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katieneoo

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Tudo que katieneoo postou

  1. Oi Clarissa!! Na primeira vez que você foi pra Bolívia, vc tinha ido ao Salar?? Eu tenho um grande desejo de fazer de novo o Downhill, que achei fenomenal, mas acho que você entendeu exatamente o que senti... Só que sabe, lendo tantas mensagens estimulantes, e essa dica do "tente outra vez", eu fico realmente tentada. Lá tudo é muito barato e não faz mal repetir, quem sabe?! Só não irei mais sozinha, cruzes!! E vc curtiu a Coquesa? Fez com o Luis? Ela é pequenininha, mas bem honesta, né não?? Vou lembrar do seu conselho pra minha próxima viagem. Brigadão!!!
  2. Be, fiz questão de ver o seu relato... Quanta saudade senti de tudo!! Menos, claro, da sensação horrível em Chivay. Já tinha lido vários relatos antes, pra preparar minha viagem, e não me lembro das pessoas falando que passaram mal lá. Agora tenho alguém solidária ao meu sofrimento, ahhahahah!! Péssimo, né não?? Teu relato tá mesmo incrível. Adorei cada postagem. E tenho que acrescentar: vc fez o caminho tradicional de Huayna Pichu, né? Subiu por um lado da montanha, e desceu pelo outro, não foi? Vi pelas suas fotos. E olha, elas me fizeram entender por que o Efraim (um funcionário q tava lá em cima qdo eu xiliquei) não me deixou descer por esse caminho; me fez voltar pelo mesmo que vim, ahahhaha!! Que PÂNICOOOOOOOO dessa descida!! E vc vem me dizer q não teve um paniquinho lá? rs
  3. Gente, obrigada mesmo pelo apoio de vocês!! Agora, passados alguns meses, eu posso falar de boca cheia que valeu a pena. Ainda assim, não tenho o menor desejo de voltar pra Bolívia. Passei tão mal que essa sensação eu ainda tento esquecer! Rositols, e aí, tem relato?? Fiquei curiosa! Sandro, brigadaça!! Super entendo que não é maldade... Quis dividir com a galera porque realmente é pra dar muita risada, de tanta coisa errada que aconteceu! Eu mesma não acreditaria se não tivesse vivido cada C-I-L-A-D-A dessa trip! hahahah!! Sabrina, sabe, já tô planejando a próxima cilada em que vou me meter. Sozinha tem um monte de desvantagens, mas aprendi muita coisa também. Se joga!! Ah, brigada pela sua opinião sobre as fotos... Se não me engano, era uma alpaca. Lhamas são mais frequentes na Bolívia, e elas têm algumas distinções que me explicaram no Peru. Meu portunhol não foi suficiente pra entender, hahahaha! Marcos4, me perdoe a demora em te responder ( ), espero que ainda ajude!! Então, alguns gastos eu fui colocando ao longo do relato. Dá pra fazer uma ideia. Não passa muito do que coloquei porque mal gastei com comida, menos ainda com suvenires. Se vc for, pesquise: o preço normal é 60 soles pelo passeio. 75 é caro!! Não sei se tem alguma empresa que já dá um valor fechado pra tudo. Acho que não. Mas se tiver, te prepara porque vc vai pagar mais caro ainda! Sobre os bancos, todos têm o serviço de saque no exterior, basta você liberar. É só ligar na central de atendimento e ver como proceder. Utilizei dois bancos, os quais prefiro não citar. E um deles salvou minha vida quando o outro insistia em me bloquear porque eu estava trocando de país toda hora, segundo a menina do atendimento. O limite de saque é mais ou menos o mesmo pra todos, o problema é que já não lembro mais quanto. Só lembro que tirava um valor pra ficar uns 3 dias pelo menos sem ter de mexer, pra não pagar muita tarifa de saque. Mas é bom consultar também, só pra garantir. Grande abraço pra vcs!!!
  4. Ô Juliana!! Comigo foi bem perrengue mesmo, mas não quer dizer que contigo seja, né?? Eu fiz o salar com a Coquesa e gostei muito. O Luiz carrega um cilindro de oxigênio que foi muito útil pra mim!! Sabe que de chuveiros eu não posso reclamar? Todos foram muito bons... Com exceção do salar, claro, porque não tem como um chuveiro ser mais potente que os -15 graus que vc enfrenta lá no inverno, rsrsrs!! Banheiros realmente são um caso extremo à parte. Leve álcool gel e protetor de assento, ou faça a posição do homem aranha , kkkkkk!!! No meu piriri no dia da death road eu fui num banheiro naquele estilo indiano, que a louça é pregada no chão. E assim, dizer que estava encardido era pouco... Acho que umas 30 pessoas com piriri tinham passado por lá antes, e como não tinha descarga, pensa no estrago! Carloscarosa, vc tem que se jogar, rapaz!! Eu tb nunca tinha feito, e não me arrependo. Não sei se quero fazer sozinha de novo, rs... Mas foi super, super válida a experiência!! Desculpem, mas alguém me perguntou quanto eu gastei no total, e agora não acho quem foi. Seguinte: não sei quanto gastei no total... Na minha planilha o planejado era 2.500 reais, mas cheguei em casa tão destruída e p... da vida que os extratos de saque estão aqui ainda pra serem calculados. Mas não saí muito disso. Só controlei os gastos nos dias em que trocaria de país, pra não ficar com moeda sobrando, e ainda assim voltei com um dinheiro pro Brasil. Troquei 300 dólares pro caso de alguma urgência e até usei pra comprar a passagem pra Arequipa (quando o boliviano disse que aceitava dólares, depois não aceitou, o ser. me fez trocar com ele mesmo!!! ), mas depois fiquei com um monte de bolivianos na mão e troquei por dólares em vez de real.
  5. Rick, tudo é um aprendizado mesmo!! não tem problema rir não! Agora eu tb tô dando risada! Maria Emilia, não tem problema nenhum colocar suas fotos... pelo contrário, vc me mostrou que os próprios bolivianos me ensinaram errado como chegar ao kili kili. isso me entristece, porque não perguntei só pra um, e perguntei inclusive quando estava lá no que eu achava que era o tal mirador... pelas suas fotos, não cheguei nem perto, porque não havia essa pequena estrutura pra mirar, não havia monumento... parecia mais uma laje, já tava esperando até o samba e o churrasco, rs... Valeu Bolívia pela hospitalidade!! Acho que realmente preciso ir numa benzedeira, porque eu perguntava na maior da educação, e eles, olhaí a mentira. decepcionante. não sei mesmo o que eu fiz de errado pra receber tanta antipatia, sendo que vocês já me contaram as boas experiências que tiveram! Comigo foi incrível... Eu devo ser fedida, perebenta, sei lá! Bom, essas coisas poderiam acontecer com qualquer um... Então que fique aí a lição pra quem for visitar o kili kili: não entrem nas ruelas que vcs não vão chegar ao mirador! Da duplamente enganada (rs)...
  6. Ai gente, desculpa, ainda tô aprendendo a usar isso aqui. Agora respondo tudo num post só! Coffee, meu xuxu!! Vc é suspeita pra falar, né?? Eu ainda acho que prefiro ir sozinha, pq tenho medo da terceira alternativa: o pior ficar pior ainda e matar o animadinho... hahahahhaha!! Brinks, eu acho que vc tem razão em partes. Muita gente falou que se eu tivesse ido com alguém poderia ter sido diferente. Pessoalmente, não acho muito isso não, afinal meu soroche continuaria maldito... O que talvez eu evitasse era conversar com os bolivianos mal-educados, já q eu teria amiguinhos com quem conversar, rsrsrs!! Mas não curti tanto a Bolívia, só. O Peru? Ah, o Peru eu achei uma delícia!!! kkkkkkk!!! Só acho que a grana que gastei em Machu Picchu poderia ter sido aproveitada em mais comida, se eu tivesse conseguido comer, rs... Adorei que você leu meu relato. Você é experiente no Peru (e na Bolívia tb, hihihi!!), e ver que vc curtiu é sinal de que não estou fugindo à experiência! Camila!! Sabe, esse é um mote aqui no Mochileiros. "Os apertos acontecem mesmo", li muito isso durante minhas pesquisas aqui... Eu só não esperava ter uma avalanche deles sobre minha cabeça em 17 dias, kkkkkkk!!! Mas é fato. Quero reforçar pra todo mundo que em momento algum não incentivo a ida à Bolívia (Especialmente porque o Salar é incrível!! Gostei até muito mais que Machu Picchu, ouso dizer). Eu que me dei mal e não quero mais graça, mas já tô me preparando psicologicamente pra mais trapalhadas no ano que vem, dessa vez na Zoropa, quem sabe! E o que houve com seu marido? Já está no relato? Fiquei curiosa... Obrigada mesmo pela força!! hehehe!! Valeuzão, thaahh!!! Olha, boa sorte na Bolívia, se bem q vc já conhece lá, então já tá em casa, né!! Jaques, desculpa, acho que esqueci de colocar o preço lá. Já atualizei, mas te digo que paguei 650 BOB. A média aqui no mochileiros tava 600, mas dei uma boa caminhada lá, e a Coquesa tava mais barata. Gaby!!! Brigadão!! Eu tava com medo de que me achassem chata, que não dei informações bacanas... Uma fraude! Adorei saber que consegui prender a atenção!! Vou espiar seu blog pra dar umas risadas também... Inclusive já ri com sua mensagem aqui! Assim ó, vá pra Bolívia. Eu fui "abençoada" com tudo que podia acontecer, ninguém mais pega o quebranto q eu peguei, rsrsrs!! Eu vi umas fotos do aletucs, eu acho, que tinha uma comida bonita na Bolívia. Mas pessoalmente, só via cabeça de lhama, pq eu gosto é de me meter no povão... Vai ver taí a explicação do monte de passa-fora que eu tomei! Peru é mais light. Vai lá conhecer, depois, se lembrar, me diga o que achou!! Um beeeeijo! Minha filha... Me perdoe o abuso em te chamar assim, mas olha o tanto de coisa que vc já fez sozinha!!! Não me venha com essa de "desanimar" não, hahahah!! Aceitar alguém na viagem contigo tem que ser alguém muito bacana. A minha amiga que vc citou é sensacional, topa tudo e tá sempre bem-humorada. Daí é fácil viajar com alguém assim! Mas e o risco da pessoa bacana virar um baú sem alça e melar toda sua viagem? Acho que não gostaria de correr esse risco. E sozinha te dá mais liberdade pra fazer coisas q vc não faria se tivesse amigo perto, hohohoho!!! E se eu já tinha dado risada com a Gaby, rachei com o que vc falou a meu respeito!! Mas juro que tava quase passando num xamã em Cusco pq olha... Que treco, viu?! kkkkkk!!! Os próximos relatos terão, além de humor, só histórias felizes, nada (ou quase nada, rs) de perrengues, pq já chega!! Acho que passei os perrengues de umas 10 viagens!! E qual é a sua próxima??? Ô Maria Emilia... Se vc tá me falando que aquela não é a vista do Kili Kili, eu acredito, afinal cheguei até ali perguntando em portunhol numa lojinha de construção, num posto de gasolina que tem logo do lado do acesso, e pros locais que desciam a ladeira, e me garantiram que era ali. Mas em portunhol, vai saber se me entenderam, se tavam afim de explicar... Sei lá. No albergue o rapaz me confirmou que a vista não era boa, e que o el montículo (valeu por refrescar minha memória!) era bem melhor. No Kili Kili eu até fiquei meio receosa, porque fui subindo umas ruelas estreitas, cheias de mato, fios por toda a parte... Achei sinistrão. O el montículo dá pra sentar, é arborizado, outro clima. Senti bastante as diferenças, pq o Kili Kili eu achei muito abandonado (se é que eu estava no lugar certo, então... agora me ocorreu que posso ter escapado de mais um perrengue). Juro pra vc que não fui pensando que era lenda não... Me preparei... Só não contava com um mal da altitude tão forte!! Brigadão pelo incentivo! Quero ser tão útil quanto muita gente (vc inclusive, pq vc, o aletucs participam muito, sempre lia opiniões de vcs dois tb) foi pra mim antes de viajar!!
  7. Léo, obrigada!! Espero que assim como fui incentivada a ir, que eu também incentive outras pessoas... A minha pior impressão ficou em La Paz, cidade que a Maria Emilia e o aletucs disseram adorar! Minha amiga, a Gabriela, e seu namorado também adoraram a Bolívia. Sabe, acho que pelo fato de as piores coisas terem acontecido comigo na Bolívia, e eu não ter tido sorte no contato com os Bolivianos é que eu espero nunca mais voltar lá. Mas não acho que você não deveria ir. São experiências enriquecedoras! Mas que de fato o Peru está mais preparado para atender turistas, isso está mesmo. Quanto à sua sugestão de converter os gastos, eu gostaria muito, mas agora já postei tudo, e bateu uma preguiçona!! Nos posts que eu li, eu vi muitos assim mesmo... Dá pra botar o conversor na aba do lado e ir fazendo uma ideia! Um abraço e espero seu relato também!!
  8. [align=justify][t3]22/06/2013 a 24/06/2013 – FIM!!![/t3] Meu descanso só durou essa noite, porque o rei cagão tava de volta... NÃÃÃOOOO!! Meu Deus, era demais pra mim!! Ainda bem que seria minha última noite!! Bom, vou resumir o resto, porque não fiz nada de mais, só continuei me lascando, rs... Bati perna o dia todo pela cidade, e única coisa que fiz que foi muito legal nesse dia foi ir ao Centro Qosqo de Arte Nativo, um centro cultural que fica ali na Av. El Sol e vale muito uma visita. Eles têm apresentações todos os dias às 19:00, e mostram as danças típicas de todas as regiões do Peru. É bonito e divertido você ouvir as canções em quéchua!! A entrada custa 25 soles pra estrangeiros. Achei um investimento legal, porque tem muita música, cor e dança. Também fui ao Museu Inca, mas achei razoável. 10 soles a entrada. Tem umas múmias lá, várias cerâmicas, mas na real, eu tava mais era preenchendo tempo pra ir embora. Não dormi essa noite, como era de se esperar, porque foi uma sinfonia maldita de roncos e idas ao banheiro. Me levantei antes do previsto e fui embora. O pessoal do Pariwana chamou um táxi pra mim, que custou 10 soles até o aeroporto. O Pariwana é bacana e confortável. Você pode optar por fazer todas as suas refeições lá, e eles têm uma sala pra assistir filmes piratas. Assisti vários com uma francesa e um cubano que ama o Brasil e fala um português melhor que muito brasileiro! O chuveiro é bom, as camas são largas, há um edredom bem fofo, mas o velho mal de não trocar a roupa de cama persiste. Desconfio que seja no Hilton, seja na casa da luz vermelha, ninguém nunca troca as roupas de cama, rs... Em 23/06 parti pra Santa Cruz, e quando cheguei lá deixei minha mala num guarda equipaje (25 BOB por 24h), e tomei uma van (6 BOB) até a plaza de armas. Pelo menos o motorista disse que ia... Daí ele parou num lugar e disse que não, não ia, mas que dali por 10 bolivianos eu tomava um táxi até lá. Legal, né? Por sorte tinha um casal de peruanos na mesma van, e rachamos o táxi. Pois tinha acabado meu dinheiro, e mais uma vez burra, não tinha sacado nada no aeroporto. Não contava que meu cartão seria bloqueado “por segurança” de novo (odeio as instituições bancárias), e que o outro cartão não estava operando em um monte de caixas. Chovia muito em Santa Cruz, era domingo e muitas, pra não dizer quase todas as lojas estavam fechadas. Não tinha onde comer, e mesmo que tivesse, não tinha dinheiro nem pra voltar pro aeroporto. Comecei a ficar desesperada. Não tinha casa de câmbio aberta, não tinha nada!! Depois de muito, muito rodar, consegui sacar um tico-tico num caixa, e aí fui mais feliz. Comi, passeei um pouco lá, e quando ficou escuro voltei pro aeroporto. Chega de dar sopa pro azar, né? Minha história finaliza no aeroporto, no melhor estilo Tom Hanks em “Terminal”. Fiquei horas lá zanzando até chamarem pro embarque. Até dormi nos bancos lá do piso superior, mas acho que mudaram, pq não era confortável como tanto disseram aqui no Mochileiros. São iguais aos do piso inferior, de metal. A vantagem é que, diferente dos bancos brasileiros, eles não têm aquelas divisões de assento, então dá pra gente deitar . E pra encerrar com chave de outro, o safado pilantra ordinário da imigração boliviana cismou comigo. Me fazia perguntas pra me confundir, ou perguntas idiotas como “O que você veio fazer aqui?” Eu respondia “Viajar”. Ele fazia careta e dizia “Turismo?” E eu “Sim, claro. Se estou lhe dizendo que vim viajar...”. Daí ele me mandou ser re-vis-ta-da por uma oficial deles. Mermão, só não sambei na cara dele porque tava era de saco cheio e seria presa porque ia matar um se botasse a mão. A mulher, que tava acompanhando tudo, viu que ele tava era querendo me tirar do sério apenas, então ela me levou pra salinha, mas só fez aquela revista tipo quando a gente entra na balada, e foi muito bacana e respeitosa, bem diferente do amigo escroto dela. Cara escroto. Eu nunca mais quero pisar na Bolívia. Bom, é isso, gente. Tive muitos momentos bacanas, conheci gente boníssima, ouvi histórias muito boas, dei muita risada, fui muito feliz por diversas vezes, vi coisas incríveis, mas olhem,chega de tanta coisa louca acontecendo com uma pessoa só! Desejo ótima viagem pra quem vai. Os perrengues são naturais de acontecerem, mas desejo também que aconteçam em menor quantidade pra vocês!! Rs[/align]
  9. [align=justify][t3]21/06/2013[/t3] Chegamos em Ollanta umas 0:30. Os caras queriam 40, 50 soles pra levar a gente pra Cusco. A passagem normalmente custava 10. Eu achei extorsivo e resolvi ficar em Ollantaytambo. Outro erro! Bati em uns 5 ou 6 hotéis e nenhum abriu a porta!! Tava frio, eu não tinha onde ficar e os carros já tinham ido embora. Mais uma vez achei uma luzinha no fim do túnel. Já estava andando a esmo pelas ruelas bonitas e desertas de Ollanta, quando um último ônibus parou na praça onde eu havia pensado em ficar até o dia seguinte. Por 20 soles fui levada pra Cusco. Depois uma das meninas da família me contou que a Peru Rail tava dando ônibus de graças pra Cusco. Mas esses feladamain avisaram quando a gente tava saindo da estação? NÃO!!! Finalmente às 2:30 da manhã eu estava em Cusco, querendo banho e cama. E como estava em albergue, tive que ficar direto com a cama... Achei que deitaria e desmaiaria de cansaço. NÃÃOOOOO mais uma vez!! Dentre meus colegas de quarto haviam um cara que roncava mais que motor de caminhão de fórmula truck e outro que estava soltando pela retaguarda até o que já não tinha mais no intestino. Passou a noite inteira assim: cada vez que levantava, peidava e acendia a luz. Engraçadíssimo quando não é você que tá com essa diarreia e não é você que tá tendo que aguentar essa situação! O quarto tava podre. E por isso deixo mais uma recomendação: se ficar em albergue, fique em quarto sem banheiro!! Além de ser mais barato, você não corre esses riscos! Pra minha felicidade, o rei do quarto iria embora hoje. Não preciso dizer que não dormi direito. Às 8 da manhã saí pra caminhar pela cidade. Aquilo pra mim tinha sido a gota d’água. Alterei minha passagem de retorno pro Brasil, e comprei outra pra ir até Santa Cruz de la Sierra. Tomei um senhor prejuízo, mas eu tava disposta a ir embora até imediatamente, se tivesse sido possível. Depois de garantido o meu retorno, fui ao Qoricancha (10 soles a entrada). Bem bonito, o Templo do Sol. Na porta tem um monte de guia oferecendo os serviços, mas entrei na portaria antes, e vi que não seria necessário. Passeei sozinha lá dentro, depois saí pra bater perna, que é o que me restava... A cidade estava lotadaça, e completamente na expectativa pro Inti Raymi. A minha intenção era ter ficado lá até o dia 24, quando começariam as festividades oficialmente; porém foi tanta coisa absurda que me aconteceu que eu fui fraca e desisti. Ainda assim pude ver um pouco das festas. São diversos grupos que desfilam em blocos: tem os blocos escolares, os de agricultores, de policiais, etc. Tudo sempre muito bonito, muito colorido e alegre. E foi isso o resto do dia: passeei, fiz massagem (25 soles), fui na pedra dos 12 ângulos (eu achei sozinha, mas tem gente que não acha e fica te enchendo o saco pra dizer onde tá. Eu devia ter deixado os menininhos peruanos cobrarem os 1, 2 soles que eles cobram pra mostrar, kkkkkk!), e jantei no próprio Pariwana. Olha, que comida boa!! Um lomo saltado incrível por 14 soles. Comer nesse albergue virou meu hobby, porque só tinha coisa gostosa e a um preço bom! Nessa noite eu pude dormir bem... [/align]
  10. [align=justify][t3]20/06/2013 – Machu Picchu[/t3] Com os bilhetes comprados na noite anterior, entrei na fila pra pegar o ônibus pra subir Machu Picchu. A fila era minúscula às 5:30 da manhã. Contrariando mais uma vez as opiniões, agora que estive lá entendi que não é necessário madrugar pra visitar a cidade inca. Dá muito bem pra ir mais tarde e dormir um pouquinho mais. Os guias ficam na porta um tempão procurando turistas, e só fecham quase 6 da tarde. Não precisa se afobar. Mesmo se você for ao Wayna Picchu, como foi o meu caso. Cheguei lá cedão e fiz a visita guiada. Saiu a 25 soles porque meu grupo consistia em 3 argentinas e eu. Não, não é porque elas eram argentinas, é só porque o grupo era pequeno mesmo, rsrsrsrs! Elas eram muito divertidas. Dei muita risada com as trapalhadas delas! O tour também foi bacana... A guia conta sobre a reconstrução da cidade, e elegantemente nos dá a entender que os americanos depenaram os peruanos quando o Hiram Bingham levou pros EUA tudo que “descobriu” lá, com a promessa de que devolveriam depois de terminados os estudos sobre as peças. Até hoje “terminaram” pouquíssimos... Terminada a visita guiada, ainda tirei a foto clássica, que não ficou tão clássica porque pedi a uma senhorinha americana, e ela não sabia tirar fotos direito, rs... É o ônus porque não escolho a pessoa certa pra fotografar! Passeei um monte lá, e a chuva ia e vinha. Gostei, achei super bacana, mas fiquei decepcionada ao saber que 70% daquilo tudo é reconstruído. Paguei uma baba achando que veria uma cidade inca intocada (limpa e restaurada, mas não reconstruída pra turista ver), então me decepcionei um pouco. Não me informei direito, acho, e criei uma ilusão. O que não quer dizer que não gostei, longe disso! Estive lá, aproveitei, achei lindo e me apaixonei pelas lhamitas que vivem naquele pedaço de paraíso "artificial". É tudo muuuuito caro pra você chegar até lá. E lá, inclusive, vale reforçar a recomendação que vocês já devem estar cansados de saber: levem as coisas pelo menos de Águas Calientes. Uma lata de coca em Machu Picchu custa 10 (sim, DEZ!) soles!! O banheiro também é pago, pra variar. Custa 1 ou 1,50 sol, não lembro. Os arredores são magníficos. Parem pra olhar em volta quando estiverem lá. Não é à toa que os espanhóis não acharam essa cidade, e que demorou um tempão pra alguém chegar lá. Machu Picchu está cravada no meio de montanhas altas, meio escondidinha... E essas montanhas são liiiiiindas!!! Wayna Picchu foi meu grande desafio da viagem. Quando deu meu horário, comecei a subir. Tinha uma galera descendo com a maior cara de sofrimento, e eu fiquei meio cabreira... mas bora lá! A subida é complicada, bem cansativa. Só não quase morri como na Isla del Sol porque graças a Deus ali não tinha um malão de 10kg nas costas, mas é duro, viu? A vista te faz esquecer as dificuldades. Ou melhor, o pouco que eu tive coragem de ver, pois quando cheguei lá em cima, entrei em pânico. Descobri que tenho medo de altura quando passei aquele vão estreitíssimo que todo mundo comenta, e cheguei na escadinha de madeira pra finalmente alcançar o cume. Não tinha condições psicológicas de sair da escadinha. Literalmente não cagava, nem saía da moita... Um guia peruano me disse que eu não podia descer de volta por ali, e me ajudou a passar pro outro lado. Então meu anjo salvador apareceu. Efraim, funcionário de Machu Picchu que fica lá no cume monitorando os visitantes, disse que se eu já estava sofrendo ali, a volta por onde o homem tinha falado seria muito pior, pois eu teria que me apoiar nos vãos da montanha e pisar em degraus estreitos... Se olhasse pra baixo, babau. Ele terminou de dizer isso eu comecei a chorar, porque nuuuuuuunca maaaaaaiiissss eu sairia de láááá!!!!! O Efraim sorriu, pegou minhas coisas e me deu a mão. Antes de me ajudar a descer, ele me levou sei lá de que jeito até uma pedra, e me tirou duas fotos, dizendo que se eu tinha chegado até ali, eu tinha que fazer valer! Tentou me acalmar, dizendo que a pedra não se moveria, que dependia de mim a minha segurança, que eu tinha o controle do que devia fazer, e que pachamama estava ali pra nos proteger... E eu choraaaaaaaaaaava... kkkkkkk!! E por que subi foi uma pergunta que um terceiro guia me fez. Ora, seu tonto, subi porque nesse caso, pra cima todo santo ajuda! Fui em meio à vegetação, sempre tinha onde me apoiar, e só lá em cima é que não tem nada de apoio! Tudo bem, ficou a lição pra nunca mais subir em montanhas, mas não me torra, seu chato! Depois que o Efraim (um beijo, seu lindo!!) me ajudou a chegar num ponto que eu considerava seguro, retomei minha descida. Quem ainda tava subindo foi generoso. Me esperavam sair do caminho bem devagarzinho, me diziam “take your time!” “you go, girl!” Foi 10. Quando estava chegando lá embaixo, um guia maluco impregnou em mim. Queria me vender o tour guiado, depois queria me vender uma “massagem de reiki”, queria me levar a um lugar “onde só ele conhecia, e que era mágico”... Aham Cláudia, senta lá. O que o cara falou de mais importante foi “Você vai ter um tempão livre aqui, já que o desmoronamento foi grave e não tem trem saindo de Águas Calientes”... QUÊ?!?!??! É, meus amiguinhos. Na minha viagem ainda teve desmoronamento de barranco, e os trens estavam completamente parados desde as 5:30 da manhã. Umas 13:20 eu tomei o ônibus de volta pra Águas Calientes e fui pensando no que fazer. Passei na estação de trem, e não havia previsão nem de qualquer notícia, que diria de restabelecimento das atividades... Fui almoçar (22 soles porque mais uma vez fui besta e não caminhei, comi do lado do hotel, e eles ainda cobram 10%!! Mas lá pra cima, perto das águas termais, custa 15 soles o Menu). Depois pensei em tomar um banho nas águas termais, e subi lá pra entrada. Sou tão abençoada que as piscinas naturais estava fechadas pra manutenção!!!!! Sem perspectiva de nada, voltei pra estação de trem, e sentei no chão porque havia uma parte com bancos que estava trancada. Geral começou a pegar no pé do guarda, e ele abriu lá pra quem tinha bilhete na mão. Isso eram umas 15:30. Só lá pelas 17:30 disseram que os trens começariam a sair de Ollantaytambo às 18:00, que 19:30 estaria ali o primeiro trem pra levar a galera que tinha que ter saído às 5:30 da manhã. Mas isso também só falaram às 20:00, que foi quando o trem efetivamente chegou. Se não chegou ainda mais tarde, porque já tinha desistido de controlar o horário! Por Deus eu encontrei uma família brasileira lá. Sou gratíssima a eles por terem me acolhido. Demos muitas risadas, nos distraímos em meio ao caos generalizado que tinha se tornado aquela estação. Àquela altura nós já tínhamos entrado no saguão de embarque, a mesma ideia de todos os outros turistas. Mas podíamos nos mexer. Passamos maus tempos ali... Teve gente se agredindo, gente arrastando outra no chão, gente tentando arrombar as portas de embarque (não entendo por que... Não tinha trem... e mesmo que tivesse, adianta ser selvagem? Foi um desastre natural, ninguém fez isso tudo de propósito). Só conseguimos embarcar no último trem que veio, às 22:30. Nessa hora ninguém mais cobrou nem ticket, nem passaporte, nem nada. Socaram todos os remanescentes nesse trem. Foi gente em pé, umas inglesas tenebrosas e bêbadas cantando mal, um fedor de peixe podre dentro do trem... O horror, o horror!!! Eu só queria ir embora dali o mais rápido possível. Na confusão do embarque eu perdi a família brasileira. No mesmo vagão embarcaram outros brasileiros que estavam com a gente, mas a família também acabou se dividindo nos vagões, soube depois. E a coisa ainda não acabou...[/align]
  11. [align=justify][t3]19/06/2013 - Cusco - Águas Calientes[/t3] O ônibus que me trouxe a Cusco foi da empresa Oltursa. O Cruz del Sur custava 130 soles pra ir de cama, e esse, como disse antes, custou 90. E o serviço é igualzinho, pelo que me contaram. Acho que só não tem TV individual. Comi uma comidinha gostosa, tipo um arroz chinês, tomei coca... Comi naquelas, porque em nenhum momento da viagem eu tive o apetite que tenho no Brasil, rs... Enfim. Valeu muito a pena. É beeeem confortável, e tem calefação, algo bem importante porque faz um frio da gota no caminho! Em Cusco fui direto pro Pariwana (38 soles o quarto com banheiro pra 6 pessoas), mas não fiquei hospedada direto lá. Deixei minha mala no guarda-volumes e esperei o taxista que me levou pro hostel (8 soles a partir da rodoviária) me buscar pra fazer o passeio pelo Vale Sagrado. Ele começou querendo 80 soles, o maluco! Daí fez por 40 e eu achando que tava no lucro. Descobri que todo mundo no ônibus pagou 30... Loser again! O guia desse tour também manjava bastante e era bem atencioso, mas não senti ele tão próximo quanto os outros dos outros passeios. Cusco e os cusquenhos são mais profissionais, mais objetivos. Durante o tour passamos por Sacsayhuaman. Não descemos, mas pra mim tava de bom tamanho. Não queria pagar mais 70 soles só pra ver essas ruínas. Louca? Pode ser. O pouco que vi me mostrou que seria um programão, algo lindo de se fazer, mas morrer mais uma grana porque só tinha interesse em mais um único atrativo no meio do pacote todo? Deixa pra lá (é, meu mau humor tava no limite...tinha voltado a sentir a altitude. Gente, esse problema só me largou em Arequipa, a cidade-amor!). Pisac é uma graça. Amei demais. Caminhei pra dedéu lá, tanto que me perdi de todo mundo e fiquei com medo de ter perdido o ônibus. Ave Maria!!! Depois de Pisac, paramos pra almoçar num restaurante xexelento. Não vou falar sobre o único brasileiro que tava no grupo. Só digo que não nos misturamos. Ele preferiu os amiguinhos italianos e chilenos dele, que depois o largaram sozinho em Ollanta... rs... Bom, o restaurante era xexelento. Cobrava 25 soles por um buffet medíocre, com opções mais minguadas que os anteriores pelos quais eu havia passado. Não quis ficar lá, óbvio, mas na saída uma mulher me abordou e disse que faria por 12 soles. Como eu tava com preguiça de procurar outro lugar, aceitei. E o refri, que lá dentro custava 5 soles, e eu paguei 1 sol pela mesma bebida na lojinha da mulher na saída do restaurante?! Turismo é mesmo uma tristeza...rs. Nessa hora senti saudade da Coca a 1 boliviano, rsrs... Ollantaytambo é um charme. Não só a cidadezinha, como aquele parque arqueológico lá. Adorei. É exaustivo subir aquele monte de “degraus”, mas vale cada segundinho de esforço. Lá na base o guia não nos levou a uma parte do parque. Eu descobri essa parte só porque ali me afastaria mesmo do grupo, pra esperar meu trem pra Águas Calientes. E é maravilhosa! Vi também que lá em cima dele deixou de nos levar a um ponto que tinha uma casinha (se vocês continuarem à esquerda de quem estiver olhando a cidade, vocês vão chegar nesse ponto), só que eu preferi não subir de novo porque mal me aguentava... Fiquei lá embaixo relaxando nos banquinhos, caminhando nesse “labirintozinho” que o guia não tinha mostrado, até umas 17:45, depois fui comer algo. O trem de ida custou US$ 52, e o de volta, US$ 56. Preferi o horário da noite, mesmo sabendo que não veria a linda paisagem do caminho. Fiz isso porque poderia aproveitar melhor as cidades durante o dia. O Peru Rail saiu quase pontualmente às 19:00. Às 21:00 eu estava em Machu Picchu Pueblo, ou Águas Calientes. O nome da cidade foi alterado, mas todo mundo ainda chama pelo segundo nome. Na saída da estação tem uma galera te chamando pra oferecer hotel, pacote... Você escolhe o que quer. Eu resolvi confiar numa moça que me ofereceu a 25 soles um quarto individual com banheiro, TV e água quente. E não é que dei sorte!! Ô, GLÓRIA!!! No dia seguinte a vida me ensinaria a não comemorar muito efusivamente uma pontinha de sorte que você dá, rs, mas eu ainda não sabia... O hotel é o “Las Bromelias”, e fica aí outra recomendação pra vocês. É um hotel familiar. A família mora lá mesmo, rs! Os quartos são muito bons, a cama é maravilhosaaaaa, os lençóis cheiram limpeza, a TV é a cabo (assisti Fina Estampa!! Ae Brasil!!), e o chuveiro é muito bom! Por 25 soles, poxa, me senti pela primeira vez mal por pagar tão barato por algo tão bom. O cara do hotel inclusive me levou onde vendem os bilhetes pro ônibus de Machu Picchu (US$ 18,50 ida e volta), coisa que nem precisava... Era só me falar como fazia pra ir. Muito gente fina!![/align]
  12. [align=justify][t3]18/06/2013 – O Cânion do Colca (finalmente!)[/t3] Friiiiiiiio de novo, meu Deus!! Acordamos às 5 da madrugada, e bora todo mundo pra estrada. Eu estava de mau humor de novo por causa da altitude. Ali em Chivay não é tão alto, pelo contrário, a gente desceu bastante. Mas pra descer, tivemos antes que subir, e essa subida me fez um mal danado. Estou falando isso pra explicar por que não vi graça nenhuma em ficar parando a todo momento pra tirar foto em vez de ir direto pra Cruz del Condor. O nosso guia, o Ale, foi muito bom, um rapaz muito gente boa, bem-humorado, e manja das coisas, como todos os outros que encontrei nessa viagem. Mas eu acho que faria o tour em um dia apenas, mesmo sendo cansativo, como falaram. Melhor do que ficar perdendo tempo com um monte de parada que considerei inútil. E foi tão cansativo quanto se fizesse em um dia. A vista era liiiiinda, mas não tinha necessidade de parar a cada 10 minutos! Se parássemos menos, acho que aproveitaríamos mais! Sem contar que umas 3 paradas eram pra... Compras! Haja dinheiro! Saímos 5:30, e chegamos umas 8:00 na Cruz del Condor. Façam as contas. A vista dos condores é muito bacana mesmo. É lindo vê-los planando sobre a sua cabeça. Os danadinhos demoram a aparecer, e você fica naquela expectativa, e na apreensão de ter viajado tanto pra não vê-los. Parece que eles ficam esperando você implorar por eles, rs... Então começa um. Depois dois. Três. Quando você se dá conta, tem um monte! E o cânion é lindo, lindo. Turista que é um saco. É gente subindo na mureta, apesar do aviso pra não subir porque é perigoso cair, é gente gri-tan-do pra tirar foto (não sei como não afastam os condores)... Enlouquecedor, tanto os condores voando lindamente sobre você, quanto os turistas querendo o melhor ângulo pra foto e esquecendo que ver com os próprios olhos é melhor que pela lente da câmera. (ou isso é desculpa pra não colocar fotos dos condores, rs... minha câmera é daquelas amadoras, não tira fotos com qualidade nem a longa distância, nem de coisas em movimento. então pra evitar que vocês pensem "só isso???" eu prefiro deixar pra vocês procurarem imagens no google, ou melhor ainda: que vocês vão até lá! ) Exatamente uma hora depois estávamos tomando o caminho de volta. Ainda passamos em outro restaurante pra almoçar. Mais 25 soles o buffet, e a bobona aqui não aprendeu... Tava lá de novo. Tentei comer cuy, mas mordi a coxinha dele e desisti. Não dá pra comer porquinho da índia!!! Tenho muita pena, meldels!! Nessa hora, se minha cabeça explodisse de vez, eu seria mais feliz. Latejava demais, meu corpo tava mole de novo... Uó! De volta em Arequipa, peguei minha mala grande no Home Sweet Home e fui comer algo no Mamut (8,70 soles um lanche incrível) antes de ir pro Terrapuerto, rumo a Cusco. Sim, terrapuerto! É um barato eles chamarem rodoviária de terrapuerto só porque segundo eles é um terminal de ônibus mais chique que os normais que eles têm lá. Não vi diferença nenhuma, mas tá bom![/align]
  13. [align=justify][t3]17/06/2013 – O Canion del Colca![/t3] E começo meu dia com mais uma bola fora da vovó do hostel... Ela me disse que a agência passaria pra me buscar às 8 da manhã, então levantei, tomei meu banho sossegada, e às 7:20, hora em que subiria pra tomar café... Ela bate na minha porta dizendo que eles estão na porta!! Fiadamain!! Saí sem café, e ainda fiquei no ônibus esperando eles recolherem os gringos dos outros hotéis. Se eu soubesse, tinha me lixado e ficado sossegada tomando meu café, né? Mais um tour sem outro brasileiro além de mim. Nesse grupo tinham uns indianos falando em inglês, posando de americanos. Digo isso porque eles falaram pra todo mundo que eram americanos, mesmo com aquelas olheiras e aquela cara típica! O guia depois me contou que pra ele o senhor disse que eram imigrantes... Que bobagem!! Que diferença faria pra qualquer um de nós se eles eram de um lugar ou de outro?! Aiai... Nessas horas eu via que não é só brasileiro que gosta de arrotar caviar, rs... O primeiro dia do tour é meio que um blablabla sem fim. Eles param o ônibus no meio da estrada um monte de vezes pro povo tirar foto das vicunhas (pelo menos eu aprendi a diferença entre lhama, alpaca e vicunha, rsrsrs), depois eles param num lugar pra gente pagar 3 soles pra tomar um chá de coca e comprar maaaais artesanato, se quisermos, e por fim paramos no portal de Chivay pra pagar a taxa de entrada. Maldita vovó do hostel!! Ela não me disse que esse pagamento era por fora do pacote, e eu não lembrava de ter lido isso aqui no Mochileiros!! Mais uma vez eu tava com o dinheirinho contado, e paguei 40 soles porque soy de latinoamerica. Os outros pagaram 70, e locais pagam 20. Por que no Brasil a gente tem que pagar o mesmo valor que os gringos nos pontos turísticos, se em outros países todo cidadão tem um descontinho? Daí fomos almoçar num buffet, 25 soles por pessoa, e eu tinha a opção de pagar 10 por uma sopa. Fui zoiuda e não quis, fui de buffet mesmo. Joguei dinheiro fora, porque voltei a sentir a altitude, e aquela comida não me apeteceu. Tomei dois pratos de sopa... Bem feito! Depois nos acomodaram num hotel em Chivay, e quase todos foram pras águas termais (15 soles o acesso). A monga aqui esqueceu o biquíni no hostel, então fui caminhar com duas peruanas e duas inglesas que não quiseram ir no termas. Pensava que ainda poderia ir em Águas Calientes. Meu pé direito me lembrava toda hora de que eu precisava descansar, mas ah, eu já tava tão lascada que preferia continuar caminhando! Fizemos uma trilha curta, passamos por uma espécie de arena onde eles colocam (ou colocavam, meu portunhol não entendeu direito) os bois pra brigar, e num forte militar “da época inca”. À noite jantamos num restaurante muito maneiro. Menu por 20 soles me permitiu comer uma truta ótima. O mais maneiro foram as danças típicas. Cantaram, dançaram, tudo com muita alegria e humor. Legal mesmo. De repente o líder apresentador nos deu tchau, apagaram as luzes, e nos mandaram embora assim, ahahhaha!! Tudo bem, tínhamos que dormir cedo pra acordar às 5 da manhã... [/align]
  14. [align=justify][t3]16/06/2013 – Rafting[/t3] Acordei cedo porque geral parava na frente do meu quarto pra conversar. Ouvi francês, espanhol, alemão... Ave! Depois do café, descobri que a vovozinha danada esqueceu de marcar meu rafting... E veio com a conversa de que não tinha disponibilidade pras 11h. Que ódio!!! Quase pedi meu dinheiro de volta, pensei em fazer em Cusco, mas ah, vai, só iam alterar 3 horas. Eles me buscariam às 14h, em vez de 11h. Então fui dar mais um passeio, comer algo... No Peru até meu apetite voltou! Mandei ver um chicharrón de calamar por 16 soles. Eu sempre comia longe da Plaza de Armas. É mais barato! E olha que eu ainda paguei caro por muitas coisas porque entrava em restaurantes locais, mas só entrei em um pézão de porco, daqueles hardcore. O restante eram restaurantes mais baratos q na Plaza de Armas, mas mais caros que os mais simples ainda... Meio-termo. Nessa espera pro rafting, também aproveitei pra ir ao mirador Yanahuara, bem bonito. Eu queria ter ido ao Mirador Sachaca, e nenhum city tour fazia. Acabei não indo, infelizmente. Podia ter pego um táxi, mas bateu uma preguiiiiiiça... A desvantagem do city tour é que um dos poucos lugares que eles param pra você descer é pra comprar coisas num “outlet de alpaca”. O resto dos pontos ou você não desce, ou desce rapidamente, como vi um monte de grupo fazer enquanto estava no Yanahuara. Pude ficar o tempo que eu quis, sem pressa... E até vi um peruano pedindo pra tirar foto com uma alemã bonita que visitava o lugar. Safado... Depois vai dizer que pegou ela, aposto! Kkkkk!!! O tour custa 45 soles em média, se alguém quiser fazer. Eu peguei uma van que me custou 80 centavos de sol, parei numa avenida e subi a pé até o mirador. De qualquer ponto de Arequipa os 3 vulcões estão te vigiando. É sensacional!!! (Ah, não me perguntem o que quer dizer Yanahuara, Sachaca, essas coisas. Mal sei falar os nomes, que dirá os significados, rs!) Voltei pro hostel, e esperei os rapazes me buscarem pro rafting. Tava demorando pra alguém cantar “Ai se eu te pego”, e um dos rapazes conseguiu essa proeza. Te amo, Brasil! O rafting foi super tranquilo... Eles nos levam a um lugar para colocarmos as roupas de neoprene, porque a água é gelada e precisamos disso, depois vamos pro rio e recebemos instruções detalhadas antes de começarmos. Ele nos orienta sobre posição no bote, como abaixar, como manter a uniformidade pro bote não virar, e até se o bote virar como a gente deve proceder. Além disso um dos rapazes desce num caiaque, como segurança. É tudo muito bem planejado. Bem legal. A descida é mega light!! Esperava mais correnteza, mais bagunça, mas nossa, foi super tranquilo!! A correnteza é forte, sim, só que não tiveram muitas quedas d’água, e foi ótimo pra controlar o bote. Fiz com um casal de holandeses muito gente boa. O ponto alto do rafting foi uma pedra, de onde saltamos. O casal não parou pra pensar: se jogou! Um de cada vez, claro. A covardona, quando tava lá em cima, viu que as pedras eram meio barrigudinhas, e se eu não pulasse afastada, me arrebentaria nelas. Travei. O guia falava pra eu não pular se não me sentisse segura, mas que se pulasse longe não teria o menor problema. Eu ameaçava, mas não ia. Con-ge-lei! Daí me deu uns 5 minutos e gritei “LEJOOOOOOOOooooo!!!!” e TCHIBUM!!! Saí da água tremendo a ponto de as pernas não se controlarem. É muita adrenalina!! Foi demaaaaaais!!! Na volta, fui acessar a internet no hostel, e comecei a conversar com uma menina em inglês, negociando o acesso. Daí o namorado dela chegou e eles falaram... Em português!! KKKKKKKK!!! Brasileiro é uma raça mesmo!! Kkkkkkk!!! Rachamos de rir com esse acaso! Pelo menos continuamos praticando o inglês, né? Meu calcanhar direito a essa altura tava em carne viva porque não parei de andar desde a Isla del Sol. Ia trocando o band-aid, passando antisséptico, mas nada de cicatrizar porque eu não parava... E não ia parar mesmo! Voltei do rafting, e continuei andando em Arequipa.[/align]
  15. [align=justify][t3]15/06/2013 – Um descanso, finalmente![/t3] Fui acordada por uma peruaninha muito amor me dizendo em inglês que já estávamos em Arequipa! Caramba! Nem senti! Tomei um táxi (8 soles), e cheguei ao Home Sweet Home (40 soles quarto privado com banheiro). Eu ia ficar em albergue, mas o Pirwa, que eu tinha escolhido, tava custando acho que 29 soles, algo assim. Preferi seguir a recomendação do francês bacana da Ilha do Sol, e fui pra esse outro. Quarto simples, mas com tudo que eu precisava. TV com Globo internacional, cama gostosa e banheirinho com chuveiro ótimo. Mesmo sendo 4 da manhã assisti o final de um filme antes de dormir. Mas não dormi muito não! Às 8 tava de pé. Tomei o café do hostel e fiz o que mais gosto: fui pra rua conhecer a cidade. É impressionante você olhar ao redor e, pra onde quer que olhe, topar com um vulcão te rodeando. São 3 vulcões que circundam a cidade. Lindos, imponentes, e impressionantes!! Passei no mercado municipal e ataquei um ceviche (8 soles). Delicioso! E comecei a sentir outro tipo de tratamento. Os locais puxam papo com você, te recomendam o que comer, onde ir... Simpáticos, atenciosos... Outro clima!! Um exemplo muito diferente dos que passei na Bolívia foi o seguinte: não estava conseguindo sacar dinheiro da minha conta. Fui na agência onde tinha parado pra pesquisar os preços, a Maravillas Peruanas, ali perto da Plaza de Armas, e expliquei o que tava acontecendo, inclusive que não sabia ligar a cobrar pro telefone do cartão. De graça, como o Luiz fez lá na Bolívia, elas me ajudaram e muito!! Foram atrás das informações pra mim, me ajudaram muito mesmo, e até me deixaram usar o telefone delas, porque o tal número não aceitava chamadas de orelhão público, mesmo sendo a cobrar. A sorte, além de encontrá-las, é que eu tinha uma conta de outro banco. Recomendo isso: dividam seu dinheiro, caso optem por sacar no exterior, porque os imbecis do banco bloquearam meu cartão porque troquei de país. Só liberaram quando mandei um e-mail malcriado. E bloquearam de novo quando voltei para a Bolívia. Banco só serve pra tirar dinheiro de vc, porque não deixam você usar nem o que é seu por direito!! Entendo que é por segurança, mas também é burrice, porque eu tinha passado todas as informações para onde ia, quanto tempo precisaria... Enfim. Quero recomendar a Maravillas pelo tipo de atendimento que elas prestaram, mesmo que tenham vendido só uma passagem pra Cusco. OK, custou 90 soles, mas podiam vender pacotes, e de modo algum tentaram me empurrar coisas, ou ganhar algo em cima de mim. Super respeitosas. Fiquei fã e arrependida de já ter comprado em outro lugar meus tours. Comprei com elas minha passagem pra Cusco, e só não comprei o pacote pro Colca com elas porque a otária aqui já tinha comprado no hostel, junto com o rafting. E dica: PECHINCHEM por tudo. Eu fui otária, e a vovó do hostel passou a perna em mim. Na Maravillas o cânion custava 60 soles, e eu paguei 75, crente que tava no lucro, porque tava estimando pagar uns 130... O rafting custou 80, o mesmo preço que nos outros lugares, só que ela me disse que as fotos estavam inclusas, e não estavam. Tive que pagar mais 15 soles pelo CD com umas 10 fotinhos. Partes burocráticas acertadas, fui caminhar mais por Arequipa. Me apaixonei por essa cidade. A Plaza de Armas é encantadora. Lindíssima. Os peruanos se encontram ali pra passear, namorar, fazer nada, como eu estava. Me sentei com uma Cusqueña na mão, e umas 3 pessoas passaram por mim dizendo “Salud!”. Quanta cordialidade!! Saí de um país com a sensação de que eu era um vira-lata sarnento (drama queen mode on), e lá estava sendo abraçada com tanto carinho que chorei de novo, hahahaha!! Em seguida, fui ao Monastério de Santa Catalina (35 soles, mais 20 soles pra guia). Uma facadinha financeira, mas compensa pegar guia sim!! A minha foi uma fofa, me explicou um monte de coisa bacana sobre as freiras, as celas, como elas iam parar lá, etc., e ainda perguntava sobre o Brasil. Passei uma hora caminhando com ela, e não teria aproveitado nada se resolvesse ir sozinha. O Monastério é mesmo “uma cidade dentro da cidade”, como eles dizem. Tem até ruas lá dentro, e muitos detalhes, muitas coisinhas que depois da visita guiada eu quis fazer de novo e me perdi (tá, tá, admito que orientação não é meu forte). Queria voltar ao criadouro de cuy que os funcionários mantêm, e não deu... O Monastério é imenso e lindo!! Ainda existem umas freiras vivendo lá (tirei uma foto de uma pendurando algo num varal, quando subi no mirador), mas de forma diferente da original. A única coisa semelhante é que não podemos ter contato com elas, que vivem isoladas numa parte do Monastério; só saem sob autorização superior, e por motivos bem específicos. E continuei batendo minha perninha pela cidade. Parece incrível, mas o psicológico é uma coisa forte mesmo. Diferentemente da Bolívia, ali no Peru eu tinha que fazer as coisas devagar, lógico. Não aguentava correr, subir escadas rapidamente, mas minha cabeça não doía mais, nem sentia o peso no peito. Pude andar a tarde inteira, entrar a esmo nas ruas, conhecer a cidade. Voltei ao hostel para um banho, e à noite continuei caminhando. Jantei no restaurante de um espanhol, um camarão no azeite delicioso (25 soles). Comi sem querer uma pimenta louca que minha boca adormeceu. Ele rachou de rir, e depois fiquei conversando com o grupo dele, falando até da Copa! Encantadores. Mais tarde fui a um bar/balada, o “El escondite de las monjas”. Um barato! As garçonetes se vestem de freiras, mas freirinhas meio assanhadas, pq a saia é mais curta que um band-aid... Lá também foi bem legal, mas aguentei tomar só um pisco sour (14 soles). Fiquei tontinha!! Gostei de ter ido lá porque só tinha peruano. Me senti inserida na rotina baladeira deles.[/align]
  16. Ô gente, obrigada pelos incentivos!! Já estou postando mais! aletucs, entendo bem o que vcs passaram. e sinto muito pela camera da sua mãe (eu li seu relato tb antes de viajar)... o lado bom é que pelo menos acharam seus passaportes, e ainda devolveram o dinheiro... olha, tomei muito chá de coca, masquei muita folha de coca também, e tentei as sorochi pills, e nada adiantou... sei lá o que aconteceu comigo naquele lugar!!
  17. [align=justify][t3]14/06/2013 – Rodando mais que pião da casa própria[/t3] Choveu e ventou a noite inteira, e fiquei me perguntando se conseguiria caminhar pra parte sul (ou parte norte, sei lá, rsrrs) da ilha... Porém, quando levantei, bem cedinho, a chuva tinha passado, e tava um sol bem bonito, apesar do frio. O início do caminho era quase na cara do Inti Kala. Deixei minha mala grande lá, e fui pra trilha. Eu sabia que tinha que pagar um pedágio no meio da ilha, mas não lembrava que eram BOB 15! Achei que fossem 5, como na entrada... Como estava com o dinheiro contadinho porque ia trocar de país no fim do dia, fiquei ze-ra-da. Tudo bem... Eu ia sair da Bolívia!! Foi uma caminhada longa e cansativa. Senti muita raiva de ter que pagar por tudo. Não pelo dinheiro, que todo mundo sabe que bolivianos valem 3 vezes menos que o Real, mas porque o “investimento” do turista não é usado neste propósito! Simplesmente não há estrutura alguma. Seu dinheiro vai pro bolso de trocentos bolivianos que se posicionam estrategicamente em pontos da trilha pra te cobrarem (e eles caem matando como urubus na carniça quando a gente passa por estes pontos), mas sequer existem placas te orientando se você tá no lugar certo. Isso pra mim teria sido valiosíssimo. Eu não teria camelado no dia anterior pra achar um hotel, nem nesse dia pra chegar no outro lado da ilha, coisa que nunca aconteceu. Pra melhorar o meu bom humor do dia, 4 gringos me alcançaram na trilha, e chegaram FUMANDO (tinha ódio pq eles conseguiam até fumar, e eu, só de ter um mínimo de oxigênio dos pulmões já tinha de me dar por contente, rs), e tagarelando... Ai Gizuis!! Num caminho lindo desses, eles podiam aproveitar o silêncio pra meditar, pensar na vida... Mas não! Eles estavam com o humor melhor que o meu, só isso... rsrrs... A trilha é linda mesmo. Você vai no topo da ilha, então pode admirar o Titicaca em 360 graus. É maravilhosa. Ah, sim: minto quando digo que não tem nenhuma estrutura... Passei por diversos bolivianos vendendo coisas no meio da trilha, é mole? Placa, não tem, mas até poncho lá em cima se você quiser comprar, tem. Bom, voltando: o céu estava lindo. Usem protetor solar, por favor, gente!!! Aquele solzinho engana... Saí com a cara queimada mesmo com protetor! Não sabia pra onde olhava. Tudo era tão lindo que senti vontade de chorar de novo (ou era o abalo psicológico, kkkk). Depois de duas horas de caminhada, cheguei num labirinto muito bonito. Rodei um pouquinho por lá e continuei. Meia hora depois cheguei a um morro imenso. Pensando que “aléééém do horizooooonte” estava o meu destino, subi. Sofrendo. Cara, como era difícil!! Não tinha pulmões, a cabeça latejando, com sede e sem dinheiro, fui praticamente me arrastando. Tive que sentar várias vezes pro coração voltar pro lugar certo, em vez de ficar na minha boca, mas cheguei no topo. QUE SURPRESA!! NÃO TINHA NADA LÁ!!!! AAAAHHHHHH!!!! Eu queria morrer ali, dane-se a volta, eu tava com uma bolha monstro estourada no pé direito, e ainda tinha todo o caminho de volta à pé!!! Antes de querer morrer, quis sentar um pouquinho. Sentei numa pedra e fiz companhia pra umas vaquinhas que estavam bem mais felizes que eu. E onde estava a outra parte da ilha? Não tinha nem ideia!! Só de raiva, resolvi descer atééééé uma praia que eu tinha visto logo abaixo do labirinto. E desci. Não foi muito fácil, mas cheguei lá embaixo. Uma praia no Titicaca, onde já se viu?! Linda, deserta, e com ondinhas! Fiz um lanchinho melancólico e modesto de bolacha brasileira, admirei a vista, os passarinhos, o lagão sem fim, molhei os pezinhos no lago gelado e tomei coragem pra tomar a subidona que me esperava. Meu mau humor estava no auge. Quase me arrastando eu subi a ladeira pra retomar a maldita trilha que não me levou a lugar algum. Quando cheguei de volta ao labirinto, um gringo veio me perguntar se lá embaixo era a trilha pro norte da ilha. Sem humor e sem fôlego, só gesticulei que não. E ele me fazendo uma série de perguntas, e eu respondendo só com gestos, porque era o máximo que eu conseguia fazer, por causa do cansaço. Ele resolveu voltar comigo (ir, porque ele tinha vindo do lado que eu queria conhecer!!!!). Um francês gente fina. Voltamos juntos pra Copacabana no barco das 16:00 (BOB 20). Já em Copacabana, troquei mais 20 doletas pra comer alguma coisa, pois a viagem pra Arequipa seria longa. Engoli em 5 minutos uma truta (essa sim tava ótima, apesar de eu mal ter tido tempo pra degustá-la) e voei pro ônibus da empresa Titicaca, rumo a Arequipa. Ônibus bom... Tava sentindo que tava bom demais pra ser verdade. Chegando na fronteira, nós tivemos que descer pros trâmites legais, e o motorista disse que nos pegaria de volta “do lado de lá”. Mas tava de noite, e eu não enxergava o tal “lado de lá”. Pra onde tínhamos que caminhar? Perguntei a um gentil oficial boliviano, que me respondeu “Pelo Titicaca é que você não vai!” Valeu, seu imbecil! Só me causou mais boas impressões a respeito do seu país! Cruzar a fronteira pra mim foi um alívio. Eu estava em Puno!!! Eu estava no Peru!!! Então até aqui foi o seguinte: o ônibus saiu umas 18:30 de Copa, e às 18:00 eu estava carimbando minha entrada em solo peruano. Fuso horário, gente! No Peru são 2 horas a menos, não se esqueçam pra não perder ônibus, essas coisas! Cerca de 2 horas depois, chegamos na rodoviária, e não apenas nos trocaram de ônibus, como trocaram os assentos também. Pelo menos eu continuava no “cama”. Ônibus fedorento a mijo, bem menos confortável que o outro em que estávamos. Perguntei ao boliviano que estava nos realocando, e ele, com a solicitude e gentileza bolivianas, me disse “já te falei que seu banco é no primeiro piso, quer mais o quê??” Amo a Bolívia, gente, só que não! De que adianta ter paisagens maravilhosas, se as pessoas que trabalham diretamente com os turistas são de um preparo exemplar?? Tenho no meu coração o Luiz e o Jube, dois bolivianos que pra mim são flores num deserto, mas fiquei com uma impressão geral péssima sobre a Bolívia. E ainda não acabaria! Conto mais pra frente, porque por enquanto só lhes digo que eu tava indo pra Arequipa! Simplesmente apaguei de cansaço.[/align]
  18. Oi camilalisboa!! O seu relato foi um dos que eu li antes de fazer a minha viagem... A sua viagem foi tão bacana que rendeu uma tattoo, né?!? Muito legal!! Sabe, no final eu espanei: acabei voltando ao Brasil 3 dias antes. Ia voltar dia 27, mas dia 23 eu já tava em terras tupiniquins. Em Cusco eu já tava tão de saco cheio que achei q fosse surtar, e pedir ajuda à Embaixada, kkkkkk!!! Exageraaaaaaaaaaaaaaaadaaaa... Valeu pelo elogio!! Eu tentei manter o bom humor, apesar dos perrengues. O que mais me incomodou foi a saúde. Graças a Deus eu não fui roubada, digo, não me furtaram os documentos (pudera, fui daquelas que colou a doleira na pança e não desgrudou), não me aconteceu nada mais grave, tirando o alto nível de confusão mental pela altitude (q podia render um coma, segundo o pessoal que me ajudou). As dores, o mal-estar, essas coisas me impediram de aproveitar mais ainda (confesso q o mau humor boliviano tb me tirou do sério, rsrs)! Quero deixar o relato porque vcs me ajudaram um montão contando as histórias de vcs. E vc tem muita razão: gente, fiquem espertos com as "azias", kkkkkkk!!! Logo mais continuo.
  19. [align=justify][t3]13/06/2013 - At the Copa, Copacabana[/t3] Ao fazer o check-out, uma grata surpresa: o Jube deixou no hostel não só o CD com as fotos do passeio, mas também meu gorrinho!! Esse cara é incrível! Queria agradecê-lo pessoalmente, mas infelizmente não deu tempo. Fechei a conta no Adventure Brew, e fui pra rodoviária. Tinha comprado no dia anterior a minha passagem pra Copacabana (Titicaca, BOB 30). Não lembro quanto tempo levei até Copacabana, mas foram umas 3 ou 4 horas de viagem. Você tem que descer do ônibus num lugar, pra que ele vá num barco, e você em outro, ao custo de BOB 2, se não me falha a memória. Depois daí, ainda tem mais uns 45 minutos de viagem até Copacabana, numa estrada sinuosa e cheeeeeia de neve. Lindo! Chegando lá, fiz outra burrada. Eu tinha um desejo de dormir na Isla del Sol, e estava determinada a concretizar isso. Mais uma vez, se eu tivesse pensado um pouquinho melhor, eu teria ficado no hotel sugerido pelo cara da Titicaca (Hotel Mirador, na frente do lago, por BOB 40), ia no dia seguinte pra ilha, fazia a trilha e voltava feliz e contente. (Som de disco riscando) Maaaaas não foi isso que eu fiz! Mal botei os pés em Copa, comprei o boleto pro barco pra ilha (BOB 20), e também já garanti a passagem pra Arequipa no dia seguinte. O safado da Titicaca disse que aceitava dólares, mas na hora que eu fui pagar, ele disse que não tinha troco, mimimimi, e disse que eu tinha que trocar. Adivinha quem trocou? Ele!!!! Me diz, pra quê, meu Deus?!?! OK, vá. No barco, a vista é maravilhosa. Não estava tããããoooo frio porque o sol resolveu aparecer, mas eu entrei no barco com chuva, pra variar... Tempo louco igual aqui em SP, rs! Foi mais bacana pq estava com saudade de ouvir português, e encontrei no barco dois brasileiros, e Mochileiros!! Eles tb tinham pego as dicas aqui... Bacana mesmo, adorei encontrá-los! Chegando à ilha, a cholita mal deixa você botar o pé; já vem te cobrar os BOB 5 de entrada. É importante que vocês guardem TODOS os tickets que eles te derem nessa ilha, porque mesmo eles se lembrando da sua cara, vão se fazer de desentendidos e vão querer te cobrar umas dez vezes pelo mesmo trecho que você passar. Assim que paguei boleto, me arrependi amargamente de ter desejado dormir na ilha. A burra aqui foi com a mala de 10kg nas costas, e a escada que te recebe na ilha é simplesmente de tirar o fôlego de qualquer mortal. QUALQUER. Me acreditem: nas fotos, ela parece íngreme, mas suportável. Cacildis, gente!! É osso!! Some aos 10kg das minhas costas a dificuldade que estava tendo com a altitude, e acho que vocês vão poder fazer uma ideia de como foi difícil pra mim superar aqueles degraus... Pra piorar, eu não encontrava de jeito nenhum o hotel que eu queria ficar. Caminhei, caminhei, e nada. Não há indicação alguma. Já estava querendo sentar, chorar e depois morrer, quando achei outro hotel, o Inti Kala (BOB 90 o quarto individual, com banheiro dentro, e café). Não pensei se era caro, se era barato, não pensei nada. Joguei minha mala no chão, e fiquei lá. Peguei um quarto ótimo, cama boa, mas a água quente do banho deve ter sido gasta em outro quarto, porque eu tive que dar uns pulos pra aguentar a água gelada... O importante mesmo era a vista incrível do meu quarto pro Titicaca. Larguei minha mala e fui comer. Paguei BOB 30 numa truta ao alho meia boca. Naquele momento eu não sabia quão meia boca era porque foi minha primeira truta... Comi como um manjar, mesmo continuando com o apetite péssimo. Depois tomei coragem e desci de novo. Estava tendo uma festa na ilha, pra comemorar algo que eu não lembro o que era, mas a comemoração era muito divertida!! Imaginem um terreno com menos de 1000 metros, dividido por 4. Em uma das partes havia uma igreja, e nas outras 3, em cada uma delas tinha uma banda tocando e um grupo de homens e mulheres com roupas festivas mergulhando na cerveja e dançando coreografias. Eu adorei! Era caótico, claro! Pensem em todas as bandas tocando diferentes músicas, mas ao mesmo tempo, e cada grupo com roupas e coreografias distintas... Mas todos estava muito, muito alegres, bebendo muito... A música era vibrante... Achei emocionante e empolgante! Parecia uma competição simultânea, mas não; estavam mesmo só comemorando! Um senhor vaidoso amou ser fotografado, e resolveu me conceder a gentileza de posar pra mais fotos, rsrrs! Me chamava, dizia que queria tirar fotos comigo, e pedia pra um indiano tirar fotos com a minha câmera, dele comigo... Um fofo! rs Vi uns brasileiros no dia seguinte tirando onda, zoando a festa, coisa que pra mim é um desrespeito. Não tenho a menor vontade de voltar na Bolívia, e tenho meus motivos pra isso, mas em momento algum eu ouso tirar sarro dos costumes deles. É cultura, e tem que ser respeitada. Esses brasileiros me envergonharam duas vezes, porque também os vi em La Paz deixando sujeira na lanchonete em que estávamos, e gritavam... Vexame mesmo. Resolvi subir de novo na hora exata. Quando visualizava o hotel “da esquina”, começou a chover. Não me molhei muito, mas os indianos, que subiram pouco depois de mim, chegaram ensopados. E minha noite mirando o Titicaca foi pro saco, porque foi uma tempestade de vento praticamente a noite inteira. Fiquei olhando pro teto do quarto até pegar no sono, porque não via nada pela janela, só uma nuvem branca de chuva, e não tinha com quem conversar. #forever alone[/align]
  20. [align=justify][t3]12/06/2013 - The Death Road [/t3] Acordei umas 6:15, e fui pro ponto de encontro, um restaurante chamado Little Italy. Tinha uma funcionária muito legal lá, uma fofa mesmo. As coisas lá eram mais caras... Uma água de 600ml custava acho que 15 BOB . Estava sentindo algo estranho no meu estômago, então não quis tomar café. Tomei um suco de laranja e ela me deu um copo de água (PUTZ!). Meu grupo consistia em um casal de americanos, e duas britânicas. Assim que botamos o pé na van, minha barriga começou a doer muito, MUITO mesmo!! Burra... Tirei minha farmácia da mochila de ataque porque não tinha sentido nada até aquele maldito momento!! Não tinha protetor de assento, não tinha papel higiênico, não tinha Imosec!! TAQUEU!! Fomos parando pra eu liberar os monstros que povoavam minha barriga. Num dos lugares eu não consegui esperar nada: corri pro banheiro. Estava lá sofrendo, me virando como podia, quando uma mulher começa a socar a porta e gritar “SEÑORA, TIENE QUE PAGAR!!! TIENE QUE PAGAR!!!” Gritava isso e socava a porta. Maldita. Eu dizendo que já ia sair, que já pagava, e ela gritando. Parou de gritar na hora que eu gritei mais alto ainda que ela: “UM MINUTO, BARALHO!!!” Quando saí, fui pagar a droga dos 50 centavos (de boliviano!!!) que ela tava exigindo. Não vou reproduzir a conversa que tive com ela porque uma série de insultos em quéchua eu não sei traduzir, e os que eu usei em português também é melhor vocês não saberem... rs... Odeio esses mercenários. A coisa foi melhorando depois que a americana me deu um remédio igual ao Imosec. A dor não passava, mas o resto gradualmente foi melhorando sim. Beeeem, ao que interessa: a death road. Já no caminho, depois de passadas as construções se acabamento que povoam La Paz, a vista começou a melhorar. Montanhas lindas, cobertas de neve, e um frio maledeto! Paramos num ponto da estrada, o Jube, nosso guia (o segundo boliviano maravilha que conheci) nos deu nossas roupas, e as instruções pra um passeio tranquilo. Fizemos também um ritual bem legal pra pachamama: jogamos um pouquinho de álcool 96% na roda dianteira de cada bike; em seguida deveríamos tomar um gole do álcool. Todo mundo tomou, mas eu só cheirei, porque estava um trapo humano... Vai que aquilo lá me desestabilizasse ainda mais?! Começamos a aventura. E olhem, foi uma das coisas mais incríveis que fiz nessa viagem. Não é esse perigo todo que pintam. A estrada é mesmo pequena, mas não é super estreita a ponto de não passar uma bike e um carro que possa vir. O problema é que a galera é muito sem noção e desce como se não houvesse amanhã... Daí vem um carro em sentido contrário, e o amanhã não chega mesmo. Uma coisa importante é que temos que andar à esquerda. E isso amplia a adrenalina a mil, porque à esquerda só tem o despenhadeiro, hohoho!!! É animal!!! Eu fiquei no meio: não ia nem desenfreada que nem as britânicas, nem devagarzinho que nem a americana. Aproveitei muito, me diverti demais na bike, mas não dá também pra ficar moscando e querendo olhar tuuuuudo, porque na hora que me distraí olhando a incrível paisagem em que estava, aí sim eu quase me arrebentei. Mas é mega tranquilo e maravilhoso de se fazer. E se bater um medão, a van tá sempre atrás da gente. É só descer da bike que eles te levam! Outra dica: relaxem as mãos. A bike é full suspension, então você não sente tanto os impactos. Não precisa tensionar as mãos, porque senão quando você chegar lá embaixo, elas vão estar suuuuper doloridas! É difícil soltar, mas relaxa!! Depois que eu relaxei, tudo ficou melhor ainda!! O tempo ruim continuava me acompanhando, e na death road não foi diferente. Choveu muito num trecho, e tome lama!! Dificuldade pra enxergar, neblina forte... Mas tudo só era mais ingrediente pra aventura maravilhosa que eu tava passando! Creio que umas 3 horas depois a gente chegou lá embaixo. Paramos num rio, mas tava muito frio pra tomar banho. Tomei uma breja chamada Judas (ali eu já não sentia mais dor! Kamikaze voltou!), depois fomos almoçar num restaurante bem bacana na beira do rio. Prato simples: macarrão à bolonhesa ou ao pesto, já incluso no preço do downhill, com bebidas à parte. Na volta as britânicas ficaram bestas comigo; o cansaço era tanto que joguei a cabeça pra trás e dormi o trajeto inteiro... Saí meio desorientada da van, e larguei meu gorrinho lá dentro. Fiquei arrasada... Já tinha perdido o cachecol em Uyuni, o gorrinho em La Paz... puxa! E eu ia embora no dia seguinte... que bad!![/align]
  21. [align=justify][t3]11/06/2013 - La Paz[/t3] Cheguei em La Paz de madrugada, e continuei sendo babaca... Peguei um táxi pra ir até o albergue, paguei BOB 10 pra isso, e adivinhem? Era só eu ter descido a avenida em que o ônibus nos desembarcou, e na quadra seguinte virado à esquerda... Sim, não desembarcamos *dentro* da rodoviária. Saímos no meio da rua mesmo! O albergue foi o Adventure Brew. Mas atenção, há dois, um muito perto do outro: o Bed and Breakfast, e o albergue mesmo. Boboca aqui não atentou pra isso e chegou no albergue. 60 BOB por um quarto com 8 camas e banheiro dentro. OK, fecho. “Mas você vai ter que esperar até umas 8, porque antes disso não pode entrar nos quartos pra não atrapalhar.” Tá... Quando finalmente pude subir, percebi que o tonto me botou num quarto errado: 10 camas e sem banheiro dentro. Que joia!! Mas tá bom, estava treinando a resignação. E pelo menos era um pouquinho mais barato: BOB 49. Era um hostel bacaninha, até. As roupas de cama com o odor característico de corpos que pareciam ter visitado a Bolívia desde o período Cretáceo, e desde então nunca as lavaram, mas o chuveiro era divino, algo que efetivamente eu estava precisando. Bom, pode ser que minha declaração de agora choque muitas pessoas, mas *detestei* La Paz. É uma cidade feia, sem atrativos, caótica, suja... O bom é que passou, e não pretendo mais voltar lá. Nesse dia, ainda de manhã fui a Plaza San Francisco, caminhei ali no mercado das bruxas, que pensava que fosse bem maior. Queria ver mais fetinhos de lhama! Almocei num restaurante tailandês (73 BOB o prato mais a coca-cola) e ousei: debilitada, de novo sem comer desde sei lá que horas (acho que desde o almoço ainda lá no Parque Nacional, antes de voltar a Uyuni), mandei pro bucho um camarão ao curry, porque não aguentava o cheiro de óleo dos frangos fritos. Tava bem gostoso... E não me fez mal!!! \o/ Depois do almoço fui a umas agências espiar a death road. Optei pela Barracuda (BOB 449 a bici full suspension, mas sem café da manhã), e caminhei até o mirador Kili Kili. Péééssimo!! Não percam seu tempo, porque a minha laje aqui de casa tem a mesma vista, rs! No hostel o menino me indicou outro mirador, mais perto de Sopocachi, um bairro mais bonito lá de La Paz, onde fica o pessoal com mais dinheiro. Não andei muito lá, mas fui no outro mirador. Tomei uma van ali na frente do hostel (BOB 2,50), desci numa praça e camelei atéééé o mirador. Bem mais arrumado que o Kili Kili, cheio de jovenzinhos namorando, velhinhas levando os cãezinhos pra passear, mas eu já estava amarga com La Paz. Já tinha escolhido detestar aquela cidade, então não vi graça nenhuma. À noite teve festa no albergue. Vi minha primeira brasileira lá, mas conversei pouco com ela. Tomei umas cervejas e conversei com um britânico que estava voltando pra casa no dia seguinte. Mal tinha chegado, se arrebentou na death road e quebrou o braço. Ééééé... Só tava vendo o que me esperava no dia seguinte...[/align]
  22. Obrigada, aletucs!! Então continuando... [align=justify][t3]10/06/2013 - Um dia cansativo[/t3] O nosso guia disse que esse seria o pior dia, e de fato foi... Vimos lugares liiiindos, lindos, com um céu sem nuvens, absurdamente azul, que contrastava com aquele infinito branco, dessa vez de neve, não de sal como no primeiro dia. Só que o cansaço também foi feio, porque foi o trecho em que mais ficamos dentro do carro. Foram horas seguidas de viagem pra voltar a Uyuni. Antes disso, chegamos ao nosso destino do tour, que era a Laguna Verde, situada no pé do Licancabur. É de chorar. Chorar de frio, chorar do mal de altitude, chorar de imponente, de maravilhoso! Chorar de tudo!! A espertinha aqui ainda tava sofrendo da altitude, então andava bem mais devagar que os outros, com a cabeça sempre tocando um enredo de escola de samba, mas não deixava de fazer nada (ou quase nada. Não quis entrar nas águas termais, por exemplo... Tirar a roupita, mesmo que depois fosse pra entrar na água quentinha, acabou saindo do meu objetivo). E caminhando devagarzinho me divertia enfiando a perna até o joelho naquela neve toda. A fronteira pro Atacama estava realmente fechada, então eu tinha duas opções: 1. Subir até uma cidade que ficava a 6 horas dali (não lembro o nome), e depois descer até San Pedro, a um custo não planejado de BOB 250; 2. Voltar a Uyuni e mudar meu roteiro. Não raciocinei muito. Não sei se a maldita altura, ou se realmente sou meio lesa, ou ainda na verdade eu acho que já tava era bem de saco cheio de passar tão mal e só queria ir embora. Sei que preferi a segunda opção, e sinceramente agora eu acho que não teria mudado meu roteiro; teria ido pra tal cidade e conhecido o Atacama sim. Naquela hora, decidi ir pra Uyuni de volta. Eu e meus amiguinhos de viagem nos separaríamos em poucas, mas exaustivas horas... Umas 6 horas. Tiramos algumas fotos, e tomamos a estrada de novo. Paramos só pra almoçar na saída do parque nacional: atum em lata com seleta de legumes, arroz e champignon. E sempre aquela coca-cola sem gelo... Mas nem precisava! Fazia tanto frio que estava sempre deliciosamente fresca! Como eu não previa voltar a Uyuni, não sabia muito bem o que fazer. E os dois ingleses iam pra La Paz. Ah, resolvi ir com eles, então, mas não tinha a passagem... Não por isso!! Quando os celulares voltaram a ter sinal, o Luiz ligou pra filha dele, e eles conseguiram comprar pra mim uma passagem no mesmo ônibus e horário (Todo Turismo, 130 BOB. Não lembro o horário que saímos). Eles são meu exemplo de que também tem gente boa na Bolívia... Não precisavam fazer nada disso. Me venderam pelo preço da passagem mesmo, sem botar lucro em cima. E por isso recomendo a Coquesa Tours. Eles cumprem à risca o que prometem, e, claro, que é possível fazer de maneira segura. Não basta isso, eles são gente fina... Um abraço pra eles! E vamos ao encontro do meu Karma: La Paz.[/align]
  23. [align=justify][t3]09/06/2013 – Uyuni – O pior dia de soroche[/t3] Acordamos 06:00 da manhã. Uma friaaaaaca tremenda! (Li ressaca, agora, com o sono. Mas a sensação era igual, apesar de não ter bebido nada alcoólico...) Lembro que o amanhecer foi lindão. Só que a minha cabeça não parava de doer. Nesse dia, tirei muitas fotos, mas não anotei nada porque subimos a 5 mil metros, e depois da Laguna Colorada (por sinal é aqui que pagamos a outra entrada fora do pacote: BOB 150) chegamos no hotel. Senti saudade do hotel do dia anterior... Mas não deu tempo de nada: desci do carro e corri pro banheiro pra tentar vomitar. Não conseguia nada, comecei a ficar mais tonta do que já sou/estava, e avisei o pessoal que ia me deitar. A certa altura, o espanhol veio ver se eu estava bem, e eu comecei a misturar inglês, português, portunhol, dizendo que não entendia o que ele dizia. Ele não me deixou mais ficar deitada, e me levou pra sentar com o pessoal. Comecei a não falar coisa com coisa, e a falar mole. Parecia bêbada. Quis o destino que a belga fosse enfermeira. Correram buscar oxigênio, ela me deu lá algum remédio, cuidaram super bem de mim. Me disseram que se eu insistisse em dormir, poderia até ter entrado em coma, do jeito que eu estava. Foi bad, bem bad. Por isso a galera com quem fui é inesquecível. Todo mundo me ajudou, se preocupou... Muito bacanas. Confesso que a partir daí só queria voltar pra casa. Só não voltei imediatamente porque eu estava a milhares de quilômetros de distância de qualquer aeroporto. Sozinha, dependendo de estranhos pra se restabelecer, confusa, aquilo estava complicado, difícil... Esse dia também foi o primeiro que a jeca aqui viu neve na vida. Parecia criança! Brinquei com os meninos, pulei, ganhei um bonequinho de neve, porque disse aos gringos que obviamente não sabia fazer... Foi tão legal!! No final, depois de tanto frio e neve, concluí que só amei neve porque em São Paulo é praticamente impossível que neve... O que significa que minha diversão tem limite pra acabar! Melhor do que viver no meio da neve... Ui! Bom, poucas anotações desse dia, vou colocar ibaaaagens![/align]
  24. [align=justify][t3]08/06/2013 – Uyuni – Tour do Salar[/t3] Nesse dia eu comecei a sentir que o passeio ia começar... Às 10:30 da manhã fui pra porta da Coquesa, e o espanhol já tava lá. Depois se juntaram a nós dois ingleses e um casal de belgas. Todos incríveis. Gente finíssima mesmo. O cemitério de trens é pertíssimo da saída da cidade. Você pensa que vai demorar um tempão pra começar e puf! Lá está você naquele sucatão a céu aberto. Galera largou aquele ferro-velho, e eles justificam de algum modo a “utilidade” levando a turistaiada... Depois dessa parada, fomos naqueles montinhos de sal que ainda estão secando, e o Luiz não disse nada quando eu tentei subir em um, mas uma moça falou que não podia. Mas não é que não pode sem motivo: é que tá molhado, e acho que a gente acaba chochando o processo. O almoço no hotel de sal foi o usual deles: quinua, carne de lhama, salada e coca-cola pra beber. Não sei se era a fome, mas tava bem gostoso. A esposa do Luiz que fez. Comi pouquíssimo porque ainda não tinha aqueeeeele apetite pra comer. No caminho, aquela pausa pras fotos engraçadas. O Luiz levou um dino que virou meu amiguinho. Amei! O tempo não estava colaborando muito. Tava bem nublado, não tava aquele céu lindo que costumam pegar, mas valeu a pena mesmo assim! O salar é incrível... À tarde chegamos na ilha dos cactus (que em dutch tem um significado muito peculiar, segundo os belgas, hihihihi! Virou nossa piada do tour!), a ilha Incahuasi (BOB 15 pra entrar, pagos à parte do pacote). É super bacana subir pra tirar fotos lá de cima. Demorei o dobro do tempo que meus amiguinhos, mas a vista compensou. Na volta, tentamos ver o pôr do sol, mas não deu. O bom e velho tempo nublado... Nessa noite, nos hospedamos num hotel de sal fora do salar. Segundo o Luiz, o único hotel de sal dentro do salar é aquele em que almoçamos (sim, aquele com o monte de bandeiras de tudo quanto é time e país). Os demais, todos são fora. Esse hotel foi super bom. Além da gente, só tinha mais um grupo de alemães, então foi bem sussa. Jantei só uma sopinha de legumes, que estava muito boa. Depois teve ainda frango, batata, tomate e banana assados, mas eu mais uma vez não estava aguentando. Estava um pouco confusa, a dor de cabeça era permanente, e com isso acho que a fome ficava pra trás. Fiquei sozinha num quarto. Cama beeeeem gostosa, quentinha... E lá fora? 15 graus negativos. Só estava torcendo pro tempo melhorar, porque senão o Luiz disse que o Chile fecharia a fronteira pro Atacama...[/align]
  25. [align=justify][t3]07/06/2013 – De Potosí para Uyuni[/t3] Fui pra Potosí porque queria fazer o tour nas minas. Só que eu tava tão mal que entrar numa mina abafada seria loucura... Se já me faltava o ar ali, que dirá lá dentro! O tour custaria BOB 80, pra quem quiser saber, porque eu desisti, e comprei lá mesmo no La Casona uma passagem pra Uyuni (Diana Tours, BOB 39) saindo às 11 da manhã. O outro horário seria 18:30, acho. As 4h de viagem foram um sarro, pelo menos no tempo em que estive acordada (a dor de cabeça, o cansaço, tudo era tão ruim que eu dormiria até em pé, acho). Entraram cholitas, cachorros, galinhas... Cholitas desciam, iam na beira da estrada, se abaixavam, protegendo as partes com a saia, e faziam seu pipi. Davam uma sacodidinha, e pronto! Estavam novinhas em folha pra passar as mãozinhas pretas de sujeira nos ombros de quem tava sentado no assento do corredor. Eu tava na janela, ufa!! E assim, não vi ninguém indo no corredor, como li em vários relatos. Vai ver era ônibus de luxo, rs!! Cheguei meio perdida e fui pro Hostal Julia. A menina me disse que estavam limpando um quarto, e que eu poderia subir em seguida. Então deixei minha mala maior lá e fui cuidar da vida. Quando voltei, ela já disse que não tinha mais quarto. Nem esquentei... Quase ao lado tinha um tal Hostal Avenida. Saí no lucro: O Julia eram BOB 100, e o Avenida me saiu por BOB 60 (quarto privado, com banheiro). O melhor de tudo: S I L Ê N C I O ... Passeando e pesquisando as empresas que eu tinha escolhido pra fazer o salar, cheguei nessa comemoração. Não souberam me explicar o que comemoravam. Não entendiam meu portunhol... Mas tava divertido. Para o salar, busquei algumas empresas que tinha lido aqui no fórum, e decidi por uma chamada Coquesa Tours. Paguei 650 BOB pra fazer o Salar. Atentem para o nome: eu pensei que era a Colque Tours, que todo mundo fala aqui, mas não era... E não me arrependi na-di-nha desse equívoco!! Pelo contrário, recomendo muito!! O dono da agência nos levou, o Sr. Luiz. É a família inteira que trabalha lá. A atendente era a filha dele. Não sentia fome alguma, mas tinha que tentar comer, porque já estava de noite e eu não tinha colocado nada além de água pra dentro. Daí entrei num tal de Pittipasta ou algo que o valha, e por BOB 25 comi uma pizza vegetariana bem boa! No mercado tinham opções mais baratas, bem mais baratas, sempre, mas ah, me deixa!! O mais engraçado foi quando eu fui pagar. O menino disse que não tinha troco, então eu disse que iria trocar e voltava. Saí pra comprar uma água, e quando já tava voltando pra pagá-lo, ele estava do lado de fora, desesperado, olhando pra todos os lados, me procurando... Coitado! Achou que eu sairia sem pagar! A cara dele de choro era impagável. Me deu dó...[/align]
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