Gostaria de relatar aqui uma aventura que fiz uns anos atrás. Eu tenho uma casinha (sem luz elétrica e forna á lenha) em um lugar chamado Fragaria, perto de Itamonte-MG. A viagem começou cedo, pegamos um busão do Rio para São Lourenço, mas saltamos em Itamonte. O destino (Fragaria) ficava a uns 35km de Itamonte em uma estrada de terra. Chegamos em Itamonte as 10 horas da manhã, e descobrimos que o unico onibus que poderia nos levar só pasava ás 14:00 e nos deixava a uns 15km da casa. Foi quando o meu amigo Chico deu a brilhante idéia
- Vamos à pé.
Como eu estava com muita vontade de chegar, eu nem pensei nos 30 e poucos quilometros que nos separavam da casa. Depois de andar uns 2km passou um carro. Levantamos o polegar direito e o carro parou, foi a salvação. Era um fusca de 67 sem os bancos traseiros e cheio de madeira e ootras coisas que eu não consegui identificar, mas só de não precisar andar já foi um alívio. Mas o cara que tava dirigindo falou que só iria até um poco mais na frente, e nos deixou a uns 3km na frente. Sentamos na beira da estrada, fumamos um cigarro e esperamos outro carro passar, Mas nenhum carro passou durante uns vinte minutos, e resolvemos continuar andando. Até que derrepente aparece um trator, que nós já cansados nem pensamos duas vezes em pedis carona. Otrator parou e o cara falou pra gente se segurar onde desse, mas nõ tinha nenhum lugar que desse para segurar. Para nossa falta de sorte o trator só iria até uns 2 km na frente. Dessemos denovo e o sol já estava nos matando. Comemos um biscoito "Maria" e esperamos mais um anjo salvador pra nos dar uma carona. Até que um caminhão de frete com umas dez pessoas passou e parou, nós subimos na caçamba acendemos um cigarro e fomos com um puta sorriso no rosto e o vento batendo. Mas a alegria durou pouco, o caminhão parou logo na frente, depois de uns vinte minutos. Saltamos e andamos uns 3km e o meu amigo Chico percebeu que tinha esquecido o casaco no caminhão do cara. Depoi de muito pensar se valia a pena voltar pra recuperar o casaco, voltamos andando, entramos na fazenda do cara, vimos o caminhão parado e resolvemos falar com o cara para recuperar o casaco. Ele teve a cara-de-pau de dizer que não tinha nenhum casaco no carro. Fomos dar uma olhada no caminhão e o casaco estava todo enrolado atrás do banco do motorista. O cara ficou olhando pra gente com uma cara que não era de muitos amigos, mas nós nem demos trela e continuamos nossa viagem á pé. Já deviam ser umas 13:00 e ainda faltavam uns 20km. O resto eu escrevo outro dia, pois é muito perrengue pra uma viagem só. Um abraço, Sereno.