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Kon'nichiwa, pessoal! 🏯 Esse relato tem um toque muito especial, porque foi uma viagem amplamente esperada durante a pandemia e que foi adiada por diversas vezes, apenas esperando o Japão reabrir. E o mais legal: Foi feita junto com meu pai, onde passamos maravilhosos 14 dias no Japão. E ainda houve um bônus: Depois de voltar do Japão, fiz um stop-over em Nova York, passei 4 dias por lá. Esse relato será apenas do Japão, faço um de NY em outro texto, e coloco o texto aqui para quem quiser! E o mais legal, essa viagem tem uma história ótima por trás. Era meados de 2020, meio da pandemia, e eu era professor universitário. Sempre segui esses sites de passagens, e vi no Melhores Destinos uma promoção da Qatar Airways do dia mundial dos professores. A promo era espetacular: Bastando ser professor, você poderia concorrer à uma passagem da Qatar para qualquer lugar do mundo. E mais: Ganhava também uma passagem com 50% de desconto para o mesmo lugar para um acompanhante. Acabei sendo sorteado! E a primeira coisa a se pensar foi o lugar...e me questionei: Qual o lugar mais longe que eu posso ir? Resposta: Japão. E quem seria a companhia ideal para conhecer o Japão? Meu pai, que sempre gostou do oriente e tinha muita vontade de ir pra lá. O que não esperávamos era que o Japão fosse um dos últimos países do mundo a reabrir as fronteiras na pandemia. Então a viagem só aconteceu em março e abril de 2023! Tive que trocar minha passagem para a United, mas meu pai foi via Qatar. A viagem faz um tempinho já, mas só agora que estava revisitando umas fotos resolvi escrever aqui. Sempre bom relembrar os bons momentos 😁 Boa leitura e se encante com essa trip que foi uma das melhores viagens da minha vida! 🗾 1) Roteiro O roteiro foi o seguinte: Saímos no dia 22 de março de 2023, para chegada no Japão no dia 24 de março. Daí passamos duas semanas, para sair do Japão na quarta-feira dia 5 de abril. E aí nos separamos: Meu pai voltou para o Brasil e eu fiz um stop over em Nova York, para voltar ao Brasil apenas no dia 9 de abril de 2023. Dia 1: Saída Brasil (voo às 21h) Dia 2: Chegada em NY e escala para Tokyo Dia 3: Chegada Tokyo Dia 4: Ida para Kyoto Dia 5: Kyoto Dia 6: Kyoto Dia 7: Kyoto Dia 8: Ida para Hiroshima Dia 9: Manhã em Hiroshima e a tarde ida para Ilha de Naoshima Dia 10: Naoshima Dia 11: Saída Naoshima e chegada em Tokyo Dia 12: Tokyo Dia 13: Tokyo Dia 14: Bate-volta para o Monte Fuji Dia 15: Tokyo Dia 16: Manhã em Tokyo e ida para NY. Dia 17: NY Dia 18: NY Dia 19: Manhã em NY e volta Brasil. 2) Gastos Pode parecer estranho...mas, em 2023 e agora também em 2025 (quando estou escrevendo), o Japão não está caro. Muito disso por conta do JPY, que está historicamente depreciado. Agora a inflação está um pouco mais alta, mas em 2023 tínhamos a soma de moeda desvalorizada e uma inflação ainda quase zero. Para vocês terem ideia, gastei mais em 4 dias de NY do que em duas semanas de Japão. Gastos seguem abaixo da parte de Japão, excluindo claro passagem e os gastos com comida e tranqueiras. Pode adicionar cerca de 150 dólares por dia para isso. Já considerando pequenos luxos (restaurantes mais caros, bugigangas, etc). Perceba que não ficou caro! Uma viagem para a Europa hoje gasta-se muito mais! 3) Praticidades para levar em conta ao viajar para o Japão Coisas que foram muito úteis para mim foi o JR Pass e o Pocket Wifi, coisas bem específicas de uma viagem para o Japão. Na época, o JR Pass tinha um preço muito bom, coisa de 1500 reais para cada, por 10 dias de passe. Sei que agora está bem mais caro. mas podíamos usas o Shinkansen para qualquer lugar e hora, sem reservar. Foi bastante prático, já que fizemos alguns bate-e-voltas, incluindo uma ida para Kawaguchiko para ver o Monte Fuji. O Pocket Wifi foi outra mão na roda. Cotei na época preços de chip de celular antes da viagem, e o que todo mundo indicava era o Pocket Wifi. Como estávamos em 2, funcionou muito bem, dividimos o valor e foi ótimo. Andávamos o tempo todo com ele. E mesmo quando nos separávamos, o Japão é um país muito bem servido de wifi público. Não sei como está o esquema agora em 2025, mas na época valeu muito a pena. E ah, a retirada é bem prática. Como compramos ele no Brasil, agendamos o envio para o nosso hotel. Então quando fizemos o check-in em Tokyo, nosso pocket wifi já estava lá na recepção esperando a gente pegar. Foi bem prático. A devolução é pelo correio, e eles dão todos os guidelines para isso. Uma outra praticidade que usamos e foi ótimo foi o serviço de despache de mala entre hotéis. Fizemos isso em Kyoto, antes de ir para Hiroshima e, como passaríamos os próximos 3 dias em deslocamento antes de voltar para Tokyo, mandamos as bagagens para nosso hotel de Tokyo. O preço do serviço não foi caro, e foi super prático. Super seguro e recomendo! E claro, por fim, assim que pisar no Japão, já compre seu cartão com tecnologia IC. Eles são os cartões pré-pagos que funcionam em tudo qualquer lugar, seja no transporte público, seja nos restaurantes ou supermercados. Lá basicamente eles usam isso como meio de pagamento, além de moedas. Tinha levado meu Wise, mas poucos lugares aceitavam. O esquema mesmo era o IC Card e a moedinha. Então por isso level também um porta-moedas, que você não vai se arrepender! 4) Relato dia a dia Dia 1: Saída São Paulo, voo United via Nova York Voo para Nova Iorque foi às 20h30, numa quarta-feira, dia 22/mar. E que voo bom! Gosto muito da cia, e o voo foi rapidinho. Pousei em Newark às 5h20am do dia 23, onde peguei uma área vip, tomei um banho, e fiquei esperando o voo para Tokyo às 14h. Uma coisa que me perguntam: Por que eu não fiz stop-over na ida? Bom, deveria ter feito! Acabei ficando beem cansado. E ainda, o fuso-horário acabou ferrando com meu intestino também! Até me adaptar, demorou alguns dias. Fiz stop-over na volta e valeu muito a pena. Esse negócio de fuso-horario é coisa séria! Dia 2: Voo United até Tokyo-Haneda e chegada no Japão Cheguei no Japão via Tokyo-Haneda. Tokyo tem dois aeroportos internacionais: Tokyo-Haneda, que é mais centralizado, perto do centro da cidade, e Tokyo-Narita, aeroporto afastado, que fica a cerca de 1h-1h30 do centro. Chegamos no dia 24 de março, e uma curiosidade legal foi que era meu aniversário! 🎂 Fiz 30 anos em Tokyo, mesmo que por algumas horas, já que cheguei lá pelas 18h da noite. E chegando já comprei o Pasmo, um dos cartões pré-pagos do sistema IC que é super útil no Japão. O Pasmo é análogo ao Suica, e é usado em diversos estabelecimentos por lá, em qualquer cidade do Japão. Isto é, se você comprou um Pasmo/Suica, você pode usá-lo também em Kyoto, Hiroshima, qualquer cidade que aceite o sistema IC. Isso inclui vending machines, 7-Elevens..tudo! Peguei o Pasmo porque era o que vendia em Haneda. De lá já peguei o metrô para Shibuya, bairro que ficamos em Tokyo agora e na volta para a cidade! E na chegada, já tive o primeiro contato com a Shibuya cross, aquele cruzamento insaano de Tokyo. Foi uma loucura estar garoando, com mala, vendo a Shibuya cross lotadaaa em plena sexta-feira a noite. Melhor forma de fazer 30 anos Vista do nosso hotel no primeiro dia! Dia 3: Ida para Kyoto Dia 2 foi começou com burocracias e terminou com a gente em Kyoto! Primeiro passamos no escritório da JR em Shibuya para retirar nosso JR Pass. Compramos ele no Brasil, mas é necessário pegar o passe fisicamente. Nisso deu para dar uma passeada rápida por Shibuya, que voltaríamos alguns dias depois, e já ficamos encantados com o bairro! Fomos até o topo do nosso hotel para ver a cidade, que tem uma bela vista panorâmica! Shibuya cross de dia! JR Pass Vista de Tokyo do nosso hotel em Shibuya De lá, pegamos o passe e já fomos direto para a estação de Shinjuku para pegar o Shinkansen para Kyoto. Nossa plano era voltar para Tokyo na parte final da viagem, com o intuito de já estar por lá e evitar qualquer imprevisto na saída do Japão. O trem é muito bacana! Foi minha primeira experiência com trem bala. Achei bem diferente dos trens de alta velocidade na Europa, por exemplo. No Japão é muito mais rápido! Fizemos Tokyo-Kyoto em menos de 4 horas, e chegamos a tempo de ver um belo fim de tarde no principal rio da cidade. Primeira impressão de Kyoto foi excelente! E demos uma baita sorte pelo período que escolhemos ir! As Sakuras (cerejeiras) estavam começando a florir. Então durante as duas semanas que ficamos no Japão, pegamos as árvores sempre coloridas e cheias! Uma chance única ter visto o ciclo inteiro, que é muito particular do Japão. Então caso você esteja planejando uma viagem para lá, escolha a época com carinho. A primavera lá é grande, então não é sempre que as cerejeiras batem com a data da sua viagem. Nesse ano ela foi mais cedo...então conseguimos ver tudo! Chegando o fim do dia, o objetivo era achar um bom Izakaya para comer em Kyoto. Estava ansioso por isso! E o melhor lugar para achar um bom restaurante é na Nakagyo Ward, ruela que beira o rio na cidade e tem ótimos restaurantes. Jantamos um belo Guykatsu Kare no Gyukatsu Kyoto Katsygyu. Recomendo fortemente! Depois do belo jantar e do primeiro Gyukatsu, andamos até o hotel pelas belas ruas de Kyoto floridas de cerejeiras a noite. Eles deixam as luzes entre as árvores para dar um efeito bem bacana. Kyoto é espetacular! Centro de Kyoto Kyoto Gyukatsu! Dia 4: Kyoto, Templos, Caminho do Filósofo e Gion. Dia começou com um café da manhã do lado do hotel e uma visita ao Sanjo Meitengai, shopping aberto de Kyoto que é um lugar muito agradável de se caminhar! Cheio de lojinhas de souvenir, cafés, lojas de música...tem até um cinema! Caminhada por lá durou a manhã inteira. No almoço visitamos o Nishiki Market, mercadão de Kyoto que é uma loucura! Extremamente lotado, mas bem divertido. E lá comemos um bom Lamén, o primeiro da viagem! A tarde, o primeiro santuário/templo dos muitos visitados em Kyoto, o santuário shintoísta Heian Jingu Shrine. Uma coisa legal dos templos/santuários de Kyoto é que eles respeitam bastante as visitas da galera religiosa. É bem dividido entre quem é turista e realmente segue a religião. Não existe desrespeito (acho muito diferente por exemplo das igrejas católicas na Europa...os turistas muitas vezes fazem alguma arruaça dentro dos templos, o que acaba atrapalhando os fiéis). De lá, pegamos um taxi até o famoso Caminho do Filósofo. Ele é uma trilha que beira um canal em Kyoto em que o professor de filosofia Nishida Kitaro usava como rota para meditação diária. É um cenário bem bucólico, já que é tomado pelas cerejeiras, que estavam bem floridas. O caminho é sinuoso e perfeito para um passeio contemplativo. Passamos algum tempo lá apreciando e valeu muito a pena, mesmo com a chuva hehe. Anoitecendo, meu pai voltou par ao hotel, enquanto eu fui dar mais uma volta pelo centro de Kyoto a noite. Meu objetivo era ver um pouco de Gion, o bairro "boêmio" da cidade, e onde há vários botecos e restaurantes pela noite. É onde também ficam as gueixas, e de vez em quando é possível ver uma ou outra por ali. Não confundir com os turistas que se vestem de roupas típicas! Gueixas ainda existem e é um trabalho sério e milenar no Japão. Foi muito bacana caminhar pelo bairro, e deu inclusive para comer um Takoyaki no Yasaka Shrine, santuario shintoísta que fica logo ao lado de Gion. Bom demais! E assim terminamos o dia 4! Nishiki Market Heian Jingu Shrine Caminho do Filósofo Caminho do Filósofo Noite em Gion Gion Gion a noite Takoyaki! Dia 5: Kyoto, Fushimi Inari, Kiyomizu-dera e Gion de dia E chegamos ao meu dia preferido de Kyoto! Começamos o dia visitando o Fushimi Inari, a montanha ao sul de Kyoto que é conhecida pelos milhares de toris que sobem a colina acima. Lugar é muito bonito, mas é uma caminhada braba! Quis chegar até o topo, mas é bastaante escadaria. O santuário é bem antigo, e é um ponto bem característico da cidade. De lá, pegamos o metrô para irmos para o meu templo preferido em Kyoto: O Kiyomizu-dera. Gostei dele por dois motivos: i) Primeiro porque ele fica em cima de uma colina, e temos uma bela vista do centro de Kyoto. E ii) porque ele realmente é belíssimo, o que inclui torres impressionantes. Ah, o templo dessa vez é budista, e mesmo que se assemelhe aos santuários shintoístas, as cerimônias são bem diferentes. E você consegue ver isso na própria conduta de entrada. Mas em ambas religiões existem um respeito aos fiéis e turistas. Ninguém incomoda ninguém, e é um ambiente bem agregador, como todo Japão. Uma coisa legal do Kiyomizu-dera é que ele é colado em Gion. Então a saída do santuário é um show...você cai direto nas ruazinhas do bairro, e vai parando nas lojinhas e nas vendinhas de comida. E no meio do bairro, estava rolando uma feirinha numa praça em Gion que era extremamente agradável. Pegamos uma cerveja, compramos um Udon e tivemos um belo almoço cercado por cerejeiras. Uma das melhores memórias que tenho dessa viagem foi nesse dia . Restante do dia foi uma caminhada pelo resto de Gion, apreciar as cerejeiras e curtir mais um pouco dessa cidade. Kyoto é simplesmente espetacular! Fushimi Inari Toris em Fushimi Inari Caminhada em Fushimi Inari O templo mais bonito de Kyoto: Kiyomizu-dera Kiyomizu-dera Vista de Kiyomizu-dera Kiyomizu-dera Kiyomizu-dera Kiyomizu-dera fica pertinho de Gion, e a caminhada descendo de lá é muito agradável Gion lotada! Dia 6: Kyoto, Castelo de Nijo, Kinkaku-ji (templo dourado), Vila de Arashiyama e Estação Central de Kyoto O sexto dia foi um dia muito bonito, onde reservamos para conhecer a parte norte da cidade. Começamos primeiro indo para o Palácio Imperial de Kyoto, que foi a capital do império japonês até o século XIX, antes da Restauração Meiji, antes da mudança para Tokyo. O acesso é gratuito para os jardins e aos pavilhões do palácio, e o ambiente é muito agradável. A visita em si às partes internas do castelo só acontece poucas vezes ao ano. Mas o acesso aos jardins são livres o ano inteiro. Estava um dia bem bonito, então tinha bastante gente por lá, o que inclui atividades que remetiam à época feudal no Japão, como por exemplo a pratica do Temari, esporte-arte folclórico japonês que é um dos percursores da altinha, tão famosa aqui no Brasil. Sem contar que tinha bastante atividade gratuita para o pessoal, foi bem divertido! Palácio Imperial de Kyoto Kemari no Palácio Imperial de Kyoto Palácio Imperial de Kyoto Saindo do Palácio Imperial, pegamos um ônibus rumo à parte norte da cidade. Primeira parada foi o templo budista Kinkaku-ji, o conhecido "templo dourado" de Kyoto. E que lugar bonito! Como estava bem ensolarado, as luzes refletiam no templo, que dava um caráter de ouro no prédio! Não é possível entrar no templo, mas o lugar é bem agradável. O templo fica cercado por um lago, e você tem acesso ao jardim também. Por mais que o Kinkaku-il fique numa parte isolada da cidade, a visita vale muito a pena. O lugar é bem fotogênico. Kinkaku-ji, o templo dourado Kinkaku-ji O plano inicial era conhecer os outros templos/santuários do norte de Kyoto, mas como passamos mais tempo que o esperado no Palácio Imperial, acabamos tocando direto para a vila de Arashiyama. Esse era um lugar que estava bastante animado para conhecer. Arashiyama é um distrito de Kyoto que fica na parte noroeste da cidade. É afastado, então é necessário guardar um tempo para deslocamento. Fomos de ônibus e trem (sempre usando o Pasmo/Suica/JR Pass) saindo do templo de Kinkaku-ji, para chegar na hora do almoço em Arashiyama. A atração principal de Arashiyama é a floresta da bambu do vilarejo. E aqui vai uma dica de ouro: Como a floresta é altamente instagramável, o lugar costuma lotar. Então o esquema é ou ir muito cedo ou ir já no fim da tarde. Optamos pelo segundo. Aproveitamos o tempo em Arashiyama para passear pelo centro da cidade, que têm várias lojinhas/comidas de rua, e também para almoçar. Aqui vai outra recomendação: O restaurante Kijurou. Estávamos a procura de um bom restaurante de carnes para comer um bife de Wagyu, e esse foi encontrado no Google. Achei excelente, com ótimos preços e um próprio jardim de pedra para a espera. Passeamos também pelas margens do rio Katsura, que banha a cidade, e tem um visual bem bonito. Queríamos também visitar o Arashiyama Monkey Park, parque que você pode contemplar os famosos macacos japoneses, mas infelizmente ele fechava às 17h. Dito isso, depois de passear pela cidade, finalmente fomos ao bosque de bambus bem mais vazio! E conseguimos aproveitar bem lá sem tanta lotação . Floresta de bambu de Arashiyama Wagyu em Arashiyama Ruas de Arashiyama Arashiyama Saindo de Arashiyama, pegamos um trem para a estação central de Kyoto, e fomos surpreendidos pela beleza que é aquela estação! Uma obra da engenharia! Tínhamos até lido que a estação era bonita, mas foi muito mais do que a gente esperava! Gostamos tanto que passamos umas 2 horas passeando e conhecendo as passarelas, escadas rolantes, o terraço (que tem uma bela vista de Kyoto), além de lojas e um shopping center. Outra coisa que é importante mencionar: Todas as estações das grandes cidades são centros gastronômicos! Jantamos na estação de Kyoto um belo kare (o primeiro do Japão! Amo!), e foi uma noite bem agradável. Sem contar que vimos o pôr-do-sol do terraço da estação. Foi uma forma bem legal de terminar o tempo em Kyoto. Escadas rolantes na estação central de Kyoto Vista da estação central de Kyoto Terraço na Estação Central de Kyoto Primeiro Kare no Japão! Dia 7: Hiroshima, Museu da Bomba Atômica, Praça da Paz e Okonomyaki! Na manhã do sétimo dia de Japão nós saímos de Kyoto em direção à Hiroshima. Quando estávamos planejando a viagem, sabíamos que obrigatoriamente teríamos que visitar dois lugares: i) Tokyo e ii) Hiroshima. Eu e meu pai somos fãs da história da Segunda Guerra Mundial, e tínhamos bastante curiosidade para conhecer o Museu da Bomba Atômica. Então mesmo que Hiroshima fique no outro lado do país, era uma prioridade. Mas antes, aqui vai outra praticidade muito bacana do Japão: O despache de malas entre hotéis. Como os Shinkansen têm restrições em relação à bagagem, e passaríamos os próximos 3 dias em deslocamento, optamos por enviar nossas malas de Kyoto para nosso hotel que ficaríamos em Tokyo no fim da viagem. O serviço é super prático e com bons preços. Na hora do check-out em Kyoto, mandamos nossas duas malas para nosso hotel de Tokyo, que pegaríamos quando fizéssemos o check-in 3 dias depois. Show de bola Adeus malas! Nos vemos em Tokyo! Shinkansen para Hiroshima Chegando em Hiroshima, deixamos nossas malas no hotel, que ficava colado na estação de trem, e fomos direto para o Museu da Bomba Atômica. O museu fica na região do marco zero da bomba atômica, e toda a praça é cercada de monumentos e lembranças da destruição. E aqui vou gastar um tempinho falando sobre a experiência do museu em si. Não quis e nem fiz questão de tirar fotos, porque não era o foco. O museu é uma coisa impressionante. Há relatos, objetos, imagens, toda uma história sobre não só da bomba, mas também dos efeitos que aquilo causou na cidade. É bem forte. Não era incomum você ouvir pessoas soluçando de choro durante a visita, eu mesmo me emocionei em certas partes. E muitos japoneses visitando, uma coisa que me chamou atenção. O sentimento é muito parecido com o que senti quando visitei Berlim e o museu da ditadura militar em Santiago...de que existe um senso de educação positiva em relação à bomba atômica e a intenção de ver a história para aquilo nunca mais se repetir. Essa é a principal mensagem que o museu passa. E é uma experiência que todo mundo que visitar o Japão deveria ter, porque é algo impressionante. No restante da praça, há diversos monumentos e memoriais. O que mais chama atenção é o Memorial das Crianças, que tem a imagem da Sadako Sasaki, que foi uma das vítimas que morreram por consequência da bomba atômica de Hiroshima. Ela até sobreviveu à bomba em si, mas morreu anos mais tarde por uma leucemia causada pela exposição à radiação. E ela tinha a crença de que, se dobrasse 1000 tsurus (aqueles origamis de pássaros japoneses) ela se curaria. Infelizmente ela acabou falecendo mas, hoje o tsuru virou símbolo de perseverança e paz, e por isso diversos visitantes do memorial levam tsurus dobrados para o monumento. É um sentimento bem legal! Saindo de lá, ainda passamos pelo Domo de Hiroshima, que é um dos poucos prédios que permaneceu de pé depois da explosão da bomba. Ele virou uma espécie de símbolo de resistência e reerguimento da cidade, e por isso foi mantido e restaurado até hoje. O lugar era uma filial da prefeitura de Hiroshima, que fica bem próximo do marco zero da explosão. Museu da Bomba Atômica Momumento das Crianças Tsurus Domo de Hiroshima Saindo da Praça da Paz, fomos em direção ao Castelo de Hiroshima, lugar bem bonito e que resgata a história medieval da cidade. É possível subir até o topo, e todo o castelo tem exposições de objetos, roupas e equipamentos que rementem ao Japão feudal dos samurais, é bem interessante. Vale a visita, dura uns 40min tudo. E saindo de lá, voltamos para o hotel fazer o check-in e dar uma descansada. A noite, ainda fui dar uma volta pelo centro de Hiroshima, que é bem ativo, cheio de comércio e restaurantes, mas meu foco era um só: Achar o melhor Okonomiyaki do mundo. Para quem não conhece, Okonomiyaki é a chamada "panqueca japonesa". Ela é uma massa feita com repolho, noodles, ovo e diferentes ingredientes que eu já tinha comido aqui na Liberdade mas, tinha muita curiosidade para comer o verdadeiro Okonomiyaki, que é um dos pratos típicos de Hiroshima. E não havia melhor lugar para isso do que o Okonomimura: Um prédio de 5 andares em que só se vende Okonomiyaki, em todos os restaurantes. É o paraíso para fãs de comida japonesa quente como eu! E que coisa maravilhosa, a tiazinha que cozinhava fazia a comida na sua frente, num balcãozinho com uma chapa quente bem ali. Experiência incrível! E assim terminamos o primeiro e último dia de Hiroshima, uma surpresa extremamente agradável! Castelo de Hiroshima Castelo de Hiroshima Okonomimura: O paraíso do Okonomiyaki de Hiroshima A tiazinha do Okonomiyaki é uma lenda Na paz depois do meu Okonomiyaki! Dia 8: Ilha de Miyajima e deslocamento até a Ilha de Naoshima Guardamos a manhã do dia 8 para conhecer a ilha de Miyiajima, ilha perto de Hiroshima que tem como principal atração o santuário shintoísta de Itsukushima. A ilha tem outros destaques como por exemplo os veados, que ficam soltos pela ilha e você pode alimentá-los, além do centrinho cheio de comidas de rua e lojinhas...mas a ida de lá vale a pena principalmente se você quer ver o visual do tori de Itsukushima, que tem um efeito bem legal durante a maré alta! Parece que que o tori está "flutuando" na água, e com o reflexo, fica um visual bem bonito. Então se planeje para ir durante a maré cheia. A ida até Miyajima é simples, basta pegar um trem regional para a cidade de Miyajimaguchi, e de lá pegar o ferry até a ilha. Usamos sempre o Pasmo/Suica/JR Pass para esses deslocamentos. E foi legal ter a primeira experiência com o mar no Japão, mesmo sendo um ferry! A ilha é bem legal, mas basta uma manhã pra visitar tudo. Tori flutuante em Miyajima Veados de Miyajima Miyajima Centrinho de Miyajima Saímos de lá e começamos o nosso deslocamento para a Ilha de Naoshima, a ilha de arte do Japão. Esse era um destino que estava bastante animado para conhecer! Naoshima é um reduto artístico, com museus de arte moderna repleto de obras como Monet, Manet, Andy Wahrol, além de claro, ser a ilha que contém as duas abóboras de Kusama Yayoi, tão famosa no mundo artístico. Descobri a ilha por recomendação de um amigo de faculdade que tinha ido para lá em 2019 e em uma conversa sobre o Japão, ele disse: "Vitinho, você PRECISA conhecer a ilha de Naoshima, você vai adorar!" Dito e feito, foi um dos highlights da viagem. Falo melhor de cada atração jajá, mas antes vamos falar do deslocamento, porque ir para Naoshima não é tão simples quanto pro exemplo ir para Miyajima, e requer um pouco mais de atenção. Nós pegamos o ferry de volta de Miyajima e o trem regional até Hiroshima, onde pegamos o Shinkansen para a cidade de Okayama, que fica entre Hiroshima e Kyoto. De lá, descemos e pegamos outro trem regional em direção à Uno, cidade costeira onde se pega o ferry para a ilha de Naoshima. Tudo deu certo, mas vale prestar atenção nos horários porque os ferrys não navegam de noite, então é bom chegar lá durante a tarde. Desembarcando em Naoshima, você se depara já com a abóbora vermelha de Kusama Yayoi na estação do ferry, que já da uma vibe bem bacana do que está por vir! Andamos até o nosso hotel, fizemos o check-in, e subimos até o terraço do hotel que tinha uma vista espetacular da Ilha e da Baía de Naoshima. E aqui foi um dos momentos mais especiais da viagem. Eu e meu pai pedimos uma cerveja cada e contemplamos o pôr-do-sol lá de cima, vendo o mar, e foi um momento bem bacana já que, naquele momento, estávamos já na metade da viagem, e foi a primeira vez que parávamos depois de dias muito ativos nos grandes centros de Tokyo, Kyoto e Hiroshima. Trocamos boas ideias lá de cima e percebi o quão era única aquela viagem junto com meu pai. É um momento que recordarei para sempre 🥲. Depois disso e uma pizza, fomos descansar porque o dia seguinte seria longo! Trem regional até Uno Ferry para Naoshima Momento muito especial com uma cerveja vendo o pôr-do-sol com meu pai na ilha de Naoshima Abóbora vermelha de Kusama Yayoi Naoshima Dia 9: Ilha de Naoshima, abóboras, arte, praia e retorno à Tokyo Esse dia foi bem divertido. Meu pai voltou de manhã para Tokyo sozinho (lá é bem fácil andar de shinkansen, caso vocês estejam se perguntando!), enquanto eu fiquei na ilha durante o dia para explorar os museus e as Art Projects de Naoshima. É possível fazer a ilha de duas formas: i) De busão/a pé, como eu fiz ou de ii) Bike. Optei pelo primeiro já que não valeria muito a pena fazer tudo de bike já que ficaria apenas aquele dia, e os aluguéis lá valem a pena para 2 dias de visita. Mas a linha de ônibus que leva para o outro lado da ilha funciona muito bem! Você pega primeiro um ônibus ali da região do cais, que te leva para o outro lado de Naoshima, onde há um vilarejo com as bilheterias para os museus e as Art Projects. Essas últimas, são exposições de artistas independentes pelo centrinho de Naoshima, e é possível fazer a visita à todas elas. Inclusive, você pode carimbar sua visita na caderneta que eles te dão, e é bem divertido. Passei a manhã nisso. Do centrinho, peguei um ônibus para a parte sul da ilha, onde se tem as principais atrações e o que estava mais animado. Minha primeira parada foi a região do cais sul, onde se tem a famosa abóbora amarela de Kusama Yayoi. Você deve conhecê-la das estampas das marcas de luxo e das exposições que viraram febre recentemente no ocidente, tudo em função das homenagens que a artista, que está já velhinha, tem recebido mundo afora. É bem bonito a abóbora, mas não é a parte mais legal da experiência de Naoshima! Estava animado mesmo com os três museus que visitaria ainda: O Benesse House Museum, o Chichu Art Museum e o Lee Ufan Museum, que contém todos um acervo enorme de arte moderna e contemporânea. Especificamente, estava bastante empolgado para o Chichu Art, que é um museu que tem um jardim inspirado nos lírios de Monet, inclusive com um painel enorme deles como principal obra. Para quem curte esse tipo de rolê, é um show a parte! Passei a tarde visitando os museus, almocei com a vista panorâmica do oceano de lá, e foi um dia extremamente proveitoso. Como estava se aproximando do fim do dia, ainda dei uma caminhada e pelo sul da ilha e voltei andando até a região do cais, onde peguei as minhas coisas do hotel e fui comprar o meu ferry de volta à Uno. Naoshima se tornou um lugar muito especial, e com certeza na próxima vez que voltar ao Japão, vou visitar para ficar mais dias. Não só em Naoshima, como nas ilhas ao redor, que também tem bastante acervo artístico. Foi muito bacana conhecer essa parte bucólica e cultural do Japão, um dos highlights da viagem. Uma das Art Projects em Naoshima Explorando o vilarejo artístico da ilha A famosa abóbora amarela de Kusama Yayoi Vista do Chichu Art Museum Chegando ali na parte do cais, começamos a viagem de volta para Tokyo. Mesmo esquema da vinda: Ferry até Uno, trem regional até Okayama e trem bala até Tokyo. Viagem toda durou umas 4,5h. Em Tokyo, encontrei meu pai no hotel, que também ficava em Shibuya, mas dessa vez era beeem pequeneninho. Inclusive esse um alerta: Como hospedagem no Japão é caríssima, os hotéis, principalmente nos grandes centros, são bem pequenos. E essa era o nosso caso em Tokyo. No primeiro hotel que ficamos, lá na chegada da viagem, como era meu aniversário, acabei pegando um hotel mais confortável, e era apenas 1 noite. Mas como ficaríamos mais 4 dias na capital, o segundo hotel era realmente bem apertado. Então tenha isso em mente. E o restante da noite foi basicamente explorar a região de Shibuya a noite, a Shibuya cross, e descansar que o dia seguinte começava nossa aventura pela cidade mais legal do mundo! Dia 10: Tokyo, Shibuya, Ginza, Palácio Imperial de Tokyo e Shinjuku de noite! Dia 10 fizemos o clássicão dos grandes centros de Tokyo. Foi muito legal ter agora, de fato, a experiência de viver, o que depois conclui, um pouco da melhor cidade do mundo. E não estou brincando: Tokyo é espetacular. Só de lembrar eu fico arrepiado com o quão cosmopolita, urbana, arborizada e segura é aquela cidade. Sem contar com a cordialidade com os turistas. Começamos o dia explorando, dessa vez de dia, a região de Shibuya, mais uma vez atravessando o Shibuya cross, para depois pegar o metrô para a região de Ginza. A primeira parada foi o Palácio Imperial de Tokyo. Assim como em Kyoto, as visitas para a parte interna do Palácio Imperial são restritas. Porém, toda a estrutura do jardim você consegue visitar. E é belíssimo! O Palácio fica num parque bem arborizado, e você consegue visitar as ruínas do Castelo de Edo, é bem legal. Além de claro, tomar um café por lá. A região é bem agradável, e gastamos a manhã por lá. Ali do lado fica o bairro de Ginza, que é conhecido pelas lojas chiques de grife, assim como os cafés e restaurantes mais caros da cidade. Me lembrou muito a região da Faria Lima aqui de São Paulo, com a diferença que lá se tem um bairro mais andável e também bastante centro comercial de lojas e restaurantes. Era sábado, então a rua estava fechada, e foi muito agradável passear por lá. Saindo do parque, você já se depara com a estátua do Godzilla de Ginza, que contém dentro dela o primeiro roteiro original dos filmes. Seguindo, você explora a Chuo-dori Avenue, que tem infinitas lojas de grife, incluindo a maior Uniqlo do mundo! Foi bem legal entrar e explorar a loja, fiz várias compras hehe. Como o JPY estava barato, deu pra comprar bastante coisa legal por lá. A Uniqlo é como se fosse a C&A deles, então muita coisa de boa qualidade e em conta. Meu maior objetivo era achar coisas do merchandising do Roger Federer, como um bom fã e atleta social de tênis, e não decepcionou! Dentro da loja tem uma parte exclusiva do Federer e do Nishikori (atleta japonês patrocinado pela Uniqlo também hehe). Foi bem divertido. 🎾 Shibuya Cross de dia Região de Ginza, muito chique! Almoçamos por lá, passeamos mais, entramos na maior papelaria do mundo, e depois voltamos para o centro para visitar Shinjuku a noite. Shinjuku é, junto com Shibuya, a região mais famosa de Tokyo, e você deve lembrar da rua principal por conta dos vários filmes e séries que retraram essa parte luminosa da cidade. O que me bem a cabeça é obviamente o filme Lost in Translation de Sophia Copolla, com Scarlett Johansson e Bill Murray. Caminhamos por lá um pouco, e depois que meu pai cansou, fiquei mais um pouco para comer na famosa ruazinha de Omoide Yokocho, que é uma ruelinha cheio de restaurantes de comidas típicas. Eu estava atrás de um bom Yakitori (o espetinho japonês) com alguma cerveja gelada, e encontrei exatamente o que precisava. Saindo de lá, ainda deu para passar em Shibuya a noite e conhecer a Tower Records, loja de vinis gigantesca que ficava pertinho do nosso hotel. Comprei dois discos que gostava (incluindo a edição japonesa do Is This It dos Strokes!), fiz mais umas comprinhas na Uniqlo de Shibuya para, enfim, voltar para o hotel e descansar. Primeiro dia completo em Tokyo foi simplesmente incrível. Ali eu já sabia que tudo o que falavam de Tokyo era verdade. Que cidade, meus amigos! Shinjuku Omoide Yokocho, a rua das comidas de Shinjuku! Dia 11: Tokyo, vista do Tokyo City Hall, Harajuku, Santuário Meiji Jingu e mais Shibuya O segundo dia completo em Tokyo começou com nossa visita ao Tokyo City Hall. Essa é outra ótima dica: Existem diversas formas de ver a cidade de cima, coisa que é indispensável em uma visita à capital do Japão. O que poucos sabem é que a forma mais barata de se fazer isso é...de graça! É possível subir até o mirante da Prefeitura de Tokyo e ver todo o esplendor da cidade lá de cima. Começamos então nosso dia subindo até lá para ter a vista panorâmica, e valeu muito a pena. Infelizmente o dia estava nublado, então não conseguimos ver por exemplo, o Monte Fuji, mas todo o restante da cidade foi possível avistar de lá. Valeu muito a pena! Saímos de lá e fomos em direção à Harajuku, que é um bairro que estava animado para conhecer por ser conhecido como bairro "jovem" do momento. Lá tem vários cafés, lojas, entre outros atrativos que atraem uma multidão de adolescentes/jovens adultos, o que inclui por exemplo aqueles cafés com gatinhos (ou até porquinhos, capivaras, hehe). Porém, o que não esperávamos é que estaria tão cheio! Era um domingo, então o bairro estava abarrotado...bem mais cheio que a Liberdade de final de semana aqui em São Paulo. Isso atrapalhou um pouco nossa experiência, então nem ficamos muito tempo pela rua principal. Nosso foco foi achar um lugar para comer, onde encontramos um belo restaurante de kare. Almoçamos e passeamos pelo bairro até chegar no Meiji Jingu, um santuário shintoísta no meio da cidade, ali pertinho de Harajuku. O passeio foi bem legal, já que o santuário é bem no meio de um bosque, então toda a visita é muito bonita. Sem contar que há um belo café para descansar ali. O que foi ótimo depois de se esparramar no curry de Harajuku hehe. Saindo de lá, caminhamos de Harajuku até Shibuya, passando pela famosa Penny Lane e pela Cat St, uma ruazinha bem simpática que liga os dois bairros e com diversas lojinhas bacanas. Essa foi uma das melhores caminhadas que fizemos em Tokyo, e todo o caminho era extremamente agradável. Fomos parando de lojinha em lojinha, e foi muito legal ver como os bairros mudam até chegar em Shibuya. Nisso, chegamos no hotel, demos uma descansada e depois saímos para jantar. Nesse dia, estava com uma lombriga da comida ocidental hehe, e acabei encontrando um pub para comer um belo hamburguer e uma boa cerveja, o que valeu a pena! Uma pausa necessário depois de tanto curry, molho teryaki e outras comidas típicas japonesas. Dia foi bem divertido, que terminou com uma boa descansada depois de conhecer mais a região de Harajuku e de Shibuya. Vista do Tokyo City Hall, mirante na faixa! Harajuku e superlotação de um domingo em Tokyo Bosque do Santuário Meiji Jingu Dia 12: Monte Fuji, bate-volta para Kawaguchiko e vista do Tokyo City Hall de noite Esse dia foi outro dia bem legal da viagem. Quando estávamos planejando, sabíamos que resevaríamos um dia para conhecer o Monte Fuji de perto. Por mais que seja possível vê-lo de Tokyo em lugares como o City Hall, isso só aconteceria se o dia estivesse bem claro, e como março/abril é um período ainda com bastante chuva, não era garantido. Então chegando no Japão, já vi quais dias estariam com o dia claro e ensolarado na previsão do tempo, e reservei esse dia para conhecer algum vilarejo perto do Monte Fuji. Pesquisa vai, pesquisa vem, e descobri que uma das formas mais legais de conhecer é via Kawaguchiko, uma cidadezinha há 1h30 de Tokyo que tem como principal atração o Lago Kawaguchiko, que fica à beira da montanha e tem um visual espetacular. É lá que fica também o Chureito Pagoda, castelo que é também extremamente fotogênico, e sempre está nos cartões postais do Japão. A ideia inicial era visitar o Pagoda e depois ir para a cidade de Kawaguchiko, mas como o tempo ficou apertado, resolvemos guardar o dia inteiro em Kawaguchiko e no entorno do lago. Há duas formas de você visitar o vilarejo. Um é via trem, e outro via ônibus. Como não tínhamos mais o JR Pass, já que fechamos por apenas 7 dias, então acabou compensando para nós a viagem de ônibus. Porém atenção: As passagens acabam rápido, com dias de antecedência, então no nosso primeiro dia de Tokyo nessa volta depois de Naoshima, paramos na estação de Shinjuku e compramos as passagens para o dia 12, ida e volta. Como descrevi ali em cima, escolhemos o dia em que a previsão estaria boa segundo a previsão do tempo, já que queríamos ter uma visão completa do Monte Fuji lá do vilarejo. E tudo deu certo, foi ótimo! Pegamos o ônibus de Shinjuku e chegamos de manhã em Kawaguchiko. De lá, se pega um ônibus municipal que dá a volta no lago. É possível comprar o passe para o dia. Mas antes, um relato divertido: Chegando na estação de Kawaguchiko, depois de comprar o passe diário do ônibus para o lago, percebi que meus dois passaportes não estavam comigo. Era onde eu guardava o Pasmo/Suica, além do meu JR Pass, então entrei em desespero. Mas a gente fica tão desacostumado de estar no Japão que já acha que tudo pode dar errado. E não deu outra, bati no balcão de atendimento da estação e lá estava meu porta-passaporte, com tudo dentro, inclusive uns dólares que tinha comprado para a viagem para NY logo depois, e ainda um bilhetinho com o horário que foi achado o item no chão. O Japão realmente é sacanagem hehe, nunca decepciona! Bom, passado o susto, pegamos o ônibus e fomos até o outro lado do lago, onde se tem a vista do Monte Fuji. E ele estava esbelto! Sem nenhuma nuvem! Todo para nós! Há vários mirantes pelo lago, cafés, livings, food trucks, onde você pode passear pelo parque e contemplar a vista da montanha. É maravilhoso! Acabamos almoçando por lá e tomando um café apreciando a beleza que era aquele lugar. E uma coisa mais legal ainda: O visual ficava ainda mais bonito com o tanto de cerejeira que tinha na paisagem. Deu um toque especial. Sabe aquela foto clássica do Monte Fuji com as cerejeiras rosas? Era exatamente o que estávamos apreciando ali. Tenho ótimas memórias desse dia. 💮 Depois de passar a tarde passeando por lá, pegamos o ônibus de volta até a estação de Kawaguchiko para, assim, pegar o ônibus de volta para Tokyo. Tenho vontade de voltar para o vilarejo e ficar um dia lá, porque tem bastante coisa para fazer, incluindo hikes pelo Monte Fuji e atividades no lago Kawaguchiko, e a região também é conhecida por ter vários Ryokan, aqueles hoteis japoneses em que se tem uma imersão à cultura milenar, com cerimônia do chá, kimonos, etc...mas fica pra próxima . Chegando em Tokyo de noite, ainda passamos outra vez na prefeitura de Tokyo para apreciar a cidade de cima mais uma vez. Dessa vez de noite. E valeu super a pena. Eu achei a vista mais bonita de noite do que de dia, então reserve também um momento para ver o Tokyo City Hall com as luzes da cidade. Foi bem legal! Terminado o dia, voltamos para Shibuya e descansar para o que seria o último dia completo no Japão! Primeira vista do Monte Fuji em Kawaguchiko! Monte Fuji e cerejeiras: Um dos lugares mais bonitos que já vi Calçadão do Lago Kawaguchiko Vista noturna do Tokyo City Hall Dia 13: Odaiba, Mercado Toyosu, Ueno, Museu Nacional de Tokyo e Akihabara Esse foi o último dia inteiro que tivemos no Japão. E começamos com a manhã no bairro de Odaiba, nosso primeiro contato com a área portuária de Tokyo. Odaiba é onde tem o mercado de peixes de Tokyo, e é possível visitá-lo de manhãzinha para acompanhar os leilões de atum de lá. Essa a priori era a intenção, mas os leilões são muuito cedo, então visitamos a parte moderna de Odaiba, onde se tem uma vista bem bonita da Baía de Tokyo, além de almoçar no mercado de Toyosu. Mas a visita à Odaiba já tem atrativos no próprio caminho até lá. Para chegar na região portuária, é necessário pegar a linha Rinkai, que é um show a parte! Pega-se um metrô até a estação Shiodome e de lá anda-se no trem aéreo até a região da Odaiba. Dica de ouro: Pegue o primeiro vagão, onde você vai ter uma experiência bem bacana da vista aérea, o que inclui passar pela Rainbow Bridge, que é aquela ponte famosa de dois andares de Tokyo. É simplesmente espetacular passar com o trem por lá, uma coisa tão rotineira para eles mas que para nós é tipo, ultra moderno. Foi muito legal e quando li essa dica, não dei muita bola, mas foi um dos auges do dia! Chegando ali na região de Odaiba, descemos na estação Daiba e já demos uma volta pelo parque, que tem uma vista bem legal da cidade. Existe até uma estátua da liberdade de lá. Além de claro, da estátua do Gundam, que é um outro atrativo do bairro. A região de Odaiba é bem bonita, e é um lugar muito legal de visitar com o dia ensolarado como a gente fez. Ainda deu para passear um pouco no parque de Akatsuki, para depois almoçar no mercado de Toyosu. Lá no mercado de Toyosu foi onde comemos o primeiro e único restaurante de sushi no Japão! Surpresos? Sim, adoramos sushi, mas gostamos tanto das comidas de rua/quentes do Japão que nem foi nossa prioridade quando visitamos o Japão. E guardamos para comer um bom sushi no lugar onde se tem o melhor sushi...no mercado de peixes! O Toyosu é cheio de ótimos restaurantes que servem não só peças separadas, mas também menus omakase. Optamos por um desses e foi excelente. E olha que meu pai nem é o maior fã de sushi, mas até ele gostou. Eu já sou viciado em comida japonesa no Brasil, e o sushi que comemos no Toyosu é melhor qualquer omakase de São Paulo! Vale demais. 🍣 Vista de Odaiba Gundam Base de Tokyo Omakase no mercado de Toyosu Pegando a Rainbown Bridge no primeiro vagão do metrô rumo a Odaiba Saindo de Odaiba, pegamos mais uma vez o aerotrem (RIP Levy Fidelix) para voltar à parte continental de Tokyo e seguimos para o bairro de Ueno, que é parque mais famoso da cidade, e onde fica o Museu Nacional de Tokyo. Eu e meu pai nos amarramos num museu, e não tínhamos pesquisado nada do conteúdo de lá, e foi uma baita surpresa boa! Não tivemos muito tempo, já que o museu fechava cedo, mas a visita é muito completa, com itens, arte, entre diversos objetos objetos que remetem não só a história do Japão, mas de toda Ásia. É uma visita que vale super a pena, e gastaria mais tempo lá. Saindo do museu, ainda demos uma volta pelo parque de Ueno, comemos em uns food trucks ali mesmo do parque e depois e, mesmo cansados, demos uma passada no bairro de Akihabara, que ficava no meio do caminho de Ueno para Shibuya. Akihabara é o bairro dos games, cosplays e mangás. Além do reduto de eletrônicos de Tokyo. Gastamos um tempo ali nas lojas e nos shopping, mas estava tão cansado, que voltei antes para o hotel, com a promessa de voltar para lá no dia seguinte. Meu pai ficou mais um pouco. Então o relato de Akihabara fica para o próximo dia. Cheguei no hotel e descansei...porque o próximo dia seria nosso último dia de Japão e a viagem de volta para o ocidente. Museu Nacional de Tokyo Pôr-do-sol em Ueno Ueno Akihabara Dia 14: Akihabara de manhã e ida para o aeroporto Tokyo-Narita, fim de Japão! E assim chegamos ao último dia de Japão! Foi um dia rápido, já que guardamos a manhã para voltar à Akihabara para ver uns eletrônicos, mas a vibe do bairro é bem diferente de manhã do que a noite, como vimos no dia anterior. Guardaria numa próxima um tempo maior para curtir o bairro, já que gosto bastante de games e eletrônicos, seria legal passar mais horas por lá! Fizemos algumas comprinhas antes de começar o deslocamento para o aeroporto, então valeu a pena! Na hora do almoço, voltei para o hotel para pegar as minhas malas e peguei o Narita Express, o trem que sai ali de Shibuya e vai direto para o aeroporto. Reparem que esse aeroporto é o mais afastado, diferente do Tokyo-Haneda, que foi o aeroporto centralizado que eu cheguei. Foi legal ter as duas experiências de aeroportos, pois agora posso falar se vale a pena um ou outro. O resumo: Tanto faz! Em ambos o acesso é muito fácil, a única dica que eu dou é: Sempre vá e volte do aeroporto de trem/metrô, nunca de taxi/uber! Lá o transporte por aplicativo é extremamente caro, e como Narita é bem afastado da cidade, se você quiser um pouco mais de conforto, pegue como eu o Narita Express, que te leva sem paradas até os terminais. É possível também ir de trem regional, mas como estava com pouco tempo, fui no expresso mesmo. Custou cerca de 30 dólares. Para comparação uma viagem de taxi/uber de Narita para Shibuya dá mais de 1000 reais! Chegando no aeroporto, fiz meu check-in e fui esperar a hora do voo na área vip. Já tinha despedido do meu pai ainda em Tokyo, já que o voo dele era via Qatar. E passei as últimas horas de Japão refletindo o quão legal tinha sido aquela viagem e, principalmente, conhecer um lugar tão bacana na companhia do meu pai. Fazer essa viagem com ele foi um dos grandes acertos que eu fiz na vida, e vou lembrar nosso tempo lá com muito carinho. Realmente inesquecível. Akihabara 5) Conclusão Como esse relato é de Japão e não Nova York, eu vou terminar esse relato aqui. Farei um outro de Nova York em outro post. E depois edito no link daqui caso tenham curiosidade. Mas queria fazer umas reflexões sobre o Japão e sobre essa viagem antes de terminar o texto. Primeiramente, sempre me perguntam o que eu mais gostei no Japão. E eu nunca hesito: O que eu mais gostei do Japão foram os japoneses. É impressionante a cordialidade desse povo e como eles tratam bem o turista. Sempre que precisamos da ajuda deles, mesmo eles não falando inglês ou a nossa língua, não houve nenhum empecilho que atrapalhasse nossa comunicação. É um povo acolhedor e receptivo, muito diferente do que eu imaginava. Claro que para imigrantes, o relato provavelmente seria outro, mas aos olhos de um turista, o Japão é o país que melhor me recebeu. Outro ponto é a organização e segurança. Eu me senti extremamente seguro por lá. É meio impossível ser assaltado no Japão, e mesmo a gente fazendo algum esforço para perder alguma coisa (olá passaporte!), eles sempre dão um jeito de te ajudar. Fique bem tranquilo quanto a isso. E outra reflexão é como Tokyo, especificamente, é um espetáculo. Nós brasileiros somos bastante influenciados pela cultura americana. E eu sempre tinha na cabeça que o símbolo de civilização e modernidade seria Nova York. E pasmém: Logo depois quando pousei em NY, ao visitar a Times Square, eu fiquei decepcionado! Nada, nada se compara às luzes de Shibuya e Shinjuku. Sem contar que o povo é mais educado rsrs. A gente esquece que do outro lado do mundo existe uma mega-cidade que é o centro de influência cultural da Ásia inteira. E Tokyo preenche esse papel muito bem. Virou e ainda é a minha cidade preferida do mundo. E não vejo a hora de voltar. O Japão é um país que mesmo sendo longe, exerce muita influência aqui no Brasil, especialmente em São Paulo. E estar lá me fez ver que existe muita, mas muita coisa ainda para se conhecer da cultura japonesa. Fazer essa viagem, com meu pai, do jeito que fizemos, foi uma das melhores memórias que eu já criei na minha cabeça. Dito isso, só digo: Japão, até logo! Foi especial demais! 🎎✌️
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Quinta-feira, 30 de abril de 2020. Saravá, mochileiros! Escrevo esse relato no dia 30 de abril, em plena pandemia de COVID-19. Estou pra escrever o relato já algum tempo. A viagem foi em fevereiro de 2020, no carnaval, logo antes do primeiro caso de coronavírus ser confirmado no país. E nesse momento de stress, a coisa que eu mais sinto falta é pegar a mochila e viajar, sem sombra de dúvidas. De certa forma, o relato vai ser meio bucólico pelo fato da gente não poder sair. E escrever sobre viagens talvez seja a atividade mais terapêutica que eu conheço, além de viajar, claro. Então se você, como eu, está aflito com toda a situação, ficando em casa e lembrando de viagens antigas e bons momentos, aproveite esse relato pra te inspirar e lembrar que tudo isso vai passar 😊. Afinal, melhor que surtar com toda a situação é nos apoiar nos momentos que marcaram a sua vida. E com certeza, conhecer a Chapada foi um dos grandes expoentes da minha vida de viajante! 🌎 Antes de tudo, vale conferir dois relatos que me ajudaram bastante ao planejar a viagem: O relato geológico do Guilherme e também o divertidíssimo e detalhado relato do Stanlley. Ambos abordam de forma diferente a Chapada, dando uma ideia geral, junto com esse relato, do que esperar lá! Vamos lá! 1. Cronograma A viagem se divide em duas partes. A primeira, em Brasília, que fui sozinho, por dois dias. Nunca tinha ido à capital e era um sonho conhecer o lugar onde fica o Itamaraty, o Planalto, o STF...como um bom economista, BSB é destino obrigatório em algum momento da sua vida. E foi incrível! Depois os últimos 4 dias foram na Chapada, onde encontrei meu irmão Flávio e minha grande amiga Thaís. Viajamos os 3 juntos de BSB pra Vila de São Jorge. Aqui vai o cronograma: Dia 1: Quinta, 20/fev/2020: Voo Congonhas-BSB, Congresso, Esplanada, 3 Poderes e Pontão do Lago Sul. Dia 2: Sexta, 21/fev/2020: Banco Central, Caixa Cultural, Itamaraty, CCBB. Dia 3: Sábado, 22/fev/2020: Saída de BSB para São Jorge, chegada às 15h. Dia 4: Domingo, 23/fev/2020: Parque Nacional, Saltos, Corredeiras. Dia 5: Segunda, 24/fev/2020: Cachoeira do Cordovil. Dia 6: Terça, 25/fev/2020: Mirante da Janela e Cachoeira do Abismo. Dia 7: Quarta, 26/fev/2020: Voo BSB-Congonhas, chegada 13h30. 2. Gastos A viagem não é cara, se você for prudente. O que fizemos foi poupar nas hospedagens para poder gasta um pouco mais nos restaurantes/bares. Aqui vão os gastos: Voo ida e volta SP-BSB: 703,00 BRL Hospedagem em BSB (Econotel, 2 diárias): 298,00 BRL Hospedagem em São Jorge (Savana Hostel) 420,00 BRL Entrada trilhas/parque: 120,00 BRL Comidas/souvenirs: 400,00 BRL Aluguel carro (4 diárias, com combustível incluso, pra cada um): 255,00 BRL Total sem passagem aérea: 1493,00 BRL Total com passagem aérea: 2196,00 BRL 3. São Jorge ou Alto Paraíso? Esse foi uma pergunta que ficou na nossa cabeça desde o planejamento da viagem. A Vila de São Jorge é uma vilarejo a 40km da cidade de Alto Paraíso de Goiás, que se autointitula "capital da Chapada dos Veadeiros". Acho que vai de cada um, do tipo de viagem. Uma das vantagens de São Jorge é que, caso vá visitar o Parque Nacional, ele fica em São Jorge, dando pra ir a pé. A maioria das cachoeiras/trilhas da região fica na estrada que liga as duas cidades. A Chapada é enorme e claro, não conhecemos Cavalcanti e etc, vai ficar pra próxima. Você já deve ter ouvido que para conhecer a Chapada inteira você tem que ir váaarias vezes, e é real!! Conhecemos inclusive uma garota, a Paula, que ela tava pela quarta vez em 1 ano na Chapada. Gente fina demais! Basicamente então minha dica é: se você curtir um clima mais simples, com direito a forró e samba na praça, escolha São Jorge. Se você quer algo mais reservado, com pousadas, etc, vá para Alto Paraíso. Ficamos em São Jorge e curtimos demais! 4. Condicionamento físico, roupas, etc Aqui uma dica de ouro. Se você não tem, providencie uma bota/tênis de trekking. Eu já tinha feito viagens de trilha pra Patagônia e Atacama, então já tinha uma ideia do que esperar. Mas por exemplo, meu irmão teve bastante problemas com o joelho por causa do tênis. Ele levou um New Balance urbano. Grande erro! O sapato praticamente se desfez e jogamos no lixo antes de voltar pra SP. De resto, o básico: você vai fazer uma viagem de trilha, então trate de ir adequadamente! Camisetas leves, bermudas/calças, capa de chuva (pegamos uma chuva pesadíssima na volta do Mirante da Janela!), chapéu/boné, protetor solar...Vimos uma quantidade imensurável de gente que tava indo maquiada e despreparada (sim!!! haha fizemos piada a viagem inteira disso) pras trilhas. Imagino como ficaram depois de tomar a chuva que a gente tomou no último dia. Sobre condicionamento, depende da trilha que você escolher fazer. A mais difícil que fizemos foi bem tranquila, mas sei que tem umas trilhas bem pesadinhas lá! Então não que você precisa ser um atleta, mas tenha um pouco de condicionamento físico. Ele será importante, principalmente nas partes de subida . Sobre isso, eu também levei meu bastão de trekking que tinha comprado para ir à Patagônia e foi de ótima utilização! Subir e descer com o auxílio do stick poupa muita energia! Fica a dica. 5. Época de ir e clima Estamos falando do cerrado! E ele é bem característico e previsível! Então basicamente há dois períodos: a seca e a cheia. A seca é entre abril e setembro, e a cheia é de outubro a março. Como fomos no Carnaval, pegamos o fim da cheia. Então sim, todo dia chovia! Ou pelo menos dava aquela chuviscada. Demos sorte e pegamos chuva em apenas uma das trilhas, o resto já estávamos no hostel. Em Brasília é a mesma coisa. Era bizarro, o dia amanhecia com um sol escaldante e, do nada, às 14h da tarde vinha um temporal. Mas aí o Sol voltava a surgir às 15h. Eu achava muito legal! A vantagem de ir na cheia é que algumas cachoeiras, como a do Abismo, estão, como o nome diz, cheias! Na seca ela simplesmente não existe! E foi bem agradável ficar por lá! Na seca porém não há risco de tromba d'água, coisa que nos alertavam toda entrada de trilha. Mas basicamente a dica é: se for na cheia, quando entrar na cachoeira, fixa um ponto de referência. Caso o nível da água começar a subir, saia da água, porque vem tromba d'água vindo! Não pegamos nenhuma, mas dizem que é bem comum! Quero voltar ainda na seca, para não correr o risco de chuva nas trilhas. Fica pra próxima! Mas foi muito legal ir na cheia, com a vegetação toda florida! O cerrado e sua vegetação foi uma das coisas que mais me encantou. Muitas árvores, arbustos, flores, palmeiras...vimos diversas vezes araras voando pela trilha, tucanos...Foi demais! 6. Relato Dia 1: Chegada em BSB, Esplanada, Congresso Nacional e Pontão do Lago Sul (11,8km andados) Brasília é espetacular! Sempre quis conhecer e não me deixou desapontado. Lendo os relatos, vi que, pelo menos para fazer o básico, 2-3 dias estava mais que suficiente. Saí de SP pela manhã para chegar em BSB pelas 13h30. De lá, uber até o hotel Econotel para fazer o check-in. O hostel é aquilo que promete: econômico. Mas de forma geral, confortável. Minha maior preocupação era ter ar condicionado hehe, e me certifiquei que sim. A vantagem é que ele fica na Zona Hoteleira Sul, então deu pra ir para a maioria dos lugares de BSB a pé. Saindo do hotel, fui passear andando, com destino final até o Congresso Nacional. E aí senti na pele o que todo mundo fala de Brasília: não, não é de uma cidade de pedestres hehe. É bizarro, o caminho acaba, do nada! Tive que achar uns túneis, viadutos para atravessar alguma avenidas. Sem contar o sol. A cidade em si é muito arborizada, mas ali no Eixo Monumental é basicamente um deserto. Então sempre andar com chapéu e protetor! No caminho passei pelo Complexo Cultural, Catedral Metropoliatana, Esplanada dos Ministérios...até chegar na frente do Congresso Nacional. Caminhada de 1h mais ou menos. E que lugar espetacular! Brasília é um encanto e, apesar de andar ser um longo caminho, valeu muito a pena! Tinha reservado antecipadamente online a visita no Congresso Nacional, que foi bem bacana! Deu pra conhecer as duas casas, o Senado e a Câmara dos Deputados, ambos os plenários, a sala de imprensa...sabe aquele lugar que você vê na TV o Rodrigo Maia dando entrevista, o Salão Verde? Estava lá! Palácio do Itamaraty Congresso Nacional Plenário Ulysses Guimarães (foda!) Depois do Congresso, dei uma passada na Praça dos Três Poderes e tem muita coisa legal por lá! Além claro, da sede dos 3 poderes, na praça têm alguns museus bem interessantes, como o Panteão da Pátria e da Liberdade, onde tem uma exposição fixa do Tancredo Neves e também o Livro dos Heróis da Pátria, um livro de ferro todo prateado em que somente os considerados heróis da república entram, tais como Tiradentes, Santos Dumont, Zumbi dos Palmares...e não só isso, mas o "herói" deve ser nomeado pelo Presidente e também ter falecida há um determinado número de anos, é bem interessante! Na praça há também o Espaço Lúcio Costa, uma exposição fixa sobre o urbanista que projetou Brasília...enfim, muita coisa bacana! De lá, peguei um Uber até o Pontão do Lago Sul, que tinha lido que era um pico bem legal de ver o pôr-do-sol. Basicamente, é uma orla do Lago Paranoá em que ficam muitos restaurantes e bares. Tem um calçadão e opções de passeios de lancha, caiaque...e que lugar bonito! Sentei num bar chamado Fausto & Manoel bem em frente ao lago, para ver o pôr-do-sol e tomar um chopp. Incrível! Além de servirem um happy hour com chopp e comida bem em conta, o lugar é bem confortável para ver o pôr-do-sol. Valeu muito a pena e foi uma ótima forma de terminar o dia na primeira vez conhecendo a capital :). Lago Paranoá, vista do Pontão Lago Sul O chopp em BSB é muito, mas muito mais barato que em SP. Dia 2: Mané Garrincha, Eixo Monumental, Banco Central, Caixa Cultural, CCBB e bares na Asa Norte (12,4 km andados) O segundo dia começou com um belo café da manhã no Econotel. Além do ar condicionado, procurei um hotel barato que também tinha um café da manhã, para poupar uma refeição. Aos que perguntaram, até procurei hostels em BSB, mas o preço do hotel era se não o mesmo, muito parecido...então resolvi ficar com o quarto privativo mesmo! Depois de uma café reforçado, saí mais uma vez andando pela cidade, só que dessa vez primeiro para o oeste, indo na direção contrário ao Congresso Nacional, até o estágio Mané Garrincha. Como apaixonado por futebol, queria conhecer (e também lamentar) o elefante branco que o estádio, que custou BRL 1,778 bilhões, um absurdo. Mas o estádio é bonito. Fui andando até lá e, mais uma vez, a dificuldade de atravessar as ruas no Eixo Monumental é um turbilhão de emoções, já que são poucas faixas de pedestres. No caminho você passa pela Torre de TV de Brasília, que é nada mais que uma antenona hehe (os brasilienses simplesmente odeiam que chamem a Torre de "antena"), mas é uma antena gigante! Infelizmente não consegui subir, estava em obra, mas sei que dá pra subir lá em cima e ter uma boa vista da cidade! Chegando ao Mané Garrincha, também não pude entrar. As visitas são só de sábado, e vale a pena visitar o site deles para se certificar dos horários. Mas deu pra bater umas fotos de fora e apreciar a magnitude do estádio. É bem bonito mesmo...ainda por cima com os arcos olímpicos bem em frente...(lembrando que o Mané também sediou jogos nas Olimpíadas Rio 2016). Pena que não tem nenhum time da Série A que jogue regularmente por lá. Eu e o Mané! Estádio belíssimo, mas também caríssimo! De lá, cruzei o Eixo Monumental mais uma vez e fui em direção ao Banco Central do Brasil. No caminho, deu até pra ver o posto de gasolina que foi o marco zero da Operação Lava Jato haha. Como um economista, sempre foi um sonho conhecer o Bacen e quem dirá trabalhar lá. O prédio é muito bonito, e a única visitação disponível regular é o Museu de Valores do Banco Central, que tem uma exposição fixa sobre o desenvolvimento dos meios de pagamento (ouro, moeda, etc) no Brasil e, no período que eu fui (fev/2020), uma exposição temporária celebrando os 25 anos do Plano Real! E que museu legal! Conta a história do Bacen, a importância da instituição, o desenvolvimento dos meios de pagamentos brasileiros e também um suco de história econômica. Sobre a exposição do Plano Real, é bem legal para quem não conhece a história! Na minha opinião, o Plano Real é a política pública mais importante da história da República. Seu papel na redução da inflação é inestimável e envolveu um esforço acadêmico de dar inveja. A exposição é bem acessível para quem não é economista e me fez pensar o quão importante isso é ser difundido no povo...ainda mais para nós que nascemos pós hiperinflação (sou de 1993, então nasci no pré Real). Mas chega de economês. Vamos falar de viagem hehe. Do lado do Bacen, tem a Caixa Cultural! Tinha lido que lá reúne muitas exposições bacanas temporárias, e fui dar uma checada. No resumo, vi uma exposição de paisagens modernistas, que tinha até algumas obras da Tarcila do Amaral e uma outra que nem lembro qual era o conteúdo. Só sei que foi a pior exposição que eu já vi na minha vida hehe. Dei azar com a programação, porque 1 semana depois ia ter uma exposição sobre ciência bem legal! De lá, fui andando mais uma vez até o Congresso, já que tinha passado reto pelo Palácio da Justiça, Itamaraty, STF, STJ, etc. Desses só consegui tirar foto por fora, sem entrar. Ambos tem visitação guiada, com agendamento prévio no site, mas por algum motivo misterioso, as visitas estavam suspensas. Uma pena. A tarde, já na Praça dos 3 Poderes, peguei um Uber até o CCBB. Tinha lido que lá tinha umas exposições mais legais que a da Caixa Cultural, além de restaurantes ótimos. O CCBB é perto do Lago, longe da Praça dos 3 Poderes, então não dava pra ir andando. E que prédio bonito! Peguei a exposição fixa deles, bem interessante, contando a história do BB. Além de uma coleção de arte que eles tem do Portinari. Mas, mais uma vez, dei azar com as exposições temporárias. Estavam em fase de montagem para a próxima...estavam aguardando o Carnaval pra isso. Mas deu para tomar uma cerveja e comer algo pelo bistrô deles. O CCBB é realmente bem legal, quando voltar a BSB quero passar mais tempo lá, ver alguma peça, algo do tipo. Lá é enorme!! Bem maior que o CCBB de São Paulo. Passei a tarde por lá e depois peguei um Uber até o hotel, para dar uma descansada. A noite encontraria o Flávio, meu irmão, e a Thaís, minha amiga. Ambos chegariam em BSB de noite. Fomos a dois bares na asa norte: o primeiro, Carne Moída, é um butecão justo com um karaokê. Bem divertido. Mas como tinha acabado tanto a cerveja quanto a comida, migramos para outro, a Área 51, um bar cheeeio de mesa de sinuca. Jogamos um bocado, mas não ficamos até muito tarde, já que no dia seguinte iríamos para São Jorge. Ah, detalhe. Diferente de SP, os bares em BSB fecham bem cedo. O Carne Moída fechava 0h e o Área 51 fechava 3h. Depois dos bares, cama. A viagem estava só começando. Dia 3: Ida a São Jorge, Matula no Rancho do Waldomiro e Jardim de Maytrea (7,1 km andados) Acordamos de manhã e tomamos um café reforçado no hotel, já que iríamos viajar para São Jorge de manhã. Alugamos o carro na Unidas. A locadora é boa, alugo sempre nela aqui em SP, mas em BSB as coisas foram diferentes. Iríamos pegar o carro na zona hoteleira, do lado do hotel, e devolver no aeroporto na quarta-feira de cinzas. Mas, ao chegar na unidade da zona hoteleira, mesmo com reserva, eles não tinham carro com a categoria que reservamos, que era a segunda mais simples (Ônix, Polo, HB20...). Lamentável. Eles nos levaram a uma unidade que ficava marginalmente fora de Brasília, uns 30 min de onde estávamos, para pegar um carro. A ideia era sair de BSB já de manhã, mas por conta do atraso, da burocracia, só saímos depois do 12h. Briguei com eles para ter um upgrade por conta do transtorno, mas eles foram irredutíveis. Consegui barganhar um pouco e eles nos deram 1/4 do tanque de graça, mas mesmo assim...Em BSB, nunca mais alugo com a Unidas, o serviço foi péssimo. Em SP sempre deu muito bom. Pegamos um Polo. O carro é ótimo. Ficamos na dúvida se pegávamos o carro da categoria que pegamos ou uma Duster, algo 4x4...mas depois de muito ler, vimos que uma Duster/4x4 só seria necessário se fôssemos fazer cachoeiras mais remotas, como Santa Bárbara, por exemplo. Como não era o caso, pegamos a categoria menor. Isso é importante. Em São Jorge vimos muitos carros alugados com o parachoque quebrado, provavelmente porque foram para rotas mais acidentadas e não pegaram uma 4x4. Então, ao planejar a sua viagem, pense aonde quer ir e qual carro seria adequado. Só para constar, não fomos pra Santa Bárbara dessa vez porque lemos que no Carnaval o negócio lota. Coisa de ter que sair 3-4h da manhã para pegar um lugar. Não valia a pena. Volto para lá em baixa temporada. O caminho até São Jorge é bem legal, uma retona. A estrada é boa, bem bonita, com muitas plantações de milho, cana-de-açucar, soja...era a primeira vez que visitava o Goiás e é legal ver essa parte do Brasil. Dirigir até lá foi uma delícia. Quase em São Jorge, na estrada que liga a Vila e Alto Paraíso, paramos no famoso Rancho do Waldomiro para comer a famosa Matula. E que coisa espetacular. Matula é o que eles chamam de "marmita" no Goiás. Mas que baita marmita, com uma abóbora refogada, um feijão tropeiro, arroz e uma carne de panela. É simplesmente espetacular. E tem a versão vegetariana também que é muito bom! A Thaís comeu. O lugar é simples, muitos trilheiros por lá, gente chegando na Chapada. Comemos e brindamos com uma cerveja gelada para celebrar o início da viagem. Vimos ali que o clima seria excelente! A espetacular Matula do Rancho do Waldomiro. A direita, de carne e a esquerda, vegetariana. Depois do almoço, finalmente chegamos em São Jorge. A Vila já nos encantou de cara! Rua de terra, casinhas simples, muita gente na rua, é animal! Fizemos o check-in no Savana Hostel. O Savana foi uma indicação de um amigo que tinha ido para lá no réveillon 2020. E o hostel é bem bom! O quarto que a gente ficou tinha até ar condicionado. Café da manhã excelente, um bar bem legal para passar o tempo, muitos banheiros, sempre limpos, pessoal gente fina. A atendente do hostel era muuuito firmeza, trocamos altas ideias. Valeu a pena! Depois de nos alojar, já era quase o pôr-do-sol. Pegamos o carro e fomos ao famoso Jardim de Maytrea, ver o pôr-do-sol. O Jardim nada mais é que uma vista bem bacana do cerrado. Faz parte do Parque e não podemos entrar lá, só apreciar. A vista fica na estrada que liga São Jorge e Alto Paraíso, pouco antes do Waldomiro. Vista espetacular! Dá para ver as palmeiras, muitas, mas muuitas araras voando, maritacas. É espetacular! O Sol não se põe lá, mas com a golden hour dá pra ver uma vista bem bacana. Mas aqui vai uma dica: ali lota. Então toma cuidado ao parar o carro. Você para no acostamento mesmo. Além disso, aqui vai uma sugestão: aprecie a vista!! O que vimos de gente só querendo tirar foto sentado na estrada não tá escrito. Além de ser perigoso, o pessoal acabou perdendo uma paz de vista! Quão bom era ficar em silêncio vendo (e ouvindo) a natureza. Inesquecível Depois do sol se pôr, voltamos pro hostel e ficamos tranquilos, tomando umas cervejas e também demos uma volta pela Vila. Jajá falo disso, já que aproveitamos a noite só a partir do próximo dia. De resto, cama porque no dia seguinte acordaríamos 6:30-7h pra primeira trilha da Chapada! Dia 4: Parque Nacional, Saltos, Corredeiras e Vila de São Jorge (15,9 km andados) O primeiro dia de trilha começou com um belo café da manhã no hostel. Acordamos cedo para conseguir pegar as trilhas vazias (dica de ouro para o Carnaval) e também o café da manhã vazio no hostel. Saímos às 7h30, a pé, para a entrada do Parque, que abria às 8h. No Parque Nacional, existem 3 percursos diferentes: i) A trilha que chega nas Cachoeiras dos Saltos, ii) a trilha que dá na Cachoeira das Corredeiras e iii) a trilha que dá nos Cânions. A priori, queríamos fazer todas no domingo mesmo. Mas depois de fazer 2 delas, optamos por voltar, para não pegar a trilha de noite (o Parque fecha às 17h, então você deve voltar antes disso!). Pagamos preço de brasileiro para entrar no Parque, bem tranquilo. Fomos primeiro o circuito dos Saltos, onde você passa pelas duas cachoeiras maiores do Parque: O Salto de 120m, que você vê só o panorama, de cima e o Salto de 80m, que dá pra nadar! Aqui mais uma coisa que acertamos: entrar cedo no parque nos proporcionou uma trilha bem vazia e, quando chegamos no Salto de 80m para nadar, também. A medida do tempo, foi enchendo. E foi quando saímos em direção às Corredeiras, fugindo do povo hehe. E que lugares bonitos! Foi a primeira vista que tivemos da magia da Chapada, e fomos muito bem recebidos! A vista do Salto de 120m é impressionante, e nadar no Salto de 80m é bem agradável, apesar de ter lotado rápido. A cachoeira das Corredeiras é legal pra você descansar, já que ela é menos atrativa em termos de banho. Não ficamos bastante tempo por lá. Mas o mais legal do Parque Nacional é fazer a trilha em si. Foi a primeira vez que vimos a vegetação e os animais do Cerrado. Muitas árvores com flores, já que estávamos no fim do verão. Imagino que nos períodos de seca deve ser bem diferente, o que me dá mais vontade ainda de ir em outro período! A trilha em si não é difícil...mas é aquilo: Vá com os calçados certos. Meu irmão já começou a ter as primeiras consequências de ter ido com o New Balance, sentindo o joelho. É questão de ir apropriado! No caminho de volta, já era quase 15h30 e decidimos não ir nos Cânions, já que não daria tempo para aproveitar o lugar. E assim voltamos para a entrada do Parque. Salto de 120m. Espetacular! Salto de 80m. Esse dá pra nadar! Como não tínhamos almoçado (só comido uns snacks de trilha), voltar "cedo" do Parque foi ótimo. E não só nesse dia, mas nos próximos sempre voltávamos das trilhas ao redor das 15h. Isso nos dava a oportunidade de descansar a tarde, almoçar tranquilo e ainda aproveitar a cidade a noite! Como acordávamos muito cedo, a estratégia foi perfeita: chegávamos no início do dia, com as rotas vazias e saímos quando começava o ofurô. Mais uma vez, lá no Carnaval é cheio e, as vezes, vale mais a pena você escolher horários em que consiga de fato aproveitar as cachoeiras :). Agora a questão é, aonde almoçar? Não teve dúvida: voltamos ao Rancho do Waldomiro porque ninguém tinha superado ainda aquela Matula da massa. O negócio é espetacular. Nos empanturramos, tomamos umas Antarcticas e ainda deu pra ver mais uma vez o pôr-do-sol no Jardim de Maytrea, que é do lado! As coisas deram certinho! Voltamos para a Vila de São Jorge e demos um tempo lá. A noite, foi a vez de aproveitar a Vila de São Jorge. E que vilarejo legal! O que mais nos impressionou foi a simplicidade de lá..não só do lugar mas também das pessoas. Todos te tratam bem! Tínhamos visto que rola um forró na Casa de Cultura Cavaleiro de São Jorge todos os dias, mas, quando tentamos ir, o preço era salgadíssimo. Coisa de 50/cabeça. Não estávamos nessa brisa e, ao voltar para o centrinho, na pracinha mesmo tinha um restaurante chamado Casa da Pankeka com uma banda de forró muito charmosa! Sentamos lá e ficamos tomando uma cerveja ouvindo. Foi bem agradável! Voltaríamos lá ainda nos próximos dias! O lugar serve comido e bebida com preços bem justos, além de ser mesa ao ar livre e com música. Melhor que pagar 50/cabeça, né? Dia 5: Cachoeira do Cordovil e mais Vila de São Jorge (15km andados) O dia 5 começou de novo com todos acordando cedo e sendo os primeiros a tomar café. Não tínhamos um roteiro definido ainda. A priori íamos para uma cachoeira que todo mundo do hostel tava falando: a Cachoeira do Segredo. Mas por outro lado, todos os relatos eram de que estava muito cheio no Carnaval. Então seguimos a dica de um pessoal do hostel também e fomos à Cachoeira do Cordovil. E acertamos! A trilha que dá acesso fica na estrada que vai pra Alto Paraíso, dentro de uma fazenda. Foi a nossa primeira trilha fora do Parque. E você já consegue ver que as coisas são bem diferentes! A primeira: as trilhas são mais freestyles, já que quem realiza a manutenção são os proprietários da fazenda. E por outro lado, você tem um olhar mais aberto do ecossistema. A trilha em si é muito legal, com muitos campos abertos e fechados, onde conseguimos ter um p anorama bem grande do ecossistema e da fauna. Gostei mais que a trilha do Parque! Na parte final você passa pelo Poço Esmeralda também, que fica num desvio antes de chegar à Cachoeira do Cordovil. Mas o acesso estava restrito para o Poço. O rapaz que controlava a entrada da Fazenda disse que muita gente estava se acidentando por lá, então eles fecharam. Chegando no ponto final, a Cachoeira do Cordovil é belíssima! Mas geladíssima também ahha. Só eu que pulei na água (YOLO, certo?). E foi muito bacana. A cachoeira estava vazia, então pudemos ficar um tempo por lá. Em compensação, o tempo estava começando a fechar, então não nos estendemos muito. Mas o lugar é realmente muito bonito e, imagino que ir em algum dia com o céu limpo seja mais legal ainda! No fim da trilha você passa por bastante pedra, então trate de tomar cuidado de não cair. Nisso, meu bastão de trekking ajudou bastante. Caso você goste de fazer viagens do tipo, vale a pena ter um! Não vejo necessidade em 2, já que eu gosto de ficar com uma mão livre. Caminho para o Cordovil. Essa última foto representa bem o que é a vegetação do Cerrado no verão! Essa trilha é demais! Cachoeira do Cordovil A volta foi tranquila. Demos uma sorte, já que o tempo estava fechando, conseguimos inclusive ver a chuva no horizonte..então foi uma corrida contra o tempo hehe. Assim que pisamos na recepção da trilha, começou o temporal. Demos uns 20min e voltamos. Nisso, tome cuidado: Na maioria dos acessos das trilhas a estrada é de terra. Então controle bem a permanência e olhe a previsão. Não queremos ninguém atolado no caminho né? Chegando em São Jorge, o padrão: banho, cochilo e um descanso. Ficamos um tempo ainda tomando uma cerveja no hostel até dar a hora da "alma-janta". Isso nos fez poupar bastante dinheiro, já que optamos por almoçar tarde, e assim conseguir aproveitar as trilhas no horário vazio e ainda ter menos refeições ao dia. Claro, levamos bastante snacks durante as trilhas, mas deu super certo. Escolhemos para comer nesse dia talvez no restaurante mais famoso da Vila: a Santo Cerrado Risoteria. É um restaurante animal, com diversos tipos de risottos e bebidas! Pedimos 2 risottos para dividir em 3 pessoas e deu muito bom. Comida de excelente qualidade, mas cara. Conseguimos baratear por não pedir 3 porções, e deu mais que o suficiente! As panelas vêm cheias. Acho que vale a pena guardar um pouco do budget para ir lá sim! No fim da noite ainda sentamos de novo na Casa da Pankeka pra tomar umas e ouvir uns sons na praça. Risoteria! Dia 6: Mirante da Janela, Cachoeira do Abismo, Alto Paraíso e último dia de São Jorge! (11km andados) No dia 6 decidimos terminar as trilhas numa das mais famosas: o Mirante da Janela! Sabe aquela foto clássica da Chapada, em que o pessoal consegue tirar a foto como se fosse numa janela, com o Salto de 120m no fundo? É exatamente essa. Mas o mais legal é: O mirante em si é a menor das coisas por lá! E ainda tem uma fila danada pro povo colocar no Instagram hehe. Jájá vocês entendem o que eu tô falando. A trilha em si foi a mais legal que fizemos. Para começar, tem uma trilha até a entrada da trilha. E ela não é curta! Haha, mas depois disso a coisa fica bem legal. A maior parte do trajeto é plano, só no fim que é uma subida, em torno de uns 15min de caminho íngrime. Mas o mais espetacular da caminhada é a vista em si. Não dá nem 20min andando e você já se depara com a imensidão do Parquer Nacional. Vamos explicar: A trilha que dá no Mirante da Janela fica atrás do Parque Nacional. Então você consegue ver, de cima, tudo o que nós vimos no primeiro dia, em especial o Salto de 120m. E eu particularmente gosto demais de vistas panorâmicas! E nessa trilha é o que mais tem :), além, claro, da sempre presente vegetação encantadora do Cerrado. E não só isso, mas ir no verão têm seus méritos: A calma e belíssima Cachoeira do Abismo está cheia! Paramos nela tanto na ida quanto na volta e...que calmaria! Mais uma vez a estratégia de sair cedo do hostel foi boa, já que pegamos tanto a Cachoeira quanto o caminho bem tranquilos, onde deu pra relaxar tanto na ida na volta. A Cachoeira do Abismo tem seu charme como o próprio nome diz: uma piscina natural com borda infinita se forma com o horizonte ao fundo, o que dá um efeito bem legal! É como se você estivesse num jacuzzi natural apreciando a natureza. Espetacular! Cachoeira do Abismo Nós 3 e o Abismo! Seguimos pela trilha até o Mirante. Mais uma vez, o caminho é bem legal e você passa por tanto campos abertos quanto fechados! É bem legal! No final há uma subida de uns 15min...Nada impossível, mas o pessoal normalmente costuma cansar. Mas o que importa é que você chega na melhor parte da trilha: a vista! E aqui vai uma dica de ouro: Apesar da trilha chegar no famigerado Mirante da Janela, o Mirante em si é o que menos nos atraiu! Primeiro porque tinha uma fila de 1h para só tirar a foto clichê. Segundo porque nem é a melhor vista de lá! Mas o melhor lugar pra ver é um pico logo antes da Janela, numa pedra no fim da trilha. A vista você pode conferir embaixo, onde fiz questão de tirar uma foto pra guardar . E não só isso, mas lá tem 3 mirantes bem legais para ver, com 3 diferentes ângulos do horizonte. É simplesmente espetacular. A minha pergunta é: Você vai ficar mesmo 1h esperando para tirar uma foto na janela (que nem é tão legal assim) e não ficar apreciando a natureza nos mais de 4 ângulos do lugar? Cada um tem sua prioridade né haha. O lugar é realmente impecável...e alto! Passamos bastante tempo lá contemplando, em silêncio a maravilha que é a Chapada dos Veadeiros. Cheguei até a chorar. Foi a forma perfeita de encerrar a viagem. E só me deu vontade de voltar para sentir aquilo de novo 😍. A melhor vista do Mirante da Janela! Bons momentos! Na volta, mais um banho no Abismo antes de ir. Só que, para lavar a alma da viagem, a Chapada nos deu de presente uma tempestade na metade final da trilha! haha não foi tão ruim assim, estávamos com capa de chuva, mas os sapatos molharam todos. E foi uma chuva de verão, forte e rápida (uns 20min de chuva). Pra ficar na memória! De volta a São Jorge, depois do banho e descanso, fomos almoçar. Estávamos com uma "lombriga" de comer um peixe frito com cerveja e fomos em busca do famigerado. Recomendo o restaurante Luar com Pimenta, que fica logo antes da estrada que dá no Parque Nacional. Peixe muito gostoso e cerveja bem gelada para brindar o fim da viagem! A noite, fomos para Alto Paraíso para i) abastecer e ii) levar a Thaís para a rodoviária da cidade, já que ela voltaria na madrugada pra SP, saindo de BSB. Eu e Flávio ainda dormimos mais uma noite em São Jorge. Foi legal para conhecer Alto Paraíso, uma cidade "grande" quando comparado a São Jorge. Mas foi bacana, consegui comprar uns souvenirs por lá e ainda jantamos num ótimo restaurante Vendinha 1961, que descobrimos no Foursquare. Vale a pena! Mas, pelo pouco que vimos de Alto Paraíso, ficamos com São Jorge hehe. O clima intimista e simples é insuperável . De resto, eu e Flávio voltamos para São Jorge e capotamos, já que no dia seguinte iríamos cedinho voltar para o aeroporto de Brasília! 7. Conclusão Eu sempre quis aproveitar o período de Carnaval para fazer uma viagem fora da realidade. Apesar de SP estar com um ótimo Carnaval, ir pra Chapada foi uma terapia que eu estava precisando. A gente corre tanto no dia-a-dia e pouco lembra que temos que nos dar algum tempo para aproveitar não só nós mesmos, mas também a natureza espetacular que o Brasil nos oferece. Lembro que era dezembro de 2017, na Patagônia, que decidi que ia tornar o trekking um hobby na minha vida. E tenho conseguido! A Chapada dos Veadeiros foi a primeira das grandes viagens que fiz só com o intuito de fazer trilhas. E que privilégio ter tido a companhia do meu irmão Flávio e da minha grande amiga que é a Thaís . Agradeço a vocês por terem feito parte disso! E aqui vai uma reflexão: Como disse no início, escrevi essas memórias em tempos de pandemia. Não vai ser agora que você vai viajar para lá, por questões sanitárias, mas o relato é pra lembrar que as coisas vão voltar ao normal. E não só isso, mas vão voltar de uma forma completamente diferentes. Sabe aqueles tabus que tínhamos antes de tudo isso acontecer? Sabe aquela ligação para seus amigos, para sua família que você sempre deixava pra depois? Isso é passado. Eu realmente acredito que a gente vai mudar pra melhor. Tornar a vida mais leve e mais sustentável. É a primeira vez no século XXI que estamos, de fato, em guerra com o incontrolável. E fica a lição que a natureza é o que temos de mais supremo e mais magnífico na humanidade. Então tratemos de aproveitá-la! E, depois de conhecer a capital federal, andar mais de 73km em 6 dias e chorar copiosamente lembrando dos bons momentos, concluo o relato com uma mensagem de amor a todos vocês. De nada adianta se ficarmos martelando a cabeça em coisas que não nos faz bem. E se tem alguma coisa que deixa o ser humano mais completo é viajar. E, se for viajar com a natureza, pode ter certeza que estará em uma formidável companhia 😊. Chapada, eu volto! Um abraço e boa viagem! 🌎
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Paulo Alexandre Lima começou a seguir victoralex
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"Amigos, amigas...damas y caballeros...ladies and gentlemen. ¡Bienvenidos al Desierto de Atacama!" É com essa saudação caricata de Miguel, um dos guias que nos acompanhou nos passeios durante a semana, que inicio o relato de um dos lugares mais impressionantes que eu já estive. E não, não é mentira quando você estiver lendo esse ou outros relatos. O negócio é brabo mesmo. O Atacama é um lugar que consegue misturar em um raio de 100km: clima árido, clima andino, fauna e flora do Altiplano Andino, lagunas salgadas e doces, cenotes de água salgada, cultura inca e atacameña, astronomia, meteoritos...É como se o mundo tivesse escolhido um lugar específico do mundo pra colocar um monte de fatores relacionados a natureza e à ciência juntos. E tudo isso deu muito certo! Fomos eu e minha namorada Carolina passar 1 semana exclusivamente no Atacama. Antes de mais nada, vimos muitos relatos de gente que passou 1,2 dias por lá antes de ir pro Falar de Uyuni, na Bolívia. Não só não fizemos isso como a maioria dos guias e do pessoal que conhecemos lá não recomendam. Separe suas viagens. O Atacama tem muita, mas muita coisa pra fazer, 7 dias é até pouco pelo tanto de coisa que a gente poderia ter feito. E outra, A Bolívia é tão plural quanto o Chile. Aproveite para ir para Uyuni quando for fazer uma trip pela natureza de lá. A mesma coisa com o Chile! O Atacama merece mais que 2-3 dias! Em todas as empresas e restaurantes que está no texto, estou deixando um link para você conferir os serviços. Dando créditos, um link que nos ajudou muito foi esse aqui, do Viagem na Viagem. E um relato daqui do Mochileiros que também foi bem útil: Bom, vamos começar com coisas práticas: 1. Gastos Passagens aéreas: R$ 1043,00 x 2 pessoas = R$ 2086,00 - (GRU-SCL-CJC) Hospedagem: R$1028,00 Todos os passeios: R$ 1400,00 x 2 pessoas = R$ 2800,00 Seguro-viagem: R$ 63,50 x 2 pessoas = R$ 127,00 Gastos com comida, souvenir, transfer, etc) = R$ 340,00 x 2 pessoas = R$ 680,00 Total sem passagem aérea: R$ 4635,00 / 2 = R$ 2317,50 por pessoa Total com passagem aérea: R$ 6721,00 / 2 = R$ 3360,50 por pessoa Sim! Não foi tão caro, comparando com os preços que a gente viu nos relatos antes de ir (5k+ por pessoa). Acho que isso é produto de duas coisas: i) Pegamos uma sorte com o dólar. Fizemos a conversão BRL USD-CLP e, por conta dos protestos em Santiago desde outubro/2019, conseguimos pegar uma cotação de 800 CLP/USD, o que ajudou muito (antes dos protestos o câmbio estava 600 CLP/USD); ii) Bom senso mesmo. Vamos falar na seção dos passeios, mas lá muitas das agências são careiras e, por um serviço muito similar às outras, mais baratas. O termo que ouvimos lá foi "los nuevos ricos brasileños". Basicamente tem muito brasileiro que não tá se importando em gastar e vão no serviço mais confortável. Na maioria das vezes de agências brasileiras (FlaviaBia, Araya, etc). Pelo que vimos, a diferença maior é que nessas os tours são feitos em português. Mas como queríamos falar espanhol a vera, a gente foi na Flamingo e foi perfeito! E metade do preço das duas citadas ali atrás. Então vai de cada um! Não perca dinheiro a toa . 2. Hospedagem Ficamos no Antawhara Atacama Hostal. A hospedagem é justa. Como não tínhamos tanto budget, procuramos algo que alinhasse privacidade com praticidade. O Antawhara nos atendeu muito bem no quesito conforto (as camas são confortáveis, banheiro privativo é bom e o café da manhã é muito gostoso). No entanto, o banheiro é bem pequeno. E eu perdi um chinelo lá, sabe-se lá como hehe. Mas no geral, duas críticas que vimos que não procede: i) Os chuveiros são quentes sim! A galera reclama que era frio, mas bastava ajustar o aquecedor do lado de fora de cada quarto! E ii) Vocês vão ler muitos relatos de como é importante ficar perto da Caracoles, Blabla, centro, etc...Tudo balela! O Hostel ficava 10min andando da Caracoles, era um passeio bem legal de ir andando porque você passa por uns mercadinhos, por padarias (alias, MELHOR pão! Vão na padaria La Franchuteria). Além de ter uma vista fudida do deserto (o centro fica no meio da cidade, o que não dá pra ver nada!). Carolina e a vista da frente do Anthawara. Melhor que ver a rua, não? 3. Roupas e calçados Tinha levado um tênis de corrida, já que estava imaginando que íamos andar bastante. No entanto, o que não lembrei era que andaríamos na terra/areia! E meu tênis não aguentou! Tive que comprar uma bota de trekking por lá. Já que já teria que comprar uma, e já estava perto do natal, desembolsei um pouco mais para uma bota da North Face. E achamos que os preços lá davam bem ok. Comparando em relação com o Brasil, claro. Qualquer bota da North Face você paga mais de 500 reais aqui. Pagamos 400. Carolina levou um tênis de cano alto de treino, que deu super certo. Acho que é a partir daí que se deve levar. Um tênis que tenha cola suficiente para não desgrudar com tanto que você caminha na areia. Ou talvez seja o jeito que eu ando, já que em uma viagem à Patagônia Argentina (clique no link, caso queira ler o relato de lá!) minha bota abriu também, da mesma forma! Só não vá de sandália ou chinelo, como vimos umas meninas! Devem ter sofrido, coitadas! Sobre roupas, lembre-se que a amplitude térmica do Atacama é bem alta. Então você está num calor infernal de dia e num frio do cão a noite. Inclusive, falaremos, que no tour astronômico, mesmo com uma jaqueta corta-vento que em tese aguenta até -8 graus, senti que podia ter colocado mais uma blusa. Levei um fleece e essa jaqueta na viagem, e foi ótimo! O importante é focar no corta-vento, já que venta muito no Atacama! Outro ponto foi uma dica que, quando fui à Patagônia, também levei: aquelas calças anfíbio de trilha, que você pode tirar a parte de baixo para virar bermuda. Foi útil demais! Pra quem gosta de fazer trilha como a gente gosta, vale muito a pena! Usamos tanto a calça quanto a bermuda! E por último, não esqueça de um bom chapéu. O Sol é estarrecedor, então se preocupe com isso. Mesma coisa com protetor solar. E como venta, procure aqueles chapéus que tem a cordinha para ele não voar! Eu particularmente gosto bastante deles, então deu tudo certo . 4. Agência e Cronograma Como era nossa primeira vez no Atacama, ouvimos as dicas de colegas e relatos e contratamos uma agência para fazer 5 passeios, onde conseguimos descontos quando comparado com os preços individuais. Fora isso, fizemos uma pedalada sozinhos e também fomos ao observatório ALMA. Falaremos disso mais em baixo. Em relação à agência, como disse ali em cima, evite essas agências careiras como a FlaviaBia e a Ayara e também a Ayllu. Elas são o dobro, triplo do preço da agência Flamingo, que foi a que escolhemos, por um serviço muito similar. Os passeios foram incríveis e pegamos 2 guias durante os 5 passeios que tornaram nossa experiência ainda melhor. Os tours foram em um mix de espanhol e inglês, mas os guias falam português para quem quiser! E até alemão! Como queríamos treinar nosso espanhol, a gente até perguntava em espanhol as coisas hehe (e fomos elogiados!). Faz parte da experiência da latinoamericana. O tour astronômico fizemos com a Space, mas faríamos com a Flamingo sem problemas! Na Flamingo, fechamos 5 passeios por 1000 reais cada pessoa, o que foi o melhor preço que vimos em todas as agências. Ainda, tirando o passeio o primeiro passeio de meio-dia para o Vale de la Luna, todos os passeios tem algum tipo de comida inclusa (café, almoço e coquetel, ou uma combinação entre eles). Ainda, o preço que to falando aqui já tá incluso o preço da entradas dos parques, que é pago separado. Valeu muito a pena mesmo! Se conseguirem escolher por guias, pegamos dois guias maravilhosos: O Miguel e a Cheryl. O Miguel fez 3 passeios com a gente e a Cheryl 2. Amplos conhecedores da fauna, flora e geografia da região, a experiência ficou ainda melhor com as aulas deles! Outra bacana é: compre os passeios por lá, em San Pedro, quando chegar. Não seja nóia. Os preços ficam lá em cima com antecedência. E tem muita agência na cidade. Então dá pra negociar por lá, fechando pacotes específicos, etc. Vimos essa dica em algum relato e seguimos. Foi certeiro. Sobre fazer essa viagem alugando uma 4x4 e ir sozinho, consideramos a possibilidade, mas deixaremos para a próxima. O plano é incluir o norte da Argentina numa trip dessas, saindo do Brasil e terminando em San Pedro de Atacama. Pelo que conversamos lá é preciso um investimento em GPS por satélite, o carro adequado, etc...Vimos algumas pessoas fazendo isso por lá! Por fim, fazer a trip com a agência facilita muita coisa, mas é de certa forma, corrido. Você acaba tendo que seguir o cronograma do tour, e com exceção de 1 passeio que nos demos muito bem com a galera que tava junto, a sua experiência fica dependendo do clima do negócio. Por outro lado, é a melhor opção para quem nunca foi pra lá, já que você conhece tudo e dicas e guias da região! Por exemplo, em um dos passeios o pessoal era muito mala. Gente mal educada mesmo, atrapalhando o guia nas explicações, atrasando o cronograma, etc...Então é isso, como era nossa primeira vez, contratamos as agências para saber qual é. Na próxima, com certeza vamos fazer sozinhos alugando nosso próprio carro! Acho que é essa a melhor decisão: a primeira vez com agência e as próximas sozinhos! Bom, nosso cronograma foi: Dia 1, domingo 1/dez: 7:00 - Voo LATAM - GRU-SCL (chegada às 12h) e às 16:00 - Voo LATAM - SCL - CJC (chegada às 18h30). Dia 2, segunda-feira 2/dez: Valle da la Luna (Flamingo) e Tour Astronômico às 23h (Space) Dia 3, terça-feira 3/dez: Pedalada até Pukara de Quitor e Valle de Marte (por conta) e Laguna Cejar (Flamingo) Dia 4, quarta-feira 4/dez: Lagunas Altiplânicas (Flamingo) Dia 5, quinta-feira 5/dez: Ruta dos Salares (Flamingo. É o passeio mais similar ao Salar de Tara, que está fechado há 2 anos) Dia 6, sexta-feira 6/dez: Geyser del Tatio (Flamingo) e vila de San Pedro Dia 7, sábado 7/dez: Observatório Alma e voo CJC-SCL às 21h Dia 8, domingo 8/dez: Voo SCL-GRU ás 6:30. 5. Relato Dia 1: Voo SP-SCL-Calama - 1/dez/2019 O voo saiu de SP logo de manhã, às 7h da manhã. Saímos de madrugada de casa (Somos de SP). Voo tranquilo até Santiago. Estávamos preocupados com os protestos, com câmbio, etc...E descobri uma coisa muito importante: o melhor câmbio a se fazer é lá em San Pedro de Atacama mesmo. Sim, lá tem casas de câmbio, algumas, principalmente na Rua Toconao. A cotação que vimos no aeroporto foi 720 CLP/USD, enquanto em San Pedro conseguimos por 800 CLP/USD. O voo SCL-Calama saiu às 16h e, ao chegar no aeroporto de Calama, pegamos o transfer Licancabur. Todos os transfers que vimos eram o mesmo preço, a diferença era que esse dava pra reservar antes. Fizemos a reserva enquanto estávamos no aeroporto de Santiago ainda. Ao desembarcar em Calama, tinha uma plaquinha com meu nome nos aguardado. E sim, a van nos deixa no Hostel. Chegada no hostel umas 20:30, banho, comida e cama. A viagem tava só começando! Dia 2: Burocras, Vale de la Luna e Tour Astronômico - 2/dez/2019 Passamos a manhã fechando os passeios da semana. Como disse lá em cima, fechamos com a Flamingo todos os passeios, com excessão do Tour Astronômico, que fechamos com a Space. A Flamingo tem também um tour astronômico, e tenho certeza que é de ótima qualidade. A questão aqui foi ter fechado o Space antes da Flamingo. Acho que se tivéssemos ido primeiro na Flamingo, ganharíamos um desconto com o astronômico deles. Almoçamos já no primeiro dia num restaurante excelente: El Huerto. Comida simples e ambiente muito agradável, com preços bem ok e pratos que dá pra dividir. Às 16h, teríamos nosso primeiro tour: o Vale de la Luna, com a Flamingo. O tour é legal e você consegue conhecer a Cordillera del Sal, uma das 3 cordilheiras da região. O Vale de la Luna é só uma parte da Cordillera e você conhece vários picos. Mas preferiria ter feito o passeio sozinho de bike, já que o tour para nos lugares e sai com intervalos rápidos. Como é perto de San Pedro, dava pra ir pedalando e ficando mais tempo em cada lugar. Por outro lado, o tour te permite levar pra um lugar bem massa de ver o pôr do sol. E claro, as aulas de geografia, fauna e flora do lugar! "Las Tres Marias", escultura natural do Vale de la Luna Cordillera del Sal Poner del sol na Cordillera del Sal De volta à San Pedro pelas 20h30-21h, jantamos uma empanada (sobre isso, experimente a empanada de pino! É o sabor típico deles, um recheio de carne moída, ovo e um tempero típico. É do caralho.) pela Caracoles e fizemos hora até o tour astronômico da Space. Escolhemos a Space depois de ver várias avaliações de que eles são o melhor tour para ver as estrelas do Atacama. E, de fato, eles tem a melhor estrutura: o tour acontece numa fazenda afastada da cidade, onde há pouca luz e barulho. Ainda, ele inclui guia pra falar sobre astronomia e curiosidade científicas do lugar. Diferente do que tínhamos visto, não há um "tour místico" e um "tour científico", é só o científico mesmo, com aulas sobre as constelações ao ar livre, orientações de navegação nas estrelas, etc...Depois de uma palestra com aqueles pointers para o céu, a vantagem da Space é ter a disposição vários telescópios para olhar o céu. E é surreal. Você olha para o céu e vê um clarão, que a priori parecia realmente uma grande nuvem. Mas na verdade era todo o feixe da Via Láctea passando logo acima de você! Valeu muito a pena e, apesar de ser a mais cara, o tour foi bem completo, já que depois eles te convidam para uma casa para tomar chocolate-quente ou chá/café. Algumas dicas pro tour astronômico: i) Leve blusa. Sim, o deserto faz bastante frio a noite, mesmo no verão, como o nosso caso. E você fica bastante tempo ao ar livre. Levei uma corta-vento que aguentava até -8 graus e acho que foi no limite, porque fica bem frio mesmo. ii) A Space, por ser a agência que faz esse tour mais famosa, é também a mais cara. Pegamos por garantia mesmo, mas fiquei muito curioso como seria o tour astronômico da Flamingo. Até porque na Flamingo eles incluem uma foto no preço. Já, a Space, não. Tenho certeza que o tour é do mesmo nível, e pelo que eles falaram, nesses tours alternativos eles incluem uma versão mais mística, com curiosidades da cultura atacameña com o céu. Parece ser bem legal! Na próxima com certeza farei com eles. Além disso, o passeio com a Space vai bastante gente, um ônibus inteiro. Pra quem gosta de um clima mais intimista, talvez valha a pena ir com outra agência mais intimista. Na Space, os tours são em inglês ou espanhol. iii) Fique de olho no calendário lunar! Marcamos o tour no primeiro dia de viagem porque a lua já estava crescente. Durante os períodos de lua cheia, as agências não fazem o passeio pela invisibilidade. Então planeje sua viagem para não perder o tour! Imagino que ver o céu durante a lua nova deve ser a melhor experiência possível! No entanto, por estar em lua crescente, conseguimos tirar umas fotos bem bacana da Lua . Por último, iv) conseguimos ver um céu surreal. No entanto, a guia disse que poderia ficar muito melhor! Isso porque, uma das vantagens de se ver o céu no Atacama e o porquê de ser tão famoso tem a ver com o quão seco é o clima. Um clima seco significa menos vapor d'água no ar. E, portanto, menos refração da luz que vem dos astros. Logo, o melhor mês de ver as estrelas é em junho, o mês mais seco do ano e também quando o hemisfério sul fica com o céu de inverno, com muito mais opções de constelações e planetas para se ver! Mas deve ser um frio do caramba hehe. Mas a próxima com certeza vamos fazer em junho! De volta a San Pedro, hotel e cama! Com a lua crescente, deu pra tirar uns fotões da Lua! Dia 3: Pedalada até Pukara de Quitor, Valle de Marte e Laguna Cejar - 3/dez/2019 O dia 3 começou com um belo café da manhã no Anthawara e fomos direto para a Caracoles procurar algum lugar de aluguel de bike. A ideia era ir pedalando até Pukara de Quitor, ruínas arqueológicas de um forte antigo do pueblo atacameño e também, se desse tempo, ir até o Valle de Marte, que era mais ou menos no caminho. Às 16h, teríamos o passeio com a Flamingo para a Laguna Cejar. Alugamos uma bike pra cada por um preço bem ok (CLP 6000 as duas bikes por 6 horas, o que dá uns 6,25 dólares). Todas as bikes alugáveis de San Pedro são MTB (moutain bike), já que você anda em muito buraco e terra. A pedalada até Pukara de Quitor se faz em uns 20 minutos, é bem tranquilo. Lá, se paga a entrada no parque (2500 pesos). As ruínas em si estavam fechadas (dez/2019) por conta de uma chuva forte no deserto em fev/2019, que fez as ruínas entrarem em manutenção. Porém, o legal era fazer a trilha de uns 3-4km que têm vários mirantes para ver tanto a cidade, quanto a paisagem e claro, as ruínas em si. O passeio foi bem bacana, a trilha é tranquila a foi um ótimo start pra nossa pedalada! Só não esqueçam de levar bastante água já que você acaba pedalando no sol e no deserto! As ruínas são bem legais de se ver. A história do lugar é bacana e, durante a trilha há vários painéis explicando a história do lugar. Basicamente aquilo foi um forte que foi construído pelos pueblos atacameños para se proteger de invasões estrangeiras: primeiro dos Incas e, anos mais tarde, dos espanhóis. É bem massa! Pedalada até Pukara de Quitor! Vulcão Licancabur, vista da trilha dos miradores de Pukara de Quitor As ruínas, que estavam fechadas, mas que durante a trilha dá pra se ter uma ótima vista do forte! Trilha feita e refeita, pegamos nossas bikes mais uma vez para pedalar até pelo menos a entrada do Valle de Marte. Tínhamos pouco tempo, então não daria tempo de entrar no parque, mas só circular por lá já valeria a pena. E não é que foi, se não a mais legal experiência da viagem, uma das? O porquê? Pelo sentimento de ir offroad. Vamos explicar que a história é boa! No caminho para o Valle de Marte, saindo de Pukara de Quitor, paramos para descansar na estrada e ficar olhando a paisagem. Aí, curioso, saí um pouco da pista para chegar mais perto das montanhas e pá: acabei pisando numa área de areia movediça! É surreal, nunca tinha visto uma area movediça antes! Realmente você afunda! E é bem camuflado, então é pra tomar cuidado! Porque parece que a areia tá seca e dura, mas na verdade há uma lama embaixo te esperando para te sugar! E aí é que nos demos conta que ali do lado passava um riacho de água salgada, que estava seco! Ficamos tão entusiasmados com o pico que amarramos as bikes perto da estrada e seguimos a pé pelo o caminho de sal (aliás, a região também faz parte da Cordillera de Sal, e você pode, como eu fiz, inclusive colocar na boca o sal do chão. É realmente sal! Haha) e demos de cara com umas montanhas bizarras, totalmente off-road! Parecia realmente que estávamos em Marte! O rolê foi legal por conta disso! Foi uma aventura bem animal! Do nada, estávamos pedalando no meio de Tattooine (planeta que o Luke e Anakin Skywalker cresceu, de Star Wars hehe)! Pedalada off-road pelos arredores do Valle de Marte! Carolina e Tattoine Off-road e areia movediça De volta às bikes, pedalamos até San Pedro porque às 16h teríamos o passeio para a Laguna Cejar com a Flamingo. Apesar de se chamar "Laguna Cejar", o passeio é muito mais que isso! Você visita lugares como Ojos del Salar, Laguna Tebinquiche e Laguna Piedra. O passeio da Flamingo foi bem legal. Primeiro, porque pelo fato de eles servirem um coquetel no fim do passeio em frente à Laguna Cejar, ao pôr do sol. Segundo porque o guia que pegamos, Miguel, de tanta experiência que tem já sabe dos esquemas! Ele organizou os horários de forma que pegássemos a Laguna Cejar e Piedra por último, já com o lugar vazio! E de fato, só tinha a nossa van e de outra agência por lá para ver o pôr-do-sol. Por isso uma boa agência com bons guias faz diferença! O passeio começa com a Laguna Tebinquiche, laguna espetacular do Salar de Atacama. Se faz um trekking ao redor da laguna, que não é nadável. Inclusive, a Laguna é cheio de vida microscópica, sendo objeto de estudo da origem da vida! Têm várias placas explicativas pela vida microscópica do lugar. Laguna Tebinquiche e sua vida microscópica! De lá, fomos para os Ojos de Salar, um cenote no meio do deserto. Cenote, para quem não sabe, são formações geológicas que dão acesso à águas subterrâneas. Vale lembrar que, apesar do Atacama ser o deserto mais seco do mundo, lá tem muita água! E o segredo tá tanto nas chuvas de verão, que ocorrem em fevereiro, quanto nos lençóis freáticos. E o cenote dos Ojos de Salar dá acesso a um deles! E o melhor, é nadável! Ninguém do tour se animou, com excessão de nós, brasileiros, sedentos por pular em uma piscina/laguna/mar! Típicos! Pulamos lá de cima e foi bem legal, o cenote é bem fundo e é uma mistura de água salgada com água doce! Foi engraçado porque todo mundo ficou com uma cara tipo "Brazilians...". Mas é isso, se dá pra nadar a gente nada! YOLO, certo? Haha. Deixe 2 brasileiros e um cenote juntos no meio do deserto. A gente pula mesmo! ✌️ De lá, fomos direto pro complexo que contém tanto a Laguna Cejar quanto a Laguna Piedras. Ambas são salgadas, mas a única que é nadável é a Piedras, apesar do passeio ser identificado como Cejar. O lugar é totalmente preparado para os banhistas: vestiários, duchas, banheiros...e é muito legal! Você realmente não afunda de tanto sal que a água têm! A água é de boas (apesar da Carolina ter achado geladíssima hehe), só tem que tomar muito cuidado para não machucar ao entrar: o sal de fora cristaliza, e é muito fácil se cortar ali. Eu mesmo machuquei a minha mão. Além disso, não ouse molhar seu cabelo porque, uma vez que o negócio cristaliza, é difícil de tirar. Só tirar o sal do corpo já foi difícil, imagina com do cabelo. Como já disse, lá tem um complexo para tomar ducha e se trocar! Boiando na Laguna Piedras! E o Licancabur no fundo... Depois de nadar e aproveitar um pouco a laguna, nos encontramos com o pessoal da van para tomar nosso coquetel ao pôr-do-sol, de frente à Laguna Cejar. E que coquetel! Salaminho, baguetes, uma maionese com alho bem boa, amendoim, Lay's, tinha até Pisco Sour, suco e água, tudo a vontade! Serviço excelente da Flamingo, não deixando nenhuma outra agência pra trás. E lembrando que tínhamos toda a Laguna Cejar pra gente, uma vez que o guia, Miguel, sabia dos esquemas e dos horários para aproveitar lá. Muitas agências vã lá direto, e ele nos garantiu que aqui fica totalmente lotado de turistas, disputando lugar na laguna. Agora, algumas dicas sobre o passeio: i) Ficamos muito em dúvida entre fazer esse passeio da Laguna Cejar ou as Lagunas Escondidas, que também têm lagunas de sal para mergulhar. A diferença é que as Escondidas as lagunas são artificiais, antigas minas de lítio que gerou as lagoas. E por que decidimos Cejar ou ao invés de Escondidas? Primeiro por conta do preço. Só duas agências fazem as Lagunas Escondidas, e eram agências pequenas. Já ficamos com o pé atrás nisso...Teríamos então que fechar um passeio extra com uma agência aleatória para fazer as Escondidas, sendo que o passeio da Laguna Cejar já estava no cronograma da Flamingo e ainda incluía um coquetel massa? Além de outros picos como o cenote e a Tebinquiche? Não topamos! A Laguna Cejar foi sensacional e supriu totalmente nossa vontade de nadar numa água com densidade tão baixa Além disso, no passeio da Lagunas Escondidas eles encarecem o preço se você quiser passar por aquele "Magic Bus". um ônibus abandonado no meio do deserto fora de mão de qualquer passeio. Logo, preferimos a Cejar por ser mais cômodo e pelo tour ser bem completo, num preço justo! ii) Não se esqueça dos trajes de banho e toalha! Além de uma muda de roupa. Lá venta bastante, então você vai querer trocar de roupa o mais rápido possível quando sair da água. Miguel, o guia, e nosso incrível coquetel ao pôr-do-sol à beira da Laguna Cejar Depois do coquetel, terminamos de ver o pôr-do-sol olhando para a Laguna Cejar, que é por si só um lugar belíssimo! Láa de longe dava pra ver uns flamingos, mas nada comparado com o que veríamos nos próximos dias! É bizarro que qualquer pôr-do-sol no Atacama é um escândalo de beleza. Emocionante, mesmo! Depois do sol se por, voltamos à San Pedro e descansamos, já que no dia seguinte teríamos nosso primeiro passeio em altitude Laguna Cejar y el poner del Sol ☀️ Dia 4: Lagunas Antiplânicas, Piedras Rojas e pueblo de Toconao - 4/dez/19 (4300m de altitude) No dia 4 fizemos o tour das Lagunas Antiplânicas com a Flamingo. O tour incluía primeiro as Lagunas, depois iríamos almoçar no pueblo de Socaire, um outro oásis do Atacama, conhecer o mirador Piedras Rojas quase na fronteira com a Argentina, voltar pelo Salar do Atacama até a Laguna Chaxa ver uns flamingos (e foi aí que vimos flamingos DE VERDADE) e terminar o dia passando no pueblo de Toconao, o terceiro dos 3 oásis da região (San Pedro, Socaire e Toconao). Foi o nosso primeiro passeio na altitude. E nisso seguimos uma dica preciosa: planeje seus passeios em ordem ascendente de altitude. San Pedro fica a uns 2000m de altitude e você não sente nada. O problema é quando você faz os passeios que ultrapassam 4000m. E é o caso das Lagunas Antiplânicas. Os outros passeios na altitude seriam a Ruta dos Salares e o Geyser. Demos a sorte de pegar o Miguel de novo como guia, o que foi bem legal já que nos apaixonamos por ele no dia anterior! Ele sabe TUDO. Tudo mesmo! E outro ponto bacana é que, nos passeios de dia inteiro, a Flamingo te pega no hotel. Miguel e a trupe chegaram às 8h e começamos a subir! E aí tá o primeiro erro que cometi nessa trip: eu subestimei a altitude. Achei que ia ser tranquilo. Mas não tínhamos nem atingido 3000m de altitude e minha cabeça já estava latejando, sem contar a dor no olho, falta de ar, etc...altitude é coisa séria! Levamos bastante remédio, inclusive um remédio de alpinista, o Diamox 250g. Dá pra tomar até 4 por dia, mas acabei tomando só 2. Ajudou, de certa forma! Continuei com dor de cabeça o dia inteiro, apesar da falta de ar passar. É pesadaço! Mas deu tudo certo! O passeio em si é demais. Essa é a magia do Atacama: você em questão de horas pode viver o deserto, o clima do Altiplano e das montanhas, tudo num mesmo lugar! E isso se aplica à flora e fauna. É muito legal ver como a natureza muda de acordo que íamos subindo. Primeiro que você começa a ver cores nas vegetações. Segundo, os animais: Vimos as parentes selvagens das llamas, as vicuñas, e elas são demais! Vimos várias delas em todos os passeios que fizemos nas montanhas. Chegamos a ver até um burro selvagem e uma raposa. Além de um parente andino dos coelhos, a viscachia! E claro, o Miguel sabia de tudo. Uma das partes mais legais de ter feito o tour com a Flamingo foi realmente o amplo conhecimento da fauna, flora e geografia do lugar que os guias tem. Impecável. As Lagunas Antiplânicas foram a primeira parada. São duas lagunas: a Laguna Miscanti e a Laguna Miñiques. E lá já é totalmente diferente das lagunas que vimos no dia anterior. É um clima totalmente característico do Altiplano! Tinha flamingo, vicuñas tomando água, gaivotas...um dos lugares mais bonitos que já vimos. E, mais uma vez, um ótimo serviço da Flamingo, com um café da manhã sendo servido a beira da Laguna Miñiques, num ponto estratégico que o conhecimento do Miguel nos trouxe, com uma vista extraordinária à luz da manhã altiplânica. Laguna Miñiques e essa foto excelente 😝 A Laguna Miñiques é a menor mas, na minha opinião, a mais bonita. Talvez porque foi lá que passamos mais tempo, por conta do café da manhã. A Laguna Miscanti foi onde conseguimos ver pela primeira vez alguns flamingos de perto. Você faz um trekking em torno da lagoa, e é muito legal parar e olhar! Por conta da altitude, tem que ir bem devagar, eu mesmo já estava sofrendo sem andar, imagina andando na trilha! Mas deu tudo certo e foi uma ótima forma de ser recepcionado pelos Andes e pelo clima altiplânico! Laguna Miscanti. Essa a gente não consegue chegar tão perto quanto a Miñiques! De volta à van, a próxima parada era Piedras Rojas. Piedras Rojas é tipo uma uma depressão plana e tipo uma lagoa. É uma mistura dos dois. E foi um dos lugares mais bonitos que eu já vi na minha vida. Foi a primeira vez dentro da viagem que emocionei vendo a paisagem. O que eu pensava era: isso aqui é surreal. A natureza realmente não erra, ela acerta, acerta e acerta. Aquilo é majestoso. É enorme. Com olhos marejados, mas numa ventania de cortar a pele, foi uma mistura de querer ficar mais e querer sair porque o vento estava realmente forte. Além disso, no caminho até Piedras Rojas passamos por alguns mirantes e ainda chegamos mais perto da Argentina pra dar uma olhada na Laguna Tuyajto. Ali já estávamos a menos de 30km da fronteira. E o que eu mais vi foram carros de diversas nacionalidades, inclusive brasileira! Me deu ainda mais vontade fazer aquela trip que descrevi lá em cima, ir dirigindo desde SP até o Atacama, passando pelo norte da Argentina. Está nos planos! Piedras Rojas. Agora vocês entendem porque não consigo definir se é uma laguna, uma depressão ou algo muito louco. Mas que é bonito e emocionante, isso não há dúvidas! Carolina, Piedras Rojas e um vento bizarro Nós e o Miguel! Uma das pessoas mais inteligentes que já conhecemos! E que tornou os passeios uma grande aula de geografia e cultura! O cara fala 4 línguas! De lá fomos até Socaire almoçar. E que almoço bacana. Socaire é um pueblo de ao redor de menos de 1000 habitantes. Almoçamos numa cocineria chamada Cocineria Teresita. A dona do lugar, Teresita, era uma querida e serviu pra gente uma refeição com uma sopa de entrada, um almoço que tinha opção vegetariana e com bebida inclusa. O almoço já estava incluso no passeio da Flamingo, e tínhamos o restaurante só pra gente. Era bem familiar e tornou a experiência melhor ainda! Carolina e a sopa de entrada do almoço! Depois ainda veio um PFzão da massa. Bom demais! De volta à van, o próximo ponto era a Laguna Chaxa. Uma laguna já no Salar do Atacama, foi o primeiro lugar que vimos os Flamingos de perto! Isso é importante: tem flamingo em praticamente todos os lugares do Atacama. Não só isso, existem 5 tipos de flamingos no mundo e, só no Chile, vivem 3 tipos. Isto é, o Chile é um reduto de flamingos! E foi na Laguna Chaxa que vimos eles de perto pela primeira vez. E muito perto! A laguna é um acúmulo de água salgada e enxofre, que com seu cheiro característico, fez a experiência ficar mais legal ainda. Ah, detalhe: nos relatos vimos que a galera costuma fazer passeios que só vão para o Salar do Atacama. Mas veja só, até esse momento, já tínhamos conhecido alguns pontos do Salar do Atacama, sem ter feito o passeio específico pra lá. Por isso acho que é meio furada você fazer o passeio exclusivo do Salar do Atacama já que, em outros passeios, passaremos por pontos estratégicos dele! Na Laguna Chaxa a recomendação é ficar em silêncio. Isso porque devemos respeitar o habitat natural dos animais. Sempre temos que lembrar que nós que somos os forasteiros, invadindo onde eles vivem. Nada mais justo que ficarmos em silêncio. Claro que sempre tem um sem noção que faz algum barulho, mas o pessoal é educado e já reprime na hora. E ficando em silêncio você consegue ver os flamingos beeem de perto, inclusive pegar alguns deles voando, o que dá uma visão animal! Agora uma piada interna legal: No meio da viagem ficávamos brincando que a Carolina era um flamingo: magra, alta, bela e com pernas longas hehe. E não podia faltar uma foto dela em seu habitat natural, certo? Eis o resultado: Flamingos em seu habitat natural. Discovery Channel Production. E mais uma vez o Miguel fez diferença. Como a Laguna Chaxa é um dos points para ver os flamingos de perto, o fato de termos deixado para a tarde foi sensacional. E estratégico. i) O pessoal que vai pra lá durante os passeios do Salar do Atacama vai de manhã. E fica lotado! Fomos de tarde e estava bem tranquilo. ii) A tarde, quando o Sol já está mais baixo, os flamingos se juntam para tomar água. Então dependendo da hora que você visita o lugar, consegue vê-los, mas sóo de longe. E não foi o nosso caso! Vimos eles de pertinho! Foi incrível. Laguna Chaxa, Salar do Atacama e flamingos. De volta à estrada, a última parada foi no pueblo de Toconao, o terceiro oásis que visitamos no deserto. Toconao também tem menos de 800 habitantes! Visitamos a igreja, as lojas, e ficamos livres para passear pelo pueblo sozinhos. Passamos numa loja de lã em que eles criavam llamas! Dava até para passar a mão nelas! E, como nós somos são-paulinos e grandes fãs de futebol, ficamos impressionados com o campo society que tem por lá. A cidade é bem precária, no meio do deserto, falta água e recursos e a maioria das construções são feitas de madeira de cactus. Mas tem um dos melhores campos de futebol society que eu já vi. É galera, futebol é muuuito mais que um jogo . Pueblo de Toconao Um dos melhores campos society que já vi! Os chilenos são fanáticos por futebol, como nós! Chegamos à San Pedro de Atacama por volta das 17h-17h30. O pôr do sol seria só pelas 20h. Perguntamos ao Miguel antes de ir se ele recomendava algum lugar para ver o pôr-do-sol na cidade. E foi batata: remendou um lugar que, se você seguir a Caracoles, para o lado oposto ao da Space, iria sair numa área bem bacana de ver o pôr-do-sol, com muitas pedras e lugares para sentar. Lá parecia ser um lugar que o povo vai pra beber durante a noite, já que tinham muitas garrafas e latas de cerveja no chão. Beleza, tomar umas por lá a noite deve ser animal, mas podiam jogar no lixo né? Até jogamos uns lixos que achamos fora. Apesar disso, o lugar é bem legal! E mais uma vez o pôr-do-sol foi espetacular! Ótima recomendação do Miguel! Só tinha a gente lá, então o povo não deve conhecer o pico. Depois disso, hotel e cama porque no dia seguinte teríamos mais um rolê na altitude...e seria o dia mais legal da viagem! Pôr-do-sol em San Pedro de Atacama no lugar que o Miguel nos recomendou, no fim da Caracoles! Dia 5: Ruta dos Salares (o mais próximo do Salar de Tara) - 5/dez/2019 (4500m de altitude) A Ruta dos Salares foi o nosso passeio mais legal! Foi uma soma de fatores, mas foi o que nos trouxe melhor lembrança. O clima, as paisagens, as pessoas...Mas antes de explicar de dar o relato, vamos explicar algo: Viajamos em dez/19 e, se alguém ou algum relato depois de 2018 te falar que foi ao Salar de Tara, é mentira. O Salar de Tara está fechado para mineração. Sim, é lamentável, já que o pessoal fala que é realmente o lugar mais legal do Atacama. A alternativa é fazer a chamada Ruta dos Salares: Ele passa pelo Salar de Atacama e ao redor do Salar de Tara. E foi sensacional! A Flamingo é uma das poucas que faz esse passeio e, por conta disso, ficamos praticamente sozinhos o dia inteiro. Mais ainda, como as pessoas ficam frustadas que você não entra no Salar de Tara em si (apesar de vê-lo por cima!), elas não se interessam tanto pelo passeio. Resultado: tinham 8 pessoas conosco, além da nossa excelente guia Cheryl, a mesma que fez o Valle de la Luna com a gente! O clima intimista fez o passeio ser o melhor de todos! Moreover, o passeio mais uma vez contou o serviço excelente da Flamingo, com um café da manhã e um almoço excelentes! Outro ponto é que esse foi o nosso segundo passeio na altitude (mais de 4000m) e, dessa vez, fui preparado! Tomei chá de coca antes de ir e foi o MELHOR remédio. Não passei mal de altitude como passei no dia anterior, apesar de ter sentido um pouco a pressão. Bom, vamos para o relato. O passeio começa com um café da manhã à beira do Licancabur. E que café! Que vista! Comemos vendo o majestoso vulcão num campo todo florido! Foi uma ótima forma de iniciar o dia! E ainda por cima tava cheio de vicuñas por lá! Acabaríamos almoçando por lá também! Café da manhã de cara com o Licancabur, num campo maravilhoso do Altiplano pra começar o dia! Todo o passeio é focado na Caldera La Pacana, que basicamente é a cratera de um vulcão enorme e antigo que se situa o Salar de Tara. Você passa por várias lagunas até quase na fronteira com a Bolívia e a Argentina. A estrada é belíssima e é um dos acessos que dão na Argentina! E é bizarro ver como a cratera do vulcão é enoorme! Nesse ponto, o Salar de Tara começa logo depois! Por isso é o passeio que mais se aproxima ao Salar, porque fazendo a volta na cratera da Caldera la Pacana, consegue-se ter uma ideia da imensidão que é a formação geológica que formou o Salar de Tara. E não só isso, mas o passeio é focado no conhecimento geológico que criou o lugar. Vale lembrar que o Atacama antes de tudo foi um oceano. Não só um oceano, mas era o encontro entre o Oceano Pacífico e o Atlântico, nos tempos de Pangeia. Quando as placas tectônicas começaram a se movimentar, os Andes surgiram, e toda aquela região é referente à esse advento. Foi o passeio que mais conseguimos entender a formação geológica do lugar e a característica do altiplano andino! Foi uma aula de geografia! Mais uma vez vi vários carros argentinos e 1 brasileiro. Fazer essa viagem de carro deve ser incrível e, se fosse fazer, passaria pela Estrada 27 que é a que estávamos! Ambas as Estradas 27 e a que fomos no dia anterior (Estrada 23) dá na Argentina, e cada uma com uma paisagem diferente! Outro ponto importante: O passeio não tem banheiro em nenhum lugar. Na verdade, até tem, o que eles chama de "baño Inca", que é basicamente fazer xixi (e outros) atrás da pedra hehe. Deu pro gasto! A viagem passa pelos pilares da Caldera La Pacana e se extende até o Mirados Salar de Los Loyoques, onde pudemos ficar olhando a paisagem por mais de 1h! A vantagem de se fazer um passeio quase que exclusivo! Tínhamos as paisagens só para a gente! É bizarro a heterogeneidade do Atacama. Isso é só uma parte da cratera do La Pacana, no passeio da Ruta dos Salares. Espetacular! Inclusive, a imagem que se vende do Salar de Tara são os pilares da Caldera La Pacana (que não é o Salar de Tara hehe)! Os pilares são gigantes! E belíssimos! E o melhor de tudo é que, em todos os lugares desse passeio, a gente podia chegar mais perto a ver a imensidão do negócio da melhor forma. Além disso, a fauna e flora do altiplano mais uma vez se destacava, onde inclusive conseguimos ver outra vez as vicuñas e até uma raposa bem de perto! A raposa de boas no Altiplano Andino 🦊 O próximo ponto foi ir à fronteira com a Argentina e Bolívia no Mirador Salar de Loyoques, mas o vento tava forte demais. Nenhum problema, já que o lugar era espetacular! Ficamos um tempo por lá e voltamos para o mesmo lugar que tomamos café para o almoço. E aí foi um momento muito legal: uma viagem boa também se faz com pessoas boas. A turma que tava no passeio era demais! Eram 7 pessoas: 1 suíça, 1 mexicana, 1 argentina (uma senhora que estava viajando sozinha! Fudido!), 2 brasileiras, a guia Cheryl e nós! E que papo legal que batemos no almoço! Foi um dos grandes momentos da viagem! Carolina e o pilar da Caldera La Pacana Caldera La Pacana. Não dá pra ter ideia da imensidão do negócio por foto! É demais! "Vai Carolina, faz uns malabares aí com o Mirador Salar de Loyoques" Fotão com o Licancabur! Depois do almoço, voltamos para San Pedro. O passeio saiu mais cedo, umas 7h da manhã, por isso chegamos umas 15-16h de volta! Tiramos uma foto com a galera do passeio para guardar na memória, já que eles fizeram parte disso! Foi demais Nós, Cheryl e a galera do passeio! Agora aqui vai um aviso importante, já que pode acontecer com qualquer um. O Atacama é alto, e os passeios que você faz são altos. E isso significa que você tem que pegar leve na comida, já que a digestão é afetada pela falta de oxigenação do sangue. Eu já tinha passado mal com mal da montanha no dia anterior, mas no fim do dia da Ruta dos Salares acabei tendo uma intoxicação alimentar. Provavelmente porque tomei leite no café. Minha intolerância é bem baixa, nunca passo mal, com excessão se você toma a mais de 4000m de altitude! Para os que já tem o intestino fraco como eu, isso é um ponto importante, já que realmente qualquer coisa que você comer, por mais sútil que seja a intoxicação, se torna o caos. E vamos dizer que essa noite não foi das melhores hehe. O lance era esperar, tomar bastante água e evitar comer. Continuei com os sintomas até a volta para o Brasil, mas foi totalmente controlável . Então tomem cuidado! Não comam muito, não bebam álcool nos dias antecedentes e durante os passeios de altitude! Sofri com mal da montanha e com uma intoxicação muito provavelmente catalisada pela altura. Fica a dica! Fim do melhor dia da viagem, com direito à uma intoxicação que valeu todo minuto hehe. O passeio realmente tinha sido espetacular. Dia 6: Geysers Del Tatio e Vila de San Pedro de Atacama - 6/dez/2019 (4700m de altitude) Dia do último passeio na altitude. Deixamos por último pela questão de estratégia que mencionamos: em ordem ascendente de altura. Esse é o passeio que você sobe de forma mais brusca também! Então se prepare, tome um chá de coca antes e vai na fé! A van da Flamingo nos buscou logo às 4:30 da manhã já que os geyseres são maiores pela manhã quando ainda está frio nas montanhas. E isso é importante, lá faz FRIO. Pegamos entre -4 e -6 graus. Quanto mais frio, mais evidente fica o vapor d'água. E maior a pressão da água também. Antes do relato, vamos entender o que é o lugar. "Geyser" é qualquer formação geológica que solta vapor d'água. O nome veio do Geyser original na Islândia (o qual ainda queremos conhecer!), mas são poucos lugares do mundo que os têm. O lugar que tem mais geyseres no mundo é no Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA. E o Atacama é um deles! Lá você consegue ver jatos enormes de água saindo do chão! E mais ainda, é possível nadar nas águas termais naturais do lugar. O que claramente fizemos! Foi um passeio muito legal e deu pra entende porque é o mais famoso de todos. Num frio do cão, acordamos às 3h30, com a van saindo entre 4 e 4h30. A subida é longa e chegamos lá pelas 6:30/7h. Esse passeio tem banheiros, o que foi extremamente útil pra mim já que estava no meio de uma intoxicação alimentar! São dois pontos de visita, onde é possível ver o vapor d'água saindo e também nadar, como disse. Demos a sorte de mais uma vez pegar o Miguel como guia, e conhecer um lugar desses com um amplo conhecedor da geografia foi demais! Nós dois, nerds que somos, grudamos nele perguntando várias coisas relacionadas à formação geológica, pressão, temperatura...uma aula! Tomamos café da manhã logo depois de ver os gêiseres. Mais uma vez, um ótimo serviço da Flamingo. Depois foi a vez de nadar nas águas termais, o que foi animal! Vale lembrar que era antes das 10h da manhã e estava um frio, nessa altura da manhã, entre 0 a 10 graus. Mas é isso, mais uma vez YOLO e lá fomos nós nadar na água a uns 35-40 graus. O mais legal foi sentir os pontos em que a água quente de baixo da terra vinha. Para não passar frio, ficávamos em cima desses pontos estratégicos. O lugar também é cheio de vestiários e lugares para trocar. O problema é o caminho entre sair da água e ir para o vestiário. Por isso que poucos pulam hehe. Geyseres Del Tatio, sensacional! Mergulho nas fontes termais! Depois de nadar, já era umas 11h, e começamos a voltar para San Pedro. Parece cedo, mas vale lembrar que o rolê começou às 4h30 da manhã, então a gente acaba ficando bastante tempo por lá! Mas o passeio ainda não tinha acabado! Passamos ainda pelo Vado Putana, uma região de pântano que fica na montanha, e também pelo Pueblo de Machuca. Machuca é um pueblo originalmente formado pela emigração boliviana para o Chile. É um vilarejo muito charmoso, com uma bela igreja e muitas lojinhas de artesanato. O maior meio de produção deles é a criação de lhamas. Estar no meio da montanha o torna diferente dos pueblos de Socaire e Toconao que havíamos passados nos dias anteriores. E ahh, é lá que se vende espetinho de carne de llama! Eu não comi porque né, intoxicação alimentar, mas tava com uma cara muito boa! Foi muito legal conhecer a cultura de um pueblo formado exclusivamente na montanha. Uma coisa que aprendemos com o Miguel foi a importância das lhamas para a cultura andina. São 4 animais da família das lhamas que vivem na América do Sul: Lhamas, Alpacas, Vicuñas e Guanaco. Esses dois últimos são selvagens e os dois primeiros domésticos. E aí que tá: As lhamas e as alpacas são consideradas sagradas justamente porque foram os primeiros animais a serem domesticados no altiplano andino. E eram usadas basicamente para 3 utilidades: carne, lã e carga. E isso é talvez o maior fundamento de identificação da cultura andina. Inclusive há muitas celebrações, rituais e cultos para as lhamas, de tão sagradas que são. E Machuca traduz muito esse sentimento sagrado que esses animais trazem. Um grande aprendizado da viagem! Llamas na região ao redor de Machuca Pueblo de Machuca! Voltamos a San Pedro pelas 13h30. Teríamos então ainda o dia inteiro para ter o dia livre. E foi muito bacana! Conhecemos finalmente os pontos de interesse do pueblo de San Pedro de Atacama, o que inclui a igreja toda construída de madeira de cactus e também, como a grande surpresa, o Museu do Meteorito. E isso foi totalmente ao acaso! Vimos uma placa do Museu do Meteorito na cidade nos primeiros dias que chegamos. Não havíamos visto nenhum relato que o incluía no roteiro! E que museu legal! O Atacama é um dos melhores lugares para caçar meteoritos justamente porque, como o clima é bastante seco, é fácil de identificar as rochas vulcânicas e de meteorito. Aí foi que dois irmãos resolveram criar esse museu para ensinar as pessoas como reconhecer meteoritos e mostrar um pouco do trabalho que eles tem feito nos últimos anos! O museu é muito simples e com muita coisa legal, além de tudo paga meia para estudante! Recomendamos total e foi uma das boas descobertas da viagem. Em toda trip que já fiz sempre descubro coisas não planejadas que acabam se tornando ótimas memórias. Essa foi uma delas! ✌️ Fachada do Museo del Meteorito! Ainda explorando San Pedro, almoçamos em mais um restaurante recomendado pelo pessoal da Flamingo: La Picada Del Indio. Almoço justo, no mesmo preço do El Huerto, mas um pouco mais "pop". Nesse aprendemos a nossa lição e pedimos um macarrão para dividir em 2. Como meu intestino ainda tava ruim, foi ótimo para não exagerar. Todos os pratos lá são bem servidos, e dá pra poupar bastante se dividirem o prato em 2 como fizemos. O resto do dia foi assistir o pôr-do-sol em frente ao Hotel e descansar, já que tínhamos acordado bem cedo. Ainda, arrumar as malas já que iríamos ir embora já no dia seguinte, às 21h30. Mas ainda tinha um passeiozão a ser feito! O Observatório ALMA, que vamos falar na próxima seção! Dia 7: Observatório ALMA e viagem de volta pra casa - 7/dez/2019 Chegou o último dia e deixamos um dos melhores passeios para o final! Eu e Carolina somos, como devem ter percebido, dois nerds e curiosos. E parte disso é gostar muito de ciência e astronomia. E isso no Atacama é um prato cheio. Quando começamos a planejar essa viagem foi em janeiro de 2019, com a compra das passagens. Na mesma época, 11 meses antes, vimos em um relato que era possível visitar o ALMA, o maior observatório do Hemisfério Sul e um dos maiores do mundo! ALMA significa Atacama Large Milimeter Array (ALMA). Eles planejam, até 2024, serem responsáveis por 53% das observações do céu do mundo. É composto por 66 antenas de cooperação internacional e foi originalmente formado por um join effort da o Observatório Europeu do Sul (União Europeia), da Fundação Nacional de Ciência (EUA), do Instituto Nacional de Ciências do Japão e do governo chileno. Mas há vários países signatários e contribuidores do projeto que financiam o laboratório. Pra quem gosta de ciência, ali é o lugar para se estar. E o máximo é a democratização da ciência: se você, um instituto de pesquisa, universidade, que fecha um acordo para a utilização das antenas para dados astronômicos não publicar algum artigo científico em alguma revista top internacional em um intervalo de 1 até 2 anos, a sua base de dados se torna pública! Como um economista acadêmico que sou, adoraria que esse pensamento fosse universal em todas as áreas do conhecimento. Quem sabe um dia! Mas o importante é que o ALMA oferece visitas guiadas públicas e, o melhor, de graça! Basta agendar! Fomos um pouco overexcited e reservamos em janeiro, mas dá pra reservar muito mais perto da sua trip do que nós. Eles oferecem um busão que sai de San Pedro e nos leva até o observatório. Ida e volta, na faixa. Lá é feito um passeio guiado pelas instalações internas e externas, explicações da relevância do projeto pro avanço da ciência do mundo e ainda demos a sorte de ver uma das antenas, que ficam em uma região das montanhas bem mais alto do que estávamos, em manutenção! Foi um dos momentos mais legais da viagem o passeio e, sobretudo para nós brasileiros, pela situação emergencial que nós cientistas estamos vivendo no Brasil (Dez/19, governo Bolsonaro, etc), é de extrema importância para entendermos de como a prioridade deveria ser, se não maioria, relevante, para a ciência dentro das políticas públicas de um país. E o Chile cumpriu seu papel muito bem, sabendo que está num lugar privilegiado na Terra para ver as estrelas. E isso vale também para os países signatários e financiadores do projeto. Ah, checamos e perguntamos e, apesar de ter uma bandeira brasileira por lá, o Brasil não é signatário do acordo. Isso porque, em 2015, durante o governo Dilma, quando o projeto foi inaugurado, mais uma vez não foi de prioridade do governo brasileiro ser um dos financiadores do projeto, apesar de ter sinalizado em anos interiores o interesse. Mas é isso, o Brasil tá out, e isso independe de governos. É uma questão de instituição. Ainda, infelizmente, para nos brasileiros, a ciência não é prioridade. Chega de baixo astral e vamos continuar o relato! O ALMA é um passeio obrigatório para quem gosta de astronomia e ciência em geral. Aquilo lá é a fronteira do conhecimento e é um privilégio pro Chile poder sediar o laboratório. O passeio ocorre nos finais de semana pela manhã, não se esqueça de agendar no site e aproveita que é de graça! Os dados astronômicos do ALMA foram um dos responsáveis por gerar a primeira imagem do buraco negro em 2019. Eles falam isso com muito orgulho! Viva a ciência! Demos a sorte de ver uma das antenas em manutenção. Elas ficam a mais de mil metros acima do laboratório, onde é mais seco e sem poluição de luz. Voltando para San Pedro, com as malas já arrumadas e deixadas no locker do hotel (fizemos o check-out de manhã) e esperamos a nossa van para o aeroporto de Calama. Fechamos tanto a ida quanto a volta com a empresa Licancabur, que já colocamos o link acima. Valeu a pena fazer a ida e a volta para os dois já que economizamos uns 5000 pesos assim. Então quando for comprar o transfer, compre a ida e a volta juntos! Deu tudo certo e antes das 19h já estávamos no aeroporto! O voo era as 21h. De resto, só fizemos escala em Santiago e voltamos pra GRU! Uma última olhada para a Caracoles antes de ir embora. Que lugar! 6. Conclusão O Atacama foi certamente um dos lugares mais especiais que eu já fui na minha vida. Já tinha conhecido Santiago e a costa chilena uns anos antes, e fazer a viagem apenas para o deserto foi determinante. Primeiro porque a cultura atacameña é totalmente diferente da cultura da capital. Isso porque em nenhum outro lugar do Chile se tem um deserto (desconsiderando, claro, a Patagônia, que é um deserto se considerarmos a definição de pluviosidade). Imagino que quando eu conhecer a Patagônia Chilena sinta a mesma coisa. Eles tem uma forma única de encarar o mundo e a natureza. Sobre isso, é uma das coisas que mais me tocou. A natureza é parte da cultura do povo atacameño. Eles vangloriam seus animais, sua flora e sua geografia. São tão privilegiados de terem em seu território um lugar tão heterogêneo mas, ao mesmo tempo, tão unido mentalmente como o deserto. Isso é forte! Por outro lado, dá pra perceber, mais uma vez, como a nossa identidade latino-americana é presente em todo o continente. Tinha sentido isso na Patagônia Argentina e também em Santiago ou no México (escrevi um relato sobre o México também onde tive a mesma conclusão, e você pode conferir aqui), e agora outra vez sinto. Não importa se você está no deserto, nas montanhas, na cidade ou na costa, somos um continente unido. Podemos falar português e eles espanhol, mas temos sempre um denominador em comum. Seja o futebol (glória!), a natureza, a herança indígena, o artesanato. A cultura latino-americana é sagrada e deve ser preservada e admirada. E isso cabe a nós, latino-americanos. Temos que cuidar do nosso patrimônio e manter as tradições milenares em evidência. É isso que nos faz únicos. Por fim, o Chile em 2019 e agora em 2020 tem passado por um momento muito importante em sua história. Os protestos que começaram em outubro de 2019 são um sinal para os governantes de que eles estão insatisfeitos. Como economista, sempre ouvimos que o Chile é um exemplo de nação, até por ser a única considerada desenvolvida no continente. Sim, de fato, mas algo está mudando. E faz parte do processo de desenvolvimento da população o engajamento e o conluio de querer tornar melhor. E eu entendi que é exatamente isso que o chileno está sentindo. Foi um a mais poder ir ao país nesse momento tão importante da história deles. Eu mesmo não concordando com a forma violenta que foi/está sendo o processo, mas as maiores rupturas do mundo vieram com grandes esforços. Talvez esteja acontecendo isso com o Chile. Talvez não. Só é importante dizer que eles estão num processo deles e que só eles entendem. É uma nação incrível, com a vantagem de ter uma natureza invejável e também, por que não, uma cultura institucional de dar inveja. Mas como o povo chileno é incansável, eles querem melhorar. E acho que é isso que está acontecendo! Eles merecem sempre mais e de melhor, assim como todos os hermanos latino-americanos. Espero realmente que o produto de tudo isso seja um país melhor e mais justo. Obrigado Miguel, Cheryl e todo mundo que fez parte disso. O Atacama é especial. Foi uma viagem especial, com uma companhia especial (sim, você, Carolina ) e que com certeza vai estar na minha memória como uma das melhores viagens da minha vida. Não hesitem de mandar e-mail e/ou responder aqui no fórum. As minhas últimas viagens eu absorvi conhecimento daqui do Mochileiros e é um prazer contribuir. E mais uma vez, obrigado por terem chegado até aqui no relato. Isso aqui é minha terapia favorita! ¡Viva Latinoamerica! !Viva el Atacama! !Viva Chile y hasta luego! 🇨🇱 Victor Hugo Alexandrino
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Oi @debalves! Então, apesar de ser sim violento (os dados mostram isso), não vi nenhum problema com a cidade em si. É como qualquer outra cidade: a violência está localizada em regiões específicas, longe dos grandes centros. O Zócalo foi uma particularidade porque me lembrou muito a Praça da Sé, e todos sabemos que noite não se anda lá né, mas de dia é tranquilo. É só se manter esperto, como fazemos aqui no Brasil a todo momento. Ficar de olho nos bolsos, não deixar o celular a mostra em multidões, evitar ruas estranhas... De qualquer forma, convence ele que, se ele vive no Brasil, o México é a mesma coisa em todos os sentidos hehe. Tantas as partes boas e ruins! E a cidade é espetacular. Valeu e boa viagem!
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Espaço aéreo do México, 10 de novembro de 2019 Salud a todos! Tenho a alegria de estar a 10006m de altitude, segundo o radar do avião, em algum ponto entre Minatitlán e Tuxtla Gutierrez, com um fim de tarde de lua cheia pulsando na janela, ouvindo a maravilhosa cantora mexicana Natalia Lafourcade e retornando a São Paulo para poder contar pra vocês a experiência fantástica que tive nos meus últimos 8 dias passados nesse país encantador que é o México. A priori, iria passar apenas 4 dias a trabalho em Puebla para um congresso acadêmico, mas acabei chegando 4 dias antes para conhecer um pouco do que é a terceira maior metrópole do mundo, a Cidade do México. Como muito do que procurei sobre a viagem foi mais uma vez usando o repositório do Mochileiros, é minha obrigação deixar um bom e completo relato para ustedes! Compartilharei o relato também no Medium, para democratizar a experiência! Aliás, leitores do Medium, deem uma olhada no mochileiros, têm muuita coisa legal :) A viagem teve duas partes. A primeira, minha irmã Thais me acompanhou na Cidade do México, aproveitando a compania, tirou umas férias merecidas :). Depois, durante o congresso em Puebla, ela foi pra Cancún e fiquei visitando quando tinha tempo entre uma apresentação de paper e outra :) 1. Cronograma A viagem aconteceu entre 2 e 10 de novembro de 2019, com o seguinte cronograma: 2/nov/2019: Voo SP-CDMX, saída 23h, chegada 6h30 3 a 6/nov/2019: Cidade do México 7 a 9/nov/2019: Puebla e Cholula 10/nov/2019: Voo CDMX-SP, saída 16h40, chegada 5h30 2. Gastos Vou botar os gastos em dólares, já que a cotação varia bastante. Passagem aérea: US$ 970 (SP-CDMX ida e volta) Hospedagem: 3 diárias no METRO Boutique Hostal, na CDMX, em quarto privativo (mas banheiro compartilhado) para duas pessoas: US$ 200/2 pessoas = US$ 100 por pessoa. Obs: a hospedagem em Puebla foi pago pelo congresso rsrs. Comida, presentes, passeios: US$ 300. Total sem passagem aérea: US$ 400 Total com passagem aérea: US$ 1370 Na época que viajei (novembro de 2019) peguei o dólar ao redor de 4. 3. Relato Dia 1 e 2 - Sábado, 2/nov/19: Saída SP-CDMX, voo às 23h, chegada às 6h30 no Domingo, dia 3/nov Chegamos no dia 3 de novembro de manhãzinha. Como o check-in do hostel era só a partir das 14h, deixamos as coisas no storage do próprio hostel, tomamos café lá (isso foi bem legal da parte deles) e saímos para andar. Como era um domingo, a Paseo de la Reforma estava fechada para carros, então, como aqui em SP acontece com a Av Paulista, a avenida estava cheio de gente, ciclistas, corredores, dogs e famílias. Foi bem legal. Uma coisa que é diferente da Paulista Aberta nesse ponto é que lá eles separam a avenida em dois: uma só para atletas e ciclistas, onde o pessoal pode treinar sem problemas de ter uma criança atravessando correndo a rua ou um ambulante vendendo algo, e outra parte para as famílias e pessoas que só querem passear na avenida. Achei sensacional (alô Bruno Covas!). Nesse ponto, como ficamos em Roma Norte, um bairro sensacional, parecido com o bairro de Pinheiros em São Paulo em questão de cultura, restaurante e arte, o caminho até o monumento do El Ángel de la Independencia dá uns 15 min. Fomos até lá e depois andamos toda a Paseo até o parque, onde fica o Museu Nacional de Antropologia da Cidade do México. El Ángel de la Independencia, na Paseo de la Reforma. Em obras, como todo o México by that time. Calçadão da Paseo de la Reforma. Avenidas muito mais largas que a Avenida Paulista O Museu de Antropologia em si é muito legal. Mas recomendaria ir em algum dia diferente de domingo. Neste dia, o museu é de graça para mexicanos, o que o deixou totalmente abarrotado de gente. Como não havia mapas nem indicações de como fazer o trajeto do museu, a gente não conseguiu aproveitar tanto. Fomos direto nos setores externos (jardins, muito banaca) e também na Pedra do Sol, la famosa... Passamos apenas umas 2h dentro do museu, porque realmente não havia condições de ficar mais tempo lá de tanta gente que tinha. Um colega foi no parque e pro museu de história natural. Disse que tem uma vista bem legal da cidade, mas infelizmente não conseguimos ir A Pedra do Sol, que não, não é o calendário maia e nem asteca! Depois do museu, passamos em frente ao Auditorio Nacional para retirar meus ingressos pro show da Natalia Lafourcade (se você não sabe quem é ela, pare de ler e vá ouvir essa mulher maravilhosa. Coloquei um vídeo mais pra baixo), cantora mexicana que gosto muito e que coincidentemente, estaria tocando na CDMX durante a nossa estadia. O Auditorio em si é muito legal, e mesmo para quem não tem evento pra ir lá, vale a pena dar uma passada na frente de dia. É majestoso. Depois do Museu, almoçamos em uma Taquería chamada El Fogoncito, muito boa por sinal. O cardápio não fica só por conta de tacos, mas de muitas coisas mexicanas. Foi um ótimo portão de entrada pra comida local. Comemos perto da Paseo, no cruzamento da Rua Leibnitz com a Rua Victor Hugo (mi nombre rsrs). A noite, encontrei um amigo da minha namorada, chamado Rodrigo, cara sensacional, em um dos bares da Av. Álvaro Obregón, em Roma Norte, do lado do Hostel. Mais uma vez, recomendo totalmente o bairro só pelos restaurantes e bares. Essa avenida ficava bem pertinho de onde a gente tava, além de ter muita coisa nos miolos do bairro. Por exemplo, visitei muitas livrarias ao redor, muitas lojas de arte e cultura, e também umas lojas místicas, pra quem gosta! É realmente a Pinheiros/Santa Cecília da CDMX. Depois descanso já que tivemos um voo longo e no próximo dia iríamos para Teotihuacan. Dia 3 - Segunda, dia 4 de novembro de 2019: Pirâmides de Teotihuácan, o dia inteiro e show da Natalia Lafourcade às 20h O plano era passar a manhã e a tarde em Teotihuácan e voltar umas 17h porque a noite eu tinha o show no Auditorio Nacional. Para ir até Teotihuacan por conta é bem fácil. Você tem que pegar o metrô até uma das rodoviárias, especificamente o terminal rodoviário Autobuses del Norte. Vá de metrô, é bem barato, menos de R$ 1,00 a passagem (aliás, todo o México é barato. E isso é ótimo para nós brasileiros). De lá, atravesse a rua e compre a passagem ida e volta para as pirâmides. O totem que vende as passagens é de uma cia específica, que não tem erro já que o próprio símbolo da empresa são as pirâmides. Se localiza, ao olhar para a rua, dentro do terminal rodoviário, à sua direita, no fim da rodoviária. A passagem não é cara e inclui ida e volta. A ida tem horário específico, e a volta você simplesmente espera na rua na frente do sítio arqueológico. Literalmente hehe. O passeio é bem legal. O busão te deixa na frente do parque, você paga a entrada e se vira lá dentro. De cara estará com a Citadela, e mais pra frente vai ter as duas pirâmides maiores (Sol e Lua), além das intermediários. Minha dica é também ir no museu que tem lá dentro. Dá pra entender um pouco o contexto do negócio, além de ter uma maquete sensacional. O passeio é incrível, e o que me impressionou foi a magnitude do negócio. É enorme. Não se esqueça de levar chapéu, protetor solar e snacks, já que você ficará bastante tempo lá (um dia inteiro), além de que não há sombras para fugir do Sol. Logo, prepare-se! Há chapéus vendendo na entrada do parque, caso você se esqueça. Delante a la Pirámide del Sol, en Teotihuácan Depois do passeio, como disse, a volta é bem simples, basta sair do parque e esperar na rua qualquer ônibus passar. Acabamos esperando uns 15 min e pá, passou um ônibus. Como a demanda era maior que a oferta, nos primeiros 15 minutos de volta fizemos o trajeto de pé dentro do busão, mas depois o pessoal foi saindo e conseguimos sentar. Aliás, todo o México é assim. Se fosse definir o país em uma palavra é: desorganização. Não importa se estávamos numa rodovia federal, estávamos de pé em um ônibus num trajeto de 1,5h a priori..uma loucura! De volta a CDMX, passamos numa Taquería que nos recomendaram chamada Taquería El Califa, é famosinha e nos recomendaram. Os pratos são bem grandes e vale bem a pena. Fomos na filial da Paseo da Reforma, mas passei na frente na filial de Roma Norte também. De noite, tinha o maravilhoso show da Natalia Lafourcade! Aqui em baixo tem um vídeo da minha música favorita dela, pra quem não conhece! E mais uma vez, o Auditorio Nacional em si é espetacular! Vale a pena dar uma passada lá na frente, é bem bacana mesmo. O show foi impecável, com certeza um dos melhores shows da minha vida. Se tiver a oportunidade de ir em algum evento cultural no destino da sua viagem, vá! É muito bacana ver os mexicanos em seu cotidiano. A grande maioria do público era local. O mais legal é que nesse último disco dela os sons estão bem folclóricos, o que fez o show ser uma baita homenagem à cultura mexicana! Além de ter muitos convidados cantando junto. Foi animal, experiência única! Auditorio Nacional, dia de show da Natalia Lafourcade! Dia 4 - Terça, dia 5 de novembro de 2019 - Museu Frida Kahlo pela manhã, Templo Mayor e Lucha Libre Dia 4 começou e tínhamos já agendado com antecedência o Museu Frida Kahlo para manhã às 10:30. O bairro que o museu fica é bem legal, o que vale já a visita mesmo antes do seu horário no museu. O bairro chama Coyoacán e, além do museu e da casa do Trosky, já famosos, o bairro tem muita feirinha, comércio, além também de, no caminho do metrô para o museu, você passará pela Cineteca Nacional. Não chegamos a parar porque tínhamos horário, mas gostaria de ter passado um tempo por lá! O museu em si é um espetáculo. Acredito que foi o lugar que mais gostei na CDMX. Aproveitando a dica do meu irmão, que também foi pra lá anteriormente, foque nos pincéis, no estúdio, nas tintas. O museu é menos obras da Frida e do Diego Rivera e muito mais o estilo de vida deles. E isso é beeem legal. A casa é um charme, toda colorida, e você vai se autoguiando pelos quartos e aposentos. Para tirar foto, tem que pagar mais, o que não fizemos. No nosso caso, só foi possível tirar foto do jardim, que também é lindo. Você consegue ver a cama onde ela pintava depois do segundo acidente, os quartos, a cozinha, o jardim...e também tinha uma exposição temporário com os vestidos de Frida Kahlo. Senti coisas lá muito fortes! A vida que essa mulher teve foi cheeeia de desafios e, mesmo depois de um caso de pólio, dois acidentes, traições, ela ser o marco que foi e com tanta influência não só no meio artístico mas também como uma bandeira do movimento feminista, isso é fudido. Um passeio que mesmo eu, que não conhecia muito das obras dela, me fez ficar muito mais interessado e encantado. Uma dica é realmente reservar o passeio com bastante antecedência. Há preços diferenciados para estudantes e para estrangeiros. Peguei o de estudante, como aluno de doutorado, que é 1/4 do preço dos estrangeiros, e deu tudo certo! Lá você vai entender o porquê reservar antes: existem duas filas. Uma para o pessoal que tem horário marcado e outra para quem vai comprar na hora. Posso te afirmar com certeza que a fila de quem ia comprar na hora estava 10 vezes maior. Vacilaram! Então não cometa esse erro e reserva essa caceta já! Museo Frida Kahlo De lá o plano era ir até o Zócalo e conhecer o centro histórico. Como começou a chover muito, ficamos apenas no Museu do Templo Mayor, e decidi conhecer o resto do Zócalo no dia seguinte. O Templo Mayor é um passeio bem legal. O preço não é salgado e é interessante saber que o centro da CDMX já foi cercado pelo povo mexica, com pirâmides e um centro político e cultural bem diferente do pós colombiano. O museu destaca ainda o massacre espanhol dos povoados antigos e também tem uma maquete bem legal do que era o Zócalo antes da invasão espanhola. E claro, as ruínas em si. Ruínas do Templo Mayor Com a chuva, acabamos fazendo hora por lá até das umas 18h para ir direto para a Lucha Libre! E que passeio sensacional! São dois lugares que ocorrem as luchas libres na CDMX: Arena Coliseo e Arena México. Fomos na Arena México, por estar relativamente perto de Roma Norte. Compramos os ingressos umas 18h30, e a luta começava às 20h. O evento em si é bem bacana. Claramente, tudo é muito bem encenado, as lutas não são verdadeiras, mas você se diverte demais! E o mais engraçado são que, mesmo com boa parte do público ser turista, há uma quantidade relevante de mexicanos que frequentam as lutas e torcem como se fossem de verdade! Gritam o nome e tudo. Achei maneiro! ¡Lucha libre! Depois da luta, casa e sono. Dia 5 - Quarta, 6/nov/19: Zócalo, Palácio Belas Artes, Palácio Nacional (só passar em frente), centro histórico e ida pra Puebla Como não tinha conseguido visitar direito o Zócalo no dia anterior por conta da chuva intensa, acabei por voltar de manhã para o centro para conhecer. O centro em si, pra quem também é de São Paulo, se assemelha muito à região da Praça da Sé. Primeiro por ser muito bonito (quem não teve a chance de passar pelo menos um dia no centro de SP, faça-o! É bem legal!). Segundo porque, assim como SP, não é o principal ponto turístico da cidade. Aqui em SP, por exemplo, podemos colocar Av Paulista, MASP e Ibirapuera na frente da Praça da Sé e ainda, tenho certeza que você pensaria duas vezes em recomendar o centro de SP para um gringo ir sozinho por conta da violência. Lá na CDMX é a mesma coisa! Em todos os sentidos. Há muitos moradores de rua como em SP (aliás, a Cidade do México se assemelha a São Paulo de uma forma inacreditável! Por isso que gostei tanto hehe). Tem até uma rua que o povo fica com aquelas plaquinhas de "compro/vendo ouro", que nem na Sé! Primeiro fiquei passeando pela praça em si. Como era pós Dia de Muertos, a praça estava toda decorada de flores, para o Festival de las Flores, logo depois do Dia de Muertos. Estava muito bonito. A praça é enorme, e você passa um tempo só se impressionando com a imensidão do negócio. Minha dica é primeiro visitar o Palácio Nacional, que fica lá na praça, a Catedral Metropolitana, que também é muito legal e depois ir andando até o Palácio Belas Artes, uma caminhada de uns 20 minutos com calma. Infelizmente no dia que eu fui estava tendo um evento diplomático no Palácio Nacional, o que significou que não pude entrar no Palácio em si, só apreciar do lado de fora. Então acabei fazendo o caminho até o Palácio Belas Artes, que também é belíssimo. Lá dentro não tem muita coisa o que fazer, mas só a caminhada vale a pena Zócalo todo enfeitado para o Festival das Flores Festival de las Flores Catedral Metropolitana Palacio Bellas Artes Um dos motivos que tinha deixado o Zócalo por último era que estava pensando em comprar souvenirs por lá antes de ir pra Puebla. Aí que descobri uma coisa muito importante, e aí vai a dica pra vocês: como SP, no centro não há souvenirs. Então pensei: "onde em SP compraria souvenirs? Reposta: Avenida Paulista!". E foi tiro e queda: peguei um metrô e voltei pra Paseo de la Reforma uma última vez e tá lá: cheio de souvenirs para vender nas calçadas. Aproveite essa dica preciosa e não espere souvenirs no centro histórico! Depois, voltei a pé para Roma Norte para almoçar e pegar minhas coisas para partir para Puebla, o grande motivo da viagem (que era a trabalho hehe). E aí uma das boas surpresas e histórias da viagem. Parei num restaurante chamado Eno, em Roma Norte. Um restaurante sensacional, em que pedi um prato que vinha umas fatias de abacate, arroz, um pollo e frijoles. Mas a melhor coisa não foi a comida. De frente pra mim, na mesa da frente, tinha uma garota tomando um café. Ela percebeu que eu tava me deliciando com o prato, tirando umas fotos e panz, e perguntou o que eu estava comendo. Respondi que estava comendo frijoles com avocado e pollo, então ela virou e falou, em espanhol: "legal...posso experimentar?". E não deu outra, ela pegou umas garfadas e adorou o prato também! Depois ainda me ofereceu metade do pan de muertos que ela estava comendo pra mim..e claramente eu aceitei! Hehe. Ficamos uns 15min trocando ideia e descobri que ela era uma mexicana que vivia na California nos últimos 20 anos, tinha saído com 8 anos do México. E não só isso, mas aquele dia era o primeiro dia dela no México depois de 20 anos!! Histórias que só viajando a gente consegue escutar Infelizmente tinha horário de ônibus para Puebla e acabei saindo, mas esse episódio reflete muito do que o México e, especialmente os mexicanos são: alegres, simpáticos e que não se assustam em abordar um estranho pra dividir um prato ou trocar uma ideia! Algo muuuuito semelhante com nós brasileiros. Quem nunca trocou ideia com estranhos em algum bar e acabou tendo um ótimo papo também? Um dos grandes momentos da viagem! 😜 Almuerzo incrível que encantou até a moça da mesa da frente Aliás, essa cerveja é do baralho: Bocanegra. Não deixem te procurá-la! Depois, busão para Puebla, chegando de noite e dando check-in no hotel. Dia 6 - Quinta, 7/nov/19: Primeiro dia de congresso e centro de Puebla de noite. Durante o dia foi o primeiro dia da conferência que me levou até o México, então nada demais em termos turísticos. De noite, fomos para o centro de Puebla para conhecer o Zócalo de lá e também jantar, junto com outros congressistas. O centrinho de Puebla é bem legal! Me lembrou muito Ouro Preto-MG. Como em muitos pontos do México, há Wi-Fi grátis nas ruas, o centro era iluminado, com um coreto e muitos bancos e a praça cheia! Coisa de cidade do interior, literalmente! Paramos num restaurante nos arredores da praça que se chama Vittorio's, que serve tanto comida poblana como comida italiana (??) hehe. E acabamos pedindo a prata da casa, o prato mais típico de Puebla, o Mole Poblano. Um prato delicioso, porém bem forte. Aliás, toda comida do México é forte, em termos intestinais. Ia muito mais vezes no banheiro do que aqui no Brasil. É muito tempero! E o mole poblano não foge disso: um peito de frango com arroz coberto por um molho marrom fortíssimo e saboroso! Mas senti ele durante toda a madrugada hehe, if you know what I mean. Enfim, nada que um mezcal no fim da refeição não ajude na digestão! Valeu muito a pena! Zócalo de Puebla Praça no Zócalo de Puebla Dia 7 - Sexta, 8/nov/19: Segundo dia de congresso e el mágico pueblo de Cholula! Esse talvez tenha sido um dos grandes dias da viagem. Primeiro porque no congresso em si eu não iria apresentar e também não havia muitos tópicos do meu interesse, o que me deu uma manhã livre. Acabei indo para o que os poblanos chamam de "El mágico pueblo de Cholula". Cholula é uma cidadezinha (ou duas cidades, porque são dois povoados) a menos de 10km de Puebla. Se Puebla é Ouro Preto, Cholula é Tiradentes, Brumadinho...cidades menores ainda, mas igualmente históricas! Caso queira saber mais sobre Cholula, recomendo esse link aqui: https://quasenomade.com/uma-visita-ao-pueblo-magico-de-cholula/ Cholula foi o que mais me encantou no México. Para começar porque a maioria dos turistas são mexicanos. Acho que os únicos gringos que vi lá era eu e os colegas congressistas que trouxe a noite pra lá! Depois, porque a cidade é toda arquitetada como uma cidade do interior. Há uma praça? Sim! Tem coreto? Sim! Tem igreja ao redor da praça? Sim, muitas delas! Aliás, Cholula é conhecida como a mais espanhola das cidades mexicanas justamente por ter muita, mas muita igreja. E elas são bem charmosas! Tem bares? Sim! Tem vida noturna? Sim! Tem história? Muita! É totalmente encantador. Vamos em partes. A primeira grande coisa que se vê quando se chega em Cholula é uma colina enorme com uma igreja construída lá em cima. O que você vai descobrir é que, essa colina na verdade é uma pirâmide pré-colombiana construída pelo povo que vivia na região antes dos espanhóis chegarem! O que dizem é que os espanhóis não sabiam disso e, quando chegaram, viram apenas uma colina e resolveram construir uma igreja lá em cima. Seria realmente uma coincidência ou uma forma explícita de varrer a cultura pré colombiana? Aposto na segunda opção O que importa é que a partir do Séc XX os mexicanos começaram a escavar a colina e descobriram que, em termos de base, a pirâmide que tem lá era a maior do México, maior ainda que Teotihuácan! Incrível! Há inclusive um túnel que você demora 15min pra atravessar que dá no Sítio Arqueológico. É muito legal mesmo! Paróquia Nsa Sra dos Remédios, no topo da colina, que na verdade, era a maior pirâmide do México Subida para a Paróquia Nossa Sra dos Remédios, em cima da colina de Cholula Vista de Cholula lá de cima da colina! Reparem no vulcão Popocatépetl soltando fumacinha. 2 semanas depois, ele entraria em erupção! Túnel para as ruínas das pirâmides! Ruínas do que foi a maior pirâmide, em termos de base, do México, em Cholula. Mas a cidade não se resume só à pirâmide! Para começar, mais um exemplo da ótima hospitalidade dos mexicanos, em especial do pueblo de Cholula. Chegando lá, fui no centro turístico do povoado. Lá, uma moça, chamada Veronica, me atendeu e me explicou em 15min TUDO o que tinha que ver na cidade. Me deu um guia inclusive do que comer e o que fazer durante um dia inteiro lá. Ela adorou o fato de eu ser brasileiro, já que eles não recebem muitos gringos por lá! E ainda me convidou para assinar um livrinho da cidade com meu nome e pra eu escrever umas palavras lá! Muito fofinha! Mas o mais legal que ela me disse foi: naquele exato dia era aniversário da cidade, e ia rolar um evento pirotécnico ali do lado a partir das 18h. Com certeza iria! De manhã ainda deu tempo de subir na colina em si e conhecer a igreja lá de cima. Mas o show a parte é a vista panorâmica lá de cima da cidade de Cholula e de Puebla com uma visão privilegiada do vulcão Popocatépetl, que fica nos arredores de Puebla. E aqui vai mais uma dica: suba na igreja pela manhã, quando as nuvens ainda não bloqueiam a visão para o vulcão. No fim da tarde as nuvens bloqueiam o vulcão, e você perde toda a vista. Como Cholula era relativamente perto da universidade que estava sediando o congresso e tinha coisa para fazer a tarde por lá, acabei voltando para assistir a alguns seminários pela tarde na conferência, mas já tinha colocado na minha cabeça que tinha que voltar para Cholula a noite. Estava apaixonado pelo pueblo. Ele realmente é mágico! A noite, voltei e levei dois colegas do congresso para lá também. E fomos direto nos posicionar em cima da colina para ver as celebrações de aniversário do povoado, como a Veronica tinha recomendado! E que coisa irresponsável! Eles colocaram umas estruturas de metal, uns 6 pilares em que se acendia um pavio que fazia um show pirotécnico da base até o topo. E tudo isso com um monte de gente no chão assistindo, sem uma margem de segurança. Para vocês terem uma ideia, uma das estruturas explodiu, o que fez um esqueleto de metal subir muitos, mas muitos metros pro alto e cair na colina. Ainda bem que não atingiu ninguém, mas foi por um triz. Mas é isso, nada simboliza mais o México do que isso: dedo no cu e gritaria! Haha. Apesar de perigoso, foi sensacional! Experiência única. Pra quem dúvida do perigo que foi isso, se liguem: Haha, loucura, não? Depois da pirotecnia, fomos ao centrinho, tiramos umas fotos das igrejas de noite e paramos um bar por lá de cerveja artesanal. E mais uma vez, uma das grandes histórias da viagem: os garçons e garçonetes estavam tão abismados que éramos gringos visitando Cholula que, de 5 em 5 minutos vinham na nossa mesa perguntar se estava tudo certo, tudo bem com a bebida, com a comida, etc...Gostaram tanto da gente que nos deram um vale chopp para uma próxima vez! Guardei de recordação haha. Um pouco do charme del mágico pueblo de Cholula e suas muitas igrejas Praça de Cholula! Depois de umas cervejas e ótimo papo, voltamos pro hotel que ainda faltava mais 1 dia de congresso. E também o último dia de viagem. E sabia que minha história com Cholula ainda não tinha acabado... Dia 8 - Sábado, dia 9/nov/19: Último dia de congresso, teleférico e bar em Puebla e...Cholula novamente! Sábado durante a manhã e até o fim da tarde foi de congresso. A parte turística começou lá pelas 17h. Fim de conferência, partimos para a Zona Histórica de Los Fuertes. Vamos à contextualização: Puebla foi a cidade que abrigou a Grande Batalha de Puebla contra os franceses em 5 de maio de 1862, durante a segunda intervenção francesa no México por Napoleão III. Depois os franceses acabaram entrando no ano seguinte, mas o México foi defendido com sucesso numa batalha época realizada em Puebla, no dia 5 de maio de 1862. E isso é orgulho dos mexicanos, que comemoram o 5 de Mayo todos os anos como feriado nacional. Foi um dos grandes momentos que moldaram a identidade mexicana e é um dos principais feriados do país. Pois bem, a tal Grande Batalha aconteceu em Puebla e a Zona de los Fuertes têm os fortes remanescentes da guerra, muito bonito! A área de visitação é um parque, numa zona alta da cidade, de onde se dá pra ter uma vista panorâmica da cidade, além de ter um teleférico que leva até o centro da cidade. Vista panorâmica de Puebla a partir da Zona de los Fuertes. Um privilégio ver o pôr-do-sol de lá Nesse dia, encontrei a minha irmã, que estava comigo antes no CDMX e que tinha passado uns dias em Cancún enquanto eu estava trabalhando. E o melhor, era o aniversário dela! Nos encontramos lá em cima e descemos no teleférico de noite, com uma vista fenomenal da cidade e com uma guia explicando todos os pontos de Puebla lá de cima! É muito legal e bem barato, recomendo total fazer esse trecho de teleférico! Chegando no centro de Puebla, para comemorar o aniversário da Thais, minha irmã, escolhemos o bar chamado San Pedrito Licorería. É um bar animal, com música boa e ótimas cervejas e mezcais. Ficamos um tempo lá até nos direcionar advinha para onde? Sim! Cholula novamente! Pegamos um Uber para Cholula para exatamente o mesmo bar, San Pedrito, mas com filial em Cholula. O porquê? Como minha irmã tinha acabado de chegar na cidade, queria que ela se encantasse um pouco com a magia que é el mágico pueblo de Cholula E foi sensacional! Noite bem animada, com direito à placa no bar com alerta do quê se deve fazer em caso de terremoto haha (segue foto). E não é que 1 semana depois que eu voltei pra SP, o vulcão de Puebla não entrou em erupção? Os avisos são reais! Dia 9 - Domingo, dia 10/nov/19: Volta, com voo às 16h40 na CDMX e chegada às 6h da manhã do dia 11/nov em GRU. Nada demais, só a volta ;( 4. Conclusão Essa foi a nossa viagem pro México! Conhecemos pouco, mas do que conhecemos, conseguimos ir bastante à fundo! Desde CDMX até Puebla e a magia de Cholula O grande aprendizado dessa viagem é algo que tenho sentido em todos os países latino-americanos que tenho visitado: como a nossa identidade cultural é forte. O México é parecido com o Brasil em muitos detalhes. E nesse sentido, SP se assemelha muito com a CDMX. Posso dizer que temos inclusive os mesmos problemas: trânsito, desorganização, burocracia, desigualdade...etc, porém os pontos positivos são tão bons quanto! A gente é alegre, gosta de falar alto, conversar, somos receptivos com gringos, tratamos bem o visitante, gostamos de música e estamos a todo momento valorizando a nossa cultura latino-americana, algo que o México não me decepcionou. A comida, os sons, as paisagens, todas foram espetaculares, o que me faz ter com certeza a mais profunda vontade de voltar e conhecer mais desse país incrível Caso tenham alguma dúvida, não hesitem em responder aqui no Fórum ou mandar um e-mail! Até! ¡Viva a Latinoamerica, viva el México!
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Trilhas na Patagônia Argentina! 10 dias sozinho em El Calafate e El Chaltén
victoralex respondeu ao tópico de victoralex em Trilhas na Argentina
Oi @thattsz ! Desculpa a demora pra responder! Cara, El Calafate e El Chaltén foram muito tranquilas para se fazer sozinho! O único passeio que fiz por excursão foi Perito Moreno, porque era o único jeito de fazer. Mas as trilhas de Chaltén foram todas by myself, e não faria de outro jeito se não for assim! Sobre ser mulher, vi um monte de garotas fazendo a mesma trip que eu sozinha! Totalmente tranquilo! E também eu penso, como combater uma sociedade machista se mão confrontá-la viajando sozinha e independentemente? Se joga! qualquer dúvida, fique a vontade! Uma ótima jornada!- 33 respostas
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victoralex respondeu ao tópico de victoralex em Trilhas na Argentina
Cara eu deeei muitaa sorte de pegar todos os dias claros! Uma pena você não ter conseguido ver o Fitz Roy claro! Mas meu, eu mesmo penso em voltar um dia pra Chaltén, não hesite de ir denovo! O lugar é demais e aquela Laguna Los Tres merece ser vista com total visibilidade! Abção!- 33 respostas
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Trilhas na Patagônia Argentina! 10 dias sozinho em El Calafate e El Chaltén
victoralex respondeu ao tópico de victoralex em Trilhas na Argentina
Fala Thiago! Muito legal, tem que fazer essa viagem mesmo! O minitreking foi no Perito Moreno sim, você acaba gastando mais que 600 pelo câmbio, pela entrada do parque e além de outros gastos, mas vale total a pena!! O lugar é incrível e será a única vez na vida! Sobre van, procura o Las Lengas! Ele faz viagens direto de Chaltén -> Aeroporto Calafate e vice-versa, além de ir pro centro de Calafate, se quiser. E te pegam no hostel! Muito melhor que qualquer bus! Boa viagem pra vocês!- 33 respostas
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Boaa! Uma ótima viagem! Torres vai ficar pra próxima!- 33 respostas
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victoralex respondeu ao tópico de victoralex em Trilhas na Argentina
Então Carol, não usei não! Como as áreas de trilhas não pegam celular, acho que nem vale a pena, você acabaria tendo sinal só na cidade, onde tem wifi nos hostels! Inclusive é bem legal você ficar totalmente em contato com a natureza, sem preocupação com celular! Porém, pelo menos no iPhone, mesmo sem dados o gps ainda funciona! Na vez que me perdi usei ele pra checar se estava indo na direção certa!- 33 respostas
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victoralex respondeu ao tópico de victoralex em Trilhas na Argentina
Oi! então, eu entendo bem espanhol e falo aquele portunhol que deu pro gasto, mas acho que o inglês é fundamental até pra, se estiver sozinho, se comunicar com os outros viajantes! Mas no geral o contato com hostels e serviços dá pra fazer td em espanhol! espero ter ajudado!- 33 respostas
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victoralex respondeu ao tópico de victoralex em Trilhas na Argentina
Oi! Valeu a leitura! 1) 3700 é mais que suficiente pra uma viagem economica! Vaso queira comer em restaurantes e comprar souvenirs, acho que vale levar mais, meus gastos foram bem contidos! 2) cara, junho e julho acredito que estará com neve a região! Não sei se os parques fecham, mas fica bem mais difícil as trilhas com neve e frio né? Recomendo ir no verão! Valeu!- 33 respostas
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victoralex respondeu ao tópico de victoralex em Trilhas na Argentina
Foi tudo pelo booking! Até cheguei a dar uma olhada nos sites dos hostels, mas o preço era o mesmo! Além do que o Booking não cobra taxa de reserva e tem uns reviews legais!- 33 respostas
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victoralex respondeu ao tópico de victoralex em Trilhas na Argentina
Oi Luiz! Valeu pela leitura! 1) comprei as passagens em junho pra viajar em dezembro! Hospedagem também! Foi ótimo, peguei uma promo boa! Acho que o preço que peguei deve ser o limite inferior das passagens pra Patagonia! 2) entaao, a priori Ushuaia tava no roteiro sim! Mas ao pesquisar mais a fundo, e analisar minha restrição orçamentária, resolvi deixar pra outra viagem! Motivos: i) Ushuaia é bem mais longe de Calafate e Chalten, teria que pegar um voo pra ir até lá! E ii) lá é beeem mais caro. Como eu tava na brisa de trilhas, e Ushuaia tem mais coisa além das trilhas (como hoteis, canal de Beagle, ilha dos pinguins,..) vou deixar pra ir lá em algum inverno pra também tentar ver Aurora Austral, e claro, com muito mais $$! grande abç e mete bala nessa viagem!- 33 respostas
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victoralex respondeu ao tópico de victoralex em Trilhas na Argentina
Oi Carol! Sobre roupas, eu até levei segunda pele, mas não usei! Nem luvas e cachecol! Dezembro ficava em torno de uns 15-20 graus de dia e de noite uns 10!. Mas ventava, por isso recomendo o corta-vento. Acredito que fevereiro vai estar bem parecido o clima! A calça eu usei aquelas de tactel de trilha da Decathlon que viram bermuda, e foi ótimo! Fiz a maioria sem a parte de baixo! Sobre a mochila de ataque, levei uma mochila normal, de uns 10L. Deu pra usar tudo tbm! Levava dentro comida, um kit de primeiros socorros, fleece e camera+carregador! Mas de resto, uma corta-vento tá de ótimo tamanho, além do fleece. boa viagem!!- 33 respostas
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