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Salto Angel - Relato de Viagem - Março 2011


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Nossa segunda parada na Venezuela, após o Monte Roraima (link do relato abaixo) , foi o Salto Angel. Pesquisei muito aqui no Mochileiros.com a maneira mais barata de ir ato o Salto Angel e, segundo os relatos, era ir por conta, sem comprar pacote. Pegar o avião para Canaima e, chegando lá, pechinchar com alguma operadora para fazer o passeio.

 

Enquanto negociava o trekking ao Monte Roraima com a Mystic Tours e outras operadoras, pesquisei sobre o Salto Angel e a possibilidade de fechar um pacotão com os dois. Nessa troca de informações recebi apenas do Roberto (Mystic Tours) a informação que nessa época, de pouca chuva, nem sempre é possível chegar ao Salto Angel. As outras operadoras nem citaram essa possibilidade. Gostei da sinceridade e da forma clara que o Roberto passou os contras tanto do Roraima quanto do Salto Angel.

 

Como estávamos fora da época de grande movimento fiquei preocupado em não encontrar vôos para Canaima e termos que ficar alguns dias “presos” em Puerto Ordaz. Para garantir a menor perda de tempo e pela forma profissional como nos atendeu, decidimos fechar com o Roberto um pacote para o Salto Angel, antes mesmo de subirmos o Roraima. Pechinchamos e fechamos por BsF 2500,00 por pessoa. Falei com o Roberto que não tinha lido boas coisas sobre a Wey Tepui (operadora que nos levaria nos passeios lá em Canaima) mas ele falou que era a única com que ele trabalhava e que não tinha recebido reclamações. Bom, resolvemos encarar!

 

Dica: Pegando o avião em P. Ordaz é possível fazer o sobrevôo sobre o Salto Angel . Dessa forma é garantido que vc veja o salto mesmo se não for possível ir pelo rio. O preço pode ser um pouco mais baixo (cerca de BsF 300,00 por cabeça) se fizer o passeio pegando o avião em Cd Bolívar porém nesse caso não é realizado o sobrevôo.

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1º dia – A partida

 

Logo que chegamos do Monte Roraima, pagamos meia pensão no hotel Michele (BsF 54), tomamos banho e levamos a roupa pra lavar (BsF 60). Dormimos um pouco, fizemos umas compras de comidas (BsF 43,00), umas bisnagas de Ovomaltine que são uma delícia (pena que não tem no Brasil) e tomamos um café na padoca (BsF 26,00). Retiramos as roupas, arrumamos as mochilas e pegamos um taxi (BsF 20,00) para a rodoviária.

 

Dica: algumas coisas fecham incrivelmente cedo em St Elena. Às 18h00 o Roberto não conseguiu (também não fez muita força) um taxi pelo telefone. Mas na rua pegamos um rapidinho.

 

Curiosidade: A Fanta lá se chama Hit. A de maçã é muito boa. A Sprite se chama Chinotto. As duas tem o desenho igual às brasileiras, só muda o nome mesmo.

 

Na rodoviária pegamos um ônibus até Porto Ordaz que já estava saindo (BsF 90,00 + 2,00 de taxa cada um). Graças aos relatos do mochileiros.com subimos no ônibus preparados para o frio. Levamos um saco de dormir, uma manta e blusas. E acreditem, passamos frio.

 

Dica: os ônibus são confortáveis e novos. Os chamados “buscama” reclinam bastante o encosto, possibilitando um bom sono mas, o ar condicionado pega forte. Não esqueça blusas, cobertores e o que mais precisar para se proteger do frio.

 

A viagem seguiu tranqüila até a 01h00 da manhã, quando fomos acordados por um militar armado mandando todos descerem. St Elena é uma região de fronteira e muito vigiada pelo exército. Os caras abriram o compartimento de bagagens e foram jogando as malas pra fora. Cada um que pegasse a sua. Depois de esvaziar o bagageiro, formamos duas filas e eles foram abrindo mala por mala. Eu fui o último da fila e o milico me liberou. Depois de aproximadamente uma hora e meia voltamos pra estrada.

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2º dia – Voando pra Canaima e chegando aos pés da maior cachoeira do mundo

 

Chegamos na rodoviária de P. Ordaz às 06h00 e já pegamos um taxi (BsF 30,00) para o aeroporto. A rodoviária não era um lugar agradável pra ficar passando o tempo. No aeroporto tomei um café (BsF 9,00), fomos até o balcão da empresa Seramí, despachar as bagagens, pagamos a taxa de embarque (BsF 35,00 cada) e também a taxa para entrar no Parque Nacional Canaima (mais BsF35,00 cada).

 

O avião era um monomotor, com capacidade para 12 passageiros + piloto e co-piloto. O vôo até Canaima foi tranqüilo e durou cerca de 1 hora. No avião um indígena local nos passou a informação de que o nível do rio permitia chegar até o salto. Já ficamos animados. O avião entrou no Cânion do Diabo, muito legal. Tudo aberto, sem nuvens. Percorrendo o caminho do rio, com aquelas paredes ao nosso lado. Depois de alguns minutos passamos na frente do salto. Gigante, imponente, alucinante. O avião fez a volta e passou novamente a frente do salto. Só essa visão já compensou a viagem até ali.

 

Pousamos na aldeia de Canaima às 11h00. Aí começou a parte chata que demonstra o pouco preparo do pessoal para receber os turistas. Um guia que mal falava espanhol (e o inglês era palhaçada) nos pegou no aeroporto, levou em um carro até o alojamento Wey-tepui e falou: vcs tem 20 minutos pra trocar de roupa e arrumar uma mala com o que querem levar. Putz, já assim? A cada 5 minutos e cara batia na porta perguntando se estávamos prontos. Chegou uma hora que tava de saco cheio e falei pro piázinho: Porra, acabamos de chegar, vc deu 20 minutos e não para de bater na porta, qual é o problema? Ele disse que estávamos atrasados para sair. O que lemos sobre a Wey-Tepui estava mostrando ser verdadeiro (ponto negativo - 1).

 

Pedimos para um dos caras do alojamento deixar nossas botas no sol (fediam demais), deixamos as coisas que não levaríamos numa sala e fomos até o lugar de onde saía o barco para o salto. Às 11h30 já estávamos subindo o rio Carrao. Não tive tempo de recarregar as pilhas. Tive que economizar nas fotos da máquina. No meio do trajeto, após umas duas horas, o motor do barco pifou. Os caras tinham um motor reserva no barco. Enquanto trocavam ficamos tomando banho nas águas escuras do rio Carrao. Seguimos viagem e descemos do barco por volta das 16h00, já muito tarde (ponto negativo - 2)

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110513234812.JPG 375 500 Legenda da Foto]Salto Angel visto do avião durante o sobrevôo em 23/03/11.[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514001759.JPG 375 500 Legenda da Foto]Salto Angel visto do mirante em 23/03/11[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514002120.JPG 500 375 Legenda da Foto]Acampamento Wey-Tepui aos pés do Salto Angel em 23/03/11[/picturethis]

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3º dia – A Lagoa de Canaima

 

Acordamos cedo. Gostei de dormir na rede. O dia amanheceu nublado. Tomamos um café e logo fomos até as canoas para retornar à aldeia. Já não tinha mais bateria na máquina. A descida do rio é mais rápida e, depois da chuva da tarde anterior, estava bem mais alto permitindo que o barco não parasse tanto. Às 07h00 já estávamos na água. Após uma hora de barco paramos no Poço da Felicidade, um poço aos pés de uma pequena cachoeira na beira do rio Churún. Estava meio frio e ninguém do nosso grupo quis entrar. Só uns japas de outra canoa entraram na água. Mas o lugar é bem legal. Ficamos cerca de 20 minutos e voltamos para o barco.

 

Mais 40 minutos e, numa certa altura o barco encostou e o guia pediu para que percorressemos um trecho a pé por segurança. Estranhamos pois na subida que é perigoso não tivemos que andar mas, fazer o que? No final da trilha entendemos o motivo. Não tinha nada de perigoso, é que ali tem uma pequena comunidade indígena e alguns artesanatos para vender, além de refrigerante. Mas dessa vez o pessoal não faturou nada, ninguém quis comprar, acredito até porque perceberam a armação. 20 minutos de caminhada plana. Valeu pelo visual e pra “desamassar” a bunda do banco do barco.

 

De volta pra canoa, seguimos o trajeto direto até Canaima. Às 11h30 chegamos no porto e, enquanto grupos de outras operadoras voltaram pra aldeia de carro nós voltamos a pé. Parece que não acertaram o horário ou deram um “migué” mesmo (ponto negativo - 4). Caminhamos 20 minutos e chegamos no alojamento, pegamos nossas malas que tinham ficado guardadas e tivemos que esperar uma senhora com “muita vontade” terminar de limpar o quarto de turistas que tinham acabado de sair (tinha mais uns 30 quartos livres). Tomamos um banho frio, mas lá não faz diferença porque é bem quente e deitamos. Finalmente uma cama. Colocamos as baterias para recarregar, almoçamos e descansamos por cerca de 1 hora. O almoço atrasou bastante e dois russos que precisavam pegar o avião mal tiveram tempo de comer. Saíram correndo mastigando preocupados com o vôo. O guia só falava “don´t worry” e não explicava nada. É claro que eles não ficaram tranqüilos. Mais uma bola fora da Wey-Tepui (ponto negativo - 5).

 

Às 14h00 fomos para a Lagoa e pegamos outra canoa. A lagoa é muito bonita e diferente, pois caem várias cachoeiras dentro da mesma. A água é escura e possui 3 coqueiros dentro dela. Foram junto com a gente os estonianos e um casal italiano. Passamos pela frente de todos os saltos da lagoa (Ucaima, Golondrina e Hacha) e descemos na outra margem, onde caminhamos por 20 minutos até o salto El Sapo. Nesse salto passamos por trás da água, muito legal. Seguindo por uma trilha chegamos até o salto El Sapito. Voltamos o caminho e pegamos uma trilha que chega na “prainha”, uma segunda lagoa formada pelos dois saltos “sapos”. Curtimos uns 30 minutos ali e retornamos ao barco. Às 17h00 estávamos de volta à aldeia Caniama. Jantamos, passeamos pela pequena aldeia e fomos dormir porque estávamos quebrados.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110513235642.JPG 500 375 Legenda da Foto]Poço da Felicidade em 24/03/11.[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514000109.JPG 500 375 Legenda da Foto]Laguna Canaima e salto Ucaima em 24/03/11[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514000549.JPG 500 375 Legenda da Foto]Salto El Sapo em 24/03/11[/picturethis]

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4º dia – O retorno

 

No dia seguinte tomamos café e tiramos a manhã para passear. Andamos um pouco pela vila e aguardamos o almoço para logo em seguida pegar o vôo. O almoço demorou de novo. Mas demorou mesmo. Nosso vôo estava marcada para as 14h00 e às 13:40 ainda não tinham nos servido. Quando veio a comida, adivinhem quem ficou sem? O guia (nessa altura já mais conhecido como FDP) só falava “don´t worry” e saía. P.Q.P!!!! Se não fosse crime hediondo aquele indiozinho já era. Um grupo de russos e sérvios estava chegando e também ficou sem comida. Enfim, uma zona (Ponto negativo - 6).

 

Desisti do almoço, pedi pro carinha o carro que nos levaria até o aeroporto. Vcs acham que ele sabia qual era? P.Q.P!!! 2 – o retorno. Resumindo, pusemos as malas nas costas e fomos a pé com medo de perder o avião. Tudo bem que a caminhada não é longa, mas é f*** vc pagar e acontecer isso. Uns 10 minutos após chegarmos no aeroporto chega um jipe com nossos colegas. A diferença é que eles estavam em outros alojamentos, muito melhores que a porcaria do Wey-Tepui e foram informados que o vôo sairia somente às 14:50. Nós não, só escutávamos “don´t worry” (Ponto negativo - 7).

 

Pra finalizar comprei uma camiseta do salto (BsF 60,00) porque não existia nenhum artesanato que remetesse ao Salto Angel (P.Q.P!!! 3). Comi umas porcarias e fomos pro avião. O vôo também foi tranqüilo mesmo com um pouco de chuva no pouso em P. Ordaz. Do aeroporto pegamos um taxi (BsF 30,00) para a rodoviária. Na verdade nem era taxi, o cara viu que estávamos procurando e ofereceu.

 

Na rodoviária procuramos um ônibus até porto La Cruz, de onde iríamos para Isla Margarita, seguindo os conselhos de um casal de argentinos que encontramos no Monte Roraima, mas isso é história para outro relato.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514004016.JPG 500 375 Legenda da Foto]Teco-teco que voamos até P. Ordaz em 25/03/11[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514004148.jpg 500 373.698820264 Legenda da Foto]Laguna Canaima vista do avião em 25/03/11. Na sequência os saltos: 1- El Sapito, 2- El Sapo, 3- Hacha, 4- Golondrina e 5- Ucaima[/picturethis]

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Resumo de Informações e Considerações Finais

 

Valores

Compramos dólar no Brasil por R$ 1,75 e trocamos o dólar na Venezuela por BsF 8,10.

Pacote (3D-2N) partindo de P. Ordaz: BsF 2.500,00 por pessoa (R$ 540,12 ou U$ 308,64)

Ônibus (St Elena – P. Ordaz ): BsF 92,00 por cabeça (R$ 19,88 ou U$ 11,36)

Táxis (rodoviária - aeroporto - rodoviária): BsF 60,00 (R$ 12,96 ou U$ 7,41)

Outros (lanches, lembranças, cerveja, etc): BsF 243,00 (R$ 52,50 ou U$ 30,00)

Taxas (embarque + parque): BsF 70,00 por cabeça (R$ 15,12 ou U$ 8,64)

 

O Salto Angel e a Lagoa Canaima valem muito a pena. Os lugares são incríveis. Quem vai para a Venezuela, tanto pro litoral quanto para o Monte Roraima não pode deixar de passar por lá.

 

O pacote normalmente inclui tudo (passagens aéreas, 1 hospedagem na aldeia, 1 hospedagem no acampamento, 2 passeios, 2 almoços, 2 jantas e translado) mas como relatei nem sempre as operadoras cumprem o combinado. A Wey-tepui é uma bosta de operadora, extremamente amadora e nenhuma preocupação com o cliente. Recomendo procurar outra mesmo sendo um pouco mais caro.

 

Apesar da correria do primeiro dia, acabamos tendo sorte pois pegamos o tempo aberto e pudemos ver o salto Angel por completo. Se a gente tivesse ido no dia seguinte pegaria tudo muito nublado, principalmente o topo do salto.

Mesmo com os contratempos mencionados, o passeio é extremamente recomendado. Eu faria novamente mesmo correndo risco de passar pelas situações descritas. É impressionante estar em frente à maior queda de água do mundo. Show de bola.

 

Espero com esse relato ajudar os mochileiros que querem conhecer esse lugar espetacular a se preparar e dar a certeza que vale a pena.

 

Nossa viagem às terras de Hugo Chavez começou pelo Monte Roraima, relatado em:

http://www.mochileiros.com/monte-roraima-relato-de-viagem-marco-2011-t55389.html

 

passou pelo Salto Angel e prosseguiu para o litoral. O relato da costa venezuelana está em:

http://www.mochileiros.com/venezuela-litoral-relato-de-viagem-marco-2011-t56250.html#p592818

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  • 1 ano depois...
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Cara, brilhou com o relato, muito obrigado.

 

Onde suas botas ficaram molhadas que vc deixou secando? Qual outro calçado vc levou? será que rola uma bota e um tenis running leve?

 

Na sua foto com as legendas, qual é aquele TEPUY no canto direito superior?

 

AS outras companhias são muito mais caras que a wey tepuy? porque as vezes o preço vale o perrengue né... heheheh

 

se puder responder..

 

grande abraço!

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