Membros Eduardo L Postado Janeiro 22, 2015 Membros Postado Janeiro 22, 2015 (editado) Caros, Sou Eduardo, tenho 28 anos e sou natural de São Paulo, mas atualmente moro em New Jersey. Utilizo bastante o Mochileiros.com como ferramenta de pesquisa para minhas viagens, mas devo admitir que já soneguei muitas informações e dicas para vocês - espero me redimir um pouco com esse relato sobre uma viagem que fiz entre setembro e outubro de 2014, onde passei por Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte, Irlanda, País de Gales e Espanha. Foram 22 dias extremamente corridos, especialmente ao início da viagem, mas que valeram muito a pena - eu tinha uma visão totalmente deturpada sobre o Reino Unido, e essas 3 semanas mudaram totalmente minha visão quanto aos britânicos em geral. ATENÇÃO: Para quem ganha em Real, o Reino Unido é um país caro, muito caro. Qualquer café no Starbucks custava cerca de GBP 4, ou seja, ~BRL 16. Se seu budget é restrito, não recomendo essa viagem - é melhor esperar um pouco e juntar mais grana, ou então escolher um destino mais barato. Yes, life sucks sometimes. 27 de Setembro - São Paulo >> Londres Vôo British Airways BA0240 no terminal novo de Guarulhos - que espetáculo, diga-se de passagem (apesar de já parecer pequeno e com um prédio-garagem minúsculo para a demanda atual). Jantar, vinho, ZzZzZzZzZz… good morning, London! 28 de Setembro - Londres Infelizmente não poderei ajudar vocês com dicas de hospedagem em Londres - em junho de 2013 estive em um albergue no Rio de Janeiro (veja só, sonegando mais uma vez informação…) para assistir ao jogo entre Itália e México pela Copa das Confederações, e acabei conhecendo a Anna, uma eslovaca que estuda e trabalha em Londres e que gentilmente me ofereceu hospedagem durante minha viagem. Ela me encontrou no aeroporto e de lá fomos pegamos um trem para sua casa em Blackheath, sudeste de Londres - viagem que por sua vez demorou cerca de 1h utilizando o trem normal (existe uma outra linha expressa, mas que não cheguei a utilizar). Chegando lá, tomei um banho, larguei minha coisas e almoçamos por lá mesmo. DICA: Fazer network em viagens é sensacional, pois além de conhecer novas pessoas, você ainda pode acabar conseguindo hospedagem grátis em diversas cidades do mundo - algumas que você talvez jamais pensaria em viajar caso não conhecesse alguém de lá. Porém, é importante conhecer bem a pessoa e saber se ela realmente será útil em sua viagem - parece um pensamento egoísta - e talvez realmente seja - mas férias já são tão difíceis de se conseguir que perder tempo é algo que não se pode deixar acontecer. A Anna era extremamente atenciosa, simpática, prestativa… mas definitivamente não conhecia Londres. Tirando o trajeto casa-trabalho, ela não sabia se localizar no metrô e não conhecia muito sobre a cidade em sí - eu quem fui explicar para era o que era o tal de “Wembley” e o que ele significava para o futebol e para a cidade de Londres. Logo que percebi que ela não manjava de nada ali, comecei a estabelecer os programas na cidade e passei a ser o guia. Depois de almoçar em Blackheath, seguimos para o centro de Londres - mais precisamente para a Londron Bridge. Andamos paralelamente ao Tâmisa, cruzamos a ponte, tiramos umas fotos, e seguimos para a London Eye - famosa roda gigante que proporciona uma vista espetacular para os principais pontos turísticos de Londres, entre eles o Big Ben. No trecho entre a London Bridge e a London Eye, existem diversos bares e restaurantes com vista para o rio - acredito que devem ser espetaculares para tomar uma cerveja durante o verão londrino. Ticket comprado para a London Eye (~GBP 21), fiquei cerca de 10-15 minutos na fila (já era noite) e entramos. De lá realmente pode se ter uma sensacional vista dos principais pontos turísticos de Londres, dentre eles o Big Ben e o Palácio de Westminster. A vista panorâmica da cidade a noite é sensacional, mas talvez muitos prefiram fazer esse passeio durante o dia, onde pode se ver a cidade em maiores detalhes. A volta dura cerca de meia hora, mais do que o suficiente para que todos integrantes de cada “vagão” consigam tirar suas selfies. Saindo de lá, seguimos para o London Wonderground, uma espécie de parque de diversões com diversos bares e alguns brinquedos - acabamos indo no Star Flyer, uma espécie de “chapéu mexicano” que gira a mais de 60m de altura (algo entre GBP 15-20). Me parece que esse lugar está fechado, mas que deverá reabrir dia 30 de Janeiro - o que faz sentido, afinal, não consigo imaginar alguém indo nesse brinquedo no inverno… Chega por hoje. De volta a Blackheath e ZzZzZzZ… 29 de Setembro - Londres >> Liverpool Eu falei que foi uma viagem corrida - às 9h40 já estava em London Euston pegando um trem da Virgin com destino à Liverpool. Aliás, depois dessa viagem, eu criei um bordão: “viajar para o Reino Unido e Irlanda é para dummies”. É tudo muito fácil. Tudo muito bem sinalizado, transporte ridiculamente pontual, você consegue pesquisar sobre praticamente tudo antes da viagem na internet - eu saí do Brasil com praticamente todos meus trens e vôos já comprados. Você só se perde ou entra em uma enrascada se for um jegue, ou não souber se comunicar em inglês. Chegando na estação, pego o trem e descubro que eu havia comprado passagem de 1ª classe (sim, fui um jegue). Ao menos tive direito à café da manhã de rei e ao chá britânico na xícara de porcelana… atendimento realmente muito bom, e trem realmente muito rápido. Desci em Crew as 11h10 e as 11h32 tomava uma conexão para Liverpool. Chego em Liverpool Lime Street por volta das 12h10 e me encontro com o Leo, um colega de Unilever - uma das sedes da empresa fica em Port Sunlight, na região metropolitana de Liverpool. Deixo as coisas na casa dele, próximo ao centro, e já vou em direção à Catedral Anglicana de Liverpool. A Catedral é uma construção gigantesca, com mais de 100m de altura, com uma vista espetacular. Custa GBP 5, mas é certamente a melhor vista da cidade. Apesar do tempo frio, gastei uns bons 20 minutos tirando fotos e analisando todos os pontos da cidade. Saindo de lá, me dirigi até as docas - as atrações de Liverpool ficam todas em uma “walkable distance” entre si, ou seja, dá para fazer tudo à pé. Antes, pit stop estratégico no McDonald’s, uma opção econômica de alimentação nesse país absurdo de caro para nós, tupiniquins. Chegando nas docas, passo pelos prédios mais famosos, chamados de Three Graces - ok, são bonitos, mas ainda assim são prédios. Não achei nada demais. Sigo em direção em terminal de balsas (Pier Head) e compro o ticket para o passeio guiado, que tem duração de cerca de 1h (GBP 8 ). Resumo do passeio: frio, muito frio. O tempo estava nublado e o vento fazia com que a sensação térmica fosse muito baixa. Certamente o passeio durante o verão deve ser muito melhor, mas admito que ainda assim ele é bem interessante - contam bastante sobre a história de Liverpool, do porto, que já foi um dos mais movimentados da Europa, das edificações, sobre New Brighton, que foi uma tentativa frustrada de criar um balneário ao longo do rio e que fosse similar à cidade de Brighton, entre outros. Em resumo, vale a pena, mas se possível evite em dias de tempo ruim. Saindo da balsa, sigo até o Museu de Liverpool e tenho a grata surpresa: é grátis! Algumas exposições são fixas e outras rotativas, mas o museu é bem interessante e explica bastante sobre a história da cidade - claro, sempre abordando temas como os Beatles (e a música em geral) e a rivalidade entre os dois times da cidade (Liverpool e Everton). Me encontro com Leo e esposa no centro da cidade, e partimos para um dos pubs mais antigos da cidade - peço desculpa, pois lembrar nome de pub na Inglaterra, país que existe mais bar que habitante, é bem difícil. Depois de alguns pints, voltamos para casa e ZzZzZzZz… RESUMO: Acredito que se você não é fã dos Beatles (como eu não sou…) ou não tem a intenção de assistir alguma partida de futebol, Liverpool é uma das cidades “dispensáveis” ao elaborar seu roteiro. Talvez durante o verão seja melhor, mas a cidade me pareceu bem morta durante o dia. 30 de Setembro - Liverpool >> Manchester Por volta das 10h00, sigo para a estação de ônibus da National Express próximo ao centro e sigo em uma rápida viagem para Manchester (GBP 3). Ao chegar na estação em Manchester, caminho alguns minutos até chegar ao Hatters Hostel (15 Hilton St) - quarto com 8 camas e banheiro privativo por GBP 26 por dia. O albergue tem boa estrutura, mas não é daqueles albergues em que os hóspedes se interagem com facilidade - todas áreas são muito separadas uma das outras, e isso acaba separando muito os turistas uns dos outros. E GBP 26 para ficar em Manchester… hmmm… apesar de ser o padrão da cidade, me pareceu um pouco caro. Anyway, só ficaria um dia apenas na cidade, então largo as coisas no quarto e com ajuda da recepcionista do albergue, garanto horário em uma visita ao glorioso Old Trafford, estádio dos “Red Devils”. Chego rapidamente ao estádio através dos trams, espécies de trens de superfície, que são relativamente comuns no Reino Unido e Irlanda, principalmente em cidades que por diversos motivos não possuem condições de ter metrô. Saindo da estação, chego rapidamente ao estádio e me junto ao grupo do tour guiado (GBP 25). Foi certamente um dos melhores tours em estádios de futebol que já estive, pois eles conseguem responder a qualquer pergunta que você fala - os guias possuem comunicação com funcionários que possuem acesso à estatísticas do estádio e do time, então eles conseguem te responder até quantos minutos o David Beckham jogou no estádio durante a temporada 98-99, ou quantas vezes o Eric Cantona fora expulso em jogos da Premier League. Ao fim do tour, passagem pelo museu do clube e parada rápida para almoço no restaurante dentro do estádio - com direito à buffalo wings e Singha Beer (bem ruinzinha, diga-se de passagem). Deixo o Manchester United para trás e parto à pé para o Musem Imperial da Guerra (cerca de 1km de distância do estádio). O musem é muito bom, aborda como as guerras (principalmente a partir da 1ª Guerra Mundial) influenciaram na sociedade e transformaram o globo, para o bem e para o mal. Para quem gosta de história e/ou de guerras é um prato cheio - é extremamente interessante ver os avisos do governo britânico na TV, em tempos de Guerra Fria, do tipo “como se proteger em caso de ataque nuclear” - simples, se esconda no cômodo mais central da casa e se cubra com um cobertor… yes… yes… it will work... O museu aborda também os atentados terroristas de 2001 e exibe uma estrutura de metal de uma das torres do World Trade Center - algo que pode ser visto no 9/11 Memorial em New York. Outra grata surpresa: esse museu também é grátis. Eu contribui com algumas libras ao ser abordado por um funcionário da lojinha - justo. Pretendia visitar o MOSI - Museu da Ciência e Indústria, dada fama de Manchester durante a Revolução Industrial, porém já se passava das 17h00 e não tinha mais como. Volto para o albergue, tomo um banho e paro em alguns pubs nas proximidades para provar algumas inglesas cremosas assistindo ao jogo entre Manchester City e Roma, que acontecia no Etihad Stadium, pela TV - empate em 1 x 1. Resultado típico para um time sem expressão no cenário europeu. Albergue novamente, ZzZzZzZz… RESUMO: Apesar de eu achar mais legal que Liverpool, essa minha opinião pode estar um pouco enviesada, dado que eu queria muito conhecer o estádio do Manchester United e certamente isso é irrelevante para muitos de vocês. Portanto, Manchester também se enquadra em uma cidade “eliminável”, caso não tenham muito interesse por futebol, principalmente. 1º de Outubro - Manchester >> Windermere De volta à maratona, check out e parto à pé para Manchester Picadilly, estação de trem, de onde sigo até Windermere, via Transpennine Express (GBP 9). Se a Anna não foi de grande valia ao me guiar por Londres (eu ainda volto para Londres após o tour pelo Reino Unido e Irlanda), eu certamente sou grato por ela ter me recomendado conhecer a região dos lagos - eu nunca tinha ouvido falar, e provavelmente não teria ido para lá caso ela não tivesse falado desse lugar. Windermere é uma cidade dentro da região da Cumbria, que possui um lago homônimo situado dentro do Lake District National Park (a região dos lagos é popularmente conhecida como Lake District). O lago, é o maior da Inglaterra e é ótimo para esportes náuticos - costuma ser o destino de muitos britânicos durante o verão. E parecia o destino favorito dos turistas chineses quando estive por lá - uma das atrações da região é a casa da Beatrix Potter, famosa escritora inglesa (digo isso depois de pesquisa pelo Google, porque eu nunca tinha ouvido falar nela antes dessa viagem…). Chego à cidade com um tempinho mequetrefe e bastante chuva - felizmente o albergue era bem próximo à estação. Sigo até o Lake District Backpackers Hostel (quarto com 4 camas por GBP 16). O “exótico” desse albergue é que ninguém trabalha fisicamente nele - após reserva por e-mail, o proprietário te passa a senha da casa e do seu quarto, você faz o check in em um livro na sala e deposita o pagamento em um cofre. Aliás, pelo baixo movimento do albergue, faz todo sentido… a região era realmente muito tranquila, e eu poderia chamar de morta se não fosse pelos turistas chineses. As belezas naturais mais do que compensam a tranquilidade exagerada do lugar, porém. Após essa rápida parada no albergue, ainda sob leve chuva, saio em direção ao lago. Caminho pelas margens do lago até chegar a estação das balsas, na baía de Bowness, de ondem saem passeios até outras regiões do lago. Rápida parada em um restaurante bem meia boca chamado Vinegar Jones - acredito que seja uma rede - para comer o primeiro de muitos péssimos fish & chips da viagem. Depois dessa primeira decepção, parto em direção às balsas e subo em uma, da rota amarela com destino Lakeside - ida e volta demoram cerca de 1h30 (GBP 10.50 somente o passeio ou GBP 15.20 já incluindo entrada até o Lakeland Motor Musem - existem outras atrações em Lakeside além desse museu). O passeio é exuberante - o tempo havia melhorado, então apesar da temperatura amena, o céu já estava limpo e o sol brilhava forte. É um passeio para relaxar, admirar as paisagens e imaginar como deve ser morar nas espetaculares casas à beira do lago, ou ao menos passar alguns dias por lá, relaxando com a bucólica vista para o Windermere. As imagens resumem muito bem o passeio… Chegando em Lakeside, pego um shuttle gratuito até o Lakeland Motor Museum, que basicamente é um museu de carros, que mostra a evolução do automóvel e dispõe de alguns ícones da industria automobilística, como o Ford T, o Citroen 2CV e o DeLorean (o carro do De Volta para o Futuro) - é uma boa pedida para quem gosta de carros no geral. Aproveito para tomar um café na lanchonete ao lado do museu, pego o shuttle e subo na última balsa do dia para voltar à Bowness. A vida noturna de Windermere é bem escassa - a opção da noite foi um pub chamado The Queens, bem próximo ao albergue. O pub, porém, me expulsou para fechar as portas por volta das 22h30… Ao sair, reparei que todos os outros lugares também estavam fechados. Só me restava ZzZzZzZz… 2 de Outubro - Windermere Pela primeira vez na viagem, eu não acordo e parto rumo outra cidade, afinal, nesse paraíso (para o bem e para o mal), vale a pena ficar mais um dia. Resolvo tirar o tirar para pedalar. Antes disso, café da manhã sofrível no albergue, com pão velho, geléia de origem duvidosa, e sem manteiga. Triste. Sigo em direção à estação e alugo uma mountain bike por GBP 23 o dia na Country Lanes Lake District. Inclui capacete, bomba e um mapa com as trilhas mais conhecidas. Como já estava acostumado em pedalar bastante nas ciclofaixas em São Paulo, escolho a rota mais longa (são cerca de 30km, mas com bastantes aclives e declives). O curioso das bicicletas inglesas é que os freios são invertidos também, ou seja, a manopla direita aciona os freios dianteiros e a esquerda os traseiros. O rapaz da loja faz questão de explicar isso, pois muitos já devem ter se esfolado sem saber dessa informação… Sigo até a baía de Bowness e pego uma balsa para chegar ao outro lado do lago (~GBP 2). O passeio é espetacular, com muita vegetação e uma paisagem sensacional. A trilha é relativamente puxada, então se você não está acostumado a andar de bike vale a pena pegar uma trilha mais sossegada. É importante também prestar bastante atenção ao mapa, pois é fácil fácil se perder naquele meio de nada. A trilha inclui algumas estradas, extremamente tranquilas, mas que merecem um pouco mais de atenção; embora os motoristas da região sejam extremamente gentis (uma senhora quase jogou o carro na ribanceira para eu passar, em um trecho mais apertado). Uma das paradas dessa trilha é em um lugar chamado Wharl Castle, que de castelo não tem nada - basicamente é uma casa antiga, inspirada em castelos medievais, que já teve diversas utilidades, sendo a última delas um centro de eventos da Vodafone. A parte externa é muito bonita, mas o interior é meio… x. Não entendi direito o conceito do lugar, a senhora da recepção é bem precisa ao comentar que “this is not the kind of castle you might be thinking about”. Ou seja, fujam. Eu gastei algumas libras à toa nesse lugar. Já voltando em direção à balsa, rápida parada no Cucko Inn, um simpático pub, para uma batatinha Tyrrells e uma Fra Diavolo - espetacular, diga-se de passagem. Aliás, se a comida por lá é péssima (sim, na média é bem fraca), as cervejas são dignas de menção. Devolvo a bicicleta e sigo para o albergue. Banho e descanso. À noite, passeio pelo centrinho e paro no The Lighthouse, para um vinho. Como sempre, fui expulso do The Lighthouse e sigo novamente para o The Queens. Depois de dois pints, sou expulso novamente e a cidade morre. ZzZzZzZzZ… RESUMO: Windermere é sensacional, um lugar que você jamais associaria com a Inglaterra e seu clima nublado e chuvoso. Durante o verão, deve bombar, mas fora de temporada é uma cidade pacata porém boa, caso seu objetivo seja se desligar do mundo e relaxar. Independente da estação, é parada obrigatória estando na Grã-Bretanha. 3 de Outubro - Windermere >> Edimburgo 8h50 saio de Windermere e pego um trem da Transpennine até Oxenholme (GBP 5.30). Aguardo um pouco e as 10h22 pego um trem da Virgin até Edinburgh (GBP 23) - aqui vale a pena mencionar um fato inusitado: o trem atrasou 20 minutos! Sim, um atraso de 20 minutos na Inglaterra é realmente algo inesperado - os horários realmente são respeitados como diz a fama, e os passageiros desse trem estavam revoltados com o atraso para o embarque em Oxenholme. Aliás, esse atraso foi o único de toda a viagem. Chegando na estação de Edinburgh Waverley, logo nota-se que você se encontra na Escócia, ao escutar as gaitas de fole em alto e bom som nas ruas do centro. Chuva, muita chuva nesse dia. Vou até o centro de informações turísticas, logo na saída da estação, pego meu mapa, compro um souvenir e já parto em direção ao Castle Rock Hostel (GBP 16 em quarto misto de 10 camas) - sem dúvida uma das melhores opções na cidade, próximo de diversos pontos turísticos, boa estrutura e staff atencioso. O único porém (e foi um grande porém) é que os travesseiros são péssimos. Eu consigo dormir em praticamente qualquer buraco, mas fiquei com torcicolo por uns 3 dias depois da 1ª noite no albergue. Deixo minhas coisas e rua. Parada rápida em um restaurante turco para comer um gyro, e dado o lixo de clima, parto para o Museu Nacional da Escócia - que é grátis! Existem exposições pagas (na época era uma sobre a dinastia Ming da China, mas o restante do museu já foi o suficiente para ocupar meu tempo. O espaço é bem variado, fala de história, geografia, biologia e fica em uma construção muito bonita. Em um dos ambientes tinha uma Tyrrell, carro de F1 que fora pilotado por Sir Jackie Stewart nos anos 1970. Não gosto muito dos comentários dele quanto ao automobilismo, mas não posso negar que os pilotos dessa época eram diferenciados (para não dizer imbecis, loucos, entre outros adjetivos). Saindo do museu, a chuva tinha melhorado um pouco; aproveito para passar na igreja de Saint Gilles - bonita, mas nada demais - e também para ver a estátua em homenagem ao Adam Smith, considerado pai da Economia. Fujo um pouco da rota e vou até a Brew Dog, cervejaria local (que inclusive já abriu um bar em São Paulo) e provo algumas morenas e ruivas - realmente vale a pena a visita. Depois disso, volto para o albergue pois estava morto. Ou eu fiz algo antes que não estou lembrando também, mas vou assumir que voltei para o albergue para ZzZzZzZzZ… 4 de Outubro - Edimburgo Se no dia anterior o tempo estava ruim, nesse o clima estava ainda pior. Chuva e frio castigavam a bela Edimburgo. Bom, quem está na chuva é para se molhar, então no primeiro horário já subi as escadas que separam o albergue do Castelo de Edimburgo e aproveitei o movimento tranquilo - quando saí de lá, a fila para comprar os ingressos (GBP 16) e a movimentação de turistas era insana, ou seja, realmente vale muito a pena chegar pouco antes da abertura para evitar essa muvuca. O castelo é bem bacana, várias edificações, fala bastante da história da Escócia, da tradição de seu exército, etc. Sim, cultura nunca é demais. É caro, mas é parada obrigatória. Na saída, passo em frente ao Scotch Whisky Experience, que fica ao lado do castelo - acabei passando, pois não sou tãaaaao fã de whisky assim, mas deve ser interessante. Desço em direção ao centro e sigo para a Scottish National Gallery, de entrada grátis. O espaço é gigantesco, mas não tem o tipo de arte que me agrada muito - muita coisa clássica, até mesmo medieval, muitos anjos, santos… meio boring. Como um hot-dog em um food truck na saída da galeria, e como o tempo havia melhorado, sigo em direção ao Palácio de Holyroodhouse. Edimburgo é uma cidade bem pequena, em que você pode fazer praticamente tudo à pé. Se você tem vontade de conhecer coisas mais distantes do centro, talvez valha a pena pegar um daqueles sightseeing buses - mas não foi meu caso. Sigo pela Royal Mile, rua que praticamente liga o castelo até o palácio e o parlamento, e chego ao palácio. Mas não entrei. Acho que estava um pouco cansado de palácios e coisas reais, e achei o preço bem caro (lembrem-se, já tinha gasto ~BRL 64 para entrar no castelo…). Atravesso a rua e sigo até o parlamento, porém sou informado que não estavam permitidas visitas - não ficou claro se não estavam permitidas visitas como um todo, ou se no dia/horário que eu fui. Anyway, o tempo estava top agora, e sigo em direção ao Holyrood Park, logo alí ao lado. Esse parque na verdade é um grande morro, de subida relativamente íngreme, ue te proporciona uma vista espetacular de toda Edimburgo. Um lugar ideal para um piquenique ao fim de tarde. Depois da andar por algumas boas horas (o parque é bem grande), parada rápida na Brew Dog para tomar mais uma cerveja e volto para o albergue. Power nap e à noite parto para a vida boêmia - Edimburgo é definitivamente uma cidade boêmia, dizem que é a cidade do Reino Unido com a maior média de bares/capita. Sim, na área turística da cidade 50% dos imóveis eram pubs e os outros 50% eram lojas de souvenir. Parada no Whistle Binkies, um famoso bar onde tocam diversas bandas e que possui uma boa variedade de drafts. Depois de alguns (vários) pints, albergue e ZzZzZz. RESUMO: Apesar de ser uma cidade pequena e não ter muitas atrações fora castelos e palácios, a parte boêmia da cidade mais do que compensa. Fora que é uma cidade bonita, toda antiga e tal… vale a pena! Fora que dizem que Glasgow é bem mais ou menos, então entre Edimburgo e Glasgow, vá de Edimburgo. 5 de Outubro - Edimburgo >> Belfast Saio do albergue depois de um pão com manteiga e um café com leite e vou para o centro da cidade, de onde pego um ônibus até o aeroporto (GBP 4). 12h00, vôo 0684 da FlyBe com destino ao Aeroporto Internacional George Best, em Belfast, Irlanda do Norte. Portas em automático… ou em manual… nunca entendi esse negócio das portas do avião… Chegando em Belfast, logo falo com uma simpática senhora no balcão de informações turísticas e aguardo o ônibus que leva até o centro da cidade. Dia bonito, porém extremamente frio. Chego ao centro… deserto. Domingo à tarde, em pleno centro comercial de Belfast, e as ruas praticamente desertas. Acho algumas pessoas que me indicam a direção do albergue, e depois de cerca de 15 minutos chego ao Vagabonds Hostel (GBP 16 em quarto misto de 6 camas). É importante salientar que o site desse albergue mostra umas fotos espetaculares, em que o lugar nem parece um albergue, mas sim, um hotel “trendy” - realmente, o lugar é muito bom, bonito, aconchegante, mas as fotos enganam bastante. É um albergue arrumado e bem decorado, nada além disso. E o staff também é bem friendly - foi um dos poucos albergues que fiquei em que você realmente interagia com os outros turistas e com os funcionários. DICA: Só não aceite o jantar preparado por um italiano de dreadlocks no cabelo que trabalha por lá. Ele fala que vai preparar uma pasta, você já associa “Itália” com comida boa, o cara de entender do assunto… o cara te pede GBP 5 e te serve uma gororoba. É melhor pegar esse dinheiro e comer no KFC à poucos metros - êta italiano mezza-boca! Deixo minhas coisas no quarto e volto para o centro da cidade… sei lá, ao menos tomar uma Guinness… eis que encontro o ônibus de sightseeing partindo para a última volta. Como o ticket (GBP 12.50) vale por 2 dias, aproveitei e já fiz uma parte do tour nesse dia quase morto. Dei azar, porque o St Georges Market, uma espécie de mercadão, funciona somente de sexta à domingo, mas acabara de fechar - vale a pena conferir caso estejam na cidade nesses dias. Tour começa no centro da cidade e em pouco tempo já chega às zonas de conflito - devo assumir que eu não tinha a menor idéia de que ainda existia essa divisão dentro de Belfast. Em uma boa parte da cidade, é notória a divisão entre católicos e protestantes (na verdade o conflito é muito mais entre os “irish” e os “loyals”, mas acredito que a religião acabou se tornando um bode espiatório…) ao longo de bares, comércios e muitas casas. No geral, a maior parte da população não está nem aí se você é católico ou protestante, então você não vê qualquer indício de conflito ou de posicionamento político/religioso em maior parte da cidade. Mas nas proximidades das “peace lines”, ou “muros da paz” (irônico, não?), essa divisão é notória - ao escurecer, os portões que separam ambos os lados são fechados, assim como aos finais de semana. Bizarro… fato curioso é que esses muros estão ativos por muito mais tempo do que o próprio muro de Berlim, que por tanto tempo dividiu a Alemanha em dois países. Bizarro… Conflitos à parte, os muros em sí e as pinturas nas paredes de inúmeras casas, bares e comércios são muito legais - muitas sim, em tom revanchista, mas todas sensacionais, principalmente para quem gosta de arte de rua. De volta ao centro, sigo para o Kelly’s Cellars, um dos pubs mais antigos de Belfast (“um dos”, porque inúmeros pubs lá se declaram o mais antigo da cidade…). Guinness na conta, batatinha chips para acompanhar, clima de final de domingo... volto para o albergue, jantar ruim e ZzZz… 6 de Outubro - Belfast >> Dublin Dia seguinte seria corrido - fazer o restante das atrações (ok, é Belfast, não NYC, não existem tantas atrações assim…) e ainda pegar um trem para Dublin. Se o jantar do italiano era péssimo, o café da manhã era sensacional - nunca comi tanta Nutella na minha vida. Parto para o centro, subo no ônibus e sigo até o Titanic Belfast (~GBP 14), um museu dedicado ao Titanic, um barquinho aí que foi construído na cidade. Sim, fizeram um museu em homenagem à um barco. E ainda por cima um que afundou. Mas o museu é muito bacana, bastante interativo e fala bastante da história naval de Belfast e do Titanic em sí. Fora que a edifício é espetacular, e fica justamente no porto onde os navios eram construídos na época em que a cidade era um potência naval (hoje em dia eles apenas fazem alguns serviços de manutenção naval). E sim, você escuta muita Celine Dion ao som de “My heart will go on”. DICA: Para quem gosta da série “Game of Thrones” (nem sei do que se trata), ela é gravada no Titanic Studios, que fica logo ao lado do museu. Certamente existem visitas guiadas aos estúdios, vale a pena dar uma pesquisada. Ao longo do resto do tour, diversas curiosidades sobre a cidade, dentre elas que o Royal Victoria Hospital, de 1906, é considerado o primeiro hospital com ar-condicionado no mundo. Impressionante, não? Desço do ônibus, volto para o albergue pegar minhas coisas e parto para a estação de trem - caminhada de cerca de 20-25 minutos. Como um lanche em um café dentro da estação mesmo e aguardo meu trem até Dublin (GBP 14). RESUMO: A cidade parece ser extremamente miada, mesmo aos finais de semana, mas a questão dos conflitos é algo difícil de acreditar até se ver com os próprios olhos. Até agora eu ainda não acredito que eles realmente possuem portões para separar um lado do outro, em pleno ano 2015! O muro de Berlim caiu tem quase 30 anos! E pelo que li sobre o tema após a viagem, não há muitos indícios de que ele seja descontinuado nos próximos anos… os protestantes culpam os católicos, os católicos jogam a culpa para os protestantes… em resumo: é ver para crer. Chego em Dublin e de lá pego um metrô até Shankhill, região litorânea ao sul de Dublin. Depois de 5 minutos de caminhada embaixo de muita chuva, encontro a casa de meu amigo Mouse - que estudara comigo em meados de 2004-2006 - já morando em Dublin por cerca de 8 anos, casado e pai de duas lindas meninas. Conheço sua patroa, pedimos uma pizza, brinco com as pimpolhas, jogamos um videogame e chega por hoje. ZzZzZ… em uma bela cama! 7 de Outubro - Dublin Acordo cedo e logo parto para o centro da cidade, onde pego um Starbucks e já subo no sightseeing bus (EUR 30 - extremamente caro, mas estava com preguiça de planejar muito). Depois de uma volta completa sobre o ônibus, paro no principal ponto turístico da cidade: Guinness! Devo admitir que esperava muito mais dos EUR 18 investidos no passeio - da fabrica em sí, você não vê nada. O tour basicamente é um passeio por um espaço temático, onde você encontra diversas informações e vídeos sobre a história da cervejaria e como a cerveja é produzida; mas isso é certamente algo que poderia ser visto no Youtube ou em algum site especializado. Fiquei extremamente decepcionado, pois eu esperava realmente um passeio por dentro da fábrica ou algo do tipo. Depois dos vídeos históricos e explicativos, você faz alguns testes sensoriais, onde pode sentir o aroma dos principais componentes da cerveja e também aprende o correto modo de degustar a Guinness. De lá, você parte para o treinamento de como tirar uma boa cerveja, inclinação de 45º, deixa 2 dedos para o colarinho, espera descansar, colarinho… easy as that. De lá, você parte para o Gravity Bar, um bar localizado no topo do edifício com vista panorâmica de 360º. Passeio legalzinho, nada mais. Na saída, uma loja com centenas de lembrancinhas aguardando ansiosamente para serem compradas pelos turistas. Claro, eu não fui exceção e deixei alguns euros por lá. De lá, parto para St Patrick’s Cathedral - que eu imaginava imponente e gigantesca, dada fama de St Patrick. Mas não, é uma igreja média, normal, bonita, mas nada espetacular. A de NYC é muito mais bonita, por exemplo. Seguindo no ônibus, uma das próximas paradas é da destilaria Jameson, famosa por seu whisky. Como já disse no dia de Edimburgo, não sou grande fã de whisky, então optei por pular essa parada - mas acredito que seja algo similar ao da Guinness, principalmente porque a fábrica da Jameson nem fica mais em Dublin, ao contrário da Guinness. De lá o ônibus segue para o Parque Phoenix, um dos maiores parques do mundo - e o maior parque fechado da Europa. Tem 11km de perímetro e dentro do parque se localiza a residência do embaixador dos Estados Unidos na Irlanda. Contém também o Wellington Monument, maior obelisco da Europa. O parque é realmente gigante, se não me engano é o dobro do Central Park, por exemplo. Ao final do tour, me encontro com meu amigo e seguimos até o Dawson Lounge, um dos menores pubs do mundo (mais uma vez, vários pubs se entitulam o “menor”, o “maior”, o “mais antigo”, etc.) e contabilizamos mais uma Guinness. O lugar nem é tão pequeno assim, devem caber umas 30-40 pessoas tranquilamente. Saímos de lá e andamos pelo Temple Bar, região com muitos bares (inclusive o próprio Temple Bar). Pulamos essa região, pegamos o carro e fomos até o Johnnie Fox, um restaurante/pub afastado da região central, onde comemos até estourar. Pão sensacional (lá é conhecido por “soda bread”), mexilhões igualmente espetacular e um cozido de cordeiro para fechar a conta. Voltamos para casa rolando e um pouco mais pobres, mas o lugar vale a visita. Voltamos para casa, jogamos um Xbox, arrumei as malas e ZzZzZz… 8 de Outubro - Dublin >> Cardiff Deixo as malas com o Mouse, que me prometeu levar até o aeroporto depois do trabalho. Me despeço das gatinhas e da esposa e sigo para o centro de Dublin - dessa vez, sob muita chuva. Cafézinho no Starbucks novamente e pego o ônibus para… sei lá… qualquer lugar que esteja seco. Não consigo lembrar direto o que fiz nesse dia, pois não tenho muitas fotos ou quaisquer anotações do meu segundo dia em Dublin - sinceramente, fiquei um pouco decepcionado com a cidade, eu esperava um pouco mais; talvez seja realmente ótima para morar e trabalhar, mas “a nível de” turismo, é ok apenas. Hamburger honesto no Eddie Rocket’s, próximo ao Temple Bar, umas cervejas depois e logo me encontro com o Mouse, que me dá carona até o aeroporto de Dublin. Vôo Aer Lingus EI3298 das 19h25 com destino à Cardiff, no País de Gales. RESUMO: Esperava mais de Dublin, muito mais. Não sei se foi o tempo, se minha expectativa era muito alta, mas Dublin realmente não me agradou muito. Como disse anteriormente, talvez seja uma ótima cidade para se morar e trabalhar, tudo muito organizado (como em toda a viagem no geral)... mas meio insossa. Fora isso, realmente foi ótimo ver um amigo depois de tanto tempo e conhecer o resto da gangue. Noite linda em Cardiff, saio do aeroporto e logo pego um ônibus que me deixa em um ponto de ônibus ao lado do Millenium Stadium, estádio coberto para mais de 74.000 torcedores (a capacidade do Maracanã durante a Copa do Mundo). Fico no Riverhouse Backpackers, hostel logo atrás do estádio (GBP 17 em quarto misto de 4 camas) - deixo minhas coisas e parto rumo ao centro para tomar e comer alguma coisa. A cidade estava bem deserta, o que me parece ser o padrão de Cardiff, mas através do celular descubro um lugar chamado Urban Tap House, um bar com boa seleção de cervejas. A cozinha já estava fechada, mas peço recomendações de cervejas locais e me sugerem a Tiny Rebel - altamente recomendada! Com fome, mas sem opção alguma, volto para o albergue e meu dia se encerra. ZzZzZzzZ… 9 de Outubro - Cardiff O dia amanhece mais ou menos na capital galesa, e após um espetacular café da manhã, com direito a croissant e muita manteiga, caminho poucos minutos em direção ao Bute Park, parque ao lado do Castelo de Cardiff. Depois de algumas voltas no parque, sigo em direção ao castelo (GBP 11). O castelo é bastante interessante, mas tirando o fato de ser medieval, ele não possui muitos atrativos. Alguns corredores temáticos, mostrando algumas situações vividas pela população em tempos de guerra, e ao lado palácios da realeza - esses sim, mais interessantes, com muitas artes, pinturas, quadros, livros, etc. O lugar é muito bem cuidado e certamente merece uma visita. Pequena parada para tomar um café na rua em frente ao castelo, voltou ao Bute Park e embarco em um passeio pelo rio até a baía da Cardiff - não sem antes ser surpreendido pela chuva, que com a mesma velocidade que apareceu, foi embora. O passeio, que leva cerca de 15 minutos, percorre o rio Taff e te leva até a baía da Cardiff, a parte mais moderna da cidade. Ao sair do barco, pausa para fotos da baía e do Pierhead, edifício onde antigamente ficava a administração de todo o porto, e que atualmente mostra a história da baía, como ela evolui ao longo dos anos e que, depois de um tempo, perdeu sua importância e ficou abandonada até a renovação da região, em meados dos anos 2000. Ao lado, o prédio do parlamento galês, mais conhecido por Senedd - prédio super moderno e sustentável, que contrasta com o estilo antigo do Pierhead. Quando começa a segunda chuva do dia. Busco abrigo no Millenium Centre, um centro de eventos super moderno, onde acontecem shows, espetáculos, exposições, etc. De lá, sigo para um dos restaurantes da região - na baía, existem inúmeros restaurantes e bares com vista para o rio, é certamente um dos points da cidade nos dias de tempo bom. Como sempre, escolho um famoso pelos fish & chips - e novamente, uma decepção. Na saída do restaurante, mais uma vez a chuva insiste em aparecer - sigo para um bar chamado Terra Nova, onde provo a tal cerveja Brains; boa, porém nada espetacular. Após o fim da chuva, sigo direção norte e entro no Red Dragon Centre, um shopping ao lado do Millenium Centre. Depois de gastar algumas libras nos fliperamas - o empreendimento possui lojas, restaurantes, cinemas, fliperamas, boliche, sorveterias - decido subir até o centro; o que leva cerca de 25-30 minutos. Chegando no centro de Cardiff, noto que existem muitas lojas de roupas - compras não era meu foco nessa viagem, principalmente porque tudo é extramemente caro e também porque eu não tinha espaço para mais nada na minha mochila. Não sei se Cardiff tem fama na moda britânica, mas a quantidade de lojas de roupas na região era grande. Encontro o St Mary Street Market, uma espécie de mercado das pulgas, onde você encontra de tudo - de pães, até carnes e roupas. De lá, caminho um pouco mais e sigo até o Museu Nacional de Cardiff - bem chatinho, tem mais porcelana do que na Camicado. Depois disso não tenho a menor idéia do que fiz… vamos para a parte do ZzZzZzZ… RESUMO: Conheci o País de Gales. E só. 10 de Outubro - Cardiff >> Bath Pego o trem das 9h30 na estação central de Cardiff (colado à estação de ônibus em frente ao Millenium Stadium) e logo chego em Bath. De Bath, sigo direto para o Bath Backpackers (GBP 17 em quarto misto para 10 pessoas), deixo minhas coisas e já paro para o centro da cidade (se bem que a cidade é tão pequena que toda ela fica no centro…). Primeira parada é na famosa Abadia de Bath (GBP 2.50) - igreja muito bonita, clara, imponente, e localizada justamente na principal praça da cidade, ao lado dos banhos romanos; que será a próxima parada. Os banhos romanos (GBP 18) são os precursores dos clubes - basicamente um conjunto de piscinas e termas destinados ao lazer, e em muitos casos, ao tratamento de doenças (principalmente porque os médicos da época não tinham a menor idéia das causas de inúmeras doenças, e simplesmente mandavam seus pacientes se tratar nas águas medicinais do balneário). É impressionante como eles conseguiam se utilizar das águas quentes desde aquela época e criar todo um sistema hidráulico que alimentava o espaço. O passeio inclui aqueles fones que explicam mais dos banhos e de história, algo bem legal, pois você não fica simplesmente vendo as coisas sem entender bem o que elas significam. De lá, sigo em direção ao Royal Crescent, um grande parque localizado em frente ao Royal Crescent Hotel, um spa de luxo da região - só volto lá se ficar hospedado em um lugar como esse… O tempo estava espetacular, céu aberto e uma temperatura amena - ideal para relaxar no parque, fazendo nada. Bom, como o tempo urge em minha viagem, desço até a Sunderland St, menor rua da cidade e uma das menores da Europa - é basicamente um puxadinho da Greate Pulteney St, onde cabem 3 carros estacionados e nada mais. Volto para o centro, passo pela Pultenery Bridge e sigo em direção ao Alexandra Park, de onde consigo ter uma visão espetacular de toda Bath - é uma bela subida, então se preparem para suar. Sigo de volta ao centro da cidade, paro em um Tesco Express para comer algum lanche e sigo de volta ao hostel - que por sua vez, fora indicado por um amigo meu que já trabalhou lá enquanto esteve na Inglaterra. Amigo meu que pelo visto não deixou muitas saudades, pois o dono do albergue não me pareceu muito feliz quando eu contei que “fulano havia mandado um abraço”... Depois de uma power nap, sigo para o Yak Yeti Yak, um restaurante nepalês indicado por esse mesmo amigo. Infelizmente o restaurante estava lotado (era sábado) e eu fiquei sem conhecer um dos melhores restaurantes da cidade. Ok, bora pro Tesco comer um lanche e depois para algum pub tomar mais umas cervejas. Daí… ZzZzZzZz… RESUMO: Vale a pena conhecer a abadia, os banhos romanos, o parque… ou seja, pode-se fazer tudo em um dia. Não é sequer necessário pernoitar, já que tudo é bem próximo e gasta-se pouco tempo de uma atração até a outra. 11 de Outubro - Bath >> Londres O albergue não tinha café da manhã. Really? Bom, bora para o Starbucks tomar um caffe latte e comer um muffin. Da estação de Bath, pego o primeiro trem com destino a Londres - yes, I’m back! Chegando em Londres, pego o trem até Blackheath e deixo as coisas na casa da Anna. De lá, pegamos o trem novamente e seguimos com um destino nada turístico - The Thirsty Bear, um pub que, de acordo com um aminho, tinha um dos melhores hamburgers que ele já havia provado. E realmente, era muito bom - espero que a foto do BBQ Bear Burger consiga convencê-los disso. De lá, seguimos para conhecer os principais pontos turísticos da cidade, agora de dia, e com um tempo sensacional, fresco, mas de céu limpo. Começamos pelo Big Ben, passamos pela Abadia de Westminster, fomos até o Parlamento, depois St James Park e encerramos o passeio no Palácio de Buckingham - aliás, turista é uma raça estranha: o palácio nem é tão bonito assim, nada acontece, ninguém podia entrar... e uma multidão tirando fotos em frente. Não preciso nem dizer que eu não fiz questão alguma de voltar durante a troca de guarda, né? Lugarzinho meia boca… Para encerrar a noite, fomos até um bar de tapas chamado Pix Pintxos, no Soho. O esquema era bem interessante, basicamente tinha um buffet de tapas, com preços entre GBP 2-3 cada, em que você pagava ao final de acordo com a quantidade de palitos em sua mesa. De lá, trem de volta para Blackheath, já que precisava elaborar um plano de ação minucioso para chegar cedo ao programa do dia seguinte. ZzZzZzZzZz… 12 de Outubro - Londres >> Swanley >> Londres Depois de elaborar um plano, que consistia em tomar 3 trens para chegar em Swanley (distante cerca de 35km de Londres), dividir um taxi com outros 3 desconhecidos da estação até o autódromo, finalmente chego ao mítico Brands Hatch, em tempo para assistir a primeira de muitas corridas do dia. Para quem não sabe, Brands Hatch é um dos circuitos mais tradicionais do mundo, que foi inclusive uma das sedes de Londres para os Jogos Paraolímpicos de 2012. Para um fã de automobilismo, aquele dia era compensaria todos os dias de tempo ruim e as decepções durante a viagem - em resumo, eu estava mais feliz que pinto no lixo. Última rodada do campeonato e diversas decisões - a mais esperada no British Touring Car Championship (BTCC). Você compra um ingresso para acesso ao circuito (GBP 26) e outro para a arquibancada (GBP 16), porém esse último foi dinheiro jogado fora, dado que é muito mais interessante ficar andando ao redor do circuito, a fim de encontrar um bom lugar para ficar e tirar fotos. Autobilismo à moda antiga, com muitos carros estacionados no interior do autódromo, famílias inteiras em suas barracas, comendo, bebendo, e acompanhando as disputas na pista. E o mais legal de tudo, é que pouco antes da primeira corrida do BTCC (são 3 corridas por rodada), eles abrem os boxes e você pode visitar as garagens, tirar fotos com os pilotos e tudo mais - tudo sempre muito organizado e pontual. Depois de muitas corridas, a última do dia foi debaixo de um dilúvio. A chuva estava fortíssima, e a iluminação natural era quase nula - felizmente os carros do BTCC possuem faróis, o que impediu um termino antecipado da corrida. Na saída, encontro um taxi e mais um louco molhado que precisava ir até a estação. Ensopado, sigo contente de volta à Blackheath. Banhinho quente, conforme falava a mamãe, e ZzZzZzZz… 13 de Outubro - Londres Dia típico em Londres - frio e muita chuva. Muita chuva. Saímos de Blackheath rumo ao centro, através da estação London Bridge, passamos em um Starbucks para o já tradicional combo cafe latte + muffin e seguimos até o Tate Modern. Museu bastante interessante, em que a maior parte das exposições são gratuitas. Assim como o Moma em NYC e o Louvre em Paris, o Tate está repleto de quadros clássicos, entre Van Gogh, Renoir, Monet, etc. Como bom pão duro, pulei a exposição paga (era de um artista russo, não vou me lembrar do nome…), saímos do museu e seguimos em direção à St Paul’s Cathedral - via Millenium Bridge. Aliás, Millenium Bridge que é um perigo em dias de chuva; como sua estrutura é metálica, aquilo vira um sabão quando molhado - atenção redobrada! Ok, meio conselho de mãe, mas whatever… Depois de passarmos para catedral, seguimos para o shopping que fica ao lado e que possui uma vista privilegiada da cidade na cobertura do último andar. De lá, pode se ver bem o Shard - prédio mais alto de Londres - que no dia ficara coberto pelas nuvens. Almoçamos alí no shopping mesmo (possui boas opções com preços camaradas) e de lá seguimos até uma praça que possui uma escultura em referência ao grande incêndio de Londres de 1666 e que destruiu as casas de quase 90% da população. Meio besta, mas a Anna achara aquilo o máximo… anyway… de lá seguimos para Wembley - que não precisa de muitas apresentações, certo? Ao chegarmos no estádio, tudo muito bem sinalizado, compramos o ticket (GBP 16) e joguei um pouco de Xbox enquanto aguardava o horário. O tour tem início e fala-se muito da história de Wembley, do que o estádio antigo e as duas torres significou em termos de futebol, visita-se o vestiário, passa-se pelas arquibancadas - ou seja, um tour de estádio bem padrão, mas com guias muito bons e muito inspirados, apesar do clima péssimo. Clima que fica ainda pior, pois a chuva aperta e ficamos ensopados no trajeto entre o estádio e o metrô. De volta à Blackheath, vamos até a cervejaria Zero Degrees (existem ainda outras três em Bristol, Reading e Cardiff), onde pode-se provar boas opções de cervejas e um pote de mexilhões com molho criolo (tomate, manjericão, pimenta, alho, etc.) sensacional. De lá, casa e ZzZzZzZ… 14 de Outubro - Londres Último dia em Londres! Já meio cansado, saímos de Blackheath com destino à Charing Cross - de lá, seguimos até a Galera Nacional, também gratuita. Ao contrário do Tate, achei a galeria um pouco massante, com muitas obras clássicas, barrocas, muitos anjos… ainda assim, alguns quadros clássicos conhecidos, como aquele da cadeira, do Van Gogh. Acho que já estava um pouco saturado de tanta cultura… saímos de lá e seguimos até a região de Covent Garden, uma espécie de Oscar Freire da região - nada demais, ainda mais para quem não queria gastar GBP 1 em mais nada. De lá, seguimos para Chinatown e depois para uma região onde ficam os principais bancos de Londres, próximo à estação Bank do metrô - não estou conseguindo lembrar o nome agora… É uma região bem bonita, vários bares, restaurantes, imagino que devesse ficar bastante movimentada após as 18h. De lá, voltamos para Blackheath rumo ao observatório de Greenwich - que é pago. Como já chegamos um pouco tarde, e o tempo não estava grande coisa, ficamos do lado de fora e aproveito para tirar umas fotos na “metade do mundo” - eu já havia tirado uma foto na “Mitad del Mundo” em Quito, onde passa a linha do Equador, agora só faltava tirar uma foto com um pé de cada lado do meridiano. De lá, compramos comida chinesa, uma cervejas, e poft! ZzZzZzZz… RESUMO: Londres é a New York da Europa - uma cidade muito legal, que sempre tem o que fazer, apesar de ser extremamente cara. Mas eu recomendo um bom planejamento caso você tenha interesse em ir para lá, pois eu acabei deixando tudo na mão da Anna e só fui “correr atrás do prejuízo” quando percebi que ela não tinha a menor idéia da cidade em que morava. Eu devo ter deixado de ir em muitos lugares bacanas (não, eu não quis ir no museu de cera porque acho tosco), mas ainda assim gostei bastante da cidade e certamente ainda voltarei para lá algum dia. 15 de Outubro - Londres >> Barcelona Me despeço da Anna e pego o trem em Blackheath com destino ao aeroporto de Gatwick (GBP 20) - caro pra ca****!!!!! Mas é até compreensível, porque eu demorei mais de 1h para chegar lá - são cerca de 60km de distância desde o centro. Como sempre, trem impecável - foi impressionante a qualidade dos serviços de trem em todo o Reino Unido e Irlanda durante toda a viagem. E no Brasil, nós transportamos tudo de caminhão… meu Deus… Pausa para o tradicional café com muffin e embarco às 11h35 no vôo BA 2708 da British Airways com destino à Barcelona. E por que Barcelona? Bom, eu tinha planejado inicialmente gastar alguns dias no sul da Inglaterra, especialmente ali na região de Brighton, mas considerando que já estávamos em Outubro, o clima não estava colaborando muito e provavelmente a região estaria miada, aproveitei a oportunidade para gastar algumas milhas que tinha e conhecer uma cidade nova - já havia estado na Espanha anteriormente, mas basicamente somente na região de Madri. E ainda tinha um super bônus ao ir para Barcelona: era mais uma cidade em que teria hospedagem grátis - um dos meus melhores amigos está estudando lá, então é sucesso. Ahhhhh Espanha… calor, sol… Reino Unido e Irlanda são legais, mas nada como o clima espanhol. Do aeroporto, pego um ônibus que me deixa na Plaza de Catalunya, e de lá pego um metrô até Lesseps, onde mora o Buddy. Depois de me passar pela rua sem enxergar a placa e subir cerca de 1km com uma mochila super pesada nas costas, volto e finalmente chego em seu apartamento. Deixo as coisas e parto para conhecer os parques mais próximos - Jardins de Turó del Putxet e o Park Guell. No primeiro, vista espetacular do pôr do sol em Barcelona. De lá, algumas ruas e escadas-rolante depois, pego o restante do pôr do sol no parque onde está a Casa Museu Gaudi e muitas de suas obras. A entrada para conhecer as obras de Antonio Gaudí custam EUR 8, eu acabei optando por não pagar e apreciar de longe mesmo - Barcelona é uma obra de arte, e o que não faltou nessa minha estadia na cidade foi ver exemplos do trabalho de Gaudi. De lá, volto para o apartamento, cervezita, tortilla, más cerveza… y ZzZzZzZ… 16 de Outubro - Barcelona Acordo bem cedo e caminho desde Lesseps até a praça de Catalunya - vale muito a pena caminhar por todo o Passeig de Gracia, pois você verá diversas obras de arte ao longo de sua extensão, entre eles a Casa Battlo. Chegando na praça, parada para um pan con tomate y un cafe con leche e pego o sightseeing bus (EUR 38 - para 2 dias), já que estava sem paciência alguma de planejar roteiros. DICA: Se você se utilizar desses ônibus turísticos, vale a pena manter o recibo do 1º ônibus pois ao apresentar ele você consegue desconto (cerca de 10%) para os seguintes. Claro, só preste atenção para ver se são da mesma empresa, pois em Barcelona são duas empresas distintas que prestam esse serviço, e saem inclusive do mesmo lugar. São basicamente 2 rotas, a laranja, que te leva para o oeste e passa pelo zoológico, estádio olímpico, Museu Nacional de Arte Catalã e Camp Nou, e a verde, que te leva para o leste, e passa pelo porto velho, Barceloneta, Sagrada Família e Park Guell. Apesar de torcer para o Atlético de Madrid, sigo até o Camp Nou para conhecer o museu e visitar o estádio - fila gigantesca! Sem brincadeira, fiquei mais de 1h na fila para conseguir comprar o ingresso (EUR 23) para o tour - o Barcelona tem obrigação de ganhar todos os campeonatos que disputa, com tanto dinheiro que os turistas deixam alí naquele passeio… O museu é muito legal, fala da história do clube, dos títulos, principais jogadores, você escolhe os vídeos que quer ver… só digo uma coisa: que Ronaldo que nada, Romário que era um monstro. Fez 3 gols na estréia dele pelo clube, e depois de um tempo mandou o treinador se lascar. Se o museu era bom, o passeio pelo estádio é bem fraco - é tanta gente, que eles não fazem um tour guiado, então você basicamente segue um caminho e vai passando ao lado do campo, pelas arquibancadas… pobre, ainda mais se comparado com os tours anteriores no Old Trafford e em Wembley. De lá, sigo para o teleférico de Montjuic (EUR 11.50), que definitivamente não vale a pena - o teleférico nem é tão longo assim, uma caminhada de 20 minutos te leva até o topo do monte. Vale mais a pena subir à pé e apreciar a paisagem de graça. Volto ao ônibus e sigo até o Maremagnum, um shopping ao lado do porto novo e do pier, para uma parada estratégica para almoçar e tomar um sorvete Ben & Jerry’s (preciso prestigiar a firrrrma, né?). Após essa parada estratégica, pego o ônibus novamente e sigo para a Sagrada Família. A obra inacabada de Gaudi (que segundo palavras do próprio artista “pode demorar muito para ficar pronta, pois Deus não tem pressa”) é realmente sensacional. Parecem até igrejas diferentes dependendo do lado em que você está. Eu só apreciei a igreja pelo lado de fora, porque a fila para comprar ingressos é gigantesca - caso vocês façam muita questão de conhecê-la, vale a pena comprar os ingressos pela internet. Me parece também que existe um ATM em que você consegue comprar ingressos com cartão de crédito, mas não vi, então pode ser lenda… De lá, volto para Lesseps, mais cerveja e tortilla e ZzZzZz… 17 de Outubro - Barcelona Depois de um bocadillo qualquer pela rua, caminho novamente pelo Passeig de Gracia até a praça de Catalunya, onde eu embarco novamente no ônibus de rota laranja. Primeira parada no Museu Nacional de Arte da Catalunha (EUR 12) - onde a fachada já é uma obra de arte, com diversas quedas d’águas. Dentro, diversas obras modernistas, Miró, Picasso, gravuras relativas à guerra civil espanhola; um museu realmente muito legal. Saindo de lá, de volta para o ônibus e sigo para o Estádio Olímpico Lluís Companys, famoso pela abertura dos Jogos Olímpico de Barcelona em 1992 - a pira olímpica continua lá, inclusive. É um estádio simples, de estilo antigo, mas que vale a pena conhecer, já que, ao menos para mim, teve uma cerimônia inesquecível (talvez porque eu só tivesse 6 anos à época, e é uma das minhas primeiras memórias de quando pequeno). Paro para comer um sanduíche e tomar uma cerveja no bar do estádio e sigo à pé para o Museu Olímpico Juan Antonio Samaranch - o lugar trata de explicar a história de diversos esportes e sua relação com os Jogos Olímpicos, e conta inclusive com algumas áreas em que você pode testar suas habilidades contra desempenhos de atletas profissionais (se não me engano, recordistas em suas modalidades, inclusive). E o mais legal: uma parte exclusiva para o Cobi! De lá, já um pouco cansado, pego o ônibus, paro novamente no Maremagnum para um sorvetinho, aprecio um pouco a paisagem e pego o ônibus novamente com destino ao Park Guell, parada próxima à estação Lesseps. Em casa, power nap, pois a noite rolou balada na Barceloneta, em um lugar chamado Bestial Beach Club - muito bom, inclusive. Boa música, gente bonita, só faltou a cobertura do Amaury Jr. 18 de Outubro - Barcelona >> Londres Ainda me recuperando dos excessos da noite anterior, vou com meu amigo e roomies até a Moritz, cervejaria famosa de Barcelona. Depois de provar algumas de suas cervejas, comer uns camarões, tortillas, lula, e tudo que temos direito, passamos na lojinha para algumas lembranças - algumas só, pois a mala já estava estourando com todas as lembrancinhas dos outros países. Depois da última refeição nesse paraíso, voltamos para Lesseps, fecho às malas, pego o metrô até a praça de Catalunya e sigo de ônibus até o aeroporto. Vôo BA 0487 e chego já bem tarde ao aeroporto de Heathrow. Do aeroporto, pego um outro ônibus que passa em todos os hotéis da região - eu tinha milhas de um programa de fidelidade, e acabei ficando hospedado no Holiday Inn London Heathrow, já que pegaria o vôo logo cedo para São Paulo. Tomo banho umas 2x (claro, tinha de aproveitar a melhor hospedagem de toda a viagem!) e durmo como um neném. RESUMO: Barcelona é sensacional. Ótimo clima, boa comida, noite sensacional. Não morra antes de conhecer Barcelona. 19 de Outubro - Londres >> inferno Vôo BA 0241. Que viagem longa. De dia. E tinha uma TV que estava sem funcionar - a minha. Para chegar em Guarulhos ainda. Yes, life sucks. Game over. RESUMO DO RESUMO: Esse foi meu segundo mochilão sozinho - o primeiro foi em 2010, quando fui para Peru, Equador, Colômbia e Venezuela, em que soneguei informação para vocês - e eu realmente gostei muito dos meus destinos. Viajar por esse lado da Europa é muito fácil - primeiro porque o turista é muito bem tratado e segundo pela infraestrutura, principalmente em termos de transporte. E claro, falando minimamente inglês e espanhol facilita muito sua vida - eu nunca viajei para um país em que não soubesse falar a língua (ou seja, só usei espanhol e inglês), e isso certamente facilita muito qualquer viagem. No Reino Unido e na Irlanda é tudo muito caro - tão caro que quando cheguei em Barcelona comecei a achar as coisas até um pouco baratas (e comparativamente realmente é). Ou seja, é um destino que você não pode pensar em conhecer com um budget muito limitado - é possível fazer algumas escolhas baratas, principalmente em termos de alimentação e hospedagem, mas se privar de todos os museus e passeios, que são geralmente caros, não faz muito sentido, já que a idéia é justamente “viajar”. Minha recomendação somente é de visitar Reino Unido e Irlanda durante o verão, evitando o tempo frio e chuvoso, que realmente tem o poder de estragar seu humor, sua paciência, sua programação, e ainda permite a você conhecer mais lugares - como Brighton, que deixei de visitar justamente pela questão do clima. Já em Barcelona, o clima estava perfeito, e certamente é muito melhor viajar nessa época do ano do que durante a alta temporada, entre julho e agosto. Voltarei para algum desses lugares? Não sei, duvido um pouco - existem muitos lugares legais para conhecer e não sei se eu “gastaria” minhas férias visitando lugares pelos quais já passei anteriormente. Espero que esse relato tenha sido de grande valia para todos os membros do fórum, pois agora eu sei o trabalho que dá relembrar de tudo, rever as fotos, pesquisar na internet e descrever com o maior nível de detalhe tudo aquilo que você fez e desfrutou ao longo da viagem. Parabéns e obrigado ao usuários que postam suas experiências, suas recomendações e suas críticas aqui no Mochileiros.com, e que faz do site o melhor guia turístico que se pode ter. Grande abraço! Eduardo Editado Abril 29, 2016 por Visitante 1 Citar
Membros betodbf Postado Janeiro 25, 2015 Membros Postado Janeiro 25, 2015 Fala, Eduardo! Parabéns pela viagem e pelo relato! Informações úteis, tô indo pra passar 12 dias em Londres agora em maio (incluindo Bath e Stonehenge) e espero que o tempo londrino seja menos severo comigo do que foi contigo. No geral, o que vc dispensaria/eliminaria numa viagem pela Inglaterra e o que vc veria que faltou na tua trip? Abraço e obrigado por compartilhar as informações. Humberto Citar
Colaboradores SimoneCristina Postado Janeiro 26, 2015 Colaboradores Postado Janeiro 26, 2015 Comecei a ler o relato e está muito bom! Só parei porque resolvi começar as anotações para um possível destino, rs. Tenho alguns dias de férias em junho e penso em fazer essa trip. Como tenho menos tempo, pensei em deixar Inglaterra e Espanha de lado. Acha que junho é uma boa época? Obrigada! Citar
Colaboradores fatimartini Postado Janeiro 26, 2015 Colaboradores Postado Janeiro 26, 2015 Bem legal o relato, o que mais gostei foi a foto do lanche hahahah E concordo: não sei que graça as pessoas vêem em museus de cera! Citar
Membros Eduardo L Postado Janeiro 27, 2015 Autor Membros Postado Janeiro 27, 2015 Humberto, Como falei no roteiro, achei Liverpool e Manchester cidades "dispensáveis" - Liverpool vale a pena se você é fã dos Beatles e Manchester caso você vá ver algum jogo de futebol. Se essas atividades não estão no seu escopo, pode riscar da lista... Simone, Durante o verão, se o tempo estiver curto e você precisar escolher entre Inglaterra e Espanha... eu certamente recomendaria Espanha. Inglaterra no verão (ok, junho ainda não é aquele verão, mas o tempo deve estar bom) deve ser bacana (especialmente em Brighton, pelos festivais e tudo mais), mas trocaria facilmente por Barcelona, por exemplo (ou até outras cidades do litoral espanhol, apesar de não conhecer muito) - até porque é um pouco mais barato. Abs! Eduardo Citar
Membros hugogoes Postado Fevereiro 6, 2015 Membros Postado Fevereiro 6, 2015 Fala aí Eduardo, como vai? Cara, curti demais teu relato, até porque tem uma coisa que eu curto muito e pouco vejo, ESTÁDIOS DE FUTEBOL! hahaha Então, to pretendendo fazer uma viagem no meio do ano pra Europa, pra conhecer Itália, Espanha e Inglaterra e, como futebol é um dos meus vícios, meu objetivo é ir em o máximo de estádios possíveis. Queria saber se você acha que é possível fazer um bate e volta em Manchester saindo de Londres só pra visitar os estádios de City e United? A mesma pergunta vai pra Liverpool, já que lá eu visitaria o estádio do Liverpool e (se possível) do Everton. Novamente, parabéns pelo relato e obrigado pela atenção! Citar
Colaboradores SimoneCristina Postado Fevereiro 9, 2015 Colaboradores Postado Fevereiro 9, 2015 Obrigada, Eduardo! Na verdade eu pensei em focar no Reino Unido, por isso penso em cortar a Espanha. Já a Inglaterra, seria por falta de tempo mesmo, rsrs.. Citar
Membros Eduardo L Postado Março 2, 2015 Autor Membros Postado Março 2, 2015 Hugo, Você diz fazer um bate-volta saindo de Londres, certo? Cara, dar dá, mas seria muito melhor você ficar um dia em Liverpool ou Manchester, já que ambas as cidades são muito próximas. Sem contar que talvez você economize por ficar em uma cidade não tão cara quanto Londres. Abs! Eduardo Fala aí Eduardo, como vai? Cara, curti demais teu relato, até porque tem uma coisa que eu curto muito e pouco vejo, ESTÁDIOS DE FUTEBOL! hahaha Então, to pretendendo fazer uma viagem no meio do ano pra Europa, pra conhecer Itália, Espanha e Inglaterra e, como futebol é um dos meus vícios, meu objetivo é ir em o máximo de estádios possíveis. Queria saber se você acha que é possível fazer um bate e volta em Manchester saindo de Londres só pra visitar os estádios de City e United? A mesma pergunta vai pra Liverpool, já que lá eu visitaria o estádio do Liverpool e (se possível) do Everton. Novamente, parabéns pelo relato e obrigado pela atenção! Citar
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