Estamos indo para a nossa terceira viagem para a Venezuela e digo que ir para lá é ter espírito de Bolívia.
Uma Bolívia mais barata (fora o aéreo daqui que é uma fábula), com menos produtos a disposição para comprar, mais empobrecida mas com praias, bem, Bolívia não tem praia né?
A primeira vez que fui era tranquilo, a diferença entre o câmbio oficial e o negro era coisa como 4x, trocava-se tudo "en efectivo", ou seja, sempre arrumávamos alguém que trocava seus dólares por moeda local e te pagava em dinheiro vivo para vc fazer seus pagamentos em moeda local.
De lá pra cá os valores se multiplicaram por 60.000 (sim, um Real em 2012 comprava 10 bolívares e hoje compra pouco mais de 600 mil). A base monetária não acompanhou, se antes a nota mais alta valia 10 reais (era a nota de 100 do Simón Bolívar), hoje não compra nem 20 centavos (a nota de 100 mil bolívares). Com isso as transações precisam ser feitas todas por um sistema complexo de contas e transferências bastante incômodo, mas parcialmente compensado pelos preços insanamente baratos.
Quem vai para Isla Margarita a vida é bem mansa. Muita gente de Manaus vai para lá, eles são acostumados e entendem bem o Português. Não será difícil encontrar fóruns e indicações de passeio/câmbio/reserva de hotéis com pagamento por transferência em contas aqui no Brasil mesmo. Você transfere em Reais numa conta de banco brasileiro e eles resolvem tudo para ti por lá.
O problema é ir para qualquer outro canto de lá. Los Roques é tudo em dólar, então não tem muito esquema para economizar, mas outros lugares até o câmbio em dólares pode ser difícil.
Recomendo pesquisar em fóruns de discussão em espanhol e exercitar duas virtudes (das muitas) dos viajantes: conversar muito com todos que encontrar durante a viagens e ter muita, mas muita fé de que tudo vai dar certo.
Dessa vez a ida será para o parque nacional Morrocoy e, se der tudo certo, ao Parque Henri Pittier. Falta de informações temos de sobra, muita fé e algum conhecimento de espanhol...