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  1. Atravessando a fronteira Uru-Arg Pegamos o bus para Gualeguaychú, paramos no terminal, mas não sabíamos o endereço da casa do Nacho (nosso host do couchsurfing) e também não tínhamos dinheiro argentino. Começamos a caminhar até o centro da cidade, lá ia ter internet e cambio, assim pensávamos. Depois de passar por todas as ruas principais e não principais, entrando em bancos e lojas que não nos ajudaram em nada, conseguimos trocar o dinheiro e entrar em contato com o Nacho. Com o endereço na mão, paramos em um café porque a fome já estava batendo depois de ficar zanzando e se estressando naquela cidade. Enfim, conhecemos nosso host, que nos recebeu muito bem e nos fez sentir muito confortáveis. Logo nos convidou para um show que iria com os amigos à noite, que prontamente aceitamos. Comemos, descansamos e, mais tarde, fomos com ele para a casa de sua amiga Tina. Lá, conhecemos também Luchi, Macarena, Santiago, Mati, Matute e um amigo que não lembramos o nome. Jantamos pizza, assistimos o jogo da Argentina e, depois, fomos para o bar La Cantina ver o show da banda Invasión Ska, que é muito boa! Quando terminou, fomos para o segundo andar. Lá, conhecemos Sabina, Gonzalo e Juanma, pessoas muito divertidas que nos convidaram para um after party de música eletrônica. Aceitamos, foi legal, mas não ficamos muito tempo. No dia seguinte, pela tarde, íamos com o Nacho e Matute para o parque, mas como tínhamos combinado com a Sabina de ir a um seminário de samba, os guris ficaram esperando. Quando voltamos, como estava tarde acabamos não indo ao parque, e logo outros amigos chegaram com os instrumentos. Tocaram vários tipos de música por horas, daí decidiram fazer uma festa e convidaram outras pessoas, mas só o pessoal da noite anterior apareceu, o que não foi problema algum porque onde eles estão sempre tem festa. Cantamos karaokê, improvisamos rap (nós bem mal), comemos, tomamos bastante ceva e, depois, a maioria de nós foi para uma festa na Zero. Estava muito boa! Ao acordarmos, já era mega tarde. Fomos pro parque com o Nacho, Mati e Matute. O dia estava lindo, com sol. Na volta pra casa, enquanto tentávamos achar couch no Paraná, Nacho e Matute estavam jogando videogame, e Mati e Santi estavam tocando. Logo, decidiram ir para a casa de Tina. Era a nossa despedida. Santi cozinhou para todos uma comida muito gostosa. Durante o jantar, muitos sentimentos se misturavam porque a Argentina nos recepcionou com dias intensos, mas o que importava eram aquelas pessoas ali, lindas, compartilhando momentos com a gente, nos tornando parte daquela família de amigos, se despedindo carinhosamente. A saudade já começava a apertar, mas é sempre necessário seguir viagem.
  2. Intendencia de Colonia Para sair de Montevideo, pegamos um ônibus e, depois que descemos, andamos cerca de 5 km até um ponto onde decidimos pedir carona. Quinze minutos depois, Evan, de Río Branco, parou porque aquela era uma zona perigosa para caronar. Ele tinha o dia livre, é taxista e estava indo buscar a mãe em San José. Depois dele, às 14h30, quem nos deu carona foi o caminhoneiro Fabricio, que nos ajudou e deixou bem perto de Colonia del Sacramento. Cara muito gente boa. Fabricio Às 15h50, Melina e Eliana, nossa segunda carona feminina, pararam, nos ajudaram e nos levaram até Colonia. Daí, seguimos para o Hostel Sur, onde ficamos 2 dias por não ter conseguido couch. Até foi bom porque, depois de duas experiências complicadas com famílias, podíamos, finalmente, nos sentir confortáveis. No primeiro dia lá, como chegamos perto do fim de tarde, não fizemos muito, só sacamos dinheiro e fomos ao mercado. No dia seguinte, fizemos brigadeiro e saímos para vender enquanto caminhávamos zonas históricas e não históricas da cidade. Descobrimos que não temos espírito de vendedoras e nem cara de pau, mas até que nos saímos bem para a primeira vez. ahahhah.. Vimos o por do sol comendo os 4 que não conseguimos vender. No outro dia, era hora de ir para a estrada novamente. Caminhamos até a ruta e três cachorros nos seguiram e não nos largaram mais. Depois de um tempão esperando alguém parar, começamos a caminhar, e Álvaro parou sem a gente fazer sinal. Eram 14h15. Ele nos levou por 10 km na Ruta 21 para que nos afastássemos mais da entrada da cidade. Às 16h15, outro moço parou. Ellen foi na caçamba, e Cassy dentro do carro conversando com ele. á perto de Carmelo, mas quase fim de tarde, pedimos carona mais uma vez já olhando ao redor onde podíamos colocar a barraca. Depois de um tempo, Jose parou e nos levou até a cidade. Conversamos bastante, ele perguntou onde ficaríamos, e eu disse que não sabíamos muito bem, mas que talvez acampássemos na Playa Seré. Ele, então, disse que faria um tour com a gente e que, se quiséssemos, no fim, podíamos ficar na casa que ele tinha há 3 km ou acampar na praia. Ao fim, mesmo ficando com o pé atrás, óbvio que aceitamos ficar numa casa quentinha do que na praia no frio, mas não imaginávamos que a casa fosse tão bonita e ótima. Na verdade, era tipo uma casa-restaurante, no campo, com piscina e tudo, mas não era tão longe da cidade. Ele não morava lá. Em seguida que chegamos, ele foi trabalhar, e nós ficamos cozinhando e tomamos nosso merecido banho. Ele logo voltou com um amigo, cozinharam frango, vimos o jogo do Brasil (estava rolando os Jogos Panamericanos) e eles se foram, deixando a casa só pra nós. Antes de sair e depois de um monte de perguntas acerca da nossa viagem sem muita grana e de carona, o amigo de Jose nos deu dinheiro para nos ajudar a seguir e que foi muito útil no dia seguinte. Confessamos que, em todo momento, por sermos mulheres, estávamos com o pé atrás e não dormimos muito bem imaginando que eles podiam voltar ou qualquer pessoa podia aparecer no meio da noite e nos atacar porque a casa ficava no meio do nada.. ahahhah… Mas nada aconteceu, acordamos aliviadas e com mais fé na bondade das pessoas. A estrada é mesmo imprevisível, não só por chegar em um lugar sem teto e conseguir um lugar quentinho, com um quarto só para nós, mas também porque, nessa noite, depois de muito esperar por respostas positivas de alojamento no norte do Uruguai, decidimos que desistiríamos e seguiríamos para a Argentina. Vista desde a casa Às 13h do outro dia, Jose nos levou até a ruta para pedirmos carona para Mercedes. Jose Ficamos lá mais de 2h e nada, ninguém parava. Foi quando decidimos voltar até a parada mais próxima e esperar o bus para lá. Ônibus tomado, na rodoviária de Mercedes, compramos passagem para Gualeguaychú, já na Argentina. O bus sairia às 6h30, portanto, passamos a noite no terminal, Cassy dormindo e a Ellen vendo filmes. Nisso, antes de dormir, Cassy fez um pedido de couch para o Nacho. De madrugada, já tínhamos uma resposta positiva. Era a Argentina nos dando as boas-vindas.
  3. Como explicamos antes, vimos que estávamos pobres, sem Couchsurfing em Piriápolis, estava chovendo, meio tarde para ir para a estrada e, provavelmente, ninguém pararia para duas criaturas molhadas, então decidimos ver quanto era a passagem para Piria e a Ellen lembrou dos pesos argentinos e chilenos que tinha. Conseguimos trocar apenas os pesos argentinos, o que foi melhor que nada. Compramos as passagens por 128 pesos cada. Ainda não tínhamos ideia se íamos acampar, nem o que faríamos com tão pouco dinheiro, mas, pelo menos, tínhamos comida. Começávamos a perceber que íamos ter que entrar em uma administração de guerra e vender brigadeiro ou sei lá, porque faltava muito para chegar em Bariloche, onde pretendíamos parar para trabalhar. Estava chegando o momento que teríamos que aprender a viajar sem dinheiro. Cassy preparando nossos sanduíches de atum no terminal de ônibus Bem, quando chegamos a Piria, ainda estava chovendo e, na chuva, fomos ao camping em frente ao terminal. Não vimos ninguém, totalmente deserto, fomos procurar os hostels que tínhamos visto na internet, também estavam fechados. Voltamos até o camping para procurar alguém e nos foi avisado que estava fechado também, mas, pelo menos, o dono informou que o camping AEBU estava aberto todo o ano e era o único lugar na cidade que estava aberto. Ficamos indignadas que nada funcionava na cidade na baixa temporada, mas, ainda na chuva, caminhamos uma dúzia de quadras e pensávamos que nunca chegaríamos, exaustas de carregar todas as tralhas. Chegamos, estava aberto e nos deram uma área coberta para montar a barraca. Lá, ficamos 3 noites e dois dias, durante os quais não fizemos muita coisa: cozinhamos pela primeira vez com nosso fogareiro, escutamos música, saímos para sacar dinheiro e, no terceiro dia, conhecemos Federico e Rodrigo, primos que estão no Couchsurfing e que não podiam nos hospedar, mas que nos convidaram a passar o dia com eles. Passamos quase o dia inteiro juntos, caminhamos, comemos bizcochos, jantamos macarrão, bebemos mate, os ensinamos a sambar, foi muito engraçado e divertido. Primeira refeição feita com o fogareiro: Purê e arroz com molho Um pouquinho de Piria: No dia seguinte, arrumamos as coisas, comemos milanesas compradas em um mercadinho e fomos para a estrada, que começava dentro da cidade mesmo. Era dia de ir para Montevideo. O primeiro carro parou em menos de 10 minutos e nos levou até a entrada de Las Flores. Daí, mal tínhamos arrumado as mochilas no chão e tentávamos tirar uma foto, parou o Álvaro, que nos levou direto para a capital. Ao posar para a foto, o carro de Álvaro estava vindo e parou. Chegando lá, pegamos um táxi até o terminal de ônibus, onde conseguimos usar a internet para falar com Silvina, uruguaia que Ellen conheceu em Porto Alegre. Ela explicou como fazia para chegar na casa dela e fomos. Chegando lá, sua irmã e seu pai nos receberam e alojaram no quarto da Sil. Fomos muito bem recebidas, conversamos bastante e vimos televisão depois que a mãe da Sil chegou. Quando ela mesma chegou, eu, Ellen, senti que, depois de mais de um ano sem se ver, nao foi necessariamente esquisito, mas que, de alguma forma, éramos totalmente estranhas. Conversamos coisas triviais e pronto, já não tinha mais o que falar. Aí percebi que nossa amizade não era e não seria mais a mesma, e isso me decepcionou muito, visto que eu estava muito empolgada para vê-la de novo. Mas vida que segue. Uma hora, a gente aprende que algumas pessoas, por mais próximas que tenham sido, só estavam na sua vida de passagem. Viajar é uma das formas mais eficazes de constatar esse fato. No dia seguinte, saímos logo cedo para ir à visita guiada grátis da Antel, de onde se tem vista panorâmica da cidade. Daí, fomos ao Palácio Legislativo, mas, além de ter que pagar, a visita guiada era à tarde. Seguimos, então, para o Mercado Agrícola, que é muito bonito, cheio de lojinhas, restaurantes, padarias e a loja da cervejaria Mastra, nosso principal objetivo de ter ido lá. Aí, pagamos $ 260 (pesos uruguaios) na degustação de cerveja artesanal deles. Valeu muito a pena. Vem 4 copos médios de cerveja e você pode escolher os tipos em meio a uma lista muito boa. Felizes, saímos de lá rumo ao centro visitar uns museus. Alguns estavam fechados, outros não existiam mais e outros eram legais. Acabamos indo só no Museo da Pedagogia, que mostra como a Reforma Vareliana mudou o ensino no Uruguai. Daí, fomos comer, mas acabamos gastando mais do que o esperado. Como era: Como ficou: Depois, fomos atrás do Museo del Vino; estava fechado, pois era um bar. Na verdade, não sabemos como funciona. Daí, seguimos para casa, mas não sem antes parar em um carrito que vendia panchito muito barato e onde, obviamente, devíamos ter comido antes. No terceiro dia, fomos na fábrica da cervejaria Davok. Para realizar essa visita, é só enviar um e-mail para eles e marcar um horário. Fizeram um pequeno tour grátis com a gente e, apesar de não ganharmos uma degustação, ganhamos várias dicas de cervejas e cervejarias na América Latina. Daí, fomos para a Plaza Independencia e para o Archivo da cidade, onde vimos umas exposições. O Palacio Salvo continua lindo Archivo Histórico Depois, caminhamos mais, comemos pão com chorizo, e fomos procurar o Unibar, que não estava aberto porque não eram nem 5 da tarde. Por coincidência, encontramos o Museo de Historia Natural. Quando saímos daí, vimos que o bar começou a abrir, então fomos a uma bizcochería ao lado passar o tempo. Depois de um tempo no bar e de duas cervejas, percebemos que não iria encher, então decidimos ir embora. No caminho até a parada de ônibus, vimos um protesto e corremos para ver o que era. Foi a melhor coisa que fizemos. Foi o primeiro protesto feminista que participamos e foi tão forte, mas tão forte. Seguido desse momento de êxtase, fomos para casa. Vítimas do feminicídio, que aumenta a cada ano no Uruguai No nosso quarto dia, fomos para Pocitos andar um pouco frente à praia e tirar fotos no letreiro da cidade, que, apesar de já termos ido a Montevideo, ainda não conhecíamos. À noite, saímos com Silvina, que nos levou ao Bar Rodó. Daí, eu e Cassy seguimos para um irish pub, que estava muito legal, e para o Jackson Bar, lugar de festa latina, onde curtimos muito. Toda a área desses bares está a noite da cidade. Em nosso último dia, aproveitamos para descansar.
  4. E aí, conterraneoo!! hahaha.. Que bom que tá curtindo o relato!! Estamos super atrasadas, mas logo postamos mais. Abracoo!
  5. Holiiis!! Voltei com o relato depois de uns dias off.. Bora pra Minas, no Uruguai. Depois que descemos do ônibus que ia para San Carlos, às 12h20, começamos a pedir carona para a entrada da Ruta 12, estrada que segue até Minas, nossa próxima cidade. Conseguimos que alguém nos levasse depois de 40 minutos de espera. Ao colocarmos nossas coisas na 12 para começar a fazer sinal de carona, o Gustavo parou sem nem ao menos estarmos preparadas e, para a nossa sorte, ia direto para nosso destino e nos deixou na rua da casa de Gonzalo, Magel e a inteligente filha deles, Bruna, que nos hospedaram através do Couchsurfing. Aí, ficamos 3 das cinco noites que havíamos planejado. Gustavo Nesse primeiro dia, depois das muitas instruções do Gonzalo sobre o que conhecer na cidade e ao redor dela, saímos felizes da vida para sacar dinheiro. Na volta, compramos nosso “almoço” e, ao chegar novamente na casa, conhecemos a Magel e a Bruna, com quem ficamos brincando muito tempo. Depois, nos convidaram para jantar. Aceitamos, comemos e continuamos a brincar com a Bruna. Nessa noite, já percebemos que o casal não socializava muito com a gente, apenas para mostrar algumas músicas, e, algumas vezes, cochichavam entre eles, o que nos deixou um pouco desconfortáveis. Plaza Libertad No dia seguinte, levantamos mais tarde, almoçamos e saímos para conhecer mais da cidade. No pouco tempo que tínhamos antes de pegar o ônibus para o Parque de Vacaciones da empresa UTE, passamos pelos pontos turísticos abaixo: Teatro Lavalleja Plaza Rivera Parque Fabini Casa de la Cultura - Casa Lavalleja No Parque, lugar de férias dos funcionários da empresa UTE, companhia de luz do país, conhecemos o mirador e caminhamos pela natureza, sem pagar nada para entrar. O lugar fica fora da cidade, tem um ônibus direto para lá desde a rodoviária e é bem barato. Para se informar melhor sobre horários e tarifa, passe no centro de informações que há no próprio terminal de ônibus. A passagem não se compra com antecedência, se paga diretamente ao motorista. Às 20h, voltamos para Minas e, enquanto esperávamos a água ficar quente para tomar banho, Magel estava colocando a mesa e nos perguntou se tínhamos jantado. Falamos que não, mas não tínhamos a intenção de comer com eles. De qualquer forma, ela colocou pratos para a gente, e percebemos que estava bastante contrariada. Com essa situação, não soubemos como reagir para recusar a comida. Depois de tomarmos banho, também tivemos outro atrito com a Magel, pois nem o casal havia nos falado como funcionava a questão de limpar o banheiro depois (não havia cortina na banheira e não falaram do rodo), nem a gente perguntou para eles o que deveríamos fazer. Nessa noite, fomos dormir muito tristes, sem saber o que fazer. Na manhã seguinte, levantamos cedo e deixamos um bilhete ao casal falando de como estávamos nos sentindo, que sabíamos que havíamos errado em aceitar a comida deles na noite anterior, e que faríamos o jantar quando chegássemos. Saímos e fomos em direção à rua onde pedimos carona para o Cerro Arequita. Desistimos e, depois de uns 15 minutos caminhando, voltamos a pedir e conseguimos que um casal parasse e nos deixasse na entrada do caminho para o cerro. Quando chegamos ao cerro, estava fechado, parece que abre só nos fins de semana. Daí, seguimos para o caminho das grutas, que também estavam fechadas. E, por último, fomos para Laguna de los Cuervos, que ficava há 3,5 km, os quais sofremos muito para percorrer, mas valeu a pena. Vale ressaltar que o Complexo Arequita conta com camping selvagem dentro da área do cerro, um camping municipal mais à frente na estrada que é de graça e o camping abaixo, onde fica a Laguna de los Cuervos, daí, além da entrada para ver a laguna ($30), também se paga um pouco mais pela estadia. Na volta, caminhamos mais tranqüilas e chegamos mais rápido na estrada, onde pedimos carona para voltar à cidade. Delci, com seu filho pequeno, foi a primeira mulher a nos dar carona na viagem. Nos levou até o centro de Minas, onde decidimos ir para um bar para não chegar tão cedo em “casa”. A verdade é que não queríamos voltar, mas, depois de duas cervejas, a gente tinha que ir. Passamos no supermercado, compramos todas as coisas para fazer o jantar e fomos. Ao chegar, parecia que nada tinha acontecido, nos receberam muito bem e começamos a cozinhar felizes. Poucos minutos depois, quando o sinal de wifi funcionou no celular, recebemos a mensagem que Magel havia nos enviado antes de chegarmos em casa, dizendo que todos nós tivemos uma falta de comunicação, que aceitavam nosso jantar, mas que deveríamos ir embora na manhã seguinte. Fingimos que não tínhamos lido isso, continuamos a cozinhar, comemos todos em paz, brincamos mais com a filha do casal e, antes de dormirmos, procuramos alternativas do que fazer na manhã seguinte, pois não tínhamos para onde ir, nem muito dinheiro. Às 8h, terminamos de arrumar nossas coisas, deixamos um bilhete de despedida e saímos atrás dos dois hostels que havíamos visto pela internet. O primeiro, encontramos o endereço, mas não tinha nada escrito na frente. O segundo, demos de cara com a dona, chamada Marta, e acabamos ficando lá (Martita Hostel). Contamos toda a história e, sabendo disso e que trabalhamos no hostel de La Paloma, ela nos deu um desconto na diária, mas, de qualquer forma, quase 50 reais para cada uma era muito para quem não podia gastar mais. Ficamos bem chateadas com tudo que aconteceu, mas mais porque não se importaram se tínhamos lugar e dinheiro para ir para outro lugar. Mesmo assim, também era um alívio estarmos sozinhas novamente e, desistindo de ir para Villa Serrana, tiramos esse dia para curtirmos juntas a cidade, andar de bicicleta, cozinhar e fazermos tudo que estivéssemos afim. Estávamos felizes e leves. À noite, nos arrumamos, tomamos vinho, fomos a um bar e uma festa, onde terminamos discutindo e voltando sem se falar para casa. Lembrando de todos os momentos de tensão que já tivemos nesses mais de quatro meses de viagem, percebemos que, sempre que passamos por situações de estresse, isso acaba afetando o nosso humor e a nossa convivência, fazendo-nos descarregar nossas frustrações uma na outra. Na manhã seguinte, a primeira coisa que fizemos foi pedir desculpas, e foi como se nada tivesse acontecido. Além disso, acordamos com muita ressaca e prometemos que nunca mais sairíamos um dia antes de pedir carona. De qualquer forma, estava chovendo, era domingo e decidimos ir até a rodoviária ver o preço da passagem para Piriápolis. Para pagar, trocamos uns pesos argentinos que tínhamos de outras viagens, e ficamos esperando no terminal até o horário do ônibus. Mal sabíamos que esse dia ia ser muuito longo.
  6. Que bom saber que só relatar já está encorajando alguém, Sara, ainda mais uma mulher! Que todas nós tenhamos coragem e suporte! Boa sorte aí no final da graduacao e provas e bora planejar essa viagem aí!! Quando for, avisa!! Vamos estar na estrada ainda no ano que vem. Bj.
  7. Oi, Eduardo!! Que bom que tá curtindo, espero que o nosso relato possa ajudar. Que demais que estao indo para estrada também. Se fizerem alguma página ou blog, avisa aí. Com questao da grana, ela já terminou logo depois que entramos na Argentina. O Uruguai sugou quase tudo porque tava dificil conseguir hospedagem e carona mais pro fim dos nossos dias lá, e o medo de ficar na rua também atrapalhou. O início nao é tao fácil aceitar que, sim, tu vai ficar na rua um dia, e, sim, tu vai ficar sem dinheiro um dia. Agora já estamos mega tranquilas, já ficamos dias com 7 pesos no bolso para as duas. De boa. Aconselho a levar dinheiro vivo ou pedir pra alguém te enviar por Money Gram, aí nao paga as taxas do banco. Perdemos muita grana fazendo saques no início da viagem. Para fazer mais grana, vendemos brigadeiro, bolo de chocolate e brownie nos parques. Deu certo e olha que somos péssimas vendedoras... ahhahah... E é bom conseguir couchsurfing ou trabalho em troca de hospedagem, porque aí já é menos uma coisa para se preocupar. O dinheiro que ganhamos é para basicamente comprar comida e, quando estamos vendendo, para comprar mais ingredientes também. Passeios, procuramos fazer o mais independente possível, ou carona ou onibus urbano (essa opcao se tem um pouco de dinheiro, claro). Aviso que a Argentina tá cara demais e a vida tá dificil aqui, mas nao é impossível. Abraco!! E qualquer coisa que puder ajudar, só chamar!
  8. Ao chegarmos em Rocha, na costa uruguaia, tomamos outro ônibus até La Paloma, que leva cerca de 30 minutos para chegar e é bem barato. A cidade, localizada a 240 km de Montevideo, foi fundada em 1874 e conta com cerca de 5.500 habitantes permanentes, chegando a 30.000 pessoas no verão, quando recebe uma multidão de turistas em busca de tranqüilidade e surf. Recebeu esse nome porque, antigamente, por causa da quantidade de pedras e ondas, de longe, os navegantes a enxergavam em formato de pomba, “paloma” em espanhol. No inverno, a cidade fica super tranqüila, a maioria dos estabelecimentos fecha e, muitas vezes, se pode ter a praia só para você, se não tiver nenhum surfista. As principais praias são La Aguada, Costa Azul, La Balconada, El Cabito e Anaconda. No Hostel Arazá, onde trabalhamos em troca de alojamento e comida nos 4 dias que ficamos na cidade, conhecemos o Nacho y a Beba, donos do hostel e que foram para Montevideo logo depois que chegamos, e a Ana, a Lili e a Betina, com quem, no primeiro dia, fizemos uma noite de meninas, regada a muita pizza, vinho e filmes. No dia seguinte, trabalhamos e, no fim de tarde, fomos ver o por do sol na Playa La Balconada, muito bonita por sinal e cheia de pedras. No nosso terceiro dia, Nacho, dono do hostel, nos convidou para fazer uma aula de surf de graça. Eu preferi ficar na areia filmando e tirando fotos de tudo, e a Cassy foi testar suas habilidades no mar. Foi um dia de inverno na praia La Aguada, outra muito bonita, e foi muito divertido, tanto fazer a aula como assisti-la. No último dia, depois de carregar muita lenha e almoçar, finalmente ficamos livres para conhecer mais da cidade. Caminhamos até o farol, que, para a nossa decepção, estava fechado, e depois caminhamos até duas praias e para o centro. Pela manhã, nos despedimos de todos e seguimos, novamente de ônibus, para Rocha e, de lá, sentido a San Carlos, descendo na estrada antes de chegar à cidade. Aí, pedimos carona pela primeira vez desde que entramos no Uruguai. Nossa experiencia no Hostel Arazá Ficamos sabendo que o Hostel Arazá aceita trabalho em troca de hospedagem através do Bernardo, que alimenta, juntamente com a Isabela, a página Instinto Viajante. Entramos em contato direto com o pessoal do hostel, e Ignacio aceitou nosso pedido prontamente. Quando chegamos, ele e Beba nos avisaram que iriam para Montevideo, mas uma amiga deles chegaria no início da tarde para nos ajudar. Ficamos encarregadas da limpeza e ordem das áreas comuns e dos quartos, que, por ser baixa temporada, apenas 3 estavam disponíveis. No último dia, carregar a lenha também. O Arazá, que leva o nome de uma àrvore, abriu no último verão, portanto ainda não tem uma equipe de staff, mas isso não tinha problema agora porque também não estava recebendo tanta gente. Enquanto ficamos lá, chegaram 3 casais, brasileiros e estrangeiros. A nossa rotina foi bem tranquila, trabalhávamos 4 horas por dia e nos deram todas as refeições, o que nos permitiu economizar bastante. Durante o tempo que ficamos, também conhecemos a galera que está sempre por lá, Beba e Nacho, que são os donos e nos receberam e cuidaram maravilhosamente bem, Ana e Betina, que nos ajudaram nos dois primeiros dias, Pablo, que estava sendo treinado para trabalhar no hostel, e a Lili, colombiana que estava morando lá. Esse tipo de experiência é ótima, pois é possível fazer parte dos dois lados de se estar em um hostel: trabalhar e ser hóspede. Te faz dar mais valor às pessoas que fazem tudo aquilo funcionar para que você se sinta bem e não te falte nada. Além de tudo isso, dando o nosso review sobre o hostel, tem café da manhã incluso e bom, quartos compartilhados e de casal, todos com banheiro completo. Tem um pátio enorme nos fundos, que contém piscina (no verão), vôlei de praia e uma área para curtir nos sofás. Dentro da casa, há sala com televisão, refeitório e cozinha com tudo que você possa precisar. Imaginamos que, no verão, seja muito animado, visto que a cidade fica lotada. Ah, lá também se pode pegar as bicicletas de graça e ter aulas de surf, que custam cerca de 50 reais, se lembramos bem. Vale a pena a experiência! Nacho é muito paciente para ensinar. E não precisamos dizer que o staff é muuuito divertido e buena onda e que vão fazer de tudo para que você tenha os melhores momentos!! Já sabem onde ficar em La Paloma!! Super recomendado!
  9. Chegando na agência do ônibus em Treinta y Tres, não tínhamos ideia para que lado ir para a casa do nosso host. Enquanto organizávamos nossas coisas para começar a caminhar, Alejandro, o host, apareceu do nada porque ia se informar de alguma coisa ali na agência, que também é uma espécie de correio. Dali, fomos caminhando para a sua casa, onde ganhamos um quarto só para gente e onde, nos três dias que passamos lá, nos sentimos muito confortáveis. Nesse dia, não fizemos muita coisa. Enquanto o Ale foi para a aula, nós tomamos banho, atualizamos coisas do blog, avisamos as famílias que estávamos bem e conversamos muitíssimo com a Judith, irmã do nosso host. Ela falou muitas coisas sobre o povo da cidade e do país. Disse que a maioria das pessoas da cidade é bem conservadora e religiosa e que Treinta y Tres parou no tempo, atrapalhando o próprio progresso. À noite, saímos para comer chivitos em um trailer que tem ali perto. É super tranqüilo e seguro andar por lá, as casas ficam com as portas destrancadas sempre, os vizinhos se conhecem, parece muito cidade do interior. Reservamos o dia seguinte para ir até a Quebrada de los Cuervos, que fica cerca de 30 km de Treinta y Tres, mais 25 km de estrada de terra até a entrada. Quando se chega na parte da Ruta 8 que tem a placa para a Quebrada, tem outra para você pedir informações em um armazém que tem por ali. A moça vai te dar um mapinha com a rota de 25 km que você deverá seguir caminhando até a entrada de fato. Nossa saga até lá foi cheia de sorte. Para chegar, caminhamos até a ruta e conseguimos 2 caronas para chegar até a estrada de terra. Aí, com o mapa em mãos, um moço de carro chegou bem na hora e nos levou todo o caminho até a Administración da Quebrada. Aqui é onde se paga 50 pesos. A trilha demora cerca de 2h30. 25 km!!!!! Moço que nos salvou e, ainda por cima, era muuuito gente boa Começo da trilha – Vá para a esquerda! Vá para a direita se quiser descer até a Quebrada! Pensem em uma água gelaaada. Vale a pena, meu povo!! Na volta para Treinta y Tres, não tinha uma alma viva na estrada de terra, então começamos a caminhar e sofrer internamente pelo caminho de 25 km que tínhamos pela frente e porque sabíamos não conseguiríamos chegar até a Ruta 8 antes de anoitecer. Pior, até chegar, íamos entrar noite adentro se arrastando até a estrada. Mas, dramas à parte, depois de uns 30 minutos caminhando, ouvimos barulho de carro. Foi a nossa salvação. O moço nos Levou até a ruta e daí conseguimos carona com outro caminhoneiro até a rua que devíamos entrar para ir para a casa do nosso host. Essa noite, cozinhamos massa, bebemos vinho e ficamos muito tempo conversando com o Alejandro e a Judith, o que sempre era ótimo. No nosso terceiro e último dia, descansamos e, pela tarde, fomos conhecer a cidade com o Ale. Treinta y Tres é muito querida, cheia de árvores, arquitetura chama a atenção, tem um ar de interior e é muito segura. Recebeu esse nome porque, a mando de Juan Antonio Lavalleja, militar e presidente do Uruguai em 1853, “33” homens lutaram pela independência do país. Cada um deles tem uma rua com seu nome. Passamos pela Praça 19 de abril, ao redor da qual fica a Intendencia e a Biblioteca Municipal, e o Parque Río Olimar, que recebe eventos culturais e onde se pode acampar. Lá, desde a Playa Rio Olimar, ainda se pode ver as duas pontes da qual os locais tem muito orgulho. Plaza 19 de Abril Monumento a los 33 Ponte sobre o Rio Olimar. E Barack admirando o fim de tarde. À noite, fomos beber mais um pouco de vinho com o Ale e seus amigos. Às 4h da manhã, acordamos correndo. O nosso ônibus para Rocha saía às 5h.
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