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Dia 24 - 17/01/2016 - De Ollantaytambo a Puno - 445km

 

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Após a visita a Machu Picchu no dia anterior, nosso objetivo agora era ir até Puno para visitar o lago Titicaca. Tomamos café da manhã na praça de armas de Ollantaytambo ao custo de 10 soles por pessoa e encontramos alguns motociclistas de São Paulo que estavam indo nesse dia a Machu Picchu. Arrumamos nossas coisas no carro e retornamos até Pisaq pelo vale sagrado, mesmo caminho da ida. Estava chovendo em alguns trechos e após a cidade, continuamos reto pela estrada, paralelos ao rio vilcanota até chegar a ruta 3S. Ela também segue ao lado do rio vilcanota e alguns kilometros depois chegamos na rodovia que vai para o Acre, entramos nela e tiramos uma foto da placa indicando as distâncias até algumas cidades do Brasil. Até cogitamos em voltar pelo Acre, para fazer um caminho diferente, mas ainda queríamos visitar o lago titicaca e voltando pelo Chile a distância era menor.

 

A estrada segue passando por várias pequenas cidades e margeando o rio, há bastante verde e pouco movimento de veículos, com alguns pedágios nesse trecho também. Paramos para almoçar na cidade de Sicuani, um pouco antes de chegar ao ponto mais alto da estrada, a Abra La Raya, em um local que era restaurante e hotel. Essa cidade possui alguns hotéis e restaurantes, um bom ponto de apoio nesse trecho. Depois disso a estrada vai subindo lentamente e aparecem alguns picos nevados a esquerda, onde paramos para tirar algumas fotos. A abra La Raya marca a divisa entre as provincias de Cusco e Puno e a altitude nesse local é de 4338m. Depois dela a estrada vai descendo lentamente com uma paisagem muito bonita até chegar em Juliaca, o verdadeiro inferno na terra.

 

É uma cidade grande, no começo há uma avenida com pista dupla em boas condições, mas de repente acaba o asfalto e começam os buracos e a lama, parece que jogaram uma bomba na entrada da cidade. Resolvemos pegar o contorno viário de Juliaca para desviar da região central, outra desgraça de caminho rsrs. Há buracos que atravessam de um lado a outro da via, em outros locais nem asfalto existe e é preciso usar a pista contrária para rodar. A cidade no geral é bem feia, as construções não estão finalizadas, em muitas a parte frontal é bonita, mas do lado não há reboco nas paredes, parece que é algo que ocorre em todo o Peru, para pagar menos impostos devido a obra não estar finalizada. Depois de passar um sufoco para desviar dos buracos e enormes poças de lama e do trânsito maluco, conseguimos retornar a ruta 3S do outro lado da cidade.

 

Voltamos a rodovia principal aliviados por deixar “Julinhaca” para trás e seguíamos tranquilo até de repente escutar o apito de um guardinha e em seguida um outro saindo correndo pelo canto da rodovia, quase sendo atropelado por uma caminhão. Na hora pensei em tocar direto e não parar, já tinha lido sobre policiais corruptos em Juliaca, mas parei o carro uns 50m a frente. O guarda com cara de sacana começou a pedir os documentos de sempre: carteira de motorista, documento do carro, seguro SOAT.

 

Depois pediu o documento da aduana para conferir. Estávamos com os vidros abertos para tentar disfarçar o insufilm, mas dai ele pediu para levantar o vidro e começou a encheção de saco com a película. Ficou falando que era proibido e que estávamos fora da lei e nós falávamos que a aduana disse que estava tudo ok e falamos umas 10 cidades que passamos e não tivemos problemas. Ele continuava insistindo, dizendo que só a policia dava a permissão para a película e que tinha que ter um permisso dela. Ficamos repetindo a mesma história, citando as mesmas cidades que passamos e que a aduana disse que estava tudo ok até que ele meio com cara de bunda devolveu os documentos e mandou seguir, sem falar de novo que estávamos infringindo a lei e dar outro sermão. Peguei os documentos, dei um gracias e toquei o barco. O lance é se agarrar a uma história e ficar firme nela até o final que eles desistem, rsrs.

 

Estávamos quase chegando em Puno quando do lado da estrada vimos muito granizo e sobre o lago Titicaca era possível ver imensas nuvens escuras, escapamos de um temporal ufa!. Chega-se em Puno pela parte alta e dá pra ver a cidade e o lago abaixo, é uma cidade bem mais organizada que Juliaca e bem mais fácil de circular. Rapidamente acessamos a avenida principal e chegamos no nosso hotel, onde fomos muito bem recebidos pelo Alberto. Acabamos fechando com ele o passeio para as Islas Flotantes de Uros para o dia seguinte de manhã e ele gentilmente permitiu que fizéssemos o check-out depois do horário. Depois de nos acomodar, pegamos um taxi até a plaza de armas, aproveitamos para andar no calçadão da cidade até anoitecer e jantamos uma deliciosa lasanha.

 

Hotel Totorani Inn

- Acomodações confortáveis

- Excelente atendimento

- Localizado na Av principal de Puno

- Café da manhã incluso

- Possui garagem

- US$ 22,50 o quarto de casal

- Link para o hotel

 

Gastos com combustível:

- S. 150,00 - 42,29L

 

Pedágio:

- Saylla: S. 7,50

- Aguas Calientes: S. 7,50

- Ayaviri: S. 7,50

- Illpa: S. 3,90

 

 

Video com o trajeto do dia:

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Muito bom este trajeto, lama, lama, buraco, buraco rsrsrsrs :shock:

Fora esse trecho de cerca de 1km de lama e buracos só alegria ::otemo::

 

Hlirajunior, tenho uma pergunta: Como foi lidar com a altitude? Voces tomaram alguma medida? Mais uma vez parabéns pelo belo relato!

Gildete, tomamos bastante chá de coca e também compramos balas (caramelo) de coca que íamos comendo durante o caminho. Outra opção que há nas farmácias é um remédio especialmente feita para o mal da altitude: "Soroche Pills", mais encontrada no Peru e Bolivia. Também pode usar o Dramin.

 

Eu e minha mãe, não tivemos problemas com a altitude, já minha esposa e meus pai sentiram mais. No mais é não fazer movimentos bruscos, tomar bastante agua , comer coisas leves e se possível dormir em altitudes intermediárias para o organismo ir se acostumando. ::cool:::'>

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Dia 25 - 18/01/2016 - Passeio as ilhas flutuantes de Uros no lago Titicaca e ida de Puno a Tacna - 411km

 

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Puno foi a cidade com a maior altitude em que dormimos, acima dos 3800m, mas conseguimos dormir bem e ninguém sentiu os efeitos da altitude. De noite fez bastante frio, temperatura próxima a zero graus e de manhã fomos ao passeio as ilhas flutuantes de uros bem agasalhados e com tempo feio para chover. O transfer veio nos buscar no hotel e depois disso passou em outros locais para pegar mais alguns passageiros antes de ir até o porto onde um barco nos esperava. Durante a ida até as ilhas recebemos uma breve explicação sobre o povo que vive lá e também uma saudação que deveríamos falar aos moradores de uma das ilhas que visitaríamos. Nesse tempo começou a chover forte, mais uma vez a chuva estava presente em um passeio super esperado.

 

Cada barco é direcionado a uma determinada ilha e após desembarcarmos recebemos explicações de como as ilhas são construídas e como são constituidas as famílias e sua ligação com as outras ilhas. Cada ilha tem um presidente e abriga mais alguma famílias, cada habitante exerce uma atividade diferente para a manutenção dela. Depois disso fizemos um passeio em uma totora, que eles chamavam de “Mercedes-Bens” deles. Durante o passeio, o presidente da ilha ia contando sobre o funcionamento e tirando dúvidas sobre a comunidade dos Uros. Fomos até uma ilha principal, onde haviam restaurantes e artesanatos a venda. É um passeio bacana, dura cerca de 3hs. Retornamos a cidade, comemos algo rapidamente e fizemos o check-out no hotel. Saimos em torno das 14hs com destino a Tacna, fronteira com o Chile, estávamos oficialmente iniciando a volta para casa.

 

Para sair de Puno foi fácil, pegamos a avenida circunvalación e depois a rodovia que vai para Moquega, que é outro trecho da rodovia interoceânica que liga o Brasil ao Peru e o oceano Pacífico. Na saída da cidade há um ponto legal onde tem-se uma bela vista da cidade e do lago Titicaca. Logo depois passamos por uma região com muita areia na pista, havia um trilho que os caminhões faziam e tinha que ficar nele para não escorregar e sair da pista. Para ultrapassar outro veículo era bem complicado. A estrada segue por regiões pouco habitadas e acima dos 3500-4000m de altitude até chegar a abra Ojelaca (4592m), ponto mais alto da estrada. Nessa região o tempo estava carregado, parecia que ia cair granizo ou mesmo nevar, em algumas montanhas estava branco o topo, mas no final caiu uma chuva leve apenas. Ficamos meio decepcionados, pois queríamos ver neve nesse trajeto, na maioria dos relatos que li o pessoal pegava um pouco de neve nessa parte.

 

Depois a estrada começou a descer até encontrar a estrada que vai para Desaguadero, fronteira com a Bolívia. A partir dai aumentou o número de caminhões, muitos deles Bolivianos transportando combustíveis. No horizonte era possível ver o céu azul e o sol, a medida que começamos a descer a cordilheira por uma enorme quantidade de curvas. No meio do caminho paramos em uma barreira de fiscalização sanitária, onde fomos rapidamente liberados. Passamos pela policia de carreteras nesse trecho e não tivemos problemas também. Após a barreira de fiscalização começou a vir um barulho metálico do fundo do carro, no começo era bem baixinho, mas começou a aumentar ao poucos e começamos a ficar preocupados.

 

Após a cidade de Torata fomos parados novamente pela policia de carreteras, dessa vez por uma mulher, que estava sendo auxiliada por seu supervisor. De longe deu pra escutar ele pedindo pra ela verificar o seguro SOAT. Entregamos todos os documentos e ai começou a lenga lenga da película nos vidros. Ela insistia que estávamos errado e demos a resposta padrão de sempre: “A aduana nos liberou com a película, passamos por diversas cidades sem problemas e falamos os nomes das principais: Tacna Moquegua, Arequipa, Nasca, Lima, Cusco, Puno, etc”. Ela foi consultar seu supervisor e ele meio que falou pra liberar. Ela voltou e perguntou de onde éramos e falamos que éramos brasileiros, nisso ela falou: “Se vocês fossem chilenos estaríamos encrencados, pois eles vem aqui e não respeitam as leis.” Nos devolveu os documentos e seguimos viagem.

 

O barulho na parte traseira do carro aumentou bastante e aí percebi que era a pastilha de freio do lado traseiro direito, que ao chegar no limite de uso começa a avisar com barulho. Todo o trajeto no Peru foi bem sinuoso, com muitas subidas e descidas além de milhares de lombadas que gastaram as pastilhas mais rapidamente do que o previsto. Como estávamos perto de Moquegua, fomos devagar até lá, mas já era tarde e todas as lojas estavam fechadas. Voltar até Puno ou ir até Arequipa não eram opções, resolvemos seguir devagar até a cidade de Tacna, onde eu havia visto na internet que havia uma concessionária Honda.

 

Saímos de Moquegua já final da tarde e no caminho vimos um lindo por do sol no deserto e como a maior parte do caminho eram retas, não precisaria usar muito o freio, apenas o barulho incomodava e onde haviam curvas eu usava bastante o freio motor como já vinha fazendo durante toda a viagem. Chegamos em Tacna em torno das 21hs, a vista da cidade a noite chegando pela estrada é espetacular. Demoramos um pouco para encontrar o hotel que reservamos pelo booking e depois pegamos um taxi até a plaza de armas para jantar.

 

Hotel Casa del Turista

- Acomodações confortáveis

- Localizado um pouco longe do centro, mas como o táxi é barato compensa

- Café da manhã incluso

- Possui garagem

- US$ 26,00 o quarto de casal

- Link para o hotel

 

Gastos com combustível:

- Não abastecemos nesse dia

 

Pedágio:

- Moquegua S. 3,90

- Tomasiri: S. 8,85

 

 

Video com o trajeto do dia:

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