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Meu primeiro desejo era conhecer Machu Picchu. Comecei a buscar informações. Pedi também ajuda na época ao amigo e mochileiro Mike Weiss e ele me disse que eu não poderia perder Puno e que Ilhas Flotantes também era imperdível.

 

Então criei aquela duvida poxa agora eu tenho que fazer o Peru inteiro. Comecei a buscar preços de passagens Rio - Lima e me preparei para fazer mais cidades recomendadas pelo meu amigo.

 

Mapas sempre me despertam (acho muito legal fazer isso!) e fiquei observando tudo aquilo:

 

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Inseri no meu roteiro as recomendações do amigo e continuei a olhar pro mapa. Passei por um segundo estagio o de investigação. E eis que derrepente eu descubro e falo pra mim mesma: Caraaaca La Paz (Bolivia) é mais perto de Machu Picchu que de Lima (do próprio Peru)

 

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Comecei a ver os preços das passagens tanto pra Lima quanto para La Paz. Na época, as passagens para a América do Sul eram caras. Agora, como nossa moeda fortalecida tem passagens baratas tanto para Lima quanto para La Paz. Hoje em dia acho que é mais vantajoso até ir por Lima onde você pode comprar uma passagem por USS 386 dolares.

 

Me recordo que a passagem, na época se equiparavam e para comprar bilhete mais barato sai do Rio e fui pegar o vôo em São Paulo.

 

Na Policia Federal fui passada em revista. Queria saber de mim quê que eu ia fazer na Bolivia. Na Bolivia não havia turismo. Eu disse o Sr sabe que para chegar a Machu Picchu é mais perto ir por La Paz? O Senhor sabe que na Bolívia tem o maior salar do mundo são 12 mil quilometros quadrados de sal... o Sr sabe que vive uma população dentro da água ... O Policial fechou logo a minha boca e disse: A senhora esta sabendo muito sobre La Paz... tudo ok... pode passar! Entregou de volta meu passaporte que só ando com ele, acho que turista é mais bem recebido quando apresenta o passaporte.

 

Fui com uma amiga bem mais jovem que eu. Disse para ela vamos passar logo no Centro de Informações Turisticas para sairmos daqui já com todas as informações necessárias.

 

O Albergue eu já tinha reservado. Era o No Hostel Torino (recomendado pelo Forum dos Mochileiros). Pegamos as mochilas, um taxi (perto) e chegamos no Hostel.

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Eu ja sabia que em La Paz quase todos sofrem com o mal de altitude. Então querendo dar uma de esperta disse pra minha amiga: Vamos fazer o chacaltaya logo na manhã seguinte enquanto o nosso corpo não sente a diferença do lugar! A pior dedução que já fiz na minha vida!

 

Assim que chegamos no hostel o motorista colocou nossas mochilas dentro do albergue eu ainda não estava sentindo nada. O recepcionista nos atendeu confirmou a reserva e disse que o nosso quarto era lá pelo 3 ou 4 andar não lembro bem (sem elevador).

 

Peguei minha mochila e vi que eu já não aguentava com ela... Pensei nossa fiquei muito cansada da viagem. Pedi um rapazinho do albergue para levar minha mochila ate o quarto. Ele a colocou no chão. Subi as escadarias parando de instante em instante, parecia uma velha de 100 anos.

 

Eu peguei a mochila do chão e não conseguia colocar em cima da cadeira. Falei meu Deus que ta acontecendo comigo? Disse para Vitoria eu acho que não estou bem parece que minhas veias vão se arrebentar. Ela disse deita ... descansa depois voce melhora! Ta cansada da viagem.

 

Fiquei a noite toda deitada e de manhã chegou o homem para nos levar pro Chacaltaya. 5 421 de altitude.

 

Eu nao tinha conseguido tomar cafe da manhã, só pedia chá... Minha garganta seca, meu nariz seco e se eu engolisse doia tudo.

 

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O Senhor do Albergue mandou comprar umas folhas pra mim e pra minha amiga que ainda estava bem. Fomos pro passeio. Ele mandou a gente colocar na boca que íamos ficar bem. Minha amiga que não sentia nada colocou logo umas 4 na boca e foi com aquilo... Eu tentei colocar 1 me deu ânsia de vomito larguei pra trás.

 

Quando chegamos no Chacaltaya minha amiga já estava com 4 aftas na boca!

 

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Apenas se caminha os 200 metros finais porque toda a subida é de kombi. Quando chegamos no refugio para subir eu já estava colocando "os bofes pela boca" disse: não tenho como subir eu vou ficar no refugio. Minha amiga tá fica ai que eu vou... e o grupo foi subindo... uns como eu ficaram para trás preferiu o refugio, outros mais afoitos foram rapido e pararam no meio do caminho. Minha amiga foi indo devagar.

 

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Eu fiquei ali do vidro olhando a subida deles e disse: poxa eu tenho que tentar ir pelo menos um pouco. SaÍ do refugio e comecei andar... meu cerebro comandava caminhar pra frente mas eu andava pro lado igual um carangueijo. Pensei poxa isso é a maior frustração da minha vida. Resolvi levar um tempão até chegar onde pude:

 

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Depois de demorado bastante tempo começaram a descer cada um dentro dos seus limites. O que mais me impressionou uns cairam ao chão perto da kombi não conseguiram nem entrar nela... Outros emburacaram na kombi e não sairam mais e minha amiga voltou até bem mas disse pra mim que não ia fazer o vale de la luna que tambem estava marcado para a parte da tarde. Ela já estava sentindo o que eu sentia.

 

O MAL DE ALTITUDE:

 

"Mal da altitude – Soroche – Mal da montanha

 

O que é?

 

Também chamado de Mal Agudo de Montanha (MAM), o mal da altitude é a dificuldade do organismo em absorver oxigênio para suprir as necessidades a que estamos nos impondo, o que acaba por causar uma série de efeitos, que podem em casos muito graves culminar com a morte do indivíduo.

 

É o resultado da falta de aclimatação, afeta a uma grande porcentagem de montanhistas e se não for tratado pode derivar ao edema pulmonar ou cerebral e por em risco a vida das pessoas. Os primeiros sintomas se apresentam de 4 a 8 horas depois de chegar a altitudes geralmente superiores aos 3.500 metros, embora possam se apresentar em altitudes menores dependendo do organismo de cada pessoa.

 

É raro experimentar mal de altitude abaixo dos 2.400m. As elevações capazes de causar problemas se dividem em três categorias:

 

- moderadas: entre 2.400 e 3.600 metros

- altas: entre 3.600 e 5.400 metros

- extremas: acima do 5.400 metros

 

O Mal de Altitude é resultado direto da pressão atmosférica reduzida que se verifica nessas elevações. Embora a percentagem de oxigênio no ar permaneça praticamente constante a 21%, a quantidade real de oxigênio que inalado diminui com o declínio da pressão atmosférica. Pressões menores deixam o ar menos denso, e o corpo obtém menos moléculas de oxigênio a cada inspiração.

 

A primeira parte do corpo a reclamar da quantidade reduzida de oxigênio no ar é o cérebro, que utiliza 20 por cento de todo o oxigênio consumido. Para compensar a redução no oxigênio, os vasos sangüíneos que suprem o cérebro se dilatam para permitir que mais sangue – e, conseqüentemente, mais oxigênio – chegue à cabeça. O cérebro superalimentado começa a inchar, resultando no primeiro e mais comum dos sintomas do mal de altitude: a dor de cabeça.

 

As pílulas Sorojchi Pills não previnem, mas aliviam bem os sintomas, principalmente, a dor de cabeça. O equivalente brasileiro as Sorojchi Pills é a Cibalena A." Crédito: Alexandre, Rosângela e Felipe - http://viajandodecarro.com.br

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Tirei a foto do vale de La luna

 

 

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Pegamos um taxi e voltamos pro hotel. Cada uma caiu pra um lado. Até o anoitecer.

 

Recomendo levar um lanche ao sair do Hotel pela manhã pois o tour demora muito. Formada de argila esbranquiçada, É uma região extremamente árida. Faz lembrar estalagmites. Paga-se uma taxa para entrar no Valle de la Luna. Apreciei a paisagem, tirei fotos e pegamos um táxi de volta para o Albergue.

 

A Noite mais refeita deixei minha amiga dormindo peguei a máquina fotográfica e subi a rua do Albergue onde é a residencia do Presidente. Eu só fui porque senão não teria fotos da viagem. O palácio fica bem próximo a Praça das Armas. Local onde o Presidente Boliviano despacha.

 

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Esperei minha amiga acordar e fomos jantar... já que não tinhamos almoçado, lanchado, comido nada. Comemos batata com pojo, trocamos dinheiro e fomos dormir.

 

Na volta eu esticava o olho pra dentro das farmácias queria saber se eles vendiam oxigenio... cheguei até confundir um tubo de desodorante aerosol com o que eu tanto procurava. Nossa que sufoco. Depois descobri que tem postos que fazem isso por ali.

 

No hostel mandaram eu tomar muita agua e esperar 7 dias que depois tudo isso passava mas nosso roteiro estava com dias contados 15 dias para Peru e Bolívia.

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Acordamos bem e decidimos que iamos fazer o centro, não iamos fazer passeio para o TIWANACU, um importante sítio arqueológico pré-colombiano que distava do albergue mais ou menos uns 60 km. Decidimos passar o dia para conhecer ali Paz mesmo. O centro era proximo do Albergue enquanto nos aclimatávamos víamos o centro da cidade e a famosa Rua da brujas.

Ali sim, se conhece a cultura local... é um lugar para você ir sem pressa. Observar de tudo e entender um pouco a população mais de perto. Tirei fotos com mulheres que aceitavam mas era necessário pagá-las. O que nos deixa impressionados mesmo são os embriões e filhotes de lhamas para sacrificios. Mas cultura é cultura!

 

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Crédito foto: Isabelle Duarte

 

Meios de Transporte: Lotações e táxis

 

A grande maioria dos veículos é velha e com manutenção precária, por isso é comum a ocorrência de problemas mecânicos pelo caminho, o que acaba ocasionando atrasos.

 

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Vale muito a pena andar de táxi na Bolivia. São baratos e geralmente cobram um valor fixo para todos os lugares.

 

Os onibus Intermunicipais e Internacionais valem muito a pena. Há qualidade para locomoção entre as cidades e países. Frota nova acho extremamente importante principalmente num local onde o clima é frio e podemos ficar desguarnecidos durante à noite, sem calefação.

 

http://www.bus-america.com/linea_BO_Fs.htm

 

Vejam as distancias entre as cidades:

 

Cochabamba - Oruro - 210

Cochabamba - Potosí - 528

Cochabamba - Sucre - 366

Cochabamba - Tarija - 896

Cochabamba - Trinidad - 905

Cochabamba - Tupiza - 784

Cochabamba - Uyuni - 533

Cochabamba - Villazón - 876

Copacabana - Cochabamba 522

Copacabana - Oruro - 368

Copacabana - Potosí - 678

Copacabana - Santa Cruz - 997

Copacabana - Sucre - 840

La Paz - Charagua - 1.000

La Paz - Cochabamba - 383

La Paz - Copacabana - 151

La Paz - Oruro - 229

La Paz - Potosí - 539

La Paz - Santa Cruz - 900

La Paz - Sucre - 701

La Paz - Tacanara - 120

La Paz - Tarija - 907

La Paz - Trinidad - 602

La Paz - Tupiza - 795

La Paz - Uyuni - 552

La Paz - Villazón - 887

Potosí - Oruro - 310

Potosí - Sucre - 162

Potosí - Tarija - 368

Potosí - Trinidad - 1.324

Potosí - Tupiza - 256

Potosí - Uyuni - 219

Potosí - Villazón - 348

Santa Cruz - Ascención - 305

Santa Cruz - Camiri - 295

Santa Cruz - Cochabamba - 470

Santa Cruz - Comarapa - 240

Santa Cruz - Concepción - 310

Santa Cruz - Montero - 50

Santa Cruz - Oruro - 683

Santa Cruz - Potosí - 774

Santa Cruz - Puerto Suarez - 630

Santa Cruz - Roboré - 440

Santa Cruz - San Ignacio - 470

Santa Cruz - San Javier - 245

Santa Cruz - San José - 270

Santa Cruz - Sucre - 610

Santa Cruz - Tarija - 700

Santa Cruz - Trinidad (Beni) - 550

Santa Cruz - Tupiza - 1.030

Santa Cruz - Uyuni - 993

Santa Cruz - Vallegrande - 245

Santa Cruz - Villazón - 890

Oruro - Potosí - 310

Oruro - Sucre - 472

Oruro - Tarija - 680

Oruro - Trinidad - 831

Oruro - Tupiza - 566

Oruro - Uyuni - 323

Oruro - Villazón - 658

Tarija - Sucre - 570

Trinidad -Sucre - 1.162

Tupiza - Sucre 418

Uyuni - Sucre - 381

Villazón - Sucre - 510

 

Nossos passeios só podiam durar meio dia... Iamos almoçar e jantar ao mesmo tempo pollo y papas (todos os dias) e íamos pro hostel deitar à tarde.

 

Já havia passado quase 3 dias e também quase nada tinha mudado.

 

Derrepente eu disse pra minha amiga. Vamos viajar? a minha amiga disse mas o hostel já ta pago... eu disse deixa pra lá vamos tentar baixar a altitude.

 

Fui na recepção e ele disse que poderiamos fazer o salar de Uyuni onde a altitude era menor. Nos informou a rodoviária, preferi pagar para alguém ir lá comprar os bilhetes e pegamos o onibus às 8:30 horas da Noite pra Uyuni.

 

À noite (20.30h) saímos de La Paz e pegamos um ônibus super confortável para Uyuni. Ele tem serviço de bordo: jantar e café da manhã, vídeo e calefação. O ônibus, se não me engano sai da Plaza Antofogasta. E a viagem tem duaração de 9 horas: Empresa: Crucero del Norte.

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Chegamos a Uyuni muitissimo bem... dispostas. Ficamos super alegres achando que já tinhamos resolvido nosso problema de aclimatação. Mesmo a grau negativo (tendo que colocar lenço no nariz para filtrar e aquecer o ar), passamos um dia maravilhoso. E decidimos dormir por lá mesmo!

 

 

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Sei que existe pacote para o deserto de Atacama pelas Agencias de Uyuni. Se você deseja fazer pode contratar os serviços por lá!

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Aproveitamos e conhecemos a fábrica de sal que familias ganham a vida fazendo a extração de sal. Observamos o lugarejo e vemos quão nobre é ganhar a vida dessa forma. Não damos importancia ao que temos. Comprei 1 kg de sal para usar em dias especiais.

 

 

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Compramos passagem de volta e voltamos para La Paz! O hostel Torino dessa vez nos cedeu um quarto mais baixo com agua bem quente. Foi otimo!

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Parece que meu psicologico ja estava afetado... eu ja tava sentindo aquilo tudo de novo... Minha amiga disse, Dete, vamos pro Peru faltavam ainda alguns passeios mas ela temia que nosso roteiro pudesse furar.

 

Comecei a conversar na recepção sobre os jogos de futebol e a razão pela qual o Brasil quase sempre perdia ou empatava por lá... Eles disseram que la Paz é a grande estratégia dos bolivianos.

 

Tempos depois conversando sobre esse assunto "altitude" com um médico, ele me disse que os jogadores brasileiros agora também se utilizam de uma mesma estrategia para ganharem jogos em lugar de grande altitude.

 

Não sei se é verdade mas foi o que me foi dito. Disse que os jogadores de futebol brasileiros retiram sangue deles (mesmo estilo de doação) uns seis meses antes e vão guardando ao longo dos meses e que na semana dos jogos eles fazem a transfusão. Isso é para aumentar a quantidade de glóbulos vermelhos já que os bolivianos possuem maior quantidade de glóbulos vermelhos, responsáveis pela condução do oxigênio.

 

Fica ai uma pergunta: será que isso é verdade?

 

Percebi que minha amiga queria mesmo era me tirar de La Paz... então disse Dete vamos pro Peru? Na volta se sobrar tempo a gente faz Copacabana e Isla del Sol. Achei acertadissima a opção dela (mudança do roteiro às vezes é necessária) e fomos atravessar a fronteira no dia seguinte.

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