Membros de Honra Raffa Postado Maio 30, 2011 Membros de Honra Postado Maio 30, 2011 (editado) Fala amigos do mochileiros.com mais um relatinho... Segunda tentativa de concluir a trilha Sampa x Itanhaem, através da Barragem, Zona Sul de Sampa até o litoral, via trilha do trem, Serra do Mar e finalizando na aldeia Indígena em Itanhaem. Recentemente, fomos até o Rio Branco da Conceição, logo após o túnel 25 da linha férrea que passa pelo bairro da Barragem, zona sul de sampa. Ali, tínhamos pouco tempo e não conseguimos encontrar o começo da picada que leva até o rio branquinho no vale. Valeu a pena de qualquer forma. Deu para se refrescar nas cachoeiras. Na semana seguinte saiu essa matéria, falando da tal "TRILHA PROIBIDA". Ai juntamos a fome com a vontade de comer para termina-la. ( http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110424/not_imp709990,0.php) Após uma discussão por e-mail, combinamos de descer a serra. Augusto, Gibson, Piacitelli, Sandro e eu. Ponto de encontro: Metro Vl. Mariana. 20h. Após umas cervejinhas e lanches, pegamos o ônibus até Parelheiros. (20:30). Encontramos com o Sandro no terminal Parelheiros, aonde pegamos outro ônibus, sentido Barragem, ponto final. Chegamos por volta das 00h. Caia uma chuva fraca. Colocamos nossas capas. Acomodamos as mochilas e seguimos estradinha de terra sentido a linha férrea. No caminho paramos num buteco a esquerda para comprar agua. 5 minutos depois já estávamos na estrada de terra, escuridão total, nenhum movimento. Só nós e a chuva fraca que não parava. Depois de 1:30 caminhando, chegamos na linha do trem, pegamos o lado esquerdo. E nada da chuvinha dar uma trégua. andamos paralelos a linha do trem até a estação Evangelista de Souza. Ali fizemos uma pequena pausa. 20 minutos depois continuamos pela linha do trem até o túnel 25, aonde seria nosso acampamento. Não andamos muito rápidos porque estava bem liso. Após o túnel 25, a direita, tem uma canaleta e dali desce uma trilha, só seguir ela até um pequeno descampado, aonde alguns anos atrás existia uma cabana (O índio João disse que o falecido tio dele morava ali). Cuidado na trilha a esquerda que existem alguns buracos gigantes. Montamos a barraca na chuva. Ô delícia. rs Dormimos por volta das 4:20 da madrugada. Ainda chovia e dentro da barraca bastante umidade porcausa das capas, botas, mochilas molhadas e a chuva que caiu durante a montagem. Sábado, tempo nublado, garoa fraca, acordamos as 11h da manhã. Mas o esforço valeu a pena, pois ali na altura da cachoeira do Jamil (após a evangelista de souza), tem o comando da policia que não deixa ninguém passar trilha do trem abaixo. Tomamos café, desmontamos nossas barracas molhadas, e subimos pela pequena trilha até a linha do trem novamente. Continuamos descendo pelos trilhos, passamos o túnel 24, andamos mais uns 100/200m e do pé de uma bananeira, avistamos uma placa TERRA PROTEGIDA, área indígena. Ai sim, começava nossa trilha que dá ultima vez falhamos. A trilha que desce é bem demarcada. É só seguir ela até uma arvore bem grande, a direita segue para a cabana do índio João e a esquerda leva até o rio. Descemos primeiro pela direita. Chegamos na cabana do João, índio bem simpático, nos deu dicas para seguir o caminho, só não foi junto porque a mulher dele estava fazendo a comida. Tambem deixamos alguns alimentos que estávamos levando (Cada um levava 2kg de comida não perecível para doação). Voltamos para a trilha, viramos agora a direita na grande arvore e agora a trilha seguia para baixo. Bastante lama, cada hora um revezava no tombo. A trilha é bem demarcada. uma hora ou outra tem alguma bifurcação, mas sempre continue na maior e mais batida. Assim que termina a trilha voce chega no Rio. Antes, passamos por um ponto de camping e na sequencia um poço. Ali no remanso do poço, você tem que atravessar e seguir pela trilha, acompanhando o rio. Chegamos na confluência dos rios branquinho e capivari às 17:40h. Agora era hora de procurar uma área para o acampamento. Mais para frente da confluência havia um antigo acampamento. Não tivemos dúvidas e acampamos por ali, ao lado do rio (que estava forte devido as chuvas). Cada um fez seu jantar, Augusto mandou miojão, Piacitelli uma massa, gibson foi na sopa e depois uma lasanha, eu e o Sandro dividimos o clássico, arroz, feijão preto, farofa e linguiçinha acebolada. 19:30 estavam todos capotados, úmidos e dormindo ao som do rio. OBs: Nenhum dos acampamentos, comportavam mais que 6/7 barracas. Piacitelli, acho que sofreu um pouco mais, pois entrou muita agua em sua barraca e molhou todo saco de dormir. A madruga foi tranqüila, eu só ouvia o rio Domingão chegou e com ele o sol, pena que ali na mata fechada, dificilmente secaria todas as nossas coisas. Acordei por volta das 9h. fizemos o desjejum, desmontamos o acampamento. o dia estava lindo. Por volta das 10:40 já estávamos prontos para seguir a trilha. Agora procurando a trilha, já que ali no acampamento terminava o caminho. Com certeza a trilha estava do outro lado do rio, que ali passava um pouco forte. Na altura da cintura. Fizemos algumas incursões na mata e nada na trilha. Certeza. a trilha estava do outro lado do rio. E lá fomos nós. O rio estava um pouco forte, resolvemos usar a corda por precaução pois um dos nossos amigos não sabia nadar. todos do outro lado e lá estava a trilha. Bem demarcada também. Era meio dia e seguimos a trilha, que boa parte do tempo era paralela ao rio e depois foi se afastando. Era bem demarcada. depois foi voltando em direção ao rio e prontos. 13:30 chegamos em uma parte da Aldeia Indígena. Ali fizemos o primeiro contato com o índio Henrique. Henrique também foi bem simpático. Deixamos mais alguns alimentos (fica a dica, entregue mais para a frente). Perguntamos sobre a possibilidade de conseguir uma carona ou pagar por ela. Ele disse que havia um carro na parte principal da aldeia, para corrermos e falar com o índio Miguel. Pegamos o caminho, atravessamos o rio novamente (bem tranquilo naquela parte) na altura dos joelhos. Chegamos na Área central da aldeia, todos estavam em uma reunião. Esperamos um pouco, observamos a aldeia, bastante construções de alvenaria, postes de luz e tambem algumas cabanas bem simples. Tambem conhecemos o cacique Arlindo, índio novo, aparentando ter menos de 35 anos, de poucas palavras, entregamos o restante dos alimentos e conversamos com o dono do caminhão que estava ali de visita para retirar alguns bambus e cipós para trazer para SP. Foi nossa sorte. economizamos uma pernada de 21 km até a rodovia. Passamos pelo bar do zé pretinho aonde passa o ônibus circular que leva ate itanhaem 2x por dia. Não conseguimos a informação de horários. Chegamos no posto. ao lado da Breda. aonde as 14:40h o Sandro já conseguiu passagem para Osasco, as 15h o Piacitelli para SP e como não tinha mais passagem, eu, Augusto e Gibson, embarcamos as 16h. Deu tempo até para a cervejinha. 18h todos estavam em SP ! Fim de semana com direito a trekking noturno, chuva, lama, atravessamos vários riachos, 2 rios e uma trilha que ninguém conhecia, só seguimos relatos(Beck e Jorge) e mapas. Dá vontade de mandar para o repórter que a classificou como "proibida" e para quem bota a culpa no GPS quando falta bom senso e responsabilidade em levar várias pessoas, sendo que em nenhum momento o meu GPS e o do Piacitelli perderam o sinal. Agora temos o tracklog. De "proibida" é só para pessoas sem noção e despreparadas. Equipos que levei: Mochila alpina 43l trilhas e rumos Saco de dormir Micron Lite (passei um pouco de frio) Nautika segunda pele quechua botas titã nomâde banqueta guepardo parka trilhas e rumos headlamp guepardo fogareiro nomad da nautika barraca falcon 2 nautika isolante inflável therm a rest facão 18 polegadas (só foi preciso da trilha do acampamento pós túnel 25) bastão ultralight quechua calça climatic trilhas e rumos 3 pares de meia 3 camisetas 2 bermudas térmicas conjunto panelas backpacker câmera canon sx 120 (fotos borradas porcausa do vapor dentro da parka) GPS hcx Etrex 2kg feijão/fubá para entregar aos índios +ou- 3kg de mantimentos Meu blog com mais fotos: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10150562904044812.404788.576754811&type=3 Valeu Augusto, Gibson, Piacitelli e Sandrão Editado Março 26, 2013 por Visitante Citar
Colaboradores Thalita Figueiredo Postado Maio 30, 2011 Colaboradores Postado Maio 30, 2011 Raffa! Parabéns por mais essa travessia! Bjs! Citar
Membros de Honra Sandro Postado Maio 31, 2011 Membros de Honra Postado Maio 31, 2011 (editado) Continua confundindo os rios. O que passa entre os túneis 25 e 24 é o Rio Branco de Cima, nós não atravessamos o Rio Branco da Conceição. Após o encontro dos dois o rio segue com o nome de Rio Branco apenas. Cruzamos o Rio Branco de Cima (margem esquerda/margem direita) no remanso antes da união com o Rio Branco da Conceição, depois cruzamos o Rio Branco antes do encontro com o Capivari (margem direita/margem esquerda), voltamos a cruzar o Rio Branco após o encontro com o Capivari (margem esquerda/margem direita) e por fim cruzamos ele novamente (margem direita/margem esquerda) entre os aldeamentos. Fora a dezena de riachos afluentes. Lembra-se que eu e o Augusto comentamos que os relatos do Sérgio Beck e do Jorge Soto eram incompatíveis com a Carta Topográfica? Porque eles também confundiram os rios Branco de Cima (Branquinho) e o Rio Capivari. Maximize para ver melhor: [align=center][/align] Depois confere no tracklog aí, mas na Carta Topográfica eu calculei o início da trilha em pelo menos 470 metros após o túnel 24. Abraço. Editado Maio 31, 2011 por Visitante Citar
Membros de Honra Otávio Luiz Postado Maio 31, 2011 Membros de Honra Postado Maio 31, 2011 Vocês não sabiam que essa trilha é proibida?!?!? Citar
Membros de Honra Cris*Negrabela Postado Maio 31, 2011 Membros de Honra Postado Maio 31, 2011 Parabens, mocinhos! Deu pra perceber que não se trata de nenhum bicho de sete cabeças, mas pede apenas um pouco de preparo e bom senso... E Raffa... se aquela reportagem não fosse tão intencionalmente mal escrita e tendenciosa, eu mandaria sim esse relato para o cara da reportagem ... Citar
Membros de Honra piacitelli Postado Maio 31, 2011 Membros de Honra Postado Maio 31, 2011 Bom dia. O Raffa foi educado..... Tenho problemas sérios com água. O Pessoal me deu uma graaaande força para passar o rio. A primeira travessia estava forte. Valeu moçada. Com relação à parte final. Depois da aldeia é bom quem For fazer a travessia em pensar antecipadamente em resgate. Fomos iluminados. Chegamos na aldeia momentos (minutos) antes da condução partir. Senão.....teriamos uma boa pernada..no mínimo até o Bar do Ze Pretinho. Pra quem fez a travessia. Andar por estradinha no final é trash...... E são ..segundo o GPS 26,4 km: Abração Citar
Membros de Honra Sandro Postado Maio 31, 2011 Membros de Honra Postado Maio 31, 2011 Parabens, mocinhos! Deu pra perceber que não se trata de nenhum bicho de sete cabeças, mas pede apenas um pouco de preparo e bom senso... E Raffa... se aquela reportagem não fosse tão intencionalmente mal escrita e tendenciosa, eu mandaria sim esse relato para o cara da reportagem ... Mas também não é uma trilha para principiantes viu Cris. Com tantas bifurcações na mata fechada e travessias de rios até os mais experientes se confundem como você pode ver na minha mensagem anterior. É fundamental ter um bom senso de orientação, saber farejar a continuidade da trilha quando ela simplesmente acaba e de preferência com a Carta Topográfica nas mãos. Agora... Depois que o Rafael publicar o Tracklog aqui vai acabar com o mistério da trilha "amaldiçoada"! Citar
Membros de Honra Raffa Postado Maio 31, 2011 Autor Membros de Honra Postado Maio 31, 2011 publicar ou não publicar eis a questão rs Citar
Membros de Honra piacitelli Postado Junho 7, 2011 Membros de Honra Postado Junho 7, 2011 Algumas informações de altimetria Do terminal da Barragem até a aldeia: Total: 32,5Km Altimetria: Subindo: 5km Descendo:10,7km Em nível:16,8km Os números de altimetria não levam em conta a inclinação. O Terminal da Barragem está em 762m de altitude a a Aldeia em 28 totalizando um desnível de 734m. Abraços Citar
Membros de Honra Augusto Postado Junho 7, 2011 Membros de Honra Postado Junho 7, 2011 Muito bom Raffa. Essa foi literalmente uma travessia molhada e quase dos pés à cabeça. Paulo, vc quer dizer Terminal Parelheiros não é? Abcs Citar
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