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Mochila de Casal

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Tudo que Mochila de Casal postou

  1. Para ver o relato completo, acesse: https://onedrive.live.com/redir?resid=4725C01D98ABC510!876&authkey=!AOneksvQZJs24sA&ithint=file%2cdocx
  2. 01/09– San Pedro de Atacama A viagem até San Pedro de Atacama (SPA daqui pra frente) durou 1:30h e foi ótima, a paisagem do deserto é linda. O transfer vai deixando cada um no seu hotel então já deu pra ir conhecendo um pouco do vilarejo. Todas as construções são rústicas, mesmo as mais chiques. Tínhamos reservado um quarto compartilhado com mais 3 pessoas, duas alemãs e um brasileiro, o Bruno, que conversou muito com a gente, acho que estava com saudades de falar português. Ficamos no Hostel Mamatierra (http://www.hostalmamatierra.cl/en/), simpático, limpo, com boa ducha, embora o espaço do banheiro seja bem pequeno. Dica: nos fundos do hostel há mais um banheiro, este bem espaçoso, muito mais confortável. Já era noite quando saímos para reservar os passeios dos próximos dias. O hostel também faz os passeios, mas os preços das agências (claro) são melhores. Abertas até às 21h, elas ficam todas na mesma rua, a rua principal da cidade , Calle Caracoles. O que nos guiou na escolha foi o passeio para Piedras Rojas que eu queria muito fazer, mas não é um passeio fácil de achar nas agências, porque é bem longe e não tem todos os dias. Os outros são encontrados em todas as agências e vale muito a pena ir perguntando de uma em uma, achamos diferenças de quase 70%! Por fim entramos na última agência da rua, a Lickan Antay (http://www.lickan-antay.cl/), e fomos atendidos pelo simpático Sr. Jesus. Fechamos com ele Salar de Tara para quarta (03/09) e Piedras Rojas + Lagunas Altiplânicas para quinta (04/09). Ambos são passeios de dia inteiro. Jantamos no “Abdalla”, ao lado do hostel, muito simples e gostoso. Comi duas empanadas deliciosas e há opções vegetarianas. Dica: a cidade é cheia de lojas de artesanato e há uma espécie de rua específica de artesanato, perto da igreja. Se vc vai continuar a viagem para Bolívia e Perú vai encontrar os mesmos artesanatos, mas a preços melhores. Gastos Passeios, para 2 pessoas: 1) Salar de Tara (com café da amnhã e almoço) e 2) Piedras Rojas + Lagunas Altiplânicas (com café da manhã e almoço), na agência Lickan Altay = R$ 558,04 Jantar no Abdalla, para 2 pessoas = R$ 39,86 02/09– San Pedro de Atacama – Valle de la Luna Tínhamos planejado irmos de bike até Pukara de Quitor, um sítio arqueológico que fica perto da cidade, super bem recomendado por quem já foi, mas fomos vencidos pelo calor e pelo ar seco. Só de pensar em andar de bicicleta nessas condições já desanimava! Perto do correio há um “Solmáforo”, que mede a incidência dos raios ultravioleta e mostrava que neste dia a coisa estava “peligrosa”. No hostel tinha um grupo de franceses idosos, que fazia uma algazarra tremenda! Muito engraçado ver as senhoras saindo das duchas de meias e enroladas na toalhas! Tomamos o café da manhã, muito bom por sinal (para os padrões de hostel), com salada de frutas e ovos e saímos para fechar os outros passeios. Fechamos o Valle de la Luna com a mesma Lickan Antay, para aquela tarde. Já o do Salar nem quisemos pesquisar, fomos direto na loja da Cordillera Traveller. Super recomendada por quem já foi, tem a vantagem de ter agência também em Uyuni, na Bolívia. Há agências que cobram mais barato, vimos uma onde sairia 8.000 pesos mais em conta, mas achamos melhor ir pela recomendação de muitos relatos que lemos, afinal seriam 3 dias no deserto, sem telefone, contando exclusivamente com o know-how da agência. E não nos arrependemos. Fechados os passeios, fomos até a praça onde fica a famosa igreja, figurinha fácil em todas as fotos da cidade, mas pra minha decepção a igreja estava em obras. Tentamos tomar uma cerveja num local chamado “La Plaza”, mas descobrimos que eles não vendem bebida alcóolica se não for acompanhada de comida. Depois eu soube que não é só neste bar, todos os lugares são assim. Ficamos perambulando pela cidade, tomamos um café, compramos um postal, andamos na feirinha de artesanato onde comprei folhas de coca (que no final nem usei, tentei mastigá-las uma vez, sem necessidade, só pra ver que gosto tinha...blergh! blergh! blergh! É como mastigar folhas de boldo!!). Almoçamos no restaurante indicado pelo hostel, “Café Sol Inti”, com um preço bem bom para o lugar, e fomos pra agência esperar o passeio pro Valle de la Luna. A ida ao Valle de la Luna é feita numa van e paga-se uma entrada, não inclusa no valor do passeio. Declarado Santuário da Natureza e Monumento Nacional, fica a 19 km da cidade. Toda a região é o Salar do Atacama, e não o Deserto do Atacama como muitas pessoas pensam. O passeio começa por um caminho por dentro das rochas, ruinzinho de passar em alguns trechos e escuro (leve lanterna!!). Há também um trecho fabuloso, com dunas enormes, e as famosas “Três Marias”, formações rochosas moldadas pelo vento.
  3. Tudo começou quando eu contei pro Gustavo que queria conhecer o tal Salar do Uyuni de que tanto falavam, e então aproveitar para emendar com o deserto do Atacama e com o Perú O Gustavo já tinha ido pro Perú no ano anterior (2013), mesmo assim topou a empreitada. A viagem começou como a de todo mundo, vendo muitas fotos, escutando muitos relatos de amigos que já tinham feito a mesma viagem e lendo muitos deles no Mochileiros.com. O roteiro é um clássico dos mochileiros, mas queríamos fazer algumas coisas diferentes, como visitar umas cidades fantasmas e ir para o litoral do Perú. Assim, o roteiro ficou: 30/08 – São Paulo – Santiago/Chile 31/08 – Santiago – Calama 01/09 – Calama (cidades fantasmas) – San Pedro de Atacama 01/09 a 04/09 – San Pedro de Atacama 05/09 –Tour para o Salar do Uyuni (3 dias) 07/09 – Uyuni – Potosi – Sucre 09/09 – Sucre – La Paz 13/09 – La Paz – Copacabana 15/09 – Copacabana – Puno – Arequipa 17/09 – Arequipa – Cusco 20/09 – Cusco – Ollantaytambo – Águas Calientes 21/09 – Machu Picchu 22/09 – Águas Calientes – Cusco 23/09 – Cusco – Lima 24/09 – Lima – Ica – Huacachina 27/09 – Huacachina – Ica – Lima 28/09 – Lima – São Paulo Câmbios utilizados: CLP R$ 0,0040 Bs R$ 0,3302 PEN R$ 0,8198 DOLAR R$ 2,2980 30/08 – São Paulo – Santiago/Chile O voo da TAM saiu do Aeroporto de Guarulhos às 20:30h, chegando em Santigo às 22:30h no horário de lá (-1 hora em relação ao horário de Brasília). Como nosso voo para Calama só sairia às 7h da manhã, amargamos a noite toda nas (des)confortáveis cadeiras do aeroporto. Tentamos deitar no chão mas o frio não deixou. As cadeiras do andar em que estávamos estavam todas ocupadas, mas acabamos achando algumas livres no primeiro andar do aeroporto (que era mais frio ainda! Kkkk). Quando deu 5h da manhã fomos despachar as mochilas (eles só deixam despachar com no máximo duas horas de antecedência) e tomar café da manhã na Dunking Donuts dentro do aeroporto mesmo. Gastos - Voos São Paulo-Santiago-Calama-Lima-São Paulo, para 2 pessoas = R$ 2.245,90 - Café da manhã na Dunking Donuts dentro do aeroporto de Santiago, para 2 pessoas = R$ 17,90 31/08 – Santiago – Calama Chegamos em Calama às 9h e ...surpresa...o aeroporto não tem casa de câmbio! Tínhamos pouquíssimos pesos e teríamos que achar uma casa de câmbio na cidade. Pegamos um taxi para o Hotel Dom Alfredo e no caminho fomos notando quase um bairro inteiro de casas todas iguais, que depois soubemos que são casas de funcionários das mineradoras da região. A cidade é toda plana, cor de areia e seca. Bem-vindos, vocês estão no deserto! O hotel que ficamos era bom, limpinho e com uma ducha muito boa. O check in era às 15h, mas nos deixaram entrar às 10h. Queríamos ter feito o passeio às minas em Chuquicamata (eu queria muito ver aqueles caminhões que têm pneus com 4m de altura), mas as visitas são apenas de segunda à sexta e estaríamos na cidade somente no domingo. As visitas são agendadas pelo site: http://www.chileturcopec.cl/zona/calama/paseos/visita-chuquicamata Saímos em busca de uma casa de câmbio, pois tínhamos trocado somente um pouco de dinheiro ainda no aeroporto de Santiago e estávamos com quase nada. O hotel fica bem próximo a um shopping, o Mall Calama, então fomos até lá. Perguntei sobre casa de câmbio e nos informaram que só havia no centro da cidade. Pegamos um ônibus e fomos ao centro, só para descobrir que as casas estavam fechadas porque era domingo! Não tínhamos nos dado conta disso e não tínhamos dinheiro nem pra almoçar. Fomos andando de volta. Paramos num hotel chique pelo caminho e perguntei na recepção se trocavam dinheiro. Não trocavam, mas a moça me indicou o cassino que fica dentro do hotel. Lá eles até trocariam, mas só se jogássemos. Não, melhor não, vai que a gente gosta! Rs...rs... O Gustavo tentou sacar dinheiro do cartão dele e não conseguiu. Acabamos conseguindo sacar pesos do meu cartão, ao custo de uma bela taxa, mas foi o que nos salvou. Almoçamos no shopping mesmo, restaurante “Le Coin”, comida boa (o primeiro de muitos “lomos” que ainda viriam). Voltamos para o hotel e dormimos, cansados da noite não dormida no aeroporto. Calama não tem absolutamente nada para se fazer (exceto a visita às minas), é uma cidade dormitório para os mineradores. Só escolhemos ficar ali porque de lá iríamos para as cidades fantasmas. À noite fomos buscar o carro que tínhamos alugado, pois não existem tours para essas cidades, e como são longe, só de carro mesmo. Acordei da soneca com o Gustavo bravo com o a beleza do Banco Itaú. Isso porque antes de sair do Brasil ele informou ao banco sobre a viagem, mas na primeira tentativa de usar o cartão...surpresa!! O Itaú tinha cancelado o cartão dele!! Não dependíamos de cartões, claro, tínhamos levado tudo em dólares, mas o cartão era uma segurança, pra alguma emergência (como o saque que precisamos fazer). Gastos 1 água no aeroporto de Santiago = R$ 3,55 Táxi do aeroporto de Calama até o Hotel = R$ 31,89 Hotel Don Alfredo (1 diária, para 2 pessoas, em quarto de casal com wc privativo e café da manhã) = R$ 131,54 - (http://hoteldonalfredo.cl/) Ônibus para o Centro, ida e volta, para 2 pessoas = R$ 3,19 Almoço no “Le Coin” (dentro do shopping Mall Calama), para 2 pessoas = R$ 49,43 Táxi até o aeroporto, para pegar o carro alugado = R$ 27,90 01/09 – Calama (cidades fantasmas) – San Pedro de Atacama Saímos às 06:20h (num frio de 5°) rumo a Pedro de Valdívia e Chacabuco e dirigimos 1:30h (estrada boa, deserto eterno) até a primeira cidade, Pedro de Valdívia. No caminho, à beira da estrada, várias pequenas construções, pequenos mausoléus, homenageiam os que morreram na estrada. Depois, pesquisando, descobri que uma das causas de tantas mortes nas estradas do deserto é o vento, que surge de repente e joga os carros para fora da estrada. Mais tarde veríamos essas homenagens também nas estradas da Bolívia e do Perú, mas não em quantidade tão grande como no Chile. Um pouco sobre estes dois lugares, no relato do Gustavo: “Entre o fim do século XIX e início do XX, existiam cerca de 200 povoados perto das jazidas de salitre no norte do Chile, eram mini-cidades, conhecidas como escritórios salitreiros. Pedro de Valdívia é um dos mais completos. Além das casas, havia um clube, hospital, igreja (único imóvel ainda não depredado), escola. Este é um dos lugares mais áridos do mundo, e pudemos perceber bem isso, vendo as árvores secas, o estado de conservação das casas e objetos, e principalmente no ar respirado. Chacabuco também foi uma dessas "oficinas", funcionou entre 1924 e 1940. Há até um teatro no local. Na década de 1970 foi utilizada como campo de prisioneiros políticos.” O acesso “oficial” à cidade se dá por um portão que encontramos fechado. Então fomos margeando a cidade até um estacionamento de uma mineradora que funciona ao lado. Deixamos o carro lá (não havia placas proibindo o acesso à cidadezinha e não achei uma boa ideia perguntar ao homem da guarita se poderíamos entrar...eu tinha dirigido muito e ia ver aquele lugar de qq jeito!). Ahhhhh...ruínas...adoro!! Bem como descreveu o Gustavo, uma cidade completa, entregue à poeira e à secura. Foi inaugurada em 1931 e despovoada em 1996, devido à alta contaminação que emitia a salitreira. É como se, de uma hora para outra, tivessem decidido abandonar a cidade, como numa emergência. Até os aparelhos de radiografia ficaram no hospital. É tudo tão seco que embora a cidade esteja abandonada, nos imóveis não há sequer uma teia de aranha, um inseto, nadinha mesmo. Andamos muito por lá, visitamos o clube, a escola, o hospital, a igreja e várias casas. Na escola ainda se pode ver os desenhos infantis pintados nas paredes e algo que me emocionou, alguns brinquedinhos presos numa árvore no quintal. No hospital, as paredes da ala da maternidade são repletas de inscrições sobre pessoas que nasceram ali, muito interessante. Saindo de lá fomos até a outra cidade fantasma, Chacabuco, que fica a uns 30 min de distância. Lá paga-se para entrar. Pelo fato de ter sido abandonada em 1940, está bem mais destruída, mas restauraram um pouco do teatro, que é a única construção onde se pode entrar. No último andar há um pequeno museu. Gostamos mais de Valdívia, pelo silêncio total, por não ter uma alma viva na cidade toda. Já em Chacabuco, mal chegamos e chegou uma excursão de escola em seguida, acabando com a graça. A esta altura já estava 30°C, lembrando que saímos de Calama com 5°C. Chegamos de volta a Calama no final da tarde, trocamos dinheiro no centro da cidade, almoçamos no Bavária (comida mais ou menos, não vale o preço) e fomos para o aeroporto devolver o carro. Curioso o estacionamento do aeroporto, lotado de pick-ups vermelhas, carros das mineradoras, com uma espécie de antena gigante na traseira, que depois um guia nos explicou que são sinalizadores para que os carros possam andar nas minas, por conta dos caminhões gigantes. Nestes caminhões o motorista só consegue enxergar a partir de 30m de distância, então o carro tem que estar com esse sinalizador apontado para cima, para denunciar sua presença nos arredores do caminhão. Lá mesmo no aeroporto compramos os transfers para San Pedro de Atacama, no balcão da empresa Licancabur, que fica dentro da área de desembarque. Há transfers saindo o dia todo, até o horário de chegada do último voo que é por volta das 22:30h. A essa altura do campeonato meu nariz já estava quase em carne viva, respirando o ar mais seco do mundo! Dica: leve Rinosoro para hidratar o nariz a toda hora e lenços de papel. Um truque que aprendi para aliviar o desconforto foi apertar as duas narinas ao mesmo tempo e fazer movimentos circulares, como se fosse uma massagem, por uns 20 segundos. Alivia bem. Gastos Entradas em Chacabuco, para 2 pessoas = R$ 15,94 Aluguel do carro, 1 diária = R$ 119,63 Combustível = R$ 81,71 Almoço no Bavária, para 2 pessoas = R$ 63,78 Transfers para San Pedro de Atacama, empresa Licancabur, para 2 pessoas = R$ 79,72
  4. CARNAVAL 2014 NA CHAPADA DOS VEADEIROS Gustavo fuçando na internet numa tarde de final de novembro do ano passado, e me diz: “Ana, o Francisco está indo pra Chapada dos Veadeiros no Carnaval, conseguiu uns preços ótimos de passagens, vamos?” Opa, não precisa falar duas vezes! Corremos pro site da Gol pra ver se ainda conseguíamos o mesmo preço e deu certo, passagens compradas para Brasília a um precinho camarada (a demanda para Brasília em feriados deve ser nada). O próximo passo era decidir como venceríamos os 222km que separam Brasília da cidade de Alto Paraíso de Goiás onde fica o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (http://www.icmbio.gov.br/parnachapadadosveadeiros/guia-do-visitante.html). Colocando na balança as opções e horários de ônibus (http://www.realexpresso.com.br, com saídas às 10h e 21h), o preço da locação de um carro e o gasto com combustível, acabamos optando pelo carro. Se você for de ônibus, vai precisar fazer os passeios com as agências locais, que cobram de R$50 a R$70. Com o carro, além de ser mais confortável, ficamos livres quanto a horários e saiu mais barato, mesmo com o combustível absurdo que pagamos em Brasília (para checar o preço use: http://precodoscombustiveis.com.br/postos/cidade/5564/df/brasi-lia). Para fazer a cotação da locação usamos o site http://www.rentcars.com.br, que traz a cotação de todas as locadoras que operam na região. Escolhemos a Avis por ser conhecida e dentre as conhecidas era a mais barata.Fazendo a reserva através deste site ficou bem mais barato do que direto no site da locadora, mesmo com o desconto que a seguradora do meu carro daria. Dica: se for possível, pague um pouquinho a mais e peque um carro com direção hidráulica, pois você vai dirigir muuuiiittoo, principalmente por estradas de terra, a direção hidráulica faz diferença. Outra dica: ao pegar o carro, verifique as condições gerais, cintos, extintor e pneus (este tb!). Normalmente os carros são novos, mas é sempre bom conferir. Temos um amigo que quando precisou trocar o pneu descobriu que o estepe do carro alugado estava totalmente sem condições! Passagens e carro decididos, faltava a hospedagem. A dúvida era ficar em Alto Paraíso, que fica a 36 km do Parque, ou em São Jorge (vila pertencente ao município de Alto Paraíso), que fica na entrada do Parque. A questão é que São Jorge é bem pequenininho, um vilarejo de ruas de terra, com apenas 500 habitantes, embora tenha muitas opções de hospedagem e locais para comer. Já Alto Paraíso tem mais estrutura de comércio, bancos e por isso optamos em ficar por lá, no Camping Jardim da Nova Era (http://www.jardimdanovaera.com.br).. BRASÍLIA – ALTO PARAÍSO DE GOIÁS Saímos de São Paulo (Congonhas) num vôo que atrasou uma hora, o que nos fez encontrar ainda no aeroporto o outro casal de amigos (Francisco e Julia) que iria pro mesmo lugar, mas em outros vôos. No próprio aeroporto de Brasília já pegamos a reserva do carro (pausa para a festinha de aniversário para um Francisco roxo de vergonha ao nos ver de chapeuzinho e língua de sogra, cantando “Parabéns pra você” na área de desembarque, com direito a brigadeiros levados na mochila!). De lá a van da locadora nos levou até o local onde ficam os carros e pouco tempo depois já estávamos os quatro, mais mochilas e barracas, dentro do Uno que foi nosso companheirão duro na queda durante toda a viagem! Ainda em Brasília paramos num supermercado no caminho para o abastecimento básico (água e itens para o café da manhã seguinte) e pé na estrada. Carro desconhecido + estrada desconhecida + o escuro da noite resultaram numa motorista apreensiva. Me abasteci de Red Bull e atenção total na estrada, pois eu tinha lido que ela era péssima, cheia de buracos medonhos. Na verdade me surpreendi. Claro que não é uma estrada “tapete”, mas é bem melhor do que eu tinha imaginado e nem de longe é tão ruim quanto às descrições que eu li. Acho que as pessoas esperam encontrar um Castelo Branco no interior de Goiás... Gastamos 3:30h até Alto Paraíso, com direito a um retorno de alguns km pq peguei uma saída errada. Chegamos cansados, montamos as barracas e desabamos. O camping é pequeno, com espaço para umas 15 barracas (mas eles têm opção de hostel também, no mesmo local do camping). A área das barracas é gramada, mas com pequeno declive. Há uma cozinha aberta boa e embora os banheiros estivessem sempre limpos, são só dois, um masculino e um feminino, também com pegar filas enormes para usá-los, mas surpreendentemente isso não aconteceu. O rapaz do camping, Fagner, organiza passeios por lá com seu 4x4 e foi muito atencioso, nos dando várias dicas de onde ir e onde não ir. Agora se a sua ideia é fugir do barulho do Carnaval, não fique neste camping: ele fica ao lado da avenida principal da cidade, onde os blocos desfilaram todas as noites. “Bloco do Pequi” pra lá, “Bloco do Bilú” pra cá e o barulho quase nos fazia acreditar que a bateria estivesse tocando dentro da barraca! Mas o cansaço do dia era tanto que vencia a música todos os dias. SÁBADO DE ZÉ PEREIRA A manhã do sábado surgiu com chuva fraquinha. Fomos direto pro Parque. São 22km de asfalto mais 14km em estrada de terra. Paramos em São Jorge para um café, de lá pra entrada do Parque é perto, dá até pra deixar o carro em São Jorge e seguir a pé, caso o estacionamento do Parque esteja cheio. Na recepção, primeiro os funcionários tentam te convencer a contratar um guia, ao preço de R$100,00 para um grupo de até 10 pessoas. Eu não sou totalmente contra os guias porque acho que sem eles você perde informações sobre a história do local, flora, fauna, etc. (mas por outro lado ganha em liberdade de movimentos). Mas se você não faz questão desta parte e contrataria o guia só por segurança, relaxe, não há necessidade alguma, as trilhas são bem sinalizadas e abertas, com poucos aclives e poucos trechos de alguma dificuldade maior. Ainda na recepção você preenche um formulário com seus dados e uma das pessoas do grupo dá o nome como sendo o responsável, ou seja, ele garante no retorno que todos do grupo realmente voltaram. Na sequência eles pedem para todos assistirem um vídeo institucional curtinho, mas interessante, que mostra os atrativos do parque e, claro, os cuidados que se deve ter. Não houve cobrança de ingressos, mas isso não é fixo, sei de épocas em que cobravam a entrada. Papelada pronta, pé na trilha. Neste dia fizemos a Trilha dos Cânions, de 10,5 km ida e volta. Ela leva ao Cânion II e à Cachoeira da Carioca (também chamada carinhosamente de Carioquinha). O plural dos “Cânions” se perdeu, já que o Cânion I está fechado para visitação há mais de cinco anos, segundo nos disseram os funcionários. Saindo do Cânion seguimos para a Cachoeira da Carioca, delicioso para banho na água beeem gelada. Passamos o dia inteiro no Parque e fomos embora porque a fome já estava apertando. A estrutura do parque é boa, há banheiros e água na portaria, sem lanchonete (mas tem um tiozinho que estrategicamente vende água de côco na entrada, providencial!!). Voltamos pra Alto Paraíso e paramos pra comer num lugar chamado “La Vita é Bella”, na avenida principal da cidade, bem pertinho do camping. O lugar é simpático, todos pediram espaguetes e começamos a papear. Chegaram os pratos da Julia e do Francisco, e o meu e o do Gustavo nada. Esperamos, esperamos, reclamamos de uma caipirinha que pretendia ser com gengibre (foi trocada e voltou do mesmo jeito), a Julia levantou para fotografar umas araras, tucanos e nada dessa comida chegar. Pedimos a conta e em seguida os pratos chegaram. Claro que recusamos, dissemos que nossos amigos já haviam terminado, que já tínhamos até pedido a conta. A mocinha levou os pratos de volta e menos de dois segundos depois eles retornaram, agora trazidos por um ogro, que quase jogou o espaguete em nós, esbravejando que tínhamos pedido e que teríamos que pagar. Batemos o pé, reclamamos da mega demora e pronto. Sujeito grosso e ignorante, e ainda por cima, segundo a Julia e o Francisco, a comida nem era grande coisa. Fujam. DOMINGO No domingo a turma aumentou, com a chegada de um grupo de novos amigos (Simone, Robin, Thelma, Márcia, Mc’Hanne e Dani). Fomos conhecer as cachoeiras Almécegas I e II e a São Bento, que ficam numa mesma propriedade particular (Pousada Fazenda São Bento), fora do parque (almecegas, pra quem ficou curioso como eu, é o fruto da almecegueira, árvore típica do cerrado). O acesso se dá pelo km 8 da estrada pra São Jorge e depois mais uns bons km de terra. A partir da portaria da pousada dá pra ir de carro pelos próximos 6km até o início da trilha, que tem 1,5 km de extensão, trechos íngremes e que termina num mirante de onde se vê a Almécegas I (50m). A partir daí, numa descida curta mas bem íngreme, se desce até o poço bom para banho, mas gelado demais pra um dia chuvoso como aquele. A Julia e o Francisco se aventuraram, eu e o Gustavo preferimos continuar sequinhos. No retorno, seguimos a trilha para as piscinas, que ficam no topo da cachoeira. Como o sol deu as caras por um tempo, encaramos um banho. Para chegar a Almécegas II (15 m), a trilha de 7 km a partir da portaria da pousada pode ser percorrida de carro – depois, caminha-se por apenas 200 m até a queda. Quanto mais fácil o caminho, mais gente haverá, isso é fato, e não foi diferente na Almécegas II, que estava parecendo as piscinas do Sesc no verão. Mesmo assim deu pra aproveitar bastante. Essa também é muito boa para banho. Apesar da quantidade de pessoas, aproveitamos bastante. Escolhemos o acesso pela poço, nadando uns metros até uma laje submersa, que pode ser percebida na foto acima. Em pouco tempo conseguimos um local para sentar e receber uma boa hidromassagem. No final, ainda pudemos apreciar os saltos ornamentais do Francisco. O ingresso (R$ 15) inclui também a trilha de 300 m em direção à Cachoeira de São Bento (6 m), a terceira dentro da mesma propriedade. Quando chegamos ao caminho para a cachoeira o tempo já estava fechando. A galera foi direto pra cachoeira, mas eu e o Gustavo resolvemos tomar um café antes, conclusão: ficamos sem o café, porque a lanchonete que tem lá não vende, e sem ver a cachoeira, porque desabou uma chuva colossal. Nos abrigamos num galpão da propriedade, junto com uma “turma da latinha de cerveja”. Isso é uma coisa que me deixa horrorizada, quando as pessoas vão pra lugares belíssimos como esses e “esquecem” pelo caminho latinhas, garrafas, etc. Na Chapada até não vi tantas, mas em outros lugares volta e meia nós voltamos carregando o lixo alheio. Sem contar o perigo de se andar meio altinho em lugares escorregadios e cheios de pedras…em muitos pontos ali basta um tombinho e já era, o bêbado vira estatística. Na volta alguém falou sobre comermos uma “matula” num local à beira da estrada, a 18 km de Alto Paraíso. É o rancho do Valdomiro, local super simples, que serve este único prato. “A matula, o prato típico da Chapada do Veadeiros, também conhecida como a feijoada do cerrado, surgiu como o alimento principal dos peões no início do século passado. Bastante forte e durável, a matula era o único alimento capaz de suportar os longos dias de viagens pelos campos. A receita é um pouco trabalhosa, mas vale pelo sabor. Carne-de-sol, linguiça, pé e pele de porco, lombinho ou carne de lata são cozidos durante quatro horas. Enquanto isso, o feijão-branco é refogado em um outro recipiente com pimenta verde, cebola e alho. Antes de juntar as carnes, uma parte dessa mistura com o feijão é usada para o preparo do tutu, com farinha de mandioca e caldo de galinha. O prato é servido embrulhado em folhas de bananeira. A matula ainda é acompanhada de arroz branco, galinha caipira, mandioca cozida e carne de lata.” (fonte: Folha de São Paulo). Recomendo!! E tem a versão vegetariana também (aliás a cidade é cheia de opções vegetarianas, é a meca dos naturebas). Antes de conseguirmos uma mesa, ficamos experimentando todas as cachaças e licores que eles deixam ali para degustação. Eu, como estava dirigindo, experimentei uma ou duas, mas teve quem provou todas… Não bastasse a tal matula, que é super bem servida, à noite fomos comer espaguete no “Coisas da Drica” (Av. Ary Ribeiro Valadão Filho 333 – em Alto Paraíso). A comida demora um pouco (ou não , talvez seja o jeito paulista de ver a coisa), mas vale a pena! Bem saboroso, o prato serve duas pessoas fácil. Como não sabíamos, cada um comeu seu super prato sozinho (o meu devia ter bem uns 500g!). De volta ao camping, banho, chuva à noite e o bloco de carnaval dentro da barraca. Esqueci de comentar que os banheiros do camping são minúsculos e só tem um lugar onde você possa pendurar roupa suja, roupa limpa, toalha e seus produtos de higiene. Foi um malabarismo! SEGUNDA-FEIRA, TRILHA DOS SALTOS Já sabíamos como o dia ia ser: tempo feinho de manhã cedo, depois sol e calor e chuva no final da tarde e à noite. Durante a noite, chuva acabou com a festa da barraca ao lado: a água entrou com gosto e ao amanhecer lá estava o casal colocando o colchão, lençol e roupas pra secar. Fiquei com pena deles e feliz por nossas barracas terem aguentado bem, 3 guerreiras (sim, apesar de sermos em dois casais, o Francisco levou uma barraca a mais, para ser o “closet”, muito útil quando falamos de barracas onde só cabem as duas pessoas mesmo) Voltamos ao Parque neste dia, para visitarmos o Salto 120m, Salto 80m e as corredeiras. O Salto de 120m é uma visão belíssima, um daqueles lugares onde você tem vontade de ficar um tempão admirando. Mas a chuva começou (ou recomeçou) e continuamos até o Salto de 80m. A trilha até este é difícil, por causa das pedras que, com a chuva, viraram sabão. E confesso que nem achei este salto tão bonito assim (bom, eu tinha acabado de ver o de 120m, é até injustiça querer comparar..rs..) Francisco e Julia arriscaram um banho, mas eu e o Gustavo preferimos só observar, pois além da chuva e água fria, o rio estava bem agitado. Depois seguimos para as Corredeiras, encontramos o resto do grupo e ficamos por pouco tempo, pois as águas estavam ainda mais revoltas (lógico, são corredeiras). Além do mais, éramos os únicos no local que não estavam “queimando uma erva”, além dos bombeiros (talvez). Na volta almoçamos em São Jorge. Procuramos um lugar com refeições mais simples e estava difícil de achar (é, a vila é pequena, com ruas de terra, mas é para “os de fora”…rs..), até que encontramos um restaurantezinho por quilo, com comida boa e preço honesto (Restaurante da Nenzinha – Rua 6, qd. 11, lt. 2 | São Jorge). Saindo de lá, a Julia queria tomar uma açaí e eu um café. Escolhemos um local quase em frente ao restaurante chamado “Café Boomerang”. Mais um pra categoria “Fujam!”. O café e o açaí não estavam ruins não, pelo contrário, mas o ser que estava na recepção nos deixou indignados. Começou a chover forte e a água que vinha do quintal do estabelecimento (que também é uma pousada), escorria por dentro da sala onde estávamos, em direção a rua. Então essa doce criatura da recepção pegou dois rodos e ia ajudando a água a sair, empurrando-a pra cima de nós!! Como estávamos sentados em banquetas altas, a água não nos molhava. No começo achamos curioso, depois começamos a achar falta de educação mesmo, mas o cúmulo foi ele empurrar um monte de água nos pés de uma moça que tinha se levantado para ir embora! Molhou completamente os pés dela, que ficou ali meio boaquiaberta, sem saber como reagir. Pra mim deu, saí na chuva mesmo e fui buscar o carro, antes que esse ogro nos colocasse pra fora. Foi uma aventura chegar ao carro, com as ruazinhas cheias de água e buracos, mas foi melhor do que ficar ali esperando. Minhas impressões sobre as pessoas que eu vi na cidade e nas trilhas – fiquei com a exata sensação de que elas se dividiam em 4 grupos: 1)os trilheiros como nós, quase sempre de botas sujas e calças folgadas; 2) os bichos-grilo originais, com seus dreads, pés descalços, maconha e comida 100% natureba; 3) os metidos a bichos-grilos, com seus cabelos bem cuidados e havaianas caras nos pés e 4) os “aventureiros”, que andam sempre com guias, gastando seus tênis caros nas pedras e barro e vestindo seus shorts cor-de-rosa, ainda que sofrendo com os arranhões do mato (mas sem sair do salto, jamais!)….mas são só minhas impressões..rs… Saindo de lá fomos para o banho em águas termais, num local chamado Fazenda Morro Vermelho, a 14 km de (adivinhe!) estrada de terra a partir de São Jorge, mas em sentido contrário a Alto Paraíso. Paga-se R$15 para acessar um conjunto de 3 piscinas quentinhas. É até gostoso, mas estava cheio e achei meio nojentinha aquela água…rs…A volta é que foi uma aventura à parte, pois tinha chovido bastante, a estrada era só subida, buraco e lama e pra ajudar estava anoitecendo. O Uninho onde estávamos fez bonito, mas o carro com o restante do nosso grupo foi parar três vezes no meio do mato. Eu segurava o volante com tamanha força que quando finalmente alcançamos o asfalto eu ainda demorei um tempão pra diminuir a pressão! À noite fomos comer no Ateliê da Pizza, quase em frente ao camping (Av. Ari Ribeiro Valadão Filho, 690). Ótima pizza e alguns sabores bem diferentes. Um deles era de qualquer-coisa-com-pequi e como o Francisco estava na pegada de experimentar tudo que tivesse pequi, acabamos experimentando também. Depois fomos dar uma volta na feirinha e lojas de artesanato da avenida. Adoro artesanato, mas não vi nada ali que me chamasse muito a atenção. Dei muita risada com a Julia, que ficou inconformada de encontrar ali alguns artesanatos com o nome da cidade de São Tomé das Letras! É a industrialização do artesanato!! TERÇA-FEIRA GORDA O quarto dia pra mim foi de longe o melhor! Começou com um café da manhã no Café com Graça, na avenida principal (Av. Ary Ribeiro Valadão Filho, aliás quase tudo fica nessa avenida). Depois fomos para aventura em busca da tal Cataratas dos Couros, a 51 km de Alto Paraíso, sendo 30 deles na já manjada estrada de terra. O local tem esse nome porque era ali que antigamente os caçadores lavavam as peles dos animais. No caminho, uma surpresa. Tinha um acampamento do MST no meio da estrada que nos levaria às cachoeiras. Os meninos desceram para conversar com o rapaz que parecia ser o vigilante, enquanto eu já estava virando o carro para voltarmos. Mas eles voltaram dizendo que o caminho era por ali mesmo, mas que teríamos que pagar R$10,00 de “contribuição” para o movimento, para podermos passar. Sem comentários. Pagamos, passamos e o que vimos foi uma série de barracas vazias, onde não havia famílias morando, aliás não vimos nenhuma mulher e criança no tal acampamento. Mais tarde, já na cachoeira, perguntei sobre isso para um guia que estava por lá e ele disse que o movimento está lá há tempos, às vezes saem, mas voltam. E que agora é mais tranqüilo, mas houve uma época em que eles ficavam com facões, perto das cachoeiras, meio que intimidando os visitantes. Seguindo indicações incompletas, nos deparamos com duas bifurcações onde um olhava pro outro com cara de “Ué, e agora?”. Escolhemos a errada, claro, e só foi possível perceber depois de andar vários km. Voltamos, pegamos o outro caminho, paramos em alguns locais lindos, de paisagens de encantar os olhos e a alma e quando já estávamos quase desistindo, achamos o caminho (nas duas bifurcações, pegue o caminho da esquerda) Pesquisei informações sobre essas cataratas e vi muitos sites dizendo que a trilha é difícil e que necessita de um guia. Bom, guia não necessita porque a trilha é bem aberta, mas na minha opinião ela tem alguns trechos ruins mesmo, muito estreitos, altos e à beira do rio, ou seja, atenção total à sua frente e a certeza de que se você cair o rio te leva. Na verdade é uma sequência de quedas, a primeira é boa para banho, mas estava bem cheia quando fomos, a água era muito forte até na parte onde normalmente não é. Depois dessa queda a trilha vai seguindo o curso do rio (e conseqüentemente ficando mais difícil) há mais três, mas a que encheu meus olhos e pra mim foi a mais linda de toda a viagem foi a penúltima. Olhar um espetáculo daqueles te dá a exata dimensão do quanto você é pequeno e insignificante, e até uma certa tristeza por este visual ser a exceção no seu dia-a-dia, e não a regra. Depois de admirar e filosofar, filosofar e filosofar mais um pouco, uma olhada pro céu indicou que vinha chuva. Eu não estava nem um pouco a fim de pegar a trilha de volta debaixo de chuva e então eu e o Gustavo resolvemos voltar dali. O Francisco e a Julia continuaram até o final, calçando chinelos (não façam isso, a trilha é escorregadia e muito estreita!). Voltamos para a primeira queda, comemos um lanchinho e ficamos curtindo o visual. Na volta do restante do grupo, nos despedimos porque parte do grupo ia embora naquele dia. À noite voltamos ao Ateliê da Pizza, mas desta vez eu e o Gustavo pedimos uma picanha, que pra frustração dele veio acompanhadíssima de muita cebola. Outra boa pedida eram os caldos, recomendados por quem experimentou. Ou seja, o local tem ótimas opções sem ser pizza. *A Terça-Feira Gorda é último dia antes do início da Quaresma – período de 40 dias no qual os católicos não podem comer carne. Aí já viu. E naquela época a igreja botava na inquisição quem descumprisse a norma. O povo caía nos prazeres da carne. Literalmente! QUARTA-FEIRA DE CINZAS O último dia na verdade era só uma manhã, pois tínhamos que estar às 17h no aeroporto de Brasília. Por isso optamos por um passeio tranquilo e perto (apenas 3km do centro de Alto Paraíso). Acordamos cedinho, desmontamos as barracas ( e limpamos na medida do possível, tentando tirar o máximo que deu da água e do barro) e pé na estrada. Fomos para a propriedade conhecida como “Loquinhas”. O nome está certo, não é “Louquinhas”. Loquinhas são pequenas grutas dentro da água e segundo o site há montes delas por lá (não cheguei a ver nenhuma). Grutas à parte, o local é sensacional!! É um conjunto de 13 poços para banho, de águas completamente transparentes. O último da trilha Loquinhas é o mais bonito, mas os outros onde caímos na água também são ótimos. Eu, que no começo não queria entrar na água, depois de um tempo não queria era sair dela. Pena que tínhamos que ir e ao meio-dia colocamos as botas de volta na estrada, agora não mais pra voltar ao camping já tão familiar, mas sim pra pegar a estrada pra Brasília. Se na ida eu já não tinha achado a estrada tão ruim, na volta achei menos ainda. Com o dia claro a viagem é uma delícia, as paisagens são deslumbrantes e felizmente não pegamos nada de trânsito ou caminhões. Chegamos em Brasília ainda a tempo de dar uma volta passando pela Catedral, Palácio do Planalto e Esplanada dos Ministérios. Quando fomos abastecer para podermos devolver o carro, quase caímos duros com o preço do combustível. Depois achamos um preço bem melhor num posto BR que fica bem atrás da rua das locadoras, vale a pena abastecer na estrada e deixar para completar neste posto. Só cuidado, porque não há muitos postos na estrada. Tem um em Alto Paraíso e depois outro na estrada, onde tem também um Subway que matou nossa fome na volta. Nenhum episódio que mereça ser comentado na volta, apenas a dica pra quem está em São Paulo e vai pegar o voo em Congonhas: o estacionamento Multipark que fica no prédio da Cruz Vermelha tem um ótimo preço de diária (R$ 15) que pra nós que fomos do ABC compensou muito mais do que pegar um táxi. Foi uma viagem deliciosa, é um lugar pra se voltar mais umas duas ou três vezes, para conseguir ver tudo.
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