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Lian Tai

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    Viajante. Atriz. Doutoranda em Comunicação Social.

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  1. Oi Gabi! Você encontra tudo na página deles no Facebook: https://www.facebook.com/encontrodeculturas?fref=ts Na segunda quinzena de julho vai rolar o encontro de culturas. Não é como na vivência, mas também é muito interessante, vão várias tribos indígenas e você tem oportunidade de conviver com eles. Dá uma olhada lá!
  2. Oi! Então... não me lembro do nome da hospedagem, mas ficava na Monkey Forest Road. Nessa rua há várias hospedagens, de bangalôs mais simples, como o meu, até hotéis mais caros. De qualquer jeito, acho válido chegar nessa rua e dar uma caminhada, as principais hospedagens estão lá. Desculpe não saber te informar com precisão.
  3. Oi Jackaomello! Vamos lá: Uma amiga divulgou pelo facebook. Você encontra por lá pelo menos o perfil do Encontro de Culturas (realizado anualmente em julho, também muito interessante, neste ano terão mais de 10 aldeias indígenas presentes) e da Casa de Cultura Cavaleiros de Jorge. Através da página deles, dá pra acompanhar os eventos. Paguei 750 reais (uma semana incluindo todas as atividades e refeições). Procura pelo facebook ou mesmo a organização pelo google. Agora, na segunda quinzena de julho, será o encontro de culturas. Também é muito interessante, cheio de atividades, workshops e você acaba tendo contato com vários povos, inclusive indígenas. Porém é diferente da vivência, em que você passa uma semana com mais calma, tem bastante tempo pra conhecer, fazer amizade, conversar com os índios. Eles estavam planejando uma outra vivência para este ano com os Mebengokré, mas ainda não tinham data fechada. De qualquer jeito, qualquer evento lá tem que ser antes do verão, porque depois começam as chuvas. Se você não conseguir achar pela internet, me avise, que passo o contato do organizador pra você. E, precisando, estou à disposição. Um abraço!
  4. Soube da vivência por uma amiga. Entrei em contato com a Casa de Cultura Cavaleiros de Jorge, que organizava o evento, e fiz minha inscrição. Para quem não sabe, há, perto de São Jorge, uma Aldeia Multiétnica, onde são realizados encontros e eventos ligados à cultura indígena. As ocas lá foram construídas pelos próprios índios. A vivência ocorreu em abril deste ano (sendo que eu havia ido à Chapada em fevereiro e em março), com representantes do povo Yawalapiti, do Xingu. Essa foi a segunda vivência organizada pela Casa de Cultura, tendo sido a primeira com os Krahô (há uma próxima programada com os Mebengokré, também conhecidos como Caiapó). A ideia é passar uma semana na Aldeia, convivendo com os índios e aprendendo sobre sua cultura e sua rotina. Mesmo que tenha sido um evento, achei que seria legal compartilhar por aqui, já que haverá outros e que minha experiência pode inspirar ou motivar algumas pessoas. Cheguei no sábado pela manhã ao aeroporto de Brasília e, de lá, peguei um taxi para a rodoviária. Chegando no guichê da companhia que fazia a viagem para Alto Paraíso e São Jorge, descobri que o ônibus não sairia no horário que constava na internet e que, além disso, o trajeto levaria cinco horas, sendo que de carro são apenas três. Lá, um moço ofereceu fazer o frete pelo mesmo preço. No início fiquei desconfiada, mas acabei aceitando, o que acabou sendo ótimo, pois a viagem foi muito mais rápida. Descobri depois que o esquema de frete é muito comum por lá e também que há sites na internet de caronas e fretes entre Chapada e Brasília. O único porém é que ele não levaria até São Jorge, mas apenas até Alto Paraíso. Desci no trevo e não demorei a conseguir carona para São Jorge. Lá as pessoas são muito gentis e estão acostumadas a darem carona. Também descobri que optar por não pegar o ônibus foi uma ótima escolha, pois naquele dia ele quebrou e atrasou horas, o que soube depois ser muito comum. Em São Jorge, fui até a Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge e esperei um funcionário me levar para a Aldeia. Havia duas opções de "hospedagem": levar barraca para acampar ou levar rede para dormir na oca. Levei minha barraca, mas confesso que fiquei com invejinha da galera que dormia na oca, pois eles compartilhavam dos momentos de acordar cedo junto com os índios, ouvindo as risadas e os primeiros barulhos. O dia começava cedo, com o banho de rio. Confesso que nem sempre eu acordava tão cedo e nem sempre tinha coragem de tomar esse primeiro banho. As refeições (café da manhã, almoço e jantar) eram bem completas e preparadas pelos funcionários do local, formados por pessoas da comunidade calunga. Mas os índios também preparavam sua refeição (basicamente beiju com peixe) e eu sempre filava da comida deles, que era maravilhosa e me rendeu semanas sentindo falta. A cada dia tínhamos algumas atividades, entre elas: artesanato, pintura corporal, festas, brincadeiras e rituais indígenas, aulas de língua e da cultura deles, histórias em torno da fogueira, culinária. No dia da culinária, colhemos, ralamos, coamos e deixamos a mandioca decantar e secar. Fiquei maravilhada por ver o polvilho "nascer". Dele, aprendemos a fazer o beiju (ou tapioca). Comíamos o beiju com peixes que eram pescados no dia e assados na fogueira. Até hoje sinto a maior falta dessa refeição. Também passávamos o dia assando milhos (colhidos na hora) na fogueira. Dançamos com os índios e aprendemos suas brincadeiras. Em uma delas, os homens dançam e cantam músicas "falando mal da perereca", com uma cabaça pintada, simulando uma vagina. Então as mulheres invadem a dança, os homens saem correndo jogando a cabaça entre eles, e o objetivo das mulheres é conseguir pegá-la e destruí-la. Há outras brincadeiras semelhantes, em que as mulheres invadem a dança dos homens, jogando água, ou tentando tirar algum do chão. Nas aulas de artesanato, aprendemos a fazer cestas, bijuterias com miçangas e tecer uma rede. As atividades eram ótimas, mas melhor ainda era o tempo livre, em que simplesmente podíamos conviver com os índios, conversar com eles e observar. É muito bonito ver a vida em comunidade que eles têm e como estão sempre juntos. Em uma das aulas, Joca, o antropólogo que trabalha com a tribo, explicou sobre o ritual da sangria. Funciona assim: Eles têm uma arranhador, que é um objeto feito de cabaça com dentes de piranha. Com ele, os índios arranham seu corpo, que acaba sangrando, e, sobre a pele, passam raízes e medicamentos naturais. Cada medicamento tem uma função, mas, de um modo geral, é um ritual de purificação e proteção. Insistimos com o líder da aldeia que queríamos passar pelo ritual também e assim foi feito. Enfim, o objetivo deste relato é mais instigar aqueles que porventura tenham interesse nesse tipo de experiência, que, para mim, foi muito transformadora. Acho que as fotos podem dizer mais. Lá vão: Bem, espero que este relato tenha sido inspirador. Conhecer um pouco mais da cultura indígena-xinguana foi riquíssimo para mim e me fez repensar muito sobre os valores da nossa sociedade. PS: Meu nome é Lian Tai, sou aluna de doutorado em Comunicação Social na Universidade Federal Fluminense. Minha pesquisa é sobre relatos de viagem na internet, o que inclui relatos em sites, blogs, redes sociais, enfim, os instrumentos na internet que cada um utiliza para compartilhar sua viagem. Trabalho com este tema inclusive porque também sou mochileira, blogueira e me interesso tanto por viajar quanto por compartilhar e entender esse fenômeno. Estou à procura de pessoas dispostas a contribuírem para minha pesquisa, tanto concedendo entrevista quanto permitindo que eu acompanhe seus relatos variados de viagem. Adoraria se você pudesse ajudar. Posso ser encontrada pelo e-mail liantai@hotmail.com , ou pelo Facebook como “Lian Tai”, através do mesmo e-mail. Também tenho um blog, que, apesar de não ser específico sobre viagens, também uso para relatá-las: http://www.bolhinhasdalian.blogspot.com . Caso tenha interesse em contribuir ou queira mais informações sobre a pesquisa, por favor entre em contato pelo meu e-mail, com RELATOS DE VIAGEM como assunto, para que eu não confunda com o lixo eletrônico. Desde já agradeço! =)
  5. Adorei sua proposta de fazer um relato detalhando cada uma das cachoeiras de Piri. Elas merecem!
  6. Amei o relato e as fotos. Estou me programando pra viajar em outubro e ainda não me decidi entre Índia ou China. Este relato me fez pender um pouquinho mais pra Índia.
  7. Obrigada, DSS! Se precisar de alguma informação quando for pôr em prática sua wishlist, estou à disposição. Um abraço!
  8. Obrigada pelo feedback, Lara, Pat e BoreiaJr! Que bom que gostaram das fotos. As paisagens são lindas, impossível que as fotos não fossem. MCM, Uma pena que você não vai fazer o Tongariro Crossing, fiquei apaixonada pelas fotos do lugar, estava louca pra fazer. Mas viagem é assim, temos que fazer opções, né... O bom é sempre ter uma pendência, um motivo pra voltar. =) Quanto ao tour da aldeia maori... Como eu disse no meu relato, não sou uma pessoa muito organizada. Não sei dizer qual foi o tour, mas acho que não há muita diferença entre eles. Quando cheguei em Rotorua, perguntei no centro de informações e já vi todas as propostas, sempre parecidas. O centro de informações deles é muito completo, eu conseguia desde hospedagem até os passeios por ali. Bem, não devo ter ajudado muito, mas afirmo com toda certeza de que pra NZ dá pra ir despreocupado. A outra coisa é que, apesar de ser um país caro, ninguém tenta te passar pra trás. Quanto a Cairns, o que fiz foi isso mesmo, 2 dias/1 noite. Não sei dizer o barco, mas peguei todas as informações no hostel, acho que não havia muitas opções de passeios assim, a maioria era de um dia só. A equipe era preparadíssima e as refeições no barco pareciam ótimas, pena que não comi um grão. Agora, tanto a visita aos Maori quanto a Barreira de Corais são passeios imperdíveis. Ótima escolha. Espero que você faça boa viagem. Se eu puder ajudar em mais alguma coisa... Pedrada, os custos da viagem são relativos. O principal é a passagem, que, se comprada com muita antecedência, pode sair bem mais barata. De hospedagem, eu sempre perguntava pelo hostel mais barato e pagava em torno de 22/25 dólares a diária. Em refeições simples, pagava uns dez dólares. Os tours saem caros. Em Sydney tudo é absurdamente caro, especialmente o trem. Sudeste asiático é outra história. Como falei, em Bali, por 20 dólares se tinha um bangalô lindo, inteiro, confortável, com café da manhã delicioso. E dizem que Bali, por ser mais turístico, é o local mais caro entre esses. Então imagina. Queria muito ter tido mais informação (pelo menos sobre meu visto) e ter passado mais tempo por ali. Camboja parece espetacular. Você pretende ir a NZ também ou apenas Austrália e sudeste asiático?
  9. Com o pretexto de que minha irmã estava morando em Adelaide, na Austrália, resolvi ir conhecer o país. Minha passagem compreendia o seguinte itinerário: São Paulo – Santiago – Auckland – Melbourne – Adelaide. Decidi desmembrar a passagem e passar alguns dias na Nova Zelândia. Nova Zelândia e Austrália são países excelentes para quem, como eu, não gosta de fazer viagens muito programadas. Onde você chega, há centros de informação muito organizados e você consegue se virar muito bem. Desembarcando em Auckland, estava decidida que queria visitar vulcões e conhecer a cultura Maori. Como teria apenas cinco dias ao todo, nem pensei em conhecer a Ilha Sul do país. No aeroporto, me indicaram como pegar um ônibus para Rotorua e lá fui eu. Chegando à cidade, perguntei no Centro de Informações por um hostel barato e fui parar em um lugar bem simpático e vazio, como tudo na NZ. A impressão que tive do país foi essa: todo mundo é extremamente educado e solícito. Mas você quase não vê pessoas, me senti muito só. O inverno só reforçava essa sensação. Em Rotorua, a primeira coisa que fiz foi comprar um tour para conhecer uma aldeia maori. Os nativos nos mostram sua cultura, de um jeito que me incomodou um pouco por parecer um museu, em que você passava e eles ficavam parados exibindo cada aspecto da cultura. Depois assistíamos a um espetáculo de música e danças, incluindo o haka. Foi um dos momentos mais bonitos e emocionantes de viagem inteira. A apresentação foi sensacional, e a música deles é impressionantemente bela. Ao final, tivemos um banquete com suas comidas tradicionais, assadas em um buraco sob a terra. Na verdade, o jantar era composto não só pela tradicional comida maori, mas também por vários pratos neozelandeses, incluindo o doce pavlova, que é um pedaço de paraíso, cuja origem é reivindicada tanto por australianos quanto por neozelandeses, apesar do nome russo. No segundo dia, visitei a estação termal Wai-O-Tapu. Deixo as fotos falarem: No terceiro dia, mais uma estação termal. O passeio era grátis, e a única coisa cobrada eram os tratamentos no Spa, com banhos revitalizantes de lama. Acabei não fazendo nenhum tratamento e depois me arrependi. Ainda encontrei uma mulher talhando pedaços de madeira, arte típica Maori. Ela me convidou e talhei meu próprio pedacinho de madeira também. No final, quando fui esperar dar o horário de o motorista me buscar, a moça do Spa fez questão de me levar ao meu hostel, para que eu não ficasse esperando, e ela própria ligou para o motorista e avisou que não precisava me buscar. Como falei, os neozelandeses são extremamente solícitos e educados. De um jeito que eu, acostumada à vida no Rio de Janeiro, achava até estranho. No outro dia, fui para a cidade de Taupo, onde tem um grande lago e nada de mais. Um dos passeios que eu mais queria fazer era uma trilha no Tongariro National Park, cujas fotos haviam me deixado impressionada, com montanhas e lagos de um azul turquesa. Mas, como chovia e nevava, o passeio estava fechado. Só me restou voltar a Auckland com a vontade. Lá, visitei a Sky Tower e o museu da cidade. No museu, assisti a mais um show de cultura Maori, antes de ir embora do país. Um avião para Melbourne e, no meio de recuperar bagagem e passar pela imigração, perdi o vôo para Adelaide. Falei com a moça da Lan, ela imediatamente me colocou no vôo seguinte, sem mais problemas. Minha irmã me esperava no aeroporto de Adelaide. Passei uma semana nesta simpática cidade, curtindo mais a vida em família. Passeamos em um parque cheio de cangurus e outros bichos e fomos para Kangaroo Island, uma ilha linda ao sul do país, com destaque para Remarkable Rocks, um lugar com rochas arredondadas surreais e Flinders Chase, com suas grutas. Também fomos visitar uma área cheia de leões marinhos gordos e lindos. Como o país é grande e eu não tinha tanto tempo, resolvi fazer as viagens de avião. Comprei passagem de Adelaide para Darwin, de Darwin para Alice Springs, de lá para Cairns e de Cairns para Sydney. Darwin: É uma cidadezinha ao extremo norte da Austrália. Cheguei esperando um lugar deserto no meio do nada e encontrei uma cidade em festa. Era mês de julho, inverno, e uma das poucas épocas em que os passeios na região ficam viáveis, pois o resto do ano é época de chuva e tudo alaga. Ou seja: me dei bem. Peguei um tour de três dias para a floresta de Kakadu, que todo mundo dizia ser imperdível. Honestamente, de todos os passeios que fiz na Austrália, esse é o único que, se eu soubesse, não teria feito. Além de caro, passamos muito tempo andando de carro pela floresta. Os lugares eram realmente lindos, mas, para nós, brasileiros, que estamos acostumados com floresta tropical, não é tão impressionante quanto para os europeus, por exemplo. Em Darwin, há muita gente indo e voltando da Ásia, principalmente de Bali. Dei muita bobeira de não comprar passagem de lá, que é muito mais barata, mais até do que a passagem de Darwin pra Sydney. De Darwin, segui para Alice Springs, de onde parti em um tour para Uluru, grande rocha vermelha bem no meio do deserto. Também fomos a outros locais próximos, como o King Canion. Fiquei feliz por ter um um guia muito gente boa e consciente. Ele nos explicou que o Uluru é um local sagrado dos aborígines, e, portanto, era um desrespeito e uma questão polêmica sua escalada, embora permitida. No final, ninguém do grupo quis escalar a rocha. Fizemos um tour pelos sítios aborígines. É muito triste ver a realidade local. Diferentemente da Nova Zelândia, onde os Maori são valorizados, na Austrália os aborígines tiveram sua cultura completamente destruída e hoje vivem como mendigos, sendo a maioria alcoólatra e totalmente marginalizados. De lá, peguei um vôo para Cairns, que é uma simpática cidadezinha e ponto principal de saída para a Barreira de Corais. Como tinha só quatro dias lá, não poderia ir para Whitsunday Island também, lugar que adoraria conhecer, com praias de areia branquinha. Em Cairns comprei várias roupas em brechó, pois só havia levado roupas de inverno e o calor do norte do país me pegou de surpresa. Peguei um tour de dois dias na Barreira de Corais. A maioria dos passeios é de um dia só, mas, como eu tenho mania de querer aproveitar sempre o máximo possível... Entrei no barco às seis da manhã, tomei café e seguimos. O mar estava agitadíssimo. Comecei a passar muito mal, vomitei e decidi não comer mais nada e nem beber água até o final do tour. O resultado foi dois dias inteiros passando fome. Foi o pior momento da viagem, passei mal o dia inteiro. Chegando à Barreira, fui fazer snorkel e tive muita dificuldade, porque a água estava muito agitada. Pensei que não fosse ter capacidade para fazer o mergulho, mas uma hora o instrutor disse que poderia descer só comigo e perguntou se eu não queria ir mesmo. Acabei indo. Não tenho dúvidas em afirmar que esse foi um dos três momentos mais marcantes da minha vida. De repente eu esqueci que tinha um corpo, todo o mal estar foi embora e o tempo parou. Tudo que eu conseguia pensar era: “É possível que eu, no planeta Terra e em vida, possa ver tudo isso?” Foi uma experiência linda e transcendental. A dica que hoje dou a qualquer pessoa que vá visitar a Austrália é não deixar de mergulhar na Barreira de Corais, é uma experiência transformadora pra vida e um privilégio sem tamanho. Em Cairns fiquei amiga de um alemão que estava indo para Bali. Eu, que estava indo para Sydney, fiquei morrendo de inveja. O pior é que ele ficou me chamando e... Como eu tinha solicitado apenas uma entrada para a Austrália no visto, pensei que não pudesse sair do país. Apenas quando fui pegar o avião para Sydney é que parei pra conferir o visto e descobri que tinha múltiplas entradas. Aí decidi que queria ir a Bali de qualquer jeito. O grande detalhe da história: fiz a viagem com algum dinheiro vivo, mas contando com meu cartão de crédito, que é Diners. Mas descobri que, lá, quase lugar nenhum aceita Diners, porque as taxas são muito altas. Você só consegue utilizar esse cartão em hotéis cinco estrelas e restaurantes chiquérrimos, o que decididamente não era meu tipo de viagem. Resultado: Cheguei em Sydney, pronta para passar um semana, com apenas cinqüenta dólares no bolso. Como estava completamente dura e tinha colocado na cabeça que queria ir pra Bali (pra entrar no país, paga-se 37 dólares no visto), resolvi dormir a primeira noite no aeroporto de Sydney. Qual não foi minha surpresa quando o segurança apareceu para me dizer que o aeroporto fechava! Então ele me indicou um McDonalds 24h a algumas quadras e lá fui eu. Comprei uma tranqueira qualquer e fiquei sentada e morrendo de sono, mas tentando não dormir, por medo de ser expulsa. Então apareceram dois suecos que também haviam pensado em dormir no aeroporto. Ficamos conversando e no final todo mundo dormiu. Aí eu já estava mais segura, porque, se fosse expulsa, não estaria sozinha. Quando amanheceu, fui ao aeroporto internacional perguntar sobre a passagem para Bali, mas me informaram que teria que ver isso na agência do centro. Descobri que lá havia também uma agência do Diners e fui tentar resolver minha questão do cartão. Lá, me colocaram em um ligação com o Diners do Brasil, eu queria uma senha para poder usar o cartão para sacar dinheiro no caixa-rápido, mas uma mulher estúpida ficava dizendo que levaria uma semana para enviar um novo cartão para meu endereço. Eu explicava que precisava de dinheiro imediatamente, pois estava na Austrália, e nada. Fui embora revoltada, entrei em uma agência e comprei (com meu Diners) uma passagem para Bali, para o dia seguinte. Aí fiquei feliz, relaxei, fui visitar os lugares turísticos, Sydney Opera House, Harbour Bridge. Percebi que a melhor coisa que fiz foi comprar tal passagem, pois em Sydney tudo é muito caro e eu gastaria o dinheiro da passagem à toa, apenas para sobreviver. Voltei para o aeroporto, desta vez o internacional, pensando em dormir lá até o dia seguinte. Pra variar, este aeroporto também fechava. Mas para quem comprova que viaja no dia seguinte, eles deixam dormir em uma área fechada, perto dos trens. O bom é que no aeroporto tem internet grátis, então mandei um e-mail para minha mãe, dizendo que chegaria no dia seguinte em Bali, sem dinheiro nenhum, e que ela me mandasse um pouco de dinheiro pela Western Union. Cheguei em Bali, onde fazia o maior calor. Primeira coisa foi parar no banheiro para descascar o excesso de roupa. Depois gastei meus últimos dólares para entrar na internet. Minha mãe confirmara que depositara o dinheiro, mas, no site da Western Union, eles não identificavam minha senha. Sem dinheiro e sem saber o que fazer, parei na frente do aeroporto, soltei as malas e fiquei lá. Os taxistas vinham me perguntar para onde eu ia e eu respondia que não sabia. Vinham me oferecer transporte, ajuda, etc., e eu simplesmente ficava lá parada, pois não tinha dinheiro pra nada. Até que falei prum taxista que não tinha dinheiro nenhum, que minha mãe havia depositado dinheiro, mas àquele horário as agências da Western Union já estavam fechadas. Então ele disse que os correios tinham convênio com essa agência e que ele poderia me levar lá. Respondi que não tinha certeza se poderia pagá-lo imediatamente, pois não sabia se o dinheiro tinha mesmo chegado, mas ele não se importou. No final, o dinheiro estava lá, então ele me levou para o hotel onde meu amigo alemão estava um Ubud. Bali foi sem dúvidas o ponto alto da viagem. Austrália e Nova Zelândia tem natureza interessante, mas nas cidades eu me sentia nos EUA. Enquanto Ásia já é outro mundo. E Bali, então, tem a tradição da Ásia, mas ao mesmo tempo uma leveza e uma energia incríveis. Sem contar que tudo é muito barato. Enquanto na Austrália eu pagava em torno de vinte dólares pelo hostel mais barato, dividindo quarto entre quatro a doze pessoas, em Bali, por este preço, você tem um bangalô só pra você. Por oito dólares, você recebe uma massagem de uma hora no SPA. Por quinze dólares, tratamento com esfoliação, banho especial e massagem. A comida é deliciosa e a cidade tem cheiro de flores. Fiquei alguns dias em Ubud e outros em Candi Dasa. Gostei mais do primeiro local, é a região montanhosa, onde residem os artistas. Todos os dias eu acordava, ia pra varanda, onde uma garrafa térmica com chá já me esperava. Em seguida me traziam um belo café da manhã, ia passear por templos e vulcões, voltava, dava um mergulho na piscina, ia pro SPA, saía pra jantar e ficava até tarde na varanda conversando com esse amigo alemão. Passeamos juntos todos os dias, mas, nos últimos, senti falta de independência e preferi andar sozinha. Minha segunda dica é essa: estando na Austrália, não perca a oportunidade e visite ao menos Bali. Eu, se soubesse, teria ficado menos tempo na Austrália e ido conhecer outros lugares, como Vietnã, Tailândia e Camboja. Depois de sete dias, voltei para Sydney, de lá para Adelaide, onde passei mais dois dias em companhia da minha irmã e comecei minha viagem de volta ao Brasil. Como foi uma viagem longa, não dei muitos detalhes, mas estou aberta a tirar dúvidas, se alguém precisar. PS: Meu nome é Lian Tai, sou aluna de doutorado em Comunicação Social na Universidade Federal Fluminense. Minha pesquisa é sobre relatos de viagem na internet, o que inclui relatos em sites, blogs, redes sociais, enfim, os instrumentos na internet que cada um utiliza para compartilhar sua viagem. Trabalho com este tema inclusive porque também sou mochileira, blogueira e me interesso tanto por viajar quanto por compartilhar e entender esse fenômeno. Estou à procura de pessoas dispostas a contribuírem para minha pesquisa, tanto concedendo entrevista quanto permitindo que eu acompanhe seus relatos variados de viagem. Adoraria se você pudesse ajudar. Posso ser encontrada pelo e-mail liantai@hotmail.com , ou pelo Facebook como “Lian Tai”, através do mesmo e-mail. Também tenho um blog, que, apesar de não ser específico sobre viagens, também uso para relatá-las: http://www.bolhinhasdalian.blogspot.com . Caso tenha interesse em contribuir ou queira mais informações sobre a pesquisa, por favor entre em contato pelo meu e-mail, com RELATOS DE VIAGEM como assunto, para que eu não confunda com o lixo eletrônico. Desde já agradeço! =)
  10. Obrigada, Rodrigo! E Wander, vá mesmo. Depois que estive lá nem acreditei que enrolei tanto tempo pra ir.
  11. Obrigada, Thiago. Já te adicionei. E qualquer dica se precisar sobre a Chapada, conte comigo. Um abraço!
  12. Já fazia um tempo que eu queria conhecer a Chapada dos Veadeiros e adiava, seja por causa de chuva ou porque eu pensava que o tempo era pouco. Coloquei na cabeça que precisava de pelo menos uma semana inteira na Chapada. Fugindo da muvuca do Carnaval, fui passar o feriado em Goiânia, minha cidade natal. A ideia era seguir para Pirenópolis no pós-Carnaval, pegando o contra-fluxo do agito. Mas então meu amigo companheiro de viagem me convenceu a irmos para a Chapada dos Veadeiros e lá fomos nós. Alugamos um carro em Goiânia e saímos de lá na terça de Carnaval, às 14h. Nosso plano era ficar em Cavalcante na primeira noite e depois seguirmos para São Jorge. A estrada é bem tranqüila, com um pequeno trecho de estrada de terra entre Alto Paraíso e Cavalcante. De Goiânia até a Chapada são cinco horas de carro, mas saindo de Brasília é a metade do tempo. De Alto Paraíso até Cavalcante ainda tem mais uma hora e meia de estrada. Chegando na cidadezinha, fomos para a pousada Sol da Chapada, que fica bem no centro. A diária era de 135 reais. Deixamos as malas e perguntamos por um restaurante. Não há muitas opções por ali, mas acabamos em um self service simplezinho e foi bom. Na quarta-feira de cinzas acordamos cedinho, tomamos café, já fizemos check out na pousada e fomos para a área do remanescente quilombo kalunga. Chegando lá, há vários guias, todos da comunidade. É preciso pagar 10 reais para ter acesso às cachoeiras e estar acompanhado de um guia. O preço fixo é de 50 reais. A trilha é bem tranqüila e a necessidade de guia é mais para ajudar a comunidade local, os quilombolas. Adorei imediatamente nosso guia, Emiliano, um senhor negro de voz grave e uma atitude de dignidade que me fez compará-lo ao Django. Lá dentro, seguimos por uma estrada de terra por mais dois quilômetros e depois andamos por uma trilha curta, até chegarmos à Cachoeira Santa Bárbara. É uma cachoeira deslumbrante, de água verde transparente, comparável às de Bonito. Como chegamos cedinho, pegamos a cachoeira só para a gente. O ideal é o horário da manhã, em que bate sol e a cor da água fica deslumbrante. Ao meio dia é o horário em que a cachoeira fica mais iluminada. Mais ou menos por esse horário seguimos para a Cachoeira Capivara, na mesma área, também linda, embora com águas mais escuras do que a primeira. Depois das cachoeiras, fomos almoçar. Há quatro restaurantes na área da comunidade e você tem que encomendar seu almoço antes do passeio, para que ele esteja pronto na volta. Perguntei ao Emiliano se eram iguais e ele disse que a comida era muito semelhante em todos. Nos esbaldamos com a comidinha aconchegante: frango caipira, arroz, abóbora, feijão, saladinha, bem com cara de comida de fazenda. De lá já seguiríamos para São Jorge, mas, como ainda tinha um resto de tarde, resolvemos tomar mais um banho em uma cachoeira no caminho. Não me lembro o nome dela. Pagamos 10 reais por pessoa e foi um fim de tarde bem agradável. Depois desse último banho, chegamos em São Jorge e fomos olhando as pousadinhas. Quando gostamos da cara de uma, entramos para perguntar e, para nossa surpresa, fomos informados de que havia acabado a água na cidade inteira e que por isso eles não estavam aceitando hóspedes. Então mudamos os planos de ficar em São Jorge e fomos para Alto Paraíso. Lá, encontramos uma pousadinha bem decente, chamada Pousada dos Guias, por cem reais a diária. Soltamos as malas e fomos jantar em um restaurante vegetariano, chamado Oca Lila. A comida é boazinha, mas achamos o restaurante caro para a região. Saiu em torno de 55 reais por pessoa, sem sobremesa. Na quinta-feira, acordamos cedinho e fomos para o Vale da Lua, onde se cobra uma taxa de 10 reais para entrar. As fotos falam por si. Depois do Vale da Lua, fomos para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Antigamente era obrigatório o acompanhamento de guias. Hoje, apesar de eles recomendarem, não é mais obrigatório e a entrada é franca. Fomos sem guia mesmo, com um mapinha que eles entregam na porta. Escolhemos fazer a trilha dos cânions. É uma paisagem incrível, incrível mesmo, grandiosa, linda. Eu não conseguia parar de me espantar em pensar que isso existe tão perto da gente. E só ficava pensando que eu já me enfiei no meio do nada no norte da Austrália pra ver paisagem semelhante. Foi uma sensação surreal. Depois dos cânions, continuamos a trilha para a cachoeira Carioquinhas, também dentro do Parque. É uma cachoeira fantástica também, parece cenográfica, de tão bonita. Foi um dia absurdamente lindo. Na volta comemos uma pizza na Pizzaria 2000, na frente da Praça dos Turistas. A pizza de lá é deliciosa e o preço é justíssimo. No terceiro dia, fomos primeiro para a Cachoeira dos Cristais, em que se paga uma taxa de 15 reais. Há vários pontos interessantes ao longo da trilha, cada qual com um nome diferente, de acordo com sua característica. Um espaço zen, um canto da massagem. No final da trilha, chegamos ao véu de noiva. Lindo. Lindo. O bom é que na volta, que é subida, dá pra parar e fazer um último mergulho em qualquer daqueles cantinhos. É uma delícia. Quando íamos embora, o moço que nos recebeu perguntou se não íamos à outra cachoeira, chamada Cachoeira Águas Frias. Como tínhamos outros planos, hesitamos um pouco, mas fomos, ainda bem. Mais uma cachoeira deslumbrante. Saindo de lá, fomos para Almécegas. Lá, há três cachoeiras: Almécegas I, Almécegas II e Cachoeira São Bento. A primeira é magnífica, a segunda é bem agradável e a terceira é comum. Nossos padrões foram ficando elevados. No meio do caminho para a primeira cachoeira há um mirante, de onde já podemos ver sua beleza. Saindo de lá ainda queríamos visitar a cachoeira Loquinhas, mas já tinha passado de 17h30, o horário de seu fechamento. Ainda assim foi um dia muito bem aproveitado. Jantamos no Jambalaya. O ambiente é super astral, lindo, e a comida também é muito boa. Cada um pediu um prato, mas, quando eles chegaram, vimos que cada prato servia muito bem duas pessoas. Fechamos muito bem a última noite e na manhã seguinte partimos, já planejando voltar muito em breve. No final das contas, os três dias, que eu pensei serem poucos, valeram muitíssimo a pena. Aproveitamos muito bem cada um deles e sem pressa, sem correria. A ideia de irmos depois do Carnaval foi ótima, pois pegamos quase todas as cachoeiras completamente vazias, e acordar cedo também contribuiu muito para isso. Fiquei completamente deslumbrada com o lugar. Tenho familiaridade com muitas cachoeiras e acho que nem de longe essas são cachoeiras normais. É realmente uma energia muito especial. Eu já havia conhecido a Chapada dos Guimarães e a Diamantina, mas preciso dizer que a dos Veadeiros foi pra mim a mais surpreendente. PS: Sou aluna de doutorado em Comunicação Social na Universidade Federal Fluminense. Minha pesquisa é sobre relatos de viagem na internet, o que inclui relatos em sites, blogs, redes sociais, enfim, os instrumentos na internet que cada um utiliza para compartilhar sua viagem. Trabalho com este tema inclusive porque também sou mochileira, blogueira e me interesso tanto por viajar quanto por compartilhar e entender esse fenômeno. Estou à procura de pessoas dispostas a contribuírem para minha pesquisa, tanto concedendo entrevista quanto permitindo que eu acompanhe seus relatos variados de viagem. Adoraria se você pudesse ajudar. Posso ser encontrada pelo e-mail liantai@hotmail.com , ou pelo Facebook como “Lian Tai”, através do mesmo e-mail. Também tenho um blog, que, apesar de não ser específico sobre viagens, também uso para relatá-las: http://www.bolhinhasdalian.blogspot.com . Caso tenha interesse em contribuir ou queira mais informações sobre a pesquisa, por favor entre em contato pelo meu e-mail, com RELATOS DE VIAGEM como assunto, para que eu não confunda com o lixo eletrônico. Desde já agradeço! =)
  13. Obrigada, Ana Paula, Fred e Eline! Precisando de alguma dica, só perguntar. E Ana e Fred, vou adicionar vocês para trocarmos ideia dobre a minha pesquisa! Um abraço!
  14. Alyne, Não calculei o total da viagem, mas vejamos... comprei passagem com muita antecedência pra Campo Grande, saiu em torno de 300 reais ida e volta. De lá ônibus pra Miranda, não me lembro o preço, mas acredito que algo em torno de 50 reais. Os sete dias completos no Pantanal saíram 1400 reais, depois 50 reais de transporte para Bonito. Agora, em Bonito os passeios podem ser caros. O do Abismo Anhumas é o mais caro, algo em torno de 500 reais, mas vale muito a pena.
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