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Amigos, Ilhabela é o paraíso dos simulídeos. São raros os casos de doenças transmitidas por insetos na Ilha. Mas o desconforto da picada dos borrachudos já inviabilizou muita lua de mel planejada por meses... Vale lembrar que os insetos tem comportamentos diferentes em relação a cada pessoa. É por este motivo que as vezes pessoas são muito picadas justamente ao lado de pessoas que não tomaram picada alguma. Quando a infestação é muito grande (o caso de alguns lugares na Ilha) o inseto não faz distinção: pica todo mundo mesmo. As dicas são: usar roupas claras, de preferência compridas, não usar perfumes (isso vale para shampus, sabonetes, desodorantes e repelentes com fragrâncias) e passar na pele exposta um repelente de insetos com pelo menos 50% de concentração de dietiltoluamida. Para saber a concentração do princípio ativo nos produtos, basta ler o rótulo. Se não tiver, é por que a concentração e baixa e inadequada. A maioria dos produtos com dietiltoluamida tem 7% de concentração. Ainda segundo a literatura (New England Journal of Medicine, Junho -2002), a ingestão de Complexo B, alho e os repelentes botânicos (citronela e andiroba) são ineficazes. É isso. Um abraço! Paulo
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Caros Amigos, O assunto repelentes de insetos é tão importante que existe um grande volume de literatura médica sobre o assunto. Mais importante que o desconforto das picadas ou as reações alérgicas (que podem até matar, diga-se) são as doenças transmitidas pelos insetos. Dengue, dengue-hemorrágica, malária (só em 2004, 600 mil casos no Brasil) e leishmaniose são as mais frequentes. A literatura é clara em afirmar: 1) Repelentes botânicos (citronela e andiroba) são ineficazes. 2) Ingestão de substâncias (alho e vitamina B12) são ineficazes. 3) A literatura sobre o assunto recomenda o uso de repelentes cutâneos com 50% de concentração do princípio ativo DEET. 4) No Brasil, só a marca Exposis (www.exposis.com.br) tem esta concentração contra 10% do Autan, Off! e Repelex. 5) Além da concentração de 50% de DEET, repelentes não podem conter perfumes. 6) Contra o anópheles (transmissor da malária de hábitos noturnos) deve-se usar o mosquiteiro impregnado de permetrina. Sim, trabalho no laboratório que os fabrica, mas como aventureiro não posso deixar de passar o que recomenda a literatura. Criei um forum aqui mesmo neste site, na mesma seção "Equipamentos em Geral", chamado "Porque os repelentes não funcionam?". Lá vocês podem encontrar mais informações, discussões acaloradas, outras dicas bem legais. Não deixem de consultar também o artigo do N Engl J Med, Vol. 347, No. 1 · July 4, 2002 · www.nejm.org acerca do assunto. Um forte abraço, Paulo Guerra!
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Amigos, Sobre a experiência pessoal de cada um com insetos, é evidente que a observação individual é importante. Também é assim que surgiram muitos dos medicamentos que hoje são disponíveis. Neste caso, também é verdade que o comportamento dos insetos é diferente de pessoa pra pessoa. Porém, fazer ciência, pressupõe o uso de métodos. Os métodos consagrados até agora (e os cientistas estão abertos a novos métodos contanto que sejam mais eficazes e seguros) é o teste duplo-cego (com o uso de placebos) e randomizado. É assim para qualquer medicamento ou produto dermo-cosmético. O que os médicos sugerem é que, sobretudo nos assuntos que envolvem riscos, como o de pegar malária, dengue ou febra amarela, sejam escolhidas substâncias seguras (em primeiro lugar, diga-se) e eficazes. É, para os médicos, o que vale é o que a literatura de renome indica e, claro, suas própias experiências com os seus pacientes. O resumo é sempre o mesmo: consulte sempre um médico e pergunte a ele o que é melhor para se proteger contra os insetos transmissores de doenças ou não. Um grande abraço, Paulo Guerra
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Amigos, Na verdade, o efeito dos repelentes cutâneos de alta-eficácia acontece sobre todos os atrópodes: os mosquitos voadores (aedes, anófeles, borrachudo, pernilongo), carrapatos, o barbeiro, a pulga, o piolho, os ácaros, etc. Existem variações sim: os barbeiros são os mais difíceis de serem repelidos. Entretanto, a ação é bastante similar em todos os insetos voadores e nos carrapatos sendo considerada "excelente" num estudo duplo-cego e randomizado publicado por Young D Evans S Prevention of athropod attack. Military Medicine 1998 ; 163 : 324-330. Na verdade, o efeito dos repelentes cutâneos de alta-eficácia acontece sobre todos os atrópodes: os mosquitos voadores (aedes, anófeles, borrachudo, pernilongo), carrapatos, o barbeiro, a pulga, o piolho, os ácaros, etc. Existem variações sim: os barbeiros são os mais difíceis de serem repelidos. Entretanto, a ação é bastante similar em todos os insetos voadores e nos carrapatos sendo considerada "excelente" num estudo duplo-cego e randomizado publicado por Young D Evans S Prevention of athropod attack. Military Medicine 1998 ; 163 : 324-330. Abraços à todos!
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Caros amigos, Hoje, 25 de novembro, chega a notícia que o Dr. Drauzio Varela contraiu dengue na Bahia. Estamos às portas do verão e é hora de se proteger. Recebemos recentemente um artigo médico bastante interessante sobre o assunto. É um artigo do Dr. Hélio A. Miot e colegas bastante recente que compara repelentes de inseto disponíveis no Brasil. Vale a pena dar uma olhada. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0036-46652004000500004&lng=en&nrm=iso O abstract em português está reproduzido abaixo. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo Print ISSN 0036-4665 How to cite this article Abstract MIOT, Hélio Amante, BATISTELLA, Rafaelle Fernandes, BATISTA, Khristiani de Almeida et al. Comparative study of the topical effectiveness of the andiroba oil (Carapa guianensis) and DEET 50% as repellent for Aedes sp. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, Sept./Oct. 2004, vol.46, no.5, p.253-256. ISSN 0036-4665. O DEET (N, N-dietil-3-metilbenzamida) é hoje o repelente mais efetivo disponível, porém, seu uso pode apresentar importantes efeitos colaterais tópicos e sistêmicos. Alguns compostos botânicos, como a Andiroba (Carapa guianensis), têm demonstrado propriedades repelentes a um baixo custo e baixa toxicidade. Quatro voluntários hígidos submeteram seus antebraços recobertos com óleo de Andiroba a 100%, DEET 50% (controle positivo), óleo de soja refinado, óleo de Andiroba 15% e na ausência de produtos (controles negativos), diretamente a picadas de fêmeas saudáveis de Aedes sp. Foram aferidos os tempos da primeira e terceira picadas. Os resultados mostraram que a mediana da primeira picada nos antebraços sem produto foi 17.5s e a terceira picada, 40.0s. No óleo de soja, as picadas ocorreram em 60.0s e 101.5s. No óleo de Andiroba 100%, em 56.0s e 142.5s. Com Andiroba 15%, em 63.0s e 97.5s. Usando DEET 50% não houve picadas após 3600s na maioria dos experimentos (p < 0.001 Wilcoxon). O óleo de Andiroba 100% comparado ao óleo de soja, antebraço sem produto e óleo de Andiroba 15%, mostrou discreta superioridade (p < 0.001 Wilcoxon). Concluímos que o óleo puro de Andiroba apresenta efeito repelente discreto contra picada de Aedes sp., sendo significativamente inferior ao DEET 50%. Keywords: Aedes; Insect repellent; DEET; Andiroba. Um abraço, Paulo Guerra
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Amigos, Mais uma referência bibliográfica sobre o uso de repelente cutâneo para impregnação de roupas contra o carrapato: Schreck CE, Snoddy EL, Spielman A. Permethrin and deet sprays against ticks. J Med Entomol 1986; 23 : 396-399. 92% de proteção por 24 horas se a concnetração de DEET do repelente for de pelo menos 30%. Um forte abraço, Paulo
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Caros, Conforme prometido, essa é a referência bibliográfica sobre a proteção contra carrapatos usando um spray de repelente com 50% de DEET sobre as roupas (calça, meias, tênis ou sapatos), além das partes descobertas do corpo, é claro. O artigo é: Repellents and other personal protection strategies against Aedes albopictus J Am Mosq Control Assoc 1989; 5 : 247-250 Um abraço, Paulo Guerra
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Amigos, Uma informação importante sobre carrapatos que foi divulgada no Congresso Brasileiro de Dermatologia que termina amanhã: o uso de um repelente em spray com 50% de concentração da dietiltoluamida (DEET) quando aplicado sobre o tecido, do joelho para baixo (incluindo meias, tênis e sapatos) protege contra o carrapato por 24 horas. Vale a pena fazer uso desta dica pois os carrapatos (estrela, micuim, entre outros tipos) são um dos infernos que os praticantes de esportes de ação e aventura tem que enfrentar. Assim que eu conseguir a referência bibliográfica dessa afirmação eu coloco neste grupo. Um abraço a todos! Paulo
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Cara Márcia, O resumo da conversa é um só: 1) O assunto é sério pois não se trata apenas do desconforto da picada. Doenças como dengue, malária, leishmaniose e febre-amarela, entre outras, podem matar. 2) Consulte um médico sempre. Podem ser os dermatologistas, infectologistas, alergologistas, ou qualquer outra especialidade que tenha a ver com o assunto. Um abraço! Paulo
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Caro Erasmo, Sim, trabalho no Laboratório Osler do Brasil, que fabrica os repelentes Exposis. Isso não deve ser empedimento para que uma informação importante seja discutida, para minha grande satisfação como você está fazendo. É muito difícil saber qual o motivo que faz o inseto ser repelido e suas considerações fazem muito sentido. Mas para saber se é eficaz, mesmo sem saber o porquê, é necessário que sejam feitos testes, com métodos reconhecidos pela classe médica (randomizados e duplo-cegos). Mas isso não é suficiente: os testes devem ser bem interpretados e publicados por uma fonte que a classe médica respeite. Tanto no Brasil, quanto no exterior. No Brasil, sua fonte não poderia ser melhor: Dr. Hélio Miot da Unesp, é uma das maiores autoridades em repelentes do Brasil. No Exterior, existem milhares de referências. Fiquemos com um bastante recente de uma publicação bem respeitada: o New England Journal of Medicine (N Engl J Med 2002;347:13-. Isso responde a questão colocada por você sobre qualquer tipo de interesse que tire a credibilidade das informações que eu dou e que achei importantes como praticante de esportes de aventura e ação. Um profissional, uma empresa pode falar o que quiser. O médico só vai acreditar no artigo publicado por uma fonte que ele respeite. Por isso, sempre coloco a referência bibliográfica, única forma de uma informação como essa ter credibilidade. É sempre um grande prazer debater sobre um assunto importante como esse e, ainda mais com questionamentos de alto nível como esses. Um abração, Paulo Guerra
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Caros amigos, Desculpem a demora para responder. Segundo o New England Journal of Medicine (N Engl J Med 2002;347:13- os repelentes "botânicos", aí incluídos citronela, eucalipto, etc, são efetivos mas por um período muito curto: de 5 a 15 minutos e provocam muita alergia. Ingestão de alho e vitamina B1 também não funciona. Procure no Google o seguinte artigo que ele fala especificamente sobre isso: Khan AA, Maibach HI, Strauss WG, Fenley WR. Vitamin B1 is not a systemic mosquito repellent in man. Trans St Johns Hosp Dermatol Soc 1969;55:99-102. O nome do artigo não poderia ser mais esclarecedor... É muito interessante ver os artigos no original. Um abraço, Paulo
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Tath, Aquilo é uma piada. E piada comprovada. Tem uma penca de estudos publicados mostrando que os aparelhos que emitem ultrassom são inúteis. É muito chato saber que um produto assim pode ser vendido. Esse é um assunto sério pois basta uma picada de um inseto infectado para você desenvolver a dengue, por exemplo. E se pegar dois tipos de dengue diferentes a dengue pode ser hemorrágica, que chega a ser mortal em 5% dos casos. Tem que usar repelente com entre 35 e 50% de concentração DEET e de noite o mosquiteiro impregnado de um piretróide (deltametrina ou permetrina). Abração, Paulo
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Amigos, Primeiro, algo sobre a citronela. Muita gente pergunta sobre substâncias alternativas ao DEET, a dietiltoluamida, que existe no Exposis, Autan, Off! e Repelex, já que este é um princípio ativo sintetizado, portanto artificial. Para ser um bom repelente, o produto tem que ser irritante para os insetos e evaporar. Se for irritante e não evaporar, o inseto pica. Se for irritante e evaporar muito rápido é ineficaz. A citronela, além de não ser um produto hipoalergênico, ou seja, provoca reações alérgica em pelo menos 2% de seus usuários, evapora muito rápido. Em apenas 10 minutos um concentrado de 100% de citronela já evaporou. A citronela, por este motivo, é ineficaz e menos segura que o DEET. Ser uma substância natural pode ser melhor. Mas só quem tem condição de afirmar isso é a literatura médica. E a literatura médica afirma: citronela e andiroba são ineficazes e menos seguros. Caro Ivo, Se os repelentes mais conhecidos usam o mesmo princípio ativo e sendo este o recomendado pela literatura médica, qual a diferença entre eles? É a concentração e a presença de perfume na fórmula. Quanto menor a concentração, menor o tempo que o repelente te protege. A recomendação é o uso de produtos com 50% de concentração do princípio ativo e a ausência de fragrâncias na fórmula pois perfume atraem insetos. O único produto com essas características chama-se Exposis (dê uma olhada no www.exposis.com.br). Este produto dura 5 horas ou duas horas se a temperatura for superior a 30ºC, maioria dos casos no Brasil. Quem precisar destes artigos (todos em inglês...) é só me pedir. Pra cada coisa que eu conto aqui, existe um artigo publicado numa revista internacional de prestígio. Um abraço! Paulo
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Cara Pat, Sobre o produto da Nívea, como indica o o site da Cives (Centro de Informações em Saúde Para Viajantes - http://www.cives.ufrj.br/informacao/viagem/protecao.html), não devem usados protetores solares com repelentes porque seus princípios ativos interagem, perdendo eficácia. Como tantos outros, este repelente da Nívea não indica seu princípio ativo nem tampouco sua concentração. DEET (ou dietiltoluamida), o princípio ativo recomendado pela literatura médica como seguro e eficaz, só é fabricado nos EUA e é caro. Não acredite num produto que não diz qual é o princípio ativo e, se diz, não diz a sua concentração. Cara Tath, só existe uma fonte confiável: as universidades e a literatura médica. Se você quiser, posso te enviar (e para os médicos que você indicar) artigos de fontes confiáveis como o New England Journal of Medicine, entre outros. Picadas de insetos, por transmitirem doenças por vezes mortais, é um assunto bem sério e, como você sugere, deve ser tratado com responsabilidade. Tomara que este tópico oriente bem as pessoas! Um abraço, Paulo
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No Congresso realizado na Adventure Sports Fair em São Paulo que terminou na quarta-feira dia 11 de agosto e, dois dias depois, no Congresso de Dermopatolgia Tropical e Meio Ambiente da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Rio de Janeiro, ficou claro que com insetos não se brinca. Mas nesses congressos o que se divulgou é que os repelentes de insetos mais conhecidos no Brasil não seguem o que recomenda a literatura médica. Neste forum, vamos reponder as perguntas sobre substâncias repelentes que funcionam, que não funcionam, como otimizar seu uso e a importância da proteção contra as doenças transmitidas por insetos que tanto vitimam os praticantes de ecoturismo e esportes de ação. E como convém aos membros médicos do Mochileiros.com, todas as referências bibliográficas sobre o assunto. Já respondendo a pergunta do tópico, os repelentes mais conhecidos não funcionam porque tem uma concentração do princípio ativo muito pequena (dietiltoluamida, considerado como o mais eficaz e seguro repelente contra insetos). A concentração recomendada pela literatura médica é de 50% enquanto que Autan, Off! e Repelex tem apenas 10% de conentração em sua fórmula. Outro motivo importante é a presença de perfumes e fragrâncias em suas fórmulas e, como mostram os testes publicaods, perfumes atraem insetos.