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Conquistas de Felipe Ernesto
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Chapada Diamantina (com trekking no Vale do Pati) - julho/2017
Felipe Ernesto respondeu ao tópico de Felipe Ernesto em Trilhas na Bahia
Os melhores meses são de maio a setembro, porque chove menos. Aqui tem uma tabela das temperaturas médias e da precipitação de chuvas: http://goldtrip.com.br/clima-na-chapada-diamantina/- 9 respostas
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Chapada Diamantina (com trekking no Vale do Pati) - julho/2017
Felipe Ernesto respondeu ao tópico de Felipe Ernesto em Trilhas na Bahia
Acredito que dá pra fazer sim. É bem puxado, mas dá. É só ficar atento ao horário pra não voltar pra Igrejinha já escurecendo porque imagino que fique mais perigoso e difícil de achar o caminho.- 9 respostas
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Chapada Diamantina (com trekking no Vale do Pati) - julho/2017
Felipe Ernesto respondeu ao tópico de Felipe Ernesto em Trilhas na Bahia
Muito obrigado! =D Vamos lá: 1) O aluguel do carro pelos 15 dias na Hertz ficou em R$ 1100,00. O valor só do aluguel era de cerca de R$ 550, mas com o seguro ficou em 1100. Conseguimos esse valor promocional com um código de desconto disponibilizado pela operadora TIM. 2) Eu acredito que dá pra ir de moto sim, numa boa. Talvez seja ruim apenas em algumas estradas de terra ou lama. Se sua moto for daquelas estradeiras dá pra ir tranquilo. 3) Dá pra fazer o Vale do Pati sem guia, mas aí vc precisa de um bom mapa ou então baixar algum app de GPS. Como eu disse no relato, usamos o Wikiloc e ele funcionou muito bem. É possível levar barraca pra dormir, mas o que aconselho é acampar nos pontos de parada (na casa dos nativos). Na Igrejinha o valor pra acampar era R$ 20 por pessoa. Na Prefeitura não lembro de ter visto o preço, mas provavelmente não deve ser muito diferente.- 9 respostas
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Chapada Diamantina (com trekking no Vale do Pati) - julho/2017
Felipe Ernesto respondeu ao tópico de Felipe Ernesto em Trilhas na Bahia
Dia #1 - São Paulo > Salvador > Lençóis Pegamos o vôo no aeroporto de Guarulhos às 12h15 e desembarcamos em Salvador 14h20. A passagem ida e volta São Paulo-Salvador custou R$ 620. Tínhamos feito reserva para aluguel de carro na Hertz e o valor ficou em R$ 1100 para os 15 dias (incluindo o seguro). Fomos no guichê da Hertz resolver as burocracias e também encontrar o pessoal que a gente tinha combinado de dar carona pelo app Blablacar. Encontramos o casal Flavia e Marcos e o belga Jonas. Juntando com nós dois (Felipe e Carla), éramos cinco. Quando fomos pegar o carro no estacionamento da Hertz o próprio funcionário já deu risada e disse que não ia caber todo mundo no carro - era um Fiat Mobi. O porta-malas era do tamanho de um porta-luvas e não cabia quase nada. Depois de umas ligações do funcionário conseguiram descolar um Renault Logan e o preço ficou quase o mesmo. Saímos de Salvador 16h e chegamos em Lençóis 22h. A estrada que liga as cidades é boa e bem sinalizada. Mas por ser a rota que liga Salvador a Brasília tem bastante caminhão. Deixamos os nossos amigos no hostel deles e fomos procurar a nossa pousada. Fizemos reserva antecipada pelo Booking no Hotel Fazendinha & Tal. A diária sem café da manhã foi R$ 80 pros dois. Apesar de Lençóis ser bem pequena não achamos fácil o hotel. O Google Maps indicou um endereço mas chegando lá tinha um restaurante com o mesmo nome do hotel. Entramos pra perguntar e descobrimos que a dona do hotel e do restaurante é a mesma. Uma funcionária do restaurante levou a gente até o hotel. O lugar é bem simples, na verdade é um casarão que a dona aluga uns quartos. Nem mesmo check-in a gente fez, só deram a chave e umas instruções (onde era o banheiro, onde era a cozinha) e foi isso. Deixamos as malas no quarto e fomos procurar um lugar pra comer. Eram 23h e a cidade já estava bem vazia e quase todo o comércio fechado. Achamos um restaurante na Rua das Pedras e comemos uma carne de sol com mandioca que tava incrível. Voltamos pro hotel e apagamos. Dia #2 - Lençóis (Serrano e Cachoeirinha) Acordamos e fomos procurar uma trilha leve pra aquecer pros próximos dias. Descobrimos que dava pra fazer o trecho do Serrano, a Cachoeirinha e a Cachoeira da Primavera. O trajeto ida e volta tem cerca de 5 km. O Serrano é um conjunto de pedras que formam vários pequenos poços pra banho. Do centro de Lençóis dá pra ir a pé até o início da trilha, é só subir em direção a Prefeitura e ao Hotel Portal Lençóis. Cuidado para não passar direto e pegar a trilha errada. Você deve virar na Empraba, que é um centro de tratamento de água, a direita. Se você seguir direto, você também vai encontrar uma trilha, mas é uma trilha muito mais longa que leva até o Vale do Capão. Virando a direita na Embrapa a trilha pro Serrano logo começa, não tem erro. Do Serrano sai a trilha para a Cachoeirinha. Encontrar o começo dela não é fácil porque não tem nenhuma indicação, mas basicamente é só seguir algum grupo no local, porque todos fazem o mesmo caminho. Seguimos um grupo e passamos primeiro pelo Salão de Areias, onde tem cavernas com tipos de areias de várias cores. Um pouco mais pra frente você chega na Cachoeirinha, que é uma pequena queda com um poço de água gelada. Ficamos um pouco lá e tentamos seguir a trilha pra Cachoeira Primavera. Andamos, andamos, andamos e por estarmos sem guia, nem GPS, nem mapa, acreditamos que o caminho estava errado e aí pegamos um atalho na trilha pra descer de volta pro Rio Serrano. Na verdade o caminho estava certo, mas isso a gente só ia descobrir nos próximos dias. Ficamos um pouco ali sentados no rio, tiramos fotos e pegamos a trilha de volta pra Lençóis. [Trecho do Rio Serrano] Em Lençóis, na Rua das Pedras, comemos uma moqueca de peixe com banana, descansamos no hotel e à noite encontramos os nossos companheiros de carona Flavia e Marcos. Fomos comer no Ki Lanches. Pausa para falar desse lugar porque o lanche é bem gostoso e custa muito barato. Fica bem no centro, em frente ao Mercado Cultural. Não tem nenhum luxo, mas tem lanches com combinações exóticas (pra um paulista). O maior lanche é um tal de Master Boy que vem com: hambúrguer, salsicha, galinha, bacon, queijo, ovo, tomate, alface, e sei lá mais o quê. É tanta coisa que os cachorros de rua se reúnem em volta das mesas esperando algum resto de salsicha cair do lanche. Depois da experiência gastronômica fomos dormir. Dia #3 - Lençóis (Cachoeira do Mosquito + Poço do Diabo) A ideia inicial era ir pra Cachoeira do Mosquito, Poço do Diabo e Morro do Pai Inácio. Mas acabamos saindo muito tarde do Poço do Diabo e deixamos o Morro pro dia seguinte. Pra Cachoeira do Mosquito é preciso ir de carro. Saindo da estrada que liga a Lençóis a BR-242, você pega a direita (sentido Salvador). Uns 8 km depois tem uma placa na beira da rodovia informando a entrada pra estrada da Cachoeira, à esquerda. Mais 13 km em uma estrada de terra e você chega na Fazenda Santo Antônio. Lá precisa pagar R$ 15 por pessoa pra entrar na propriedade. Mais 6 km em estrada de terra e finalmente você chega no estacionamento onde fica o começo da trilha. É bem demarcada e não muito difícil, dá 2 km ida e volta. A Cachoeira do Mosquito é muito bonita e a queda fica entre paredões de pedra. Como sempre, a água é bem gelada mas deu pra ficar debaixo da queda um tempão. O tempo tava bonito, com bastante sol. [Cachoeira do Mosquito] Depois do Mosquito, fomos pro Poço do Diabo. Saindo da estrada de terra do Mosquito, pegamos a BR-242 sentido Seabra (e sentido Lençóis). Na BR-242, passando a entrada para Lençóis, você anda mais 7,5 km. Na direita da estrada vai ter um pequeno restaurante e uma loja de artesanatos. É só parar o carro ali e atravessar o restaurante que a trilha começa. Uns 500 metros depois aparecerá o Rio Mucugezinho. Você tem que atravessar o rio e ir andando pelas pedras da margem até chegar no Poço. A trilha não é muito demarcada mas também não tem muito o que errar, basicamente é só seguir o rio abaixo. Por ser um local de fácil acesso provavelmente vão ter outras pessoas fazendo a trilha, então na dúvida é só seguir o pessoal. Chegamos no Poço lá pras 16h e o sol já estava indo embora. Ficamos um tempo por lá, mergulhamos na água gelada e ficamos num pedacinho de sol pra esquentar. Por conta do horário decidimos deixar o Morro do Pai Inácio pro dia seguinte. [Poço do Diabo] Voltando pra Lençóis fomos dar uma volta pelas ruas da cidade e paramos numa loja que vende licores artesanais, na Rua das Pedras. Tem muitos sabores, de quase todas as frutas possíveis. Ficamos conversando com a dona e ela ia oferecendo uma amostra de cada uma das pingas. Devo ter tomado uns 10 sabores diferentes e tava quase ficando bêbado. Acabamos levando 2 garrafas - uma de maracujina e outra de pimenta, mel e rapadura. Depois fomos jantar e comemos um baião de dois num restaurante que esqueci o nome, mas fica em frente ao Banco do Brasil. Uma das atendentes é italiana, e a comida é boa e barata. 40 reais pelo baião de dois que dá pra duas pessoas tranquilamente. Depois cama. Dia #4 - Lençóis (Pratinha + Gruta Azul + Morro do Pai Inácio) O primeiro destino do dia foi a Fazenda Pratinha. Pra chegar lá a partir de Lençóis basta pegar a BR-242 no sentido Seabra/Brasília. Após 22 km na rodovia, aparecerá uma estradinha de terra na sua direita, com uma placa escrito “Pousada Tropical / Pratinha”. É só pegar essa estrada e ir seguindo as placas. Desse acesso até a Pratinha são mais 13 km. Pra entrar na Fazenda Pratinha paga-se (absurdos) R$ 30 por pessoa. O local abriga vários pontos de interesse no mesmo lugar. Primeiro a Lagoa da Pratinha, local onde é permitido nadar e que conta com um lanchonete, umas cadeiras e guarda-sol na beira da lagoa, no melhor estilo farofada. Também tem uma tirolesa que custa R$ 20. A água é transparente e bem mais quente do que a água das cachoeiras. Além disso tem vários peixinhos que dão umas leves mordidas na pele morta do corpo. Pegamos bastante sol lá, nadamos e depois ficamos comendo escondidos uns sanduíches que levamos, porque há várias placas dizendo que é proibido consumir comida que não for comprada lá. Depois fomos na Gruta do Pratinha, que é uma caverna com a água numa coloração azul bem clara e muito bonita. Lá não é permitido nadar, somente flutuar com colete pra preservar as conchas que ficam no fundo da água. Pra flutuar paga-se mais R$ 40 por pessoa. Achamos um tanto caro e decidimos só olhar e tirar fotos mesmo. [Gruta do Pratinha] Andando um pouco mais dentro da Fazenda fomos ver a Gruta Azul. Pra conseguir ver os raios de sol refletidos na água da gruta é preciso ir entre 14h e 15h. Lá também não é permitido nadar e nem flutuar, só olhar. O motivo é que se as pessoas nadassem a Gruta Azul não teria a água azul. E aí talvez só se chamaria Gruta. Por conta do horário reduzido dos raios de sol o local fica bastante cheio nesse intervalo, então o ideal é olhar, tirar algumas fotos e dar espaço pra que as outras pessoas também consigam chegar perto. Saindo da Pratinha fomos pro Morro do Pai Inácio. O local é um dos mais famosos da região, mas por incrível que pareça não tem nenhuma sinalização na rodovia da entrada para o Morro. Dizem que os guias locais arrancam placas de sinalização pros pontos turísticos pra evitar que os turistas consigam ir sozinhos e aí precisem pagar um guia. Não sei se é verdade ou se é lenda, mas o fato é que não tem placa nenhuma. Conseguimos achar da seguinte maneira: saindo da estrada de terra da Pratinha, você pega a BR-242 sentido Salvador e 8 km depois vai ter uma placa escrito “Pousada Pai Inácio” e a entrada pra um posto de gasolina desativado. Entre no posto e faça o retorno na rodovia, agora no sentido Seabra/Brasília. Andando pouco mais de 1 km vai ter uma entrada a direita pra uma estrada de terra. Essa estrada vai levar até o início da trilha pro topo do Morro, onde tem uma antena de telefonia. Chegando lá tem um lugar pra deixar o carro e aí paga-se R$ 6,00 por pessoa pra poder subir. A trilha até o topo do Morro é íngrime mas não muito difícil de se fazer. Tinha até casais com bebês fazendo. Lá em cima dá pra ter uma bela vista da Chapada e também do pôr-do-sol. Não sei acontece todos os dias, mas quando estávamos lá apareceu um guia que contou a lenda do escravo chamado Pai Inácio e do porquê que existe uma cruz lá. Ele fez até uma encenação fingindo se jogar lá do alto. Foi bem legal. [Vista do Morro do Pai Inácio] Depois do sol se pôr, descemos a trilha e voltamos pra Lençóis. Tomamos banho e combinamos de encontrar os amigos de carona Flavia e Marcos pra jantar. Na hora de sair do hotel Fazendinha & Tal a porta da frente não abria porque a chave não girava. Ficamos uns 15 minutos presos e já planejando pular o muro dos fundos, até que a dona apareceu e ensinou um “macete” pra poder abrir a porta. O cardápio da noite foi mais uma vez os incríveis lanches do Ki Lanches. Depois cama. Dia # 5 - Lençóis (Cachoeira do Sossego + Ribeirão do Meio) Já tínhamos lido alguns relatos sobre a Cachoeira do Sossego e todos dizem que o recomendado é contratar um guia, por conta da dificuldade da trilha. São 13 km no total, ida e volta. Resolvemos confiar no app Wikiloc e fomos sem guia mesmo. O Marcos e a Flavia toparam e lá fomos nós quatro. De Lençóis mesmo fomos até onde dá pra ir de carro, no início da trilha. Não sei dizer o caminho exato e nem é recomendado, então ou contratem um guia ou façam igual a gente e baixem o Wikiloc. Sem guia e sem app acredito ser quase impossível encontrar o caminho. A trilha começa bem simples e plana. Depois de um tempo caminhando começamos a ter que pular pedras e atravessar o rio várias vezes. Algumas pedras são bem escorregadias e o caminho fica confuso em muitos momentos. Às vezes aparecem algumas setas pintadas nas pedras indicando o caminho, mas não é sempre que tem. Se você andar por muito tempo sem encontrar uma seta pode ser um indício de que você está no caminho errado. Depois de umas 3 horas de caminhada chegamos enfim na Cachoeira. O tempo tava bem nublado e a água muito gelada, mas mesmo assim quis entrar. Fiquei uns 5 minutos congelando os ossos e saí. Ficamos um pouco lá nas pedras, tiramos fotos, comemos e aí começamos a pegar o caminho de volta. Lá tinha apenas um casal com um guia, então a hora que eles levantaram pra ir embora a gente tentou acompanhar, mas logo eles sumiram e ficamos por conta do Wikiloc mesmo. Ah, também tinha um cachorro preto todo machucado que vimos várias vezes em Lençóis. Não faço idéia como o cachorro consegue fazer essa trilha, mas ele faz. [Cachoeira do Sossego] Na volta nos perdemos VÁRIAS vezes e a todo momento tínhamos que parar pra olhar o Wikiloc pra ver se estávamos no caminho certo. De repente, pulando uma das muitas pedras, a Carla escorregou e caiu batendo as costas na pedra. Ficamos todos em pânico porque a pedra era meio pontuda e pareceu ter doído bastante. Depois de um tempo se recuperando ela conseguiu voltar a andar, mas com bastante dificuldade. Ainda bem, porque não sei o que faríamos pra conseguir pedir ajuda, afinal o celular não pega de jeito nenhum lá. De volta à caminhada, depois de 2 horas pegamos um atalho na trilha pra poder ir ao Ribeirão do Meio. Mais uma vez, graças ao Wikiloc. O Ribeirão do Meio tem um poço bem grande pra nadar e, o mais legal, um tobogã natural onde você pode escorregar sentado (ou em pé, pros profissionais) e cair dentro da água. Por conta do frio ninguém queria entrar na água, então lá fui eu experimentar o tobogã. Amarrei a GoPro no braço imaginando que gravaria um vídeo incrível da descida (você pode ver o vídeo aí embaixo e comprovar que não ficou tão incrível assim). Tinha um grupo de cariocas que tinha acabado de escorregar e me deram algumas dicas. Você tem que subir as pedras pela lateral do tobogã e, estando lá em cima, ir para o meio pra poder escorregar com segurança. Mas pra poder chegar no meio você tem que atravessar a corredeira em pé e em pedras muito, mas muito escorregadias. É claro que não deu certo. Acabei escorregando todo torto e fiquei preso em uma fenda. O pessoal lá embaixo ficou assustado gesticulando e gritando mas por conta do barulho da água não dava pra ouvir nada. Fiz só um sinal de positivo indicando que estava bem. Infelizmente não tinha dado REC na GoPro, então antes de mais nada apertei o botão de gravar pra poder gravar o restante da minha vergonhosa descida. Enquanto o pessoal lá embaixo não parava de fazer sinais e gritar, fiquei analisando como ia sair daquela fenda. Consegui ficar em pé meio torto e andar um pouco mais pro lado pra enfim escorregar. No final das contas foi bem divertido, mas acabei perdendo a bermuda que rasgou toda nas pedras. Cheguei lá embaixo só com alguns ralados no braço. Mas faria de novo. Depois de me recuperar do acidente, pegamos o restinho de trilha até o local onde deixamos o carro e voltamos pra Lençóis. Chegamos esgotados e aí fomos comer novamente no restaurante do baião de dois, mas dessa vez pedimos carne de panela e também estava bem gostoso. Depois cama. Dia # 6 - Lençóis (Serrano + Cachoeirinha + Cachoeira Primavera) No último dia de Lençóis, antes do Vale do Pati, encontramos o Marcos e a Flávia enquanto a gente tomava café num restaurante na Rua das Pedras. Eles queriam alguma trilha leve por conta do dia anterior e eu e a Carla também. Analisando as possibilidades decidimos voltar pra região do Serrano, porque era perto e eles ainda não tinham conhecido. Fizemos o mesmo trajeto do segundo dia, mas dessa vez encontramos a trilha pra Cachoeira Primavera. Estando de frente pra Cachoeirinha, basta seguir a trilha que começa subindo à direita. Depois basicamente é seguir o caminho da trilha que não tem erro. A Cachoeira Primavera fica em meio às pedras e não é muito prática pra tomar banho. Ficamos lá um pouco, tiramos algumas fotos e na volta pegamos o atalho à esquerda pra descer pelo Rio Serrano. Tinha bastante gente nadando nos poços por ali porque fazia bastante sol. Acabei entrando na água pra tirar o calor e logo depois pegamos a trilha de volta pra Lençóis. À noite fomos procurar um lugar pra beber e entramos no restaurante Fazendinha & Tal, que fica ali na Rua das Pedras. Tinha uma promoção de duas caipirinhas mais uma porção de batata frita por R$ 22. Pelo preço imaginamos que seria uma mini-caipirinha, mas aí vieram dois copos enormes, quase um litro de caipirinha em cada um. Tomamos e encontramos sem querer a Flavia e o Marcos e aí qual foi o cardápio da última noite pra fechar com chave de ouro? Ki Lanches! Ficamos lá comendo e bebendo umas cervejas e voltamos pro hotel lá pra meia-noite. Já tristes de ter que deixar Lençóis. Dia #7 - Lençóis > Guiné > Vale do Pati (trajeto Guiné > Igrejinha) Nesse dia começamos a trilha de 4 dias pelo Vale do Pati. Ainda em São Paulo fechamos com a agência Fora da Trilha. O pacote para os 4 dias, incluindo guia, hospedagem na casa dos nativos, alimentação e transporte ida e volta saiu por R$ 1100 por pessoa. Porém, os serviços da agência deixaram muito a desejar e NÃO os recomendo de maneira alguma. Explico durante o relato. O combinado era de se encontrar às 8h em frente a agência para sairmos em direção ao Vale do Pati. O grupo era de 4 pessoas: o guia Hans, eu, a Carla e uma outra menina que era amiga do guia. Um pouco depois das 8h saímos de Lençóis e o Henrique (dono da Fora da Trilha) nos levou de carro até o início da trilha, em Guiné. Um trajeto que durou 2 horas, com uma pequena pausa em Palmeiras pra comprar a comida que seria o nosso almoço nos próximos dias. Em Guiné, nos despedimos do Henrique e o combinado era que ele nos buscaria quatro dias depois em Andaraí. Começamos a caminhada desde Guiné até a Igrejinha, local onde dormimos a primeira noite. O trajeto todo tem cerca de 7 km e as paisagens pelo caminho são incríveis, já dando uma ótima sensação do que viria mais pra frente. Chegamos na Igrejinha por volta das 15h. O local é bem simples, mas impressiona por ser totalmente isolado de tudo. Só é possível chegar lá caminhando ou com mulas/cavalos. É com mulas que eles buscam em Guiné todos os mantimentos para os hóspedes que passam por lá. No espaço tem uns 3 quartos pra casal, mais 3 quartos grandes com muitos beliches, um outro quarto onde dormem os guias, uma cozinha, banheiros (com chuveiros só de água fria), um mini-mercado, e a pequena igreja que dá nome ao lugar. Eu e a Carla ficamos num dos quartos pra casal. [Vale do Pati] [Igrejinha] Ficamos conversando com o pessoal de outros grupos que iam chegando na Igrejinha até a hora do jantar, que é servido às 19h. A comida é muito gostosa e você pegar quanto quiser. Tinha arroz, feijão, carne de sol, lasanha de banana, salada, frango, suco e até chocolate de sobremesa. Acho que tinha mais coisa mas é tanta comida que eu nem lembro mais. Depois do banquete ficamos conversando mais um pouco e tomando PML (lê-se pemelê), a famosa pinga com mel e limão que é vendida no mercadinho do local. Custa R$ 4 meia dose ou então R$ 8 a dose com o copo cheio. Foi bom pra esquentar o frio absurdo que estava fazendo. Antes das 22h fomos dormir. Dia #8 - Vale do Pati (Igrejinha > Cachoeirão por cima > Igrejinha) Acordamos pra tomar o café que é servido às 7h. Na verdade já tínhamos acordado antes porque os galos começam a cantar alto antes das 6h. No café tem bastante coisa igual o jantar: tapioca, cuscuz, bolo, banana, queijo, e mais um monte de coisa. Depois arrumamos só a mala com a câmera e uma garrafa d’água pra trilha pro Cachoeirão visto por cima. A gente ia dormir nessa noite novamente na Igrejinha, então deu pra deixar a maioria das coisas lá. A trilha da Igrejinha pro Cachoeirão tem 15 km ida e volta. No geral não tem muitas subidas e descidas, mas pegamos uma chuva fina e vento que atrapalharam um pouco. Chegando no Cachoeirão tinha uma outra chuva bem fina, que é formada pela água da própria cachoeira. Por causa da altura da queda, a água flutua antes de chegar lá embaixo e aí volta em forma de chuva na beira da cachoeira, bem onde a gente fica pra poder vê-la. Pra quem tem medo de altura o ideal é ir rastejando até a beira, porque é MUITO alto. O cachoeirão tem quase 300 metros. Depois de ver um dos lados do precipício fomos para o outro lado, onde tem a famosa pedra onde todo mundo tira foto deitado ou sentado nela e aí aparece aquela perspectiva que mostra que ali é alto pra cacete. [Cachoeirão visto por cima] Ficamos mais um pouco admirando a vista e pegamos a trilha de volta. No roteiro informado previamente pela agência estava previsto que a gente passaria pela Cachoeira dos Funis, mas sabe-se lá porque não passamos. O guia Hans parecia sempre meio preguiçoso, querendo pegar atalhos cheios de lama no caminho pra poder chegar logo de volta. Chegamos de volta na Igrejinha umas 17h30 e dessa vez tivemos que encarar o banho gelado, afinal no dia anterior passamos bem longe do chuveiro. Ficamos conversando com o pessoal, tomando pemelê e esperando a janta sair, que mais uma vez foi muito boa. Não sei se ela era de fato tão boa assim ou se a fome de andar o dia inteiro contribuía, mas sei que não sobrava quase nada nas travessas da mesa. Depois de jantar, fomos dormir bem cedo. Fazia frio demais e choveu a noite toda. Dia #9 - Vale do Pati (Igrejinha > Morro do Castelo -> Prefeitura) Acordamos pra tomar café e a neblina era tão forte que não dava pra ver nenhuma montanha em volta da Igrejinha. Também estava uma chuva bem fraca. Todos os guias dos grupos que estavam lá chegaram a conclusão que não dava pra sair daquele jeito. Ficamos lá esperando o tempo passar e lá pras 10h começou a pintar um sol. Então, todo mundo animou e começou a caminhada pro Morro do Castelo. Tavam os 4 do nosso grupo e mais umas 15 pessoas de grupos diferentes. Gringo, baiano, paulista, carioca, tinha de tudo. A caminhada desde a Igrejinha até a base do Morro é bem tranquila. O problema é quando começa a subida depois de atravessar o rio. Por causa da chuva à noite o caminho da subida estava cheio de lama. Tinham horas que o pé afundava inteiro na lama. Fora o medo de escorregar e se sujar todo. Felizmente só o tênis e a meia ficaram imundos, de resto foi tudo bem. Na metade da subida paramos pra descansar e a Carla começou a sentir uma dor forte nas costas, por causa da queda lá na Cachoeira do Sossego. Todo mundo ficou preocupado e iríamos voltar caso ela não conseguisse mais subir. Depois de um tempo, ela se sentiu melhor e resolveu que iria subir. Escondi a mala dela numa pedra pra pegar na volta e aí ela ficou mais confortável, mas ainda com dor. A partir desse ponto começa uma parte de escalaminhada, onde você tem que meio que escalar as pedras mas só com as mãos. É bem cansativo mas divertido. A todo momento só se ouvem gemidos de lamentação. Finalmente chegamos na gruta que atravessa pro outro lado do Morro. Passamos literalmente no meio da gruta e chega uma hora que o caminho fica totalmente escuro. Aí os guias pedem pra todos desligarem as lanternas e celulares que estavam usando pra podermos apreciar o escuro e o silêncio por alguns segundos. É uma experiência bem interessante. Continuamos andando pela gruta e saímos do outro lado, onde é preciso escalar mais algumas pedras pra se chegar no mirante que dá pra todo o Vale. Ali a vista já é boa, mas depois ainda subimos mais algumas pedras, num caminho que chega a ser perigoso por causa da altura das pedras que temos que subir. No fim do caminho chegamos num local de vista ainda mais privilegiada que o primeiro. Ficamos lá um tempão admirando a vista e sentindo o vento forte que fazia. [Vista do alto do Morro do Castelo] Durante a descida o medo de escorregar e cair de bunda na lama voltou, mas mais uma vez passamos ilesos. No final da subida paramos no rio pra limpar as botas cheias de lama e descansar. Depois começamos a trilha até a Prefeitura, onde iríamos dormir. Estava todo mundo muito cansado por causa da subida do Morro do Castelo e chegamos na Prefeitura quase escurecendo. Lá moram o Jailson, sua esposa e sua filha pequena. Quando chegamos lá o guia Hans disse que tinha reserva pra gente mas o Jailson disse que não tinha a reserva, mas que iria ver se dava pra gente ficar lá. Conversou com sua esposa e decidiram que sim. Então, fomos pro nosso quarto e percebemos que não tinha ninguém hospedado em nenhum dos quartos. Não entendi qual o motivo de quase termos sido recusados. Tomamos banho, mais uma vez gelado, e fomos jantar. A comida da Prefeitura era tão boa quanto a da Igrejinha. Eu devo ter repetido umas três vezes. Depois de jantar, estava todo mundo destruído e fomos dormir. [Tá vendo aquela montanha lá no alto? Ali é o Morro do Castelo] Dia #10 - Vale do Pati (Prefeitura > Andaraí) > Lençóis > Igatu Acordamos às 08h, tomamos café e começamos a caminhada da Prefeitura até Andaraí. O trajeto tem quase 16 km. O caminho é puxado porque temos que atravessar um paredão inteiro, subindo até o topo da montanha e depois descendo. O sol estava forte e cansou muito. No caminho há algumas pequenas nascentes onde dá pra encher a garrafinha. Chegamos em Andaraí 14h30 e o combinado era que o Henrique, dono da agência estaria nos esperando lá. Esperamos até 15h30 e o guia Hans resolveu ligar pra saber. O Henrique estava em Lençóis ainda (a 2h de Andaraí) e disse que iria pedir pra um funcionário buscar a gente. Ficamos putos porque estávamos cansados, sem tomar banho decente há 4 dias e esfomeados. E o plano era chegar cedo em Lençóis para pegar o carro e chegar ainda de dia em Igatu, o próximo destino. Já que tinha que esperar 2 horas até o carro nos buscar, fomos procurar um lugar pra comer. Não tinha nenhum restaurante ou bar abertos, só alguns pequenos mercados. Encontramos uma sorveteria e almoçamos uma barca de açaí. Depois enrolamos e usamos o wi-fi de outra sorveteria pra passar o tempo, até que o carro da Fora da Trilha chegou às 18h, 4 horas depois do combinado. No caminho de volta para Lençóis o motorista parecia que estava apostando corrida ou então tentando se suicidar, de tão rápido que dirigiu. Isso só completou os péssimos serviços da agência Fora da Trilha. Esqueceram de nos buscar no último dia. Os lanches de trilha eram bastante fracos em comparação aos outros grupos. O guia Hans reclamava o caminho todo dizendo que o caminho era difícil, ou então que o próximo dia tinha uma caminhada chata, ou que não gostava de fazer determinado trecho. Além disso, os lanches de trilha ficavam em sacolas de mercado com a comida toda solta, incluindo frutas e pão soltos e misturados com outros alimentos. A faca usada para passar requeijão e manteiga no pão ficou suja do primeiro ao último dia, o guia nem ao menos se dispunha a passar uma água quando chegávamos nas casas dos nativos. Sem contar a falta de reserva para nós na Prefeitura no último dia. Enfim, foi um caos total. Quando chegamos em São Paulo reclamamos por e-mail com o dono da agência e depois de muita discussão conseguimos reaver parte do dinheiro. Dos R$ 2200 ele nos devolveu R$ 500. Não achei justo mas ao menos minimizou os problemas. Chegamos em Lençóis, depois da aventura, e fomos pegar o carro que deixamos estacionado na rua do Fazendinha & Tal. Estava lá intacto do jeito que a gente deixou. Pegamos a estrada pra Igatu. Saindo de Lençóis você pega a BR-242 sentido Salvador. Depois de 35 km vira-se a direita na entrada pra Mucugê/Andaraí. Depois são mais 57 km na BA-142 até a entrada para a Estrada de Pedras que dá acesso a Igatu. Finalmente, os últimos 7 km que demoram quase meia hora. O caminho é todo feito de pedras e a velocidade não pode passar de 20 km/h senão bate o carro inteiro. Fomos acompanhando o GPS e parecia que não ia chegar nunca, mas finalmente chegamos. O vilarejo é muito pequeno e sossegado. A população de Igatu é de aproximadamente 700 pessoas. O local é tão pacato que nem ao menos polícia tem. Também não tem farmácia. Todas as ruas e várias são casas são feitas de pedras. Chegamos lá 22h e não tinha quase ninguém na rua. Ficamos no Art Hotel Cristal, custou R$ 90 a diária com café da manhã. O hotel tem um restaurante e pizzaria que funciona à noite. Como não tinha nada aberto na cidade comemos uma pizza lá mesmo, por salgados R$ 60. Mas estava bem boa. Tomamos finalmente um banho quente e dormimos. Dia #11 - Igatu (Ruínas + Gruna do Brejo) Tomamos café e o dono do hotel nos deu um mapa de Igatu desenhado por ele mesmo. Tinha os lugares mais visitados da região e a maioria dá pra fazer tudo a pé. Começamos virando a rua à direita e indo na igreja da cidade, que fica ao lado do cemitério. A igreja é bem pequena e toda feita das pedras, mas estava fechada e então só deu ver e tirar foto por fora. Continuando na rua tem a Galeria Arte & Memória, com alguns objetos contando a história do garimpo da região e umas exposições. Paga-se R$ 5 para entrar e é bem interessante. Saindo de lá continuamos descendo até as ruínas. O local lembra uma espécie de Machu Picchu, até por isso Igatu é conhecida como a Machu Picchu baiana. Há várias ruínas das casas onde morava a população de Igatu na época da extração do diamante. [Igreja em Igatu] Depois fomos conhecer a Gruna do Brejo. Seguimos o caminho do mapa mas nos perdemos e voltamos pra praça em frente ao hotel. Perguntei pro dono de um bar o caminho e ele disse que a gente tava certo, era só continuar seguindo a rua até o fim, passar por um campo de futebol e que depois estaria a Gruna. Então voltamos e aí encontramos o local. Tinha uma casinha na entrada mas não tinha ninguém lá dentro, só o cachorro Whisky preso. Numa cozinha separada da casa tinha um rapaz e fui lá perguntar se ele sabia como funcionava pra conhecer a Gruna. Aí ele mesmo nos levou lá até a entrada da Gruna, contando um pouco da história do local. Um outro guia bem velhinho nos levou pra dentro da gruna e continuou contando a história do garimpo e que lá trabalhavam muitos escravos de uma vez, em turnos de dia e de noite. O local é bem abafado e completamente escuro, temos que caminhar com lanternas pra enxergar alguma coisa, mas o guia nos dá as lanternas antes de entrar. O final da pequena trilha é numa grande caverna onde tem bonecos de argila homenageando os escravos que trabalhavam lá. O guia acende algumas velas em torno dos bonecos para iluminar e pra perguntar se a gente queria tirar foto. Não quisemos e acho que ele achou estranho, porque provavelmente todo mundo fotografa os bonecos. Mas tem coisas que acho que só devem ser observadas e sentidas. Mas também é só uma opinião minha, nada contra quem não concorda comigo. Pelo mesmo motivo não quis entrar nadar no poço na entrada da Gruna, apesar da água estar bem convidativa. O guia nos explicou que o buraco do poço foi formado pela ação do homem, das explosões ocorridas para a extração do diamante. E que por isso ali se chama Gruna do Brejo, e não Gruta. A palavra gruna denomina cavernas e buracos criados pelo homem. Gruna é quando é obra da natureza. Ou nas palavras do guia, quando criado por Deus. Saindo da Gruna, voltamos pra praça pra almoçar. Encontramos um restaurante com as mesas do lado de fora e comemos lá mesmo. Por R$ 40 comemos carne de sol, mandioca, arroz, feijão, salada e farofa. A porção era pra 2 mas davam pra alimentar uns 4. Tinha muita comida. Entre as opções do cardápio estava uma porção de palma. A Carla me perguntou o que era e eu respondi que cacto. Ela não acreditou e perguntou pro dono do bar, e ele confirmou. Aí disse que iria trazer um pouco pra gente experimentar. Depois de uns 10 minutos ele trouxe uma porção ENORME de palma refogada. Nós experimentamos e estava bem gostoso. Comemos a porção inteira, voltamos pro hotel e acabamos dormindo. Acordamos 2 horas depois muito estufados e quase não conseguindo levantar da cama. Até hoje acreditamos que foi por causa da palma. [O simpático porteiro de Igatu] Fomos pra rua pra comprar uma Coca-Cola pra fazer digestão e encontramos um casal que fizemos amizade lá no Vale do Pati. Ficamos conversando e acabamos tomando uma cerveja e comendo uma coxinha muito da boa num quiosque que fica bem perto da praça. Era um domingo e perguntei pro dono do quiosque se ele abria todo dia, mas só abre de sábado e domingo. Aliás, muitos comércios ficam fechados boa parte do dia. Alguns abrem só de manhã, alguns só a tarde. Tem que dar sorte. Umas 22h voltamos pro hotel, vimos um pouco de televisão e dormimos. Dia #12 - Igatu > Ibicoara (Cachoeira do Buracão) > Igatu Acordamos cedo e decidimos conhecer a Cachoeira do Buracão. Ela fica na cidade de Ibicoara, a pouco mais de 100 km de Igatu, e o trajeto dura 2 horas. Pra chegar lá basta seguir as indicações da rodovia no sentido de Ibicoara. Chegando na cidade, fica um pouco mais difícil. Fomos com a ajuda do Wikiloc e conseguimos chegar, mas sem ele creio que é impossível encontrar o caminho. A partir de Ibicoara é preciso pegar um trecho de quase 30 km em estrada de terra e lama, com algumas bifurcações e sem nenhuma indicação do caminho. Chegando na portaria do Parque Natural Municipal do Espalhado é preciso pagar uma taxa de R$ 6,00 por pessoa. Além disso é preciso contratar um guia, pois não é permitido visitar o Buracão por conta própria. O preço para um casal é R$ 120 (R$ 60 por pessoa). Para grupos a partir de 4 pessoas o valor cobrado é R$ 35 por pessoa. Como estávamos só em dois ficamos esperando dentro do carro pra ver se aparecia mais algum casal ou alguém sozinho para rachar o valor da entrada. Infelizmente não apareceu ninguém, talvez por ser uma segunda-feira e também por conta do clima que estava chuvoso e nublado. Choramos um desconto e conseguimos fechar com o guia Ademário por R$ 110. Ele foi no nosso carro até o estacionamento onde começa a trilha para o Buracão. Da guarita do parque até o estacionamento são mais 7 km em estrada de terra. No caminho chegamos até a cruzar de carro o leito de um rio. Do estacionamento até o Buracão a trilha dura 1 hora e é relativamente simples, ela é plana na maior parte do caminho. Durante o trajeto há outras cachoeiras e poços e a paisagem é bem bonita. Pouco antes de chegar no Buracão temos que descer algumas escadas e pedras. Chegando no início do cânion o guia nos dá coletes salva-vidas para entrarmos na água. Não é permitido entrar no cânion sem coletes. Estava chovendo um pouco e a água da cachoeira estava bastante fria. Pra chegar de fato no Buracão é preciso nadar pelo cânion contra a correnteza, ou então ir andando pelas pedras escorregadias que beiram o leito do cânion. Fomos nadando mesmo e depois de muito esforço finalmente demos de cara com a cachoeira. A força da água quase não nos deixava ver a cachoeira, de tanto spray de água que se forma. O guia nos explicou que por conta da chuva o volume de água estava bastante acima do normal, e que por isso não seria possível nadar até a queda. Então ficamos apreciando das pedras mesmo aquela imensidão de água. A cachoeira tem cerca de 85 metros de altura. Ficamos um pouco por lá e o frio começou a apertar, então começamos a pegar o caminho de volta. Pra voltar pelo cânion é bem mais fácil, pois a correnteza está a favor. Basta soltar os braços e pés e ir flutuando. Devolvemos os coletes salva-vidas e no caminho de volta paramos para olhar a Cachoeira do Buracão, mas desta vez por cima. A vista é incrível e dá uma boa idéia da imensidão da queda. [Cachoeira do Buracão] Pegamos o carro no estacionamento, deixamos o guia na guarita da entrada do parque e entramos na estrada para voltar para Igatu. Como ainda não tínhamos almoçado, paramos antes em Mucugê para procurar um lugar pra comer. A cidade estava bem vazia e quase não tinha comércios abertos. Paramos numa padaria e comemos um x-tudo bem ruim (saudades do Ki Lanches). Voltamos pro hotel em Igatu e lá pras 22h a fome apareceu. Como já sabíamos que nada estaria aberto pra comer, pedimos uma pizza no hotel mesmo. Depois de comer, dormimos. Dia #13 - Igatu (Poço Donana + Cachoeira das Cadeirinhas) No nosso último dia de Chapada decidimos ficar mais tranquilos e procurar alguma cachoeira por perto de Igatu pra poder descansar das intensas caminhadas dos últimos dias. Fomos primeiro no Poço Donana, que fica na beira da rodovia BA-142. O trajeto desde Igatu é fácil: basta pegar a Estrada das Pedras e entrar na rodovia no sentido Andaraí. Apenas 2 km depois, na esquerda, vai aparecer um lugar chamado Toca do Morcego, onde tem um estacionamento, uma lanchonete e uma pequena loja com artesanatos. Você pode parar o carro ali e pegar a pequena trilha que começa atrás da lanchonete. Há placas indicando o caminho e a caminhada até o Poço é bem curta. É só ir seguindo as setas no chão. Ficamos deitados nas pedras tomando sol, que estava bem forte nesse dia. Depois voltamos pra Igatu e tentamos procurar a trilha para a Cachoeira dos Pombos. Tentamos seguir o mapa mas não encontramos nada e voltamos pra cidade. Pedimos informação para alguns senhores na rua e eles nos indicaram o mesmo caminho que havíamos feito. Tentamos novamente, andamos bastante por um caminho de pedras que seguia o leito de um rio, mas acabamos desistindo e paramos na Cachoeira das Cadeirinhas, onde a água de uma pequena queda formou bancos de pedras onde dá pra sentar e tomar banho na água gelada. Ficamos lá um bom tempo e voltamos pro hotel. À noite fomos novamente pra Mucugê procurar um lugar pra comer, mas de novo estava quase tudo fechado. Descobrimos que os comércios estavam fechados porque estavam preparando comida para o Festival Gastronômico da Chapada que iria começar no dia seguinte. Infelizmente a gente ia embora e acabou perdendo o festival. Encontramos somente uma hamburgueria aberta na rua principal e comemos lá mesmo. Depois voltamos pra Igatu, arrumamos as malas e fomos dormir. Dia #14 - Igatu > Salvador Acordamos 8h e nos despedimos da Chapada. Pegamos a estrada para Salvador e chegamos na capital baiana por volta das 14h. Ficamos hospedados no hotel Manga Rosa, na Praia da Barra. Na chegada a Salvador o céu estava preto e choveu bastante. Quando chegamos no hotel o sol novamente apareceu e aí só guardamos as malas no hotel e corremos pra praia, que fica a 50 metros do hotel. Deu pra pegar bastante sol, entrar no mar, comer acarajé e descansar. À noite fomos conhecer a região do Pelourinho e depois jantamos no bairro do Rio Vermelho. De volta pro hotel fomos dormir cedo porque teríamos que acordar cedo pra sair pro aeroporto. Dia #15 - Salvador > São Paulo Acordamos 7h e ainda deu tempo de caminhar na orla da praia. Voltamos pro hotel, tomamos café e fizemos o check-out. Da Praia da Barra até o aeroporto de Salvador o trajeto durou 1 hora, pois era dia de semana e tinha trânsito em alguns pontos. Devolvemos o carro imundo no estacionamento da Hertz e foi cobrado uma taxa (bastante justa devido ao estado do carro) de R$ 20 para a limpeza. De lá, pegamos a van da locadora que nos deixou no aeroporto. Decolamos e nos despedimos da Bahia.- 9 respostas
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Cronograma da viagem 29/06 - São Paulo > Salvador > Lençóis 30/06 - Lençóis (Serrano + Cachoeirinha) 01/07 - Lençóis (Cachoeira do Mosquito + Poço do Diabo) 02/07 - Lençóis (Pratinha + Gruta Azul + Morro do Pai Inácio) 03/07 - Lençóis (Cachoeira do Sossego + Ribeirão do Meio) 04/07 - Lençóis (Serrano + Cachoeirinha + Cachoeira Primavera) 05/07 - Lençóis > Guiné > Vale do Pati (trajeto Guiné > Igrejinha) 06/07 - Vale do Pati (Igrejinha > Cachoeirão por cima > Igrejinha) 07/07 - Vale do Pati (Igrejinha > Morro do Castelo -> Prefeitura) 08/07 - Vale do Pati (Prefeitura > Andaraí) > Lençóis > Igatu 09/07 - Igatu (Ruínas + Gruna do Brejo) 10/07 - Igatu > Ibicoara (Cachoeira do Buracão) > Igatu 11/07 - Igatu (Poço Donana + Cachoeira das Cadeirinhas) 12/07 - Igatu > Salvador 13/07 - Salvador > São Paulo Fiz meu primeiro mochilão pelo Brasil em julho deste ano. Depois de muitas pesquisas e mudanças de ideia, o destino escolhido foi a Chapada Diamantina. Muito por conta dos relatos que li por aqui e também pelas indicações de pessoas que já foram para lá. A viagem ao todo durou 15 dias, mas eu e minha namorada ficamos na Chapada de fato 12 dias. Todo mundo diz mas é sempre bom repetir. Não dá pra conhecer toda a Chapada Diamantina em 15 dias. Nem em 20, nem em 30. Quem conhece bem a região diz que pra conhecer tudo você precisa mais ou menos de 3 meses. Por isso selecionamos os principais pontos que queríamos ver e a partir daí fomos ajustando a programação e o roteiro a ser feito. Pelo fato da Chapada ser gigantesca (1520 km², maior até que alguns países do mundo) é uma tarefa trabalhosa planejar um roteiro. Também é difícil encontrar informações na internet, apesar dos milhares de sites que existem falando sobre a Chapada. Cada pessoa faz um roteiro e aí quase nunca você encontrará um roteiro igual o seu. O segredo é você listar os lugares que quer conhecer e ir tentando encaixar nos dias que tem para viajar. Muitos lugares não conseguimos ir por falta de tempo no roteiro (Cachoeira da Fumaça e Poço Azul, por exemplo). Mas no final das contas a viagem foi muito boa. Quem sabe em uma outra oportunidade dê tempo de fazer o que não conseguimos. O único ponto negativo da Chapada, em minha opinião, é o “ataque predatório” dos guias locais em cima dos turistas. A todo momento tentam te oferecer passeios e inventam histórias pra colocar medo, do tipo “semana passada uma menina foi sem guia e quebrou a perna nessa trilha” ou “ontem um pessoal sem guia ficou perdido aí e não conseguiu ver nada”. Nada contra o trabalho dos guias, muito pelo contrário. É o trabalho deles e é um trabalho honesto. Mas a abordagem sempre é de maneira incisiva e acaba sendo chato ficar falando tantos “nãos”. E se você estiver sem guia e cruzar com o guia de algum grupo em trilhas não espere nem um “olá”. Não espere também que eles te avisem se você estiver pulando uma pedra perigosa quando na verdade tem um caminho muito mais fácil para atravessar o rio. É mais ou menos assim: “não pagou, pode morrer que não tô nem aí”. A única experiência que tivemos com um guia durante a viagem foi terrível. Mas lá na frente eu conto em detalhes. De volta ao lado positivo da Chapada (e olha que são muitos), a principal dica é: vá! Segunda dica: baixe o Wikiloc no seu celular. Ele é um app de GPS para trilhas e funciona offline. A licença pra usar por 3 meses custa pouco mais de 7 reais, mas te faz economizar bons dinheiros com guias. É bem simples de usar: você busca a trilha que quiser e aí ele te dá uma lista de mapas de pessoas que já fizeram o trekking. Depois é só baixar algum deles e ir seguindo o caminho, igual o Waze ou Google Maps. A maioria das trilhas da Chapada está no app. Terceira dica: faz frio na Bahia. Se for em julho leve blusas. Chegamos a pegar uns 12 graus no Vale do Pati à noite. Gastamos por pessoa aproximadamente R$ 3000 para os 15 dias. Incluindo passagem aérea, aluguel de carro, hospedagem, alimentação e passeios. Os preços de restaurantes são geralmente baratos. Dá pra encontrar em Lençóis e Igatu um belo almoço por R$ 30 pra duas pessoas. Vamos ao relato!
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Felipe Ernesto alterou sua foto pessoal
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Olá, estamos indo em duas pessoas para a Chapada Diamantina agora em julho, e pretendemos fazer o trekking do Vale do Pati em 4 dias. Estamos cotando guias para a trilha e os preços estão meio caros. Porém, se mais gente for junto dá pra negociar preço melhor com os guias. Um exemplo: encontramos um guia que parece ser bem confiável e o preço por pessoa está R$ 1490. Se forem duas pessoas baixa para R$ 1290 por pessoa. Três pessoas fica R$ 1190 por pessoa, e quatro pessoa fica R$ 1080 por pessoa. Tá incluso café da manhã, lanche de trilha, jantar e hospedagem na casa de nativos, além dos serviços do guia. Caso alguém esteja indo nessas datas e quiser se juntar pra pagar menos, dá um salve.
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23/10 - El Calafate / Puerto Natales Fui andando até a rodoviária e peguei o ônibus para Puerto Natales às 08h30. Depois de 4 horas de viagem o ônibus faz uma rápida parada em Rio Turbio, uma cidade nada bonita pelo que vi da janela. Rio Turbio fica na fronteira entre a Argentina e Chile, então logo depois dessa parada o ônibus anda mais uns 10 minutos e aí temos que descer para fazer as burocracias na imigração argentina. Todos descem e tem que apresentar passaporte (ou RG) para o oficial de imigração. Ele só carimba o passaporte e pronto, nada de perguntas. De volta ao ônibus, andamos mais 10 minutos e novamente todos descem para encarar agora a imigração chilena. Essa parte é um pouco mais demorada porque além de apresentar os documentos para os oficiais também é necessário passar todas as mochilas em uma máquina de raio X. Burocracias vencidas, todos entram no ônibus novamente e em mais 15 minutos chegamos na rodoviária de Puerto Natales. Peguei um mapa na rodoviária e vi que dava pra ir andando até o Wild Hostel, onde eu tinha feito reserva. A cidade é bem pequena, então dá pra fazer tudo andando. Eu só iria dormir lá uma noite porque no dia seguinte bem cedo já iria começar o circuito W de Torres del Paine. No caminho pro hostel notei que a cidade estava bem vazia, poucos carros e pessoas nas ruas, praticamente todos os comércios fechados, quase uma cidade deserta. Imaginei que fosse porque era domingo. Cheguei no hostel e durante o check-in perguntei pra moça da recepção se a cidade era sempre assim deserta. Daí entendi o porquê: era dia de eleição. A parte ruim é que não havia nenhum lugar pra trocar dinheiro na cidade toda, então tive que fazer um saque no banco Santander em frente ao hostel, afinal não tinha nada de pesos chilenos. Mas a pior parte mesmo de ser dia de eleição é que não podiam vender cerveja por causa da lei seca . Depois de guardar as mochilas e tomar um banho, voltei pra rodoviária pra comprar as passagens pra Torres del Paine pro dia seguinte. Todas as empresas tem os mesmos horários (07h30 ou 14h30) e o mesmo preço (15000 pesos ida e volta). Acabei comprando na Buses Gomez. Em todas as empresas é a mesma coisa: você compra com a data da ida marcada e pode voltar de Torres del Paine o dia que quiser, só apresentar o ticket de volta pro motorista na volta. Na volta pro hostel parei pra comer hamburguer no único restaurante aberto da Av. Manuel Bulnes. Na verdade tinha outro aberto e com uma placa bem convidativa na porta: almoço caseiro por 3000 pesos. Mas logo que entrei um senhor bem mal-humorado disse que só tinha sopa porque o cozinheiro tinha faltado. Chegando no hostel a menina da recepção me disse que o Lucas (o de Chaltén e de Calafate) tinha ido lá me procurar. Mandei uma mensagem e ele tava em um hostel ali perto. Fomos dar uma volta na avenida principal, na margem do mar. Ali tem uma estátua do Milodón, um bicho estranho que é o mascote da cidade. Comentei do fato de todos os comércios estarem fechados e o Lucas disse que tinha visto uma pizzaria aberta. Fomos lá e realmente tava aberta e cheia, afinal devia ser um dos poucos lugares funcionando na cidade. Mandamos uma pizza gigante e aí voltei pro hostel. O Lucas queria ir no dia seguinte pra Torres del Paine também, mas com as agências todas fechadas não dava pra reservar nada. Me despedi dele e fui dormir. 24/10 - Puerto Natales / Torres del Paine (1º dia do circuito W: Paine Grande - Mirador Grey) Acordei bem cedo e ainda não tinha café da manhã no hostel. Fui andando pra rodoviária e cheguei lá 07h. Comprei bolacha, uns saquinhos de amendoim com castanhas, suco de caixinha e esse foi meu café da manhã. O ônibus saiu pontualmente às 07h30 e 09h chegamos na portaria principal do parque (Laguna Amarga). Lá se paga a taxa de 21000 pesos e todos tem que assistir um curto vídeo sobre regras do parque, em que a todo momento se enfatiza que não se pode fazer fogo no parque e nem sair dos caminhos demarcados das trilhas. Depois do vídeo fui pegar um mapa numa mesa e um senhor bem mal-humorado me perguntou com quem eu estava. Eu disse que estava sozinho e ele bem grosso: "não pode fazer trilha sozinho, tem que estar com alguém. E não pode pegar mapa sozinho, tem que ser um mapa pra duas pessoas". Respondi: "sem problemas, vou encontrar alguém". Antes que ele respondesse de novo peguei logo um mapa da mesa e saí dali antes de ouvir a resposta. Achei desnecessário o sermão, afinal paguei a salgada taxa de 21000 pesos pra entrar no parque. O mínimo que tenho direito é receber um mapa. E durante todos os dias da trilha vi muitas pessoas caminhando sozinhas, então não fazia muito sentido o que ele tava falando. Depois das "boas vindas", voltei pro ônibus e uma hora depois chegamos em Pudeto, de onde parte o catamarã pra Paine Grande, o primeiro acampamento do trekking. Ainda faltava meia hora pro catamarã partir, então deu pra comer um sanduíche num pequeno restaurante que tem ali. Durante a espera do catamarã conheci um grupo de três goianos que iam fazer um trajeto meio maluco do circuito W. Eles estavam com um chileno, o Alejandro, que tinha morado três anos no Brasil e falava bem português. Esse chileno ia montar a barraca em Paine Grande e fazer a primeira perna do W (ida e volta ao Mirador Grey). Eu pretendia fazer o mesmo, então combinei de ir com ele. Pegamos o catamarã lotado às 11h (19000 pesos). Trinta minutos depois chegamos em Paine Grande. Eu tinha reservado ainda no Brasil todos os campings (com barraca, saco de dormir e isolante) e também as refeições (café da manhã, almoço e janta). O camping Paine Grande é administrado pela Vertice Patagonia. Os outros dois seguintes eram da empresa Fantastico Sur. Pelo site das duas empresas dá pra ver os preços atualizados e fazer as reservas. Apresentei na recepção do camping o papel da minha reserva e aí o rapaz me deu o isolante, o saco de dormir e os vouchers das refeições. Ele me acompanhou até a área das barracas e lá já tinham várias montadas. O rapaz me sugeriu uma delas e como eram todas iguais eu disse que tava tudo bem e podia ser aquela mesmo. Assim é fácil acampar . Guardei minha mochila lá dentro e esperei o Alejandro montar a barraca dele pra começar a caminhada. O trecho de ida e volta Paine Grande-Mirador Grey tem 22 km no total e pode ser feito em 6 horas. Começamos de Paine Grande às 12h30 e chegamos no Mirador por volta das 15h30. O trajeto é de dificuldade intermediária, tem bastante trecho de descida na ida (e subida na volta). Em algumas partes o famoso patagônico dava as caras, sendo difícil (pra não dizer impossível) abrir o mapa e conferir o caminho. Fiquei lá uma hora apreciando a vista incrível e cheguei de volta a Paine Grande às 19h30, bem na hora do jantar. O jantar pago é servido num refeitório, onde ficam também os quartos de quem reserva o refúgio. Pra quem vai cozinhar tem outro refeitório bem próximo dali. O cardápio normal é um só pra todo mundo, mas quando você faz o check-in o rapaz pergunta se você tem intolerância ou alergia a algum alimento. Como eu não tenho não sei dizer sobre o cardápio alternativo. Nesse dia tinha pedaços gigantescos de frango com purê, salada, suco e um doce não-identificado de sobremesa. A comida é razoável, mas com a fome que você chega depois de andar 22 km ela parece deliciosa. Depois do jantar voltei pra barraca pra descansar. Cochilei e acordei umas 23h com vontade de ir ao banheiro. Como já tava tudo apagado pensei que não seria ruim fazer ali no mato mesmo. Andei um pouco pra me afastar da área das barracas e poupar meus vizinhos e aí fiz (o número 1, claro). Na volta pra barraca pisei em falso em um buraco e cortei o dedinho do pé. Pensei que não tinha sido nada de mais, mas quando voltei pra barraca e liguei a lanterna vi que tava sangrando bastante. Não tinha levado band-aid, então limpei com lenço umedecido, improvisei um curativo com papel higiênico e depois disso dormi. 25/10 - Torres del Paine (2º dia do circuito W: Paine Grande - Valle del Francés - Los Cuernos) Acordei 6h com um vento absurdo que praticamente tava levando a barraca embora comigo dentro. O papel higiênico tava grudado no machucado do pé, então foi aquela sensação gostosa pra arrancar . Tomei o café da manhã, peguei o lunch-box pra comer no almoço e ia começar a caminhada até o camping Italiano. Antes lembrei de perguntar na recepção do camping se eles tinham band-aid. O rapaz fez uma cara de assustado, como se eu tivesse perguntado uma coisa absurda. Talvez "band-aid" em espanhol seja algum palavrão, sei lá. Depois disse que não tinha. Do lado da recepção tinha uma sala com uma placa escrito "primeiros socorros". Perguntei se lá não tinha nenhum band-aid ou gaze ou coisa do tipo e ele continuou afirmando que não. Fiquei pensando "se a sala de primeiros socorros não tem nem um curativo, o que vai ter então?". Achei que foi mais má vontade do cara do que qualquer outra coisa, mas resolvi não discutir e ir embora. Comecei a caminhar às 08h e o machucado no pé tava incomodando bastante no começo, afinal era bem o dedinho que ia raspando na bota. O joelho também. Acho que durante o trekking as duas dores foram se neutralizando e chegou uma hora que eu já não sentia mais nada. Pouco antes das 10h cheguei no camping Italiano e parei pra descansar e comer uma barrinha de cereal e um chocolate do lunch-box. Ali tinha que decidir se ia pro Valle del Francés ou se continuava caminhando até o camping Los Cuernos, onde eu iria dormir essa noite. Meu pé tava doendo, assim como o joelho. Mas pensei "quando eu vou voltar pra esse lugar de novo?". E lá fui pro Valle del Francés. A caminhada é dura, bastante subida e descida, mas a vista que se tem do Mirador Britanico vale todo o esforço. Peguei o caminho de volta e cheguei no camping Italiano novamente às 16h. De lá até o Los Cuernos as dores sumiram e fiz em pouco mais de 1 hora o trajeto. Cheguei no camping Los Cuernos derrotado, tomei um banho e tirei um cochilo na barraca antes do jantar. As horas das refeições são bem confusas nesse camping. Tem umas mesas reservadas pra determinados grupos, então não pode sentar em qualquer uma. Só fui entender o esquema no café da manhã do dia seguinte. O cardápio era carne com purê, salada e um doce de limão de sobremesa. Mas podia ser sopa de pedra que eu comeria com o maior prazer. Antes das 21h eu já tava dormindo, com o vento querendo levar a barraca a noite toda. 26/10 - Torres del Paine (3º dia do circuito W: Los Cuernos - Chileno - Torres del Paine) Tomei o café da manhã e antes das 8h já estava na trilha pro camping Chileno. Cheguei lá 12h. Guardei a maior parte das coisas na barraca e fui encarar a subida até o mirador das Torres del Paine. Do camping Chileno até lá são 4 km. Os 3 primeiros são bem tranquilos, mas o último é só subida. Só subida mesmo! Com direito a pedras enormes que você tem que "escalar" durante a subida. Mas, assim como todas as outras dificuldades do circuito W, mais uma vez vale a pena todo o esforço. Quando você chega no topo e vê de fato as Torres del Paine e aquela lagoa azul embaixo você esquece tudo o que passou pra chegar ali. É algo mágico, enriquecedor. Não tem muita explicação, é estar ali pra sentir. Deitei numa pedra e acho que cheguei até a cochilar. Depois comi um sanduíche, tirei muitas fotos e comecei o processo de descida. Cheguei no camping Chileno às 17h. Descansei um pouco dentro da barraca e fui tentar tomar banho, mas ouvindo os gritos de "Jesus" e "Oh my god" imaginei que a água não tivesse lá muito quente e desisti. Depois fiquei tomando cerveja e fazendo hora no refeitório até dar a hora do jantar. Sentei na mesa com um casal de franceses muito simpático e ficamos conversando. Na janta tinha salmão com purê. Começou a ventar bastante e chover, então logo depois do jantar voltei pra barraca pra escapar da chuva. De novo estava esgotado e dormi cedo. E de novo o vento patagônico queria levar minha barraca a noite toda. 27/10 - Torres del Paine (4º dia do circuito W: Chileno - Hotel Las Torres - Laguna Amarga) / Puerto Natales Durante o café da manhã ouvi dizer que à noite fez um vento de 90 km/h. Fiquei feliz por minha barraca ter aguentado. Às 08h comecei a última parte do circuito W, a ida do camping Chileno até o Hotel Las Torres. Durante o caminho o vento estava cada vez mais forte, chegando até a me derrubar algumas vezes. O assustador é que o vento estava me empurrando justamente pro lado do precipício. Em um momento tava realmente impossível caminhar, então sentei no chão e fiquei 10 minutos sendo castigado pelo vento e metralhado pelas pedrinhas que ele carregava. A cada vez que tentava levantar o vento me jogava de volta pro chão . Praticamente me arrastando no chão consegui andar alguns metros e fugir daquele pedaço mortal da trilha. O sol tava bem forte nesse dia. No caminho até o Las Torres encontrei um chileno, o Matias, que iria pra Laguna Amarga também. Fui conversando com ele o caminho até lá. Chegamos na Laguna Amarga 12h30 mas o ônibus pra Puerto Natales só passava 14h30. Sentamos em uns banquinhos cobertos pra fugir do sol e esperar. Minha água tinha acabado e a do Matias também, e os dois estavam com sede. Tinha uma caixa d'água ali perto jorrando água pra todo lado por causa do vento. Tentei capturar um pouco de água dali mas o que aconteceu foi que a água foi pra todos os lados menos na garrafa. Uma senhora que provavelmente trabalha como cozinheira do pessoal da administração do parque viu minha tentativa frustrada e me chamou peguntando se eu queria água. Ela gentilmente encheu nossas garrafinhas e ainda nos deu um bolinho (de bacalhau, acho). Ela só pediu pra comer logo ou esconder porque se o pessoal da administração visse poderiam brigar com ela. O ônibus da Buses Gomez chegou 14h30, junto com outros 4 ou 5 ônibus de outras empresas, afinal todos fazem os mesmos horários. 16h30 chegamos em Puerto Natales e fui de novo para o Wild Hostel. Gostei bastante desse hostel, os quartos são bons, o banheiro tava sempre limpo e tinha comida e cerveja a preços justos (hamburguer grande + cerveja Austral por 7000 pesos). A única parte ruim é que não tem cozinha, mas pra mim que tenho dificuldade até pra fritar ovo isso não era um problema. Tomei banho e fiquei nas mesas da sala lendo as 1576 mensagens do Whatsapp que chegaram enquanto eu estava em Torres del Paine sem internet. Entrou um rapaz no hostel e vi que ele usava uma mochila que eu conhecia, porque tinha várias bandeiras do Chile bordadas. Era o Lúcio, que conheci lá em El Chaltén. Chamei ele e ficamos conversando e tomando vinho até sermos gentilmente expulsos da sala do hostel porque já era tarde e os funcionários iam dormir. 28/10 - Puerto Natales / El Calafate Nesse dia consegui tomar o café da manhã no hostel. E que café da manhã, o melhor da viagem. Assim que você senta na mesa a moça da recepção esquenta o pão em um forno pra você. Além disso tinha café, leite, iogurte, manteiga, geléia, doce de leite, cereais, aveia. Enfim, bastante coisa. Depois de encher a pança fui pra rodoviária pegar o ônibus pra El Calafate. Saí 08h30 de Puerto Natales e depois de passar por toda a burocracia da fronteira de novo cheguei em El Calafate 14h. Pela terceira vez estava na cidade e já estava me sentindo um cidadão calafatense . Dessa vez fiquei no Bla Hostel. Guardei a mochila no quarto e fui pra rua comer. Depois passei na loja da Aerolineas Argentinas na Av. San Martin pra tentar trocar meu vôo de volta pra São Paulo. Explico: quando eu comprei as passagens, na volta de Calafate pra Guarulhos eu teria uma escala de 1h30 em Buenos Aires. Durante a viagem recebi um e-mail dizendo que o vôo havia mudado e com isso a escala seria de apenas 20 minutos. Ou seja, não daria tempo. Achei que ia ser trabalhoso, que iam cobrar alguma taxa ou algo do tipo, mas expliquei o problema pro atendente da Aerolineas e em 5 minutos ele trocou meu vôo de Buenos Aires pra Guarulhos pra um horário mais tarde. E sem cobrar. Aproveitei que tava na Av. San Martin e comprei caixas de alfajor e cervejas pra dar de presente. Voltei pro hostel e fiquei na salinha tomando cerveja, mexendo no celular e lamentando que aquele era o último dia da viagem. Reservei na recepção o transfer pro aeroporto pro dia seguinte, por 180 pesos. Fui pro quarto e vi que tinham dois amigos conversando em português. Puxei assunto e fui com eles comer uma pizza lá na avenida. Ficamos batendo papo um bom tempo por lá. Voltamos pro hostel, tomei banho e apaguei. 29/10 - El Calafate / Buenos Aires / Guarulhos Tomei café da manhã no hostel e também era muito bom. A van pro aeroporto passou 09h30 e 20 minutos depois estava lá. Na fila pro check-in encontrei a Cris e a Isa, que eu tinha conhecido na minha segunda passagem por Calafate. Ficamos conversando até dar a hora dos nossos vôos pra Buenos Aires. Elas iam de Latam e eu de Aerolineas 15 minutos depois. No Aeroparque, em Buenos Aires, nos encontramos de novo no aeroporto e almoçamos juntos lá mesmo. Meu vôo pra Guarulhos sairia ali do Aeroparque mesmo e o delas pro Rio de Janeiro ia sair do Ezeiza. Nos despedimos e fiquei no aeroporto mesmo enrolando até o horário do vôo. Ainda tinha um pouco de pesos argentinos e chilenos e fui tentar trocar no guichê do Banco de la Nacion Argentina. Como no primeiro dia, enfrentei uma longa fila. Quando chegou minha vez disse que queria trocar os pesos argentinos e chilenos por reais. O atendente disse que só podia trocar chilenos por argentinos e não por reais. Eu disse "ok, então troca chilenos por argentinos e depois argentinos por reais". Ele fez uma cara de dúvida e disse que não podia. Argumentei que dava na mesma e ele continuou dizendo que não podia. Tudo bem, não ia discutir no último dia de viagem. Ia voltar pra casa com os chilenos e depois tentaria trocar em São Paulo mesmo. Enquanto ele imprimia mil coisas, tirava xerox do meu passaporte e da minha passagem, fazia eu assinar uns papéis, ele teve um insight e me perguntou "quer trocar os pesos chilenos por reais?" ãã2::'> Quase que respondi "cara, desde o começo tô querendo fazer isso, qual seu problema?", mas só respondi que sim, antes que ele mudasse de ideia de novo. Peguei o avião às 19h30 e antes das 23h cheguei em Guarulhos. Feliz e extremamente realizado por ter feito essa viagem, pelas coisas terem dado extremamente certo e sobretudo por ter conhecido tanta gente bacana quanto conheci. Agora é planejar a próxima!
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19/10 - El Chaltén / El Calafate Acordei, tomei café no hostel e fiquei fazendo hora na internet até dar a hora de ira pra rodoviária. 13h partiu o ônibus pra Calafate e 17h cheguei na cidade pela segunda vez, mas agora pra ficar efetivamente. Aproveitei que tava na rodoviária e comprei passagem pra Puerto Natales pro dia 23/10. O preço foi 1100 ida e volta pela empresa Cootra. Da rodoviária fui andando até o hostel America del Sur. Sem dúvida o melhor da viagem. Fica no final da avenida principal, a San Martin, depois de subir uma ladeira. Mas ter que subir essa ladeira compensa. Devido a localização do hostel mais no alto, dá pra se ter uma vista legal de uma espécie de deck instalado na área externa. Os serviços também são bem bons, os quartos, o café da manhã, enfim, sem nenhuma reclamação. Guardei as coisas no quarto e fiquei na enorme sala com sofás e mesas tomando uma cerveja. Na recepção trabalha um paulista de Osasco, o Rubens, e aí fui lá ver com ele se tinha um tour legal pro dia seguinte, afinal até então não tinha reservado nada. O Rubens tava terminando de fechar um tour de caiaque no Rio La Leona pro dia seguinte pra outro brasileiro, o Zé Roberto. Me animei e mais tarde acabei fechando também, por 2100 pesos. Depois fiquei conversando com o Zé e aí juntou mais alguns brasileiros na conversa, e depois mais alguns, e mais alguns... Acabou que no fim da noite tinham umas 10 pessoas na mesa. No hostel toda noite rola um churrasco, por 160 pesos você come churrasco e salada a vontade e ainda ganha uma taça de vinho e uma sobremesa. Como já tinha comido antes de chegar no hostel fiquei só bebendo Quilmes (3 latas por 100 pesos). Antes de dormir ainda reservei um kit-lanche pro caiaque do dia seguinte. Você reserva a noite na recepção e aí pega de manhã antes de ir pro seu tour. Vem um sanduíche gigantesco, uma fruta (maçã ou banana), um alfajor e uma água. 20/01 - El Calafate (caiaque no Rio La Leona) A van que levaria pro caiaque iria passar 8h30, então acordei cedo, tomei café e aproveitei pra pegar o kit-lanche que tinha reservado no dia anterior. Tinha pedido lanche de frango e veio de carne, e tinha pedido maçã e veio banana. O rapaz da cozinha tava com cara de perdido e não sabia explicar porque tava trocado. Enfim, comida é comida e acabei deixando pra lá. A van chegou e lá fomos nós. Do America del Sur foram eu (Felipe) e mais dois brasileiros, o Zé e o Zé Felipe . Depois da confusão dos nomes, na van descobrimos que pela semelhança dos nomes os lanches estavam todos trocados. No caminho até o início do caiaque um dos guias vai explicando um pouco da história da cidade de El Calafate, a fauna, a flora e outras curiosidades. Uns 40 minutos de estrada e chegamos num restaurante abandonado na beira do rio. Lá são distribuídas as roupas impermeáveis, colete salva-vidas, botas, capacete, enfim, uma série de coisas pra caso o caiaque virar você estar seguro. Também dão uma bolsa impermeável pra você colocar seu tênis, meias, calça e qualquer outra coisa que você tenha levado e não queira que molhe. Depois de uma breve aula sobre como remar, como virar pra direita e esquerda e como frear, finalmente a gente vai pra água. Em cada caiaque vão duas pessoas. Eu e o Zé Felipe fomos em um, o Zé Roberto e um chinês em outro, e um casal de gringos (acho que americanos) em outro. No começo, até sentir o equilíbrio do barco, dá um certo receio. Mas depois que você pega o jeito é bem fácil. Além dos três caiaques dos "turistas" também vão dois guias, um em cada caiaque. Um deles vai tirando fotos e gritando lá de trás "vira a direita... vira a esquerda... rema pra frente..." a medida que vai vendo algum caiaque se enfiando em enrascada e indo em direção às pedras. Mais ou menos uma hora remando e aí paramos numa praia de pedras, onde começa uma pequena trilha até o bosque petrificado La Leona. Como o local é deserto dá pra deixar as coisas lá numa boa e só levar mesmo o lanche e uma garrafa d'água. Durante a trilha passamos por árvores e ossos de dinossauro petrificados (isso dizem os guias). Depois subimos um caminho de pedras e paramos pra almoçar lá no alto, com vista pra todo o bosque, que parece um imenso deserto lunar. Na volta dá pra descer correndo uma montanha de areia e aí você chega lá embaixo com 2 quilos de areia dentro do tênis. De volta ao caiaque, remamos mais uns 40 minutos e chegamos no fim do passeio. A van já estava esperando no final do caminho, uma pequena estradinha na beira da rodovia. Cada um ganha uma cerveja e aí ficamos bebendo aguardando os guias guardarem todo o equipamento e as roupas dentro da van. No caminho de volta um dos guias mostrou no notebook as fotos que ele tinha tirado da gente. Por 300 pesos ele enviava o link por e-mail pra quem quisesse, mas ninguém se animou. Chegamos no hostel lá pras 18h e reservei na recepção o mini trekking do Perito Moreno pro dia seguinte, por 2100 pesos. Depois fomos eu e o Zé Roberto no bar La Zorra tomar uma cerveja. O Lucas (aquele de El Chaltén) mandou mensagem dizendo que estava em El Calafate e aí chamei ele pro La Zorra também. Ficamos bebendo lá os três e aí decidimos voltar pro hostel pra continuar bebendo lá com o restante dos brasileiros. Depois de umas e outras cervejas, lá pra meia-noite botei a mão no bolso e só tinha 5 pesos. Não sei se fui pro quarto pegar mais dinheiro ou se de fato fui dormir, mas no dia seguinte me disseram que eu simplesmente levantei da mesa e sumi. 21/10 - El Calafate (mini trekking no Glaciar Perito Moreno) Acordei às 7h meio de ressaca e pobre. Devido ao álcool esqueci de reservar o kit-lanche na noite anterior. Além disso só tinha 5 pesos no bolso e precisava ter dinheiro pelo menos pra entrada do Parque Nacional onde fica o Perito Moreno. E ainda precisava tomar café pra curar a ressaca. Tinha que resolver isso tudo em uma hora, afinal a van ia passar no hostel às 8h. Engoli um pão com qualquer coisa e fui correndo até a Av. San Martin procurar um caixa eletrônico pra sacar uns pesos. Na primeira agência que entrei não funcionou mas na segunda sim, no Banco Patagonia. Saquei o limite máximo de 2000 pesos, passei num mini-mercado pra comprar sanduíche, água e refrigerante, e voltei correndo pro hostel. Cheguei exatamente às 7h55, um minuto antes da van estacionar. A van passa em alguns hostels e depois todo mundo é transferido pra um ônibus, que vai efetivamente pro Parque Nacional Los Glaciares. No caminho fui conversando com um senhor argentino que foi sentado ao meu lado. Ele conhecia praticamente o Brasil todo. Depois de uns 40 minutos o ônibus pára na entrada do parque e aí sobem funcionários pra cobrar a taxa, que é de 250 pesos pra brasileiros. Alguns minutos depois chegamos nas famosas passarelas de onde se pode ver o Glaciar Perito Moreno. A guia informa que temos aproximadamente 1h30 pra andar pelos diversos caminhos das passarelas e ir até o final onde o ônibus estaria esperando. No caminho fui conversando com um casal de mineiros, o Gabriel e a Renata, e uma amiga japonesa deles. Depois das passarelas pegamos o ônibus de novo e logo depois um barco que leva até o início da caminhada do mini-trekking, em uma travessia de mais ou menos 20 minutos. Lá todo mundo é dividido em grupos que vão com guias que falam espanhol ou inglês. Eles também emprestam luvas de graça pra quem não tem. Depois de uma pequena caminhada e uma breve aula sobre glaciares, colocamos os crampones nos pés e começa a caminhada pelo Glaciar. O mini-trekking tem ao todo pouco mais de uma hora de caminhada, mas com pouca subida e descida. No geral é bem tranquila. O guia vai na frente e os grupos vão atrás em fila indiana. No final cada um ganha um bombom e whisky com gelo do glaciar. Depois de devolver os crampones e as luvas, pegamos o barco de volta e por fim, o ônibus de volta pra Calafate. No caminho até cochilei. Cheguei no America del Sur mas não tinha wi-fi pra usar o Whatsapp e ver se algum dos brasileiros estava por lá. Lembrei que eu tinha a senha do bar La Zorra gravada no celular, então desci até a Av. San Martin e fiquei usando o wi-fi da calçada. Ainda no planejamento da viagem eu tinha criado um grupo com um pessoal aqui do fórum, mas que acabou não indo pra frente. Assim que liguei o wi-fi em frente o La Zorra tinha uma mensagem de uma das pessoas do grupo, a Amanda, dizendo que estava em El Calafate. Perguntei "onde?" e ela respondeu "num bar chamado La Zorra, com uns brasileiros" . Parei de roubar o wi-fi da calçada e efetivamente entrei no bar. Estava lá um monte de gente do America del Sur e tava formada mais uma festa. Depois de vários chopps, o Rodrigo lembrou que tinha uma garrafa de vinho e aí pedimos pro garçom abrir. Ele que só podíamos beber coisas compradas no bar, então o Rodrigo foi no posto de gasolina ao lado e conseguiu abrir com uma faca. Depois de metade da garrafa consumida o garçom apareceu de novo e não ficou muito feliz vendo a gente tomando o vinho. Achei desnecessária a bronca, afinal todo mundo tava consumindo (e bastante) no bar. Lá pra meia-noite a caravana de brasileiros voltou pro hostel e aí só dormi. 22/10 - El Calafate Acordei e me despedi de alguns dos brasileiros que estavam indo embora. Os que ficaram não tinham planos pro dia, então combinamos de alugar bicicletas e andar pela cidade. Fomos eu, o Zé Roberto, o Rodrigo e a Amanda. Antes ainda passamos no hostel em que o Lucas estava hospedado mas ele tinha saído pra lavar roupas. Alugamos numa loja da avenida pelo preço de 230 pesos por 4 horas. Andamos um bom tempo da Av. San Martin até a margem do Lago Argentino. Depois voltamos até o início de uma trilha na Laguna Nimez. Como precisava pagar pra entrar na trilha, ninguém se animou e paramos em um restaurante pra comer e beber. O Lucas apareceu no bar e ficamos todos conversando e bebendo. Voltamos pra devolver as bicicletas às 15h30 mas a loja só abria às 16h. A maioria dos comércios fecha das 13h às 16h (ou das 14h às 16h). Depois de esperar a loja abrir, pensamos em passar no La Zorra pra tomar um chopp, só pra manter a tradição. Como o bar só abre às 17h, fomos no centro de informações turísticas na Av. San Martin, onde tem uns totens eletrônicos com milhares de informações sobre a Patagônia e um telão com vídeos incríveis dos glaciares. Depois ficamos enrolando na avenida até dar cinco da tarde. Das 17h às 18h é happy hour no La Zorra, ou seja, todos os chopps custam 50 pesos. Ficamos lá um pouco e depois fomos comer cordeiro em um dos muitos restaurantes da avenida principal. Acho que foi a primeira refeição decente em dias. De lá voltamos pro hostel, fiquei um pouco no celular dando sinal de vida e depois cama.
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14/10 - Ushuaia / El Calafate Por ter comprado dois tours na agência "Brasileiros em Ushuaia" eles me deram o transfer do hostel pro aeroporto. Conversando com outros mochileiros brasileiros ouvi dizer que isso é normal, então caso você não ganhe este presentinho reclame com eles . A van ia passar no hostel às 14h30 pois o vôo era 16h20, então ainda tinha a manhã toda livre no último dia de Ushuaia. Fiquei andando pela Av. San Martin, tirei umas fotos da cidade, tomei um dos milhares de chocolates quentes grátis que você ganha de pessoas distribuindo panfletos, passei mais uma vez no supermercado La Anonima pra comprar sanduíche e água, e voltei pro hostel pra ficar na internet e passar o tempo. Pontualmente às 14h30 a van passou e 20 minutos depois estava no aeroporto de Ushuaia, já com saudades de estar indo embora. Depois de um vôo bem tranquilo, 3 horas depois cheguei em El Calafate. O aeroporto é distante 23 km do centro, então necessariamente você tem que pegar um transfer. O mais conhecido e mais barato é o da empresa Ves Patagonia. Assim que você sai da área de desembarque já dá pra ver o quiosque deles. Custa 160 pesos só ida ou 280 ida e volta. Acabei comprando só a ida mesmo. Você pega um ticket e leva até a área externa do aeroporto, onde sempre tem uma van deles esperando. Aí você fala o nome do seu hostel/hotel e o motorista já cria um roteiro na cabeça dele pensando no roteiro pra deixar 20 pessoas em 20 locais diferentes. Eu queria ir pra rodoviária pra já comprar passagem pra El Chaltén pro dia seguinte, então acabei sendo o último a ser deixado. Mas mesmo assim foi bem rápido, afinal El Calafate não é grande. Desci na rodoviária e comprei o ticket pra El Chaltén na Caltur, por 600 pesos. Tem uns 3 ou 4 guichês de empresas que fazem esse itinerário e praticamente todas tem ônibus às 08h, 13h e 18h. Pelo menos em outubro o movimento estava bastante tranquilo, então não tinha tanta necessidade de comprar antecipadamente. Dez minutos antes do ônibus partir dá pra comprar tranquilamente. Peguei um mapa no balcão de informações da rodoviária e fui procurar o quarto que eu tinha alugado no AirBnb. Como só ia dormir um dia na cidade e sair bem cedo resolvi não ficar em hostel. Saindo da rodoviária você desce um escadão e logo está na avenida principal, a Libertador San Martin. Lá estão praticamente todos os restaurantes, agências e lojas de souvenirs da cidade. Mas falarei de El Calafate mais pra frente. Uns 20 minutos caminhando e cheguei na casa da Vicky. Quem me recebeu foi sua amiga Veronica, que mora com ela. A casa é pequena mas extremamente cômoda e confortável. O quarto dos hóspedes é privativo e tem uma cama de casal enorme. Fica bem perto do centro, então pra quem não quer ficar em hostel mas quer economizar com as diárias absurdas de hotéis, fica a dica: https://www.airbnb.com.br/rooms/14976481. Tomei banho, arrumei a mala e quando desci pra sala a Vicky já estava lá, tinha acabado de voltar do trabalho. Como era sexta-feira ela e a Veronica iam para um bar com uma amiga e me convidaram. Então lá fomos nós pro La Zorra (a primeira de muitas que eu iria nesse lugar), um bar com 10 tipos de chopp artesanal e comida bem gostosa. Lá encontramos a Sabrina, amiga da Vicky e da Veronica, e ficamos bebendo e conversando bastante. Cada chopp custa em média 80 pesos, já o hamburguer é 120 pesos e gigantesco. Voltamos pra casa da Vicky depois da meia-noite e dormi. 15/10 - El Calafate / El Chaltén (Laguna Torre) Acordei 07h, me despedi da Vicky e fui andando até a rodoviária. No caminho comprei sanduíche numa padaria pra ir comendo na viagem. 08h o ônibus partiu de Calafate e 12h cheguei em El Chaltén. O ônibus da Caltur é bem confortável, a poltrona praticamente vira uma cama. Como tava bem vazio deu pra se esparramar no banco e dormir. A estrada é bem conservada e no caminho todo você vê lagos, montanhas, pastos sem fim. Uma paisagem bem bonita. Assim que o ônibus chega em El Chaltén, ele pára no centro de informações de visitantes e aí todos tem que descer pra ouvir uma breve explicação sobre a cidade, sobre as trilhas disponíveis, o que pode e não pode fazer, etc. Lá também tem mapas disponíveis. Logo depois o ônibus vai de fato pra rodoviária (que é 500 metros depois do centro de informações). A cidade de El Chaltén é muito pequena, então você faz tudo andando e quase não há táxis. Aliás, quase não há carros de tipo nenhum. É um lugar extremamente tranquilo e calmo. Ao redor da cidade você vê a famosa montanha Fitz Roy e também o Cerro Torre. Fui andando até o Hostel Condor de los Andes, onde tinha feito reserva, e deixei as malas no quarto. É um hostel relativamente pequeno mas muito bom. Fiquei num quarto pra 4 pessoas com banheiro no quarto. Já passava do meio-dia mas eu tava animado pra conhecer alguma trilha já no primeiro dia, então a menina da recepção me sugeriu a trilha pra Laguna Torre. Passei numa das muitas padarias que ficam na Av. San Martin (olha o San Martin aí de novo) e comprei empanadas, sanduíche, água e refrigerante. O começo da trilha pra Laguna Torre é no meio da Av. San Martin, tem uma placa indicando e é fácil de encontrar. A trilha tem 18 km ida e volta e fiz em 2h pra ir e mais 2h pra voltar. É um caminho relativamente tranquilo, com poucas subidas e descidas. Tinha até um grupo de crianças de uma escola fazendo. As paisagens durante todo o tempo são incríveis. Você passa por alguns rios e aí pode pegar água do próprio rio pra encher sua garrafinha, quase todos os rios e lagoas tem água potável. Cheguei na Laguna Torre 14h30 e fiquei lá uma hora curtindo o lugar. Tirei fotos, deitei numa pedra pra tomar sol (que tava forte, apesar do frio), comi o sanduíche e aí peguei o caminho de volta. 18h cheguei em El Chaltén. Tomei banho e tava deitado na cama vendo as fotos da viagem até então, quando entrou no quarto o Lucas, um baiano que nasceu em Minas Gerais mas mora em Brasília . Um cara muito engraçado que se tornaria companheiro dos próximos dias da viagem. Conversamos um pouco e ele, como tinha acabado de chegar, queria sair pra comer. Eu tava bem cansado da trilha e quase pronto pra dormir, mas levantei e fui com ele. Fomos no Caeytano, um bar bem pequeno na Av. San Martin que serve pizzas, sanduíches e, claro, cerveja. Comi um sanduíche enorme, tomamos umas cervejas e ficamos conversado. Voltamos pro hostel e tinha chegado no quarto uma argentina, a Antonela. Conversei um pouco com ela e aí dormi. 16/10 - El Chaltén (Laguna de los tres) Acordei e fui tomar café no hostel. Era o café da manhã padrão: pão, manteiga, geléia, doce de leite, suco, café, leite). Voltei pro quarto e a Antonela tava com cara de poucos amigos. Falei um "buenos dias" e ela disse que não tinha dormido bem à noite. Ingenuamente perguntei porque e aí ela explicou: "porque você e o Lucas roncaram a noite toda". O Lucas tava animado pra andar, então sugeri de fazermos a trilha Laguna de los Tres e ele concordou. Na recepção do hostel reservamos a van que levaria até a Hosteria Pilar, por 150 pesos. Dá pra fazer a trilha sem pegar essa van, afinal o início do trekking é no final da Av. San Martin. Mas fazendo desse jeito você vai e volta pelo mesmo lugar. Indo até a Hosteria Pilar você vai por um caminho e volta pelo outro, além de evitar uma subida imensa que você teria que pegar na ida se fosse pelo caminho da San Martin. Na recepção do hostel aguardando a van apareceu a Antonela dizendo que ia fazer a mesma trilha. Felizmente ela já estava de bom humor. 9h30 a van passou e 30 minutos depois nos deixou a poucos metros da Hosteria Pilar. A trilha pra Laguna de los Tres é longa e pesada. São 20 km ida e volta, com bastante subida e descida. Na ida são 10 km e chegando no km 9, logo depois do acampamento Poincenot, tem uma placa com dizeres mais ou menos assim: "o próximo quilômetro é só subida, se você não tá em condições boas nem pense em passar daqui". Lá fomos nós encarar e comprovar que a placa não tava mentindo. Eu e o Lucas chegamos no final esgotados. Mas a vista da laguna congelada compensou qualquer cansaço. O lugar é indescritivelmente bonito. Um casal de brasileiros que já iria começar o caminho de volta sugeriu que descêssemos até a laguna congelada e que virássemos à esquerda, onde fica a Laguna Sucia. Acabamos não aceitando a sugestão devido ao cansaço, mas dizem que ela também é bem bonita. Pra mim só aquela visão da Laguna de los Tres com o Fitz Roy ao fundo já era mais do que suficiente. Aí você pensa "se na ida foi só subida, na volta vai ser fácil porque é só descida". E aí você se engana totalmente, porque a descida é tão ou mais difícil que a subida. Tinha bastante gelo derretendo e a todo momento alguém escorrega e cai de bunda. Eu mesmo caí umas 3 vezes. Passando o quilômetro final (que na volta é o quilômetro inicial), o caminho fica mais plano e mais fácil. Chegamos em El Chaltén de volta lá pras 18h. O Lucas foi pro hotel dele porque já tinha reservado e pago antecipadamente. Ele tinha se hospedado no Hostel Condor de los Andes só por uma noite porque antecipou a ida da cidade que ele tava pra El Chaltén. Combinamos de nos encontrar mais tarde pra ir no bar Caeytano novamente. Umas 20h lá fomos nós comer e beber. Não ficamos muito porque os dois estavam destruídos da trilha. Voltei pro hostel e na sala de estar conheci o Lúcio, um catarinense que era experiente em trilhas e praticamente todo ano vai pro Chile fazer um tour de bike. Ele ia fazer no dia seguinte a trilha Loma del Pliegue Tumbado. Como eu também queria fazer me auto-convidei pra ir junto. Mandei uma mensagem pro Lucas e ele também topou. Então o time tava fechado pro dia seguinte. Fui pro quarto dormir. A Antonela já tava dormindo e fiquei com peso na consciência de roncar e atrapalhar novamente a noite dela. Devido ao meu cansaço, esse peso durou mais ou menos 3 minutos. 17/10 - El Chaltén (Loma del Pliegue Tumbado) Acordei e encontrei o Lúcio na cozinha tomando café. Logo depois o Lucas chegou e aí partimos pra começar a trilha do dia, a Loma del Pliegue Tumbado. O começo dela é no centro de visitantes na entrada da cidade, então não precisa pegar nenhuma van, é só caminhar. Assim com a Laguna de los Tres, essa também é bem puxada e com bastante subida. Começamos 10h e 12h chegamos num gramado enorme de onde se tem uma vista bem bonita das montanhas e lagos. Tava bastante sol, então deitamos na grama pra descansar e comer parte do lanche que tínhamos levado. Depois continuamos a subida até a base da montanha. Tem vários caminhos que se pode fazer antes de efetivamente subir até o topo da montanha. Dá pra ver a Laguna Torre, a cidade de El Chaltén bem pequena lá embaixo, o enorme Lago Viedma com vários icebergs e muitas, muitas montanhas. Ficamos tirando fotos e descansando mais um pouco. Fizemos uma votação pra decidir se subiríamos até os 1492 metros do topo da montanha. Eu tava bastante esgotado e votei pelo "não", mas ficaria lá esperando caso o Lucas e o Lúcio decidissem ir. O Lucas também não se animou e aí acabou que ficamos mesmo com a visão da base da montanha, mas que já valeu muito. Tinha bastante neve e ela tava fofa, algumas vezes indo até o joelho, então pra subir é bem cansativo. Na descida é bem mais fácil, dá pra ir até correndo. Num pedaço a neve tava bem lisa e vi um caminho que parecia rastros de algum tipo de esqui. Tentei pegar velocidade e me jogar pra descer escorregando, mas encalhei . Acho que só dá pra descer de esqui ou trenó. No caminho de volta, que basicamente é só descida, meu joelho começou a dar sinal de vida e doer bastante. O Lúcio me emprestou seus bastões de trekking e aí deu uma amenizada no sofrimento. Chegamos em El Chaltén por volta das 17h e estavam todos famintos. Pra onde fomos? Caeytano de novo. Ainda tava sol forte, então sentamos na mesa que fica no jardim em frente ao bar, todos só de camiseta. A medida que o sol vai se pondo o frio começa a ficar absurdo. Em 30 minutos passei de só camiseta pra três blusas e touca. Tomamos umas cervejas pra comemorar mais uma trilha (quase) completada e comemos uma pizza. Uma holandesa de uns 2 metros de altura na mesa ao lado puxou assunto e ficamos conversando todos. Ela tinha pedido uma pizza inteira, comeu 2 pedaços e ofereceu o restante porque não ia comer. Na primeira oferta recusamos, mas na segunda devoramos a pizza e uma cerveja de 1 litro quase inteira que ela também ia deixar . Voltamos eu e o Lúcio pro hostel e o Lucas foi pro hotel dele. Tomei um banho e cama. 18/10 - El Chaltén (Rio Electrico) O Lúcio foi embora de madrugada, então estávamos mais uma vez só eu e o Lucas pra fazer mais alguma trilha no meu último dia de El Chaltén. Na recepção um rapaz sugeriu que fizéssemos a trilha do Rio Electrico. Não conhecia até então mas aceitamos a sugestão. Por 320 pesos a van nos levaria até o começo da trilha e depois buscaria mais tarde. O local é um pouco depois da Hosteria Pilar. Chegamos no início do trekking 10h30 e tava um sol bem forte. Depois de andar 2 horas chegamos num acampamento. Pelo mapa, pouco depois dali teria um mirador e o Lago Electrico. Sentamos num banco pra descansar e aí uma funcionária do acampamento perguntou se queríamos água e ajuda pra continuar a trilha. Achei a moça bastante simpática, ela até pegou um mapa gigante pra explicar por onde teríamos que ir, deu várias informações... Até que veio a surpresa: pra passar pelo acampamento vocês precisam pagar uma taxa de 500 pesos por pessoa ãã2::'> . Questionamos, reclamamos, falamos que só iríamos até o mirador e voltávamos. Mas nada, ou pagava ou não passava. Eu fiquei um pouco nervoso, afinal cobrar uma taxa dessa somente pra passar pelo acampamento é um pouco abusivo. Eu não iria acampar nem usar as instalações do local, só ia de fato passar por ali. Sem chance de negociação, pegamos o caminho de volta. Chegamos às 15h no local onde a van ia nos pegar 17h. Tínhamos 2 horas na beira da estrada pra fazer exatamente nada. Comi o sanduíche que tinha comprado na cidade, deitei nas pedras, cochilei, joguei umas pedras no rio. O Lucas fez a mochila de travesseiro e dormiu profundamente. Um carro que passava pela estrada até parou assustado porque achava que era um corpo abandonado . Expliquei que tava tudo bem e que ele só tava dormindo e aí o motorista foi embora, ainda meio desconfiado. 17h a van nos pegou e meia hora depois cheguei no hostel. Tomei banho, estiquei as pernas, tomei uma cerveja ali na sala mesmo e fui dormir.
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10/10 - Guarulhos / Buenos Aires / Ushuaia O vôo da Aerolineas Argentinas decolou de Guarulhos às 05h45 e 08h15 pousamos em Buenos Aires (Aeroparque). O vôo pra Ushuaia só decolaria às 16h, então minha intenção era aproveitar as 8 horas de conexão pra dar uma passeada por Buenos Aires e, principalmente, trocar meus reais por pesos argentinos, afinal a cotação da capital é melhor que na Patagônia. Como eu só tinha reais precisava trocar pelo menos uma pequena quantia no aeroporto pra pegar um ônibus até o centro. O único lugar que faz câmbio no Aeroparque é um guichê do Banco de la Nacion Argentina. A cotação é terrível, mas o pior de tudo é a imensa fila que se forma, afinal são mais ou menos 200 brasileiros que acabaram de pousar e pelo menos uns 10% deles vão ter que trocar dinheiro ali também. Fiquei uns 40 minutos até chegar na minha vez. Então, a primeira dica é: NUNCA chegue na Argentina sem pelo menos uma pequena quantia em pesos pra conseguir sair do aeroporto. Dinheiro trocado, comprei o ticket do Arbus ali mesmo no saguão do aeroporto por 40 pesos. Esse Arbus tem várias linhas (pro aeroporto Ezeiza, pro centro, pra Palermo, etc) e sai mais ou menos a cada 30 minutos. No site dá pra ver os roteiros e horários (http://arbus.com.ar). Peguei o ônibus pro centro e uns 30 minutos depois avistei o Obelisco e imaginei que fosse a hora de desembarcar. Andei um pouco nas redondezas e achei estranho a cidade tão vazia em plena segunda de manhã. Tinha anotado uns endereços de casas de câmbio com boas cotações na Calle Sarmiento. Olhando os mapas espalhados pelas ruas consegui chegar lá, mas todas casas de câmbio estavam fechadas. Achei mais estranho ainda. Andando mais um pouco sem rumo cheguei na Casa Rosada e ouvi um grupo falando em português. Fui até eles e perguntei se sabiam o motivo da cidade estar vazia e praticamente todo o comércio fechado. Sim, eles sabiam: era feriado . Ou seja, minhas poucas horas em Buenos Aires só iam valer mesmo de turismo. Em seguida andei pela Calle Florida, parei pra almoçar no McDonald's e aproveitei pra usar o wi-fi pra descobrir como voltar pro aeroporto de ônibus coletivo. Um amigo meu que tinha ido a Buenos Aires semanas antes me emprestou o cartão Sube dele, que ainda tinha uns 10 pesos de crédito. Importante lembrar que os ônibus só aceitam esse cartão, não pode pagar com dinheiro (nem moedas). Fui até o ponto na Av. 9 de Julio e esperei o tal do ônibus 45, mas nada dele passar. Já tava quase desistindo e pegando um táxi, quando ele apareceu. E lotado. Fui em pé o caminho todo e 25 minutos depois estava novamente no Aeroparque. Fiz o check-in e às 16h decolei pra Ushuaia. 19h30 o avião pousou na cidade mais ao sul do mundo. O aeroporto de Ushuaia é minúsculo. Logo na saída tem muitos táxis mas se você tiver disposto dá pra caminhar até o centro da cidade (o que não era o meu caso). Peguei um táxi e 15 minutos depois ele me deixou no Antarctica Hostel, custou 120 pesos a corrida. O hostel é bem localizado e o pessoal da recepção bastante simpático. Tem uma sala de convivência com sofás e fica rolando uma música ambiente. Também tem um mini bar, que vende água, refrigerante, cerveja, vinho. O único contra é que não tem banheiro dentro dos quartos. Depois de guardar as malas fui andar na Av. San Martin, a principal da cidade. Tava bastante frio, então voltei logo pro hostel. Fiquei tomando uma cerveja num dos sofás e logo em seguida fui dormir. 11/10 - Ushuaia (Glaciar Martial) Tomei café da manhã no hostel (pão, manteiga, doce de leite, café, suco, cereal) e logo depois fui no supermercado La Anonima, na rua de cima. Comprei sanduíche pronto, água, refrigerante e uns chocolates. Tinha decidido ir ao Glaciar Martial por conta própria, então por isso comprei esse kit sobrevivência. Andei até o final da Av. San Martin e lá peguei um táxi que me deixou no início da caminhada até o Glaciar, 125 pesos a corrida. Uma bela subida e 40 minutos depois lá estava eu no topo do Glaciar. Fiquei lá um bom tempo tirando fotos e aproveitando o primeiro contato com a neve patagônica. A temperatura não estava tão baixa, mas o vento ajudava a passar uma sensação de frio. De lá de cima dá pra ver bem a cidade de Ushuaia bem pequenininha lá embaixo, inclusive o aeroporto, que já é pequeno por natureza. Na volta também dá pra pegar táxi, eles ficam esperando na base do morro, mas resolvi ir andando até o centro de Ushuaia. A caminhada é longa, quase 2 horas. Aproveitei que tava na rua e fui até a agência do Brasileiros em Ushuaia. Depois de muita conversa e barganha com o mineiro Luizinho, fechei os passeios da Laguna Esmeralda e Canal Beagle com pinguinera pra 2 dias depois. O legal dessa agência é que, além de você conseguir negociar em bom português, eles aceitam reais. Eu tinha visto que a cotação em Ushuaia (no Hotel Antarctica) estava 1 real pra 4,20 pesos. Na agência, o Luizinho queria me vender os tours com cotação de 3,90 pesos. Depois de insistir ele acabou fazendo por 4,20 e todo mundo saiu feliz . Voltei pro hostel e comecei a conversar no quarto com o Nick, um cara da Bélgica muito gente boa. Ele tava naquelas famosas viagens sem fim de europeus que terminam a faculdade. Eu tava afim de ir no Dublin Pub, o bar mais conhecido (ou o único) de Ushuaia. Convidei o Nick e lá fomos nós. Ficamos bebendo e assistindo o jogo da Argentina pelas eliminatórias da copa do mundo na televisão. Na mesa ao lado tinha um casal de amigos brasileiros (Laís e Alisson) e aí ficamos todos conversando. Depois ainda chegou um cara com uma camisa do Palmeiras, o Ignácio, e aí chamei ele pra nossa mesa também. Por coincidência ele também estava hospedado no Antarctica Hostel. Lá pra meia-noite voltamos pro hostel e ainda fiquei lá conversando e bebendo mais uma cerveja no bar do hostel com o Ignacio antes de dormir. 12/10 - Ushuaia (Parque Nacional Tierra del Fuego) Tinha decidido ir ao Parque Nacional Tierra del Fuego nesse dia e chamei o Nick pra ir junto. Na recepção do hostel mesmo eles chamam a van pro parque, custa 400 pesos ida e volta. O caminho até a recepção do parque dura uns 45 minutos. Lá é preciso descer e pagar a taxa de 130 pesos (preço pra brasileiros). Eles ainda dão alguns mapas e uma breve explicação sobre o parque. Mais 15 minutos de ônibus e chegamos no centro de visitantes, onde tem um restaurante, banheiro, loja de souvenirs. É lá que se iniciam as trilhas do parque. Fizemos primeiro a Senda Hito XXIV, a trilha que termina na fronteira entre a Argentina e o Chile. É uma trilha relativamente fácil, 7 km ida e volta. Dá pra fazer em 3 horas. Voltamos para o centro de visitantes e queríamos fazer a Senda Bahia Lapataia, a trilha que termina na famosa placa do final da Ruta 3. O ônibus que nos levaria de volta a Ushuaia parte do centro de visitantes às 15h ou às 17h. Eram 14h50 e perguntamos se daria tempo de ir e voltar da Bahia Lapataia a tempo de pegar o ônibus das 17h. O motorista disse que não, então só nos restava voltar pra Ushuaia no ônibus das 15h. Não sei se eu o Nick fizemos uma cara de triste convincente ou se o motorista realmente foi legal conosco, mas acabou que ele disse: "podem ir até a Bahia Lapataia que 17h eu pego vocês lá". Então, lá fomos nós caminhar mais 3 km até o local onde tem a placa do fim da Ruta 3. Ficamos lá num frio e vento absurdos e 17h em ponto o ônibus passou pra pegar só nós dois. Chegamos em Ushuaia lá pras 18h30 e fomos comer no Banana Burger. Voltamos pro hostel e conheci a Jéssica, uma brasileira que tinha acabado de chegar. Combinei com ela de ir mais tarde no Dublin Pub. O Nick (o belga) havia combinado de ir na casa alugada pela Lais e pelo Alisson (o casal de brasileiros que conhecemos no pub no dia anterior), então resolvi acompanha-lo. A intenção era ficar na casa dos brasileiros um pouco e depois ir pro Dublin. Acabou que o papo tava tão bom (as inúmeras cervejas e o vinho também) que ficamos lá até 3 da manhã. Voltamos pro hostel e eu só morri. 13/10 - Ushuaia (Laguna Esmeralda + Canal Beagle) A van pra Laguna Esmeralda passou logo cedo no hostel. Como a van era de pessoas que tinham fechado o passeio pela agência Brasileiros de Ushuaia, só tinham brasileiros. Depois de passar em mais alguns hotéis finalmente partimos pro local do início da trilha. Lá recebemos o lanche que já tava incluso no passeio (sanduíche, suco de caixinha, água, alfajor). A trilha começa num centro de treinamento de cachorros daqueles que puxam trenó no gelo, então tem milhares de cães e uma latição constante. A trilha é bem tranquila, tem 10 km ida e volta. A pior parte não é nem a caminhada, mas sim a lama. Por várias vezes enfiei a perna até a canela na lama, então é bom ir com uma bota daquelas de chuva. Em vários lugares de Ushuaia dá pra alugar. Chegamos na Laguna depois de 1h30 de caminhada. O lugar é bem bonito e tava bastante frio, chegou até a nevar bem fraquinho. Ficamos lá uns 45 minutos e retornamos. O passeio custou 1300 pesos e, claro, você paga pela comodidade de a van te pegar no hostel, ter guias durante o caminho todo e ainda ganhar um lanchinho. Mas dá pra fazer de um jeito mais econômico. Por 300 pesos uma van te leva e busca até o início da trilha e aí você pode fazer por conta porque ela é bem demarcada, não tem como errar. Cheguei em Ushuaia às 15h30, a van me deixou no hostel. Corri pro banheiro pra lavar a bota cheia de lama no chuveiro. Fiz uma sujeira danada mas consegui limpar. Depois corri pro porto porque o barco pro Canal Beagle ia sair 16h30. Deu tempo certinho. Eu tava com medo de não conseguir voltar a tempo da Laguna pra conseguir pegar o barco do Canal Beagle, mas o Luizinho (da Brasileiros em Ushuaia) garantiu que se não desse tempo ele me devolveria o dinheiro. O passeio custou 1500 pesos. O barco é daqueles bem turistão, com várias mesas e aquelas janelas enormes de vidro pra você ver o que se passa lá fora, e a guia falando o caminho todo pelo microfone. Também dá pra ficar na área externa, mas o vento é surreal. Sentei numa mesa com dois casais de colombianos e fomos conversando o caminho todo. O barco passa por algumas pequenas ilhas com leões (ou lobos) marinhos e comoranes (bicho parecido com pinguim), e também pelo Farol do Fim do Mundo. Dá pra ver bem de longe também Puerto Williams, que fica mais ao sul do mundo que Ushuaia. Segundo a guia, Puerto Williams não é uma cidade e sim uma base naval, por isso Ushuaia é considerada a cidade mais ao sul do mundo. Mas Puerto Williams tem hotéis, casas, enfim, pra mim é uma cidade. Bairrismos e discussões territoriais à parte, duas horas depois finalmente chegamos a ilha dos pinguins. Pela época do ano, era bem provável que não haveria muitos pinguins, mas felizmente tinha um monte. Uns 50 mais ou menos. O barco chega bem pertinho e dá pra ver bem os bichinhos. Duas horas depois (e já à noite) estávamos de volta a Ushuaia. No caminho de volta tomei três garrafas de vinho com os colombianos e chegamos todos bem alegres, depois de conversar sobre futebol, novelas brasileiras, política. Cheguei no hostel e encontrei a Jéssica e a Mary, outra brasileira. Aproveitei pra me desculpar com a Jéssica por ter furado com ela na noite anterior. Fomos todos pra onde? Pro Dublin Pub. Ficamos lá até uma da manhã e voltamos pro hostel a pé num frio de -3 graus .
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Mais uma viagem completada com sucesso e tô aqui pra compartilhar informações e ajudar mochileiros que pretendem conhecer a incrível região da Patagônia. Paisagens surreais e que você nunca imaginou que iria ver fazem parte praticamente do caminho inteiro da trip. Quando você acha que já está satisfeito e realizado de estar num lugar absurdamente bonito, no dia seguinte aparece outro que supera o anterior. E assim vai. Porém, (quase) tudo nessa vida tem um preço. E no caso da Patagônia ele é bem salgado. A menos que você cozinhe no hostel, prepare-se pra gastar pra comer. No caso de passeios não tem outra saída, você já tá lá e não sabe quando vai voltar tão cedo, então não tem como economizar nesse quesito. Os preços nas cidades que visitei são tabelados, então não precisa ficar perdendo tempo caçando agências. Todas apresentarão os mesmo preços. No total gastei cerca de R$ 8.000 pra 19 dias, contando tudo: passagens aéreas, hostels, comida, passeios, cerveja, etc. Não sou muito de anotar cada gasto em uma planilha, portanto a medida que for lembrando vou postando os valores durante o relato. O roteiro foi o seguinte: 10/10 - Guarulhos / Buenos Aires / Ushuaia (avião Aerolineas) 11/10 - Ushuaia (Glaciar Martial) 12/10 - Ushuaia (Parque Nacional Tierra del Fuego) 13/10 - Ushuaia (Laguna Esmeralda de manhã + Canal Beagle à tarde) 14/10 - Ushuaia / El Calafate (avião Aerolineas) 15/10 - El Calafate / El Chaltén (ônibus Caltur) (trekking Laguna Torre no mesmo dia) 16/10 - El Chaltén (Laguna de los Tres) 17/10 - El Chaltén (Loma del Pliegue Tumbado) 18/10 - El Chaltén (Rio Electrico) 19/10 - El Chaltén / El Calafate (ônibus Caltur) 20/10 - El Calafate (caiaque no Rio la Leona) 21/10 - El Calafate (mini trekking no Glaciar Perito Moreno) 22/10 - El Calafate (aluguel de bike e dia livre) 23/10 - El Calafate / Puerto Natales (ônibus Cootra) 24/10 - Puerto Natales / Torres del Paine (1º dia do circuito W) 25/10 - Torres del Paine (2º dia do circuito W) 26/10 - Torres del Paine (3º dia do circuito W) 27/10 - Torres del Paine (4º dia do circuito W) / Puerto Natales 28/10 - Puerto Natales / El Calafate (ônibus Cootra) 29/10 - El Calafate / Buenos Aires / Guarulhos (avião Aerolineas) Vídeo com alguns momentos da trip:
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Dia #30 | 13/10/2015 | Moscou - Madrid - Guarulhos Pouco depois da meia-noite desembarque no aeroporto Domodedovo, em Moscou. Acabei saindo do aeroporto sem querer e tive que fazer todo o processo de novo pra entrar (passar no detector de metais, abrir a mochila). A espera seria de 6 horas até pegar o vôo pra Madrid, mas como era madrugada achei que não seria muito seguro tentar conhecer Moscou. Fiquei tentando dormir mas não encontrava nenhuma cadeira confortável pra isso, além do saguão estar bem cheio mesmo sendo madrugada. Depois da longa espera finalmente embarque pra Madrid. Seis horas depois estava na Espanha e tive que correr pra pegar o vôo pra Guarulhos, porque tinha só 1 hora de conexão. Acabou dando certinho e embarquei pra casa. Longas 11 horas depois estava no Brasil.
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Dia #30 | 12/10/2015 | São Petersburgo Fui aproveitar o último dia da viagem e andei meio que sem rumo pela cidade. Fui até uma ponte que divide São Petersburgo ao meio. Em algumas horas da madrugada a ponte levanta e fica assim até o começo da manhã. Então se você tá do outro lado não consegue voltar até amanhecer. Encontrei uma praia e fiquei lá sentado tomando sol pra espantar o frio. Ao meio-dia um estrondo absurdo de canhão fez tudo tremer. Logo ao lado de onde eu tava tinha um forte e pelo que entendi todo dia ao meio-dia eles dispararam um canhão. Saindo de lá acabei caindo sem querer na Avenida Nevsky e, como ela é a principal da cidade, andei até o fim pra ver o que tinha. Na volta parei num shopping pra almoçar e depois de analisar as opções da praça de alimentação, escolhi pelo Burger King. Apontei pra mulher da caixa o que eu queria: um hamburger com um copo de bebida preta que eu acreditava ser Coca-Cola ou Pepsi. Era café. Já tava quase anoitecendo, então voltei pro hostel pra pegar as malas e ir para o aeroporto. Saindo do hostel andei algumas ruas e cheguei na estação de metrô. De lá fui até a estação Moskovskaya porque de lá saem os ônibus para o aeroporto. Se a cobradora do ônibus achar que suas malas são muito grandes ela cobra duas passagens. Tive que me espremer num canto pra que ela cobrasse só uma. Uns 30 minutos depois cheguei no aeroporto de São Petersburgo. Ainda deu tempo de comer um prato mexicano num restaurante na área de embarque. O avião pra Moscou partiu às 23h.