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Patagônia de Norte a Sul.

 

Optei por quartos privativos em hotéis ou hostel. Em toda a Patagonia existe a opção de quarto compartilhado, mais em conta, muitos hostel/hotel possui área para camping. De fato Patagonia não é um destino econômico, isto depende do que você quer fazer e do que você quer comer. Cozinhar no hostel pode ser uma excelente alternativa para economizar, eu intercalei entre restaurantes e comida de mercado(lanches). Fica a critério e bolso de cada um planejar o que é melhor para si.

A clássica Patagônia sul ...

11 de janeiro de 2015.

 

Neste exato momento estou escrevendo deitado na cama, observando a chuva escorrer pela janela ao som de bee gees.

No meu quarto faz 19 graus, na rua faz 9 graus, cheguei ontem com um vento tremendo que quase me derruba na rua. El Chalten me da às boas vindas com seu famoso vento, muito vento.

Eu deveria sair hoje para ir à montanha Fitz Roy, mas o clima está péssimo, resolvi ficar no hotel e relatar minha viagem até o presente momento.

Abro um alfajor de nozes e o devoro, em seguida me delicio com um de sabor frutas vermelhas e chocolate branco, agora Mahanthas me deixa nostálgico ao som de suas batidas e bela melodia. Nesta viagem escolhi as musicas mais tocantes em toda a minha vida, para compor minha trilha sonora em terras austrais.

Sejam bem vindos a Patagônia, terra de aventura e clima imprevisível, onde o vento me acompanha até mesmo em meus sonhos.

 

2 de janeiro de 2015.

 

Após um longo voo totalizando dois trechos, SP/Santiago, Santiago/Punta Arenas, piso em terras patagônicas. Este voo foi muito cansativo, pois tenho uma certa dificuldade em ficar dentro de ambientes fechados sem ventilação natural por muito tempo, e quando parti de SP, confesso que parti sem muito clima de viagem, pois estava triste.

Algo que me chamou atenção no voo, é quem não parecia um voo entre América do Sul e sim para algum país asiático, uma horda enorme de asiáticos estava no avião, eles dominarão o avião todo, provavelmente um grupo liderado por alguma agência de turismo, pois identifiquei talvez um ou dois líderes do grupo que tratavam de dar assistência a todo o grupo, acontece que antes do avião decolar, cada asiático recebeu um lanche que o cheiro estava ótimo, observo discretamente o comportamento deles, acho incrível como pessoas de outros países possuem comportamentos diferentes, até mesmo no simples ato de comer, de pedir desculpas, de sentir vergonha, de pedir licença e até mesmo de dar risada. Também comecei a pensar o quanto nós mochileiros temos o costume de discriminar quem viaja por agência, eles estavam tão felizes, todos tão sorridentes, isso me alegrou muito. Era uma bagunça tremenda, e olha a galera chapou no avião, secaram as garrafas sem dó. E como era engraçado os ouvir conversando.

 

Pego uma van até meu hostel (hostal fitz roy), creio que cheguei por cerca das 6 hs, meu quarto ainda estava ocupado e o atendente pede desculpas, pois não imaginava que eu chegaria tão cedo, disse que não tinha problema, queria apenas um banho e pedi para dormir na sala do Hostel mesmo, e tirei um longo cochilo até meu quarto ficar desocupado e eu cair para dentro em uma cama macia e confortável.

Eu estava meio azedo, tive um ano difícil, muitas perdas, antes de minha partida ainda no Brasil, tive momentos bem complicados, na real parti para Patagônia sem quase nenhuma vontade de viajar. E por que viajei? Por que na vida aprendi a jamais andar de cabeça baixa, me recordei de momentos que já passei na vida e os superei, e hoje não importa o que me aconteça, sempre sigo em frente.

O dia está chuvoso, sem graça. Troco alguns dólares por peso, e caminho lentamente pelas ruas, observando o local, respirando os ares e desfrutando sabores. E por falar em sabores, no restaurante La Marmita comi um salmão delicioso, o melhor da minha vida.

 

3 de janeiro de 2015.

Cemitério de Punta Arenas / Isla Magdalena

 

Pode parecer estranho, mas ouvi dizer que o cemitério de Punta Arenas é bonito. E tem mesmo lá seu charme, possui muitas árvores cujas as quais nunca vi antes, passei um bom tempo fotografando e buscando bons ângulos para registrar digamos está paisagem peculiar. Passo na loja La Cumbre, um paraíso de loja para viajantes e aventureiros.

À tarde cai e parto para Isla Magdalena, não fiz a tradicional pinguineira, optei pelo Monumento Natural dos Pinguins, cerca de 60 mil casais de pinguins estavam a minha espera, ou melhor, eu os esperava.

Assim que subo na embarcação vou logo para parte de cima, a céu aberto. Uma longa viagem mar adentro conduz os passageiros para Isla Magdalena, e que viagem incrível, algumas horas se passam e meus olhos se alegram ao avistar os primeiros pinguins nadando no mar, uma habilidade incrível, deslizavam pela água com tanta facilidade, tanta harmonia. Mais alguns minutos se passam e desembarco na ilha, uma sensação única na vida, um momento marcante assim posso dizer, estar no meio de aproximadamente 60 mil casais de pinguins e seus filhotes, foi perfeito.

Pinguins andam engraçado, eles parecem ser tão desajeitados coitadinhos, são uma fofura só para ser sincero. Na ilha se tem pouco tempo de visitação, 1 hora, talvez 30 minutos a mais, eu deixei todo mundo ir na minha frente para que eu pudesse ter paz e ficar a sós com os pinguins, e deu certo. Existe um caminho determinado para percorrer a ilha, e este deve ser respeitado, e assim o fiz. Estes pinguins são bem amistosos, dóceis, se eu quisesse poderia pegar todos e dar um abraço.

De volta a embarcação a noite se aproximava, a noite entre aspas, no verão patagônico o sol se põe as 23 hs. Se na ida as pessoas queriam ficar expostas as brisas e ao gostoso vento na parte superior da embarcação, na volta seria bem diferente, fui o único a permanecer a viagem toda na parte superior, o forte vento associado ao frio, era de congelar, só resisti devido às minhas vestes própria para montanhismo. Permaneci até as 22 hs resistindo às fortes rajadas de vento, e as vezes as ondas quebradas pelo casco traziam água gélida a meu encontro. Um funcionário me perguntou se eu tinha certeza que queria ficar do lado de fora e bem na frente, eu disse que sim, com absoluta certeza e confiança. O vento que batia na minha cara parecia mais socos do que rajadas de vento, o por do sol e a lua me acompanharam.

Volto para o hostel, banho quente e cama.

 

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4 de janeiro de 2015.

Pinguin Rey

 

O Pinguim rei com cerca de 1 metro de altura é o segundo maior da espécie, ficando atrás apenas do imperador com uma diferença de cerca de 10 cm.

O pinguim rei é incrivelmente lindo, grande e colorido.

Para visitá-los é uma verdadeira jornada, necessário um dia inteiro e muita disposição, se parte de Punta Arenas, cruza Porvenir, kms e mais kms adentro da Tierra del Fuego chilena, e kms de estradas desertas, percorri mais de 200 km no meio do nada com o nada. Este tour deve ser fechado em Punta Arenas.

 

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5 de janeiro de 2015.

 

Parto para Puerto Natales, com objetivo de visitar Torres del Paine, o clima não favoreceu em nada. No dia seguinte o clima permanece ruim e sem previsão para melhorar. Fui para a rodoviária comprar passagem para El Calafate dia 7, acontece que quando eu cheguei o horário da manhã já estava lotado, e só haveria vaga para parte da tarde, neste momento o telefone tocou e tocou, eu disse para a atende te que poderia atender ao telefone, e para minha sorte era alguém desistindo da viagem pela manhã, é claro peguei a vaga para mim.

 

 

7 de janeiro de 2015

El Calafate/Big Ice

Chego a El Calafate sem ter onde me hospedar, na verdade eu não tenho reserva em lugar nenhum, me hospedei no hotel Los dos pinos, gostei muito. Bem espaçoso bom atendimento, e faz câmbio.

El Calafate é uma cidade charmosa a meu ver, possui uma infraestrutura enorme, excelente culinária, restaurantes, cafés, sorveterias e tudo o que desejarmos. Porém para desfrutar disso tudo é bom preparar o bolso, aqui passa longe de ser uma cidade econômica.

Existem opções de camping e quartos compartilhados, como também refeições mais econômicas, mas em geral é uma cidade cara.

 

8 de janeiro de 2015

 

Parto para fazer o big ice, uma prazerosa caminhada no glaciar Perito Moreno, aqui infelizmente percebi como brasileiros tem vergonha de outros brasileiros. Seguindo pelo glaciar andando em fila indiana, um carioca insistia em me ultrapassar, antes já tinha avisado para o guia do grupo sobre minha experiência em gelo, o mesmo disse que eu poderia ficar livre e mais solto, desde que eu não sumisse da vista dele. Afasto-me do grupo e exploro parte do glaciar por conta própria, quando regresso para a fila o guia pede para eu ter paciência, eu disse que tudo bem, eu já imaginava que fosse algo bem turístico, não me aborreceria por isso, foi quando logo em seguida o carioca insistia em ficar me ultrapassando na fila, gentilmente dei passagem a ele, o curioso é que ele deixou a própria mulher para trás, o cara era chato demais e ainda ousou falar para o guia que eu me afastava muito do grupo e que eu digamos atrapalhava o grupo por isso, foi quando o guia disse a ele que não era comigo que ele estava preocupado, e sim com eles. Isso o fez sossegar um pouco.

O glaciar é lindo, sem duvidas um dos maiores atrativos de toda a Patagônia, o que mais chama atenção é a cor da agua presente nas fendas e lagunas.

Antes de partir para o big ice, tem uma caminhada livre com cerca de 1 hora nas passarelas do glaciar. Mesmo quem nunca pisou no gelo ou se quer sabe o que é um crampon, eu recomendo muito esta caminhada.

 

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9 de janeiro de 2015

 

Este dia resolvi deixa lo livre, apenas para saborear a culinária de El Calafate. Percorri as ruas experimentado chocolates,alfajores e cafés. Pessoalmente o Abuela Goyes é um dos melhores cafés e alfajores da cidade, possui fartos pedaços de torta, uma grande variedade de cafés e chocolates para beber. Sabores de alfajores exóticos como o de rosa mosqueta. Gostei muito deste café.

Os sorvetes não ficam para trás e agrada até mesmo os paladares mais refinados

 

10 de janeiro de 2015

El Chalten

 

A estrada entre El Calafate e El Chalten é extraordinariamente linda, que vista perfeita !

 

Chego en El Chalten, com uma breve parada do ônibus no centro de visitantes do parque (cerca de 15 minutos), onde um guarde parque passa algumas informações sobre trilhas,clima,fauna e flora. Peguei um mapa com ele, mas peguei porque eu pedi, eles têm poucos disponíveis. Aqui eu obtive uma preciosa informação sobre o clima, o céu estava azul na estrada, mas logo que chego à cidade fica tudo branco, tirando minha visibilidade quase que completamente. O guarde parque me disse que o tempo iria melhorar em dois dias, minha experiência e meus sábios ouvidos sabia que não era muito sensato sair naquele clima, conclusão, esperar e esperar.

 

Cerca de 5 minutos após sair do centro de visitantes, o ônibus para na rodoviária, pego minha mochila atravesso para o outro lado da rua e o vento quase me leva embora com mochila cargueira e tudo. Dirijo-me a hosteria los ñires, o sinal de internet é péssimo, mas ouvir dizer que em toda a região é assim.

Saio para comer uma pizza sabor calabreza (se eu não me engano), a pizza estava ótima! Molho de tomate,mussarela, salame, salame ? Acontece que aquilo não era calabresa não, mas estava muito bom. Na volta para a hosteria compro alguns pães ao lado da pizzaria.

Inutilmente tento acessar a internet, eu preciso verificar o clima. Pedi ajuda para o Higo, responsável pelo local. Ele me mostrou em um site confiável a previsão para os próximos dias, 12 e 13 seriam bons dias, e 14 um excelente dia! Assim espero.

11 de janeiro de 2015

Preso no mal tempo, passo o dia no meu quarto.

Da janela as vezes avisto picos nevados, são bonitos, mas não avisto nem sequer por um segundo o céu azul, assim como previa o guarda parque.

Talvez mais tarde eu anime comer algo fora, por enquanto observo os nós na madeira das paredes do meu quarto, uma cortina cor de caramelo deixa o ambiente com uma cor pastel, bem serena, pelo vidro da janela a água escorre lentamente junto ao uivo do vento, muito vento.

 

Após um longo cochilo acordo com o vento soprando as nuvens e aos poucos o céu se tornando azul, abro a cortina e lanço meu olhar no horizonte, o tempo estava por melhorar. É como está escrito na Bíblia, não cabe a nós homens termos a sabedoria de onde o vento vem e nem para onde ele vai. Fiquei animado, sai para comer uma truta com bolinhos de batata, deliciosos por sinal, e o tempo cada vez melhor.

Retorno feliz para o meu quarto, um banho bem quentinho é tudo preparado, amanhã partirei para o Fitz Roy.

 

15 de janeiro de 2015.

Chorrilo DEL Salto

 

O vento hoje nas ruas foi praticamente insuportável, o lixo da rua se levantava de 2 a 3 vezes a altura do poste, impressionante!

 

Tirei o dia de hoje para provar os sabores de El Chalten, no restaurante EL Muro (recomendo e muito) provei o cordeiro com salsa de hongos e papas, de entrada pedi uma empanada de cordeiro, e de sobremesa uma torta de maçã com sorvete. Pela tarde provei o delicioso sorvete da sorveteria Domo Blanco, foi um dia dedicado a gastronomia.

 

Acordei tarde, com um céu nublado e um leve chuvisco. Visitei a cascada Chorrilo DEL Salto, bem próximo ao centro, creio que apenas 3 km de distância. Uma cachoeira bonita valeu a caminhada. Lamentável não ser possível entrar nas suas águas, digo isso devido à temperatura, só de tirar o meu calçado e a água batendo na metade da minha canela meus pés já estavam praticamente congelados.

 

Eu gostei dos bosques, possui uma vegetação nunca antes avistada por mim, uma mistura de verde com cinza, cinza de galhos e troncos castigados pelo forte vento patagônico.

 

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Pela janela do meu quarto não é mais possível avistar picos nevados, agora o céu está cinza e a atmosfera com vento, muito vento.

 

Mas calma, vou relatar o que fiz nos últimos três dias. E foram dias lindos, inesquecíveis em minha vida.

 

12 de janeiro de 2015.

 

Fitz Roy

 

O dia amanhece o céu se mescla com azul e branco, aguardo meu transfer até a hosteria El Pilar, onde eu começaria meu trekking até o Fitz Roy.

Algumas curiosidades enquanto eu esperava meu transfer. A primeira curiosidade é que eu estava sentado no lado de fora do hotel quando um casal saiu pela porta de mãos dadas e quando chegaram na rua cada um foi para um lado e nenhum dos dois se deu conta de que estavam indo em lados opostos, quando se deram conta já estavam metros de distância um do outro. A segunda curiosidade é que a van que me levaria até a hosteria estava atrasada, e sabem porque? Porque o motorista ainda estava dormindo.

Uma cena um tanto quanto cinematográfica, uma van estaciona em frente ao hotel em que estou hospedado e o motorista entra na recepção do hotel, a van saiu andando sozinha e foi embora, o motorista teve que sair correndo.

 

Quando meu transfer me deixa na hosteria El Pilar sou orientado que tinha nevado nos dias anteriores e deveria ter atenção redobrada ao subir o Fitz Roy. A trilha é muito bem marcada, não tem como se perder, impossível. O caminho segue por dentro de um bosque bem bonito, a trilha foi bem fácil e gostosa de fazer.

Sigo sem dificuldades e alcanço o acampamento poincenot tranquilamente.

 

Armo cuidadosamente minha barraca no sentido certo do vento, coloco pedras em cima das saias de neve, isso aumentaria muito a resistência contra as fortes ventanias da região.

Preparo minha mochila de ataque e parto para o Fitz Roy, o caminho é bem marcado, mas é uma subida terrível, confesso que deu para cansar. Encontrei gelo em algumas partes da trilha, e gelo escorrega muito, tomei muito cuidado nestas partes.

Já quase no fim da trilha, a neve toma conta total, porém já passou do meio dia, a neve agora é fofa. Para quem não tem experiência em caminhar no gelo fica a dica, neve não é tudo igual e isso explicarei melhor mais para frente.

No fim da trilha avisto a laguna de los tres em meio a um tempo bem feio, completamente nublado. Com muita neve pela frente poucas pessoas ousaram descer até os pés da laguna, em muitas partes a neve afundava quase até o meu joelho. Minha bota e calça impermeável foram essenciais para este momento e toquei a laguna com minhas próprias mãos.

Não era possível avistar o Fitz Roy, fiquei um pouco frustrado, mas com os mais velhos aprendi algo que geralmente os jovens não sabem fazer. Esperar!

 

Passei a tarde toda naquela paisagem congelada imaginando se o céu se tornaria azul ou permaneceria cinza, saber ler os ventos é uma verdadeira arte, e algo me dizia que o céu permaneceria cinza, muito cinza. E assim permaneceu.

 

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Regresso para o meu acampamento, um novo grupo arma barraca ao meu lado, eu estava quietinho dentro da minha tenda quando percebo que uma mulher simplesmente tirou uma pedra da saia da minha tenda para colocar na dela, tirei a cara para fora e olhei para ela com a cara do tamanho da lua cheia, foi o suficiente para ela devolver a pedra no devido lugar.

 

Dormi com a esperança de um amanhecer com céu azul, o mais azul possível.

 

13 de janeiro de 2015.

 

Acordo por volta das 3 da madrugada avisto estrelas, e isso é um ótimo sinal. O céu estava completamente limpo, era possível avistar o cume do Fitz Roy do meu acampamento, e que vista incrível! Preparo minha mochila de ataque novamente e parto em meio a gélida paisagem.

O motivo pelo qual eu sai tão cedo é porque eu queria ver o amanhecer no Fitz Roy.

Sigo o mesmo caminho que no dia anterior, só que no meio da noite acompanhado pela lua e pelas estrelas, a vista era perfeita.

 

Quando chego no topo da trilha a neve que antes era fofa agora é dura igual vidro e completamente escorregadia. Era o que eu dizia sobre como a neve é, na verdade ela dura é bem melhor para se caminhar, isso se vc estiver com crampons, sem crampons é bem perigoso, o segredo é muitas vezes pisar chutando o gelo, para assim deixar uma pegada marcada e dar apoio aos pés. Mas é mais fácil falar do que fazer.

Porém nada de impossível ou muito técnico, basta tomar atenção, muita atenção!

 

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Se no dia anterior com a neve fofa muitos não animavam descer até o pé da laguna, com a neve dura então quase ninguém desceu.

 

A vista da laguna com o Fitz Roy ao fundo e um céu completamente limpo é um cenário extraordinariamente lindo! Cheguei antes de o sol atingir as paredes rochosas, o frio era tremendo, e para ajudar começou a ventar muito, embora eu estivesse vestido com todas minhas roupas para montanhismo comecei a passar frio, e isto era óbvio já que eu estava parado, então comecei a andar e a me exercitar, não se deve ficar parado num frio desse de jeito nenhum.

Procurei abrigo atrás de algumas pedras e deu certo, estava protegido do vento.

Pouco a pouco o sol nascia e meus olhos se encantavam com toda a beleza daquele lugar, a montanha parecia que estava pegando fogo de tão vermelha que ficava.

 

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Se querem saber, quando a natureza colabora e o clima favorece, a Patagônia realmente é de encher os olhos.

Permaneci por cerca de 2 ou 3 horas, caminhei até a laguna Sucia que estava muito bela por sinal, o conjunto todo de montanhas e lagunas estavam perfeitos. Abasteci-me de água na laguna de los três e naquele exato momento um zorro passou por mim, foi perfeito.

 

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Desço e desmonto acampamento e rumo a El Chalten, a vista quando se regressa à El Chalten ao menos na primeira hora de caminhada, é linda. Pois é possível avistar completamente o Fitz Roy.

 

DICAS PARA O TREKKING FITZ ROY

 

1 Comece a trilha pela hosteria El pilar, é mais curta, plana e ainda se avista o glaciar Piedras Blancas. E na volta você desce para El Chalten em outra trilha, com outro cenário.

 

2 Acampe, não faça um bate e volta. Acontece que se você fizer um bate e volta como a maioria faz, você corre o sério risco de não avistar o cerro Fitz Roy. Quando eu cheguei da hosteria El Pilar, montei acampamento e subi para a laguna, todos que estavam lá fazendo o bate e volta, perderam viagem, o céu estava nublado e sem vista alguma. Se mesmo assim optar por fazer o bate e volta, verifique se o dia terá condições perfeitas de visibilidade, e saia cedo, assim que o sol nascer é perfeito, na minha volta para El Chalten vi muitas, mas muitas pessoas que passavam por mim em meio a trilha caminharem super tarde, até mesmo iniciarem depois do meio dia. Conclusão quando chegaram o céu estava cheio de nuvens e não avistarão nada.

 

3 Água, caminhe com 500 ml a 1 litro de água. No acampamento poincenot tem um rio, e alguns trechos das trilhas tem pontos com água.

 

4 Roupas impermeáveis são bem aconselháveis, luvas e balaclava também, na falta de balaclava use gorro ou algum pano para cobrir e esquentar a cabeça.

 

5 Clima, não saía para fazer este trekking sem antes consultar. O trekking não é uma caminhada técnica, pode ser árduo pela subida apenas. Eu classifico está caminhada como panorâmica, a vista da laguna de los três como o cerro Fitz Roy é divina, porém só possível com condições ideais do tempo.

 

6 Vento, tome cuidado pode te derrubar facilmente e fazer cair muito a temperatura.

 

Este trekking pode ser realizado por todos, desde que sigam princípios básicos de trekking e acampamento.

 

14 de janeiro de 2015.

Loma del Pliegue Tumbato

Resolvi acordar cedo e fazer o trekking Loma del Pliegue Tumbato, a trilha se inicia no centro de visitantes. Mas uma linda trilha de El Chalten, bem mais fácil que a do Fitz Roy, porém deve se seguir a mesma regra. As condições do clima devem estar perfeitas com excelente visibilidade, se não é praticamente tempo perdido.

Esta trilha não tem segredos, começa por uma região montanhosa e logo depois se atravessa bosques. Então se chega em um mirante muito bonito com vista para o Fitz Roy, Torres e cerro Solo. Daqui para frente à paisagem muda, o vento pode ser bem forte aqui, a trilha segue por um cenário pedregoso e bem bonito com uma vista linda do Fitz Roy e Cerro Torre a frente.

Quando se chega quase no fim da trilha tem um mirante bem bonito, muito harmonioso, e a esquerda tem uma boa subida até o fim da trilha. Suba sem pressa, mas suba ! Eu garanto uma das paisagens mais lindas que um ser humano pode avistar em sua vida.

 

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DICA: Levem repelente, não esqueçam.

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Patagônia Norte. . .

16 de janeiro de 2015.

Rio Galegos.

 

Sigo rumo a Rio Galegos com destino a Puerto Deseado. Em Rio Galegos dividi um quarto no hostal e foi um pesadelo. Acordei com um homem roncando tão alto que parecia broca de quebrar asfalto, eu não conseguia dormir até que levantei da minha cama e quase joguei ao chão o homem que tanto roncava. Ele só não caiu da parte de cima do beliche por que o segurei de volta, o ronco cessou e dormi em paz.

Conheci um espanhol, gente boa, conversamos muito, e também um senhor da França aparentemente na casa dos 60 anos de idade.

 

17 de janeiro de 2015.

Puerto Deseado

 

De Rio Galegos sigo rumo a Caleta Oliva, que por sinal achei feia, sem nenhuma atração e com ares de cidade jogada. E enfim, de Caleta Oliva rumo a Puerto Deseado, meu destino desejado. Chego à noite, por volta da meia noite, assim que chego busco em meu mapa o hotel Los Olmos. Acontece que enquanto estava abaixado vasculhando meu mapa, passou um homem e tropeçou em mim, e logo depois uma mulher também tropeçou em mim, resolvi pedi informação, e me levaram de carro até o hotel, quando chegamos ao hotel me entregaram um cartão de visita, Los Vikingos. Foi o melhor marketing que uma agência já me fez!

18 de janeiro de 2015.

 

Acordo super tarde, as longas viagens de ônibus até aqui me deixaram exausto, fadigado. O dia foi de descanso.

19 de janeiro de 2015.

Pinguin Penacho Amarillo

 

Após uma longa viagem até aqui parto para avistar os Pinguins de penacho amarillo, recomendo a agencia Los Vikingos. Estes pinguins tem cara de mal, mas são uma fofura eterna.

 

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Continua ...

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