. Em meu desvio “bravo, itimorato, audaz, etc.” eu “vencera” 30 m de encosta, antes de meter o rabo em meio as pernas e azimutar a direção do grupo, num recuo certamente pouco honroso, mas as montanhas nos ensinam a humildade. Quem aprende antes, sofre menos. Quem é cabeça-dura… bem se diz “mente e corpo fraco em trilha dura, tanto bate quanto cura”. Depois de encontrar o meio da tropa, ainda me arrastei, agora com o consolo de que não me esfalfava sozinho, mais 100 m de ganho de altitude, quando retornamos a trilha batida que sobe a encosta em lances menos íngremes. Nesse ponto fizemos uma pausa para reagrupar toda o grupo, verificar se havia alguém desgarrado/perdido, tomar uns goles de água e mastigar algo para repor as energias. Com o Douglas à frente e a mim fechando o grupo, retornamos a caminhada. Nesse trecho, o Pássaro, o Capitão e o Caio buscaram uma subida alternativa à trilha que descia uns 50 m (!!!) para alcançar a crista e retomar a subida por ela. Assim que retomamos a subir ficou claro pra mim que a Dayane lutava uma segunda batalha. O esforço físico da subida até ali, o sol e a reduzida hidratação lhe haviam trazido a uma condição de exaustão pelo calor/com nuances de insolação e beirando perigosamente a intermação haja vista a reduzida oferta de água naquelas plagas da serra. Reduzi a velocidade, orientando que fizesse as pausas de descanso e retomada de fôlego, sempre que possível à sombra. Como abordagem psicológica dava “instruções/orientações” às duas e pedi à Natacha que ficasse mais atrás, para que a prima não se sentisse tanto pressionada a andar mais rápido do que lhe era viável. Alertei para que reduzisse o tamanho dos goles em 4 vezes e aumentasse a frequência, de forma a poupar água e minimizar o desconforto abdominal, uma vez que estava submetida a duríssimo esforço. Não aceitava, de forma alguma que reduzíssemos a carga de sua mochila, por mais que a Natacha insistisse. Com contatos intermitentes via rádio e focado em avaliar as reais condições da Dayane, procurando distrair as duas do sufoco em que estávamos fomos subindo até que a fraqueza da carne venceu momentaneamente a fortaleza da mente e ela nos avisou que precisava enjeitar o que a embrulhava o estômago há alguns minutos. Saímos da trilha um par de metros, em busca de uma sombra onde a abrigamos. Sentei-me de costas, de forma a dar privacidade para que aliviasse as roupas molhamos um pouco a fronte, a nuca e os pulsos. Passados uns minutos, a Dayane sinalizou um pequena melhora. Nesse ínterim, havíamos aliviado a sua mochila do que havia sido possível. A garrafa d’água, com pouco em mais de 300 ml passou para a minha mochila e alguns itens mais volumosos e pesados foram transferidos para a cargueira da Natacha. Consciente da necessidade de alcançarmos o ponto de água, única forma segura de lidar com a desidratação naquele trecho, aproveitamos a manifestação de melhora da Dayane para retomarmos a caminhada encosta acima, na sucessão de falsos cumes do Bandeira. Algumas centenas de metros adiante (e um bocado acima da parada anterior), a Dayane novamente precisou enjeitar o pouco de água que reterá no estômago naqueles minutos. A situação não era das melhores, dada a distância remanescente até o próximo ponto de água e, sentado de costas para dar privacidade às primas, eu pesava as alternativas. Utilizamos álcool gel, combustível para o jantar para ajudar a baixar a temperatura da pele na região da nuca, pulsos e fronte. Despiram as camisetas, buscando lidar melhor com o calor, improvisando tops com as camisetas. Utilizamos um pouco da água (morna) da minha garrafa para molhar o chapéu da Dayane e retomamos o caminho, crista acima. Nas paradas, tentávamos ventilar a Dayane, abanando-a com os chapéus. Eu sofria com aquela maravilha de look, negro da cabeça aos pés… vou rever isso e providenciar uma camiseta clara para trilhas similares. Depois de alcançar mais um distante falso cume, ante o revelar do subsequente, pedi a Dayane que me cedesse a cargueira… muito relutante, mas certamente tocada pela minha insistência, imposição de autoridade na voz, cavalheirismo a que somos condicionados e consciência da necessidade da medida, ela acabou por ceder, me passando a cargueira. Vesti a cargueira dela (super leve, já havia sido aliviada de boa parte do peso pela Natacha, lembram?). Confesso que a alegria de ver o Douglas descendo a encosta em nossa direção não foi pequena. Nosso trio se fortaleceu muito com a presença dele. Em quarteto, sabendo que os outros 3 estavam poucos metros adiante nos trouxe novas forças e, com a celeridade possível naquele momento, logo nos unimos a eles. No cume do Bandeira estavam a Cheryl, o Chapéu e a respectiva patroa, que não estava muito melhor que a Dayane, aparentemente por questões musculares. A vasta experiência médica da Cheryl trazia uma nova (e muiiiiiiiito melhor) condição de lidar com a situação. Enquanto o Douglas zelava por manter as mutucas distantes, a Natacha descascava e compartilhava uma laranja, suculenta e deliciosa. A Cheryl, após dar um jeito nos ombros da Chapelzinho, pediu 500 ml de água para preparar uma de suas porções mágicas… esses 500 ml, retirados da água transportada na mochila no camelback da Natacha… restou pra ela pouco mais de 150 ml….coloquei uns 100 ml na minha garrafa, também … estávamos raspando nosso inventário, em busca de cada possível gota… basicamente uma solução de reidratação oral, com algum antiespasmódico envolvido. Parece “bobo/simples” mas foi de resultados mágicos, mesmo. Me fez pensar no porquê das mulheres terem ido parar na fogueira. Ah, as questões de disputa de poder, triste sina da humanidade… da imensa, farta e pesada cargueira da Natacha surgiram também maçãs, das quais aceitei um pedaço. Com a trupe dos massacrados formada por eu, Douglas, Natacha, Dayane, Chapéu e Cláudia vestimos as cargueiras e tocamos pela descida do Bandeira em direção ao ponto d’água, distante alguns quilômetros ainda. Nossa estimativa considerava que andando devagar levaríamos pouco mais de uma hora…. infelizmente a exaustão pelo calor continuava a grassar em nossas fileiras, e logo após a descida, foi necessária nova parada para tratar da Cláudia… acredito que o casamento que suporta o trilhar junto, na adversidade, seja aquele determinado a perdurar por anos. Ante a necessidade imperiosa de repormos os líquidos perdidos, o Douglas tocou em frente, adiantado do grupo, com a intenção de buscar água e retornar. Levou consigo um dos rádios, que funcionam, dentro de suas limitações de forma tão eficiente. Antes de ir, conseguiu me conversar a alternar a camiseta preta e grossa que eu vestia por uma camiseta dele. Não gostei da ideia, mas a situação não aceitava luxos, idiossincrasias ou teimosias. Retirei a minha, com perceptível alívio. Antes de vestir a camiseta emprestada, aproveitei para me aliviar de um pouco da água que levava no corpo e percebi um torpor incipiente. A situação estava delicada, e a questão da água se tornava mais premente a cada minuto. Felizmente, descobrimos que o casal Chapéu ainda dispunha de água, da qual eu, Dayane e Natacha tomamos um pequeno gole. Antes de retomarmos a caminhada, o Douglas voltou informando que uma vintena de metros trilha acima, após uma curva, havia uma primeira bifurcação e, em seguida, outra. Ele refletira melhor e concluíra, que na situação em que nos encontrávamos, era mais conveniente caminharmos em grupo único, sem grande distância entre o “pelotão da frente” - tarefa assumida por nos dois e o restante do pessoal. Decisão tomada, logo posta em prática, com a gente uma centena de metros à frente, fazendo a navegação com apuro e atentos à eventual presença de água não registrada. Pouco depois, após identificar que o trajeto seguia pelo ramo da direita da estrada, perdendo altitude forma suave, começamos a ver poças de água. Sinalizei pra ele que seriam de consumo viável, mas que acreditava não ser necessário, já que estávamos a cerca de 1 km do ponto de água registrado. Com o volume de água que o casal levava, eu passara a ter maior tranquilidade, mesmo assim quanto antes alcançássemos a água, mais rápido reverteríamos o desgaste e a desidratação. Após andarmos mais algum tempo, começamos a ouvir o ruído de água, que não tínhamos certeza se era o ponto registrado. Como não havia marcas de acesso ali, supus que ele estaria para frente, mas não vi motivo para perder mais tempo para começar a recuperar nossas forças. Então desci ao ponto de água e, após tomar uns 200 ml, passei a recarregar as garrafas do restante do grupo em rodízio. Fizemos sucos e petiscamos. Perto do que havíamos superado até ali, não restava dúvida de que chegaríamos, e bem, até o trecho das cachoeiras. Superá-lo, por outro lado, seria um novo desafio… como escutava nos tempos da facu: cada novo dia, nova agonia. Durante o lanche, o ruído de motocicletas nos alertou para o fato de estarmos numa curva e possivelmente sem visual para quem vinha em nossa direção. Por precaução, dei uns gritos de “opa” que chegaram a exceder a eficácia pretendida. Não apenas sinalizaram a nossa presença, como fizeram que a dupla de motociclistas se detivesse junto ao nosso grupo. Trocamos algumas informações sobre o que nos aguardava adiante trilha. Depois de uns 10 minutos de parada, reabastecidos de água, descansados e alimentados, retomamos o caminhar. Rapidamente alcançamos o ponto d’água registrado, um pequeno riacho que cruzava a estrada. Como já estávamos bem servidos de água, apenas atravessamos a estrada e seguimos do outro lado pela esquerda, em suave aclive. Pouco depois, uma alternativa à direita foi testada e descartada. Continuamos em frente, contornando áreas de eucalipto até alcançarmos uma porteira azul, onde foi consenso que orientação era pegar a estrada à esquerda. Como não havia prestado atenção nas indicações, não posso afirmar se fora ou não…. seguimos pela direita, um pouco inquietos por não observar nenhum início da passagem do pelotão dianteiro… logo, uma suave curvatura da estrada fugindo do nosso azimute tornou claro que não era por ali que passava o trajeto pretendido. Voltamos à porteira, descendo agora pela lateral direita e pouco depois alcançamos a Árvore do Senhor Anéis, com a algazarra dos nossos amigos na dianteira na audível. Uma curva, com descida mais pronunciada e chegamos na “área de estacionamentos e encontramos o restante da trupe, que seguirá na frente, após nos esperar por algum tempo no Bandeira… tempo suficiente até para Pole Dança pelo que eu saberia depois… rsrs Aliviada por ter a trupe toda reunida, a Amanda avaliou rapidamente a conveniência de prosseguirmos pela trilha das cachoeiras ou de modificarmos nossos planos, nos amoldando às condições presentes, montando acampamento ali, uma vez que a área era ampla, plana e bem servida de água. Ela havia descido, para avaliação por pouco mais de uma hora sem encontrar nenhuma área similar que coubesse nosso grupo. Deixe ressaltar: uma hora de Amanda, descendo trilha de rio, são 3 a 4 horas de grupos normais. Com o horário “avançado” para uma descida segura até a próxima área de acampamento, após breve consulta ao grupo, decidiu sabiamente por acamparmos ali mesmo. Decisão tomada, tratamos de concretiza-la, armando nossos chalés com celeridade. Cada um buscou a área que entendeu mais adequada para a própria barraca. Uma vez que eu não havia tomado o cuidado montar a minha barraca nenhuma vez antes, escolhi um lugar amplo e plano, fora da área de manobra de eventuais veículos, pois não fazia ideia do tamanho que ficaria, kkkk. Não sou exemplo pra muita coisa, e essa mistura de imprevidência e excesso de confiança, torna isso bemmm claro. Apanhei um pouco na montagem? Claro. Me diverti muito, por outro lado, no processo. O receio que tivera até ali de montá-la na chuva e em locam inapropriado, rapidamente e se desfez. Confesso que me assustei com a área que ela ocupa… não é agigantada ao ponto de ser um palácio… um palacete, talvez. Comporta duas pessoas com tranquilidade, com todas as tralhas imagináveis. Casa arrumada, partimos para tomar banho de cachoeira, antes que o cair da noite esfriasse o ar. Rápida seção de fotos na cachoeira, com direito a arco íris dentro da queda, e poses de capa, máscara e chapéu… bem dizia Luís Fernando Veríssimo quanto a liberdade x receio de ridículo. Curtiu a ideia? Faça. Apenas isso. Banho tomado, coloquei a (mal-cheirosa) roupa de trilhar para secar e parti para jantar, que fizemos em roda, com cada qual preparando seu rango e apresentando “novidades” ou soluções. Eu levei uma porção de purê de batata instantâneo com brócolis, outra porção com molho de tomate, legumes, bacon vegano e camarões. Para petiscar, auricularie desidratados, que aproveitei a fartura de água para reidratar. Como guloseimas para o jantar, palha italiana no sabor torta de banana e no sabor churros. De algumas cargueiras surgiram vinhos, que dividimos enquanto conversávamos sobre a trilha, planos futuros, perrengues passados, histórias e causos. Os goles de vinho acalentaram a Amanda, que logo se despediu e caiu pra dentro da sua mansão. Fui bater papo com o Douglas, enquanto não escurecia. Repassamos algumas coisas que estamos planejando, discutidas em detalhes ao ponto de termos, de cabeça as imagens, os mapas e alguns detalhes dos tracklogs, como os pontos de perdido de maior frequência. Com o escurecer, cai pra de tiro da minha barraca, para aproveitar o tempo antes de dormir para xeretar nos aplicativos de navegação e fazer testes de envios de mensagem. Percebi que havia sinal e liguei pra casa, para tranquilizar meus pais. Fui até a barraca da Amanda para co firmar se estava tudo bem, e confirmar que ela havia conseguido contato com casa. Descobrindo que ainda não havia sido possível, por falta de sinal, emprestei meu aparelho para que ela tranquilizasse a mãe. Sabendo que estava bem, voltei pra minha barraca, para me entregar aos braços de Morpheus. A noite passou rápida, sem perturbações ou surpresas… talvez resultado das 2 horas de sono apenas na noite anterior, certamente. Com a alvorada, vesti a roupa de trilha e comecei, meticulosamente a arrumar as tralhas, primeiro posicionando o isolante na região dianteira, e depois compactando camada por camada de equipamentos dentro da minha consciência. Saco e roupas de dormir receberam tripla camada de plástico. Duas camadas de sacos de plástico para peixes envolvendo um saco estanque. A segunda camada, composta pela barraca e pela proteção do piso dela, foi posicionada em seguida. E finalmente a camada com o equipamento de cozinha, bancos de bateria, primeiros socorros, capa de chuva e comunicador satelital. A capa e a máscara de Zorro, foram colocadas próximo da tampa, para caso alguém mais quisesse fazer a foto dos trilhos. No bolso externo, da frente posicionado a segunda pele de emergência de forma a permitir o pronto emprego. Os petiscos para o dia, e os primeiros socorros de acesso rápido já estavam posicionados nos bolsos da barrigueira. Pouco após as 8:00 nos colocamos em marcha, todos próximos. Rapidamente avançamos de cachoeira em cachoeira. A trilha das cachoeiras é bem sinalizada e muito batida, então não havia muito o que apanhar da navegação, que seguia ora de um lado do rio, ora do outro lado. Em 4 horas de poções alcançamos a linha férrea. O Eliseu fez algumas fotos espetaculares do grupo nos trilhos e seguimos em direção ao camping, para deixarmos as mochilas na van. Com o avançado da hora, em relação ao planejado para iniciarmos o retorno, optouse por seguirmos com a van até a cachoeira do Coqueiro Torto. Ali optei por me trocar para a volta, enquanto o pessoal desceu até a base da queda. Uma parada merecida num rodízio, com direito à comer a vontade coroou a conquista daquela trilha… vara mato? É troco, fizemos vara vulcão montanha acima, kkkk!! Na volta a lista de música sofreu algumas melhorias, para alegria da Natacha que não conseguiu esconder a alegria, cantando, a plenos pulmões, “Borbulhas de Amor” do Fagner… descobri que a Amandinha é fã devota do Reginaldo Rossi e amaria acrescer a música Garçon na próxima playlist.
  5. Sempre tive essa curiosidade (e vontade), vejo várias pessoas que fazem viagens caminhando de praias a praias acampando no caminho e me pergunto: Como fazem? Sei que na maioria das vezes não utilizam campings, então gostaria de saber como fazem. Simplesmente armam a sua barraca na praia e simples assim? breves relatos e roteiros também serão bem-vindos. obrigado
  6. Olá, alguém sabe me dizer lugares seguros para acampar em Florianópolis? Não queria pagar nada, mas se tiver lugares baratos com camping podem sugerir (até 30 reais por exemplo). Alguém que já fez isso pode me contar como foi a experiência e o que devo levar?
  7. Travessia do Campo dos Padres – SC – julho de 2020 – 80 km em 5 dias – Do Cânion Espraiado, Morro da Boa Vista até o Morro das Pedras Brancas *INFORMAÇÃO*: Essa travessia é realizada em área particular é OBRIGATÓRIO solicitar AUTORIZAÇÃO para passar nas propriedades do Campo dos Padres. Vamos respeitar os proprietários e manter o local aberto para que possamos continuar com nossas travessias e trekking. Entrar em contato com a Fazenda Búfalo da Neve. Instagram: @fazendabufalodaneve via direct Fone: 48-99617 7552 Arno Philippi – 48-99152 1277 Lucas Philippi *IMPORTANTE* -NÃO FAÇA FOGO NUNCA – Use fogareiro -LEVE TODO O SEU LIXO EMBORA -TUBOSTÃO (Vamos todos começar a usar esse banheiro) nesta região estão muitas nascentes importantes de SC, é necessário mantermos o meio ambiente em equilíbrio e limpo. Temos outras áreas de montanha do Brasil como o Pico Paraná e Pedra da Mina que já estamos tendo problemas sérios de contaminação por conta das fezes, papel higiênico e dos lenços umedecidos deixados nos “banheiros” ao redor das áreas de acampamento. O TUBOSTÃO serve para vc levar tudo isso de volta para a sua casa e descartar no lixo. Vamos a Travessia Essa travessia eu tinha combinado com meu parceiro Bernhard que já havia ido comigo em Itatiaia, porém tive um imprevisto na empresa e acabamos não indo. Sorte nossa, pois foi bem na semana do tal ciclone bomba que destruiu muita coisa em Santa Catarina e no Campo dos Padres não foi diferente, tem áreas de mata lá que parece que passou um trator derrubando tudo. Neste interim entrou em contato comigo o Rafael @dinklerafa perguntando sobre a travessia solo que eu havia feito entre Urubici e Bom Jardim da Serra pelo PNSJ. E que ele estava programando vir para a serra catarinense fazer uma travessia, eu disse que ainda estava em aberto ir para lá e assim combinamos a parceria para a travessia. Marcamos então nos encontrar em Urubici na Pedra da Águia no vale do Rio Canoas no domingo a noite. O meu amigo Bernhard começou a trabalhar naquela semana infelizmente mas por sorte minha foi em Lages, e aproveitei a carona com ele saindo de Itajaí. 1° Dia – Pedra da Águia Este dia já começou de noite. Kkkkkkk cheguei no ponto de encontro quase as 20h, garoava um pouco naquele momento quando o Bernhard me deixou no Vale do Rio Canoas junto a propriedade Pedra da Águia que serve como base para camping e estacionamento para aqueles que vão para o Cânion Espraiado. Chamei na casa e ninguém atendeu apesar de as luzes estarem acesas e ter carro ali estacionado, tão pouco sinal do meu parceiro Rafa que a esse momento já deveria estar por ali, dei uma olhada ao redor para ver se já não estava acampado, mas não encontrei. Aproveitei o ultimo facho de luz do farol do carro e montei próximo ao rio minha barraca. Quando estava ajeitando minhas coisas o Rafa aparece do meio do nada! Ele disse que o taxista deixou ele uns 5 km adiante já em direção ao Cânion Espraiado e ele teve que voltar andando pela estrada na chuva. Ali nos conhecemos e fomos conversando, um cara muito bacana. Enquanto preparávamos nosso rango o papo fluía. Acertamos alguns detalhes referente a travessia como um todo e do próximo dia também, o qual ao invés de seguir o caminho tradicional pela estrada para alcançar o Cânion Espraiado, sugeri então contornar a Pedra da Águia e passar por trás dela e seguir até a borda da Serra Geral próximo ao Corvo Branco e então seguir sentido norte bordeando os peraus até chegar ao Cânion Espraiado. Logo em seguida fomos dormir para descansar. 2° Dia – Pedra da Águia até o Cânion Espraiado – 12km de trilha Acordamos cedo, ainda estava meio nublado mas entre as nuvens já víamos que iriamos ter um dia limpo pela frente. Enquanto a água ia fervendo para o café íamos desmontando o campo e arrumando a mochila. O vale do Rio Canoas nessa região é muito bonito com a vista da Pedra da Águia de fundo as araucárias na extensão do vale e o rio descendo suavemente entre as pedras. Após tudo pronto começamos nossa caminhada as 8h, os cachorros vieram nos seguindo uma parte da estrada e foram dispersando um a um, mas sobrou um pretinho que nos acompanhou toda a trilha. Logo quando contornamos a pedra da Águia passamos pela casa do Candimiro e ficamos ali um tempo de prosa com ele que nos autorizou passar pela propriedade e assim seguimos nosso rumo. Uma subida suave por uma antiga estrada que já não passa mais carro. Depois de uma hora e pouco de trilha chegamos a borda da Serra Geral ao sul estava a estrada da Serra do Corvo Branco na direção norte o Cânion Espraiado, paramos para curtir o visual e tirar fotos, naquele momento nos preocupamos um pouco com o cachorro pretinho que vinha nos seguindo. O caminho todo foi bordeando a serra seguindo a estradinha abandonada na margem direita do Espraiado. Em um certo ponto chegamos em uma depressão onde formava um pequeno Cânion afluente do rio Canoas em direção oposta a borda da serra geral ali tinha uma pequena faixa de mata para cruzar e adiante seguimos andando pelos campos, banhados e turfeiras que seriam uma constante em toda a travessia e também curtindo o visual do Cânion. Passado das 13h paramos de frente para a cachoeira do Adão para almoçar. Tinha sobrado um macarrão com linguiça Blumenau da noite anterior e já pus na panela, ainda fervi água para um bom chá de hortelã com gengibre e ali ficamos contemplando aquele visual. Quando retornamos a caminhada vimos logo acima do vértice do Cânion que havia um objeto retangular e ficamos imaginando o que poderia ser, o Rafa falou que poderia ser uma placa informativa eu já pensei que fosse tipo um deposito/armário de madeira para guardar o material do pendulo. Quando chegamos lá a nossa surpresa foi que era uma geladeira da Cervejaria Patagônia, eles estavam fazendo um comercial publicitário. Ali encontramos também a Carol proprietária da Fazenda Espraiado e ela nos indicou ir na cachoeira e avisou que a outra parte da borda do Cânion estava proibido passar por problemas de vizinhos e uso da área. Descemos até a cachoeira, que na realidade são 2 uma primeira menor que forma um baita poço para banho e a queda principal que desagua por 86m Cânion abaixo. Neste momento flagramos o pretinho abocanhando alguma coisa no mato e quando vimos era um tipo de roedor que em seguida ele soltou no chão. Logo fomos em direção a sede da fazenda onde é o camping e hostel do Cânion Espraiado. Ali conversamos com o Jacaré do Cânion que trabalha na fazenda, acertamos com ele o valor de R$ 40 pelo pernoite em camping, comemos um pastel muito bom e montamos nossa barraca, depois ficamos no galpão crioulo ao redor do fogo de chão proseando e tomando uma cerveja Patagônia com o Jacaré. Aproveitei para secar minhas meias, com os furos que minha bota tinha e os banhados no caminho esse seria um problema que eu enfrentaria todos os dias com os pés molhados. Também recarregamos o celular e aproveitamos para mandar as últimas mensagens pois a partir dali não teria mais sinal pelos próximos 4 dias. Preparei minha janta uma bela polenta com bacon e conversando com o pessoal, falaram que a partir dos 2 próximos dias viria uma frente fria muito forte. Pegamos umas dicas da trilha para o próximo dia cedo em direção ao Morro da Antena (agora montanha infinita) para ver o nascer do Sol e em seguida fomos dormir. 3° Dia – Cânion Espraiado – Campo dos Padres – parte alta do Rio Canoas - 18km de trilha Acordamos as 4h30 pois queríamos estar as 7h para o nascer do sol. Já fomos desmontando a barraca e o frio já era forte na escuridão da madrugada, havia um pouco de gelo no sobreteto da barraca. Após tudo desmontado tomamos um café passado pelo Jacaré dentro do galpão e comi meu pão sírio com polengui, queijo e salame, além do meu super brownie com malto e dextrose além de algumas castanhas (esse seria meu cardápio de café da manhã de todos os dias). As 6h horas seguimos pela trilha por entre a mata até o topo do morro da Antena e já no chapadão do cume presenciamos várias poças de água congeladas. As 7h05 foi o alvorada sobre um mar de nuvens aos nossos pés e um céu limpo sobre nossas cabeças, a vista do Cânion espraiado lá de cima é linda e ainda é possível ver toda a extensão da Serra Geral com destaque para as Pirâmides Sagradas e o Morro da Igreja. Estive nesse morro em 2001 subimos eu e o meu amigo BIG Daniel Casagrande de Toyota Bandeirante, na época ainda havia a Antena em pé, hoje ela foi derrubada, lembro que nós curtimos o visual por ali e quando decidimos ir embora atolamos a Toyota e quem disse que conseguimos tirar.... foi uma longa história e uma grande aventura. Voltando a 2020, nossa ideia original era seguir bordeando até chegar no rio canoas, pois pela carta teria somente 2 faixas de mata pra cruzar morro acima. Mas ai o Jacaré nos indicou seguir pela estrada e lá adiante passando a porteira entrar na antiga estradinha, eu sabia que havia essa trilha, mas tinha receio de seguir pois era uma mata grande, e imaginava ter vários caminhos por conta do gado. Mas enfim mudamos nosso plano inicial e seguimos então pelo caminho sugerido. Logo que passamos a porteira eu vi uma estradinha seguindo adiante e outra descendo, supus que essa seria a estrada, ledo engano..... descemos o morro e cortamos a estradinha para lá embaixo tentar encontrar ela de novo, havia um morro bem grande de mata a frente que se estendia a leste até a borda da serra e para o lado oposto a oeste entre esse morro havia uma encosta suave de mata e a borda do profundo Cânion do rio canoas, a trilha só podia ser nesta encosta suave e fomos descendo mas não encontrei a estrada. Seguimos adiante pela mata até chegar ao rio que já formava um pequeno desnível, pensei que já fosse o começo do Cânion afluente do Cânion principal do rio canoas. Demos uma volta enorme em círculo e voltamos para o mesmo lugar. Seguimos acompanhando a estrada e tentamos mais uma vez descer na direção daquela encosta, mas a mato tava muito fechado voltamos mais uma vez para a estrada e então decidimos seguir a estrada, logo adiante vimos uma casa e antes de chegar nela uma entrada a direita com cara de estrada abandonada. Só podia ser essa. Bingo! Já era 12h passado e então paramos ali na estradinha e fizemos nosso almoço o meu seguiu o mesmo cardápio do café da manhã sendo pão sírio, polengui, queijo e salame e chá de hortelã com gengibre, e assim foi todos os dias. Depois de 40min de pausa retornamos a trilha. A trilha é em uma antiga estrada abandonada que não é mais possível transitar de carro nem de 4x4, somente a pé ou a cavalo, uma descida suave por entre a mata de araucárias até chegar em um pequeno rio que corria sentido Cânion do rio canoas. Esse era o ponto mais baixo e após o rio a trilha começava a subir. “A algumas horas atrás chegamos bem perto deste rio porem a mata estava muito fechada e o rio afunilava em um brete e não conseguimos achar um caminho para passar e acabamos voltando”. Lá adiante na trilha encontramos um barraco destruído e depois cruzamos com um pequeno rio onde fomos seguindo ele rio acima até a trilhar sumir no mato, ali percebemos que em algum lugar lá atrás teríamos que ter contornado o morro. Resolvemos então subir aquela encosta de mata bem fechada com muitos xaxins, bambus e mata nebular. Foi um momento um pouco tenso pois já eram umas 17h sabíamos que estávamos no rumo certo, mas não na trilha e onde estávamos não tinha como acampar. Fomos mirando o topo tendo as copas das araucárias ainda iluminados pelo sol. Quando alcançamos então a parte mais alta abriu um pequeno descampado sujo com vassouras, porem plano e com condições de acampar. Decidimos seguir ainda um pouco mais adiante até as margens do Rio Canoas, mas de qualquer forma não fomos muito longe e acampamos por ali mesmo. Aquela noite prometia muito frio, tratamos de montar nossas barracas e a escuridão já tomou conta e o frio veio junto. Arrumei minhas coisas e tratei de ferver uma água para o chá e picar o bacon, quando comecei a fritar o Rafa já sentiu o cheiro maravilhoso do bacon, e ele com aquela comida liofilizada dele. Prometo que vou tentar de novo, nem que seja levar para uma noite a liofilizada, confesso que ainda venho tentando uma comida boa e leve sem abrir mão de certos luxos que conquistei nesses 30 anos de acampamentos, mas que agora com a idade e falta de tempo para treinar a boa forma já não posso mais carregar tanta coisa, sei que tenho que diminuir peso. Nesta travessia eu pesei item por item antes de sair de casa, desde celular, meia, cueca, itens de primeiros socorros, comida, enfim tudo grama por grama e encontrei que eu carregava no corpo 3kg contanto botas, roupas, bastão...; na mochila mais 24kg contando 4 litros de água que me dispus a levar mesmo com a fartura de água da região somente para testar meu consumo e uso em cozinha. É muito interessante pesar pois sempre imaginamos o quanto levamos, mas só anotando tudo e fazendo um verdadeiro checklist é que sabemos o quanto de peso realmente carregamos e não sabemos. Depois da janta ainda era cedo e não conseguiria dormir, então decidi sair da barraca para ver o céu estrelado, minha saída noturna não demorou mais que o suficiente para ir ao banheiro e voltar correndo para a barraca de tanto frio que fazia. Nessa noite os termômetros bateram negativos os - 8ºC dormi no limite do frio essa noite. 4° Dia – Parte alta do Rio Canoas – Cemitério – Borda da Trilha dos Índios – Morro do Campo dos Padres – Morro da Boa Vista - 15 km de trilha Acordamos pelas 6h mas o frio era tanto que não deu vontade de sair do saco de dormir, o sobreteto da barraca do Rafa congelou a condensação, neste quesito estava muito satisfeito com a minha Naturehike Cirrus pois o layout dela permite uma boa ventilação e evita o acumulo de condensação, mas vi que tinha que fazer alguns ajustes no sobreteto para incluir mais 2 pontos de cada lado para fixar mais espeques e poder abaixar mais a lona para o vento não entrar tanto em dias frios. Também tive minhas meias congeladas e a água nas garrafas estavam congeladas. Já pus a água para ferver e fazer meu café na Pressca e ao mesmo tempo já ir guardando minhas coisas. Mas foi difícil desmontar a barraca, os dedos doíam de tanto frio. Eram 7h30 e saímos, vimos que 1h30 era o tempo que precisávamos para começar o dia. Logo adiante avistamos uma cabana bem bonita de madeira que é a sede da Fazenda Búfalo da Neve, passamos ao lado e seguimos adiante descendo a encosta do vale do rio canoas até atingir suas margens, havia muita geada no pasto e as poças d´água no caminho estavam congeladas e também partes do rio onde a água estava parada. Aproveitamos para repor nossos cantis e tirar fotos com os pedaços de gelo. Essa parte é muito linda, o vale com os morros de mata de araucárias, o rio e suas curvas e os campos formavam uma bela paisagem. Fomos subindo o rio e logo alcançamos uma pequena cachoeira e uma taipa de pedra logo acima formando um caminho de tropeiros e por ali seguimos dando uma grande volta para desviar a várzea do rio que formava um banhado e suas turfeiras. Logo adiante vimos 1 casa azul e 1 galpão passamos por ela e logo a frente no vale havia um morro isolado, pelas minhas contas ali deveria ser o cemitério. Uma subida íngreme e logo no topo já vimos um quadrado de taipa e ali estava o cemitério, haviam 3 túmulos com cruz, uma lapide que não conseguimos ler e ao que parecia algumas covas abertas. Interessante imaginar um lugar inóspito daquele que outrora pessoas moravam ali em um passado não muito distante, mas longe da civilização. E tinham que ali mesmo enterrar seus entes queridos, escolheram um belo lugar para ser os Campos Elíseos destas pessoas. Logo descemos a encosta em direção ao rio canoas e dali iremos a leste para alcançar as bordas da Serra Geral. Naquela altura quando atravessamos o rio canoas ele era tão límpido e cheio de plantas aquáticas, uma pintura natural. Subimos uma pequena encosta e por acaso encontramos a trilha dos índios que liga a Anitápolis, dali subimos uma pequena mata e já no topo paramos para almoçar e contemplar a vista. O dia estava lindo e podia ver o horizonte bem longe, sendo possível ver a serra do tabuleiro e o contraste do mar mais a sudeste. Depois do almoço fomos bordeando os peraus tendo o Morro do Campo dos Padres na nossa direção e mais a noroeste o Morro da Boa Vista que é o ponto mais alto de Santa Catarina onde iriamos acampar. Para alcançar o morro do Campo dos Padres tivemos que dar uma volta para contornar a mata e depois seguir por uma subida bem íngreme. Bem ao longe no colo onde ligava esse morro com o morro da Boa Vista avistamos 2 capatazes campeando o gado. Alcançamos o topo do morro e ficamos um tempo ali contemplando uma das vistas mais bonitas da trilha. Depois seguimos em curva de nível até o colo e em seguida partimos para cima do Morro da Boa Vista, neste momento o Rafa começou a ficar sem água e chegou até a coletar um pouco nas turfas, eu ainda tinha água dentro do meu teste de consumo e cozinha, e ofereci para ele um pouco caso precisasse. Já no topo vibramos pois éramos as pessoas mais “altas” em solo catarinense, localizamos o marco geodésico e ali ao lado acampamos com a porta das barracas virada para o nascer do sol, porem naquele momento presenciamos um lindo pôr do sol, tiramos muitas fotos e vídeos e ficamos curtindo aquele momento. Já dentro da barraca tratei de fazer meu ritual de limpar e secar os pés úmidos dos charcos e passar vick vaporub, um santo remédio para o montanhista já que serve para muitas coisas. Pela primeira vez na vida levei lenço umedecido e tomei meu banho de gato, gostei do resultado melhor que toalha úmida. Tratei logo de me vestir pois fazia muito frio aos 1827m de altitude. Nesta noite cozinhei uma invenção que fiz com sopão+arroz+bacon, porem o arroz não cozinhou o suficiente e o sopão já começou a empelotar, não gostei nada. Ainda bem que sempre levo como emergência 2 pacotes de miojo e tive que atacar um com linguiça frita e queijo ralado. Durante a noite sai para ver o céu, estava menos frio que a noite anterior, mas ainda sim muito frio, consegui ficar um bom tempo ali observando as constelações e algumas estrelas cadentes, também vi ao longe a luminosidade das cidades como da grande Floripa que formava um grande clarão a leste e a oeste uma área menor porem mais luminosa a cidade de Lages. Me recolhi ao aconchego da minha barraca e dormi. Acordei com o vento batendo forte na barraca, chegando até a entortar as varetas, mas a barraca segurou bem. Não dormi muito bem pois volte e meia acordava com o vento. 5° Dia – Morro da Boa Vista – Arranha Céu – Morro da Bela Vista do Guizoni – Campos de Caratuva - 17km de trilha O vento batia forte na barraca, o céu estava bem nublado predizendo que o tempo estava mudando. Como montei a barraca a sotavento, pude deixar a porta aberta e curtir o nascer do sol no horizonte enquanto preparava meu café foi um alvorada fantástico mesmo com o céu nebuloso. Tomei meu delicioso café com brownie e pão sírio/queijo/salame a combinação perfeita e rápida para o desjejum. Logo em seguida desmontamos todo o acampamento. Nesse dia pude testar melhor uma pratica que encontrei para usar o banheiro de forma confortável e privativo (uma dica para as mulheres). A minha barraca Cirrus tem como desmontar o tapete e o mosquiteiro interno sem desmontar a lona do sobreteto e assim deixar o chão somente na grama. Desta forma com toda a mochila arrumada ficando somente o sobreteto e a armação por último, pude dentro da barraca mesmo pôr o meu jornal no chão com cal e dar uma cagada tranquila, depois só por mais cal em cima, embrulhar o jornal, por numa sacola plástica e aí dentro do tubostão. Usei um cano de pvc de 100mm com 2 caps nas extremidades e vedou muito bem, sem cheiro nenhum ou vazamento, tem na internet como fazer. Porem só achei um pouco pesado. Da próxima vez vou testar um pote de tampa larga e de rosca de 1l que tenho em casa, pois é bem mais leve e o volume é o suficiente para uns 4 dias de trilha. Saímos as 8h40 para a trilha o vento era muito forte e o sol já raiava, inclusive quando fui desmontar a lona ela quase sai voando. Nos protegemos bem e começamos a descida pelo colo do Boa Vista com o Morro do Campo dos Padres que é o divisor de águas do rio Canoas e do rio Itajaí, paramos numa pequena nascente e enchemos nossos cantis e seguimos bordeando a Serra Geral. Lá pelas 11h passamos pelo rio Campo Novo do Sul que corre aos pés do Morro Bela Vista do Ghizoni e demos uma parada para um banho rápido e gelado além de aproveitar que paramos fomos almoçar. Nesse momento o tempo voltou a nublar e esfriar. Depois deste descanso subimos até a rampa que dá acesso ao Ghizoni e deixamos nossas mochilas ali e demos uma esticada até o pico do Arranha Céu que estava na borda do Cânion que na outra ponta estava os Soldados do Sebold. Voltamos as mochilas e subimos mais uma rampa e deixamos a mochila novamente e caminhamos por 2h ida e volta no chapadão do Ghizoni por um grande charco de turfeira até subir os matacões do topo onde havia o marco geodésico, ali era o terceiro ponto mais alto de SC e o Morro da Igreja é o segundo. O tempo já estava piorando e voltamos até a mochila já passava das 16h e vimos que não alcançaríamos o objetivo do dia, pois quando olhamos ao longe vimos que iriamos cruzar a parte mais estreita do campo dos padres onde havia perau e Cânion para os dois lados, e tínhamos pelo menos 2 morros com mata para subir e cruzar. Conseguimos somente cruzar o primeiro que tinha uma trilha bem fechada com muitos caminhos de gado até chegar num ponto bem estreito com perau e uma antiga taipa utilizada para cercear o caminho do gado e não cair precipício abaixo. Chegamos em um campo que vimos lá do Ghizoni que tinha uma vegetação diferente, a princípio eu imaginava ser de vassourão, mas a tonalidade era outra, quando chegamos lá me surpreendi em constatar que eram o bambuzinho caratuva bem comum na região do Pico Paraná e que eu nunca tinha visto por essas bandas. Ali a cerração começou a fechar então decidimos já achar um lugar plano para acampar. Montamos nossa barraca bem ao lado da trilha que era bem demarcada e única. Não deu nem uma hora e caiu um temporal, era tanta chuva e vento que tínhamos que manter tudo bem fechado. Fizemos nossa janta nessa condição, uma das escolhas que fiz pela barraca cirrus foi o avanço um pouco maior para que me possibilitasse cozinhar em condições de chuva e vento e também espaço para 2 pessoas para que a cargueira ficasse dentro da barraca. Acabamos dormindo cedo nesse dia. Apesar que durante a noite levantei algumas vezes para conferir se estava tudo em ordem e seco na barraca, pois foi a primeira chuva torrencial que ela pegava, choveu a noite toda, e tudo se manteve seco. Passou no teste. 6° Dia – Campos de Caratuva - Morro das Pedras Brancas – Localidade das Pedras Brancas - BR 282 - 18km de trilha Lá pelas 7h a chuva parou, levantamos e já fomos tomando nosso café e desmontando as coisas. A trilha a nossa frente era um rio de tanta água, fomos secando o que dava na barraca para guardar na mochila e as 8h30 saímos e logo entramos na mata que estava muito molhada e fomos subindo o aclive em diagonal, era uma trilha bem batida na encosta que descia ao Cânion do Rio Campo Novo do Sul, havia muitas árvores caídas e quebradas por conta do ciclone bomba que havia atingido a região a uma semana atrás. Quando saímos no topo o sol já despontava meio tímido, mas a chuva já havia ido embora. Tinha uma bela vista do Morro do Ghizoni e do Cânion logo abaixo. E fomos seguindo pelos campos e cruzando algumas faixas de mata, banhados e turfeiras até chegar ao istmo como uma “ponte” de 5m de largura que ligava o campo dos padres até o Morro das Pedras Brancas, ultimo resquício de planalto ligado a Serra Geral. Já era 12h30 atrasamos meia hora pelas nossas contas, mas ainda sim estávamos muito longe do nosso destino final que era a BR 282 onde tínhamos combinado com nosso amigo Bernhard de o encontrar as 17h. Descemos a trilha íngreme aproximadamente 500m de desnível, nesse ponto o estrago do ciclone foi bem maior, a destruição era grande por toda a trilha. Alcançamos a estrada e fomos seguindo tendo o vale do rio Santa Barbara como caminho. Passamos pela comunidade das Pedras Brancas e precisávamos de sinal de celular e internet para avisar a todos que tudo estava bem e comunicar o Bernhard que estávamos ainda 1h atrasados. Aí passamos por uma propriedade que indicava “informações pousada do vô Chico” paramos ali e conhecemos o vô um senhor nascido ali e bem gente boa que nos emprestou a internet e nos deu uma carona até a estrada. Sorte nossa pois ainda havia uns 7 km a frente com subidas e descidas, mas uma estrada rural muito linda tendo sempre as Pedras Brancas ao fundo como destaque e o vale do Rio que vinha esculpindo um bonito Cânion. Chegamos a BR e encontramos nosso amigo e assim termina nossa pernada. Somamos 80 km de trilha no total
  8. É a primeira vez que eu vou acampar, vai ser no pico do olho d'agua, moro em SP-Capital, e vai eu e o Crush, da certo ir de moto? só vamos passar a noite pra ver o por e o nascer do sol O que vocês recomendam levar? não entendo muito de acampamento Vale mais a pena ir para o camping de la ou acampar no pico mesmo?
  9. Como é Pico Ferraria, entrada no face Leste ? Alguém pode explicar sobre isso ?
  10. Sou novo aqui. Gostaria de saber lugares q aceitam Kombihome e que posso trabalhar para pagar hospedagem e alimentação se for o caso. Gosto de ir em praias, cachoeiras, Lagos. Caso queira ver, tenho canal no YouTube: 'Seja Como For' Insta: @bobalves https://www.youtube.com/channel/UCo9rA0tPpmgPfC4SzOKPovQ
  11. Poderiam me informar lugares onde posso acampar e/ou dormir de graça, principalmente praias, mas qualquer outros lugares são bem vindos, como matas, picos entre outros tantos lugares?! Agradeço desde já a todos!
  12. Sua participação e contribuição é muito importante! Segue o link: https://chat.whatsapp.com/Ks6BieKQLhb2hNOoMsfmLu
  13. Pessoal alguém ja fez esse roteiro e pode me passar informações de hospedagem, acampamento, passeios, lazer, lugares interessantes pra ir, iremos em dezembro 3 pessoas...
  14. Fala pessoal, tudo bem? Sou novo por aqui e queria saber se alguém foi nesses últimos meses acampar ou fazer trilha na Pedra Grande, Atibaia, se está tendo fiscalização lá, etc, por que queria ir lá, daqui uma ou duas semanas, passar um fds junto com um colega. Se tiverem outros lugares também perto de SP que estejam abertos, ficaria feliz em saber Desde já agradeço
  15. Hey, Sou natural de Manaus - Amazonas e atualmente moro no sul catarinense. Estou programando ir pra Bom Jardim da Serra no inicio da primavera pra fazer um camping (setembro). De forma bem roots. Sou uma pessoa simples e busco companhias agradaveis que por ventura tenham o mesmo destino em mente ou morem nas proximidades. Pontos a serem visitados: Serra do Rio do Rastro e Canion do Funil
  16. Pessoal, desta vez vou compartilhar a experiência que eu e minha namorada tivemos na Amazônia. Mas será de uma forma diferente, um resumo cinematográfico... Conhecemos essa beleza natural que o Brasil tem no mês de maio e foi incrível.
  17. O Instituto Ambiental Quinta do Sol fica localizado no distrito de Taboco, Corguinho - MS. Contando com 14 hectares, 12 são destinados a regeneração e preservação do Cerrado, assegurando um córrego de água potável que percorre a propriedade. Os outros hectares são de uso doméstico, com produções agroecológicas, alojamentos em bioconstruções e alvenaria, ampla área para acampamento, trilhas, cozinha coletiva e cozinha caipira, banheiros sociais, local para reuniões, palestras, aulas, estudos, festas... Alojamentos: Queixada (2 camas de solteiro e banheiro); Sucuri (3 beliches e banheiro); João de Barro (2 camas de solteiro); Phylomedusa (dividido, 3 beliches no lado B e 5 camas de solteiro no lado A). Hospedagem em alojamentos: 45 reais; hospedagem em camping: 35 reais; café da manhã completo incluso. Aceitamos trocas, serviço de manutenção (média 6h) por hospedagem. A cozinha fica a disposição para preparo das refeições, sendo necessária contribuição de ingredientes. Também servimos refeições por 20 reais/pessoa. Rod. MS 352, KM 45. Taboco, Corguinho - MS. 79.460-000 Instagram: iquintadosol iquintadosol@gmail.com iquintadosol.negocio.site
  18. Olá pessoal, Bem, eu e a minha namorada estamos planejando um mochilão para o Uruguai e como iremos acampar todos os dias (aprox. 10) estamos pensando em aderir um pouco mais de conforto ao acampamento pois é necessário umas boas dormidas pra sermos felizes hahahahaha. Somos acostumadas a acampar por 2-3 dias, sempre utilizamos o combo isolante térmico+saco de dormir, mas não têm um resultado muito confortável além de ocupar muito espaço. E que chega o dilema. O que vocês acham que soma o melhor custo-benefício na hora de dormir?
  19. Olá a todos! Já faz uns dois anos desde a última vez que publiquei algo do tipo, mas aqui estou novamente com outro relato/documentário em vídeo. Eu aproveitei os dois últimos dias de 2018 para tentar a Travessia do Rio Branquinho, que é uma trilha através das terras indígenas que ligam a Zona Sul de São Paulo à cidade litorânea de Itanhaém. Eu estou sem computador, então o vídeo saiu bem amador e com uma marca d'água, mas acredito que consegui gravar todas as partes mais importantes da trilha (por exemplo, bifurcações, eu cantando e imitando vozes, trechos em que a travessia é feita através do rio, eu falando sozinho, eu tropeçando, eu nadando e eu xingando moscas e reclamando da ausência de cobras e onças). O vídeo foi gravado com uma GoPro Hero+, mas o YouTube infelizmente não liberou a resolução HD. Mas a imagem está boa.
  20. Estou começando a acampar, a barraca seria para acomodar duas pessoas, pensei nessa de 3 lugares em questao do conforto para caber o colchão e ainda sobrar um espaço interno! Em relaçao ao peso da barraca para mim não é importante uma vez que geralmente nao irei fazer trilhas com ela, minha unica preocupação é em relação a chuva e vento Alguém tem alguma dica de alguma barraca semelhante, o valor desta esta 449, que aguente chuva e vento ou alguma experiência com barracas da quechua? Pelo que vi essa barraca é bem escura, em relação a ventilação pelo q li ela é boa https://www.decathlon.com.br/barraca-de-trilha-arpenaz-3-xl-fresh-black-3-pessoas-quechua/p
  21. Somos um casal de Noivos de 22 anos, e estamos largando tudo aqui no Rio de Janeiro para fazer um mochilão pelo Brasil. Nosso primeiro destino é MG. Queremos ficar mais tempo acampados (de preferencia em lugares que não pague) Alguém tem algumas dicas de segurança, lugares.. etc? Queremos percorrer a maior parte do caminho de carona, alguém consegue me dizer em que trecho do Rj seria legal pra pegar carona para chegar ao meu destino? Estamos com pouca grana, vocês sabem se pelo brasil conseguiriamos alguns bicos em restaurantes , hostel ou até vender alguma coisa na rua para ajudar a custear nossa viagem? Podem nos ajudar a economizar? Que dicas vocês tem para não gastar muito (quase nada) Estamos cansados dessa monotonia. Estamos com medo, mas muito curiosos e ansiosos para começar já a nossa expedição! Nosso email pra contato e dicas > pelomundo122018@gmail.com
  22. Para mais detalhes técnicos e fotos acessem: https://youtu.be/TjBYTc0ifUs Confiram neste vídeo um review completo da Barraca Nautika NTK Cherokee GT 5/6 e também o passo a passo tutorial de montagem. Muito mais fácil do que você imagina! Para quem já possui uma família com no mínimo 3 integrantes (pai, mãe e filho(a)) vai aqui uma excelente dica de barraca para comprar. A marca Nautika dispensa comentários, impregnou-se (no bom sentido) em nosso país sempre pioneira na arte do campismo e com bons preços. Não sou um expert no campismo, mas para o básico quando vêem até mim querer saber um bom modelo sempre me limito a indicar dois pré requisitos: Que a barraca tenha 1000 mm de coluna d'água e que o sobre teto alcance no MÍNIMO meia altura da barraca, e é o caso deste modelo que minha amiga comprou para 6 pessoas (Cabe ela, mãe, pai e irmão pequeno com espaço de sobra). Confiram meu Blog, chamado reZenhando, falo sobre bastante coisa referente ao campismo no link: https://rezenhando.wordpress.com/category/camping/
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