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Relato de viagem de um mochilão pela Argentina. Foi a primeira vez que saí do Brasil e, pior, sozinho! Isso tornou a viagem especialmente única!

 

A idéia inicial era passar 21 dias em território hermano, mas em cima da hora reduzi para apenas 15 dias. Com esses seis dias, saíram do roteiro as estadias em El Calafate e El Chaltén. Fui com tudo planejado, ou seja, quais atrações e locais que iria visitar na viagem. Porém, alterei bastante o planejamento durante a própria viagem. Por sorte, com a diminuição da viagem, sobraram três dias que acrescentei na estadia em determinadas cidades quando preciso. Poderia ter mantido o planejamento e conhecido El Calafate, mas preferi uma viagem um pouquinho menos corrida, porém mais proveitosa. Calafate e Chaltén já estão agendadas para a próxima!

 

Ah, os valores são em pesos argentinos, salvo quando houver o “R”, de reais, na frente do cifrão ou US, significando dólares norte-americanos. Na época da viagem, UM real equivalia a cerca de 1,42 pesos argentinos e cerca de 0,53 dólares norte-americanos.

 

Obrigado a todos que ajudaram!

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[align=justify]Buenos Aires

(três dias – 12 a 14/10)

 

Consegui passagens de ida e volta a R$ 610 pela Gol. Houve atraso para sair do Galeão, no Rio de Janeiro, e na escala em São Paulo. No fim cheguei a Buenos Aires com uma hora de atraso.

 

Pesquisei muito para saber qual o melhor jeito de levar grana para a Argentina e não consegui chegar a uma conclusão. Arrisquei um pouco levando apenas US$ 220 no bolso e meu cartão de crédito Mastercard, de débito Maestro (ou Redeshop) e o cartão do Banco Itaú, onde tenho conta. Há caixas eletrônicos do Itaú em Buenos Aires e Mendoza, onde saquei diretamente em pesos com a cotação oficial. Foi uma ótima! Cheguei a ver alguns outros bancos comuns no Brasil por lá – destaque para o HSBC, tem em vários lugares. Outra dica é trocar os dólares no próprio aeroporto no guichê do Banco de La Nación Argentina, pois trabalha com a cotação oficial. Dei mole e fiz a besteira de trocar U$ 50 em um balcãozinho onde se pegam as malas, crente que era esse que a galera indicava. O do banco é mais à frente. Outra: dá pra trocar os pesos por dólares de novo na hora de voltar, se o avião sair de Buenos Aires. Não sei quanto às outras cidades.

 

Para ir do aeroporto Ezeiza até o Centro de Buenos Aires há duas opções: táxi e ônibus. Há dois ônibus especiais que saem de 30 em 30 minutos e custam cerca de $13. Há um outro ônibus comum que passa no aeroporto. Optei por pegar um táxi do tipo remise, apesar de mais caro – a corrida até o Colonial Youth Hostel, onde fiquei, é tabelada em $59. O albergue fica na Calle Tucuman e o gerente é um uruguaio gente boa que já morou uns meses no Brasil e pode ajudar aos que, como eu, falam apenas "portunhol". A diária custa $26.

 

O albergue é muito próximo a diversos pontos turísticos portenhos no Centro da cidade. Aproveitei o resto da tarde do dia que cheguei (lá escurece um pouco mais tarde do que no Brasil) e dei uma volta para reconhecimento do local. Consegui visitar nesse curto período o Obelisco, a Avenida 9 de Julio, o Teatro Colón, a Plaza Lavalle, a Avenida Corrientes, o Teatro General San Martín e seu centro cultural, a Calle Florida, o Teatro Nacional Cervantes e o Palacio de Justicia – destaque para os sete primeiros. No centro cultural do teatro S. Martín tem sempre uma exposição legal. Quando fui tinha uma exposição fotográfica. No teatro tem peças com preço acessível, para aqueles que curtem teatro e entendem espanhol.

 

Tigre - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/27/photos/12/1200x1200/29/DSC01200.jpg?et=bTcqgVai2iFgMTLyeqNFvw&nmid=14151828 320 240 Tigre]No segundo dia, fui andando até a Plaza San Martín e à Torre Monumental (antiga Torre de los Ingleses), e visitei o Palácio San Martín. Achei a praça muito bacana, mas o palácio estava fechado – apenas tirei fotos da fachada. Próximo da base da torre, se encontra o Terminal Retiro, onde peguei o Tren de la Costa a Tigre e fui à cidade de Tigre. Da Estación Fluvial de Tigre saem barcos toda hora por um pequeno passeio no delta – achei passeios de 40 minutos a 2 horas e meia de duração, porém não fiz nenhum porque só havia casais fazendo o passeio. Fiz uma caminhada pela cidade em direção ao Tigre Club, fazendo uma visita ao Museu Naval no caminho. A caminhada é super gostosa, pois a cidade é limpa, bonita e possui um certo glamour antigo. É um caminho super agradável, adorei a passagem por lá, apesar do museu não ter nada demais, sendo apenas mais um museu de guerra. A vista do clube é bonita também, mas é um pouco distante da estação.

 

Voltei com o mesmo trem, mas desci na parada em Belgrano, onde encontrei finalmente uma sorveteria da Freddo e provei o inigualável e indescritível sorvete de dulce de leche. Espetacular! É um sorvete surreal. Depois, visitei o Museo de Arte Español, o Museo Sarmiento e a Basílica Nuestra Señora del Rosário que é linda demais. Quanto aos museus, não achei nada demais. Continuei a jornada pegando o metrô – ou subte, como é chamado na Argentina – de Belgrano até Palermo. Essa linha do metrô possui vagões bem antigos e pequenos, com um certo ar de submundo. Porém, bem legal![/picturethis][/align]

[align=right]Jardín Japonés - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://images.leoduca.multiply.com/image/17/photos/12/1200x1200/40/DSC01303.jpg?et=NkBEA0vA8wtj9LT8yn4mzQ&nmid=14151828 320 240 Jardín Japonés]Palermo é um bairro lindo demais. O tempo passa fácil quando você está por lá. Prédios com arquitetura moderna e um parque gigantesco – o Parque 3 de Febrero. O parque é muito bem cuidado, onde crianças brincam, jovens jogam bola, casais namoram, famílias passeiam, pessoas correm, caminham, pegam sol etc. Foi um bom lugar para me revitalizar, afinal andei bastante! Visitei a galeria de arte que tem por lá, andei um bocado pelo parque, fui ao Planetario Galileo Galilei, ao Jardín Japones e à Plaza Alemania. Adorei tudo que fiz por lá, só me arrependi de não ter ido ao zoológico, pois falaram muito bem dele. Quanto ao jardim, ele é muito bonito, apesar de ser um passeio bem romântico. Deu saudades da patroa...

 

Depois de uma relaxada na praça, caminhei mais um pouco pelo bairro e visitei o Museo Hernandez e o MALBA. O MALBA é espetacular! Com uma arquitetura moderna e exposições maravilhosas, é o melhor museu de Buenos Aires. Saindo do museu, dei uma passada no Museo de Arte Decorativo, que não achei nada demais, e no Museo de Bellas Artes que possui uma fachada bonita e em sua exposição permanente se encontram obras de grandes artistas internacionais e nacionais, como Rodin, Degas, Cézanne, Renoir, Monet, Van Gogh e Portinari, entre outros. É outro museu imperdível! Para fechar o dia, mais um passeio pela Calle Florida e uma visita ao Galerías Pacífico – shopping luxuoso de Buenos Aires. Não é o melhor para comprar barato, com certeza, mas valeu a visita pelo visual.[/picturethis2]

Como passei os dois primeiros dias em um bom ritmo, resolvi diminuir para três dias minha estadia na cidade. O dia ganho poderia servir para o tempo de viagem entre Madryn e Calafate. Assim, comprei passagem de ônibus pela empresa Andesmar por $120 para Mendoza, semileito. Todos recomendam ficar pelo menos quatro dias em Buenos Aires, mas tomei a decisão na certeza que um dia voltarei lá.

 

Assim, no terceiro e último dia, fui conhecer Puerto Madero, uma área portuária que foi remodelada e possui agora vários bares, restaurantes e boates. Uma área bem bacana que me fez me perguntar por que não fui conhecer o espaço à noite também. Falam que é uma área muito boa à noite. Em Madero, tem uma boate chamada Opera Bay que custa cerca de $30 a entrada, mas é a mais agitada turisticamente falando. No bairro, também se encontra a famosa churrascaria Siga La Vaca, que devido à fila, desisti de experimentar. Há uma Freddo no local também.

 

Casa Rosada - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/26/photos/12/1200x1200/49/DSC01376.jpg?et=6mhORoZSQtKeezOHU5AzXA&nmid=14151828 320 240 Casa Rosada]De Puerto Madero segui a pé para a Plaza de Mayo, onde pude visitar a Casa Rosada, a Catedral Metropolitana – onde está o mausoléu do General San Martín – e dar uma olhada no Cabildo. Uma área muito interessante, mas abarrotada de turistas. O mausoléu do general fica tão cheio que é impossível tirar uma boa foto do local. De lá segui pela Avenida de Mayo, construída nos moldes de Paris, dei uma olhada na estação Perú do subte e visitei o Café Tortoni. No final da avenida, se encontra a Plaza del Congreso, que quando fui estava completamente em obras. Da praça, peguei um ônibus até o bairro de La Boca.

 

Comecei a conhecer o bairro pelo estádio do Boca Juniors – La Bombonera. Gostaria de ter visto um jogo no estádio, mas o Boca não jogou lá enquanto estive em Buenos Aires. Mesmo assim, para quem gosta de futebol, uma visita ao estádio é essencial. O museu conta a história do clube com bastantes detalhes e é muito bem organizado. Muito próximo ao estádio está a Calle Caminito, famosa pela diversidade de cores de suas habitações. É um local completamente turístico, lotado de turistas e pessoas querendo ganhar dinheiro de qualquer jeito. Porém, é um lugar que respira tango. Em cada dez passos há um casal de dançarinos, seja pousando para fotos, seja dançando. Vale à pena conhecer! E cuidado ao tirar fotos dos casais e filmar se você não estiver sentado em uma das mesas dos restaurantes do local – eles vão te cobrar! Tem que fazer na dechava... Após isso, fui até a Fundación Proa, que não vi nada muito legal e, ali mesmo, na Vuelta de la Rocha, peguei um outro ônibus para o bairro de San Telmo, onde desci no Parque Lezama.[/picturethis]

Achei San Telmo um bairro um pouco perigoso. Não sei se era devido ao tempo chuvoso e por ser sábado, mas me senti um pouco inseguro no bairro. No parque, fui ao Museo Histórico Nacional que estava fechado, dei uma olhada na Iglesia Ortodoxa Rusa e peguei novamente o ônibus, pois vi que o tempo estava curto. A idéia agora era voltar para o bairro da Recoleta e conhecer o famoso Cementerio La Recoleta, que eu estava louco para conhecer. Antes de entrar no cemitério, pausa para mais um sorvete na Freddo.[/align]

 

[align=right]Cementério de La Recoleta - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://images.leoduca.multiply.com/image/16/photos/12/1200x1200/62/DSC01438.jpg?et=EjHB92tdvJp3FrFgeX9uIw&nmid=14151828 320 240 Cementério de La Recoleta]Por mais que quisesse conhecer o local, não esperava muita coisa. No cemitério estão enterradas muitas pessoas importantes para a história da Argentina e outras de famílias ricas. Por essa característica, é visivelmente um cemitério para ricos. A arquitetura do local é rica em detalhes e dá a impressão de ser uma pequena cidade dentro do bairro, com ruas e becos e muito bem organizada. O destaque do cemitério é a tumba de Evita Perón, sempre com muitas flores e lembrada por grande parte dos argentinos. Assim como eu, ela era uma Duarte, ou seja, deve-se procurar pela tumba dessa família no mapa do cemitério. A tumba em si não é bonita, mas vive cheia de gente. Ao lado do cemitério, se encontra a charmosa Basílica Nuestra Señora del Pilar, que vale uma pequena visita.

 

Após isso, voltei para o albergue e fui para o terminal rodoviário para embarcar rumo à segunda etapa da viagem![/picturethis2][/align]

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Mendoza

(três dias – 15 a 17/10)

 

[align=justify]Chegar de ônibus na cidade para quem nunca viu a Cordilheira dos Andes é fantástico! A cerca de duas horas da capital da província de Mendoza, já é possível ver a beleza dessas gigantes montanhas, em meio a uma paisagem árida. A cidade é de um clima muito seco, recomendo levar hidratante para o corpo e colírio para os olhos – sofri bastante com esse clima.

 

Me hospedei no Campô Base, na esquina da principal praça de Mendoza, a Plaza Independencia. O albergue pertence à rede HI e achei muito bom – o melhor que fiquei na Argentina. Os atendentes são pessoas bem bacanas e o albergue ainda oferece bons passeios pelos arredores de Mendoza. A diária foi de $20.

 

Aproveitei o dia de chegada na cidade para conhecer suas atrações e o Parque San Martín. O parque é gigantesco para um parque urbano, tanto que há ruas que passam pelo parque, inclusive estradas. Alugando uma bicicleta no local, se pode conhecer todo o parque. No centro de informações do parque pode-se pegar um mapa com as principais atrações. É um passeio relaxante. Visitei também o Museo de Arte Moderno e o Museo Del Área Fundacional. Esse último é bem legal de ser visitado para se ter idéia de como era Santiago de Mendoza – a cidade de Mendoza antes do terremoto que a destruiu.

 

Mirante del Cerro Aconcagua - Leonardo Caetano

[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/32/photos/14/500x500/35/DSC01539.jpg?et=5JrQn8i5BjDsI%2Cqq0GqqhA&nmid=14805122 320 240 Aconcagua]No segundo dia, fiz a excursão para ver o Aconcágua. A montanha, com seus 6.960 metros de altitude, é o ponto mais alto das Américas e do Ocidente. A vista da ponta mais alta não retrata essa altitude, pois o mirante fica quase na metade da altura do topo. Mesmo assim, a vista é formidável. No passeio também está incluída uma visita à cidade de Uspallata, ao povoado de Puente Del Inca e vista da estação de esqui Los Penitentes. Foi em Puente Del Inca que tive meu primeiro contato com a neve, o que tornou o povoado mais especial do que já é. Outro destaque do passeio é a estrada que leva ao mirante e, mais a frente, à fronteira com o Chile – as vistas são fantásticas! Muita neve, morros, terra e – sempre – o zigue-zague da cordilheira.

 

À noite, dei uma passada em um show que estava acontecendo na Plaza Independencia. Há um pequeno palco na praça com uma arquibancada que eles chamam de Teatro Municipal. Na verdade, havia shows em quase todas as praças – era dia das mães e era o fim de semana do Día de la Raza. Foi um show com canções de tango reinterpretadas em novos ritmos e no próprio tango. Bem legal![/picturethis][/align]

[align=right]Bodegas Lopez - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://images.leoduca.multiply.com/image/24/photos/14/500x500/51/DSC01581.jpg?et=qHZ6EG0fOvs2VIoBWhfeJQ&nmid=14805122 320 240 Bodegas]Por fim, no terceiro e último dia na cidade, fiz o tradicional passeio pelas vinícolas e bodegas, mas de apenas meio dia. Conheci uma bodega industrial – a Lopez – e uma artesanal – a Baudron. Nas duas houve uma degustação de vinhos. Passamos também por uma casa de azeite e, finalizando, visitamos a Capilla Nuestra Señora Del Rosario – padroeira do vinho e de Mendoza.

 

Após as bodegas, peguei o ônibus para San Carlos de Bariloche – minha próxima parada![/picturethis2][/align]

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Bariloche

(cinco dias – 18 a 22/10)

 

[align=justify]Os quatro dias inicialmente planejados para conhecer San Carlos de Bariloche não foram suficientes – acabei ficando cinco dias, mas deveria ter ficado pelo menos seis dias na cidade! Tem muita coisa pra se ver e se fazer, é uma cidade espetacular! Foi a melhor parte da viagem, que antes pertencia a Mendoza, outra cidade espetacular.

 

Bariloche é uma cidade linda demais. Fiquei hospedado no albergue Patagonia Andina e, logo quando cheguei, já deu pra sentir o clima local – olhando para um lado da rua, vi altas montanhas cobertas de neve e, do outro, o lago Nahuel Huapi envolto por outras montanhas geladas. Tudo debaixo de um sol forte, mas que exigia um certo agasalho. O albergue não é lá essas coisas, mas o pessoal é bom em dar conselhos. A diária foi $23.

 

Centro Cívico - Leonardo Caetano

[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/39/photos/17/1200x1200/15/DSC01609.jpg?et=xp3vxoNVBb9mSWzFCNR08g&nmid=15445301 320 240 Centro Cívico]Aproveitei o restante do dia da chegada para conhecer o Centro Cívico e dar uma caminhada na beira do lago Nahuel Huapi. Há muitos estudantes argentinos pela cidade que recebe estudantes de todo o país durante todo o ano. No Centro Cívico pode ser tirada uma tradicional foto com os cães São Bernardo. Deixei para o último dia, mas como era domingo, não havia cachorro algum. Acabei ficando sem a foto. Uma dica é saborear o pôr-do-sol do Centro Cívico, próximo ao lago – o sol só se põe perto das 21h, na primavera.

 

No dia seguinte, fiz o Caminho dos Sete Lagos, que percorre os lagos Lacar, Machónico, Falkner, Villarino, Correntoso, Espejo e o Nahuel Huapi. É um passeio bonito, mas de muitas horas dentro de um ônibus – cerca de 13h! O destaque no caminho vai para a aldeia Mapuche que é visitada, onde se pode comer deliciosas tortas fritas – parecidos com pastéis, mas sem recheio, que podem ser doces ou salgadas. Tudo isso a beira de um dos lagos do percurso. Outro destaque é conhecer Villa la Angostura, de forma rápida, e San Martín de los Andes. No mirante do lago Espejo pode-se procurar por pés de calafate para quem não quer esperar ou não vai conhecer El Calafate, mais ao sul da Patagônia. No caminho dos lagos, é fácil ver um cervo ou um lhama.[/picturethis]

No terceiro dia, me organizei para fazer o Circuito Chico e, sobrando tempo, iria ao Cerro Catedral ou Isla Victoria. Tudo por conta própria, pegando ônibus e descendo nos pontos próximos às atrações. O Cerro Campanário, minha primeira parada do circuito, é muito bonito, tem uma vista panorâmica alucinante de toda Bariloche. Antes do Campanário, pode ser visitado o Cerro Otto, onde há a confraria giratória. Deixei o cerro para depois e acabei não conhecendo. Depois fui até o ponto final do ônibus que fica no Hotel Llao Llao, outra parada do circuito. Realmente o hotel impressiona pelo conforto, tranqüilidade e sua vista. Conhecendo o hotel, conheci uma israelense que estava fazendo o circuito de ônibus também e acabamos seguindo juntos o resto do percurso.

 

Cerro Campanário - Leonardo Caetano

[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/32/photos/17/1200x1200/39/DSC01734-1.jpg?et=4B3Jw%2BpHa2tWNkl7Xh6A3g&nmid=15445301 670 162 Cerro Campanário][/picturethis]

Após o hotel, seguimos pela estrada e depois por uma trilha em direção de Villa Trakul – pequena vila de poucas casas próxima ao lago. É um bom lugar para dar um mergulho nas águas geladas do lago Nahuel Huapi. Como estava um vento frio, não mergulhei e segui em busca do Lago Escondido. Depois de uma boa caminhada, finalmente achamos o lago. É um lago bonito com uma vista para mais uma montanha gelada. No local, imitei alguns outros argentinos que estavam pegando um sol gelado no deck na beira do lago. Foi um momento de relaxamento muito bom.

 

Vai um chope de framboesa? - Leonardo Caetano

[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/23/photos/17/1200x1200/50/DSC01773.jpg?et=Yds1bg9QPq4f%2B8LFHEFTyg&nmid=15445301 320 240 Vai um chope de framboesa?]Pegando sol no deck, acabei conhecendo duas portenhas que estavam curtindo umas férias em Bariloche. Peguei várias dicas e arrumei até um programa para a noite, pois chegaram no local uns cinco argentinos que convidaram-nos para um show do irmão de um deles que aconteceria logo mais. Fiquei pegando um sol na preguiça de ir embora pela mesma trilha pela qual havia chegado lá. Acabei conseguindo uma carona com as argentinas na volta e paramos numa cervejaria caseira na beira da estrada, onde experimentei algumas cervejas esquisitas – porém gostosas – como o chope de framboesa.

 

“Brasiloche”, como é popularmente chamado entre os locais que trabalham com turismo, é um lugar engraçado. É o único lugar em toda a Argentina em que você fala português e é compreendido. Inclusive, há cardápios de restaurantes em português, os guias se esforçam em falar português e há muitas placas informativas com descrição em português![/picturethis][/align]

[align=right]Cerro Tronador ao fundo - Leonardo Caetano

[picturethis2=http://images.leoduca.multiply.com/image/28/photos/17/1200x1200/59/DSC01818.jpg?et=Ia3oHTI0kRrYgXPclgWR4Q&nmid=15445301 320 240 Cerro Tronador]Reservei o quarto dia para conhecer o Cerro Tronador. Com 3.554 metros de altitude, o cerro – um antigo vulcão – marca a fronteira entre Chile e Argentina e fica dentro do Parque Nacional Nahuel Huapi. É o maior destaque do parque, mas há outras inúmeras atrações no parque para serem visitadas. O cerro é o único pico que possui neve eterna na Cordilheira dos Andes. Há um mirante para se avistar as avalanches do cerro que fazem um barulho gigantesco e surreal – esses sons parecidos com trovões é o que dá nome ao cerro. Consegui escutar uma dessas avalanches, mas vi pouco gelo deslizando. O som dura quase um minuto, com altos e baixos. É fantástico! Outra coisa fantástica no local é o Ventisquero Negro. É um glacial negro, com gelo escuro. É um fenômeno muito raro na natureza e é o único nas Américas. Seu gelo é misturado com um tipo de mineral escuro. A água formada desse glacial derretido tem uma coloração verde encantadora. Próximo ao mirante, é visitada uma área na base do cerro onde há muita neve. A caminhada nessa neve é perigosa devido ao enorme número de pedras que há embaixo dessa camada de gelo. Consegui afundar a perna até a altura do joelho caminhando por esse local, para se ter noção. Apesar da presença da neve, o local não é frio. Foi o primeiro local que vi neve em Bariloche. Rolou até uma guerra de neve com as peruanas, o paulista e os baianos que conheci no passeio.[/picturethis2][/align]

Cerro Catedral - Leonardo Caetano

[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/23/photos/17/1200x1200/76/DSC01905.jpg?et=o86H3Bq7sIl1os6rTFGZdA&nmid=15445301 320 240 Neve no Cerro Catedral]No quinto e último dia em Bariloche, fui conhecer o tradicional Cerro Catedral. Achei que não poderia esquiar fora de temporada, mas poderia perfeitamente. Claro que não tem o mesmo charme e número de pistas abertas como no inverno, mas havia duas pistas liberadas. Como não estava preparado acabei não esquiando. Me arrependo dessa decisão até hoje... O cerro possui apenas 1.030 metros acima do nível do mar, mas é absurda a quantidade de neve da montanha. Para se divertir horas e horas. Não deixe de ir bem agasalhado, inclusive não esquecer da luva!

 

No fim da tarde, tomei meu rumo para meu próximo destino: Puerto Madryn![/picturethis]

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Puerto Madryn

(dois dias – 23 e 24/10)

 

[align=justify]Não tinha muita noção do que iria encontrar na cidade. Planejei passar por Madryn para visitar a Península Valdés, pois poderia conhecer outras coisas partindo da cidade, como as Puntas Tombo e Loma. O ônibus dá um pouco de susto na entrada da cidade, pois aparenta ser uma cidade muito pobre na sua entrada. Depois muda completamente. Tem características de cidade de interior, mas que cresceu apenas movida a turismo – nacional e internacional. Hoje em dia possui uma das maiores indústrias do país, sem falar do porto. O dia em Madryn é muito ensolarado, não dá pra deixar de passar protetor solar se ficar muito tempo exposto ao sol. Fiquei hospedado no albergue El Gualicho, da rede HI. O albergue é bom!

 

A idéia inicial era ficar três dias. Queria conhecer Valdés, Punta Loma e Punta Tombo. Porém o preço dos passeios assustou bastante – cerca de $220 cada passeio. Acabei desistindo de conhecer Punta Tombo. Por ser brasileiro, ou seja, do Mercosul, rolou um desconto nas entradas para os parques ecológicos da península e da punta. Importante levar o documento de identidade brasileiro ou passaporte para provar a nacionalidade.

 

A Punta Loma é surreal. Uma grande colônia de leões marinhos em um pequeno trecho de areia é a atração do local. Cerca de 300 leões marinhos habitam o lugar e o barulho que fazem é ensurdecedor! O bacana desse passeio é ir de bicicleta – o aluguel custa $25. O caminho de 17km em terra quase sempre ao lado do mar é um pouco cansativo e deserto, mas vale o exercício! Aproveitei o resto do dia para conhecer a cidade, mas não há muito que conhecer.

 

Península Valdés - Leonardo Caetano

[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/25/photos/17/1200x1200/98/DSC02009.jpg?et=Y%2B5sHoTL8PviPT2koBwvBA&nmid=15445301 320 240 Península Valdés]No dia seguinte fiz o tradicional passeio à Península Valdés. O passeio percorre alguns dos principais pontos da península, onde se vê baleias, elefantes marinhos, leões marinhos, pingüins e, se der sorte, algumas orcas caçando. A avistagem de baleias vale a pena. Vi mais de quarenta baleias no passeio de barco, inclusive se pode escutar o som que fazem de baixo d’água. É um som diferente. Há tanta baleia na baía que é possível vê-las de terra firme. Um binóculo ajuda bastante. Depois visitamos uma grande colônia de elefantes marinhos, onde também há leões marinhos e – segundo o nosso guia – se pode ver de vez em quando orcas caçando alguns deles. Infelizmente isso eu não vi. Deste local se vê bem próximo os elefantes, diferente da Punta Loma, onde só é possível vê-los do alto e um pouco distante.

 

Por último, fomos a um pequeno mirante onde pingüins descansam no fim da tarde. Eles chegam a andar ao lado das pessoas de tão acostumados que estão com as visitas. Muito legal! Os bichos são muito engraçados.[/picturethis][/align]

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Buenos Aires

(dois dias – 25 e 26/10)

 

No dia 24 embarquei no ônibus de volta para a capital argentina. O ônibus chegou no final da tarde, ou seja, deu tempo apenas de dar umas voltas na Calle Florida para comprar as últimas lembranças, como uma garrafa de um litro de cerveja Quilmes! No dia seguinte voltei bem cedo para o Rio. O preço do táxi na volta parece ser mais caro que o da ida – o cara queria me cobrar $61, mas consegui baixar o preço para $46 muito a contragosto do taxista. Sempre vale dar uma pechinchada!

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A viagem foi maravilhosa. O destaque com certeza ficou com Bariloche, mas Mendoza não fica muito atrás. Buenos Aires também é um ótimo lugar, mas tem aquele clima de cidade grande onde todos estão sempre atrasados pelas ruas. O metrô é um ótimo meio para se locomover alguns quilômetros, mas o mais interessante é caminhar por toda a cidade. Andei demais por lá, foi ótimo! A arquitetura de Buenos Aires é muito rica, por isso vale mais a pena ainda se locomover a pé.

 

Em Buenos Aires há turistas de todos os lugares do mundo, principalmente sul-americanos, israelenses e europeus, assim como em Mendoza – onde também há muitos norte-americanos. Bariloche é dominada por brasileiros e outros povos sul-americanos. Já Puerto Madryn é um destino muito menos explorado por brasileiros – muito mais por europeus. Talvez pelo custo do local ser um dos mais altos da Argentina.

Aprendi muito espanhol e treinei muito meu inglês. Tive que aprender espanhol na marra! Conheci uruguaios e franceses em Buenos Aires. Em Mendoza conheci irlandeses, espanhóis, venezuelanos e norte-americanos. Já em Bariloche conheci quatro brasileiros (três baianos e um paulista), peruanos, israelenses, colombianos, venezuelanos e mexicanos. Finalmente, em Puerto Madryn, conheci um brasileiro (paulista), espanhóis e suíços. E sempre, claro, conhecendo diversos argentinos.

 

Para fazer ligações telefônicas, há duas opções – comprar um cartão com determinado valor de créditos ou ligar de locutórios. Achei um pouco confuso a história dos cartões, pois depende da marca e da região da Argentina de onde se liga. Em Buenos Aires e Mendoza, achei os locutórios mais vantajosos. Em Bariloche, a ligação pode ser bem mais barata dependendo da marca do cartão telefônico. Em Puerto Madryn é extremamente caro fazer uma ligação interurbana, ou seja, tanto faz o jeito de realizar a ligação.

 

Montei meu roteiro e uma estimativa de gastos baseado em dicas coletadas nos sites Mochileiros, O Viajante e Orkut, e nos guias de viagem Guia Criativo para O Viajante Independente na América do Sul e Rough Guide: Argentina. Vários relatos de viagens, álbuns de fotos on-line e blogs também ajudaram. Vou postar as dicas que coletei para essa mochilada no fórum da Argentina. Obrigado a todos que me enviaram dezenas de respostas aqui no fórum!

 

Para quem quiser conferir algumas fotos:

Buenos Aires - http://leoduca.multiply.com/photos/album/12

• Mendoza - http://leoduca.multiply.com/photos/album/14

• Bariloche e Puerto Madryn - http://leoduca.multiply.com/photos/album/17

 

Abraços,

Leonardo Caetano

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Leo, parabéns pelo excelente relato. Fez-me recordar de passeio semelhante em 2005. Poderia colocar os valores (principalmente das passagens trajetos/passeios e as empresas de ônibus/transporte) das localidades que vc passou?

Saudações

Robson Cesar

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Valeu pelo comentário Robson!

Quanto aos gastos:

 

 

TRANSPORTE

 

Avião:

Rio de Janeiro/Buenos Aires/Rio de Janeiro - R$610 (Gol)

 

Ônibus:

Buenos Aires/Mendoza - AR$120 (Andesmar)

Mendoza/Bariloche - AR$110 (Andesmar)

Bariloche/Puerto Madryn - AR$165 (Via Bariloche)

Puerto Madryn/Buenos Aires - AR$150 (Andesmar)

 

 

PASSEIOS

 

Mendoza:

Aconcágua (Alta Montaña) - AR$70

Vinícolas (1/2 dia) - AR$25

Aluguel de Bicicleta p/1 hora - AR$5

 

Bariloche:

Caminho dos Sete Lagos - AR$60

Cerro Tronador - AR$45

 

Puerto Madryn:

Península Valdés + Avistagem de Baleias - AR$175

Aluguel de Bicicleta p/1 dia - AR$25

 

 

Talvez tenha trocado alguma coisa, mas acho que é isso sim...

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